LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 04, 2024 9:43 pm

O enfraquecimento moral do clero e a decadência do poder da fé religiosa, de alguma forma deixaram a criatura humana desprotegida, e, à medida que surgiram outras confissões, foram gerados mais conflitos do que segurança e apoio.
Atendendo aos seus clientes, Jung, não poucas vezes, buscava informar-se qual era a religião que professavam, recomendando aos católicos que buscassem os seus sacerdotes para se confessar e, comungando, receberem a absolvição, mesmo que através de penitências sempre libertadoras; quando protestantes, em razão de haverem gerado muitos conflitos e perdido os dogmas e os ritos que se enfraqueceram, a solução seria sugerir maior integração nos postulados evangélicos, que lhes poderiam servir de suporte para se precatarem das amargas experiências imediatas, para as quais não possuíssem resistências.
Superando o conceito de que toda neurose tem suas raízes fincadas na sexualidade infantil reprimida, ou encerra uma insuportável ânsia de ambição e de poder, a proposta, válida, apresenta-se através de uma análise dos outros conteúdos psíquicos no ser incapazes de suportar as referidas experiências imediatas.
Não se pode descartar, no entanto, a hipótese espírita da reencarnação, na análise em tela, a fim de explicar-se a existência de factores causais - anteriores à concepção — que podem expressar-se por meio da repressão da sexualidade infantil, ou da ambição e do poder, em razão das heranças graves que se encontram hoje no inconsciente pessoal do portador do transtorno neurótico.
Nesse caso, o Self, expresso na personalidade humana, possui a totalidade dos factores conscientes observáveis, assim como de todos aqueles que são indefiníveis e indelineáveis.
O esforço que se deve empreender para o indivíduo conseguir a sua reintegração religiosa é valioso e tem carácter de urgência.
Essa reintegração, bem se vê, não faz pressupor-se uma vinculação a tal ou qual confissão que predomine na consciência geral, mas que melhor atenda aos quadros de valores e necessidades de cada pessoa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 04, 2024 9:44 pm

Necessidade Da Fé Religiosa
A crença religiosa pode expressar-se sob dois aspectos psicológicos: um castrador, proibitivo, gerador de culpa, e outro estimulante, psicoterapêutico, consolador.
No primeiro, apresenta-se como fenómeno de transferência dos conflitos que parecem apaziguar-se mediante a eleição de uma confissão doutrinária que pertence ao indivíduo, portanto tornando-o melhor e mais presunçoso do que os demais, em uma falsa auto-realização, por efeito, não raro, de dificuldade de ajustamento e vitória no meio social. Trata-se da fé cega, aquela que impõe seus dogmas e conteúdos sem permitir reflexão nem análise, contribuindo para que o adepto se sinta autoconfiante e aparentemente pleno. Os seus conflitos, dessa maneira, não são superados, mas recalcados no inconsciente e espocam em clima de fanatismo que se exterioriza mediante as perseguições de lamentáveis consequências - resultado da insegurança pessoal e da instabilidade emocional.
No segundo, oferecendo oportunidade de reflexões e aprofundamentos numinosos, estabelece parâmetros de segurança através da contribuição dos estudos científicos, que demonstram a realidade dos seus postulados doutrinários.
Suportando os desafios experimentais em laboratórios, torna-se racional e lógica, pois que possui um suporte filosófico para explicar as ocorrências morais, sociais, do destino, do sofrimento e as infinitas possibilidades de triunfo em relação ao futuro.
Evidentemente, não se trata do triunfo apenas material, mas, conforme acentuou Jesus — que Ele vencera o mundo — portanto, de um triunfo interior. Essa ânsia tresvairada e patológica de vencer no mundo económico, social, político ou sob qualquer aspecto material em que se apresente, gera conflito, porque desenvolve a ansiedade mórbida. A vitória, porém, sobre o mundo das paixões, das disputas perturbadoras, eis a proposta psicoterapêutica da fé religiosa, que faculta a compreensão das ocorrências negativas, ensejando resignação ante aquelas que não sejam as esperadas, as agradáveis, mas que, bem compreendidas, podem ser dinamicamente transformadas em recursos de harmonia e de bem-estar.
São muitos os conflitos e transtornos psicológicos desencadeados pela fé religiosa totalitária, excessivamente dogmática, imperiosa, por inibir os valores da personalidade e bloquear o discernimento da psique. No entanto, tendo-se em vista os diferentes níveis de consciência em que transitam as pessoas, algumas que ainda se detêm na consciência de sono, impossibilitadas psicologicamente de altos voos de discernimento e de identificação, submetem-se pelo medo à boa conduta, aos valores impostos, retendo os impulsos primitivos que, sem esse controle arbitrário, as levaria a situações deploráveis, qual ocorre amiúde com aqueles que se encontram divorciados desses procedimentos religiosos.
Com tendência inata a temerem para acreditar, em vez de crerem por amar, essas criaturas operam interiormente uma transformação moral para melhor, evitando os vícios turbulentos, tendo como suporte a fé fanática, e nela sentindo-se saudáveis e realizadas até o tempo em que dura essa aceitação, podendo ocorrer-lhes a morte durante esse comportamento, morte, aliás, que aceitam sem pânico ou ansiedade. Esses fiéis são mais resistentes aos transtornos depressivos que conduzem ao suicídio, porque apoiam-se na crença da imortalidade, esperando a consumpção natural àquela provocada pelo gesto insano. Em sentido oposto, as pessoas que não se firmam em expressão religiosa alguma, quando surpreendidas pelos fenómenos psicopatológicos ou pelos desastres morais, sociais, económicos, que, às vezes, os desencadeiam, possuem menos estrutura emocional, atirando-se, desesperadas, no fosso profundo da autodestruição. Nesse, como em outros fenómenos humanos, sempre ocorrem excepções que, dessa forma, confirmam a regra geral.
A fé religiosa segura, resultado da experiência pessoal com a transcendência, faculta uma perfeita integração do ego com o Self auxiliando-o no deciframento de muitas incógnitas íntimas, que desaparecem, eliminando possíveis factores de insegurança emocional. Esse encontro com a transcendência pode ser denominado como experiência mística, aquela que dilata os horizontes do psiquismo na direcção de outras realidades não palpáveis, no entanto, existentes e vibrantes no Universo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 04, 2024 9:44 pm

Na análise entre o dogma religioso e o fato científico, não poucas vezes se tem afirmado que o primeiro, porque impõe e abrange a totalidade, e sendo irracional, porque afirma e reproduz a existência psíquica, possui mais poder psicológico sobre o indivíduo do que a ocorrência racional que produziu a teoria em que se expressa. Nesse dogma estariam todos os arquétipos ancestrais das experiências da gnose exteriorizada nas variadas revelações espirituais de todos os tempos. E esse fenómeno encontra-se no âmago de todas as religiões do passado e do presente. Isto porque os fenómenos despertaram o ser humano antes que ele se desse conta da sua possibilidade:
sonhos, aparições, desdobramentos da personalidade e viagens astrais, transes espontâneos que sempre aconteceram na história da Humanidade...
Essas ocorrências sucederam mesmo sem a compreensão daqueles por quem se expressavam.
O dogma religioso teria o conteúdo genérico de todas as experiências da psique, enquanto que a teoria e o fato científico abrangeriam somente os painéis da consciência, variando, muitas vezes, ou sendo substituídos por outros de mais recente conquista. Procedente do inconsciente, das suas imagens arquetípicas, o dogma religioso pode abordar abstracções que impõem punições à culpa e a liberam através de sacrifícios, mortificações, penitências, que são dramatizados, resultando em processos psicoterapêuticos valiosos.
Apesar do sentido positivo do dogma das religiões em determinadas circunstâncias, não se pode negar a excelência da fé religiosa racional, que enfrenta a culpa de forma positiva, analisando a dramatização do pecado e possuindo os instrumentos específicos para a redenção através da reparação do mal que se haja praticado pelo bem que se pode realizar.
A análise racional do erro e do pecado, do escândalo e do crime cometidos, enseja a consciência da desnecessidade do sofrimento como mecanismo de libertação, oferecendo, em contrapartida, a acção benfazeja, dignificadora, que levanta a vítima e apazigua o algoz, que reorganiza os valores desrespeitados e equilibra o grupo social, facultando bem--estar naquele que temia e agora ama que se atormentava e ora se acalma.
A união, portanto, positiva, de alguns dogmas, tais a existência de Deus, a realidade do ser imortal, a reencarnação, que se impõe como processo de evolução, quando confirmados pela experiência racional da investigação científica, constatando-se essa sobrevivência do Espírito mediante a sua comunicação intelectual e física - objectiva e subjectiva- contribui com maior eficiência para que a fé religiosa se expresse de forma terapêutica
e saudável, não gerando novos conflitos nem evitando comportamentos que seriam proibidos e deixam de ser vivenciados apenas pelo bom motivo de saber-se os danos que causam.
A fé religiosa, em sua necessidade de harmonização do ser humano, é uma experiência pessoal e intransferível, que pode ser despertada por outrem, todavia tem que ser vivenciada pelo indivíduo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 04, 2024 9:44 pm

Apoio terapêutico pela religiosidade
O homem que crê tem muito mais possibilidades, nos vários compromissos existenciais, do que aquele que vive atormentado pela dúvida ou que simplesmente não crê.
Quando alguém enfrenta uma batalha sem a certeza da vitória, de alguma forma já perdeu uma grande percentagem de probabilidades para triunfar. Os próprios conflitos perturbam-no e o impedem de discernir com claridade, bem como de agir com segurança.
Um dos factores de desequilíbrio do comportamento é a tensão, resultado da ansiedade mal controlada. Nesse estado de tensão, o indivíduo pode ser acometido pelo medo e tornar-se perigoso para si mesmo, assim como em relação aos outros. Há nele uma perda do sentido da autocrítica e, dessa forma, torna--se incapaz de compreender psicologicamente a situação em que se encontra.
Algumas vezes, percebe inconscientemente a presença de forças perturbadoras e conflitos - expressões de má consciência - que o podem levar a situações graves e atitudes criminosas.
A fé religiosa, a católica, por exemplo, pode auxiliado, em razão da confissão, que lhe descarrega a tensão, e da absolvição que o sacerdote lhe oferece e o sacramento eucarístico lhe propicia, tranquilizando-o.
Cabe, porém, ao indivíduo, não obstante esse apoio religioso, buscar a sua vida imediata, sua própria experiência de vida, eliminando as exigências das tradições, expressando-se em sonhos pessoais, únicos, não repetidos por outrem, mesmo que seja portador de problemas semelhantes. Isto porque, quando esses sonhos repetem-se mais ou menos idênticos, procedem dos arquétipos que expressam temas colectivos que se encontram no inconsciente geral, como heranças das culturas, das crenças e das aspirações ancestrais.
As tendências primárias e as heranças da violência passada, que permanecem na estrutura psíquica do ser humano, é que o levam aos actos de hediondez e de perversidade que se vêm repetindo através da História, em razão também de haverem sido praticados por ele mesmo, nos processos das reencarnações passadas.
A presença da religião no seu mundo íntimo, que o ampara e estimula ao Bem e à sua prática, produz-lhe um efeito terapêutico superior, por ensejar-lhe possibilidades de reconstrução do que foi destruído e de renovação pessoal ante a vida. Não se pode ignorar que, por outro lado, o maior número de guerras que sofreu a Humanidade teve origem nas paixões religiosas ínsitas em personalidades psicopatas, que se deixavam conduzir pelo fanatismo, tornando-se perversas, em consequência da insegurança pessoal e dos distúrbios interiores em que estorcegavam.
Conduzindo o seu passado nele mesmo - herança das experiências transactas e dos processos da evolução – somente através do esforço e da luta íntima renhida é que se pode libertar dos atavismos primitivos e das experiências degradantes a que se vinculou anteriormente. Quando, porém, como efeito danoso desses comportamentos, já se lhe instalou o transtorno neurótico e a sombra densa predomina na sua conduta, a Religião ainda pode oferecer-lhe recursos saudáveis para que a personalidade - lúcida e consciente - e a sombra possam marchar juntas, convivendo sem atritos nem imposições de uma sobre a outra.
A Religião propicia a distinção moral entre o bem e o mal, propelindo o crente para o primeiro, no qual há uma recompensa afectiva, espiritual, que proporciona alegria de viver.
Em uma análise profunda dessa dualidade, no entanto, ao infinito, ocorre uma fusão de ambos os conteúdos, porque o mal transitório conduz à aprendizagem para o bem permanente, e todos os homens e mulheres passam pelas experiências amargas e perturbadoras, a fim de fixarem os estímulos positivos, aqueles que não geram culpa nem desarticulam os painéis da consciência, que prevalecerão triunfantes.
Uma religião que concilie o dogma com a razão poderá oferecer uma instrumentação psicológica muito segura para esse apaziguamento da sombra no desiderato da união com a personalidade consciente, retirando-lhe o conteúdo vulgar, primitivo, portador de malignidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 04, 2024 9:44 pm

Infelizmente, o ser humano vem perdendo o contacto com a terra, com a fraternidade, em face dos conflitos de opiniões, das imposições do intelecto sobre o sentimento, da robotização que transforma o ser humano em máquina, a repetir actividades que lhe destroem a capacidade de criar, de enriquecer-se de novos valores espirituais. Isso resulta do prejuízo experimentado pelas religiões que vêm perdendo o contacto com os fiéis, algumas mais interessadas no número, nas massas rendosas, que oferecem proventos materiais e edificam santuários cada vez mais extravagantes, que anestesiam as necessidades profundas da emoção com falsos milagres de ocasião, deixando os crentes mais aturdidos e desesperados, quando despertam posteriormente. Continuam recebendo as multidões, porém, constituídas por pessoas vazias de harmonia e de sentimentos solidários. Outras, preocupadas com a política terrestre, especialmente em relação à preservação dos tesouros e posses acumulados, não dispõem de conselheiros e pastores suficientes para os indivíduos que necessitam de atenção pessoal, fugindo, ao se sentirem órfãos da Mãe espiritual para as madrastas viciações, que são as dependências químicas e alcoólicas, sexuais e brutalizantes, que pensam substituirão a tranquilidade que perderam.
Não se poderão impor a essas criaturas leis que as tornem melhores e mais harmónicas, porque se tratam de conquistas interiores, pessoais e intransferíveis, somente possíveis quando cada qual opere a sua transformação interior para melhor.
É necessário que a proposta religiosa se expresse no trabalho em favor do homem lúcido, em vez da repressão daquele ser inferior que nele vige, ajudando-o a melhorar-se, a cooperar, evitando que se rebele e o agrida. Não será através do corte da cabeça que se poderá eliminar a dor que dela procede... Também não será por métodos castradores, proibitivos, inibidores, que se atenderão aos transtornos neuróticos, mas exactamente de forma diferente, isto é, buscando-se as raízes de onde procedem para erradicá-las sem violência, mediante a identificação e superação das suas mensagens.
Nessa operação, torna-se inadiável a contribuição da imaginação activa, método superior para tornar os conteúdos inconscientes perfeitamente conscientes, conquistando-os, para que eles se harmonizem com o ego.
Pode-se estabelecer que a união do ser humano com Deus, no Cristianismo, está representada por Cristo e pela Sua cruz, o amor e o sacrifício, que avançam juntos, abrindo espaços emocionais para compreender-se a própria natureza, suas necessidades e exigências, trabalhando-as com paciência e resignação, ao mesmo tempo ascendendo emocional e espiritualmente em viagem segura dos vícios e dependências perturbadores para outros patamares de satisfação e de bem-- estar, sem culpa nem ansiedade, ante a certeza de se estar avançando com segurança para o encontro com a plenitude, com o Reino dos Céus.
Esse esforço propiciado pela Religião conduz ao Si--mesmo consciente das suas responsabilidades, a uma introspecção, evitando projectar a própria sombra, o que faculta assumir os resultados dos seus empreendimentos e condutas, não transferindo as consequências para os outros, e descobrindo-se membro actuante do mundo, no qual tudo tem um significado igualmente íntimo.
O que acontece fora tem a ver com o que se passa no íntimo do indivíduo. Assim, iluminando-se a sombra, obter-se-á como resultado uma grande contribuição em favor do grupo social, do mundo em geral.
Essa aquisição de consciência do Si constitui uma vitória muito grande para a sociedade, em razão das projecções recíprocas que povoam o universo dos grupos sociais, que não assumem os valores reais que os constituem, fugindo através de mecanismos sombrios que os escondem por momentos, mas não os retêm por largo tempo.
Essa função religiosa - a da conscientização espiritual do Self — torna-se de excelente resultado terapêutico, auxiliando o ser humano a crescer e desenvolver o seu Deus interno, a princípio viajando em sua direcção, internalizando--se, para depois exteriorizar-se e projectá-lo na direcção do mundo onde vive.
A consciência religiosa espiritista, a que decorre de uma visão profunda do ser, do seu destino, das possibilidades infinitas que possui e deve utilizar na construção da sua realidade maior, enseja essa terapia preventiva aos transtornos neuróticos, ao mesmo tempo ajudando a curá-los, quando instalados, mediante a compreensão do que cada um pode e deve fazer por si mesmo na actual trajectória reencarnacionista.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:50 am

Religião E Saúde
A adopção de uma conduta religiosa que trabalhe o. indivíduo, nele edificando valores de dignificação e de bem-estar, é valioso contributo psicológico para a sua saúde.
Freud informava que a Religião é, por si mesma, uma neurose compulsiva. Certamente a tese não pode ser generalizada, pois Jung, por sua vez, reconheceu a sua necessidade para um bom e
saudável equilíbrio psicológico, anti neurotizante, desde que constitua estímulo para o prosseguimento das lutas e para o trabalho de renovação interior do indivíduo.
O mesmo ocorre com a Ciência, que algumas personalidades podem utilizar-se de forma dogmática, facultando-se intolerância e fuga compulsiva em torno das incertezas que a existência proporciona.
Há uma necessidade de o indivíduo segurar-se em algo que o poupe da ansiedade, do medo, e a fé na Ciência, em face do seu conteúdo racional, pode tornar-se neurótica e compulsiva. Nem todos, porém, assim procedem, havendo a diferença entre os comportamentos saudáveis e os neuróticos.
É necessário examinar se a Religião mantém o indivíduo infantilizado, dependente dos seus postulados e receoso das lutas que deve travar, a fim de adquirir a sua maturidade psicológica, ou se tem um carácter libertador. Na segunda hipótese, os seus paradigmas e teses devem contribuir para a sua auto aceitação, para o reconhecimento dos próprios limites, contribuindo para que possa desenvolver todos os valores que lhe dormem latentes, especialmente ampliando--lhe a capacidade de amar ao seu próximo, a Natureza, a vida e a si mesmo...
A Religião não pode servir de fuga psicológica para o indivíduo poupar-se ao enfrentamento dos seus conflitos, dos processos de libertação do sofrimento, que pode ser modificado mediante a coragem de defrontá-los e trabalhá-los corajosamente com os instrumentos da realidade.
O amor a Deus deverá ser uma manifestação natural que emerge do Self vitaliza o ser total, sem a preocupação de ser amado por Deus, o que pareceria um paradoxo, caso não o fosse amado, quer nele se acredite ou não.
Nessa constatação, nesse emergir do inconsciente profundo pessoal, a imagem de Deus todo Amor, porque saudável, elimina a necessidade masoquista do martírio, do sacrifício, do sofrimento, como, às vezes, demonstra-se para os outros, que somente se justificam quando as situações impõem o testemunho de fé, isto é, a perfeita coerência entre aquilo em que crê e expressa, e as defecções que lhe são impostas, tornando-se alguém decidido e sem medo ante essas conjunturas, sendo fiel ao comportamento íntimo e externo que adopta.
Quando a Religião liberta do medo e da ansiedade, quando proporciona a coragem natural para o auto enfrentamento, torna-se terapêutica e geradora de saúde.
O homem livre busca Deus exactamente porque se encontra em liberdade, e deve avaliar se pode ser conceituado como um Espírito, Energia Suprema ou como um Fenómeno da Natureza, que se lhe torna uma necessidade compulsiva como ocorre com a dependência do álcool ou de outras substâncias químicas...
-Feita essa avaliação, e constatando-se que não se trata de um epifenómeno de procedência neurótica, mas de uma realidade na qual se acredita sem qualquer conflito, estabelece-se um vínculo emocional, religando-o a Deus e passando a amá-lo com espontaneidade.
A Religião, pelo seu sentido de condução ao infinito das origens, no passado, e pela proposta de incomensurável, em relação ao futuro, proporciona experiências de auto-identificação, que se pode considerar como uma verdadeira graça dessa Divindade.
Obviamente, a vinculação do ser a uma doutrina religiosa não o deve conduzir a qualquer manifestação de fanatismo, que representa o seu conflito projectado para o exterior, em face da insegurança e do medo do enfrentamento do Si-mesmo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:50 am

Através da Religião, o homem aprofunda reflexões e mergulha no seu inconsciente, fazendo que ressumem angústias e incertezas, animosidades e tormentos que podem ser enfrentados à luz da proposta da fé, e que são lentamente diluídos, portanto, eliminados, a serviço do bem-estar pessoal, que se instala lentamente, tornando-o cada vez mais livre e, portanto, mais feliz.
A instalação da fé dogmática - seus fundamentos essenciais -, mas racional, porque enfrenta os desafios com tranquilidade, abre espaço ao livre-arbítrio que, do ponto de vista psicológico, nem sempre é realmente livre, em face dos factores emocionais e orgânicos que influenciam as decisões e as escolhas, os comportamentos e as observações de que se é objecto, variando, portanto, de acordo com as circunstâncias e os níveis de consciência nos quais cada um estagia.
Graças à opção religiosa, sem o abandono dos admiráveis suportes psicológicos e psicoterapêuticos, o binómio saúde doença modifica-se para uma estrutura unitária, que é a saúde, na qual ocorrências transitórias de mal-estar, de enfermidade de
qualquer natureza, não afectam o estado normal de equilíbrio e de harmonia psicológica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:50 am

11 - A individuação
O Ser Humano E O Self • A Saúde Integral • O Numinoso

Genericamente, individuação é o processo que tem por objecto individuar, isto é, apresentar e definir qualquer expressão individual. A Filosofia antiga, através dos seus mais nobres luminares, tentou encontrar respostas próprias para a individuação.
Platão e Aristóteles particularmente, estabeleceram--na como a conquista da importância das questões relativas à articulação da realidade em consonância com os mecanismos desencadeadores das ideias e dos conceitos. Posteriormente, ficou estabelecido que poderia ser encontrada na relação que existe entre os diversos géneros e espécies, como também na mesma relação entre cada um e a matéria.
Diversas correntes apareceram mais tarde entre os escolásticos, por exemplo, os nominalistas extremos, que consideravam a necessidade de uma ideia vinculada à coisa, pois que, deixando de existir qualquer forma de realidade determinada, a questão deixava também de ter um carácter de individualidade, tornando-se universal, não podendo ser compreendida mediante convenções e existindo apenas na mente.
Já o tomismo centralizava-a na matéria, em face da constituição das substâncias criadas sensíveis, desde que as formas independentes possuem o princípio da individuação, o que equivale dizer que podem ser simultaneamente espécie e individualidade. Com muita perspicácia, porém, São Tomás de Aquino foi mais profundo, procurando demonstrar que esse princípio encontra-se não apenas na matéria, mas é aquela que se encontra em certas dimensões. Posteriormente, Locke estabeleceu que o princípio da individuação é a própria existência. Não ficaram, porém, aí, as elucidações filosóficas, prosseguindo através de outros pensadores como Schopenhauer, Leibniz, Spinoza... Por fim, o princípio da individuação pretende elucidar que cada indivíduo é diferente dos demais.
Toda a trajectória existencial humana tem por finalidade a conquista da individuação, que ainda, do ponto de vista filosófico, pode ser considerada como o processo através de cujo princípio pode-se diferenciar o individual do universal, conseguindo esse uma identidade própria.
Sob o ângulo psicológico, o princípio da individuação enseja o desenvolvimento de uma pessoa para conquistar a sua realidade própria com as suas características e autónoma sob os vários aspectos considerados.
O eminente Dr. Carl Gustav Jung considera, no entanto, a individuação, como todo um processo intrapsíquico duradouro e autónomo, através do qual a psique consciente assimila os conteúdos que permaneciam inconscientes na imensa área do inconsciente pessoal e colectivo. E o momento da conquista da consciência, do discernimento claro, da conscientização do Si--mesmo. Esse processo pode dar-se naturalmente ou através de cuidadosa psicoterapia.
Graças a essa conquista é possível separar a personalidade individual do colectivo, ao tempo em que se adquire consciência de responsabilidade social e humana pelo colectivo. Esse processo é longo e não se dá de um para outro momento.
Ainda, segundo o mestre de Zurique, a primeira fase da existência humana é dedicada ao desenvolvimento e à formação do Eu. Posteriormente, a partir dos quarenta anos, tem início o crescimento que conduz o ser à conquista de um Si-mesmo psíquico integrado. Isto não equivale dizer que muitos indivíduos não consigam a sua realização, que ocorreria somente após a referida idade. Sucede, porém, que na maturidade, quando os conteúdos psíquicos encontram--se com mais harmonia em razão das conquistas psicológicas de toda a trajectória vivenciada, o auto encontro torna-se mais fácil. Casos há, no entanto, em que os distúrbios, por sua vez, malconduzidos durante toda a existência, nessa fase etária acentuam-se, desencadeando transtornos graves, ainda mais porque se iniciam, mais ou menos, nesse período, as primeiras mudanças orgânicas que respondem pela andropausa e pela menopausa, com as suas variantes que dizem respeito à idade cronológica.
A busca da individuação constitui o grande desafio existencial, especialmente para aqueles que conduzem as pesadas cargas procedentes das reencarnações passadas, que desencadeiam conflitos e tormentos que necessitam de conveniente psicoterapia, a fim de serem superados, já que esses factores ultrapassam os conhecidos conteúdos responsáveis pelos transtornos neuróticos e psicóticos. No Espírito, portanto, jazem as causas profundas do desequilíbrio que deve ser revertido durante o processo libertador pela individuação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:50 am

O Ser Humano E O Self
O nobre Maslow estabeleceu uma hierarquia de necessidades, através de cuja escala, aquelas de natureza fisiológica mais primárias estariam em baixo, enquanto que aqueloutras, que dizem respeito à segurança, à realização do amor e do bem se encontrariam acima, culminando na mais elevada, a que diz respeito à realização pessoal, que se estabelece quase no ápice da sua pirâmide, que representa as diversas necessidades humanas.
Isto porque, segundo ele mesmo, muitos estudiosos da Psicanálise como do Behaviorismo vêem as criaturas desenvolvendo um grande esforço, a fim de se libertarem das tensões ou para compensarem quaisquer faltas que lhes chamem a atenção.
Seria uma forma de comportamento pessimista, ao mesmo tempo negativista inerente à constituição humana. Assim sendo, as pessoas teriam que renunciar a algo, a fim de terem paz e não propriamente de lutarem por conseguir o que pretendem.
Representaria um comportamento no qual se trabalharia para se verem livres da dor, da fome, do desespero, das exigências do sexo...
Assim, Maslow designou essas como necessidades deficitárias, nas quais subjaz a busca da realização social, de prazer, de promoção na comunidade. Dever-se-ia conseguir as coisas pelo que elas mesmas significam, pelo bem-estar que produzem, pelo sentido de estimulação que proporcionam, como os desportos, as viagens, as leituras edificantes, os intercâmbios espirituais e emocionais, constituindo experiências enriquecedoras pelos seus conteúdos intrínsecos. Nisso haveria diferença entre os seres humanos e os animais outros, em razão desses últimos buscarem a satisfação somente através da eliminação da fome, da descarga sexual, jamais através de outros valores que são próprios do ser pensante.
E óbvio que a presença da dor de qualquer matiz atormenta e dificulta que alguém possa fruir o bem-estar que decorre da estesia, da beleza, da arte, das acções enobrecedoras...
Na visão do nobre estudioso, as pessoas somente se interessariam pelas conquistas das necessidades mais elevadas após terem as baixas, as fisiológicas, satisfeitas. Trata-se de uma conclusão bastante lógica, todavia, nem todas as criaturas estão incursas na observação perspicaz, porque muitos artistas, cientistas, estetas, místicos, procuram entregar-se aos objectivos que perseguem, mesmo quando experimentando necessidades, como a fome, a dor, a perseguição gratuita, etc.
A realização pessoal, nessa pirâmide de Maslow, é a penúltima conquista, como a necessidade que precede às experiências limite. No entanto, essas experiências-limite somente se fazem possíveis, após a realização pessoal e quando todas as demais encontrarem-se atendidas, especialmente aquelas, as mais baixas - fome, sede, dor, segurança, apoio - estiverem resolvidas.
O Self na concepção humanista, é igualmente muito importante, exactamente por proporcionar uma experiência subjectiva, que pode ser interpretada pelo que se sente e se anela neste momento e onde se encontra. Segundo essa conceituação, o Si-próprio desenvolve-se na primeira infância e prossegue envolvendo o sentido de Si mesmo do indivíduo, o que lhe constitui o Eu, como a força que o propele para a tomada ou não de decisões e de comportamentos que lhe constituem os desafios existenciais. Igualmente assume o conteúdo do Si próprio desse indivíduo como uma espécie de objecto, o mim, que é identificado e desperta a afeição ou a repulsa, que é percebido, e aceito ou recusado.
Foi Rogers quem estabeleceu que o mais relevante objectivo para a conquista da saúde mental é a realização pessoal do Si próprio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:51 am

Para essa aquisição, deve a criança, desde cedo, mediante a educação no lar, receber uma atenção cuidadosa, incondicional, para que se sinta aceita sem qualquer reserva. Como nem sempre será possível concordar com tudo quanto a criança faz, crê Rogers que sempre haverá uma condicional, uma negociação, embora inconsciente entre os pais e ela, quando aqueles propõem determinadas condições para o amor, como a criança ser bem procedida, estudiosa, asseada, obediente, o que suprimiria na mesma alguns componentes do Si próprio, a fim de ser bem recebida, o que a levaria a determinados comportamentos confusos e sentimentos de aflição, por não poder identificar o seu valor real.
Inegavelmente, o ser humano é o Self, que lhe sintetiza todos os valores, como resultado de um largo processo evolutivo, no qual se daria uma unidade entre o consciente e o inconsciente.
Ele é o regulador da totalidade, síntese de todas as aspirações e aspectos da personalidade, expressando-se de forma equilibrada no relacionamento com as demais criaturas e com o meio ambiente no qual se vive.
A busca da perfeita integração da consciência com a inconsciência para a mais elevada expressão do Self constitui o desafio da existência humana, na sua marcha ascensional mediante o inevitável processo antropossociopsicológico.
As dificuldades e os impedimentos, os tormentos e as perturbações, os transtornos e os limites normais que caracterizam o ser, lentamente são trabalhados e corrigidas as imperfeições de forma que se possa alcançar a meta.
A Psicologia Profunda, assim como a humanista e a transpessoal, facultando percepções para a visão espiritual inerente à criatura terrestre, propiciam-lhe o auto-exame, o conhece-te a ti mesmo, de modo que sejam desmascarados os artifícios do instinto e estabelecidos os princípios ético-morais da razão, auxiliando a conquista de todos os tesouros que lhe jazem adormecidos.
Nesse largo processo de evolução e de aprimoramento, a reencarnação enseja a lapidação das mazelas, burilando os sentimentos, desenvolvendo as emoções que passam a comandar as sensações e libertar das sombras tormentosas, impulsionando o ser para a conquista do numinoso, do samadhi, do Reino dos Céus...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:51 am

A SAÚDE INTEGRAL
Considerado o ser humano um conjunto de elementos que se aglutinam para tornar-se uma realidade no campo da forma, é constituído, conforme já referido, pelo princípio inteligente do Universo ou Espírito, por uma espécie de envoltório semi-material ou perispírito e pela matéria ou corpo somático.
Procedentes do Espírito todos os impulsos, esse é o agente dos sentimentos e do pensamento que se ampliam à medida que são aplicados nas realizações-desafio das diferentes existências planetárias. Sendo o ser por excelência, é formado por energia especial dotada de inteligência, na condição de herdeiro de Deus, e que, desde quando criado, avança sem cessar no rumo do infinito que o aguarda até alcançar a plenitude que lhe está reservada.
O perispírito que o reveste é o órgão no qual se insculpem as realizações que lhe procedem da essência, encarregando-se de modelar as futuras formas orgânicas e emocionais de acordo com os actos praticados no transcurso das existências da evolução.
O corpo é o envoltório mais denso e, possivelmente mais grosseiro, que expressa os conteúdos profundos que procedem da Energia pensante que lhe impõe, através do corpo intermediário, os mecanismos próprios para a aprendizagem e a reparação dos equívocos cometidos nos diversos experimentos a que vai submetido.
Por consequência, o ser humano é todo um complexo de elementos que se interdependem e se interligam, no entanto, colocado num contexto do qual não se pode evadir.
Preexistente ao berço carnal e sobrevivente à disjunção molecular, o Espírito é o agente da vida nos diferentes aspectos sob os quais se apresente.
Herdeiro de todas as realizações, seus pensamentos, palavras e actos programam os acontecimentos que o capacitarão para a vitória sobre o primarismo em que se apresenta nos primeiros cometimentos da evolução, tornando-se cada vez mais portador do conhecimento divino que nele jaz e das possibilidades superiores que igualmente se lhe encontram latentes.
A visão desse ser integral, não apenas da forma que sofre contínuas transformações, confere-lhe incontáveis oportunidades de aprimoramento que acena a felicidade possível de ser alcançada.
À medida que desenvolve os valores espirituais e morais que o exornam pela procedência divina, promove o progresso da Terra e da sociedade que compõe, facultando-se novos e admiráveis eventos propiciadores de avanços mais significativos, porque as conquistas enobrecedoras, na ciência, na arte, no pensamento, sempre se multiplicam por si mesmas, não seguindo a horizontal dos processos mecânicos e automáticos. A cada novo desempenho, mais se ampliam os recursos que facultam avanços mais expressivos, impulsionando-o sempre para adiante.
Enquanto se demora nas faixas mais primevas, a marcha se faz lenta, porque são muitos os impedimentos a vencer. No entanto, quando desabrocha a razão e se desenvolvem os painéis da consciência, com maior celeridade os acontecimentos têm curso e os avanços se tornam muito mais significativos. Há, por isso mesmo, um incessante enriquecimento de valores que tornam a existência digna e bela.
Apesar disso, a obstinação nos instintos primários, quando a razão e o sentimento se desenvolvem, ficando subjugados pelas paixões, actos vergonhosos de crueldade e de insensatez são realizados, gerando consequências que se transferem de uma para outra existência, em razão de a vida ser apenas uma, quer se esteja no corpo somático ou fora dele.
A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos em nome da Divina Justiça e a criatura sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos não controlados, das suas acções infelizes, da sua persistente rebeldia em não aceitar os convites superiores da ordem e do dever.
Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a realizar o que lhe pareça próprio, espontaneamente, porém retornando pelo mesmo caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus actos, ou colectar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:51 am

Dessa maneira, os distúrbios de toda procedência -sejam orgânicos, emocionais, mentais - e as ocorrências se apresentem como felicidade ou desdita, alegria ou tristeza, famílias cruéis ou ditosas, afectividade compreendida ou rejeitada, infortúnios ou bênçãos resultam das próprias realizações do ser eterno que se é, não havendo lugar para as fugas espectaculares que se pretendam, escapando-se aos resultados das opções anteriores.
Mediante um contingente de provações ou novas experiências sob o talante dos sofrimentos, porém, com excelentes possibilidades de recuperação, ou através das expiações que encarceram os calcetas nos limites impostos ao corpo ferido pelos dardos perversos dos actos transactos, o Espírito cresce e desenvolve os seus potenciais, porque é irreversível a Lei de Evolução.
Eis por que o binómio saúde-doença faz parte dos mais intricados processos de acção espiritual do ser, apresentando-se como medida de coerção, de corrigenda ou concessão de alegria, de compensação, de realização feliz.
Habitando hoje um corpo geneticamente bem-modelado, utilizando-se de um cérebro rico de possibilidades ainda não utilizadas, nem sequer numa terça parte, o Espírito dispõe de instrumentos de incomparável potencial para expressar-se na Terra e crescer na direcção de Deus.
A concepção do cérebro triúno, como efeito natural do próprio desenvolvimento do agente de utilização dos seus inimagináveis recursos, atende às necessidades da evolução do Espírito, que poderá recorrer aos seus intrincados mecanismos de delicadíssima tessitura para alcançar os patamares mais elevados da felicidade.
A saúde, portanto, integral, somente será possível, quando o Espírito desvestir-se da inferioridade que ainda o retém nas torpes paixões e nos interesses meramente materiais, subtilizando as suas aspirações e trabalhando os metais preciosos dos sentimentos para permanecer em harmonia com as vibrações cósmicas que a tudo envolvem numa Sinfonia de excelsa beleza.
Através das construções mentais saudáveis, das acções corretas e das transformações morais necessárias, o ser, etapa a etapa, vai-se libertando das injunções penosas, experimentando os sofrimentos que haja instalado em si mesmo, e utilizando dos inestimáveis recursos médicos e psicoterapêuticos, conseguirá recuperar-se dos distúrbios afugentes, enquanto gera novos factores que trabalharão pela sua paz e alegria de viver.
A saúde integral encontra-se, pois, ao alcance de quantos desejem sinceramente auto-vencer-se, seguindo os procedimentos morais e espirituais que a vida oferece, e toda vez que se engane e se perturbe, recorrendo aos métodos das ciências
correspondentes, que são recursos oferecidos pelo Criador, que não deseja a morte do pecador, mas sim a do pecado, isto é, que sempre ampara aquele que erra, nele trabalhando a correcção do factor de perturbação e de insânia de que se faça instrumento.
Nesse comenos, a vinculação religiosa dignificante constitui mecanismo de amparo à saúde, porque enriquece de emoções superiores os arcanos do ser, trabalhando-lhe o perispírito para que transfira para os painéis do corpo, da emoção e da mente, a música sublime do amor que tudo inunda e mantém.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 05, 2024 10:51 am

O Numinoso
O nobre Jung encontrou no livro A ideia do Sagrado, do emérito teólogo alemão Rudolf Otto, a palavra numinoso, que lhe pareceu muito apropriada para traduzir a força espiritual, misteriosa, profética, que enseja qualquer experiência transpessoal ou imediata com a transcendência.
Originada do latim numen, significa génio criativo ou energia, o numinoso se expressa em manifestação do inconsciente colectivo, que pode ser aterrador, provedor, abstracto, estimulante, que se caracteriza como uma realidade que é mais do que humana.
Ao ser encontrado o Self em plenitude, a pessoa experimenta a qualidade numinosa que está associada indelevelmente ao sagrado, à Divindade. Essa experiência de carácter numinoso não pode ser transferida nem explicada a outrem que não a tenha vivido, porque faltam meios para expô-la e demonstrá-la, da mesma forma como se alguém desejasse expressar determinados sentimentos a outrem que jamais os haja experimentado. É individual, intransferível e enriquecedora.
O Self não vive encarcerado nos limites da moralidade, sendo diferentes os seus atributos em relação aos daqueles que as pessoas vivenciam. Essa característica aparentemente amoral do Self nem sempre é percebida ou compreendida por diversos indivíduos que pretendem um encontro com o Self Superior, com o Espírito Guia, não sendo tão fácil o cometimento como a ignorância pressupõe. Encontros de tal natureza se revestem de grande choque emocional, momentaneamente indescritíveis, inesperados, incompreensíveis. Somente quando são superadas as muitas barreiras colocadas pelo ego e trabalhados os conflitos é que o Self adquire o seu conteúdo numinoso, que se exterioriza do Deus interno que se encontra em todos os seres humanos.
Assim, considerando-se o cérebro triúno, de Paul MacLean, nele encontramos toda a história antropológica do ser, desde os primórdios inscritos na presença do cérebro réptil, passando pelo mamífero e alcançando o neocórtex onde permanecem valiosas possibilidades ainda não identificadas de todo. O Self é, portanto, herdeiro de todo esse património conseguido através das centenas de milhões de anos. Para ser penetrado na sua grandeza e totalidade é necessário que se mergulhe o olhar para dentro de si mesmo, a fim de se poder identificar, com o numinoso, a grande meta para as experiências transpessoais.
Nesse capítulo, há lugar para as ocorrências paranormais, para os fenómenos mediúnicos e todos os estados místicos, mesmo que nem sempre se ajustem aos parâmetros psicológicos vigentes, pela maneira como se expressam rompendo os padrões convencionais até então elaborados para a compreensão da psique.
A experiência do numinoso estimula ao avanço do ser e à superação dos limites do ego, auxiliando a criatura ao triunfo pessoal sobre si mesma, sobre suas deficiências e dificuldades, desfrutando de felicidade.
O próprio Jung reconheceu que: "O homem não muda, na morte, em sua parte imortal; ele é mortal e imortal ainda em vida, pois é tanto ego como Self."
Joanna de Ângelis, que realiza uma experiência educativa e evangélica de altíssimo valor, tem sido, nas suas diversas reencarnações, colaboradora de Jesus: a última ocorrida em Salvador (1761 - 1822), como Sóror Joana Angélica de Jesus, tornando-se Mártir da Independência do Brasil; na penúltima, vivida no México (1651 - 1695), como Sór Juana Inés de la Cruz, foi a maior poetisa da língua hispânica.
Vivera na época de São Francisco (século XIII), conforme se apresentou a Divaldo Franco, em Assis.
Também vivera no século I, como Joana de Cusa, piedosa mulher citada no Evangelho, que foi queimada viva ao lado do filho e de cristãos outros, no Coliseu de Roma.
Até o momento, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, é autora de mais de 60 obras, 31 das quais traduzidas para oito idiomas e cinco transcritas em Braille. Além dessas obras, já escreveu milhares de belíssimas mensagens.

§.§.§- Ave sem Ninho
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