LUZ ESPÍRITA
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Críticas aos “Cépticos”

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2013 9:36 pm

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As interacções são mediadas por campos de força entre as partículas, e estes campos de força carregam propriedades tais como energia, momento, e passam de uma partícula para a outra.

Na teoria de campo quântica estes campos de força, os portadores das propriedades entre as partículas, estão de facto propagando ondas.

Porque ondas e partículas são essencialmente idênticas, nós comummente nos referimos aos campos de força como partículas, ou mais precisamente, como partículas virtuais.

São chamadas virtuais (em contraste com as partículas reais cujas interacções eles mediam) em parte porque são singularmente evanescentes.

Por exemplo, uma primeira partícula real tal como um elétron pode emitir uma partícula virtual tal como um fóton, que subsequentemente é absorvido por uma segunda partícula real tal como um segundo elétron.

Os dois electrões mudam energia e momento (i.e., cada um repercute no outro), e podemos medir essa mudança.

O fóton por outro lado existe só muito brevemente, mas por tempo suficientemente longo para levar as quantidades apropriadas de energia e momento do elétron um para o elétron dois.

Nós nunca podemos medir o fóton fisicamente e então o distinguimos das partículas reais chamando-o virtual.

De acordo com a nossa compreensão actual, todas as forças são mediadas por tais partículas virtuais.

Mas partículas são realmente ondas, e estes "ondículas" compõem o universo inteiro.

A razão de nosso universo não ser simplesmente uma colecção sem interesse de ondas independentes continuamente atravessando-se imutáveis e intactas é que várias ondas são aglutinadas via interacções (forças).

As partículas do tipo onda que compõem a sua mão não atravessam um objecto tal como uma porta porque os electrões (ondas) na sua mão e os electrões da porta interagem;
isso é, eles continuamente trocam números copiosos de fótons virtuais que eficientemente empurram a porta para longe quando a mão a "toca".

Sem esta interacção (a união de partículas na mão e das outras partículas na porta), a mão simplesmente passaria directamente pela porta, nunca sentindo-se a sensação de toque e aliás nunca sabendo que a porta estava aí.

Há quatro interacções, ou forças, conhecidas da física moderna.

Duas destas—as interacções gravitacionais e electromagnéticas — são familiares em nosso mundo macroscópico, e duas — as forças fraca e forte — são predominantemente sub-atómicas.

Nós actualmente acreditamos que cada uma destas quatro forças é mediada por um tipo de partícula virtual diferente.

O fóton media a força electromagnética;
o gráviton, a força gravitacional;
o glúon, a força forte;
e os bósons intermediários vectoriais[and intermediate vector bosons], a força fraca.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 15, 2013 9:37 pm

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É importante reconhecer que sabemos que uma partícula existe (realmente que algo absolutamente existe) só por causa da união (interacções) entre partículas.

Por exemplo, um eléctron reage com um detector de eléctron por trocar fótons virtuais com esse detector.

Um sinal de detecção ocorre só porque o eléctron sendo detectado é unido via a força electromagnética aos electrões nos circuitos electrónicos do detector.

Semelhantemente, se sentimos uma porta com as nossas mãos, ou a percebemos por qualquer de nossos sentidos, é somente porque as partículas em nossos órgãos de sentido são unidas às partículas transmitindo propriedades particulares (informação) do objecto que nós percebemos.

Se não há nenhuma união, não há nenhuma percepção.

Um exemplo real de nosso mundo deste princípio é o neutrino, uma partícula que não tem nenhuma carga eléctrica e por isso portanto não é unido a qualquer partícula de carga via a força electromagnética.

Uma célula humana de pele ou um detector de partícula que responde a fótons virtuais (i. e., sendo unidos à força electromagnética) pode ter muitos neutrinos atravessando-o mas nunca registaria coisa alguma.

Semelhantemente, os neutrinos não têm nenhuma união com a força forte.
Então um detector que pode ser sensível a glúons virtuais assim mesmo seria transparente, e incapaz de detectar, neutrinos.

As várias partículas em criação são unidas em meios diferentes via combinações diferentes das quatro forças.
Por exemplo, o eléctron tem união fraca, gravitacional e electromagnética, mas não união forte.

Os quarks são unidos a todas as quatro forças. Os neutrinos, porque não possuem massa, ou possuem uma massa muito pequena, possuem uma união gravitacional que é demais pequena para medir, e portanto eles somente possuem eficientemente união fraca.

Esta característica singular de neutrinos fá-los não somente interessante, mas também particularmente relevante ao tema deste artigo.

Observe que o único meio que nós podemos detectar os neutrinos é via a força fraca.
Mas a força fraca é assim chamada porque é débil.

Aliás, é tão extremamente débil que mais de 200 biliões de neutrinos atravessaram a unha do seu polegar no tempo que levou para ler esta sentença, mas você não sentiu nada.

A força fraca (o único meio pelo qual seu sistema nervoso poderia ter detectado a presença dos neutrinos) é tão leve que nenhum desses neutrinos reagiu com um único átomo em sua unha.

Aliás, a única forma dos neutrinos serem realmente detectados em experiências é usando volumes enormes de matéria por longos períodos de tempo.

Em experiências típicas, um mero punhado de interacções reais é detectado após muitos meses.

Esta quase imperceptibilidade dos neutrinos fracamente reagindo fá-los quase como fantasmas.
Atravessam a matéria praticamente sem nossa consciência de sua presença.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 16, 2013 9:24 pm

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Mais notavelmente, outra propriedade da força fraca pode fazer certos neutrinos ainda mais ténues e ainda menos uma parte do que nós consideramos nosso universo.

A força fraca é restringida a físicos de partículas designada como tendo "quilaridade para a esquerda."

Super-simplificando os termos, pode-se pensar em um eléctron, neutrino, ou quark como girando, tipicamente com o spin alinhado na direcção da viagem (velocidade).

Considere que o spin pode ser pensado tanto no sentido horário (dextrogiro) em torno dessa direcção ou anti-horário (levógiro).

Peculiar como pode parecer, somente neutrinos levógiros interagem com a força fraca.
Os dextrogiros são imunes, e portanto transparentes, a seus efeitos.

Então apenas um neutrino levógiro pode reagir via força fraca com outra partícula tal como um quark, eléctron, ou outro neutrino.

O ponto-chave é isto:
electrões dextrogiros e quarks existem.

Sabemos porque foram detectados via a força electromagnética.

Mas nós não podemos detectar neutrinos dextrogiros por tal meio porque eles não reagem electromagneticamente.

Porque nós não podemos detectar neutrinos dextrogiros pela força fraca, não há essencialmente nenhum meio de saber se estas partículas mesmo existem.

Ainda assim, há triliões incontáveis deles passando a cada minuto por cada um de nós e por cada detector conhecido.

Se neutrinos levogiros são quase como fantasmas, neutrinos dextrogiros o são completamente.

Considere então que os seres conscientes em nosso universo estão cientes uns do outro, do resto do universo, e ao menos alguns aspectos de si próprios só por causa das interacções entre as partículas/ondas dos quais os objectos físicos são feitos.

Como notado, estas interacções, até onde sabemos, são limitadas a quatro.

Considere mais ainda a possível existência de uma nova família de partículas diversas, semelhante a neutrinos dextrogiros em que nenhum deles reage a qualquer das quatro forças que dominam nossa realidade.

Esta nova família pode consistir num número limitado de tipos, cada um deles percorrendo nosso universo conhecido em números imensos levando a densidades significativas [each of which fills our known universe in immense numbers leading to significant densities].

Considere ainda mais que esta família pode ter três ou quatro ou cinco interacções diferentes próprias, unindo seus membros em várias formas.

Esta família e seu jogo de interacções então podem comportar-se de forma geralmente semelhante à nossa própria família de partículas e campos de força, embora teria tipos de interacções únicas se manifestando com uma complexidade e química todas próprias.

Poderiam se desenvolver, crescer, e talvez mesmo produzir seres inteligentes.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 16, 2013 9:24 pm

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E nunca seriam detectados por qualquer um de nós—ao menos por nossos sentidos físicos.

Coexistiríamos no mesmo espaço e tempo, mas porque todas as ondas quânticas nesse sistema passariam tranquilamente, e sem perturbação de nosso sistema, nós viveríamos nossas vidas esquecidos deste outro cosmos independente.

Se há uma tal outra família, por que não muitas?
Aliás, por que não várias?

O universo certamente favorece números inimaginavelmente grandes.

Se, como supomos, há um número não contável de galáxias (incluindo essas além de nosso horizonte de visibilidade) e tantos teóricos propõem, um número não contável de outros possíveis universos, então por que não um número não contável de outras famílias independentes de partículas?

No mesmo lugar onde você agora senta-se, aí agora também pode sentar-se uma superabundância de outros seres conscientes, alguns dos quais pode também estar ponderando as limitações sensórias de sua versão particular de teoria de campo quântica.

Neste contexto, a proposta de que um céu ou um inferno coexistem em espaço connosco pode começa a parecer bastante plausível.

Da mesma forma relatórios de encontros próximos de UFOs em que alegadas civilizações avançadas parecem ser capazes de manipulação e locomoção entre mundos não físicos e físicos.

A lista prontamente se expande a túneis de quase-morte, espíritos, anjos, auras, planos astrais, outras "dimensões," e vários outros conceitos relegados por muitos cientistas da corrente principal ao terreno da fantasia.

Quando certos indivíduos afirmam que eles percebem tais coisas, talvez a resposta científica adequada deva ser a investigação, ao invés da prática mais comum do descrédito e descarte.

Algo na fisiologia dessas pessoas pode estar de alguma forma unida, de modo presumivelmente delicado, a um ou mais outros campos de força do mundo.

Sabemos a consciência individual e seu atendente corpo físico interagem de formas que nós ainda não entendemos plenamente.

Essa mesma consciência também não poderia reagir, por formas ainda menos compreendidas, com quase impalpáveis corpos transfísicos mas igualmente reais?

Concluindo, observamos que certamente não provamos que mundos subtis realmente existem.

Mas devemos manter em mente que na longa história da humanidade ocorreram numerosas metamorfoses nos paradigmas, e o universo repetidamente surpreendeu-nos por ser muito mais extraordinário e expansivo do que nós previamente tínhamos imaginado (ou mesmo, como alguém disse, do que podemos imaginar).

Dada tal história, seria prudente prosseguir cuidadosamente e sem preconceito em questões de pretendida natureza metafísica e chegar a conclusões baseadas somente no empiricismo.

Particularmente, nenhum proponente do materialismo jamais deve alegar como reivindicações cientificamente indefensáveis feitas por outros concernentes à possível existência de mundos não físicos.

Como vimos, nem a física moderna impõe um limite probabilístico para a existência de tais mundos transcendentais, nem restrições a sua natureza, número total, ou extensão final.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 16, 2013 9:25 pm

A natureza da pseudo-ciência: algumas considerações sobre o estudo de fenómenos inexistentes

A base empírica de ciência objectiva tem assim nada “absoluto” sobre ela.

A Ciência não descansa em cima de uma crosta sólida.
A estrutura arrojada de suas teorias erguem-se, como se estivessem em cima de um pântano.

É como um edifício erigido em estacas.

As estacas são montadas de baixo para cima no pântano, mas não descem sob qualquer base natural ou 'dada';
e se paramos de levar as estacas mais a fundo, não é porque alcançamos chão firme.

Nós simplesmente paramos quando somos satisfeitos que as estacas são suficientemente firmes para carregar a estrutura, ao menos para a época existente.
(Popper, 1959, p. 111.)

Introdução

Faz 5 anos a New York Academy of Sciences organizou uma conferência sobre o tema “A fuga da ciência e da razão”
(Gross et al, 1996).

O objectivo da conferência era discutir os ataques que, segundo os organizadores, a ciência sofreu em tempos recentes e que colocam em risco a aceitação popular da ciência.

Alguns dos ataques discutidos na conferência foram estes:

relativismo epistemológico radical:
tudo é igual, a ciência não é um conhecimento privilegiado, todas as opiniões são equivalentes.

“desconstrução” da ciência e construtivismo social da realidade:
não existe um mundo objectivo descrito pela ciência; os objectos de estudo da ciência são construídos socialmente e as teorias científicas são somente ferramentas de controlo ideológico da sociedade pela classe dominante.

cepticismo destrutivo contra a ciência, juntamente com aceitação acrítica de ideias não científicas ou anti-científicas (astrologia, parapsicologia, crença nos curandeiros, e outras semelhantes).

O Presidente da New York Academy of Sciences, Harry Greenberg, afirmou que, se a ciência não consegue defender a excelência de seus métodos e suas virtudes intelectuais, terá dificuldades inclusive com sua manutenção económica, já que o movimento de crítica à ciência defende que os fundos de investigação devem contemplar igualmente a todos os diferentes tipos de saberes, sem privilegiar à ciência
(Greenberg, in Gross et al., 1996, p. x).

A astrologia e a astronomia teriam o mesmo direito a receber aportes públicos.

Paul Gross, um dos organizadores da conferência, chamou a atenção sobre a existência de um movimento contrário às ciências tanto fora como no seio das universidades.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 17, 2013 8:49 pm

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Desde afora vêm as crenças ingénuas em curandeiros, objectos voadores não identificados, pessoas com poderes paranormais que se parecem capacitados a produzir efeitos quase milagrosos, as terapias de vidas passadas, etc.
(Gross, in Gross et al, 1996, p. 1).

Desde adentro do mundo académico vêm as críticas à ciência provenientes dos “science studies” que ensinam a democracia dos saberes, a valorização do irracionalismo, o anti-realismo ontológico e epistemológico, a interpretação puramente sociológica da ciência, Gross acusa aos representantes deste movimento de charlatanismo intelectual, chegando a compará-los aos sofistas
(Gross, in Gross et al., 1996, p. 2).

Mario Bunge, que participou no congresso anterior, afirmou que até metade da década de 1960 o misticismo e o anti-intelectualismo estavam fora da universidade, mas nos últimos 30 anos o mundo académico foi invadido por inimigos do conhecimento, do rigor e da evidência empírica.

Estes invasores não aceitam a existência de uma verdade objectiva, e para eles “tudo vale”
(Bunge, in Gross et al, 1996, p. 96).

Os anais do congresso mencionado incluem muitos trabalhos que criticam às pseudo-ciências e as englobam neste movimento de oposição à ciência.

Mario Bunge contrasta a ciência, que é a busca da verdade, com as pseudo-ciências, que não correspondem à realidade e que apresentam afirmações vagas, imprecisas
(Bunge, in Gross et al, 1996, p. 101).

Uma luta entre duas posições

Os defensores e os críticos da ciência não estão para discutir um problema puramente intelectual e neutral.

Os cientistas estão para defender sua profissão, sua respeitabilidade, o apoio a seu trabalho - e estão também a negar o direito de outras pessoas a igual respeito e apoio.

Os críticos da ciência estão para negar os motivos que se aceitam para proporcionar aos cientistas o respeito e o apoio singular que recebem na actualidade, e defendem que todos têm igual direito a receber respeito e apoio - ou, quiçá, que outros que os cientistas têm com tudo isso mais direito do que os cientistas mesmos a obter respeito e apoio.

São tão fortes os interesses neste jogo que não devemos espantar-nos quando percebemos que os duelistas empregam toda sua energia e todos os subterfúgios que conseguem elaborar para defender-se e para tratar de destruir a seus adversários.

No entanto creio que é possível reduzir o nível das paixões que assomam quando um discute os dois pontos de vista, para examiná-las de um modo um pouco mais comedido.

Faz alguns anos estou estudando dois importantes exemplos históricos da pseudo-ciência:
a “descoberta” dos raios N por René Blondlot, a princípios do século XX;
e a investigação de William Crookes concernente aos fenómenos espiritualistas, a fins do século XIX.


Estes estudos históricos foram a motivação principal para o estudo do conceito de pseudo-ciência que vá apresentar aqui.

No entanto, antes de apresentar a parte essencial desta conferência, creio que é importante aclarar meu ponto de vista geral.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 17, 2013 8:49 pm

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Agora, na passagem do século XX para o século XXI, temos que aceitar que a visão empirista ingénua da ciência que era tão popular faz cem anos já não é aceitável.

Os fundamentos da ciência se constroem sobre um pântano (Popper, 1959, p. 111), empregando uma metáfora criada por Popper.

Ademais, os cientistas não são pessoas perfeitas, e muitas vezes empregam recursos que não são tão honoráveis como se pensava faz 100 anos.

No entanto, sento que tenho mais afinidade com os defensores da ciência que com os críticos radicais da actualidade.

Temos todos hoje, por suposto, uma concepção mais critica da ciência Os cientistas são quiçá demasiado humanos, e os fundamentos da ciência são quiçá demasiado frágeis, mas não devemos eliminar a ciência como um lixo.

É necessário recusar à antiga arrogância da ciência, mas é necessário assim mesmo aceitar que a ciência construiu um edifício impressionante nos últimos séculos.

A ciência não é completa ou perfeita, e podem existir coisas que ainda não aceitamos e que são autênticas.

Há que manter uma atitude aberta ao estranho, ao que não é admitido pela ciência, mas há que ter assim mesmo uma atitude crítica e negar que tudo tem o mesmo valor como conhecimento.

O rigor é um valor que não podemos eliminar e o devemos aplicar igualmente à ciência como à pseudo-ciência.

Vamos agora discutir que é a pseudo-ciência e se existe uma distinção clara entre ciência e pseudo-ciência.

Tentativas de identificação da pseudo-ciência

O termo “pseudo-ciência” é sempre empregado com significado negativo.
Ninguém vai empregá-lo para enaltecer um estudo ou uma proposta.

Compreende-se que quando alguém classifica a um estudo como “pseudo-científico” isto quer dizer que este estudo tem um valor inferior ao da ciência, ou que não tem nenhum valor.

Num livro recente no qual discute o status científico da parapsicologia, Terence Hiñes analisou o conceito de pseudo-ciência e propôs diversas características que permitem identificar uma proposta pseudo-científica
(Hiñes, 1998, pp. 1-6):

Característica principal: o uso de hipótese que não podem ser refutadas ou falseadas.

A pessoa quem propõe uma ideia pseudo-científica não desenvolve estudos empíricos cuidadosos nem examina cautelosamente os factos que emprega.

• Procurar mistérios:
assinalar fenómenos que aparentemente não são explicados pela ciência, negar explicações simples e propor explicações espectaculares.

Empregar mitos ou fábulas em apoio a suas alegações.

• Não modificar suas teorias frente a novas evidências.


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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 17, 2013 8:50 pm

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Tentativas de identificação da pseudo-ciência

Hiñes, como outros autores, apresenta vários exemplos de fenómenos que não aceitamos (a existência de fadas, de objectos voadores não identificados provenientes de outros planetas, os raios N de Blondlot, e outros mais) para mostrar o significado desses critérios e para convencer o leitor de que os critérios são válidos
(Hiñes, 1998, capítulo I).

A crença de que há objectos voadores não identificados (OVNI ou UFO) procedentes de outros planetas é quiçá um bom exemplo.

É claramente uma hipótese que não pode ser refutada: não existe nenhum fato que pudesse falsear conclusivamente uma proposição existencial como esta.

Os que aceitam a existência dos OVNI apresentam como provas de sua existência uns relatos e fotos publicados em publicações populares e não os examinam de forma crítica.

• Os defensores dos OVNI recusam às explicações mas singelas (como nuvens) e propõem explicações fantásticas.

• Os mitos antigos sobre visitantes vindos dos céus ou das estrelas foram empregados como suporte empírico para a crença nos OVNI.

• Ademais, esta crença não foi actualizada quando surgiram evidências de que não há seres inteligentes nos planetas do sistema solar.


Outro autor que descreveu critérios para identificar a pseudo-ciência foi Irving Langmuir.

Segundo este cientista, os indícios que permitem reconhecer à “ciência patológica” são
(Langmuir, 1989, pp. 43-44):

O fenómeno estudado é muito débil e ocorre somente com causas débeis.
• O efeito não depende da intensidade da causa.
• O efeito é muito difícil de detectar
(está cerca do limite da detecção).

É necessário fazer uma grande quantidade de medidas para notar o efeito, por análise estatística.
• Recusam-se os resultados que estão em conflito com as expectativas do pesquisador.

• Diz-se que uma precisão muito alta foi conseguida.
• Sugerem-se teorias fantásticas, contrárias à experiência.

• Os que criticam aos autores não podem observar os efeitos descritos.
• A crítica é contestada por respostas ou desculpas “ad hoc”.


• O quociente entre os que defendem a nova teoria e os que a criticam chega ao redor dos 50% e depois baixa e chega a ser insignificante.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 18, 2013 10:01 pm

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Critérios sociológicos e psicológicos

De um modo geral, os que propõem critérios para identificar a pseudo-ciência indicam sintomas que podemos considerar como características negativas de qualquer estudo.

Algumas das características mencionadas pelos autores são de tipo sociológico, já que descrevem a reacção dos cientistas frente à proposta, ou a postura dos defensores da proposta.

Ray Hyman, por exemplo, propôs uma caracterização sociológica para a ciência patológica e indicou sintomas como
(Hyman, 1989, p. 244):

A comunidade científica ignora ou ataca as alegações estranhas com hostilidade.

• Os que propõem a ideia insólita não abandonam nem mudam suas ideias frente aos ataques ou à indiferença.

Outras análises, como o que foi apresentado por Martin Gardner, empregam critérios psicológicos para identificar às pessoas que sustentam teorias pseudo-científicas
(Gardner, 1957, pp. 12-14):

Estas pessoas trabalham isoladas de seus colegas.
• A comunidade científica os recusa.

• Elas têm tendência paranóica:

consideram-se génios;
consideram a seus colegas estúpidos ou tontos;
crêem que outros os perseguem e discriminam injustamente;
têm uma compulsão forte para atacar aos cientistas famosos e às teorias bem estabelecidas;
e utilizam uma linguagem inventada por eles.

Uma análise puramente psicológica das pessoas que defendem ou aceitam à pseudo-ciência pode tão só esclarecer que tipo de características levam às pessoas a aceitar como conhecimento adequado uma proposta cheia de falhas, mas não pode esclarecer que tipo de falhas tem a proposta.

Do mesmo modo uma análise puramente sociológica não pode aclarar a diferença intrínseca entre ciência e pseudo-ciência.

Por suposto que se um defende um relativismo extremo e não aceita que há diferenças epistemológicas ou metodológicas entre ciência e pseudo-ciência, o único que é possível analisar é um fenómeno sociológico de luta entre dois grupos.

Mas, como já se disse, não é esta minha postura frente ao problema.
Por suposto que é possível estudar os fenómenos sociais e psicológicos associados à pseudo-ciência.

No entanto vamos discutir somente os aspectos puramente epistemológicos ou metodológicos que podem estabelecer a distinção entre ciência e pseudo-ciência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 18, 2013 10:02 pm

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Demarcação epistemológica

Vamos considerar primeiramente um critério epistemológico, como este:
as pseudo-ciências utilizam hipótese que não podem ser refutadas ou falseadas.

Este é um critério epistemológico bem conhecido, e por suposto que é útil quando é aplicado a teorias.
No entanto, há problemas quando pensamos em aplicá-lo a certo tipo de estudos.

Quando alguém analisa a crença nos OVNI, há duas classes de hipóteses em discussão:
afirmações sobre a existência de certos fenómenos reais, observáveis, que não podem ser explicados por causas físicas singelas (como, por exemplo, nuvens);
e explicações destes fenómenos utilizando a hipótese de que esses fenómenos são a manifestação de seres inteligentes extraterrestres.

O critério de falseabilidade pode ser aplicado de forma útil à explicação dos fenómenos, mas não à afirmação de que existem objectos voadores não identificados, porque esta proposição tem esta estrutura:
Existe X tal que X é um objecto voador e tal que não existe nenhuma explicação científica singela para X.

Esta proposição é irrefutável por sua própria estrutura, e consequentemente os que acreditam na existência dos OVNI não podem ser refutados.

Mas os cientistas que o disputam utilizam outra forma de proposição irrefutável:
Qualquer que seja X tal que X é um objecto voador, existe uma explicação científica singela Y para X.

Grande parte das discussões sobre pseudo-ciência estão relacionadas às hipóteses de existência de um ente ou de um fenómeno.

Há raios N, ou não?
Há influências dos astros sobre a vida humana, ou não?
Existe telepatia, ou não?


Por outro lado, parece que nenhum dos que tentam identificar à pseudo-ciência considera que um estudo erróneo sobre algo existente deve de ser classificado como pseudo-ciência.

Por exemplo:
ao princípio dos estudos sobre os raios X, teve muitos resultados anómalos e assim mesmo explicações incorrectas sobre os fenómenos reais.
No entanto, ninguém caracteriza a esses estudos como pseudo-científicos.

Outro exemplo:
na Antiguidade os astrónomos explicavam os movimentos dos planetas empregando uma teoria que não aceitamos.
Mas não dizemos que a astronomia antiga era uma pseudo-ciência.

O problema ontológico

Alguns dos que tentaram caracterizar à pseudo-ciência empregaram como critério a existência dos fenómenos estudados.

Mario Bunge afirmou que as pseudo-ciências não correspondem à realidade (Bunge, in Gross et ao, 1996, p. 101) e Langmuir descreveu a ciência patológica como ''a ciência das coisas que não são assim” [the science ofthings that aren’t so]
(Langmuir, 19S9. p. 46).

Tal distinção é essencialmente ontológica.[1]
Se os OVNI não existem e tentamos construir uma ciência dos OVNI, vamos produzir uma pseudo-ciência.

Se os átomos não existissem e tentássemos construir uma ciência dos átomos, produziríamos assim mesmo uma pseudo-ciência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 18, 2013 10:02 pm

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Quiçá seja útil também propor outro tipo de definição de pseudo-ciência que se aplicasse a estudos não científicos (mas aparentemente científicos) sobre coisas que existem.

No entanto, desde este ponto em adiante vamos considerar somente o problema da caracterização dos pseudo-fenómenos:
Como é possível identificar-se uma alegação de fato sobre a existência de um ente (ou de uma propriedade, ou de uma relação entre entes, etc.) é válida ou não o é?

Vamos assumir uma postura ontológica realista, mas não ingénua.
Não temos nenhuma possibilidade de comparar directamente nossas crenças à realidade externa a nós.

Qualquer critério aplicável para identificar se um suposto fenómeno é real ou não o é será indirecto e temporário.

O critério é necessariamente indirecto porque deve referir-se a propriedades empíricas observáveis do fenómeno;
e é necessariamente temporário porque sempre é possível, em princípio, obter novas evidências favoráveis ou contrárias à existência de um suposto fenómeno e alterar o status ontológico que lhe é atribuído.

A possibilidade de reproduzir os fenómenos

O matemático Marcel Boil, em seu clássico estudo sobre o ocultismo, empregou como principal critério para distinguir a ciência da pseudo-ciência a possibilidade de reproduzir os fenómenos:
“Quando alguém não estabelece condições singelas e reprodutíveis, os cientistas não negam a priori [que os fenómenos existam], mas eles impugnam a inclusão das pretensões dos ocultistas no domínio das verdades científicas”
(Boíl, 1951, p. 6).

Marcel Boil estudou os alegados dos espiritualistas e disse que (1) quando o médium não é controlado, há fenómenos;
(2) quando o médium é controlado, os fenómenos se espalham, e diminuem quando o controle aumenta;
(3) quando existe controle completo, não há nenhum fenómeno.

Sua conclusão é que não existem fenómenos paranormais
(Boil, 1951, p. 67).

Antony Flew utilizou um critério semelhante a este para criticar os estudos parapsicológicos, quando afirmou que “não existe nenhum experimento que alguém possa repetir para demonstrar a realidade de qualquer suposto fenómeno psi” e “não existe nenhuma demonstração repetitiva de que [a parapsicologia] tenha realmente seus próprios dados peculiares genuínos para pesquisar”
(Flew, em Grim, 1990, pp. 215-216).

Se quisermos aplicar esse critério para estabelecer a distinção entre fenómeno e pseudo-fenómeno, devemos formular uma regra geral como esta:

C1. Se um suposto fenómeno pode ser repetido ou reproduzido de forma regular, em condições conhecidas, então este suposto fenómeno pode ser aceitado (provisionalmente) como um fenómeno real e susceptível de estudo científico;
se o suposto fenómeno não pode ser reproduzido de forma regular, em condições conhecidas, então este suposto fenómeno não pode ser aceitado como um fenómeno susceptível de estudo científico e deverá ser considerado (provisionalmente) um pseudo-fenómeno.

Um critério como este pode ser discutido, criticado e aperfeiçoado se o contrastamos com exemplos que aceitamos como científicos ou pseudo-científicos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2013 9:13 pm

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Se todos os fenómenos efectivamente estudados pelas ciências “normais” (a física, a química, etc.) obedecem a este critério e se, ademais, todos os supostos fenómenos que associamos a pseudo-ciências (Óvnis, psicocinésia, influências astrológicas, etc.) são excluídos por esse critério, então temos um bom motivo para aceitar este critério, utilizando o conceito do “círculo virtuoso” de Goodman no qual os casos particulares e as regras se reforçam mutuamente
(Goodman, 1973, p. 64).

Há fenómenos que são estudados pelas ciências “normais” e que não podem ser reproduzidos de uma forma regular, em condições conhecidas?
Por suposto que sim.

O processo de desintegração radioactiva de um núcleo de urânio não pode ser submetido a controle por nenhum meio conhecido.

É assim mesmo impossível predizer quando um átomo de urânio vai desintegrar.
Portanto, a desintegração de um átomo radioactivo seria um pseudo-fenómeno, segundo a regra anterior.

A passagem de um cometa não periódico é imprevisível e incontrolável.
Os fenómenos meteorológicos como os relâmpagos são assim mesmo irregulares e incontroláveis.

A criação do universo não pode ainda ser repetida em nenhum laboratório.
Meus sonhos são irrepetíveis e incontroláveis, mas creio que são fenómenos psíquicos reais.

Todos os eventos pessoais que vivemos e todos os que a história estuda são únicos, e no entanto cremos que são reais.

Por outro lado, há supostos fenómenos que são descritos pelas pseudo-ciências e que podem ser reproduzidos de uma forma regular, em condições conhecidas?

As pessoas que acreditam nas pseudo-ciências dizem que si.
Em condições conhecidas, uma médium repete, adiante de diferentes pessoas, fenómenos fantásticos (sem causa física conhecida), como sons, movimentos de mesas, aparição de objectos, etc.

Os estudos estatísticos realizados por Gauquelin indicam uma correlação entre a posição dos astros no momento de nascimento de uma pessoa e sua capacidade para diversas profissões
(Gauquelin, in Grim, 1990, pp. 37-50).

Os parapsicólogos apresentam dados que (segundo lhes parece) demonstram fenómenos de telepatia, em condições controladas, com cuidadoso estudo estatístico
(Rhine, in French, 1975, pp. 347-354).

No Brasil há muitas pessoas que ganham dinheiro utilizando varetas de madeira para adivinhar onde e a que profundidade um deve cavar um poço para encontrar água, e as pessoas que os empregam não têm queixas de seu trabalho.

Quiçá este primeiro critério (a possibilidade de reprodução dos fenómenos), isoladamente, não seja satisfatório.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2013 9:13 pm

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O apoio teórico

Muitos cientistas não aceitam os supostos fenómenos paranormais e não os aceitariam ainda se tivesse um volume enorme de evidências empíricas irrefutáveis a favor de sua existência.

Joseph Agassi escreveu faz dez anos:
“Vamos supor que alguma evidência paranormal é realmente reproduzível.
[...] Suponhamos que cada médium em transe esteja capacitado para produzir um girassol do nada, quando se lhe peça.
[...] Isto me convencerá? Honestamente não o sei”
(Agassi, in Hyman, 1989, p. 253).

O problema principal parece ser a contradição entre os supostos fenómenos descritos pelas pseudo-ciências e as crenças científicas sobre o que é possível ou não o é.

Se é verdade que teve astrónomos que se negaram a olhar pelo telescópio de Galileu porque tinham certeza de que o que ele descrevia não existia, esta atitude é a mesma dos que negaram em princípio do século XIX a existência de pedras que caíam do céu (ou seja, meteoritos) e dos cientistas convidados por William Crookes a fins do século XIX que se negaram a presenciar os poderes fantásticos de uma médium.

Mas hoje sabemos que os satélites de Júpiter que Galileu descreveu existem.

Sabemos assim mesmo que caem pedras do céu.
Nesses casos, o conflito entre observações e teoria desapareceu, porque temos uma nova visão sobre a estrutura do universo.

Não conhecemos nenhum processo físico que seja capaz de transmitir pensamentos a distância.
Não conhecemos nenhum processo físico pelo qual um planeta seja capaz de produzir uma influência relevante sobre a vida de uma pessoa.

Não parece possível deslocar uma mesa sem utilizar forças de contacto, ou electromagnéticas, ou gravitacionais, e por isso é difícil aceitar que um médium produza tal tipo de movimento sem empregar nenhum engano.

Podemos tentar agregar outra condição a nosso primeiro critério (Cl):
a compatibilidade entre os supostos factos e as teorias científicas.

O critério seria este:

C2. Se um suposto fenómeno pode ser repetido ou reproduzido de forma regular, em condições conhecidas e se é possível conciliá-lo com as teorias científicas admitidas, então alguém pode aceitá-lo (provisionalmente) como um fenómeno real e susceptível de estudo científico;
mas se o suposto fenómeno não pode ser reproduzido de forma regular, em condições conhecidas ou se não é possível conciliá-lo com as teorias científicas admitidas, então este suposto fenómeno não pode ser aceito como um fenómeno susceptível de estudo científico e deverá ser considerado (provisionalmente) um pseudo-fenómeno.

No entanto, esta condição é demasiado restritiva.
Faz cem anos as medições do espectro da radiação do corpo negro estavam ao todo em conflito com toda a física admitida.

Era correcto recusar as medidas do espectro do corpo negro a fins do século XIX?
É aceitável recusar na ciência todos os fenómenos que entram em conflito com as teorias admitidas?


Por suposto que não!
Este critério, demasiado forte, não é aceitável.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 19, 2013 9:13 pm

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Normas absolutas e relativas

É impossível analisar todos os critérios que alguém pode imaginar para estabelecer a diferença entre fenómenos e pseudo-fenómenos, mas a análise de alguns critérios mais comuns revelou um problema comum:
estes critérios são demasiado fortes ou demasiado brandos.

Se alguém utiliza critérios suficientemente fortes para excluir tudo o que se considera indesejado em sua ciência, vai excluir assim mesmo muito do que os cientistas aceitam como válido.

Inversamente, se alguém utiliza critérios suficientemente frouxos para não proibir nada do que se aceita como ciência, os critérios não vão excluir tudo o que se considera como pseudo-ciência.

Há outro problema:
os critérios que se sugeriram não são deduzíveis do conceito que alguém quer estabelecer.

Que relação há entre a existência de um fenómeno e a possibilidade de repeti-lo regularmente ou de compreendê-lo pela ciência que aceitamos?

Nossas vidas estão cheias de fatos que não obedecem a estes critérios, e no entanto aceitamos a estes factos como reais.

Que alternativas temos?

• Seria possível recusar a todos os critérios e sustentar que não há diferença entre fenómeno e pseudo-fenómeno.
No entanto, neste caso todos os limites seriam apagados, e as portas a um relativismo radical estariam abertas.

• Seria possível eleger um critério e utilizá-lo de modo consistente, aceitando suas consequências em todos os casos, mas nesse caso não tenho dúvidas de que vão surgir conflitos entre o critério e a avaliação “intuitiva” sobre o que é aceitável ou não o é.

É fácil criticar tudo o que até hoje se propôs;
mas é muito difícil apresentar algo que não se possa criticar do mesmo modo.

Há outra possibilidade?
Creio que sim.
É possível propor uma abordagem que não estabelece um critério nítido para aceitar ou recusar um suposto fenómeno, mas ao mesmo tempo não apaga todas as distinções.

Os critérios usuais de demarcação entre ciência e pseudo-ciência são equivalentes a normas absolutas que estabelecem condições necessárias e suficientes para que uma coisa seja considerada científica.

As normas absolutas sobre a ciência são equivalentes a regras de atribuição de valor científico (ou epistémico) absoluto, porque estabelecem que em determinadas condições uma proposta tem valor científico (pode aceitar-se como ciência), e em outras condições não tem valor científico - ou tem valor científico negativo (não pode aceitar-se como ciência).

Tal tipo de critério proíbe na ciência determinados tipos de coisas, e obriga a que sejam satisfeitas determinadas condições para que algo seja aceitável como ciência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 21, 2013 9:40 pm

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Critérios relativos (brandos)

Geralmente se admite de forma tácita que sem critérios rígidos como esses é impossível escapar ao relativismo.

No entanto, há outras possibilidades.

É possível empregar valores científicos (ou epistémicos) relativos, que permitem a avaliação e o planeio das investigações, mas que não estabelecem uma fronteira clara entre ciência e pseudo-ciência.

Esta nova abordagem propõe o emprego de regras relativas ou comparativas de atribuição de valor científico (ou valor epistémico) que não estabelecem condições necessárias para que uma proposta seja considerada científica.

Vejamos como é possível formular regras de valor científico relativo.

Tomemos o primeiro critério (Cl) que recém analisamos e o transformemos numa regra não proibitiva de comparação de valor científico:

Cl*. Se um suposto fenómeno pode ser repetido ou reproduzido de forma regular, em condições conhecidas, então tem um valor científico maior do que nos casos nos quais o suposto fenómeno não pode ser reproduzido de forma regular, em condições conhecidas.

Esta é uma forma mais branda do critério que tinha sido examinado.

Se alguém aceita da forma forte deste critério (Cl), tem que aceitar também a forma branda (Cl *), mas o inverso não é verdadeiro.

É possível aceitar a forma branda sem aceitar a forma forte do critério.

O segundo critério (C2) introduzia uma nova condição:
a compatibilidade do fenómeno com as teorias científicas admitidas.

Esta seria uma condição necessária para a aceitação do fenómeno dentro do campo científico.

A forma branda e comparativa do mesmo critério é:

C2*. Se um suposto fenómeno pode ser conciliado com as teorias científicas admitidas, então tem um valor científico maior do que se o suposto fenómeno não pode ser conciliado com as teorias científicas admitidas.

Como no caso anterior, a forma forte do critério (C2) implica a forma macia (C2*).

No entanto, possível aceitar a forma branda sem aceitar a forma forte do critério.

Os dois critérios macios não permitem estabelecer uma fronteira entre fenómenos e pseudo-fenómenos, mas permitem comparar supostos fenómenos e atribuir-lhes diferentes valores científicos.

Esses critérios podem ser empregados tanto para comparar entre sim fenómenos que geralmente se aceitam como reais, como para comparar fenómenos que se aceitam com outros que não são geralmente aceitados como reais.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 21, 2013 9:41 pm

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É possível adicionar muitos outros critérios comparativos de valor científico, como por exemplo:

C3*. Se um suposto fenómeno não pode ser repetido ou reproduzido de uma forma totalmente regular em condições conhecidas, mas exibe uma regularidade estatística, então tem um valor científico maior do que se o suposto fenómeno não exibe uma regularidade estatística.

Os critérios comparativos de valor científico podem ser descritos de forma mais sucinta.
Podemos simplesmente apresentar uma relação das características que incrementam o valor científico de uma afirmação sobre a existência de um facto.

As características que aumentam o valor científico (ou a aceitabilidade racional) de um suposto fenómeno são:

V1. Poder ser repetido ou reproduzido de uma forma regular em condições conhecidas.
V2. Poder ser conciliado com as teorias científicas admitidas.
V3. Exibir uma regularidade estatística, se não é totalmente regular.

Nas propostas anteriores de critérios metodológicos ou epistemológicos para diferenciar a ciência da pseudo-ciência é geralmente possível encontrar critérios absolutos que podemos transformar em critérios relativos.

Por exemplo:
Langmuir propôs que na ciência patológica “O fenómeno estudado é muito débil e ocorre somente com causas débeis”.

Podemos formular um critério comparativo mais brando, afirmando que “Quando o suposto fenómeno estudado é muito débil e ocorre somente com causas débeis, isto diminui o valor científico do fenómeno” ou, inversamente, que “Quando o suposto fenómeno estudado é forte e ocorre com causas fortes, isto aumenta seu valor científico”.

Empregando a análise de Langmuir podemos indicar outras características que diminuem o valor científico (ou a aceitabilidade racional) de um suposto fenómeno:

• É muito débil e ocorre somente com causas débeis.
• O efeito não depende da intensidade da causa.
• É muito difícil detectar o efeito
(está cerca do limite de detecção).
• É necessário fazer muitas medições para notar o efeito, por análise estatística.

A presença de cada uma das características que incrementam o valor científico de um suposto fenómeno proporciona argumentos adicionais para a aceitabilidade do fenómeno.

Inversamente, a ausência de cada uma delas (ou a presença das características que diminuem o valor científico) proporciona argumentos adicionais para recusar o fenómeno (ou para classificá-lo como pseudo-fenómeno).

Mas nenhuma das condições (nem todo o conjunto das condições) é suficiente para aceitar um suposto fenómeno como real, nem para recusá-lo como irreal.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 21, 2013 9:41 pm

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Na história da ciência houve supostos fenómenos que tiveram um aumento gradual de seu valor científico, até sua incorporação no campo dos fenómenos aceitados como reais.

Um exemplo foi a influência das descargas eléctricas sobre as agulhas imantadas.

As primeiras descrições deste suposto fenómeno descreviam episódios sobre efeitos estranhos atribuídos a raios.

Quando se tentou produzir efeitos semelhantes com descargas eléctricas artificiais, os resultados foram muito irregulares e incompreensíveis.

Somente no ano 1820 o físico Oersted pôde estabelecer as condições em que o fenómeno podia ser repetido.

Há casos em que um suposto fenómeno não sofre nenhum aumento de seu valor científico durante um longo tempo.

Nesses casos, o progresso no estudo do fenómeno se estancou. Se isso sucede quando o suposto fenómeno ainda não satisfez muitas condições de valor científico, os cientistas podem perder o interesse pelo suposto fenómeno e relegá-lo ao esquecimento.

O estudo dos supostos fenómenos progride quando os pesquisadores se dedicam com sucesso a incrementar seu valor pela adição de características positivas e pela redução de características negativas.

Observações finais

É possível desenvolver uma análise mais e mais detalhada das condições que intensificam o valor científico (ou a aceitabilidade racional) de um suposto fenómeno.

Esse tipo de análise permite guiar a investigação do fenómeno e permite avaliar comparativamente os resultados obtidos.

Não é possível empregar esse tipo de análise para afirmar positivamente a existência de um suposto fenómeno nem para negar claramente que ele exista.

Os critérios comparativos não permitem distinguir um fenómeno de um pseudo-fenómeno e consequentemente não permitem distinguir a ciência da pseudo-ciência.

Mas os critérios comparativos permitem comparar os supostos fenómenos estudados pela parapsicologia com os supostos fenómenos estudados pela física tradicional e permitem estabelecer que os últimos têm (sempre ou geralmente) um valor científico (ou nível de aceitabilidade racional) maior que os primeiros.

Deste modo é possível justificar juízos de mérito comparativo e negar o relativismo radical.

Este tipo de abordagem apresentada aqui é compatível com o carácter provisório do conhecimento científico.

Se alguém adopta esta abordagem, não pode assumir uma atitude arrogante frente à pseudo-ciência, já que não há critérios nítidos que permitam estabelecer se os supostos fenómenos aceitos pela ciência são reais e se os supostos fenómenos negados pela ciência são falsos.

Esta abordagem proporciona ferramentas de análises critica, permite que um avalie a proposta de existência de um novo fenómeno e dirija sua investigação, sem permitir que alguém conclua de modo definitivo se o fenómeno existe ou não.

Evidentemente o que se apresentou aqui é somente um projecto de análise que não foi ainda desenvolvido.

Será necessário discutir as falhas mais evidentes desta abordagem e trabalhar muito para poder proporcionar algo que possa ser efectivamente útil na análise dos problemas epistemológicos relativos às pseudo-ciências.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 21, 2013 9:42 pm

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Agradecimentos

O autor agradece o suporte recebido da FAEP/UNICAMP para a apresentação deste trabalho, e agradece assim mesmo ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil (CNPq), cujo apoio permitiu a realização desta investigação.

Nota

[1]
Mas se tudo é socialmente construído, a diferença entre ciência e pseudo-ciência é ilusória, ou representa somente uma diferença de opinião momentânea sobre o que existe ou não existe.

Bibliografia

Boíl, Marcel. L’occultisme devant la science. Paris: Presses Universitaires de France, 1951.
Gardner, Martin. Fads and fallacies - in the name of science. New York: Dover, 1957.

Goodman, Neison. Fact.fiction, and forecast. 3ª ed. Indianapolis: Bobbs-Merrill, 1973.
Grim, Patríele (ed.). Philosophy of science and the ocoult. 2° ed. Albany: State University of New York Press, 1990.

Gross, Paul R., Levitt, Norman & Lewis, Martin W. (eds.). The flighi from science and reason. New York: The New York Academy of Sciences, 1996. [Se publicó este libro en la forma de un volumen especial (vol. 775, June 1996) de Annals of the New York Academy of Sciences.]

Hiñes, Terence. Pseudoscience and the paranormal. Amherst, NY: Prometheus Books, 1998.
Hyman, Ray. The elusive quariy. A scientific appraisal of psychical research. Buffalo, NY: Prometheus Books, 1989.

Langmuir, Irving. “Palhological science”. Editado por Robert N. Hall. Physics Today Al (n. 10): 36-48,October 1989.
Popper, Karl R. The logic of scientific discovery. London: Hutchinson, 1959.

Publicado originalmente de pp. 317-328, in: CARACCIOLO, Ricardo & LETZEN, Diego (eds.).
Epistemologia e Historia de la Ciência. Selección de Trabajos de las XI Jornadas. Vol. 7.
Córdoba: Universidad Nacional de Córdoba, Facultad de Filosofia y Humanidades, 2001.

Disponível online em espanhol em= http://ghtc.ifi.unicamp.br/pdf/ram-83.pdf] http://ghtc.ifi.unicamp.br/pdf/ram-83.pdf

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 22, 2013 10:03 pm

Esta página é a tradução do artigo de Winston Wu disponível aqui.
Os argumentos 7 a 15 foram traduzidos gentilmente por Giselle Fachetti Machado, médica ginecologista e obstetra.
Agradeço enormemente.

Refutando os Argumentos pseudo-cépticos Contra o Fenómeno Psíquico e Paranormal
Revisado em 2004

Por Winston Wu
(WWu777@aol.com)

Índice

Introdução


      •       Como esse artigo veio a ser escrito
      •       O verdadeiro céptico vs. O falso céptico
      •       Tácticas comuns dos pseudo-cépticos


Secção 1: Argumentos gerais contra o paranormal

Argumento  1:  É irracional acreditar em algo que não tenha sido provado.
Argumento  2: Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias

•       Evidência extraordinário para o fenómeno 4

Argumento  3:
A regra da lâmina de Occam
Argumento  4: A táctica da falsa comparação com o unicórnio invisível cor-de-rosa/ Papai Noel
Argumento  5: O argumento “as evidência anedóticas são inválidas”

•        Factores de medida do grau de confiança na evidência anedótica


Argumento  6:
O argumento da maleabilidade da memória para descrédito das evidências anedóticas
Argumento  7: Exclusão automática dos argumentos paranormais é devido a uma das seguintes possibilidades:
1) Erro; 2) Fraude; 3) Alucinações.

Argumento  8: Não existem evidências sólidas que comprovem qualquer fenómeno paranormal
Argumento  9: A ciência é o único método confiável

Argumento  10: Os fenómenos paranormais e super naturais são impossíveis pois contradizem todas as leis naturais conhecidas a partir do método científico

Argumento  11: Inexplicado não significa inexplicável
Argumento  12: Os cépticos não têm crenças.
Eles/Eu baseiam seus pontos de vista e julgamentos no grau de evidência

Argumento  13: Um mito comum é que cepticismo é cinismo.
Não é. Cepticismo é um método de investigação

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 22, 2013 10:06 pm

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Argumento 14:/[b] Aqueles que acreditam no paranormal estão pensando primitivamente, irracionalmente, infantilmente e de forma desinformada
[b]Argumento 15:
Os cépticos defendem a ciência e a razão de uma onda de irracionalidade

Secção II:
Argumentos contra fenómenos paranormais específicos

Argumento 16:
Psíquicos e médiuns usam uma técnica chamada de leitura fria para espantar com pistas precisas, não poderes psíquicos
Argumento 17: Experiências que mostram evidências de psíquico têm de ter réplicas para valerem como provas
Argumento 18: Nenhum fenómeno paranormal foi demonstrado sob condições controladas

Argumento 19: Milagres são impossíveis e desafiam tudo o que sabemos sobre ciência e anatomia
Argumento 20: Práticas médicas alternativas só funcionam devido ao efeito placebo
Argumento 21: A explicação céptica para preces atendidas

• Minha própria teoria de como e porquê a prece funciona

Argumento 22:
A explicação céptica para sonhos premonitórios
Argumento 23: A hipótese da potencial morte do cérebro para experiências quase-morte
Argumento 24: Não há essa coisa de alma ou espírito que vivem depois da morte.
A consciência é puramente neurológica e nada mais.

Argumento 25: Experiências espirituais só existem na mente, não numa realidade externa
Argumento 26: As filosofias da Nova Era são fantasias infantis para lidar com a um mundo frio e insensível.
Argumento 27: Não há nenhuma prova que suporte a existência de ovnis ou a noção de que somos visitados por extraterrestres

Argumento 28: Uma vez que a Evolução e selecção natural são suficientes para explicar as origens da vida, não há a necessidade de Deus para explicar a questão.

Argumento 29: Ateus não têm a crença de que Deus não existe.
Um ateu é alguém sem a crença em Deus ou a quem falta essa crença.
Daí que a necessidade da prova de Deus cabe ao teísta, não ao ateísta.

Argumento 30: O argumento do desafio psíquico de um milhão de dólares de James Randi

Conclusão

Novos desenvolvimentos e pesquisas


Links para sites pseudo-cépticos e paranormais


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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 22, 2013 10:08 pm

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Introdução

Olá e obrigado por sua atenção. Meu nome é Winston Wu.

Eu sou um pesquisador e explorador do paranormal, metafísicos, física quântica, pesquisa da consciência, do campo de consciência superior, da filosofia e religião.

Este artigo refuta a maior parte dos argumentos comuns feitos por pseudo-cépticos
(aqueles que afirmam serem cépticos mas de facto são cínicos, zombadores) no que diz respeito aos fenómenos psíquicos e paranormais, e mostra as falhas e limitações na sua forma de pensar e metodologia.

Listei os seus argumentos mais comuns um por um e apontei os seus problemas baseado em anos de experiência debatendo e discutindo com eles.

Como primeiro pensamento, deixe-me lhe dizer como eu vim a escrever este artigo.


Como este artigo veio a ser escrito

Eu sempre tive um espírito de aventura e interesse em coisas esotéricas.
E eu sempre fui arrastado para a espiritualidade, religião, e a busca por significados.

Comecei na minha infância como um cristão evangélico fundamentalista, que me deu estrutura e um senso sólido de propósito que eu precisava na época.

Quando eu fiz 19 anos, eu senti que as doutrinas absolutistas de minha fé eram muito limitantes e tacanhas para mim, e não permitindo aprender nada de novo sem medo.

Isso começou um lento processo de desconversão, o que me fez virar agnóstico por um tempo.

Você pode ler minha história descrevendo minha experiência de desconversão chamada Minha Conversão ao Cristianismo e Minha Transcendência Dele em http://www.angelfire.com/me2/mccl/index.html ou http://www.geocities.com/wwu777us/My_Rise_to_Christianity_and_Transcendence_From_It.htm.

Também, eu terminei um longo tratado similar a este, desancando e refutando os principais argumentos dos fundamentalistas cristãos e evangélicos, chamado Refutando os Argumentos de Cristãos Fundamentalistas, Evangélicos, e Apologistas em http://www.geocities.com/wwu777us/Debunking_Christian_Arguments.htm.

Desde então, eu sempre fui um oponente crítico das tácticas de lavagem cerebral, depois de ter sido meu cérebro lavado inúmeras vezes, mas aprendendo com isso a cada vez.

Como resultado, eu tenho escrito contra scams e práticas obscuras de negócios como finanças estendidas e marketing multi-nível.

Veja The Truth Exposed About Sears Maintenance Agreements and other extended warranties (ou a versão editada de Affairs do Consumidor em http://www.consumeraffairs.com/retail/sears_maint_con.html) e 12 Reasons Why Sears Maintenance Agreements are a Scam.

Também The Truth Behind the Smoke and Mirros of Multi-Level and Network Marketing.
Para meus outros escritos e links, veja minha home page em http://www.geocities.com/wwu777us.

Após minha desconversão do Cristianismo, eu achei que o paradigma ateísta não tinha as respostas para os mistérios da vida ou sequer para fenómenos inexplicados, eu sabia que este paradigma também era insuficiente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 23, 2013 10:01 pm

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Nem o ateísmo e nem o cristianismo evangélico pareceram adequados, mas curiosamente a maioria dos americanos pensa que estes são os únicos dos sistemas de crença possíveis de escolher.

Percebendo que havia muitas coisas que não podiam ser explicadas pelo convencional ou explanações científicas, eu comecei a procurar respostas em formas não organizadas de espiritualidade.

Após mais pesquisa e questionamentos, eu descobri muitas coisas fascinantes e novos paradigmas que ajustavam-se aos dados inexplicados, e que me deram uma visão mais compreensiva da realidade e espiritualidade.

Eu descobri que havia de fato uma poderosa evidência (algumas das quais são irrefutáveis) de que alguns fenómenos paranormais são genuínos e têm uma base, tanto cientificamente quanto em termos de evidência anedótica.

Para tentar encontrar a compreensão do outro lado, (que é o que se deve fazer quando se procurar aprender algo em profundidade), fui ter com cépticos para perguntar o que tinham a dizer e também para ver algumas das suas leituras.

Eu descobri que o que eles diziam só fazia sentido superficialmente, e que era muito diferente do que lera sobre fenómenos paranormais, dos registos de experiências paranormais de pessoas comuns (algumas que conheço e confio), e de minhas próprias experiências.

De forma a encontrar algum sentido em duas perspectivas tão diferentes quanto discutíveis, tentei entrar pelos detalhes e pelas evidências.

O que encontrei foi que, embora tanto cépticos como crentes possam ser mentes fechadas e com tendência para deixar de lado aquilo em que não acreditam, em ambos os casos as evidências objectivas do paranormal são incrivelmente fortes e inegáveis em muitas áreas.

(Embora o enfoque principal desde artigo seja criticar argumentos cépticos, as evidências paranormais também serão visadas.
Se tem alguma dúvida ou questão sobre algum fenómeno paranormal em particular ou quer conhecer provas sobre algum deles, esteja à vontade para me mandar um email através do endereço acima abaixo do título e eu tentarei responder
).

À medida que ficava com mais conhecimentos sobre evidências de vários tipos de fenómenos paranormais, apresentava aos cépticos tanto em mensagens ou newsgroups da internet.

O que resultou daí foi uma enxurrada interminável de argumentos de ambos os lados, com cada um a apresentar factos que suportavam o seu lado e a negar os factos do outro lado.

Isto é típico dos debates em geral, sem dúvida, mas uma vez que existem tantos tipos de fenómenos paranormais, a abrangência do tópico foi grande e diversa o suficiente para se formarem discussões contínuas e interessantes.

Consequentemente, as discussões duraram muito mais do que o previsto.
Não só havia muitos tópicos em discussão, mas eu continuava a encontrar mais e mais qualidade nas provas que suportavam o meu ponto de vista.

Tudo isto se tornou um fascinante e educativo hobby.

Durante as discussões e debates, eu me dirigi para materiais cépticos como O Dicionário Céptico http://www.skepdic.com/, edições da Skeptical Inquirer publicada pelo CSICOP http://www.csicop.org/, artigos pelo infame refutador do paranormal James Randi http://www.randi.org/, e outros.

Após um tempo, eu desenvolvi um reconhecimento forte e arrebatei o seu sistema de argumentos filosóficos e os sensos comuns nele.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 23, 2013 10:03 pm

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Após ouvir quase todos os argumentos que eles usam, eu aprendi como respondê-los a ponto de isto ser natural para mim.

Eu conhecia suas forças e fraquezas, assim como um jogador de xadrez profissional conhece os pontos fortes e fraquezas das posições das peças do seu adversário.

Por quase 3 anos, tenho debatido com cépticos desde duvidosos sinceros à procura da verdade (como eu), até aqueles que cinicamente se mascaram de cépticos e cuja ideia já está formada mesmo antes de verem as evidências.

Cépticos que usam estes argumentos incluem duvidosos sinceros, cínicos, derrotistas, ateístas, humanistas, certos cientistas baseados em perspectivas mundanas materialistas e redutoras, aqueles para quem a ciência é o seu Deus (apesar de não o admitirem), cientistas materialistas, aqueles que odeiam religião, etc.

Agora nós os chamamos de “pseudo-cépticos”, porque apesar de eles posarem como cépticos, seu cepticismo é “pseudo”, significando “Falso ou forjado; engano” (Dicionário Americano Heritage).
Daí o título deste tratado.

Eventualmente, eu percebi que aquele cepticismo não era uma investigação aberta pela verdade, mas ainda uma filosofia que eles usavam para manipular dados para manter suas crenças.

Esta filosofia era naturalmente pseudo-intelectual e usada para desacreditar e invalidar tanto quem alega quanto a evidência.

Curiosamente, estes cépticos parecem pensar que eles podem usar semânticas e regras de sua filosofia para apagar a realidade da evidência!

Eles pensam que eles podem invalidar eventos objectivos da vida real e evidencial de natureza paranormal colocando notas nelas ou citando algum teorema ou axioma como “a evidência anedótica é inválida”, “apelo à autoridade”, “falácia do argumento ad populum ” etc.

Em efeito, eles tentaram usar semânticas para apagar a realidade objectiva.
Infelizmente para eles, a realidade não funciona desse jeito.

(De facto, após a versão original deste artigo que foi escrito em 2001, um céptico chamado Paul Sandoval tentou refutar meus argumentos publicando seu artigo: http://www.skepticreport.com/tools/winstonwu.htm

Como você pode ver, ele simplesmente faz mais do mesmo, citando axiomas, teoremas, e colocando notas nas coisas, nenhuma das quais invalidando meus argumentos ou apagando as evidências pela existência do fenómeno paranormal.

Em outras palavras, ele usa notas e semânticas para refutar meus argumentos ao invés de factos ou lógica.
De certo modo, pessoas que fazem isso estão “em seu próprio mundo”, por assim dizer.
)

Era óbvio que estes cépticos não estavam procurando pela verdade e nem sequer estavam abertos a elas.

Ao invés disso, eles estavam sistematicamente tentando refutar qualquer coisa que não se encaixasse a priori em suas firmes visões materialistas.

Além disso, eles não faziam perguntas de natureza exploratória, mas ao invés disso, eles insultavam e atacavam os crentes e faziam afirmações e julgamentos sobre suas experiências paranormais.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 23, 2013 10:04 pm

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Eles já tinham feito suas cabeças de antemão, e somente aceitariam as evidências que embaçasse suas conclusões.

Um verdadeiro céptico e buscador da verdade analisa ambos os lados e muda suas visões e opiniões conforme os factos, enquanto que um pseudo-cépticos por outro lado manipula os factos para se encaixarem em suas crenças, usando também observação selectiva.

Então eu repentinamente percebi naquela época que nenhum livro ou uma profunda análise havia sido escrita para directamente conter os argumentos e a filosofia dos cépticos organizados e dos refutadores.

Haviam alguns poucos artigos escritos sobre cépticos mente-fechada em geral, mas nenhuma crítica profunda refutando ponto a ponto refutando seus argumentos.

Para quase qualquer outro sistema de crenças organizado, havia livros escritos analisando seus mandamentos e doutrinas, mas nenhum para o cepticismo organizado.

Então, eu decidi ser o primeiro a escrever sobre isso, fazendo uso do meu conhecimento que eu ganhei ao longo dos anos e de minhas habilidades debatendo.
Eu senti que ser o primeiro em alguma coisa seria uma realização a qual eu seria inspirado fazer.

E foi desse modo que esse artigo foi escrito.
A primeira versão foi escrita em 2001.
Esta agora é a versão de 2004, e inclui muitas actualizações e revisões da versão original.

(Desde a primeira versão deste artigo em 2001, eu tenho sido entrevistado sobre isso em uma série de shows de rádio, o mais recente destes foi no Conversas Fantasmagóricas pelo Rádio.

O show foi muito bem e todos nós tivemos um óptimo retorno.
Você pode ouvir minha entrevista online nos arquivos do website deles
(Na lista de arquivos, baixe a barra de rolagem para mostrar o número 91 para minha entrevista).

Ou você pode tentar estes links que o levarão directamente para a minha entrevista (parte 1) http://www.ghostlytalk.com/archives/gtii911.mp3, (parte 2) http://www.ghostlytalk.com/archives/gtii912.mp3.

Com a excepção de programas pro-paranormais sensacionalistas, a estes cépticos é com frequência dada a oportunidade de apresentar os seus argumentos e explicações na mídia, revistas nacionais e certos programas de televisão, sem que haja refutação da outra parte, mesmo que as suas explicações sejam contraditórias aos factos em causa.

Como resultado, há muitas vezes um desequilíbrio na apresentação dos fenómenos psíquicos e paranormais na mídia, deixando a maior parte dos espectadores e crentes desinformados.

Este artigo tenta contrariar o desequilíbrio.

É escrito para a educação e conhecimento do crente que lida com os cépticos, e para os cépticos que estejam dispostos a ouvir contra-argumentos sobre as suas posições.

Antes de começar, quero deixar claro que não tenho, honestamente, nada contra os cépticos.
É saudável ter uma certa dose de cepticismo para nos protegermos de esquemas, vigaristas, publicidade enganosa, afirmações falsas, precipitarmos conclusões, etc.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 24, 2013 8:59 pm

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Mas quando o cinismo mente-fechada vem mascarado de cepticismo, torna-se um empecilho para encontrar a verdade e para uma investigação de mente aberta.

Entretanto, aqueles que são novos a este assunto podem não serem capazes de discernir a diferença entre um cepticismo aberto e honesto e um pseudo - cepticismo de mente-fechada.

Por isso, vamos ver as diferenças entre os dois.

O verdadeiro céptico vs. O pseudo-cépticos

De acordo com o Webster's Revised Unabridged Dictionary, um céptico é:
“Alguém que ainda está indeciso sobre o que é verdadeiro;
alguém que está observando ou investigando o que é verdade;
um inquiridor sobre factos ou razões.”


Essa definição de um céptico encaixa-se em mim e a outros pensadores críticos que analisam ambos os lados na busca da verdade ou ao menos a uma perspectiva mais larga.

Entretanto, os pseudo-cépticos como os do CSICOP e Randi não são deste tipo.
Suas palavras e acções não são consistentes com a definição padrão de um céptico acima.

O que eles têm é mais parecido com um cinismo que fecha suas mentes de modo que qualquer coisa que não caiba em sua vista do mundo seja classificada automaticamente como má observação, engano, ou fraude.

Não procuram compreender, mas procuram preferivelmente desacreditar e invalidar.
Seu cepticismo é chamado "pseudo-cepticismo".
De acordo com o dicionário americano Heritagw, o termo "pseudo" significa "falsos ou forjados; falsificação."

Consequentemente, estes desmistificadores são uma forma falsa do cepticismo.
Não estão procurando a verdade ou sequer realizar investigações com a mente aberta, só querem desacreditar o que não cabe em sua visão.

Naturalmente, cada céptico vai dizer que são cépticos verdadeiros e de mente aberta, mas a prova do pudim está em suas acções, como raciocinam, e no sistema da filosofia que se usam, que você pode reconhecer a partir do argumento I deste artigo.

De facto, estão aqui alguns traços típicos de cépticos verdadeiros e de pseudo-cépticos:

• Verdadeiros cépticos / cépticos de mente aberta

Traços típicos:
dúvida honesta, questionamento e investigação dos dois lados, considera as evidências em todos os lados e analisa seus bons/maus pontos, fazendo perguntas exploratórias, aceitação de evidências, bom senso comum, não julgamento, busca a verdade.

• Pseudo-cépticos / cépticos de mente fechada
(também conhecidos cépticos de mente fechada, desmistificadores, materialistas hard core, escárnios, ateístas).

Traços típicos:
descartam automaticamente todas as reivindicações paranormais, predisposição para desacreditar todos os testemunhos de natureza paranormal, negação de qualquer uma e de toda a evidência, escárnios, passando um ar de racionalidade superior, julgamento sobre coisas que eles conhecem pouco ou nada, extrair rapidamente conclusões sem evidência, usando a semântica filosófica para ganhar argumentos e invalidar experiências paranormais ou espirituais.

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