LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 15, 2018 8:08 pm

GERADOR MEDIÚNICO — Idealizemos o fluxo de energias mento-electromagnéticas, ou fulcro de ondas da Entidade comunicante e do médium, como dois campos distintos, associando valores positivos e negativos, respectivamente, com uma diferença de potencial que, em nosso caso, constitui certa capacidade de junção específica.
Estabelecido um fio condutor de um para o outro que, em nosso problema, representa o pensamento de aceitação ou adesão do médium, a corrente mental desse ou daquele teor se improvisa em regime de acção e reacção, atingindo-se o necessário equilíbrio entre ambos, anulando-se, desde então, a diferença existente, pela integração das forças conjuntas em clima de afinidade.
Se quisermos sustentar o continuísmo de semelhante conjugação, é imprescindível conservar entre os dois um gerador de força, que, na questão em análise, é o pensamento constante de aceitação ou adesão da personalidade mediúnica, através do qual se evidencie, incessante, o fluxo de energias conjugadas entre um e outro, porquanto a corrente de forças mentais, destinada à produção desse ou daquele fenómeno ou serviço, circulará no condutor mediúnico em razão do campo de energias mento-electromagnéticas existente entre a Entidade comunicante e a individualidade do médium”.
Ora, podemos então, entender com André Luiz que, se vivemos mergulhados num “oceano” de vibrações, é natural que procuremos conhecer tal “oceano”, e também procurar identificar a maneira mais segura de navegar sobre as suas ondas bravias.
O conhecimento dos mecanismos da mediunidade oferecer-nos-á o ensejo de lograrmos êxito na travessia desse encapelado, imenso e ignoto oceano de abismais profundidades.
Conforme podemos depreender do ensino de André Luiz[4], “(...) vezes sem conto, qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que lhe controla[5] a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo ponto, mas, em troca, à face da sensibilidade excessiva de que se reveste, passa a viver, enquanto perdure semelhante influência, necessariamente protegi­da contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes.
Por esse motivo, ainda agora, em plena actualidade, encontramos os problemas da mediunidade evidente, ou da irreconhecida, destacando, a cada passo, inteligências nobres intimamente aprisionadas a cultos estranhos, em matéria de fé, padecendo a intromissão de ideias de terror, ante a perspectiva de se afastarem das entidades familiares que lhes dominam a mente através de palavras ou símbolos mágicos, com vistas a falaciosas vantagens materiais.
Essas inteligências fogem deliberadamente ao estudo que as libertaria do cativeiro interior, quando não se mostram apáticas, em perigosos processos de fanatismo, inofensivas e humildes, mas arredadas do progresso que lhes garantiria a renovação.

HISTERIA E PSICO-NEUROSE — Entretanto, as simbioses dessa espécie, em que tantas existências respiram em reciprocidade de furto psíquico, não se limitam aos fenómenos desse teor, nos quais Espíritos desencarnados, estanques em determinadas concepções religiosas, anestesiam ou infantilizam temporariamente consciências menos aptas ao auto-controle, porquanto se expressam igualmente nas moléstias nervosas complexas.
E, na mesma trilha de ajustamento simbiótico, somos defrontados na Terra, aqui e ali, pela presença de psico-neuróticos da mais extensa classificação, com diagnose extremamente difícil, entregues aos mais obscuros quadros mentais, sem se arrojarem à loucura completa...
Tais Entidades, imanizadas ao painel fisiológico e agregadas a ele sem o corpo de matéria mais densa, vivem assim, quase sempre por tempo longo, entrosadas psiquicamente aos seus hospedeiros, porquanto o Espírito humano desencarnado, ergui­do a novo estado de consciência, começa a elaborar recursos magnéticos diferenciados, condizentes com os impositivos da própria sustentação, tanto quanto, no corpo terrestre, aprendeu a criar, por automatismo, as enzimas e os hormónios que lhe asseguravam o equilíbrio biológico, e, impressionando o paciente que explora, muita vez com a melhor intenção, subjuga-lhe o campo mental, impondo-lhe ao centro coronário a substância dos próprios pensamentos, que a vítima passa a acolher qual se fossem os seus próprios.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 15, 2018 8:09 pm

ANCIANIDADE DA SIMBIOSE ESPIRITUAL - Justo, assim, registar que a simbiose espiritual permanece entre os homens, desde as eras mais remotas, em multifários processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos quais os chamados “mortos”,traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos, se aglutinam, em grande parte, ao “habitat” dos chamados “vivos”, partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante e nas virtudes vividas, lhes ofereçam material para mais amplas meditações, pelas quais se habilitem à necessária transformação com que se adaptem a novos caminhos e aceitem encargos novos, à frente da evolução deles mesmos, no rumo das Esferas mais altas”.

Concluamos, então, com André Luiz1:
“(...) não podemos esquecer a obrigação de cultuar a mediunidade e acrisolá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos do auto-conhecimento.
A parapsicologia nas Universidades e o estudo dos mecanismos do cérebro e do sonho, do magnetismo e do pensamento nas instituições ligadas à psiquiatria e às ciências mentais, embora dirigidos noutros rumos, chegarão – igualmente – à verdade, mas, antes que se integrem conscientemente no plano da redenção humana, burilemos, por nossa vez, a mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a observação dos fatos em si, mas também que se fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredientes morais que os constituem, a fim de que se tornem fatores de aprimoramento e felicidade, a benefício da criatura em trânsito para a realidade maior”.

[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, capítulo V, item 98, § 9º.
[2] - XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da mediunidade. 4. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1973, introdução.
[3] - XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da mediunidade. 4. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1973, cap.V.
[4] - XAVIER, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos. 7. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1983, cap. XIV.
[5] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 459.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Como os espíritos obsessores sugam a energia vital de encarnados

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 16, 2018 9:55 am

A simbiose prejudicial é conhecida como parasitose mental.
Esse processo é tão antigo como o próprio homem.
Após a morte, os espíritos continuam a disputar afeição e riquezas com os que permanecem na carne ou arruam empreitadas de vingança e violência contra eles.
Na parasitose mental temos o vampirismo.
Por esse processo, os desencarnados sugam a vitalidade dos encarnados, podendo determinar nos hospedeiros doenças das mais variadas e até mesmo a morte prematura.
Para o mundo espiritual, “vampiro é toda entidade ociosa que se vale indebitamente das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”.
O médico desencarnado Dias da Cruz lembra que “toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte que se rende às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva”. E explica a técnica utilizada pelos espíritos vampirizadores, situando-a nos processos de hipnose.
Por acção do hipnotizador, o fluido magnético derrama-se no campo mental do paciente voluntário, que lhe obedece o comando.
Uma vez neutralizada a vontade do sujeito, as células nervosas estarão subjugadas à invasão dessa força.
Os desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente, utilizam esse processo na cultura do vampirismo.

SUGANDO AS ENERGIAS
Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas zonas motoras e sensoriais, inclusive os centros cerebrais (linguagem e sensibilidade, memória e percepção), dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano. Criam, assim, doenças fantasmas de todos os tipos, mas causam também degeneração dos tecidos orgânicos, estabelecendo a instalação de doenças reais que persistem até a morte. Entre essas doenças, Dias da Cruz afirma que “podemos encontrar desde a neurastenia até a loucura complexa e do distúrbio gástrico à raríssima afemia estudada por Broca”.
Relaciona ainda outras moléstias:
“pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral.
Através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como são as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogénicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte”.
Em Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz se refere a um caso interessante de um homem desencarnado e uma mulher encarnada que vivem em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro.
Ela busca ajuda na sessão do trabalho desobsessivo realizado por um centro espírita e, com o concurso de entidades abnegadas, consegue o afastamento momentâneo do espírito obsessor.
Bastou, porém, que o espírito fosse retirado para que ela o fosse procurar, reclamando sua presença.
Há muitos casos em que o encarnado julga querer o reajustamento, porém, no íntimo, alimenta-se dos fluidos doentios do companheiro desencarnado e se apega a ele instintivamente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 16, 2018 9:56 am

Em Obreiros da Vida Eterna, André Luiz descreve cenas de vampirismo em uma enfermaria de hospital.
“Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”, afirma.
E confessa que os quadros lhe traziam grande mal-estar.

VAMPIRISMO COM REPERCUSSÕES ORGÂNICAS
Na possessão, temos um grau mais avançado de actuação do espírito obsessor, constrangendo de forma quase absoluta a acção do obsediado.
Kardec a compreendeu como “uma substituição, posto que parcial, de um espírito errante a um encarnado”.
Como se trata de um grau mais avançado de vampirismo, as patologias orgânicas estão sempre presentes.
Dentro desse item de vampirismo com repercussões orgânicas, destacamos os casos de epilepsia e obsessão, como por exemplo no livro Nos Domínios da Mediunidade, caso Pedro.
Analisando essa casuística, constatamos que a possessão tem características e mecanismos diversos.
No caso Pedro-Camilo, instalou-se ao longo de 20 anos sob a actuação de um único obsessor.
Durante esse período, o quimismo espiritual ou a fisiologia do perispírito se desequilibrou e, consequentemente, desencadeou distúrbios orgânicos, entre os quais a ameaça de amolecimento cerebral.
No caso Margarida, estabeleceu-se mais efectivamente em dez dias, com organização técnica competente e actuação de uma falange composta de, aproximadamente, 60 obsessores, entre os quais dois hipnotizadores e dezenas de parasitas ovóides, decretando a falência orgânica quase total em virtude do controle do sistema endócrino, da pressão sanguínea e de funções importantes da economia orgânica.

INFECÇÕES FLUÍDICAS
Da mesma maneira como existem infecções orgânicas, acontecem também as fluídicas, resultantes do desequilíbrio mental.
O instrutor Aniceto, em conversa com André Luiz, argumenta que “se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente, temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias.
Desse modo, na esfera das criaturas desprevenidas de recursos espirituais, tanto adoecem corpos como almas”.
Os homens não têm preparo quase nenhum para a vida espiritual.
Em geral, não têm a mínima ideia de que “a cólera, a intemperança, os desvarios do sexo e as viciações de vários matizes formam criações inferiores que afectam profundamente a vida íntima”.
E cada uma dessas viciações da personalidade produz as larvas mentais que lhe são consequentes, contaminando o meio ambiente onde quer que o responsável pela sua produção circule ou estagie.
Elas não têm forma esférica, nem são do tipo bastonete, como as bactérias biológicas, mas formam colónias densas e terríveis.
E tal qual acontece no plano físico, o contágio também pode se verificar na esfera psíquica.
Na condição de parasitismo mental, as larvas servem de alimento habitual, porque são portadoras de vigoroso magnetismo animal.
Para nutrir-se desse alimento, bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância ainda encarnados como erva daninha aos galhos das árvores e sugar-lhes a substância vital.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 16, 2018 9:56 am

SUBSTÂNCIAS PARA DOMINAR O PENSAMENTO
Dentro do estudo a que nos propomos, temos de considerar também a produção dos espíritos inferiores desencarnados.
As ´substâncias” destrutivas produzidas dentro do quimismo que lhes é próprio atingem os pontos vulneráveis de suas vítimas.
Esses produtos, conhecidos como simpatinas e aglutininas mentais, têm a propriedade de modificar a essência do pensamento dos encarnados, que vertem contínuos dos fulcros energéticos dó tálamo, no diencéfalo.
Esse ajuste entre desencarnados e encarnados é feito automaticamente, em absoluto primitivismo nas linhas da natureza.
Os obsessores tomam conta dos neurônios do hipotálamo, “acentuando a dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações e produzindo nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático”.
Temos aí um intrincado processo de vampirismo, que leva as vítimas ao medo, à guerra nervosa, alterando-lhes a mente e o corpo.
É possível compreender, assim, os casos de possessos relatados nos Evangelhos, que se curaram de doenças físicas quando os espíritos inferiores que os subjugavam foram retirados pela ação curadora de nosso mestre Jesus ou dos apóstolos.
Por enquanto, os médicos estão às voltas com a extensa variedade de microorganismos patogênicos que devem combater diuturnamente.
Mas, no futuro, “a medicina da alma absorverá a medicina do corpo.
Poderemos, na atualidade da Terra, fornecer tratamento ao organismo de carne.
Semelhante tarefa dignifica a missão do consolo, da instrução e do alivio, mas no que concerne à cura real, somos forçados a reconhecer que esta pertence exclusivamente ao homem-espírito”.

Marlene Rossi Severino Nobre

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Mediunidade olfactiva

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 16, 2018 7:59 pm

Digna de menção, embora não muito citada, a capacidade da sensação olfactiva do plano espiritual.
Os médiuns percebem e distinguem três tipos de odores nesse plano.

1. O odor da aura da pessoa, suave e agradável quando há elevação; acre e insuportável no involuído, ou em quem está envolto em fluidos pesados por vícios habituais e degradantes;

2. O odor do pensamento, doce e perfumado se provém de pensamentos bons; metálico e causando forte impacto no centro vital cardíaco (plexo cardíaco e glândula timo) quando de baixo teor vibratório;

3. O odor dos sentimentos, perfumado, de flores, quando bons, e fétidos quando maus ou raivosos.

Interessante anotar que as pessoas possuem tipos de odor característicos individuais, que podem ser identificados mesmo de longe, desde que exista ligação fluídica entre a pessoa e o sensitivo; de tal forma que é possível dizer quais os tipos de pensamento ou sentimento que determinada pessoa está emitindo naquele momento, mesmo que os dois estejam separadas por longas distâncias.
Já o odor da aura só é percebido de perto.
Tecnicamente pode explicar-se porque a vibração odorífera é causada por emissão espiritual de tipo electromagnético (como a vibração do pensamento) e percorre a atmosfera com a velocidade da luz.
Essas vibrações são recebidas pelos nervos olfactivos e, quando o sensitivo está treinado, pode distingui-las comodamente.
Outra observação: com frequência o sensitivo percebe a emissão tempos depois.
Dá-se isso quando ate se acha ocupado ou distraído; mas os fluidos odoríferos mantêm-se em seu redor, circundando-o de tal modo que, quando este desperta, percebe o odor, e o identifica, apenas não sendo capaz de apurar há quanto tempo se deu a emissão.

Blog Espiritismo Na Rede baseado na obra Técnicas da Mediunidade de Carlos Torres Pastorino

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty O Espiritismo responde

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 17, 2018 8:02 pm

por Astolfo O. de Oliveira Filho

O leitor Francisco José de Oliveira, em mensagem publicada na secção de Cartas desta mesma edição, escreveu-nos:
Pelo que já li, as informações relativas a Marte mencionadas no artigo publicado como Especial na edição 372 desta revista contradizem o que Allan Kardec escreveu em suas obras.
Além disso, contrariam o que a NASA já divulgou a respeito do planeta Marte, onde a paisagem fotografada é sempre deserta e sem as casas e amplas avenidas descritas nas mensagens mediúnicas citadas no Especial 372.
Estou equivocado com minhas observações?
Podem os senhores dizer algo a respeito?
O leitor tem razão em suas observações.
Existe, sim, clara divergência entre o que Allan Kardec escreveu sobre o planeta Marte e o que alguns autores desencarnados escreveram por meio de Chico Xavier.
Com respeito, especificamente, a Marte, é bom lembrar a nota que o Codificador do Espiritismo escreveu à margem da questão 188 d´O Livro dos Espíritos:
Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente.
Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos.
O Sol não seria mundo habitado por seres corpóreos, mas simplesmente um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal.
Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de electricidade.
Todos os sóis como que estariam em situação análoga.
(O Livro dos Espíritos, nota à margem da questão 188.)
Na Revista Espírita há referências a quatro planetas do sistema solar.
Conforme o que nela foi publicado, Vénus e Júpiter seriam mundos mais adiantados do que a Terra, e Mercúrio e Marte, inferiores ao nosso planeta.
As referências a Marte aparecem no volume de 1858 (pp. 70 e 71) e no volume de 1860 (pp. 332 a 334), em que Marte é descrito como um mundo bem inferior à Terra, onde os seres, embora tendo a forma humana, são rudimentares e sem nenhuma beleza.
As obras psicografadas por Chico Xavier, mencionadas no Especial da edição 372, escrito pelo saudoso confrade Gerson Simões Monteiro, trazem informações diferentes.
Por que a contradição?
Não sabemos responder.
O que podemos, sim, é afirmar que as informações relacionadas com as condições de vida e com a natureza dos habitantes dos diferentes planetas não deveriam compor o corpo doutrinário do Espiritismo, visto que, em primeiro lugar, falta ao tema a necessária concordância nas revelações obtidas e, em segundo lugar, trata-se de assunto cuja comprovação objectiva escapa, por motivos óbvios, aos habitantes da Terra.

Como sabemos, no âmbito da Ciência as opiniões relativas à existência ou não de vida em outros mundos são divergentes.
Há cientistas que crêem nessa possibilidade, mas a maioria pensa de forma diferente.
E essa divergência, como vemos, também se nota no que diferentes espíritos disseram, primeiro a Kardec e, por último, a Chico Xavier.
Devemos entender, pois, como opiniões pessoais ou como revelações singulares os textos mediúnicos a respeito do tema, visto que o consenso universal, ou seja, a concordância entre as várias comunicações obtidas por meio de médiuns diversos em diferentes lugares, é um dos critérios que definem se determinado ensinamento faz parte ou não da Doutrina Espírita.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, item II, Kardec trata com clareza desse assunto.
Esperamos que as explicações acima satisfaçam à expectativa do leitor que nos escreveu.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Um desbravador moral

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 18, 2018 9:59 am

por Cláudio Bueno da Silva

O céu pejado de estrelas rebrilha na noite silenciosa.
Candeeiros de azeite, suspensos nos postes, iluminam as ruas de terra.
As águas dos rios Tamanduateí e Anhangabaú são límpidas e correm reflectindo o luar, enquanto carros puxados a cavalos transportam os últimos passageiros.
A cidade respira atmosfera eminentemente rural.
A vegetação ainda inexplorada se alonga em vasto território, onde animais silvestres que escaparam dos caçadores se aquietam para o descanso nocturno.
São assim as noites na São Paulo de quase 28 mil habitantes, por volta de 1850.
Os campos e chácaras vão formando agrupamentos, vilas, preparando-se para o progresso que certamente virá.
Algumas regiões de maior concentração de pessoas já acusam desenvolvimento rápido.
O progresso tem pressa, se espraia pelas Freguesias da Sé, Ifigênia e Brás, e vai rasgando as paisagens bucólicas e erguendo pontes, abrindo ruas, levantando casas.
Ao mesmo tempo, a industrialização e a cultura do café, alavancando o desenvolvimento económico do Estado de São Paulo, trazem reflexos à capital, transformando-a em núcleo cultural importante.
A proliferação das publicações literárias e a presença de académicos da Faculdade São Francisco, dentre eles Rui Barbosa, enriquecem a vida política e literária da cidade, já por volta de 1860.
Peças de teatro com temas nacionais começam a substituir os dramalhões estrangeiros, e Martins Pena, João Caetano, França Júnior são encenados com grande sucesso, assim como as sessões de música erudita e popular enchem os auditórios.
O palco é o do Teatro São José, com 1200 lugares, situado no Largo São Gonçalo, a actual Praça João Mendes, no centro de São Paulo.

Rua do Espírita
Mas há um teatro bem menor, com apenas 200 cadeiras.
É o teatrinhodo português António Gonçalves da Silva, conhecido como Batuíra, que funcionará entre 1860 e 1870 na hoje Rua Quintino Bocaiúva.
O local atrai estudantes e intelectuais.
Batuíra é muito querido pelos frequentadores e o clima ali é sempre de humor e boa cultura.
A repercussão do seu trabalho pioneiro no teatro irá render-lhe reconhecimento e muitas citações de escritores e historiadores em obras relacionadas à história de São Paulo.
Nascido em Portugal a 19 de março de 1839, o menino vem para o Brasil com 11 anos.
Ganha a vida como vendedor de jornais, ajudante no comércio, lavrador, tipógrafo.
Logo funda um jornal, revelando desde cedo um carácter muito dinâmico.
Mostra seus elevados princípios de justiça e caridade quando colabora com o movimento anti-escravagista, dando protecção a escravos foragidos.
Sabe-se que faz parte de um grupo abolicionista, colaborando e ajudando a manter um boletim em defesa da causa.
No grave surto de varíola que se abate sobre São Paulo em 1873 evidencia-se ainda mais o valor humanitário da sua alma.
Mesmo lidando com a virulência contagiosa da doença, Batuíra desdobra-se em solidariedade, cedendo sua própria casa para recolher e tratar os doentes.
Sua figura se populariza.
Com seu espírito empreendedor consegue folga financeira, compra terras desvalorizadas na região do Lavapés e constrói casas para alugar.
O progresso acelerado forma ali uma vila, onde surge a “rua do espírita”, mais tarde Rua Espírita, existente até hoje.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 18, 2018 9:59 am

Alegria no velório
A vida empreendedora vai muito bem, no entanto, uma nova etapa propõe mudanças para Batuíra.
As actividades de carácter pessoal e de intensa presença junto aos desvalidos ganharão novos contornos.
Nesse período (1883), a calma da vida familiar é rudemente abalada pela morte de seu segundo filho, de doze anos.
Esse episódio marca sua aproximação do Espiritismo.
É precisamente no velório do filho, em meio a rezas, choro e manifestações de tristeza que Batuíra, embora respeitando o apoio sincero dos amigos, surpreende a todos, protagonizando um lance inesperado.
Inquieto, um tanto sobressaltado, sai da sala mortuária e vai para o quarto, onde se isola em oração fervorosa, pleiteando uma resposta de Deus à sua dor.
Segundo seu próprio depoimento, mais tarde, viu a formação de uma luz que foi trazendo aos poucos o vulto do filho Quinho, que lhe disse:
“Pai, não fique triste.
Eu não morri.
Estou mais vivo do que nunca”.
A visão do filho transmitindo-lhe calma foi a maior emoção que Batuíra pôde sentir em vida.
Volta ao velório e, espantando a todos os presentes, diz:
“Não quero mais choro aqui.
Meu filho não morreu.
Meu filho vive (...).
Eu só quero alegria a partir deste instante”.
Sai à rua e quando retorna traz uma banda a tocar dobrados, polcas e marchas festivas...

A vertente do amor
As leituras espíritas levaram Batuíra a compreender a Doutrina sob o aspecto da caridade e do amor ao próximo.
A índole solidária que lhe é inata desabrocha de vez, a ponto de espantar a sociedade paulistana o facto de um homem abastado dedicar-se com tanto afinco àqueles que nada lhe podiam retribuir.
Sempre envolvido com os ideais fraternos funda centros espíritas, participa do movimento e se preocupa com a união dos espíritas.
Com o crescente interesse dos paulistas pelo Espiritismo, Batuíra vê a possibilidade de iniciar a divulgação da Doutrina através de um periódico.
Compra uma tipografia e, em 1890, lança o primeiro número do jornal Verdade e Luz, que se auto-define como “Órgão do Espiritismo Científico” e que chega, em certos períodos, à incrível tiragem, para a época, de 15 mil exemplares.
Escreve artigos e refuta acusações contra o Espiritismo.
Boa parte dos seus recursos pessoais é despendida nos 18 anos de sua publicação.

A imprensa leiga noticia sua morte
Depois de uma vida extremamente activa e solidária, Batuíra se despede do mundo físico a 22 de janeiro de 1909.
Sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, seu falecimento é noticiado em muitos órgãos da imprensa.
O Diário Popular informa:
“Cerca de uma hora da madrugada faleceu nesta Capital o Sr. António Gonçalves da Silva Batuíra, muito conhecido e estimado em nosso meio”.
Batuíra teve forte presença na obra psicográfica de Chico Xavier.
Nos anos 1940, se materializou várias vezes nas célebres sessões com o médium de efeitos físicos Peixotinho, no Rio de Janeiro.
É tido como uma das grandes figuras da história do Espiritismo em São Paulo e no Brasil.

(Baseado no livro Batuíra – Verdade e Luz, de Eduardo Carvalho Monteiro, Lúmen Editorial, 1999.)

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Barbárie humana: dos EUA ao Oriente...

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 18, 2018 8:15 pm

por José Lucas

“Um café, se faz favor”, pedi ao empregado que me veio servir à mesa da esplanada.
Ao lado, a conversa em alta voz (um mau hábito, recorrente, com esta história dos telemóveis) entre dois homens, na casa dos 45 anos.
Discutiam a questão em voga dos migrantes africanos, sírios, afegãos, mexicanos etc.….
Um deles (vamos chamar o Sr. A), bem nutrido (a barriguinha fazia a chamada “curva da felicidade” nos homens), bem-vestido, sentado numa esplanada num país em paz, onde o calor trazia um ar de Verão, do alto do seu “bem-estar” vociferou:
“essa cambada, se fosse eu que mandasse, ia a nado para casa, nem sabemos se são terroristas ou não…”.
O colega de mesa (vamos chamar o Sr. B) parecia ser menos reactivo, mais habituado a medir as palavras e/ou os conceitos.
Tinha aquilo a que se chama o ar de “boa pessoa”.
O Sr. B falava de um modo diferente, falava dos direitos humanos e tentava esclarecer o amigo, tentando que ele se colocasse na posição dos migrantes.
“E se fosses tu, pá?”… “
E se fosses tu a tentar entrar nos EUA em busca de uma vida melhor e te tirassem os filhos menores para serem ‘presos’ longe de ti, juntamente com mais de 1.000 (mil) crianças?”
O Sr. A disparou logo:
“isso é problema deles, que se amanhem, não venham é cá estragar o que é nosso”.
Confesso que fiquei um pouco nauseado, não pelo café que tinha acabado de beber, saboroso, mas por aquela dose auditiva de veneno tóxico que recebera – o egoísmo feroz.
Meditando no que tenho aprendido com a Doutrina dos Espíritos (Espiritismo ou Doutrina Espírita), senti-me mais aliviado por as minhas ondas mentais calcorrearem caminhos diferentes, caminhos de compreensão, fraternidade, irmandade universal, pese embora os muitos defeitos que ainda carrego.
Fiquei mais calmo… como que uma voz, mentalmente, me questionava:
“será que aquele egoísta feroz tem o conhecimento da imortalidade do Espírito?
Será que ele sabe que vai voltar à Terra, as vezes que forem necessárias, para evoluir espiritual e intelectualmente, em novos corpos (reencarnação)?
Será que ele conhece a lei de causa e efeito, onde cada um colhe o que semeia (nesta vida e nas seguintes)?”
Fazer ao próximo o que desejamos para nós é a medida do bem-estar e da felicidade interior.
Pois é, pensei cá com os meus botões, ele não deve saber, não deve ter conhecimento que lhe permita pensar de maneira mais fraterna…
E aqueles que, tendo esse conhecimento, pensam e agem da mesma maneira?
Esses são mais auto-responsáveis, moralmente falando…
Apeteceu-me entrar na conversa e dizer ao Sr. A:
“Sabe por que você não é feliz?
Porque o egoísmo é a mãe de todos os nossos vícios e, enquanto não nos libertarmos desse vício, entendendo a vida de modo holístico, não seremos felizes.
Enquanto não fizermos ao próximo o que desejamos para nós, não teremos paz interior e exterior.
Enquanto não nos conseguirmos colocar no lugar dos outros, não seremos felizes”.
Mas não era oportuno meter-me na conversa alheia.
Paguei o café, estava a ler o Jornal de Espiritismo, deixei-o em cima da mesa, na esperança que ele desse uma vista de olhos no jornal ali “esquecido”…
No livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, um dos capítulos fala das qualidades do Homem de Bem.
Fui-me embora a meditar nesse belo texto, que serve de roteiro luminoso para a nossa evolução intelectual e moral, para o nosso bem-estar…
Como queremos o mundo em paz se as leis dos Homens estão tão longe das leis divinas ou lei natural?
Como queremos paz se fomentamos a guerra no nosso quotidiano, nas conversas com termos belicosos, nas leituras e programas de TV escandalosos, nas atitudes e reacções agressivas, sem entendermos que o Amor é a grande estrada da evolução, como diz um amigo meu?
Por isso não somos (ainda) felizes, mas podemos mudar… quando quisermos, já hoje!

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Para o papa Gregório Magno, Elias reencarnou em João Baptista

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 19, 2018 9:36 am

por José Reis Chaves

O cristianismo primitivo aceitava a reencarnação, crença essa comum entre todos os povos contemporâneos de Jesus e de seus discípulos e de antes deles.
Mas o Concílio Ecuménico de Constantinopla, em 553, condenou a ‘preexistência’ da alma com relação ao momento da fecundação do embrião humano, sem a qual não é possível haver a reencarnação.
Teria a Igreja, pois, feito uma condenação indirecta da reencarnação, ao condenar a preexistência da alma?
Não descartamos essa hipótese.
Segundo Paul Brupton, considerado o maior sábio da Inglaterra do século 20, em seu livro “Verdades em Perspectivas”, essa condenação provocou entre os cristãos dos países do Oriente Médio muitos protestos e conflitos com a polícia do Imperador Justiniano, do que resultou a morte de cerca de um milhão de pessoas.
E, então, o que teria ocorrido se o concílio tivesse condenado directamente a reencarnação?
Ademais, o próprio papa São Gregório Magno (papa de 590 a 610), de grande prestígio entre os cristãos primitivos, era também reencarnacionista..
O Concílio Ecuménico referido foi convocado pelo Imperador Justiniano, que era um grande adversário da reencarnação, influenciado que foi, nessa questão, por sua esposa imperatriz Teodora.
Como era costume da época, o imperador, e não o papa, era quem convocava os concílios ecuménicos ou universais.
O papa aprovava a convocação deles.
Mas com relação ao concílio citado, sabe-se que o Papa Virgílio foi contra a sua convocação.
E diz-se que ele concordaria com a realização do concílio, se ele tivesse por sede Roma e não Constantinopla como ocorreu.
Os estudiosos da reencarnação sabem que Jesus diz claramente que João Baptista é a reencarnação do profeta Elias.
E, de acordo com a lei de causa e efeito ou cármica, como Elias mandou degolar 450 sacerdotes de Baal, ele como João Baptista, 850 anos depois, é também degolado.
Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo! (São Mateus 5:26).
Como já vimos, Gregório Magno defendia a reencarnação com base no Evangelho, assunto esse tratado por Carlos Torres Pastorino, ex-padre, com Doutorado de Bíblia em Roma e catedrático de grego da Universidade Nacional de Brasília (DF), (“Sabedoria do Evangelho”, Volume 3, página 22).
Para Gregório Magno, João nega ser Elias (João 1:21). Porém negou como pessoa (personalidade).
“Somos de ontem e nada sabemos” (Jó 87:9).
E como explica Gregório, o Baptista, ao negar ser o Elias que estava para vir (Malaquias 3:1), ele se referiu à pessoa (“persona”) dele.
Já Jesus, ao afirmar que João é o Elias, referiu-se ao espírito de Elias que é o mesmo do Baptista.
Alguns pensam que Malaquias trata da vinda de Elias, no “Juízo Final”.
Mas Jesus, com sua autêntica interpretação, esclarece que Elias já veio e não foi reconhecido (São Mateus 17:12).
Em outra passagem, Jesus falava aos discípulos sobre Elias.
E, então, eles entenderam que Ele lhes falara de João Baptista (São Mateus 17:13).
E ainda, em outra oportunidade, Jesus se referindo ao Baptista, reitera:
“E se o quereis reconhecer, ele é o mesmo Elias, que estava para vir.” (São Mateus 11: 14).
Crendo, pois, na reencarnação, sentimo-nos bem por termos como irmão dessa crença bíblica e racional um dos maiores papas, o Papa São Gregório Magno, verdadeiro seguidor de Jesus e de seus discípulos!

Nota do autor:
Recomendo “Reflexões sobre os Pensamentos”, de Caruso Samel, com a coautoria deste colunista e outros, Ed. Suprema, São Paulo, 2018.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Nós temos desafios ou problemas?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 19, 2018 8:11 pm

por Luiz Guimarães Gomes de Sá

Observando o nosso dia a dia, verificamos que os acontecimentos que se apresentam podem ser desafios ou problemas, dependendo da forma como os encaramos.
Nesse contexto podemos dizer que desafio é tudo aquilo que nos instiga à superação.
É uma espécie de “estímulo” que recebemos e também uma oportunidade para testar a nossa capacidade de vencer aquilo que nos incomoda ou nos conduzir a transtornos de qualquer ordem.
Devemos exercitar a paciência e a coragem, para termos condições de enfrentá-los e chegar a um desfecho menos sofrido.
Obviamente que essa vitória dependerá de esforço e determinação, e que jamais mergulhemos no desânimo.
Por outro lado, o que seria um problema?
Podemos dizer que se trata de algo que nos chega de forma assustadora e que, de início, nos sentimos impotentes para a devida solução.
É nesse ponto que o medo e o pessimismo se fazem presentes, trazendo-nos a incerteza quanto ao resultado desse enfrentamento.
Daí em diante estaremos no curso de um sofrimento avassalador que terá consequências das mais variadas em nosso campo mental, com repercussões severas no corpo físico, onde a angústia solapa o nosso bem-estar.
O desejo de ser feliz faz parte do sentimento de todo ser humano, sendo essa busca um trabalho diuturno.
Contudo, n’ O Livro dos Espíritos, questão 920, temos:
“O homem pode gozar na Terra de uma felicidade completa?
– Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz quanto se pode ser na Terra”.
Conscientes dessa assertiva, devemos aceitar os dias atribulados como parte das nossas existências, não cabendo entrar em desespero, mesmo porque somente faremos recrudescer os nossos sofrimentos.
Isto posto, descortinemos aquela força interior que nos move diante de tudo que nos ameaça.
Esse poder inerente ao ser humano não é bem conhecido, merecendo que nos apercebamos do mesmo, tornando-o útil para melhor vivermos.
Uma reflexão importante se faz necessária e consiste em mudarmos a maneira de ver os factos e coisas.
Lembremo-nos de que toda “moeda” tem dois lados e em geral não atentamos para uma visão diversa daquela que adoptamos rotineiramente, face ao arquivo das experiências pretéritas que nos faz proceder conforme aquelas vivências com inúmeros equívocos.
É preciso ter em mente que, não raro, os sofrimentos são “sinais” de alerta para que tomemos novos rumos em nossas vidas.
Infelizmente a visão material nos afasta da dimensão extra-física que se constitui na verdadeira vida, que é a espiritual.
Temos ainda em Matheus 5:4:
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”.
Desnecessário dizer que a prece, a fé e a esperança configuram a trilogia que nos impulsiona para a resignação, fortalecendo os nossos passos para o contínuo processo evolutivo.
(Todos nós somos susceptíveis a oscilações.
A vida é um “surf”, onde as ondas influenciam as emoções e os sentimentos.)

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Dignidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 20, 2018 9:06 am

Somos filhos de Deus, Espíritos imortais, cidadãos do Universo.
De átomos, criados pela Vontade Divina, somos impulsionados na direcção da angelitude, obedecendo a Lei do Progresso.
No reino mineral desenvolvemos as potencialidades químio-electromagnéticas; no vegetal a sensibilidade; no animal os instintos e os rudimentos de inteligência.
Agora, no hominal, as sensações tendem para o sentimento, a inteligência se amplia, o livre-arbítrio é uma realidade, a consciência e a razão estão presentes.
Nosso desafio actual consiste em vivenciar com dignidade as oportunidades evolutivas que nos são conferidas.
De maneira voluntária e consciente abraçamos a Doutrina Espírita ainda que, muitas vezes, chegue-se a ela pela dor.
Ser espírita significa, na mais profunda essência, acolher no coração e na mente os ensinamentos dos Espíritos, codificados por Allan Kardec, no seu tríplice aspecto, como se pode entender e sentir estudando as obras básicas do Espiritismo.
Dignidade, numa visão espírita, é nos amarmos buscando desenvolver nosso potencial interior na direcção do bem, qualidade moral que infunde brio, grandeza de carácter, valorizando cada momento do dia-a-dia.
É, também, amar o próximo, no sentir, no falar e no agir, com posturas de respeito e elevação no trato, alimentando ideias positivas.
A dignidade da pessoa humana, seja a nossa própria, seja a do próximo, tem a ver com a reforma íntima, a mudança de hábitos sempre para melhor.
E essa amplitude transcende para o público, o social, o ecológico, o geral, exercitando a nobreza, a honestidade, a honra, o pundonor.

A Doutrina Espírita revive os ensinamentos de Jesus na sua pureza e, por isso mesmo, a dignidade espírita tem a ver com:
O entendimento da vida futura, fazendo bom uso do presente;
A compreensão do estágio evolutivo da Terra e do porquê nos encontramos estagiando nela;
A importância da presente reencarnação para nosso Espírito reparar equívocos do passado e construir um futuro melhor, a começar pelos relacionamentos familiares;
A resignação diante das aflições, provas, expiações;
Colocar em prática a teoria do estudo já realizado e compreendido;
O exercício da humildade;
A busca da simplicidade e pureza de coração;
O cultivo da paciência;
Fazer uso do perdão no seu sentido mais amplo;
Amar o próximo como a si mesmo, fazendo aos outros o que quereríamos que nos fizessem;
Retribuir o mal com o bem;
Fazer o bem sem ostentação;
A prática da caridade, tanto material como moral;
Preservar-se da avareza;
A persistência no processo de reforma interior, buscando desenvolver as virtudes ainda não alcançadas mas já compreendidas;
A boa aplicação dos talentos que a presente existência terrena concede, inclusive os pertinentes à sensibilidade mediúnica;
O cultivo da fé raciocinada, pelo estudo, meditação, oração;
A prática do bem, ajudando o próximo;
A vigilância constante;
A divulgação criteriosa da Doutrina abraçada, embora sem laivos de proselitismo.

É com a dignidade humana que se caminha em direcção do aperfeiçoamento.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Próximo, todo e qualquer

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 20, 2018 7:56 pm

por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Perdoe-me, estimado leitor, o uso de uma narrativa pessoal, mas entendi essa como forma adequada de abordar tão arenoso tema.
Nessas férias de 2017-2018 assisti a dois filmes na telona, que chamaram a atenção por tratar o mesmo tema, mas de forma diversa.
O primeiro filme, “Extraordinário” (EUA, 2017), oriundo do livro homónimo da escritora R. J. Palacio, narra um momento crucial da vida do jovem August, que tem seu rosto completamente deformado por conta de uma má-formação congénita, e que tem que enfrentar o desafio de ir à escola aos dez anos de idade.
Inteligentíssimo, August (ou Augie), teme a escola e vê seus medos se materializarem pela agressividade de alguns de seus colegas pela sua condição.
Mas pelo seu exemplo e pela coragem de tantos outros, ele modifica aquele ambiente, que passa a enxergá-lo de forma mais gentil.
O segundo filme é “O Rei do Show” (EUA, 2017), com um desempenho impecável de Hugh Jackman, narra a biografia de P. T. Barnum que, de origem humilde, ascende como produtor artístico de uma Nova York vitoriana, utilizando-se de um show de pessoas com características diferentes, invocando o argumento que o show permitiria a eles serem incluídos e ainda serem remunerados pelas chacotas que lhes causaram sofrimento durante toda a vida.
O desejo de ver o bizarro, o diferente, olhando as pessoas como objectos peculiares, é um mote subjacente ao filme, nos conflitos entre a repulsa pela intolerância e a admiração pela curiosidade, que alimenta protestos diante do caça-níquel instalado.
Ambos os filmes, sintonizados com as discussões modernas que tratam da inclusão, do convívio com a diversidade de características, da questão da aceitação e da indulgência, ocorrem em épocas diferentes, na mesma cidade, mostrando que, passado cerca de um século, a curiosidade e o medo continuam a ser a tónica no trato de quem não se enquadra nos padrões estabelecidos.
A curiosidade, a busca por olhar, ver, rir e se emocionar com o que nos é diferente é uma marca de nossa sociedade, e isso nos faz repensar, trazendo para a pauta espírita a nossa conduta em relação aos trabalhos assistenciais, diante dos vulneráveis, de pessoas com deficiência, e de que olhar exercitamos em relação a eles.
Afinal, ali se encontra um Espírito, em uma vivência reencarnatória, tão relevante quanto a nossa, e o trabalho social no Espiritismo não é um turismo pelas dores do mundo, e sim um mecanismo de intercâmbio de amor na promoção da modificação interior destes envolvidos.
Da mesma maneira, o medo, que conduz a violência, é uma forma de interacção que ainda persiste e que precisa ser trabalhada, e a casa espírita não está distante dessa discussão.
Nada justifica a violência...
Nada justifica a violência direccionada a uma pessoa pelo fato dela ser diferente em seu corpo, na sua crença, ou na sua orientação sexual.
Não existe razão para o temor de outros que enxergam a vida de outra forma, ou de outros que têm a aparência diferente.
Quantas lendas para assustar crianças surgiram de nosso medo e da incompreensão do que é diferente?
Quantas pessoas ficaram escondidas em suas casas, privadas da escola, do ar livre, da praça, pelo facto de não termos aprendido essa questão básica de convívio humano.
E essa discussão necessita entrar na nossa pauta!
Os filmes citados nos convidam ao exercício dessa peculiar fraternidade, profunda, lastreada no carpinteiro que vivia cercado do populacho, que não olhava a aparência e sim a essência, pregando o amor ao próximo, sem limitar esse conceito.
Aliás, Jesus, quando perguntado quem era o nosso próximo, narrou a Parábola do Bom Samaritano, indicando que todo aquele que necessita deve ser objecto de nossa ajuda.
Como os habitantes que se acotovelavam para ver o show das chamadas aberrações, como as crianças que hostilizam o amigo de classe pela sua aparência, nos vemos distantes do que se espera como seguidores do Cristo, que trouxe o caminho, a verdade e a vida, mas insistimos em não aprender, presos a subterfúgios alimentados pela nossa própria imperfeição.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Verdadeiros amigos

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 21, 2018 10:16 am

por Nilton Moreira

Interessante analisar o conceito que cada um tem de amigo.
É uma palavra que proferida pode aplacar qualquer reacção adversa, mesmo que não conheçamos a pessoa para a qual estamos nos dirigindo, haverá sempre uma receptividade afectuosa.
Amigo é palavra que traz em si um aconchego, um encurtamento de distância entre pessoas.
Mas já parou para pensar quem realmente é teu amigo?
Quantos amigos será que temos realmente?
Será que todas as pessoas que consideramos amigas nos consideram assim também?
É possível ser amigo de alguém que não nos tem consideração?
Será que a falta de contacto em razão da distância faz com que a amizade termine, ou ela será sempre presente?
Até que ponto pode ir uma amizade?
Temos milhares de amigos nas redes sociais, mas será que podemos dizer que todos são amigos mesmo?
São situações de difícil análise, mas quando brigamos com uma pessoa que temos como amigo é muito dolorida a energia que toma conta de nós.
Acreditamos que o maior amor que pode existir é o de amigo, pois a partir deste todos os outros matizes do amor se desdobram.
Ser amigo é ser fiel não importando o momento.
É algo sublime.
Mas a amizade só será verdadeira mesmo quando colocada à prova, mas mesmo assim não podemos exigir de nossos amigos uma perfeição desse sentimento, pois sendo nós passageiros de um Planeta expiatório temos muitos defeitos e um deles é confundir amizade com outros adjectivos similares.
Acreditamos que uma amizade sincera transcende o plano físico e na espiritualidade permanece, já que temos muitos amigos espirituais que nos acompanham durante a trajectória aqui na Terra.
Um amigo que podemos contar sempre é nosso Anjo Protector, Anjo de Guarda, Espírito Guardião, Mentor Espiritual, como queiram chamar, a conotação não interessa.
O importante é a fidelidade.
“Quando Jesus entrou, vitorioso, em Jerusalém, houve um instante em que parou para respirar livremente.
Com ele, apenas Bartolomeu, apagado e discreto.
O discípulo exultava.
Até eles chegavam os ecos do grande êxito.
Hossanas ao Messias.
Cânticos. Algazarra. Perfumes no ar.
Não longe, Simão Pedro, que negaria o Senhor.
Judas, que o negociara.
Tomé, que o abandonaria.
Tiago e João, que dormiriam descuidados, sem lhe perceberem a angústia.
E toda uma legião de admiradores que, no dia seguinte, se transformariam em adversários.
Bartolomeu, feliz, observou a atmosfera festiva e disse contente:
‘Oh! Mestre, quanta felicidade!
Afinal! Afinal a glória, apesar dos perseguidores!’
Notando que Jesus continuava em grave silêncio, o aprendiz perguntou:
‘Por que tristeza, Senhor, se estamos triunfando de tantos inimigos?’
O Cristo, porém, meneou a cabeça e, fitando a turba próxima, falou sereno:
‘Bartolomeu, Bartolomeu, vencer, mesmo tendo inimigos, é sempre fácil, porque os inimigos se colocam a distância, por si mesmos’.
E profundamente desencantado:
‘A batalha mais árdua é vencer com os amigos’.”

Portanto, analisemos quem de facto são nossos amigos verdadeiros.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Alguns aspectos da prece

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 21, 2018 7:51 pm

por Silas Lourenço

A prece ou oração pode ser escrita, falada ou apenas em pensamento através dos quais nos dirigimos directamente a Deus ou a seus prepostos.
As preces possuem em geral três objectos.
As que pedimos, as que agradecemos e as que louvamos.
Como bem elucidou a Espiritualidade Superior em O Livro dos Espíritos, na questão 659.
Realmente, o contacto com a Divindade possui, em geral, estes três objectos.
E os nossos pedidos superam em muito os agradecimentos, pois comummente, depois de pedirmos, apenas nos “esquecemos” de agradecer.
Ou, quando numa amnésia absurda desconsideramos qualquer interferência divina, ou espiritual, e atribuímos aos nossos esforços o mérito de qualquer obtenção.
Ou ainda, numa ingratidão inominável, atribuímos ao acaso os resultados benéficos que nos atingem.
Houvesse um caderno no qual anotássemos a quantidade dos nossos pedidos ao Pai Celestial, deveria haver o mesmo número de agradecimentos.
Nessa imaginada contabilidade certamente estaríamos “no vermelho”.
Não desconsiderando também que muitas pessoas a título de louvor se põem numa verdadeira bajulação enfadonha, esquecendo-se de que sendo o Nosso Pai Omnisciente, saberá tudo o que se passa em nosso íntimo e, portanto, somente em nosso desfavor pesarão as palavras ditas nestas condições.
Devemos fazer outra consideração sobre os motivos de nos dirigirmos ao Pai Celestial, trata-se de que sendo as Leis imutáveis e irrevogáveis, nossos actos infraccionais nos vinculam aos seus resultados.
Num exemplo raso sobre um facto corriqueiro da vida quotidiana, uma breve caminhada, a possibilidade de uma queda não poderá ser evitada pela alteração das Leis da Gravidade, sendo inúteis pedidos deste jaez.
O certo é que somente com atenção, cuidado e respeito aos nossos limites físicos poderíamos evitar a possibilidade de uma queda, e isso sim, pode ser objecto de pedido ao Criador.
Moralmente não se pode supor que nossos pedidos serão ouvidos, caso sejam contrários às Leis Morais.
Certa feita, pela televisão, assistimos atónitos a alguns corruptos inescrupulosos orando e pedindo protecção para o crime que estavam cometendo. Um absurdo!
O não roubarás é moralmente reprovável há pelo menos quatro mil anos e o ser humano ainda imagina ser possível mascarar este ato nefando com palavras vazias de qualquer conteúdo moral. Lastimável!
Para o mínimo de eficácia, primeiramente se deve considerar os atributos da Divindade, e só então, com o máximo de humildade possível, nos pormos em prece.
Imaginar que Deus é um pajem que nos atenderá em nossos caprichos, nossas birras, é infantilidade psicológica.
E quanto aos resultados?
A humildade nos dará a resposta: submissão Cristã, ou seja, envidar todos os esforços para a obtenção do que se quer, e aceitar qualquer resultado advindo.
Sempre ter em mente o provérbio popular:
“O Homem propõe, e Deus dispõe”.
Estamos encarnados para evoluir, e a vida se desenrola em dificuldades e problemas, contamos com o auxílio de Deus através de seus prepostos e a prece nos põe em contacto directo.
A fé nos dá a convicção absoluta de que nossos pedidos serão atendidos, com humildade revelamos nossas boas intenções e com esperança teremos a paciência de aguardar os resultados e a certeza de que sejam quais forem, serão sempre em nosso próprio benefício.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty É o passe, rompendo barreiras

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 22, 2018 10:26 am

por Vladimir Polízio

Aos poucos e com o passar do tempo, o que estamos vendo é que alguns conceitos e procedimentos que antes ficavam restritos aos ambientes dos Centros Espíritas estão sendo empregados fora dos seus limites.
Em ocasião não muito distante, a própria OMS - Organização Mundial da Saúde, tomando por base relatórios de grupos de pesquisadores brasileiros, reconhecendo a necessidade de adequar-se às realidades, encetou algumas pesquisas em diversos países, com resultados surpreendentes.
A decisão da OMS em classificar os sintomas da mediunidade com um CID (Classificação ou Código Internacional de Doenças) específico, entraria em vigor no ano de 2015, mas, por questões de ordem técnica, essa data foi prorrogada para 2018, o que nos deixa, ainda, no campo da perspectiva.
Continuam as pesquisas com o passe.
Enquanto grupos de profissionais da saúde e pessoas ligadas a instituições diversas, e não necessariamente espíritas, têm contribuído nesse sentido, e levado instituições a rever seus sistemas.
Este caso é um exemplo:
"O Ministério da Saúde, atendendo à necessidade de se conhecer experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados, adoptou como estratégia a realização de um diagnóstico nacional que envolvesse as racionalidades já contempladas no Sistema Único de Saúde, entre as quais se destacam aquelas no âmbito da medicina tradicional chinesa/acupuntura, homeopatia, fitoterapia e da medicina antroposófica[1], além das práticas complementares de saúde".
Medida oportuna, segura e inteligente.
Esta medida, contudo, não está sendo novidade para os dias actuais, pois já tivemos, pelo ano 2000, providências idênticas por parte de várias cidades do norte e nordeste e outras mais recentes, no estado do Paraná, que adoptaram esse sistema de contratação de funcionários na área de saúde do município para, juntos, como medicina alternativa, promoverem o atendimento necessário e com resultados positivos.
É desse importante trabalho realizado em todos os Centros Espíritas que estamos falando; e de acordo com a publicação do DOU - Diário Oficial da União, páginas 32-34 de 13 de janeiro de 2017, sexta-feira, a prática conhecida como imposição de mãos passa a fazer parte do programa denominado "Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - (PNPIC), ligado à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério correspondente, e assim se expressa:
"Imposição das mãos próxima ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente.
Promove bem-estar, diminui stress e ansiedade".
Contudo, não obstante o empenho em oferecer o óbvio em benefício dos que precisam, para o Conselho Federal de Medicina - CFM, as chamadas práticas integrativas e complementares "não apresentam resultados e eficácia comprovados cientificamente".
Publicado há mais de um ano, somente agora, em 12-3-2018, no Rio de Janeiro, o Ministro da Saúde lançou oficialmente a complementação faltante, onde está incluída a actividade de "imposição de mãos".
Isso representa que em todo o território nacional, os 26 Estados e mais o Distrito Federal contam agora com 29 actividades extraordinárias, das quais destacamos hipnoterapia, yoga, terapia de florais, cromoterapia, meditação.
De facto, uma conquista e tanto para a Saúde do país e para os beneficiários do SUS.
Muito embora não nos cause surpresa, esse interesse demonstrado pelo Órgão federal de saúde, essa demonstração de pacientes interessados e felizes, decorre em razão da visão mais abrangente do SUS em dotar o sector desses recursos que estão facilmente ao alcance das mãos e considerados de largos benefícios, o que é facilmente notado pela grande procura dessa modalidade de tratamento.
Nem todos os 5.570 municípios brasileiros, foram atendidos.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 22, 2018 10:27 am

Como exemplos, os dois menores e os dois maiores, em número de municípios, respectivamente:
Amapá: 16-10 e Acre: 22-11; São Paulo: 645-367 e Minas Gerais: 853-564.
Sabemos da importância do fluido magnético e que é ressaltado no texto relacionado ao sector da Saúde, como sendo:
"Prática de imposição de mãos que usa a aproximação ou o toque sobre o corpo da pessoa com a finalidade de estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde", em clara alusão aos sete centros de força lembrados por André Luiz[2]:
“Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, o influxo do poder directriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células eléctricas que podemos definir como sendo um campo electromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”.
O Benfeitor Emmanuel esclarece sobre o passe[3]:
“Meu amigo, o passe é transfusão de energias fisiopsíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício.
Se a moléstia, a tristeza e a amargura são remanescentes de nossas imperfeições, enganos e excessos, importa considerar que, no serviço do passe, as tuas melhoras resultam da troca de elementos vivos e actuantes.
(...)
Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é acto sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.
Ninguém deita alimento indispensável em vaso impuro”.
Esta finalização demonstra que para conquistar o auxílio dos Espíritos é necessário limpar-se interiormente para se fazer merecedor de tal graça, visto que não se guarda valores em arca deteriorada.
Rever posturas ou conceitos é um sinal de reconhecido amadurecimento, quando esses valores não são alterados em função de interesses, especialmente quando se trata de saúde e bem-estar e os resultados são seguros e generosos.
Quem tem olhos de ver, que veja.

[1] Antroposófica ou antropossófica: Doutrina espiritual e mística.
[2] Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, por Chico Xavier - Cap. XX - Conflitos da alma – Ed. FEB.
[3] Segue-me, de Emmanuel, por Chico Xavier - O Passe - Ed. IDE.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Judas Iscariotes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 22, 2018 7:41 pm

Na dobra dos séculos, ele continua sendo apontado como alguém que destoou no Colégio Apostólico, exemplo de mau amigo, traidor.
Ainda na actualidade, o seu nome é dado aos que traem uma causa, aos que erguem a mão contra quem os brindou com amizade.
Dentre os doze apóstolos, parece ter sido o único que não era galileu.
Filho de Simão, era da cidade de Cariote ou Kerioth, "cidade do extremo sul da tribo de Judá, a uma jornada além do Hebron." (3)
Em Cafarnaum, Judas, comummente denominado, Judas Iscariotes, o que equivale a dizer, Judas, de Kerioth, sua localidade de nascimento, se consagrava ao pequeno comércio, vendendo peixes e quinquilharias.
Entendia de contabilidade, e se transformou no tesoureiro do grupo.
Era quem cuidava da bolsa das ofertas.
Quem lhe analise a personalidade, o qualifica como culto, eloquente e polido.
Também alegre e um homem realizado.
Destacam-se nele, igualmente, qualidades como discrição e sensatez.
Com certeza, um homem prático.
Sua cabeça era de um comerciante.
Seu negócio era adquirir, revender e contar os lucros.
"Imediatista, considerava as pessoas e ocorrências através da óptica distorcida da realidade, pelo valor relativo, amoedado, social, transitório, não real. (...)" (2)
Foi exactamente sob essa tónica, que ele expôs o Amigo Celeste.
Judas tinha ambição, fascinação pelas riquezas, preocupações com a vida material.
Não conseguiu apreender o sentido da missão do Grande Amigo.
Para ele, o carpinteiro de Nazaré era o Messias, aguardado há séculos por Israel, sofrida e à época, escrava da águia romana dominadora.
O poder de Jesus, Seus discursos, Sua inteligência e Seus milagres o fascinavam.
No Evangelho de João (12:6), encontramos uma referência à sua desonestidade, referindo o evangelista que "tendo a bolsa, roubava o que se lançava nela."
Segundo as lições espirituais, Jesus o teria advertido, ao início do apostolado:
"...Judas, a bolsa é pequenina; contudo, permita Deus que nunca sucumbas ao seu peso!" (6)
Sua é a voz primeira que sussurra acerca do desperdício, em casa de Simão, o ex-leproso, durante o banquete em que Maria, de Betânia, oferece ao Amor não amado, o caro perfume, ungindo-Lhe os cabelos.
Servindo-se do momento para o ensino, Jesus recorda da pérola da amizade e da preciosidade da manifestação afectiva, alertando sobre a precariedade das coisas temporais.
Acompanhando o Rabi, dia após dia, registando-Lhe a grandeza, alimenta o filho de Simão a ideia de que, dia chegará em que Ele assumirá o poder, liderando uma grande revolução, esmagando Roma.
Não conseguira entender que a maior revolução que o doce Rabi propunha era contra o inimigo interior.
Após a triunfal entrada do Amigo em Jerusalém, Judas imaginou que melhor momento não haveria do que aquele para que Ele inaugurasse o Seu Reino.
No entanto, sequer sorrira Jesus, nem retribuíra com acenos ou um inflamado discurso à extraordinária recepção, que o povo lhe oferecia.
Aquela maré humana entrou por um dos grandes portais da muralha do Templo e se derramou para o interior da extensa área do átrio dos gentios, ao átrio do povo e dos sacerdotes.
E quem ouvisse os brados de Hossana ao Filho de Davi!
Hossana! acorria para ver quem seria a personagem que assim estaria sendo ovacionada.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 22, 2018 7:41 pm

Quem seria alvo de tão deslumbrante manifestação?
Os fariseus ficaram indignados e mais recrudesceu o ódio contra o Galileu.
Os sacerdotes devem ter tremido, temendo, mais que nunca, perder o cargo e seus privilégios.
Decretava-se, ali, a urgência da sentença de morte do Filho de Nazaré.
Contudo, enquanto Judas aguarda que Ele tome uma atitude, o Mestre se retira da cidade, ao anoitecer e se dirige a Betânia, onde costumava passar a noite.
O discípulo se inquieta.
Sob seu ponto de vista, Jesus não sabe aproveitar as oportunidades, nem se preocupa em conquistar a atenção dos homens mais altamente colocados na vida.
Gozando da amizade de políticos influentes em Jerusalém, Judas decide propor um acordo para apressar o triunfo do Messias.
Arquitecta entregá-lO aos homens do poder temporal, "em troca de sua nomeação oficial para dirigir a actividade dos companheiros.
Teria autoridade e privilégios políticos.
Satisfaria às suas ambições, aparentemente justas, com o fim de organizar a vitória cristã no seio de seu povo.
Depois de atingir o alto cargo com que contava, libertaria Jesus e lhe dirigiria os dons espirituais, de modo a utilizá-los para a conversão de seus amigos e protectores prestigiosos." (7)
Quando a alvorada se fez, o discípulo imprevidente se dirigiu ao Sinédrio.
Aguardou horas, mas muitas promessas lhe foram feitas.
Guardou as 30 moedas, nem mesmo sabia porquê.
Afinal, logo mais, ele teria as rédeas do movimento renovador.
Era uma quantia pequena para o que idealizava.
Nada além do preço de um escravo: trinta moedas de prata.
Com um beijo entrega o Amigo a quem amava, sem O compreender.
Aterrorizado, viu seu Mestre ser conduzido à cruz, sem nenhum lamento, sem nenhuma queixa.
Dando-se conta do equívoco, busca Caifás, reclamando o cumprimento do acordo.
Somente recebe dele e dos demais membros do Sinédrio sorrisos de sarcasmo.
Recorre às suas relações de amizade e teve que reconhecer a fragilidade das promessas humanas.
De longe, Judas contemplou as cenas humilhantes e angustiosas do drama do Gólgota.
O remorso o abraça, dilacerando-lhe a consciência.
Um pensamento o toma.
Sem amigos, traidor vil que entrega o Amigo querido, da forma mais ignominiosa, ele somente pensa em desertar da vida.
Naquele momento, não se recordou das exortações acerca da prece, da comunhão com o Pai, do perdão leccionado tantas vezes pelo Nazareno.
Ele somente escuta a voz tenebrosa de seu tremendo remorso e, dirigindo-se à rampa do vale de Hinom, compõe o laço em torno do pescoço e se deixa pender, vencido pela dor, ingressando no mundo espiritual, atormentado e sofredor.
Conta-se que, tendo devolvido aos sacerdotes o dinheiro vil, entenderam eles que aquele era "preço de sangue" e não seria lícito retorná-lo aos cofres do Templo.
Assim, adquiriram um campo para servir de cemitério a estrangeiros e peregrinos que morressem em Jerusalém.
O local ficou conhecido como "campo de sangue" e, segundo alguns, Judas teria sido o primeiro a ser ali sepultado.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 22, 2018 7:42 pm

Na sequência dos anos, ele expiaria sua tenebrosa falta.
Em entrevista que concede ao espírito Irmão X, assim narra a sua trajectória de redenção:
"Depois de minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta.
Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado.
Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV.
Desde esse dia em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo do perdão da minha própria consciência..." (8)

Bibliografia:
01.FRANCO, Divaldo Pereira. Isto é lá contigo. In:___. Há flores no caminho. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1982. cap. 23.
02.______. Arrependimento tardio. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1993. cap. 12.
03.RENAN, Ernest. Os discípulos de Jesus. In:___. Vida de Jesus. 13. ed. São Paulo: Martin Claret, 1995. cap. 9.
04.TEIXEIRA, J. Raul. Jesus e a traição. In:___. Vida e mensagem. Pelo espírito Francisco de Paula Vitor. Niterói: FRÁTER, 1993. cap. 15.
05.VINICIUS. Reabilitação de um culpado. In:___. Na escola do mestre. 4. ed. São Paulo: FEESP, 1981. cap. 4.
06.XAVIER, Francisco Cândido. Os discípulos. In:___. Boa nova. Pelo espírito Irmão X. 8. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1963. cap. 5.
07.______. A ilusão do discípulo. Op. cit. cap. 24.
08.______. Judas Iscariotes. In:___. Crônicas de além-túmulo. Pelo espírito Humberto de Campos. 8. ed. Rio[de Janeiro]: FEB, 1975. cap. 5.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty As emoções

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 23, 2018 9:20 am

A palavra emoção provém do verbo emovere, que significa mover ou movimentar, sendo, portanto, qualquer tipo de sentimento que produza na mente algum tipo de movimentação, que tanto pode ser positiva, negativa ou mesmo neutra.
O importante na ocorrência do fenómeno da emoção são o seu propósito e as suas consequências.
Quando se direcciona ao bem-estar, à paz, à alegria de viver e de construir, contribuindo em favor do próximo, temo-la como positiva ou nobre, porque edificante e realizadora.
No entanto, se inquieta, estimulando transtorno e ansiedade, conduzindo nossa mente a distúrbios de qualquer natureza, temo-las negativa ou perturbadora, que necessita de orientação e equilíbrio.
Os resultados serão analisados pelos efeitos que produzam no indivíduo e naqueles com os quais convive, estabelecendo harmonia ou gerando empecilhos.
São as emoções responsáveis pelos crimes hediondos, quando transtornadas, assim como pelas grandes realizações da humanidade, quando direccionadas para os objectivos edificantes do ser.
No primeiro caso, desfruta-se de alegria de viver e de produzir o bem, enquanto que, no segundo, proporciona sofrimento e angústia, desespero e consumpção.
Para um outro objectivo são necessárias ferramentas específicas, tais como o amor, a bondade, a compaixão, a ira, a cólera, o ódio, o ressentimento, a desonestidade, que levam ao crime e a todas as urdiduras do mal.
No primeiro caso, encontramos a nobreza de carácter e dos sentimentos edificantes, enquanto que, no segundo, constatamos a pequenez moral, o primarismo em que se detém o ser humano.
As emoções, do ponto de vista psicológico, podem ser agradáveis ou desagradáveis, estabelecendo identidades, tais como aproximação, medo, repugnância e rejeição.
O importante no que concerne às emoções é o esforço que deve ser desenvolvido a fim de que sejam transformadas as nocivas em úteis.
Quando se expressam prejudiciais, o indivíduo tem o dever de trabalhá-las, porque algo em si mesmo não se encontra saudável nem bem orientado.
Ao invés de dar expansão às suas tempestades interiores, deve procurar examinar em profundidade a razão pela qual assim se encontra, de imediato tentando alterar-lhes o direccionamento.
As emoções têm sua origem nas experiências anteriores do ser, que se permitiu o estabelecimento de paisagens internas de harmonia ou de conflitos.
Não se deve lutar contra as emoções, mesmo aquelas denominadas prejudiciais.
Antes, cabe o esforço para desviar-se a ocorrência daquilo que possa significar danos em relação a si mesmo ou a outrem.
Inevitavelmente, ocorrem momentos em que as emoções nocivas assomam volumosas.
A indisciplina mental e de comportamento abrem-lhe espaços para que se expandam.
No entanto, a vigilância, ao lado do desejo de evitar-se danos morais, oferece recurso para impedir suas sucessivas consequências infelizes.
Nem sempre é possível evitar-se ocorrências que desencadeiam emoções violentas.
Pode-se, no entanto, equilibrar o curso de sua explosão e o direccionamento dos seus efeitos.
Raramente alguém é capaz de permanecer emocionalmente neutro em uma situação conflitiva, especialmente quando o seu ego é atingido.
Irrompe, automaticamente, a hostilidade, em forma de autodefesa, de acusação defensiva, de revide...
Pode-se, no entanto, evitar que se expanda o sentimento hostil, administrando-se as reacções que produz, mediante o hábito de respeitar o próximo, de tê-lo em trânsito pelo nível de sua consciência, se em fase primária ou desenvolvida.
Torna-se fácil, desse modo, superar o primeiro impacto e corrigir-se o rumo daquele que se transformou devido a uma emoção de ira ou de raiva.
* * *
Se tomas consciência de ti mesmo, dos valores que te caracterizam, das possibilidades de que dispões, é possível exerceres um controle sobre as tuas emoções, evitando que as perniciosas se manifestem ante qualquer motivação e as edificantes sejam equilibradas, impedindo os excessos que sempre são prejudiciais.
Quando são cultivadas as reminiscências das emoções danosas, há mais facilidade para que outras se expressem ante qualquer circunstância desagradável.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 23, 2018 9:21 am

Como não se pode nem se deve viver de experiências transactas, o ideal é diluir-se em novas experiências todas aquelas que causaram dor e hostilidade.
Isso é possível mediante o cultivo de pensamentos de paz e de solidariedade, criando um campo mental de harmonia, capaz de manifestar-se por automatismo diante de qualquer ocorrência geradora de aflição.
Gandhi afirmava que não se deve matar o indivíduo hostil, mas matar a hostilidade nesse indivíduo, o que correspondente ao comportamento pacífico encarregado de desarmar o acto agressivo de quem se faz adversário.
Eis porque a resistência passiva consegue os resultados excelentes da harmonia.
Provavelmente, o outro, o inimigo, não entenderá de momento a não-violência daquele a quem aflige, mas isso não é importante, sendo valioso para aquele que assim procede, porque não permite que a insânia de fora alcance o país da sua tranquilidade interior.
A problemática apresenta-se como necessidade de eliminar os sentimentos negativos, o que não é fácil, tornando-se mais eficiente diluí-los mediante outros de natureza harmónica e saudável.
Acredita-se que a suspensão da angústia, da ansiedade, da raiva proporciona felicidade.
Não será com o desaparecimento de um tipo de emoção que se desfrutará imediatamente de outra.
A questão deve ser colocada de maneira mais segura, trabalhando-se, sim, pela eliminação das emoções perturbadoras, porém, ao mesmo tempo, cultivando-se e desenvolvendo-se aquelas que são saudáveis e prazenteiras.
Não se torna suficiente, portanto, libertar-se daquilo que gera mal-estar e produz decepção, mas agir de maneira correta, a fim de que se consiga alegria e estímulo para uma vida produtiva.
Viver por viver é fenómeno biológico, automático; no entanto, é imprescindível viver-se em paz, bem viver-se, ao invés do tradicional conceito de viver de bem com tudo e com todos, apoiado em reservas financeiras e em posições relevantes, sempre transitórias.
Pensa-se que é uma grande conquista não se fazer o mal a ninguém.
Sem dúvida que se trata de um passo avançado, entretanto é indispensável fazer-se o bem, promover-se o cidadão, a cultura, a sociedade, ao mesmo tempo elevando-se moralmente.
Quando se está com a emoção direccionada ao bem e à evolução moral, o pensamento torna-se edificante e tudo concorre para a ampliação do sentimento nobre.
O inverso também ocorre, porquanto o direccionamento negativo, as suspeitas que se acolhem, a hostilidade gratuita que se desenvolve contribuem para que o indivíduo permaneça armado, porque sempre se considera desarmado.
Mediante o cultivo das emoções positivas, aclara-se a percepção da verdade, das atitudes gentis, dos sentimentos solidários, enquanto que a constância das emoções prejudiciais faculta a distorção da óptica em torno dos acontecimentos, gerando sempre mau humor, indisposição e malquerença.
Quando se alcançar o amor altruísta, haverá o sentimento da real fraternidade e o equilíbrio real no ser em busca de si mesmo e de Deus.
* * *
Jesus permanece sendo o exemplo máximo do controle das emoções, não se deixando perturbar jamais por aquelas que são consideradas perniciosas.
Em todos os Seus passos, o amor e a benevolência, assim como a compaixão e a misericórdia, estavam presentes, caracterizando o biótipo ideal, guia e modelo para todos os indivíduos.
Traído e encaminhado aos Seus inimigos, humilhado e condenado à morte, não teve uma emoção negativa, mantendo-se sereno e confiante, leccionando em silêncio o testemunho que é pedido a todos quantos se entregam a Deus e devem servir de modelo à humanidade.
Não se podendo viver sem as emoções, cuidar-se daquelas que edificam em detrimento das que perturbam, tal é a missão do homem e da mulher inteligentes na Terra.

Joanna de Ângelis
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 09.03.09, no Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, Bahia

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty Deus mostra que cuida de todos nós

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 23, 2018 7:55 pm

por Fábio Renan Durand

Desde o ano de 2010 quando descobri um câncer agressivo no pescoço venho fazendo várias cirurgias e tratamentos, como quimioterapia e radioterapia.
Esta jornada vem sendo de muitas dores, anseios e sofrimento, porém também tem sido um tempo de aprendizado, desenvolvimento do auto-conhecimento, paciência e humildade.
Eu sinto um amparo muito forte da espiritualidade, mesmo que em certos momentos eu não consiga alcançar um estado de harmonia interior para sentir melhor esse apoio espiritual.
Há dois meses eu realizei a nona cirurgia para retirada de um nódulo do pescoço e estava em recuperação em casa.
A minha esposa havia levado nossos filhos para brincarem e se distraírem no playground.
Em função da preparação para a cirurgia e o período de recuperação, fazia umas duas semanas que eu não tomava a minha bebida predilecta que é o tereré(*).
O tereré é uma espécie de mate com água gelada de origem paraguaia, pela qual me apaixonei em função dos vinte anos que morei em Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Paraguai.
Enfim, eu estava sozinho e um pouco triste, pois é uma jornada dolorida e muitas vezes fico desanimado; então pensei em tomar um tereré para me animar um pouco.
Quando estava preparando a bebida, percebi que não havia limão que utilizo para colocar na água, mesmo assim, um pouco decepcionado, preparei a água com gelo e comecei a tomar o tereré até com um sentimento de tristeza.
Apesar dessa situação, não esbracejei ou resmunguei, mas às vezes quando estamos passando por situações difíceis o fato de ocorrerem pequenas frustrações nos deixa ainda mais desanimados.
Depois de uns dois minutos, escutei duas batidas fracas na porta do meu apartamento e levantei-me com cuidado, pois ainda estava com os pontos da cirurgia, e abri a porta.
Para minha surpresa, estava na porta o filho de minha vizinha do mesmo andar do prédio, de 3 anos de idade.
Ele olhou para mim e disse:
“Eu vim trazer este limão para você”, e de repente aparece a mãe dele atrás.
A mãe dele veio pedir desculpas, pois disse que o filho estava assistindo a um programa na TV quando se levantou, foi até a cozinha, pegou o limão na geladeira, abriu a porta do apartamento e saiu.
Como ela sabe que eu estava num período pós-operatório não queria que o filho dela me incomodasse.
Eu me agachei, peguei o limão, dei um pequeno abraço na criança e lhe agradeci pelo gesto.
Quando fechei a porta, fiz o tereré com limão e com as lágrimas escorrendo pelos meus olhos e pensando na bondade de Deus.
Nas minhas reflexões eu pensei:
Deus e a espiritualidade não estão à nossa disposição para nos fazerem favores, mas tenho certeza de que diariamente estão ao nosso lado fazendo milagres enormes em nossas vidas.
Mas como não podemos ver esses grandes milagres, às vezes providenciam pequenas demonstrações de cuidado para nos tranquilizar e nos mostrar que estão connosco.
A partir daquele dia, diante das dificuldades, recordo-me de que a espiritualidade providenciou um limão quando eu precisava, então devo confiar mais e continuar na abençoada luta diária que Deus nos permite para avançarmos na senda da evolução.

(*) Tereré ou tererê é uma bebida típica sul-americana feita com a infusão da erva-mate em água fria.
De origem guarani, pode ser consumido com limão, hortelã, entre outros.
Fábio Renan Durand é professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, na cidade de Cornélio Procópio (PR).


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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 16 Empty A sede espiritual do sexo

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 24, 2018 9:17 am

por Ricardo Baesso de Oliveira

O pensamento de que a sede do sexo encontra-se no Espírito foi apresentado por André Luiz em pelo menos duas obras.
Em No mundo maior, cap. 11, André coloca que a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização, e voltou ao tema no livro Evolução em dois mundos, parte I, cap. XVIII, valendo-se das seguintes palavras:
a sede real do sexo não se acha, dessa maneira, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa.
Proponho uma melhor avaliação do vocábulo sexo neste contexto.
Os dicionários apresentam para o vocábulo sexo três definições distintas:
1- Reunião das características distintivas que, presentes nos animais, nas plantas e nos seres humanos, diferenciam o sistema reprodutor; sexo feminino e sexo masculino.
2- Acção ou prática sexual; relação amorosa.
3- Os órgãos sexuais; genitália.

Não nos parece que essas definições (sexo como diferenciação fenotípica, relação sexual e órgãos sexuais) possam se identificar com a conceituação proposta pelo benfeitor.
Na Revista Espírita, janeiro de 1866, Kardec bem definiu que os Espíritos não têm sexo, pois os sexos só existem no organismo; os Espíritos não se reproduzindo uns pelos outros, os sexos seriam inúteis no mundo espiritual.
No Livro dos Espíritos, igualmente, nos itens 200 a 202, afirma que os Espíritos não têm sexo, pelo menos como nós o entendemos, pois que os sexos dependem da organização.
Todavia, ao colocar a ideia de sexo como algo que nós entendemos, Kardec, apresenta a possibilidade para o uso da palavra sexo com outra conotação e talvez tenha sido o que fez André Luiz.
Voltando ao livro No mundo maior, cap. 11, encontramos profundas observações de André em torno do conceito de impulso criador e talvez esse conceito se reporte a sua definição singular de sexo, não proposta pelos linguistas encarnados. Segundo o autor, a individualidade espiritual possui em sua estrutura íntima uma força especial, investida de potentes faculdades criadoras – o impulso criador.
Movida por essa força a colectividade humana avança, vagarosamente para o supremo alvo do divino amor.
Desejo, posse, simpatia, carinho, criatividade, devotamento, renúncia e sacrifício constituem aspectos dessa jornada sublimadora, onde a alma vai aprendendo, paulatinamente, a se valer do impulso criador para conquistas mais nobres.
Freud identificou esse impulso na libido – a energia erótica.
Adler considerou-o no desejo de sucesso (não necessariamente pessoal, mas também colectivo) e Jung viu nele a possibilidade de aspiração superior.
Segundo André, os grandes estudiosos da personalidade viram aspectos particulares do impulso criador, que, em verdade, constitui-se no somatório de tudo isso.
O tema é complexo e acredito que novas reflexões possam auxiliar-nos a melhor compreendê-lo.
De qualquer forma, nós, Espíritos já dotados da evolução conscientes, estamos adequadamente instrumentalizados para nos valermos desse potente impulso em actividades que transcendem a vida comum, sem, obviamente, desconsiderarmos as necessidades próprias de nossa condição evolutiva e da corporeidade.

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