LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Página 1 de 4 1, 2, 3, 4  Seguinte

Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:18 pm

Triunfo Pessoal
Divaldo Pereira Franco

(Joanna de Ângelis)

Série Psicológica Vol. 12

Se você estiver lendo esta página, certamente se interessará por esta obra.
Joanna de Ângelis, a admirável benfeitora espiritual que aprendemos a respeitar, apresenta subsídios à Filosofia, à Ciência e à Religião, focalizando temas relacionados com a nossa felicidade.
Centrando-se na notável contribuição de Jung, a autora introduz o pensamento de experientes psiquiatras, psicanalistas, biólogos, a fim de demonstrar que na raiz de todo e qualquer transtorno, aflição, enfermidade ou sofrimento, encontra-se o Espírito eterno, responsável pelas ocorrências que podem ser utilizadas para seu reequilíbrio, a sua recuperação, a sua paz.
Temas atuais como depressão, transtornos obsessivos compulsivos, esquizofrenia, terrorismo, síndrome do stress pós-traumático, fobias e sociopatias, além de outros tormentos psicológicos, são abordados com propostas psicoterapêuticas baseadas na descoberta do Ser Integral, na salutar identificação com os valores do Self.

Divaldo Pereira Franco é um dos mais consagrados oradores e médiuns da actualidade, fiel mensageiro da palavra de Cristo pelas consoladoras e esperançosas lições da Doutrina Espírita.
Com a orientação de Joanna de Ângelis, sua mentora, tem psicografado mais de 250 obras, de vários Espíritos, muitas já traduzidas para outros idiomas, levando a luz do Evangelho a todos os continentes sedentos de paz e de amor. Divaldo Franco tem sido também o pregador da Paz, em contacto com o povo simples e humilde que vai ouvir a sua palavra nas praças publicas, conclamando todos ao combate à violência, a partir da auto pacificação.
Há 60 anos, em parceria com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, fundou a Mansão do Caminho, cujo trabalho de assistência social a milhares de pessoas carentes da cidade do Salvador tem conquistado a admiração e o respeito da Bahia, do Brasil e do mundo.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:18 pm

Sumário
Triunfo Pessoal


1 O cérebro e o espírito
* Os arquétipos junguianos * O inconsciente * O alvorecer da consciência

2 O ser pensante
* Inteligência * Sentimentos * Vontade

3 tormentos psicológicos
* Irritabilidade e violência * Insegurança pessoal * Desajustes internos

4 Realização interior
* Indivíduos introvertidos e extrovertidos * Complexo de inferioridade * Fugas da realidade

5 Enfrentamentos
* A conscientização dos arquétipos primordiais * A luta contra as paixões primitivas * O vir a ser

6 Transtornos profundos
* Depressão * Transtorno obsessivo-compulsivo * Esquizofrenia

7 Distúrbios colectivos
* Terrorismo * Síndrome do stress pós-traumático * Vingança

8 Perturbações graves
* Perturbações somatoformes e psicofisiológicas * Sociopatias * Fobias

9 O significado existencial
* Ambições desmedidas * Aflições da posse e da não posse * Encontro com o Self

10 Reintegração na religiosidade
* Necessidade da fé religiosa * Apoio terapêutico pela religiosidade * Religião e saúde

11 A individuação
* O ser humano e o Self * A saúde integral * O numinoso
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:19 pm

Triunfo Pessoal
OS notáveis avanços da Ciência e da Tecnologia não lograram ainda transformar o ser humano para melhor. Não obstante seja inegável o avanço da Civilização, da Ética e das estruturas sociais, as questões morais permanecem em plano secundário, quando deveriam ser vividas no cotidiano, induzindo as massas ao desespero e à alucinação.
Nunca houve tão grande irrupção de problemas e transtornos de comportamento como nestes admiráveis dias de telecomunicação e conquistas virtuais.
Diminuídas as distâncias e aproximadas as criaturas, o medo, não obstante, domina grande parte da sociedade, associado aos factores da agressividade e do horror que transformam a Terra em uma selva perigosa, onde a vida humana quase perdeu o seu significado e se tornou fácil de ser arrebatada pela volumosa criminalidade que banalizou os mais nobres sentimentos da existência e o próprio indivíduo.
Ceifam-se vidas nas ruas, em guerras não declaradas, mas de altas estatísticas destrutivas, com a mesma tranquilidade com que algumas nações, ditas civilizadas aplicam a pena capital, a fim de se verem livres daqueles que lhes pesam cruelmente na economia social e financeira. Não logrando educá-los ou reeducá-los, permitem-se o direito de matar, como se fossem geradoras de vida, em terrível desrespeito aos códigos de moralidade que preconizam para os outros.
O monstro da guerra continua dominando o planeta sob justificativas sempre infundadas, que ocultam sentimentos perversos e escusos, gerando clima de insegurança que torna a paz insustentável, adicionando ao terror urbano o de natureza internacional.
O ser humano estertora, e, amedrontado, foge para o isolamento, longe da realidade e buscando convivência virtual, porque teme a pessoal, procurando intercambiar emoções através de instrumentos extraordinários, sem dúvida, mas insensíveis às emoções, aos sentimentos de amor, de ternura, de compreensão, de perdão, de fraternidade...
Os consultórios médicos encontram-se repletos, os hospitais do mundo apresentam-se sempre superlotados, sem vagas para os contínuos contingentes de enfermos e os gabinetes de análise, de psicoterapia, as clínicas psiquiátricas não conseguem atender convenientemente a clientela volumosa. Por mais que se deseje fechar os sanatórios para os distúrbios mentais, transferindo-se para a sociedade e a família o amparo do paciente infeliz em tratamento ambulatorial, de forma que não perca a sociabilidade, avoluma-se expressivamente o número dos novos vitimados pelos distúrbios sociais, económicos, emocionais, pelos eventos de vida, que se apresentam em cada momento mais perturbadores do que antes.
O sonho de conquistarem-se outros planetas, embora pareça próximo relativamente, choca-se com as dificuldades de conquistar-se a Terra mesma, integralmente, aproximando as criaturas que estão desarvoradas e inseguras, tomadas pelo pânico e pela miséria.
Milhões de apátridas, denominados refugiados, vagueiam pelas regiões inóspitas e hostis, em promiscuidade inimaginável, vitimados pelos ódios étnicos, religiosos, políticos, bélicos, aguardando as esmolas dos países ricos que, num momento, lançam alimentos minguados para o expressivo número de esfaimados e doentes, e, logo depois, despejam bombas de extermínio poderoso que custam verdadeiras fortunas. Fossem, esses valores, transformados em oportunidades dignificadoras, em recursos preventivos para a miséria, as doenças e as calamidades morais e não seriam necessários os artefactos destrutivos, porque a fraternidade reinaria mais abundante entre os homens e as mulheres.
Há, também, e não se pode negar incontáveis glórias do empenho humano, materializadas em organizações mundiais de protecção e socorro, de amparo, de direitos humanos, em favor da saúde, que lutam em benefício das minorias, que vêm libertando a mulher e a criança dos abusos milenários que têm padecido, mas as suas vozes, mesmo quando ouvidas, não são necessariamente atendidas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:19 pm

(...) E o desespero toma conta das criaturas terrestres!
Incontáveis esforços têm sido desenvolvidos por missionários de todos os matizes que mergulham no corpo constantemente, a fim de modificarem a situação calamitosa que se tem vivido no planeta.
Cientistas e teólogos, pensadores e estudiosos do comportamento e da mente têm oferecido inestimável património para auxiliar o ser aturdido e sofredor, abrindo espaços para o bem e a saúde, atentos aos movimentos sociais, políticos, económicos, humanos, de modo a oferecerem os recursos hábeis para o equilíbrio dos mais frágeis, a recuperação dos enfermos, e também para prevenirem desestruturações emocionais.
Mesmo assim, é muito grande o número daqueles que não têm acesso aos valiosíssimos recursos psicoterapêuticos e médicos da actualidade, de que desfruta apenas uma fatia da humanidade.
Prevendo estes calamitosos dias, Jesus, o Terapeuta por excelência, prometeu enviar o Consolador, que teria por tarefa arrancar as raízes do sofrimento, erradicar as causas das aflições, elucidando a respeito do ser imortal e demonstrando-lhe a realidade deforma palpável e iniludível.
Como consequência, em toda a Terra se ouve a voz da Imortalidade com mais ênfase ou menos ostensiva, confirmando a Sua oferta, no entanto, já não se pode ignorar que o ser humano seja apenas a argamassa celular que se decompõe e dilui após a anóxia cerebral e a morte física.
A vida estua em toda parte e o ser humano vive, no corpo e fora dele, cantando o júbilo da sua imortalidade.
No báratro que toma conta da sociedade em geral e dos indivíduos em particular, desenha-se a perspectiva para que seja empreendido o esforço para cada qual conseguir o triunfo pessoal sobre a inferioridade.
Pensando nesse trabalho desafiador, ao qual todos nos encontramos convidados pela Vida, apresentamos este pequeno livro, que é resultado de nossos estudos, pesquisas e observações do lado de cá, em torno do ser humano, seus conflitos, suas dores, suas possibilidades atuais e futuras de crescimento interior e de conquista da saúde integral que um dia ele conseguirá.
Apesar de nos termos centrado ao máximo na notável contribuição do Dr. Carl Gustav Jung, introduzimos o pensamento de diversos outros experientes e nobres psiquiatras, psicanalistas, biólogos, com o objectivo de demonstrar que, na raiz de todo e qualquer transtorno, aflição, enfermidade e sofrimento, encontra-se o Espírito eterno, autor e responsável pelas ocorrências que lhe dizem respeito. Dessa forma, nele mesmo se encontram os recursos que podem ser utilizados para o seu reequilíbrio, a sua recuperação, a sua paz.
Reconhecemos que é um trabalho modesto, simples, já que não temos a presunção nem a possibilidade de realizar aprofundamentos especializados, nessa área nobre da Ciência psicológica, e especialmente por constatarmos não ser esse o nosso campo de actividade espiritual a que nos dedicamos.
Aqui comparecemos apenas para auxiliar de alguma forma o leitor que nos conferir a honra de deter-se um pouco sobre as páginas que lhe oferecemos. As nossas reflexões conduzem o nosso propósito de facultar-lhe o auto encontro, o conhecimento de alguma directriz que o possa ajudar a reconquistar a saúde, ou evitar que tombe nas malhas dos transtornos emocionais, ou, pelo menos, consiga descobrir a possibilidade de ser feliz, assim alcançando o triunfo pessoal sobre as vicissitudes.
Profundamente agradecida ao Mestre Jesus de Nazaré pelos Seus exemplos e socorros até hoje dispensados a todos nós, formulamos votos de muita paz a quantos nos concederem a alegria de ler-nos.

Salvador, 16 de novembro de 2001.
Joanna de Ângelis
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:19 pm

1 - O cérebro e o espírito
Os Arquétipos Junguianos • O Inconsciente • O Alvorecer da Consciência

Numa análise perfunctória sobre o cérebro humano actual, descobre-se a grandeza da fatalidade biológica no desenvolvimento das formas constitutivas do corpo e das suas funções, organizando os equipamentos hábeis para facultar a angelitude que está destinada ao ser.
Na intimidade dos oceanos, há mais de meio bilhão de anos, poderíamos encontrar seres de forma tubular, que se alimentavam de nutrientes que os atravessavam e eram assimilados como mantenedores da vida. Dessa estrutura simples, em nosso aparelho digestivo encontramos um símile representativo da nossa história passada, de quando aquela expressão de vida esteve em desenvolvimento na intimidade das águas abissais.
O nobre investigador Paul MacLean observou, por exemplo, que a constituição mais primária do cérebro humano, que é formada pela sua parte posterior, pela medula espinhal e pelo mesencéfalo, poderia ser aceita como a sua base ou o seu chassi neurológico, conforme assim o denominou que serviria de sustentação aos elementos que se aglutinaram sobre esse conjunto primário para formar o encéfalo contemporâneo.
Assim sendo, o cérebro seria triúno, e na sua tríplice constituição cada uma se equilibraria sobre a outra definindo-se na sua morfologia contemporânea.
O primeiro seria o denominado complexo R, também conhecido como o cérebro réptil, responsável pelo comportamento agressivo - herança do primarismo animal -, os rituais existenciais, a noção de espaço territorial, a formação do grupo social e sua hierarquia, estando presente nos primeiros répteis. Logo depois, viria o cérebro mamífero, expresso pelo sistema límbico, com a inclusão da glândula pituitária responsável por grande parte das emoções humanas, quais a área da afectividade, dos relacionamentos, do sentimento de compaixão e de piedade, da manutenção do grupo social e da organização gregária. Por fim, o neocórtex, encarregado das funções nobres do ser, como a inteligência, o raciocínio, o discernimento, a linguagem, a percepção de tudo quanto ocorre à volta, da administração da visão. Esse último, que seria o mais recente, resulta da conquista da evolução há apenas algumas dezenas de milhões de anos, tendo havido um desenvolvimento mais rápido do que o dos outros, que oscilaram entre duzentos e cinquenta milhões a cento e cinquenta milhões de anos.
Foi nesse período que se separou discretamente uma organização cerebral da outra, dando surgimento aos seus pródromos e se instalando a consciência.
Essa inquestionável conquista da vida não cessou ainda, porquanto ao homem primitivo sucedeu o sapiens, a este sobrepõe-se o tecnológicus, que irá ensejar o campo para a saga do noeticus, que penetrará com mais facilidade os arcanos do Universo para o ser humano compreender o papel de relevo que lhe está destinado no concerto da evolução.
Assim entenderá a grandiosa missão de ser co-criador com Deus, em vez de tornar-se um instrumento de alucinação e desídia derivadas da prepotência egoística, que se atreve a matar as portentosas expressões da vida vegetal, animal e humana, nessa torpe conspiração contra o ecossistema e as já conseguidas vitórias da Cultura, da Ética e da Civilização.
Esse conhecimento o auxiliará a descobrir-se como ser imortal que é eliminando da mente e da conduta o conceito utópico do materialismo, abrindo-lhe os olhos da vã cegueira em torno da unicidade existencial, conforme apregoam algumas doutrinas religiosas atadas aos ultramontanos dogmas da sua ortodoxia, para entender o processo da evolução, etapa a etapa através das sucessivas reencarnações.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:20 pm

Com esse entendimento será impulsionado a compreender que a vida é única, sim, porque indestrutível, quer o Espírito se movimente no corpo ou fora dele com um programa grandioso para executar, enquanto que as existências corporais são muitas, elevando-o a paragens dantes não alcançadas e contribuindo para os fenómenos transformadores da constituição orgânica sempre para melhor, a fim de bem servir-lhe de suporte para o desiderato.
Sendo um ser essencialmente espiritual, a sua mente traduzirá a realidade e se encarregará de contribuir para as alterações necessárias à renovação indispensável que lhe facultará alcançar a meta estabelecida que é a perfeição.
Não obstante a valiosa contribuição de Paul MacLean a respeito do cérebro triúno, a Neurofisiologia e outras ciências a cada momento mais o penetram, identificando a sede das funções essenciais da vida emocional, pensante e física, enquanto ainda prossegue algo desafiador e misterioso na sua constituição e funcionalidade totais.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:20 pm

Os arquétipos junguianos
A notável observação e decodificação dos arquétipos elucidam um número expressivo de conflitos e de fenómenos que ocorrem na conduta do ser humano, sendo essas raízes psicológicas fincadas no inconsciente individual pela herança estratificada no colectivo.
Nesse infinito oceano de informações adormecidas onde a consciência surge em expressão reduzida, vitimada pelas sucessivas ondas proporcionadas pelos ventos dos arquivos repletos de dados, emergem as imagens arquetípicas das personificações mitológicas que constituem as matrizes desencadeadoras do comportamento humano.
Do arquétipo (ou imagem) primordial, básico, portanto, segundo Carl Gustav Jung, emergem todos os demais, tornando-se difícil de classificação, pelo facto de existirem tantos quanto às circunstâncias, pessoas, lugares, quaisquer objectos que tenham força emocional para diversos indivíduos, prolongando-se por expressivo período de tempo na sua conduta.
Prevalecendo os arquétipos de mãe e de pai, o criador da Psicanálise Analítica deteve-se em dividi-los em três grupos, em razão da sua preponderância sobre todos os seres, a saber: a sombra, que pode ser uma personificação não identificada ou teimosamente negada, que se apresenta nos sonhos com as mesmas características e idêntico sexo do paciente; a anima e o animus, que são conexões inconscientes vinculadas ao colectivo não identificado, expressando-se em sexo oposto ao do sonhador; e, por fim, o Self que pode ser entendido como a totalidade, a magnitude do Velho Sábio/ Velho Sábia, alterando sua expressão conforme as circunstâncias e apresentando-se em extensa gama de formas humanas, animais e abstractas.
Reconhecendo a excelência da classificação do mestre suíço, não nos podemos furtar, no entanto, a uma análise espírita em torno do arquétipo, que se trata de heranças das experiências vivenciadas em reencarnações transactas, quando o Espírito transferiu, mesmo sem dar-se conta, as lembranças para o inconsciente, nele arquivando todas as realizações, anseios, frustrações, conquistas e prejuízos, facultando o surgimento das futuras imagens primordiais, que correspondem aos acontecimentos nele momentaneamente adormecidos e ignorados pela consciência.
Da mesma forma, a sombra, significando o lado escuro da personalidade, pode ser analisada como herança dos actos ignóbeis ou infelizes que o Espírito gostaria de esquecer ou negar, mas que prosseguem em mecanismo de punição, dando lugar a conflitos e complexos perturbadores, expressando-se de forma densa. Por outro lado, o desconhecimento, a ignorância das coisas e da realidade, responde por essa sombra, que se pode dourar, após o esclarecimento, a conquista da verdade, eliminando os conflitos que remanescem esquecidos...
Porque assexuado, o Espírito mergulha no corpo físico, ora exercendo uma polaridade, e em ocasiões outras, diferente expressão anatómica, que o caracteriza como feminino ou masculino, propiciando a reprodução e ensejando-lhe sensações e emoções variadas que fazem parte do seu processo evolutivo. O comportamento vivenciado em cada anatomia e função sexual irá responder pelo arquétipo anima / animus, ambos tornando-se os parceiros psicológicos invisíveis que, em alguns casos, geram conflitos, quando um deles predomina no comportamento emocional, diferindo da estrutura física do indivíduo.
Nesses casos, existiu uma conduta reprochável que deixou marcas profundas no inconsciente pessoal, produzindo necessidade de reparação moral dos equipamentos utilizados indevidamente, ressumando como factor de insatisfação quando não de tormento sexual.
A conveniente reeducação da função genésica psicológica harmonizará a anima com a polaridade masculina e o animus com a feminina, produzindo bem-estar e plenitude pela agradável identificação do arquétipo com a consciência.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:21 pm

O Self na sua representação totalitária, expressando a sabedoria do Velho/Sábio ou da Velha/Sábia, é o Espírito imortal, herdeiro de si mesmo, jornaleiro de variadas existências terrenas que o capacitam para a plenitude, exornando-o com os valores imarcescíveis do conhecimento e da experiência. Todos eles dormem nos alicerces profundos do inconsciente colectivo como do pessoal, delineando o comportamento e a saúde psicológica de cada ser humano nas etapas sucessivas.
A proposta espírita para a equação do pressuposto dos arquétipos, a nosso ver, satisfaz plenamente o entendimento daqueles denominados primordiais, preenchendo a lacuna da incerteza no arquipélago das conclusões do eminente sábio da psique estruturada de maneira especial.
Assim sendo, ao se apresentarem esses arquétipos em sonhos ou em imagens projectadas no mundo objectivo, são defrontadas exteriorizações dos arquivos pessoais e das experiências colectivas—reminiscências liberadas do perispírito - igualmente registradas no inconsciente universal - os tradicionais akashas do esoterismo ancestral -, no qual estão mergulhadas todas as vidas e suas formas, incluindo-se as abstracções.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:21 pm

O Inconsciente
As impressões armazenadas em camadas abaixo da consciência constituem a área que Freud denominou como inconsciente, enquanto que Jung passou a nomeá-la como inconsciente individual, com a finalidade de diferenciá-la daquele que chamaria de colectivo. Esse inconsciente individual registra e armazena as informações que foram registradas ou não pela consciência, qual sucede quando alguém está realizando uma actividade e, simultaneamente, outros fenómenos ocorrem à sua volta sem que sejam percebidos pela consciência. Apesar disso, as sensações são registradas pelo corpo e também são arquivadas, nem sempre facultando a recordação de fragmentos ou parcelas dos acontecimentos, senão da sua totalidade.
Em face dessa ocorrência, o cérebro é capaz de assinalar todas as ocorrências sem cessar, sendo que algumas áreas captam melhor os estímulos de natureza visual, olfactiva, auditiva, com preferência por aqueles de natureza visual que teriam maior preponderância. Essa capacidade não anula as demais funções ou captações para arquivos cerebrais da psique.
De outra maneira, as personificações dúplices (múltiplas) ou parasitárias pertenceriam ao inconsciente colectivo, no qual estariam todas as informações ancestrais do conhecimento, mesmo que arquivadas de forma não consciente.
Esse inconsciente colectivo se encarregaria de guardar todos os dados que podem ser acessados a qualquer momento por todas e quaisquer pessoas, superando as dimensões de tempo e de espaço, acumulados desde os primórdios do conhecimento do ser no seu processo evolutivo, abrangendo a fase primária e prosseguindo até o momento cultural que se vive. Não apenas em relação a si mesmo, mas igualmente a respeito de tudo quanto haja ocorrido. Desse inconsciente colectivo surgiriam os arquétipos primordiais, responsáveis por todos os fenómenos psicológicos, conscientes ou não, identificáveis através dos sonhos, que responderiam aos estímulos que os podem desencadear, muitas vezes surgindo como complexos, que são os grupos de conceitos portadores de significativa carga emocional. Freud também os identificou, porém, considerou-os resultados de ocorrências sexuais de significação desde os primórdios da existência, podendo ser trazidos à actualidade pessoal mediante associações. Jung, no entanto, constatou que, mesmo após a identificação do factor primacial, permaneciam outros componentes que mantinham a carga emocional nos seus pacientes. Tratar-se-ia de um factor impessoal que responderia por essa carga emocional do complexo. Essa ilação contribuiu para que o mestre suíço esclarecesse que esse conceito inicial se encontrava no passado evolutivo de cada indivíduo, podendo ser recuperado por intermédio dos instintos responsáveis pelo comportamento no mundo externo ou graças às imagens primordiais — arquétipos — encontradas no inconsciente colectivo.
Embora reconheçamos a oportuna tese como de valor incontestável, pensamos que esse inconsciente colectivo corresponde às experiências vivenciadas por cada indivíduo no processo da evolução, passando pelas etapas reencarnacionistas, nas quais transitou nas diversas fases do desenvolvimento antropossociopsicológico de si mesmo. Atravessando os diferentes períodos da Humanidade, nos quais esteve, arquivou, nos recessos do ser, todas as impressões que ora se encontram adormecidas e podem ser exteriorizadas pelo perispírito.
Nenhum cérebro teria condições de armazenar todas as formulações dos diversos períodos da evolução, considerando-se o limite da aparelhagem fisiológica, mesmo com a sua incomum complexidade. Seria atribuir-lhe funções e possibilidades divinas, superando a sua constituição humana. A visão espírita, porém, a respeito de um arquivo extra cerebral, formado por uma maquinaria energética centrada no Self ou Espírito, cujo campo de informações é infinito, torna-se muito mais factível e racional, sem menosprezo pela conceituação do inconsciente colectivo, variando apenas de denominação e certamente de formação, no que resultaria a questão dos conteúdos emocionais e das possibilidades de conhecimentos.
Exteriorizados pelo inconsciente através dos subtis mecanismos cerebrais, essas ocorrências ressurgem como complexos quando possuem conteúdo perturbador, efeitos naturais das acções morais iníquas que as soberanas Leis de Causa e Efeito impõem ao Espírito como necessidade de reparação e de reeducação.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 31, 2023 9:21 pm

A conceituação evolutiva do princípio espiritual que se transformará no Self quando o ser se humaniza, completa a proposta junguiana, alargando os horizontes existenciais ao infinito, cujas origens perdem-se nos primórdios da Criação, correspondendo aos arquétipos primordiais, que se encontram em Deus de Quem tudo procede.
Graças a esses arquivos extra cerebrais os Espíritos encontram os elementos que lhes facilitam as comunicações, por oferecer-lhes o material hábil para a decodificação do seu pensamento através dos neurónios e de alguns chakras, especialmente do coronário. Não houvesse no médium os recursos primordiais que podemos considerar como informações adormecidas, fruto das experiências pessoais antes vivenciadas, tornar-se-ia muito difícil a ocorrência dos fenómenos psicofónicos, psicográficos e artísticos, na sua grande variedade, que necessitam de impressões correspondentes às ideias que serão exteriorizadas pelo comunicante espiritual.
Da mesma forma, no que diz respeito aos fenómenos mediúnicos e anímicos de xenoglossia e glossolalia, nos quais a memória espiritual libera os idiomas que foram antes conhecidos ou retornam sob o estímulo das Entidades espirituais, defrontamos o inconsciente como de natureza transcendental.
Desse modo, todos vivem sob os acicates das aquisições anteriores, que se exteriorizam como necessidades evolutivas, ao mesmo tempo impondo no processo da reencarnação os mecanismos educativos para o Espírito liberar-se de si mesmo, do ego, das paixões dissolventes, assim crescendo no rumo da plenitude.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:03 am

O Alvorecer Da Consciência
A origem do ego e da consciência encontra-se mergulhada no conceito de que ambos estariam perdidos no mito da criação, quando não havia nada. Mergulhados no inconsciente predominante, surgem, no mito, constituindo o nascimento do ego mediante o sofrimento que enfrentará, e a sua libertação (ou redenção) somente será possível mediante as diferentes fases do seu desenvolvimento.
Lentamente, no período da separação dos Pais do Mundo, inicia-se o pródromo da consciência do ego que mais tarde se afirmará, adquirindo conteúdos próprios.
No mito da criação a perfeição estaria, em princípio, caracterizada pelo símbolo do círculo ou se apresentaria em forma de luz, diferindo da ignorância que se manifestaria como a sombra. Esse símbolo se multiplica e se torna complexo, iniciando-se pelo surgimento da Humanidade em forma colectiva e pela vida do próprio ser humano na sua expressão individual.
Nesse mito aparece o conceito do Demiurgo, de Platão que, por primeira vez, enseja o simbolismo espiritual mais expressivo do processo abstracto, que pode ser traduzido como Deus, o sopro da vida.
Esse desenvolvimento é longo e doloroso, porquanto através do símbolo que nele permanece a sua consciência se torna espiritualmente rica de valores alcançando a autoconsciência.
Assim, a criatura humana consegue o entendimento do seu próprio ser, tornando-o visível, qual um objecto, através da representação dos deuses adormecidos no interno panteão do inconsciente pessoal.
Eis por que essas representações inconscientes adquirem as expressões simbólicas do poder criador através do próprio mito, da arte, das religiões, da linguagem, e mediante esses componentes o Espírito criador que é se faz conhecido, objectivando-se, isto é, tornando-se identificado, e alcançando mui lentamente a autoconsciência através da humana consciência.
Logo, essa função arquetípica, que também deflui do símbolo, faz-se portadora de emotividade, e essa faceta, estimulada pelos símbolos dominantes em sua estrutura íntima adquire direccionamento, um carácter significativo e ordenador.
O Self, preexistente à composição física do ser humano, é possuidor dos símbolos e imagens que se encontram no Arquétipo Primordial, do qual se origina, conduzindo o embrião do ego e da consciência, que se exteriorizarão por meio das incontáveis experiências de transformação e de redenção na individualidade em que se expressará um dia.
Procedente de um mundo original constituído de energias especiais que também nele se encontram, no começo mergulhado na inconsciência do Si-mesmo que nele predomina, somente, a pouco e pouco, se vai conscientizando através das imagens arquetípicas que vão tomando a forma de deuses e de heróis que lhe exigem sacrifícios como mecanismo de depuração para o retorno à Grande Luz.
Todas essas imagens arquetípicas povoam-lhe o inconsciente pessoal, desde que sua origem está perdida nesse inicial inconsciente colectivo, e assomam nos seus sonhos mediante representações específicas que se vão assenhoreando da consciência individual que, por sua vez, se liberta da colectiva para afirmar-se como autoconsciência.
As lembranças originais da sua procedência elaboram os símbolos que lhe constituem inconsciente recurso de apoio psicológico, aos quais recorre e por meio deles se expressa, elaborando conteúdos e apresentações mais profundas de manifestação até alcançar o abstracto e libertar-se, podendo superar os conflitos e tormentos que o acompanham desde as fases mais primárias do processo de conscientização.
A conquista da consciência é, desse modo, um parto muito dorido do inconsciente, que continua detendo expressiva parte dos conteúdos psíquicos de que o ego necessita e deve assimilar.
Nesse momento em que se torna consciente do portentoso repositório e passa a expressar-se por seu intermédio, é que a consciência se manifesta.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:03 am

Isso não significa a inexistência do inconsciente pessoal e do colectivo em predominância, mas traduz que um passo avançado foi conseguido na direcção da autoconsciência, do enriquecimento pessoal de valores, da responsabilidade, das buscas bem direccionadas, das necessidades de compreensão e absorção do significado existencial.
Esse crescimento ininterrupto que vem desde as formas mais primárias, nas quais o psiquismo se encontrava embrionário, em adormecimento profundo, inconsciente de Si-mesmo e de tudo a sua volta, carreia de uma para outra expressão de vida as heranças ancestrais que passam a constituir-lhe o imenso património para ser descodificado quando, na sua humanidade, o Espírito alcançar o patamar nobre da consciência plena, degrau que o erguerá à angelitude, que o reconduzirá ao mundo da luz inicial de onde o Demiurgo, o Incriado retira os elementos constitutivos do Universo, gerando tudo...
A consciência é, pois, esse altíssimo valor que o Self conquista, integrando todo o património dos conteúdos psíquicos existentes na realidade do discernimento além do conhecimento, dos sentimentos harmónicos com os instintos, na razão bem direccionada.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:03 am

2 - O Ser Pensante
Inteligência • Sentimentos • Vontade

O atributo, por excelência, que diferencia o ser humano do animal em escala zoológica inferior, é o pensamento.
Do ponto de vista filosófico, o pensamento é a faculdade psíquica que abarca os fenómenos cognitivos, diferindo do sentimento e da vontade.
Mediante o pensamento é possível a apreensão lógica das coisas, do ambiente, do raciocínio, do conhecimento. Responsável pela capacidade de perceber a beleza, identificar os sentimentos e elaborar programas de direccionamento, constitui um dos mais admiráveis tesouros com que a Vida honra o ser antropológico no seu infindável processo de evolução.
Na Terra, somente o ser humano é possuidor dessa extraordinária peculiaridade que lhe permite identificar-se no ambiente em que se situa compreender a magnitude do Universo e descobrir os mecanismos que o podem auxiliar a crescer, bem como as formas de resolver os desafios que enfrenta a cada momento.
As experiências, a que foi submetido, no curso largo da evolução, fizeram que brotasse dos refolhos mais íntimos e profundos do Self os intrincados recursos que lhe permitem decodificar os símbolos e imagens que lhe assomam, comparando-os com o mundo exterior, e que lhe proporcionando instrumentos próprios para equacionar os enigmas que se lhe apresentam, abre espaços para a lógica, o entendimento da Ciência, da Arte, da Religião, para a compreensão e realização existencial na vida.
O pensamento é um arquipélago de recursos inexauríveis que o Espírito possui e que os complexos mecanismos neurais transformam em ideias através das sinapses defluentes dos impulsos que lhes permitem a intercomunicação.
Máquina alguma jamais foi capaz de pensar, não podendo elaborar qualquer ideia além dos seus componentes constitutivos, e mesmo os mais avançados computadores que pensam, quais aqueles de que se utilizam os enxadristas, somente resolvem questões que foram programadas, obedecendo e repetindo sempre os mesmos processamentos de dados, enquanto o ser humano, rico de possibilidades, elabora novos e contínuos cometimentos, vivência incomparáveis experiências e altera a estrutura do mundo a cada momento.
O pensamento é delicado instrumento do Self para exteriorizar as ocorrências internas da sua existência, facultando a comunicação racional e inteligente com o mundo, as pessoas e as coisas.
Possuidor de inimagináveis procedimentos, é condutor das ideias que dão sentido à vida; no entanto, quando mal direccionado derrapa em viciações mentais perturbadoras que levam o indivíduo a conflitos e desordens emocionais de gravidade.
Disciplinado pela vontade, conduz os sentimentos aos níveis mais formosos da inteligência, que se enriquece de requisitos capazes de felicitar e tornar harmónicas as criaturas.
O pensamento é energia que pode conduzir à sublimação ou ao desespero conforme os conteúdos psíquicos de que se revista.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:03 am

Inteligência
A inteligência pode ser definida como a faculdade de conhecer e que se expressa em formas e conteúdos variados. E o veículo portador do conhecimento e da compreensão das ocorrências, bem como dos instrumentos através dos quais sucedem, constituindo-se uma substância de natureza espiritual.
São muitas as definições de inteligência, e W. Stern elucida que é capacidade de sintonizar o pensamento com novas exigências ou como a capacidade geral do Espírito de adaptar-se a novas tarefas e condições de vida.
Para Claparède a inteligência integral realiza uma actividade mental de pesquisa, que compreende diversas fases: questão, formulação de hipóteses e verificação, sempre com o objectivo de proporcionar ao ser humano uma adaptação consciente aos desafios e situações novas.
Graças à inteligência é que os mais complexos mecanismos do Cosmo universal e do individual têm sido compreendidos.
Observando a Natureza a inteligência tem-na copiado, assim ensejando enriquecimento cultural e psicológico de alto significado. Nada obstante, os desvarios da emoção tem-lhe recorrido aos recursos não dimensionados para o crime e a perversidade, a destruição do ecossistema e das demais criaturas humanas. Esses desvios, no entanto, demonstram que somente houve um transtorno de comportamento daquele que a utiliza com fins ignóbeis, não tendo qualquer relacionamento com a faculdade em si mesma. O ser humano a possui para crescer e tornar-se co-criador, agigantando-se no rumo do Infinito.
Numerosas discussões têm sido travadas desde os primórdios do pensamento, em valiosas tentativas para se compreender a inteligência e os equipamentos que a formulam na área do Eu consciente. Teses e conceitos espirituais, vazados em reflexões filosóficas e religiosas de diversos matizes situam--na no cerne do ser profundo, eterno, no Espírito, enquanto outros estudiosos propõem que a mesma deflui da complexa máquina cerebral que a elaboraria em termos reducionistas.
Dúvida nenhuma porém existe de que a inteligência se exterioriza através das redes neurais que, estimuladas pelas ondas do pensamento que procedem do Self se encarregam de exteriorizar a sua potencialidade.
Por longos anos, e particularmente durante o século XX, acreditava-se na existência de apenas uma inteligência, que seria a denominada intelectual, encarregada da análise das coisas, dos cálculos, do conhecimento generalizado e que, mediante testes bem elaborados, podia ser medida. Foram os psicólogos Binet e Simon que estabeleceram as escalas para análise do nível de inteligência dos indivíduos. Esse Quociente Intelectual predominou no comportamento cultural da sociedade até o momento quando foi detectada outra forma, outra expressão de inteligência, que se tornou conhecida como emocional, aquela que faculta a percepção e compreensão dos sentimentos próprios bem como das demais pessoas.
Graças a essa conquista e entendimento dos valores, o ser humano mais se enriqueceu, mediante o desenvolvimento do seu QE (Quociente Emocional), desenvolvendo recursos e aptidões adormecidos que lhe dão amplitude para o relacionamento humano e social, bem como para o equilíbrio das emoções e do êxito nos empreendimentos encetados.
Pôde-se demonstrar que nem todo aquele que era portador de um elevado QI (Quociente Intelectual) se tornava um indivíduo exitoso, e, embora com possibilidades aparentes de triunfo, não conseguia alcançar as metas almejadas. Percebeu-se, então, um grande vazio interior de natureza existencial e a falta de sentido para a vida, na maioria desses indivíduos altamente credenciados. Como tudo parecia de fácil solução para esses portadores de alto nível intelectual, um grande número mergulhava na indiferença perante a vida e seus valores, malbaratando as excelentes oportunidades para lograr uma existência feliz, postergando o momento de ventura ou fruindo dos prazeres que lhe chegavam, mas vivendo em transtornos comportamentais.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:04 am

Ante essa imensa crise de valores e a crescente onda de vazio existencial, descobriu-se que existe outro tipo de inteligência, que é o de natureza espiritual, aquela que permite situar a vida e os sentimentos em um contexto mais extenso e significativo, propiciador de objectivos mais duradouros e profundos, que facilita o entendimento para a escolha de um em detrimento de outro caminho para a auto-realização. Essa Inteligência Espiritual (QS) pode ser considerada como base de sustentação
para as duas outras, oferecendo-lhes meios para a realização plenificadora de cada pessoa.
O Dr. Howard Gardner, estudioso da inteligência, assevera, no entanto, que existe um número maior de tipos, abrindo um elenco que abarca diferentes expressões, quais a de natureza musical, espacial, etc., que de alguma forma podem ser consideradas como variações dessas principais, encarregadas das funções essenciais.
Indubitavelmente, todas essas variações da inteligência partem do ser profundo e são traduzidas por um dos três sistemas neurais do cérebro humano, para que se tornem realidade no mundo objectivo em favor do intercâmbio entre as criaturas.
Inegavelmente espiritual, a criatura humana é sempre impulsionada a indagações graves, aquelas que dizem respeito à sua existência, e que, explicadas, facultam-lhe maior entrosamento no grupo social e mais ampla perspectiva de saúde integral, descobrindo os valores e seus significados que dão sentido de dignidade à existência, facultando, assim, prazer e felicidade.
A descoberta e constatação da Inteligência Espiritual (QS), neste momento, faculta a compreensão da complexidade da alma humana, analisando os dados fornecidos pelo pensamento e elaborando os programas mais compatíveis com as suas necessidades e aspirações no complexo movimento da busca da plenitude.
Perfeitamente identificadas as áreas nas quais se exteriorizam as diferentes inteligências, há, no entanto, em destaque um ponto-luz que expressa no cérebro a existência daquela de natureza espiritual, impulsionando o ser à compreensão da sua transcendência e da sua destinação no rumo do Infinito. Esse ponto-luz ou divino está situado entre as conexões dos neurónios nos lobos temporais do cérebro.
As pesquisas realizadas mediante a utilização de pósitrons permitem constatar-se que, nas discussões de natureza religiosa ou espiritual, toda vez que o tema versa a respeito de Deus e do Espírito, da vida transcendental e dos valores da alma, de imediato se produz uma iluminação no campo referido, demonstrando ser aí que se sedia a Inteligência Espiritual.
É, portanto, essa Inteligência que conduz ao cerne das coisas e facilita a compreensão do abstracto, particularmente quando se refere aos valores da imortalidade da alma, da fé religiosa, da Causalidade universal, do Bem, do amor...
Conseguir-se unificar as diversas inteligências, tornando-as um bloco pelo qual se movimentem as diferentes significações em um conjunto harmónico, é o desafio existencial, qual ocorre com uma orquestra na preparação de um concerto sinfónico, para ser conseguida a harmonia do conjunto. Não fosse da mesma forma, a existência humana o mais notável conjunto sinfónico de que a Humanidade tem conhecimento!...
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:04 am

Sentimentos
Os sentimentos expressam a capacidade que possui o ser humano de conhecer, de compreender, de sentir e compartir as emoções que o vitalizam nas suas diversas ocorrências existenciais.
São os mecanismos que conduzem a Humanidade ao longo do processo evolutivo, através do qual o Self adquiriu o conhecimento e experienciou as conquistas que lhe exornam a realidade.
Inseridos no sistema nervoso central, respondem pela afectividade e pelo comportamento, nutridos por moléculas específicas que são produzidas pelos neurónios cerebrais, tipificando os diferentes biótipos humanos através das suas emoções.
Quando se encontram sob o comando da vontade dignificada, os sentimentos constituem instrumentos valiosos para equipar o indivíduo de equilíbrio e conduzi-lo aos fins que persegue.
São os sentimentos que dulcificam ou tornam a existência amarga, dependendo dos direccionamentos que lhes são aplicados.
Max Schiller, estudando os sentimentos, relacionou--os com a ideia de valor, graças ao que os mesmos orientam para a opção em torno daquilo a que se atribui significado. De início, ainda segundo ele, esses valores são destituídos de conteúdos, que são descobertos depois, atribuindo-lhes significado intelectual. Desse modo, esses sentimentos podem ser superiores, quando se referem às realizações nobres, a justiça, a beleza, o amor, a ciência, a abnegação, o bem, etc., ou inferiores, quando se fazem acompanhar das sensações de natureza física, tais o prazer sensual, a ambição da posse, a inveja, o ciúme...
Freud considerava os sentimentos como produtos sublimados das tendências psicofisiológicas, portanto, de significado meramente orgânico.
Outras tendências procuram explicar os sentimentos conforme as várias escolas neurológicas, fisiológicas, atribuindo-lhes significados pertinentes aos seus contextos...
No princípio do processo evolutivo, porém, eles se encontram em germe nos instintos agressivos ou primários, que os vão liberando até o momento em que passam a exercer actividades especiais na conduta, direccionando as aspirações e os anseios para o belo, o nobre, o bom e o elevado. São eles que facultam a compreensão da dignidade através da cooperação da razão e da consciência, produzindo os vínculos que unem os seres uns aos outros e propiciam o entendimento das necessidades dos relacionamentos, da busca de união e entrosamento, porque, estando isolado, o ser se perturba e se consome.
A aridez do instinto, a fertilidade do sentimento enriquece o ser humano, dando-lhe empatia para lutar e coragem para vencer, mesmo quando as dificuldades se apresentam mais desafiadoras.
Sob o seu comando, quanto mais desenvolve a capacidade de compreender e de sentir, mais amplia os horizontes do amar e do servir.
Entre os animais, manifestam-se esses sentimentos sem a presença do discernimento nem da razão, mas através de impulsos, que são os pródromos da emoção que, desse modo, os conduzem à afectividade por aqueles que os cuidam e mantêm, aguçando-lhes a percepção de valores que, embora não decodificados pela consciência ainda embrionária, os propelem a inúmeras expressões que traduzem a sensibilidade em desenvolvimento.
Trabalhando-se os instintos e corrigindo lhes o direccionamento, os sentimentos substituem-nos na sua maioria e alimentam de emoção superior aqueles que são primordiais e essenciais à existência física, sem inibirem ou perturbarem as emoções que são um passo avançado na escala do progresso.
Quando ainda se mesclam os instintos e os sentimentos, permanecendo os primeiros em predominância em a natureza humana, destacam-se o tormento egotista, a necessidade de dominação, os impulsos inerentes ao primarismo, o desbordar do ódio e da vingança, as expressões asselvajadas da ira e da cólera, do ciúme e da perseguição, a inveja, o ressentimento, que traduzem o grau em que se situa a criatura, ainda sem o comando da razão.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:04 am

E quando se tratam de pessoas portadoras de alto grau de raciocínio e conhecimento, que se comportam com essas características, são os instintos que as governam e não os sentimentos de elevação, que a razão estimula.
Desenvolvendo as aptidões da afectividade, surgem os impulsos da amizade e da compreensão, do dever e da fraternidade, da bondade e da abnegação, das aspirações pela conquista do conhecimento, da Arte, da Ciência, do pensamento filosófico...
Posteriormente esses impulsos iniciais se transformam em conquistas que se inserem no comportamento emocional. Como consequência, os vazios que decorrem da não predominância da natureza animal são preenchidos pelos ideais, aos quais o indivíduo oferece a própria vida quando necessário, por compreender o significado da luta e da existência.
O pensamento, rompendo as barreiras da ignorância, superando a densidade da sombra, inevitavelmente se adorna de emoções, ensejando que os sentimentos do amor passem a constituir o objectivo a ser alcançado, vencendo, etapa a etapa, as manifestações primárias pelas quais se apresenta até conseguir alcançar os patamares do sacrifício, da renúncia, da abnegação e da doação total.
Apesar do alto significado que possuem os sentimentos, torna-se necessário que a razão sempre os conduza, de forma que não se transformem em desarmonia, se comandados pelo desejo egotista ou se façam áridos, porque as suas tentativas iniciais de plenitude não encontraram ressonância no mundo objectivo, proporcionando os prazeres que se aguardavam.
Os sentimentos são precioso capítulo da existência humana, na qual o Self trabalha os conteúdos profundos do psiquismo, buscando harmonizá-los com as manifestações do ego de tal maneira que, razão e emoção constituam o binómio a ser bem conduzido pelo pensamento, que não se deve desbordar em aspirações exageradas ou desinteresse esquizóide.
Decodificados e conduzidos por alguns neuro peptídeos, os sentimentos se originam no Self se exteriorizam pelos condutores neurais, expressando-se por todo o organismo físico e emocional, passando a exercer um papel de grande relevância nos processos da saúde, pelas altas cargas de que se revestem em razão da conduta mental do indivíduo.
À medida que o ser humano evolui maior se torna a sua capacidade espiritual de externar os sentimentos que lhe exornam as estruturas íntimas, ampliando a capacidade de entendimento da vida e dos seus conteúdos mais variados, profundos e superficiais, graves e subtis, que são todo o património alcançado ao largo do inevitável processo antropossociopsicológico.
Pode-se medir, portanto, o grau de adiantamento moral do indivíduo pelos sentimentos de que se faz portador e que expressa no seu dia a dia.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:04 am

Vontade
Nietzsche, o filósofo alemão, definiu vontade como o impulso fundamental inerente a todos os seres vivos, que se manifesta na aspiração sempre crescente de maior poder de dominação.
Considerado esse poder de dominação como algo que se expressa além do ego desejoso de sobrepor-se às demais criaturas, o sentido da definição apresenta-se correctamente.
Isto porque a vontade é a faculdade de bem conduzir as aspirações, objectivando uma finalidade compensadora, que resulte em paz íntima.
Somente através da sua conscientização é que os indivíduos descobrem as infinitas possibilidades que se lhes encontram à disposição para o processo de desenvolvimento interior, tendo em vista a auto-realização.
A vontade, no entanto, procede do Self, cuja maturidade se exterioriza em forma de querer e conseguir ou de não desejar e, por isso mesmo, considerar-se fraco, incapaz de atingir as metas que os outros alcançam.
A razão indica a necessidade de lograr-se algo, e a vontade pode ser considerada como o ato mental que deve ser transformado em acção mediante o empenho com que seja utilizada.
Quanto maior o desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo, e mais ampla será a sua capacidade de lutar e vencer, ampliando-se-lhe a área da vontade que se lhe exterioriza, auxiliando-o na conquista de patamares mais elevados, que sempre o estimulam a novos cometimentos.
Vários factores, no entanto, endógenos e exógenos, respondem pela acção da vontade. Em razão da imaturidade psicológica ou dos transtornos de comportamento que experimente, o indivíduo sofre efeitos hormonais e de outros produzidos pelos neuro peptídeos, que desarticulam as substâncias responsáveis pela afectividade e induzem a estados de incapacidade emocional para decisões e atitudes que exijam força interior e desejo de vitória. Respondem pelos desvios de conduta, pelas quedas sensacionais em compromissos de inércia ou cumplicidade nos desequilíbrios de variada denominação, terminando por ceifar a esperança e o esforço de quem lhes padece a injunção algo penosa.
Por outro lado, as circunstâncias educacionais, os hábitos domésticos, o convívio social, cuja procedência seja perturbadora, as aflições psicossociais, socioeconómicas e morais afectam poderosamente a vontade daquele que se deixa permear pelo interesse vigente ou se adapta à situação angustiante.
A vontade deve e pode ser trabalhada através de exercícios mentais, da geração de interesse e de motivação para conseguir-se a auto-realização, a conquista de recursos de vária natureza, especialmente na transformação dos instintos em sentimentos, dos hábitos doentios em saúde, da conquista da beleza, dos ideais de engrandecimento humano.
Ninguém é destituído de vontade, porquanto tudo que se realiza, no movimento e na acção, está vinculado a esse fulcro desencadeador de forças para a objectivação.
A vontade é, portanto, o motor que impulsiona os sentimentos e as aspirações humanas para a conquista do infinito, sendo sempre maior quanto mais é exercitada. Inexpressiva, nos primeiros tentames, logo se transforma em comando das possibilidades que se dilatam, enriquecendo o ser com os valores imperecíveis da sua evolução.
A vontade se radica nos intrincados tecidos subtis do Espírito que, habituado à execução de tarefas ou não, consegue movimentar as forças internas de que se constitui, a fim de atingir os objectivos que lhe devem representar factor de progresso.
Quando alguém fracassa, em qualquer actividade, isso não representa debilidade de esforço ou falta de vontade bem-direccionada, antes transforma-se em um elemento de experiência para futuros tentames. Da mesma forma como a enfermidade e a morte não significam fracasso da Medicina, que sempre se apresenta para modificar os quadros dos distúrbios e desgastes orgânicos, prorrogando o período de vida do paciente, o insucesso nos empreendimentos humanos igualmente não se expressa como ausência da fonte poderosa da vontade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:05 am

Toda tentativa que não resulta como um sucesso, transforma-se em mensagem de conquista de valor que poderá ser utilizado em nova ocasião, facultando o logro noutro ensejo.
À vontade, por isso mesmo, não cede quando falecem os resultados, repetindo a experiência quantas vezes sejam necessárias até que se colimem os interesses que se têm em mente.
Desenhado um objectivo interior, e de imediato forças complexas apresentam-se para que ele seja conquistado.
Há, entretanto, hábitos arraigados no psiquismo do Espírito, que propelem ao avanço ou facilmente desistem de ser levados adiante. São os antigos fracassos que ressumam dos refolhos do Self que, sem estímulos, recua, deixando que aconteça conforme seja mais fácil ou que simplesmente não suceda.
Repetindo-se a tentativa, cria-se o hábito de agir e, por consequência, este se torna elemento vital para a vontade.
Sem uma vontade bem-direccionada não há vida saudável.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:05 am

3 - Tormentos Psicológicos
Irritabilidade e violência • Insegurança pessoal • Desajustes internos

Em face dos graves acontecimentos hodiernos: velocidade das comunicações, sucessão intérmina de ocorrências surpreendentes, tragédias do cotidiano, avanços científicos e tecnológicos, ameaças contínuas de desgraças geradoras de insegurança emocional, o ser humano apresenta-se desestruturado psicologicamente, buscando fugir antes que enfrentar a realidade traumatizante.
Sentindo-se aturdido, procura compensar-se no exagerado culto ao corpo, entregando-se a exercícios complexos e desgastantes de energias valiosas, cirurgias corretoras e estéticas, implantes variados como forma de compensação ao ego insatisfeito, dando lugar a mórbidos mecanismos que, se de uma forma propiciam prazer, assinalam também perturbadoramente as emoções, ante os receios inevitáveis que decorrem do processo orgânico degenerativo e do implacável suceder do tempo devorador.
Dietas sem sentido alimentar e destituídas de nutrientes básicos para a saúde ameaçam o equilíbrio psicofísico, instalando graves problemas emocionais como a anorexia, a bulimia, a perda de memória, a irritação e distonias nervosas outras que lentamente se instalam no comportamento do indivíduo, conspirando contra a sua saúde e o seu bem-estar.
A desenfreada busca do gozo, em vez de proporcionar-lhe felicidade, torna-se-lhe fogo-fátuo de rapidíssima duração, deixando ressaibos de amargura e de insatisfação que induzem a novas e ininterruptas ansiedades.
Nessa correria, que se apresenta falsamente como propiciadora de segurança e harmonia, o sexo desvaira e ressuscita os níveis do primitivismo de onde saiu para atender os modismos vigentes, embora a preço de insanidade mental e de total relaxamento dos valores ético-morais.
O absurdo consumo dos alcoólicos e do tabaco, em mecanismos escapatórios ao medo e à ansiedade, favorece o uso desregrado de substâncias alucinogénias e de outras drogas químicas de alto poder destrutivo dos equipamentos neuroniais, que não mais se refazem, infelicitando e degradando.
A apologia da insensatez produzida pela mídia alucinada perverte a identidade do indivíduo, massificando-o e nivelando-o nas faixas do egoísmo doentio assim como da fatuidade.
Não é de estranhar que o número de pacientes neuróticos e psicóticos se faça cada dia mais expressivo, mais avassalador.
Os efeitos dessa ocorrência são de alta gravidade, porque, instalados os distúrbios em pessoas psicologicamente frágeis, prolongam-se, transformando-se em enfermidades de difícil diagnóstico e mais desafiadora terapia.
Ao mesmo tempo, a perda de contacto do ser humano com o Si mesmo, esmagado pelo desconcerto moral que grassa, na sucessão dos escândalos que chocam e logo passam, deixa a falsa ideia que a felicidade é conquista do poder para o prazer e do ter dinheiro para comprar o poder, completando o círculo vicioso da ostentação e da queda, da glória sob os holofotes da ilusão e do imediato olvido nas masmorras do abandono a que vai relegado, bem como do conflito pessoal que surge e o domina.
O quase total desrespeito aos valores humanos, à própria criatura, e a consequente ambição desmedida de amealhar moedas a qualquer preço, afrontam a miséria dos bairros pobres que vomitam nas ruas e avenidas do mundo os seus esquecidos, os seus excluídos, que se armam de violência para tomar pela força tudo quanto lhes foi negado por dever de humanidade.
(...) E o medo se instala na sociedade, em si mesma enferma e inquieta.
Urge que se opere uma mudança ética, a fim de que o indivíduo recupere a sua identidade de cidadão, não mais de vítima explorada, na sua condição de criatura humana, e não mais discriminado por causa da pobreza, da raça, da ideologia comportamental adoptada, desde que não fira os direitos dos outros.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 11:05 am

Somados a esses factores psicossociais, socioeconómicos, aqueloutros de natureza espiritual e causai profunda, defronta-se sério desafio para o reajuste da sociedade e para o equilíbrio do ser humano.
Uma proposta psicoterapêutica válida deve ser estruturada no sentido da descoberta do ser integral e da finalidade existencial que pode ser alcançada por todos.
A cura, para tais males, deverá processar-se mediante a conscientização do paciente, que descobrirá em júbilo o significado do existir e o caminho a trilhar em consciência de paz.
O amor fraternal como processo de ajustamento impõe-se de imediato, e um novo entendimento da vida se delineia, traçando as directrizes para serem mantidos o equilíbrio e a harmonia da sociedade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:08 pm

Irritabilidade E Violência
Há uma iniludível herança antropossociopsicológica que predomina em a natureza humana, estabelecendo as directrizes do comportamento que se expressa através da hereditariedade e dos condicionamentos proporcionados pela educação. A criatura é o resultado das suas próprias experiências adquiridas no imenso pélago do processo evolutivo, transferindo de uma para outra existência as conquistas que lhe caracterizam o desenvolvimento intelecto-moral.
Na condição de Espírito em crescimento, fixa novas aprendizagens nos patamares construídos anteriormente, sem fugir das suas naturais imposições, que remanescem em aspirações, tormentos, bem-estar ou desequilíbrio.
Sendo o trânsito evolutivo nas faixas do primitivismo o de mais longa duração, os instintos primários predominam em a sua natureza, aguardando o concurso da razão e do discernimento para substituí-los por emoções de harmonia, propiciadoras que são de saúde psicológica, mental e física.
Por efeito desse mecanismo inevitável, a irritabilidade e a violência se apresentam com grande frequência na sua conduta, direccionando-a com força e impulsos desastrosos que nem sempre a vontade consegue controlar.
Deambulando sob a acção desse incoercível impositivo, o indivíduo sente-se fragilizado na sua estrutura emocional, produzindo moléculas cerebrais destrutivas que os neurónios liberam sempre que a mente irrequieta e arbitrária experimenta contrariedade. Explodem, então, os impulsos agressivos que se convertem em vulcão destruidor, atirando magma diruptivo em todas as direcções. A sua sensibilidade torna-se altamente descompensada como decorrência dos conflitos ancestrais que não foram diluídos, a ponto de não conseguirem proporcionar a consciência de paz no seu dia a dia.
Irritadiço, é mordaz e inseguro por constituição temperamental, reagindo sempre antes que seja alcançado pelas agressões que supõe lhe serão dirigidas. Apresenta-se violento, porque oculta o transtorno íntimo, empurrando para longe os perigos que imagina estariam ameaçando-o. A sua linguagem verbal é tempestuosa, marcada pelo cinismo e pela suspeita, enquanto a corporal é tensa, apresentando os músculos rígidos e distendidos, e a mental é desconfiada e autopunitiva. Porque se reconhece rebelde, é inamistoso, assinalado pelo mau humor que o atormenta interiormente.
Vários factores ancestrais e atuais respondem por essa psicopatologia, cujas nascentes se encontram no primarismo em que estagia e ainda lhe governa as atitudes.
São essas criaturas desajustadas que incendeiam as multidões com as suas teses derrotistas e visceralmente odiosas.
Cultivando excessivo orgulho, que denota permanência na infância psicológica responsável pela insegurança pessoal, investem sempre contra tudo e todos, chegando, não poucas vezes, ao auto-supliciamento, quando não podem descarregar a bílis doentia noutrem ou no grupo social em que se movimentam.
Os seus relacionamentos são apressados e desestruturados, a sua conduta sexual é nervosa e insegura, nunca se entregando às emoções em plenitude, excepto quando açuladas pelos instintos agressivos geradores de lutas e competições que esperam sempre vencer de qualquer maneira. Evitam os desportos, porque não são capazes de competir de forma equilibrada, e quando deles se utilizam, têm em mente apenas exibir-se, agredir, vencer de qualquer maneira, compensando os conflitos que predominam no ego atormentado.
As diversas terapias académicas propiciadas pela Psicanálise, pela Psicologia Comportamentalista e pela Humanista possuem valioso arsenal de recursos para auxiliar esses pacientes portadores de irritabilidade e de violência, por conseguirem desenraizar-lhes os conflitos do inconsciente, que se exteriorizam na conduta habitual, convidando-os à mudança de comportamento, que é o passo essencial para a aquisição da saúde emocional.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:09 pm

Os métodos ericksonianos igualmente oferecem uma grande contribuição terapêutica para esses como para outros tormentos, que não podem ser desconsiderados, desde a sua apresentação gestual durante a consulta até aos confrontos estratégicos com o conflito da irritação e da violência, mediante a apresentação discreta de novas metas que interessem ao inconsciente que se encontra no comando desse mórbido procedimento.
Há sempre uma grave preocupação terapêutica ancestral para a busca do porquê, da origem do distúrbio, o que é muito válido.
No entanto, também merece cabido redefinir--se papéis e despertar-se para novas estruturas de referência.
Através do choque emocional, utilizando-se de conduta equivalente, ou indirectamente, mediante criatividade que induza o paciente à conquista da harmonia e dos seus benefícios, deve-se recorrer a narrativas que produzam interesse, nas quais se podem introduzir palavras-chave que serão entendidas pelo inconsciente e logo decodificadas, para erguê-lo ao patamar da razão, do entendimento, da amizade.
Em casos de portadores de esquizofrenia, irritadiços e violentos, provavelmente essa terapia não lhes conceda a saúde desejada, mas lhes pode brindar a contribuição valiosa para uma existência social harmônica, despertando-lhes a afectividade e a motivação, o interesse e a responsabilidade que lhes constituem desafios difíceis de ser assimilados.
No transtorno esquizofrénico, sem dúvida a terapêutica psiquiátrica faz-se relevante e necessária; não obstante a psicológica também possa ser introduzida no momento adequado.
A mudança interna do paciente por meio da conversação que aborda o transtorno sem o enunciar, usando as expressões que normalmente o ferreteiam, mas agora apresentando significados diferentes, como, por exemplo, louco e loucura, amor e afectividade, infelicidade e desgosto em contexto próprio, soarão de maneira salutar no esconderijo do inconsciente onde o mesmo se refugia e de onde poderá ser retirado sem danos para o comportamento.
Descoberto o conflito, a abordagem sugerirá, mediante linguagem própria em confrontação indirecta, a maneira como o paciente tomará conhecimento da dificuldade, usando-se palavras com interpretação positiva, que irão diluir a fixação perturbadora que as mesmas produziam anteriormente e o levavam à fúria e ao desinteresse pela convivência em sociedade.
Com vagar estabelece-se um lastro de confiança entre o enfermo e o seu terapeuta, que se manterá a um passo distante, embora conservando-se seu amigo, e não mais aquele que pretende penetrá-lo com a sonda da inquirição, a fim de descobri-lo no seu escondedouro secreto, onde sua vida se desenvolve com liberdade e sem limitações coercitivas impostas pelo relacionamento social, suas leis e compromissos.
Estabelecidas essas metas prioritárias, o enfermo poderá conquistá-las com segurança, desse modo realizando suavemente a mudança interna das aspirações e abrindo-se a novas experiências saudáveis quanto compensadoras.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:09 pm

Insegurança pessoal
O conceito de saúde é ainda muito desfasado entre as pessoas, que sempre o consideram falta de doenças instaladas no organismo ou de transtornos emocionais e mentais estabelecidos e classificados. Não poucas vezes, experimentando-se fenómenos de instabilidade interior, de insegurança pessoal ou de aflições, sem aparentes causas que os justifiquem, não se dão conta do significado desses distúrbios que merecem cuidadosa análise e avaliação, a fim de serem modificados nas suas estruturas fixadas na personalidade, por meio de terapia adequada.
Esse maravilhoso conjunto de fenómenos, que se harmonizam no ser humano, constituído pela energia pensante, a energia modeladora e a energia condensada, constitui um dos mais notáveis contributos da vida no Universo. Poderoso, pelas suas resistências para vencer dificuldades e alterar os panoramas por onde tem transitado, o ser é, ao mesmo tempo, na sua constituição física, frágil, porque pode ter interrompida a existência orgânica por uma picada de insecto contaminado por vírus devastador ou um choque emocional poderá vencê-lo, prostrando-o, em largo estado de paralisia e coma, que lhe anula a lucidez e lhe impede prosseguir nos compromissos que lhe diz respeito atender.
A complexidade do seu mecanismo psicológico vem sendo, a pouco e pouco, penetrada, graças ao que se torna factível auxiliá-lo na solução dos conflitos que o acompanham em forma arquetípica ancestral ou herança espiritual que necessitam ser transmudados de sombra para luz. Nesse processo evolutivo, os alicerces do inconsciente vão-se modificando, enquanto novos contributos são oferecidos, a fim de que se possam construir as possibilidades ainda não logradas através do tempo e dos
esforços da mente orientada para o bem-estar, o equilíbrio, a saúde real.
Como resultado dessas heranças primevas, alguns fantasmas emocionais acossam-lhe a consciência, produzindo a inquietação que trabalha contra a sua harmonia psicofísica, aturdindo-o e dificultando-lhe fruir galhardamente as infinitas possibilidades de alegria e de paz que se lhe encontram à disposição.
Nessa ocorrência surgem estados de aflição, tais a insegurança pessoal, que se converte em timidez ou dela provém, em ansiedade ou medo, que a podem também desencadear, afastando-o dos relacionamentos humanos compensadores e das actividades que o promovem a estágios mais avançados e nobres da vida social.
E natural, e mesmo normal, que se apresentem desafios no comportamento diário, e a pessoa receie não ter condições de os enfrentar de maneira enriquecedora. Toda experiência nova produz impacto que deve ser superado, estimulando ao prosseguimento das actividades. Esse receio lógico, que se fundamenta no desejo de se conseguir vencer e não se encontrar equipado com os recursos hábeis, constitui um fenómeno emocional perfeitamente compreensível. No entanto, essa pertinaz incerteza quanto às possibilidades existentes para a luta, acompanhada pelo auto-depreciamento, acreditando-se sem oportunidade de desenvolver novos valores, ao lado do sentimento de inferioridade, são manifestações de conflito que devem ser enfrentadas com decisão, mesmo que se experimentando angústia nas primeiras tentativas terapêuticas.
A existência corporal é ensancha de crescimento espiritual e de aquisição de infinitos recursos iluminativos, que constituem a grande meta da existência humana aguardando ser conseguida.
Superando os patamares inferiores do processo, vão-se conquistando novos níveis de conhecimento e de sentimento, ao tempo que se descobre que, cada passo adiante, faculta mais possibilidade de serem vencidos os novos enfrentamentos.
Uma saudável empatia toma então o indivíduo que se encoraja a prosseguir com altivez, superando os desalinhos interiores, por melhor interpretá-los, não lhes concedendo maior significado emocional e permitindo-se de forma agradável ser possuidor de limites que cumpre superar.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:09 pm

A insegurança pessoal, desse modo, remanesce de vivências atuais - educação no lar mal orientado, mãe castradora, pai negligente, família desestruturada e vencida por brigas contínuas, nas quais a desconsideração aos diversos membros indu-los à perda da auto-estima - e de vivências pretéritas, nas quais a conduta malsã foi característica predominante do ego que experienciou abusos do poder, do prazer e do dever, deixando resquícios de culpa insculpidos no inconsciente. Ressumando dos dramas angustiantes que o comportamento anterior produziu em outras existências que ficaram estioladas, o juiz interior estabeleceu a necessidade do resgate dos crimes, apresentando-se na actualidade como uma espada de Dâmocles oscilante, e que se encontra presa por delicado fio, prestes a cair sobre a cabeça do condenado...
Diante de tal situação, cabe ao paciente uma análise honesta da sua realidade actual e da sua conduta contemporânea, avaliando os recursos que possui, sem auto-recriminação nem autopunição, passando a vivenciar experiências possíveis de serem completadas, ampliando o seu raio de acção moral emocional através de cujas contínuas vitórias possa adquirir autoconfiança e auto-valorização. Não se compadecendo do conflito entranhado nos painéis do inconsciente, irá substituindo-o pela alegria de poder percorrer novos caminhos, conviver com diferentes pessoas e situações de maneira agradável e compensadora.
O eminente Dr. Milton Erickson proporia, certamente, em problemática dessa natureza, a aceitação pelo paciente dos seus valores positivos, ampliando-os, assim ajudando-o a trabalhar as incertezas - valores negativos - por meio da confiança em si mesmo em pequenas doses até alcançar o nível do bem-estar.
Essa mudança de conduta mental auxiliaria aqueloutra de natureza emocional, que cederia lugar à alegria de viver intensamente, tornando-o membro activo e produtivo da sociedade onde se encontra.
Quanto mais alguém foge de um problema, mais difícil se lhe torna equacioná-lo. A melhor maneira de o enfrentar começa no esforço para diminuir-lhe o conteúdo emocional perturbador, nele vendo, pelo contrário, a possibilidade de mais enriquecimento através de uma comunicação injuntiva em relação com a vida.
O que constitui insegurança, incerteza afugente, cabe converter em experiência viva e significativa por meio do esforço para saber-se em condições de triunfar, o que depende exclusivamente daquele que se empenha por consegui-lo.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122209
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 4 1, 2, 3, 4  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos