LUZ ESPÍRITA
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Momentos Espíritas III

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty O viajor e as florestas

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2017 10:16 am

Imaginemos uma estrada longa, em cuja extensão se encontram enormes florestas que é preciso atravessar.
À entrada de cada uma, a estrada, larga e magnífica, se interrompe, para só continuar na saída.
O viajor, que segue por essa estrada, penetra na primeira floresta.
Porém, não encontra caminho aberto, somente um emaranhado complexo em que se perde.
A claridade do sol desaparece sob a espessa ramagem das árvores.
Ele vagueia, sem saber para onde se dirige.
Afinal, consegue chegar ao fim da floresta.
Está cansado, dilacerado pelos espinhos, machucado pelas pedras.
Ali está novamente a estrada e ele prossegue a sua jornada, procurando curar-se das feridas.
Mais adiante, uma segunda floresta se apresenta, na qual o esperam as mesmas dificuldades.
Mas, como ele já possui um pouco de experiência, sai dela menos ferido.
Noutra, encontra com um lenhador que lhe indica a direcção que deve seguir para não se transviar.
A cada nova travessia, aumenta a sua habilidade, de maneira que transpõe cada vez mais facilmente os obstáculos.
A estrada finaliza no alto de uma montanha, donde ele enxerga todo o caminho que percorreu desde o ponto de partida.
Vê as diferentes florestas que atravessou e se lembra dos contratempos que passou.
Mas, essa lembrança não lhe é penosa, porque chegou ao termo da caminhada.
É como um velho soldado que, na calma do lar doméstico, recorda as batalhas a que assistiu.
Aquelas florestas lhe parecem pontos negros sobre uma fita branca e diz para si mesmo:
Quando eu estava naquelas florestas, nas primeiras, sobretudo, como me pareciam longas de atravessar!
Tudo ao meu derredor me parecia gigantesco e intransponível e que nunca eu chegaria ao fim.
Penso que, sem aquele bondoso lenhador que me pôs no bom caminho, talvez eu ainda estivesse por lá!
Agora, que contemplo essas mesmas florestas do ponto onde me acho, me parecem pequenas!
Tenho a impressão de que eu teria podido atravessá-las, com um passo.
A minha vista as penetra e lhes distingo os menores detalhes.
Percebo até os passos em falso que dei.
Encontrando um sábio, lhe pergunta:
Por que não há uma estrada directa do ponto de partida até aqui?
Isso pouparia aos viajantes o terem de atravessar aquelas terríveis florestas.
Meu filho, responde o ancião, olha bem e verás que muitos evitam a travessia de algumas delas:
são os que, tendo adquirido mais rapidamente a experiência necessária, sabem tomar um caminho mais direto e mais curto para chegarem aqui.
Essa experiência, porém, é fruto do trabalho que as primeiras travessias lhes impuseram, de modo que eles aqui chegam em virtude do mérito próprio.
No entanto, o que saberias, se não houvesses passado por elas?
A actividade que tiveste de desenvolver, os recursos de imaginação que precisaste empregar para abrir caminho aumentaram os teus conhecimentos e desenvolveram a tua inteligência.

Somos o viajor.
A estrada é a imagem da nossa vida. O lenhador é Jesus.
As florestas são as existências corpóreas que nos levam ao alto da montanha da perfeição.

Estamos a caminho. Pensemos nisso.

Momento Espírita, com base no cap. O caminho da vida, do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec, ed. FEB.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Um amor especial

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 17, 2017 9:46 am

Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe.
Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado.
Todos tinham a mesma reacção, menos a sua avó.
Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam.
Olhou para aquele bebé, sua primeira netinha e, emocionada, falou: Linda.
No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente.
E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado.
Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto.
Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo.
Ou eles a estavam perdendo.
Começou a falar em fragmentos.
Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada.
Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais.
Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram.
Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama.
O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole.
A morfina a mantinha adormecida.
Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente.
Tomou a sua mão esquerda e a segurou.
Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma.
Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar.
Então, aconteceu...
A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais.
O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: Jéssica.
A garota tremeu. O seu nome.
A avó tinha quatro filhos, dois genros, uma nora e seis netos.
Como ela sabia que era ela?
Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça.
Viu e reviu sua avó nos quatorze recitais de dança em que ela se apresentou.
Viu-a sapateando na cozinha, com ela.
Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande.
Viu-a, sentada ao seu lado, no Natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos.
Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou.
Deu-se conta de que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol.
Nunca mais poderia se sentar ao seu lado, para admirar a árvore de Natal.
Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano.
Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse.
As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces.
Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera.
A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida.
Lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto.
Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou.
Num sussurro, disse para a avó: Você está linda.
Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o.
Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra.
O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos.
E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita.

Momento Espírita, com base no cap. Linda, de autoria de Jéssica Gardner, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty A elevada tarefa de educar

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 18, 2017 9:10 am

O que de melhor podemos legar de nossa existência, ao assumir a maternidade ou a paternidade?
Seja para a sociedade, seja para nós mesmos, ou para nossos filhos, o que de melhor podemos oferecer?

A resposta é somente uma: educação.
Não há tarefa mais relevante ou acção mais nobre, na missão da maternidade/paternidade, do que educar nossos filhos.
É de tal porte, de tal envergadura e importância, que jamais deverá ser delegada a terceiros, ou mesmo relegada a um segundo plano.
Educar nossos filhos é prepará-los com as melhores ferramentas ao nosso alcance para a nova existência que iniciam, neste abençoado planeta.
Porém, não é tarefa trivial, nem tampouco de fácil condução.
Educar exige atenção, paciência, cuidado.
Acima de tudo, muito amor.
Quando nos faltam esses recursos, alguma coisa não irá funcionar muito bem em nossa missão de mães ou de pais.
Se renunciamos aos momentos de convivência, de brincadeiras com nossos filhos, deixando-os com os jogos electrónicos, certamente algo não está certo.
Se compensamos nossa ausência física com bens materiais, com presentes em excesso, alguma coisa está errada.
Se nossa falta de tempo e paciência para o diálogo, para os enfrentamentos naturais descambam na permissividade, quando permitimos que façam o que bem entenderem, contanto que não nos incomodem, haverá aí um grave problema.
Se delegamos para a escola a responsabilidade maior do processo de educação moral de nossos filhos, mostra-se aí uma séria distorção.
E tudo isso somente acontece se nós, enquanto pais e mães abdicamos da tarefa que é nossa, que nos foi delegada pela Divindade, ao encaminhar esses Espíritos para nosso lar.
Educar é orientar.
É também repetir quantas vezes forem necessárias a mesma lição, até que seja aprendida, assimilada e vivenciada.
Educar é apontar o erro, é orientar para a atitude correta, exigindo a reparação da acção mal feita.
É não aceitar atitudes equivocadas, impondo os limites necessários para a compreensão do respeito devido a si e ao próximo.
Ninguém conseguirá educar a quem não conhece.
E para conhecer é necessário investir tempo, dedicação, sondar a alma de nossos filhos e os valores nelas existentes.
Não temos o direito de nos descuidar da tarefa, alegando cansaço decorrente da vida profissional ou falta de tempo pelos multiplicados compromissos sociais.
Será sempre possível aliar uma coisa à outra, sem de nada nos descuidarmos, desde que nos disponhamos a uma boa administração do tempo.
Em essência, mais importante do que o tempo que passamos com nossos filhos, será a qualidade das horas dedicadas a eles.
Dessa forma, não deleguemos a convivência possível com eles a terceiros.
Nem permitamos que nossos filhos sejam adoptados por dispositivos electrónicos.
Tampouco percamos as oportunidades de lhes incutir valores, de lhes provocar salutares reflexões.
Empenhemo-nos na educação, com o objectivo de lhes proporcionar as melhores condições para se tornarem cidadãos dignos e úteis.
Guardemos a certeza de que, assim agindo, nossos filhos e a própria sociedade nos haverão de agradecer.

Momento Espírita.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty A indulgência

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 19, 2017 9:52 am

A indulgência é esse sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los.
Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente.
E, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus actos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço.
Mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível.
Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras.
Apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.
Ao fazer uma crítica qualquer, ela sempre irá pensar antes:
Que consequência se há de tirar destas palavras?
Homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios actos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos?
Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede severos para convosco, indulgentes para com os outros.
Lembrai-vos de que, talvez, tenhais cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.
Eis mais uma virtude fundamental para aqueles de nós que desejamos viver a nova era, a era do bem.
A indulgência não se entende por conivência com a coisa errada, de forma alguma, mas, de uma forma benevolente, de tratar a alma equivocada.
Nossa severidade excessiva com os outros pouco resolve.
E pelo contrário, esta ferocidade em nosso julgamento só nos tem trazido prejuízos morais.
Quase sempre nossa crítica, nossa condenação, não visa o bem do outro, mas sim uma satisfação desequilibrada em simplesmente falar mal, ou condenar.
Mecanismo psicológico de projecção, muitas vezes nos mostra no outro aquilo que detestamos em nós, e como fuga desastrosa, ao acusar, imaginamos que podemos nos livrar do mal intrínseco à nossa alma enferma.
Acusar por acusar nunca nos trará o bem que desejamos, a paz que anelamos tanto.
A maledicência é provocadora de prazer mórbido que atesta deficiência de carácter humano.
Sejamos assim, indulgentes, da mesma forma que o Criador o é sempre connosco, vendo o que temos de bom, e sempre nos dando novas chances de acertar após nossos erros.
Reforçar o erro de outrem é valorizar o negativo.
É dar-lhe um destaque maior do que o necessário.
A indulgência é caridade, é compreensão e perdão.
O verdadeiro carácter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas superficialmente os defeitos de outrem, e esforçar-se por fazer que prevaleça o que nele há de bom e virtuoso.
Embora o coração humano seja um abismo de corrupção, sempre há, nalgumas de suas dobras mais ocultas, o gérmen de bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual.

Momento Espírita, com base no cap. X, itens 16 a 18, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Três pedidos atendidos

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2017 10:06 am

Naquele ano, um grande baque atingiu o coração do jovem casal.
Seu filho, de apenas sete anos, partiu para a Espiritualidade.
Haviam sido meses exaustivos de cuidados até que a enfermidade o abraçou, minando-lhe a vida física.
Um ano depois, em férias, optaram por visitar a Turquia.
Entre tantas paisagens maravilhosas, uma visita especial a Éfeso, à casa de Maria, a mãe de Jesus.
A edificação de pedra, no monte Rouxinol, recebe, anualmente, cerca de dois milhões de visitantes.
A grande maioria relata intensas emoções ao adentrar o local.
Não foi diferente com eles.
De mãos dadas, andaram por entre aquelas paredes, lembrando a grandeza do Espírito de Maria de Nazaré.
Recordaram o que haviam lido em obras que relatavam a respeito de João ter ido a Betânia buscar a mãe de Jesus para que viesse morar com ele.
Recordaram... recordaram, enquanto os corações pareciam unidos em prece.
Na saída, sentaram em uma pequena mureta, contemplando o que faziam quase todos os peregrinos:
escreviam em um papel três pedidos e colocavam o bilhete entre as pedras de um extenso muro lateral.
Ambos ficaram ali, olhando, e disseram um ao outro:
Por que escrever em um papel o que desejamos, se Deus conhece o que vai na nossa intimidade?
Ademais, pensaram, como podemos pedir algo mais à Divindade?
Nosso filho se foi, mas guardamos a certeza de que vive na Espiritualidade.
Nossa filha está bem.
Nós temos saúde, emprego.
Que mais poderíamos pedir?
Numa prece silenciosa, rogaram ao Pai Supremo que, se algo pudessem receber a mais, por Sua vontade, então que Ele lhes enviasse.
Retornaram ao Brasil e, mal passados dez dias, Oswaldo recebeu um telefonema.
Era de uma cidade do Estado vizinho.
A questão era simples:
três meninas estavam à disposição para adopção.
Ele gostaria de adoptá-las?
O número três lhe veio à mente, de imediato.
Três pedidos poderiam ter sido feitos lá em Éfeso.
Eles haviam deixado que Deus decidisse se mereceriam algo mais.
Agora, Deus estava lhes enviando três jóias para sua casa.
O Divino Pai ouvira sua rogativa e a atendera.
Entre a emoção e a gratidão, telefonou para a esposa e juntos foram buscar as três pérolas que Deus lhes encaminhara aos generosos corações.
Dez anos se passaram.
As jóias cresceram, se desenvolveram e, repetidas vezes, entre abraços de amor, dizem ao jovem casal como sua presença é importante em suas vidas.
Deus ouve sempre as rogativas que lhe dirigimos e as atende.
Cabe-nos estarmos atentos para a correcta tradução do que nos chega.
De um modo geral, não sabemos interpretar a resposta recebida.
Isso porque a nossa vontade é de que o pedido fosse atendido exactamente como o havíamos concebido, em todos os detalhes.
Contudo, a Sabedoria Divina sabe o que nos seja melhor.
Hoje, pode ser a negativa, o adiamento do que ardentemente desejamos.
Ou, então, algo em que não pensáramos mas que vem para abençoar nossas vidas.

Pensemos nisso.

Momento Espírita, com base em facto, relatado por Oswaldo Feltrin.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Nossas testemunhas

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2017 10:00 am

O Apóstolo Paulo, em uma das suas epístolas, escreveu que estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas.
Referia-se ele aos Espíritos que nos observam e que nos alcançam, onde estivermos, porque para eles não há barreiras físicas.
Constantemente somos vistos e influenciados, onde quer que estejamos.
Algumas testemunhas estão no corpo físico, como nós mesmos e opinam a respeito do que fazemos, de como agimos, dos pensamentos que externamos.
São nossos familiares, nossos vizinhos, nossos colegas de trabalho, os amigos, tanto da roda social como de todos os sectores da nossa vida de relação.
Por isso é importante que nossa conduta seja digna - para que os que nos observam tenham em nós um exemplo positivo.
Assim procedendo seremos boa influência para os que nos rodeiam.
Se, durante a vigília, temos como nos furtar às testemunhas encarnadas, nos recolhendo a determinados lugares ou não falando o que estamos pensando, o mesmo não se dá com as testemunhas espirituais.
Sem o corpo físico, as almas dos homens que já morreram e que nós chamamos Espíritos, nos observam de forma constante.
Como eles podem ler nossa mente, importante sabermos que a qualidade dos nossos pensamentos e das nossas acções é determinante para atrairmos um ou outro tipo de testemunha espiritual.
Se pensamos no mal, se emitimos pensamentos de vingança, de desforra; se vivemos a reclamar da vida, em constante insatisfação; se somente temos palavras de crítica ao que acontece ao nosso redor; se a nossa é sempre a manifestação da má vontade, do não colaborar, naturalmente, atrairemos, para perto de nós, criaturas que vibrem dessa mesma forma.
É por isso que algumas pessoas dizem sentir como se uma sombra as acompanhasse, como se estivessem sendo vigiadas.
De outro modo, se somos pessoas com vontade de acertar, de ajudar, de colaborar; se temos sempre uma palavra de estímulo a quem se encontra em dificuldades; se cultivamos bons e salutares pensamentos; se o nosso é o interesse em aprender, ilustrar a mente, dulcificar o coração; se nos esmeramos em modificar hábitos que não sejam muito felizes; as companhias que atrairemos serão as dos Espíritos que nos desejam auxiliar, fortificar o ânimo.
Nosso anjo de guarda, igualmente, estará a postos para nos incentivar a produzir o bem.
Os Espíritos amigos, aqueles que estão interessados em que aproveitemos muito bem a presente encarnação, vibrarão connosco, nos incentivando.
Dessa forma, teremos muitas criaturas torcendo por nós, nos inspirando e esperando que acertemos o passo, que realizemos o mais amplo progresso.
Isso tudo nos diz que não existe dúvida de que somos os únicos responsáveis pelas companhias espirituais que temos.
E se, na Terra, costumamos afirmar Diga-me com quem andas, que te direi quem és, em termos de companhias espirituais, podemos afirmar:
Diga-me o que pensas e eu te direi com quem andas.

Pensemos nisso e seleccionemos nossas companhias na Terra e as do mundo espiritual.

Momento Espírita.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Um minuto com Chico Xavier

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 22, 2017 10:43 am

Regina Stella Spagnuolo

Preocupado com a própria "rebeldia" e em estado de depressão, Chico teve mais uma visão.
Um burro teimoso atrelado a uma carroça carregada de documentos puxava a carga e encarava com inveja os companheiros livres no pasto.
De vez em quando, enquanto era alimentado com água e alfafa, assistia, de longe, às brigas violentas entre os colegas.
Uma sucessão de coices sanguinolentos.
Chico olhou aquele burro e pensou:
talvez fosse melhor estar sob freios do que estar solto no pasto da vida para escoicear e ser escoiceado.
Aprendi a lição - disse ele, pronto para receber os arreios.
Chico já estava cansado.
Trabalhava, lutava no centro, fazia caridade, escrevia quase por compulsão e continuava desacreditado.
Ele reclamava dos incrédulos, se queixava dos comentários envenenados e se entregava à reza.
Após uma das várias orações, Maria João de Deus voltou à cena e, em vez de um conselho, sugeriu um remédio:
- Meu filho, para curar essas inquietações, você deve usar água da paz.
Chico saiu à procura do remédio em todas as farmácias de Pedro Leopoldo. Nada.
Recorreu a Belo Horizonte. Nada de novo.
Ao fim de duas semanas, comunicou à mãe o fracasso da busca.
A aparição ensinou:
- Não precisava viajar.
Você poderá obter o remédio em casa mesmo.
Pode ser a água do pote.
- Como assim?
- Quando alguém lhe fizer provocações, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca.
Não a lance fora nem a engula.
Enquanto persistir a tentação de responder, guarde a água da paz banhando a língua.
Chico engoliu a lição do silêncio. E digeriu.
Nessa noite, sentiu o braço movido por alguém.

Tomou o lápis e despejou estes versos:
"Meu amigo, se desejas:
Paz crescente e guerra pouca,
Ajuda sem reclamar e aprende a calar a boca".

Dessa vez, o recado veio com assinatura:
Casimiro Cunha, poeta de Vassouras, morto em 1914.

Do livro As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Se soubéssemos...

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 23, 2017 10:26 am

Se o criminoso conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação inconveniente.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não cometeria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se afastaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o guloso enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, se renderia à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às leis divinas, jamais nos afastaríamos do caminho recto.
Pessoas experientes, quando relembram deslizes de seu passado, costumam dizer:
Ah, se eu soubesse o que sei hoje...
Outros dizem que só aprendemos errando mesmo, como se fosse o único caminho, o que implicaria nos condenar, como Espíritos, ao determinismo do erro, isto é, não teríamos outra opção.
Obviamente a estrada dos erros e acertos nos educa e vimos caminhando por ela há um bom tempo, porém, não se faz necessário errar para crescer em direcção à felicidade.
Podemos aprender com as experiências dos outros e pelo exemplo.
Reflictamos: Por que, em sã consciência, vendo que outros estão caindo em determinada armadilha no caminho, seria necessário que também caíssemos para aprender?
Não basta sermos bons observadores?
Precisamos igualmente cair?
Não parece tolice?
Pois é assim com nossa evolução.
Sempre há escolha, outra rota possível.
Todos precisamos passar pela fieira da ignorância em nossa estrada evolutiva.
No entanto, não pela carreira do mal, do erro.
Além disso, o Criador nos deu condições de distinguir o bem do mal, através de nossa própria inteligência. Sempre que solicitado ele nos auxilia prontamente nesse processo de identificação de um e de outro.
Não nos assustemos ou nos perturbemos com as faltas provocadas pela ignorância.
É transgressão que faz parte do processo natural, do adquirir experiência, maturidade, envergadura moral.
As violações à Lei maior que podemos evitar são aquelas que já são de nosso pleno conhecimento, seja porque as experimentamos ou porque temos condições de entender que não trarão o bem nem a nós nem ao nosso próximo.
Tornar a cometer as mesmas faltas é sofrer gratuitamente, é escolher a dor sem necessidade, é retardar a chegada de dias melhores.
Muitos de nós não poderemos alegar no futuro: Ah! Se eu soubesse!
Porque já sabemos, temos discernimento, temos condições plenas de optar pelo bem.
Tudo está claro.
A verdade nos alcança de todas as direcções, seja vindo das religiões ou filosofias, seja de homens de bem, seja de breves mensagens que nos chegam, como esta, aparentemente sem compromisso, mas que nos apontam algo muito sério.
Já sabemos.
Nossa consciência nos grita, diariamente, algo que nos incomoda e nos pede para que mudemos nossa vida urgentemente.
São chegados os dias da transformação moral da Humanidade, da nossa transformação íntima.

Momento Espírita, com base no cap. 38, da obra Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Um pouco de compaixão

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 24, 2017 9:07 am

É verdade que algumas vezes nos irritamos com aquele que vem nos bater à porta de casa, nas horas mais inconvenientes, a nos pedir coisas.
Acontece de nos incomodarmos com alguém que nos aborda na rua, a pedir um trocado, algo para comer, umas moedas.
Às vezes, somos intolerantes com aquele que insiste em solicitar algo no sinaleiro, na calçada, cruzando nosso caminho nos momentos de maior pressa.
É comum julgarmos aquele que pede, o que estende a mão aguardando moedas, o que faz da esmola a fonte de sobrevivência.
Fazemos análises rápidas, usamos de conclusões que se tornam chavões, e rotulamos essas criaturas.
Poucas vezes reflectimos sobre o que teria levado essa ou aquela pessoa a essa situação de mendicância.
Não encontramos tempo para outras análises e possibilidades para avaliar melhor a situação.
Raramente nos colocamos em seu lugar, num exercício de empatia e compreensão.
Alguns ali estão porque se deixaram levar no roldão dos vícios, perdendo família, emprego, relações sociais.
Outros viram o desemprego desestruturar sua vida, jogando-os à margem da sociedade, sem recursos para manter-se e manter aos seus.
Outros trazem histórias de vida difíceis, de famílias complexas, sem terem tido acesso aos bancos escolares, impedindo que muitas oportunidades lhes surgissem no caminho.
Enfim, eles estão ali, vivenciando suas dores.
De um modo geral, pensamos que aquele que quer, que tem força de vontade, que se esforça, consegue superar toda e qualquer adversidade.
Sim, pode ser verdade. Mas, nem sempre.
É verdade para aqueles com resistência emocional, com estrutura intelectual, com um carácter mais forjado e sólido.
Contudo, são muitos os frágeis, que sucumbem às próprias agruras, sem forças para se erguerem.
Já pensamos, em algum momento, se nós seríamos fortes, bravos, corajosos, se revezes semelhantes nos alcançassem?
Se tivéssemos nascido em um lar desestruturado, se tivéssemos nos deparado com a fome, a miséria, se não tivéssemos nenhuma referência positiva, conseguiríamos tudo superar?
Talvez se, em nossas reflexões, andarmos por essa via, ela nos ajude a termos um pouco de empatia.
E, assim procedendo, colocando-nos no lugar desses que mendigam, possamos substituir, por um momento que seja, nosso julgamento apressado por um pouco de compaixão.
Seria tão salutar se pudéssemos oferecer, a esses que passam por tantas dificuldades, um olhar de compaixão.
Com certeza lhes faria bem que os olhássemos no fundo dos olhos, como irmãos, que verdadeiramente são.
Um sorriso, um olhar de compreensão, um aceno ou um cumprimento, podem mudar o seu dia.
Façamos esse exercício.
Esvaziemos um tanto nossos corações dos frios julgamentos que coleccionamos, para nos propormos a uma outra análise.
Poderemos fazer isso um dia, outro dia, ao menos para uma pessoa.
Será o início de um bom exercício, que poderá se desenvolver, em nossa intimidade, na sequência das semanas.
E, com certeza, fará muito bem a quem perdeu sua auto-estima, há muito tempo, ser olhado como um ser humano, alguém credor de um cumprimento, de um aceno, um sorriso.

Pensemos nisso.

Momento Espírita

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty O jugo suave

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Out 25, 2017 9:25 am

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus afirma:
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.

O convite é tentador, pois o Mestre promete alívio para as dores humanas.
Também garante repouso para as almas, ao afirmar que Seu jugo é suave e Seu fardo é leve.
Em um mundo turbulento, alívio, repouso, suavidade e leveza são autênticos tesouros.
Em meio à correria da vida moderna, é possível ser rico de tudo, menos de paz.
Por vezes, as tarefas e os compromissos surgem esmagadores.
Na busca de sucesso e de bens materiais, as pessoas perdem a noção do que realmente importa.
As horas de trabalho são multiplicadas, talvez desnecessariamente.
Para comprar um carro mais novo ou uma casa maior, abre-se mão de um precioso tempo de repouso ou meditação.
A convivência familiar torna-se algo secundário.
Garante-se que os filhos tenham acesso às melhores escolas, mas se abre mão de transmitir-lhes valores.
Os jovens são instruídos, mas não educados.
Para lucrar bastante, profissionais deixam de lado a ética.
Passam a ter vergonha de si próprios, enquanto ganham muito dinheiro.
Com o objectivo de terem companhia, ainda que temporária, muitas mulheres abdicam de sua dignidade feminina.
Para parecerem modernos, jovens aceitam experimentar cigarros, bebidas e drogas.
Tudo parece valer a pena, desde que seja possível surgir aos olhos alheios como bem-sucedido.
Entretanto, a alma permanece carente de paz.
As conquistas materiais cintilam, mas os seus possuidores adoecem, desenvolvem problemas de sono e distúrbios psicológicos os mais diversos.
São ricos de coisas e de distracções, mas lamentáveis em seu desequilíbrio.
Estão conquistando o mundo, mas perdendo a si próprios.
Nesse contexto turbulento, convém recordar as palavras do Cristo.
Ele ofereceu alívio, repouso, suavidade e leveza.
São genuínos tesouros, que ninguém pode roubar.
Oscilações da Bolsa de Valores, desemprego, doenças e traições, nada consegue afectar o verdadeiro equilíbrio espiritual.
Quem adquire paz de espírito jamais a perde.
Mas é importante observar que Jesus não apenas fez o oferecimento.
Também recomendou que se aprendesse com Ele, que é brando e humilde de coração.
Ou seja, é preciso seguir os exemplos do Cristo, a fim de se viver em paz.
Ele enfatizou a importância da brandura e da humildade.
Assim, para não se perder nas ilusões mundanas, importa manter-se humilde.
Igualmente convém desenvolver brandura, não se imaginar em combate feroz com os semelhantes.
Não é preciso vencer ninguém para ser feliz.
Instruir-se e trabalhar, pois isso é necessário à vida.
Mas não gastar tempo em disputas vãs ou ilusões passageiras.
Jamais admitir corromper a própria essência, mesmo diante das maiores tentações.
Havendo dúvida sobre a conduta correcta, recordar a figura digna e sábia de Jesus.
Ter em mente os sublimes exemplos do Cristo é o melhor antídoto contra ilusões que apenas causam sofrimentos.
Segui-los pode não ser fácil, mas eles constituem um jugo suave, na medida em que propiciam a verdadeira paz.

Pense nisso.

Momento Espírita.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Convite à vida

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 26, 2017 9:01 am

Existem pessoas que amam a vida e parecem ter o condão de alimentar sonhos e estimular quem se lhes aproxime a uma existência vibrante e cheia de esperança.
Exemplos são muitos. É possível que alguns de nós possamos recordar, nos anos vividos, de alguém que nos ajudou a crescer, a superar obstáculos, a procurar nosso lugar ao sol.
Diva Guimarães, quase aos oitenta anos, recorda com lucidez e gratidão, de algumas dessas.
Como da educadora que lhe arrumava sapatos forrados com jornal.
Deixava-os na varanda da casa para que ela os apanhasse, a caminho da escola.
De família pobre, doze irmãos, uma mãe que lavava roupa para as famílias abastadas, aqueles sapatos eram muito importantes para Diva.
Mas, houve outras.
Como dona Deni que, além de lhe oferecer o ombro para as horas ruins, alimentou seu gosto pela literatura.
Ela lhe apresentou Monteiro Lobato, José Lins de Vasconcelos e por aí afora.
Também aquele professor que, vendo-a lançar dardos numa oficina de atletismo, a aconselhou a prestar vestibular para Educação Física.
Diva era normalista formada, e tinha um emprego.
Decidida, deixou o Eldorado cafeeiro do norte do Paraná e foi para a capital.
Com extraordinária vontade, conseguiu uma vaga na Casa da Estudante Universitária, fez amigas e saiu dali para uma carreira de quase trinta anos em duas escolas locais.
Talvez por recordar a generosidade de outros corações, talvez porque isso já fizesse parte de sua personalidade, ou talvez porque tivesse aprendido com sua mãe, sempre a postos para auxiliar o próximo, fez a diferença por onde transitou.
Auxiliou na formação de quinze sobrinhos e muitos dos seus alunos recordam as dádivas recebidas de suas mãos.
Quem pode esquecer a maravilha de um agasalho para os gélidos dias de inverno curitibano?
Recentemente, numa festa literária, Diva se levantou para falar de si, de sua infância, de sua mãe.
A fala foi filmada, caiu na rede e viralizou.
Desde então, ex-alunos começaram a lhe escrever.
Alguns simplesmente para expressar gratidão.
Outros, para afirmar sobre como ela lhes influenciou as vidas.
Jornais, emissoras de televisão e rádio – todos desejam entrevistar Diva.
Também convites para palestrar em feiras de livros Brasil afora.
Quanto a dar por quem se sente grata pelo tanto que recebeu da vida!
Um exemplo de força. Um exemplo de quem aproveitou todas as mínimas chances que lhe foram oferecidas.

Ouvindo histórias como esta, é bom que nos analisemos e respondamos a nós mesmos:
Somos dessas pessoas pessimistas que acham que esforço não vale a pena?
Que quem não nasce em berço de ouro não tem chance de crescer neste mundo de tantas desigualdades?
Ou somos daqueles que amam a vida e desejam que outros cresçam, mostrem seu valor, façam a grande diferença em sua comunidade, em sua cidade, em seu país?
Se nos descobrirmos pertencentes ao primeiro grupo, ergamo-nos hoje para incentivar o talento de alguém, a força de vontade de outro.

Lembremos: hoje é o tempo de mudar para melhor.
Hoje é o tempo de fazermos o melhor.

Momento Espírita, com base no artigo Dias de Diva, de José Carlos Fernandes, publicado na Gazeta do Povo, ed. semanal de 19–25.8.2017.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Morrer lentamente

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 27, 2017 8:51 am

Morre lentamente quem não sorri para uma nova manhã, quem esqueceu de olhar as estrelas na noite anterior e quem não se encanta com a grandiosidade da natureza à sua volta.
Morre lentamente quem não encontra graça em si mesmo, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru, ou sua única companhia.
Morre lentamente quem não toma iniciativa alguma quando está infeliz com seu trabalho, quem não arrisca nem um pouco que seja, para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem passa os dias se queixando de sua má sorte ou da chuva incessante ou do sol intenso.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece, ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente quem não mais agradece a Deus pelos filhos que lhe deu, ou pelos pais que o receberam neste mundo.
Morre lentamente quem não retribui o sorriso de um bebezinho, e quem não acha fascinante a forma pela qual chegamos todos a este mundo.
Morre lentamente quem não abraça, quem não beija, quem não expressa carinho de alguma forma – mesmo que através de um olhar.
Morre lentamente quem é adepto de expressões como este mundo não tem jeito mesmo, ou a coisa está cada dia pior.
Morre lentamente quem se desespera com a perda de um amor, e não consegue perceber que há muitos que podem ser amados por nós, e muitos que podem nos amar profundamente.
Morre, sem perceber, dia após dia, quem não se dedica à felicidade de alguém, quem não se doa, quem não divide o que tem - material e espiritualmente – com outras pessoas.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Estar vivo pressupõe agir, e não apenas reagir.
Toda reacção é perigosa, pois comummente não passa pelo processamento seguro da razão.
Estar vivo implica em fazer avaliações constantes, não avaliações dos outros, mas de nós mesmos e de nosso viver.
Quem não se avalia perde grandes chances de se aprimorar, de poder mudar de rumo quando percebe que a direcção poderia ser outra.
Estar vivo significa: entusiasmo - carregar Deus em nossa alma, levar a certeza de Sua presença em nossas vidas e a vontade de conquistar os altos páramos da felicidade.

Vivo para que o sol tenha sentido, e é minha luminescência que ele espelha e devolve ao orbe, agradecido.
Vivo para que a chuva lave o ar, e leve volte ao éter com meu perfume elegante, de árvore vigorosa de seiva sã.
Vivo para que o amor tenha vazão, e não deseje razão – pois de condição o amar não precisa.
Vivo para florescer outros jardins, e sem perceber o meu se abarrota de lírios, ciclames, girassóis...
Vivo cada dia como se fosse cada dia.
Nem o último nem o primeiro - o único.

Momento Espírita, com base no texto Quem morre, de Martha Medeiros.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Sendo feliz

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 28, 2017 9:57 am

Existem pessoas que vivem sorrindo e nos vendem a imagem de que são incrivelmente felizes.
Existem pessoas de grandes posses, que desfilam em carros luxuosos, parecendo absolutamente felizes.
Existem as que abrem as suas mansões para mostrar as dependências ricamente ornamentadas, com quadros de pintores famosos, vasos delicados, porcelanas e prataria.
As colunas sociais, as revistas de variedades trazem fotos de artistas, pessoas da sociedade com largos sorrisos, nos seus iates, em bailes deslumbrantes, na viagem dos sonhos.
Tudo brilha à felicidade plena, total.
Os que lemos as reportagens, contemplamos as fotos, assistimos às imagens na TV, e nos encontramos imersos em montanhas de problemas, ficamos a imaginar como podem ser tão felizes.
Existirá felicidade plena para uns e não para outros?
Como podem poucos serem tão felizes?
Será que os problemas não os alcançam?
Nada existe que lhes empane a felicidade?
Nem tudo que se vê, é realmente como aparenta. Há muita lágrima oculta por sorrisos artificiais, muita dor escondida entre panos caros.
A aparente alegria frente às câmaras, aos holofotes, pode ser apenas disfarce para manutenção de status profissionais.
Debaixo do figurino impecável, por vezes, se escondem doenças que maltratam e amarguram.
Alguns, para a manutenção de tudo o que possuem, necessitam mergulhar no trabalho insano, que lhes consome as energias e os melhores anos de vida.
É preciso ter olhos de ver a fim de conhecermos a realidade do que nos cerca.
Enquanto nos fixamos no deslumbramento, pelo que cremos ser felicidade total, nos faltam olhos de ver outros aspectos da vida, outras necessidades, igualmente bem próximos de nós.
Como a de tantos pais que, para poderem participar da vida familiar e acompanhar o crescimento dos filhos, renunciam a cargos rentáveis, em locais distantes.
Ou de mães que abdicam da vida social intensa, para cuidar com amor e carinho de um filho especial.
De jovens que, alimentando sonhos de liberdade, permanecem junto a pais idosos ou enfermos, dedicando-lhes os cuidados devidos.
Preciso ter olhos de ver.
Ver os que desfilam felizes e alegrar-se com eles e por eles.
Também ver os que se escondem no anonimato, renunciando a quase tudo, a bem da família, dos amores.
Importante aprendermos com uns e outros.
E concluirmos que ninguém, nesta Terra, é totalmente feliz, pois a felicidade plena ainda não fez morada neste planeta.
Importante compreendermos que felicidade é uma questão pessoal. Uma questão de escolha.
Podemos ser felizes, porque estamos ao lado de quem amamos e que nos ama, mesmo que o dinheiro esteja curto e muitos sonhos devam ser adiados.
Podemos ser felizes por termos alcançado êxito no concurso, adentrando por carreira que desejamos seguir, mesmo que isso nos exija muito sacrifício.
Podemos ser felizes por assistir ao progresso dos filhos, à conquista do diploma pela companheira, ao sucesso profissional do marido.
Podemos vibrar de alegria por respirarmos, por estarmos na carne, por termos sido brindados por Deus por mais um dia de vida, neste planeta.

Pensemos nisso.

Momento Espírita.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Individualismo (Emmanuel)

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 29, 2017 10:30 am

Em contacto com os ideais da Revelação Nova, o homem, sentindo dilatar-se-lhe naturalmente a visão, começa a perceber, com mais amplitude, os problemas que o cercam.
Aguça-se-lhe a sensibilidade, intensifica-se-lhe a capacidade de amar.
Converte-se-lhe o coração em profundo estuário espiritual, em que todas as dores humanas encontram eco.
Por isso mesmo, acentuam-se-lhe os sofrimentos, de vez que as suas aspirações não surpreendem qualquer sintonia nos planos inferiores em que ainda respira.
Desejaria o aprendiz acompanhar-se por todos aqueles que ama, na caminhada para a vida superior, entretanto, à medida que se adianta em conhecimentos e se subtiliza em sensações, reconhece quase sempre que os amados se fazem dele mais distantes.
Aqui, é a companheira que persevera em rumo diferente, além, é o coração paternal que, por afectividade mal dirigida, dificulta a ascensão para a luz.
Ontem, era um filho a golpear-lhe as fibras mais íntimas; hoje, é um amigo que deserta.
Se o discípulo não se rende à perturbação e ao desânimo, gradativamente começa a compreender que está sozinho, em si mesmo, para aprender e ajudar, entendendo, outrossim, que na boa-vontade e no sacrifício adquire valores eternos para si próprio.
Quanto mais cede a favor de todos, mais é compensado pela Lei Divina que o enriquece de força e alegria no grande silêncio.
Na marcha diária, chega à conclusão de que o individualismo ajustado aos princípios inelutáveis do bem é a base do engrandecimento da colectividade.
Reconhece que o espírito foi criado para viver em comunhão com os semelhantes, que é a unidade de um todo em processo de aperfeiçoamento e que não pode fugir, sem dano, à cooperação,
mas, à maneira da árvore no reino vegetal, precisa crescer e auxiliar com eficiência para garantir a estabilidade do campo e fazer-se respeitável.
Ninguém vive só, mas chega sempre um momento para a alma em que é imprescindível saber lutar em solidão para viver bem.
Para valorizar o celeiro e enriquecer a mesa, a semente descansa entre milhões de outras que com ela se identificam; todavia, quando chamada a produzir com a vida para o conforto geral, deve aprender a estar isolada no seio frio da terra, desenvencilhando-se dos envoltórios inferiores, como se estivesse reduzida a lodo e morte, a fim de estender novos ramos e elevar-se para o Sol.
Sem o indivíduo forte e sábio, a multidão agitar-se-á sempre entre a ignorância e a miséria.
Esforço e melhoria da unidade, para o progresso e sublimação do todo, é uma lei.
A navegação a vapor, actualmente, é património geral, mas devemo-la ao trabalho de Fulton.
A imprensa de hoje é força direccional de primeira ordem, contudo, não podemos esquecer o devotamento de Gutenberg, que lhe amparou os passos iniciantes.
A luz eléctrica, nos dias que passam, é questão resolvida, no entanto, a Edison coube a honra de sofrer para que semelhante bênção desintegrasse as noites do mundo.
A locomotiva, agora, é máquina vulgar, mas no princípio dela temos a dedicação de Stephenson.
Na Terra, surgira Newton, invariável, à frente de todos os conhecimentos alusivos à gravitação universal e o nome de Marconi jamais será apagado na base das comunicações sem fio.
Cada flor irradia perfume característico.
Cada estrela possui brilho próprio.
Cada um de nós é portador de determinada missão.
O Espiritismo, confirmando o Evangelho, vem amparar os homens e convidar o homem a aprimorar-se e engrandecer-se, consoante a sabedoria da Lei que determina: "a cada um, segundo as suas obras".

Do livro "Roteiro"

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Anjos de carne e osso

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 30, 2017 10:08 am

Em muitos lugares, grupos de voluntários se dedicam a amenizar o sofrimento de pessoas em situação de rua.
Pessoas que perambulam pelas praças, que dormem debaixo das marquises ou das pontes.
Paulo é membro de um desses grupos, na capital paulistana.
Todas as quartas-feiras, o grupo se reúne à noite e se divide, para a distribuição de kits com refeição, água e cobertor.
Naquela noite, Paulo saiu de casa com a esposa, passou na sede do grupo, abasteceu o porta-malas do carro com os kits e seguiu para o bairro que habitualmente atendia.
Ao chegar, cumprimentou as pessoas que costumavam pernoitar por ali.
Um rapaz os olhava com muita desconfiança.
Por ser um recém-chegado, desconhecia aquele tipo de atendimento.
Conforme a entrega dos kits foi se desenvolvendo, o jovem foi relaxando, confiando que os voluntários não iriam lhe fazer mal algum.
Aproximou-se, então, e informou que havia uma senhora dormindo sozinha na rua lateral.
O voluntário se dirigiu para lá, anunciando, em voz alta, conforme o procedimento padrão, que estava chegando, com lanche, água e cobertas.
Ao se aproximar, percebeu que a mulher se cobria apenas com um pedaço de plástico roto.
A noite era quase gélida.
Ela acordou um pouco assustada, mas nada disse.
Apenas acenou com a cabeça sim ou não às perguntas.
Paulo lhe entregou o cobertor e tudo o mais que havia no kit, explicando item por item.
Quando terminou a entrega, sorriu para ela e disse que Jesus a abençoava.
Ela abaixou a cabeça e começou a chorar.
Suas lágrimas corriam livres pelas faces e perguntou, com a voz embargada:
O senhor é de verdade, seu moço?
De carne e osso?
Foi a vez de Paulo sentir as lágrimas correrem pela própria face.
Pensou em como aquela senhora devia ter perdido, há muito, o sentido de um carinho, de um afago.
Sim, disse ele.
De carne, osso e gordura, brincou.
Sou apenas um trabalhador das vastas legiões do Cristo.
Ela esticou a mão e o tocou, como para se certificar de que ele era mesmo real.
Sorriu e o abençoou.
Paulo levantou-se, agradeceu e se dirigiu para o carro, extremamente emocionado.
Minimizar a fome, o frio e a dor dos que vagam sem casa, sem família, é seguir os rumos da fraternidade, como irmãos que somos todos.
É atender aos ditames do Cristo conforme as anotações evangélicas de dar pão a quem tem fome, água a quem padece sede e cobrir a quem tem frio.
Graças a voluntários amorosos e caridosos, que levam Cristo dentro de si e compartilham seu amor com o próximo, o mundo de muitas pessoas se torna menos frio, menos sombrio, menos solitário.
Quando estivermos em nossas casas, bem alimentados, protegidos da chuva, do vento, do frio intenso, pensemos nesses irmãos que não têm as mesmas condições.
Se não pudermos ajudar com itens para minimizar seu sofrimento, lembremos de elevar ao Pai uma oração por eles, para que tenham força e coragem.
E roguemos para que sejam encontrados por esses anjos de carne e osso que dedicam seu tempo para minimizar as dificuldades de quem perdeu quase tudo na vida.

Quase tudo, menos a esperança...

Momento Espírita, com base em facto ocorrido no grupo de voluntários do Núcleo Assistencial Fraternidade, de São Paulo.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty O diário das nossas vidas

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 31, 2017 10:41 am

O quarto estava pouco iluminado.
O filho, silenciosamente, abriu a porta e contemplou o pai.
Ele dormia profundamente.
O filho se aproximou, sentando-se num pedacinho desocupado da cama.
Deixou que os dedos corressem soltos pelos cabelos do idoso, já cobertos pela neve do tempo.
Grossas lágrimas lhe correram pelo rosto.
Aquele homem que ele tanto admirava, outrora tão forte, estava ali, acamado, doente, com as forças abandonando-o aos poucos.
O filho lembrou de sua infância.
Quantas vezes o pai o carregara ao colo.
Quantas vezes haviam brincado juntos.
Na adolescência, os sábios conselhos paternos.
Na vida adulta, os esclarecimentos, as recomendações, os cuidados com o neto.
Agora a respiração difícil, o semblante cansado, os gemidos entre-cortados.
Não lhe restavam muitos dias neste plano, bem sabia o filho.
Três semanas se passaram.
Numa noite, o pai adormeceu e não despertou na manhã seguinte.
O filho, ainda que em luto, sentia-se grato.
Os últimos dias haviam sido agradáveis para ambos.
Tinham conversado, dado boas risadas, recordado o passado.
Ele guardava no coração a certeza de que o pai havia partido em paz.
Algum tempo depois, ao organizar-lhe os pertences, encontrou um diário.
Nele, estavam registados, ao longo de décadas, os acontecimentos mais importantes da vida do filho.
Os primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro dia na escola, a formatura na universidade, as conquistas profissionais, a mudança de cidade, o casamento.
Quando o filho chegou à página na qual o pai escrevera sobre o nascimento do neto, as palavras calaram fundo em seu coração:
Meu filho, hoje você se torna pai e eu me torno avô. Quanta alegria!
Desde que você nasceu, tenho me esforçado para ser digno da responsabilidade que Deus me outorgou.
Você é a maior alegria dos meus dias.
E tenho muito orgulho do homem honrado que você se tornou.
Agora você também é pai e, portanto, capaz de compreender o meu amor, a minha alegria, as minhas preocupações.
Lembre-se: um filho é a extensão de nosso coração.
Esteja ele onde estiver, nós estaremos lá também.
Nos pensamentos, na comemoração das conquistas, no amargor das derrotas, em cada uma das aflições.
A idade me chega.
Logo minha memória não será mais a mesma. Por isso escrevo.
Desejo lembrar-me da exacta felicidade que encontrei nos seus olhos, quando os fitei pela primeira vez.
Através deles, descobri o verdadeiro sentido do amor: amor é doação.
Fite hoje você também o olhar de seu filho.
Descubra, filho meu, o que é verdadeiramente amar!
Naquele mesmo diário antigo, com as páginas desgastadas e amareladas, o filho abriu uma nova página.
Com as mãos trémulas e com os olhos vertendo abundantes lágrimas, começou a narrar a história de seu próprio filho...

Amor é doação. Amor é sacrifício, perdão, fé, esperança. Amor é exemplo.
Amor é a única condição para que registemos, no diário de nossas consciências, dias plenos de aprendizados, realizações e conquistas.
O convite para escrever se apresenta a cada um.
Tomemos do papel da boa vontade e do lápis do esforço.
Deus a todos nos fornece as linhas, mas o escrever é de nossa responsabilidade.
Sejamos os redactores de nossa própria felicidade.

Pensemos nisso!

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Testamento

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 01, 2017 12:19 pm

Você já providenciou o seu testamento?
Já decidiu a quem deixar os seus bens, quando a morte vier lhe ceifar a vida física?
Alguma vez já cogitou quantos transtornos poderão ser evitados se a partilha de tudo que você dispõe for decidida, por você mesmo, quando ainda goza das suas faculdades mentais e a saúde lhe sorri, abençoando-lhe os dias?

Quando você cogitar da divisão dos seus bens, elegendo herdeiros, pense em tudo o que você pode passar para os seus filhos, desde hoje.
Antes que a morte roube sua presença física do lar onde seus rebentos crescem sadios, ante seu olhar amoroso, medite nos valores que são imperecíveis e que lhe cabe ofertar.
Pense no valor honestidade.
Já ensinou seu filho a ser honesto?
E ser honesto não quer dizer somente não se apossar do que não lhe seja devido.
Significa muito mais.
Falando com seus filhos, estimule-os a serem honestos em todas as circunstâncias.
Não colando nas provas, não mentindo, mesmo que seja para ganhar no jogo de futebol da turma.
Dizer toda a verdade mesmo que fiquem em apuros.
E não deturpar um pouquinho só a verdade, para que não soe tão mal, ou mentir para se proteger.
Como o melhor método de ensino é o exemplo, não esqueça de exemplificar sempre, com sua própria conduta.
E a coragem?
Já a demonstrou ou buscou ensinar a seu filho?
Coragem que é ousadia para tentar realizar coisas boas, embora difíceis.
Coragem que é força para não fazer o que todos fazem, mas dizer não, manter sua posição e até influenciar os outros positivamente.
Coragem que significa ser fiel às convicções e seguir os bons impulsos, mesmo que para todos os demais possam parecer tolos ou inconvenientes.
Coragem de demonstrar os próprios sentimentos, de ser afectuoso, de ser amigo.
Coragem de fazer o que é certo, mesmo que seja sozinho.
Verdadeiramente, estes são valores que você, de forma alguma, poderá repassar em testamento.
Mesmo porque, quando não estiver mais em corpo físico ao lado dos seus filhos, terá passado a oportunidade da sua educação.
Aproveite, pois, o dia que vive ao lado deles e fale-lhes do respeito.
Respeito pela vida, pelos pais, pelos mais velhos, pela natureza, pelas crenças e direitos dos outros.
Fale-lhes da diversidade enorme de sentimentos dos seres humanos e ensine-os a ter respeito por todos.
Se você se empenhar, desde já, em passar valores verdadeiros a seus filhos, guarde a certeza de que, se vier a morrer sem ter deixado bem documentadas suas últimas vontades, eles saberão o que fazer.
Mais do que isso:
agirão com dignidade, atendendo às lições que lhes foram repassadas.
E se você é dos que afirmam que nada tem de material para legar aos seus filhos, ministre desde logo as lições do bem, da honradez, para que, quando se for, possa partir com a consciência tranquila a lhe apontar que cumpriu seu dever de pai e educador, com muita propriedade.
Pode não deixar recursos amoedados, mas terá legado ao mundo o de que ele mais necessita: homens de bem.
Os seus filhos poderão crescer e acabar desenvolvendo valores diferentes dos seus e dos que tentou ensinar.
Contudo, a sua mensagem de valores permanecerá indelével em suas mentes.
Um dia, eles a recordarão e a utilizarão, mesmo que seja em dias avançados de suas vidas, após terem cometido erros e desacertos.
Não deixe, assim, passar em branco a oportunidade presente.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Os bons morrem cedo

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 02, 2017 11:19 am

Quando morre alguém, cuja reputação é de bondade e desprendimento, ouve-se muitos lamentos.
Frases como: Que pena, era tão bom!, somam-se a outras do tipo: Os bons vão primeiro.
Os bons Deus deseja para si. Os maus, ficam por aqui mesmo.
Se morre um vizinho a quem estimamos, exclamamos:
Porque ele? Antes fosse Fulano, que é tão perverso.
Quando uma personalidade, cujo conceito é de maldade, até crueldade, escapa de um perigo, de um atentado, logo falamos:
Se fosse um homem de bem teria morrido.
Reflexionemos a respeito dessas nossas reacções.
Será possível que Deus se engane, em Suas deliberações?
Será verdadeiro que os bons morrem antes, permanecendo os maus para prosseguirem sua escalada de desatinos?
Basta uma breve observação e logo descobriremos que isso não é real.
Se assim fosse, convenhamos, o mundo estaria bem pior.
Ademais, todos os dias morrem pessoas jovens, que se permitiram abraçar pela droga ou se acumpliciaram com a imprudência, desaparecendo em acidentes diversos.
Quantas vezes já ouvimos as notícias da morte de astros e estrelas, no auge da juventude, da madureza e da fama?
Ao lado deles morrem sim, todos os dias, seres anónimos, bons e maus.
Estudiosos, dedicados, arrimos de família ou simplesmente criaturas que nada contribuíram para a felicidade de quem quer que seja, antes pela infelicidade.
Em verdade, salvo os casos de suicídio directo ou indirecto, ninguém morre antes do tempo programado.
Aquele que parte concluiu a sua tarefa, enquanto o que permanece, por vezes, mal a iniciou.
É coerente que o primeiro se liberte e o segundo prossiga na carne.
Se um prisioneiro cumpriu toda sua pena, justo que possa gozar da liberdade.
E para o Espírito, a verdadeira liberdade consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo.
Quando são pessoas do nosso convívio afectivo, normalmente as vemos como as melhores do mundo, sem defeito algum.
Por isso, quando se vão para o outro lado da vida, achamos que foram antes do tempo.
Entretanto, a justiça de Deus jamais falha e tudo está correcto.
É assim que temos sempre entre nós Espíritos dedicados.
Lembramos do médium mineiro Francisco Cândido Xavier.
Serviu a Humanidade, sendo o medianeiro dos Espíritos.
Corações de pais, esposos, irmãos, amigos, namorados foram consolados pelas mensagens dos seus amores.
Mensagens vindas através das mãos da sua mediunidade.
Madre Teresa de Calcutá morreu aos oitenta e sete anos de idade.
Desde a juventude dedicou-se aos pobres mais pobres, espalhando suas Casas de Caridade pelo mundo afora.
Como eles, outras tantas vidas envelhecem no mundo servindo ao semelhante.
Habituemo-nos a não censurar o que não podemos compreender.
Muitas vezes, o que nos parece um mal é um bem.
E somente as nossas faculdades limitadas não nos permitem perceber.

Francisco Cândido Xavier psicografou mais de quatro centenas de livros.
Esses livros, publicados e republicados, em vários idiomas, continuam consolando, esclarecendo, alevantando vidas.
Madre Teresa de Calcutá deixou um legado de amor, no mundo, com suas Casas de Caridade espalhadas por quase todos os países.
Tiveram longos anos na Terra.
Mensageiros de Deus, espalharam o bem que vivenciaram todos os dias.

Momento Espírita.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Driblando a adversidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Nov 03, 2017 10:56 am

A capacidade do ser humano de superar adversidades é inacreditável.
E certos exemplos nos levam a acreditar que o ser humano ainda não descobriu tudo de que é capaz.
Também nos servem de exemplos para nossas próprias vidas.
Um desses é o pianista João Carlos Martins.
Começou a estudar piano aos oito anos de idade.
Após nove meses de aula vencia, com louvor, o concurso da Sociedade Bach, de São Paulo.
Um prodígio.
Rapidamente ele desenvolveu uma carreira de pianista internacional.
Tocou nas principais salas de concerto do mundo.
Dedicou-se à obra de Bach.
No auge da fama, sofreu um grande revés.
Jogando futebol, sua outra paixão além da música, caiu sobre o próprio braço.
O acidente o privou dos movimentos da mão.
Para qualquer pessoa, uma tragédia.
Para ele, um desastre total.
Mas não se deu por vencido.
Submeteu-se a cirurgias, dolorosas sessões de fisioterapia, injecções na palma da mão.
E voltou ao piano e às melhores salas de concerto. Com dor e com paixão.
Mas a persistência de Martins voltaria a ser testada.
Anos depois, vítima de um assalto na Bulgária, foi violentamente agredido.
Como consequência, teve afectado o movimento de ambas as mãos.
Para recuperar as suas ferramentas de trabalho, voltou às salas de cirurgias e à fisioterapia.
Conseguiu voltar ao amado piano mais uma vez.
Finalmente, em 2002, a sequela das lesões venceu.
A paralisia definitivamente dominou suas duas mãos.
Era o fim de um pianista.
Afastou-se do piano, não da sua grande paixão, a música.
Aos sessenta e três anos de idade, ele foi estudar regência.
Dois anos depois regeu a Orquestra Inglesa de Câmara, em Londres.
Em um concerto, em São Paulo, surpreendeu outra vez.
Regeu a Nona Sinfonia de Beethoven, totalmente de cor.
Ele precisou decorar todas as notas da obra por ser incapaz de virar a página da partitura.
A plateia rompeu em aplausos.Mas João Carlos Martins ainda tinha mais uma surpresa para o público, naquela noite.
Pediu que subissem um piano pelo elevador do palco.
E, com apenas três dedos que lhe restaram, ele tocou uma peça de Bach.
A ária da quarta corda foi originalmente escrita para violino.
É uma peça musical em que o violinista usa apenas a corda sol para executar a bela melodia.
Bom, Martins a executou ao piano com três dedos.
E, embora não fosse a sua intenção, a impressão que ficou no ar é que todos os presentes se sentiram muito pequenos ante a grandeza de João Carlos Martins.

Como Martins, existem muitos exemplos.
Criaturas que têm danificado seu instrumento de trabalho e dão a volta por cima, não se entregando à adversidade.
Recordamos de Beethoven, compositor, perdendo a audição e, nem por isso deixando de compor.
De Helen Keller, cega, surda, muda se tornando a primeira pessoa com tripla deficiência a conseguir um título universitário.
Tornou-se oradora, porta-voz dos deficientes, escritora.
Pense nisso e não se deixe jamais abater porque a adversidade o abraça.
Pense: você a pode vencer. Vença-a.

Momento Espírita, com base na biografia de João Carlos Martins, colhida em pt.wikipedia.org.wiki/João_Carlos_Martins.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty O poder do amor

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 04, 2017 9:49 am

Quando a guerra acabou, George entrou com seu regimento na Alemanha.
Ele integrava um grupo designado para um campo de concentração perto de Wuppertal.
Foi a experiência mais chocante da sua vida.
Ele estava encarregado de prestar socorro médico àqueles recém-libertos.
Caminhar no meio daquelas cabanas onde milhares de homens haviam morrido, ao longo dos anos, era um horror.
Pior era constatar os efeitos da inanição progressiva que, a cada dia, apesar da medicação e da alimentação, levava grande número deles para a morte.
Foi ali que George conheceu Bill Cody.
Assim o chamavam porque tinham dificuldade em pronunciar seu nome polonês.
O que chamava atenção nele era que, apesar dos seis anos de dieta, de fome e de viver naquelas cabanas insalubres, sem ar, ele não aparentava a menor deterioração física ou mental.
Era espantoso, ainda, verificar como todos os grupos do acampamento o consideravam um amigo.
Isso era raro, levando-se em conta que aquele aglomerado de prisioneiros de todas as nacionalidades se odiavam mutuamente, quase na mesma proporção que odiavam aqueles que os haviam aprisionado.
Falando fluentemente o inglês, francês, alemão e russo, tão bem quanto o polonês, ele se tornou uma espécie de tradutor para as tropas de ocupação.
A sua compaixão pelos companheiros de prisão brilhava em seu rosto.
Qual seria o seu segredo? - Perguntava-se George.
Certo dia, em que se sentou ao seu lado, tomando um caneco de chá, Bill contou a sua história.
Morávamos no bairro judeu, em Varsóvia:
minha esposa, nossas duas filhas e três garotos.
Quando os alemães chegaram à nossa rua, alinharam todos contra o muro e abriram fogo com as metralhadoras.
Supliquei para morrer com minha família.
No entanto, porque eu falasse alemão, eles me colocaram num grupo de trabalho.
Ele fez uma pausa.
A voz ficou embargada, enquanto olhava à distância, como se estivesse revendo a esposa e os cinco filhos.
Depois continuou:
Naquele momento, eu precisei decidir se odiaria os soldados que tinham feito aquilo.
Não era uma decisão fácil. Eu era advogado.
Minha prática, mais de uma vez, me havia mostrado o que o ódio podia fazer às pessoas.
Aliás, fora o ódio que acabara de matar as seis pessoas mais importantes do mundo para mim.
Então, eu decidi, fosse qual fosse o tempo que me sobrasse de vida, eu iria empregá-lo no amor a toda a criatura que viesse a entrar em contacto comigo.

Amar a todo ser...
Era esse o poder responsável pelo bem de um homem, apesar de toda a privação vivida.
Apesar de toda a dor e saudade que lhe machucavam a alma.
E ali estava ele, liberto agora, trabalhando ainda pelos outros.
Eram quinze a dezasseis horas por dia, tentando resolver todo tipo de problemas.
Preocupava-se em buscar documentação, registos, a fim de relocalizar pessoas cujas famílias e até mesmo cidades poderiam ter desaparecido.
O poder do amor o mantivera saudável durante seis anos de privações.
O amor continuava a lhe reger todos os actos.
Sua família, agora, eram aqueles homens, mulheres e crianças que recebiam a liberdade, e precisavam reconstruir as suas vidas.

O poder do amor...

Momento Espírita, com base no cap. 13, do livro Voltar do amanhã, de George G. Ritchie e Elisabeth Sherril, ed. Nórdica.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Ajudemo-nos

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 05, 2017 12:10 pm

O tempo é o advogado de todos.
Fala sem palavras e exalta sem louros humanos.
Confere a cada um, segundo as próprias obras, a alegria ou a dor, a libertação ou o cativeiro.
Jesus não nos conhece pelos títulos religiosos que possuímos no mundo, mas pelo nosso coração, pelo nosso carácter e pelos nossos sentimentos.
Vale mais acumular dons de servir e lutar pelo bem, que guardar moedas ou títulos destinados ao esquecimento.
Bem-aventurado é o trabalhador que, na hora do crepúsculo, se sente ainda com o tesouro do serviço.
As estrelas brilham para ele com renovado fulgor e o Pai de Infinita Bondade lhe renova as energias para o trabalho a fazer.
Que encontremos em tudo, sobretudo, a felicidade de trabalhar para o bem, sem repouso.
O Céu nos fortalecerá para que não desfaleçamos na marcha.
Louvemos os padecimentos que nos surpreendem a caminhada, porque não possuímos mais competentes instrutores para guiar-nos ao cume da divina ressurreição.
Desculpemos a existência pelos golpes que nos oferece.
Pensemos que os nossos dias mais felizes são aqueles da mágoa e do sofrimento, que muitas vezes nos perseguem na Terra.
Viver confiando em Deus, ainda mesmo que as provações se multipliquem, significa tudo na base do êxito espiritual.
A oração é o remédio milagroso que o doente recebe em silêncio.
A vida é infinita e o dia se renova constantemente, sob o hálito divino do Criador.
A morte é a grande niveladora no mundo e precisamos, em muitos casos, esperar por ela, a fim de que certos problemas sejam desvendados.
A meditação e a prece serão sempre lugares benditos de reencontros com a inspiração divina.
As dificuldades são luzes, quando aproveitamos o seu concurso para o bem.
Ajudemo-nos, ajudando aos outros, na tarefa da nossa própria libertação.
É indispensável admitir a necessidade do nosso testemunho no sacrifício, para nos abeirarmos na verdade e suportá-la.
Precisamos crer no poder do trabalho e da boa vontade, os sublimes orientadores da alma, no roteiro que o Mestre nos traçou.

Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty A última vontade

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 06, 2017 10:35 am

Todos nós temos sonhos.
Sonhos que alimentamos e que, tanto quanto possível perseguimos, no intuito de concretizá-los.
Por vezes, chegamos a enumerá-los, um a um e, periodicamente, consultamos a lista, riscando o alcançado.
Alguns de nós dizemos que, sem falta, antes de morrer, desejamos experimentar algumas emoções fortes.
Algo como nos lançarmos de paraquedas de uma altura de uns quatro mil metros, cair em queda livre a uma velocidade de duzentos quilómetros, e depois planar por cinco minutos até pousar em terra firme.
Quem sabe voar de asa delta ou de parapente!
Ou pilotar um carro de corrida, em um autódromo, a uns duzentos e sessenta quilómetros por hora.
Só para ter a sensação do que seja velocidade.
Talvez descermos as corredeiras de um rio.
Ou escalar uma montanha que nos parece desafiar.
Tantas coisas grandiosas, surpreendentes!
Mas, o que faríamos se recebêssemos uma sentença de morte?
Ou seja, se uma enfermidade grave nos acometesse e a medicina nos dissesse que temos apenas meses, semanas ou dias de vida?
Será que reduziríamos a nossa lista, elegendo o que fosse mais importante para realizarmos antes da nossa partida?
E o que, precisamente, escolheríamos fazer antes de deixarmos esta vida?
Talvez quiséssemos aproveitar ao máximo tudo o que as horas seguintes possam nos permitir.
Contudo, uma menina que mal começara a aprender a ler e escrever, ao ser diagnosticada com câncer no cérebro, começou a esconder pequenas cartas de amor pela casa.
Seu desejo era de que os pais as encontrassem quando ela se fosse:
desenhos de corações, frases curtas declarando amor.
Um garoto de sete anos, à beira da morte, disse para a mãe que não ficasse triste, que ela o deixasse partir.
Dessa forma, ele poderia doar-lhe o seu rim e ela ficaria curada da sua problemática.
Desejos e desejos.
Criaturas como essas nos dizem de como é maravilhoso o amor, de como existem pessoas amorosas neste grande mundo de Deus.
Também nos remetem a reflexões.
Todos nós sabemos que chegará a hora de darmos nosso último suspiro.
Quase sempre, vivemos como se esse dia nunca fosse chegar.
Deixamos de fazer coisas que realmente alegram nossos corações.
Deixamos de expressar como nos sentimos em relação às pessoas que mais apreciamos.
Importante que não deixemos nada para depois, pois a única coisa que temos é o agora.
Pensemos: o que está na nossa lista para concretizarmos em vida?
Surpreendamos com nossa presença os pais que vivem distantes e cuja viagem sempre adiamos porque estamos envolvidos com o trabalho.
Telefonemos ao amigo para lhe ouvir a voz outra vez.
Dediquemos algumas horas para contemplar o pôr do sol, o alvorecer, o mar revolto.
Ouçamos nossa música favorita para gravá-la no coração.
Declaremos nosso amor com todas as letras.
Então, quando partirmos, levaremos connosco o bom, o belo, que vivemos e realizamos.
E os que ficarem lembrarão como fizemos a diferença, enquanto estávamos por aqui.

Momento Espírita, com alguns dados colhidos em https://awebic.com/humanidade/ultimo-desejo/

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Um mundo para nossas crianças

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Nov 07, 2017 10:01 am

Ante tantas guerras e rumores de guerras, atentados terroristas que roubam a paz das gentes simples, é de nos perguntarmos:
que mundo estamos construindo para nossos filhos?
O que ofereceremos para esses pequenos que apenas desabrocham para a vida física?
O que estamos preparando para seus olhos, para seu futuro?

Importante seria se nos preocupássemos em construir um mundo onde eles pudessem viver o amanhã, mantendo o brilho no olhar.
Com menos tristeza estampada na face.
Menos dor pela perda prematura dos pais.
Menos desencanto por verem partir seus amigos e encontrar tantos bancos vazios na escola.
Um mundo em que as pessoas pudessem andar livres pelas ruas, sem temer balas perdidas, arrastões ou manifestações agressivas.
Um mundo onde todos se unissem para vencer a enfermidade, a fome, a miséria, que ainda existe em tantas vielas da Terra.
Onde cada qual pensasse no melhor para a sua família e para o seu próximo.
Um mundo onde as crianças pudessem sonhar, com a única preocupação de crescer e se tornarem cidadãos úteis, trabalhadores do bem.
Criaturas que encantassem o planeta com sua arte, enchendo-o de maravilhosos sons com a sinfonia das suas vozes.
Ou com a leveza dos seus corpos na dança.
Ou com a agilidade e eficiência nas disputas desportivas.
Ou utilizassem suas mentes, suas mãos para curar enfermidades que persistem em machucar tanta gente.
Ou pudessem se dedicar a experimentos que resultassem em inventos para facilitar a vida do homem sobre a face da Terra.
Quem sabe, vencer a gravidade e lançar-se no espaço, rumo a novas descobertas, novas estrelas?
Uma criança é um raio de luz.
Não apaguemos a esperança que brilha em seu olhar, em seus gestos.
Construamos um mundo em que cada criança tenha seu lugar ao sol, seja amada, possa brincar livre, vivendo intensamente sua infância.
Em que possa ir à escola, ir ao parque, à piscina, ao campo, à praia, sem medo.

É possível que ouvindo esta mensagem alguns de nós digamos que somos pessoas normais, vivendo o dia a dia, sem poder interferir nos conflitos armados ou em decisões armamentistas.
No entanto, pensemos em como podemos semear a paz em nossos dias, sendo menos agressivos, mais tolerantes.
Que não dirijamos nosso carro como se fosse uma arma, que respeitemos nosso semelhante, que honremos o trabalho honesto.
Há tanto para fazer neste mundo que pode beneficiar a muitos.
A vibração de amor que lançamos na direcção do outro é a mesma que acalmará a onda dos conflitos armados.
A dignidade com que executemos nossas tarefas diminuirá a corrupção, a desonestidade.
A nossa doação em espécie ou em trabalho voluntário diminuirá dificuldades que se apresentam próximas ou distantes.
Um mundo novo. Um mundo para ser compartilhado com todos.
Um mundo para nossos filhos.
Um mundo de esperança, bordado com as cores do arco-íris.
Comecemos hoje e unamo-nos a outros tantos que já semeiam no mundo o bem, o amor, a paz.
Façamos isso pelos nossos filhos. Pelas nossas crianças.
Por nós mesmos que retornaremos, em futuras vidas, para o mundo que construirmos agora.

Momento Espírita, com base na canção Let the children have a world, de Danna Winner.

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Ergamo-nos

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Nov 08, 2017 10:43 am

Uma imagem impressionante comoveu o mundo desportivo e as redes sociais.
Tudo aconteceu numa corrida de dez quilómetros, nos Estados Unidos.
Rob Gomez teve a chance de ganhar a competição e um prémio significativo em dinheiro, mas tomou uma atitude surpreendente.
Ao perceber que o primeiro colocado estava passando mal, e caíra pela segunda vez a poucos metros da chegada, ele, que estava em segundo, carregou o adversário para a vitória.
Ao invés de correr para vencer, Gomez parou, levantou o adversário e o segurou nos últimos cinquenta metros, antes de lhe dar um último empurrão para se certificar de que ele cruzaria a linha de chegada na primeira posição.
As imagens de solidariedade circularam o mundo enquanto Gomez permaneceu humilde em suas entrevistas.
Eles me colocaram em um pedestal que eu realmente não mereço. - Disse o corredor a um dos órgãos de imprensa.
O que as pessoas viram foi apenas um exemplo de comunidade em execução.
Não é realmente especial. É exactamente o que fazemos.
Obviamente que as perguntas mencionaram o prémio em dinheiro que ele deixou de ganhar, ao que simplesmente respondeu:
Não foi uma decisão calculada.
Não foi porque sou um tipo de herói, ou uma espécie de pessoa especial, porque eu não sou.
Como corredores, entendemos, nos erguemos uns aos outros e nos ajudamos.

As verdadeiras vitórias não estão nas convenções do mundo:
quem chega primeiro, quem é mais rápido, quem supera os outros.
Aos poucos, vamos compreendendo que existem outras vitórias muito maiores e que nos trazem mais alegria do que essas comuns, que passam e todos logo esquecem.
Reconhecer que o outro é também merecedor de algo e, muitas vezes, mais merecedor do que nós, é vencer os grandes males que carregamos dentro d’alma: o egoísmo e o orgulho.
Por isso, contribuir com a vitória do outro faz-nos grandes.
Correr cuidando da sua própria marcha, também atento aos outros corredores e suas necessidades, é vencer o individualismo que ainda nos enclausura em tanta dor.
Um dia entenderemos que, para que sejamos considerados reais vencedores, precisamos trazer outros connosco.
A existência do Espírito no Universo não é uma competição desenfreada e individual, mas uma marcha comunitária e solidária.
Estamos juntos. Hoje você precisa de mim, amanhã precisarei de você, depois de amanhã não será mais a necessidade que nos unirá, e sim o laço construído, e juntos ergueremos quem necessite.
E assim seguiremos...
A solidariedade faz com que nos levantemos uns aos outros, sempre que necessário, mesmo que isso custe uma desaceleração de nossa marcha diária, dos afazeres, dos muitos compromissos.
Por vezes, percebemos que não estamos dispostos a diminuir nossa velocidade para estender a mão a alguém, nem sequer para olhar para os lados.
Lembremos que, mais à frente, quando eventualmente cairmos, suplicaremos por braços a nos ampararem na queda, por recolherem nossos cacos, pois todos, sem excepção, estamos sujeitos ao cansaço e aos desequilíbrios dessa imensa maratona terrestre.

Momento Espírita, com base em matéria publicada no jornal Portland Press Herald de 6.8.2017, no site www.pressherald.com

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Momentos Espíritas III - Página 39 Empty Quando o assunto é alegria...

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Nov 09, 2017 11:57 am

Quando se fala em alegria, de pronto nos acode à mente a imagem da criança.
Esse pequeno ser tem a incrível capacidade de ser feliz.
E de encontrar alegria em coisas mínimas.
Ele desperta pela manhã disposto a aproveitar integralmente as horas.
Sua preocupação é a brincadeira, o brinquedo, algo novo para fazer, algo para ser inventado, criado, experimentado.
Está sempre aberto a explorar coisas novas, enfrentar desafios.
Balançar-se um pouco mais alto, subir na árvore, nos galhos mais para cima, alcançar aquela fruta tão apetitosa, lá no topo.
Correr, vencer a si mesmo ou disputar com o amigo quem é mais veloz.
E ficar satisfeito por ter chegado ao final, ter concluído o percurso, mesmo que não tenha vencido.
Suado, cansado, deitar-se no chão, respirar fundo, e concluir:
Você foi mais rápido, hoje.
Mas eu também cheguei até o final!
Criança presta atenção em coisas simples como o beija-flor que visita a roseira, a pétala caída na calçada, a pedrinha encontrada em meio às folhas do jardim.
Cada item, um tesouro, uma riqueza a ser guardada.
Algumas apenas na lembrança, outras entre as preciosidades que vão aumentando as suas colecções que contêm desde pedras coloridas a figurinhas dos seus heróis.
Criança ri por tudo e por nada.
Pela bolha de sabão que sopra e vai reflectindo cores aos raios do sol, pelo balão colorido que tenta escapulir da sua mão.
E se admira ao descobrir o ninho que guarda, zelosamente, os ovinhos do pássaro prudente.
Criança se diverte com o som diferente da buzina de um carro, com o sacolejar mais intenso do ónibus escolar, ao passar em uma rua um pouco acidentada.
Criança se sente feliz por estar com o amigo, com o colega.
Tudo é motivo para gozar felicidade.
Ela não se pergunta se durará o momento ou logo acabará.
Usufrui enquanto ele acontece. Vive o presente.
Então, quando o assunto é alegria é bom mesmo observarmos as crianças.
Observarmos e vermos com que facilidade fazem novos amigos, dão a mão, convidam para partilhar a brincadeira.
Com que felicidade se enturmam, se divertem, se entendem com o outro.
Superam, de forma rápida, as barreiras linguísticas usando o olhar, mímica, gestos.
Não se preocupam em parecerem tolas e talvez merecerem olhares estranhos de outras pessoas.
Elas nos ensinam a deixar as diferenças de lado e descobrir em cada um o que tenha de melhor.
A não se importar com o que o outro está vestindo, nem como penteia o cabelo.
Aliás, na sua espontaneidade, têm a capacidade de perguntar:
Por que o seu cabelo é dessa cor?
Esbanjando entusiasmo, projectam o futuro.
Pensam o que serão quando crescerem e o sonho não tem limites.
Não se retêm no passado, pensam sempre no outro dia, aquele que virá, que ainda poderá trazer mais novidades, satisfação, alegria.

Todos passamos pela fase da infância.
Parece que, ao nos tornarmos adultos, esquecemos a magia.
Quem sabe seja interessante lembrarmos alguns daqueles momentos.
Lembrarmos de como éramos empreendedores, como tínhamos os olhos brilhando de esperança.
Quem sabe agora, neste momento, seja a oportunidade de lembrar da criança que fomos e voltarmos a ter a certeza de que podemos, devemos e merecemos ser felizes.

Momento Espírita.

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