LUZ ESPÍRITA
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Série André Luiz - MISSIONÁRIOS DA LUZ

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:22 pm

Valendo-me da hora, acerquei-me de Alexandre, para não perder as suas lições alusivas ao assunto, e indaguei:
- Como atingir as conclusões finais, no tratamento aos obsidiados?

Ele sorriu e respondeu:
- Em todas as nossas actividades de socorro há sempre imenso proveito, ainda mesmo quando a sua extensão não seja perceptível ao olhar comum.

E qualquer doente dessa natureza que se disponha a cooperar connosco, em benefício próprio, colaborando decididamente na restauração de suas actividades mentais, regenerando-se à luz da vida renovada no Cristo, pode esperar o restabelecimento da saúde relativa do corpo terrestre.

Quando a criatura, todavia, roga a assistência de Jesus com os lábios, sem abrir o coração à influência divina, não deve aguardar milagres de nossa colaboração,

Podemos ajudar, socorrer, contribuir, esclarecer; não é, porém, possível improvisar recursos, cuja organização é trabalho exclusivo dos interessados.

- Penaliza-me, porém, o quadro clínico dos obsidiados infelizes - considerei, sob forte impressão.

- Quão dolorosa a condição física de cada um! – Sim, sim! - revidou o instrutor - o problema da responsabilidade não se circunscreve a palavras.
É questão vital no caminho da vida.

Preservando os seus filhos contra os perigos do rebaixamento, criou Deus o aparelhamento das luzes religiosas, acordando as almas para a glorificação imortal.

Raros homens, entretanto, se dispõem a respeitar os desígnios da Religião, olvidando, voluntariamente, que as menores quedas e mínimas viciações ficam impressas na alma, exigindo rectificação.

Você está observando aqui alguns pobres obsidiados em processo positivo de tratamento, mas esquece que inúmeras criaturas, ainda na carne, não obstante informadas pela Religião quanto às necessidades do espírito, se deixam empolgar pelo apego vicioso ao campo de sensações de vária ordem, contraindo débitos, assumindo compromissos pesados e arrastando companheiros outros em suas aventuras menos dignas, forjando laços fortes para os dolorosos dramas de obsessão do futuro.

E, depois de sorrir paternalmente, acrescentou:
- Que deseja você?
É certo que devemos trabalhar tanto quanto esteja ao nosso alcance, pelo bem do próximo;
todavia, não podemos exonerar os nossos semelhantes das obrigações contraídas.

O servo fiel não é aquele que chora ao contemplar as desventuras alheias, nem o que as observa, de modo impassível, a pretexto de não interferir no labor da justiça.

O sentimentalismo doentio e a frieza correcta não edificam o bem.

O bom trabalhador é o que ajuda, sem fugir ao equilíbrio necessário, construindo todo o trabalho benéfico que esteja ao seu alcance, consciente de que o seu esforço traduz a Vontade Divina.

Alexandre não podia ser mais claro.

Compreendi-lhe o esclarecimento instrutivo, mas, notando a saída dos enfermos, sob o amparo vigilante dos familiares, que os aguardavam à porta, voltei a indagar:
- Meu amigo, e se conseguíssemos o afastamento definitivo dos perseguidores implacáveis?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:22 pm

Na qualidade de antigo médico do mundo, reconheço que estes doentes psíquicos não trazem as enfermidades, de que são portadores, circunscritas à mente.
Com excepção da jovem que reage valorosamente, os demais revelam estranhos desequilíbrios do sistema nervoso, com distúrbios no coração, fígado, rins e pulmões.

Admitamos que fosse obtida a conversão dos verdugos que os atormentam.
Voltariam depois disto à normalidade orgânica, alcançariam o retorno à saúde completa?

Alexandre meditou alguns momentos, antes de responder, e asseverou, em seguida:
- André, o corpo de carne é como se fora um violino entregue ao artista, que, nesse caso, é o Espírito reencarnado.

Torna-se indispensável preservar o instrumento dos animálculos destruidores e defendê-los contra ladrões.
Observou a jovem que tudo faz por guardar-se do mal?

Tem estado a cair sob os golpes dos perseguidores que lhe assediam impiedosamente o coração.

Entretanto, como alguém que atravessa longa e perigosa senda sobre o abismo, confiante em Deus, ela tem recorrido à prece, incessantemente, estudando a si mesma e mobilizando as possibilidades de que dispõe para não perturbar a ordem dentro dela própria.

Na tentação de que é vitima, tem essa irmã a provação que a redime.
Ela, porém, com o heroísmo silencioso de seu trabalho, tem esclarecido os próprios perseguidores, compelindo-os à meditação e à disciplina.

Segundo vê, essa lutadora sabe preservar o instrumento que lhe foi confiado e, convertida em doutrinadora dos verdugos, pelo exemplo de resistência ao mal, transforma os inimigos, iluminando a si mesma.

Ante a colaboração dessa natureza, temos o problema da cura altamente facilitado.
Não se verificará, porém, o mesmo com aqueles que não se acautelam com a defesa do instrumento corporal.

Entregue aos malfeitores, o violino simbólico a que nos referimos pode permanecer semidestruído.
E, ainda que seja restituído ao legitimo possuidor, não pode atender ao trabalho da harmonia, com a mesma exactidão de outro tempo.

Um Stradivarius pode ser autêntico, mas não se fará sentir com as cordas rebentadas.

Como vemos, os casos de obsessão apresentam complexidades naturais e, na solução deles, não podemos prescindir do concurso directo dos interessados.

- Compreendo! - exclamei.
E, em virtude da pausa mais longa que o mentor imprimiu à conversação, obtemperei:
- Convenhamos, porém, que os perseguidores se convertam, que se afastem definitivamente do mau caminho, depois de seviciarem o organismo das vítimas, durante longo tempo...

Nesse caso, não terão elas o restabelecimento imediato?
Não recuperarão o equilíbrio fisiológico integral?

Com a bondade que lhe é peculiar, Alexandre respondeu:
- Já observei acontecimentos dessa ordem e, quando se verificam, os antigos verdugos se transformam em amigos, ansiosos de reparar o mal praticado.

Por vezes, conseguem, recebendo a ajuda dos planos superiores, a restauração da harmonia orgânica naqueles que lhes suportaram a desumana influência;
no entanto, na maioria dos casos, as vítimas não mais restabelecem o equilíbrio do corpo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:22 pm

- E permanecem de saúde incompleta até ao sepulcro? - perguntei, fortemente impressionado.
- Sim - elucidou Alexandre, tranquilamente.

Observando-me, porém, o espanto enorme, o orientador acrescentou:
- Seu assombro prende-se ainda à deficiente análise humana.

O perseguidor, reconhecido como tal, entre os companheiros encarnados, pode revelar modificações, mas talvez a suposta vítima não esteja convertida.

Na obsessão, as dificuldades não são unilaterais.
O eventual afastamento do perseguidor nem sempre significa a extinção da divida.

E, em qualquer parte do Universo, André, receberemos sempre de acordo com as nossas próprias obras.
O assunto sugeria grandes e belas interrogações, mas exigências outras requisitavam-nos mais além.

Alexandre dispôs-se a partir, despedindo-se, afectuoso, dos cooperadores, e acompanhei-o, em silêncio, meditando na grandeza das mínimas disposições da Justiça Divina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:23 pm

19 - Passes

Em todas as reuniões do grupo, junto ao qual funciona Alexandre, com atribuições de orientador, vários são os serviços que se desdobram sob a responsabilidade dos companheiros desencarnados.

Nem sempre me foi possível estudá-los separadamente; todavia, respeito a alguns deles, não me furtei ao desejo forte de receber elucidações do respeitável instrutor.

Um desses serviços era o de passes magnéticos, ministrados aos frequentadores da casa.
O trabalho era atendido por seis entidades, envoltas em túnicas muito alvas, como enfermeiros vigilantes.

Falavam raramente e operavam com intensidade.

Todas as pessoas, vindas ao recinto, recebiam-lhes o toque salutar e, depois de atenderem aos encarnados, ministravam socorro eficiente às entidades infelizes do nosso plano, principalmente as que se constituíam em séquito familiar dos nossos amigos da Crosta.

Indagando de Alexandre, relativamente àquela secção de actividade espiritual, indicando-lhe os companheiros, em esforço silencioso, esclareceu o mentor, com a bondade de sempre:
- Aqueles nossos amigos são técnicos em auxílio magnético que comparecem aqui para a dispensação de passes de socorro.

Trata-se dum departamento delicado de nossas tarefas, que exige muito critério e responsabilidade.
- Esses trabalhadores - interroguei - apresentam requisitos especiais?

- Sim - explicou o mentor amigo -, na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros sectores de nossa actuação.

Precisam revelar determina, das qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados.

O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental continua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes.

O missionário do auxilio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino.

Cumpre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos, em nosso plano, constituem exigências a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de acção ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis.

Ouvindo as considerações do orientador, lembrei-me de que, de facto, vez por outra, viam-se nas reuniões costumeiras do grupo os médiuns passistas, em serviço, acompanhados de perto pelas entidades referidas.

Vali-me, então, do ensejo para intensificar meu aprendizado.
- Os amigos encarnados - perguntei -, de modo geral, poderiam colaborar em semelhantes actividades de auxílio magnético?

- Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido respondeu o orientador -, porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indirectamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor.

São muito raros, porém, os companheiros que demonstram a vocação de servir espontaneamente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:23 pm

Muitos, não obstante bondosos e sinceros nas suas convicções, aguardam a mediunidade curadora, como se ela fosse um acontecimento miraculoso em suas vidas e não um serviço do bem, que pede do candidato o esforço laborioso do começo.

Claro que, referindo-nos aos irmãos encarnados, não podemos exigir a cooperação de ninguém, no sector de nossos trabalhos normais;
entretanto, se algum deles vem ao nosso encontro, solicitando admissão às tarefas de auxílio, logicamente receberá nossa melhor orientação, no campo da espiritualidade.

- Ainda mesmo que o operário humano revele valores muito reduzidos, pode ser mobilizado? - interroguei, curioso.
- Perfeitamente - aduziu Alexandre, atencioso.

- Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais Alto, de que se faz merecedor.

Não longe de nós, permaneciam os técnicos espirituais do auxílio magnético, em actividade metódica.

Reconhecia-lhes nos trabalhos silenciosos um mundo novo de ensinamentos, convidando-me a experiências proveitosas;
todavia, anotando as explicações do instrutor, ponderei quanto à possibilidade de contribuição pelo esclarecimento de algum amigo encarnado, em face do assunto, e perguntei:
- Quando na Crosta, envolvidos pelos fluidos mais densos, como poderemos desenvolver a capacidade radiante, depois da edificação de nossa boa vontade real, a serviço do próximo?

O orientador percebeu-me a intenção e elucidou, de pronto:
- Conseguida a qualidade básica, o candidato ao serviço precisa considerar a necessidade de sua elevação urgente, para que as suas obras se elevem no mesmo ritmo.

Falaremos tão-só das conquistas mais simples e imediatas que deve fazer, dentro de si mesmo.
Antes de tudo, é necessário equilibrar o campo das emoções.

Não é possível fornecer forças construtivas a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas.

A mágoa excessiva, a paixão desvairada, a inquietude obsidente, constituem barreiras que impedem a passagem das energias auxiliadoras.
Por outro lado, é preciso examinar também as necessidades fisiológicas, a par dos requisitos de ordem psíquica.

A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável, por parte do próprio interessado em atender as tarefas do bem.

O excesso de alimentação produz odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes, porquanto provoca dejecções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrointestinal, interessando a intimidade das células.

O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares.

O mentor fez uma pausa mais longa, observando em mim o efeito de suas palavras, e concluiu:
- Levada a efeito a construção da boa vontade sincera, o trabalhador leal compreende a necessidade do desenvolvimento das qualidades a que nos referimos, porquanto, em contacto incessante com os benfeitores desencarnados, que se valem dele na missão de amparo aos semelhantes, recebe indirectas sugestões de aperfeiçoamento que o erguem a posições mais elevadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 28, 2012 10:23 pm

As observações de Alexandre não podiam ser mais claras; contudo, aventurei-me ainda a ponderar:
- Consideremos, todavia, que surja a necessidade imediata de socorrer alguém, no círculo dos encarnados, e examinemos a hipótese da imprescindibilidade dum instrumento humano.

Imaginemos que não exista, de pronto, em derredor de nossa tarefa, o órgão completo e adequado a influenciação das potências superiores.

Existirá, certamente, porém, ao nosso lado, um companheiro em condições comuns, que, mergulhado na ignorância, ainda não percebe os perigos a que expõe o próprio corpo, mas que se deixará aproveitar pelo nosso esforço espiritual em benefício de outrem.

Será crível que não possa ser aproveitado?
O instrutor sorriu bondosamente, e considerou:
- Seria demasiado rigor.

Em todo lugar onde haja merecimento nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício espiritual com relativa eficiência.

Todos os enfermos podem procurar a saúde; todos os desviados, quando desejam, retornam ao equilíbrio.
Se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana.

Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção.

Imprimiu Alexandre pequeno intervalo à palestra, e, depois de pensar um minuto, esclareceu:
- Quando nos referimos às qualidades necessárias aos servidores desse campo de auxílio, a ninguém desejamos desencorajar, mas orientar as aspirações do trabalhador para que a sua tarefa cresça em valores positivos e eternos.

Nesse momento, aproximou-se um dos companheiros em serviço, pedindo a cooperação de Alexandre em determinado sector.
Ele atendeu, gentil.

No entanto, antes de separar-se de mim, conduziu-me ao reduzido grupo de entidades que se encarregavam dos passes e, apresentando-me ao amigo que chefiava o trabalho, explicou, generoso:
- Anacleto: nosso irmão André Luiz, que exerceu funções de médico na última experiência terrestre, estimaria receber alguns esclarecimentos, quanto aos serviços de sua especialidade.

Desde já, agradeço tudo o que você fizer por ele.

O director daquele departamento de auxílio acolheu-me fraternalmente e, fosse porque estava em trabalho activo ou porque se dava a poucas palavras, convidou-me, sem perda de tempo, às observações directas das actividades sob sua chefia.

Delicadamente, colocou-me ao lado de uma senhora respeitável, que se localizara à mesa, não longe do orientador da casa.

- Vejamos esta irmã - exclamou Anacleto, prontificando-se ao auxilio afectuoso -, observe-lhe o coração e, principalmente, a válvula mitral.

Detive-me em acurado exame da região mencionada e, efectivamente, descobri a existência de tenuíssima nuvem negra, que cobria grande extensão da zona indicada, interessando ainda a válvula aórtica e lançando filamentos quase imperceptíveis sobre o nódulo sino-auricular.

Expus ao novo amigo minhas observações, ao que me respondeu:
- Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:44 pm

Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio.

As vezes, semelhantes absorções constituem simples fenómenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são susceptíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos.

Isto acontece, mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males.

Indicou o coração de carne da irmã presente e continuou:
- Esta amiga, na manhã de hoje, teve sérios atritos com o esposo, entrando em grave posição de desarmonia íntima.

A pequena nuvem que lhe cerca o órgão vital representa matéria mental fulminatória.
A permanência de semelhantes resíduos no coração pode ocasionar-lhe perigosa enfermidade.

Atendamos ao caso.
Sempre sob minha observação, Anacleto assumiu nova atitude, dando-me a entender que ia favorecer suas expansões irradiantes e, em seguida, começou a actuar por imposição.

Colocou a mão direita sobre o epigastro da paciente, na zona inferior do esterno e, com surpresa, notei que a destra, assim disposta, emitia sublimes jactos de luz que se dirigiam ao coração da senhora enferma, observando-se nitidamente que os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor.

Assediada pelos princípios magnéticos, postos em acção, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme.

Foi então que o magnetizador espiritual iniciou o serviço mais activo do passe, alijando a maligna influência.

Fez o contacto duplo sobre o epigastro, erguendo ambas as mãos e descendo-as, logo após, morosamente, através dos quadris até aos joelhos, repetindo o contacto na região mencionada e prosseguindo nas mesmas operações por diversas vezes.

Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade.
Eu estava admirado.

E como o assunto envolvia problemas espirituais de elevada significação, assim que o instrutor terminou o trabalho, indaguei:
- Perdoe-me a pergunta, mas, na hipótese de não se socorrer esta irmã, da colaboração de uma casa espiritista, como se haveria com a doença oculta? Estaria ao abandono?

- De modo algum - respondeu Anacleto, sorrindo.
- Há verdadeiras legiões de trabalhadores de nossa especialidade amparando as criaturas que, através de elevadas aspirações, procuram o caminho certo nas instituições religiosas de todos os matizes.

A manifestação de fé não se limita a simples afirmação mecânica de confiança.

O homem que vive mentalmente, visceralmente, a religião que lhe ensina a senda do bem, está em actividade intensa e renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais fortes contribuições de amparo espiritual, por quanto abre a porta viva da alma para o socorro de Mais Alto, através da oração e da posição activa de confiança no Poder Divino.

O novo companheiro indicou a irmã que se libertara da desastrosa influenciação e esclareceu, depois de uma pausa:
- Nossa amiga está procurando a verdade, cheia de sincera confiança em Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:45 pm

Ovelha fustigada pela tempestade do mundo e inexperiente na esfera do conhecimento, volta-se para o Divino Pastor, como a criança frágil, sequiosa do carinho materno.

Estivesse orando numa igreja católica romana ou num templo budista, receberia o socorro de nossa Esfera, por intermédio desse ou daquele grupo de trabalhadores do Cristo.

Naturalmente aqui, no seio de uma organização indene das sombras do preconceito e do dogmatismo, nosso concurso fraternal pode ser mais eficiente, mais puro, e as suas possibilidades de aproveitamento são muito mais vastas.

É preciso assinalar, porém, que os auxiliadores magnéticos transitam em toda parte, onde existam solicitações da fé sincera, distribuindo o socorro do Divino Mestre, dentro da melhor divisão de serviço.

Onde vibre o sentimento sincero e elevado, aí se abre um caminho para a Protecção de Deus.
A elucidação fez-me grande bem pela revelação de imparcialidade na distribuição dos bens de nosso plano.

Entretanto, outra pergunta ocorreu-me, de imediato.
- Todavia, meu amigo - considerei -, admitamos que esta nossa irmã fosse estranha a qualquer actividade de ordem espiritual.

Imaginemo-la sem fé, sem filiação a qualquer escola religiosa e sem qualquer atestado de merecimento na prática da virtude.

Ainda assim, receberia o benefício dos passes libertadores?

Anacleto, com aquela bondade paciente que eu conhecia em Alexandre, observou:
- Se fosse uma criatura de sentimentos rectos, embora infensa à religião, em suas meditações naturais receberia auxílio, não obstante menor, pela sua incapacidade de recepção mais intensa das nossas energias radiantes;
mas, se ficasse integralmente mergulhada nas sombras da ignorância ou da maldade, permaneceria distante da colaboração de ordem superior e as suas forças físicas sofreriam desgastes violentos e inevitáveis, pela continuidade da intoxicação mental.

Quem se fecha às ideias regeneradoras, fugindo às leis da cooperação, experimentará as consequências legítimas.

Satisfeito com as elucidações recebidas, reconheci que não me competia interromper o curso dos trabalhos, tão-somente para satisfazer minha curiosidade pessoal.

O novo companheiro dirigiu-se a diferente sector.
Postávamo-nos, agora, ao lado de um cavalheiro idoso, para cujo organismo Anacleto me reclamou atenção.

Analisei-o acuradamente.
Com assombro, notei-lhe o fígado profundamente alterado.
Outra nuvem, igualmente muito escura, cobria grande parte do Órgão, compelindo-o a estranhos desequilíbrios.

Toda a vesícula biliar permanecia atingida.

E via-se, com nitidez, que os reflexos negros daquela pequena porção de matéria tóxica alcançavam o duodeno e o pâncreas, modificando o processo digestivo.

Alguns minutos de observação silenciosa davam-me a conhecer a extrema perturbação de que o órgão da bile se sentia objecto.

As células hepáticas pareciam presas de perigosas vibrações.
Enderecei ao amigo espiritual meu olhar de admiração.
- Observou? - disse ele, bondosamente toda perturbação mental é ascendente de graves processos patológicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:45 pm

Afligir a mente é alterar as funções do corpo.
Por isso, qualquer inquietação intima chama-se desarmonia e as perturbações orgânicas chamam-se enfermidades.

Colocou a destra amiga sobre a fronte do cavalheiro e acrescentou:
- Este irmão, portador dum temperamento muito vivo, está cheio dos valores positivos da personalidade humana.

Tem atravessado inúmeras experiências em lutas passadas e aprendeu a dominar as coisas e as situações com invejável energia.

Agora, porém, está aprendendo a dominar a si mesmo, a conquistar-se para a iluminação interior.

Em semelhante tarefa, contudo, experimenta choques de vulto, porquanto, dentro de sua individualidade dominadora, é compelido a destruir várias concepções que se lhe figuravam preciosas e sagradas.

Nesse empenho, os próprios ensinamentos do Cristo, que lhe serve de modelo à renovação, doem-lhe no íntimo como marteladas, em certas circunstâncias.

Este homem, no entanto, é sincero e deseja, de facto, reformar-se.
Mas sofre intensamente, porque é obrigado a ausentar-se de seu campo exclusivo, a caminho do vasto território da compreensão geral.

No circulo dos conflitos dessa natureza, vem lutando, desde ontem, dentro de si mesmo, para acomodar-se a certas imposições de origem humana que lhe são necessárias ao aprendizado espiritual, e, no esforço mental gigantesco, ele mesmo produziu pensamentos terríveis e destruidores, que segregaram matéria venenosa, imediatamente atraída para o seu ponto orgânico mais frágil, que é o fígado.

Ele, porém, está em prece regeneradora e facilitará nosso serviço de socorro, pela emissão de energias benéficas.

Não fosse a oração, que lhe renova as forças reparadoras, e não fosse o socorro imediato de nossa esfera, poderia ser vítima de doenças mortais do corpo.

A permanência de matéria tóxica, indefinidamente, na intimidade deste órgão de importância vital, determinaria movimentos destruidores para os glóbulos vermelhos do sangue, complicaria as acções combinadas da digestão e perturbaria, de modo fatal, o metabolismo das proteínas.

Anacleto fez uma pausa mais longa, sorriu cordialmente e acentuou:
- Isto, porém, não acontecerá.

Na luta titânica em que se empenha consigo mesmo, a vontade firme de acertar é a sua âncora de salvação.

Permanecia tão surpreso com o ensinamento, que não ousei dirigir-lhe qualquer interrogação.

Anacleto continuou de pé e aplicou-lhe um passe longitudinal sobre a cabeça, partindo do contacto simples e descendo a mão, vagarosamente, até à região do fígado, que o auxiliador tocava com a extremidade dos dedos irradiantes, repetindo-se a operação por alguns minutos.

Surpreendido, observei que a nuvem, de escura, se fizera opaca, desfazendo-se, pouco a pouco, sob o influxo vigoroso do magnetizador em missão de auxílio.

O fígado voltou à normalidade plena.
Mais alguns minutos e nos encontramos diante de uma senhora grávida, em sérias condições de enfraquecimento.

Anacleto deteve-se mais respeitoso.
- Aqui - disse ele, sensibilizado - temos uma irmã altamente necessitada de nossos recursos fluídicos.
Profunda anemia invade-lhe o organismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:45 pm

Em regime de subalimentação, em virtude das dificuldades naturais que a rodeiam de longo tempo, a gravidez constitui para ela um processo francamente doloroso.

O marido é parcamente remunerado e a esposa é obrigada a vigílias, noite adentro, a fim de auxiliá-lo na manutenção do lar.

A prece, porém, não representa para este coração materno tão-somente um refúgio.
A par de consolações espontâneas, ela recolhe forças magnéticas de substancial expressão que a sustentam no presente drama biológico.

Em seguida, indicou a região do útero e ponderou:
- Observe as manchas escuras que cercam a organização fetal.

Efectivamente, aderindo ao saco de liquido amniótico, viam-se microscópicas nuvens pardacentas vagueando em várias direcções, dentro do sublime laboratório de forças geradoras.

Dando-me a perceber seu fundo conhecimento da situação, Anacleto continuou:
- Se as manchas atravessarem o liquido, provocarão dolorosos processos patológicos em toda a zona do epiblasto.

E o fim da luta será o aborto inevitável.
Comovidíssimo, contemplei o quadro divino daquela mãe sacrificada, unida à organização espiritual daquele que lhe seria o filho no porvir.

Foi o chefe da assistência magnética que me arrebatou daquela silenciosa admiração, explicando:
- Não obstante a fé que lhe exorta o carácter, apesar dos seus mais elevados sentimentos, nossa amiga não consegue furtar-se, de todo, à tristeza angustiosa, em certas circunstâncias.

Há seis dias permanece desalentada, aflita.
Dentro de algum tempo, o esposo deve resgatar um débito significativo, faltando-lhe, porém, os recursos precisos.

A pobre senhora, contudo, além de suportar a carga de pensamentos destruidores que vem produzindo, é compelida a absorver as emissões de matéria mental doentia do companheiro, que se apoia na coragem e na resignação da mulher.

As vibrações dissolventes acumuladas são atraídas para a região orgânica, em condições anormais e, por isso, vemo-las congregadas como pequeninas nuvens em torno do órgão gerador, ameaçando, não só a saúde maternal, mas também o desenvolvimento do feto.

Estupefacto, ante os novos ensinamentos, reparei que Anacleto chamou um dos auxiliares, recomendando-lhe alguma coisa.
Logo após, muito cuidadosamente, actuou por imposição das mãos sobre a cabeça da enferma, como se quisesse aliviar-lhe a mente.

Em seguida, aplicou passes rotatórios na região uterina.
vi que as manchas microscópicas se reuniam, congregando-se numa só, formando pequeno corpo escuro.

Sob o influxo magnético do auxiliador, a reduzida bola fluídico - pardacenta transferiu-se para o interior da bexiga urinária.

Intensificando-me a admiração, o novo companheiro, dando os passes por terminados, esclareceu:
- Não convém dilatar a colaboração magnética para retirar a matéria tóxica de uma vez. Lançada no excretor de urina, será alijada facilmente, dispensando a carga de outras operações.

Foi então que se aproximou de Anacleto o servidor a quem me referi, trazendo-lhe uma pequenina ânfora que me pareceu conter essências preciosas.
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Série André Luiz - MISSIONÁRIOS DA LUZ - Página 8 Empty Re: Série André Luiz - MISSIONÁRIOS DA LUZ

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:45 pm

O orientador do serviço tomou-a, zeloso, e falou:
- Agora, é preciso socorrer a organização fetal.
A alimentação da progenitora, por força de circunstâncias que independem de sua vontade, tem sido insuficiente.

Anacleto retirou do vaso certa porção de substância luminosa, projectando-a nas vilosidades uterinas, enriquecendo o sangue materno destinado a fornecer oxigénio ao embrião.

Expressando minha profunda admiração pelo concurso eficiente de que fora testemunha, considerou o generoso auxiliador:
- Não podemos abandonar nossos irmãos na carne, ao sabor das circunstâncias, mormente quando procuram a cooperação precisa através da prece.

A oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder, favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita nossa tarefa de auxilio fraternal.

Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em toda parte, em nome de Nosso Pai.

Em vista disto, meu irmão, o homem de bem encontrará, depois da morte do corpo, novos mundos de trabalho que o esperam e onde desenvolverá, infinitamente, o amor e a sabedoria, de que possui os germens no coração.

Em seguida, Anacleto passou a atender um cavalheiro, cujos rins pareciam envolvidos em crepe negro, tal a densidade da matéria mental fulminante que os cercava.

Aplicou-lhe passes longitudinais, com muito carinho, e, finda a operação, observou-me:
- Um dia, compreenderá o homem comum a importância do pensamento.
Por agora, é muito difícil revelar-lhe o sublime poder da mente.

O chefe da assistência magnética ia estender-se, talvez, em considerações educativas, mas um dos cooperadores do serviço aproximou-se e notificou-lhe, atencioso:
- Estimaria receber a sua orientação num caso de «décima vez».

Trata-se do nosso conhecido, que apresenta graves perturbações no baço.
Extremamente surpreendido, acompanhei Anacleto, que se dirigiu para um dos recantos da sala.

à nossa frente estava um cavalheiro idoso, que o orientador examinou com atenção.
Por minha vez, observei-lhe o fígado e o baço, que acusavam enorme desequilíbrio.

- Lastimável! - exclamou o chefe do auxilio, depois de longa perquirição.
Entretanto, apenas poderemos aliviá-lo.
Agora, após dez vezes de socorro completo, é preciso deixá-lo entregue a si mesmo, até que adopte nova resolução.

E, dirigindo-se ao auxiliar, acentuou:
- Poderá oferecer-lhe melhoras, mas não deve alijar a carga de forças destruidoras que o nosso rebelde amigo acumulou para si mesmo.

Nossa missão é de amparar os que erraram, e não de fortalecer os erros.
Percebendo-me o espanto, Anacleto explicou:
- Nosso esforço é também educativo e não podemos desconsiderar a dor que instrui e ajuda a transformar o homem para o bem.

Nas normas do serviço que devemos atender, nesta casa, é imprescindível ajuizar das causas na extirpação dos males alheios.

Há pessoas que procuram o sofrimento, a perturbação, o desequilíbrio, e é razoável que sejam punidas pelas consequências de seus próprios actos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:46 pm

Quando encontramos enfermos dessa condição, salvamo-los dos fluidos deletérios em que se envolvem por deliberação própria, por dez vezes consecutivas, a titulo de benemerência espiritual.

Todavia, se as dez oportunidades voam sem proveito para os interessados, temos instruções superiores para entregá-los à sua própria obra, a fim de que aprendam consigo mesmos.

Poderemos aliviá-los, mas nunca libertá-los.
Depois de ligeira pausa e sentindo que eu não me atreveria a interromper-lhe os preciosos ensinamentos, Anacleto prosseguiu:
- Este homem, não obstante simpatizar com as nossas actividades espiritualizantes, é portador dum temperamento menos simpático, por extremamente caprichoso.

Estima as rixas frequentes, as discussões apaixonadas, o império de seus pontos de vista.
Não se acautela contra o ato de encolerizar-se e desperta incessantemente a cólera e a mágoa dos que lhe desfrutam a companhia.

Tornou-se, por isso mesmo, o centro de convergência de intensas vibrações destruidoras.

Veio ao nosso grupo em busca de melhoras, e, desde há muitas semanas, buscamos orientá-lo no serviço do amor cristão, chamando-lhe a consciência à prática de obrigações necessárias ao seu próprio bem-estar.

O infeliz, porém, não nos ouve.
Adquire ódios com facilidade temível e não percebe a perigosa posição em que se confina.

Frequenta-nos há pouco mais de três meses e, durante esse tempo, já lhe fizemos as dez operações de socorro magnético integral, alijando-lhe as cargas malignas, não só dos pensamentos de angústia e represália que ele provoca nos outros, mas também dos pensamentos cruéis que fabrica para si.

Agora, temos de interromper o serviço de libertação, por algum tempo.
A sós com a sua experiência forte, aprenderá lições novas e ganhará muitos valores.

Mais tarde, receberá, de novo, o socorro completo. Profundamente edificado com o processo educativo, ousei perguntar:
- Qual a medida de tempo estipulada para os casos dessa natureza?

O interlocutor, porém, assumindo atitude discreta, contornou a pergunta e respondeu:
- Varia de acordo com os motivos. O efeito obedece à causa.

Anacleto prosseguiu auxiliando, enquanto eu' me perdia em profundas considerações de ordem superior.

Depois de partir os laços carnais, compreendemos, com mais clareza e intensidade, a função da dor no campo da justiça edificante.

Aquela permanência de minutos, junto ao serviço de assistência magnética, renovava-me as concepções referentemente a socorros e corrigendas.

O Senhor ama sempre, mas não perde a ocasião de aperfeiçoar, polir, educar...
Foi Alexandre que, ao reaproximar-se de mim, chamou-me à realidade.
Os trabalhos haviam terminado.

Abraçando-me, às despedidas, Anacleto acentuou:
- Será sempre bem-vindo.
Volte ao nosso sector, quando quiser. Seu concurso ser-nos-á valioso estimulo!...

Não encontrei expressões para corresponder-lhe à generosidade humilde, mas creio que o devotado auxiliar compreendeu-me o olhar de profundo reconhecimento.

E, acompanhando o meu instrutor, de volta à nossa colónia espiritual, reconheci que meu entendimento se dilatava, como se nova fonte de luz me borbulhasse no coração.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:46 pm

20 - Adeus

Esperava a continuidade de meus novos estudos em companhia de Alexandre;
todavia, com surpresa, o meu amigo Lísias foi portador de um convite que me destinara o caritativo instrutor.

Tratava-se de uma reunião de despedidas.

Li a mensagem pequenina e delicada, erguendo os olhos para o mensageiro.
- Despedidas? - perguntei.

Esclareceu-me Lísias, pressuroso:
- Sim. Alexandre, como acontece a outros orientadores da mesma posição hierárquica, de quando em quando se dirige a planos mais altos, desempenhando tarefas de sublime expressão que ainda não podemos compreender.

Creio deva partir amanhã, em companhia de alguns mentores que lhe são afins, e deseja apresentar despedidas aos colaboradores e aprendizes, na próxima noite.

- E os trabalhos da Crosta? - indaguei ¬ não é Alexandre um dos instrutores directos de um dos grandes agrupamentos espiritistas que conhecemos?

O companheiro respondeu com segurança:
- Naturalmente, já foi providenciada a substituição devida, de acordo com o mérito e aproveitamento da instituição a que você se refere.

E sentindo, talvez, a mágoa que me invadira o espírito, Lísias comentou:
- O que lhe posso assegurar é que o venerável orientador não nos esquecerá.

Dirigindo-se a esferas mais altas, a única preocupação dele será o serviço de Jesus, com o enriquecimento de si mesmo para ser-nos mais útil.
- Entretanto - objectei - far-nos-á muita falta...

Sinto que nos deixará em meio da tarefa, quando tanto necessitamos de seu concurso valioso para o aprendizado...

Lisias percebeu a natureza passional de minha ponderação e redarguiu, firme:
- Nada de egoísmo, André!

Sabemos que Alexandre se ausentará em serviço, mas ainda mesmo que a sua excursão fosse muito longa e plenamente consagrada ao repouso recreativo, cabe a nós outros, seus devedores, a participação da alegria de seus elevados merecimentos.

É necessário examinar o bem que ainda se pode fazer, vibrando de júbilo e esperança com as realizações porvindouras, para não sermos indolentes e improdutivos;
não devemos, porém, esquecer o bem que se fez ou que recebemos, a fim de não sermos ingratos.

Aquela observação teve a virtude de acordar-me a consciência. Coloquei-me no equilíbrio emocional indispensável.
Modifiquei a atitude íntima, reagindo contra as primeiras impressões que a notícia me causara.

O bondoso amigo compreendeu, sorriu e acentuou:
- Ao demais, não podemos esquecer as obrigações que nos são próprias.
O aprendizado, nos cursos diversos em que se apresenta, chega sempre a um fim, embora a sabedoria seja infinita.

Precisamos demonstrar aproveitamento prático das lições recebidas.
Que melhor testemunho de assimilação poderemos dar ao instrutor amigo que o de receber-lhe o campo de serviço em que a sua bondade nos iniciou, até que ele volte da provisória excursão?
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:46 pm

- É verdade! - exclamei.
E, reanimado pela palavra esclarecedora do companheiro, conversamos por abençoados minutos, prometendo-me Lísias regressar ao crepúsculo, a fim de seguirmos juntos para a reunião referida.

À noitinha, voltava o prezado companheiro e pusemo-nos a caminho em agradável palestra.
Contemplado de nossa colónia espiritual, o firmamento mostrava-se singularmente belo.

Numerosas constelações brilhavam deslumbrantes, e a Lua muito maior do que ao ser vista da Crosta Planetária, figurava-se mais acolhedora e tranquila.

Distantes do bombardeio dos raios solares, que renovam a vida incessantemente, as flores exalavam delicioso perfume, dançando de mansinho aos sopros do vento leve... - Muitos aprendizes de Alexandre - comentava Lísias, alegremente, - virão visitá-lo esta noite.

Mantenhamo-nos à altura dos demais, conservando atitudes interiores de gratidão e serenidade.
Concordava, com esforço, lembrando-me das sublimes lições recebidas.
Alexandre sabia fazer-se amar.

Superior sem afectação, humilde sem servilismo, orientador sempre disposto, não somente a ensinar, mas também a aprender, atendia aos elevados encargos que lhe eram atribuídos, sem qualquer desvario do «eu», profundamente interessado em cumprir os desígnios do Pai e em aceitar nossa cooperação singela, aproveitando-a.

Em virtude da sua abençoada compreensão, aquele afastamento do instrutor, embora temporário, doía-me no espírito.

Nessas disposições intimas, contra as quais reagia prudentemente, alcançamos o belo edifício residencial onde se reuniria a afectuosa assembleia.

Entramos.
Surpreendeu-me o salão magnificamente iluminado.

Não havia luxo decorativo no interior;
todavia, o lampadário em forma de estrelas, irradiando claridade azul-brilhante, proporcionava ao ambiente uma expressão de misteriosa beleza, de mistura com elevada espiritualidade.

Delicados e simbólicos arabescos de flores naturais adornavam as paredes, dando-nos a impressão de alegria e bem-estar.
Apresentado por Lísias a diversos companheiros, certifiquei-me, depressa, do pequeno número de aprendizes que ali se congregariam.

Compareceriam apenas os discípulos de Alexandre, com permanência eventual em nossa colónia, sessenta e oito colegas, inclusive quinze mulheres.

Todos os presentes referiam-se ao mentor amoroso com palavras encomiásticas. Éramos todos nós grandes devedores ao seu coração.

Verificada a presença de todos os convidados, veio até nós o benévolo instrutor, dividindo o carinho de suas saudações com cada um, sem desperdício de atitudes exteriores.

Era o mesmo Alexandre, admirável e simples.
Irmanado connosco, deixando-nos inteiramente à vontade, entendeu-se com todos nós, individualmente, a respeito das nossas tarefas, estudos, realizações.

Em seguida, com toda a naturalidade, começou a falar-nos, em tom paternal:
- Sabem vocês o objectivo da presente reunião.
Quero apresentar-lhes minhas despedidas, em virtude da ausência temporária a que sou compelido por elevadas razões de serviço.

Notei pelo olhar dos circunstantes que a maioria partilhava comigo o mesmo desgosto.
Devíamos intensamente àquele espírito sábio e benevolente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:47 pm

Depois de pequena pausa, continuou:
- Conheço a pureza do amor que vocês me dedicam e estou certo de que não ignoram a extensão da estima que lhes consagro.

É natural.
Somos amigos na mesma empresa do bem e associados felizes na execução da Divina Vontade.

Companheiros de luta construtiva, pesar-nos-ia, sobremaneira, a separação de agora, não obstante efémera, se não guardássemos no âmago d’alma a luz do esclarecimento.

Nesse ponto, Alexandre fez longo intervalo, descansando seus olhos nos nossos, como a perscrutar-nos o intimo, e prosseguiu:
- Alguns colaboradores, a quem muito devo, endereçaram-me apelos para que permaneça em nossa colónia de trabalho, gentileza que agradeço, comovido.

Não vibra em minhas palavras qualquer prurido de personalidade, mas a estima recíproca e fiel a que nos devotamos.
Urge considerar, porém, meus amigos, que este servo humilde não deve absorver o lugar que Jesus deve ocupar em suas vidas.

É muito difícil descobrir o amor sem jaça e a ele nos entregarmos sem reservas.
E porque essa dificuldade é flagrante em todos os caminhos de nossa evolução, quase sempre incidimos no velho erro da idolatria.

É bem verdade que nos encontramos numa assembleia de corações simples e amigos, e que não cabem nesta sala vastas e maciças considerações filosóficas, para restringirmo-nos ao abençoado sector do sentimento.

Mas, não posso ver fugir a oportunidade de sérias reflexões em torno do problema dos laços sagrados que nos unem, sem algemar-nos uns aos outros.

Nossa estrada de aperfeiçoamento, bem como a senda de progresso da Humanidade terrestre, em geral, têm sido tortuoso caminho no qual pisamos sobre os ídolos quebrados.

Sucedem-se nossas reencarnações e as civilizações repetem o curso em longas espirais de recapitulação, porque temos sido invigilantes quanto aos caminhos rectos.

Verificando-se nova pausa, em sua afectuosa e significativa exposição, observei que profundo respeito nos identificava a todos, em face da palavra venerável.

- Temos criado muitos deuses à parte - continuou o instrutor, comovido -, para destruí-los, muita vez, em profundo desespero do coração, quando a realidade nos dilata a visão, ante o horizonte infinito da vida.

Na procura do conforto individual, em face de problemas graves de nossa vida, raramente encontramos a solução e, sim, a fuga, da qual nos valemos com todas as forças de que somos capazes, para adiar indefinidamente a acção imprescindível da corrigenda ou do resgate.

Virá, porém, o dia da restauração da verdade, o momento de nosso testemunho pessoal.

Ele pousou em nós o olhar muito lúcido, onde víamos o reflexo de serena emotividade, e, depois de longa pausa, retomou as elucidações das despedidas.

- É por isso, meus amigos - prosseguiu, em tom fraterno -, que o orientador consciencioso de sua tarefa não pode fugir aos imperativos da evolução de seus tutelados.

De quando em quando, é necessário deixar o discípulo entregue a si mesmo, ainda que as mais belas notas de carinho nos sugiram o contrário.

Junto do instrutor, o aprendiz, quase sempre, apenas observa a distância, porém, experimenta e age, vivendo o que aprendeu.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:47 pm

É indispensável desenvolver os valores ilimitados, inerentes a cada um de nós, guardados como divina herança no potencial de nosso mundo intimo.

A protecção inconsciente, que subtrai o protegido ao clima de realização que lhe é próprio, elimina os germens do progresso, da elevação, do resgate individual. Estabelecer a dependência dessa ordem é criar o cativeiro do espírito, que anula nossa capacidade de improvisação e estimula os vícios do pensamento.

Fujamos ao condenável sistema de adoração recíproca, em que a falsa ternura opera a cegueira do sentimento.

Respeitemo-nos mutuamente, na qualidade de irmãos congregados para a mesma obra do bem e da verdade, mas combatamos a idolatria;
bem-queiramo-nos uns aos outros, como Jesus nos amou;
todavia, cooperemos contra a insuflação do exclusivismo destruidor.

Somos depositários de grandes lições da vida superior.
Pô-las em prática, estendendo mãos amigas aos nossos semelhantes, é o nosso objectivo fundamental.
Cada um de vocês tem obrigações em separado, nos sectores diferentes da actividade espiritual.

Durante alguns meses, estivemos quase sempre juntos, quando a oportunidade permitia.
Associados na mesma experiência, criamos laços santificados de amor que nos irmanam uns aos outros.
Não podemos, porém, descansar sobre as comodidades do afeito.

E preciso enfrentar as asperezas do serviço, conhecer a luta, testemunhar aproveitamento.
Nunca me valeria da qualidade de instrutor para impedir o crescimento mental de vocês.

A Terra, que nos é mãe comum, reclama filhos esclarecidos que colaborem na divina tarefa de redenção planetária.

Há multidões, por toda parte, escravas do bem-estar e da miséria, da alegria e do sofrimento, estranhas ao carácter temporário das condições em que se agitam Todos vivem, mas raros espíritos de nosso mundo tomaram posse da vida eterna.

O campo de trabalho é vastíssimo.
Experimentem nele o que aprenderam, despertando as consciências que dormem ao longo do caminho.
O aprendizado fornece-nos conhecimento.

A vida oferece-nos a prática. Unamos a sabedoria com o amor, na actividade de cada dia, e descobriremos a divindade que palpita dentro de nós, glorificando a Terra que aguarda nosso concurso eficiente, pelo equilíbrio e compreensão.

Não faltam instrutores benevolentes e generosos e, além disso, vocês devem aplicar as lições que receberam, orientando, igualmente, seus semelhantes em luta e os companheiros ainda frágeis.

Só as vitimas voluntárias da idolatria convertem a ausência num vácuo.
Não, meus amigos, não alimentemos qualquer processo doloroso de saudade sem optimismo e sem esperança.

Imenso futuro de realizações sublimes com o Pai espera cada um de nós.
Edifiquemo-nos, aceitando as experiências construtivas que nos convocam o esforço à possibilidade maior.

Estimo profundamente a consolação individual, mas, acima de nosso conforto, devemos procurar a libertação com o Cristo.

Incontestavelmente, a prelecção era vazada em severidade afectuosa, que, no momento, não nos sabia bem ao coração, habituado às expressões de incessante carinho, mas tinha a virtude de acordar-nos para a verdade, chamando-nos a uma atitude de legítimo entendimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:47 pm

Ainda ai, numa simples reunião de despedidas, Alexandre sabia ser grande e generoso, impondo-nos um equilíbrio que, de outro modo, não saberíamos conservar.

Apesar da compreensão, tínhamos os olhos húmidos.
A separação dos bons, não obstante temporária, é sempre dolorosa. Na companhia dele, havíamos aprendido sublimes ensinamentos.

Forte e sábio, carinhoso e enérgico, exercitara-nos as asas frágeis nos grandes voos de novos conhecimentos.
Comparando nossa situação anterior à presente, observávamos evidente melhoria geral.


Como não lhe devermos, a ele, abençoado amigo de todas as horas, ilimitados testemunhos de amor?
Creio que a maioria partilhava os meus pensamentos, porque Alexandre, dando a ideia de que nos ouvia as reflexões mais íntimas, acrescentou:
- Devemos ao Cristo - Jesus todas as graças!
Ele é o Divino Intermediário entre o Pai e nós outros.

Saibamos agradecer ao Mestre as bênçãos, as lições, às tarefas. O espírito de gratidão ao Senhor alegra a vida e valoriza o trabalho dos servos fieis!...

Em seguida, o instrutor levantou-se e, sorridente, abraçou cada um de nós, dirigindo-nos palavras de incitamento ao Bem e à Verdade, enchendo-nos de coragem e fé.

Equilibrados pela sua palavra esclarecida, os aprendizes não ousaram pronunciar qualquer exclamação, filha da ternura indiscreta.
Estávamos todos edificados, em posição serena e digna.

Epaminondas, o discípulo mais respeitável de nosso círculo, tomou a palavra e agradeceu, sobriamente, estampando nas afirmativas nossos sentimentos mais nobres e endereçando ao instrutor amigo nossos ardentes votos de paz e êxito, na continuidade de seus trabalhos gloriosos.

Vimos que Alexandre recebia nossas vibrações de amor e reconhecimento em meio de profunda emoção. Sua fronte venerável emitia sublimes irradiações de luz.

Terminada a breve saudação do companheiro, pronunciou algumas frases de agradecimento, que não merecíamos, e falou:
- Agora, meus amigos, elevemos ao Cristo nossos pensamentos de júbilo e gratidão, consagrando-lhe as inesquecíveis emoções de nosso adeus.

Manteve-se de pé, cercado de intensa luz safirino-brilhante, e, de olhos erguidos para o alto, estendeu os braços como se conversasse com o Mestre presente, embora invisível, orando com infinita beleza:
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 29, 2012 9:47 pm

Continua...

Senhor,
Sejam para o teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!

Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a tua vontade!...

Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas,
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Transforma os obstáculos da senda em renovadas lições...

Em teu nome,
Semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos tua luz onde a treva demore,
Verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos tua bênção onde haja condenações,
Desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!

Senhor,
Dá que possamos servir-te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.

Fortifica-nos o coração
Para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete,
A fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje,
Que nos deste
Para a renovação permanente até à vitória final.

Somos tutelados na Terra,
Confundidos na lembrança
De erros milenares,
Mas queremos, agora,
Com todas as forças d’alma,
Nossa libertação em teu amor para sempre!

Arranca-nos do coração as raízes do mal,
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos
Servos leais de tua infinita sabedoria!

Dá-nos o equilíbrio de tua lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes,
Irrompe, ainda,
No âmago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior

Conserva-nos em tua inspiração redentora,
No ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,

Possamos atender-te os sublimes desígnios,
Em todos os momentos,
Convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!


Assim seja.

A comovedora prece de Alexandre fora à última nota do maravilhoso adeus.

Saímos.
Em torno, as flores exalavam agradabilíssimo perfume, à luz prateada da noite.

E, ao longe, no alto dos céus, brilhavam os astros, como fulgurantes corações de luz, em praias distantes do Universo, imanados, como nós, uns aos outros, à procura das alegrias supremas da união com a Divindade.

Fim

§.§.§- O-canto-da-ave

Caro amigo:
Se você gostou do livro e tem condições de comprá-lo, faça-o, pois assim estarás ajudando diversas instituições de caridade; que é para onde os direitos autorais desta obra são destinados.


Muita Paz
Que Jesus o abençoe
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