LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Página 2 de 3 Anterior  1, 2, 3  Seguinte

Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:49 pm

9 - Atributos da Divindade
Sumário: A natureza íntima de Deus. - Como surgiu a crença na existência de muitos deuses. - Os principais atributos de Deus. - As ideias panteístas. - Refutação de Kardec à doutrina panteísta.

A natureza íntima de Deus
1. O homem ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso lhe falta um sentido. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma ideia mais justa, embora sempre incompleta.

2. Sem o conhecimento dos atributos de Deus, seria impossível compreender a obra da criação. Este é o ponto de partida de todas as crenças religiosas e foi justamente por não se terem referido a isso que as religiões, em sua maioria, erraram em seus dogmas.

O politeísmo
3. Os que não atribuíram a Deus a omnipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que gerou o politeísmo.

4. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, temos uma ideia mais ou menos completa dos seus atributos, do nosso ponto de vista. Mas devemos saber que existem coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a nossa linguagem ainda não tem condições de expressar.

5. A razão nos diz que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo e por conseguinte não seria Deus.

6. Deus é Espírito, o Supremo Espírito! Absolutamente perfeito, não é comparável a quaisquer outros seres, estando infinitamente acima de todos. Possuindo sabedoria e poder infinitos, paira, omnipresente, sobre todo o Universo, e a tudo comunica o seu influxo e a sua vontade.

Atributos do Criador
7. Deus é eterno, isto é, não teve começo e não tem fim.
Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada ou então teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou um fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.

8. Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as Leis que regem o Universo.

9. Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.

10. Deus é omnipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:50 pm

11. Deus é soberanamente justo e bom. Em tudo e em toda parte aparecem a bondade e a justiça de Deus na providência com que, através de leis perfeitas, assiste suas criaturas. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim, nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.

12. Deus é único. Não há deuses, mas um Deus somente, soberano do Universo, criador absoluto e incriado, infinito e eterno. Se houvesse muitos deuses não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.

A doutrina panteísta
13. Deus não é, como pretende a doutrina panteísta, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.

14. Com uma reflexão madura, a razão nos faz ver quão absurdo é querermos encontrar a demonstração de alguns atributos de Deus nas considerações dos panteístas, como esta: "Os mundos sendo infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vazio ou o nada não estando em nenhuma parte, Deus está em toda parte; Deus estando por toda parte, uma vez que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenómenos da Natureza uma razão de ser inteligente."

15. Também, de acordo com o panteísmo, "todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade". Sobre essa afirmativa
Kardec escreveu: "Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência, seria em
ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente, Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia sujeito a todas
as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade".

16. Não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos o que
ele não pode deixar de ser; em face disso, a doutrina panteísta está em contradição com suas propriedades mais essenciais. Ademais, as ideias panteístas confundem o Criador com a criatura, absolutamente como se quisesse que uma
máquina engenhosa fosse uma parte integrante do mecânico que a concebeu.

Questões para fixação da leitura
1. Por que o homem não é capaz de compreender a natureza íntima de Deus?
O homem ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso lhe falta um sentido. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma ideia mais justa, embora sempre incompleta.

2. Qual foi o motivo que levou os homens à crença na existência de muitos deuses?
Os homens que não atribuíram a Deus a omnipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que gerou o politeísmo.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:50 pm

3. Quais os principais atributos que podemos reconhecer em Deus?
Deus é eterno, imutável, imaterial, omnipotente, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.

4. Por que é que se diz que Deus deve possuir no grau supremo os seus atributos?
A razão nos diz que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo e por conseguinte não seria Deus.

5. Em que consiste a doutrina panteísta e como Kardec a refutou?
A doutrina panteísta diz que Deus é a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas.
Ora, observou Kardec, se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e não causa. Mas Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:50 pm

10 - A Providência Divina
Sumário: Conceito de providência. - Como age a Providência Divina. - Exemplos de acções providenciais de nosso Pai. - Quem é o homem realmente infeliz. - O livre-arbítrio, apanágio dos seres humanos. - O guia que Deus ofereceu à humanidade terrena.

A acção providencial de Deus
1. Providência é, neste mundo, tudo o que se faz dispondo as coisas de modo que se realizem objectivos de ordem e harmonia, buscando o bem e a felicidade das pessoas.

2. Deus, em relação às suas criaturas, é a própria Providência na sua mais alta expressão, infinitamente acima de todas as possibilidades humanas. A Providência Divina manifesta-se em todas as coisas e se exerce através de leis admiráveis e sábias.

3. A Providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mínimas. É nisso que consiste a acção providencial.

4. Para o incrédulo é difícil conceber a acção providencial de Deus nos menores actos e menores pensamentos de cada indivíduo. O incrédulo admite a acção de Deus sobre as leis gerais do Universo, a que todas as criaturas se acham submetidas, mas não admite sua intervenção directa nos pormenores mais ínfimos. É que ele não sabe que, para estender a sua solicitude a todas as criaturas, Deus não precisa lançar o olhar do alto da imensidade. Nossas preces, para que Ele as ouça, não necessitam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, porque nossos pensamentos repercutem n’Ele.

Providência e livre-arbítrio
5. É por causa de sua inferioridade que o homem não consegue compreender como age o Pai Eterno. A criatura o imagina à sua semelhança, nele adorando a imagem, a figura, e não o pensamento. Para a maioria das pessoas, Deus é um soberano poderoso, sentado num trono inacessível e perdido na imensidade dos céus. Possuindo percepções ainda restritas, ele não compreende que Deus possa e se digne em intervir em qualquer assunto, tanto nas maiores quanto nas pequeninas coisas.

6. Tudo foi disposto pelo amor do Pai para o bem de seus filhos, desde as mais elementares providências para a manutenção da vida orgânica e a perpetuação da espécie, até a outorga ao homem da faculdade do livre-arbítrio, que dá ao indivíduo o mérito da conquista consciente da felicidade pela prática voluntária do bem e a livre busca da verdade.

7. Deus tudo fez e tudo faz para o bem de suas criaturas.
Imprimiu-lhes na consciência as leis morais de trabalho, reprodução, conservação e destruição, como também a lei de sociedade, com base na qual se organizam as famílias e as comunidades, em cujo seio eles cumprem deveres, ligados às citadas leis e às leis de adoração, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade em seu mais justo e elevado sentido.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:50 pm

Causas da infelicidade do homem
8. Deus propicia desse modo ao homem construir a própria felicidade pela livre observância dessas leis e o cumprimento dos deveres correspondentes, e o ser humano só se torna infeliz quando os descumpre ou com elas se desarmoniza. Ao livre-arbítrio de que foi dotado corresponde, no entanto, a responsabilidade por seus actos, razão por que deve arcar com todas as consequências deles decorrentes.

9. Por causa disso, aparentemente se opõem a Providência Divina e o livre-arbítrio humano. Mas isto se dá apenas aparentemente. É que Deus nos concede a liberdade de agir para que acrescentemos à nossa felicidade o mérito da iniciativa e a espontaneidade na busca do próprio bem. O Pai Eterno a tudo provê, disso não há dúvida, mas não quer inactiva a criatura humana, passivamente, à espera da graça divina, e sim que ela mesma busque, mediante perseverantes esforços, a felicidade e o progresso com que todos sonhamos.

10. Pelo uso do livre-arbítrio, a alma fixa seu próprio destino e prepara suas alegrias ou sofrimentos; mas jamais, no curso de sua marcha evolutiva, lhe será negado o socorro divino sempre que dele necessitar.

11. A alma foi criada para a felicidade, mas para poder apreciar essa felicidade, para conhecer-lhe o justo valor, deve conquistá-la por si mesma, desenvolvendo as potências encerradas em seu íntimo, certa de que a liberdade de acção e sua responsabilidade aumentam com a própria elevação.

O guia a quem Deus nos confiou
12. A Providência é, assim, o anjo velando sobre o infortúnio, o consolador invisível, cujas inspirações reaquecem o coração gelado pelo desespero e cujos fluidos vivificantes sustentam o viajor prostrado pela fadiga. A Providência é, por fim, e principalmente, o amor divino derramando-se sem cessar sobre suas criaturas.

13. A Providência Divina, em relação à humanidade terrena, manifestou-se de modo especial quando Deus nos confiou a Jesus, como discípulos confiados a um mestre e como ovelhas entregues à protecção de um pastor.

14. Com que solicitude e paciência Ele nos vem, desde então, ensinando e conduzindo, através de séculos e milénios! O homem pode ter certeza, pois, de que em momento algum se encontra desamparado ou entregue à própria sorte, porque o mundo em que vivemos, graças à bondade e à providência de Deus, tem no seu leme aquele que a Doutrina Espírita considera modelo e guia da Humanidade: Jesus.

Questões para fixação da leitura
1. Que é providência? Considerando o sentido correto desse vocábulo, como podemos conceituar a Providência Divina?
Providência é, neste mundo, tudo o que se faz dispondo as coisas de modo que se realizem objectivos de ordem e harmonia, buscando o bem e a felicidade das pessoas. Deus, em relação às suas criaturas, é a própria Providência na sua mais alta expressão, infinitamente acima de todas as possibilidades humanas, e se manifesta em todas as coisas por meio de leis admiráveis e sábias. A Providência Divina é, portanto, a solicitude de Deus para com suas criaturas, porque Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside. É nisso que consiste a acção providencial.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:37 am

2. Mencione algumas decisões tomadas pelo Criador que podemos enquadrar na acção providencial de nosso Pai Eterno.
Tudo o que Deus dispôs em relação a nós tem por objectivo o bem de seus filhos, desde as mais elementares providências para a manutenção da vida orgânica e a perpetuação da espécie, até a outorga ao homem da faculdade do livre-arbítrio, que dá ao indivíduo o mérito da conquista consciente da felicidade pela prática voluntária do bem e a livre busca da verdade. Para isso, imprimiu-lhe na consciência as leis morais de trabalho, reprodução, conservação e destruição, como também a lei de sociedade, com base na qual se organizam as famílias e as comunidades, em cujo seio eles cumprem deveres, ligados às citadas leis e ainda às leis de adoração, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade em seu mais justo e elevado sentido.

3. Quando é que, segundo o Espiritismo, o homem se torna realmente infeliz?
Deus propiciou ao homem construir a própria felicidade pela livre observância das leis que Ele estabeleceu e pelo cumprimento dos deveres correspondentes. O homem só se torna infeliz quando as descumpre ou com elas se desarmoniza. Ao livre-arbítrio de que foi dotado pelo Criador corresponde, assim, a responsabilidade pelos seus actos, razão pela qual deve arcar com todas as consequências que deles decorrerem.

4. Por que Deus outorgou à criatura humana, mas não aos animais, a faculdade do livre-arbítrio?
Deus concedeu ao Espírito humano a liberdade de agir para que ele acrescentasse à sua felicidade o mérito da iniciativa e a espontaneidade na busca do próprio bem. O Pai Eterno a tudo provê, disso não há dúvida, mas não quer inactiva a criatura, à espera passivamente da graça divina, e sim que ela mesma busque, mediante perseverantes esforços, a felicidade e o progresso com que todos sonhamos.
Desse modo, pelo uso do livre-arbítrio, o indivíduo fixa seu próprio destino e prepara suas alegrias ou sofrimentos.

5. Em relação ao planeta Terra, a Providência Divina manifestou-se ainda uma vez quando Ele tomou uma decisão que nos diz respeito de perto. Que acção providencial foi essa?
Essa acção providencial consistiu em nos haver confiado a Jesus, como discípulos confiados a um Mestre ou como ovelhas a um pastor. Com que solicitude e paciência Ele nos vem, desde então, ensinando e conduzindo, através de séculos e milénios!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:38 am

11 - Provas da sobrevivência da alma
Sumário: As primeiras manifestações de Espíritos. - O advento do Moderno Espiritualismo. - Os fenómenos de Hydesville. - Apports e raps. As mesas girantes e falantes. - Circunstância especial que levou Kardec a estudar os fenómenos espíritas.

O homem e o Espírito
1. No homem existe algo mais que matéria e princípio vital. O homem pensa e tem consciência plena de sua existência; relaciona ideias, estabelece conceitos, elabora juízos, constrói raciocínios, tira conclusões e, servindo-se do instrumento maravilhoso da linguagem, comunica tudo isso aos seus semelhantes.

2. "Cogito, ergo sum", escreveu Descartes ("Penso, logo existo"). Eis o que Descartes quis dizer: - Penso; ora, a matéria por si mesma não pensa; logo, existe em mim, além do corpo material, algo mais, que é o agente do meu pensamento, em virtude do qual existo como ser inteligente.
Esse é um raciocínio perfeitamente lógico e conforme à mais pura razão humana. Deveria bastar para que nenhuma dúvida existisse no homem a respeito de que nele vive um Espírito, isto é, um ser imaterial, porém real, independente do corpo e a ele sobrevivente.

3. Outras faculdades existem ainda no homem, que nada têm a ver com a matéria, e que são funções de uma consciência individual superior, sobrelevando sobre todas o senso moral. Há, contudo, indivíduos descrentes que vivem na negação ou apenas em dúvida, pois no fundo do seu ser hão de ter a mesma aspiração, natural em toda criatura: não morrer. Deus, então, em sua infinita bondade e amor, como Divina Providência que é, concedeu ao homem, com as manifestações espíritas, a prova de que nele vive um Espírito e que esse Espírito sobrevive à morte.

As manifestações espíritas
4. Manifestações de Espíritos ocorreram em todos os tempos, desde a mais remota antiguidade. A sua verdadeira causa só era conhecida dos iniciados. Os profetas serviam de intermediários entre os Espíritos e os homens e muitas coisas anunciavam como expressões da vontade de Deus.
Uma das coisas anunciadas foi que viria o tempo em que essa faculdade de intermediação se generalizaria, dando lugar a manifestações que ocorreriam por toda a parte, a sacudir as consciências e os corações dos homens, despertando-os para a realidade do mundo espiritual. Foi o profeta Joel o intermediário dessa predição.

5. A história do Moderno Espiritualismo – denominação pela qual o Espiritismo foi inicialmente conhecido na América do Norte – começou por fatos dessa natureza, ocorridos em Hydesville a partir de 1848, sendo médiuns duas adolescentes da família Fox, as jovens Kate e Margareth Fox.

Os "apports"
6. Os fenómenos físicos se apresentam sob as mais variadas formas. A força que serve para produzi-los presta-se a todas as combinações. Ela penetra todos os corpos, atravessa todos os obstáculos, transpõe todas as distâncias. Sob a acção de uma vontade poderosa, consegue decompor e recompor a matéria compacta. É o que demonstram os fenómenos de "apports", ou transportes de flores, frutos e outros objectos através de paredes, em aposentos fechados.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:38 am

7. Zöllner, o astrónomo alemão, verificou a penetração da matéria por uma outra matéria. Com o auxílio da força psíquica, as entidades a que são devidas as manifestações chegam a imitar os mais estranhos ruídos. Ao traduzir um dos clássicos do Espiritismo sobre o fenómeno de transporte, escrito por Ernesto Bozzano, Francisco Klörs Werneck diz que dois termos técnicos se aplicam ao assunto: apport e asport. Apport quando o objecto é levado de fora para dentro. Asport quando levado de dentro para fora, de tal modo que o vocábulo trazimento não tem razão de ser. Transporte é, assim, o termo já consagrado e abarca ambos os casos.

8. A levitação é outro fenómeno de efeitos físicos extraordinário. Um desses fenómenos se deu em memorável sessão realizada em 16 de dezembro de 1868, em Londres, quando o médium Daniel D. Home, em transe mediúnico, foi levantado e projectado da parte de fora de uma janela e, suspenso no ar, entrou por uma outra janela.

Os "raps"
9. Os "raps" são fenómenos que consistem em efeitos físicos diversos, como ruídos, estalidos, pancadas e imitação de passos, produzidos em portas, paredes, móveis e assoalhos, tudo isso sem causa física conhecida. A simples produção desses efeitos físicos nada provaria quanto à existência dos Espíritos, porquanto poderiam ser produzidos por forças outras, naturais e desconhecidas, mas a esses fatos singulares se revelou associada uma inteligência capaz de dirigir a acção e que, quando provocada, deu provas iniludíveis de ser o Espírito de um morto a verdadeira causa do fenómeno.
No caso da família Fox, o Espírito produtor dos fenómenos revelou ter sido um mascate que se chamara Charles Rosma em sua última encarnação.

10. Hoje a sobrevivência da alma humana encontra-se perfeitamente demonstrada por factos que têm sido investigados com todo o rigor científico por numerosos e eminentes sábios dos séculos 19 e 20. A tal ponto chegou o resultado dessas experimentações que Alfred Russel Wallace, um dos mais eminentes investigadores dos fatos espíritas, fez esta afirmativa categórica: "O Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei da gravitação".

Allan Kardec e as mesas girantes
11. As mesas girantes foram também chamadas de mesas falantes, porque, valendo-se das pancadas que nelas soavam, podiam responder inteligentemente às perguntas das pessoas presentes às sessões. Foi exactamente esse carácter inteligente assumido pelo fenómeno que levou o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail a interessar-se e, logo depois, dedicar-se profundamente ao seu estudo, bem como ao dos demais fenómenos espíritas, deduzindo deles, com o auxílio dos próprios Espíritos, todas as consequências filosóficas, morais e religiosas que eles comportam.

12. Os ensinos por ele reunidos e ordenados constituíram o admirável corpo da Doutrina Espírita iniciado com "O Livro dos Espíritos", ao qual se seguiu “O Livro dos Médiuns”, que é a primeira obra de Kardec que se deve consultar sobre o tema mediunidade.

13. Seguem-se-lhes numerosas obras, quer gerais, tratando de toda a fenomenologia espírita, quer particulares, ou seja, que tratam de determinados fenómenos. Sob este último aspecto, vale citar "No Invisível", de Léon Denis, os livros de William Crookes ("Factos Espíritas"), Friedrich Zöllner ("Provas Científicas da Sobrevivência"), Arthur Findlay ("No Limiar do Etéreo"), Oliver Lodge ("Raymond"), Ernesto Bozzano ("Fenómenos de Transporte") e Gabriel Delanne ("O Fenómeno Espírita"), dentre muitos outros.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:38 am

Questões para fixação da leitura
1. Que é que Descartes quis dizer com a frase: "Cogito, ergo sum" (Penso, logo existo)?
Com esta frase Descartes quis dizer: - Penso; ora, a matéria por si mesma não pensa; logo, existe em mim, além do corpo material, algo mais, que é o agente do meu pensamento, em virtude do qual, portanto, existo como ser inteligente.

2. Quando se deram as primeiras manifestações de Espíritos?
As manifestações de Espíritos ocorreram em todos os tempos, desde a mais remota antiguidade, mas sua verdadeira causa só era conhecida dos iniciados.

3. Que importância têm na história do Moderno Espiritualismo os fenómenos de Hydesville?
Importância muito grande, visto que a história do Moderno Espiritualismo – denominação pela qual o Espiritismo foi inicialmente conhecido na América do Norte – começou pelos fatos de natureza mediúnica ocorridos em Hydesville a partir de 1848, sendo médiuns duas adolescentes da família Fox, as jovens Kate e Margareth Fox.

4. Que são os "apports"? Podemos dizer que "apports" e "raps" são a mesma coisa?
Os fenómenos de "apports" são aqueles em que os objectos são trazidos de fora para dentro do recinto da sessão.
Quando o objecto é levado de dentro para fora, o fenómeno é chamado de "asport". No idioma falado no Brasil, o termo já consagrado para ambos os casos é transporte. Os "raps" são outra coisa. Trata-se de fenómenos que consistem em efeitos físicos diversos, como ruídos, estalidos, pancadas e imitação de passos, produzidos em portas, paredes, móveis e assoalhos.

5. Por que as mesas girantes foram também chamadas de mesas falantes? E que circunstância especial ligada a esse fenómeno levou Kardec a estudá-lo?
As mesas girantes foram também chamadas de mesas falantes porque, valendo-se das pancadas que nelas soavam, podiam responder inteligentemente às perguntas das pessoas presentes às sessões. Foi exactamente esse carácter inteligente assumido pelo fenómeno que levou o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail a interessar-se e, logo depois, dedicar-se profundamente ao assunto.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:38 am

12 - Origem e natureza dos Espíritos
Sumário: Diferença essencial entre os seres orgânicos e os seres inorgânicos. - Princípio vital. Relação entre princípio vital e princípio espiritual. - Natureza dos Espíritos. - A materialidade dos Espíritos.

Princípio vital
1. Existe na matéria orgânica um princípio especial, que ainda é incompreensível e não podemos por ora definir: o princípio vital. Activo no ser vivente, esse princípio se acha inexistente no ser morto. A química, que decompõe e recompõe corpos inorgânicos, jamais chegou a reconstituir sequer uma folha de árvore, o que mostra que existe algo nos corpos orgânicos que os corpos inorgânicos não possuem.

2. Os seres orgânicos, ao se formarem, assimilam o princípio vital, ou seja, esse princípio se desenvolve em cada indivíduo por efeito da combinação dos elementos básicos que constituem os corpos orgânicos. Se esses elementos – o oxigénio, o hidrogénio, o nitrogénio e o carbono – não se aliassem, no momento da formação, ao princípio vital, dariam origem simplesmente a um corpo inorgânico. O princípio vital modifica a constituição molecular de um corpo, dando-lhe propriedades especiais.

A extinção do princípio vital
3. A actividade do princípio vital é alimentada durante a vida pela acção do funcionamento dos órgãos. Cessada essa acção, por motivo da morte, o princípio vital se esvai. A partir disso, a matéria se decompõe em seus elementos constitutivos (oxigénio, carbono, nitrogénio etc.), os quais poderão agregar-se para formar corpos inertes ou inorgânicos, ou manter-se dispersos, até a formação de novas combinações.

4. A título de comparação, podemos dizer que na combinação dos elementos para a formação dos corpos orgânicos desenvolve-se electricidade. Os corpos orgânicos seriam verdadeiras pilhas eléctricas, que funcionariam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir electricidade: eis a vida. Quando essas condições desaparecem, eles deixam de funcionar: eis a morte. O princípio vital não seria, pois, mais que uma espécie particular de electricidade, denominada electricidade animal, que durante a vida se desprende pela acção dos órgãos e cuja produção cessa quando se dá a morte.

Princípio espiritual
5. Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente. A existência do princípio espiritual é um fato que não precisa de demonstração, pois ele se afirma pelos seus efeitos. Ninguém há que não faça distinção entre o movimento mecânico de um sino que o vento agita e o movimento intencional do mesmo sino para se dar um sinal, um aviso. Ora, não podendo a própria massa desse sino pensar, tem-se de concluir que o move uma inteligência à qual ele serve de instrumento para que se manifeste.

6. O princípio espiritual tem existência própria. Individualizado, o elemento espiritual constitui os seres chamados Espíritos, que são individualidades inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo. Criados por Deus, independem da matéria. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio expressivo e contínuo.

7. Havendo seres que vivem e não pensam, quais as plantas, e corpos humanos que ainda se revelam animados de vida orgânica quando já não há qualquer manifestação de pensamento, como na morte encefálica, é justo concluir que a vida orgânica reside num princípio independente da vida espiritual. A vida e a inteligência originam-se, portanto, de dois princípios distintos. Uma procede do princípio vital; a outra, do princípio espiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:38 am

A natureza dos Espíritos
8. A natureza dos Espíritos é algo do qual pouco ou nada sabemos. Seria o Espírito um ser imaterial? Respondendo a essa pergunta, O Livro dos Espíritos nos explica: “Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exacto, pois deves compreender que, sendo criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance de vossos sentidos” (L.E., item 82).

9. Na mesma questão, logo abaixo, Kardec observou:
“Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria”. Um povo de cegos careceria de termos para exprimir a luz e seus efeitos; ora, nós somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres inteligentes que povoam o espaço infinito.

Questões para fixação da leitura
1. Qual é a diferença essencial entre os seres orgânicos e os seres inorgânicos?
Existe nos seres orgânicos o princípio vital, inexistente nos seres inorgânicos: eis o que os diferencia uns dos outros.

2. É certo comparar um corpo orgânico a uma pilha eléctrica? Nesse caso, como entender a sua morte?
Sim. A título de comparação, pode-se dizer que na combinação dos elementos para a formação dos corpos orgânicos desenvolve-se electricidade. Os corpos orgânicos seriam verdadeiras pilhas eléctricas, que funcionariam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir electricidade: eis a vida. Quando essas condições desaparecem, eles deixam de funcionar: eis a morte. O princípio vital não seria, pois, mais que uma espécie particular de electricidade, denominada electricidade animal, que durante a vida se desprende pela acção dos órgãos e cuja produção cessa quando se dá a morte.

3. Há alguma relação entre o princípio vital e o princípio espiritual?
Não. A vida orgânica reside num princípio independente da vida espiritual. A vida e a inteligência originam-se, pois, de dois princípios distintos. Uma procede do princípio vital; a outra, do princípio espiritual.

4. Qual é a natureza dos Espíritos?
A natureza propriamente dita dos Espíritos é algo do qual pouco ou nada se sabe, além do fato de que se trata de um ser moral, perfectível e imortal.

5. Podemos dizer que os Espíritos são imateriais?
Não. Imateriais não é bem o termo; incorpóreos seria o vocábulo mais exacto, porque, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. Ele é formado de matéria quintessenciada, mas sem nenhuma analogia para nós terrenos e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance de nossos sentidos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:39 am

13 - A alma humana
Sumário: Corrente de pensamento que julga a alma como efeito e não causa dos fenómenos psicológicos. - A visão dos vitalistas. - Conceito de alma no espiritualismo clássico. - A alma de conformidade com os ensinos espíritas.

A visão dos materialistas
1. Antes do Espiritismo, errónea ou muito imprecisa, vaga e confusa era a ideia que se fazia da alma humana.
Erradamente considerada como efeito e não causa pelos materialistas, estes viam nos fenómenos psicológicos, dela dependentes, apenas o resultado da actividade funcional do sistema nervoso do homem.

2. Um decantado mas mal compreendido paralelismo psicofisiológico parecia justificar esse modo de ver, porquanto lesado o cérebro, ou a medula espinhal, ou os nervos, perturbam-se as funções superiores da consciência, o pensamento lógico, o juízo, o raciocínio, a memória, as sensações e as percepções humanas.

3. Os homens de ciência, principalmente os fisiologistas, os psicólogos e os psiquiatras, foram desse modo levados a um erro fundamental, que é inverter os papéis do corpo e da alma, dando primazia àquele que, no entanto, é apenas instrumento da alma para a realização de suas actividades, enquanto encarnada.

A opinião dos vitalistas
4. Os vitalistas não cometeram o mesmo erro dos materialistas, mas, equivocadamente, confundiram a alma com o princípio vital da vida orgânica, sem explicar o atributo essencial da alma, que é a consciência individual, resultante da faculdade cognitiva ou inteligente do ser humano.

5. A inteligência nada tem a ver com a matéria, nem tampouco com o princípio vital, que é também substância material, embora subtil e dinâmica, donde emana a força vital, mas não a inteligência e, menos ainda, a razão lógica, o senso moral e todas as faculdades superiores, inexistentes nos outros seres vivos e organizados, vegetais ou animais, pelo menos no grau em que esplendem no homem racional e moral.
O ponto de vista dos espiritualistas

6. Os espiritualistas, ao contrário dos materialistas, consideram a alma como um ser real e distinto, causa e não efeito de toda actividade psicológica e moral do homem.

7. Conceituando-a como um ser distinto do corpo perecível e a ele sobrevivente, o espiritualismo clássico incorre, no entanto, no erro de considerar seja a alma criada com o corpo, ao qual se liga durante a vida física e dele se desprende com a morte, para seguir um destino do qual se fazem ideias muito vagas. A reencarnação, ensinada por grandes vultos da filosofia espiritualista, como Sócrates e Platão, não é aceita pelo espiritualismo clássico, que se alinha, nesse ponto, à doutrina da Igreja.
A alma vista pelo Espiritismo

8. Com Allan Kardec e a Doutrina por ele codificada, raiou no mundo a aurora de uma Nova Era, a Era do Espírito, e a conceituação de alma humana recebeu, então, brilhante luz.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:39 am

9. Eis o que os próprios Espíritos ensinaram, conforme é dito no item 134 de O Livro dos Espíritos:
134. Que é a alma?
“Um Espírito encarnado.”
b) – Que seria o nosso corpo se não tivesse alma?
“Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, excepto um homem.”

10. É admirável no texto referido a limpidez da Doutrina Espírita a respeito do que seja a alma do homem: "A alma é um Espírito encarnado."

11. A alma é, pois, um ser real, individual, independente e autónomo, de natureza puramente espiritual e que tem por destino grandioso progredir sempre, alteando-se cada vez mais em conhecimentos e em virtudes, o que ela logra mediante múltiplas existências corporais, nas quais se depura e se eleva gradualmente, até que, por fim, se liberta totalmente da necessidade de reencarnar ao tornar-se Espírito puro.

Questões para fixação da leitura
1. Qual a corrente de pensamento que julga a alma como efeito e não causa dos fenómenos psicológicos?
O materialismo.

2. Qual era a visão dos vitalistas sobre a alma?
Os vitalistas não cometeram o mesmo erro dos materialistas, mas, equivocadamente, confundiram a alma com o princípio da vida orgânica, sem explicar o atributo essencial da alma, que é a consciência individual, resultante da faculdade cognitiva ou inteligente do ser humano.

3. Como o espiritualismo clássico conceitua a alma humana?
Os espiritualistas, ao contrário dos materialistas, consideram a alma como um ser real e distinto, causa e não efeito de toda actividade psicológica e moral do homem. Conceituando-a como um ser distinto do corpo perecível e a ele sobrevivente, o espiritualismo clássico incorre, no entanto, no erro de considerar seja a alma criada com o corpo, ao qual se liga durante a vida física e dele se desprende com a morte, para seguir um destino do qual se fazem ideias muito vagas.

4. Que é a alma, segundo a Doutrina ensinada pelos Espíritos Superiores?
O Espiritismo é categórico com respeito ao assunto: “A alma é um Espírito encarnado”. A alma é, de acordo com o ensinamento espírita, um ser real, individual, independente e autónomo, de natureza puramente espiritual e que tem por destino grandioso progredir sempre, alteando-se cada vez mais em conhecimentos e em virtudes, o que ela logra mediante múltiplas existências corporais, nas quais se depura e se eleva gradualmente, até que, por fim, se liberta totalmente da necessidade de encarnar ao tornar-se Espírito puro.

5. Que seria o nosso corpo se não tivéssemos alma?
Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quisermos, excepto um homem.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:39 am

14 - A influência dos Espíritos em nossos pensamentos e actos
Sumário: Natureza das influências espirituais. - Como distinguir os nossos pensamentos daqueles que nos são sugeridos. - Motivos que levam os Espíritos infelizes a prejudicar as pessoas. - Como neutralizar as influências espirituais negativas.

A influência dos Espíritos pode ser boa ou má
1. A influência que os Espíritos exercem sobre os nossos pensamentos e acções no dia a dia é muito maior do que nós imaginamos, porquanto em muitas vezes são eles que nos dirigem. Essa influência pode ser boa ou má, oculta ou ostensiva, fugaz ou duradoura, mas, em qualquer situação, ela só se concretiza por meio da sintonia que se estabelece entre os indivíduos.

2. Em muitos dos pensamentos que temos em determinadas situações surgem-nos ideias diferentes sobre o mesmo assunto e, por vezes, ideias que se contradizem.
Com certeza nesses momentos estamos sendo alvo da influenciação dos Espíritos, facto que nem todos percebem, especialmente quando ela se dá de forma subtil e oculta. Exemplo disso é o caso Custódio Saquarema narrado por Irmão X no livro Cartas e crónicas, pp. 38 a 42, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

3. Uma forma de distinguir os nossos pensamentos dos que nos são sugeridos é compreender que, normalmente, é nosso o primeiro pensamento que nos ocorre. Mas, o mais importante é saber que, independentemente de sugestões ou não, a responsabilidade pelos actos é nossa, cabendo-nos o mérito pelo bem que daí resultar ou o demérito se a acção for negativa.

4. Allan Kardec explica: “Se fosse útil pudéssemos claramente distinguir nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio, assim como nos dá o de distinguir entre o dia e a noite. Quando algo fica impreciso, é que assim convém ao nosso benefício” (O Livro dos Espíritos, nota à questão 462).

Pensamento e vibração
5. As ideias nutridas pelos homens de inteligência e pelos génios provêm algumas vezes do seu próprio Espírito, mas com frequência são sugeridas por outros Espíritos, na forma de inspiração, quando estes últimos consideram que suas ideias serão dignamente compreendidas.

6. Lembra-nos Rodolfo Calligaris que “pensar é vibrar, é entrar em relação com o Universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhe as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes” (Páginas de Espiritismo Cristão, FEB, cap. 53).

7. Não podemos descuidar da nossa casa mental e seguir, vida afora, arrastados pela acção maléfica dos Espíritos atrasados. “Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, - diz Calligaris – vivem mais com os companheiros encarnados do que se supõe.”

8. Misturam-se – acrescenta Calligaris - nas actividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das conversações, seguem com os comensais, de quem dependem em processo legítimo de vampirização. “Perturbam-se e perturbam. Sofrem e fazem sofrer. Odeiam e geram ódios.
Amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros. Infelicitados, infelicitam.”
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 10:40 am

9. Os bons Espíritos, ao contrário, suscitam bons pensamentos, desviam os homens do caminho do mal, protegem a vida daqueles que se mostram dignos de sua protecção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos naqueles que não se comprazem em tais sugestões.

Como neutralizar a influência negativa
10. Para neutralizar a influência dos maus Espíritos, a Doutrina Espírita nos indica uma receita simples, mas infalível: a prática do bem e a fé em Deus.

11. Eis o que, a respeito do assunto, ensinaram os Espíritos Superiores: “Fazendo o bem e pondo a vossa confiança em Deus, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e destruireis o domínio que sobre vós tentam exercer. Guardai-vos de escutar as sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que vos insuflam a discórdia e que vos induzem às más paixões. Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, pois que vos apanham pelo ponto fraco. Por isso Jesus vos faz repetir na Oração Dominical: Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal” (O Livro dos Espíritos, item 469).

Questões para fixação da leitura
1. É certo dizer que os Espíritos nos influenciam tanto, que muitas vezes são eles que nos dirigem?
Sim. É isso que aprendemos na Doutrina Espírita.

2. Como podemos classificar as influências espirituais?
As influências podem ser boas ou más, ocultas ou ostensivas, fugazes ou duradouras, mas, em qualquer situação, elas só se concretizam por meio da sintonia que se estabelece entre nós e os Espíritos.

3. Se somos influenciados por outros indivíduos, como distinguir com clareza os nossos pensamentos daqueles que nos são sugeridos?
Uma forma de distinguir os nossos pensamentos dos que nos são sugeridos é compreender que, normalmente, é nosso o primeiro pensamento que nos ocorre. O mais importante, contudo, é saber que, independentemente de sugestões ou não, a responsabilidade pelos actos é nossa, cabendo-nos o mérito pelo bem que daí resultar ou o demérito se a acção for negativa.

4. Por que os Espíritos infelizes gostam de nos prejudicar?
Porque são inferiores e não sabem que, agindo assim, acabam prejudicando a si mesmos. É por isso que não podemos descuidar da nossa casa mental e seguir, vida afora, arrastados pela acção maléfica dos Espíritos atrasados. Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os companheiros encarnados do que supomos. Misturam-se em nossas actividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam de nossas conversações, seguem com os comensais, de quem dependem em processo legítimo de vampirização. Perturbam-se e perturbam. Sofrem e fazem sofrer. Odeiam e geram ódios. Amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros. Infelicitados, infelicitam.

5. Se as influências espirituais negativas existem, como proceder para neutralizá-las?
Para neutralizar a influência dos maus Espíritos, a Doutrina Espírita nos indica uma receita simples, mas infalível:
a prática do bem e a fé em Deus. Agindo sempre assim, conseguiremos neutralizar a influência negativa, imunizando-nos contra a maldade que, em outros casos, poderia atingir-nos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:08 pm

15 - Comunicabilidade dos Espíritos
Sumário: O fenómeno mediúnico e a lei mosaica. - Motivos que levaram Moisés a proibir a consulta aos mortos. - A mediunidade segundo o Espiritismo. - A Igreja e as manifestações dos mortos.

O fenómeno mediúnico e a lei mosaica
1. A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados é um facto antiquíssimo, com a única diferença de que no passado ela era conhecida somente pelos chamados iniciados e na actualidade, com o Espiritismo, tornou-se um fenómeno generalizado.

2. A possibilidade de os Espíritos se comunicarem é um fato já muito bem estudado e comprovado, mas correntes religiosas diferentes da Doutrina Espírita criticam-na, baseando-se na proibição mosaica da evocação dos mortos.

3. Para melhor compreensão das palavras de Moisés, vejamos o texto:
“Não vos desvieis para procurar mágicos; não consulteis os adivinhos, e receais que vos contamineis, dirigindo-vos a eles. Eu sou o senhor vosso Deus.” (Levítico, cap. XIX, v.31.)
“O homem ou mulher que tiver Espírito de adivinho, morra de morte. Serão apedrejados, e o seu sangue recairá sobre eles.” (Levítico, cap. XX, v.27.)
“E entre vós ninguém haja que pretenda purificar filho ou filha passando-os pelo fogo; que use malefícios, sortilégios e encantamentos; que consulte os que têm o Espírito de adivinhar, interrogando os mortos para saber a verdade. O senhor abomina todas essas coisas e exterminará todos esses povos, à vossa entrada, por causa dos crimes que têm cometido.” (Deuteronómio, cap. XVIII, vv. 9, 10, 11 e 12.)

Objectivo da proibição mosaica
4. Se a lei de Moisés deve ser rigorosamente observada neste ponto, então por que não observá-la, também, nos outros pontos? A resposta é conhecida. Sabe-se que a lei mosaica não é aplicada hoje porque não está mais de acordo com a nossa época e com os nossos costumes. Ora, o mesmo ocorre relativamente à proibição da evocação dos mortos e do trato com os Espíritos.

5. O legislador hebreu queria que o seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egipto, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos, inclusive o comércio grosseiro, associado às práticas da magia e do sortilégio e acompanhado até mesmo de sacrifícios humanos.

6. A proibição de Moisés foi, assim, justíssima, porquanto as relações que então se estabeleciam com os Espíritos não se baseavam nos sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações, habilmente exploradas pelo charlatanismo.

A mediunidade segundo o Espiritismo
7. O Espiritismo veio mostrar o fim exclusivamente moral, consolador e religioso das relações com a espiritualidade. Os espíritas não fazem sacrifícios humanos, não interrogam astros, adivinhos e magos para se informar de qualquer coisa, não usam objectos, medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais ou lugares lúgubres e horários específicos para atrair ou afastar Espíritos.

8. O espírita sabe que o conhecimento do futuro é vedado ao homem, e só em casos raríssimos e excepcionais é que Deus faculta a sua revelação. Se o homem conhecesse o futuro, por certo negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:09 pm

9. A mediunidade não é uma faculdade inerente apenas ao homem de bem e, por isso, todos podem possuí-la. Contudo, a moralização do médium libera-o da influência de Espíritos inferiores e perversos, que se sentem, então, impossibilitados de exercer domínio sobre os sensitivos, por lhes faltarem condições para a necessária sintonia.

A Igreja e as manifestações dos mortos
10. Repelir as comunicações significa repudiar o meio mais poderoso de instrução, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que as comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, que é grande o bem que podemos fazer desviando do mal os Espíritos imperfeitos e ajudando os que sofrem a desprender-se da matéria e se aperfeiçoarem.

11. Interditar as comunicações equivale, portanto, a privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar, razão por que, actualmente, até a Igreja, pela voz de vários de seus pastores – entre eles frei Boaventura Kloppenburg, padre François Brune e padre Gino Concetti –, admite que a comunicação com os Espíritos pode ser salutar, especialmente pelo conforto moral que traz aos que se encontram desesperados com a perda de um ente querido.

Questões para fixação da leitura
1. A possibilidade de comunicar-se com os chamados mortos é fato recente na história da Humanidade?
Não. A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados é um fato antiquíssimo, com a única diferença de que no passado ela era conhecida somente pelos chamados iniciados e na actualidade, com o Espiritismo, tornou-se um fenómeno generalizado.

2. Por que Moisés proibiu o intercâmbio entre os homens e os Espíritos?
Moisés queria que seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egipto, onde as evocações estavam em uso e facilitavam os abusos, inclusive o comércio grosseiro, associado às práticas da magia e do sortilégio e até mesmo de sacrifícios humanos. A proibição de Moisés foi, assim, justíssima, porquanto as relações que então se estabeleciam com os Espíritos não se baseavam nos sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações, habilmente exploradas pelo charlatanismo.

3. Para ser médium é preciso ter um comportamento moral elevado?
Não. A mediunidade não é uma faculdade inerente apenas ao homem de bem e, por isso, todos podem possuí-la.
Ressalve-se, no entanto, que a moralização do médium libera-o da influência de Espíritos inferiores e perversos, que se sentem, então, impossibilitados de exercer domínio sobre os sensitivos por lhes faltarem condições para a necessária sintonia.

4. Qual é, segundo o Espiritismo, o objectivo da mediunidade?
O Espiritismo mostra-nos o fim exclusivamente moral, consolador e religioso das relações com a espiritualidade.
Nas práticas do Espiritismo, conforme os ensinamentos de Kardec e seus seguidores, não se fazem sacrifícios humanos, não se interrogam astros, adivinhos e magos para se informar de qualquer coisa, não se usam objectos, medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais, nem se escolhem lugares lúgubres e horários específicos para atrair ou afastar Espíritos.

5. Como entender, à vista dos ensinamentos espíritas, a interdição das relações entre os homens e os mortos?
Em face da finalidade superior da mediunidade, repelir as comunicações é repudiar um meio poderoso de instrução, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que as comunicações nos fornecem. Interditar as comunicações equivale a privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar, razão por que, actualmente, até a Igreja, pela voz de vários de seus pastores, entre eles frei Boaventura Kloppenburg, padre François Brune e padre Gino Concetti, admite que a comunicação com os Espíritos pode ser salutar, especialmente pelo conforto moral que traz aos que se encontram desesperados com a perda de um ente querido.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:09 pm

16 - Mediunidade: conceito e tipos
Sumário: Significado do vocábulo médium. - Percepção das influências espirituais. - Papel da mente no fenómeno mediúnico. - Principais tipos e modalidades de mediunidade. - O meio de comunicação espírita mais completo, segundo Allan Kardec.

Que é ser médium
1. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.

2. Apesar disso, só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

3. A percepção das influências espirituais se dá pelo fenómeno mental da sintonia, ou seja, nossa mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam connosco, tanto quanto somos por eles atraídos.

Mediunidade e Doutrina Espírita
4. Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe tesouros morais e culturais. A mediunidade, pois, não basta por si mesma. Sendo uma faculdade própria da espécie humana, ela existe desde as épocas mais remotas, mas foi somente na Doutrina Espírita que encontrou um sentido mais elevado e disciplinado.

5. Como os historiadores informam, Sócrates referia-se ao amigo invisível que o acompanhava constantemente. Plutarco reporta-se ao encontro que Bruto teve certa noite com um de seus perseguidores desencarnados. Pausânias, no templo de Minerva, em Roma, ali condenado a morrer de fome, aparecia e desaparecia aos olhares de circunstantes assombrados, durante largo tempo. Nero, nos últimos dias de seu governo, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e Otávia, sua progenitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.

6. Com o advento do Cristianismo, a mediunidade atingiu a sublimação com as manifestações provocadas por Jesus e, mais tarde, por seus apóstolos. E na Idade Média prosseguiu vitoriosa nos feitos de Francisco de Assis, nas visões de Lutero e nos desdobramentos de Tereza d’Ávila, para culminar, nos tempos modernos, nas prodigiosas manifestações de Swedenborg.

7. O dom mediúnico, por ser uma conquista evolutiva da Humanidade, não deve limitar-se a mera produção de fenómenos. O médium consciente do seu papel precisa buscar disciplina e iluminação íntimas, para tornar-se um instrumento de progresso, com vistas à felicidade própria e colectiva.

Tipos de mediunidade
8. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial
para determinados fenómenos, do que resulta uma variedade muito grande de manifestações e de sensitivos, a saber: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns sonambúlicos, médiuns curadores, médiuns pneumatógrafos e médiuns escreventes ou psicógrafos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:09 pm

9. Os médiuns de efeitos físicos são aptos a produzir fenómenos materiais, como o movimento de corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes directas, materializações, transportes etc. A mediunidade de efeitos físicos foi muito comum
no surgimento do Espiritismo, com o objectivo de chamar a atenção dos encarnados para as coisas do Além, tal como ocorreu em Hydesville e depois na França, especialmente a partir de 1848.

10. Médiuns sensitivos ou impressionáveis são as pessoas susceptíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, não apresentando carácter bem definido, visto que todos os médiuns são mais ou menos sensitivos. Essa faculdade pode adquirir tal subtileza, que aquele que a possui reconhece não só a natureza, boa ou má, do Espírito que está ao lado, mas até a sua individualidade, como o cego reconhece a aproximação de tal ou tal pessoa.
O meio de comunicação considerado mais completo 11. Os médiuns audientes ouvem a voz dos Espíritos, algumas vezes uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo, doutras vezes uma vez exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva, podendo até realizar conversação com os Espíritos, que podem ser agradáveis ou desagradáveis, dependendo do nível do Espírito comunicante.

12. Os médiuns falantes transmitem a mensagem espírita através da fala. Os Espíritos atuam sobre o órgão da fala, como atuam sobre a mão dos médiuns escreventes.

13. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns a possuem no estado normal, ou seja, acordados, lembrando-se do que viram, outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo, que quase sempre é efeito de uma crise passageira.

14. Médium sonambúlico é aquele que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com precisão, como os médiuns videntes. Podem conversar com eles e transmitir-nos seus pensamentos.

15. Médiuns curadores são aqueles que têm o dom de curar pelo simples toque, pelo olhar ou pela imposição das mãos, sem uso de medicação. É a acção do magnetismo animal que produz a cura, mas essa faculdade deve ser classificada como mediunidade porque as pessoas que possuem esse dom não agem sozinhos, mas auxiliados por Espíritos que se dedicam a essa tarefa.

16. Médiuns pneumatógrafos são os que produzem a escrita directa, sem tocarem no lápis ou no papel. Já os médiuns escreventes ou psicógrafos transmitem a mensagem espiritual utilizando lápis e papel.

17. Falando sobre a psicografia, Kardec diz que, de todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples, o mais cómodo e o mais completo. Para esse meio devem tender todos os esforços, porquanto ele permite se estabeleçam com os Espíritos relações continuadas e regulares, como as que existem entre nós, e é por ele que os Espíritos revelam melhor sua natureza e o grau do seu aperfeiçoamento ou de sua inferioridade.

Questões para fixação da leitura
1. Que é ser médium?
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo e raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. No meio espírita, porém, só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:10 pm

2. Como se dá a percepção das influências espirituais?
A percepção das influências espirituais se dá pelo fenómeno mental da sintonia, ou seja, nossa mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam connosco, tanto quanto somos por eles atraídos.

3. Como definir o papel da mente no fenómeno mediúnico?
A mente se acha na base de todas as manifestações mediúnicas. Em face disso é imprescindível ao médium enriquecer o pensamento, incorporando-lhe tesouros morais e culturais.

4. Quais são os principais tipos conhecidos de mediunidade?
As principais variedades de médiuns são médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns sonambúlicos, médiuns curadores, médiuns escreventes ou psicógrafos e médiuns pneumatógrafos.

5. Que meio de comunicação espírita é considerado por Kardec o mais completo?
A psicografia.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:10 pm

17 - Mediunidade com Jesus
Sumário: Recomendação de Jesus ao conclamar seus discípulos a curar os enfermos e expulsar os demónios. - Mediunidade não pode constituir uma profissão. - O mais importante na prática mediúnica. - Características principais de um médium
evangelizado.

A mediunidade não pode ser fonte de renda
1. “Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demónios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido.” Esta foi a recomendação de Jesus aos seus discípulos, com isso querendo dizer que ninguém deve cobrar por um dom – o dom da cura – que o Pai nos concedeu graciosamente.

2. O dom da mediunidade, como já vimos anteriormente, é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram, na verdade, médiuns. Sócrates tinha a inspirá-lo um Espírito amigo. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que as vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam.

3. Ora, foi exactamente este dom: a faculdade de curar os enfermos e de expulsar os demónios, melhor dizendo, os maus Espíritos, que Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé, razão por que Jesus lhes recomendou não fizessem dessa faculdade objecto de comércio nem de especulação, nem um meio de vida, proposta reafirmada mais tarde por Allan Kardec, que recomenda aos médiuns dar à tarefa da mediunidade o seu tempo livre, o seu momento de lazer, sem pretender obter com isso recompensas de ordem material.

4. Essa orientação continua mais actual do que nunca, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá ser transformada em profissão ou fonte de renda.

5. A mediunidade, como uma luz que brilha na carne, é atributo do Espírito, património da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, a quem ela enriquece no capítulo da virtude e da inteligência sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajectória pela face do mundo.

A faculdade mediúnica é um talento precioso
6. Devemos compreender que a mediunidade só existe pelo concurso dos Espíritos. “Os atributos medianímicos – assevera Emmanuel – são como os talentos do Evangelho.
Se o património divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da Seara da verdade e do amor.” (O Consolador, item 389.)

7. Na sequência, acrescenta Emmanuel: “Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irreflectidos”. (Obra citada.)

8. Mediunidade – advertem os mentores espirituais – não basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direcção. O médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:10 pm

A mediunidade e a renovação social
9. No exercício da mediunidade com Jesus, ou seja, na perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura humana, em nome da caridade, é que o ser atinge a plenitude de suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana.

10. Não é difícil, pois, compreender como a prática mediúnica exerce importante papel na renovação social. Deus quer que os Espíritos sejam reconduzidos aos interesses da alma. Quer que o aperfeiçoamento moral do homem se torne o que deve ser: o fim e o objectivo da vida.

11. Todo progresso vem, contudo, na sua hora. Soou a hora da elevação moral para a Humanidade. O médium evangelizado, exercendo o mandato com amor e espírito de serviço em benefício do próximo, contribui em grande escala para o progresso geral, e é nesse sentido que se diz que a prática da mediunidade com Jesus é um poderoso instrumento de renovação social.

Questões para fixação da leitura
1. Ao conclamar seus discípulos a restituir a saúde aos doentes, curar os leprosos e expulsar os demónios, Jesus lhes fez uma recomendação especial e bem clara. Que foi que ele lhes pediu?
A recomendação foi esta: “Dai de graça o que gratuitamente haveis recebido”, querendo com isso dizer que ninguém deve cobrar por um dom – o dom da cura – que o Pai nos concedeu graciosamente.

2. A mediunidade pode constituir uma profissão ou uma fonte de ganhos, se o médium for uma pessoa pobre, destituída dos recursos necessários à sua sobrevivência?
Não. Kardec ensina que os médiuns devem dar à tarefa mediúnica seu tempo livre, seu momento de lazer, sem pretender obter com isso recompensa de ordem material. Essa orientação continua mais actual do que nunca, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá ser transformada em profissão ou fonte de renda.

3. Na prática da mediunidade, o que é, segundo o Espiritismo, o mais importante?
A mediunidade não basta por si mesma. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direcção.
A aplicação da mediunidade, o que fazemos das faculdades mediúnicas, isso é que é o mais importante.

4. Quais as características principais de um médium evangelizado?
O médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador, e cumpre o mandato mediúnico com amor.

5. Podemos dizer que a prática da mediunidade com Jesus contribui para o progresso social?
Sim. Deus quer que os Espíritos sejam reconduzidos aos interesses da alma. Quer que o aperfeiçoamento moral do homem se torne o que deve ser: o fim e o objectivo da vida, e a prática mediúnica concorre para isso.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:11 pm

18 - Penas e gozos futuros: duração das penas
Sumário: O céu e o inferno segundo o Espiritismo. - Em que consiste o inferno. - A lei de causa e efeito. - Arrependimento, expiação e reparação. - Insuficiência do arrependimento para a regeneração da pessoa. - Código penal da vida futura e seus três princípios fundamentais.

O céu e o inferno
1. O conceito de céu e de inferno sofreu grande transformação com o advento da Doutrina Espírita. Não se traduz mais por regiões circunscritas de beatífica felicidade ou de
sofrimentos atrozes e eternos. Aprendemos que céu e inferno, em essência, são um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.

2. O dogma da eternidade absoluta das penas é incompatível com o progresso dos Espíritos, ao qual ele opõe uma barreira insuperável. Conforme o ensino espírita, o homem é filho de suas próprias obras, seja na existência corporal, seja na vida post mortem, nada devendo ao favor do Pai, que o recompensa pelos esforços que faz e o pune por sua negligência, pelo tempo em que nisso persistir.

3. Inferno pode traduzir-se por uma vida de provações extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor. A felicidade ou infelicidade após a desencarnação é inerente ao grau de aperfeiçoamento moral de cada Espírito.

A lei de causa e efeito
4. As penas ou sofrimentos que cada um experimenta são dores morais e estão em relação com os actos praticados.
Não existem recompensa e sofrimento gratuitos, obtidos sem mérito, mas sim a aplicação da lei de causa e efeito.

5. A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na existência corporal. A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é, por sua vez, causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.

6. Deus faculta a todos os Espíritos os meios de aprimoramento moral e intelectual, oferecendo-lhes em cada encarnação a possibilidade de uma programação reencarnatória coerente, na qual a criatura humana terá chances de progredir e de expiar as faltas cometidas em existências anteriores.

7. A expiação pressupõe resgate, quitação, ajuste de erros, e varia segundo a natureza e o grau da falta, podendo a mesma falta determinar expiações diversas, na conformidade das circunstâncias atenuantes ou agravantes em que for cometida.

8. O arrependimento é o primeiro passo para a regeneração, mas não basta por si mesmo. É preciso ainda a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.

9. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação. Somente a reparação, porém, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
O código penal da vida futura
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:11 pm

10. Toda conquista na evolução é o resultado natural de muito trabalho, porque o progresso tem preço. Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora ao mal de amanhã.

11. Concluindo, em que pese a diversidade de géneros e graus de sofrimento dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura, elaborado por Allan Kardec com base nos ensinamentos dos Espíritos Superiores, pode resumir-se nestes três princípios:
1º – O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo em suas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que seja necessária uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar sua futura felicidade.

12. A cada um segundo as suas obras, seja no céu ou na Terra – tal é a lei que rege a Justiça Divina e que Jesus sintetizou com perfeição em duas lições inesquecíveis: “A cada um segundo o seu merecimento” e “Quem matar com a espada perecerá pela espada”.

Questões para fixação da leitura
1. Existem realmente o céu e o inferno?
Não. O conceito de céu e de inferno sofreu grande transformação com o advento da Doutrina Espírita. Não se traduz mais por regiões circunscritas de beatífica felicidade ou de sofrimentos atrozes e eternos, respectivamente. Céu e inferno, em essência, são um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.

2. Que podemos entender por inferno?
Inferno pode traduzir-se por uma vida de provações extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor. A infelicidade após a desencarnação é inerente ao grau de aperfeiçoamento moral de cada Espírito.

3. Como podemos sintetizar em poucas palavras a chamada lei de causa e efeito?
A cada um segundo as suas obras, seja no céu ou na Terra – tal é a lei que rege a Justiça Divina que Jesus sintetizou com perfeição em duas lições inesquecíveis: “A cada um segundo o seu merecimento” e “Quem matar com a espada perecerá pela espada”. As penas ou sofrimentos que cada um experimenta são dores morais e estão em relação com os actos praticados. Não existem recompensa e sofrimento gratuitos.

4. Quando alguém prejudica outra pessoa, basta-lhe o arrependimento para merecer o perdão do Senhor?
Não. O arrependimento é o primeiro passo para a regeneração, mas não basta por si mesmo. É preciso ainda a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.

5. Três princípios resumem o código penal da vida futura, conforme os ensinamentos espíritas. Quais são eles?

Ei-los:
1º – O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas suas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que seja necessária uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições
por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar sua futura felicidade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 03, 2023 7:11 pm

19 - Livre-arbítrio e responsabilidade
Sumário: Liberdade e responsabilidade. - Conceito de livre-arbítrio. - O livre-arbítrio segundo os ensinos espíritas. - Origem dos males que nos acometem. - A lei de acção e reacção. - A semeadura é livre, a colheita é compulsória.

Liberdade e responsabilidade
1. Se o homem goza da liberdade de pensar, goza igualmente da liberdade de obrar. O livre-arbítrio é apanágio da criatura humana. Sem ele, o homem seria uma máquina, um robô.
2. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objecto com o desenvolvimento das faculdades do Espírito. A liberdade é a condição necessária da alma humana, que não poderia construir seu destino, caso não a desfrutasse.

3. A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação. É a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem responsabilidade, o homem não seria mais do que um autómato, um joguete das forças ambientes. A noção de moralidade é, pois, inseparável da de liberdade.

O livre-arbítrio
4. Quando resolvemos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a nossa consciência sempre nos alerta a respeito, aprovando-nos ou censurando-nos. Apesar de essa voz íntima nos alertar, sempre usamos o que foi decidido pela nossa vontade ou livre-arbítrio. Nada nos coage nos momentos de decisões próprias, daí ser correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos actos, que somos os construtores do nosso destino.

5. O livre-arbítrio pode ser, desse modo, definido como a faculdade que tem o indivíduo de determinar sua própria conduta, ou seja, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.

6. Aceitar que seja a vida guiada por um determinismo onde todos os acontecimentos estejam fatalmente pré-estabelecidos é raciocinar de maneira ingénua, simplória, porque, se assim fosse, o homem não seria um ser pensante, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso. Seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, à mercê dos acontecimentos.

7. O livre-arbítrio, a livre vontade que tem o Espírito de agir, exerce-se principalmente na hora em que se prepara sua futura reencarnação. Escolhendo tal família e certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provas que o aguardam e compreende, igualmente, a necessidade delas para desenvolver suas qualidades, reduzir ou eliminar seus defeitos, despir-se de seus preconceitos e vícios.

8. As dificuldades e vicissitudes que irá suportar podem ser também consequência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele as aceita com resignação e confiança.
O futuro aparece-lhe, então, não em seus pormenores, mas em seus traços mais salientes, porque sabe que ele sofrerá a influência de sua conduta na vida de relação.

A origem dos males
9. A Doutrina Espírita ensina que de duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se se preferir, promanam de duas fontes bem diferentes. Umas têm sua causa na vida presente; outras têm-nas fora desta vida.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122635
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 2 de 3 Anterior  1, 2, 3  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos