LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:09 pm

Desajustes Internos
Uma visão neurofisiológica do ser humano poderia afirmar que este é resultado somente das moléculas de neuro peptídeos produzidas pelo cérebro, tais as interleucinas, o interferon, as endorfinas..., cuja contribuição para o equilíbrio psicofísico é de essencial significado.
Por outro lado, os fisiologistas estariam em condições de definir que esses neurotransmissores são essenciais para o funcionamento orgânico e de inumeráveis actividades psíquicas do indivíduo.
Em razão desse mecanismo físico algumas escolas fisiológicas e psicológicas fundamentam a sua tese no reducionismo, no materialismo.
Fosse, realmente a vida, património exclusivo da matéria e teriam razão. Não obstante, a criatura humana é mais do que o corpo - é o Espírito - no qual se movimenta, independendo da indumentária de que se reveste e através da qual interfere, orientando toda a sua constituição e funcionalidade por meio da mente, que é o instrumento de que se vale para os objectivos existenciais.
O que é considerado como causa unívoca para a existência do ser pensante, em realidade resulta das reacções normais dos neurónios sob os estímulos químicos e electromagnéticos, bem como de outra ordem, procedentes do ser espiritual que assim se expressa para o processo da própria evolução.
Conforme o estágio em que se encontra, os fenómenos que propicia são efeitos da sua acção, mesmo que inconsciente, produzindo os resultados equivalentes à sua posição moral.
Quando se trata de alguém portador de consciência culpada, as neuro transmissões se fazem deficitárias e as moléculas de neuro peptídeos, por escassez ou excesso, produzem distúrbios emocionais ou psiquiátricos correspondentes, exteriorizando-se como psicopatologias específicas.
De igual maneira, os processos de nutrição do organismo se devem à sintetização de substâncias que são ingeridas através dos alimentos, da água e de outros recursos nutricionais, ou mesmo como resultado dos produtos metabolizados pelos tecidos.
Para que exista a energia é necessário que as reacções de natureza bioquímica realizem a síntese dos elementos que são enviados por esses núcleos de fornecimento. Defrontam-se, nessa conjuntura, duas vertentes de produção energética: a que se deriva da oxidação lenta de todos os alimentos que são ingeridos e as que procedem, vez que outra, das inevitáveis reacções bioquímicas.
Quando se está sob transtorno neurótico ou distúrbio de diferente ordem, o organismo exige o consumo de vitalizadores e outros recursos indispensáveis para a manutenção das células.
As substâncias que se encarregam de dar começo, continuar e concluir as reacções bioquímicas são, portanto, as enzimas. Pela sua constituição tornam-se verdadeiras catalisadoras, permitindo que tudo funcione com eficiência e rapidez.
São elas que cooperam em favor do sistema imunológico, evitando a instalação e proliferação das doenças.
A vida mental, decorrente da conduta moral, é de relevante significado para o binómio doença-saúde, porquanto, dessa usina de forças procedem às energias que harmonizam ou desequilibram a maquinaria que irá produzir os elementos vitais para a preservação da sua realidade temporal.
Naturalmente, a preponderância da hereditariedade com as cargas necessárias à depuração do ser reencarnado, as sequelas das enfermidades infecto-contagiosas constituem elementos dominantes para a ocorrência de distúrbios emocionais, psíquicos e as degenerescências físicas. Esses acontecimentos, porém, expressam-se como decorrência dos impositivos que proporcionam o progresso espiritual em cuja fatalidade todos se encontram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:09 pm

São esses requisitos que elaboram a constituição do temperamento - calmo ou agitado, suspeitoso ou confiante, introvertido ou extrovertido, jovial ou pessimista - que favorecem o surgimento das tendências — artísticas, religiosas, filosóficas, culturais, elevadas, perversas, activas ou indiferentes -, determinando o carácter e os sentimentos de cada indivíduo. Não obstante, quando alguém reconhece essas possibilidades que lhe são inatas, pode alterar profundamente as manifestações negativas, tornando-as enobrecidas, e as positivas, transformando-as em ideais de plenitude, facultando-se a produção de neuro peptídeos que irão cooperar para o logro em pauta, como resultado da elevação mental para alcançar o objectivo a que se propõe.
Diante, pois, de quaisquer distúrbios emocionais, o esforço mental do paciente para um novo direccionamento das aspirações enobrecedoras torna-se-lhe urgente, o que lhe abrirá campo de realizações superiores, cada vez de mais fácil execução como consequência da vitória sobre os impedimentos iniciais. O mesmo ocorrerá no extraordinário metabolismo realizado pelas enzimas.
O mau hábito da queixa contumaz, da reclamação constante, do pessimismo, estimula a produção ou redução de neuro peptídeos que desorganizarão as sinapses e desestruturarão a neuro transmissão, a prejuízo da saúde emocional, por extensão, para o surgimento de uma disfunção metabólica. De maneira equivalente, a esperança e a oração, a alegria e o cultivo de ideias dignificantes, estimuladoras, produzem o reverso, favorecendo com harmonia, saúde e bem-estar de longo curso.
Emergindo do inconsciente colectivo, no qual estão inscritas as realizações individuais - inconsciente pessoal — heranças das reencarnações anteriores, o ser espiritual sintetiza as necessidades e descobre as possibilidades de que dispõe para corrigir os distúrbios internos, que são as consequências morais das desarmonias psicológicas ancestrais e dos descalabros emocionais que se permitiu.
Em qualquer processo, portanto, de distúrbios psicológicos, encontrando-se em reparação o Espírito endividado desde anteriores experiências carnais, os antidepressivos e outros medicamentos poderão ajudar, mas o - a conquista da saúde real — somente será possível quando o Self, na condição de fonte irradiadora de energias, produzi-las favoráveis à legítima cura.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:10 pm

4 - Realização Interior
Indivíduos Introvertidos E Extrovertidos • Complexo de Inferioridade • Fugas da Realidade

Ante os desatinos que assolam a sociedade, levando a criatura a tormentosas inquietações, evocamos o conceito do eminente psicanalista Sigmund Freud, quando estabeleceu que os indivíduos vivem à busca do prazer, especialmente aquele que decorre do conúbio sexual, mas que a realidade lhe impõe limite à capacidade de satisfazê-lo, e que parece indispensável. Esses dois princípios - o do prazer e o da realidade - seriam, pois, fundamentais para a interpretação da pessoa humana, auxiliando-a a compreender as próprias dificuldades quando na busca da sua realização.
Por outro lado, o seu discípulo dissidente, Alfred Adler, asseverou que a sociedade sofre de um pesado sentimento de inferioridade, e que, para realizar-se compensando esse complexo de inferioridade, procura alcançar o poder a qualquer preço. Ao atingir qualquer patamar de poder cada um se sente realizado, superando, portanto, o sentimento de inferioridade.
Freud, portanto, dava ênfase à busca da realização externa, enquanto Adler valorizava a de natureza interna.
Sem dúvida, há um grande desafio convidando o ser à auto-realização, que somente poderá ser conseguida me diante o descobrimento da sua realidade e dos seus valores, de forma que, ao identificar as próprias conquistas e deficiências, deverá trabalhar aquelas que lhe pesam perturbadoras no comportamento, a fim de melhor poder vencê-las.
Faz-se, então, imprescindível, concomitantemente, a serena observação do mundo externo, para avaliar as aspirações que acalenta, o significado existencial em que se encontra, o que lhe proporcionará, por consequência, alegria, prazer, felicidade, para sentir-se motivado a lutar, sem cuja conquista a existência não lhe terá significado.
O indivíduo possui estrutura psicológica para suportar qualquer perda, menos a do sentido existencial, porque, sem o seu estímulo, desaparecem a razão de viver e as metas a alcançar.
Todos devem anelar por conseguir objectivos mediante o conhecimento, o poder, a lucidez e outros diversos recursos, dê modo a superar os impedimentos internos, afligentes, no caso, qualquer que se apresente como decorrência do complexo de inferioridade. Diante dos limites impostos pela realidade, porém, que considera a exaltação perturbadora da posse como secundária para a vida, encontrar-se-á o auxílio interior para o enfrentamento das necessidades reais.
É comum àquele que padece do conflito de inferioridade acreditar que a festa bulhenta que tanto atrai os extrovertidos constituir-lhe-á a forma de felicidade que almeja conseguir. Nada obstante, os introvertidos vêem nessas festas ruidosas nada mais que tormentos e dificuldades para a sua necessidade de interiorização.
Somente uma postura de equilibrado discernimento entre as fantasias externas e barulhentas e as fugas interiores sem sentido pelo receio de enfrentar a realidade é que poderá dar-lhe a dimensão do que é fundamental ou não para a alegria de viver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:10 pm

Indivíduos Introvertidos E Extrovertidos
O insigne mestre vienense, ao descobrir o poder de predominância do complexo de Édipo e, por extensão, do de Electra, do narcisismo, no comportamento humano, remontou à força das ocorrências mitológicas clássicas nas existências dos indivíduos masculinos e femininos, facultando-se a centralização do pensamento na libido como de fundamental importância para a compreensão da conduta psicológica e da realidade psíquica de cada ser. Estabeleceu, por consequência, um verdadeiro dogma centrado no sexo, não abrindo espaço para outra interpretação, que não aquela proposta, tornando-se essencial para a compreensão das graves psicopatologias humanas.
Havendo, porém, estudado uma variedade mais ampla de matérias, diferentemente de Freud, Jung preferiu avançar por outras áreas, adentrando-se na análise de outros instintos que contribuem para a formação da personalidade e para a exteriorização do comportamento. Concluiu, nessa análise, que nenhum deles mantinha uma predominância sobre os demais, como no caso daquele de natureza sexual, acreditando simultaneamente que havia no ser uma predestinação - a psique — encarregada de orientar o rumo das existências humanas.
Assim concluindo, identificou o liame entre ambos - o instinto e a psique — que seria responsável pelas expressões nobres ou vis no historiai das experiências humanas. Para tanto, recorreu ao conceito dos arquétipos existentes no inconsciente colectivo, cujas forças diversas conduzem os indivíduos, nunca as reduzindo a uma só e de natureza exclusiva como pensava Freud. Ainda seguindo o mesmo raciocínio, estabeleceu que eram esses arquétipos constituídos por estruturas eternas, que a mente pode decodificar para exteriorizar--se em forma de comportamento na realidade objectiva. Desse modo, postulou que existe reduzido número de biótipos humanos de natureza eterna, assim apresentando a tese fundamentada na existência de seres introvertidos e extrovertidos.
Quando o indivíduo avança no rumo do mundo exterior é considerado extrovertido, e quando o realiza no sentido inverso, torna-se introvertido. O primeiro é portador de uma atitude primária em relação à vida, enquanto o segundo mantém uma postura elementar interiorizada.
Todo indivíduo, desse modo, possui intimamente as duas opções, podendo mesmo movimentar-se entre ambas. Nada obstante, sempre escolhe uma delas para a manutenção do seu comportamento, no qual extravasa as suas necessidades emocionais.
O extrovertido prefere o meio agitado, barulhento, no qual se encontra em perfeita identidade, diferindo do introvertido que opta pelo silêncio, como essencial para a recuperação das forças e a renovação das actividades a que se dedica. São diferentes na conduta e movimentam-se em áreas mui diversas. Aquilo que a um agrada ao outro desgosta, exceptuando-se quando ocorrem situações especiais que os movimentam transitoriamente no rumo oposto ao habitual, logo retornando ao comportamento básico.
Jung concluiu, então, que para a expressão de uma como de outra conduta, são essenciais o sentimento e o pensamento, constituídos por estruturas diferentes da personalidade, expressando formas independentes para cada qual, que se pode tornar extrovertido ou introvertido. Além dessas expressões internas, o indivíduo possui também a sensação e a intuição. A sensação resulta das informações que se exteriorizam através dos órgãos dos sentidos, sendo tudo aquilo que é percebido de maneira física, enquanto que a intuição resulta das informações que procedem do inconsciente, sem a necessidade do contacto com as sensações.
Classificando em quatro essas funções, situa o indivíduo no mundo objectivo, elucidando, no entanto, que a sensação e a intuição são funções perceptíveis, usadas pelo sentimento e pelo pensamento encarregados de descodificá-las e classificar todas as informações adquiridas que o sentimento atribuirá significado e valor específicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 01, 2024 9:10 pm

Da mesma forma, o sentimento e o pensamento são considerados como funções racionais. A sensação e a intuição, no entanto, passam a ser denominadas como funções irracionais, constituindo mecanismos de acesso ao mundo externo para que o pensamento e o sentimento possam agir.
Analisando-as com cuidado, conclui-se que as funções são essenciais à vida do ser humano. Ao denominar algumas como irracionais, não o fez com o objectivo de as subestimar, pelo contrário, o de demonstrar-lhes o automatismo através do qual se expressam e que se faz independente da razão.
Analisando a função da intuição proposta por Jung, somos, entretanto, de parecer que a mesma procede do Self como percepção que abre as portas da paranormalidade para a aquisição dos conhecimentos que independem do sentimento, do pensamento e da sensação. Não estabelecida no cérebro, transcende-o, sendo por ele identificada e transferida para o mundo exterior, logo se apresentando de maneira inusitada, inabitual, inesperada.
Não raro, a característica do ser introvertido é a distracção, o estado alfa, em que as circunstâncias externas não são significativas, muito comum em homens como Newton, Einstein e outros, que têm dificuldade de adaptação ao mundo denominado do senso prático. Quase sempre dependem das mulheres, o que os leva a sonhos nos quais se sentem devorados por elas...
No que diz respeito ao homem de pensamento extrovertido, constitui um biótipo que se vincula a regras estritas de comportamento, tornando-se excelente amigo, o que não ocorre quando é o sentimento que predomina na sua conduta, deixando a impressão de frivolidade, de irresponsabilidade, sentindo-se completamente à vontade nos ambientes festivos e barulhentos.
A função intuitiva, para Jung, é aquela que proporciona à pessoa a visão do futuro, a percepção de ocorrências que lhe podem ser úteis, não demonstrando maior interesse pelas coisas e acontecimentos atuais à sua volta, nem mesmo do passado, mas sim, pelos porvindouros. Se é extrovertido, sente-se realizado ao conceber e propor ocorrências que se deverão dar, tornando-se pioneiro, idealista, no entanto, sem demonstrar maior interesse por concretizá-las no mundo objectivo. Tratando-se de um intuitivo introvertido, parece-se com um profeta - nele se manifestam os dons espirituais — e se comporta de maneira especial. Em geral, os tipos introvertidos são desinteressados dos valores externos, das moedas, das relações que passam pela sua estrutura emocional, avançando no rumo das suas aspirações internas.
A partir da análise dos tipos psicológicos, Jung montou toda a sua doutrina, sendo aí o ponto inicial das suas pesquisas centradas no inconsciente colectivo, responsável pelas heranças antropossociopsicológicas do ser humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:08 pm

Complexo de inferioridade
Nos refolhos do inconsciente individual do ser estão registados todos os acontecimentos referentes às existências transatas do Espírito em processo de evolução. Suas lutas e glórias imprimem-se como conquistas inalienáveis de vitórias sobre as paixões e os limites que o tipificam, impulsionando-o a avanços mais significativos. Da mesma forma, suas quedas e fracassos, seus compromissos não atendidos e deveres transformados em desequilíbrios, que o levaram a comprometimentos infelizes, deixando marcas de desaires e perturbações na retaguarda, fixam-se-lhe nos painéis delicados, que ressumam nos novos mecanismos de crescimento como conflitos e complexos, ora de superioridade, quando foram positivos, ora de inferioridade, quando negativos, assinalando-o de forma grave, que o atormenta, no último caso, e, às vezes, o conduz ao desvario.
Quando se apresenta como complexo de superioridade, o distúrbio é de menor monta, podendo ser melhor trabalhado com uma psicoterapia apropriada, e vencida a situação sem maior desgaste psicológico, porque facilmente descobre a própria fragilidade ante as ocorrências existenciais e os acontecimentos quotidianos.
No que diz respeito ao complexo de inferioridade, o distúrbio é mais grave e apresenta-se como manifestação psicopatológica que requer cuidadoso trabalho psicoterapêutico.
As causas preponderantes, que se encontram no passado espiritual, agora ressurgem como factores familiares e sociais que muito contribuem para o surgimento do complexo de inferioridade, sua fixação no imo do ser, que tanto aflige inúmeros indivíduos.
Os membros dos lares desajustados e perversos, normalmente elegem alguém na família para descarregar a pesada carga dos seus conflitos e infortúnios, elaborando mecanismos de perseguição, às vezes inconscientemente, repudiando algum dos seus parentes e atirando-lhe epítetos pejorativos, sistemática aversão, particularmente se é alguém introvertido, que não participa da algaravia nem dos distúrbios gerais.
Mantendo-se em reflexão ou em silêncio por falta de espontaneidade ou incapacidade de comunicação, é espicaçado e ferido nos seus sentimentos, introjectando as agressões e passando a vivenciar os sentimentos de inferioridade. Noutras vezes, os grupos sociais, vitimados pela sombra colectiva, em forma de hórrido preconceito racial, religioso, político, económico, agridem aqueles a quem não aceitam, neles desenvolvendo esse mecanismo de fuga e de auto-punição, que os tornam realmente inseguros nessa comunidade hostil onde se encontram, evitando-a e deixando-se perturbar pela situação afligente.
Permanece, dessa maneira, exposto pelas Leis da Vida ao escárnio, real ou imaginário, como processo de reparação dos abusos praticados, enquanto é convidado à auto-superação, caso invista na mudança de compreensão da realidade e dos critérios humanos, avançando no trabalho pela conquista de valores intelectuais, morais e profissionais.
Quando se dedica a provar que é digno e laborioso, consegue destacar-se com brilhantismo em todos os empreendimentos a que se afervora, realizando um grandioso empenho para a libertação da chaga psicológica, harmonizando-se e desenvolvendo a individuação.
Para o cometimento da individuação, porém, isso não lhe basta, tornando-se-lhe necessário bem administrar as funções diversas do sentimento, da sensação, da intuição e do pensamento até conseguir a harmonização.
Seria de crer-se que o tipo introvertido seja mais afeiçoado à função intelectual e que o extrovertido é mais afeito à sensação, o que constitui realidade. Todavia, há certa predominância dessas funções nesses indivíduos que irão trabalhar as demais para alcançarem a meta da sua individuação, e que são rotas variadas que podem e devem ser percorridas com interesse e cuidado para o logro em pauta.
Uma observação espírita sobre a questão auxiliará no entendimento dessa busca de individuação ou plenitude, arrancando do inconsciente colectivo, em todos existente, apenas aquelas situações tipificadoras de cada ser, que as conserva no seu inconsciente pessoal como conteúdo cármico, que lhe está exigindo correcção e desenvolvimento útil.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:08 pm

O tipo introvertido sofre a função pensamento atormentado, que o considera indigno de viver ou de fruir as bênçãos que se encontram diante da mesa farta da Humanidade e se lhe apresentam escassas ou impossíveis de serem experimentadas.
A consciência de culpa que o atroa deve ser liberada pela função pensamento, rebuscando os factores causais, que não serão facilmente detectáveis, assim adquirindo novos desenvolvimentos que oferecem segurança e dão valor existencial à sua forma de ser.
Ninguém nasce, na Terra, na actualidade, como uma tela em branco, na qual se irão registar futuros acontecimentos. O Self não é apenas um arquétipo-apuado, mas o Espírito com as experiências iniciais e profundas de processos anteriores, nos quais desenvolveu os pródromos do Deus interno nele vigente, em face da sua procedência divina desde a sua criação. É natural, portanto, que possua heranças, atavismos, reminiscências, inconsciente colectivo e pessoal, em face do largo trânsito do seu psiquismo no processo evolutivo ao longo dos milénios. Herdeiro de si mesmo, o Self é mais que um arquétipo, sendo o próprio ser espiritual precedente ao berço e sobrevivente ao túmulo.
Com esse conceito, entender-se-á melhor todos os mecanismos conflitivos e as aspirações libertadoras que caracterizam o ser pensante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:09 pm

Fugas Da Realidade
No início da sua individuação, o ser humano pouco discerne sobre o que é a realidade. Nele permanece uma vaga percepção do que é real em relação ao que é imaginativo. Vivenciando mais a sensação, que lhe predomina no comportamento, o pensamento que o convida à reflexão, o sentimento que se expressa de acordo com o nível de consciência e a intuição que o capacita para voos mais elevados, aturdem-no nas faixas dos desejos tormentosos ou nas frustrações, quando os mesmos não são realizados.
Inconscientemente, dá campo a fugas da realidade apoiado nos conflitos que defluem das experiências tranactas, procedentes de outras reencarnações, buscando complementação para o de que sente falta, nos jogos futuristas da ilusão ou na entrega sem relutância aos apelos angustiantes do prazer hedonista, da libido desenfreada...
Diversos mecanismos de fuga da realidade se lhe apresentam convidativos, desde a transferência de culpa à introjecção das responsabilidades, à projecção da imagem deteriorada, à complementação fantasiosa, e sucessivamente...
Mediante esses mecanismos perturbadores derrapa em transtornos neuróticos que mais o afastam da realidade, levando-o a fixar o pensamento em detalhes mal trabalhados do seu desenvolvimento psicológico, que apresenta saídas de escape para evitar o enfrentamento consigo mesmo, com a realidade que é, e que mascara com a sombra individual de que se utiliza para ocultá-lo.
Fixa-se, nessa fuga da realidade, a preconceitos injustificáveis, permite-se o cultivo de superstições escravizadoras, apoia-se em muletas psicológicas, de maneira que as preocupações com formas e fórmulas comportamentais impedem--no de ser legítimo, autêntico, na exteriorização pessoal.
Quantos transtornos neuróticos, dessa atitude decorrentes, se instalam no comportamento, levando o paciente a um locus de dominação ambiental, ou de controle geométrico, ou de conduta desorganizada, ou de cálculo matemático?!...
Repete as acções automaticamente, sem que se dê conta, inquietando-se e insistindo nelas até se conscientizar de haver agido correctamente.
Ao se deitarem, por exemplo, apresentam-se-lhes dúvidas a respeito de haver ou não fechado a porta da rua, desligado o aparelho de televisão ou outro qualquer, e enquanto não forem verificá-lo, não conseguem adormecer.
Outros procuram objectos que estão com eles mesmos, que se encontram no corpo e desesperam-se buscando óculos que foram postos na testa, chaves de automóveis que se encontram na mão, ou que se preocupam em demasia por algo insignificante, mas que se lhes afigura de alta relevância!
São fenómenos psicológicos que traduzem fugas da realidade, produzidos por stresses e medos de enfrentamentos com o Si profundo.
Noutras vezes, tudo quanto acontece de desastroso em torno deles ou de referência à sua pessoa, auto-culpam-se, assumindo a responsabilidade que não a têm, por não haverem pensado nesse insucesso, ou porque negligenciaram providências mediante as quais poderiam ter evitado a infeliz ocorrência.
Sofrem com essas situações, não se desculpando a irresponsabilidade, quando tudo isso está apenas no seu conflito íntimo perante a realidade.
Acompanhando espectáculos teatrais, cinematográficos; novelas ou dramas do quotidiano, intrometam o sofrimento das personagens que lhes parecem com as próprias existências, passando a viver os transtornos depressivos daqueles mitos, a que se entregam, infelizes e amargurados...
Comummente ocorre com outros pacientes o processo de transferência de culpa, através do qual acusam outras pessoas, atribuindo-lhes a responsabilidade pelo que lhes acontece de desagradável ou perturbador. E quando escasseiam esses responsáveis, logo direccionam a acusação para os governos, para o tempo, para a Natureza, para Deus...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:09 pm

Quando são portadores de debilidade orgânica, aplaudem os fortes e agressivos que realizam aquilo que não podem conseguir pela violência e perversidade; se trabalhando valores ético-morais de alto porte que os desafiam, assumem atitudes puritanas, tornando-se severos perseguidores dos outros, que vigiam com impiedade, imputando-lhes culpa nos actos mais simples que são vivenciados, porque lhes apresentam no íntimo com características de torpeza moral.
A individuação é um convite severo ao ser humano, que deve aprofundar reflexões em torno da sua existência como ser real e não imaginário ou fugaz, que é construtor das próprias realizações e que responde pelas consequências mórbidas da conduta irregular.
A necessidade de cuidadosa psicoterapia se impõe nesses casos, auxiliando o paciente a auto-descobrir-se, a identificar as heranças pretéritas que assomam do inconsciente individual com carácter punitivo, e das quais busca libertar--se mediante essas fugas espectaculares, inconscientemente elaboradas, mas que se lhes tornam dominadoras no dia a dia existencial.
Cada vez mais se apresentam oportunas algumas das teses do admirável Maslow, que identificava a sociedade média como auto-realizada, não escrava de posses e valores externos, nem necessitada de agradecimentos quando nos seus melhores e mais fecundos momentos históricos. Naturalmente, a diversidade dos indivíduos que a constituem, conduz à convicção de que, não obstante as diferenças registadas em suas personalidades, sempre são portadores de anseios por uma vida feliz, embora as diversas maneiras de apresentar essa necessidade. Mesmo aqueles que não conseguem a auto-realização, são capazes de propor esquemas idênticos de busca e de comportamento.
Essa conclusão oferece uma perspectiva de realidade mais factível, em razão de auxiliar o ego a bem sincronizar--se com o Self, ou seja, proporciona uma agradável contribuição psicológica para que os anseios existenciais sejam compatíveis com as estruturas internas de cada qual, que assim conseguirá a auto-identificação.
A necessidade de superar a ilusão, de vencer a fuga da realidade, mediante bem-orientada psicoterapia, conduzirá o paciente a descobrir quem realmente é e quais são legitimamente os objectivos existenciais que deve buscar. O impositivo do vir a ser desenha-se-lhe, nesse período, como a meta a alcançar. Entretanto, como fazer, e como dispor-se a essa conquista que parece, à primeira vista, sobre-humana?
A psique humana é, por demais, complexa, para ser abarcada de um só golpe, conquistada de uma só vez. Faz--se necessário, portanto, harmonizar o sentimento com o pensamento, a sensação com a intuição em um processo de identificação de valores de que cada qual se constitui, a fim de que se realize a individuação.
Como no inconsciente humano colectivo encontram--se as páginas vivas da História, as personalidades-símbolo da Humanidade, é possível a verificação de possibilidades, mediante a adopção de vultos-modelo que deverão ser seguidos pelo alto significado que possuem no íntimo de cada pessoa.
O esforço desprendido pelos indivíduos para atingirem esses modelos humanos, em razão da sua integridade, da sua grandeza, da sua capacidade de sacrifício, de honradez, de luta, torna-se-lhes a força que os impulsiona para conseguir a auto-realização, aquilo que os harmoniza e tranquiliza.
Superando a sombra e vencendo outros arquétipos aflitivos, liberta-se da personalidade-mana, aquela que é rica de fantasias, de misticismos, de crendices, não a transferindo para outrem, que passaria a ser o guru em quem projectaria as suas necessidades, impedindo-se de ser feliz.
Embora pareça que a depressão periodicamente encontra-se ao lado do equilíbrio emocional, apresentando--se em rápidos ou mais demorados estágios, qual aconteceu com Sócrates, Platão, Stuart Mill, Coleridge, Tolstoi, apenas para citar alguns, essa harmonização do ego com o Self responde pela auto-realização, evitando as fugas da realidade, sem conflitos nem perturbações da conduta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:10 pm

A viagem na busca da identidade, da individuação, conscientiza o ser de que para alcançar a luz é necessário superar as trevas que frequentemente surgem pelo caminho, as heranças inevitáveis dos comportamentos pretéritos...
Desse modo, os indivíduos tornam-se mais seguros de si mesmos, portadores de melhores recursos na saúde, robustecidos de forças para enfrentar vicissitudes e ocorrências agressivas, não derrapando para o fosso da desistência da luta ou para o envolvimento nos tecidos fortes e sombrios da amargura.
O Self é possuidor de recursos desconhecidos e inestimáveis, e, desde que penetrado conscientemente, pode arrancar o indivíduo do fracasso e erguê-lo para o triunfo, sem deixar marcas aflitivas e inseguranças quanto ao futuro que lhe está reservado.
Esses indivíduos, que passam pelas experiências amargas, não se impedem de sofrer mais asperamente as situações e as ocorrências, no entanto, mais facilmente se libertam das injunções afligentes para se transferirem aos patamares da realidade a que aspiram tranquilos e ditosos.
Somente através do enfrentamento da realidade é que o proporciona paz a si mesmo, tornando o indivíduo realmente pleno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:10 pm

5 - Enfrentamentos
A Conscientização Dos Arquétipos Primordiais • A luta Contra a As Paixões Primitivas • O Vir A Ser

A maturidade psicológica induz o ser humano aos enfrentamentos sucessivos do seu processo de individuação.
Torna-se-lhe imperioso mergulhar no inconsciente individual, a fim de descobrir-se e verificar as possibilidades de crescimento que se lhe encontram acessíveis, para os grandes momentos de transformação interior.
Jazem, nesse inconsciente, os fantasmas perturbadores, em forma de medo, ansiedade, insatisfação, insegurança, que o sitiam, a cada passo, dificultando-lhe o desabrochar dos sentimentos saudáveis.
Por outro lado, ali se encontram vibrantes as heranças que procedem de velhas crenças, ora superadas pela razão, mas que ressurgem e assomam em forma de perigosos adversários, que induzem às fugas espectaculares da realidade.
No Bhagavad Gita, Krishna adverte o discípulo Arjuna, quanto à necessidade de combater os vícios, esses adversários terríveis, que vivem no imo e impulsionam ao crime, à loucura. Parentes das virtudes, dos valores dignificantes, eles devem ser enfrentados com coragem e valor em batalha contínua no campo da consciência. O príncipe pândava, porém, reluta em destruir esses familiares que, de alguma forma, constituem o seu clã e fazem parte da sua vida. Nada obstante, o guru explica-lhe que a sua maturidade, a sua idade adulta exige esse sacrifício, por mais rude se lhe apresente.
O jovem não tem alternativa, senão lutar, enfrentar as imperfeições morais que lhe tisnam o carácter e entenebrecem os sentimentos.
Essas heranças que procedem dos instintos primários evoluíram e ressurgem como luxúria, ambição desmedida, volúpia, ódio, ressentimento, posse, desejo, todos geradores de profundos conflitos internos, que explodem em comportamentos alienadores.
É um empreendimento valioso detectar-se inimigos e desafios externos, convidando a lutas extenuantes e intérminas. No entanto, essa visão algo deformada da realidade resulta somente da transferência dos conflitos interiores, que o ser recusa enfrentar, assim tornando a sua uma tarefa mais ingrata, senão impossível de ser levada adiante com o êxito que seria de desejar.
Escamoteando-se os tormentos internos sob alegações não justificáveis, sugerem a paisagem humana como responsável por eles, quando se deveria assumir a coragem de responder pela sua existência originada nas experiências infelizes.
A explicação de que vêm dos outros, que perturbam e assaltam a paz de cada ser, possui mecanismos masoquistas, que permitem a auto-comiseração, a auto-compaixão, a infelicidade no seu dia a dia.
A auto-conscientização, entretanto, constitui um passo avançado no terreno da saúde emocional e psíquica, trabalhando em favor da saúde orgânica.
Toda vez que alguém foge de um enfrentamento psicológico, encontrá-lo-á adiante mais desafiador e mais enraizado no Self aguardando solução equilibrada.
Cada dia, os avanços da evolução oferecem mais amplas possibilidades de conhecimento, mas também maior soma de desafios para adaptação, para superação de hábitos, para entrosamento.
As personalidades frágeis, que se acostumaram ao status quo, relutam para manter a existência nos velhos padrões, evitando assumir a nova realidade, refugiando-se, portanto, na sombra e perdendo a claridade que advém do auto crescimento, da vitória sobre as paixões afugentes.
Os enfrentamentos, desse modo, são campos de luta, nos quais o ser cresce e desenvolve os inestimáveis recursos adormecidos no Self que se encontram à sua espera para oferecerem a contribuição da paz do Nirvana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:11 pm

A Conscientização Dos Arquétipos Primordiais
Procedendo-se a uma análise comparativa a respeito do inconsciente colectivo ou psique objectiva com a erraticidade espiritual, encontrar-se-ão os arquétipos primordiais junguianos e outros, que seriam resultado das multifárias reencarnações do Self. Nesse reservatório profundo, demoram-se no inconsciente individual os registos daquelas experiências que ressumam como imagens arquetípicas em representações do que foi antes vivenciado, mescladas aos conteúdos psíquicos da actual vilegiatura física.
Ressurgem nos sonhos, como personificações de génios, santos, fadas, nas representações do pai - o herói - e da mãe - a fada madrinha, a bruxa -, avultando-se em outras expressões perturbadoras, que a imaginação activa pode liberar por meio de psicoterapia bem-orientada para a conscientização.
Esses registros nas camadas mais profundas da psique volvem nas reproduções oníricas e podem tomar corpo quando não analisadas correctamente, assumindo estados graves de transtorno psicótico agudo. Desse modo, qualquer complexo no comportamento pessoal que se avulta, é resultado de uma matriz arquetípica no inconsciente colectivo, herança de acções ignóbeis perpetradas pelo Self, o Homo totus, na vivência ancestral.
Esse mergulho para a ampliação da imagem arquetípica produzirá associações equivalentes, facultando ao ego experienciar as conexões sem perder-se no abismo dos conteúdos não identificados. Faz-se necessária, desse modo, uma vinculação profunda com o Self, que adquirirá maior conscientização dos relacionamentos indispensáveis com o seu núcleo na psique.
A anima/ animus ou alter ego é também o resultado dos impulsos e tendências que foram rejeitados pela família e pela sociedade, que se aglutinam, formando imagens que permanecem na superfície do inconsciente pessoal. Quando, em qualquer circunstância, uma porção de um par de opostos é conscientizada ou apresentada à luz do discernimento, a outra, a que não foi aceita, desce e, numa metáfora, transforma-se em sombra no inconsciente.
A sombra tormentosa, que resulta da consciência de culpa ou do desconhecido, tudo aquilo que é ignorado ou rejeitado com severidade, quando conscientizada, transforma as heranças instintivas em actos racionais, que irão contribuir para a formação de atitudes saudáveis, descomprometidas com as fobias e os receios, que se ocultam ou se desvelam nas diferentes formas de complexos...
A medida que os sonhos se apresentam liberando as imagens arquetípicas arquivadas, o paciente, mediante a imaginação activa, decodifica as informações e actualiza os seus conteúdos para os aplicar correctamente no seu quotidiano.
Enquanto a consciência recusa-se aceitar os desafios ocultos nos refolhos do ser, mascarando as dificuldades e conflitos em aparências distantes da realidade, maior se faz a pressão desses conteúdos sobre o ego, perturbando lhe o comportamento.
Da mesma forma, esses resquícios da anima/animus merecem considerações lúcidas, de forma que sejam identificados com heranças de vivências em reencarnações transactas, que não foram absorvidas como deveriam pelo Si profundo.
No processo da evolução e, por todo o sempre, o Espírito é assexuado, experienciando as duas polaridades - responsáveis pela perpetuação da espécie humana —, nas quais a vigência de hormônios específicos encarrega-se de desenvolver aptidões ora físicas, morais, intelectuais, ora emocionais diferentes, a fim de realizar a individuação plena, desse modo, sintetizando os valores que decorrem de ambos os sexos em uma totalidade harmónica.
Um Espírito que se haja reencarnado por diversas vezes na masculinidade e, subitamente inicie experiências femininas, apresentará uma anatomia constituída pelos implementos correspondentes; no entanto, o seu será um psiquismo animus, mediante o qual revelará as potências acumuladas, que o propelem a atitudes masculinas, não obstante a sua constituição fisiológica feminil.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:11 pm

Nos casos opostos, o ser masculino herdará as experiências femininas, dando vitalidade à anima, que predominará em seus conteúdos psicológicos.
É muito provável que esse animus/anima, em supremacia psíquica sobre a organização anatómica, faculte ao indivíduo identificar-se como seu oposto em outro ser cuja organização fisiológica seja diversa da sua exteriorização psicológica.
Graças a essa identificação dos conteúdos arquetípicos, o homem, no uso de suas funções, mas de aparência frágil e compleição emocional gentil, em quem a anima se encontra prevalecente, irá vincular-se a uma mulher cujo animus desempenhe um papel de comando na área da personalidade e dos relacionamentos. O oposto também é real, pois que da mesma génese, e de consequências idênticas.
Sem qualquer prejuízo para a saudável convivência sexual, os arquétipos complementam-se, produzindo harmonia, o que se torna perturbador, quando essa identificação não é levada em conta e a atracção é mais física do que psicológica...
O malogro de muitos relacionamentos na área da afectividade tem a sua psicogénese nesse comportamento desidentificado que existe entre os parceiros, que se sentem defraudados nas suas aspirações inconscientes de equilíbrio e complementação emocional.
A integração dos conteúdos anima /animus, parcial que seja, proporciona melhor capacidade para lidar com a realidade das demais pessoas, tanto quanto da própria psique.
Multiplicam-se os casos nos quais as parcerias psicológicas são responsáveis pelos sucessos e desastres emocionais entre os indivíduos.
A conscientização da necessidade de conviver com pessoas que preencham as lacunas emocionais que existem na afectividade, auxiliará com segurança os relacionamentos humanos exitosos.
Enquanto a alma encontra-se encarnada projecta a persona, responsável pelo ego, sendo que o Self constitui a individualidade imortal.
Ao introjectar o conhecimento em torno das aspirações e objectivos existenciais, o ser enriquece-se enfrentando, além dos arquétipos ou imagens primordiais, todos aqueles incontáveis do seu dia a dia, no processo de amadurecimento e de desenvolvimento psicológico.
A imaginação activa, examinando as ocorrências oníricas e relacionando-as com os acontecimentos do passado, próximo ou remoto, liberará parte do inconsciente pessoal, que ampliará o campo da razão e da lógica na consciência para novas afirmações e conquistas.
O ser humano é o legatário dos seus pensamentos e actos, que o acompanham fora do corpo, e que ressurgem nos instintos mais primários, qual ocorre com a vespa cavadora (Ammophilas), que prepara o recinto para a procriação, cavando um reduto durante várias semanas e cobrindo-o com um pequeno grão de terra. Logo depois voa, procurando uma larva que, após massajar e picar, conduz ao local onde a depõe viva, ali colocando os seus ovos, a fim de que as suas larvas, ao nascerem, alimentem-se de carne viva, porquanto a carne morta as mataria também. Ato contínuo, cobre o orifício de entrada onde estão os descendentes e segue adiante. Sabe, porém que a espécie continuará. Como o terá aprendido? Desde o começo que assim ocorre e prosseguirá até a sua extinção...
O mesmo fenómeno sucede com outros tantos insectos, peixes, batráquios, mamíferos...
No ser humano, porém, além do instinto, que exterioriza as imagens guardadas no inconsciente, induzindo a atitudes e comportamentos não conscientes, automáticos, que necessitam ser interpretados e direccionados correctamente para uma existência equilibrada, existe o Self, também reconhecido como o Deus em nós, lúcido e responsável, que deverá alcançar mais elevados patamares psíquicos em sublimação, na realização plena do numinoso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:12 pm

Eis por que o conteúdo religioso é de vital importância na psicoterapia que dilui os arquétipos perturbadores e os conflitos inerentes às heranças nefastas do curso da evolução...
Essa proposta religiosa, no entanto, deverá ser libertadora, sem quaisquer imposições castradoras, que geram e vitalizam distúrbios de diferente ordem, e que se transformam em cargas psicopatológicas aflitivas.
Jesus, em desafiadora psicoterapia superior, propôs: - Busca a verdade e a verdade te libertará.
A verdade, porém, que é uma saudável proposta com mecanismo adequado para proporcionar a liberdade, começa no auto-conhecimento e prossegue na identificação dos valores adormecidos e das aspirações existentes, a fim de os enriquecer com possibilidades numinosas. Só então será factível e verdadeira a busca do auto-conhecimento nos relacionamentos felizes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 02, 2024 9:12 pm

A luta contra as paixões primitivas
Uma psicoterapia eficiente libera o paciente não só dos conflitos, mas também das paixões primitivas, que passam a ser direccionadas com equilíbrio, transformando os impulsos inferiores em emoções de harmonia. As imagens arquetípicas que emergem do inconsciente pessoal, heranças algumas dos instintos agressivos que predominam em a natureza humana, resultantes do processo antropossociopsicológico, tornam-se diluídas pela razão, em um trabalho de conscientização das suas inclinações más e imediata superação, conforme acentua Allan Kardec, o ínclito codificador do Espiritismo.
Essas inclinações más ou tendências para atitudes primitivas, rebeldes, perturbadoras do equilíbrio emocional e moral, são heranças e atavismos insculpidos no Self em razão da larga trajectória evolutiva, em cujo curso experienciou o primarismo das formas ancestrais, mais instinto que razão, caracterizadas pelos impulsos automáticos do que pela lógica do discernimento.
Impregnando o ego com a sua carga de paixões asselvajadas, necessitam ser trabalhadas com afinco, a fim de que abandonem os alicerces do inconsciente, no qual se encontram, e possam ser dissolvidas, substituídas pelos mecanismos dos sentimentos de amor, de compaixão, de solidariedade.
Indutoras a reacções, nas diversas situações do comportamento, também respondem por vários conflitos da personalidade, que são desencadeados pelo convívio no lar, na dependência da mãe castradora, da supermãe, do pai negligente e competitivo, ou mesmo nos confrontos da sociedade, em cujo grupo o ser se encontra situado para viver e desenvolver os valores pessoais.
Nos tormentos que assaltam esse indivíduo, ele se vê constrangido a fugir, a ocultar-se dos demais, ampliando a mágoa contra a sociedade e contra ele próprio, ampliando os sentimentos de amargura, de frustração e de rejeição, assim tornando-se agressivo, medroso e temperamental.
Alguns transtornos depressivos podem desenvolver-se nessa oportunidade, como resultado desses eventos de vida, que são assimilados pela natureza animal, desbordando em traumas e melancolias prenunciadores de distúrbios na área da afectividade.
A medida que o ego se faz consciente dos valores ínsitos no Self, torna-se factível uma programação saudável para o comportamento, trabalhando cada dificuldade, todo desafio, mediante a reconciliação com a sua realidade eterna.
Os fenómenos que parecem obstar o processo de maturação psicológica cedem lugar aos estímulos pelas conquistas que se operam, emulando a novas realizações edificantes que enriquecem de alegria os relacionamentos familiares, sociais e humanos em geral.
É uma forma de o paciente desencarcerar-se dos impulsos perniciosos, que somente contribuem para asselvajar-lhe os sentimentos e emparedar-lhe as aspirações no estreito espaço das ambições tormentosas.
Não pode a sociedade adaptar-se a cada indivíduo, em razão dos seus estatutos de comportamento considerados positivos e saudáveis. Deve o ser identificar-se com a programação da sociedade, tornando-se autêntico nos seus valores, sem escamotear projectos ou desejos, assim evitando ferir o estabelecido que constitui norma de bom-tom e de paz para todo o grupo social.
Igualmente não é justo que assuma as características doentias da personalidade, em uma falsa necessidade de ser autêntico, antes faz-se imprescindível trabalhar essas expressões do primarismo de forma a ultrapassar a faixa dos instintos agressivos que, de alguma forma, permanecerão, porém sob outras manifestações produtoras de equilíbrio, em relação ao estabelecido socialmente.
Um equilibrado estado de saúde comportamental no homem sempre decorrerá da boa aceitação das ocorrências do dia a dia, tanto quanto de sentir-se incluído no grupo como membro actuante e produtivo, nada obstante as dificuldades que, de um para outro momento repontam, convidando-o à reflexão, à maturidade...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:14 am

A necessidade de trabalhar as tendências primárias, os instintos dominantes e primitivos, torna-se intransferível em todos os indivíduos. Todo esse património psicológico ancestral que nele permanece, constitui-lhe patamar inicial do processo para a aquisição da consciência, que não pode ser violentado, sem graves prejuízos, no que diz respeito a outras manifestações que fazem parte da realidade dos próprios instintos.
Essa batalha íntima se faz possível graças aos estímulos que decorrem dos primeiros resultados, sempre salutares, quando são vencidas as etapas iniciais da luta interna que se processa com naturalidade.
Como não se podem preencher espaços ocupados, faz--se imperioso substituir cada impulso perturbador por um sentimento enobrecido, ampliando a área de compreensão da vida e disputando a harmonia no cometimento da saúde.
Merece seja evocada, novamente aqui, a já analisada sábia proposta de Krishna ao discípulo Arjuna, conforme narrada no Bhagavad Gita, quando o primeiro lhe refere que, na sua condição de príncipe pândava terá que lutar com destemor contra os familiares do grupo kuru, mesmo que esses sejam numericamente maiores. Não obstante o jovem candidato à plenitude desejasse a paz, foi tomado de temor por considerar que lhe seria impossível combater os demais membros da sua família, gerando uma tragédia de grande porte. Ademais, ignorava onde seria essa batalha vigorosa.
O Mestre, compassivo e sábio, no entanto, admoestou-o, informando que se tratava de familiares, sim, porque procedentes da mesma raiz, mas que os pândavas eram as virtudes, enquanto os kurus eram os vícios, nesse inter-relacionamento que se
estreitava na causalidade dos fenómenos, mas que a vitória, sem dúvida, seria daqueles valores nobres, enquanto que a luta teria que ser travada no campo da consciência...
Esse momento do despertar da consciência para a realidade do Si, também significa a alegria de reconhecer a necessidade de libertar-se das paixões dissolventes, geradoras de tormentos, portanto, das negativas heranças do passado evolutivo.
Todo e qualquer empreendimento psicoterapêutico deve trabalhar em favor da libertação do paciente de quaisquer amarras e dependências conflitivas, tornando-o capaz de avançar vivenciando as impressões edificantes, mediante imagens arquetípicas que irão sendo insculpidas no seu inconsciente pessoal, superando aquelas que procedem do passado de perturbação e primarismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:14 am

O vir a ser
O Self actual merece repetido, não é uma página em branco, na qual irão ser escritos os caracteres das necessidades humanas.
Herdeiro do psiquismo ínsito no inconsciente colectivo, é portador do seu próprio inconsciente pessoal, que são as experiências do processo evolutivo no curso dos renascimentos carnais.
Desde os primórdios do seu processo antropossociológico, quando se organizaram as moléculas responsáveis pelo cérebro réptil, que se formou ao impacto das ondas emitidas pelo Si profundo — a imagem e semelhança arquetípicas de Deus —, é portador de todos os valores profundos que se devem libertar da argamassa celular para atingirem o esplendor, a individuação, o numinoso.
Nessa fase de primarismo, as necessidades eram iniciais, e o automatismo governava os seres primevos, sem quaisquer complexidades que exigissem equipamentos mais sofisticados.
Esse processo se prolongou por algumas centenas de milhares de anos, firmando as características das necessidades nele então vigentes.
Posteriormente, à medida que desabrochavam as faculdades inatas, etapa após etapa, a matéria se foi adensando no perispírito ou modelo organizador biológico, dando surgimento ao cérebro mamífero, no qual se desenvolviam os pródromos do aparelho endocrínico, do cerebelo, da medula espinhal, para que melhor se expressassem as necessidades compatíveis com as formas em progressivo crescimento.
Só então surgiria, dezenas de milhares de anos transcorridos, o neocórtex, encarregado de programar as funções nobres do ser, como a inteligência, o sentimento, a memória, as aptidões elevadas, o discernimento, a consciência...
Desse modo, foi sendo escrita no Self através da longa jornada molecular guiada pelo Psiquismo Superior, nela existente em forma de princípio espiritual, toda a trajectória a percorrer com infinitas possibilidades de crescimento e transcendência.
Assemelha-se, esse processo, à experiência de alguém saindo de um túnel em sombras, avançando para as claridades do dia exuberante.
É esse princípio inteligente, causai e eterno, que programa as formas físicas e oferece direccionamento aos neurónios cerebrais, às glândulas de secreção endócrina e outros sensíveis equipamentos encarregados da decodificação do psiquismo.
Assim considerando, os argumentos da conceituação antiga da frenologia, que estabelecia a existência de áreas físicas definidas no cérebro para os vários mecanismos da inteligência, do sentimento, do movimento, felizmente ultrapassada desde a valiosa descoberta do centro da fala, por Pierre Paul Broca, em abril de 1864, abrindo espaço para novas e mais intrigantes conquistas. Assim mesmo, o cérebro prossegue desafiador na sua estrutura e contextura profunda, responsável pelas inextricáveis complexidades do ser e da sua vida.
Nada obstante, algumas áreas que correspondem a determinadas funções e finalidades, quais a memória, a inteligência, o sentimento e outras faculdades, não se encontram adstritas exclusivamente a localizações específicas, permanecendo distribuídas por todo o cérebro, que passa a apresentar-se como um verdadeiro holograma, no qual cada parte possui o conjunto, que muito bem o pode expressar...
Indubitavelmente, o passado programou no ser as necessidades da sua evolução, apontando-lhe uma finalidade, um objectivo que deve ser alcançado mediante todo o empenho da sua inteligência e do seu discernimento.
Deixando de lado os impulsos meramente instintivos que o vêm guiando através dos milénios, agora desperta para a razão, descobrindo a essencialidade da vida, que nele próprio se encontra como tendência inapelável - o seu destino - que é a harmonia, a plenitude ambicionada.
E inevitável que, durante essa trajectória, repontem as dificuldades, hoje ameaçadoras, que fizeram parte das conquistas pretéritas, e, no seu momento, foram os mecanismos de sobrevivência e de vitória do ser em relação ao meio hostil e aos semelhantes primitivos que o buscavam dizimar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:14 am

Ressumando através de imagens arquetípicas e complexos tormentosos, a psicoterapia constitui instrumento seguro para a recuperação de valores no paciente e a libertação dos traumas profundos que remanescem do pretérito, assim como das injunções penosas da hereditariedade, da vida perinatal, do convívio familial, que se encontram incursos nesses impositivos estabelecidos pela evolução.
Vencendo as impressões que permanecem do ontem, o seu vir a ser desenha-se atraente e enriquecedor, por propiciar-lhe metas idealistas que irão desenvolver os sentimentos e a inteligência, encarregados de seleccionar os recursos que o podem impulsionar para a conquista da saúde integral e do equilíbrio social.
Ante as psicopatologias e transtornos da afectividade que aturdem o ser humano, procedentes dele mesmo, o esforço do paciente, dos seus familiares e da sociedade em conjunto deve ser estimulado, a fim de que se inicie um programa de ajuda mútua, de companheirismo fraternal e psicológico, trabalhando-se pelo bem-estar geral.
Quanto possível, a liberação da culpa constitui elemento de harmonização interna, propondo novas directrizes de trabalho interior para o crescimento pessoal, no que redundará o estabelecimento de novas metas que devem ser vencidas, a passo e passo, sem castração nem ansiedade, sem tormento nem vacilação, o que seria igualmente perturbador se ocorresse em desalinho emocional.
A conquista do amanhã é relevante para o ser, que se sente impulsionado a vencer os desafios atuais, porque então a sua existência dispõe de sentido e de significado real.
Descobrindo-se capaz de amar e percebendo-se amado - o que não ocorre no período do transtorno da afectividade — o paciente fica estimulado a avançar, porque agora, desalgemado dos conflitos que o infelicitavam, encontra razão para prosseguir em paz.
Ninguém vive realmente sem objectivo existencial. Pode-se ser desamado, nunca, porém, perder-se o sentido do amor.
O ser humano suporta qualquer tipo de perda, naturalmente dentro dos seus limites emocionais, não, porém, a perda do objectivo existencial.
Os instrumentos do optimismo, sem abuso ou exagero, da confiança, sem a irresponsabilidade que leva aos desatinos, da alegria, sem as ambições do gozo excessivo ou da inibição, da busca da auto-realização, sem fugas do mundo nem exacerbação dos seus convites, da esperança, sem a resignação estática dos inúteis ou a aflição dos desarvorados, constituem meios eficazes para se trabalhar o próprio vir a ser.
Uma visualização correta dos planos que podem ser antecipados pelo pensamento, gerando imagens ideais para a existência, na saúde, no trabalho, na sociedade, no comportamento, faz-se psicoterapia edificante para ser alcançada a posição que se anela. Isto porque, as imagens construídas no psiquismo terminam por impregnar o super-consciente e alimentá-lo, auxiliando o ego a superar as constrições impostas pelos fenómenos decorrentes do curso existencial.
Se o indivíduo perde a motivação para o crescimento interno e a conquista de valores externos, porque se encontra sob recriminação e culpa incerteza e desinteresse existencial, a sua se torna uma jornada exaustiva e enfermiça, porque destituída de ideais e de realizações.
A existência saudável é dinâmica, referta de acções exitosas e malsucedidas, que se inter-relacionam em um panorama de acertos e de erros, enganos esses que se convertem em aprendizagem para futuras conquistas que enobrecem o ser humano.
A vida sem sentido é uma experiência sem vida.
O vir a ser dá sentido existencial à vida, promovendo-a e dignificando-a, tornando-a saudável e bela.
Estabelecido, portanto, um roteiro psicoterapêutico valioso, ou organizada uma simples proposta de bem-estar pessoal, o vir a ser é essencial na estruturação da saúde do indivíduo, que se trabalha motivado para alcançar o objectivo da existência humana, que é a busca da felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:14 am

6 - Transtornos Profundos
Depressão • Transtorno Obsessivo-Compulsivo • Esquizofrenia

O ser humano é o somatório dos seus pensamentos, atitudes e realizações. O Self, na condição de um arquétipo primordial, preside ao processo de desenvolvimento que lhe é imperioso alcançar, mediante as experiências que fazem parte dos estatutos da Vida.
Larguíssima trajectória percorre o psiquismo desde os impulsos primários até o patamar dos instintos agressivos, depois aos mantenedores da vida, passando pelos reflexos condicionados, quando então surge desafiadora a inteligência, a princípio obnubilada pela cortina das manifestações primárias, clareando os impulsos que se transformam em emoções, quando então o Self avança no rumo da consciência que enfrenta novos desafios até alcançar o nível cósmico ou de plenitude.
Todo esse arcabouço inicial se insculpe nos recessos do ser e se transforma em alicerce para novas edificações que se concretizam, a pouco e pouco, dando surgimento a imagens arquetípicas que lhe passam a constituir o património pessoal intransferível.
Porque muito largas as experiências primárias, que se desenvolvem mediante os automatismos, que se convertem em percepções que identificam os significados das coisas e da realidade, tornando-se reflexos que se condicionam e são transferidos de uma para outra geração, as suas fixações são muito profundas. Mesmo quando o Self começa a desempenhar a sua formidanda faculdade de expressar-se nos patamares da inteligência e do sentimento, nas formulações dos anseios e dos ideais de enobrecimento, aqueles registros mais fortes predominam na sua constituição psicológica e ressurgem sempre com força dominadora, que deseja impor-se, perturbando os direccionamentos que conduzem ao bem-estar pleno.
Os factores endógenos e exógenos que preponderam para o surgimento de psicopatologias profundas e de transtornos variados são decorrência do clima pessoal de cada indivíduo, das suas realizações anteriores, das suas ambições dignas ou vulgares, que geram ondas de sintonia com esses implementos responsáveis pelo surgimento dos mecanismos de realização e evolução na pauta do seu desenvolvimento.
As más inclinações que induzem ao erro, ao crime, à crueldade, são as heranças perversas que não o abandonaram, jungindo-o ao primarismo que deve ser superado a esforço contínuo, qual a débil plântula fascinada pelo raio de sol, ascendendo na sua direcção, enquanto dele se nutre e submete-se-lhe ao tropismo.
Há um Sol transcendente, que é o Arquétipo Primacial — a Divindade -, que se irradia como fonte de vida, de calor, de energia, Eixo central do Universo e Gerador do Cosmos, que atrai na Sua direcção todas as expressões que O manifestam na Criação.
A vida, portanto, desenvolve-se no rumo desse Fulcro, que é a Causalidade absoluta, da qual ninguém ou coisa alguma se pode evadir.
É essa força incoercível da evolução que propele o ser humano ao crescimento, a um objectivo de natureza eterna, ao invés da transitoriedade que se consome no aniquilamento, ou melhor dizendo, na transformação dos implementos moleculares da sua constituição orgânica. Eis por que o Self é imemorial, indestrutível na sua essência.
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Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis - Página 2 Empty Re: Série Psicológica Vol. 12 - Triunfo Pessoal/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:15 am

Depressão
Na raiz psicológica do transtorno depressivo ou de comportamento afectivo, encontra-se uma insatisfação do ser em relação a si mesmo, que não foi solucionada. Predomina no Self um conflito resultante da frustração de desejos não realizados, nos quais impulsos agressivos se rebelaram ferindo as estruturas do ego que imerge em surda revolta, silenciando os anseios e ignorando a realidade. Os seus anelos e prazeres disso resultantes, porque não atendidos, convertem-se em melancolia, que se expressa em forma de desinteresse pela vida e pelos seus valiosos contributos, experienciando gozos masoquistas, a que se permite em fuga espectacular do mundo que considera hostil, por lhe não haver atendido as exigências.
Sem dúvida, outros conflitos se apresentam, e que podem derivar-se de disfunções reais ou imaginárias da libido, na comunhão sexual, produzindo medos e surdas revoltas que amarguram o paciente, especialmente quando considera como essencial na existência o prazer do sexo, no qual se motiva para as conquistas que lhe parecem fundamentais.
Vivendo em uma sociedade eminentemente erótica, estimulada por um contínuo bombardeio de imagens sonoras e visuais de significado agressivo, trabalhadas especificamente para atender as paixões sensuais até a exaustão, não encontra outro motivo ou significado existencial, excepto quando o hedonismo o toma e o leva aos extremos arriscados e antinaturais do gozo exorbitante.
Ao lado desse factor, que deflui dos eventos da vida, o luto ou perda, como bem analisou Sigmund Freud, faz-se responsável por uma alta cifra de ocorrências depressivas, em episódios esparsos ou contínuos, assim como em surtos que atiram os incautos no fosso do abandono de si mesmos. Esse sentimento de luto ou perda é inevitável, por ferir o Self ante a ocorrência da morte, sempre considerada inusitada ou detestada, arrebatando a presença física de um ser amado, ou geradora de consciência de culpa, quando sucede imprevista, sem chance de apaziguamento de inimizades que se arrastaram por largo período, ou ainda por actos que não foram bem-elaborados e deixaram arrependimento, agora convertidos em conflito punitivo.
Ainda se manifesta como efeito de outras perdas, como a do trabalho profissional, que atira o indivíduo ao abismo da incerteza para atender a família, para atender-se, para viver com segurança no meio social; outras vezes, a perda de algum afecto que preferiu seguir adiante, sem dar prosseguimento à vinculação até então mantida, abrindo espaço para a solidão e a instalação de conflito de inferioridade; sob outro aspecto ainda, a perda de um objecto de valor estimativo ou monetário, produzindo prejuízo de uma ou de outra natureza...
Qualquer tipo de perda produz impacto aflitivo, perturbador, como é natural. Demora-se algum tempo, que não deve exceder a seis ou oito semanas, o que constitui um fenómeno emocional saudável. No entanto, quando se prolonga, agravando-se com o passar do tempo, torna-se patológico, exigindo terapêutica bem-elaborada.
Pode-se, no entanto, evitar as consequências enfermiças da perda, mediante atitudes corretas e preventivas.
Terapia profiláctica eficaz, imediata, propiciadora de segurança e de bem-estar, é a acção que torna o indivíduo identificado com os seus sentimentos, que deve exteriorizar com frequência e naturalidade em relação a todos aqueles que constituem o clã ou fazem parte da sua afectividade.
Repetem-se as oportunidades desperdiçadas, nas quais se pode dizer aos familiares quanto eles são importantes, quanto são amados, explicitar aos amigos o valor que lhes atribui, aos conhecidos o significado que eles têm em relação à sua vida...
Normalmente se adiam esses sentimentos dignificadores e de alta magnitude, que não apenas felicitam aqueles que os exteriorizam, mas também aqueloutros, aos quais são dirigidos, gerando ambiente de simpatia e de cordialidade. Nunca, pois, se devem postergar essas saudáveis e verdadeiras manifestações da afectividade, a fim de serem evitados futuros transtornos de comportamento, quando a culpa pretenda instalar-se em forma de arrependimento pelo não dito, pelo não feito, mas sobretudo pelo mal que foi dito, pela atitude infeliz do momento perturbador... Esse tipo de evento de vida — a. agressão externada, o bem não retribuído, a afeição não enunciada - pode ser evitado através dos comportamentos liberativos das emoções superiores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:15 am

Muitos outros choques externos como acidentes, agressões perversas, traumatismos cranianos contribuem para o surgimento do transtorno da afectividade, por influenciarem os neurónios localizados no tronco cerebral próximo ao campo onde o cérebro se junta à medula espinal. Nessa área, duas regiões específicas enviam sinais a outras da câmara cerebral: a rafe, encarregada da produção da serotonina e o locus coeruleus, que produz a noradrenalina, sofrendo os efeitos calamitosos dessas ocorrências, assim como de outras, desarmonizam a sua actividade na produção dessas valiosas substâncias que se encarregam de manter a afectividade, propiciando a instalação dos transtornos depressivos.
Procedem, também, dos eventos de natureza perinatal, quando o Self em fixação no conjunto celular, experienciou a amargura da mãe que não desejava o filho, do pai violento, dos familiares irresponsáveis, das pelejas domésticas, da insegurança no processo da gestação, produzindo sulcos profundos que se irão manifestar mais tarde como traumas, conflitos, transtornos de comportamento...
A inevitável transferência de dramas e tragédias de uma para outra existência carnal, insculpidos que se encontram nos refolhos do Eu profundo - o Espírito viajor de multifários renascimentos carnais - ressumam como conflito avassalador, a princípio em manifestação de melancolia, de abandono de si mesmo, de desconsideração pelos próprios valores, de perda da auto-estima...
Pode-se viver de alguma forma sem a afeição de outrem, sem alguns relacionamentos mais excitantes, no entanto, quando degenera o intercâmbio entre o Self o ego o indivíduo perde o direccionamento das suas aspirações e entrega-se às injunções
conflitivas, tombando, não poucas vezes, no transtorno depressivo.
Esse ressumar de arquétipos profundos, em forma de imagens arquetípicas punitivas, aguarda os factores que se apresentam nos eventos de vida para manifestar-se, amargurando o ser, que se sente desprotegido e infeliz.
Incursa a sua consciência em culpa de qualquer natureza, elabora clima psíquico para a sintonia com outras fora do corpo somático, que se sentem dilapidadas, e sendo incapazes de perdoar ou de refazer o próprio caminho, aspiram pelo desforço covarde e insano, atirando-se em litígio feroz no campo de batalha mental, produzindo sórdidos processos de parasitose espiritual, de obsessões perversas.
Quando renasce o assinalado pelas heranças pregressas, no momento em que se dá a fecundação, mediante o mediador plástico ou perispírito, imprimem-se, nas primeiras células, os factores necessários à evolução do ser, que oportunamente se manifestarão, no caso de culpa e mágoa, de desrespeito por si mesmo, de autocídio e outros desmandos, em forma de depressão. A hereditariedade, portanto, jamais descartada, é resultado do processo de evolução que conduz o infractor ao clima e à paisagem onde é convidado a reparar, a conviver consigo mesmo, a recuperar-se...
Pacientes predispostos por hereditariedade à incursão no fosso da depressão carregam graves procedimentos negativos de experiências remotas ou próximas, que se fixaram no Self, experimentando o impositivo de liberação dos traumas que permanecem desafiadores, aguardando solução que a psicoterapia irá proporcionar.
Uma catarse bem-orientada eliminará da consciência a culpa e abrirá espaços para a instalação do optimismo, da auto-estima, graças aos quais os valores reais do ser emergem, convidando-o à valorização de si mesmo, na conquista de novos desafios que a saúde emocional lhe irá facultar, emulando-o para a individuação, para a conquista do numinoso.
Em razão do largo processo da evolução, todos os seres conduzem reminiscências que necessitam ser trabalhadas incessantemente, liberando-se daquelas que se apresentam como melancolia, insegurança e receios infundados, desestabilizando-o. Ao mesmo tempo, estimulando-se a novas conquistas, enfrentando as dificuldades que o promovem quando vencidas, descobre todo o potencial de valores de que é portador e que necessitam ser despertados para as vivências enriquecedoras.
O hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o Psiquismo Divino, dos actos de beneficência e de amor, do relacionamento fraternal e da conversação edificante constitui psicoterapia profiláctica que deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:16 am

Transtorno obsessivo-compulsivo
A saúde, sob qualquer aspecto considerada: física, mental, emocional, moral, é património da vida, que constitui meta a ser conquistada pelo homem e pela mulher no processo da sua evolução.
Engrandecendo-se o ser através dos esforços que empreende na conquista dos múltiplos valores nele adormecidos, penetra-os, no mundo íntimo, a fim de exteriorizá-los em hinos de alegria e de bem-estar.
Porque malbarata as oportunidades que deveriam ser utilizadas em favor da auto iluminação, da conscientização da sua realidade, infelizmente envereda pela trilha dos prazeres exorbitantes e deixa-se arrastar pelos vícios perniciosos, estacionando na marcha ascensional e sofrendo as sequelas que a insensatez lhe brinda em forma de consequência dolorosa quase imediata.
É nesse mundo íntimo, no inconsciente pessoal, que se encontram as fixações perversas e desvairadas do primarismo do ser, que permanece durante o período da razão, gerando distúrbios que reaparecem na consciência actual, desestruturando os equipamentos da saúde física, psíquica e, especialmente, da emocional.
Dentre outros, pela sua gravidade, o transtorno neurótico obsessivo-compulsivo se destaca, infelicitando não pequeno número de vítimas em toda a Terra.
Neste capítulo, podemos anotar três diferentes itens, que são: o pensamento compulsivo, a actividade compulsiva e a personalidade ou carácter obsessivo.
Quando se é portador de pensamento compulsivo, a consciência torna-se invadida por representações mentais involuntárias, repetitivas e incontroláveis, variando de paciente para paciente. Trata-se de ideias desagradáveis umas, repugnantes outras, que infelicitam, e o enfermo não dispõe de meios lúcidos para as enfrentar, superando-as. Trata-se de um objectivo defensivo do inconsciente pessoal, impedindo que o doente tome conhecimento da sua realidade interior, dos seus legítimos impulsos e emoções.
Fixam-se-lhe pensamentos repetitivos, alguns ridículos, mas dos quais o enfermo não se consegue libertar. Outras vezes, manifestam-se em forma de dúvidas inquietantes, que desequilibram o comportamento.
A actividade compulsiva apresenta-se como incoercível necessidade de acções repetidas. Desde o simples ato de traçar linhas e desenhos em papel, enquanto conversa ou não, em contar lâmpadas ou cadeiras num auditório, que parecem sem sentido, mas não se consegue ser evitados, incidindo-se sempre na mesma actividade. Podem variar para fórmulas, rituais, cerimónias, como atavismos ancestrais, em imagens arquetípicas perturbadoras que se reflectem no comportamento actual.
De alguma sorte é um mecanismo para fazer uma catarse da ansiedade de que se é vítima. Nas tentativas para evitar a actividade compulsiva, em razão de circunstâncias poderosas, o paciente sofre, transtorna-se, terminando por entregar-se à acção tormentosa de maneira discreta, simulada que seja...
Historicamente, Pilatos, por exemplo, após deixar assassinar Jesus, em Quem reconhecia a ausência de culpa, fez um quadro neurótico obsessivo-compulsivo, que o celebrizou, em face da situação aflitiva de sempre lavar as mãos, que lhe pareciam sujas pelo sangue do Inocente. A sua desdita se teria encerrado, somente, quando se suicidou, atirando-se na cratera de um vulcão extinto, na Suíça.
Na literatura de Shakespeare, Lady Macbeth, após assassinar o rei, ajudada pelo marido, passou a sofrer o mesmo conflito das mãos sujas de sangue, que deveria lavar sempre, em estado sonambúlico ou não, atirando-se nos resvaladouros da loucura...
À semelhança dessas personagens, o conflito adquire robustez e apresenta-se em inúmeros pacientes, como a necessidade de se banharem continuamente, usando álcool e outras substâncias desinfectantes, a fim de se isentarem da imundície que lhes parece cobrir o corpo. Outras vezes, são os impulsos irresistíveis para se assepsiarem, evitando contrair doenças infecciosas, ou supondo-se portador delas, através da eliminação de bactérias e micróbios outros alojados no corpo, como se isso fosse possível, já que a própria condição celular impede que haja uma ausência absoluta dessas vidas microscópicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:16 am

Odores pútridos, quais os de cadáveres em decomposição, atormentam não pequeno número de enfermos, exigindo deles o uso de substâncias fortes e aromatizadas, que aspiram ou mascam, em desesperada tentativa de se libertarem dessas desagradáveis emanações que, no entanto, encontram-se no inconsciente e são somatizadas, gerando desespero e alucinação.
Aqueles indivíduos que são portadores de carácter obsessivo apresentam-se, invariavelmente, sistemáticos, impressionando pela rigidez do comportamento, inclusive, para com eles próprios.
São portadores de sentimentos nobres, confiáveis e dedicados ao trabalho, que exercem até o excesso. No entanto, foram vítimas de ambiente emocional duramente severo, a partir do parto e especialmente na infância, quando sofreram imposições descabidas e tiveram que obedecer sem pensar, única maneira de se livrarem das imposições e castigos dos adultos. Sentindo-se obrigados, desde cedo, a reprimir as emoções e sentimentos outros, tornam-se ambivalentes, escapando-lhes de controle as que se constituem de natureza hostil, apresentando-se mais como intelectuais do que sentimentais, mecanismos escapistas que se impõem inconscientemente.
Essa compulsão obsessiva é cruel e alucinante, porque se encontra ínsita no ser, que não consegue momento algum de paz e de renovação, mergulhando cada vez mais no desespero com piora do próprio quadro, derrapando na loucura ou no suicídio como solução insolvível para o transtorno aflitivo.
São relevantes, neste capítulo, os estudos de Freud a respeito do carácter anal dos portadores de transtornos obsessivos, em razão das exigências da mãe, quando no trato com eles na infância, higienizando-os, exigia-lhes obediência irracional a horários rígidos, incluindo aqueles para as funções intestinais sob controle estabelecido. Através dessas imposições, as mães negavam-lhes afecto e identificação emocional, tornando-as crianças carentes, sob a mentirosa justificativa de que esse era um comportamento para não "porem a perder os filhos".
Na fisiopatologia desses transtornos são detectadas várias anomalias biológicas, dentre as quais a presença de epilepsia do lobo temporal, o aumento expressivo de actividade metabólica no giro orbital esquerdo e até mesmo uma alteração cromossómica na constituição do ser. Sob o ponto de vista neurológico, observa-se a influência não somente da epilepsia do lobo temporal, mas também da Coreia de Sydenhan, da síndrome de Giles de la Tourette etc. Aí também são encontradas perturbações neurobiológicas, como, por exemplo, o aumento do fluxo sanguíneo cerebral no córtex orbito frontal, neostriatum, globo pálido e tálamo, no hipocampo e córtex posterior do giro cíngulo.
Esses desencadeadores dos transtornos neuróticos obsessivo-compulsivos, do ponto de vista psicológico, encontram-se no inconsciente pessoal, como herança também de actos transactos, sem dúvida, no qual estão inscritos igualmente os códigos das imagens arquetípicas que permitem, por outro lado, vinculação com outras mentes ora desencarnadas. Essas Entidades impõem-se o direito de cobranças esdrúxulas, mediante processos espirituais devastadores. Trata-se de Espíritos que foram vitimados pela urdidura de crimes perversos contra eles perpetrados, e não conseguiram superar os traumas e os ressentimentos que se transferiram do ego para o Self, e agora transformam em instrumentos de vingança através de obsessões vigorosas com que se destorçam daqueles que lhes foram adversários sórdidos.
Porque permanece impressa nos painéis do inconsciente pessoal, nos refolhos do perispírito, a dívida moral, os pacientes assimilam as ondas mentais das suas antigas vítimas, que são convertidas em sensações penosas, em forma de consciência de culpa - lavar as mãos, assepsiar-se em demasia, sentir o corpo sempre sujo — tanto quanto a captação de odores pútridos - activação da pituitária pelo psiquismo que sente necessidade de reparação - que são exteriorizados pelos cobradores espirituais que padeceram exulcerações prolongadas, apodrecendo em vida antes que a morte viesse liberá-los da pungente situação.
A psicosfera emanada pelo agente perturbador sobre a actual vítima perturbada permite a assimilação das ondas e vibrações viciosas, que se transformam nesses odores de cadáver em decomposição, que nada exterior consegue superar, diminuir ou fazer cessar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:16 am

Sob outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam com os factores neurológicos e orgânicos em geral impressos no corpo perispiritual, em face dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a experimentarem a recuperação moral através do processo depurador a que ora fazem jus.
A psicoterapia cognitiva-comportamental, bem-conduzida em relação a esses enfermos, ameniza ou produz a cura dos efeitos danosos e mórbidos; no entanto, a terapêutica bioenergética, por alcançar os fulcros espirituais de onde se exteriorizam os campos vibratórios, interrompe a emissão da energia enfermiça, afastando os agentes que, necessariamente atendidos, orientados e confortados moralmente, terminam por abandonar os propósitos malsãos em que permanecem e libertam os seus inimigos entregando-os à Consciência Cósmica.
Evidentemente, o contributo de alguns barbitúricos e fármacos diversos sob cuidadosa orientação psiquiátrica, portadores de inibidores de reabsorção de serotonina, torna-se de inestimável significado para o reequilíbrio do paciente. Entrementes, a educação, o trabalho junto ao enfermo, auxiliando--o na mudança de atitude perante a vida, de comportamento mental, de sentimento rancoroso e agressivo em relação ao seu próximo, para o qual, não raro, transfere o perigo de trazer-lhe contaminação, resulta em valiosa psicoterapia para o reequilíbrio do Self, e lento, posterior, mas seguro bem-estar.
Ideal, portanto, que sejam tomadas providências para que as referidas terapêuticas, psicológica, espiritual e psiquiátrica sejam utilizadas, a fim de facultar ao paciente a sua recuperação.
Na economia moral de todo ser encontram-se os seus actos próximos ou transactos programando a sua existência, estabelecendo processos de liberdade ou de encarceramento, asas para alá-lo ou grilhões para retê-lo no piso das paixões dissolventes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 03, 2024 11:16 am

Esquizofrenia
Nos transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante, em face da alienação que impõe ao paciente, afastando-o do convívio social e conduzindo-o à vivência da própria incúria, sem a capacidade de discernimento que se encontra embotada.
Denominada, por Freud, como "neurose narcisista", identificada por Kraepelin, que estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento afectivo", coube a Bleuler assinalar que o paciente é vítima de uma "desagregação do pensamento", que produz certa rigidez com extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo, portanto, imune à afectividade.
Clinicamente apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranóide. Posteriormente foi acrescentada outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.
Muito difícil de ser diagnosticada, em face das suas variedades de sintomas, vem sendo estudada desde há muito tempo, recebendo as mais valiosas contribuições para a sua compreensão, nos dois mais recentes séculos, a partir, dentre outras, das investigações de Kahlbaum e Hecker, na segunda metade do século XIX, já que, até então, pouco se conhecia a seu respeito.
Sem dúvida, factores hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo, graças às impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção.
Essa terrível afecção mental responde pela falta da associação de ideias, pelo desleixo e abandono do Si em transtorno grave de conduta.
Enfermidades infecto-contagiosas e suas sequelas podem, também, desencadear o processo esquizofrénico, em razão dos prejuízos que impõem aos neurónios cerebrais e às suas sinapses, que se desconectam, tornando-se incapazes de enviar as mensagens correctamente de um ao outro, nessa cadeia complexa de informações que transitam através das suas delicadas conexões. Fenómenos orgânicos que promovem grande tensão, como aqueles considerados críticos, tais a puberdade, o cataménio, a menopausa e a andropausa, são arrolados como responsáveis também pelas manifestações lentas e contínuas do transtorno esquizofrénico.
Por outro lado, traumatismos cranianos atingindo o cérebro produzem efeitos equivalentes, perturbando o raciocínio do paciente e afastando-o do convívio da sociedade.
Outrossim, factores exógenos, que dizem respeito aos eventos de vida, também respondem pelo transtorno cruel, especialmente nos indivíduos de compleição moral frágil ou marcados por graves distúrbios familiares, sociais, de trabalho, de relacionamento afectivo, que os predispõem às fugas espectaculares para o quase-autismo.
Não obstante, deve-se incluir na psicogénese do transtorno esquizofrénico, a consciência de culpa das acções vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente se utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram.
Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana.
Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao entendimento, impondo sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no curso de existência anterior, produz distonia equivalente àquelas que procedem das psicogéneses internas e externas.
Essa imposição psíquica frequente e insidiosa afecta os neurotransmissores, facultando que moléculas — neuro peptídeos — responsáveis pelo equilíbrio das comunicações, os desconectem produzindo a alienação.
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