LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 10:19 am

Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem”
Diria que o desequilíbrio é uma criação do nosso ego e não está necessariamente no princípio que gera a paixão.
A paixão é em princípio o deslumbramento, o interesse, o fascínio e a admiração.
É uma sensação de sentir que algo ou alguém é especial e que há uma magia em torno deste algo ou alguém e esta magia nos mantém cativados e ligados a este ser ou objecto.
Está relacionada com uma sensação de incompletude que impulsiona a humanidade ao progresso, se o ser humano fosse completo e acabado ele não se apaixonaria por nada.
É a incompletude que o faz buscar algo e/ou alguém que lhe dê alguma compensação emocional.
É por isso que dizem os Espíritos que o princípio das paixões foi colocado no homem para o seu bem e a paixão o tem feito realizar grandes coisas em benefício do seu progresso:
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência.
Mas, se, em vez de as dirigir, deixa que elas o dirijam, cai o homem nos excessos e a própria força que, manejada pelas suas mãos, poderia produzir o bem, contra ele se volta e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural.
O princípio das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa existência.
A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento.
Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como consequência um mal qualquer.
O que combatem os Espíritos é a situação em que a paixão fortalece nossa natureza animal e nos distancia da natureza espiritual.
Quando a paixão é direccionada para um ideal nobre, para uma grande realização, ela é sempre positiva, o problema é que ela tem sido usada apenas para a realização de nossos interesses mesquinhos e egoístas.
Mas estamos no dia dos namorados, o que você leitor quer saber é se essa paixão dos namorados é boa ou ruim, verdadeira ou falsa; se devemos ou não nos deixar levar por ela ou fazer como anuncia o primeiro parágrafo.
Eu respondo. Ela é falsa, mas se deixe levar por ela mesmo assim.
Aliás, de certa forma, tudo aqui é falso meu amigo!
O que você acha que é real?
Todo mundo sabe que a paixão passa um dia e que, sobre a pessoa por quem nos apaixonamos, projectamos nossas ilusões e é muito provável que o outro não corresponda plenamente a essas expectativas causando-nos desilusão.
As ilusões existem por uma razão.
Elas não estão aí apenas para nos despistar.
A ilusão é um esboço mal feito da realidade porque não conseguimos ainda enxergar a realidade.
Ainda somos seres inferiores e incompletos, não podemos compreender plenamente a vida em sua essência espiritual mais pura.
A matéria exerce um papel fundamental em nossa caminhada evolutiva, permitindo que gradualmente conheçamos as verdades espirituais.
Se não fossem as ilusões não descobriríamos a realidade.
Como distinguir as coisas sem contrastes?
O que é a ilusão se não o contraste que nos permite distinguir a realidade?
Exemplificando, é como se eu lhe mostrasse a foto de uma amiga minha, você fará uma ideia de como ela é melhor do que outra pessoa a quem eu apenas a descrevi com palavras, mas só eu sei de facto como ela é porque eu a conheço pessoalmente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 10:19 am

Se eu te peço para buscá-la no aeroporto, provavelmente você a encontraria mais rápido do que alguém que não viu a foto.
Assim, apesar da imagem da foto não ser a realidade, ela foi útil e te ajudou a conhecer a realidade e encontrar minha amiga mais facilmente.
Você pode até se decepcionar e achar que ela era mais bonita na foto, pode até nem querer encontrá-la com medo que isso aconteça e permanecer apaixonado pela foto, isso sim seria uma distorção e uma fuga da realidade.
Há pessoas que preferem viver sempre apaixonadas e fogem de um relacionamento sempre que se deparam com a realidade, são ainda imaturas espiritualmente e não entenderam ainda a finalidade das ilusões.
Vivemos em um mundo de ilusões, temos uma imagem ilusória de quem somos e uma imagem ainda mais ilusória de quem é o outro, mas se não nos interessarmos por essas ilusões, como descobriremos um dia a verdade?
Se a vida é uma ilusão devo por isso perder meu interesse pela vida?
A ilusão, meus amigos, é só uma das facetas da realidade porque no universo só existe a realidade e se criamos ilusões, de alguma forma elas são reais e necessárias porque nós as criamos.
A paixão se metamorfoseará em amor quando existir uma relação equilibrada, a paixão sonha em transformar-se em amor, porque é o amor que dá sentido à vida e é a razão e o alimento da própria vida.
Assim não há problema se você se apaixona pela bela moça desconhecida.
Não precisa se sentir inferior ou culpado por apaixonar-se por alguém que nem conhece direito.
Se você conhecesse direito não se apaixonaria mesmo, porque quando conhecemos bem alguém já não há espaço para nos iludirmos.
Mas lembre-se do que dizem os Espíritos, devemos manter controle sobre a paixão para que ela não nos domine e dê vazão às nossas psicoses, neste caso ela se tornará patológica, é o caso dos que se apaixonam todos os dias por uma pessoa diferente ou que perdem os limites da razão, da civilidade e até da legalidade para submeter o outro às suas fantasias.
A atracção física é um processo natural e biológico.
Não é pecado.
Se você não sente nenhuma atracção física pelo sexo oposto isto pode ser patológico, você pode está sob algum recalque ou repressão psicológica causada por algum trauma ou desilusão passada, algum abuso ao qual foi submetido(a), ou talvez tenha algum problema hormonal que comprometeu suas funções biológicas, é bom procurar um especialista.
A maioria das vezes que um homem se aproxima de uma mulher, e vice versa, isso ocorre por um interesse físico, mas nos dias actuais isso não garante que o outro fique ao seu lado.
A maioria dos religiosos se sentem culpados por sentirem atracção física por outra pessoa e vivem lutando contra isso.
O desejo reprimido se torna patológico e pode virar distúrbio no futuro.
O ideal é encarar o processo com naturalidade.
Se sentimos atracção, óptimo!, isso quer dizer que estamos vivos e saudáveis, o que faremos com isso, é uma questão de princípios.
Para as pessoas mais vividas basta uma primeira conversa para saber se a moça ou rapaz são apenas uma carinha bonita ou se tem algum tutano.
Outro facto interessante é que depois de viver muitas paixões e descobrir que beleza física, carácter e inteligência dificilmente andam as três juntas, as pessoas descobrem que mais vale abdicar de certos padrões rígidos de beleza e privilegiar o carácter e inteligência, isso, claro, se se tratar de uma pessoa de bom carácter e com um mínimo de inteligência.
Até porque a beleza é corroída pelo tempo enquanto as outras características se fortalecem com ele.
Você quer saber se está escolhendo a pessoa certa?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 10:20 am

Imagine-se velho ao lado desta pessoa, sem beleza e sem glamour e pergunte-se se você suportaria estar ao lado dela assim mesmo.
Se a resposta for não, então pule fora!
É interessante também que nos deixamos seduzir porque o outro alimenta nossas expectativas e ilusões.
Sobre este aspecto, outra coisa que aprendemos com o tempo é a não nos iludirmos com palavras bonitas e juras de amor eterno e estar mais atento para as atitudes do ou da pretendente.
Não é um bom sinal quando as atitudes contrariam o que dizem as palavras.
Eu queria propor uma reflexão aos defensores das máximas do primeiro parágrafo.
Apenas quero reflectir sobre o motivo real que os levaram a pensar assim.
Muitos dos que dizem evitar ou fugir das paixões no fundo fogem da vida e de vivenciar emoções sobre as quais não tem controle.
São medrosos e tem baixa estima e baixa tolerância à frustração e aí ficam com esse discurso intelectualoide, fingindo ser inabaláveis e estarem acima da carne seca.
Acham que por evitarem as paixões evitarão também frustrações e sofrimentos.
Vivem uma vida insípida e sem graça, eles não desistiram apenas de se apaixonar por alguém, mas desistiram de se apaixonar pela vida.
Depois de quebrar a cara algumas vezes as pessoas geralmente endurecem seus corações e dizem que não vão mais se apaixonar, mas basta assistir uma comediazinha romântica para ficar dando suspiros e escondendo as lágrimas.
Todos sonhamos com um final feliz!
Destes bem caretas e previsíveis.
Afinal, existe coisa menos original que a paixão?
Sim, é sempre a mesma história que se repete, não é nada original, ela parece brega e superada, ela inspira canções e histórias que parecem todas iguais e que no final acabam com um casal apaixonado que viveu feliz para sempre, e apesar de brega e pouco original, nada consegue se manter na moda por tanto tempo.
A indústria cinematográfica e a mídia exploram essa nossa necessidade para vender seus produtos.
Lembre, a paixão existe por nossa incompletude, por nosso anseio de progresso que nos leva a buscar uma simetria que ainda não existe no campo do nosso sentimento.
O sonho de nos completarmos projecta-se no mundo e nas pessoas fazendo-nos apaixonarmos, desistir de se apaixonar é desistir de progredir é desistir de sonhar.
Outro factor fundamental para a nossa saúde psíquica é que precisamos viver emoções.
Como diz Roberto Carlos:
“se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”, me desculpem se estou ficando meio brega, mas se estou falando de paixão tenho licença para sê-lo.
Viver é aprender com as emoções.
Afinal, o que todos queremos é ser felizes e felicidade é um sentimento, como você vai aprender a “se sentir feliz” se você se priva de sentir qualquer coisa?
As pessoas frustradas ficam congeladas emocionalmente, tornam-se loucas ou psicopatas.
Quando nos permitimos viver uma paixão estamos nos permitindo sonhar e o sonho não te dá garantias de que se realizará, o sonho só te dá esperanças.
Temos medo de ter esperanças e nos decepcionarmos e assim preferimos ser pessimistas e dizer:
“eu não preciso de sonhos e ilusões”.
Admiro, sobretudo, as pessoas mais experientes que apesar de terem passado por muitas desilusões amorosas são capazes de se apaixonar novamente.
Não inexperientemente como na adolescência, mas sem perder a magia e a esperança.
Eu mesmo sou um grande apaixonado.
Enquanto escrevo estas palavras toca aqui o CD do espanhol Luis Miguel, romantíssimo!
E é claro que também tenho uma musa inspiradora para escrever assim sobre a paixão.
Como eu poderia escrever assim se não fosse um apaixonado?
Sou do tipo que ainda manda flores e que já varou noites escutando músicas românticas, mas que no outro dia está de pé com os pés no chão sem perder o senso prático da vida.
Mas antes de tudo sou um apaixonado pela vida e me divirto com cada desilusão como se assistisse uma virgem que despe cada um dos seus véus em uma dança sensual.
As ilusões são véus que tornam a verdade mais sensual e misteriosa.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Considerações Sobre a Cura

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 7:50 pm

Tudo quanto nasce, morre.
É uma fatalidade inderrogável.
A vida, para viver, exige energia, e todo o processo vital, à medida que desempenha o mister, gasta-se, consome-se.
Todos os seres vivos, em consequência, nascem, vivem, enfermam, envelhecem e morrem.
Nesse panorama que se manifesta nos seres sencientes, tem lugar a dicotomia saúde/doença.
Nas criaturas humanas, esse fenómeno transcende o impositivo fundamental, dependendo do ser, em si mesmo, muito mais do que da fatalidade biológica.
O Espírito é sempre o responsável por todas as manifestações que surgem na organização molecular.
É ele que modela o corpo de que se utilizará durante o périplo carnal, nele imprimindo as suas necessidades morais de acordo com o programa da evolução.
É, desse modo, o agente responsável pelo equilíbrio ou destrambelho celular.
A ocorrência tanto pode acontecer por ocasião das manifestações patológicas congénitas, como também sem qualquer influência da hereditariedade.
Em muitas ocasiões, por impositivo da Lei de Afinidade, o Espírito é atraído para os futuros progenitores, junto aos quais tem compromissos que lhe oferecem os genes propiciatórios à instalação das formas degenerativas ou não, de que se revestirá para os resgates que lhe são necessários.
A presença, portanto, dos fenómenos graves, de disfunções teratológicas, decorre dos títulos infelizes referentes aos comportamentos desastrosos em existências transactas.
Concomitantemente, em razão dos males praticados, vincula-se às vítimas que ficaram maceradas na retaguarda e não tiveram resistências morais para perdoar o que lhe sofreram, sendo atraídas pelo impositivo da identidade fluídica e vibratória, dando lugar aos transtornos obsessivos, às vezes, antes do berço...
Confundem-se, inevitavelmente, os gravames, dando lugar aos processos lamentáveis das doenças de variada etiologia, ampliadas pelas influências espirituais daqueles infelizes ora transformados em algozes inclementes.
Desde priscas eras, os seres humanos, inspirados pelos Espíritos nobres, compreenderam essa intercorrência, dando origem ao xamanismo, às pajelanças, por cujo conhecimento da vida espiritual elaboraram alguns processos de cura das enfermidades derivadas do convívio com os desencarnados em sofrimento.
Variando de denominação, os mortos influenciavam os seres humanos, sendo afastados, quando tal acontecia, através de métodos compatíveis com o seu estado de lucidez ou de ignorância.
Surgiram, então, os cerimoniais, os exorcismos, as técnicas variadas que o Espiritismo aprimorou nos memoráveis diálogos com os desencarnados nas reuniões mediúnicas especializadas, através de sensitivos adestrados e devotados à prática do bem.
Jesus, por conhecer a causalidade das ocorrências, usava a Sua autoridade moral para aplicação da terapêutica do amor, libertando os enfermos não somente das influências maléficas, como também das deformidades e degenerescências orgânicas.
Os extraordinários casos de pacientes cegos, surdos e mudos, da atormentada hemorroíssa, do portador de mão mirrada demonstram o Seu poder de agir nos tecidos subtis do períspirito, precipitando o movimento das moléculas que restauravam os órgãos.
Nada obstante, sempre advertia aos recém-curados que preservassem a saúde moral, a fim de não insculpirem no organismo danos mais graves em decorrência da conduta insana.
A enfermidade, no entanto, não é um castigo ou punição divina de que o seu padecente se deve libertar de imediato.
Possui uma função mais significativa, que é trabalhar os valores morais, aprimorá-los, enquanto desenvolve resistências íntimas para os futuros embates evolutivos…
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 7:51 pm

Na actualidade, graças às conquistas da ciência e da tecnologia médica, aos saneamentos básicos, às contribuições da alimentação correta e aos programas de exercícios equilibrados, várias enfermidades dizimadoras têm recebido consideração adequada, algumas das quais já foram eliminadas, enquanto a vida física tornou-se mais longa e melhor...
Entretanto, porque não tem havido correspondente desenvolvimento moral, equilíbrio ético nos relacionamentos e serviços de dignificação, proliferando os vícios dourados, a frivolidade e os desvios para os crimes, alguns hediondos, as mentes em desvario têm criado outras graves e dolorosas enfermidades que cobram elevados preços à insensatez e à irresponsabilidade.
Pululam os transtornos emocionais, os de natureza psíquica, assim como os tormentosos fenómenos cardiovasculares, neoplásicos, gástricos, ao lado dos males degenerativos e infecções que atingem cifras alarmantes.
O Espiritismo chegou à Terra para iluminar as consciências e consolar as emoções em desespero, sustentando os fracos e fortalecendo-os para oferecer conforto aos desesperados pela ausência física dos afectos que a morte lhes arrebatou do convívio, para curar os corpos e proporcionar bem-estar para um bem viver aprazível.
A fim de ser conseguido o mister, a Revelação Espírita objectiva, essencialmente, o trabalho de renovação moral para melhor de cada qual, de construção edificante, assim como o amealhar de valores edificantes.
A cura das enfermidades, antes de ter prioridade no conceito espírita, é menos relevante, porque possui um carácter secundário ante o impositivo precípuo do paciente, o Espírito, do qual procedem as ondas vibratórias contínuas que lhe proporcionam o equilíbrio ou o desconserto celular.
Comprova-se em outras áreas, na ciência médica, que o pensamento é portador de força ainda não totalmente mensurada.
A sua intensidade sobre a organização física, emocional e psíquica responde pelas ocorrências na área da saúde.
Cada um vive, portanto, sem dar-se conta no continente mental e experiência na forma física tudo quanto cultiva no pensamento.
Contribuir-se espiritualmente para que as pessoas despertem para a sua realidade é dever que se impõe a todo discípulo do Evangelho restaurado, que advoga a Lei de Causa e Efeito como responsável por todos os acontecimentos humanos.
Prometer-se curas mediante as técnicas fluido-terápicas é maneira ineficaz para a boa propaganda da Revelação dos Imortais.
O paciente recuperado que se não modifica interiormente volta à ribalta do sofrimento em decorrência da irresponsabilidade.
Demais, nem todo doente se recuperará, em razão da necessidade evolutiva no estágio de resgate em que se encontra, vivenciando expiação redentora.
É compreensível a busca e a oferta de milagres na área da saúde.
No entanto, a atitude correta é sempre a da cura interior, da instalação da saúde espiritual, que sempre proporciona paz e alegria, mesmo quando sob a injunção do sofrimento.
A biomédica, por sua vez, recomenda que a saúde integral é preservada quando os indivíduos mantêm condutas saudáveis, tanto do ponto de vista físico como emocional, cultivando pensamentos elevados que proporcionam clima de alegria e de paz.
O cultivar de tormentos de qualquer natureza, desde a moderna e vulgar área do erotismo, assim como da drogadição em fuga da realidade, a manutenção das paixões dissolventes, a cultura do ressentimento e do ódio, da competição desleal para a conquista das migalhas financeiras e dos destaques ilusórios na sociedade, evidentemente criam transtornos nas neuro-comunicações, com a consequente presença de tóxicos mentais que desorganizam o raciocínio e contribuem para alguns distúrbios emocionais e também orgânicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 7:52 pm

A somatização de problemas responde pela presença de diversas enfermidades geradas pelo comportamento do paciente, dando lugar aos distúrbios gástricos, respiratórios, cardíacos e psicológicos.
A saúde mental é essencial para a conquista das outras expressões de bem-estar.
Conscientizar o indivíduo em torno dos seus compromissos para com a existência e a grave responsabilidade pela actual reencarnação deve ser o comportamento de todo aquele que deseja exercer a mediunidade curadora, auxiliando na causa de todos os fenómenos, ao tempo em que poderá fomentar a contribuição fluídica, a fim de atenuar ou liberar o sofrimento daqueles que buscam a paz.
Mantendo, porém, o esclarecimento de que a cura de um órgão não significa saúde real, porque o problema moral não resolvido ressurgirá em outro aspecto, em forma de nova doença.
Conversações de significado nobre, convivência fraternal, labor em favor do próximo, esforço pessoal para o cultivo do bem-estar, hábito da oração que eleva o ser a dimensões superiores da Vida, constituem a terapêutica preventiva para todos os males, ao mesmo tempo curativa, quando estão instalados os problemas na área da saúde.
Caberia repetir o provérbio latino elaborado pelo poeta romano Juvenal: Mente sã em corpo saudável.
Portanto, o compromisso do Espiritismo, embora a sua valiosa contribuição nos problemas da saúde humana, é com a modificação moral de cada ser, a aquisição do equilíbrio interior que se manifestará em forma de harmonia.
Além do mais, ter-se sempre em vista que uma existência, mesmo saudável, por mais longa que seja, alcança o final, consumida pela fatalidade da morte ou desencarnação.
Estar-se preparado para o Mais-além é a proposta sublime da Revelação dos Imortais.

Manoel Philomeno de Miranda, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 26 de fevereiro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 28, 2018 10:50 am

RESILIÊNCIA – Espiritismo e Espírita
A palavra “Resiliência” é de nossa predilecção, por três factores.
Primeiro, por sua sonoridade.  
Segundo, por seu significado.
Oriundo da Física, define uma das propriedades específicas da matéria:
a capacidade dos materiais em retornar ao seu estado original após a aplicação de uma determinada força.
Terceiro, por experimentar e estender esse carácter à própria vida.
Como professores que somos, insistimos e persistimos na crença de que a Educação pode modificar a realidade das pessoas.
O Prof. José Pacheco, no livro “Pequeno Dicionário das Utopias da Educação”  faz uma importante afirmação, quando trata do verbete “Resiliência”:
“Quem acredita ser fácil manter a união de uma equipa, ou resistir à maldade que se abate sobre quem ousa fazer diferente, ilude-se. Os projectos são fruto da resiliência.”
Pensando na nossa profissão, entendemos que o professor precisa estar disposto a mudar, a se adaptar e a aprimorar técnicas de ensino para propiciar o aprendizado a cada aluno.
Se pensarmos nas instituições espíritas, vamos também entender que precisamos ter a mesma disposição para o ensino e a aprendizagem da Doutrina Espírita.
Como pais, também vamos buscar estratégias diferentes de ensino para nossos filhos, adaptando à condição evolutiva de cada um deles.
É interessante o uso do termo “ensino” em se tratando de Espiritismo.
Allan Kardec, no capítulo “Do Método”, na primeira parte de O Livros dos Médiuns, nos orienta:
“Não se espantem os adeptos com esta palavra — ensino.
Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna.
Há também o da simples conversação.
Ensina todo aquele que procure persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências. “
Observamos que a afirmativa do Codificador se aplica às instâncias que citamos anteriormente:
na profissão de educador, na instituição espírita e na família.
E em todas essas instâncias da nossa vivência, muitas vezes somos visitados pelo desânimo, pelas dificuldades e quase nos sentimos abatidos.
Daí vem a “Resiliência” que, entendida no sentido espiritual da nossa vivência, nos torna ainda mais fortes para enfrentarmos os desafios da oportunidade reencarnatória.
E a partir das nossas experiências vamos mudando naquilo que precisamos mudar, fortalecendo aquilo que já alcançamos e nossos projectos vão frutificando.
Neste momento em que o planeta Terra tem experimentado intensas mudanças, precisamos reflectir diariamente sobre a nossa prática (como profissionais, como pais, como espíritas) e sobre o lugar que as novas gerações ocupam e ocuparão no mundo, sempre numa perspectiva de educação cidadã e moral.
Sim, aqui precisamos reflectir sobre as orientações de Allan Kardec no comentário à questão 685 de O Livro dos Espíritos:
“Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência económica não passa de simples teoria.
Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral.
Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.
Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem?
Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis.
A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar.
Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.”
Nem sempre será fácil ou simples.
Para isso, dedicação, cuidado e “Resiliência” para seguir em frente, sendo usados como combustíveis para a nossa actuação em nossa sociedade.
Seguindo sempre para frente e para o alto!

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty A Morte Dói?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 28, 2018 7:50 pm

Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor.
É natural, gostamos da pessoa e desejamos que continue vivendo connosco.
Mas, a morte é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo.
A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos…
E muitos perguntam, talvez temerosos do momento em que também enfrentarão a circunstância e acerto de contas com D. Morte: ela dói?
O que ensinam os espíritos a respeito?
Em O Livro dos Espíritos, há um capítulo inteiro sobre o assunto:
é o III, do livro segundo, com o título Retorno da vida corpórea à vida espiritual.
As questões 149 a 165 esclarecem o assunto.
Para não ficarmos em simples transcrição das respostas dadas pelos espíritos, fizemos breve resumo de forma didáctica para melhor entendimento do assunto.
Mas remetemos o leitor à pesquisa directa às questões citadas.
No instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de origem;
Uma vez no chamado outro mundo, conserva plenamente sua individualidade;
A separação da alma e do corpo não é dolorosa.
O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte;
A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo;
A sensação que se experimenta no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos depende do que fizeram em vida.
Se foram bons, sentirão enorme alegria.
Se foram maus, sentirão vergonha;
Normalmente reencontra aqueles que partiram antes, se já não reencarnaram;
A consciência de si mesmo vem aos poucos.
Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um;
Compreender antes o assunto exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência.
Indicamos ainda ao leitor, estudar o livro O Céu e o Inferno, também de Allan Kardec, onde há diversas descrições do momento da morte e do pós-morte, de espíritos nas mais variadas condições evolutivas.
O livro Depois da Morte, de Léon Denis e Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz/Chico Xavier também trazem muitas explicações sobre o interessante tema.
Há, também, uma série enumerável de livros de mensagens enviadas por desencarnados aos ente-queridos que ficaram.
Entre eles, o famoso Jovens no além, de 1975, recebido por Chico Xavier.
O filme Joelma 23º andar, baseado no incêndio ocorrido em São Paulo, mostra bem a questão da continuidade da vida.
Não tema a morte.
Ela faz parte do processo evolutivo.
Viva de maneira prudente, faça o bem que puder e quando soar seu momento, vá sem medo.
Mas nunca a busque ou a precipite.
Tudo tem seu momento na vida e todos temos algo a fazer num tempo programado.
Para aqueles que foram antes, guarde a convicção de breve reencontro e ore pela felicidade deles.
Eles receberão a mensagem de seu coração.

Autor: Orson Peter Carrara

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty AS RAZÕES DE DEUS

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 29, 2018 10:36 am

Assim como os irracionais, o ser humano também tem uma programação básica que se manifesta na forma de instintos, a conduzi-lo pelos caminhos da vida.
O instinto gregário, que lhe impõe a vida em sociedade.
O instinto do acasalamento, que favorece a constituição da família.
O instinto sexual, que sustenta a perpetuação da espécie.
O instinto de conservação, que o estimula a lutar pela sobrevivência.
Mas há no Homem, além dos instintos, algo que o distingue dos demais seres da criação – a inteligência, o pensamento contínuo, a capacidade de aprender, de acumular informações e tomar consciência de sua própria existência.
Com semelhantes conquistas habilita-se a exercitar a razão, a avaliar situações e tomar decisões, desenvolvendo experiências a partir de suas próprias iniciativas nos domínios do livre-arbítrio.
O problema é que o exercício da razão está subordinado à nossa compreensão, à maneira como vemos o Mundo.
Um homem inteligente pode desenvolver ideias contraditórias, estribando-se em raciocínios convincentes.
É bastante ilustrativo o exemplo de Emmanuel Kant, famoso filósofo alemão que, em seu ensaio a Crítica da Razão Pura suprimia a ideia de Deus.
Acontece que Kant tinha um velho criado que era muito religioso e se comovia até as lágrimas por ver seu amo com ideias iconoclastas.
O filósofo considerou:
– O pobre homem não será feliz sem um deus; e as pessoas devem ser felizes neste mundo.
O bom senso prático o exige.
Então, em homenagem ao criado, escreveu a Crítica da Razão Prática, que reinstalava Deus no Universo.
Lamente-se que Kant não tenha usado sua habilidade filosófica para escrever uma crítica da razão pervertida, demonstrando como sentimentos inferiores podem induzir o homem a seguir por tortuosos caminhos, em descaradas racionalizações.
Para os romanos era de boa lógica torrar os cristãos na fogueira ou transformá-los em comida de leão.
O Cristianismo incomodava.
E unia-se o útil ao agradável.
O povo precisava de diversão.
Os cristãos eram instrumentos ideais.
Não reagiam, morriam entoando cânticos de louvor.
Um espectáculo magnífico.
A revolução francesa, contrapondo-se ao absolutismo monárquico, pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre os homens, entronizando a deusa razão no lugar da religião.
No entanto, revelando uma visão distorcida desses princípios, seus líderes mandavam para a guilhotina, sem nenhuma fraternidade, os que exercitavam a liberdade de criticar-lhes os desmandos.
Diz Manon Roland, uma de suas vítimas:
– Oh, liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!
Em nome da razão, grupos activistas e pensadores têm procurado justificar ideias que contrariam frontalmente elementares princípios da Lei Natural.
Em nome da razão fala-se da legalização do aborto no Brasil.
Argumenta-se que em nosso país são realizados perto de três milhões de abortos clandestinos, anualmente, por pessoas não habilitadas, sem condições de assepsia, sem higiene, sem cuidados essenciais, principalmente na classe pobre.
Há sérios riscos para a mulher, envolvendo particularmente infecções que podem levar à morte.
Em nome da razão muita gente defende a pena de morte.
Afirma-se que a sociedade não deve assumir encargo de alimentar delinquentes e que sua morte serviria para inibir o comportamento criminoso.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 29, 2018 10:37 am

Em nome da razão há quem recomende a eutanásia.
Seria um ato de misericórdia para pacientes terminais que estão sofrendo muito. Imperioso abreviar seus padecimentos.
Enquanto a razão for exercitada a partir de uma visão estreita da existência humana, veremos as pessoas enveredando por tortuosas ideias fantasiadas de racionalidade.
A grande contribuição que o Espiritismo nos oferece, neste particular, capaz de iluminar a razão, dando-nos condições para trilhar caminhos mais acertados, é a visão do Mundo Espiritual, com o conhecimento do inter-relacionamento entre Espíritos encarnados e desencarnados, e as consequências das acções humanas.
Isso nos leva a uma imperiosa rectificação de conceitos.
O aborto é um assassinato intra-uterino.
O embrião não é uma promessa de vida, mas uma vida em desenvolvimento, com a presença de um Espírito iniciando a reencarnação.
Não raro é alguém que veio para reajustes em relação à futura mãe e que, expulso do ventre materno, poderá se voltar contra ela, originando complexos quadros obsessivos.
Além do mais a mulher que pratica o aborto provoca lesões em seu perispírito que mais cedo ou mais tarde se reflectirão no corpo físico, originando disfunções variadas como esterilidade, infecções renitentes, tumores, frigidez...
A pena de morte elimina o homem criminoso, mas também libera o criminoso espiritual, com a vantagem da invisibilidade.
Ele passa a assediar pessoas com tendências ao crime, perpetuando a violência.
A eutanásia, além de subtrair dores depuradoras, situa o paciente em posição de perplexidade e turvamento mental que retarda sua readaptação à vida espiritual.
Com o Espiritismo superamos a visão estreita do homem perecível e atingimos a visão ampla do Espírito imortal, com o que iluminamos o entendimento para que nossas razões, no exercício da inteligência, sejam sempre as razões de Deus, no cumprimento de sua vontade soberana, edificando o futuro de bênçãos.

Richard Simonetti

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Que nos importa? Isso é contigo. [¹]

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 29, 2018 7:59 pm

Eu juro por mim mesmo, disse Senhor Deus, que não quero a morte do ímpio, mas quero que o ímpio se converta, que deixe o seu mau caminho, e que viva. [2]
Pensar a natureza do homem, do instinto a responsabilidade, tem sido um grande desafio àqueles que se debruçam sobre a evolução nos seus aspectos físicos, psíquicos, morais, emocionais, intelectuais e culturais.
Ao longo da evolução hominal nos deparamos com um ser milenar que fora capaz de alterar não só a anatomia física, mas toda a anatomia social, a fim de ajustar-se e adaptar-se aos dispositivos evolutivos legítimos.
O homem, nos primórdios da história, um ser primitivo, animado, pensante passa a utilizar o raciocínio, ainda que instintivo, para grandes e profundas transformações no seu habitat.
Consequentemente é activada outras potencialidades do espírito que passa a se servir das percepções e consciência para tornar-se mais livre e senhor das acções que modificariam suas relações com o meio, com o semelhante e consigo mesmo.
Avançando milhares de anos nesse processo, que foi e continua sendo vagaroso, encontramos o homem do Século 21, que usa a razão para tomar decisões, que se serve da inteligência para evoluir em variados aspectos, porém, que tem se acomodado diante da responsabilidade de se servir do seu próprio entendimento para resolver seus pungentes conflitos existenciais.
Mergulhados no abissal oceânico de conflitos, provas e expiações, o homem contemporâneo angústia- se, sofre, deprime-se e nega por desconhecimento a possibilidade de uma vida venturosa após a experiência física.
O coração de muitos começa a esfriar, porque a iniquidade reprime a esperança.
O evangelista Mateus ilustrou “e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” [3]
A descrença nos valores da vida estuante é palpável.
É visível. É triste, porém!
O atlas da violência actualizado (2018) regista o número estarrecedor de 62 mil homicídios por ano no Brasil, país onde se difunde em abundância a literatura espírita.
Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), em 2016 houve 62.517 homicídios no Brasil.
Isso implica dizer que, pela primeira vez na história, o país superou o patamar de trinta mortes por 100 mil habitantes. [4]
A violência é o mal do século, entretanto os homens, os seres inteligentes da criação, precisam accionar o “mecanismo da coragem” e avançar para que suas acções minimizem o impacto negativo das sombras que vigoram em cada um.
A banalização do mal é a representação diáfana de uma sociedade moralmente despedaçada.
O egoísmo, o orgulho, a insensibilidade são as metáteses que corroem o organismo social.
O auto fascínio tem gerado o narcisismo e vai isolando o homem hodierno, remetendo-o para as cavernas pré-históricas das relações afectivas.
Razão pelo qual, é indispensável a prática do amor consoante nos apresenta Jesus:
“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.
Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros,” [5].
O que deve ser improvisado diante da panorâmica tão penosa de apatias que se instalou nos corações do homem?
O espiritismo no seu tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso é o caminho mais esperançoso e consolador que podemos trilhar, para reverter o quadro fúnebre que se apresenta.
A Educação para o homem integral, em sua tríade, é o mais importante caminho na construção de uma convivência social mais amorosa.
Tendo como referência tal perspectiva, o Espírito Emmanuel elucida:
Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado […] como um triângulo de forças espirituais.
A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.” [6]
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 29, 2018 7:59 pm

Portanto, atentemos para recomendação de Allan Kardec:
“quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias.” (7)
Estudar, meditar e compreender para que a intervenção seja pontual e segura.
A ciência que pretendemos dominar é a ciência do bem viver, de integrar-nos ao pensamento divino, de extinguir as sombras que jaz em nós.
O véu da ilusão e a cortina do engano tem impedido muitos homens de contemplarem sua verdadeira natureza: espiritual e colectiva.
A queda de um só homem interfere o todo, porém continuamos a repetir como os fariseus e sacerdotes do passado:
“Que nos importa? Isso é contigo.” (8)
A tragédia do gólgota continua contemporânea.
Responsabilizemo-nos uns pelos outros, adoptemos a coragem, sim a “coragem” que significa agir com o coração, e sermos bons e úteis ao Criador e aguardemos dias melhores, pois o homem actual continua sua marcha ascensional do instinto à auto-responsabilização dos actos.
Tempos advirão em que caminharemos com a necessária lucidez consciencial ante o inevitável destino de plena felicidade espiritual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Mateus 27:4
Ezequiel 33:11
Mateus 24:12
Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view... acessado em 04 de julho de 2018
João 13:34
XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. “Definição”, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2008.
KARDEC, Allan. O Livros dos espíritos, “Introdução ao estudo da Doutrina Espírita”, item VIII, RJ: Ed FEB, 2008
Mateus 27:4

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Relações conflituosas em família

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 30, 2018 9:45 am

Muito comum na vida de todos nós a existência de relações conflituosas envolvendo familiares, quando não, nós mesmos os conflituantes.
Mesmo estando no limiar de uma nova era, o Mundo de Regeneração, nós, os Espíritos que aqui se encontram, ainda somos portadores das paixões que identificam os Espíritos dos Mundos de expiação e provas, e são estas paixões as responsáveis pelas incompatibilidades comportamentais na vida do Espírito imortal.
Chega um dia, porém, que retornamos ao mundo espiritual e “Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no Espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz.
Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança”, explica o Espírito Santo Agostinho em elucidativa mensagem inserida no capítulo catorze de O Evangelho segundo o Espiritismo.
O Benfeitor também nos fala que depois de um determinado tempo na erraticidade, que é variável para cada individualidade, os mais adiantados moralmente acabam por se conscientizarem sobre “as funestas consequências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas”.
“Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se”, esclarece o Benfeitor, deixando claro que nós solicitamos a oportunidade da convivência junto aos desafectos, justamente, para corrigirmos a situação conflituante criada outrora.
Porém, no dia a dia das convivências, “imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar”, e por isso aconselha o Benfeitor a pensarmos que “um de nós dois é culpado”.
O Benfeitor acrescenta que “a tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer.
Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana”.
Lembra-nos também:
“Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas.
Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade.
As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus.
É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar.
Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prémio da vitória.
Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega”.
Conclui-se destes esclarecimentos que estamos sempre com as pessoas certas, e na família certa, para fazermos o que é certo, segundo as nossas próprias resoluções anteriores à nossa actual reencarnação.
Não podemos reclamar do que nós mesmos pedimos, para nosso próprio benefício, e que conta com a sempre presente misericórdia Divina a nos incentivar e socorrer.

Pensemos nisso.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Um dia esperado...

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 30, 2018 7:49 pm

De forma habitual, nas grandes cidades, andamos apressados, como se desejando recuperar momentos perdidos.
Os compromissos são muitos, o trânsito nos retém aqui e acolá, roubando-nos segundos que nos farão falta, logo mais.
Ao lado do tempo, que parece disputar connosco a corrida das horas, a preocupação com nosso entorno, é constante.
Nesses tempos de tanta violência, qualquer pessoa estranha que se nos aproxime, nos faz acelerar o coração e o passo.
Por isso, quando aquele homem de quase um metro e noventa, forte, veio na direcção do jovem Marcelo, que acabara de sair da empresa, àquela hora da noite, era de se esperar que algo acontecesse.
Chovia, a rua estava quase deserta.
E lá veio o homem forte.
Aproximou-se e pediu dinheiro para um lanche.
Marcelo não se fez de rogado.
Foi com ele para baixo do recuo de um dos prédios e fechou o guarda-chuva.
Pediu ao estranho que segurasse sua pasta de documentos e a sacola com agasalhos, enquanto procurava a carteira.
Inesperado. Totalmente inesperado.
Marcelo apanhou uma nota e deu para ele.
Quem estava mais surpreso nisso tudo era o pedinte.
Ficou agradecido e comovido.
Ficou tão feliz que se dispôs a acompanhá-lo, ajudando a carregar seus pertences até o local do ónibus.
Na hora de atravessar a rua, pegou o jovem pelo braço, no intuito de auxiliar.
O rapaz não tinha mais do que vinte anos e ele deveria passar dos quarenta.
A chuva continuava e, então, Marcelo resolveu entrar com ele em uma casa de lanche.
O homem ficou encantado.
Aquele jovem o estava tratando como um igual, com simpatia, com calor humano.
Durante a conversa, ele disse se chamar Jorge.
Contou que pertencia à equipa de faxina, encarregada de deixar brilhando um daqueles prédios comerciais.
Deveria trabalhar toda aquela noite.
Como o pagamento ainda não saíra, e precisava lanchar, fora pedir ajuda.
Achou que seria difícil pelo facto das ruas estarem quase desertas, por ele ser muito alto, forte.
Algumas pessoas haviam se afastado dele apressadamente ou dado negativas meio tortas.
E Jorge falou sobre a esposa, filhos, futebol.
Conversaram durante um bom tempo.
Ele estava muito agradecido a Marcelo por não ter demonstrado medo, e até confiado nele, pedindo que segurasse os seus pertences enquanto procurava a carteira.
Aquilo era incrível, dizia.
Quando o jovem disse que precisava apanhar o ónibus para casa, Jorge o acompanhou.
E, se abraçaram. Jorge agradeceu novamente, elogiou a sua atitude.
Marcelo nunca mais o encontrou.
Mas aquela noite ficou marcada na sua vida.
Ele jamais esqueceu a alegria e a emoção daquele homem.
Ele estava feliz da vida.
Para ele, com certeza, fora algo especial.
Para Marcelo, também.
Em verdade, no trajecto para casa, o rapaz sentiu uma alegria indescritível, não tinha como traduzir.
Ele fizera o que qualquer ser humano deveria fazer.
Fora um simples e despretensioso gesto, mas a gratidão daquele homem ultrapassara qualquer expectativa.
Tão bom seria se pudéssemos viver sem precisar temer o outro.
Oxalá não esteja longe esse dia, que precisamos construir.
Oxalá chegue logo o dia em que possamos conviver sob este céu de anil, de forma fraternal.
Uma convivência tranquila, sem medo, sem preconceito, sem desconfianças...

Blog Espiritismo Na rede baseado no artigo O dia em que fui ao céu, de Marcelo Teixeira, da Revista Internacional de Espiritismo, de agosto de 2018, ed. O CLARIM

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty O QUE É PECADO - VISÃO ESPÍRITA

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 10:27 am

Qual a definição de pecado?
Quais acções configuram pecados?
Em que consistiu e o que traz de impacto a todos nós o assim chamado “pecado original”?
Somos pecadores?


Em várias religiões busca-se analisar o tema.
A título de exemplo, o Catecismo Maior de Westminster [1], um dos símbolos de fé do Protestantismo Calvinista, indica, a pergunta 24 (“Que é pecado?”):
“Pecado é qualquer carência de conformidade com, ou transgressão de qualquer lei de Deus, dada como regra para a criatura racional”.
Ocorre, porém, que a visão de “qualquer carência de conformidade” ficou sujeita a diversas interpretações e intenções subjectivas, acabando por banalizar o conceito de pecado.
Em sua acepção original, a expressão hebraica chatta’th, passando para o grego hamartia e depois, para o latim, peccatu, não indicava pecado como ofensa a Deus, mas sim qualquer tipo de erro, como errar o caminho para um endereço ou um lançamento de flecha errar o alvo.
Carlos Torres Pastorino [2] orienta:
“Literalmente, ‘hamartia’ é ‘erro’ no sentido de ‘errar o alvo’ ou ‘desviar-se do caminho certo’, isto é, perder-se (no deserto, no mato), enganando-se de rumo (...)”.
?µa?t??? (“hamartión”), relacionado a “hamartia”, significa erro em geral, não um pecado na acepção vigente da palavra.
O termo “pecador” (“hamartolós”) tem um sentido próprio em grego: “desorientado”, “errado”, isto é, “o que está fora do caminho certo”.
Pastorino, a respeito da tradução dessa palavra, cita [3]:
“Não dizemos ‘pecado’, nem ‘pecador’, pois estas palavras assumiram o significado específico de ‘ofensa a Deus’, como se a Divindade fosse uma criatura mutável que pudesse ofender-se, zangar-se com os homens, e depois, perdoasse, quando estes se arrependessem.”
A citação “remissão de pecados”, muito utilizada em várias traduções vigentes da Bíblia (e.g. Marcos 01:04; Lucas 01:77, 03:03 e 24:47; Actos dos Apóstolos 02:38, 05:31 etc.), vem da expressão grega ?fes?? t?? ?µa?t??? (“aphesis tôn hamartíôn”) [4], mais propriamente traduzida por “afastamento dos erros”, e mais coerente com a lógica cristã de auto-descobrimento e reforma íntima.
A ideia de remir pecados traz um referencial externo, em que Deus escolhe me perdoar ou não, enquanto que me afastar do erro é um referencial interno, em que, parando de cometer um erro, reparando meus erros anteriores e perdoando os erros do próximo, me harmonizo com a Lei Divina.

Pastorino ilustra a ideia acima na interpretação da parábola da dracma perdida [5], como vê-se em Lucas 15:08-10:
“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma não acende a candeeiro, varre a casa e a procura diligentemente até achá-la?
E achando-a convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegrai-vos comigo porque achei a dracma que perdera.
Assim, digo-vos, há alegria na presença dos mensageiros de Deus por um errado que muda sua mente.”

Na interpretação de Pastorino:
“No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossa ligação com o espírito.
Quando percebemos — se percebemos — esse extravio, esforçamo-nos em reavê-lo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:
1º – acendemos a candeia, gesto indispensável, para quebrar as trevas densas em que estamos mergulhados, e poder vislumbrar o caminho a seguir,
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 10:28 am

2º – varremos a casa, isto é, procedemos à catarse de nossos veículos personalísticos, a fim de possibilitarmos a procura interna da moeda extraviada sem que nenhum embaraçamento no-la faça perder de vista, sem nenhum véu de poeira a possa isolar de nosso contacto.
Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegram-se quando um errado (que se extraviou do caminho certo) muda seu modo de pensar (...)”
Allan Kardec pontua, na obra “O Céu e o Inferno” [6], os passos para um efectivo afastamento do erro:
- Arrependimento
- Expiação
- Reparação
Em suas palavras:
“Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”.
A respeito do pecado original, há segmentos que afirmam que carrega-se, de geração para geração, o pecado cometido por Adão e Eva.
“Adam” se refere aos seres humanos, homens e mulheres (vide “A Génese”, capítulo XII, itens 16 a 26; e “Hava”, em hebraico, significa “vida”, não um nome próprio feminino.
Em “A Génese” [7], Kardec orienta:
“A raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita.
Os Espíritos que a integram foram exilados para a Terra, já povoada, mas de homens primitivos, imersos na ignorância, que aqueles tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida. (...)
A doutrina vulgar do pecado original implica, conseguintemente, a necessidade de uma relação entre as almas do tempo do Cristo e as do tempo de Adão; implica, portanto, a reencarnação.
Dizei que todas essas almas faziam parte da colónia de Espíritos exilados na Terra ao tempo de Adão e que se achavam manchadas dos vícios que lhes acarretaram ser excluídas de um mundo melhor e tereis a única interpretação racional do pecado original, pecado peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem ele jamais conheceu.
Dizei que essas almas ou Espíritos renascem diversas vezes na Terra para a vida corpórea, a fim de progredirem, depurando-se; que o Cristo veio esclarecer essas mesmas almas, não só acerca de suas vidas passadas, como também com relação às suas vidas ulteriores e então, mas só então, lhe dareis à missão um sentido real e sério, que a razão pode aceitar.”
Em suma, incorremos em erro quando transgredimos nossa consciência, local onde Deus nos equipou com Suas Leis, conforme orientado pelos Espíritos a Allan Kardec à questão 621 de “O Livro dos Espíritos” [8]. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” [9], um Espírito protector envia a seguinte mensagem:
“(...) Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência.
Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará.
Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal.
Ela, então, se cala.
Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso.
Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.”
Jesus foi enviado por Deus à Terra para, por seus exemplos e ensinamentos, conforme as traduções mais adequadas do Evangelho, nos afastar do erro e, assim, nos salvarmos, ou seja, evoluirmos

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Premonição

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 8:27 pm

Se fizermos ligeira pesquisa sobre “premonição” encontraremos casos de pessoas que, por exemplo, sonharam com determinada situação e ela aconteceu, ou que, certa vez, quando o telefone tocou, tiveram a certeza de que era o fulano e, no final, era realmente o fulano.
A Doutrina Espírita considera esses casos como premonições?
Como podemos diferenciar coincidências quotidianas de premonições verdadeiras?


Premonição – Consultando o dicionário vê-se que premonição é uma sensação, um sentimento, uma espécie de advertência de algo que irá (ou está para) acontecer, sem vestígios que o justificassem ou mesmo o indicassem.
Sem esforço e sem prejuízo do significado, pode-se afirmar que presciência, precognição, presságio, pressentimento, em linhas gerais, representam a mesma coisa.
Já pelo enfoque do Espiritismo, premonição seria a faculdade psíquica — espécie de mediunidade — que todos temos, em maior ou menor grau, a qual possibilita o conhecimento antecipado de factos ou situações futuras.
A premonição ocorre em várias circunstâncias:
- pode representar um bom (ou mau) conselho de um Espírito desencarnado; obviamente, se bom, vem de um amigo; se mau, de inimigo, ou, às vezes, apenas de um zombador inconsequente, que se diverte com o medo ou euforia que provoca;
- antes de nascer, o indivíduo toma conhecimento do seu programa reencarnatório e aí, quando encarnado, conquanto brindado pela Bondade divina com o esquecimento do passado, à aproximação de facto marcante previsto naquele programa, visita-o ligeira impressão daquilo que está para acontecer;
- no sono, esse desdobramento proporciona emancipação parcial ao Espírito que, no plano espiritual, pode então se encontrar com Espíritos afins que lhe dão notícia de algo que está, de alguma forma, sendo engendrado em torno da sua existência, ou do seu círculo de parentesco ou amigos, ou no local em que reside e até mesmo relativamente ao plano terreno.
Temos como exemplo dessa última hipótese as visões dos profetas, de todos os povos e em todos os tempos;
- relato o instigante caso de “premonição colectiva”, isto é, muitas pessoas tiveram a mesma visão antecipada de um acontecimento marcante na história da navegação marítima...
Refiro-me, sim, ao navio “Titanic”.
Para ilustrar sonhos premonitórios, valho-me de um fragmento extraído do meu livro “Sonhos: viagens à alma”, (cap. 1 – Tipos de sonhos), editado em 2001, pela Butterfly Editora, SP/SP:
(...) - premonitórios: de propósito, deixamos para encerrar este capítulo o fascinante e antiquíssimo “sonho humano” de interpretar os sonhos premonitórios, tidos desde sempre à conta de sobrenaturais.
O encantamento de que se revestem os sonhos premonitórios induz-nos a uma atitude de máximo respeito com os pensadores antigos, modernos e contemporâneos, que se debruçaram e se debruçam na investigação de como é que eles, os sonhos, podem acontecer.
Uma coisa é certa: a todos aqueles pesquisadores, exclusive os que são espíritas, acometem ardentes perguntas irrespondidas, dando causa a redobradas reflexões, teses e hipóteses, sem que o consenso seja alcançado.
Só para exemplificar, vejamos alguns:
Sonhos sobre tragédias – Existem sonhos que são mesmo impressionantes: noticiam tragédias com antecipação, com detalhes.
Titanic - Talvez o acontecimento trágico humano que mais predições teve foi o afundamento do navio “Titanic”, em 14 abril.1912, no qual morreram mais de mil e quinhentas pessoas:
- Um jornalista inglês, William Thomas Stead escreveu uma reportagem fictícia na década de 1880 sobre um grande navio de passageiros que afundara no meio do Oceano Atlântico.
A reportagem foi publicada no “Pall Mall Gazette”.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 8:28 pm

Em 1892, escreveu outro artigo citando uma imaginária colisão de um navio com um iceberg, no Atlântico.
Em 1910, fez uma palestra, sempre citando a necessidade dos construtores de navios equipá-los com botes salva-vidas suficientes, do contrário, haveria tragédias.
Na palestra, citou que ele próprio se via morrendo afogado nas águas geladas, vítima de um naufrágio.
Stead, sabendo que a “Cia. White Star” estava construindo um transatlântico, que se chamaria “Titanic”, resolveu consultar vários videntes.
Um deles (W. de Kerlor) sonhou que Stead faria uma viagem aos EUA e o via junto a mais de mil pessoas, afogando-se e pedindo socorro.
Stead sequer pensava em viajar.
Mas acabou mesmo como náufrago do “Titanic”...
Em 26.abril.1912, isto é, doze dias após o naufrágio do “Titanic”, o Espírito Stead, pela mediunidade da Srª Coates, em Glanberg House, Escócia, comunicou-se.
Sabia-se já desencarnado.
Pedia preces pelos demais náufragos, aos quais ele próprio não podia ajudar, pois que ainda sentia dificuldades.
Citou que a maioria dos náufragos, desconhecendo a vida após a morte, sofria terríveis angústias, aturdidos ante a situação inesperada.
A seguir faz exortação evangélica, recomendando o não engrandecimento pelos bens terrenos.
Informou que, a seu pedido, os músicos de bordo tocaram “Perto de Ti, meu Deus, mais perto de Ti!”.
Narrou que tanta foi a emoção dos músicos executando aquele hino, que logo ouviram-se Espíritos cantando-o em voz melodiosa, espargindo, em profusão, eflúvios de luz suavíssima.
De facto, sobreviventes da tragédia do “Titanic” relataram que William T. Stead, ante a iminência da morte, nos terríveis momentos que precederam à morte inevitável, amparava e confortava seus companheiros de desdita. (Admirável!).
A mensagem mediúnica de Stead foi publicada no “American Register”, por iniciativa do Sr. James Coates, marido da médium;
- Morgan Robertson, autor nova-iorquino, em 1898, após ter entrado em transe, segundo declarou, escreveu e publicou um romance, a que deu o título Futilidade.
No livro, descrevia que um navio, numa noite gélida de abril, com velocidade imprudente devido às brumas, com três mil passageiros, chocava-se com iceberg.
Nome do navio: “Titan”...;
- Um negociante de Londres (J. Connon Midleton) sonhou, duas noites seguidas, que estava vendo os destroços do “Titanic” e os passageiros e tripulação nadando ao redor do navio.
Cancelou a viagem que havia programado naquele transatlântico...;
- Anos após a tragédia do “Titanic”, pesquisadores concluíram que eram autênticas, pelo menos, dezanove premonições, através de sonhos, transes, visões e vozes.

Premonição e formas-pensamento – A psicosfera terrena (atmosfera astral da Terra) está e é, toda ela, permeada e entre-cruzada de formas-pensamento, de Espíritos encarnados e desencarnados, e aí, algumas pessoas, uma ou outra vez, na vigília ou no sono, em uma ou outra sintonia, pode estar com seu canal psíquico (estado mental) receptivo e captar fragmentos do conteúdo de factos ou situações futuras inevitáveis que já são do conhecimento de outros Espíritos — testemunhas ou os que engendram tais fatos ou situações.
Quanto mais abertura mental, mais precisão na premonição (detalhes – quando, onde, com quem etc.).
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 8:29 pm

Premonição e instinto – O instinto (sublime ferramenta de sobrevivência de todos os seres vivos) responde por grande número de pressentimentos; nesse caso, a forma absolutamente autónoma como o instinto opera torna totalmente imprevisível seu mecanismo, não sendo, pois, passível de ser “administrado” (processado, desenvolvido, aumentado).

Premonição e intuição – Já a intuição, que tanto maior será em razão da elevação moral, também justifica e contempla o conhecimento de factos futuros, por situar o indivíduo em sintonia mais ou menos permanente com os Espíritos evoluídos responsáveis pela realização de tarefas neste planeta. Se me permitem, imagino que a intuição é a depuração máxima do instinto: quanto mais depuração moral, ocorrerá aumento intuitivo e decréscimo instintivo; assim, quanto mais virtuoso for o Espírito, maior será sua intuição e, inversamente, menor seu instinto.

Premonição e “dupla vista” – A “dupla vista” (o indivíduo, na vigília, ver com os olhos da alma factos distantes ou futuros) pode também proporcionar pressentimentos.
Voltando a falar dos profetas, parece-me que foi pela dupla vista de vários profetas que temos registos históricos de vários perigos que foram afastados ou, ao menos, minimizados. Como exemplo podemos citar a interpretação exacta de incontáveis sonhos bíblicos: José – in Génesis 41:15-30, 47-49, 54; Gideão – in Juízes 6:11, 7:13-22; Nabucodonosor II – in Daniel 2:1-9, 29-45; e 4:10-17; José, pai de Jesus – in Mateus 1:20-21; 2:13; 2:20.
Quer-me parecer que a “dupla vista” é atributo de Espíritos evoluídos, sendo que Jesus é o exemplo máximo de Espíritos que a possuem, como, aliás, de todas as demais faculdades e dons morais.

Coincidências quotidianas – No exemplo citado (da pessoa “saber” antecipadamente quem está ao telefone que tilinta) nada objecta supor que isso acontece pelos mesmos insondáveis, conquanto frequentes, casos de telepatia (comunicação directa de duas mentes, sem intermediários).
Uma coisa, porém, parece governar tais ocorrências: que os dois Espíritos sejam afins e estejam sintonizados numa mesma faixa vibratória.
*
Pode-se dizer que uma pessoa que tem premonições é médium?
Qual é a definição de médium?

Não. Não pode. Médium, em linhas gerais, é um indivíduo que possui a faculdade mediúnica orgânica que o possibilita ser intermediário do plano espiritual com o terreno, comunicando-se com Espíritos desencarnados.
Há casos, mais raros, de comunicação de Espíritos inter vivos, isto é, encarnados ambos:
o médium e o locutor, o qual, nesse caso, onde estiver estará desdobrado pelo sono (dormindo), ou, no mínimo, em lassidão.
Por oportuno, registo que “mediunidade” é faculdade orgânica, variável de existência terrena para existência terrena, e constitui bênção divina, verdadeira ferramenta evolutiva para ser usada a benefício do próximo, jamais como usufruto de quem a tem; já “dom” é conquista individual, património inalienável, que demonstra mérito aquisitivo, fruto de não poucas vitórias ante toda sorte de dificuldades ou adversidades próprias do roteiro evolutivo terreno.
Num e noutro caso, inexoravelmente prevalece o livre-arbítrio do detentor, episódico (da mediunidade) ou definitivo (do dom), para o uso que fizer disso... respondendo, porém, por tal opção, segundo a Lei de Acção e Reacção.
Como o Espiritismo explica que algumas pessoas tenham a faculdade de prever acontecimentos futuros e outras não?
A premonição (previsão de acontecimentos futuros) é faculdade que apresenta “n” graus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 02, 2019 8:31 pm

As pessoas que a têm em alto nível se tornam marcantes.
Mas, via de regra, todos temos essa faculdade, por isso é que aparentemente há quem não a possua...
Pessoas que têm a faculdade da premonição também podem ter visões de Espíritos?
Uma coisa está necessariamente relacionada à outra?

Sim, para a primeira pergunta; não, para a segunda.
No Espiritismo, como uma pessoa que tem a faculdade da premonição ou da clarividência aprende a conviver com essa faculdade?
Essa pessoa será a responsável única pelo emprego que fizer dessa faculdade.
Explicam os Espíritos Superiores, relembrando Jesus, que deve ser dado de graça, tudo aquilo que de graça for recebido...
O melhor emprego, evidentemente, será pautado pelo bom senso:
muito tacto, para não desandar a contar tudo o que pressente, evitando causar desconforto ou inaugurar preocupação em quem quer que seja; divulgar só aquilo que promova o bem, colectivo ou individual, ou que resulte em atitudes de precaução, de prudência, de vigilância.
Como uma pessoa pode ter a certeza de que ela é médium?
Existem alguns sinais que indicam isso?


Obs.:
Responderei essa pergunta, conquanto ela não se enquadre no estudo da premonição, até porque nada objecta que um médium eventualmente tenha alguma premonição, não necessariamente advinda de mediunidade.
Normalmente não se poderá e nem se deverá afirmar “a priori”, de imediato,que é médium aquele indivíduo que apresenta alguma anormalidade psíquica ou comportamental, ou que esteja sendo visitado por acontecimentos estranhos, inusitados, inexplicáveis.
Existem, sim, alguns sinais ou sintomas que podem, subjectivamente, serem indicativos — apenas indicativos — de eclosão da mediunidade.
Prudente, nesses casos, será aguardar a repetência ou continuidade dos sintomas e que esse indivíduo passe a frequentar um Centro Espírita, para ser orientado por espíritas estudiosos e prudentes, detentores de experiência mediúnica ou doutrinária, os quais analisarão o caso, sem emitir diagnósticos apressados, do tipo “é mediunidade a desenvolver!”.
Aí, com observação fraternal e contínua, o próprio tempo definirá se realmente se trata de mediunidade ou se a pessoa deve ser encaminhada à Medicina terrena — outra grande bênção neste planeta.
Só no primeiro caso, essa pessoa deverá ser matriculada em cursos de mediunidade, passar a assistir palestras doutrinárias, receber passes, engajar-se em alguma actividade filantrópica, para então, mais tarde, ser convidada a participar de grupo mediúnico.

EURÍPEDES KÜHL

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Oh Jerusalém!... Oh Jerusalém!...

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 03, 2019 10:04 am

É possível a estranheza dos que vivem na Terra com respeito à atitude dos desencarnados, esmiuçando-lhes as questões e opinando sobre os problemas que os inquietam.
É lógico, porém, que os recém-libertos do mundo falem mais com o seu cabedal de experiências do passado, que com a sua ciência do presente, adquirida à custa de faculdades novas, que o homem não está ainda à altura de compreender.
Podem imaginar-se na Terra determinadas condições da vida sobre a superfície de Marte; mas, o que interessam, por enquanto, ao mundo semelhantes descobertas, se os enigmas que o assoberbam ainda não foram decifrados?
Para o exilado da Terra, não vale a psicologia do homem desencarnado.
Tacteando na prisão escura da sua vida, seria quase um crime aumentar-lhe as preocupações e ansiedades.
Eu teria muitas coisas novas a dizer, todavia, apraz-me, com o objecto de me fazer compreendido, debruçar nas bordas do abismo em que andei vacilando, subjugado nos tormentos, perquirindo os seus logogrifos inextricáveis para arrancar as lições da sua inutilidade.
Também o homem nada tolera que venha infringir o método da sua rotina.
Presumindo-se rei na criação, não admite as verdades novas que esfacelam a sua coroa de argila.
Os mortos, para serem reconhecidos, deverão tanger a tecla da mesma vida que abandonaram. Isso é intuitivo.
O jornalista, para alinhavar os argumentos da sua crônica, busca os noticiários, aproveita-se dos acontecimentos do dia, tirando a sua ilação das ocorrências do momento.
E meu espírito volve a contemplar o espectáculo angustioso dessa Abissínia, abandonada no seio dos povos, como o derradeiro reduto da liberdade de uma raça infeliz, cobiçada pelo imperialismo do século, lembrando-me de Castro Alves nas suas amarguradas "Vozes d'África":
Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?
Em que mundo, em que estrela tu te escondes,
Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito.
Onde estás, Senhor Deus?


Da Roma poderosa partem as caravanas de guerreiros.
Cartago agoniza no seu desgraçado heroísmo.
Públio Cornélio consegue a mais estrondosa das vitórias.
Os cérebros dos patrícios ilustres embriagam-se no vinho do triunfo e nas galeras sumptuosas, onde as águias simbolizam o orgulhoso poder da Roma eterna, lamentam-se os escravos nos seus nefandos martírios.(1)
Os Césares enchem a Cidade das Sabinas de troféus e glórias.
Todos os deuses são venerados.
Os países são submetidos e os povos entoam o hino da obediência à senhora do mundo.
Já não se ouve a melodiosa flauta de Pã nos bosques da Tessália e nas margens do Nilo apagam-se as luzes dos mais suaves mistérios.
Vítima, porém, dos seus próprios excessos, o grande império vê apressar-se a sua decadência.
No esboroamento dos séculos, a invencível potência dos Césares é um montão de ruínas.
Sobre os seus mármores sumptuosos aumentam as destruições.
Roma dormiu o seu grande sono.
Ei-la, contudo, que desperta.
Mussolini deixa escapar um grito do seu peito de ferro e a Roma antiga acorda do letargo, reconhecendo a perda dos seus imensos domínios.
Urge, porém, recuperar o poderio, empenhando-se em alargar o seu império colonial.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 03, 2019 10:05 am

Onde e como?
O mundo está cheio de leis, de tratados de amparo recíproco entre as nações.
A França já ocupou todos os territórios ao alcance das suas possibilidades, a Alemanha está fortificada para as suas aventuras, o Japão tem as suas vistas sobre a China, e a Inglaterra, calculista e poderosa, não pode ceder um milímetro no terreno das suas conquistas.
Mas Roma quer a expansão da sua força económica e prepara-se para roubar a derradeira ilusão de um povo desgraçado, ao qual não basta a lembrança amarga dos cativeiros multisseculares, julgando-se livre na obscura faixa de terra para onde recuou, batido pela crueldade das potências imperialistas.
Que mal fizeste à civilização corrompida dos brancos, ó pequena Abissínia, grande pela expressão resignada do teu ardente heroísmo?
Como pudeste, das areias calcinantes do deserto, onde apuras o teu espírito de sacrifício, penetrar nas instituições europeias, provocando a fúria das suas armas?
Deixa que passem sob o teu sol de fogo as hordas de vândalos, sedentas de chacina e de sangue.
Sobre as tuas esperanças malbaratadas derramará o Senhor o perfume da sua misericórdia.
Os humildes têm o seu dia de bem-aventurança e de glória.
Não importa sejas o joguete dos caprichos condenáveis dos teus verdugos, porque sobre o mundo todas as frontes orgulhosas desceram do pináculo da sua grandeza para o esterquilínio e para o pó.
Se tanto for preciso, recebe sobre os teus ombros a mortalha de sangue, porque, junto do maravilhoso império da civilização apodrecida dos brancos, ouve-se a voz lamentosa de um novo Jeremias:
Ó Jerusalém!... Jerusalém!...

Humberto de Campos

Blog Espiritismo Na Rede Do livro Palavras do Infinito, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
(1) A mensagem acima, psicografada em 11 de agosto de 1935, mostra que o estado de beligerância dos dias actuais não é muito diferente do que ocorria no Velho Mundo, oito décadas atrás.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty Quem foi que disse que “ninguém volta para avisar”?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 03, 2019 7:51 pm

Era 1999, fim de nublada e fria tarde de uma segunda-feira.
Aprontávamos, eu e a minha esposa, para cumprir os nossos compromissos de trabalho junto a fraternos companheiros da Federação Espírita do Estado de São Paulo (Feesp).
Saíamos sempre com bastante antecedência, encaminhávamo-nos para a Feesp com aquela alegria de poder abraçar de novo a tarefa.
Assim que conseguimos sair da garagem do condomínio de nossa residência, ao descer a rampa para ganharmos a rua, eis senão quando algo inesperadamente aconteceu: escutamos uma voz feminina.
A voz, por assim dizer, melodiosa e muito agradável no interior do veículo, disse-nos com suave inflexão de alerta:
“Cuidado, não corra!”
Posso garantir que o rádio do carro não estava ligado, não.
Tivesse minha mulher, que dirigia o veículo, acelerado um pouco mais para aproveitar uma rara oportunidade de ultrapassar o cruzamento de uma avenida!...
Se nos adiantássemos alguns metros a mais, experimentaríamos inevitável colisão de veículos depois do moroso semáforo, ou farol, ou sinal de trânsito; aí percebemos logo o valor daquele valioso aviso.
Em suma, caríssimo leitor ou caríssima leitora:
acontecera um autêntico e providencial “fenómeno de voz directa”!
Ficamos deveras embevecidos, comovidos.
Jamais poderíamos supor o sério engavetamento de diversos veículos que, sem dúvida alguma, impossibilitaria nossa chegada à Feesp.
Como foi possível o fenómeno?
“É difícil explicar como se processa”, respondeu um Espírito ao lhe perguntarem a respeito desse raríssimo meio transcendente de contacto.
Sabemos, pelo menos, que tudo só depende de mútuo auxílio durante o acto de se provir as energias necessárias para este mister, aos Espíritos baixarem a sua vibração, colocando-se os assistentes encarnados em determinadas condições.
Ainda é questão aberta, as explicações são vagas, empíricas.
A Entidade chamada Greentree revelou ao pesquisador J. Arthur Findley, presidente da Psychic News e da revista Light, na década de 30, século 20, ao pesquisar a médium inglesa John C. Sloan:
“Trata-se de uma condição em que vocês se colocam e nos habilitam a absorver o ectoplasma do médium e seus auxiliares; fazendo assim, sinto-me como me sentia quando da permanência na Terra”.

A caminho de Damasco
Aliás, não poderíamos deixar de mencionar aqui uma das mais insignes manifestações de voz directa, a que se deu durante uma longa viagem a caminho de certa cidade do Oriente Médio cujo episódio, por extensão, às vezes, designa mudança súbita de ideias, de sentimento ou de opinião.
Referimos à viagem de Paulo de Tarso à antiga cidade de Damasco.
A caminho de Damasco (Síria actual), o Apóstolo Paulo topou com algo jamais acontecido em toda a sua existência:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Actos, 9:4-7), indagou uma voz também ouvida por seus companheiros de viagem que nada falaram (provavelmente cheios de pavor por não saberem quem falara e de onde surgira a voz).1
Sem dúvida, esse acontecimento se deu para ficar de vez na memória do Cristianismo o que para nós, espíritas, representa muito, muito mais que simples emprego como símbolo de mudança de ponto de vista, de alguma disposição afectiva em relação a coisas de ordem moral ou intelectual.
Atribuíram a Cristo a autoria dessa estranha voz dirigida ao Apóstolo dos Gentios, naturalmente, para nós, oriunda da existência espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 03, 2019 7:53 pm

Portanto, o acontecimento de Damasco não foi um mero fenómeno aleatório; havia um sublime propósito, como há em todos os fenómenos espirituais perseguidos, escarnecidos, combatidos por opositores incansáveis.
Os fenómenos também denominados “espíritas” representam uma grande ameaça para eles — no fundo, no fundo, sabem que estes desabam o suposto pedestal da sua convicção arrogante e dos princípios estagnados na má vontade e intolerância por sobre o qual se conservam.

Extraordinário fenómeno
O fenómeno de voz directa “é o mais extraordinário fenómeno psíquico até hoje conhecido, um dos mais convincentes e admiráveis”, segundo Findley.2
Que pena! Certos directores de núcleos espíritas não dão a menor importância à voz directa e a outros fenómenos físicos.
Garantem que a fase das investigações de fenómenos já passou, estando, segundo eles, “preocupados com coisas bem mais importantes”, embora tais fenómenos ostensivos sejam de carácter inteligente, por isso, poderiam dar também uma grande contribuição.
Antes, durante e depois do caso na estrada de Damasco, existiram fenómenos dessa natureza, além de outras ocorrências de efeitos físicos, factos espontâneos como o que se deu comigo e minha mulher (e não foi o único), ou planeados, isto é, produzidos por vários pesquisadores e seus médiuns em diferentes épocas; em diferentes países, fizeram por onde Entidades anónimas, pessoas comuns, celebridades exprimissem suas ideias, emotividade.
Diferentes autores já relataram à farta depoimentos de respeitáveis testemunhas, tais como John Myers, Oliver Lodge, William Crookes e outros.
Estes nomes puderam ouvir aqueles que não pertenciam mais a este mundo — expressando felicidade uns, espanto e angústias, outros, quando do ingresso na dimensão espiritual, destino inevitável de todos os homens, partidários e não partidários da imortalidade da Alma e suas relações com o mundo espiritual.
Fiquemos com um trecho de mensagens através da mediunidade de voz direta, proferida pelo Espírito Mahatma Gandhi, que foi registada em aparelho de gravação por George Woods e Betty Greene.
O médium Leslie Flint,3 um dos médiuns físicos contemporâneos mais pesquisados, cedeu o seu ectoplasma para que Gandhi pudesse dizer estas palavras, exactamente como diria com a própria voz de quando encarnado:
... A vida na Terra se constitui na escola em que o homem deve compreender sua missão, onde lhe é oferecida a oportunidade de herdar o Reino do Pai.
O primeiro dever que deverá aprender é esquecer-se de si mesmo, passando a derramar o amor entre os seus semelhantes.
E isso vos retornará como compensação.
Todas aquelas coisas de que falara Cristo, todos os seus grandes ensinamentos, que os grandes filósofos repetiram ao longo dos séculos, referem-se ao homem esquecendo-se de si mesmo, direccionando seus propósitos para o auto-conhecimento...

DAVILSON SILVA

Notas:
1 ALMEIDA, Tradução de João Ferreira de. A bíblia sagrada. 100.000. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1960. Cap. 9.o, versículo 7, p. 152.
2 FINDLEY, J. Artur. No limiar do Etéreo. 2. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira (Feb), 1950. Introdução.
3 Leslie Flint, nascido em 1911, Hacney, distrito de Londres, Inglaterra, e desencarnado em 1994, foi um poderoso instrumento de voz direta desde 1935.
Todos os que presenciaram as manifestações por intermédio dele ficaram absolutamente convencidos de que a vida continua depois da morte.
Flint foi auxiliado por seus dois seríssimos e leais amigos, George Woods e Betty Greene, os quais, felizmente, registaram grande quantidade de vozes em gravador de som, a partir de 1945, quando o médium se encontrava no melhor momento de sua faculdade.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 25 Empty DROGAS E VÍCIOS OBSESSIVOS

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 04, 2019 1:06 pm

Muitas são as entidades que se manifestam durante as reuniões mediúnicas ainda presas ao seu vício e ao desencarne prematuro, sejam os mesmos provocados pelo uso de drogas ou de vícios abusivos de bebidas alcoólicas, fumo, sexo, gula etc.
Muitos espíritos continuam perseguindo e vampirizando seres encarnados, viciosos e invigilantes, através da empatia entre eles.
O diálogo com estes espíritos é difícil porque eles sempre têm suas justificativas para odiarem e perseguirem viciados ou aqueles que foram seus desafectos no passado e estão de conformidade com a lei que diz:
semelhante atrai semelhante”.
O tratamento espiritual do viciado está baseado no arrependimento e mudança de comportamento, tanto do espírito desencarnado como do encarnado.
Não adianta um espírito obsessor se afastar do obsediado se não houver modificação de seu comportamento.
Será sempre substituído por outro e assim sucessivamente...
Lembremos que todo vício deve ser acompanhado de um tratamento psicológico ou psiquiátrico e de uma evangelhoterapia, para que o reequilíbrio e a auto-estima sejam alcançados.
O diagnóstico, o tratamento médico ou alternativo (terapia ocupacional, acupuntura, homeopatia etc.) e o espiritual (diálogo, oração e o passe magnético/espiritual), devem caminhar juntos, um dando apoio ao outro.
Observamos também que o vício obsessivo e suas consequências físicas e morais, encontram na mediunidade uma porta aberta para a influência de entidades viciosas, e muitos irmãos chegam a casa espírita pensando que estão loucos, esquizofrénicos ou epiléticos; outros são espíritas que perderam o controle de sua mediunidade, estando obsediados ou fascinados, necessitando de um amparo especial para o seu reequilíbrio.
O tratamento espiritual do viciado está baseado no arrependimento e mudança de comportamento, tanto do espírito desencarnado como do encarnado
Conforme publicação da revista Época, um jovem de classe média alta foi preso como traficante pela policia federal num condomínio de luxo do Rio.
Seu pai, revoltado com a prisão, declarou para a imprensa que seu filho era um bom menino e consumidor de maconha com permissão médica, porque sofre de dislexia e fobia; no entanto ele foi visto num ponto do morro, não muito distante de sua casa, portando um fuzil e traficando cocaína.
Este é um bom exemplo de um jovem que extrapolou o vício da bebida e das drogas toleradas, como a maconha, para o uso e tráfico pesado de drogas como o crack e cocaína.
Este jovem é fruto de uma sociedade consumidora, protegido por um pai alienado e conivente com o vício e a violência do filho.
Muitos jovens são frequentadores de boates e baladas da noite, cujos ambientes favorecem a presença de entidades viciosas, além de serem presas fáceis das drogas e vícios morais, podendo, assim, serem facilmente induzidos ao alcoolismo, à agressividade, à depressão, à morte prematura, através do suicídio, ao coma alcoólico, à overdose e ao crime para sustentarem seu vício.
O tratamento do viciado crónico deve ser conduzido, através de uma desintoxicação química e de um tratamento espiritual, às oficinas com diálogos fraternos para ambos os espíritos, encarnados e desencarnados.
Muitos jovens procuram o Centro Espírita desesperados e com uma vontade incontrolável de se suicidar, precisando de amparo e ajuda, porém, muitas vezes, falhamos nesta tarefa.
É necessário termos grupos preparados para amparar, tratar e encaminhar estes irmãos necessitados.
Segundo um trabalho sobre a “Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de drogas”, às quais foram conduzidas 85 entrevistas com ex-usuários de drogas (evangélicos, católicos e espíritas), o que os manteve na abstinência de drogas foi mais do que a fé religiosa; foi o acolhimento e o apoio do grupo à reestruturação de suas vidas.
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