LUZ ESPÍRITA
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Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:02 pm

Iniciação à doutrina espírita:
4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo
Astolfo Olegário de Oliveira Filho


Índice
Ao Leitor
Sobre o Autor

1. A existência de Deus
2. O infinito e o espaço universal
3. Materialismo e panteísmo
4. Elementos gerais do Universo: espírito e matéria
5. O Universo e sua formação
6. Formação dos mundos e dos seres vivos
7. Os quatros reinos da Natureza
8. Pluralidade dos mundos habitados
9. Inteligência e instinto
10. Diferentes ordens de Espíritos: escala espírita
11. Diferentes ordens e progressão dos Espíritos
12. Forma e ubiquidade dos Espíritos
13. Espíritos errantes: sorte das crianças após a morte
14. Ensaio teórico sobre as sensações e percepções dos Espíritos
15. Ocupações e missões dos Espíritos
16. Almas gémeas e metades eternas
17. Simpatias e antipatias espirituais
18. Escolha das provas
19. Separação da alma e do corpo
20. Perturbação espiritual depois da morte
21. As penas eternas na visão espírita
22. O reino de Deus e o paraíso perdido
23. Determinismo e fatalidade
24. Livre-arbítrio
25. Os fundamentos da justiça da reencarnação
26. As provas da reencarnação
27. Justificativas do esquecimento do passado
28. Prelúdio da volta do Espírito à vida corporal
29. A infância
30. A encarnação nos diferentes mundos
Bibliografia
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:02 pm

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

Podemos defini-lo assim:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”
KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo, Preâmbulo

Ao Leitor
Publicada com o título geral de Iniciação à Doutrina Espírita, esta obra tem por alvo as pessoas que estão dando seus primeiros passos em matéria de Espiritismo.
Trata-se, pois, de uma publicação cujo propósito é preparar o leitor iniciante para que, dotado de um conhecimento preliminar sobre os ensinamentos espíritas, possa na sequência aprofundar-se no estudo da obra de Allan Kardec e de seus continuadores.
A série compõe-se de 5 volumes:
1º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 1 - Noções gerais e princípios básicos
2º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 2 - As leis morais segundo o Espiritismo
3º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 3 - Aspecto científico do Espiritismo
4º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 4 - Aspecto filosófico do Espiritismo
5º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 5 - Aspecto religioso do Espiritismo.


Conteúdo desta obra
O e-book ora publicado, que é o 4º volume da série Iniciação à Doutrina Espírita, é formado por 30 capítulos.
Na obra são focalizados inúmeros temas e questões directamente relacionados com o chamado aspecto filosófico do Espiritismo.
Entre esses temas e questões, são objecto de capítulos específicos no livro, entre outros:
- A existência de Deus
- Materialismo e panteísmo
- Formação dos mundos e dos seres vivos
- Pluralidade dos mundos habitados
- Inteligência e instinto
- Escala espírita
- Erraticidade
- Ocupações e missões dos Espíritos
- Reencarnação e suas provas
- Perturbação espiritual depois da morte
- As penas eternas na visão espírita
- Determinismo e fatalidade
- Livre-arbítrio
- A infância.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:03 pm

Sobre o Autor
Astolfo Olegário de Oliveira Filho é director de redacção do jornal espírita "O Imortal" e da revista espírita O Consolador, fundada em 18/4/2007 por ele e seu colega José Carlos Munhoz Pinto.
Natural de Astolfo Dutra (MG), reside desde os 18 anos em Londrina (PR), cidade para a qual se mudou com vistas a cursar a faculdade, graduando-se então no curso de Ciências Económicas.
Filho de pais espíritas – Astolfo Olegário de Oliveira e Anita Borela de Oliveira –, é casado com Célia Maria Cazeta de Oliveira, sendo pai de quatro filhos e avô de sete netos.
Escreveu e manteve por 13 anos, de 1980 a 1992, a coluna "Espiritismo" publicada aos domingos pela "Folha de Londrina".
É autor do livro “20 Lições sobre Mediunidade”, publicado inicialmente em novembro de 2003 pela Editora Leopoldo Machado e posteriormente, no formato digital, pela EVOC.
Participa das actividades do Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), onde atua como esclarecedor em grupo espírita de desobsessão e como coordenador dos estudos realizados pelo Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes.
Colabora também na Comunhão Espírita Cristã de Londrina, instituição localizada na periferia da cidade, da qual é, ao lado de sua esposa e vários amigos, um dos fundadores.
Fundou e dirigiu a Editora Leopoldo Machado e é actualmente director da EVOC - Editora Virtual O Consolador, de Londrina (PR), sendo também editor do blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:03 pm

1 – A existência de Deus[b]
Sumário: Princípios fundamentais da Doutrina Espírita. – Conceito espírita de Deus. – Argumento dos materialistas contrário à existência de Deus. – Provas da existência de Deus.

[b]A existência de Deus é um dos princípios fundamentais do Espiritismo

1. Um dos princípios da Doutrina Espírita é o da existência de Deus como o Criador necessário de tudo o que existe. Outro princípio, igualmente fundamental, é o da existência dos Espíritos, e outro ainda é o princípio da natureza espiritual da alma humana, que constitui a individualidade consciente, permanente e imperecível do homem.

2. Tudo o mais que os Espíritos revelaram – a pluralidade dos mundos habitados, a reencarnação, a lei de causa e efeito, o princípio da necessidade das provas como meio de progresso – é decorrência natural dos princípios básicos citados. Fulge, no entanto, luminoso e à frente de todos, o princípio da existência do Eterno Criador.
3. Kardec iniciou sua principal obra, O Livro dos Espíritos, com um capítulo inteiramente consagrado a Deus e às provas de sua existência. Nesse livro o codificador da doutrina espírita perguntou aos Espíritos onde se pode encontrar a prova de que Deus
existe, e eles assim responderam: “Num axioma que aplicais às vossas ciências.
Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá” (O Livro dos Espíritos, questão 4).
4. Em A Génese, sua última obra, depois de explicar, no capítulo I, o carácter da revelação espírita, o codificador trata novamente da existência de Deus logo na abertura do capítulo II, mostrando que ela constitui o mais importante princípio da Doutrina Espírita.

Deus não se mostra, mas se revela por suas obras
5. Nesse livro, o codificador do Espiritismo examina em seguida a opinião dos que opõem à tese da existência de Deus o pensamento de que as obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atracção e repulsão, sob cujo império tudo ocorre, quer no reino inorgânico, quer nos reinos vegetal e animal, com uma regularidade mecânica que não acusa a acção de nenhuma inteligência livre. O homem – dizem tais opositores – movimenta o braço quando quer e como quer. Aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o nascimento até à morte, seria um autómato. Ora, as forças orgânicas da Natureza são puramente automáticas.

6. “Tudo isso é verdade, redarguiu Kardec, mas essas forças são efeitos que hão de ter uma causa.” São elas materiais e mecânicas, mas são postas em acção, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa, por uma inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente.

7. O Espiritismo dá o homem uma ideia de Deus que, com a sublimidade da Revelação, está conforme à mais perfeita e justa racionalidade.

8. Convence-nos da existência do Criador sem necessidade de recorrer a outras provas que não as que provêm da simples contemplação do Universo, onde Deus se revela através de leis sábias e de obras admiráveis que constituem um conjunto grandioso de tanta harmonia e onde há perfeita adequação dos meios aos fins, que se torna impossível não ver por trás desse extraordinário mecanismo
a acção de uma Suprema Inteligência, como os Espíritos Superiores fizeram questão de asseverar na resposta dada à pergunta de abertura de O Livro dos Espíritos: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (Obra citada, questão 1).
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:03 pm

A mecânica celeste não se explica por si mesma
9. Assim o compreendem, numa inata intuição de sua existência e de seu poder, todos os que não se deixaram empolgar totalmente pelo terrível entorpecedor da inteligência e do sentimento humanos, que é o orgulho, e reconhecem no mecanismo que entretém os movimentos universais a existência imprescindível de um primeiro motor transcendente. “A mecânica celeste não se explica por si mesma – escreveu Leon Denis -, e a existência de um motor inicial se impõe. A nebulosa primitiva, mãe do Sol e dos planetas, era animada de um movimento giratório. Mas quem lhe imprimira esse movimento? Respondemos sem hesitar: Deus.”

10. Assim como Leon Denis, também Albert Einstein reconheceu a existência de Deus como fonte necessária da energia que dá o primeiro impulso a tudo o que se move no Universo. E, muito antes dele, Isaac Newton teve de admitir a existência necessária de uma causa transcendente e de um primeiro motor para explicar o movimento dos planetas, declarando-se impotente para explicar tais movimentos somente pelas leis da Mecânica.

Questões para fixação da leitura
1. Quais são os princípios fundamentais da Doutrina Espírita mais relevantes?
A existência de Deus como o Criador necessário de tudo o que existe; a existência dos Espíritos; a natureza espiritual da alma humana, considerada como Espírito encarnado; a pluralidade dos mundos habitados; a reencarnação e a lei de causa e efeito.

2. Os materialistas opõem à tese da existência de Deus um argumento interessante que eles consideram irrespondível. Que argumento é esse?
Eles opõem à tese da existência de Deus o pensamento de que as obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atracção e repulsão, sob cujo império tudo ocorre, quer no reino inorgânico, quer nos reinos vegetal e animal, com uma regularidade mecânica que não acusa a acção de nenhuma inteligência livre, porque as forças orgânicas da Natureza seriam, segundo eles, puramente automáticas.

3. Qual é o principal argumento apresentado pelo Espiritismo como prova da existência de Deus?
Segundo o ensino espírita, a prova de que Deus existe pode ser encontrada num axioma aplicável às ciências: não há efeito sem causa. Procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e a razão nos responderá. Aos materialistas, Kardec diz que as forças orgânicas da Natureza, que eles consideram automáticas, são na verdade efeitos que hão de ter uma causa.

4. Como a Doutrina Espírita conceitua Deus?
Deus é, segundo o Espiritismo, a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas.

5. Eram ateus os génios da Física Albert Einstein e Isaac Newton?
Não. Einstein reconhecia a existência de Deus como fonte necessária da energia que dá o primeiro impulso a tudo o que se move no Universo e Newton, muito antes dele, declarou-se impotente para explicar os movimentos dos astros somente pelas leis da Mecânica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:04 pm

2 – O infinito e o espaço universal
Sumário: Definição de Universo. - Deus como autor do Universo. - A infinitude do espaço universal. - Conceito de tempo. - Definição de espaço.

O espaço universal é, segundo o Espiritismo, infinito
1. Sendo o conjunto de tudo o que existe, o Universo - ensina o Espiritismo - é obra de Deus e dele fazem parte o próprio homem, ser pensante e racional, mas que é apenas uma criatura, um filho do Criador. No Universo há que considerar desde logo o espaço, que é a extensão onde tudo existe, e, ligado ao espaço, é preciso considerar ainda o tempo. Espaço e tempo, em termos universais e em relação a Deus, têm as dimensões do infinito e da eternidade.

2. Lemos na questão 35 de O Livro dos Espíritos: “O espaço universal é infinito ou limitado? Resposta: Infinito.
Supõem-no limitado: que haverá para lá de seus limites?
Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que vos achais que podereis compreendê-lo.”

3. Por infinito devemos entender “o que não tem começo nem fim: o desconhecido”, tal como afirmaram os Espíritos Superiores no questão 2 de O Livro dos Espíritos.

4. No cap. VI de A Génese, de Allan Kardec, o Espírito de Galileu, valendo-se da mediunidade de Camille Flammarion, trata do assunto. Eis nos itens seguintes, de forma resumida, o que Galileu escreveu sobre o espaço e sua infinitude.

5. Espaço é uma dessas palavras que exprimem uma ideia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que obscurecê-la. Todos sabemos o que é o espaço e apenas queremos firmar que ele é infinito.

6. Dizemos que o espaço é infinito pela simples razão de ser impossível imaginar-se-lhe um limite qualquer e porque, apesar da dificuldade que temos para conceber o infinito, mais fácil nos é avançar eternamente pelo espaço, em pensamento, do que parar num ponto qualquer, depois do qual não mais encontrássemos extensão a percorrer.

Deus semeou mundos por toda a parte no espaço infinito
7. Para figurarmos a infinidade do espaço, suponhamos que, partindo da Terra para um ponto qualquer do Universo, com a velocidade prodigiosa da centelha eléctrica [1], e que, havendo percorrido milhões de léguas [2] desde que deixamos o globo, nos achamos num lugar donde apenas o divisamos sob o aspecto de pálida estrela. Passado mais algum tempo, seguindo sempre a mesma direcção, chegamos a essas estrelas longínquas que mal percebemos de nossa estação terrestre. A partir de certo momento, não só a Terra nos desaparece inteiramente ao olhar, como também o próprio Sol com todo o seu esplendor.

8. Animados sempre da mesma velocidade, a cada passo que avançamos na extensão, transpomos sistemas de mundos, ilhas de luz etérea, estradas estelíferas, paragens sumptuosas onde Deus semeou mundos na mesma profusão com que semeou as plantas nas pradarias imensas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:04 pm

9. Ora, há apenas poucos minutos que caminhamos e já centenas de milhões de milhões de léguas nos separam da Terra, bilhões de mundos nos passaram sob as vistas e, entretanto, em realidade, não avançamos um só passo que seja no Universo.

10. Se continuarmos durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares e sempre com a mesma velocidade do relâmpago, nem um passo igualmente teremos avançado, qualquer que seja o lado para onde nos dirijamos e qualquer que seja o ponto para onde nos encaminhemos, a partir deste grãozinho invisível donde saímos e que chamamos Terra. Eis aí o que é o espaço!

11. Vista a lição do Espírito de Galileu sobre o espaço, vejamos agora o tempo, que, segundo Kardec, “é a sucessão das coisas” e está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
O tempo existe por causa dos movimentos celestes

12. O tempo - adverte Hermínio C. Miranda - é apenas uma medida relativa de sucessão das coisas transitórias. A eternidade não é susceptível de medida alguma, do ponto de vista da duração, porque para ela não há começo nem fim: tudo lhe é presente.

13. O espaço existe por si mesmo, mas se passa o contrário com relação ao tempo. Se é impossível supor a supressão do espaço, não é assim com relação ao tempo. O tempo, assevera Camille Flammarion, é criado pela medida dos movimentos celestes. Se a Terra não girasse, nem astro algum, se não houvesse sucessão de períodos, não existiria o tempo. Foi a Astronomia que nos permitiu determiná-lo.
Suprimido o Universo, continuará a existir o espaço, mas o tempo cessará, desvanecer-se-á, desaparecerá.

14. Albert Einstein descartou-se do conceito de tempo absoluto – um fluxo universal, inexorável de tempo, firme, invariável, que corre de um passado infinito para um futuro infinito. Muito da obscuridade que envolve a Teoria da Relatividade procede da relutância do homem em reconhecer que o senso do tempo, como o senso da cor, é uma forma de percepção.

15. Assim como não há cor sem olhos para observá-la, de igual forma, uma hora ou um dia nada são sem um evento que os assinale. Como o espaço é simplesmente uma ordem possível de objectos materiais, o tempo é simplesmente uma ordem possível de eventos.

16. O tempo seria, então, um conceito meramente subjectivo; estaria exclusivamente na dependência de um observador para apreciá-lo em determinado ponto e, portanto, inescapavelmente subordinado à relatividade de sua posição quanto a tudo o mais no Universo que o cerca.

Questões para fixação da leitura
1. Como podemos definir o Universo?
O Universo é o conjunto de tudo o que existe, incluindo o próprio homem, que dele também faz parte.

2. Quem, segundo o Espiritismo, é o autor do Universo?
Segundo o Espiritismo, o autor do Universo é Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:05 pm

3. O espaço universal é limitado ou infinito?
Conforme aprendemos na questão 35 de O Livro dos Espíritos, o espaço universal é infinito.

4. Como definir o tempo?
O tempo é a sucessão das coisas e está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. O tempo é uma medida relativa de sucessão das coisas transitórias.

5. Podemos dizer que o tempo é, do mesmo modo que o espaço, uma coisa objectiva?
Não. O tempo é um conceito meramente subjectivo.
Depende da existência de um observador para apreciá-lo em determinado ponto e encontra-se, portanto, inescapavelmente subordinado à relatividade de sua posição quanto a tudo o mais que o cerca.
___________________________________________________________________________________________________
[1] A velocidade da luz foi medida no século XIX. No vácuo, ela é de 300 mil km por segundo. Na água, sua velocidade cai para 225 mil km por segundo.
[2] Légua é uma antiga unidade brasileira de medida itinerária, equivalente a 3.000 braças, ou seja, 6.600 metros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 14, 2023 8:05 pm

3 – Materialismo e panteísmo
Sumário: Origem e definição do materialismo. - As teses tradicionais defendidas pelo materialismo. - Escolas que se opuseram às ideias materialistas. - O panteísmo e sua doutrina.

O materialismo nasceu com Tales na Grécia antiga
1. Materialismo é a doutrina filosófica segundo a qual não existe essencialmente no Universo coisa alguma além da matéria, quer como causa, quer como efeito. Implica um sistema de mundos em que o fundamento único é a matéria, incriada e eterna, isto é, existente por si mesma, necessária e suficiente, sem interferência alguma de Deus. Essa concepção é muito antiga e vem desde os primeiros filósofos gregos.

2. Nos tópicos seguintes apresentamos um resumo das ideias materialistas ao longo da história.

3. O materialismo, como doutrina, ensino ou escola, nasceu com Tales de Mileto, na Grécia antiga, por volta do século VI a.C. O materialismo dos filósofos jónicos arrola algumas teses que se tornariam características das doutrinas materialistas posteriores:
I - A filosofia deve explicar os fenómenos não por meio de mitos religiosos, mas pela observação da própria realidade.
II - A matéria, incriada e indestrutível, é a substância de que todas as coisas se compõem e à qual todas se reduzem.
III - A geração e a corrupção das coisas obedecem a uma necessidade não sobrenatural, mas natural, não ao destino, mas às leis físicas.
IV - A matéria não é estática, mas se acha em constante movimento, em permanente metamorfose.
V - A experiência sensível é a origem do conhecimento.
VI - A alma faz parte da natureza e obedece às mesmas leis que regem o seu movimento.

4. Para Tales de Mileto, a substância primordial era a água; para Anaximandro, a matéria indeterminada. Os fenómenos da natureza consistiriam em transformações do mesmo princípio material, independentemente de qualquer interferência divina.

5. Anaxágoras entendia que a natureza se constituía de homeomerias, unidades que contêm os elementos de todas as coisas em proporções infinitesimais. Demócrito sustentava que o princípio de todas as coisas eram os átomos. Tudo o que existe seria material, e a matéria que constitui os átomos é qualitativamente idêntica, determinando os diferentes fenómenos da natureza em função da diversidade quantitativa dos átomos. A alma humana, feita também de átomos, estaria sujeita à decomposição e à morte. A natureza – dizia Demócrito – se explica por si mesma, e os acontecimentos que hoje se produzem não têm causa primeira, pois preexistem de toda a eternidade no tempo infinito, contendo, sem excepção, tudo o que foi, é e será.

A escola platónica se opôs desde cedo ao materialismo
6. As teses materialistas citadas reinaram até o século XIII, havendo em contraposição a elas as escolas espiritualistas – sobretudo a platónica e a neoplatónica – e aquelas que tentaram conciliar o materialismo com a teologia, como a escola aristotélica.

7. No longo período que constituiu a Idade Média, o materialismo foi sofrendo algumas alterações, sempre, porém, rejeitando a ideia de um Criador supremo. Para Francis Bacon (1561-1626), as ciências físicas e naturais constituíam “a verdadeira ciência”.
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8. Hobbes (1588-1679) concebeu por essa mesma ocasião um sistema materialista perfeitamente coerente. Imaginando o mundo à maneira de Descartes, a geometria como paradigma do pensamento lógico e a mecânica de Galileu como ideal da ciência da natureza, ele considerou o mundo um conjunto de corpos materiais, definidos geometricamente, por sua forma e extensão. O homem seria um corpo, como os demais; a alma não existiria e os organismos não passariam de engrenagens do mecanismo universal.

9. John Locke (1632-1704) negava as ideias inatas e afirmava que todas as ideias humanas têm origem na experiência. No século XVIII, Julien Offroy de la Mettrie (1709-1751) afirmou que o prazer e o amor-próprio são os únicos critérios da vida moral e os fenómenos psíquicos resultam de alterações orgânicas no cérebro e no sistema nervoso. Na mesma época, Claude-Adrien Helvétius (1715-1771), que é considerado o precursor ideológico da Revolução Francesa, defendeu a tese de que todas as ideias são sensações provocadas pelos objectos materiais e a personalidade é produto do meio e da educação.

10. Encerrando o século XVIII, Paul Henri Dietrich (1723-1789) insistia na negação das ideias inatas, da existência da alma e de Deus, além de considerar o Cristianismo contrário à razão e à natureza. Para Dietrich, o comportamento religioso não passava de despotismo político.

Não é só o materialismo que nega a existência de Deus
11. Com Karl Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895) surge, no século XIX, o chamado materialismo histórico e dialéctico. Segundo o marxismo, as organizações políticas e jurídicas, os costumes e a religião são estritamente determinados pelas condições económicas, pelo estado da indústria e do comércio, da produção e das vendas.

12. Como se vê, os materialistas só crêem na matéria.
Contudo, não podem deixar de ver a ordem existente no Universo, uma ordem inteligente que reconhecem, mas que, para eles, não necessita de uma causa inteligente que a preceda, conceba e presida.

13. Não é, porém, apenas o materialismo que nega Deus e a existência dos Espíritos. O panteísmo também os nega.
Para os que professam essa doutrina – entre os quais avulta a mentalidade vigorosa de Spinoza – Deus, embora sendo o Ser Supremo, não é um Ser distinto, pois o consideram resultante da reunião de todas as forças, todas as inteligências do Universo. Comentando tal ideia, Kardec diz que ela é tão inconsistente que, se verdadeira, derrogaria os atributos de Deus mais importantes.

14. Com efeito, com o panteísmo, Deus seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Como a matéria se transforma sem cessar, nenhuma estabilidade Ele teria.
Achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes e mesmo a todas as necessidades humanas, e lhe faltaria um dos atributos essenciais da Divindade, que é a imutabilidade.

15. A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro, mas as obras de Deus não são o próprio Deus, assim como o quadro não é o pintor que o concebeu. Materialismo e panteísmo se confundem, pois, na mesma negação de Deus como um Ser distinto, que é, no ensino dos Espíritos Superiores, a Inteligência Suprema do Universo e a Causa primária de todas as coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:47 am

Questões para fixação da leitura
1. Em que consiste o materialismo?
O materialismo é a doutrina filosófica segundo a qual não existe essencialmente no Universo coisa alguma além da matéria, quer como causa, quer como efeito. Seu fundamento único é a matéria, incriada e eterna, isto é, existente por si mesma, necessária e suficiente, sem interferência alguma de Deus.

2. Quais foram as principais teses defendidas, ao longo dos tempos, pelo materialismo?
A matéria, incriada e indestrutível, é a substância de que todas as coisas se compõem e à qual todas se reduzem.
A geração e a corrupção das coisas obedecem a uma necessidade não sobrenatural, mas natural.
A matéria não é estática, mas se acha em constante movimento, em permanente metamorfose.
A alma faz parte da natureza e obedece às mesmas leis que regem o seu movimento.

3. Que escolas desde cedo se opuseram às doutrinas materialistas?
As escolas espiritualistas – sobretudo a platónica e a neoplatónica – e aquelas que tentaram conciliar o materialismo com a teologia, como a escola aristotélica.

4. Em que se resume o panteísmo?
Para os que professam o panteísmo, Deus não é um Ser distinto, mas o resultante da reunião de todas as forças, todas as inteligências do Universo. De acordo com o panteísmo, Deus seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Como a matéria se transforma sem cessar, nenhuma estabilidade Ele teria e se acharia, pois, sujeito a todas as vicissitudes e a todas as necessidades humanas.

5. Que diz o Espiritismo a respeito de materialismo e panteísmo?
O Espiritismo combate tanto um como o outro, porque ambos se confundem na mesma negação de Deus como um Ser distinto, como a inteligência suprema do Universo e a causa primária de todas as coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:54 am

4 – Elementos gerais do Universo: espírito e matéria
Sumário: Definição de matéria conforme a Ciência. - Conceito de matéria segundo o Espiritismo. - Os elementos gerais do Universo. - O fluido universal, que é e em que consiste, na visão espírita.

A matéria existe em estados que o homem ignora
1. Além da Ciência, que é a fonte dos conhecimentos que o homem pode adquirir com o próprio esforço, aplicando a inteligência, a lógica dos raciocínios e o método experimental, tem ele na revelação outra importante fonte de aquisição de conhecimentos. Deus permite que a revelação lhe seja feita por intermédio de Espíritos Superiores, no domínio exclusivo da ciência pura, isto é, sem quaisquer objectivos utilitaristas, aplicação prática ou tecnológica.

2. A Ciência terrena limitou-se até hoje a considerar como únicas realidades existentes a matéria e a energia.
Aprofundando-se, no entanto, no estudo desses dois elementos, o homem chegou à conclusão de que estão eles de tal modo e tão estreitamente relacionados, que representam, em verdade, duas expressões de uma só e mesma realidade, não sendo a matéria mais do que energia condensada ou concentrada, limitada em sua força e dinamismo próprios, verdadeiramente escravizada, encerrada em âmbitos restritos para formar as massas densas dos corpos materiais.

3. Inversamente, em determinadas condições, é a matéria atingida em sua massa, desconcentrando-se, descondensando-se, desintegrando-se e libertando energia em radiações diversas de natureza corpuscular. Há, assim, sempre, lado a lado no Universo, matéria densa e energia livre em interacções recíprocas, que condicionam os dois processos inversos de condensação e de libertação de energia. Enorme já é o acervo de conhecimentos que sobre esse aspecto do Universo a Ciência e a tecnologia permitiram ao homem acumular, mas que, evidentemente, escapa aos objectivos deste livro.

4. É importante, no entanto, assinalar que a Ciência não considera, na constituição do Universo, senão o elemento material, quer em seu estado denso, quer em suas manifestações energéticas. A revelação espírita não procedeu assim e foi além, ao ensinar que existem fundamentalmente dois elementos gerais no Universo: o elemento material e o elemento espiritual. E mais: o elemento material não abrange somente as formas densas, visíveis e tangíveis, dotadas de massa e ponderabilidade, extensão e impenetrabilidade, mas também estados subtis, inacessíveis aos nossos sentidos, em que desaparecem a tangibilidade e a ponderabilidade e surge a característica penetrabilidade, com relação à massa densa.

5. Ao tratar do assunto, em resposta a uma pergunta formulada por Kardec, os Espíritos Superiores esclareceram que a matéria existe em estados que o homem ignora e pode ser, por exemplo, tão etérea e subtil que nenhuma impressão causa aos sentidos. Definindo-a, eles disseram: “A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua acção” (L.E., item 22).

Matéria e espírito são os elementos gerais do Universo
6. Conforme o ensinamento que os Espíritos transmitiram naquela oportunidade, dois seriam os elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito, e acima de tudo, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas.
Deus, espírito e matéria constituem, portanto, o princípio de tudo o que existe, mas – informaram os Espíritos Superiores – ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, que é por demais grosseira para que o espírito possa exercer acção sobre ela.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:54 am

7. Embora seja lícito classificá-lo como elemento material, o fluido universal dele se distingue por propriedades especiais. Ele está colocado entre o espírito e a matéria. É fluido, como a matéria é matéria, e susceptível, por suas inumeráveis combinações com a matéria, de produzir sob a acção do espírito a infinita variedade das coisas de que somente conhecemos uma parte mínima. O fluido universal, também chamado de fluido cósmico, primitivo ou elementar, é não só o agente de que o espírito se utiliza, mas também o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e não adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.

8. Tudo no Universo, como vemos, procede de Deus, que criou o fluido universal que enche o espaço infinito e é, verdadeiramente, o elemento primitivo a partir do qual se forma o que no Universo é material, como os planetas e os seres. Mas Deus criou também o espírito, elemento inteligente, que é submetido a longa elaboração através dos diversos reinos da Natureza. No contacto com os diversos reinos da Natureza, o princípio inteligente recebe impressões que, pela repetição, vão-se fixando, dando origem a automatismos, reflexos, memória, instintos e hábitos que acabam por integrar-se em individualidades conscientes, dotadas de razão e vontade, livre-arbítrio e responsabilidade, destinadas a progredir até que adquiram pureza e perfeição que as aproximam da Inteligência Suprema.

9. A ideia criadora procede, portanto, de Deus e pode surgir no espírito, do que se conclui que só o espírito pode conceber ideias; a matéria, não. A ideia toma forma pela acção da vontade divina ou do espírito sobre o fluido universal que, por sua natureza intermediária entre o espírito e a matéria, está apto a receber influência daquele, transmitindo-a a esta.

O fluido universal é o princípio elementar de todas as coisas
10. Em síntese, Kardec consigna em sua obra os seguintes ensinamentos acerca do fluido universal:
1º. O fluido universal é uma criação divina, não uma emanação do Criador.
2º Elemento universal, é ele o princípio elementar de todas as coisas.
3º. Para encontrá-lo em sua simplicidade absoluta, é preciso ascender aos Espíritos puros, porque em nosso mundo ele está mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que nos cerca.
4º. O estado que mais se aproxima de sua simplicidade absoluta é o que chamamos fluido magnético animal.
5º. O fluido universal é imponderável.

11. Com relação à matéria, ensina o Espiritismo:
1º. A matéria é formada de um só elemento primitivo; os corpos considerados simples são, em verdade, transformações da matéria primitiva.
2º. As propriedades da matéria decorrem das modificações que as moléculas elementares sofrem, em certas circunstâncias, por efeito da sua união.
3º. A matéria elementar é susceptível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades.
4º. É acertada a opinião dos que dizem que há na matéria apenas duas propriedades essenciais: a força e o movimento. As demais propriedades não passam de efeitos secundários que variam conforme a intensidade da força, a direcção do movimento e a disposição das moléculas.
5º. As moléculas têm forma, que é constante nas moléculas elementares primitivas e variável nas moléculas secundárias, que nada mais são que aglomerações das primeiras.
6º. O que chamamos molécula está, no entanto, muito longe da molécula elementar.

12. Os ensinamentos espíritas com relação à matéria constituem admirável antecipação das verdades sobre a descontinuidade da matéria e sua unicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:54 am

13. Com efeito, embora se considerem actualmente, na base da constituição da matéria, além das moléculas e dos átomos, numerosas outras partículas, como os hádrons [1] e os léptons [2], ao tempo de Kardec as partículas consideradas como as menores porções das substâncias chamavam-se moléculas. Kardec não podia, portanto, empregar em sua época outro termo senão moléculas para designar essas partículas, tanto as que representam a matéria densa como os estados subtis da matéria derivados directamente do fluido universal. A ideia é, porém, a mesma, ou seja, a matéria é una e, apesar de sua aparente diversidade, todas as modalidades de substâncias nada mais são que modificações da matéria cósmica ou substância elementar primitiva, da qual deriva tudo o que é material no Universo.

Questões para fixação da leitura
1. Que é que hoje a Ciência entende por matéria?
Matéria não é senão energia condensada ou concentrada, limitada em sua força e dinamismo próprios, verdadeiramente escravizada, encerrada em âmbitos restritos para formar as massas densas dos corpos materiais.

2. Como o Espiritismo define a matéria?
Segundo a Doutrina Espírita, a matéria existe em estados que o homem ignora e pode ser, por exemplo, tão etérea e subtil que nenhuma impressão causa aos sentidos.
Definindo-a, diz o Espiritismo: “A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua acção” (O Livro dos Espíritos, item 22).

3. Há quantos elementos gerais no Universo?
Dois são, segundo o Espiritismo, os elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito, e acima de tudo, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Mas – lembram os imortais – ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, que é por demais grosseira para que o espírito possa exercer acção sobre ela.

4. Que informações o Espiritismo nos dá com relação ao fluido universal?
Embora seja lícito classificá-lo como elemento material, o fluido universal se distingue por propriedades especiais.
Ele está colocado entre o espírito e a matéria. É fluido, como a matéria é matéria, e susceptível, por suas inumeráveis combinações com a matéria, de produzir sob a acção do espírito a infinita variedade das coisas de que somente conhecemos uma parte mínima. O fluido universal, também chamado de fluido cósmico, primitivo ou elementar, é não só o agente de que o espírito se utiliza, mas também o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e não adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.

5. Com relação à matéria, que é que nos ensina a Doutrina Espírita?
Com relação à matéria, ensina o Espiritismo: A matéria é formada de um só elemento primitivo; os corpos considerados simples são, em verdade, transformações da matéria primitiva. As propriedades da matéria decorrem das modificações que as moléculas elementares sofrem, em certas circunstâncias, por efeito da sua união. A matéria elementar é susceptível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades. É acertada a opinião dos que dizem que há na matéria apenas duas propriedades essenciais: a força e o movimento. As demais propriedades não passam de efeitos secundários que variam conforme a intensidade da força, a direcção do movimento e a disposição das moléculas. As moléculas têm forma, que é constante nas moléculas elementares primitivas e variável nas moléculas secundárias, que nada mais são que aglomerações das primeiras.
___________________________________________________________________________________________________
[1] Hádron: designação genérica de partículas que sofrem interacções fortes, e da qual se conhecem dois tipos: os bárions, formados por três quarks, e os mésons, formados por um quark e um antiquark.
[2] Lépton: Férmion que não sofre interacção forte e interage com outras partículas através de interacções fracas, electromagnéticas ou gravitacionais. São léptons: o eléctron, o múon, o tau, e os neutrinos associados a cada uma dessas partículas. O número de léptons se conserva nas interacções entre partículas. Para cada lépton existe uma antipartícula equivalente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:55 am

5 – O Universo e sua formação
Sumário: Hipótese sobre o modo como o Universo foi criado. - Distinção entre os dois elementos gerais do Universo. - Os elementos químicos naturais. - A matéria cósmica primitiva.

Deus criou o Universo por ato de sua vontade
1. Tudo o que existe e não for obra do homem é obra de Deus. É por isso que dizemos criação divina quando nos reportamos a esse imenso Universo que, como diz Kardec, abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o enchem. Mas... Como Deus criou o Universo?

2. A resposta a esta pergunta é ainda um mistério, como o é a própria existência do Criador, e não será a inteligência humana, no estado em que por enquanto se encontra, que irá penetrar tal mistério. Temos de conformar-nos, portanto, a esse respeito, com o que disseram a Kardec os Espíritos Superiores na questão 38 d’O Livro dos Espíritos: “Como Deus criou o Universo?”
R.: “Para me servir de uma expressão corrente, direi: Pela sua vontade. Nada caracteriza melhor essa verdade omnipotente do que estas belas palavras do Génesis: Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”

3. Sabemos, no entanto, pela revelação dos Espíritos Superiores, que Deus criou dois elementos fundamentalmente diferentes – chamados elementos gerais do Universo –, diametralmente opostos por suas qualidades essenciais: o elemento material, bruto e totalmente inerte, e o elemento espiritual, inteligente, susceptível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, do qual resultam individualidades conscientes, dotadas da razão e da vontade.

4. Com o primeiro – o elemento material – formou Deus os mundos que rolam no espaço e os corpos que neles existem, sujeitos às leis da Mecânica Celeste. É desse elemento que vamos especialmente tratar neste capítulo, ao mesmo tempo em que, à luz da Doutrina Espírita, procuraremos penetrar, por pouco que seja, na origem e na formação dos mundos. Chamemo-lo simplesmente de matéria e tentemos defini-la.

É infinita a extensão do Universo físico
5. Numa definição bastante singela, podemos dizer que matéria é tudo o que existe constituindo o Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenómenos que afectam nossos sentidos, estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos ópticos – telescópios, espectroscópios, microscópios – que nos possibilitaram observações muito além do alcance natural dos nossos órgãos sensórios, levando-nos tanto aos gigantescos mundos, estrelas e galáxias que enchem o espaço, como às mais íntimas estruturas dos seres e das coisas do nosso mundo e de outros relativamente próximos da Terra.

6. Como é infinita a extensão do Universo físico, para estudar a matéria, a fim de bem compreendê-la e defini-la, o homem tem necessariamente de reduzir suas observações a porções limitadas da matéria que se encontra a seu alcance, verificando a possibilidade de generalizar os resultados das observações feitas a toda a matéria do Universo.

7. Embora os corpos tenham propriedades gerais que os identifiquem como materiais, à mais simples e superficial observação vê-se que diferem extraordinariamente uns dos outros, podendo apresentar variedades de aspecto quase infinitas. Diferem em primeiro lugar pelo estado físico, podendo apresentar-se no estado sólido, líquido ou gasoso, ou ainda em estados intermediários, como o pastoso ou o de vapor. Se nos ativermos agora somente aos corpos sólidos, veremos que eles diferem pela forma exterior, e é atendendo a essas diferentes formas que os nomearemos: um cilindro, uma esfera, um cubo, uma pirâmide, uma chapa, um fio, um anel, uma estante etc.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:55 am

8. Além da forma, os corpos sólidos podem distinguir-se também pelas dimensões, existindo ainda um terceiro ponto que nos permite distinguir mais profundamente os corpos uns dos outros: a substância do corpo. Existem corpos de vidro, outros de madeira, uns são de ferro, outros de cobre e assim por diante. Há corpos que têm a sua substância individual e unívoca, ou seja, constituída de partes absolutamente iguais umas às outras, formando o que se poderia chamar de corpo puro, mas nem todos os corpos são assim, havendo uma imensa maioria na Natureza que se constitui de porções diferentes, separáveis por processos apropriados, indicando que são, em verdade, misturas de duas ou mais substâncias, misturas que podem ser mais ou menos heterogéneas ou aparentemente homogéneas, conforme as dimensões das partículas em que se encontram divididas as substâncias misturadas.

Há no Universo uma única substância primitiva
9. Corpos puros são raríssimos na Natureza, podendo citar-se como um dos pouquíssimos exemplos as amostras de quartzo hialino ou cristal de rocha, constituídas de óxido de silício ou sílica, substância que nessas amostras se encontra em estado puro. A obtenção de corpos puros é obra da indústria química. Obtidos os corpos puros, a análise química mostrou que nem todos são constituídos de princípios materiais indecomponíveis e unívocos, revelando-se a grande maioria decomponíveis em outras substâncias que, por sua vez, podem ainda decompor-se. São as chamadas substâncias compostas.

10. Existe, no entanto, um pequeno número de substâncias simples, isto é, indecomponíveis, delas não se podendo extrair outras substâncias, senão elas próprias, mostrando que constituem princípios elementares e unos, motivo pelo qual foram também chamadas de elementos químicos. A Química, até o momento, pôde estabelecer a existência de um certo número de elementos químicos, que formam, por si mesmos e isolados, ou combinados entre si, todas as substâncias dos corpos. Quando se agregam átomos de um só elemento, formam-se substâncias simples; quando se combinam átomos de dois ou mais elementos, formam-se substâncias compostas – eis o que, em brevíssimo resumo, podemos dizer sobre o que a Química pôde estabelecer.

11. Onde, porém, os químicos não podem penetrar com seus poderosos instrumentos de análise, os Espíritos Superiores o fazem revelando-nos que, além do estado denso que conhecemos em nosso mundo, a matéria reveste estados mais subtis, puramente fluídicos. Esses fluidos enchem todo o espaço e se originam, por sua vez, de uma substância elementar primitiva e única – o fluido universal ou matéria cósmica – que, em realidade, é a fonte de que, por modificações e combinações variadíssimas, provém tudo no Universo, mesmo a matéria mais densa.

12. Dignas de toda consideração, pela beleza e verdade que encerram, são as afirmações do Espírito de Galileu que Kardec inseriu no cap. VI de A Génese:
“À primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substâncias que compõem o mundo. (...)
Entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dissemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da constituição íntima, quer do prisma de suas acções recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedades em que ela se transforma sob direcção das forças inumeráveis que a governam. (...) Há questões que nós mesmos, Espíritos amantes da Ciência, não podemos aprofundar e sobre as quais não poderemos emitir senão opiniões pessoais, mais ou menos hipotéticas.
(...) A com que nos ocupamos, porém, não pertence a esse número. Àqueles, portanto, que fossem tentados a enxergar nas minhas palavras unicamente uma teoria ousada, direi: abarcai, se for possível, com olhar investigador, a multiplicidade das operações da Natureza e reconhecereis que, se se não admitir a unidade da matéria, impossível será explicar, já não direi somente os sóis e as esferas, mas, sem ir tão longe, a germinação de uma semente na terra, ou a produção dum insecto. (...) Se se observa tão grande diversidade na matéria, é porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram, também as várias combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:55 am

Questões para fixação da leitura
1. Como Deus criou o Universo?
A resposta a essa pergunta é ainda um mistério e, por enquanto, temos de conformar-nos com o que a esse respeito foi respondido a Kardec, conforme texto que forma a questão 38 d´O Livro dos Espíritos: “Para me servir de
uma expressão corrente, direi: Pela sua vontade. Nada caracteriza melhor essa verdade omnipotente do que estas belas palavras do Génesis: Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”

2. Em que se distinguem, um do outro, os dois elementos gerais do Universo?
O elemento material é totalmente inerte, enquanto que o elemento espiritual é inteligente e susceptível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, objectivando a realização de individualidades conscientes, dotadas de razão e de vontade.

3. Segundo a acepção comum do termo, que podemos considerar como matéria?
Numa definição bastante singela, matéria é tudo o que existe constituindo o Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenómenos que afectam nossos sentidos, estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos ópticos.

4. Que são os chamados elementos químicos?
Elemento químico é nome que se dá a um pequeno número de substâncias simples, isto é, indecomponíveis, das quais não se podem extrair outras substâncias, senão elas próprias, mostrando que constituem princípios elementares e unos. São elementos químicos naturais, entre tantos, o hidrogénio, o oxigénio e o urânio.

5. É correto afirmar que há no Universo uma única substância primitiva de que se derivam todas as outras?
Conforme os ensinos espíritas, sim. O fluido universal ou matéria cósmica é a fonte de que, por modificações e combinações variadíssimas, provém tudo o que existe no Universo, mesmo a matéria mais densa, com excepção tão somente dos seres espirituais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:56 am

6 – Formação dos mundos e dos seres vivos
Sumário: Os compostos minerais e os compostos orgânicos. - Surgimento dos seres vivos na Terra. - Como se formam os órgãos dos seres vivos. - Formação dos mundos.

A estrutura dos seres vivos não é simples como a dos minerais
1. Nos mundos como a Terra, ao lado dos corpos materiais que formam o substrato permanente do solo ou crosta terrestre, das águas dos mares e dos gases da sua atmosfera, há seres que apresentam um ciclo de existência, isto é, nascem, crescem, desenvolvem-se, reproduzem-se, definham e morrem. São os seres vivos – os vegetais e os animais. Nos seus corpos não há a estrutura simples e relativamente homogénea de um mineral, mas a heterogeneidade de uma organização completa, órgãos que se associam em sistemas e aparelhos, com vistas à realização das complexíssimas funções vitais.

2. Os órgãos dos seres vivos são formados por tecidos específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos, por sua organização celular, havendo-os também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é a unidade vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a formação das substâncias minerais, o que significa que as substâncias orgânicas que entram na constituição dos corpos vegetais e animais são constituídas pelos mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a constituição das substâncias inorgânicas.

3. É sabido como se formam os compostos minerais: os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos, e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust).

4. Quando em dadas condições os elementos se combinam para formar um determinado composto, as massas que se combinam guardam entre si e com a massa do produto da reacção relações constantes. Por exemplo: o hidrogénio e o oxigénio apresentam grande afinidade química e, em condições apropriadas, se combinam para formar a água. Ao combinar-se, suas massas guardam entre si uma relação invariável. Poderíamos multiplicar os exemplos com as combinações binárias do oxigénio com os metais, de que resultam os óxidos metálicos, do flúor, do cloro, do bromo, do iodo, formando fluoretos, cloretos, brometos, iodetos etc.

Os seres vivos procedem sempre de um gérmen
5. O que se quer ressaltar é que os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas leis de conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a particularidade de terem todos eles como elemento primordial o carbono, vindo depois, em importância, o hidrogénio, o oxigénio e o nitrogénio [1] e, em seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e muitos outros elementos. Dizendo, porém, que os compostos orgânicos se constituem dos mesmos princípios elementares e obedecem às mesmas leis, referimo-nos a eles considerados em si mesmos, isoladamente, ou tão somente como substâncias individuais e específicas, não como participantes dos conjuntos biológicos, nas células, nos tecidos, nos órgãos e nos organismos vegetais e animais, porque aí essas substâncias aparecem conjugadas numa integração funcional para constituírem uma unidade viva, fato que reclama, evidentemente, uma força integradora, inerente a uma substância subtil que se chama princípio vital. É este princípio que comunica aos vegetais e aos animais a vida orgânica, possibilitando-lhes o exercício de todas as funções vitais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:56 am

6. O ser vivo, contudo, nunca se mostra desde o início de sua existência como o conhecemos no indivíduo adulto.
Vegetal ou animal, procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.

7. Foi a partir desses germens que a vida apareceu na Terra. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do espaço.
Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas.
Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital que lhes comunique o movimento da vida.

Nada existiria no Universo, não fosse a Vontade Divina
8. Uma vez formados a partir dos seus germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as leis da reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhe conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir das respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e 49 d’O Livro dos Espíritos.

9. Sabemos, pela revelação dos Espíritos superiores, que Deus, ao criar o cosmo ou matéria primitiva, estabeleceu também leis para reger suas transformações. Essas leis são, em verdade, meras diversificações de uma lei maior que a todas abrange e resume. Tudo no Universo é atracção e magnetismo. A gravitação universal governa os movimentos dos mundos, mantendo-os em suas órbitas, como a gravidade condiciona o peso dos corpos, inexoravelmente atraindo-os para o centro da Terra. A força de coesão atrai as moléculas [2] das substâncias, mantendo-as solidariamente unidas para formar as massas dos corpos, e a lei de afinidade química preside à atracção entre os átomos dos diferentes elementos, mantendo-os ligados, combinados nos compostos químicos.

10. Nada existiria, contudo, nem o cosmo, nem as forças cósmicas, não fosse a Vontade Divina, por cuja acção soberana tudo em realidade se criou. O começo absoluto das coisas, diz Galileu (Espírito), remonta, assim, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constitui a ordem da criação perpétua. Nada mais podemos avançar, senão que a matéria cósmica é a fonte de onde Deus, pelo seu pensamento e vontade, faz surgirem os mundos e os seres. A matéria cósmica primitiva continha e contém todos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os mundos que se formaram e continuam a formar-se, pois a criação prossegue sempre.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:56 am

11. Kardec perguntou aos Espíritos Superiores:
“Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?” e eles responderam: “Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formaram pela condensação da matéria disseminada no espaço”. O codificador do Espiritismo perguntou também se os mundos, uma vez formados, podem desaparecer, disseminando-se no espaço a matéria que os compõe, e eles informaram:
“Sim, Deus renova os mundos como renova os seres vivos”.
Deduz-se disso que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução – para que se tornem moradas apropriadas aos seres que os deverão habitar – e de desaparecimento, quando a matéria condensada que os forma se desagregará,
voltando novamente ao estado fluídico e retornando, portanto, à fonte primitiva de onde saíram – o cosmo.
___________________________________________________________________________________________________
[1] No passado, utilizava-se o vocábulo azoto em vez de nitrogénio, para designar esse elemento químico. O vocábulo azoto não é, porém, utilizado modernamente.
[2] Dá-se o nome de molécula ao grupamento estável de dois ou mais átomos, que caracteriza quimicamente uma certa substância.
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Questões para fixação da leitura
1. De que são formados os órgãos dos seres vivos?
Os órgãos dos seres vivos são formados por tecidos específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos por sua organização celular, havendo-os também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é a unidade vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a formação das substâncias minerais, o que significa que as substâncias orgânicas que entram na constituição dos corpos vegetais e animais são constituídas pelos mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a constituição das substâncias inorgânicas.

2. Como se formam os compostos minerais? E os compostos orgânicos?
É sabido como se formam os compostos minerais: os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust). Os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas leis de conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a particularidade de terem todos eles como elemento primordial o carbono, vindo depois, em importância, o hidrogénio, o oxigénio e o nitrogénio e, em seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e outros elementos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:00 pm

3. Que são germens?
Seja vegetal ou animal, o ser vivo procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.

4. Como apareceram os seres vivos na Terra?
A vida apareceu na Terra com o surgimento dos germens. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do espaço.
Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas.
Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital que lhes comunique o movimento da vida. Uma vez formados a partir dos seus germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as leis da reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhe conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir das respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e 49 d’ O Livro dos Espíritos.

5. Que ensina o Espiritismo a respeito da formação dos mundos?
Tudo o que a esse respeito se pode dizer, segundo os ensinos espíritas, é que os mundos se formaram pela condensação da matéria disseminada no espaço e que Deus os renova, como renova os seres vivos, o que nos permite deduzir que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução e de desaparecimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:01 pm

7 – Os quatros reinos da Natureza
Sumário: O reino mineral e sua principal característica. - Seres orgânicos e inorgânicos. - Diferença básica entre vegetais e animais. - Características que distinguem o homem dos outros seres.

A característica do reino mineral é a ausência de vida
1. Observando os seres da Natureza, os naturalistas os classificaram em três reinos: mineral, vegetal e animal.
Neste último incluíram também o homem, considerando-o apenas do ponto de vista físico, isto é, somente em seu corpo material, que é, efectivamente, em tudo semelhante ao dos animais superiores. Considerado, no entanto, em sua integralidade, o homem distingue-se de todos os outros seres pela sua inteligência e racionalidade. Ele se destaca, pois, dos animais por qualidades que não pertencem à matéria e que constituem atributos da alma. Existiria, então, na Natureza um quarto reino: o hominal.

2. A distinção entre os seres da Natureza é de tal modo intuitiva que desde muito entrou no entendimento humano.
Contudo, observando-se os seres mais simples dos extremos das três séries naturais, somos obrigados a reconhecer formas de transição tão subtis que é difícil determinar, dentre elas, qual a classificação exacta a que pertençam.

3. Há, no entanto, um carácter distintivo entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista: é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais. Por isso, prefere-se um outro tipo de classificação que considera, de um lado, os minerais constituindo os seres brutos ou inorgânicos, e, de outro, os vegetais e animais compondo o grupo dos seres vivos ou orgânicos.

4. A presença da vida traduz-se nos seres orgânicos pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução. Há muitos seres constituídos de uma única célula [1], como os protófitos, entre os vegetais, e os protozoários, entre os animais. Nos seres evoluídos, as células se reúnem em tecidos, os tecidos em órgãos e estes em sistemas e aparelhos orgânicos.
Os animais demonstram possuir certo grau de inteligência

5. Respondendo à pergunta 585 d’O Livro dos Espíritos, acerca da divisão da Natureza em três reinos, os Espíritos disseram que do ponto de vista material há apenas seres orgânicos e inorgânicos, mas do ponto de vista moral existem evidentemente quatro graus: minerais, vegetais, animais e a espécie humana.

6. Os seres que formam o reino mineral só manifestam uma força mecânica, que decorre unicamente da matéria de que são formados. Faltam-lhes inteligência e vontade. Tais seres não revelam nem mesmo instintos, o que mostra que, se neles existe algum princípio diferente da matéria, está ele completamente abafado, dormente, em total estado de latência e inactividade.

7. Os seres que formam o reino vegetal, igualmente até certo ponto inertes e brutos, não têm inteligência nem vontade activa, mas apresentam o movimento interior da vida e realizam um completo ciclo vital: nascem, crescem, nutrem-se, desenvolvem-se, reproduzem-se, definham e morrem. É que, além da matéria densa, são dotados do princípio vital, de que deriva essa força prodigiosa que lhes comunica a vida. Esses seres não revelam, porém, consciência alguma de sua existência, não sentem prazeres ou dores, não têm percepções e sentimentos. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:02 pm

8. Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência. Prevalece, contudo, no animal o instinto – sua inteligência não lhe dá inteira capacidade de raciocinar.

O livre-arbítrio é apanágio da espécie humana
9. O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. Dizem os Espíritos Superiores que é muito grande a distância que existe entre a alma do homem e a alma dos animais. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.

10. O corpo do homem se destrói, como o dos animais, mas ao seu Espírito está assinado um destino que só ele pode compreender, porque só ele é inteiramente livre. O livre-arbítrio é, como sabemos, apanágio da espécie humana. Há, ainda, outra diferença importante entre o animal e o homem: após a morte do corpo físico, a alma do animal conserva sua individualidade, mas não a consciência do seu eu, e a vida inteligente lhe permanece em estado latente; pelo menos é o que ocorre na maioria dos casos.

11. A alma do animal – ensina o Espiritismo – fica, depois da morte de seu corpo físico, numa espécie de erraticidade, visto que não mais se acha unida ao corpo, mas não é considerada um Espírito errante, denominação que somente se aplica ao Espírito humano, que pode pensar e obrar por sua livre vontade.

12. De idêntica faculdade não dispõem os animais.
Depois da morte corpórea, a alma dos animais é classificada pelos Espíritos incumbidos dessa tarefa e utilizada quase imediatamente, embora a existência no plano espiritual de almas de animais, revestidas do seu corpo astral, seja relatada, entre outros, por Ernesto Bozzano e André Luiz.
___________________________________________________________________________________________________
[1] Em biologia, chama-se célula à unidade estrutural e funcional, básica dos seres vivos, composta de numerosas partes, sendo as principais a membrana, o citoplasma e o núcleo. O vocábulo aplica-se também à designação da menor unidade de matéria viva que pode existir de maneira independente e ser capaz de reproduzir-se. Uma bactéria, por exemplo, é um microorganismo unicelular, desprovido de núcleo individualizado, pertencente ao grupo que abrange todos os organismos procariotos (organismos formados por uma única célula desprovida de membrana nuclear), à excepção das cianofíceas (classe de algas unicelulares ou filamentosas de estrutura simples, cujos pigmentos verde-azulados decorrem da ausência de cloroplasto; algas azuis, cianobactérias).
___________________________________________________________________________________________________
Questões para fixação da leitura
1. O reino mineral apresenta uma característica própria que o distingue dos demais. Qual é ela?
Uma característica distintiva entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista, é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais.

2. Que são seres inorgânicos?
Seres inorgânicos é como são, em uma outra classificação, chamados os minerais, em oposição a seres orgânicos, nome dado aos seres vivos que compõem os reinos vegetal e animal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:03 pm

3. Os seres orgânicos são todos eles constituídos de muitas células?
Não. A presença da vida nos seres orgânicos traduz-se pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução, mas existem muitos seres vivos constituídos de uma única célula.

4. Que diferença básica existe entre os vegetais e os animais?
Os seres que formam o reino vegetal não têm inteligência nem vontade activa. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital.
Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência.

5. Que características especiais distinguem o homem dos outros seres?
O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:03 pm

8 – Pluralidade dos mundos habitados
Sumário: Como a Terra, são inumeráveis no Universo os mundos habitados. - As migrações de Espíritos entre os planetas. - Origem dos ascendentes da etnia branca em nosso mundo. - A raça adâmica.

As migrações de Espíritos podem dar-se entre os diversos mundos
1. Um dos princípios fundamentais do Espiritismo é o da pluralidade dos mundos habitados. Na obra da criação divina, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano.
Evidentemente, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo.

2. Criado simples e ignorante, dotado de liberdade e livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso.
Esse processo admirável realiza-se através das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja, da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual.

3. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, nome que se dá ao Espírito que ainda necessita de reencarnar para depurar-se e progredir. No estado de erraticidade o Espírito continua a pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.

4. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos emigrar de uns para outros planetas. Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prémio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.

A raça adâmica teve sua origem na imigração de Espíritos
5. Os ensinamentos espíritas ajudam-nos a compreender e a melhor explicar as diversidades étnicas humanas. Os povos que formavam o que era outrora designado pelo termo “raça branca” [1] constituíram-se inicialmente de Espíritos procedentes de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol.

6. Conforme informação transmitida por Emmanuel, havendo o mencionado planeta atingido um estágio de progresso condizente com o de um mundo regenerado e mais feliz, mas permanecendo nele uma legião de Espíritos ainda recalcitrantes no orgulho e em outros sérios defeitos morais, tiveram eles de ser banidos e, por causa disso, muitos acabaram sendo encaminhados para o planeta Terra, onde foram recebidos por Jesus.

7. Em nosso mundo, sendo intelectualmente muito mais adiantados que os habitantes pertencentes aos povos autóctones ou indígenas que então formavam a população da Terra, vieram impulsionar o progresso dos povos que aqui existiam, mesclando-se a eles e expandindo sua cultura por todos os cantos da Terra. Os homens que resultaram da reencarnação dos exilados de Capela em nosso mundo formaram a chamada raça adâmica, que deu origem aos arianos ou indo-europeus, aos egípcios, aos israelitas e aos indianos.
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