ARTIGOS DIVERSOS III
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Casa Espírita x Consultório
Vladimir Alexei
Com o habitual respeito aos pensamentos diferentes, pedimos licença para iniciar novo debate sem a pretensão de esgotar o assunto.
O objectivo é tão somente reflectir em torno de um tema que tem incomodado alguns espíritas pela tenuidade entre actividades da Casa Espírita e aquilo que alguns palestrantes têm feito ao usarem a tribuna espírita.
É oportuno frisar que, ao compreendermos que somos seres em franco progresso espiritual, ainda que esse progresso seja quase imperceptível, como asseveram os espíritos na Codificação, toda discussão no campo das ideias fortalecem a dialéctica espírita e ficam no campo das ideias, não sendo endereçada a pessoa em específico.
Emmanuel define a mente como o “Espelho da Vida em toda parte”.
Herculano Pires, o metro que melhor mediu Kardec (nos dizeres de Emmanuel) define a Casa Espírita como um “espelho côncavo em que todas as actividades doutrinárias se reflectem e se unem, projectando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita.”
Esse pensamento de Herculano é convergente com o projecto do Codificador.
Allan Kardec em seu Projecto 1868, discorre, dentre outros tópicos, a respeito da necessidade de se existir um estabelecimento central para o estudo do Espiritismo.
Esse estabelecimento seria para o estudo e a propagação do Espiritismo.
Mais adiante, comenta o Codificador que dois ou três meses do ano seriam consagrados a visitas aos diversos centros para imprimir-lhes uma boa direcção.
Quer dizer: as viagens para aprimorar o conhecimento e falar a respeito da doutrina já foram previamente pensadas por Kardec.
Por mais claro que seja o pensamento do Codificador, nestes 160 anos em que comemoramos o surgimento da Doutrina Espírita com a publicação de O Livro dos Espíritos, parece que nos vemos às voltas com algumas polémicas que nem deveriam existir.
A tribuna espírita serve para que oradores, expositores, palestrantes transmitam os ensinamentos doutrinários.
Entretanto, nestes 160 anos, falamos a respeito dos mesmos temas, com ênfases diferentes e no presente a ênfase tem sido muito mais em aspectos psicológicos, adstritos a diagnósticos que mais funcionam como rótulos do que esclarecimento à luz de uma ciência.
Quase a extensão de um consultório.
Resgatamos publicação de Leopoldo Cirne de 1921 (“Doutrina e Prática do Espiritismo I e II), em seu volume segundo, página 255, dizendo que “O Cristianismo (...) em sua primitiva fase como em seu ressurgimento com o Espiritismo, não veio instituir moldes excêntricos para os que nele se iniciam, senão formar nos homens uma consciência nova (...).”
Continua na página 259 em outros termos:
“Induzidos a ser esse Evangelho vivo, em sua acção modificadora sobre os costumes e a vida social, tem que antes de tudo praticar entre si os preceitos da doutrina (...).”
Em outras palavras Leopoldo Cirne já advertia para a importância do que deveria ser propagado em uma Casa Espírita:
Evangelho e Doutrina Espírita.
Acontece, porém, que na actualidade, com todo o esforço e carinho possíveis empreendidos por estudiosos que fazem uso da palavra para propagar o Espiritismo, encontramos pensamentos alheios ao que preconiza a doutrina de forma a falar de quase tudo, menos de Espiritismo.
Histórias bem construídas, exemplos riquíssimos pelo nível de detalhe que sensibilizam à lágrimas, mas pobres em caracteres doutrinários capazes de realizar o que Leopoldo Cirne, o Leon Denis brasileiro, alertou: modificação de costumes.
Uma hipótese de que essa abordagem não tem sido suficiente é o consumo de antidepressivos e estabilizadores de humor entre espíritas.
E não há aqui hipocrisia ou condenação.
Com o habitual respeito aos pensamentos diferentes, pedimos licença para iniciar novo debate sem a pretensão de esgotar o assunto.
O objectivo é tão somente reflectir em torno de um tema que tem incomodado alguns espíritas pela tenuidade entre actividades da Casa Espírita e aquilo que alguns palestrantes têm feito ao usarem a tribuna espírita.
É oportuno frisar que, ao compreendermos que somos seres em franco progresso espiritual, ainda que esse progresso seja quase imperceptível, como asseveram os espíritos na Codificação, toda discussão no campo das ideias fortalecem a dialéctica espírita e ficam no campo das ideias, não sendo endereçada a pessoa em específico.
Emmanuel define a mente como o “Espelho da Vida em toda parte”.
Herculano Pires, o metro que melhor mediu Kardec (nos dizeres de Emmanuel) define a Casa Espírita como um “espelho côncavo em que todas as actividades doutrinárias se reflectem e se unem, projectando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita.”
Esse pensamento de Herculano é convergente com o projecto do Codificador.
Allan Kardec em seu Projecto 1868, discorre, dentre outros tópicos, a respeito da necessidade de se existir um estabelecimento central para o estudo do Espiritismo.
Esse estabelecimento seria para o estudo e a propagação do Espiritismo.
Mais adiante, comenta o Codificador que dois ou três meses do ano seriam consagrados a visitas aos diversos centros para imprimir-lhes uma boa direcção.
Quer dizer: as viagens para aprimorar o conhecimento e falar a respeito da doutrina já foram previamente pensadas por Kardec.
Por mais claro que seja o pensamento do Codificador, nestes 160 anos em que comemoramos o surgimento da Doutrina Espírita com a publicação de O Livro dos Espíritos, parece que nos vemos às voltas com algumas polémicas que nem deveriam existir.
A tribuna espírita serve para que oradores, expositores, palestrantes transmitam os ensinamentos doutrinários.
Entretanto, nestes 160 anos, falamos a respeito dos mesmos temas, com ênfases diferentes e no presente a ênfase tem sido muito mais em aspectos psicológicos, adstritos a diagnósticos que mais funcionam como rótulos do que esclarecimento à luz de uma ciência.
Quase a extensão de um consultório.
Resgatamos publicação de Leopoldo Cirne de 1921 (“Doutrina e Prática do Espiritismo I e II), em seu volume segundo, página 255, dizendo que “O Cristianismo (...) em sua primitiva fase como em seu ressurgimento com o Espiritismo, não veio instituir moldes excêntricos para os que nele se iniciam, senão formar nos homens uma consciência nova (...).”
Continua na página 259 em outros termos:
“Induzidos a ser esse Evangelho vivo, em sua acção modificadora sobre os costumes e a vida social, tem que antes de tudo praticar entre si os preceitos da doutrina (...).”
Em outras palavras Leopoldo Cirne já advertia para a importância do que deveria ser propagado em uma Casa Espírita:
Evangelho e Doutrina Espírita.
Acontece, porém, que na actualidade, com todo o esforço e carinho possíveis empreendidos por estudiosos que fazem uso da palavra para propagar o Espiritismo, encontramos pensamentos alheios ao que preconiza a doutrina de forma a falar de quase tudo, menos de Espiritismo.
Histórias bem construídas, exemplos riquíssimos pelo nível de detalhe que sensibilizam à lágrimas, mas pobres em caracteres doutrinários capazes de realizar o que Leopoldo Cirne, o Leon Denis brasileiro, alertou: modificação de costumes.
Uma hipótese de que essa abordagem não tem sido suficiente é o consumo de antidepressivos e estabilizadores de humor entre espíritas.
E não há aqui hipocrisia ou condenação.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Existem casos e casos.
Entretanto questiono, nessa reflexão: se fosse terapeuta, se precisasse de psicotrópico utilizaria ou apenas recomendaria o uso?
Evidentemente que essa pergunta não faz o menor sentido dentro de uma Casa Espírita.
Lá é lugar de estudar a Doutrina e Evangelho.
É fato que Allan Kardec no primeiro capítulo do livro “A Génese”, item oito nos diz que o “Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo (ou seja, elemento espiritual), toca na maior parte das ciências.”
Isso já nos dizia o insigne José Marques Mesquita (pela USEERJ) em seu livreto “A relação entre a Psicologia e o Espiritismo”.
Mesquita continua dizendo-nos que, dentre as ciências em que o Espiritismo toca mais de perto se destaca a Psicologia, cujo sentido da palavra em sua origem grega significa “Ciência da Alma”.
Discorre ainda José Mesquita sobre a Psicologia Experimental, surgida na época em que o Espiritismo já estava maduro (1870).
O citado autor faz um belo trabalho mostrando a evolução da Psicologia Experimental em suas vertentes como behaviorismo, psicanálise, psicologia humanista, psicologia transpessoal (a vedete dos terapeutas espíritas por seu carácter transcendente aos limites da psicologia humanista).
E em todo o trabalho o autor evidencia a coerência e a importância de se caminhar junto a Psicologia com o Espiritismo.
José Marques Mesquita, porém, nos dá uma aula de Espiritismo.
Em uma de suas páginas finais (42) o autor diz:
“a finalidade do Espiritismo é esclarecer o homem de todas as coisas, a fim de libertá-lo da ignorância sobre si mesmo e sobre o verdadeiro sentido de sua vida, que é o de se sua contínua evolução em direcção à meta para o qual ele foi criado, que é a perfeição (...).”
Soube, com muita sensibilidade, coordenar a ordem de importância nos estudos.
O Espiritismo como ciência que estuda a relação do espírito com o mundo material, a origem e o destino dos espíritos pode se valer de todas as ciências para explicar a toda a gente o quanto seus ensinamentos são profundos e transformadores. Para isso, Marques atribuiu o peso adequado:
reconheceu a importância da Psicologia, assim como nós outros, porém, como acessório e não peça principal em uma Casa Espírita.
A Psicologia, se usada de forma adequada, possui espaço transformador, quando seus esclarecimentos forem complementares ao que diz a Doutrina Espírita.
Sem Doutrina Espírita e Evangelho, a Psicologia é mais uma ciência incompleta e imperfeita, na acepção científica do termo, por ignorar sua razão principal de existir: a alma (Espírito encarnado, segundo Kardec).
Menos psicologismos em palestras e mais Doutrina Espírita com Evangelho do Cristo.
Autor:
Vladimir Alexei é orador espírita na cidade de Belo Horizonte/MG e apresenta o Evangelho na Rede aos sábados as 8hs pela Rede Amigo Espírita
§.§.§- Ave sem Ninho
Entretanto questiono, nessa reflexão: se fosse terapeuta, se precisasse de psicotrópico utilizaria ou apenas recomendaria o uso?
Evidentemente que essa pergunta não faz o menor sentido dentro de uma Casa Espírita.
Lá é lugar de estudar a Doutrina e Evangelho.
É fato que Allan Kardec no primeiro capítulo do livro “A Génese”, item oito nos diz que o “Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo (ou seja, elemento espiritual), toca na maior parte das ciências.”
Isso já nos dizia o insigne José Marques Mesquita (pela USEERJ) em seu livreto “A relação entre a Psicologia e o Espiritismo”.
Mesquita continua dizendo-nos que, dentre as ciências em que o Espiritismo toca mais de perto se destaca a Psicologia, cujo sentido da palavra em sua origem grega significa “Ciência da Alma”.
Discorre ainda José Mesquita sobre a Psicologia Experimental, surgida na época em que o Espiritismo já estava maduro (1870).
O citado autor faz um belo trabalho mostrando a evolução da Psicologia Experimental em suas vertentes como behaviorismo, psicanálise, psicologia humanista, psicologia transpessoal (a vedete dos terapeutas espíritas por seu carácter transcendente aos limites da psicologia humanista).
E em todo o trabalho o autor evidencia a coerência e a importância de se caminhar junto a Psicologia com o Espiritismo.
José Marques Mesquita, porém, nos dá uma aula de Espiritismo.
Em uma de suas páginas finais (42) o autor diz:
“a finalidade do Espiritismo é esclarecer o homem de todas as coisas, a fim de libertá-lo da ignorância sobre si mesmo e sobre o verdadeiro sentido de sua vida, que é o de se sua contínua evolução em direcção à meta para o qual ele foi criado, que é a perfeição (...).”
Soube, com muita sensibilidade, coordenar a ordem de importância nos estudos.
O Espiritismo como ciência que estuda a relação do espírito com o mundo material, a origem e o destino dos espíritos pode se valer de todas as ciências para explicar a toda a gente o quanto seus ensinamentos são profundos e transformadores. Para isso, Marques atribuiu o peso adequado:
reconheceu a importância da Psicologia, assim como nós outros, porém, como acessório e não peça principal em uma Casa Espírita.
A Psicologia, se usada de forma adequada, possui espaço transformador, quando seus esclarecimentos forem complementares ao que diz a Doutrina Espírita.
Sem Doutrina Espírita e Evangelho, a Psicologia é mais uma ciência incompleta e imperfeita, na acepção científica do termo, por ignorar sua razão principal de existir: a alma (Espírito encarnado, segundo Kardec).
Menos psicologismos em palestras e mais Doutrina Espírita com Evangelho do Cristo.
Autor:
Vladimir Alexei é orador espírita na cidade de Belo Horizonte/MG e apresenta o Evangelho na Rede aos sábados as 8hs pela Rede Amigo Espírita
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Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Rótulos e máscaras
Vladimir Alexei
Estudar o Espiritismo é algo sublime, capaz de transformar-nos a maneira de pensar e agir em relação a pessoas, situações e de um modo geral, com a própria Vida.
Mas estudar o Espiritismo ainda requer estudo, por mais redundante que seja, de tão óbvio.
Houve uma época em que a produção literária espírita, preenchia lacuna significativa, quanto a interpretações daquilo que a Doutrina Espírita revelou.
Além do magistral trabalho de Allan Kardec, muitas pesquisas e estudos foram empreendidos com o objectivo de esclarecer pontos e ampliar entendimentos que o Espiritismo, por intermédio dos Espíritos Superiores, lançou luz.
Pesquisadores e pensadores espíritas teceram obras fenomenais, tanto pela forma, como pela profundidade do seu conteúdo.
A cada nova interpretação e a cada novo entendimento, uma avalanche de livros era produzido tentando explicar e fazer luzir algum ângulo até então abordado de uma maneira diferente.
Essa diversidade fez com que o espírita tivesse, em suas mãos, um leque extenso de opções para seu estudo, que o movimento espírita convencionou “fragmentar” e rotular em trabalhos de cunho religioso, científico e filosófico.
A crítica ao rótulo não é gratuita.
Foi um recurso didáctico utilizado para conseguir melhor transmitir os ensinamentos dos espíritos.
Entretanto, após mais de meio século de divulgação do Espiritismo nos moldes actuais, adoptados pela esmagadora maioria das casas espíritas que possuem ciclos de estudos, estudos sistematizados, etc., percebe-se, mesmo sem método ou instrumento científico mais adequado, que o estudo do espiritismo ficou mascarado.
A fragmentação, por exemplo, é duramente criticada pelo educador Edgar Morin, quando diz que o retalhamento das disciplinas, torna impossível apreender “aquilo que é tecido junto”.
Por que estudar “ciência, filosofia e religião”, quando o que deveríamos estudar é a “Doutrina Espírita”?
Será que “tríplice aspecto” da doutrina consegue explicar a complexidade do que o Espiritismo aborda?
Quando dizemos Doutrina Espírita, aplicamos um “zoom” que evidencia as inter-relações entre os conhecimentos (“tecido junto”), deixando claro que há mais do que um tríplice aspecto.
No entanto, a aplicação do conteúdo fica a cargo do expositor, que pode abordar assim ou não.
Talvez – e esse é outro ponto da nossa reflexão –, quando iniciaram os estudos, no início do século XX, traduzir o pensamento das obras de Kardec, comportava um nível de abordagem que preservasse muito mais o entendimento e a interpretação, no sentido de “simplificar”, do que de ampliar considerações daquele aprendizado em relação a outros temas do quotidiano.
Isso muda quando Dr. Carlos Imbassahy (Pai) assume a pena e nos dizeres do Herculano Pires, em sua “fortaleza” directo de Niterói, consegue relacionar as descobertas científicas com as revelações doutrinárias e tecer comentários filosóficos a respeito de conclusões – ilações, hipóteses, inferências, etc., todas válidas no campo da exposição de ideias –, que poderiam agradar ou não espíritas e não espíritas.
O movimento espírita – não o movimento de unificação, que não unifica nem entre eles – tem sido convidado a rever a eficácia e os objectivos do aprendizado, consequentemente, das actividades doutrinárias da casa espírita.
Será que ainda buscamos “unanimidade” ou aprendemos com a diversidade nas casas espíritas?
Unanimidade é utopia no mundo actual, beirando a atrofia.
Convergências de entendimento, ainda que existam diferenças na construção do conhecimento, são desejáveis.
Veja um exemplo:
“se dou comida aos pobres, todos me chamam de santo.
Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista.”
Essa frase do Dom Helder Câmara ilustra a diferença dos pensamentos e a sua complexidade.
Estudar o Espiritismo é algo sublime, capaz de transformar-nos a maneira de pensar e agir em relação a pessoas, situações e de um modo geral, com a própria Vida.
Mas estudar o Espiritismo ainda requer estudo, por mais redundante que seja, de tão óbvio.
Houve uma época em que a produção literária espírita, preenchia lacuna significativa, quanto a interpretações daquilo que a Doutrina Espírita revelou.
Além do magistral trabalho de Allan Kardec, muitas pesquisas e estudos foram empreendidos com o objectivo de esclarecer pontos e ampliar entendimentos que o Espiritismo, por intermédio dos Espíritos Superiores, lançou luz.
Pesquisadores e pensadores espíritas teceram obras fenomenais, tanto pela forma, como pela profundidade do seu conteúdo.
A cada nova interpretação e a cada novo entendimento, uma avalanche de livros era produzido tentando explicar e fazer luzir algum ângulo até então abordado de uma maneira diferente.
Essa diversidade fez com que o espírita tivesse, em suas mãos, um leque extenso de opções para seu estudo, que o movimento espírita convencionou “fragmentar” e rotular em trabalhos de cunho religioso, científico e filosófico.
A crítica ao rótulo não é gratuita.
Foi um recurso didáctico utilizado para conseguir melhor transmitir os ensinamentos dos espíritos.
Entretanto, após mais de meio século de divulgação do Espiritismo nos moldes actuais, adoptados pela esmagadora maioria das casas espíritas que possuem ciclos de estudos, estudos sistematizados, etc., percebe-se, mesmo sem método ou instrumento científico mais adequado, que o estudo do espiritismo ficou mascarado.
A fragmentação, por exemplo, é duramente criticada pelo educador Edgar Morin, quando diz que o retalhamento das disciplinas, torna impossível apreender “aquilo que é tecido junto”.
Por que estudar “ciência, filosofia e religião”, quando o que deveríamos estudar é a “Doutrina Espírita”?
Será que “tríplice aspecto” da doutrina consegue explicar a complexidade do que o Espiritismo aborda?
Quando dizemos Doutrina Espírita, aplicamos um “zoom” que evidencia as inter-relações entre os conhecimentos (“tecido junto”), deixando claro que há mais do que um tríplice aspecto.
No entanto, a aplicação do conteúdo fica a cargo do expositor, que pode abordar assim ou não.
Talvez – e esse é outro ponto da nossa reflexão –, quando iniciaram os estudos, no início do século XX, traduzir o pensamento das obras de Kardec, comportava um nível de abordagem que preservasse muito mais o entendimento e a interpretação, no sentido de “simplificar”, do que de ampliar considerações daquele aprendizado em relação a outros temas do quotidiano.
Isso muda quando Dr. Carlos Imbassahy (Pai) assume a pena e nos dizeres do Herculano Pires, em sua “fortaleza” directo de Niterói, consegue relacionar as descobertas científicas com as revelações doutrinárias e tecer comentários filosóficos a respeito de conclusões – ilações, hipóteses, inferências, etc., todas válidas no campo da exposição de ideias –, que poderiam agradar ou não espíritas e não espíritas.
O movimento espírita – não o movimento de unificação, que não unifica nem entre eles – tem sido convidado a rever a eficácia e os objectivos do aprendizado, consequentemente, das actividades doutrinárias da casa espírita.
Será que ainda buscamos “unanimidade” ou aprendemos com a diversidade nas casas espíritas?
Unanimidade é utopia no mundo actual, beirando a atrofia.
Convergências de entendimento, ainda que existam diferenças na construção do conhecimento, são desejáveis.
Veja um exemplo:
“se dou comida aos pobres, todos me chamam de santo.
Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista.”
Essa frase do Dom Helder Câmara ilustra a diferença dos pensamentos e a sua complexidade.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Tentar simplificar, rotula.
Explicar: mascara porque evidencia apenas a compreensão daquele que está expondo o pensamento.
Na complexidade do mundo actual, percebe-se que há muito conhecimento e informação entre os extremos para se tomar uma decisão simplista.
Nesse sentido, sabendo que as necessidades humanas estão cada vez mais globais, complexas e com níveis de exigência dantes observado, um leigo, neófito, apenas curioso, que enfrenta críticas, se expõe, tendo apenas como instrumentos diminuta experiência e uma convicção pessoal, não tem alcance e nem competência para empunhar bandeira que não seja aquela de provocar, estimular e reflectir acerca do que temos visto, vivido e aprendido na Doutrina Espírita.
Desconstruir rótulos começa com a revisão do próprio papel de divulgar o espiritismo.
Ao contrário do que muitos divulgadores dizem, quando assumem a tribuna, ouso reflectir com os amigos, que não está faltando Kardec, nem obras de conteúdo doutrinários, nem muito menos estudo.
Está faltando amor, benevolência, simplicidade.
Simplicidade é diferente de simplismo.
Com as redes sociais, reduziram as discussões a críticas contumazes, sem ao menos apresentar argumentos.
Quando as questões apontam para o “comportamento”, alguém se manifesta contrário, lamentando que a discussão “sempre” redunda em questões comportamentais.
Todo aprendizado religioso, moral, filosófico, de alguma forma afecta o comportamento.
Circula vídeo no whatsapp do Padre Fabio de Melo falando sobre a “quaresma”.
Em linhas gerais, o convite dele é para que o católico substitua a abstinência por comida e bebida, por melhorias no comportamento.
Qual o problema do espírita de hoje em entender isso?
Precisamos resgatar a linha mestra que nos vincula aos primeiros cristãos, aqueles que sentiram o perfume da presença do Mestre, seguiram seus passos, sonhavam com suas prédicas, criavam conexões de Suas parábolas com os desafios do quotidiano.
Resgatar a alegria de servir, a beleza de amar desinteressadamente, de auxiliar o próximo, mais próximo, a partir de uma renovação interior, capaz de nos mostrar a grandeza da vida e seu aprendizado.
Que as dificuldades do caminho não nos paralisem os gestos nobres.
Que o desejo de servir seja maior do que os rótulos e máscaras que existem no caminho.
E que a presença do Cristo seja constante em nossas vidas, hoje e sempre.
§.§.§- Ave sem Ninho
Explicar: mascara porque evidencia apenas a compreensão daquele que está expondo o pensamento.
Na complexidade do mundo actual, percebe-se que há muito conhecimento e informação entre os extremos para se tomar uma decisão simplista.
Nesse sentido, sabendo que as necessidades humanas estão cada vez mais globais, complexas e com níveis de exigência dantes observado, um leigo, neófito, apenas curioso, que enfrenta críticas, se expõe, tendo apenas como instrumentos diminuta experiência e uma convicção pessoal, não tem alcance e nem competência para empunhar bandeira que não seja aquela de provocar, estimular e reflectir acerca do que temos visto, vivido e aprendido na Doutrina Espírita.
Desconstruir rótulos começa com a revisão do próprio papel de divulgar o espiritismo.
Ao contrário do que muitos divulgadores dizem, quando assumem a tribuna, ouso reflectir com os amigos, que não está faltando Kardec, nem obras de conteúdo doutrinários, nem muito menos estudo.
Está faltando amor, benevolência, simplicidade.
Simplicidade é diferente de simplismo.
Com as redes sociais, reduziram as discussões a críticas contumazes, sem ao menos apresentar argumentos.
Quando as questões apontam para o “comportamento”, alguém se manifesta contrário, lamentando que a discussão “sempre” redunda em questões comportamentais.
Todo aprendizado religioso, moral, filosófico, de alguma forma afecta o comportamento.
Circula vídeo no whatsapp do Padre Fabio de Melo falando sobre a “quaresma”.
Em linhas gerais, o convite dele é para que o católico substitua a abstinência por comida e bebida, por melhorias no comportamento.
Qual o problema do espírita de hoje em entender isso?
Precisamos resgatar a linha mestra que nos vincula aos primeiros cristãos, aqueles que sentiram o perfume da presença do Mestre, seguiram seus passos, sonhavam com suas prédicas, criavam conexões de Suas parábolas com os desafios do quotidiano.
Resgatar a alegria de servir, a beleza de amar desinteressadamente, de auxiliar o próximo, mais próximo, a partir de uma renovação interior, capaz de nos mostrar a grandeza da vida e seu aprendizado.
Que as dificuldades do caminho não nos paralisem os gestos nobres.
Que o desejo de servir seja maior do que os rótulos e máscaras que existem no caminho.
E que a presença do Cristo seja constante em nossas vidas, hoje e sempre.
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Desafios do Evangelho - Ser espírita
Vladimir Alexei
Estudando com os amigos do Grupo da Bênção (Mário Campos, Minas Gerais) a respeito dos tesouros contidos no Antigo e no Novo Testamento, nos assombramos, novamente, com o tamanho de Jesus.
Jesus é de uma profundidade e amplitude que a nossa razão ainda desconhece adjectivos e analogias que melhor representem sua condição espiritual.
Faltam-nos sensibilidade para conseguirmos medir Sua grandeza, que, certamente, vai além do que é descrito no Novo Testamento.
No livro Génese, Antigo Testamento, em seu primeiro capítulo, nos cinco primeiros versículos, encontramos, em seu sentido espiritual, elementos de uma profunda conexão entre Deus e Jesus, cuja beleza Emmanuel descreve na obra A Caminho da Luz, com riqueza de detalhes, em sua capacidade de síntese extraordinária.
Na Bíblia de Jerusalém, os cinco primeiros versículos foram traduzidos da seguinte forma:
“No princípio, Deus criou o céu e a terra.
Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus agitava a superfície das águas.
Deus disse: haja luz e houve luz.
Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas.
Deus chamou à luz “dia” e às trevas “noite”.
”Poderíamos nos dedicar a interpretar versículo por versículo (quem sabe um dia?), mas nos limitaremos a entender alguns pontos.
Por formação da Terra, Emmanuel explica a partir da nebulosa que se desprende do Sol e que se forma, incandescente, depois esfria e se transforma incessantemente no decorrer do tempo até criar condições para os primeiros movimentos de vida no planeta.
Quando nos mantemos no estudo e entendimentos do campo “material” é possível compreender o processo de transformação vivenciado pela Terra.
O desafio está em traduzir a simbologia contida nas escrituras, para a transformação da vivência espiritual.
Sem dúvida alguma a Uranografia, assim como estudos a respeito da evolução planetária são de suma importância para compreendermos que tudo no Universo se encadeia em uma lógica infinitamente superior à nossa compreensão de mundo, na actualidade.
O que é estimulante, do ponto de vista da pesquisa e superação dos limites.
Os estudos académicos, notadamente a partir do positivismo de Augusto Comte, que tentou atribuir um carácter mais seguro e definitivo às investidas científicas, produzem, ao longo do tempo, pesquisas estruturadas de acordo com os mecanismos capazes de comprovar, em parte ou no todo, aquilo que se propõe estudar.
Contudo, esse estudo esbarra nas comprovações espirituais, algo que algumas universidades já aceitam melhor, de acordo com as recentes publicações (artigos, dissertações e teses).
Allan Kardec se valeu dessa filosofia para, ao longo de quatorze anos, conceber obra que pudesse nos acompanhar no melhor entendimento daquilo que Jesus trouxe.
Parece místico, mas é totalmente racional: sem a chave do espiritismo, a compreensão dos ensinamentos de Jesus continuaria arranhando a superfície, sem abrir espaço para a compreensão do ser, quanto ao seu destino e as dificuldades vivenciadas no presente.
Sem compreendermos os princípios fundamentais em que a Doutrina dos Espíritos se assenta, será incompleto o entendimento a respeito das ocorrências diárias.
A reencarnação, por exemplo, explica uma série de fenómenos, que os defensores de uma vida única não conseguem compreender.
Aliás, a vida é única sim: o espírito é um só, mas as experiências são multisseculares.
Herculano Pires em sua magistral obra O Espírito e o Tempo, nos diz que “nunca poderemos fugir à realidade dos fatos, que nos mostra o homem, na História, tomando conhecimento do mundo pela experiência (...)”.
É por isso que compreendemos melhor a tentativa do homem em traduzir a presença de Jesus, antes de sua encarnação.
Estudando com os amigos do Grupo da Bênção (Mário Campos, Minas Gerais) a respeito dos tesouros contidos no Antigo e no Novo Testamento, nos assombramos, novamente, com o tamanho de Jesus.
Jesus é de uma profundidade e amplitude que a nossa razão ainda desconhece adjectivos e analogias que melhor representem sua condição espiritual.
Faltam-nos sensibilidade para conseguirmos medir Sua grandeza, que, certamente, vai além do que é descrito no Novo Testamento.
No livro Génese, Antigo Testamento, em seu primeiro capítulo, nos cinco primeiros versículos, encontramos, em seu sentido espiritual, elementos de uma profunda conexão entre Deus e Jesus, cuja beleza Emmanuel descreve na obra A Caminho da Luz, com riqueza de detalhes, em sua capacidade de síntese extraordinária.
Na Bíblia de Jerusalém, os cinco primeiros versículos foram traduzidos da seguinte forma:
“No princípio, Deus criou o céu e a terra.
Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus agitava a superfície das águas.
Deus disse: haja luz e houve luz.
Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas.
Deus chamou à luz “dia” e às trevas “noite”.
”Poderíamos nos dedicar a interpretar versículo por versículo (quem sabe um dia?), mas nos limitaremos a entender alguns pontos.
Por formação da Terra, Emmanuel explica a partir da nebulosa que se desprende do Sol e que se forma, incandescente, depois esfria e se transforma incessantemente no decorrer do tempo até criar condições para os primeiros movimentos de vida no planeta.
Quando nos mantemos no estudo e entendimentos do campo “material” é possível compreender o processo de transformação vivenciado pela Terra.
O desafio está em traduzir a simbologia contida nas escrituras, para a transformação da vivência espiritual.
Sem dúvida alguma a Uranografia, assim como estudos a respeito da evolução planetária são de suma importância para compreendermos que tudo no Universo se encadeia em uma lógica infinitamente superior à nossa compreensão de mundo, na actualidade.
O que é estimulante, do ponto de vista da pesquisa e superação dos limites.
Os estudos académicos, notadamente a partir do positivismo de Augusto Comte, que tentou atribuir um carácter mais seguro e definitivo às investidas científicas, produzem, ao longo do tempo, pesquisas estruturadas de acordo com os mecanismos capazes de comprovar, em parte ou no todo, aquilo que se propõe estudar.
Contudo, esse estudo esbarra nas comprovações espirituais, algo que algumas universidades já aceitam melhor, de acordo com as recentes publicações (artigos, dissertações e teses).
Allan Kardec se valeu dessa filosofia para, ao longo de quatorze anos, conceber obra que pudesse nos acompanhar no melhor entendimento daquilo que Jesus trouxe.
Parece místico, mas é totalmente racional: sem a chave do espiritismo, a compreensão dos ensinamentos de Jesus continuaria arranhando a superfície, sem abrir espaço para a compreensão do ser, quanto ao seu destino e as dificuldades vivenciadas no presente.
Sem compreendermos os princípios fundamentais em que a Doutrina dos Espíritos se assenta, será incompleto o entendimento a respeito das ocorrências diárias.
A reencarnação, por exemplo, explica uma série de fenómenos, que os defensores de uma vida única não conseguem compreender.
Aliás, a vida é única sim: o espírito é um só, mas as experiências são multisseculares.
Herculano Pires em sua magistral obra O Espírito e o Tempo, nos diz que “nunca poderemos fugir à realidade dos fatos, que nos mostra o homem, na História, tomando conhecimento do mundo pela experiência (...)”.
É por isso que compreendemos melhor a tentativa do homem em traduzir a presença de Jesus, antes de sua encarnação.
Ave sem Ninho- Mensagens : 126687
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
No versículo quarto, citado anteriormente, encontramos a expressão Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas.
A “luz boa” é a luz do Cristo, cuja sintonia com o Pai (“Eu e o Pai somos um”, Jo., 10:30), foi capaz de conjugar os elementos necessários para a formação de um orbe que abrigasse espíritos exilados de outros orbes e aqueles que estagiariam aqui pela primeira vez em sua caminhada evolutiva.
Existe luz ruim?
Existem “gradações” da Luz, assim como existem gradações do Amor.
Aquilo que ainda não compreendemos pode ser classificado à conta de ruim, assim como aquilo que nos ofusca o olhar pode também ser compreendido como algo ainda distante de fazer o bem.
André Luiz, em uma de suas obras, relata a manifestação de espíritos que, de certa forma, apresentavam-se até com certa luminosidade, porém, essa chama, de um amarelado opaco, não resistia à razão calcada no amor e em busca da verdade, fazendo com que a entidade aos poucos caísse em si.
É apenas uma interpretação de um fragmento do assunto, que vai muito além.
Os filósofos pré-socráticos, notadamente aqueles de Mileto, além de Pitágoras, Parmênides, Anaxágoras, Empédocles e Protágoras, traduziam suas compreensões da vida, pelas expressões da natureza, sempre em busca de algo superior.
São considerados pré-socráticos em função dos seus estudos e não necessariamente por terem vivido antes de Sócrates.
Com esse a filosofia passa a ter como elemento central o ser humano, por isso é um dos precursores do Espiritismo.
“A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”.
Poderíamos avançar ainda por Platão, Aristóteles, assim como viajarmos para a Ásia, na China milenar com Fo-Hi, Confúcio e Lao-Tse, dentre outros, que também perceberam a protecção de um Ser infinitamente Superior a tudo que já haviam sentido nesse orbe (e até em outros, cuja compreensão fora turvada pelo egoísmo e os degredaram para cá).
De acordo com suas compreensões da vida, tentaram traduzir essa grandeza ainda a ser compreendida em profundidade que é a presença do Cristo.
Se imaginarmos que, ao encarnar, Jesus ficou durante trinta anos “misturado” à plebe, como se fosse mais um, já teríamos elementos de sobra para extrairmos da letra o espírito que vivifica.
Entretanto, chama-nos a atenção, de forma vertiginosa, o que ele fez em três anos.
O que Ele fez em apenas três anos ecoa e ecoará pela eternidade da humanidade vivente na Terra, seja de provas e expiações ou como mundo de regeneração.
É o que na actualidade chamamos de “exponencial”.
As atitudes de Jesus foram exponenciais, superlativas, de tal forma que o tempo não foi capaz de limitá-la.
Encontraremos Agostinho de Hipona, Santo Agostinho, falando sobre o “Sermão do Senhor na Montanha”, da seguinte forma, apenas para ilustrar essa exponencial figura chamada Jesus:
“quem quer que considere de modo piedoso e simples o Sermão que Nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou na Montanha, segundo lemos no Evangelho de São Mateus, julgo que encontrará nele, no tocante à rectidão moral, a regra perfeita da vida cristã, o que não ouso afirmar temerariamente, mas deduzindo-o das mesmas palavras do Senhor.
Do próprio final do Sermão depreende-se que nele estão contidos todos os preceitos concernentes à regulação da vida.”
As conexões entre aqueles que conseguiram apreender em profundidade os ensinamentos exponenciais do Cristo, são maiores do que nossa vã filosofia de vida é capaz de compreender, se nos movermos apenas no limitado campo de nossos conhecimentos.
É preciso ampliar nossos limites:
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (atribuída a Albert Einstein).
A “luz boa” é a luz do Cristo, cuja sintonia com o Pai (“Eu e o Pai somos um”, Jo., 10:30), foi capaz de conjugar os elementos necessários para a formação de um orbe que abrigasse espíritos exilados de outros orbes e aqueles que estagiariam aqui pela primeira vez em sua caminhada evolutiva.
Existe luz ruim?
Existem “gradações” da Luz, assim como existem gradações do Amor.
Aquilo que ainda não compreendemos pode ser classificado à conta de ruim, assim como aquilo que nos ofusca o olhar pode também ser compreendido como algo ainda distante de fazer o bem.
André Luiz, em uma de suas obras, relata a manifestação de espíritos que, de certa forma, apresentavam-se até com certa luminosidade, porém, essa chama, de um amarelado opaco, não resistia à razão calcada no amor e em busca da verdade, fazendo com que a entidade aos poucos caísse em si.
É apenas uma interpretação de um fragmento do assunto, que vai muito além.
Os filósofos pré-socráticos, notadamente aqueles de Mileto, além de Pitágoras, Parmênides, Anaxágoras, Empédocles e Protágoras, traduziam suas compreensões da vida, pelas expressões da natureza, sempre em busca de algo superior.
São considerados pré-socráticos em função dos seus estudos e não necessariamente por terem vivido antes de Sócrates.
Com esse a filosofia passa a ter como elemento central o ser humano, por isso é um dos precursores do Espiritismo.
“A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”.
Poderíamos avançar ainda por Platão, Aristóteles, assim como viajarmos para a Ásia, na China milenar com Fo-Hi, Confúcio e Lao-Tse, dentre outros, que também perceberam a protecção de um Ser infinitamente Superior a tudo que já haviam sentido nesse orbe (e até em outros, cuja compreensão fora turvada pelo egoísmo e os degredaram para cá).
De acordo com suas compreensões da vida, tentaram traduzir essa grandeza ainda a ser compreendida em profundidade que é a presença do Cristo.
Se imaginarmos que, ao encarnar, Jesus ficou durante trinta anos “misturado” à plebe, como se fosse mais um, já teríamos elementos de sobra para extrairmos da letra o espírito que vivifica.
Entretanto, chama-nos a atenção, de forma vertiginosa, o que ele fez em três anos.
O que Ele fez em apenas três anos ecoa e ecoará pela eternidade da humanidade vivente na Terra, seja de provas e expiações ou como mundo de regeneração.
É o que na actualidade chamamos de “exponencial”.
As atitudes de Jesus foram exponenciais, superlativas, de tal forma que o tempo não foi capaz de limitá-la.
Encontraremos Agostinho de Hipona, Santo Agostinho, falando sobre o “Sermão do Senhor na Montanha”, da seguinte forma, apenas para ilustrar essa exponencial figura chamada Jesus:
“quem quer que considere de modo piedoso e simples o Sermão que Nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou na Montanha, segundo lemos no Evangelho de São Mateus, julgo que encontrará nele, no tocante à rectidão moral, a regra perfeita da vida cristã, o que não ouso afirmar temerariamente, mas deduzindo-o das mesmas palavras do Senhor.
Do próprio final do Sermão depreende-se que nele estão contidos todos os preceitos concernentes à regulação da vida.”
As conexões entre aqueles que conseguiram apreender em profundidade os ensinamentos exponenciais do Cristo, são maiores do que nossa vã filosofia de vida é capaz de compreender, se nos movermos apenas no limitado campo de nossos conhecimentos.
É preciso ampliar nossos limites:
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (atribuída a Albert Einstein).
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
A teoria da relatividade, explicada pelo cientista recém desencarnado Stephen W. Hawking, em sua obra Uma breve história do Tempo, nos faz compreender porque essas conexões se assemelham a pontes atemporais:
“o tempo deve parecer correr mais lentamente perto de um corpo volumoso como a Terra. Isso é devido à relação entre a energia da luz e sua frequência (...)”.
O que isso quer dizer?
Quer dizer que, traçando um paralelo entre as regras vigentes do campo físico (pelo menos aquilo que é considerado “axioma”), atribuindo os mesmos princípios ao campo do espírito, encontraremos, de tempos em tempos, espíritos decodificando os ensinamentos do Cristo (energia da Luz) de forma a ampliar ainda mais a ressonância do amor trazido pelo Cristo para os corações que já estão calejados e sobrecarregados de tantas experiências não tão bem sucedidas assim (frequência).
Por isso ainda, Allan Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz que a doutrina se vale do estudo “moral” dos ensinamentos de Jesus.
E isso não limita-se aos ensinamentos amarrados por Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Ali temos o roteiro dos estudos quanto ao “método” (“como” estudar), atribuindo-lhes interpretações de cunho moral e espiritual.
Aqueles que desdobraram a obra de Kardec, com base em seus ensinamentos, mantiveram-se fieis aos princípios.
Aqueles que tentaram “inovar”, se perderam por falta de base.
Distinguir uns dos outros, só conseguiremos se estudarmos suas obras.
Por isso Paulo recomendava “ler de tudo”...
O Amor é a base de uma pujante obra que tivemos a capacidade de absorver fragmentos daquilo que foi emitido há mais de dois mil anos, no decorrer de apenas três anos.
Será que compreendemos, em essência, o que Jesus conseguiu fazer em três anos?
Por isso o adágio diz que “o amor cobre uma multidão de pecados”.
É compreensível: uma atitude de amor concentra energia suficiente para sobrepor as mazelas dos homens.
O desafio é empregar energia no Amor, quando o amor que conhecemos ainda é a manifestação maior do egoísmo.
O Amor do Cristo é o que nos convida o entendimento Espírita.
Desinteressado, fraterno, Divino!
Três anos que representaram instantes que se perpetuam e se imortalizam pela trajectória de figuras que conseguiram seguir e compreender os ensinamentos do Cristo, notabilizando-se, como aprendemos no estudo de ontem, em virtude de suas tendências, habilidades e “ressonâncias”, fruto da experiência, quedas e tropeços.
Vejamos Paulo. Paulo de Tarso é um exemplo por que?
Porque, dentre outros prismas, ele representa a figura do intelectual que falhou, que se deixou abater pelos encantos da inteligência, de uma mente preparada para conquistas materiais, que relegaram as conquistas espirituais ao plano do esquecimento.
Por fim, os desafios do Evangelho, para o espírita, passam pela assimilação da profundidade dos ensinamentos do Cristo.
Passam por deixarmos as discussões frívolas, superficiais e abraçarmos aquilo que nos tornará seres humanos melhores, mais fraternos, menos egoístas e orgulhosos.
Que Jesus renasça diariamente em nossos corações e mentes, iluminando nossos caminhos para que possamos fazer algo de bom para o próximo, mais próximo e mais carente!
§.§.§- Ave sem Ninho
“o tempo deve parecer correr mais lentamente perto de um corpo volumoso como a Terra. Isso é devido à relação entre a energia da luz e sua frequência (...)”.
O que isso quer dizer?
Quer dizer que, traçando um paralelo entre as regras vigentes do campo físico (pelo menos aquilo que é considerado “axioma”), atribuindo os mesmos princípios ao campo do espírito, encontraremos, de tempos em tempos, espíritos decodificando os ensinamentos do Cristo (energia da Luz) de forma a ampliar ainda mais a ressonância do amor trazido pelo Cristo para os corações que já estão calejados e sobrecarregados de tantas experiências não tão bem sucedidas assim (frequência).
Por isso ainda, Allan Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz que a doutrina se vale do estudo “moral” dos ensinamentos de Jesus.
E isso não limita-se aos ensinamentos amarrados por Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Ali temos o roteiro dos estudos quanto ao “método” (“como” estudar), atribuindo-lhes interpretações de cunho moral e espiritual.
Aqueles que desdobraram a obra de Kardec, com base em seus ensinamentos, mantiveram-se fieis aos princípios.
Aqueles que tentaram “inovar”, se perderam por falta de base.
Distinguir uns dos outros, só conseguiremos se estudarmos suas obras.
Por isso Paulo recomendava “ler de tudo”...
O Amor é a base de uma pujante obra que tivemos a capacidade de absorver fragmentos daquilo que foi emitido há mais de dois mil anos, no decorrer de apenas três anos.
Será que compreendemos, em essência, o que Jesus conseguiu fazer em três anos?
Por isso o adágio diz que “o amor cobre uma multidão de pecados”.
É compreensível: uma atitude de amor concentra energia suficiente para sobrepor as mazelas dos homens.
O desafio é empregar energia no Amor, quando o amor que conhecemos ainda é a manifestação maior do egoísmo.
O Amor do Cristo é o que nos convida o entendimento Espírita.
Desinteressado, fraterno, Divino!
Três anos que representaram instantes que se perpetuam e se imortalizam pela trajectória de figuras que conseguiram seguir e compreender os ensinamentos do Cristo, notabilizando-se, como aprendemos no estudo de ontem, em virtude de suas tendências, habilidades e “ressonâncias”, fruto da experiência, quedas e tropeços.
Vejamos Paulo. Paulo de Tarso é um exemplo por que?
Porque, dentre outros prismas, ele representa a figura do intelectual que falhou, que se deixou abater pelos encantos da inteligência, de uma mente preparada para conquistas materiais, que relegaram as conquistas espirituais ao plano do esquecimento.
Por fim, os desafios do Evangelho, para o espírita, passam pela assimilação da profundidade dos ensinamentos do Cristo.
Passam por deixarmos as discussões frívolas, superficiais e abraçarmos aquilo que nos tornará seres humanos melhores, mais fraternos, menos egoístas e orgulhosos.
Que Jesus renasça diariamente em nossos corações e mentes, iluminando nossos caminhos para que possamos fazer algo de bom para o próximo, mais próximo e mais carente!
§.§.§- Ave sem Ninho
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A ANSIEDADE
- Mensagem por Joanna de Ângelis
(Texto um pouco extenso, mas muito útil e esclarecedor sobre as causas e efeitos da ansiedade na sociedade contemporânea, e o modo de a combater)
Não se deixando vitimar pela rotina, o homem tende, às vezes, a assumir um comportamento ansioso que o desgasta, dando origem a processos enfermiços que o consomem.
A ansiedade é uma das características mais habituais da conduta contemporânea.
Impulsionado ao competitivismo da sobrevivência e esmagado pelos factores constringentes de uma sociedade eticamente egoísta, predomina a insegurança no mundo emocional das criaturas.
As constantes alterações da Bolsa de Valores, a compressão dos gastos, a correria pela aquisição de recursos e a disputa de cargos e funções bem remunerados geram, de um lado, a insegurança individual e colectiva.
Por outro, as ameaças de guerras constantes, a prepotência de governos inescrupulosos e chefes de actividades arbitrários quão ditadores; os anúncios e estardalhaços sobre enfermidades devastadoras; os comunicados sobre os danos perpetrados contra a ecologia prenunciando tragédias iminentes; a catalogação de crimes e violências aterradoras respondem pela inquietação e pelo medo que grassam em todos os meios sociais, como constante ameaça contra o ser e o seu grupo, levando-os a permanente ansiedade que deflui das incertezas da vida.
Passando, de uma aparente segurança, que era concedida pelos padrões individualistas do século 19, no apogeu da industrialização, para o período electrónico, a robotização ameaça milhões de empregados, que temem a perda de suas actividades remuneradas, ao tempo em que o colectivismo, igualando os homens nas aparências sociais, nos costumes e nos hábitos, alija os estímulos de luta, neles instalando a incerteza, a necessidade de encontrar-se sempre na expectativa de notícias funestas, desagradáveis, perturbadoras.
Esvaziados de idealismo e comprimidos no sistema em que todos fazem a mesma coisa, assumem iguais composturas, passando de uma para outra pauta de compromisso com ansiedade crescente.
A preocupação de parecer triunfador, de responder de forma semelhante aos demais, de ser bem recebido e considerado é responsável pela desumanização do indivíduo, que se torna um elemento complementar no agrupamento social, sem identidade, nem individualidade.
Tendo como modelo personalidades extravagantes, que ditam modas e comportamento exóticos, ou liderado por ídolos da violência, como da astúcia dourada, o descobrimento dos limites pessoais gera inquietação e conflitos que mal disfarçam a contínua ansiedade humana.
A ansiedade tem manifestações e limites naturais, perfeitamente aceitáveis.
Quando se aguarda uma notícia, uma presença, uma resposta, uma conclusão, é perfeitamente compreensível uma atitude de equilibrada expectativa.
Ao extrapolar para os distúrbios respiratórios, o colapso periférico, a sudorese, a perturbação gástrica, a insónia, o clima de ansiedade torna-se um estado patológico a caminho da somatização física em graves danos para a vida.
O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu auto descobrimento.
Não apenas identificação das suas necessidades, mas, principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas e reacções diante das ocorrências do quotidiano.
Mediante o aprofundamento das descobertas íntimas, altera-se a escala de valores e surgem novos significados para a sua luta, que contribuem para a tranquilidade e a auto-confiança.
Não há, em realidade, segurança enquanto se transita no corpo físico.
A organização mais saudável durante um período, debilita-se em outro, assim como os melhores equipamentos orgânicos e psíquicos sofrem natural desgaste e consumição, dando lugar às enfermidades e à morte, que também é fenómeno da vida. A ansiedade trabalha contra a estabilidade do corpo e da emoção.
A análise cuidadosa da existência planetária e das suas finalidades proporciona a vivência salutar da oportunidade orgânica, sem o apego mórbido ao corpo nem o medo de perdê-lo.
Os ideais espiritualistas, o conhecimento da sobrevivência à morte física tranquilizam o homem, fazendo que considere a transitoriedade do corpo e a perenidade da vida, da qual ninguém se eximirá.
Apegado aos conflitos da competição humana ou deixando-se vencer pela acomodação, o homem desvia-se da finalidade essencial da existência terrena, que se resume na aplicação do tempo para a aquisição dos recursos eternos, propiciadores da beleza, da paz, da perfeição.
(Texto um pouco extenso, mas muito útil e esclarecedor sobre as causas e efeitos da ansiedade na sociedade contemporânea, e o modo de a combater)
Não se deixando vitimar pela rotina, o homem tende, às vezes, a assumir um comportamento ansioso que o desgasta, dando origem a processos enfermiços que o consomem.
A ansiedade é uma das características mais habituais da conduta contemporânea.
Impulsionado ao competitivismo da sobrevivência e esmagado pelos factores constringentes de uma sociedade eticamente egoísta, predomina a insegurança no mundo emocional das criaturas.
As constantes alterações da Bolsa de Valores, a compressão dos gastos, a correria pela aquisição de recursos e a disputa de cargos e funções bem remunerados geram, de um lado, a insegurança individual e colectiva.
Por outro, as ameaças de guerras constantes, a prepotência de governos inescrupulosos e chefes de actividades arbitrários quão ditadores; os anúncios e estardalhaços sobre enfermidades devastadoras; os comunicados sobre os danos perpetrados contra a ecologia prenunciando tragédias iminentes; a catalogação de crimes e violências aterradoras respondem pela inquietação e pelo medo que grassam em todos os meios sociais, como constante ameaça contra o ser e o seu grupo, levando-os a permanente ansiedade que deflui das incertezas da vida.
Passando, de uma aparente segurança, que era concedida pelos padrões individualistas do século 19, no apogeu da industrialização, para o período electrónico, a robotização ameaça milhões de empregados, que temem a perda de suas actividades remuneradas, ao tempo em que o colectivismo, igualando os homens nas aparências sociais, nos costumes e nos hábitos, alija os estímulos de luta, neles instalando a incerteza, a necessidade de encontrar-se sempre na expectativa de notícias funestas, desagradáveis, perturbadoras.
Esvaziados de idealismo e comprimidos no sistema em que todos fazem a mesma coisa, assumem iguais composturas, passando de uma para outra pauta de compromisso com ansiedade crescente.
A preocupação de parecer triunfador, de responder de forma semelhante aos demais, de ser bem recebido e considerado é responsável pela desumanização do indivíduo, que se torna um elemento complementar no agrupamento social, sem identidade, nem individualidade.
Tendo como modelo personalidades extravagantes, que ditam modas e comportamento exóticos, ou liderado por ídolos da violência, como da astúcia dourada, o descobrimento dos limites pessoais gera inquietação e conflitos que mal disfarçam a contínua ansiedade humana.
A ansiedade tem manifestações e limites naturais, perfeitamente aceitáveis.
Quando se aguarda uma notícia, uma presença, uma resposta, uma conclusão, é perfeitamente compreensível uma atitude de equilibrada expectativa.
Ao extrapolar para os distúrbios respiratórios, o colapso periférico, a sudorese, a perturbação gástrica, a insónia, o clima de ansiedade torna-se um estado patológico a caminho da somatização física em graves danos para a vida.
O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu auto descobrimento.
Não apenas identificação das suas necessidades, mas, principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas e reacções diante das ocorrências do quotidiano.
Mediante o aprofundamento das descobertas íntimas, altera-se a escala de valores e surgem novos significados para a sua luta, que contribuem para a tranquilidade e a auto-confiança.
Não há, em realidade, segurança enquanto se transita no corpo físico.
A organização mais saudável durante um período, debilita-se em outro, assim como os melhores equipamentos orgânicos e psíquicos sofrem natural desgaste e consumição, dando lugar às enfermidades e à morte, que também é fenómeno da vida. A ansiedade trabalha contra a estabilidade do corpo e da emoção.
A análise cuidadosa da existência planetária e das suas finalidades proporciona a vivência salutar da oportunidade orgânica, sem o apego mórbido ao corpo nem o medo de perdê-lo.
Os ideais espiritualistas, o conhecimento da sobrevivência à morte física tranquilizam o homem, fazendo que considere a transitoriedade do corpo e a perenidade da vida, da qual ninguém se eximirá.
Apegado aos conflitos da competição humana ou deixando-se vencer pela acomodação, o homem desvia-se da finalidade essencial da existência terrena, que se resume na aplicação do tempo para a aquisição dos recursos eternos, propiciadores da beleza, da paz, da perfeição.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
O pandemónio gerado pelo excesso de tecnologia e de conforto material nas chamadas classes superiores, com absoluta indiferença pela humanidade dos guetos e favelas, em promiscuidade assustadora, revela a falência da cultura e da ética estribada no imediatismo materialista com o seu arrogante desprezo pelo espiritualismo.
Certamente, ao fanatismo e proibição espiritualista de carácter medieval, que ocultavam as feridas morais dos homens, sob o disfarce da hipocrisia, o surgimento avassalador da onda de cinismo materialista seria inevitável.
No entanto, o abuso da falsa cultura desnaturada, que pretendeu solucionar os problemas humanos de profundidade como reparava os desajustes das engrenagens das máquinas que construiu, resultou na correria alucinada para lugar nenhum e pela conquista de coisas mortas, incapazes de minimizar a saudade, de preencher a solidão, de acalmar a ansiedade, de evitar a dor, a doença e a morte...
Magnatas, embora triunfantes, proíbem que se pronuncie o nome da morte diante deles.
Capitães de monopólios recusam-se a sair à rua, para evitarem contágio de enfermidades, e alguns impõem, para viver, ambientes assepsiados, tentando driblar o processo de degeneração celular.
Ases da beleza cercam-se de jovens, receando a velhice, e utilizam-se de estimulantes para preservarem o corpo, aplicando-se massagens, exercícios, cirurgias plásticas, musculação e, não obstante, acompanham a degeneração física e mental, ansiosos, desventurados.
Propalando-se que as conquistas morais fazem parte das instituições vencidas — matrimónio, família, lar — os apaniguados da loucura crêem que aplicam, na velha doença das proibições passadas, uma terapêutica ideal.
E olvidam-se que o exagero de medicamento utilizado em uma doença, gera danos maiores do que aqueles que eram sofridos.
A sociedade actual sofre a terapia desordenada que usou na enfermidade antiga do homem, que ora se revela mais debilitado do que antes.
São válidas, para este momento de ansiedade, de insatisfação, de tormento, as lições do Cristo sobre o amor ao próximo, a solidariedade fraternal, a compaixão, ao lado da oração, geradora de energias optimistas e da fé, propiciadora de equilíbrio e paz, para uma vida realmente feliz, que baste ao homem conforme se apresente, sem as disputas conflituantes do passado, nem a acomodação colectivista do presente.
O Homem Integral (psicografia Divaldo Pereira Franco - espírito Joanna de Ângelis)
§.§.§- Ave sem Ninho
Certamente, ao fanatismo e proibição espiritualista de carácter medieval, que ocultavam as feridas morais dos homens, sob o disfarce da hipocrisia, o surgimento avassalador da onda de cinismo materialista seria inevitável.
No entanto, o abuso da falsa cultura desnaturada, que pretendeu solucionar os problemas humanos de profundidade como reparava os desajustes das engrenagens das máquinas que construiu, resultou na correria alucinada para lugar nenhum e pela conquista de coisas mortas, incapazes de minimizar a saudade, de preencher a solidão, de acalmar a ansiedade, de evitar a dor, a doença e a morte...
Magnatas, embora triunfantes, proíbem que se pronuncie o nome da morte diante deles.
Capitães de monopólios recusam-se a sair à rua, para evitarem contágio de enfermidades, e alguns impõem, para viver, ambientes assepsiados, tentando driblar o processo de degeneração celular.
Ases da beleza cercam-se de jovens, receando a velhice, e utilizam-se de estimulantes para preservarem o corpo, aplicando-se massagens, exercícios, cirurgias plásticas, musculação e, não obstante, acompanham a degeneração física e mental, ansiosos, desventurados.
Propalando-se que as conquistas morais fazem parte das instituições vencidas — matrimónio, família, lar — os apaniguados da loucura crêem que aplicam, na velha doença das proibições passadas, uma terapêutica ideal.
E olvidam-se que o exagero de medicamento utilizado em uma doença, gera danos maiores do que aqueles que eram sofridos.
A sociedade actual sofre a terapia desordenada que usou na enfermidade antiga do homem, que ora se revela mais debilitado do que antes.
São válidas, para este momento de ansiedade, de insatisfação, de tormento, as lições do Cristo sobre o amor ao próximo, a solidariedade fraternal, a compaixão, ao lado da oração, geradora de energias optimistas e da fé, propiciadora de equilíbrio e paz, para uma vida realmente feliz, que baste ao homem conforme se apresente, sem as disputas conflituantes do passado, nem a acomodação colectivista do presente.
O Homem Integral (psicografia Divaldo Pereira Franco - espírito Joanna de Ângelis)
§.§.§- Ave sem Ninho
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OS MAIORES INIMIGOS
Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus:
- Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos?
Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus.
Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.
Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente:
- A experiência tudo revela no momento preciso.
- Oh! – exclamou Simão, impaciente – a experiência demora muitíssimo.
O Amigo Divino esclareceu, imperturbável:
- Para os que possuem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições.
Pedro calou-se, desencantado.
***
-1 Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem.
O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo.
Com palavras ásperas desafiou o viajante anónimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação.
E quando tentava agarrá-lo, à viva força, diamantina risada se fez ouvir.
A suposição era injusta.
Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, associando-se à pequena caravana.
Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou:
- Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível.
***
-2 Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso.
Simão inchou-se de cólera.
Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado.
O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu:
- Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste?
A resposta veio clara e breve:
- Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
- Terás observado a regra sublime, neste conflito? – continuou o Cristo, serenamente – recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel.
-3 Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações.
O pescador não se conteve.
Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome.
Terminando, o Cristo indagou-lhe:
- Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão?
- Até setenta vezes sete – replicou o apóstolo, humilde.
O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou:
- A dureza é um carrasco da alma.
***
- Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos?
Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus.
Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.
Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente:
- A experiência tudo revela no momento preciso.
- Oh! – exclamou Simão, impaciente – a experiência demora muitíssimo.
O Amigo Divino esclareceu, imperturbável:
- Para os que possuem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições.
Pedro calou-se, desencantado.
***
-1 Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem.
O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo.
Com palavras ásperas desafiou o viajante anónimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação.
E quando tentava agarrá-lo, à viva força, diamantina risada se fez ouvir.
A suposição era injusta.
Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, associando-se à pequena caravana.
Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou:
- Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível.
***
-2 Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso.
Simão inchou-se de cólera.
Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado.
O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu:
- Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste?
A resposta veio clara e breve:
- Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
- Terás observado a regra sublime, neste conflito? – continuou o Cristo, serenamente – recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel.
-3 Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações.
O pescador não se conteve.
Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome.
Terminando, o Cristo indagou-lhe:
- Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão?
- Até setenta vezes sete – replicou o apóstolo, humilde.
O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou:
- A dureza é um carrasco da alma.
***
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
-4 Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semi-paralítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes.
Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços:
- Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus.
Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou:
- Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém?
E, ante o companheiro desapontado, concluiu:
- A vaidade é um verdugo subtil.
***
-5 Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab, um seguidor das ideias novas.
À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época.
Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística.
Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos.
Tibério foi invocado com impiedosas recriminações.
Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma.
O esclarecimento veio depressa:
- Nunca.
O Cristo sorriu e observou:
- Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente.
Em seguida, acrescentou:
- Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível.
O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado.
***
O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso:
- Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários.
De então para cá, cinco apareceram, entre nós:
o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência...
Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração.
E, sorrindo, finalizou:
- Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior.
(Obra: Luz Acima - Chico Xavier/Irmão X)
§.§.§- Ave sem Ninho
Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços:
- Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus.
Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou:
- Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém?
E, ante o companheiro desapontado, concluiu:
- A vaidade é um verdugo subtil.
***
-5 Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab, um seguidor das ideias novas.
À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época.
Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística.
Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos.
Tibério foi invocado com impiedosas recriminações.
Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma.
O esclarecimento veio depressa:
- Nunca.
O Cristo sorriu e observou:
- Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente.
Em seguida, acrescentou:
- Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível.
O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado.
***
O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso:
- Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários.
De então para cá, cinco apareceram, entre nós:
o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência...
Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração.
E, sorrindo, finalizou:
- Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior.
(Obra: Luz Acima - Chico Xavier/Irmão X)
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MEDIUNIDADE E A REGENERAÇÃO...
Os Médiuns do século 21 experimentam um novo género de necessidades.
Nos séculos 19 e 20, os fenómenos tinham propósitos de convencer, gerar pesquisa, incentivar a cultura do sobrenatural com explicações racionais e lógicas e radiografar o mundo espiritual.
Agora que o período de Regeneração começa a despontar, os médiuns percebem mais profundamente a si mesmos e não somente as entidades espirituais.
Na Regeneração teremos mais Médiuns da Luz do que do sombrio; mais buscadores da verdade que liberta do que intérpretes das causas que se aprisionam na dor; serão mais terapeutas que sensitivos; mais educadores que adivinhos.
Na Regeneração a mediunidade será mais focada no entendimento da vida emocional e mental do médium do que do entendimento dos mecanismos do fenómeno em si.
Quando procura entender detalhes do fenómeno, o homem sente necessidade de padrões.
Quando procurar entender o médium e sua complexidade, o homem vai concluir que as expressões da mediunidade são tão diversas quantos são os seus canais mediúnicos de manifestação.
Essa compulsiva necessidade pelo saber na comunidade espírita traduz uma ânsia do ego de se sobressair.
Enquanto a competência pelo sentir pode nos levar à realidade, essa soberba intelectual continua nutrindo a ilusão.
Os Médiuns da Regeneração guardam alguns traços em comum: são cultores de um idealismo superior com impacto na sociedade carnal; pensam de forma sistémica, coligam mundo espiritual e mundo físico.
Infelizmente ainda vemos hoje um resíduo cultural da história da comunidade espírita nessa separação cartesiana entre o que ocorre na reunião mediúnica e na realidade da vida como um todo.
São contrários a toda forma de autoritarismo, uniformização e dogmatismo; louvam as comunidades e os grupos onde eles possam florescer como parte integrante e não como ícones; não vivem sem a sensação de pertencimento; possuem noções justas de trabalho e de qualidade de vida; desaprovam o sacrifício incoerente diante de suas necessidades e nem por isso são menos comprometidos.
Elegem a afectividade como forma prioritária de comunicação humana, por meio do diálogo interactivo; seu foco é o desenvolvimento humano.
Algo extremamente valoroso, se considerarmos que nas comunidades espiritualistas o incentivo ao desenvolvimento mediúnico já causou muitos efeitos indesejáveis e produziu médiuns sem comprometimento, que apenas assumiram a tarefa para se livrar dos tormentos da dor pessoal, acreditando que desenvolver mediunidade resolveria suas lutas individuais.
Amam o renascimento de conceitos, a espiritualidade e repudiam formato religiosos, a intolerância, a violência e o preconceito.
Os Médiuns da Regeneração, por fim, amam a originalidade, a autenticidade e não encontram motivação em seguir padrões perante os quais não possam examinar, mudar ou questionar.
A regeneração não vai surgir pela forma de pensar o mundo; vai surgir quando os homens renovarem a forma de sentir o mundo.
O Espiritismo é uma luz para o pensamento, descerrando as clareira da vida imperecível.
Mas somente o amor sentido e aplicado vai trazer ao mundo os caminhos da Paz e da Sabedoria, com os quais a humanidade encontrará chances de avançar rumo a dias melhores.
§.§.§- Ave sem Ninho
Nos séculos 19 e 20, os fenómenos tinham propósitos de convencer, gerar pesquisa, incentivar a cultura do sobrenatural com explicações racionais e lógicas e radiografar o mundo espiritual.
Agora que o período de Regeneração começa a despontar, os médiuns percebem mais profundamente a si mesmos e não somente as entidades espirituais.
Na Regeneração teremos mais Médiuns da Luz do que do sombrio; mais buscadores da verdade que liberta do que intérpretes das causas que se aprisionam na dor; serão mais terapeutas que sensitivos; mais educadores que adivinhos.
Na Regeneração a mediunidade será mais focada no entendimento da vida emocional e mental do médium do que do entendimento dos mecanismos do fenómeno em si.
Quando procura entender detalhes do fenómeno, o homem sente necessidade de padrões.
Quando procurar entender o médium e sua complexidade, o homem vai concluir que as expressões da mediunidade são tão diversas quantos são os seus canais mediúnicos de manifestação.
Essa compulsiva necessidade pelo saber na comunidade espírita traduz uma ânsia do ego de se sobressair.
Enquanto a competência pelo sentir pode nos levar à realidade, essa soberba intelectual continua nutrindo a ilusão.
Os Médiuns da Regeneração guardam alguns traços em comum: são cultores de um idealismo superior com impacto na sociedade carnal; pensam de forma sistémica, coligam mundo espiritual e mundo físico.
Infelizmente ainda vemos hoje um resíduo cultural da história da comunidade espírita nessa separação cartesiana entre o que ocorre na reunião mediúnica e na realidade da vida como um todo.
São contrários a toda forma de autoritarismo, uniformização e dogmatismo; louvam as comunidades e os grupos onde eles possam florescer como parte integrante e não como ícones; não vivem sem a sensação de pertencimento; possuem noções justas de trabalho e de qualidade de vida; desaprovam o sacrifício incoerente diante de suas necessidades e nem por isso são menos comprometidos.
Elegem a afectividade como forma prioritária de comunicação humana, por meio do diálogo interactivo; seu foco é o desenvolvimento humano.
Algo extremamente valoroso, se considerarmos que nas comunidades espiritualistas o incentivo ao desenvolvimento mediúnico já causou muitos efeitos indesejáveis e produziu médiuns sem comprometimento, que apenas assumiram a tarefa para se livrar dos tormentos da dor pessoal, acreditando que desenvolver mediunidade resolveria suas lutas individuais.
Amam o renascimento de conceitos, a espiritualidade e repudiam formato religiosos, a intolerância, a violência e o preconceito.
Os Médiuns da Regeneração, por fim, amam a originalidade, a autenticidade e não encontram motivação em seguir padrões perante os quais não possam examinar, mudar ou questionar.
A regeneração não vai surgir pela forma de pensar o mundo; vai surgir quando os homens renovarem a forma de sentir o mundo.
O Espiritismo é uma luz para o pensamento, descerrando as clareira da vida imperecível.
Mas somente o amor sentido e aplicado vai trazer ao mundo os caminhos da Paz e da Sabedoria, com os quais a humanidade encontrará chances de avançar rumo a dias melhores.
§.§.§- Ave sem Ninho
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Dicas para aprender a dizer NÃO e deixar de ser SUBMISSO
Quando você tenta dizer não para alguém, a palavra fica meio engasgada na sua garganta; isso causa um incómodo, pois não sabemos qual será a reacção da outra pessoa que espera nossa resposta ou melhor, espera o nosso costumeiro SIM.
Se você entrou nesse artigo para ver o que há aqui dentro, é porque você provavelmente sente uma certa dificuldade em dizer não, estou certo?
Pois bem, sorte sua que viu este artigo, pois logo mais diremos 3 dicas simples para você conseguir viver sua própria vida, deixando de ser o bendito “pau mandado”.
Mas antes de irmos para o ponto central, peço sua atenção para você entender o quanto dizer SIM a tudo e a todos pode interferir na sua saúde e qualidade de vida.
Aprenda a dizer NÃO ao que não lhe interessa e dizer SIM ao auto-cuidado.
Você costuma pressionar você mesmo para fazer coisas que você não quer fazer?
Coisas que outras pessoas esperam que você faça ou coisas que você reconhece que você deveria fazer?
Você diz sim, porque que concordar é mais fácil do que entrar em confronto, não quer machucar os sentimentos de alguém e assim por diante.
O problema de satisfazer o prazer das pessoas é que você está colocando as necessidades de todos os outros antes das suas.
Não estou defendendo o egoísmo, mas há uma linha entre generosidade e submissão.
A diferença entre ser agradável e muito submisso
Ser agradável não é uma qualidade ruim; Isso significa que você é empático e fácil de se dar bem.
E quando você é submisso para que outros possam aproveitar você.
Sinais que você é muito submisso
Dizendo sim a coisas que você não tem tempo para fazer
Você assume mais projectos no trabalho do que você pode lidar?
Você concorda em fazer em fazer algum favor por insistência de alguém, mesmo que você já esteja fazendo alguma tarefa árdua actualmente.
Chamando uma trégua quando ainda está com dor
Quando você se sentiu traído, você aceita as desculpas de seu marido ou da sua esposa, simplesmente para acabar com o conflito?
Você mente e diz que tudo está bem, mesmo quando não está
Concorda com opiniões que você não acredita
Quando alguém lhe fala um absurdo, você não concorda com nada do que aquela pessoa está falando, mas você deixa passar para não causar conflito
Nestes exemplos, você está dizendo sim à custa de sua felicidade, sua moral e valores e, em alguns casos, sua saúde mental e física.
Na verdade, a pesquisa indica que quanto mais difícil é que alguém diga não, maior a probabilidade de essa pessoa sofrer maior stress, sentimentos de esgotamento (estafa) e depressão.
Quando você tem medo de dizer não, lembre-se desses 3 princípios:
1. É hora de parar de se colocar em último lugar
Se você colocar as necessidades de todos os outros antes do seu, você se tornará mental e fisicamente drenado.
Ao sempre dar aos outros e nunca pedir o que você quer, você será infeliz e não cumpriu.
Tome um banho de espuma, comece a escrever um best-seller da sua vida, faça essa viagem interior – o que lhe traz alegria; você merece isso
Cuidar de si mesmo e dizer não para certas coisas não é a mesma coisa de ser egoísta.
A chave é aprender a equilibrar bondade e cortesia sem sacrificar seu próprio senso de auto-estima.
Se você entrou nesse artigo para ver o que há aqui dentro, é porque você provavelmente sente uma certa dificuldade em dizer não, estou certo?
Pois bem, sorte sua que viu este artigo, pois logo mais diremos 3 dicas simples para você conseguir viver sua própria vida, deixando de ser o bendito “pau mandado”.
Mas antes de irmos para o ponto central, peço sua atenção para você entender o quanto dizer SIM a tudo e a todos pode interferir na sua saúde e qualidade de vida.
Aprenda a dizer NÃO ao que não lhe interessa e dizer SIM ao auto-cuidado.
Você costuma pressionar você mesmo para fazer coisas que você não quer fazer?
Coisas que outras pessoas esperam que você faça ou coisas que você reconhece que você deveria fazer?
Você diz sim, porque que concordar é mais fácil do que entrar em confronto, não quer machucar os sentimentos de alguém e assim por diante.
O problema de satisfazer o prazer das pessoas é que você está colocando as necessidades de todos os outros antes das suas.
Não estou defendendo o egoísmo, mas há uma linha entre generosidade e submissão.
A diferença entre ser agradável e muito submisso
Ser agradável não é uma qualidade ruim; Isso significa que você é empático e fácil de se dar bem.
E quando você é submisso para que outros possam aproveitar você.
Sinais que você é muito submisso
Dizendo sim a coisas que você não tem tempo para fazer
Você assume mais projectos no trabalho do que você pode lidar?
Você concorda em fazer em fazer algum favor por insistência de alguém, mesmo que você já esteja fazendo alguma tarefa árdua actualmente.
Chamando uma trégua quando ainda está com dor
Quando você se sentiu traído, você aceita as desculpas de seu marido ou da sua esposa, simplesmente para acabar com o conflito?
Você mente e diz que tudo está bem, mesmo quando não está
Concorda com opiniões que você não acredita
Quando alguém lhe fala um absurdo, você não concorda com nada do que aquela pessoa está falando, mas você deixa passar para não causar conflito
Nestes exemplos, você está dizendo sim à custa de sua felicidade, sua moral e valores e, em alguns casos, sua saúde mental e física.
Na verdade, a pesquisa indica que quanto mais difícil é que alguém diga não, maior a probabilidade de essa pessoa sofrer maior stress, sentimentos de esgotamento (estafa) e depressão.
Quando você tem medo de dizer não, lembre-se desses 3 princípios:
1. É hora de parar de se colocar em último lugar
Se você colocar as necessidades de todos os outros antes do seu, você se tornará mental e fisicamente drenado.
Ao sempre dar aos outros e nunca pedir o que você quer, você será infeliz e não cumpriu.
Tome um banho de espuma, comece a escrever um best-seller da sua vida, faça essa viagem interior – o que lhe traz alegria; você merece isso
Cuidar de si mesmo e dizer não para certas coisas não é a mesma coisa de ser egoísta.
A chave é aprender a equilibrar bondade e cortesia sem sacrificar seu próprio senso de auto-estima.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
2. Aceite que você não pode controlar as opiniões dos outros de você
É a natureza humana querer ser apreciada pelos outros.
Mas é inevitável que você conheça alguém que não gosta de você, muitas vezes sem culpa sua.
É difícil não tomar isso pessoalmente, mas você ficará louco se desperdiçar seu tempo e energia tentando mudar de ideia.
Nestes casos, é melhor simplesmente reduzir suas perdas e afastar-se dessas relações negativas.
3. Definir limites mostra que você se respeita, e outros o respeitarão como resultado
O primeiro passo para estabelecer fronteiras é validar pessoalmente seus próprios sentimentos e esquecer as opiniões de todos.
Se você não se levar a sério, como você pode esperar que alguém faça?
Pense sobre o quanto ele vai sentir quando você está sendo autêntico.
Pense em quão orgulhoso você será de você mesmo.
Agora, segure esse sentimento.
É esse sentimento que irá impulsioná-lo para frente e movê-lo além do medo
§.§.§- Ave sem Ninho
É a natureza humana querer ser apreciada pelos outros.
Mas é inevitável que você conheça alguém que não gosta de você, muitas vezes sem culpa sua.
É difícil não tomar isso pessoalmente, mas você ficará louco se desperdiçar seu tempo e energia tentando mudar de ideia.
Nestes casos, é melhor simplesmente reduzir suas perdas e afastar-se dessas relações negativas.
3. Definir limites mostra que você se respeita, e outros o respeitarão como resultado
O primeiro passo para estabelecer fronteiras é validar pessoalmente seus próprios sentimentos e esquecer as opiniões de todos.
Se você não se levar a sério, como você pode esperar que alguém faça?
Pense sobre o quanto ele vai sentir quando você está sendo autêntico.
Pense em quão orgulhoso você será de você mesmo.
Agora, segure esse sentimento.
É esse sentimento que irá impulsioná-lo para frente e movê-lo além do medo
§.§.§- Ave sem Ninho
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As terríveis funções do acaso
Mariazinha, aos dez anos, era uma garotinha muito esperta e, apesar do nome, não era do tipo “Maria vai com as outras”.
Devotava profundo respeito às pessoas adultas e, principalmente, àquelas que considerava sábias, tais como os professores, os cientistas e os estudiosos de um modo geral, mas ficava “matutando” em algumas coisas que diziam e, dessas conversas consigo mesma surgiam, muitas vezes, dúvidas terríveis como aquela que lhe ocupava a mente naquela tarde chuvosa de domingo.
Balançando-se na rede, Mariazinha meditava no comentário do professor sobre a tese científica que pretende ser o universo produto do acaso.
Lembrava-se também do enfoque bíblico sobre a criação da terra e dos seres vivos.
Em sua cabeça infantil a imagem, antes intocável, do adulto começou a mostrar seus pés de barro.
A Bíblia era tida como o livro sagrado, palavra de Deus, fonte de toda sabedoria e da verdade, mas no mundo profano a verdade era a palavra da ciência, com todo o peso de sua respeitabilidade.
Existiam ainda outras teorias, como aquela que um velho amigo da família lhe havia exposto sobre a formação dos mundos e a evolução das espécies através dos renascimentos sucessivos, ou seja, das reencarnações.
Mas se todas as teorias existentes fossem postas num dos pratos da balança, juntando-se-lhes ainda a da génese bíblica, e no outro prato as afirmações da Ciência, esta última certamente sairia ganhando, por ser a expressão visível e tangível das coisas, a pesquisa realizada em laboratório, o produto dos cálculos matemáticos e geométricos, o palpável, o irrefutável.
Remoendo essas ideias a garota adormeceu e, como se fora num passe de mágica, viu-se numa época muito anterior à pré-história, tempo perdido nos confins do tempo, num planeta chamado Hipotálus.
Ali, a civilização alcançara elevadas expressões de grandeza no conhecimento científico, na tecnologia e em todas as áreas das actividades humanas.
A religião existia como elemento gerador de ética na vivência dos seres, de adoração ao Soberano Senhor da Vida, mas não tinha nome.
Todos se amavam e viviam fraternalmente.
Não havia dívidas externas, pacotes económicos, corrupção, violência nem desemprego, e os políticos trabalhavam para cuidar dos interesses das nações e de seus respectivos povos.
Também não existiam pobres nem ricos e todos viviam de acordo com o que produziam, mediante o próprio esforço e capacidade.
Os homens e mulheres eram monógamos e nunca abandonavam suas famílias.
As artes em Hipotálus haviam atingido suas expressões mais belas e elevadas, na mostra que marcara a abertura do Congresso Mundial de Artes da cidade de Rénora, com o Hiper Painel projectado numa nuvem artificial pelo raio Ly.
Nesse painel mostrava-se a criação do universo físico a partir de uma explosão cósmica ocorrida com a transformação de energia em matéria.
Sobreposto ao painel, envolvendo-o, surgia uma representação da mente divina, na forma como o pensamento humano era capaz de entendê-la.
Essa representação mostrava algo dos mecanismos siderais, dava uma ideia do universo, como se fora um planetário tetradimensional, com tudo esquematizado em seus menores detalhes, as leis cósmicas comandando e presidindo a todos os movimentos siderais, aos fenómenos da vida e das transformações.
Nunca se vira algo igual em Hipotálus.
O painel, última palavra em tecnologia, era dotado de movimento, cor e sonoridade.
Possuía luminosidade estranha que mostrava os altos e baixos do progresso espiritual e material de todas as coisas e seres.
Não faltava qualquer detalhe e todas as fases da criação e evolução surgiam aos olhos atónitos dos visitantes.
Observá-lo, era o mesmo que remontar às raízes de tudo e acompanhar o desenvolvimento da matéria e da vida através dos reinos da natureza, abençoados pelo amor e, vivificados e gerenciados pela sabedoria do Criador.
Devotava profundo respeito às pessoas adultas e, principalmente, àquelas que considerava sábias, tais como os professores, os cientistas e os estudiosos de um modo geral, mas ficava “matutando” em algumas coisas que diziam e, dessas conversas consigo mesma surgiam, muitas vezes, dúvidas terríveis como aquela que lhe ocupava a mente naquela tarde chuvosa de domingo.
Balançando-se na rede, Mariazinha meditava no comentário do professor sobre a tese científica que pretende ser o universo produto do acaso.
Lembrava-se também do enfoque bíblico sobre a criação da terra e dos seres vivos.
Em sua cabeça infantil a imagem, antes intocável, do adulto começou a mostrar seus pés de barro.
A Bíblia era tida como o livro sagrado, palavra de Deus, fonte de toda sabedoria e da verdade, mas no mundo profano a verdade era a palavra da ciência, com todo o peso de sua respeitabilidade.
Existiam ainda outras teorias, como aquela que um velho amigo da família lhe havia exposto sobre a formação dos mundos e a evolução das espécies através dos renascimentos sucessivos, ou seja, das reencarnações.
Mas se todas as teorias existentes fossem postas num dos pratos da balança, juntando-se-lhes ainda a da génese bíblica, e no outro prato as afirmações da Ciência, esta última certamente sairia ganhando, por ser a expressão visível e tangível das coisas, a pesquisa realizada em laboratório, o produto dos cálculos matemáticos e geométricos, o palpável, o irrefutável.
Remoendo essas ideias a garota adormeceu e, como se fora num passe de mágica, viu-se numa época muito anterior à pré-história, tempo perdido nos confins do tempo, num planeta chamado Hipotálus.
Ali, a civilização alcançara elevadas expressões de grandeza no conhecimento científico, na tecnologia e em todas as áreas das actividades humanas.
A religião existia como elemento gerador de ética na vivência dos seres, de adoração ao Soberano Senhor da Vida, mas não tinha nome.
Todos se amavam e viviam fraternalmente.
Não havia dívidas externas, pacotes económicos, corrupção, violência nem desemprego, e os políticos trabalhavam para cuidar dos interesses das nações e de seus respectivos povos.
Também não existiam pobres nem ricos e todos viviam de acordo com o que produziam, mediante o próprio esforço e capacidade.
Os homens e mulheres eram monógamos e nunca abandonavam suas famílias.
As artes em Hipotálus haviam atingido suas expressões mais belas e elevadas, na mostra que marcara a abertura do Congresso Mundial de Artes da cidade de Rénora, com o Hiper Painel projectado numa nuvem artificial pelo raio Ly.
Nesse painel mostrava-se a criação do universo físico a partir de uma explosão cósmica ocorrida com a transformação de energia em matéria.
Sobreposto ao painel, envolvendo-o, surgia uma representação da mente divina, na forma como o pensamento humano era capaz de entendê-la.
Essa representação mostrava algo dos mecanismos siderais, dava uma ideia do universo, como se fora um planetário tetradimensional, com tudo esquematizado em seus menores detalhes, as leis cósmicas comandando e presidindo a todos os movimentos siderais, aos fenómenos da vida e das transformações.
Nunca se vira algo igual em Hipotálus.
O painel, última palavra em tecnologia, era dotado de movimento, cor e sonoridade.
Possuía luminosidade estranha que mostrava os altos e baixos do progresso espiritual e material de todas as coisas e seres.
Não faltava qualquer detalhe e todas as fases da criação e evolução surgiam aos olhos atónitos dos visitantes.
Observá-lo, era o mesmo que remontar às raízes de tudo e acompanhar o desenvolvimento da matéria e da vida através dos reinos da natureza, abençoados pelo amor e, vivificados e gerenciados pela sabedoria do Criador.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
De todas as regiões vinham caravanas e mais caravanas para o Congresso e, particularmente, para apreciar aquela magnífica obra de arte e inteligência.
Enquanto isso, na cidade de Kido realizava-se outro evento importante, o Congresso de Ciências da Evolução, reunindo os mais ilustres cientistas da época.
Parece, no entanto, que o sucesso do painel gerara certos melindres, já que naquele planeta a inveja era desconhecida, e isso levou alguns cientistas, encabeçados pelo Dr. Alcott, a elaborarem uma nova tese que dizia ser o universo, obra do acaso.
Já não seria Deus o seu criador.
Com isso, a ideia básica do painel seria destruída, anulada.
Ao final desse Congresso, após muitos discursos e discussões, a tese do acaso como a causa primária de todas as coisas foi aceita pela maioria dos congressistas, ganhando “status” de verdade científica.
Os jornais noticiaram com grande estardalhaço e os canais de TV abriram espaço para os cientistas falarem de sua descoberta que de logo ganhou um nome, O fim da ignorância e do misticismo.
Os ânimos exaltaram-se em todas as nações de Hipotálus, as discussões ganharam as ruas e a desarmonia generalizou-se em razão do golpe mortal que o “acaso” aplicara na cabeça da Fé.
Ninguém mais se entendia, nem sabia em quem acreditar:
na tradição religiosa, ou na ciência.
Alguém, mais exaltado, jogou uma bomba no equipamento que comandava o painel e este começou a funcionar ao contrário.
Os cientistas alegraram-se muito e prometeram um prémio ao terrorista da bomba que vinha, de certa forma, mostrar a “falibilidade, pobreza e absurdidade do conceito místico sobre Deus, gerada, sem dúvida, nas mentes ignorantes dos nativos temerosos dos fenómenos naturais”.
A essa altura as teses científicas de Hipotálus venciam as ideias “retrógradas” a respeito de um Criador, causa primária de tudo, inteligência soberana, perfeição, beleza, amor etc., e tal foi a força do pensamento daquela gente em torno do “acaso”, que este conseguiu dominar o quintal da casa do Dr. Alcott, no qual o Doutor, nas manhãs de sol, gostava de cuidar da terra plantando alguns pés de alface, pimentão e rabanete.
Mas o Acaso (a esse turno já ganhara dimensões de maiúscula) resolveu abrir um dicionário para saber seu próprio significado e poder definir suas propriedades e funções.
Ali, encontrou o seguinte:
“Acaso. S.M. Conjunto de pequenas causas independentes entre si, que se prendem a leis ignoradas ou mal conhecidas e que determinam um acontecimento qualquer”.
- Puxa! Isto é muito confuso, reclamou.
Como é que eu vou trabalhar aquele quintal, se não sei o que fazer?
Enquanto isso, livre da coordenação e tutela das leis naturais que seriam geradas e mantidas pela Mente Divina, o pé de alface começou a crescer ao acaso, derivando para outras condições e estados e acabou transformando-se num gigantesco lago de água doce e salgada.
O pimentão cresceu até alcançar a altura de 1.650 metros.
Assustou-se com uma nuvem que passava e encolheu-se tanto que acabou do tamanho de uma laranja, mas seu peso era de 63 toneladas.
Esse peso num volume tão pequeno começou a afundar e, em breve, pelo orifício formado começou a subir fumaça tão quente que modificou a temperatura da região.
O pé de rabanete virou milho de pipoca e cresceu tanto que a copa alcançou a ionosfera e, ali, naquele ambiente ionizado produziu milhões de espigas, cujos grãos gigantescos caíam sobre a terra.
A temperatura elevada, porém, assava os grãos, fazendo-os explodirem.
O Acaso preocupou-se.
O que fazer?
Haviam colocado em suas inexistentes mãos responsabilidades vitais.
Enquanto isso, na cidade de Kido realizava-se outro evento importante, o Congresso de Ciências da Evolução, reunindo os mais ilustres cientistas da época.
Parece, no entanto, que o sucesso do painel gerara certos melindres, já que naquele planeta a inveja era desconhecida, e isso levou alguns cientistas, encabeçados pelo Dr. Alcott, a elaborarem uma nova tese que dizia ser o universo, obra do acaso.
Já não seria Deus o seu criador.
Com isso, a ideia básica do painel seria destruída, anulada.
Ao final desse Congresso, após muitos discursos e discussões, a tese do acaso como a causa primária de todas as coisas foi aceita pela maioria dos congressistas, ganhando “status” de verdade científica.
Os jornais noticiaram com grande estardalhaço e os canais de TV abriram espaço para os cientistas falarem de sua descoberta que de logo ganhou um nome, O fim da ignorância e do misticismo.
Os ânimos exaltaram-se em todas as nações de Hipotálus, as discussões ganharam as ruas e a desarmonia generalizou-se em razão do golpe mortal que o “acaso” aplicara na cabeça da Fé.
Ninguém mais se entendia, nem sabia em quem acreditar:
na tradição religiosa, ou na ciência.
Alguém, mais exaltado, jogou uma bomba no equipamento que comandava o painel e este começou a funcionar ao contrário.
Os cientistas alegraram-se muito e prometeram um prémio ao terrorista da bomba que vinha, de certa forma, mostrar a “falibilidade, pobreza e absurdidade do conceito místico sobre Deus, gerada, sem dúvida, nas mentes ignorantes dos nativos temerosos dos fenómenos naturais”.
A essa altura as teses científicas de Hipotálus venciam as ideias “retrógradas” a respeito de um Criador, causa primária de tudo, inteligência soberana, perfeição, beleza, amor etc., e tal foi a força do pensamento daquela gente em torno do “acaso”, que este conseguiu dominar o quintal da casa do Dr. Alcott, no qual o Doutor, nas manhãs de sol, gostava de cuidar da terra plantando alguns pés de alface, pimentão e rabanete.
Mas o Acaso (a esse turno já ganhara dimensões de maiúscula) resolveu abrir um dicionário para saber seu próprio significado e poder definir suas propriedades e funções.
Ali, encontrou o seguinte:
“Acaso. S.M. Conjunto de pequenas causas independentes entre si, que se prendem a leis ignoradas ou mal conhecidas e que determinam um acontecimento qualquer”.
- Puxa! Isto é muito confuso, reclamou.
Como é que eu vou trabalhar aquele quintal, se não sei o que fazer?
Enquanto isso, livre da coordenação e tutela das leis naturais que seriam geradas e mantidas pela Mente Divina, o pé de alface começou a crescer ao acaso, derivando para outras condições e estados e acabou transformando-se num gigantesco lago de água doce e salgada.
O pimentão cresceu até alcançar a altura de 1.650 metros.
Assustou-se com uma nuvem que passava e encolheu-se tanto que acabou do tamanho de uma laranja, mas seu peso era de 63 toneladas.
Esse peso num volume tão pequeno começou a afundar e, em breve, pelo orifício formado começou a subir fumaça tão quente que modificou a temperatura da região.
O pé de rabanete virou milho de pipoca e cresceu tanto que a copa alcançou a ionosfera e, ali, naquele ambiente ionizado produziu milhões de espigas, cujos grãos gigantescos caíam sobre a terra.
A temperatura elevada, porém, assava os grãos, fazendo-os explodirem.
O Acaso preocupou-se.
O que fazer?
Haviam colocado em suas inexistentes mãos responsabilidades vitais.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Correu à Biblioteca Pública, decidido a procurar nos livros alguma lei natural que pudesse frear o desencadeamento daquele terrível caos provocado por ele, mas, o primeiro livro que tocou desfez-se, pois as moléculas que formavam aquele volume dispersaram-se, quebrada a lei natural que as mantinha coesas.
Era uma situação absolutamente nova e inesperada.
O Acaso, agora com responsabilidades divinas não tinha a menor ideia de como solucionar tantos e tão graves problemas.
Habituara-se a marcar sua presença dentro de uma organização perfeita, regida pelas leis naturais, e agora não conseguia mais identificar-se, nem situar-se na nova posição.
Resolveu apelar para Deus.
Talvez Ele pudesse ouvi-lo e recolocar as coisas em seus devidos lugares.
Ajoelhou-se e tentou a prece.
O pensamento, porém, ao sabor do acaso, nada dizia do que deveria dizer.
Desistiu da prece para tentar outras soluções.
Enquanto isso a confusão estabelecia-se em Hipotálus e tudo transformava-se em caos, já que a ciência havia decretado a inexistência de um Ser Superior, responsável pelos mecanismos cósmicos e mantedor das leis naturais.
Os cientistas, muito preocupados com aquele terrível desmantelo, resolveram rever a questão e decidiram se reunir em novo Congresso, para devolverem ao Criador as suas antigas prerrogativas e funções, na esperança de que Ele os perdoasse e restabelecesse todas as coisas.
Mas o famigerado acaso, livre de leis que o pudessem controlar, resolveu agir ao seu próprio sabor.
Partiu a caminhar e na primeira esquina encontrou o depósito das vaidades humanas e entrou, impregnando-se com elas.
Saiu, inflado e inchado, decidido a continuar no governo de todas as ocorrências.
Roçou com as pontas dos dedos as cabeças dos cientistas e seus cérebros desligaram-se do comando mental.
Rapidamente os neurónios, sem esse comando, resolveram tirar férias e descansar.
A população estava apavorada.
A actuação do Acaso já não se restringia ao quintal do Dr. Alcott, nem à cidade onde este residia.
Vagava este pelo planeta e, por onde passava, deixava suas marcas.
Os governantes então, decidiram apelar para Deus, como sempre haviam feito nos momentos de aflição.
Convocaram os canais de televisão e emissoras de rádio para uma cadeia mundial de oração, mas, como os eventos em Hipotálus, a essa altura, eram todos determinados pelo Acaso, este não se fez presente para comandar os equipamentos e eles não funcionaram.
No auge da aflição o alto comando do planeta enviou mensageiros a todos os governos, ordenando a convocação geral da população para actos de fé, mas os aviões não decolaram, os automóveis não funcionaram, os faxes estavam parados e dos telefones, nem mesmo o sinal de ocupado.
Enquanto isso o elefante do jardim zoológico, desgovernado pelo Acaso, cresceu tanto que sua cabeça alcançou uma altura de 12.000 metros e a tromba deu uma volta ao planeta.
Ao respirar, causava terríveis tempestades e cada passada sua gerava terremotos.
Em duas horas bebeu toda a água potável de Hipotálus, secando rios, fontes e lagos.
Os mais fracos já morriam de sede, enquanto os mais fortes agonizavam.
As pipocas gigantes continuavam caindo e explodindo.
O sofrimento de todos os reinos da natureza era terrível e os seres humanos oravam sem cessar, pedindo ajuda a Deus.
Suas preces vibraram com tamanha intensidade nas extensões cósmicas que repercutiram na Alma Divina.
O Ser Supremo, então, apiedado com tamanhos sofrimentos emitiu, através do fluido cósmico, uma ordem direccionada a Hipotálus.
No mesmo instante duas pipocas gigantes caíram numa mina de urânio, gerando uma reacção em cadeia e…
Hipotálus explodiu, desintegrando-se .
Era uma situação absolutamente nova e inesperada.
O Acaso, agora com responsabilidades divinas não tinha a menor ideia de como solucionar tantos e tão graves problemas.
Habituara-se a marcar sua presença dentro de uma organização perfeita, regida pelas leis naturais, e agora não conseguia mais identificar-se, nem situar-se na nova posição.
Resolveu apelar para Deus.
Talvez Ele pudesse ouvi-lo e recolocar as coisas em seus devidos lugares.
Ajoelhou-se e tentou a prece.
O pensamento, porém, ao sabor do acaso, nada dizia do que deveria dizer.
Desistiu da prece para tentar outras soluções.
Enquanto isso a confusão estabelecia-se em Hipotálus e tudo transformava-se em caos, já que a ciência havia decretado a inexistência de um Ser Superior, responsável pelos mecanismos cósmicos e mantedor das leis naturais.
Os cientistas, muito preocupados com aquele terrível desmantelo, resolveram rever a questão e decidiram se reunir em novo Congresso, para devolverem ao Criador as suas antigas prerrogativas e funções, na esperança de que Ele os perdoasse e restabelecesse todas as coisas.
Mas o famigerado acaso, livre de leis que o pudessem controlar, resolveu agir ao seu próprio sabor.
Partiu a caminhar e na primeira esquina encontrou o depósito das vaidades humanas e entrou, impregnando-se com elas.
Saiu, inflado e inchado, decidido a continuar no governo de todas as ocorrências.
Roçou com as pontas dos dedos as cabeças dos cientistas e seus cérebros desligaram-se do comando mental.
Rapidamente os neurónios, sem esse comando, resolveram tirar férias e descansar.
A população estava apavorada.
A actuação do Acaso já não se restringia ao quintal do Dr. Alcott, nem à cidade onde este residia.
Vagava este pelo planeta e, por onde passava, deixava suas marcas.
Os governantes então, decidiram apelar para Deus, como sempre haviam feito nos momentos de aflição.
Convocaram os canais de televisão e emissoras de rádio para uma cadeia mundial de oração, mas, como os eventos em Hipotálus, a essa altura, eram todos determinados pelo Acaso, este não se fez presente para comandar os equipamentos e eles não funcionaram.
No auge da aflição o alto comando do planeta enviou mensageiros a todos os governos, ordenando a convocação geral da população para actos de fé, mas os aviões não decolaram, os automóveis não funcionaram, os faxes estavam parados e dos telefones, nem mesmo o sinal de ocupado.
Enquanto isso o elefante do jardim zoológico, desgovernado pelo Acaso, cresceu tanto que sua cabeça alcançou uma altura de 12.000 metros e a tromba deu uma volta ao planeta.
Ao respirar, causava terríveis tempestades e cada passada sua gerava terremotos.
Em duas horas bebeu toda a água potável de Hipotálus, secando rios, fontes e lagos.
Os mais fracos já morriam de sede, enquanto os mais fortes agonizavam.
As pipocas gigantes continuavam caindo e explodindo.
O sofrimento de todos os reinos da natureza era terrível e os seres humanos oravam sem cessar, pedindo ajuda a Deus.
Suas preces vibraram com tamanha intensidade nas extensões cósmicas que repercutiram na Alma Divina.
O Ser Supremo, então, apiedado com tamanhos sofrimentos emitiu, através do fluido cósmico, uma ordem direccionada a Hipotálus.
No mesmo instante duas pipocas gigantes caíram numa mina de urânio, gerando uma reacção em cadeia e…
Hipotálus explodiu, desintegrando-se .
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
O Acaso, apavorado com seus actos, ficou tão traumatizado que levaria alguns biliões de anos para se recompor.
Com a explosão, Mariazinha sentiu-se espalhada pelo espaço, distribuída ao longo da órbita daquele planeta.
Tentava, mas não conseguia pensar porque, assim, espalhada, não era possível estabelecer as necessárias conexões entre os neurónios para que o pensamento se formasse.
Chorou amargamente, desesperadamente, pedindo ajuda, e percebeu que se formava uma leve corrente de emoções ao longo da órbita do ex-Hipotálus.
Aos poucos, os fragmentos de ideias, sensações e sentimentos iam-se reagrupando, tomando forma e individualidade, movimentados e atraídos por uma força que identificou como sendo amor.
Percebeu que essa força poderosa e inteligente era Deus, e nessa situação amargurosa sentiu-se no seio do Criador, consolada por Seu carinho e acalentada por Seu afecto.
Foi um momento inefável aquele, em que Mariazinha pôde abarcar o Infinito e perceber como todas as coisas tomavam seus devidos lugares.
As pedras se encaixavam e o mosaico cósmico fulgurou diante de seu olhar embevecido.
A vida parou e o tempo eternizou-se naquele instante divino em que a menina pousou a fronte sobre o firmamento e deslizou seus dedos pelos contornos cósmicos, assim como o artista a admirar a obra do Génio.
Foi então que escutou, a vibrar em todas as galáxias, a voz do Supremo Senhor, a dizer:
“Atenção, Engenheiros Siderais, responsáveis pelo planeta Hipotálus, que foi desintegrado.
Reúnam-se em equipes para o planeamento e criação de um novo planeta, que será formado com os elementos dispersos do anterior.
Seu nome será Terra e deverá situar-se na mesma órbita e receber os mesmos princípios espirituais que animaram a vida em Hipotálus.
Liguem suas mentes à minha, para que lhes transmita todos os detalhes do novo modelo, assim como a força que deverá formá-la e sustentar-lhe a evolução…”
O restante da ordem divina Mariazinha não pôde ouvir porque estava acordando, profundamente preocupada com a insensatez de muitos “sábios” que, por orgulho, não querem admitir a existência de uma Inteligência Superior, como sendo a causa primária de todas as coisas.
Blog Espiritismo Na Rede Extraído do livro de contos Um Forró no Umbral
§.§.§- Ave sem Ninho
Com a explosão, Mariazinha sentiu-se espalhada pelo espaço, distribuída ao longo da órbita daquele planeta.
Tentava, mas não conseguia pensar porque, assim, espalhada, não era possível estabelecer as necessárias conexões entre os neurónios para que o pensamento se formasse.
Chorou amargamente, desesperadamente, pedindo ajuda, e percebeu que se formava uma leve corrente de emoções ao longo da órbita do ex-Hipotálus.
Aos poucos, os fragmentos de ideias, sensações e sentimentos iam-se reagrupando, tomando forma e individualidade, movimentados e atraídos por uma força que identificou como sendo amor.
Percebeu que essa força poderosa e inteligente era Deus, e nessa situação amargurosa sentiu-se no seio do Criador, consolada por Seu carinho e acalentada por Seu afecto.
Foi um momento inefável aquele, em que Mariazinha pôde abarcar o Infinito e perceber como todas as coisas tomavam seus devidos lugares.
As pedras se encaixavam e o mosaico cósmico fulgurou diante de seu olhar embevecido.
A vida parou e o tempo eternizou-se naquele instante divino em que a menina pousou a fronte sobre o firmamento e deslizou seus dedos pelos contornos cósmicos, assim como o artista a admirar a obra do Génio.
Foi então que escutou, a vibrar em todas as galáxias, a voz do Supremo Senhor, a dizer:
“Atenção, Engenheiros Siderais, responsáveis pelo planeta Hipotálus, que foi desintegrado.
Reúnam-se em equipes para o planeamento e criação de um novo planeta, que será formado com os elementos dispersos do anterior.
Seu nome será Terra e deverá situar-se na mesma órbita e receber os mesmos princípios espirituais que animaram a vida em Hipotálus.
Liguem suas mentes à minha, para que lhes transmita todos os detalhes do novo modelo, assim como a força que deverá formá-la e sustentar-lhe a evolução…”
O restante da ordem divina Mariazinha não pôde ouvir porque estava acordando, profundamente preocupada com a insensatez de muitos “sábios” que, por orgulho, não querem admitir a existência de uma Inteligência Superior, como sendo a causa primária de todas as coisas.
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Mitologia, Kardec e Maria
– uma reflexão sobre natureza biológica de Jesus -
Os evangelhos de Lucas e Mateus descrevem que Maria manteve-se “virgem” e que Jesus, hipoteticamente, fora concebido pelo “Espírito Santo”, ou seja, a concepção de Maria acontecera de forma “sobrenatural”, sem a participação do esposo, conquanto já fosse recém-casada com José, à época.
A crença na virgindade de Maria e a suposta “fecundação divina” nada mais é senão uma “fotocópia” rudimentar, diríamos – uma imitação burlesca – dos mitos pagãos organizados pelas castas sacerdotais ancestrais.
A explicação desses pormenores históricos é indispensável ao espírita, para preservar-lhe contra as deturpações místicas imposta por longos anos por tradicional instituição “unificadora” do Brasil.
Até porque, pesquisas e estudos sobre a fábula mitológica, bem como da História das Religiões, comprovam de maneira categórica a origem da alegoria do nascimento virginal.
Indubitavelmente, o Evangelho sofreu a influência da mitologia grega.
Por isso, devemos separar o mito helénico do que é ensinamento moral; a rigor, foi exactamente, por isso que Allan Kardec ao publicar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, transcreveu tão somente o ensino moral de Jesus.
Historicamente, a “virgindade” de Maria embrenhou-se de tal forma no imaginário colectivo dos cristãos que se incorporou ao seu nome.
É verdade!
A “virgem Maria” transformou o filho Jesus em vulto mitológico, e nada melhor para exaltar o “homem-deus” do que situá-lo como filho de uma “virgem”.
Por falar nisso, Allan Kardec fez oportuno ensaio comparativo a respeito das teorias do pecado original e da virgindade de Maria, situando a mãe de Jesus como virgem, não do ponto de vista biológico, mas sob o enfoque espiritual. [1]
Em conformidade com determinadas narrativas do Evangelho, Maria teria recebido a visita lendária de um “anjo” de nome Gabriel, o qual anunciou à jovem sua “fecundação” através da intervenção do “Espírito Santo”.
Ora, a Doutrina Espírita convida-nos a desenvolver uma fé raciocinada, analisando, sensatamente, as narrativas do Evangelho.
Ante os dilemas interpretativos dos conceitos literais escritos pelos apóstolos, o Codificador advertiu que a religião deve caminhar em consonância com a ciência, de modo que a primeira não ignore a última e vice-versa.
Cá para nós, qual seria a desonra de Maria sobre a maternidade segundo as leis biológicas?
Teria ela traído José e se “corrompido moralmente” conforme já ouvimos de alguns?
O que pensar da oblata suprema de Jesus no Calvário, se seu corpo fosse um sortilégio “quintessenciado”?
Seria uma representação ridícula!
Será que dá para conceber o Cristo (Modelo) imune de dor, em face do seu corpo ser, energeticamente, “subtilizado”, enquanto os primeiros cristãos mergulhados na carne, seriam devorados pelas feras nas arenas romanas?
Não paira nenhuma dúvida que Maria foi um Espírito muito elevado moralmente, razão pela qual recebeu a missão sublime de gestar o “Modelo e Guia” da humanidade.
Porém, Jesus foi, ridiculamente, transformado numa figura mitológica e, sendo um “ídolo deificado”, não poderia ter nascido do “pecado original” das tradições adâmicas.
O facto de Jesus ter sido concebido de forma “milagrosa” contradiz as vias naturais de reprodução humana, e para a Doutrina dos Espíritos esta é uma questão de elevadíssima importância, uma vez que a fecundação biológica é uma decorrência das Leis Naturais.
Em resumo, reafirmamos que a fecundação de Maria se deu por vias, decididamente, normais, através da respeitosa comunhão sexual com seu esposo, tal como ocorre entre todos os casais equilibrados da Terra.
Em face disso, Kardec apresenta Jesus como o Modelo mais perfeito para a evolução humana, logo, o seu corpo deveria ter a mesma constituição biológica daqueles aos quais ele deveria servir de Modelo, e seu testemunho basear-se na subordinação das leis naturais.
Os evangelhos de Lucas e Mateus descrevem que Maria manteve-se “virgem” e que Jesus, hipoteticamente, fora concebido pelo “Espírito Santo”, ou seja, a concepção de Maria acontecera de forma “sobrenatural”, sem a participação do esposo, conquanto já fosse recém-casada com José, à época.
A crença na virgindade de Maria e a suposta “fecundação divina” nada mais é senão uma “fotocópia” rudimentar, diríamos – uma imitação burlesca – dos mitos pagãos organizados pelas castas sacerdotais ancestrais.
A explicação desses pormenores históricos é indispensável ao espírita, para preservar-lhe contra as deturpações místicas imposta por longos anos por tradicional instituição “unificadora” do Brasil.
Até porque, pesquisas e estudos sobre a fábula mitológica, bem como da História das Religiões, comprovam de maneira categórica a origem da alegoria do nascimento virginal.
Indubitavelmente, o Evangelho sofreu a influência da mitologia grega.
Por isso, devemos separar o mito helénico do que é ensinamento moral; a rigor, foi exactamente, por isso que Allan Kardec ao publicar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, transcreveu tão somente o ensino moral de Jesus.
Historicamente, a “virgindade” de Maria embrenhou-se de tal forma no imaginário colectivo dos cristãos que se incorporou ao seu nome.
É verdade!
A “virgem Maria” transformou o filho Jesus em vulto mitológico, e nada melhor para exaltar o “homem-deus” do que situá-lo como filho de uma “virgem”.
Por falar nisso, Allan Kardec fez oportuno ensaio comparativo a respeito das teorias do pecado original e da virgindade de Maria, situando a mãe de Jesus como virgem, não do ponto de vista biológico, mas sob o enfoque espiritual. [1]
Em conformidade com determinadas narrativas do Evangelho, Maria teria recebido a visita lendária de um “anjo” de nome Gabriel, o qual anunciou à jovem sua “fecundação” através da intervenção do “Espírito Santo”.
Ora, a Doutrina Espírita convida-nos a desenvolver uma fé raciocinada, analisando, sensatamente, as narrativas do Evangelho.
Ante os dilemas interpretativos dos conceitos literais escritos pelos apóstolos, o Codificador advertiu que a religião deve caminhar em consonância com a ciência, de modo que a primeira não ignore a última e vice-versa.
Cá para nós, qual seria a desonra de Maria sobre a maternidade segundo as leis biológicas?
Teria ela traído José e se “corrompido moralmente” conforme já ouvimos de alguns?
O que pensar da oblata suprema de Jesus no Calvário, se seu corpo fosse um sortilégio “quintessenciado”?
Seria uma representação ridícula!
Será que dá para conceber o Cristo (Modelo) imune de dor, em face do seu corpo ser, energeticamente, “subtilizado”, enquanto os primeiros cristãos mergulhados na carne, seriam devorados pelas feras nas arenas romanas?
Não paira nenhuma dúvida que Maria foi um Espírito muito elevado moralmente, razão pela qual recebeu a missão sublime de gestar o “Modelo e Guia” da humanidade.
Porém, Jesus foi, ridiculamente, transformado numa figura mitológica e, sendo um “ídolo deificado”, não poderia ter nascido do “pecado original” das tradições adâmicas.
O facto de Jesus ter sido concebido de forma “milagrosa” contradiz as vias naturais de reprodução humana, e para a Doutrina dos Espíritos esta é uma questão de elevadíssima importância, uma vez que a fecundação biológica é uma decorrência das Leis Naturais.
Em resumo, reafirmamos que a fecundação de Maria se deu por vias, decididamente, normais, através da respeitosa comunhão sexual com seu esposo, tal como ocorre entre todos os casais equilibrados da Terra.
Em face disso, Kardec apresenta Jesus como o Modelo mais perfeito para a evolução humana, logo, o seu corpo deveria ter a mesma constituição biológica daqueles aos quais ele deveria servir de Modelo, e seu testemunho basear-se na subordinação das leis naturais.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Ah! Dizem que a ciência pode gerar um humano através da fertilização in vitro ou outros métodos não uterinos.
Ora, ainda que o perispírito de Jesus seja o mais puro da Terra, Ele não derrogaria as leis de reprodução.
Portanto, Jesus não poderia aparentar estar, biologicamente, encarnado, senão, o período da manjedoura até a cruz teria sido um simulacro de um ilusionista amador ou uma caricata encenação teatral.
Sob o ponto de vista da lógica kardeciana, a humanização de Jesus torna os cristãos mais esperançosos na auto-transformação moral, pois leva seus seguidores a serem mais disciplinados e conscienciosos.
Do contrário, a “deificação de Jesus”, faz do “Modelo e Guia” uma entidade inalcançável e, assim, torna suas lições inexecutáveis, pois são actos próprios à vida de um “extraterrestre” ou do próprio “Deus” (para os místicos).
A concordância com o “Jesus mitológico” abre precedentes para outros entendimentos igualmente lendários a respeito da vida e do legado do Mestre de Nazaré, mas, infelizmente, apesar de serem ideias extravagantes, acabam sendo admitidas como verdadeiras, a partir da aceitação de premissas ingénuas.
Como analisamos, o Espiritismo alerta para uma visão da natureza biológica de Jesus, desmistifica a virgindade de Maria, mostrando sua grandeza maternal.
A legítima literatura espírita, juntamente, com os ensinamentos recebidos dos espíritos superiores (durante a Codificação) garante que Deus jamais quebraria a harmonia das leis da natureza.
Por que haveria Jesus de desrespeitar a lei de reprodução biológica?
Jorge Hessen
Referência bibliográfica:
[1] KARDEC, Allan. Revista Espírita, janeiro de 1862, Brasília: Ed. Edicel, 2002.
§.§.§- Ave sem Ninho
Ora, ainda que o perispírito de Jesus seja o mais puro da Terra, Ele não derrogaria as leis de reprodução.
Portanto, Jesus não poderia aparentar estar, biologicamente, encarnado, senão, o período da manjedoura até a cruz teria sido um simulacro de um ilusionista amador ou uma caricata encenação teatral.
Sob o ponto de vista da lógica kardeciana, a humanização de Jesus torna os cristãos mais esperançosos na auto-transformação moral, pois leva seus seguidores a serem mais disciplinados e conscienciosos.
Do contrário, a “deificação de Jesus”, faz do “Modelo e Guia” uma entidade inalcançável e, assim, torna suas lições inexecutáveis, pois são actos próprios à vida de um “extraterrestre” ou do próprio “Deus” (para os místicos).
A concordância com o “Jesus mitológico” abre precedentes para outros entendimentos igualmente lendários a respeito da vida e do legado do Mestre de Nazaré, mas, infelizmente, apesar de serem ideias extravagantes, acabam sendo admitidas como verdadeiras, a partir da aceitação de premissas ingénuas.
Como analisamos, o Espiritismo alerta para uma visão da natureza biológica de Jesus, desmistifica a virgindade de Maria, mostrando sua grandeza maternal.
A legítima literatura espírita, juntamente, com os ensinamentos recebidos dos espíritos superiores (durante a Codificação) garante que Deus jamais quebraria a harmonia das leis da natureza.
Por que haveria Jesus de desrespeitar a lei de reprodução biológica?
Jorge Hessen
Referência bibliográfica:
[1] KARDEC, Allan. Revista Espírita, janeiro de 1862, Brasília: Ed. Edicel, 2002.
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Como conviver com as tentações?
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.”– (Tiago, 1:14.)
Iniciamos este nosso artigo, recorrendo ao dicionário da língua portuguesa para entender o significado da palavra “Tentação”, conforme segue: Substantivo feminino.
Atracção por coisa proibida.
Movimento íntimo que incita ao mal.
Desejo veemente.
Os Espíritos Superiores atendendo às questões formuladas pelo codificador da Doutrina Espírita, sobre o assunto, esclareceram-nos nas perguntas abaixo, extraídas de O Livro dos Espíritos que seguem.
712 – Com que fim pôs Deus atractivos no gozo dos bens materiais?
“Para instigar o homem ao cumprimento da sua missão e para experimentá-lo por meio da tentação.”
a) – Qual o objectivo dessa tentação?
“Desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos.”
Se o homem só fosse instigado a usar dos bens terrenos pela utilidade que têm, sua indiferença houvera talvez comprometido a harmonia do Universo.
Deus imprimiu a esse uso o atractivo do prazer, porque assim é o homem impelido ao cumprimento dos desígnios providenciais.
Mas, além disso, dando àquele uso esse atractivo, quis Deus também experimentar o homem por meio da tentação, que o arrasta para o abuso, de que deve a razão defendê-lo.
713. Traçou a Natureza limites aos gozos?
“Traçou, para vos indicar o limite do necessário.
Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”
714. Que se deve pensar do homem que procura nos excessos de todo género o requinte dos gozos?
“Pobre criatura! Mais digna é de lástima que de inveja, pois bem perto está da morte!”
a) – Perto da morte física, ou da morte moral?
“De ambas.”
O homem, que procura nos excessos de todo género o requinte do gozo, coloca-se abaixo do bruto, pois que este sabe deter-se, quando satisfeita a sua necessidade.
Abdica da razão que Deus lhe deu por guia e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual.
As doenças são, ao mesmo tempo, o castigo à transgressão da lei de Deus.
Parece-nos claro que o desenvolvimento da razão é algo, imprescindível, ao indivíduo para que atenda ao impositivo da Lei Maior, que estabelece que todo excesso é desnecessário, principalmente, em relação aos bens materiais que nos levam ao abuso indiscriminado desses recursos, causando prejuízos não só à sociedade como também a nós mesmos.
Por essa razão, o dinheiro, o poder, a evidência pessoal e etc podem representar obstáculos difíceis de serem vencidos e se tornarem causas de quedas e atrasos em nossa caminhada rumo à felicidade e a paz de espírito que tanto almejamos desfrutar um dia, conforme nos mostra a história da humanidade onde o que não faltam são exemplos de personalidades ilustres, em todos os sectores da vida humana, que se deixaram arrastar pelos prazeres ilusórios das tentações.
Precisamos atentar para as instruções que os Emissários Superiores nos falam também sobre o papel da razão, que representa o equilíbrio e se alcança com o desenvolvimento da inteligência que Deus nos concedeu para o nosso crescimento intelectual, moral, e espiritual conforme podemos observar nas questões seguintes.
780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?
“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” (192-365)
a) – Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?
“Fazendo compreensíveis o bem e o mal.
O homem, desde então, pode escolher.
O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos actos.”
Peçamos a Deus, na prece ensinada por Jesus que “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, não nos esquecendo dos desafios que, muitas vezes, entendemos por mal e que, na verdade, são oportunidades necessárias ao nosso equilíbrio e quitação dos débitos contraídos diante das sábias e justas Leis Divinas.
Encerrando este artigo com as palavras de Emmanuel no capítulo 88 do livro Religião dos Espíritos conforme segue.
“…Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.
Todos somos tentados na imperfeição…”
A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.
Francisco Rebouças
§.§.§- Ave sem Ninho
Iniciamos este nosso artigo, recorrendo ao dicionário da língua portuguesa para entender o significado da palavra “Tentação”, conforme segue: Substantivo feminino.
Atracção por coisa proibida.
Movimento íntimo que incita ao mal.
Desejo veemente.
Os Espíritos Superiores atendendo às questões formuladas pelo codificador da Doutrina Espírita, sobre o assunto, esclareceram-nos nas perguntas abaixo, extraídas de O Livro dos Espíritos que seguem.
712 – Com que fim pôs Deus atractivos no gozo dos bens materiais?
“Para instigar o homem ao cumprimento da sua missão e para experimentá-lo por meio da tentação.”
a) – Qual o objectivo dessa tentação?
“Desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos.”
Se o homem só fosse instigado a usar dos bens terrenos pela utilidade que têm, sua indiferença houvera talvez comprometido a harmonia do Universo.
Deus imprimiu a esse uso o atractivo do prazer, porque assim é o homem impelido ao cumprimento dos desígnios providenciais.
Mas, além disso, dando àquele uso esse atractivo, quis Deus também experimentar o homem por meio da tentação, que o arrasta para o abuso, de que deve a razão defendê-lo.
713. Traçou a Natureza limites aos gozos?
“Traçou, para vos indicar o limite do necessário.
Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”
714. Que se deve pensar do homem que procura nos excessos de todo género o requinte dos gozos?
“Pobre criatura! Mais digna é de lástima que de inveja, pois bem perto está da morte!”
a) – Perto da morte física, ou da morte moral?
“De ambas.”
O homem, que procura nos excessos de todo género o requinte do gozo, coloca-se abaixo do bruto, pois que este sabe deter-se, quando satisfeita a sua necessidade.
Abdica da razão que Deus lhe deu por guia e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual.
As doenças são, ao mesmo tempo, o castigo à transgressão da lei de Deus.
Parece-nos claro que o desenvolvimento da razão é algo, imprescindível, ao indivíduo para que atenda ao impositivo da Lei Maior, que estabelece que todo excesso é desnecessário, principalmente, em relação aos bens materiais que nos levam ao abuso indiscriminado desses recursos, causando prejuízos não só à sociedade como também a nós mesmos.
Por essa razão, o dinheiro, o poder, a evidência pessoal e etc podem representar obstáculos difíceis de serem vencidos e se tornarem causas de quedas e atrasos em nossa caminhada rumo à felicidade e a paz de espírito que tanto almejamos desfrutar um dia, conforme nos mostra a história da humanidade onde o que não faltam são exemplos de personalidades ilustres, em todos os sectores da vida humana, que se deixaram arrastar pelos prazeres ilusórios das tentações.
Precisamos atentar para as instruções que os Emissários Superiores nos falam também sobre o papel da razão, que representa o equilíbrio e se alcança com o desenvolvimento da inteligência que Deus nos concedeu para o nosso crescimento intelectual, moral, e espiritual conforme podemos observar nas questões seguintes.
780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?
“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” (192-365)
a) – Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?
“Fazendo compreensíveis o bem e o mal.
O homem, desde então, pode escolher.
O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos actos.”
Peçamos a Deus, na prece ensinada por Jesus que “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, não nos esquecendo dos desafios que, muitas vezes, entendemos por mal e que, na verdade, são oportunidades necessárias ao nosso equilíbrio e quitação dos débitos contraídos diante das sábias e justas Leis Divinas.
Encerrando este artigo com as palavras de Emmanuel no capítulo 88 do livro Religião dos Espíritos conforme segue.
“…Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.
Todos somos tentados na imperfeição…”
A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.
Francisco Rebouças
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Reencarnação ou encarnação? Existe diferença?
Por Adriano Calsone
Quando tentamos compreender o significado dos termos “encarnação” e “reencarnação”, logo concluímos que encarnar é entrar em corpo carnal e reencarnar é retornar à vida em outro corpo, sucessivas vezes, o que para a Igreja Católica significa a ressurreição dos corpos no dia do juízo final.
Em síntese popular, acredita-se que a encarnação é o acto de entrar pela primeira vez na carne e, reencarnação, a acção de reentrar novamente – a partir da segunda.
Para o Espiritismo, que pode ser considerada a Doutrina da Reencarnação, esses termos possuem subtilezas conceituais.
E para Kardec, que criou uma escala espírita para compreendermos melhor tais diferenciações, os espíritos imperfeitos – que somos nós em grande maioria – necessariamente estão submetidos às provas e às expiações.
Espíritos bons estão submetidos somente às provas e, espíritos puros, nem às provas, nem às expiações.
Portanto, para nós que somos espíritos imperfeitos, reencarnar é entrar de novo na carne por meio das provas e das expiações.
É aí que se encontram as diferenças entre o senso comum do termo e a consideração espírita sobre ele.
Considera-se assim a conceituação espírita de Allan Kardec:
– Espíritos imperfeitos reencarnam (estão submetidos às provas e às expiações).
A matéria predomina sobre o espírito. Sofrem as boas e as más paixões;
– Espíritos bons também reencarnam (estão submetidos apenas às provas).
Sofrem a influência da matéria, mas predominam sobre ela.
Sofrem apenas as boas paixões;
– Espíritos puros não reencarnam, só encarnam (não mais estão submetidos às provas, nem às expiações).
Não sofrem a influência da matéria.
Nunca sofrem paixões.
Um bom exemplo dessas diferenciações é pensarmos que quando Jesus voltou à Terra ele encarnou e não reencarnou, pois encontrava-se na condição de espírito puro em seu inesquecível retorno.
E se retornasse nos dias de hoje, ainda como espírito puro, novamente encarnaria.
Jesus, do ponto de vista corporal, teve um corpo como o nosso quando encarnado.
Do ponto de vista espiritual, é considerado espírito puro que não sofre de paixões humanas.
A paixão de Cristo, na visão espírita, não existe, já que Jesus nunca teve paixões, não ficou triste, nem com raiva, muito menos aborrecido, nervoso ou mesmo amargurado.
Aproveite e aprenda como o mundo foi preparado para receber Jesus.
Sendo assim, ao diferenciarmos esses termos pela óptica espírita, observamos que não há contradições conceituais nas obras espíritas organizadas por Allan Kardec.
Quando ele disse em A Génese, por exemplo, que Jesus encarnou, deixa claro que Espíritos Puros, como é o caso do nosso Mestre Maior, já percorreram todos os graus da escala evolutiva e não estão mais sujeitos à reencarnação.
As provas e as expiações
São conceitos amplamente questionados nos dias de hoje e que costumam confundir muito.
Em seu tempo, Allan Kardec foi muito claro em suas explicações, dizendo que uma expiação nunca é imposta ou mesmo involuntária, já que ela pode ser naturalmente escolhida pelos espíritos reencarnantes.
Pela conceituação espírita, toda expiação é prova, um subconjunto das provas.
Porém, nem toda prova é expiação, pois há sofrimentos e provas escolhidas pelos espíritos que não têm relação directa com o seu passado delituoso.
Para Kardec, o que caracteriza a expiação é a sua vinculação com um grande erro praticado em vidas passadas, que não deixa de ser uma experiência de prova vinculada a uma consequência grave ocorrida no pretérito.
Em síntese: no acto da preparação de nossa reencarnação na Terra, podemos escolher, com o auxílio dos instrutores espirituais, expiar determinado erro cometido em vida anterior. Simples assim.
Quando tentamos compreender o significado dos termos “encarnação” e “reencarnação”, logo concluímos que encarnar é entrar em corpo carnal e reencarnar é retornar à vida em outro corpo, sucessivas vezes, o que para a Igreja Católica significa a ressurreição dos corpos no dia do juízo final.
Em síntese popular, acredita-se que a encarnação é o acto de entrar pela primeira vez na carne e, reencarnação, a acção de reentrar novamente – a partir da segunda.
Para o Espiritismo, que pode ser considerada a Doutrina da Reencarnação, esses termos possuem subtilezas conceituais.
E para Kardec, que criou uma escala espírita para compreendermos melhor tais diferenciações, os espíritos imperfeitos – que somos nós em grande maioria – necessariamente estão submetidos às provas e às expiações.
Espíritos bons estão submetidos somente às provas e, espíritos puros, nem às provas, nem às expiações.
Portanto, para nós que somos espíritos imperfeitos, reencarnar é entrar de novo na carne por meio das provas e das expiações.
É aí que se encontram as diferenças entre o senso comum do termo e a consideração espírita sobre ele.
Considera-se assim a conceituação espírita de Allan Kardec:
– Espíritos imperfeitos reencarnam (estão submetidos às provas e às expiações).
A matéria predomina sobre o espírito. Sofrem as boas e as más paixões;
– Espíritos bons também reencarnam (estão submetidos apenas às provas).
Sofrem a influência da matéria, mas predominam sobre ela.
Sofrem apenas as boas paixões;
– Espíritos puros não reencarnam, só encarnam (não mais estão submetidos às provas, nem às expiações).
Não sofrem a influência da matéria.
Nunca sofrem paixões.
Um bom exemplo dessas diferenciações é pensarmos que quando Jesus voltou à Terra ele encarnou e não reencarnou, pois encontrava-se na condição de espírito puro em seu inesquecível retorno.
E se retornasse nos dias de hoje, ainda como espírito puro, novamente encarnaria.
Jesus, do ponto de vista corporal, teve um corpo como o nosso quando encarnado.
Do ponto de vista espiritual, é considerado espírito puro que não sofre de paixões humanas.
A paixão de Cristo, na visão espírita, não existe, já que Jesus nunca teve paixões, não ficou triste, nem com raiva, muito menos aborrecido, nervoso ou mesmo amargurado.
Aproveite e aprenda como o mundo foi preparado para receber Jesus.
Sendo assim, ao diferenciarmos esses termos pela óptica espírita, observamos que não há contradições conceituais nas obras espíritas organizadas por Allan Kardec.
Quando ele disse em A Génese, por exemplo, que Jesus encarnou, deixa claro que Espíritos Puros, como é o caso do nosso Mestre Maior, já percorreram todos os graus da escala evolutiva e não estão mais sujeitos à reencarnação.
As provas e as expiações
São conceitos amplamente questionados nos dias de hoje e que costumam confundir muito.
Em seu tempo, Allan Kardec foi muito claro em suas explicações, dizendo que uma expiação nunca é imposta ou mesmo involuntária, já que ela pode ser naturalmente escolhida pelos espíritos reencarnantes.
Pela conceituação espírita, toda expiação é prova, um subconjunto das provas.
Porém, nem toda prova é expiação, pois há sofrimentos e provas escolhidas pelos espíritos que não têm relação directa com o seu passado delituoso.
Para Kardec, o que caracteriza a expiação é a sua vinculação com um grande erro praticado em vidas passadas, que não deixa de ser uma experiência de prova vinculada a uma consequência grave ocorrida no pretérito.
Em síntese: no acto da preparação de nossa reencarnação na Terra, podemos escolher, com o auxílio dos instrutores espirituais, expiar determinado erro cometido em vida anterior. Simples assim.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Erros muito comuns
Quando estamos mergulhados em um mundo de provas e expiações, como ainda se encontra o nosso, e vemos uma pessoa em eterno sofrimento num mar de dores infindáveis, logo dizemos que fulano está em dura expiação.
Nem sempre! É o caso de muitos espíritos encarnados que, desde o nascimento, são portadores de doenças graves.
No entanto, esses não estão necessariamente em expiação, podem ser provas por eles escolhidas para adquirir determinado conhecimento necessário à sua evolução.
Lembramos: todo cuidado é pouco para não julgarmos os nossos irmãos em extrema dificuldade física, material, social ou mesmo moral, apontando nós, inconsequentemente, suas condições como expiação, o que pode ser ou não ser.
Afinal, qual a finalidade de nossa reencarnação?
Para o competente Richard Simonetti, é a de “promover a nossa evolução”.
Diz o dedicado escritor espírita que “no estágio primário de evolução em que nos encontramos, necessitamos das limitações impostas pela carne, que agitam nossa alma ao mesmo tempo em que nos habituam às disciplinas do trabalho”.
§.§.§- Ave sem Ninho
Quando estamos mergulhados em um mundo de provas e expiações, como ainda se encontra o nosso, e vemos uma pessoa em eterno sofrimento num mar de dores infindáveis, logo dizemos que fulano está em dura expiação.
Nem sempre! É o caso de muitos espíritos encarnados que, desde o nascimento, são portadores de doenças graves.
No entanto, esses não estão necessariamente em expiação, podem ser provas por eles escolhidas para adquirir determinado conhecimento necessário à sua evolução.
Lembramos: todo cuidado é pouco para não julgarmos os nossos irmãos em extrema dificuldade física, material, social ou mesmo moral, apontando nós, inconsequentemente, suas condições como expiação, o que pode ser ou não ser.
Afinal, qual a finalidade de nossa reencarnação?
Para o competente Richard Simonetti, é a de “promover a nossa evolução”.
Diz o dedicado escritor espírita que “no estágio primário de evolução em que nos encontramos, necessitamos das limitações impostas pela carne, que agitam nossa alma ao mesmo tempo em que nos habituam às disciplinas do trabalho”.
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Conflitos de conduta e subjugação
Charity era viciada em drogas e deu à luz o menino Páris.
Nove anos depois engravidou novamente e teve a menina Ella.
O menino era mais introvertido e tímido, enquanto Ella era extrovertida, teimosa e determinada.
Charity conseguiu ficar longe das drogas por alguns anos.
Porém, quando Páris tinha 12 anos e Ella 3, teve uma recaída (por seis meses) com cocaína.
Foi difícil para Páris perceber que sua mãe era uma viciada.
Transtornado, com 13 anos de idade, ele sufocou e esfaqueou sua irmã 17 vezes com uma faca de cozinha.
Após o crime, ligou para o 911, o número de emergência local.
Páris disse à polícia que estava dormindo e que, ao acordar, viu que Ella tinha se transformado em um demónio em chamas.
Então, ele teria pegado a faca e tentado matar o "demónio".
Em 2007, Páris foi condenado a 40 anos de prisão pelo assassinato.
Charity estava convencida de que o crime não havia sido um acidente ou resultado de uma psicose temporária, pois, para ela, Páris realmente quis matar a irmã.
Charity acredita que a recaída nas drogas contribuiu para deixar Páris furioso.
Entretanto, do mesmo modo, crê que grande parte do que está por trás da personalidade do filho seja genética, pois o pai de Páris tinha esquizofrenia do tipo paranóica, caracterizada, por exemplo, pela presença de ideias frequentemente de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações.
Cremos que o ambiente familiar e social tem papel importante no desenvolvimento e manutenção de transtorno de conduta.
Em alguns casos o uso de álcool e drogas pela mãe durante a gestação, e também de alguns medicamentos, já foram confirmados.
As pessoas com transtorno de conduta são caracterizadas por padrões persistentes de comportamento socialmente inadequado, agressivo ou desafiante, com violação de normas sociais ou direitos individuais.
São pessoas carentes de amor e de apreço pela sociedade, por isso ignoram o outro.
Adoptam costumes criminosos sem nenhum remorso, conservando-se frios e insensíveis ao que ocorre ao seu redor.
Para a psicologia o “self” nessas pessoas é desconectado do “ego”, padecendo uma rachadura que impede o completo relacionamento que determinaria a sua adaptação ao grupo social.
O Espiritismo explica que isso procede de legados morais e espirituais que brotam das experiências infelizes de outras existências, quando o Espírito delinquiu, camuflando a sua culpa e se esquivando da coexistência social.
E há, em muitos casos, influências espirituais que podem levar a desvios de conduta e mau carácter.
Allan Kardec esclarece que há vários tipos de obsessão, sendo o mais grave o de subjugação, em que o obsessor interfere e domina o cérebro do encarnado.
A subjugação pode ser psíquica, física ou fisio-psíquica.
Assim, as doenças mentais ou físicas também podem, de acordo com o conhecimento espírita, sofrer influências externas.
Recuando à época de Jesus, conferimos que os evangelistas anotaram diversos episódios de obsessões.
A exemplo de Lucas, que descreveu o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?”. [1]
Numa acção obsessiva, seguida de possessão e vampirismo, o evangelista Marcos escreveu sobre o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal feroz, refugiado nos sepulcros. [2]
No episódio da obsessão envolvendo alma e corpo, o apóstolo Mateus anotou que o povo trouxe ao Mestre um homem mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação e, afastado o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente reconduzido à fala. [3]
Nove anos depois engravidou novamente e teve a menina Ella.
O menino era mais introvertido e tímido, enquanto Ella era extrovertida, teimosa e determinada.
Charity conseguiu ficar longe das drogas por alguns anos.
Porém, quando Páris tinha 12 anos e Ella 3, teve uma recaída (por seis meses) com cocaína.
Foi difícil para Páris perceber que sua mãe era uma viciada.
Transtornado, com 13 anos de idade, ele sufocou e esfaqueou sua irmã 17 vezes com uma faca de cozinha.
Após o crime, ligou para o 911, o número de emergência local.
Páris disse à polícia que estava dormindo e que, ao acordar, viu que Ella tinha se transformado em um demónio em chamas.
Então, ele teria pegado a faca e tentado matar o "demónio".
Em 2007, Páris foi condenado a 40 anos de prisão pelo assassinato.
Charity estava convencida de que o crime não havia sido um acidente ou resultado de uma psicose temporária, pois, para ela, Páris realmente quis matar a irmã.
Charity acredita que a recaída nas drogas contribuiu para deixar Páris furioso.
Entretanto, do mesmo modo, crê que grande parte do que está por trás da personalidade do filho seja genética, pois o pai de Páris tinha esquizofrenia do tipo paranóica, caracterizada, por exemplo, pela presença de ideias frequentemente de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações.
Cremos que o ambiente familiar e social tem papel importante no desenvolvimento e manutenção de transtorno de conduta.
Em alguns casos o uso de álcool e drogas pela mãe durante a gestação, e também de alguns medicamentos, já foram confirmados.
As pessoas com transtorno de conduta são caracterizadas por padrões persistentes de comportamento socialmente inadequado, agressivo ou desafiante, com violação de normas sociais ou direitos individuais.
São pessoas carentes de amor e de apreço pela sociedade, por isso ignoram o outro.
Adoptam costumes criminosos sem nenhum remorso, conservando-se frios e insensíveis ao que ocorre ao seu redor.
Para a psicologia o “self” nessas pessoas é desconectado do “ego”, padecendo uma rachadura que impede o completo relacionamento que determinaria a sua adaptação ao grupo social.
O Espiritismo explica que isso procede de legados morais e espirituais que brotam das experiências infelizes de outras existências, quando o Espírito delinquiu, camuflando a sua culpa e se esquivando da coexistência social.
E há, em muitos casos, influências espirituais que podem levar a desvios de conduta e mau carácter.
Allan Kardec esclarece que há vários tipos de obsessão, sendo o mais grave o de subjugação, em que o obsessor interfere e domina o cérebro do encarnado.
A subjugação pode ser psíquica, física ou fisio-psíquica.
Assim, as doenças mentais ou físicas também podem, de acordo com o conhecimento espírita, sofrer influências externas.
Recuando à época de Jesus, conferimos que os evangelistas anotaram diversos episódios de obsessões.
A exemplo de Lucas, que descreveu o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?”. [1]
Numa acção obsessiva, seguida de possessão e vampirismo, o evangelista Marcos escreveu sobre o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal feroz, refugiado nos sepulcros. [2]
No episódio da obsessão envolvendo alma e corpo, o apóstolo Mateus anotou que o povo trouxe ao Mestre um homem mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação e, afastado o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente reconduzido à fala. [3]
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Re: ARTIGOS DIVERSOS III
Na obsessão indirecta, cuja vítima padece de influência aviltante, sem perder a própria responsabilidade, o discípulo amado João registou que um Espírito perverso havia colocado no sentimento de Judas a ideia de negação do apostolado. [4]
E na complicada obsessão colectiva causadora de “moléstias-fantasmas”, encontramos o episódio em que Filipe, transmitindo a mensagem do Cristo entre os samaritanos, conseguiu que muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto, com o simples afastamento dos Espíritos inferiores que os molestavam. [5]
Diante dessas inquietações espirituais, Emmanuel afirma que o Novo Testamento trata o problema da obsessão com o mesmo interesse humanitário da Doutrina Espírita.
Em face disso, devemos manter-nos atentos e ampliar o serviço de socorro aos processos obsessivos de qualquer procedência, porque os princípios de Allan Kardec revivem os ensinamentos de Jesus, na antiga batalha da luz contra a sombra e do bem contra o mal. [6]
Jorge Hessen
Referências bibliográficas:
[1] Lucas, 4: 33, 35.
[2] Marcos, 5: 2, 13.
[3] Mateus, 9: 32, 33.
[4] João, 13: 2.
[5] Actos, 8: 5, 7.
[6] XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2001.
§.§.§- Ave sem Ninho
E na complicada obsessão colectiva causadora de “moléstias-fantasmas”, encontramos o episódio em que Filipe, transmitindo a mensagem do Cristo entre os samaritanos, conseguiu que muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto, com o simples afastamento dos Espíritos inferiores que os molestavam. [5]
Diante dessas inquietações espirituais, Emmanuel afirma que o Novo Testamento trata o problema da obsessão com o mesmo interesse humanitário da Doutrina Espírita.
Em face disso, devemos manter-nos atentos e ampliar o serviço de socorro aos processos obsessivos de qualquer procedência, porque os princípios de Allan Kardec revivem os ensinamentos de Jesus, na antiga batalha da luz contra a sombra e do bem contra o mal. [6]
Jorge Hessen
Referências bibliográficas:
[1] Lucas, 4: 33, 35.
[2] Marcos, 5: 2, 13.
[3] Mateus, 9: 32, 33.
[4] João, 13: 2.
[5] Actos, 8: 5, 7.
[6] XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2001.
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