DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Peço-lhe, e peço-lhe, de coração, continuarmos juntos nessa tarefa aos domingos.
E fale-me sempre como preciso ouvir.
Exponha os seus pensamentos com a sua sinceridade de sempre.
E creia, caso venha a desistir do seu nobre trabalho no "Diário", em nossa secção aos domingos, de minha parte, considerarei também cessada a tarefa que me coube até agora. Juntos, começamos, juntos terminaremos.
Não saberia continuar sem o seu braço de companheiro.
Que Jesus nos ajude e nos abençoe para continuarmos no trabalho de sempre.
UBERABA, 27 04.75
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Li hoje os seus apontamentos no "Diário" que estão notavelmente doutrinários.
Deus nos abençoe e nos fortaleça para servimos em nossos ideais.
De mim mesmo, sou eu quem agradece a sua bondade e o seu apoio que me fazem sempre muito feliz e reconhecido.
A Doutrina necessita de companheiros sempre firmes na dedicação à nossa Causa e o seu exemplo é sempre para mim uma luz.
Humildade, não tenho, e a verdade é está aí.
Estou longe de ser o que devo ser, e só me consola a certeza de que luto para não ser o que sou e como sou, para ser o que realmente devo ser e o que esperam de mim.
Que Jesus tenha misericórdia deste seu amigo e servidor.
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Peço-lhe, e peço-lhe, de coração, continuarmos juntos nessa tarefa aos domingos.
E fale-me sempre como preciso ouvir.
Exponha os seus pensamentos com a sua sinceridade de sempre.
E creia, caso venha a desistir do seu nobre trabalho no "Diário", em nossa secção aos domingos, de minha parte, considerarei também cessada a tarefa que me coube até agora. Juntos, começamos, juntos terminaremos.
Não saberia continuar sem o seu braço de companheiro.
Que Jesus nos ajude e nos abençoe para continuarmos no trabalho de sempre.
UBERABA, 27 04.75
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Li hoje os seus apontamentos no "Diário" que estão notavelmente doutrinários.
Deus nos abençoe e nos fortaleça para servimos em nossos ideais.
De mim mesmo, sou eu quem agradece a sua bondade e o seu apoio que me fazem sempre muito feliz e reconhecido.
A Doutrina necessita de companheiros sempre firmes na dedicação à nossa Causa e o seu exemplo é sempre para mim uma luz.
Humildade, não tenho, e a verdade é está aí.
Estou longe de ser o que devo ser, e só me consola a certeza de que luto para não ser o que sou e como sou, para ser o que realmente devo ser e o que esperam de mim.
Que Jesus tenha misericórdia deste seu amigo e servidor.
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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UBERABA, 17.05.75
Meu caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Recebi a sua confortadora carta de 25 último e sou eu quem agradece a sua dedicação.
Suas palavras, como sempre, me trouxeram grande edificação espiritual e estou convencido de que os pioneiros de nossa Doutrina de Luz e Amor, qual Leon Denis e outros, estarão sustentando as suas forças nas tarefas gigantes da hora que atravessamos.
O Senhor, por Seus Mensageiros, fortalecê-lo-á e renovar-lhe-á as energias, como sempre sucede, e tê-lo-emos firme na segurança de nossos princípios, a orientar-nos os caminhos.
É preciso não esmorecer e prosseguir à frente, porque o trabalho da Espiritualidade é sempre maior e sei que esse trabalho bendito, em suas mãos, cresce com as horas.
Se os companheiros sinceros e dedicados à nossa Causa silenciarem, o que será de nosso movimento assediado por vendavais da sombra, em todas as direcções?
O luta é grande, mas a protecção dos Bons Espíritos e sempre maior e eles, os nossos Amigos da Vida Superior, que velam por nós, sustentarão as suas forças.
Sou, por espontânea vontade, conscientemente escravo dos meus deveres para com os nossos Benfeitores Espirituais, no entanto, perante os nossos irmãos da Humanidade, estou descompromissado e livre para respeitar as suas manifestações de lidador sincero e leal da Doutrina Espírita e para admirá-lo em sua fortaleza de ânimo e em sua fidelidade aos nossos princípios renovadores.
Jesus nos proteja e nos auxilie a seguir para adiante.
Agradeço a generosa remessa do seu livro "A Pedra o Joio" portador de estudos e reflexões que me alertam e me auxiliam a pensar e discernir, como também agradeço belo Volume "A Cor de Deus", de autoria do nosso distinto poeta Rudmar Augusto, com a sua generosa dedicatória.
E um formoso livro de apelos à verdade e à confraternização humana.
Muito grato por suas atenções de sempre.
UBERABA, 08.07.75
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
O seu belo estudo "Chico Xavier, o homem, o médium o mito" muito me alegrou e enterneceu.
Muito reconhecido ao carinho e a sinceridade de que as suas considerações estão impregnadas.
A condição humana é uma bênção, mas a mitologia é dura de enfrentar.
Efectivamente, eu ficaria muito envergonhado se fosse um médium diferente dos outros, sem provações e sem erros a marcarem o meu caminho de espírito em resgate.
Vamos seguindo para adiante e que Jesus nos abençoe e nos fortaleça.
Caro Professor, quando recebi a sua estimada carta anterior sobre os nossos volumes, em parceria, o nosso amigo Caio com outros companheiros do G. E. Emmanuel, já havia estado aqui oito dias antes.
Ele, nosso prezado Caio, me trouxe a notícia de que o prezado amigo dera a ideia e plano para que os livros com as crónicas domingueiras no "Diário de São Paulo" fossem lançados doravantes apenas com as notas escritas por mim acompanhadas pelas mensagens de nossos Benfeitores Espirituais, sem as suas interpretações, o que compreendi, de imediato.
Não pude, desse modo, pelo inesperado com que a notícia me vinha ao conhecimento, senão concordar com a medida, mas pedi ao Caio me fornecesse todo o material em estudo para o novo volume, a sair para que eu possa retirar dez dos lançamentos do "Diário" mais expressivos e claros, em que a sua atitude, no caso da publicação do "Evangelho", na tradução do nosso confrade Paulo Alves de Godoy, mais se evidenciasse, lançamentos esses que eu mesmo escolherei, para enviá-las às suas mãos ante a possibilidade de se publicar, sob o seu patrocínio, na Editora de que escolha, um livro em que estejamos juntos, marcando a questão havida para o agora e para o futuro.
Caio e os presentes concordaram com a minha ideia e estou esperando o material aludido para retirar os dez lançamentos em que estejamos reunidos a mensagem, os seus apontamentos e as notas deste seu servidor, a fim de submeter o assunto ao seu exame e consideração.
No caso, eu escolheria as dez crónicas-tríplices para o livro e o cara Professor escolherá os trechos de nossa correspondência sobre o assunto, ao mesmo tempo que o apresentará no passível volume. Que acha?
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UBERABA, 17.05.75
Meu caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Recebi a sua confortadora carta de 25 último e sou eu quem agradece a sua dedicação.
Suas palavras, como sempre, me trouxeram grande edificação espiritual e estou convencido de que os pioneiros de nossa Doutrina de Luz e Amor, qual Leon Denis e outros, estarão sustentando as suas forças nas tarefas gigantes da hora que atravessamos.
O Senhor, por Seus Mensageiros, fortalecê-lo-á e renovar-lhe-á as energias, como sempre sucede, e tê-lo-emos firme na segurança de nossos princípios, a orientar-nos os caminhos.
É preciso não esmorecer e prosseguir à frente, porque o trabalho da Espiritualidade é sempre maior e sei que esse trabalho bendito, em suas mãos, cresce com as horas.
Se os companheiros sinceros e dedicados à nossa Causa silenciarem, o que será de nosso movimento assediado por vendavais da sombra, em todas as direcções?
O luta é grande, mas a protecção dos Bons Espíritos e sempre maior e eles, os nossos Amigos da Vida Superior, que velam por nós, sustentarão as suas forças.
Sou, por espontânea vontade, conscientemente escravo dos meus deveres para com os nossos Benfeitores Espirituais, no entanto, perante os nossos irmãos da Humanidade, estou descompromissado e livre para respeitar as suas manifestações de lidador sincero e leal da Doutrina Espírita e para admirá-lo em sua fortaleza de ânimo e em sua fidelidade aos nossos princípios renovadores.
Jesus nos proteja e nos auxilie a seguir para adiante.
Agradeço a generosa remessa do seu livro "A Pedra o Joio" portador de estudos e reflexões que me alertam e me auxiliam a pensar e discernir, como também agradeço belo Volume "A Cor de Deus", de autoria do nosso distinto poeta Rudmar Augusto, com a sua generosa dedicatória.
E um formoso livro de apelos à verdade e à confraternização humana.
Muito grato por suas atenções de sempre.
UBERABA, 08.07.75
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
O seu belo estudo "Chico Xavier, o homem, o médium o mito" muito me alegrou e enterneceu.
Muito reconhecido ao carinho e a sinceridade de que as suas considerações estão impregnadas.
A condição humana é uma bênção, mas a mitologia é dura de enfrentar.
Efectivamente, eu ficaria muito envergonhado se fosse um médium diferente dos outros, sem provações e sem erros a marcarem o meu caminho de espírito em resgate.
Vamos seguindo para adiante e que Jesus nos abençoe e nos fortaleça.
Caro Professor, quando recebi a sua estimada carta anterior sobre os nossos volumes, em parceria, o nosso amigo Caio com outros companheiros do G. E. Emmanuel, já havia estado aqui oito dias antes.
Ele, nosso prezado Caio, me trouxe a notícia de que o prezado amigo dera a ideia e plano para que os livros com as crónicas domingueiras no "Diário de São Paulo" fossem lançados doravantes apenas com as notas escritas por mim acompanhadas pelas mensagens de nossos Benfeitores Espirituais, sem as suas interpretações, o que compreendi, de imediato.
Não pude, desse modo, pelo inesperado com que a notícia me vinha ao conhecimento, senão concordar com a medida, mas pedi ao Caio me fornecesse todo o material em estudo para o novo volume, a sair para que eu possa retirar dez dos lançamentos do "Diário" mais expressivos e claros, em que a sua atitude, no caso da publicação do "Evangelho", na tradução do nosso confrade Paulo Alves de Godoy, mais se evidenciasse, lançamentos esses que eu mesmo escolherei, para enviá-las às suas mãos ante a possibilidade de se publicar, sob o seu patrocínio, na Editora de que escolha, um livro em que estejamos juntos, marcando a questão havida para o agora e para o futuro.
Caio e os presentes concordaram com a minha ideia e estou esperando o material aludido para retirar os dez lançamentos em que estejamos reunidos a mensagem, os seus apontamentos e as notas deste seu servidor, a fim de submeter o assunto ao seu exame e consideração.
No caso, eu escolheria as dez crónicas-tríplices para o livro e o cara Professor escolherá os trechos de nossa correspondência sobre o assunto, ao mesmo tempo que o apresentará no passível volume. Que acha?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Com isso, marcaríamos ambos o episódio havido, no qual o caro Professor mostrará a sua defesa justa, ante a Codificação kardequiana, e de minha parte, demonstrarei, muito embora polidamente, o meu respeito à elas.
Estou aguardando o citado material para fazer-lhe a remessa.
Se o prezado amigo concordar com a ideia, organizaremos o volume na primeira oportunidade.
Sinto bastante estarem as suas notas desmembradas dos lançamentos, em volumes próximos, mas não consegui sair do compromisso de continuar assinando os direitos autorais para o GEEM, logo ao receber a visita do Caio, com a anotação de que a ideia vinha do caro amigo.
Entretanto, peço-lhe conservar os seus apontamentos publicados no "Diário", os que não constarão dos livros próximos, pois pretendo enviar-lhe ............ e duas mensagens não lançadas no "Diário", em breve tempo, para que o prezado amigo estude a possibilidade de apresentá-las.
No caso, o prezado professor estudará a possibilidade de encaixar os seus apontamentos já publicados, nas mensagens que enviarei em volume, a benefício das abras assistenciais de que me fala.
Escreverei mais, oportunamente.
UBERABA, 07.09.75
Caro amigo Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Em anexo, envio-lhe hoje as (12) doze publicações de ápice no processo de opiniões, em torno da tradução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no qual, com o auxílio dos Benfeitores Espirituais, pude reconhecer a legitimidade da sua nobre tarefa na defesa da Obra de Allan Kardec.
Por muito sincera fosse a minha ideia de substituir algumas palavras no texto da tradução em Português para não alterar as disposições mentais dos ouvintes novos das lições kardequianas em reuniões publicas, a verdade é que a sua veemência necessária na defesa da Obra de Allan Kardec me fez pensar muito no cuidado que todos nós, os espíritas devemos ter na preservação dos textos referidos, sob pena de criarmos dificuldades irreparáveis para nós mesmos, agora e no futuro.
Meditando nisso sou eu quem me sinto honrado em enviar-lhe as referidas publicações, no intuito de demonstrarmos num livro-documentário a elevação da sua defesa e o meu respeita, no tocante à Codificação kardequiana, que nos cabe endereçar ao futuro tão autêntica, quanto nos seja possível.
No caso de se levar adiante o lançamento de um livro nessas directrizes, sob a nossa dupla responsabilidade, o prezada Professor poderá usar ou apresentar no contexto do volume qualquer trecho ou a total correspondência que lhe tenho enviado sobre o assunto, pois isso poderá clarear a atitude que tomei, reconhecendo o meu erro e acatando o seu elevado ponto de vista, na aceitação espontânea de suas nobres razões em favor de nós todos.
A organização e título do livro, apresentação e comentários outros ficarão na pauta das expressões e maneiras que o estimado amigo julgar sejam as mais convenientes.
Continua...
Com isso, marcaríamos ambos o episódio havido, no qual o caro Professor mostrará a sua defesa justa, ante a Codificação kardequiana, e de minha parte, demonstrarei, muito embora polidamente, o meu respeito à elas.
Estou aguardando o citado material para fazer-lhe a remessa.
Se o prezado amigo concordar com a ideia, organizaremos o volume na primeira oportunidade.
Sinto bastante estarem as suas notas desmembradas dos lançamentos, em volumes próximos, mas não consegui sair do compromisso de continuar assinando os direitos autorais para o GEEM, logo ao receber a visita do Caio, com a anotação de que a ideia vinha do caro amigo.
Entretanto, peço-lhe conservar os seus apontamentos publicados no "Diário", os que não constarão dos livros próximos, pois pretendo enviar-lhe ............ e duas mensagens não lançadas no "Diário", em breve tempo, para que o prezado amigo estude a possibilidade de apresentá-las.
No caso, o prezado professor estudará a possibilidade de encaixar os seus apontamentos já publicados, nas mensagens que enviarei em volume, a benefício das abras assistenciais de que me fala.
Escreverei mais, oportunamente.
UBERABA, 07.09.75
Caro amigo Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Em anexo, envio-lhe hoje as (12) doze publicações de ápice no processo de opiniões, em torno da tradução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no qual, com o auxílio dos Benfeitores Espirituais, pude reconhecer a legitimidade da sua nobre tarefa na defesa da Obra de Allan Kardec.
Por muito sincera fosse a minha ideia de substituir algumas palavras no texto da tradução em Português para não alterar as disposições mentais dos ouvintes novos das lições kardequianas em reuniões publicas, a verdade é que a sua veemência necessária na defesa da Obra de Allan Kardec me fez pensar muito no cuidado que todos nós, os espíritas devemos ter na preservação dos textos referidos, sob pena de criarmos dificuldades irreparáveis para nós mesmos, agora e no futuro.
Meditando nisso sou eu quem me sinto honrado em enviar-lhe as referidas publicações, no intuito de demonstrarmos num livro-documentário a elevação da sua defesa e o meu respeita, no tocante à Codificação kardequiana, que nos cabe endereçar ao futuro tão autêntica, quanto nos seja possível.
No caso de se levar adiante o lançamento de um livro nessas directrizes, sob a nossa dupla responsabilidade, o prezada Professor poderá usar ou apresentar no contexto do volume qualquer trecho ou a total correspondência que lhe tenho enviado sobre o assunto, pois isso poderá clarear a atitude que tomei, reconhecendo o meu erro e acatando o seu elevado ponto de vista, na aceitação espontânea de suas nobres razões em favor de nós todos.
A organização e título do livro, apresentação e comentários outros ficarão na pauta das expressões e maneiras que o estimado amigo julgar sejam as mais convenientes.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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UBERABA, 10.02.76
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Parece incrível mas graças a Deus, o serviço para nós é tanto que os nossos assuntos, fora de nossas tarefas habituais, vão ficando adiados, sem que o desejamos.
Mas assim é que deve estar certo e, por isso, sei que o prezado amigo, sempre com muito mais encargos e lutas de trabalho do que as nossas pequenas tarefas, me perdoará o atraso em nossos temas do dia-a-dia.
Caro Professor, quanto ao nosso livro, em que compareceremos, expondo as nossas atitudes perante Jesus e Kardec, envio-lhe a importância de Hum mil cruzeiros que reúne parcelas de vários amigos de Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, cuja lista de nomes tenho em mãos e aos quais falei sobre o volume.
Esses amigos desejam adquirir o livro, logo que a publicação apareça, e, desse modo, mesmo que isso tenha alguma demora, peço-lhes guardar a importância para que os exemplares correspondentes à quantia reunida sejam enviados em meu nome, pois daqui farei a remessa ou farei a entrega pessoalmente em P. Leopoldo e B. Horizonte.
Desde já, muito agradeço pela atenção que nos dispensará como sempre.
Sobre o possível rendimento do livro, se isso surgir, peço ao caro amigo canalizar para a instituição que julgue a mais indicável, porque, em nosso grupo aqui temos, sim, um bom núcleo de trabalho assistencial, mas confesso ao caro amigo que não convém aumentar aqui essas tarefas, porque se a assistência crescer muito, em nosso círculo, receio que isso prejudique o trabalho da mensagem psicográfica.
O seu coração amigo me compreenderá.
Continuaremos com os nossos assuntos em outras cartas.
Abraços Chico.
§.§.§- O-canto-da-ave
UBERABA, 10.02.76
Caro Prof. Herculano
Deus nos abençoe
Parece incrível mas graças a Deus, o serviço para nós é tanto que os nossos assuntos, fora de nossas tarefas habituais, vão ficando adiados, sem que o desejamos.
Mas assim é que deve estar certo e, por isso, sei que o prezado amigo, sempre com muito mais encargos e lutas de trabalho do que as nossas pequenas tarefas, me perdoará o atraso em nossos temas do dia-a-dia.
Caro Professor, quanto ao nosso livro, em que compareceremos, expondo as nossas atitudes perante Jesus e Kardec, envio-lhe a importância de Hum mil cruzeiros que reúne parcelas de vários amigos de Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, cuja lista de nomes tenho em mãos e aos quais falei sobre o volume.
Esses amigos desejam adquirir o livro, logo que a publicação apareça, e, desse modo, mesmo que isso tenha alguma demora, peço-lhes guardar a importância para que os exemplares correspondentes à quantia reunida sejam enviados em meu nome, pois daqui farei a remessa ou farei a entrega pessoalmente em P. Leopoldo e B. Horizonte.
Desde já, muito agradeço pela atenção que nos dispensará como sempre.
Sobre o possível rendimento do livro, se isso surgir, peço ao caro amigo canalizar para a instituição que julgue a mais indicável, porque, em nosso grupo aqui temos, sim, um bom núcleo de trabalho assistencial, mas confesso ao caro amigo que não convém aumentar aqui essas tarefas, porque se a assistência crescer muito, em nosso círculo, receio que isso prejudique o trabalho da mensagem psicográfica.
O seu coração amigo me compreenderá.
Continuaremos com os nossos assuntos em outras cartas.
Abraços Chico.
§.§.§- O-canto-da-ave
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PSICOLOGIA DA LIDERANÇA ESPÍRITA
PSICOLOGIA DA LIDERANÇA ESPÍRITA
(J. Herculano Pires)
A liderança espírita é ainda um campo de ensaio.
A maioria dos chamadas líderes espíritas não têm conhecimento suficiente da Doutrina.
São, em geral, médiuns que se impuseram por suas faculdades ao respeito e à admiração de um grupo de adeptos.
As condições necessárias à liderança nas actividades comuns, acrescentam aos factores mediúnicos:
vidência, intuição, capacidade de doutrinação-espírita e abnegação ao próximo, seguindo o lema doutrinário de fora da caridade não há salvação.
A esses acréscimos positivos juntam elementos negativos de suas condições individuais:
auto-suficiência, vaidade, autoritarismo, misticismo de tipo igrejeiro, pretensões culturais sem conteúdo, humildade aparente, hipocrisia farisaica que se excede em demonstrações de pureza e amabilidade festiva.
Contrabalançadas pelas qualidades positivas já referidas, essas anti-qualidades puramente sociais completam o equipamento do paternalismo que comove os adeptos desprevenidos.
A liderança espírita é um papel que o líder desempenha no meio doutrinário, apoiado no status social comum.
Este problema do status é curioso, mas compreensível.
Não sendo o Espiritismo uma religião organizada em forma igrejeira mas uma doutrina livre que abrange todos os ramos do Conhecimento e tem a sua parte religiosa como consequência da científica e da filosófica — não há no Espiritismo cargos nem funções que possam definir um status específico, como o de sacerdote.
O líder espírita é lavrador, operário, banqueiro, médico, empresário e assim por diante.
Há uma relação natural entre o status social do líder e seu papel doutrinário, mesmo porque o movimento espírita é difuso, não forma uma ilha social, difunde-se por todo o organismo da sociedade.
A importância do status social influi naturalmente na importância do papel doutrinário.
Esta breve caracterização da liderança-espírita já nos fornece indicações suficientes para um esboço da Psicologia da Liderança Espírita, que se mostra bastante complexa.
Não pretendemos aprofundar o problema, mas apenas colocá-lo em função do assunto deste livro.
O Espiritismo, como facto social e cultural, é um fenómeno ainda recente no panorama sociológico e exige tempo afim de se definir em suas coordenadas evolutivas, em sua estática e sua dinâmica social e particularmente em seus vectores, ou seja, em seus elementos condutores de energias e determinadores de situações específicas.
A própria especificidade das situações não e fácil de se definir e caracterizar, pois a condição de espírita não implica distinções raciais ou sociais e nem mesmo uma posição sectária explícita.
Continua...
(J. Herculano Pires)
A liderança espírita é ainda um campo de ensaio.
A maioria dos chamadas líderes espíritas não têm conhecimento suficiente da Doutrina.
São, em geral, médiuns que se impuseram por suas faculdades ao respeito e à admiração de um grupo de adeptos.
As condições necessárias à liderança nas actividades comuns, acrescentam aos factores mediúnicos:
vidência, intuição, capacidade de doutrinação-espírita e abnegação ao próximo, seguindo o lema doutrinário de fora da caridade não há salvação.
A esses acréscimos positivos juntam elementos negativos de suas condições individuais:
auto-suficiência, vaidade, autoritarismo, misticismo de tipo igrejeiro, pretensões culturais sem conteúdo, humildade aparente, hipocrisia farisaica que se excede em demonstrações de pureza e amabilidade festiva.
Contrabalançadas pelas qualidades positivas já referidas, essas anti-qualidades puramente sociais completam o equipamento do paternalismo que comove os adeptos desprevenidos.
A liderança espírita é um papel que o líder desempenha no meio doutrinário, apoiado no status social comum.
Este problema do status é curioso, mas compreensível.
Não sendo o Espiritismo uma religião organizada em forma igrejeira mas uma doutrina livre que abrange todos os ramos do Conhecimento e tem a sua parte religiosa como consequência da científica e da filosófica — não há no Espiritismo cargos nem funções que possam definir um status específico, como o de sacerdote.
O líder espírita é lavrador, operário, banqueiro, médico, empresário e assim por diante.
Há uma relação natural entre o status social do líder e seu papel doutrinário, mesmo porque o movimento espírita é difuso, não forma uma ilha social, difunde-se por todo o organismo da sociedade.
A importância do status social influi naturalmente na importância do papel doutrinário.
Esta breve caracterização da liderança-espírita já nos fornece indicações suficientes para um esboço da Psicologia da Liderança Espírita, que se mostra bastante complexa.
Não pretendemos aprofundar o problema, mas apenas colocá-lo em função do assunto deste livro.
O Espiritismo, como facto social e cultural, é um fenómeno ainda recente no panorama sociológico e exige tempo afim de se definir em suas coordenadas evolutivas, em sua estática e sua dinâmica social e particularmente em seus vectores, ou seja, em seus elementos condutores de energias e determinadores de situações específicas.
A própria especificidade das situações não e fácil de se definir e caracterizar, pois a condição de espírita não implica distinções raciais ou sociais e nem mesmo uma posição sectária explícita.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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TIPOS DE LIDERANÇA
Há dois tipos básicos de liderança espírita, decorrentes das necessidades naturais do movimento doutrinário.
Podemos considerá-los nas seguintes categorias, segundo suas posições sociais, grau de cultura e funções que exercem nas instituições doutrinárias:
1.ª - Líderes Doutrinários Fundadores, presidentes e directores de instituições.
Constituem uma categoria de liderança austera, de tipo paternalista, semelhante à dos anciãos judeus e à dos apóstolos e dirigentes de comunidades na Era Apostólica.
São homens e mulheres respeitáveis, dedicados à doutrina, dotados de mediunidade ou de grande experiência na prática mediúnica, na direcção do culto e na orientação administrativa.
Tornam-se conselheiros naturais da comunidade e exemplos de moralidade.
Sabem expor com facilidade os princípios doutrinários, orientar os neófitos, refutar as críticas e agressões dos adversários.
Caracteriza-os o respeito pela Doutrina, com repulsa às inovações de práticas doutrinárias e à mistura de elementos estranhos, provenientes de outras correntes espiritualistas..
Até o final da década de 20 a figura patriarcal desses líderes natos era comum em todo o Brasil.
Cercados de respeito, admiração e até mesmo de veneração, fisicamente caracterizados por suas barbas longas e brancas, bigodes espessos, ou por cavanhaques brancos e pontudos, bigodes penteados, eles representavam o patriarcado espírita e os sólidos baluartes da doutrina inviolável.
Estudavam as obras de Kardec e Léon Denis, de Ernesto Bozzano e Gabriel Delane.
Firmavam-se nas pesquisas científicas de 'William Crookes, Alexandre Aksakof, Charles Richet e outros luminares da época e rejeitavam sistematicamente a mistificação de Roustaing, que apenas o grupo da Federação Espírita Brasileira, no Rio, sustentava e divulgava, como ainda hoje o faz, com apoio de alguns grupos do Norte e Nordeste e uma minoria do extremo-sul.
O bom senso os guiava na interpretação prática dos ensinos de Kardec, o Codificador.
As transformações políticas dos Anos 30, com a queda da I República e quebra do Café, o período Getulista e suas reformas, depois a I Guerra Mundial e o desenvolvimento forçado da industrialização, o panorama nacional modificou-se profundamente e o panorama espírita foi afectado.
A geração dos patriarcas desapareceu rapidamente.
O Mundo entrava na fase acelerada de transição que os Espíritos haviam anunciado a Kardec (como se vê em Obras Póstumas) e os horrores da II Guerra Mundial faziam brotar as gerações do desespero.
Lembra-se da figura patriarcal de João Leão Pita (o Velho Pita, companheiro de Cairbar Schutel) em seus últimos dias de vida terrena, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo.
Suas longas barbas brancas e seus olhos azuis lembravam o velho Batuíra, já então no Além.
Pita, intransigente e lúcido, corajoso e temido encerrava a Era Patriarcal do Espiritismo Brasileiro.
As novas gerações assumiam a liderança de um movimento órfão, aturdidas e inseguras.
Deviam, segundo a lei das sucessões, reelaborar as experiências das gerações anteriores, mas não dispunham das condições necessárias.
Novos líderes surgiram ansiosos por impor-se no panorama espírita, excitados por novidades e desprovidos de bases sólidas no tocante ao conhecimento doutrinário.
Continua...
TIPOS DE LIDERANÇA
Há dois tipos básicos de liderança espírita, decorrentes das necessidades naturais do movimento doutrinário.
Podemos considerá-los nas seguintes categorias, segundo suas posições sociais, grau de cultura e funções que exercem nas instituições doutrinárias:
1.ª - Líderes Doutrinários Fundadores, presidentes e directores de instituições.
Constituem uma categoria de liderança austera, de tipo paternalista, semelhante à dos anciãos judeus e à dos apóstolos e dirigentes de comunidades na Era Apostólica.
São homens e mulheres respeitáveis, dedicados à doutrina, dotados de mediunidade ou de grande experiência na prática mediúnica, na direcção do culto e na orientação administrativa.
Tornam-se conselheiros naturais da comunidade e exemplos de moralidade.
Sabem expor com facilidade os princípios doutrinários, orientar os neófitos, refutar as críticas e agressões dos adversários.
Caracteriza-os o respeito pela Doutrina, com repulsa às inovações de práticas doutrinárias e à mistura de elementos estranhos, provenientes de outras correntes espiritualistas..
Até o final da década de 20 a figura patriarcal desses líderes natos era comum em todo o Brasil.
Cercados de respeito, admiração e até mesmo de veneração, fisicamente caracterizados por suas barbas longas e brancas, bigodes espessos, ou por cavanhaques brancos e pontudos, bigodes penteados, eles representavam o patriarcado espírita e os sólidos baluartes da doutrina inviolável.
Estudavam as obras de Kardec e Léon Denis, de Ernesto Bozzano e Gabriel Delane.
Firmavam-se nas pesquisas científicas de 'William Crookes, Alexandre Aksakof, Charles Richet e outros luminares da época e rejeitavam sistematicamente a mistificação de Roustaing, que apenas o grupo da Federação Espírita Brasileira, no Rio, sustentava e divulgava, como ainda hoje o faz, com apoio de alguns grupos do Norte e Nordeste e uma minoria do extremo-sul.
O bom senso os guiava na interpretação prática dos ensinos de Kardec, o Codificador.
As transformações políticas dos Anos 30, com a queda da I República e quebra do Café, o período Getulista e suas reformas, depois a I Guerra Mundial e o desenvolvimento forçado da industrialização, o panorama nacional modificou-se profundamente e o panorama espírita foi afectado.
A geração dos patriarcas desapareceu rapidamente.
O Mundo entrava na fase acelerada de transição que os Espíritos haviam anunciado a Kardec (como se vê em Obras Póstumas) e os horrores da II Guerra Mundial faziam brotar as gerações do desespero.
Lembra-se da figura patriarcal de João Leão Pita (o Velho Pita, companheiro de Cairbar Schutel) em seus últimos dias de vida terrena, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo.
Suas longas barbas brancas e seus olhos azuis lembravam o velho Batuíra, já então no Além.
Pita, intransigente e lúcido, corajoso e temido encerrava a Era Patriarcal do Espiritismo Brasileiro.
As novas gerações assumiam a liderança de um movimento órfão, aturdidas e inseguras.
Deviam, segundo a lei das sucessões, reelaborar as experiências das gerações anteriores, mas não dispunham das condições necessárias.
Novos líderes surgiram ansiosos por impor-se no panorama espírita, excitados por novidades e desprovidos de bases sólidas no tocante ao conhecimento doutrinário.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Teorias antigas, como folhas secas sopradas pelos ventos do mundo desvairado, vinham das catacumbas de múmias do Egipto, das vastidões da Índia e da Mesopotâmia, renovar a mentalidade espírita mal formada e pior informada.
As instituições doutrinárias, mal dirigidas por líderes vaidosos e convencidos de sua sabedoria eclética, assistidos por sub-lideres subservientes, não dispunham mais, em suas raízes secas, da seiva necessária para uma reacção defensiva.
Caminhamos assim, de deturpação em deturpação, através de disparatadas acusações de erros de Kardec, para os mistifórios mais absurdos.
A tentativa de criação de um Espiritismo corpuscular para substituir toda a obra kardeciana fracassou por falta de lógica.
Os manuais, cursos e até mesmo um tratado de mediunidade em que os minerais, os vegetais e os animais figuravam como médiuns, resultaram numa seita de fanatismo.
A tentativa delirante de dividir em duas partes a obra de Kardec e converter o Mestre em figura de lenda simplória afogou-se no seu próprio ridículo.
Mas a vaidade e a ignorância de mãos dadas tinham ainda um último golpe a tentar.
Os novos líderes espíritas, embriagados pelo prestígio popular conseguiriam traçar um plano geral de aviltamento da Doutrina e efectivar o primeiro passo:
a adulteração da obra mais popular de Kardec.
0 Evangelho Segundo o Espiritismo.
Essa profanação de gentio, como a classificou o poeta Rudmar Augusto, provocou a indignação das pessoas de bom-senso e dos adeptos fiéis da Doutrina, selada historicamente pela condenação maciça do Congresso Estadual da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo.
Apesar dessa vitória da dignidade doutrinária, trinta mil volumes adulterados já haviam sido trocados pelas moedas de Judas e infestado o movimento espírita brasileiro.
A insensibilidade dos novos líderes não lhes permitiu renunciar aos seus postos de liderança rejeitada.
Continuaram em seus lugares e tentaram ainda mais um golpe: a destruição da USE pela sua absorção nos quadros profanados da Federação.
Perderam mais essa cartada mas não se deram por achados. O excesso de tolerância e a inconsciência da maioria responsável pela instituição, a incompreensão da gravidade do caso de adulteração oficial dos textos doutrinários permitiram passivamente a continuidade das lideranças falidas.
Tudo isso nos mostra a distância que se estendeu, o vácuo aberto entre duas épocas:
a dos líderes natos e respeitáveis do passado e a dos lideres levianos e inconsequentes do presente.
Nesta fase de aviltamento da espécie humana em todo o mundo, não houve condições para o restabelecimento da austeridade espírita em termos de respeito pela Doutrina e moralização dos quadros doutrinários.
Onde os líderes não revelam capacidade de liderança a massa perde o rumo e a convicção doutrinária é substituída pelo aviltamento das consciências.
Foi assim que o Cristianismo entrou no eclipse medieval e restabeleceu a mitologia e a idolatria que o Cristo condenara em termos candentes, com expressões vigorosas que os adulteradores modernos procuraram substituir por frases ambíguas e ridículas nos textos evangélicos e na obra de Kardec.
Assim traçado esse panorama sombrio, com as cores quentes da realidade ainda palpitante - demonstrado em factos clamorosos e inegáveis as consequências da falta de convicção e austeridade no trato dos problemas doutrinários, podemos voltar à análise do problema das lideranças.
Continua...
Teorias antigas, como folhas secas sopradas pelos ventos do mundo desvairado, vinham das catacumbas de múmias do Egipto, das vastidões da Índia e da Mesopotâmia, renovar a mentalidade espírita mal formada e pior informada.
As instituições doutrinárias, mal dirigidas por líderes vaidosos e convencidos de sua sabedoria eclética, assistidos por sub-lideres subservientes, não dispunham mais, em suas raízes secas, da seiva necessária para uma reacção defensiva.
Caminhamos assim, de deturpação em deturpação, através de disparatadas acusações de erros de Kardec, para os mistifórios mais absurdos.
A tentativa de criação de um Espiritismo corpuscular para substituir toda a obra kardeciana fracassou por falta de lógica.
Os manuais, cursos e até mesmo um tratado de mediunidade em que os minerais, os vegetais e os animais figuravam como médiuns, resultaram numa seita de fanatismo.
A tentativa delirante de dividir em duas partes a obra de Kardec e converter o Mestre em figura de lenda simplória afogou-se no seu próprio ridículo.
Mas a vaidade e a ignorância de mãos dadas tinham ainda um último golpe a tentar.
Os novos líderes espíritas, embriagados pelo prestígio popular conseguiriam traçar um plano geral de aviltamento da Doutrina e efectivar o primeiro passo:
a adulteração da obra mais popular de Kardec.
0 Evangelho Segundo o Espiritismo.
Essa profanação de gentio, como a classificou o poeta Rudmar Augusto, provocou a indignação das pessoas de bom-senso e dos adeptos fiéis da Doutrina, selada historicamente pela condenação maciça do Congresso Estadual da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo.
Apesar dessa vitória da dignidade doutrinária, trinta mil volumes adulterados já haviam sido trocados pelas moedas de Judas e infestado o movimento espírita brasileiro.
A insensibilidade dos novos líderes não lhes permitiu renunciar aos seus postos de liderança rejeitada.
Continuaram em seus lugares e tentaram ainda mais um golpe: a destruição da USE pela sua absorção nos quadros profanados da Federação.
Perderam mais essa cartada mas não se deram por achados. O excesso de tolerância e a inconsciência da maioria responsável pela instituição, a incompreensão da gravidade do caso de adulteração oficial dos textos doutrinários permitiram passivamente a continuidade das lideranças falidas.
Tudo isso nos mostra a distância que se estendeu, o vácuo aberto entre duas épocas:
a dos líderes natos e respeitáveis do passado e a dos lideres levianos e inconsequentes do presente.
Nesta fase de aviltamento da espécie humana em todo o mundo, não houve condições para o restabelecimento da austeridade espírita em termos de respeito pela Doutrina e moralização dos quadros doutrinários.
Onde os líderes não revelam capacidade de liderança a massa perde o rumo e a convicção doutrinária é substituída pelo aviltamento das consciências.
Foi assim que o Cristianismo entrou no eclipse medieval e restabeleceu a mitologia e a idolatria que o Cristo condenara em termos candentes, com expressões vigorosas que os adulteradores modernos procuraram substituir por frases ambíguas e ridículas nos textos evangélicos e na obra de Kardec.
Assim traçado esse panorama sombrio, com as cores quentes da realidade ainda palpitante - demonstrado em factos clamorosos e inegáveis as consequências da falta de convicção e austeridade no trato dos problemas doutrinários, podemos voltar à análise do problema das lideranças.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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2.ª - Líderes Mediúnicos -
A liderança mediúnica exerce-se em três áreas distintas:
na popular, indo geralmente além dos limites espíritas, com repercussão sobre a população em geral:
na institucional, influindo na actividade e na orientação das instituições;
na de divulgação, através de mensagens psicográficas distribuídas à imprensa e aos centros e grupos doutrinários, oferecendo-lhes novos recursos para o esclarecimento de problemas de comportamento individual e colectivo, bem como através de livros mediúnicos que enriquecem a bibliografia espírita e incentivam os estudos doutrinários e marcam a presença activa dos Espíritos no campo cultural-evangélico.
Os médiuns que se destacam nessa liderança influem sobre os outros médiuns e dão-lhes orientação e incentivo à produtividade.
Esses líderes mediúnicos exercem ainda uma função de grande importância na orientação moral do povo, alargando a influência e a expansão do Espiritismo, influindo na aceitação da mediunidade como facto natural.
Funcionam como os oráculos da Antiguidade, procurados por consulentes espíritas e não espíritas, consolando criaturas desalentadas por casos dolorosos ocorridos na família, justificando o título de Consolador conferido à Doutrina pela tradição evangélica.
O Espiritismo se apresenta, através, deles, como o cumprimento da Promessa do Consolador, feita por Jesus.
A liderança mediúnica tem assim um papel fundamental no meio espírita.
É dela que brota a orientação espiritual do movimento espírita, é nela que as outras lideranças se apoiam para o desenvolvimento de suas actividades.
Por isso, a responsabilidade dos médiuns, que sempre se colocam, queiram ou não, na posição de líderes, é a de um termómetro que deve marcar a temperatura do movimento doutrinário e regulá-la na revelação dos dados necessários.
É no exame atento desses dados ensinos, orientações, advertências, estímulo - que os demais líderes podem acompanhar as curvas de ascensão e declínio da temperatura.
Cabe particularmente aos líderes doutrinários e aos líderes intelectuais vigiar o funcionamento desse termómetro colectivo e corrigir os seus desvios e os seus momentos de inibição.
Segundo o método kardeciano de aplicação do bom-senso e da razão esclarecida na rigorosa análise da produção mediúnica, sem se deixarem influenciar pelo antigo e perigoso prestígio do sobrenatural.
Os médiuns são instrumentos humanos, sujeitos a todos os condicionamentos da espécie, podendo incidir em sintonias perturbadoras ou cair em apatia diante de situações conflitivas e difíceis do processo espírita.
O guia seguro da liderança mediúnica é o Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
É na leitura e estudo constante desse livro que os médiuns encontram o esclarecimento dos seus mais complexos problemas.
Todos os demais livros sobre mediunidade, alguns alarmantemente afastados da realidade espírita, devem ser rigorosamente conferidos com O Livro dos Médiuns de Kardec.
Sem esse critério todos os líderes e seus auxiliares correm o risco de enganos fatais.
Continua...
2.ª - Líderes Mediúnicos -
A liderança mediúnica exerce-se em três áreas distintas:
na popular, indo geralmente além dos limites espíritas, com repercussão sobre a população em geral:
na institucional, influindo na actividade e na orientação das instituições;
na de divulgação, através de mensagens psicográficas distribuídas à imprensa e aos centros e grupos doutrinários, oferecendo-lhes novos recursos para o esclarecimento de problemas de comportamento individual e colectivo, bem como através de livros mediúnicos que enriquecem a bibliografia espírita e incentivam os estudos doutrinários e marcam a presença activa dos Espíritos no campo cultural-evangélico.
Os médiuns que se destacam nessa liderança influem sobre os outros médiuns e dão-lhes orientação e incentivo à produtividade.
Esses líderes mediúnicos exercem ainda uma função de grande importância na orientação moral do povo, alargando a influência e a expansão do Espiritismo, influindo na aceitação da mediunidade como facto natural.
Funcionam como os oráculos da Antiguidade, procurados por consulentes espíritas e não espíritas, consolando criaturas desalentadas por casos dolorosos ocorridos na família, justificando o título de Consolador conferido à Doutrina pela tradição evangélica.
O Espiritismo se apresenta, através, deles, como o cumprimento da Promessa do Consolador, feita por Jesus.
A liderança mediúnica tem assim um papel fundamental no meio espírita.
É dela que brota a orientação espiritual do movimento espírita, é nela que as outras lideranças se apoiam para o desenvolvimento de suas actividades.
Por isso, a responsabilidade dos médiuns, que sempre se colocam, queiram ou não, na posição de líderes, é a de um termómetro que deve marcar a temperatura do movimento doutrinário e regulá-la na revelação dos dados necessários.
É no exame atento desses dados ensinos, orientações, advertências, estímulo - que os demais líderes podem acompanhar as curvas de ascensão e declínio da temperatura.
Cabe particularmente aos líderes doutrinários e aos líderes intelectuais vigiar o funcionamento desse termómetro colectivo e corrigir os seus desvios e os seus momentos de inibição.
Segundo o método kardeciano de aplicação do bom-senso e da razão esclarecida na rigorosa análise da produção mediúnica, sem se deixarem influenciar pelo antigo e perigoso prestígio do sobrenatural.
Os médiuns são instrumentos humanos, sujeitos a todos os condicionamentos da espécie, podendo incidir em sintonias perturbadoras ou cair em apatia diante de situações conflitivas e difíceis do processo espírita.
O guia seguro da liderança mediúnica é o Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
É na leitura e estudo constante desse livro que os médiuns encontram o esclarecimento dos seus mais complexos problemas.
Todos os demais livros sobre mediunidade, alguns alarmantemente afastados da realidade espírita, devem ser rigorosamente conferidos com O Livro dos Médiuns de Kardec.
Sem esse critério todos os líderes e seus auxiliares correm o risco de enganos fatais.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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3.ª — Líderes Intelectuais -
Os líderes intelectuais do movimento espírita são os intelectuais-espíritas que se dedicam à doutrina, que a estudam com afinco e perseverança, mantendo-se em actividade constante no plano doutrinário.
Um intelectual pode ser espírita sem que seja precisamente um intelectual-espírita ou um líder intelectual.
A expressão intelectual-espírita corresponde a uma categoria doutrinária bem definida.
É um intelectual que se dedica ao Espiritismo, que assimilou a doutrina e integrou-se na mundividência espírita.
Vivendo a doutrina no plano da inteligência e da cultura ele se torna naturalmente um líder intelectual espírita.
Sem essa vivência e essa dedicação ao estudo e à pesquisa doutrinária ele será simplesmente um espírita dotado de intelectualidade, mas sem as condições necessárias à liderança intelectual espírita.
É o mesmo que acontece com os cientistas ou os pesquisadores universitários que são espíritas mas não se integram no campo doutrinário.
O cientista espírita e aquele que se dedica à Ciência Espírita e contribui para o seu desenvolvimento com trabalhos e obras válidas, reconhecidas como tal pelo consenso geral e pelo consenso espírita.
Os líderes espíritas intelectuais pertencem a todas as categorias do mundo intelectual:
cientistas, filósofos, ensaístas, especialistas em comunicação, professores, médicos e assim por diante.
Mas a legitimidade da sua condição de líder depende da sua actividade permanente no campo espírita, reconhecida pelas lideranças espíritas.
Esse reconhecimento não depende de formalidades de nenhuma espécie.
É o reconhecimento espontâneo do meio intelectual espírita.
Este meio intelectual se define como a conjugação de pessoas habilitadas e experientes do meio intelectual comum para o trabalho intelectual espírita.
Não podemos incluir nesse meio pessoas sem habilitação intelectual, por mais dedicadas que sejam à causa doutrinária.
Só podemos obter um consenso intelectual espírita de um agrupamento de intelectuais.
Como podem opinar, por exemplo, sobre questões de Ciência e Filosofia, de Religião e História ou Psicologia das Religiões, pessoas que não tenham conhecimento e experiência dessas matérias?
É o mesmo que se pedir a um pedreiro que opine sobre questões de Botânica.
A falta de compreensão desse problema tem provocado lamentáveis equívocos e situações desastrosas, como no caso da adulteração.
Não se trata de preferência ou exclusivismo, mas do velho adágio: cada macaco no seu galho.
Sem esse critério metodológico os macacos acabam invadindo as lojas de louças.
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3.ª — Líderes Intelectuais -
Os líderes intelectuais do movimento espírita são os intelectuais-espíritas que se dedicam à doutrina, que a estudam com afinco e perseverança, mantendo-se em actividade constante no plano doutrinário.
Um intelectual pode ser espírita sem que seja precisamente um intelectual-espírita ou um líder intelectual.
A expressão intelectual-espírita corresponde a uma categoria doutrinária bem definida.
É um intelectual que se dedica ao Espiritismo, que assimilou a doutrina e integrou-se na mundividência espírita.
Vivendo a doutrina no plano da inteligência e da cultura ele se torna naturalmente um líder intelectual espírita.
Sem essa vivência e essa dedicação ao estudo e à pesquisa doutrinária ele será simplesmente um espírita dotado de intelectualidade, mas sem as condições necessárias à liderança intelectual espírita.
É o mesmo que acontece com os cientistas ou os pesquisadores universitários que são espíritas mas não se integram no campo doutrinário.
O cientista espírita e aquele que se dedica à Ciência Espírita e contribui para o seu desenvolvimento com trabalhos e obras válidas, reconhecidas como tal pelo consenso geral e pelo consenso espírita.
Os líderes espíritas intelectuais pertencem a todas as categorias do mundo intelectual:
cientistas, filósofos, ensaístas, especialistas em comunicação, professores, médicos e assim por diante.
Mas a legitimidade da sua condição de líder depende da sua actividade permanente no campo espírita, reconhecida pelas lideranças espíritas.
Esse reconhecimento não depende de formalidades de nenhuma espécie.
É o reconhecimento espontâneo do meio intelectual espírita.
Este meio intelectual se define como a conjugação de pessoas habilitadas e experientes do meio intelectual comum para o trabalho intelectual espírita.
Não podemos incluir nesse meio pessoas sem habilitação intelectual, por mais dedicadas que sejam à causa doutrinária.
Só podemos obter um consenso intelectual espírita de um agrupamento de intelectuais.
Como podem opinar, por exemplo, sobre questões de Ciência e Filosofia, de Religião e História ou Psicologia das Religiões, pessoas que não tenham conhecimento e experiência dessas matérias?
É o mesmo que se pedir a um pedreiro que opine sobre questões de Botânica.
A falta de compreensão desse problema tem provocado lamentáveis equívocos e situações desastrosas, como no caso da adulteração.
Não se trata de preferência ou exclusivismo, mas do velho adágio: cada macaco no seu galho.
Sem esse critério metodológico os macacos acabam invadindo as lojas de louças.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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PSICOLOGIA DOS LÍDERES
Podemos agora encarar o problema da Psicologia da Liderança Espírita, tomando como objecto os tipos de líderes de que tratamos.
A tipologia da liderança espírita ê elemento básico para a apreciação psicológica que devemos fazer.
Não se trata de um estudo aprofundado da questão, mas de uma apreciação resultante da observação das diversas tipologias de conjunto das formas de liderança espírita.
Necessitamos de trabalho mais metódico e profundo sobre este grave problema, mas e evidente que temos de iniciar a sua abordagem reunindo dados da observação e da experiência para desenvolvimento de pesquisas indispensáveis à boa orientação do movimento espírita, hoje entregue a si mesmo como um barco à deriva.
O exemplo metodológico de Kardec foi posto de lado pela nossa incúria e os resultados desse descaso já nos levaram à confusão e ao ridículo.
Tratemos de aproveitar essa amarga experiência antes de cairmos em novas situações humilhantes.
Vejamos o que se pode fazer com os poucos dados que possuímos.
1.ª Categoria
- Lideres Doutrinários -
A psicologia dos líderes doutrinários natos, fundadores e dirigentes das primeiras instituições espíritas no Brasil, define-se a partir da formação religiosa do nosso povo.
Aqueles varões barbados e austeros dos primeiros tempos saíram das barbas bíblicas de Moisés, passaram pelas barbaças amedrontadoras do Padre Eterno católico-romano e revoltaram-se contra a mitologia católica nas barbas ardentes de Guerra Junqueiro.
Sua psicologia, individual e colectiva, enraizava-se na crença e no medo.
Esses dois factores determinavam a sua austeridade. Crentes na existência de Deus e criados no temor a Deus, encontraram no Espiritismo a porta de escape de que necessitavam para livrar-se da mordaça dogmática e entrar no uso da razão, sem caírem no abuso das concepções positivistas e materialistas do século passado.
Nasceram de novo e reconheceram em Kardec o Messias que os arrancara do túmulo.
A crença em Deus tornou-se conhecimento racional de Deus e o medo do pecado em respeito pelas leis de Deus.
Essas leis não estavam nas Tábuas da Lei de Moisés, mas na própria estrutura da Natureza, englobando a natureza humana.
O Decálogo não precisava da autoridade de Moisés, fundava-se na autoridade directa de Deus, o Criador, transferindo para o plano humano a ordem geral da Natureza.
As leis de Deus eram as leis naturais, como ensinava Kardec, e os mandamentos do Sinai podiam ser lidos na consciência de cada criatura humana.
Esse fundamento panteísta explicava os mistérios da imanência, omnipresença e omnipotência de Deus, sem cair no panteísmo extremado que confunde Deus com a Natureza, o Criador com a Criação.
Essa concepção transformara-se logo, à luz da evidência racional, em sólida convicção.
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PSICOLOGIA DOS LÍDERES
Podemos agora encarar o problema da Psicologia da Liderança Espírita, tomando como objecto os tipos de líderes de que tratamos.
A tipologia da liderança espírita ê elemento básico para a apreciação psicológica que devemos fazer.
Não se trata de um estudo aprofundado da questão, mas de uma apreciação resultante da observação das diversas tipologias de conjunto das formas de liderança espírita.
Necessitamos de trabalho mais metódico e profundo sobre este grave problema, mas e evidente que temos de iniciar a sua abordagem reunindo dados da observação e da experiência para desenvolvimento de pesquisas indispensáveis à boa orientação do movimento espírita, hoje entregue a si mesmo como um barco à deriva.
O exemplo metodológico de Kardec foi posto de lado pela nossa incúria e os resultados desse descaso já nos levaram à confusão e ao ridículo.
Tratemos de aproveitar essa amarga experiência antes de cairmos em novas situações humilhantes.
Vejamos o que se pode fazer com os poucos dados que possuímos.
1.ª Categoria
- Lideres Doutrinários -
A psicologia dos líderes doutrinários natos, fundadores e dirigentes das primeiras instituições espíritas no Brasil, define-se a partir da formação religiosa do nosso povo.
Aqueles varões barbados e austeros dos primeiros tempos saíram das barbas bíblicas de Moisés, passaram pelas barbaças amedrontadoras do Padre Eterno católico-romano e revoltaram-se contra a mitologia católica nas barbas ardentes de Guerra Junqueiro.
Sua psicologia, individual e colectiva, enraizava-se na crença e no medo.
Esses dois factores determinavam a sua austeridade. Crentes na existência de Deus e criados no temor a Deus, encontraram no Espiritismo a porta de escape de que necessitavam para livrar-se da mordaça dogmática e entrar no uso da razão, sem caírem no abuso das concepções positivistas e materialistas do século passado.
Nasceram de novo e reconheceram em Kardec o Messias que os arrancara do túmulo.
A crença em Deus tornou-se conhecimento racional de Deus e o medo do pecado em respeito pelas leis de Deus.
Essas leis não estavam nas Tábuas da Lei de Moisés, mas na própria estrutura da Natureza, englobando a natureza humana.
O Decálogo não precisava da autoridade de Moisés, fundava-se na autoridade directa de Deus, o Criador, transferindo para o plano humano a ordem geral da Natureza.
As leis de Deus eram as leis naturais, como ensinava Kardec, e os mandamentos do Sinai podiam ser lidos na consciência de cada criatura humana.
Esse fundamento panteísta explicava os mistérios da imanência, omnipresença e omnipotência de Deus, sem cair no panteísmo extremado que confunde Deus com a Natureza, o Criador com a Criação.
Essa concepção transformara-se logo, à luz da evidência racional, em sólida convicção.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Este é o segredo da firmeza e coragem com que enfrentaram o mundo hostil dominado pelo clero intolerante, pelos intelectuais ateus, pelo povo fanático, pelos tradicionalistas agressivos e pela fascinação mágica das formas de sincretismo-religioso afro-brasileiro em desenvolvimento.
Os pronunciamentos académicos, particularmente de médicos empenhados em mostrar que o Espiritismo era uma fábrica de loucos, não os abalava.
Eles se sentiam firmes em sua convicção e sabiam que os pseudo-sábios que tentavam abalá-la não conheciam a Doutrina Espírita: falavam do que não sabiam.
Os resultados da prática mediúnica eram palpáveis e visíveis, como sempre o foram. Fortalecidos pela razão kardeciana e pela realidade dos fatos, esses líderes eram inabaláveis.
Daí o seu profundo respeito à Doutrina, cuja lógica não podia ser contestada e cuja fenomenologia era confirmada pelas pesquisas de cientistas europeus que eram expoentes do saber da época.
O sentimento religioso que os embalara na infância e na adolescência não fora chocado nem ferido por Kardec, que se limitara a explicá-lo como lei natural da espécie humana.
A moral evangélica, fundamento ético da estrutura social, tornava-se mais vigorosa à luz da doutrina e despia-se da roupagem negra das superstições.
A dignidade humana se engrandecia com as provas da imortalidade.
Ninguém era alijado da presença de Deus nem deslocado da ordem social e moral em desenvolvimento.
Todos os conteúdos do psiquismo individual eram esclarecidos pela Escala Espírita, esse esquema da evolução espiritual, que tanto se aplicava aos espíritos desencarnados quanto aos encarnados, esclarecendo situações e comportamentos antes considerados na pauta misteriosa das influências diabólicas.
O Diabo era colocado no panteão mitológico e Kardec mostrava que o Inferno mitológico era mais racional e humano que o Inferno católico.
O sentimento de segurança, o amor de Deus substituindo o temor, a oração suprimindo indulgências, confissões e sacramentos, reduzia o formalismo religioso em loja de bijutarias.
O racionalismo do século enriquecia-se com os elementos vitais da fé raciocinada e a fé crescia e frutificava à luz da razão.
É o que podemos ver na bibliografia espírita da época, especialmente nas obras de Bezerra de Menezes, o médico e católico eminente que se tornara espírita.
A mistificação roustainguista, tipicamente católica e carregada de resíduos bíblicos, foi apenas tolerada por Bezerra, empenhado em evitar cisões no movimento espírita nascente.
Ele proclamava em suas crónicas espíritas do jornal O Paiz:
Kardec é insuperável, evitava entrar em discussões inúteis com os fanáticos roustainguistas.
Algumas referências de Bezerra à obra de Roustaing são dos seus primeiros tempos de conversão.
Formado no Catolicismo, com uma vivência longa de católico devoto, Bezerra não estava ainda bem integrado na posição espírita quando lhe chegou às mãos a obra mistificadora.
Vendo que Roustaing pretendia restabelecer no Espiritismo a divindade de Cristo, a sua natureza sobrenatural, e influenciado pelos roustainguistas, encarou a obra com simpatia.
Continua...
Este é o segredo da firmeza e coragem com que enfrentaram o mundo hostil dominado pelo clero intolerante, pelos intelectuais ateus, pelo povo fanático, pelos tradicionalistas agressivos e pela fascinação mágica das formas de sincretismo-religioso afro-brasileiro em desenvolvimento.
Os pronunciamentos académicos, particularmente de médicos empenhados em mostrar que o Espiritismo era uma fábrica de loucos, não os abalava.
Eles se sentiam firmes em sua convicção e sabiam que os pseudo-sábios que tentavam abalá-la não conheciam a Doutrina Espírita: falavam do que não sabiam.
Os resultados da prática mediúnica eram palpáveis e visíveis, como sempre o foram. Fortalecidos pela razão kardeciana e pela realidade dos fatos, esses líderes eram inabaláveis.
Daí o seu profundo respeito à Doutrina, cuja lógica não podia ser contestada e cuja fenomenologia era confirmada pelas pesquisas de cientistas europeus que eram expoentes do saber da época.
O sentimento religioso que os embalara na infância e na adolescência não fora chocado nem ferido por Kardec, que se limitara a explicá-lo como lei natural da espécie humana.
A moral evangélica, fundamento ético da estrutura social, tornava-se mais vigorosa à luz da doutrina e despia-se da roupagem negra das superstições.
A dignidade humana se engrandecia com as provas da imortalidade.
Ninguém era alijado da presença de Deus nem deslocado da ordem social e moral em desenvolvimento.
Todos os conteúdos do psiquismo individual eram esclarecidos pela Escala Espírita, esse esquema da evolução espiritual, que tanto se aplicava aos espíritos desencarnados quanto aos encarnados, esclarecendo situações e comportamentos antes considerados na pauta misteriosa das influências diabólicas.
O Diabo era colocado no panteão mitológico e Kardec mostrava que o Inferno mitológico era mais racional e humano que o Inferno católico.
O sentimento de segurança, o amor de Deus substituindo o temor, a oração suprimindo indulgências, confissões e sacramentos, reduzia o formalismo religioso em loja de bijutarias.
O racionalismo do século enriquecia-se com os elementos vitais da fé raciocinada e a fé crescia e frutificava à luz da razão.
É o que podemos ver na bibliografia espírita da época, especialmente nas obras de Bezerra de Menezes, o médico e católico eminente que se tornara espírita.
A mistificação roustainguista, tipicamente católica e carregada de resíduos bíblicos, foi apenas tolerada por Bezerra, empenhado em evitar cisões no movimento espírita nascente.
Ele proclamava em suas crónicas espíritas do jornal O Paiz:
Kardec é insuperável, evitava entrar em discussões inúteis com os fanáticos roustainguistas.
Algumas referências de Bezerra à obra de Roustaing são dos seus primeiros tempos de conversão.
Formado no Catolicismo, com uma vivência longa de católico devoto, Bezerra não estava ainda bem integrado na posição espírita quando lhe chegou às mãos a obra mistificadora.
Vendo que Roustaing pretendia restabelecer no Espiritismo a divindade de Cristo, a sua natureza sobrenatural, e influenciado pelos roustainguistas, encarou a obra com simpatia.
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Mas depois firmou-se em Kardec definitivamente.
A natureza aberta da Doutrina Espírita e o espírito liberal de Bezerra o levou a não atiçar os ânimos.
Além disso, não queria fracassar em seu intento de manter a união dos espíritas, ainda tão poucos no tempo.
Mas o seu apego a Kardec foi tão fiel que o chamaram de Kardec Brasileiro.
Temos nesse episódio uma prova da psicologia da liderança de Bezerra, que, sem atritos, conseguiu o seu intento, mantendo e proclamando sua fidelidade irredutível a Kardec.
Podemos resumir assim a psicologia da liderança espírita da geração dos barbaças:
convicção plena da verdade doutrinária, coragem inabalável na sustentação e defesa da doutrina, concessões internas para evitar cisões numa fase crítica, proclamação pública da grandeza e insuperabilidade de Kardec, confiança na razão na sua vitória perante as criaturas de bom-senso, respeito às convicções alheias, sem ceder nas convicções próprias, austeridade e nobreza na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, respeito absoluto aos textos originais de Kardec.
Esse respeito e a convicção dos barbaças é o que falta, infelizmente, a grande número dos líderes actuais, que não vacilam em lançar à venda livros deturpados e ridicularizantes para a doutrina, prejudicando-a moral e intelectualmente, para não se perder o dinheiro empatado na profanação.
Os interesses materiais se sobrepõe aos interesses espirituais.
A Psicologia de liderança dos líderes doutrinários actuais e quase uma inversão da que esquematizamos acima.
Sob a influência das grandes transformações do mundo a que já aludimos, os líderes actuais não encontram na doutrina a segurança dos antigos.
Fundadores e dirigentes de instituições estão livres das pressões que os antigos tinham de combater.
O Espiritismo está hoje amparado pelo referendo das Ciências e impõe-se ao mundo cultural como representação de uma realidade incontestável.
Em lugar do sentimento de segurança dos barbaças, os líderes barbeados de hoje sentem a insegurança do mundo que desaba ao seu redor e procuram meios de adaptar-se às novas condições.
A falta quase absoluta de uma compreensão real da doutrina (por falta de estudos aprofundados da sua natureza e sua posição epistemológica) não lhes permite perceber que o Espiritismo não está ruindo com o velho mundo, mas alicerçando espiritualmente o novo mundo que vai nascer.
Ao invés de se firmarem na convicção doutrinária, amedrontam-se com o tumulto das novidades que surgem de todos os lados e acham que a doutrina estagnou-se num mundo em mudança.
Buscam adaptar a doutrina às novas condições, para salvá-la, e nesse engano grotesco a ameaçam de deturpações e retrocessos.
Estão em pânico os líderes doutrinários actuais, na sua maioria, por incúria e ignorância, por falta absoluta de visão-espírita.
O exemplo da adulteração pode ilustrar essa situação.
O grupo da Federação Espírita do Estado de São Paulo entendeu (e o declarou na própria edição adulterada de O Evangelho Segundo o Espiritismo) que as igrejas cristãs estão passando os velhos textos da Bíblia para a linguagem actual, e isso com grande sucesso.
O Espiritismo ficaria atrasado e era necessário acertar o seu passo com essas inovações profanadoras.
Continua...
Mas depois firmou-se em Kardec definitivamente.
A natureza aberta da Doutrina Espírita e o espírito liberal de Bezerra o levou a não atiçar os ânimos.
Além disso, não queria fracassar em seu intento de manter a união dos espíritas, ainda tão poucos no tempo.
Mas o seu apego a Kardec foi tão fiel que o chamaram de Kardec Brasileiro.
Temos nesse episódio uma prova da psicologia da liderança de Bezerra, que, sem atritos, conseguiu o seu intento, mantendo e proclamando sua fidelidade irredutível a Kardec.
Podemos resumir assim a psicologia da liderança espírita da geração dos barbaças:
convicção plena da verdade doutrinária, coragem inabalável na sustentação e defesa da doutrina, concessões internas para evitar cisões numa fase crítica, proclamação pública da grandeza e insuperabilidade de Kardec, confiança na razão na sua vitória perante as criaturas de bom-senso, respeito às convicções alheias, sem ceder nas convicções próprias, austeridade e nobreza na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, respeito absoluto aos textos originais de Kardec.
Esse respeito e a convicção dos barbaças é o que falta, infelizmente, a grande número dos líderes actuais, que não vacilam em lançar à venda livros deturpados e ridicularizantes para a doutrina, prejudicando-a moral e intelectualmente, para não se perder o dinheiro empatado na profanação.
Os interesses materiais se sobrepõe aos interesses espirituais.
A Psicologia de liderança dos líderes doutrinários actuais e quase uma inversão da que esquematizamos acima.
Sob a influência das grandes transformações do mundo a que já aludimos, os líderes actuais não encontram na doutrina a segurança dos antigos.
Fundadores e dirigentes de instituições estão livres das pressões que os antigos tinham de combater.
O Espiritismo está hoje amparado pelo referendo das Ciências e impõe-se ao mundo cultural como representação de uma realidade incontestável.
Em lugar do sentimento de segurança dos barbaças, os líderes barbeados de hoje sentem a insegurança do mundo que desaba ao seu redor e procuram meios de adaptar-se às novas condições.
A falta quase absoluta de uma compreensão real da doutrina (por falta de estudos aprofundados da sua natureza e sua posição epistemológica) não lhes permite perceber que o Espiritismo não está ruindo com o velho mundo, mas alicerçando espiritualmente o novo mundo que vai nascer.
Ao invés de se firmarem na convicção doutrinária, amedrontam-se com o tumulto das novidades que surgem de todos os lados e acham que a doutrina estagnou-se num mundo em mudança.
Buscam adaptar a doutrina às novas condições, para salvá-la, e nesse engano grotesco a ameaçam de deturpações e retrocessos.
Estão em pânico os líderes doutrinários actuais, na sua maioria, por incúria e ignorância, por falta absoluta de visão-espírita.
O exemplo da adulteração pode ilustrar essa situação.
O grupo da Federação Espírita do Estado de São Paulo entendeu (e o declarou na própria edição adulterada de O Evangelho Segundo o Espiritismo) que as igrejas cristãs estão passando os velhos textos da Bíblia para a linguagem actual, e isso com grande sucesso.
O Espiritismo ficaria atrasado e era necessário acertar o seu passo com essas inovações profanadoras.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Não perceberam que a posição das igrejas é retrógrada, enquanto a do Espiritismo é actualíssima e até mesmo futuróloga.
Desesperaram-se ao não encontrar o que mudar nos textos de Kardec e puseram-se a deturpá-los certos de que salvavam a doutrina, e quando chamados à atenção explicaram ingenuamente que faziam experiências de novas formas de comunicação!
Escudaram-se em expressões ambíguas usadas em mensagens mediúnicas, considerando-as arbitrariamente como linguagem actual.
Na verdade, tratava-se de expressões que não tinham e não têm nenhum curso na actualidade da língua, reduzindo-se a uma aplicação restrita e infelizmente errónea.
Pensaram que o barco afundava, e, na aflição de salvá-lo o viraram de borco.
Episódio típico dos momentos de pânico. Demonstração inegável de falta de conhecimento doutrinário e assustadora falta de convicção espírita.
Aturdidos ante a confusão, quiseram furtar-se à responsabilidade e a lançaram na conta de um líder mediúnico, o de maior prestígio, Chico Xavier.
Mas o médium, que também se aturdiu com a trapalhada, acabou declarando que nada tinha a ver com a adulteração, sustentando, pelo contrário, a necessidade de preservação da pureza original dos textos.
O facto é significativo e exige meditação de todos os que se interessam pela preservação da doutrina.
Mas outra prova de insegurança e medo surgiu logo mais, com a exigência de destruição da edição adulterada, que comprometia a doutrina.
Ante a ameaça de vultoso prejuízo em dinheiro, os líderes em pânico alegaram a necessidade de venda da edição para que as obras da nova sede da Federação não fossem interrompidas.
Entrava, assim, um novo factor na questão.
A nova sede ia salvar o Espiritismo de uma derrocada material, de ordem patrimonial, garantindo a sua presença monumental nos novos tempos.
Os líderes confundiam a instituição espírita com as catedrais ameaçadas pelas transformações da actualidade.
Não compreendiam que as edificações, por mais importantes que sejam, nada representam na projecção futura da doutrina.
O que importava preservar era a doutrina e não as obras materiais e muito menos o dinheiro desastradamente empatado na profanação das obras doutrinárias.
Cegueira espiritual absoluta, domínio das trevas no plano espiritual.
Os líderes preferiram o prejuízo moral, a profanação da doutrina, a ridicularização das obras modelares de Kardec, ao esvaziamento corajoso dos cofres.
Por outro lado, revelando a extensão assustadora da crise espiritual, a maioria absoluta dos lideres, no Brasil inteiro, preferiram o silêncio acumpliciador ao protesto dignificante.
Valia mais as acomodações de lideranças diversas, num conluio tácito estarrecedor, como se todos dissessem consigo mesmos:
"Que se vão os princípios mas fiquem os cruzeiros!"
E ficaram realmente, ficaram os cruzeiros nos cofres, tilintando como as moedas de Judas.
Enquanto isso, trinta mil volumes adulterados eram semeados no seio do povo, lançando as raízes nefastas de futuras confusões doutrinárias.
Continua...
Não perceberam que a posição das igrejas é retrógrada, enquanto a do Espiritismo é actualíssima e até mesmo futuróloga.
Desesperaram-se ao não encontrar o que mudar nos textos de Kardec e puseram-se a deturpá-los certos de que salvavam a doutrina, e quando chamados à atenção explicaram ingenuamente que faziam experiências de novas formas de comunicação!
Escudaram-se em expressões ambíguas usadas em mensagens mediúnicas, considerando-as arbitrariamente como linguagem actual.
Na verdade, tratava-se de expressões que não tinham e não têm nenhum curso na actualidade da língua, reduzindo-se a uma aplicação restrita e infelizmente errónea.
Pensaram que o barco afundava, e, na aflição de salvá-lo o viraram de borco.
Episódio típico dos momentos de pânico. Demonstração inegável de falta de conhecimento doutrinário e assustadora falta de convicção espírita.
Aturdidos ante a confusão, quiseram furtar-se à responsabilidade e a lançaram na conta de um líder mediúnico, o de maior prestígio, Chico Xavier.
Mas o médium, que também se aturdiu com a trapalhada, acabou declarando que nada tinha a ver com a adulteração, sustentando, pelo contrário, a necessidade de preservação da pureza original dos textos.
O facto é significativo e exige meditação de todos os que se interessam pela preservação da doutrina.
Mas outra prova de insegurança e medo surgiu logo mais, com a exigência de destruição da edição adulterada, que comprometia a doutrina.
Ante a ameaça de vultoso prejuízo em dinheiro, os líderes em pânico alegaram a necessidade de venda da edição para que as obras da nova sede da Federação não fossem interrompidas.
Entrava, assim, um novo factor na questão.
A nova sede ia salvar o Espiritismo de uma derrocada material, de ordem patrimonial, garantindo a sua presença monumental nos novos tempos.
Os líderes confundiam a instituição espírita com as catedrais ameaçadas pelas transformações da actualidade.
Não compreendiam que as edificações, por mais importantes que sejam, nada representam na projecção futura da doutrina.
O que importava preservar era a doutrina e não as obras materiais e muito menos o dinheiro desastradamente empatado na profanação das obras doutrinárias.
Cegueira espiritual absoluta, domínio das trevas no plano espiritual.
Os líderes preferiram o prejuízo moral, a profanação da doutrina, a ridicularização das obras modelares de Kardec, ao esvaziamento corajoso dos cofres.
Por outro lado, revelando a extensão assustadora da crise espiritual, a maioria absoluta dos lideres, no Brasil inteiro, preferiram o silêncio acumpliciador ao protesto dignificante.
Valia mais as acomodações de lideranças diversas, num conluio tácito estarrecedor, como se todos dissessem consigo mesmos:
"Que se vão os princípios mas fiquem os cruzeiros!"
E ficaram realmente, ficaram os cruzeiros nos cofres, tilintando como as moedas de Judas.
Enquanto isso, trinta mil volumes adulterados eram semeados no seio do povo, lançando as raízes nefastas de futuras confusões doutrinárias.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Tudo isso revela a incapacidade dos líderes actuais, cujo psiquismo abalado pela insegurança, o temor e a ignorância, sobretudo a falta de convicção doutrinária, constitui a perigosa psicologia da liderança no movimento espírita desta hora de transição.
As reuniões do grupo adulterador foram privativas sem a participação de elementos experimentados conhecedores da doutrina.
Guardavam um segredo medroso. Obstinavam-se em fazer tudo sozinhos, entre quatro paredes.
Praticava-se o crime perfeito contra a doutrina, não haveria testemunhas.
O meio espírita teria de receber o choque de um fato consumado. Os directores da instituição estiveram ausentes, segundo declararam quando o escândalo explodiu.
A venda de grande parte da edição foi feita às pressas e sem falar-se em modificações dos textos.
O tradutor escolhido não tinha conhecimento das regras de tradução e na verdade não traduziu, decalcou traduções facilmente identificáveis.
Quando os volumes foram postos à venda livre e os protestos surgiram, fizeram tudo para abafá-los e clamaram em manifesto que o assunto não devia ser tratado em público.
A liberdade espírita era sacrificada nas exigências de medidas confessionais.
A doutrina não pertencia ao mundo, mas a um grupo, inexperiente e desprovido de condições para a execução de uma simples tradução.
Todos esses aspectos do caso revelam a tónica dominante do medo.
Podemos reduzir a esse sentimento toda a psicologia da liderança espírita nesta hora de medo mundial.
Mas porque esse medo na Espiritismo, doutrina sem segredos nem mistérios, aberta aos ventos da renovação que ela mesma prega, doutrina que é o roteiro das transformações e constitui a plataforma do mundo futuro?
A resposta já foi dada, mas é bom insistir: porque falta aos líderes actuais o principal elemento da psicologia da liderança, que é o conhecimento doutrinário e consequentemente a convicção espírita.
E ao perguntarmos pelo porquê dessa falta absurda a resposta será: falta de estudo, de interesse e de amor pela doutrina.
A leviandade deste final de século infiltrou-se no meio espírita e a febre de inovações insensatas invadiu as instituições.
A virulência dessa infestação demonstrou que o vírus da irresponsabilidade só pode ser combatido com uma renovação imediata e total das lideranças.
Não há o que fazer com a psicologia do medo e da ignorância, senão alijá-la.
Continua...
Tudo isso revela a incapacidade dos líderes actuais, cujo psiquismo abalado pela insegurança, o temor e a ignorância, sobretudo a falta de convicção doutrinária, constitui a perigosa psicologia da liderança no movimento espírita desta hora de transição.
As reuniões do grupo adulterador foram privativas sem a participação de elementos experimentados conhecedores da doutrina.
Guardavam um segredo medroso. Obstinavam-se em fazer tudo sozinhos, entre quatro paredes.
Praticava-se o crime perfeito contra a doutrina, não haveria testemunhas.
O meio espírita teria de receber o choque de um fato consumado. Os directores da instituição estiveram ausentes, segundo declararam quando o escândalo explodiu.
A venda de grande parte da edição foi feita às pressas e sem falar-se em modificações dos textos.
O tradutor escolhido não tinha conhecimento das regras de tradução e na verdade não traduziu, decalcou traduções facilmente identificáveis.
Quando os volumes foram postos à venda livre e os protestos surgiram, fizeram tudo para abafá-los e clamaram em manifesto que o assunto não devia ser tratado em público.
A liberdade espírita era sacrificada nas exigências de medidas confessionais.
A doutrina não pertencia ao mundo, mas a um grupo, inexperiente e desprovido de condições para a execução de uma simples tradução.
Todos esses aspectos do caso revelam a tónica dominante do medo.
Podemos reduzir a esse sentimento toda a psicologia da liderança espírita nesta hora de medo mundial.
Mas porque esse medo na Espiritismo, doutrina sem segredos nem mistérios, aberta aos ventos da renovação que ela mesma prega, doutrina que é o roteiro das transformações e constitui a plataforma do mundo futuro?
A resposta já foi dada, mas é bom insistir: porque falta aos líderes actuais o principal elemento da psicologia da liderança, que é o conhecimento doutrinário e consequentemente a convicção espírita.
E ao perguntarmos pelo porquê dessa falta absurda a resposta será: falta de estudo, de interesse e de amor pela doutrina.
A leviandade deste final de século infiltrou-se no meio espírita e a febre de inovações insensatas invadiu as instituições.
A virulência dessa infestação demonstrou que o vírus da irresponsabilidade só pode ser combatido com uma renovação imediata e total das lideranças.
Não há o que fazer com a psicologia do medo e da ignorância, senão alijá-la.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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2.ª Categoria
- Lideres Mediúnicos -
A Psicologia da Liderança Mediúnica é a própria Psicologia do Médium.
Porque o médium é um líder nato, quer no seu grupo, quer em relação com o público em geral.
Sua condição de intermediário o obriga a isso.
Mas neste vasto país mediúnico só temos um médium capaz de liderança nacional, que é Chico Xavier.
Só ele revelou até hoje condições para essa função esmagadora.
Por isso está chegando à exaustão.
E por isso o tentaram envolver, como escudo de extremo recurso, no caso da adulteração.
Meio século de mediunidade sem descanso, enfrentando entrechoques doutrinários contínuos, ataques e críticas de opositores de toda a espécie, são mais que suficientes para destruir um gigante.
Mas Chico Xavier resistiu até agora, graças a uma convicção inabalável e uma paciência muito superior a de Jó.
É nele, na sua frágil figura humana e na indomável fortaleza espiritual, que encontramos o modelo da liderança mediúnica.
Revelando mais uma vez o poder da humildade como no caso do infinitesimal na corrida atómica, o Invisível desafia, nele, todo o aparente poderio visível.
Chico Xavier provou que só uma força pode se opor a todas as forças do mundo e vencê-las: a força da Humildade.
Repetiu a façanha de Francisco de Assis perante o poderio maciço do Vaticano.
O poder do médium se chama Humildade.
Quando ele a perde, perde-se a si mesmo.
Se temos só um líder mediúnico para mais de cem milhões de habitantes e não sabemos quantos milhões de médiuns, é porque a maioria dos nossos médiuns se perdeu em pretensões estúpidas e dissipações inócuas de suas faculdades.
O médium só exerce a liderança de maneira efectiva e eficaz quando não quer ser líder e se recolhe à sua humildade.
As forças do Céu agem na Terra ao inverso das condições terrenas.
Psicologicamente o médium é a imagem do hermafrodita grego da era arcaica.
É uma criatura dupla, ou seja, duas criaturas ligadas pelas costas, com dois rostos, quatro braços e quatro pernas, girando rapidamente no intermúndio em busca do Reino dos Deuses.
Mas quando deixam de girar para subir e se acomodam na Terra, Zeus os corta com um golpe de espada e os reduz à condição normal da humanidade.
Perdem a condição de líderes e se tornam ovelhas do rebanho comum.
Continua...
2.ª Categoria
- Lideres Mediúnicos -
A Psicologia da Liderança Mediúnica é a própria Psicologia do Médium.
Porque o médium é um líder nato, quer no seu grupo, quer em relação com o público em geral.
Sua condição de intermediário o obriga a isso.
Mas neste vasto país mediúnico só temos um médium capaz de liderança nacional, que é Chico Xavier.
Só ele revelou até hoje condições para essa função esmagadora.
Por isso está chegando à exaustão.
E por isso o tentaram envolver, como escudo de extremo recurso, no caso da adulteração.
Meio século de mediunidade sem descanso, enfrentando entrechoques doutrinários contínuos, ataques e críticas de opositores de toda a espécie, são mais que suficientes para destruir um gigante.
Mas Chico Xavier resistiu até agora, graças a uma convicção inabalável e uma paciência muito superior a de Jó.
É nele, na sua frágil figura humana e na indomável fortaleza espiritual, que encontramos o modelo da liderança mediúnica.
Revelando mais uma vez o poder da humildade como no caso do infinitesimal na corrida atómica, o Invisível desafia, nele, todo o aparente poderio visível.
Chico Xavier provou que só uma força pode se opor a todas as forças do mundo e vencê-las: a força da Humildade.
Repetiu a façanha de Francisco de Assis perante o poderio maciço do Vaticano.
O poder do médium se chama Humildade.
Quando ele a perde, perde-se a si mesmo.
Se temos só um líder mediúnico para mais de cem milhões de habitantes e não sabemos quantos milhões de médiuns, é porque a maioria dos nossos médiuns se perdeu em pretensões estúpidas e dissipações inócuas de suas faculdades.
O médium só exerce a liderança de maneira efectiva e eficaz quando não quer ser líder e se recolhe à sua humildade.
As forças do Céu agem na Terra ao inverso das condições terrenas.
Psicologicamente o médium é a imagem do hermafrodita grego da era arcaica.
É uma criatura dupla, ou seja, duas criaturas ligadas pelas costas, com dois rostos, quatro braços e quatro pernas, girando rapidamente no intermúndio em busca do Reino dos Deuses.
Mas quando deixam de girar para subir e se acomodam na Terra, Zeus os corta com um golpe de espada e os reduz à condição normal da humanidade.
Perdem a condição de líderes e se tornam ovelhas do rebanho comum.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A Psicologia do Médium é paranormal.
Suas percepções extravasam dos órgãos sensoriais para captar as dimensões do invisível.
Se examinar-se a si mesmo jamais temerá a morte, pois convive com os mortos, que na verdade não morreram.
A liderança mediúnica não é do médium, mas das entidades espirituais que dele se servem.
Mas ele é dono de si mesmo e os espíritos não podem dominar as suas faculdades sem o seu consentimento.
Isso o faz participar da liderança. Chico Xavier aceitou a orientação de Emmanuel, ligou-se a essa entidade e com ela passou a servir sem perguntar a quem.
Não alimentou ambições terrenas e nunca pretendeu ser líder.
Por essa renúncia a si mesmo tornou-se o líder mediúnico nacional.
Mas Emmanuel respeitou o modo de ser do médium.
Limitou a liderança de ambos ao plano moral e espiritual.
Sua influência no plano doutrinário foi sempre indirecta.
Evitou manifestar-se directamente sobre as graves questões doutrinárias do nosso meio.
Mesmo no caso da adulteração, quando o seu pronunciamento através de Chico Xavier teria efeito decisivo, preferiu manter-se distante.
Quando a situação exigiu uma intervenção esclarecedora, preferiu que Chico a fizesse na sua condição de médium.
Uma questão de respeito ao livre-arbítrio dos homens, que devem aprender por si mesmos em suas experiências.
Esse facto revela a posição dos Espíritos Superiores em face das lutas humanas ao mesmo tempo desmente as falsas teorias espiritualistas de que os médiuns são criaturas inteiramente passivas, dominadas pelos espíritos.
Se os médiuns da Federação compreendessem isso não teriam permanecido alheios à profanação da doutrina.
Revelariam desejo de intervir e os Espíritos Superiores se serviriam deles.
Ao que sabemos, houve pelo menos um médium que desejou intervir e recebeu mensagens enérgicas que foram sonegadas ao conhecimento geral.
Os médiuns estão sujeitos a essas reacções do ambiente, mas não são obrigados a permanecerem num ambiente negativo.
Faltou instrução aos médiuns para que não se portassem como carneiros.
Na psicologia dos médiuns influem os elementos de sua formação religiosa.
Nossos médiuns têm formação igrejeira ou para-igrejeira que o ensino espírita devia superar.
Mas quando os líderes doutrinários também sofrem das influências igrejeiras não têm condições para auxiliar os médiuns.
A humildade mediúnica é de desprendimento das pretensões terrenas, mas não de submissão aos sistemas religiosos erróneos que o Espiritismo vem reformar.
A incompreensão geral desse problema transforma nossos médiuns em criaturas místicas, cheias do antigo temor a Deus em lugar do amor a Deus.
Nossas escolas de médiuns surgiram impregnadas de resíduos místicos e mágicos, divorciadas da realidade nova que o Espiritismo nos apresenta.
Continua...
A Psicologia do Médium é paranormal.
Suas percepções extravasam dos órgãos sensoriais para captar as dimensões do invisível.
Se examinar-se a si mesmo jamais temerá a morte, pois convive com os mortos, que na verdade não morreram.
A liderança mediúnica não é do médium, mas das entidades espirituais que dele se servem.
Mas ele é dono de si mesmo e os espíritos não podem dominar as suas faculdades sem o seu consentimento.
Isso o faz participar da liderança. Chico Xavier aceitou a orientação de Emmanuel, ligou-se a essa entidade e com ela passou a servir sem perguntar a quem.
Não alimentou ambições terrenas e nunca pretendeu ser líder.
Por essa renúncia a si mesmo tornou-se o líder mediúnico nacional.
Mas Emmanuel respeitou o modo de ser do médium.
Limitou a liderança de ambos ao plano moral e espiritual.
Sua influência no plano doutrinário foi sempre indirecta.
Evitou manifestar-se directamente sobre as graves questões doutrinárias do nosso meio.
Mesmo no caso da adulteração, quando o seu pronunciamento através de Chico Xavier teria efeito decisivo, preferiu manter-se distante.
Quando a situação exigiu uma intervenção esclarecedora, preferiu que Chico a fizesse na sua condição de médium.
Uma questão de respeito ao livre-arbítrio dos homens, que devem aprender por si mesmos em suas experiências.
Esse facto revela a posição dos Espíritos Superiores em face das lutas humanas ao mesmo tempo desmente as falsas teorias espiritualistas de que os médiuns são criaturas inteiramente passivas, dominadas pelos espíritos.
Se os médiuns da Federação compreendessem isso não teriam permanecido alheios à profanação da doutrina.
Revelariam desejo de intervir e os Espíritos Superiores se serviriam deles.
Ao que sabemos, houve pelo menos um médium que desejou intervir e recebeu mensagens enérgicas que foram sonegadas ao conhecimento geral.
Os médiuns estão sujeitos a essas reacções do ambiente, mas não são obrigados a permanecerem num ambiente negativo.
Faltou instrução aos médiuns para que não se portassem como carneiros.
Na psicologia dos médiuns influem os elementos de sua formação religiosa.
Nossos médiuns têm formação igrejeira ou para-igrejeira que o ensino espírita devia superar.
Mas quando os líderes doutrinários também sofrem das influências igrejeiras não têm condições para auxiliar os médiuns.
A humildade mediúnica é de desprendimento das pretensões terrenas, mas não de submissão aos sistemas religiosos erróneos que o Espiritismo vem reformar.
A incompreensão geral desse problema transforma nossos médiuns em criaturas místicas, cheias do antigo temor a Deus em lugar do amor a Deus.
Nossas escolas de médiuns surgiram impregnadas de resíduos místicos e mágicos, divorciadas da realidade nova que o Espiritismo nos apresenta.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Se Chico Xavier tivesse cursado uma dessas escolas jamais se tornaria num líder mediúnico, não se livraria (e só o conseguiu em parte) do cheiro de incenso e da fascinação dos altares floridos.
Mesmo conservando parte desses resíduos, Chico Xavier aprendeu muito na convivência directa com os Espíritos e teve a coragem de romper com os laços mais comprometedores da sua formação católica.
Esses problemas precisam ser encarados de frente por líderes doutrinários e intelectuais realmente esclarecidos, capazes de dar aos médiuns uma orientação espírita.
Sem um critério mais rigoroso de programação de cursos e uma escolha mais cuidadosa de expositores capazes, cursos e escolas se tornam prejudiciais.
Seria preferível a sua substituição por séries de palestras com sequência didáctica e posteriores debates a respeito, coordenadas por pessoas habilitadas.
3.ª Categoria
- Líderes Intelectuais -
A Psicologia do Intelectual pode ser definida como um conflito dialéctico entre as suas aspirações e a realidade.
Temos assim uma realidade subjectiva, tecida de anseios e pressupostos, e uma realidade objectiva que a ela se opõe.
O conflito psicológico é dialéctico, um verdadeiro diálogo secreto do qual deve resultar a síntese de uma posição intelectual definida e portanto depurada dos excessos subjectivos, que vão sempre além do concreto real.
Esta é a situação geral dos homens na vida, mas no intelectual eia se agrava e se complica pela influência da imaginação.
O intelectual espírita dispõe de maiores recursos para atingir a síntese, graças ao conhecimento doutrinário e das pesquisas científicas dos fenómenos
mediúnicos. Esse conhecimento lhe proporciona uma realidade intermediária, que é a da realidade espiritual comprovada e não apenas imaginada.
A doutrina lhe oferece os recursos metodológicos para estabelecer a ligação (que podemos chamar de perispirítica) entre o seu mundo interior o mundo exterior.
Só agora as Ciências começam a oferecer essa vantagem aos demais intelectuais.
Essa desfasagem entre a Ciência Materialista vai desaparecendo na proporção em que esta avança nos rumos daquela.
Mas o intelectual espírita já tem a sua posição firmada e pode agir com segurança no terreno intermediário.
Não obstante, corre o risco, se não tiver conhecimento e experiência suficientes de tentar conciliações utópicas, levado pela imaginação.
Sem o rigoroso critério de Kardec, podem tomar a Nuvem por Juno, ver discos-voadores em cintilações estelares e assim por diante.
Por isso, a liderança intelectual espírita só pode ser exercida por intelectuais perfeitamente integrados nos princípios kardecianos.
Não se trata de uma forma de sectarismo, pois Kardec não fundou nenhuma seita, mas de uma exigência da própria evolução do Espiritismo, cujas leis somente Kardec definiu até hoje de maneira lógica, verificada verificável.
Vejamos um exemplo concreto, que poderá esclarecer melhor este problema.
Continua...
Se Chico Xavier tivesse cursado uma dessas escolas jamais se tornaria num líder mediúnico, não se livraria (e só o conseguiu em parte) do cheiro de incenso e da fascinação dos altares floridos.
Mesmo conservando parte desses resíduos, Chico Xavier aprendeu muito na convivência directa com os Espíritos e teve a coragem de romper com os laços mais comprometedores da sua formação católica.
Esses problemas precisam ser encarados de frente por líderes doutrinários e intelectuais realmente esclarecidos, capazes de dar aos médiuns uma orientação espírita.
Sem um critério mais rigoroso de programação de cursos e uma escolha mais cuidadosa de expositores capazes, cursos e escolas se tornam prejudiciais.
Seria preferível a sua substituição por séries de palestras com sequência didáctica e posteriores debates a respeito, coordenadas por pessoas habilitadas.
3.ª Categoria
- Líderes Intelectuais -
A Psicologia do Intelectual pode ser definida como um conflito dialéctico entre as suas aspirações e a realidade.
Temos assim uma realidade subjectiva, tecida de anseios e pressupostos, e uma realidade objectiva que a ela se opõe.
O conflito psicológico é dialéctico, um verdadeiro diálogo secreto do qual deve resultar a síntese de uma posição intelectual definida e portanto depurada dos excessos subjectivos, que vão sempre além do concreto real.
Esta é a situação geral dos homens na vida, mas no intelectual eia se agrava e se complica pela influência da imaginação.
O intelectual espírita dispõe de maiores recursos para atingir a síntese, graças ao conhecimento doutrinário e das pesquisas científicas dos fenómenos
mediúnicos. Esse conhecimento lhe proporciona uma realidade intermediária, que é a da realidade espiritual comprovada e não apenas imaginada.
A doutrina lhe oferece os recursos metodológicos para estabelecer a ligação (que podemos chamar de perispirítica) entre o seu mundo interior o mundo exterior.
Só agora as Ciências começam a oferecer essa vantagem aos demais intelectuais.
Essa desfasagem entre a Ciência Materialista vai desaparecendo na proporção em que esta avança nos rumos daquela.
Mas o intelectual espírita já tem a sua posição firmada e pode agir com segurança no terreno intermediário.
Não obstante, corre o risco, se não tiver conhecimento e experiência suficientes de tentar conciliações utópicas, levado pela imaginação.
Sem o rigoroso critério de Kardec, podem tomar a Nuvem por Juno, ver discos-voadores em cintilações estelares e assim por diante.
Por isso, a liderança intelectual espírita só pode ser exercida por intelectuais perfeitamente integrados nos princípios kardecianos.
Não se trata de uma forma de sectarismo, pois Kardec não fundou nenhuma seita, mas de uma exigência da própria evolução do Espiritismo, cujas leis somente Kardec definiu até hoje de maneira lógica, verificada verificável.
Vejamos um exemplo concreto, que poderá esclarecer melhor este problema.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Ilustre intelectual, de formação universitária, afirmou numa palestra pública em São Paulo, que o Espiritismo peca por exclusivismo antropológico, só admitindo a existência de espíritos humanos, sem levar em conta os gnomos, as fadas e outros seres espirituais chamados elementares em outras correntes do pensamento espiritualista.
Foi advertido pelo espírita que presidia à reunião de que se enganava.
De facto, o Espiritismo não trata especificamente dessas idealizações folclóricas, mas considera o processo evolutivo dos seres como um desenvolvimento sequente e progressivo de potencialidades espirituais.
Assim, os seres inferiores pertencem ao campo da filogénese ôntica, nas fases antecedentes à humanização.
Desde a ameba até o homem a linha da evolução desfila uma sequência espantosa de formas espirituais, que correspondem, na teoria espírita da evolução, à filogénese das teorias científicas, com sua imensa variedade de seres anteriores ao homem.
A imaginação levava o orador para os caminhos da fantasia, por falta de conhecimento doutrinário.
Outros formularam teorias mediúnicas que vão da pedra até o homem, confundindo a acção do espírito sobre a matéria com a mediunidade propriamente dita, e com isso fundaram escolas confucionistas.
Há toda uma literatura do absurdo apresentada como desenvolvimento da doutrina e superação de Kardec.
O facto de um intelectual contribuir com suas luzes para a divulgação do Espiritismo e mesmo para o seu progresso é importante, mas sob a condição de primeiro adquirir o necessário conhecimento da doutrina.
Pode ser muito interessante falar-se em fadas, gnomos, silfos e ondinas, desde que, com isso, não se queira remeter o Espiritismo ao campo da mitologia e da superstição.
A liderança intelectual é indispensável ao Espiritismo.
Mas não podemos admitir as divagações intelectualistas na área doutrinária.
A Ciência Espírita tem os seus métodos de pesquisa e avaliação de fenómenos, não de fantasia.
Continua...
Ilustre intelectual, de formação universitária, afirmou numa palestra pública em São Paulo, que o Espiritismo peca por exclusivismo antropológico, só admitindo a existência de espíritos humanos, sem levar em conta os gnomos, as fadas e outros seres espirituais chamados elementares em outras correntes do pensamento espiritualista.
Foi advertido pelo espírita que presidia à reunião de que se enganava.
De facto, o Espiritismo não trata especificamente dessas idealizações folclóricas, mas considera o processo evolutivo dos seres como um desenvolvimento sequente e progressivo de potencialidades espirituais.
Assim, os seres inferiores pertencem ao campo da filogénese ôntica, nas fases antecedentes à humanização.
Desde a ameba até o homem a linha da evolução desfila uma sequência espantosa de formas espirituais, que correspondem, na teoria espírita da evolução, à filogénese das teorias científicas, com sua imensa variedade de seres anteriores ao homem.
A imaginação levava o orador para os caminhos da fantasia, por falta de conhecimento doutrinário.
Outros formularam teorias mediúnicas que vão da pedra até o homem, confundindo a acção do espírito sobre a matéria com a mediunidade propriamente dita, e com isso fundaram escolas confucionistas.
Há toda uma literatura do absurdo apresentada como desenvolvimento da doutrina e superação de Kardec.
O facto de um intelectual contribuir com suas luzes para a divulgação do Espiritismo e mesmo para o seu progresso é importante, mas sob a condição de primeiro adquirir o necessário conhecimento da doutrina.
Pode ser muito interessante falar-se em fadas, gnomos, silfos e ondinas, desde que, com isso, não se queira remeter o Espiritismo ao campo da mitologia e da superstição.
A liderança intelectual é indispensável ao Espiritismo.
Mas não podemos admitir as divagações intelectualistas na área doutrinária.
A Ciência Espírita tem os seus métodos de pesquisa e avaliação de fenómenos, não de fantasia.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A CULTURA ESPÍRITA
O processo cultural, sempre em desenvolvimento, é uma sequência de etapas ou ciclos culturais formando um continuum.
Mesmo no estudo das culturas ilhadas da mais alta Antiguidade encontramos sempre os seus liames e conotações.
A Cultura Espírita não é uma excepção e se liga a todo o processo.
Enganam-se os que desejam adquirir cultura espírita pura.
Hoje, mais do que nunca, o Espiritismo, em todos os seus aspectos, está ligado à chamada Cultura Geral.
Os métodos culturais de pesquisa, avaliação e interpretação dos fenómenos, de observação e de cogitação filosófica são fundamentalmente os mesmos num campo e no outro, com as especificações necessárias nas áreas específicas.
Esse é um dos postulados de Kardec, cuja visão global da Cultura não excluía nenhum sector do Conhecimento.
Para se conhecer e compreender o Espiritismo a fundo é indispensável um esforço de actualização cultural, sem o que não seria possível o estabelecimento de ligações entre factos e conceitos aparentemente diversos.
Daí a necessidade de criação e instalação da sonhada Universidade Espírita ou de várias delas, para que a instrução espírita possa atingir as suas verdadeiras dimensões.
A finalidade do Espiritismo não é criar um mundo isolado dentro do mundo, mas integrar-se no mundo para transformá-lo.
Os que ontem consideravam isso como apenas um sonho de lunáticos, hoje devem compreender que o sonho está se concretizando no mundo sublunar, não na Lua.
É inacreditável o descuido dos espíritas de posses nesse sentido.
Todos estão dispostos a fazer gordas doações a instituições assistenciais, mas se mostram avessos a contribuir para a criação de uma Universidade Espírita.
Alguns intelectuais chegam mesmo a considerar absurdo esse projecto.
O primeiro Congresso da USE criou, graças à luta de alguns contra a oposição da própria directoria desse movimento, o Instituto Espírita de Educação que até hoje funciona por mercê de alguns abnegados, com pouca possibilidade de desenvolver-se.
Os que pensam ganhar o Céu com doações de caridade material, esquecendo a caridade cultural, terão sérias decepções ao passarem para o outro lado.
A Educação Espírita, combatida por alguns retrógrados, incapazes de compreender o valor da própria cultura que os acolhe generosamente no mundo, é a mais premente necessidade do movimento espírita, para que não mais se repitam episódios dolorosos como o do planeamento de adulteração de toda a obra de Kardec por pessoas que nem sequer a compreenderam.
Esta análise é um esforço no sentido de despertar o nosso meio espírita para os perigos que o ameaçam. Nada mais.
§.§.§- O-canto-da-ave
A CULTURA ESPÍRITA
O processo cultural, sempre em desenvolvimento, é uma sequência de etapas ou ciclos culturais formando um continuum.
Mesmo no estudo das culturas ilhadas da mais alta Antiguidade encontramos sempre os seus liames e conotações.
A Cultura Espírita não é uma excepção e se liga a todo o processo.
Enganam-se os que desejam adquirir cultura espírita pura.
Hoje, mais do que nunca, o Espiritismo, em todos os seus aspectos, está ligado à chamada Cultura Geral.
Os métodos culturais de pesquisa, avaliação e interpretação dos fenómenos, de observação e de cogitação filosófica são fundamentalmente os mesmos num campo e no outro, com as especificações necessárias nas áreas específicas.
Esse é um dos postulados de Kardec, cuja visão global da Cultura não excluía nenhum sector do Conhecimento.
Para se conhecer e compreender o Espiritismo a fundo é indispensável um esforço de actualização cultural, sem o que não seria possível o estabelecimento de ligações entre factos e conceitos aparentemente diversos.
Daí a necessidade de criação e instalação da sonhada Universidade Espírita ou de várias delas, para que a instrução espírita possa atingir as suas verdadeiras dimensões.
A finalidade do Espiritismo não é criar um mundo isolado dentro do mundo, mas integrar-se no mundo para transformá-lo.
Os que ontem consideravam isso como apenas um sonho de lunáticos, hoje devem compreender que o sonho está se concretizando no mundo sublunar, não na Lua.
É inacreditável o descuido dos espíritas de posses nesse sentido.
Todos estão dispostos a fazer gordas doações a instituições assistenciais, mas se mostram avessos a contribuir para a criação de uma Universidade Espírita.
Alguns intelectuais chegam mesmo a considerar absurdo esse projecto.
O primeiro Congresso da USE criou, graças à luta de alguns contra a oposição da própria directoria desse movimento, o Instituto Espírita de Educação que até hoje funciona por mercê de alguns abnegados, com pouca possibilidade de desenvolver-se.
Os que pensam ganhar o Céu com doações de caridade material, esquecendo a caridade cultural, terão sérias decepções ao passarem para o outro lado.
A Educação Espírita, combatida por alguns retrógrados, incapazes de compreender o valor da própria cultura que os acolhe generosamente no mundo, é a mais premente necessidade do movimento espírita, para que não mais se repitam episódios dolorosos como o do planeamento de adulteração de toda a obra de Kardec por pessoas que nem sequer a compreenderam.
Esta análise é um esforço no sentido de despertar o nosso meio espírita para os perigos que o ameaçam. Nada mais.
§.§.§- O-canto-da-ave
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POESIA DA ADULTERAÇÃO
POESIA DA ADULTERAÇÃO
O ENVOLVIMENTO DAS TREVAS
(J. HERCULANO PIRES)
Na batalha contra a adulteração tivemos de usar vários meios de persuasão.
Um deles foi a poesia, em duas modalidades: a moderna e a clássica, para atender a diferentes gostos.
Os poemas com que encerramos este memorial da adulteração foram impressos em folhetos e distribuídos a todo o Brasil.
No primeiro, tentamos colocar o problema do Evangelho em face do mundo, usando a técnica de Cassiano Ricardo.
O segundo poema é inspirado em Júlio Dantas e Guerra Junqueiro.
Nada melhor que o ritmo envolvente do autor de A Velhice do Padre Eterno para se obter uma visão diabólica e ao mesmo tempo humorística do envolvimento de espíritas pelas entidades trevosas.
O que pretendemos nesse poema foi mostrar os vários elementos que levaram os adulteradores a tentar a ceia de uma Ave do Paraíso (no caso a Codificação) com os toques líricos de Júlio Dantas em A Ceia dos Cardeais.
Os resíduos do passado, a saudade dos velhos tempos de poderio eclesiástico a arrogância dos doutores da lei e o atrevimento dos insaciáveis clérigos medievais (caçadores impenitentes de aves paradisíacas) aparecem bem marcados como os elementos inconscientes de que os espíritos das trevas se serviram para envolverem a turma invigilante.
Esses poemas, numa edição popular de 5 mil exemplares, foram distribuídos gratuitamente em todo o país e produziram o efeito desejado.
Houve também poemas de Guerra Junqueiro, psicografados por Jorge Rizzini.
Chico Xavier permaneceu em sua linha de prudência mediúnica, evitando atritos, mas definindo claramente a sua posição, como já vimos.
A posição de Chico é a de um espírito desencarnado, que deixa aos homens a solução de seus problemas.
Orientado por Emmanuel, ele só recebe e divulga mensagens de ordem moral e espiritual.
Mas nós, os homens, temos de dar conta das nossas responsabilidades no plano doutrinário.
Devemos ressaltar, nesse plano, a posição exemplar da Liga Espírita do Estado de São Paulo, cujo presidente, Messias, fez a mais completa e minuciosa análise da adulteração, em mais de setenta laudas mimeografadas e distribuídos os volumes a várias instituições.
Continua...
O ENVOLVIMENTO DAS TREVAS
(J. HERCULANO PIRES)
Na batalha contra a adulteração tivemos de usar vários meios de persuasão.
Um deles foi a poesia, em duas modalidades: a moderna e a clássica, para atender a diferentes gostos.
Os poemas com que encerramos este memorial da adulteração foram impressos em folhetos e distribuídos a todo o Brasil.
No primeiro, tentamos colocar o problema do Evangelho em face do mundo, usando a técnica de Cassiano Ricardo.
O segundo poema é inspirado em Júlio Dantas e Guerra Junqueiro.
Nada melhor que o ritmo envolvente do autor de A Velhice do Padre Eterno para se obter uma visão diabólica e ao mesmo tempo humorística do envolvimento de espíritas pelas entidades trevosas.
O que pretendemos nesse poema foi mostrar os vários elementos que levaram os adulteradores a tentar a ceia de uma Ave do Paraíso (no caso a Codificação) com os toques líricos de Júlio Dantas em A Ceia dos Cardeais.
Os resíduos do passado, a saudade dos velhos tempos de poderio eclesiástico a arrogância dos doutores da lei e o atrevimento dos insaciáveis clérigos medievais (caçadores impenitentes de aves paradisíacas) aparecem bem marcados como os elementos inconscientes de que os espíritos das trevas se serviram para envolverem a turma invigilante.
Esses poemas, numa edição popular de 5 mil exemplares, foram distribuídos gratuitamente em todo o país e produziram o efeito desejado.
Houve também poemas de Guerra Junqueiro, psicografados por Jorge Rizzini.
Chico Xavier permaneceu em sua linha de prudência mediúnica, evitando atritos, mas definindo claramente a sua posição, como já vimos.
A posição de Chico é a de um espírito desencarnado, que deixa aos homens a solução de seus problemas.
Orientado por Emmanuel, ele só recebe e divulga mensagens de ordem moral e espiritual.
Mas nós, os homens, temos de dar conta das nossas responsabilidades no plano doutrinário.
Devemos ressaltar, nesse plano, a posição exemplar da Liga Espírita do Estado de São Paulo, cujo presidente, Messias, fez a mais completa e minuciosa análise da adulteração, em mais de setenta laudas mimeografadas e distribuídos os volumes a várias instituições.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O EVANGELHO E O MUNDO
Evangelho é semente.
O mundo, o chão, Jesus, o semeador.
O ser é a cova.
Em cada cova o adubo, o coração.
E em cada coração o sentimento.
que é sol e chuva e vento.
E a dor que é prova.
Evangelho é raiz que nos penetra, nossa vida é a selva.
Cresce a planta na proporção da seiva que lhe damos.
Se a seiva é escassa, há de minguar a planta.
Quanto mais amamos mais fundo o Evangelho nos penetra, mas se não amamos o Evangelho, como vamos amar segundo o Evangelho?
Somos cova no mundo. E cova funda.
Na cova há limo e pedra, bem e mal.
Se bem é bem, mal é mal.
Ambos existem porque o mundo é bom e mau ao mesmo tempo.
Como pode o Evangelho penetrar na cova que é do mundo para o mundo mudar?
Negando o bem? Negando o mal?
Pode o peixe do mar viver sem mar?
Há ódio e amor no mundo.
Covas boas e covas más.
Há amigos e inimigos, verdade e mentira piedade e ira.
O mal melhora e se transforma em bem junto do bem.
Se tudo é bem, porque Jesus semeou?
Porque a semente na cova e a raiz que cresce e mergulha fundo na prova?
O Evangelho é luz do céu nas covas do mundo.
Luz no fundo.
Há covas boas, covas regulares ou menos boas e covas más que exigem pás.
O mundo é. O mundo existe. É objecto.
Evangelho será. Existirá. É projecto.
O lavrador tem a terra e a semente e na semente a safra.
A terra e a semente existem, a safra existirá.
E se não existir, o que será?
Mau lavrador é o que não põe a semente na cova.
Tolo é o que pensa que a semente é safra.
Expiação e prova mudam o mau em bom.
Ou não há prova?
E ninguém expia?
Continua...
O EVANGELHO E O MUNDO
Evangelho é semente.
O mundo, o chão, Jesus, o semeador.
O ser é a cova.
Em cada cova o adubo, o coração.
E em cada coração o sentimento.
que é sol e chuva e vento.
E a dor que é prova.
Evangelho é raiz que nos penetra, nossa vida é a selva.
Cresce a planta na proporção da seiva que lhe damos.
Se a seiva é escassa, há de minguar a planta.
Quanto mais amamos mais fundo o Evangelho nos penetra, mas se não amamos o Evangelho, como vamos amar segundo o Evangelho?
Somos cova no mundo. E cova funda.
Na cova há limo e pedra, bem e mal.
Se bem é bem, mal é mal.
Ambos existem porque o mundo é bom e mau ao mesmo tempo.
Como pode o Evangelho penetrar na cova que é do mundo para o mundo mudar?
Negando o bem? Negando o mal?
Pode o peixe do mar viver sem mar?
Há ódio e amor no mundo.
Covas boas e covas más.
Há amigos e inimigos, verdade e mentira piedade e ira.
O mal melhora e se transforma em bem junto do bem.
Se tudo é bem, porque Jesus semeou?
Porque a semente na cova e a raiz que cresce e mergulha fundo na prova?
O Evangelho é luz do céu nas covas do mundo.
Luz no fundo.
Há covas boas, covas regulares ou menos boas e covas más que exigem pás.
O mundo é. O mundo existe. É objecto.
Evangelho será. Existirá. É projecto.
O lavrador tem a terra e a semente e na semente a safra.
A terra e a semente existem, a safra existirá.
E se não existir, o que será?
Mau lavrador é o que não põe a semente na cova.
Tolo é o que pensa que a semente é safra.
Expiação e prova mudam o mau em bom.
Ou não há prova?
E ninguém expia?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Só Jesus mudou o mundo com palavras Só.
Mas Jesus sabia que há palavras e palavras.
E Kardec também.
Por isso o Evangelho é um só. Só.
Feito com palavras exactas.
Mudar palavras não muda o mundo. E mudar palavras de Jesus e de Kardec é trapacear.
Que a trapaça não se faça onde houver quem quer melhorar.
Há espíritos mudos, espíritos mundos e espíritos imundos, Espíritos mudos são menos maus E menos bons.
Estão na prova e na expiação.
Fermento bom no mau coração.
Há bons e maus.
E maus em trans(i)são.
Espíritos mundos são só mundo (do mundo)
errantes fátuos entre o bom e o mau.
Bom por conveniência e mau por mal.
(Quem não conhece a escala espírita?)
Espíritos imundos são antimundo mau por mal.
Há o mundo e o imundo. Quem disse foi Jesus, que não era treva, mas luz e também mais luz.
(Quem contradiz Jesus tem mais luz?)
E a cruz?
Não foi boa e má ao mesmo tempo em sentidos opostos?
Ou foi menos boa?
Quem trapaceia com Jesus e Kardec trapaceia faz trapaça e ceia.
Vamos à ceia, eia!
(Nota para os farautos — Este poema é cassiânico, inspirado em Cassiano Ricardo.
Poema sem versos, com linossignos. Para entender é preciso pensar).
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Só Jesus mudou o mundo com palavras Só.
Mas Jesus sabia que há palavras e palavras.
E Kardec também.
Por isso o Evangelho é um só. Só.
Feito com palavras exactas.
Mudar palavras não muda o mundo. E mudar palavras de Jesus e de Kardec é trapacear.
Que a trapaça não se faça onde houver quem quer melhorar.
Há espíritos mudos, espíritos mundos e espíritos imundos, Espíritos mudos são menos maus E menos bons.
Estão na prova e na expiação.
Fermento bom no mau coração.
Há bons e maus.
E maus em trans(i)são.
Espíritos mundos são só mundo (do mundo)
errantes fátuos entre o bom e o mau.
Bom por conveniência e mau por mal.
(Quem não conhece a escala espírita?)
Espíritos imundos são antimundo mau por mal.
Há o mundo e o imundo. Quem disse foi Jesus, que não era treva, mas luz e também mais luz.
(Quem contradiz Jesus tem mais luz?)
E a cruz?
Não foi boa e má ao mesmo tempo em sentidos opostos?
Ou foi menos boa?
Quem trapaceia com Jesus e Kardec trapaceia faz trapaça e ceia.
Vamos à ceia, eia!
(Nota para os farautos — Este poema é cassiânico, inspirado em Cassiano Ricardo.
Poema sem versos, com linossignos. Para entender é preciso pensar).
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A CEIA DOS CARDEAIS
I
Kardec, ante a visão, orou a Deus suplicando-lhe que enviasse ao mundo, após o seu trespasse, alguns hebreus do tempo de Jesus: Pedro, Mateus...
Ou se possível o valente Paulo que rompera com tudo e até com Saulo.
Sofria, em febre, o grande fundador, ao ver na Terra os seguidores seus, reunidos como antigos fariseus para um festim de trágico explendor.
Kardec olhou o céu em busca de Jesus.
Por toda parte a treva. O céu não tinha luz - Ó Deus clemente, ó Deus de luz e amor, porque me abandonais na hora da agonia?
Mas ao forte clamor a noite respondia com gritos de urubus nos abismos do horror.
A escuridão do céu, tenebroso sudário, lembrava o instante atroz em que o último grito de Jesus abalou a terra e, do infinito, a treva despenhou-se envolvendo o Calvário.
Era a hora final do drama da paixão, em que se consumava a trama da traição.
II
Eis o quadro de horror que Kardec antevia, o coração opresso, a mente em agonia:
Em torno a vasta mesa, em sala iluminada.
eram quarenta, ao todo, os rígidos perfis, cada qual mais feroz, na posição de juiz, olhar duro, cruel, e consciência togada.
Julgariam Kardec, e na ausência do réu, por ele respondia a Codificação.
A sentença já pronta, isenta de paixão, era impassível, fria e escura como o céu.
Mas de repente a mesa encheu-se de talheres
Passara o julgamento.
O tribunal, agora dispunha-se a cear.
Era avançada a hora, e a sala se enchia de gentis mulheres.
O tribunal virava em amplo restaurante.
Os juízes comensais sorriam satisfeitos.
Garçonetes, garçons, graçolas e trejeitos.
uma ceia de arromba, alegria esfuziante.
Mas Kardec enxergava, atrás de cada juiz, a carranca feroz de um regente do Umbral, esquálido, a esperar o momento fatal em que se serviria a vítima infeliz.
Sobre a mesa, a final, foi posta a refeição:
esquartejada e frita - a Codificação.
Continua...
A CEIA DOS CARDEAIS
I
Kardec, ante a visão, orou a Deus suplicando-lhe que enviasse ao mundo, após o seu trespasse, alguns hebreus do tempo de Jesus: Pedro, Mateus...
Ou se possível o valente Paulo que rompera com tudo e até com Saulo.
Sofria, em febre, o grande fundador, ao ver na Terra os seguidores seus, reunidos como antigos fariseus para um festim de trágico explendor.
Kardec olhou o céu em busca de Jesus.
Por toda parte a treva. O céu não tinha luz - Ó Deus clemente, ó Deus de luz e amor, porque me abandonais na hora da agonia?
Mas ao forte clamor a noite respondia com gritos de urubus nos abismos do horror.
A escuridão do céu, tenebroso sudário, lembrava o instante atroz em que o último grito de Jesus abalou a terra e, do infinito, a treva despenhou-se envolvendo o Calvário.
Era a hora final do drama da paixão, em que se consumava a trama da traição.
II
Eis o quadro de horror que Kardec antevia, o coração opresso, a mente em agonia:
Em torno a vasta mesa, em sala iluminada.
eram quarenta, ao todo, os rígidos perfis, cada qual mais feroz, na posição de juiz, olhar duro, cruel, e consciência togada.
Julgariam Kardec, e na ausência do réu, por ele respondia a Codificação.
A sentença já pronta, isenta de paixão, era impassível, fria e escura como o céu.
Mas de repente a mesa encheu-se de talheres
Passara o julgamento.
O tribunal, agora dispunha-se a cear.
Era avançada a hora, e a sala se enchia de gentis mulheres.
O tribunal virava em amplo restaurante.
Os juízes comensais sorriam satisfeitos.
Garçonetes, garçons, graçolas e trejeitos.
uma ceia de arromba, alegria esfuziante.
Mas Kardec enxergava, atrás de cada juiz, a carranca feroz de um regente do Umbral, esquálido, a esperar o momento fatal em que se serviria a vítima infeliz.
Sobre a mesa, a final, foi posta a refeição:
esquartejada e frita - a Codificação.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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III
A algazarra estrondeou.
Alegres comensais batiam os pés no chão, os talheres nos pratos, contando à vizinhança boquiaberta os factos da caçada infernal, em termos especiais.
- Uma ave bem nutrida, a Codificação, (explicava solene, um elegante juiz) mas já velha, cansada, ave menos feliz, embora conservasse um porte de faisão.
Foi criada em jardins da encantadora França, tratada por Kardec a rações de verdade, ensinada a cantar com muita suavidade em trinos de amor puro e notas de esperança.
Mas Kardec lhe deu (também já estava velho) talvez por caduquice, uns grãos de falsidade que espertalhões judeus meteram no Evangelho.
Forçoso era imolá-la a bem da santidade do nosso bom Jesus, cujo verbo divino jamais se maculara em palavrão mofino e nunca tolerara expressões de maldade.
Depois, como sabeis, havia uma sentença unânime e viril do nosso tribunal que mandava expungir os resíduos do mal desse corpo da mais encantadora crença.
Um só tiro bastou, em pleno coração, para que ela tombasse inteira aos nossos pés.
No sangue que jorrou, a ira de Moisés foi lançada num jacto e coagulou no chão.
Que coágulos, meu Deus!
Brilhava o sangue puro como o sangue de Abel traído por Caim!
Seus olhos de condor lançavam sobre mim anátema e perdão em nome do futuro.
Pousou sobre ela um torvo, horrendo escaravelho.
Crocitou na distância um corvo moribundo.
Senti-me um filisteu a estrangular o mundo.
O coração da ave era o próprio Evangelho!
Foi assim que a cacei por ordem da Justiça.
E ao disso me lembrar peguei-a pelos pés, aliviei a consciência evocando Moisés e rápido voltei à quotidiana liça.
As vezes a consciência é incómodo troféu que vira tribunal e nos converte em réu.
IV
A Codificação esquartejada e frita exalava esse odor que ao estômago excita.
Velhos cardeais de outrora e bispos reencarnados, trazendo ainda por dentro as vestes purpuradas mantinham cautamente as mãos entrecruzadas à espreita do manjar, os olhos espichados.
- Este é um raro petisco, um albatroz glorioso!
(exclamava um bispinho esquálido e faminto) Com dois copos ou três de um belo vinho tinto dá-nos o que nos falta, o êxtase do gozo!
Um fradeco rotundo, envolto em seu burel, que de bispo fingia, iludindo os videntes, agitava-se inquieto e dizia entre dentes:
- Ave do Paraíso, um presente do céu!
- Passe-me o coração, esse é o melhor pedaço!
(gritava antigo frei de convento da Espanha que perdera o burel mas não perdera a manha)
Por causa dele fui internado no Espaço!
Velho cardeal francês, agora doutorado, reclamava a cabeça:
"É uma delícia o miolo!
É nele que se pensa e nele se arma o rolo que conduz ao garrote o padre rebelado!"
- "O miolo - continuava - essa invenção divina, e fonte de heresia e ninho de pecados, por isso tem sabor de leitos setinados, de promessas de amor em boca fescenina."
Continua...
III
A algazarra estrondeou.
Alegres comensais batiam os pés no chão, os talheres nos pratos, contando à vizinhança boquiaberta os factos da caçada infernal, em termos especiais.
- Uma ave bem nutrida, a Codificação, (explicava solene, um elegante juiz) mas já velha, cansada, ave menos feliz, embora conservasse um porte de faisão.
Foi criada em jardins da encantadora França, tratada por Kardec a rações de verdade, ensinada a cantar com muita suavidade em trinos de amor puro e notas de esperança.
Mas Kardec lhe deu (também já estava velho) talvez por caduquice, uns grãos de falsidade que espertalhões judeus meteram no Evangelho.
Forçoso era imolá-la a bem da santidade do nosso bom Jesus, cujo verbo divino jamais se maculara em palavrão mofino e nunca tolerara expressões de maldade.
Depois, como sabeis, havia uma sentença unânime e viril do nosso tribunal que mandava expungir os resíduos do mal desse corpo da mais encantadora crença.
Um só tiro bastou, em pleno coração, para que ela tombasse inteira aos nossos pés.
No sangue que jorrou, a ira de Moisés foi lançada num jacto e coagulou no chão.
Que coágulos, meu Deus!
Brilhava o sangue puro como o sangue de Abel traído por Caim!
Seus olhos de condor lançavam sobre mim anátema e perdão em nome do futuro.
Pousou sobre ela um torvo, horrendo escaravelho.
Crocitou na distância um corvo moribundo.
Senti-me um filisteu a estrangular o mundo.
O coração da ave era o próprio Evangelho!
Foi assim que a cacei por ordem da Justiça.
E ao disso me lembrar peguei-a pelos pés, aliviei a consciência evocando Moisés e rápido voltei à quotidiana liça.
As vezes a consciência é incómodo troféu que vira tribunal e nos converte em réu.
IV
A Codificação esquartejada e frita exalava esse odor que ao estômago excita.
Velhos cardeais de outrora e bispos reencarnados, trazendo ainda por dentro as vestes purpuradas mantinham cautamente as mãos entrecruzadas à espreita do manjar, os olhos espichados.
- Este é um raro petisco, um albatroz glorioso!
(exclamava um bispinho esquálido e faminto) Com dois copos ou três de um belo vinho tinto dá-nos o que nos falta, o êxtase do gozo!
Um fradeco rotundo, envolto em seu burel, que de bispo fingia, iludindo os videntes, agitava-se inquieto e dizia entre dentes:
- Ave do Paraíso, um presente do céu!
- Passe-me o coração, esse é o melhor pedaço!
(gritava antigo frei de convento da Espanha que perdera o burel mas não perdera a manha)
Por causa dele fui internado no Espaço!
Velho cardeal francês, agora doutorado, reclamava a cabeça:
"É uma delícia o miolo!
É nele que se pensa e nele se arma o rolo que conduz ao garrote o padre rebelado!"
- "O miolo - continuava - essa invenção divina, e fonte de heresia e ninho de pecados, por isso tem sabor de leitos setinados, de promessas de amor em boca fescenina."
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
- Que horror! logo exclamou ex-bispo moralista -
Já de outra encarnação detesto a leviandade, mas agora vivendo a era da verdade permito-me provar algum sabor de artista".
- Cuidado! - advertiu um cardeal barrigudo — é o que sai pela boca o que nos contamina!
Esta ave morreu, embora peregrina, por mesclar palavrões no seu trinado agudo.
- Palavrões, palavrões! — disse um bispinho irado —
É hoje o que se ouve até nos Evangelhos!
Palavrões juvenis, palavrões entre os velhos!
E há quem chame Kardec — o bom senso encarnado!
Tínhamos de expungir de Kardec esse horror!
Inimigos, odiar e até espíritos maus!
Retirar do Evangelho esses feios calhaus é dever de cristãos, é tarefa de amor!
V
A Codificação sumia sobre a mesa.
Primeiro o Evangelho, o próprio coração da obra de Kardec, o livro-religião que nos religa a Deus com ternura e firmeza.
Seu texto é suave e doce, uma carne macia, mas as fibras de luz que estruturam-lhe a forma são duras como o aço e nelas se conforma a verdade integral em firmeza e energia.
Depois o livro-base, essa pedra angular que o Mundo Espiritual implantou no planeta, livro da razão, mais que o Sol, um Cometa que arrasta em sua cauda a terra, o céu e o mar.
E depois o tratado da mediunidade, livro-guia da nova comunicação, nascido da pesquisa e da revelação, Código LM em que brota a Verdade.
E após, num desafio aos segredos do Eterno, rasgando véu da sombra e os mitos da mentira, A Génese que espanca as ameaças da ira esse golpe de luz: o livro o Céu e o Inferno.
Duas asas de fogo abertas no infinito, rompendo a escuridão do Cosmos e da Morte, numa visão de fé da nossa própria sorte que afugenta da mente as causas de conflito.
Era essa a ave divina, a encarnação da luz, que as trevas devoravam em nome de Jesus.
VI
Feita a consumação, o Sínodo dos Bispos dissolveu-se ali mesmo e somente os Cardeais, que haviam preparado uns pitéus divinais, ficaram no recinto a lambiscar petiscos.
- Libertos da canalha, agora vamos nós participar em paz da ceia dos cardeais, saboreando a final os pratos especiais!
(Isso disse o mais velho adocicando a voz).
- O primeiro pitéu, expôs o maioral!, é que o mal se acabou entre os filhos de Deus.
Alguns são menos bons, pobrezinhos, plebeus, e assim vão residir na Favela do Umbral.
Isso é de grande alcance e os bispos não manjaram.
Já livres de suspeita, agiremos sem peias, como aranhas fiando em paz as nossas teias em que as moscas humanas sempre se enredaram.
Continua...
- Que horror! logo exclamou ex-bispo moralista -
Já de outra encarnação detesto a leviandade, mas agora vivendo a era da verdade permito-me provar algum sabor de artista".
- Cuidado! - advertiu um cardeal barrigudo — é o que sai pela boca o que nos contamina!
Esta ave morreu, embora peregrina, por mesclar palavrões no seu trinado agudo.
- Palavrões, palavrões! — disse um bispinho irado —
É hoje o que se ouve até nos Evangelhos!
Palavrões juvenis, palavrões entre os velhos!
E há quem chame Kardec — o bom senso encarnado!
Tínhamos de expungir de Kardec esse horror!
Inimigos, odiar e até espíritos maus!
Retirar do Evangelho esses feios calhaus é dever de cristãos, é tarefa de amor!
V
A Codificação sumia sobre a mesa.
Primeiro o Evangelho, o próprio coração da obra de Kardec, o livro-religião que nos religa a Deus com ternura e firmeza.
Seu texto é suave e doce, uma carne macia, mas as fibras de luz que estruturam-lhe a forma são duras como o aço e nelas se conforma a verdade integral em firmeza e energia.
Depois o livro-base, essa pedra angular que o Mundo Espiritual implantou no planeta, livro da razão, mais que o Sol, um Cometa que arrasta em sua cauda a terra, o céu e o mar.
E depois o tratado da mediunidade, livro-guia da nova comunicação, nascido da pesquisa e da revelação, Código LM em que brota a Verdade.
E após, num desafio aos segredos do Eterno, rasgando véu da sombra e os mitos da mentira, A Génese que espanca as ameaças da ira esse golpe de luz: o livro o Céu e o Inferno.
Duas asas de fogo abertas no infinito, rompendo a escuridão do Cosmos e da Morte, numa visão de fé da nossa própria sorte que afugenta da mente as causas de conflito.
Era essa a ave divina, a encarnação da luz, que as trevas devoravam em nome de Jesus.
VI
Feita a consumação, o Sínodo dos Bispos dissolveu-se ali mesmo e somente os Cardeais, que haviam preparado uns pitéus divinais, ficaram no recinto a lambiscar petiscos.
- Libertos da canalha, agora vamos nós participar em paz da ceia dos cardeais, saboreando a final os pratos especiais!
(Isso disse o mais velho adocicando a voz).
- O primeiro pitéu, expôs o maioral!, é que o mal se acabou entre os filhos de Deus.
Alguns são menos bons, pobrezinhos, plebeus, e assim vão residir na Favela do Umbral.
Isso é de grande alcance e os bispos não manjaram.
Já livres de suspeita, agiremos sem peias, como aranhas fiando em paz as nossas teias em que as moscas humanas sempre se enredaram.
Continua...
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