LUZ ESPÍRITA
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Iniciação à doutrina espírita: 5 - Aspecto Religioso do Espiritismo/Astolfo Olegário de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 10:32 am

Nos Evangelhos o que importa são os ensinos morais de Jesus
9. João parece ter recebido, ao escrevê-lo, influência bastante forte de uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos do judaísmo, cuja expressão se redescobriu recentemente nos documentos essénios de Qumrã, nos quais se atribui uma importância especial ao conhecimento.

10. A respeito do assunto, escreveu Emmanuel: “As peças nas narrações evangélicas identificam-se naturalmente, entre si, como partes indispensáveis de um todo, mas somos compelidos a observar que, se Mateus, Marcos e Lucas receberam a tarefa de apresentar, nos textos sagrados, o Pastor de Israel na sua feição sublime, a João coube a tarefa de revelar o Cristo Divino, na sua sagrada missão universalista” (O Consolador, questão 284).

11. Na introdução de seu livro O Evangelho segundo o Espiritismo, asseverou Allan Kardec: “Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os actos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas, e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objecto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas”.

12. A advertência do Codificador do Espiritismo vem bem a propósito nestes tempos em que têm surgido tantas controvérsias sobre os actos comuns da vida do Cristo e os personagens que dela fizeram parte, porque para nós o que é realmente importante nos Evangelhos são os ensinamentos morais que eles contêm, e é neles que podemos encontrar os recursos que nos porão no caminho infalível da felicidade esperada. As controvérsias referidas podem interessar ao cinema e aos ficcionistas, mas nenhuma relevância têm para o cristão consciente do seu
papel e dos seus deveres.

Questões para fixação da leitura
1. Em quantas partes pode ser dividido o Novo Testamento?
O Novo Testamento pode ser dividido em duas partes:
os Evangelhos e os Escritos Apostólicos. Os Evangelhos surgiram nesta ordem: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os Escritos Apostólicos são constituídos pelos Actos dos Apóstolos, escritos por Lucas entre os anos 62 e 63 d.C., pelas Epístolas e pelo Apocalipse.

2. Quais Evangelhos são chamados de sinópticos e por que se lhes dá esse nome?
São três os evangelhos sinópticos: os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. São eles chamados de sinópticos porque permitem uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões. O Evangelho de João, o último dos quatro, constitui uma obra singular e obedece a um plano diferente.

3. Além dos Evangelhos reconhecidos pela Igreja como divinamente inspirados, quantos são os Evangelhos chamados apócrifos?
O número real varia. Fala-se em cerca de vinte textos os chamados Evangelhos apócrifos, número esse que no século III Orígenes dizia ser muito maior e Fabrícius estimava em trinta e cinco.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 10:32 am

4. Em que aspecto o Evangelho de João se diferencia dos demais?
Os Evangelhos sinópticos acham-se fortemente impregnados do pensamento judeu-cristão inerente aos apóstolos, enquanto o Evangelho de João se inspira em influência diferente e, apesar de ser bem mais complexo, dirige-se aos cristãos em geral. João parece ter recebido, ao escrevê-lo, influência bastante forte de uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos do judaísmo, cuja expressão se redescobriu recentemente nos documentos essénios de Qumrã, nos quais se atribui uma importância especial ao conhecimento.

5. Em quantas partes, segundo Kardec, podem dividir-se as matérias contidas nos Evangelhos?
Podem – diz Kardec – dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os actos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas, e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido, ao longo dos tempos, objecto de controvérsias. A última, porém, conservou-se constantemente inatacável e diante dela a própria incredulidade se curva. É um terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais constituiu matéria das disputas religiosas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 10:32 am

10 – A moral cristã
Sumário: Virtudes que, segundo Kardec, resumem a moral ensinada por Jesus. – A importância para nós da prática da caridade. – Conceito de caridade segundo Jesus. – O Sermão da Montanha e sua mensagem.

A moral de Jesus resume-se na caridade e na humildade
1. No dizer de Cairbar Schutel, Jesus foi o maior revolucionário que apareceu no mundo. Mas a revolução cristã, segundo Cairbar, “é a execração do ódio e a proclamação do amor; é a bandeira da fraternidade universal, flutuando na Inteligência, sob a paternidade de Deus”. Espírito incomparável em sabedoria e em virtudes, Jesus foi escolhido por Deus para trazer a lei da reforma social à Terra a fim de que possam imperar no lar, na sociedade e nas nações os preceitos de amor recíproco em plena actividade para a evolução da Humanidade.

2. Os princípios essenciais da doutrina cristã acham-se claramente enunciados nos Evangelhos. Para Jesus, toda a religião, toda a filosofia, numa só palavra, consistem no amor. Sob a suave e meiga palavra do Cristo, impregnada toda ela do sentimento da natureza, sua doutrina se reveste de um encanto irresistível e penetrante. Saturada de terna solicitude pelos fracos e pelos deserdados, glorifica a pobreza e a simplicidade e ensina que a riqueza é um estorvo que pode, quando não bem administrada, impedir os voos da alma e retê-la longe do reino de Deus. A renúncia e a humildade, ao contrário, desatam esses laços e facilitam a ascensão da criatura humana para a luz.

3. A doutrina evangélica atravessou os séculos como a expressão máxima do espiritualismo, o supremo remédio para os males terrestres, a consolação das almas aflitas na travessia da vida, semeada de tantas lágrimas e angústias.
A Boa Nova ressuma esperança, pois é a história do homem angustiado que suplica e, na medida em que pede, recebe a resposta de Jesus na forma de socorro lenificador incessante, como uma dádiva de Deus para a libertação do ser.

4. Kardec ensina que toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Com efeito, em todos os seus ensinos, o Mestre aponta a caridade e a humildade como sendo as virtudes que conduzirão o homem à eterna felicidade, ao mesmo tempo em que não se cansa de combater o orgulho e o egoísmo.

Jesus indica a caridade como condição absoluta da felicidade futura
5. Com respeito à caridade, é bom que se frise, Jesus não se limitou a recomendá-la, mas a colocou claramente e em termos explícitos como a condição absoluta da felicidade futura, do que se conclui que sendo caridosos e humildes estaremos vivenciando o Cristianismo no seu sentido mais amplo, que é a prática da lei do amor.

6. A caridade, como bem sabemos, não se restringe à esmola ou à beneficência, porque ela deve abranger todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Como explicaram os Espíritos superiores, a caridade, tal como a entendia Jesus, significa benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas:
- Benevolência com todos porque somos todos irmãos e é assim que nosso Pai deseja que nos tratemos.
- Indulgência para com os outros porque, como nós ainda cometemos muitos erros, precisamos também da indulgência alheia.
- Perdão das ofensas porque a atitude contrária ao perdão faz mal àquele que não consegue perdoar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 10:32 am

7. Embora Jesus recorresse quase sempre ao recurso das parábolas, porque nem todos possuíam evolução espiritual necessária para apreender as verdades evangélicas em toda a sua profundidade, o Mestre não deixou dúvida alguma sobre a necessidade da caridade e do amor ao próximo como condições para o ingresso da criatura humana no chamado Reino dos céus.

8. Lembremos, a propósito disso, os ensinamentos que se seguem:
“Nem todos os que dizem: Senhor, Senhor! entrarão no reino dos céus; mas sim os que fazem a vontade do meu Pai que está nos céus.” (Mateus, 7:21.)
“Assim, todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática, será semelhante a um homem ajuizado, que constrói sua casa sobre a rocha. Cai a chuva, correm as enxurradas, sopram os ventos que se lançam contra essa casa. Mas ela não desaba, porque está construída sobre a rocha.” (Mateus, 7:24-25.)
“Portanto, tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas.” (Mateus, 7:12.)
“Então, o rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era estrangeiro e me acolhestes. Estava nu e me vestistes, doente e me visitastes, na prisão e me viestes ver.” (Mateus, 25:34-36.)

O Sermão da Montanha contém a síntese dos ensinos morais do Cristo
9. Não podemos, por fim, deixar de mencionar o Sermão da Montanha, que o evangelista Mateus registrou nos capítulos 5, 6 e 7 do seu Evangelho, no qual Jesus compôs, com a simplicidade da sabedoria autêntica e com a profundidade da verdade revelada, uma síntese das leis morais que regem a evolução humana.

10. No Sermão da Montanha deparamo-nos com cinco temas principais:
a. o espírito que deve animar os filhos do Reino
b. o espírito com que devem eles cumprir as leis e as práticas do judaísmo
c. o desprendimento das riquezas
d. as relações com o próximo
e. a necessidade de entrar no Reino por uma decisão corajosa que se traduza em actos.

11. Gandhi, o inesquecível líder hindu, afirmou certa vez que o Sermão da Montanha é a mais bela página da Humanidade e que por si só preservaria os patrimónios espirituais humanos, ainda que se perdessem os livros sagrados de todas as religiões.

Questões para fixação da leitura
1. Quais são as virtudes que, segundo Kardec, resumem a moral ensinada por Jesus?
Kardec ensina que toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.

2. Que importância tem para nós a prática da caridade, segundo os ensinamentos de Jesus?
Jesus não se limitou a recomendar a prática da caridade, mas a colocou claramente e em termos explícitos como a condição absoluta da felicidade futura, do que se conclui que sendo caridosos e humildes estaremos vivenciando o Cristianismo no seu sentido mais amplo, que é a prática da lei do amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 10:32 am

3. A caridade não se restringe à esmola. Qual é o conceito de caridade na visão dos Espíritos superiores?
Conforme explicação dada pelos Espíritos superiores, a caridade, tal como a entendia Jesus, significa benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

4. Mencione alguma passagem evangélica em que o amor ao próximo e a caridade estejam claramente mencionados por Jesus.
Eis três conhecidas passagens do Evangelho que tratam de forma explícita do assunto referido:
1) “Assim, todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática, será semelhante a um homem ajuizado, que constrói sua casa sobre a rocha. Cai a chuva, correm as enxurradas, sopram os ventos que se lançam contra essa casa. Mas ela não desaba, porque está construída sobre a rocha.” (Mateus, 7:24-25).
2) “Portanto, tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas.” (Mateus, 7:12).
3) “Então, o rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era estrangeiro e me acolhestes. Estava nu e me vestistes, doente e me visitastes, na prisão e me viestes ver.” (Mateus, 25:34-36)

5. Que contém o Sermão da Montanha e em qual evangelho ele é apresentado em sua totalidade?
No Sermão da Montanha, que contém uma síntese dos ensinos de Jesus, deparamo-nos com cinco temas principais: o espírito que deve animar os filhos do Reino; o espírito com que devem eles cumprir as leis e as práticas do judaísmo; o desprendimento das riquezas; as relações com o próximo; a necessidade de entrar no Reino por uma decisão corajosa que se traduza em actos. O Sermão está contido por inteiro nos cap. 5 a 7 do Evangelho de Mateus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:03 pm

11 – Adoração a Deus
Sumário: Prova da existência de Deus. – Dificuldade em compreendermos a natureza íntima de Deus. – Em que consiste a adoração a Deus. – Forma de adoração mais agradável ao Criador.

Somente com a evolução é que veremos Deus de forma diferente
1. Tema de abertura da principal obra do Espiritismo, Deus é definido de forma bastante clara pelos imortais como sendo a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas. A prova de sua existência, explicam os Espíritos superiores, encontramos num axioma que utilizamos em nossas ciências: “Não há efeito sem causa”. “Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá.” (O Livro dos Espíritos, questões 1 e 4.)

2. A questão de Deus é, com efeito, o mais grave de todos os problemas suspensos sobre nossas cabeças e cuja solução se liga, de maneira estrita e imperiosa, ao problema do ser humano e de seu destino. O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e sobre a vida é – no dizer de Leon Denis – o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia.

3. Diz-nos Pietro Ubaldi que só gradualmente conseguiremos entender a essência das manifestações do Criador quando, pelo desenvolvimento de nossas capacidades perceptivas e conceptuais, formos aprendendo a penetrar na profundidade das coisas. É, por isso, realmente maravilhoso que Espíritos ainda em acanhada condição evolutiva, como a nossa, tenhamos concebido desde sempre a certeza da existência de um Ser Superior que a tudo governa.

4. A princípio, essa ideia – inata no homem – é vaga e bastante abstracta. Com a evolução, através de múltiplas experiências reencarnatórias, passamos a ver Deus de maneira diferente. A sábia natureza limitou nossas percepções e nossas sensações e é de degrau a degrau, lentamente, que ela nos conduz no caminho do saber, ao conhecimento do Universo, seja o visível, seja o oculto.
Falta ao homem um sentido que lhe permita compreender Deus

5. Esse pensamento pode ser colhido nas respostas dadas pelos imortais às questões 10 e 11 de O Livro dos Espíritos:
Questão 10 – Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
– “Não, porque lhe falta para isso um sentido.”
Questão 11 – Um dia será dado ao homem compreender o mistério da Divindade? – “Quando seu Espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo dele, então ele o verá e o compreenderá.”

6. Para bem entender o significado da questão n. 10 – que afirma que falta ao homem um sentido que lhe permita a compreensão da Divindade – basta-nos lembrar que um cego de nascença não tem condições de definir a luz ou distinguir as cores, algo que as criancinhas podem fazer, justamente porque falta ao cego o sentido da visão. Se além de cego, fosse ele surdo, também lhe seria impossível distinguir os sons. Lembremos também que existem no reino animal seres que só possuem o sentido do tato e, no entanto, conseguem viver e sobreviver no meio em que se encontram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:03 pm

7. Chegaremos assim um dia, partindo de uma ideia primitiva de Deus, a um entendimento mais dilatado e superior, mas desde já podemos compreender que Deus, tal qual o concebemos, não é o deus do panteísmo oriental nem o deus antropomorfo, monarca do céu, exterior ao mundo, de que nos falam as religiões do Ocidente, visto que Deus, embora tenha criado o Universo, com ele não se confunde.

Adorar a Deus é elevar o pensamento até Ele, é aproximar-se dele
8. Esse grande Ser, absoluto, eterno, soberanamente justo e bom, que conhece nossas necessidades, que é sensível a nossas dores, é qual o imenso foco em que todos os seres, pela comunhão do pensamento e do sentimento, vêm haurir forças, o socorro, a inspiração necessária para os guiar na senda do destino, para os sustentar em suas lutas, consolar em suas misérias, levantar em seus desfalecimentos e quedas.

9. Se, como vimos anteriormente, a ideia de Deus é inata no ser humano, não é possível descrer da afirmação contida na questão 651 de O Livro dos Espíritos segundo a qual nunca houve povos ateus, porque sempre os homens compreenderam que acima de tudo há um Ente Supremo no Universo.

10. É evidente que, individualmente considerados, existem homens que negam a Deus, mas esses, em número ínfimo, nada mais são que indivíduos transitoriamente envoltos pelo manto da ignorância. Propõe-nos Pietro Ubaldi que digamos a alguém que pense assim: “Desperta e sentirás que Deus está a teu lado, está dentro de ti, é a tua vida, a vida de tudo”, porque a concepção da paternidade divina traz benefícios enormes ao Espírito e é dessa paternidade que decorre a necessidade da fraternidade humana.

11. Em decorrência de tudo o que vimos não é difícil entender e justificar a adoração que os homens devem ter para com o Criador, entendendo-se por adoração a elevação do pensamento a Deus, um tema que Kardec examinou nas questões 649 e seguintes d’ O Livro dos Espíritos, adiante sintetizadas:
a. Adoração consiste na elevação do pensamento a Deus. Pela adoração a alma se aproxima do Criador.
b. A adoração resulta de um sentimento inato como o da Divindade. A consciência de sua fraqueza leva o homem a se curvar diante daquele que o pode proteger.
c. A adoração tem sua origem na lei natural. Por isso, ela se encontra em todos os povos, ainda que sob formas diferentes.
d. A verdadeira adoração está no coração. Imaginemos sempre que em todas as nossas acções um senhor nos observa.
e. A adoração é útil quando não passa de vã simulação.
f. Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, e não os que crêem honrá-lo por meio de cerimónias que não os tornam melhores para seus semelhantes.
g. Aquele que não tem senão a piedade exterior é um hipócrita. Os cânticos não chegam a Deus senão pela porta do coração.
h. Os homens reunidos por uma comunhão de pensamentos e de sentimentos têm mais força para chamarem para si os bons Espíritos. Dá-se o mesmo quando se reúnem para adorarem a Deus. Não acreditemos, porém, que a adoração particular seja menos boa, porque cada um pode adorar a Deus pensando nele.
i. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele, aproximar-se dele e colocar-se em comunicação com ele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:04 pm

Questões para fixação da leitura
1. Onde podemos encontrar, segundo o Espiritismo, a prova da existência de Deus?
A prova da existência de Deus encontramos num axioma que utilizamos em nossas ciências: “Não há efeito sem causa”. Disseram-nos os imortais: “Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá”.

2. O pensamento que formulamos acerca de Deus é ainda muito primário. Chegaremos um dia a compreender Deus e dirimir todas as dúvidas que essa questão ainda nos apresenta?
Sim. Chegaremos um dia a um entendimento mais dilatado e superior a respeito do Criador.

3. Por que razão diz o Espiritismo que o homem da nossa época não pode compreender a natureza íntima de Deus?
O motivo disso é que falta ao homem de nossa época um sentido que lhe permita a compreensão da Divindade.
Somos ainda, em relação ao Criador, como um cego de nascença em face da luz ou das cores, que ele não tem condições de distinguir por lhe faltar o sentido da visão.

4. Em que consiste a adoração a Deus e quais as suas consequências para os homens?
A adoração consiste na elevação do pensamento a Deus.
Pela adoração a alma se aproxima do Criador, mas ela somente é útil quando não passa de vã simulação.

5. Que forma de adoração é mais agradável ao Criador?
A verdadeira adoração está no coração. Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, e não os que crêem honrá-lo por meio de cerimónias que não os tornam melhores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:04 pm

12 – A fé e seu poder
Sumário: Conceito de fé. – As várias acepções do vocábulo fé. – Fé cega e fé raciocinada. – Diferença entre crença e fé. – A fé não se impõe nem se decreta. – O que Jesus de Nazaré ensinou sobre a fé e sua importância.

A fé autêntica não fica estagnada em circunstância nenhuma
1. O vocábulo “fé” tem várias acepções. No sentido comum, significa a confiança do indivíduo em si mesmo, pois os que dispõem de semelhante confiança são capazes de realizações que pareceriam impossíveis àqueles que de si duvidam. Dá-se igualmente o nome de fé à crença nos dogmas dessa ou daquela religião, casos em que recebe adjectivação específica: fé cristã, fé judaica, fé católica etc.

2. Existe, por fim, a fé pura, a fé não sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no amor, na justiça e na misericórdia de Deus. De todas as espécies de fé, esta é, sem dúvida, a mais sublime e também a mais difícil de ser encontrada, por constituir apanágio de poucas almas de escol, cujo aprimoramento vem de longo tempo.

3. Ter fé em Deus é guardar no coração luminosa certeza de que nosso Pai existe e não deixa ao desamparo nenhum dos seus filhos, convicção essa que ultrapassa o âmbito da simples crença religiosa. Conseguir fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: “eu creio”, mas sim: “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento.

4. Essa fé não fica estagnada em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação pela dor, pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido. Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e os problemas, com a luz divina no coração.

Levada ao excesso, a fé cega pode produzir o fanatismo
5. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais que distinguem as diferentes religiões e sob esse aspecto a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega, como o próprio nome indica, tudo aceita sem verificação, tanto o verdadeiro quanto o falso, e pode, obviamente, a cada passo, chocar-se com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Assentada no erro, cedo ou tarde desmorona.

6. Somente a fé que se baseia na verdade garante sua perenidade, porque nada teme do progresso das luzes, pois o que é verdadeiro na obscuridade também o é à luz meridiana. Duas condições, portanto, requer a verdadeira fé. A primeira é não rejeitar a razão e poder ser, assim, raciocinada. A segunda condição é prender-se à verdade, sem jamais compactuar com a mentira.

7. Facto digno de nota é que a fé verdadeira não se conquista de uma hora para outra. Ela se adquire com o tempo e é fruto de experiências vivenciadas, embora pareça de algum modo inata em certas pessoas, nas quais uma centelha basta às vezes para desenvolvê-la, o que constitui sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, a dificuldade de ter fé é muito grande, um indício não menos evidente de uma natureza retardatária ou pelo menos refractária a isso.

8. Em seu livro O Consolador, Emmanuel estabelece uma distinção entre crer e ter fé. Crer diz respeito à crença. O ato de crer em alguma coisa demanda a necessidade do sentimento e do raciocínio para que a alma edifique a fé em si mesma. Inspiração divina, diferentemente da simples crença, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem e, como tal, é a base da regeneração.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:04 pm

A fé não se prescreve nem se impõe, mas pode ser adquirida
9. Idêntico ensinamento encontramos no cap. VII – 2ª Parte do livro O Céu e o Inferno, de Kardec, no qual o guia da médium que serviu de intermediária no caso Xumene explicou por que o Espiritismo não torna imediatamente perfeitos nem mesmo os mais crentes adeptos: “A crença é o primeiro passo; vem em seguida a fé e a transformação por sua vez, mas, além disso, força é que muitos venham revigorar-se no mundo espiritual”.

10. A fé sincera é empolgante e contagiosa. Comunica-se aos que não a têm ou mesmo não desejam tê-la.
Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente utiliza tão somente palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta.

11. É de Allan Kardec este pensamento: “Fé inabalável somente o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”. A importância da fé é destacada por ele em várias passagens de sua obra, como Jesus também o fez quando afirmou a seus apóstolos que, se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, diriam a uma montanha “Transporta-te daí para ali” e ela se transportaria.

12. “Tudo é possível àquele que tem fé”, acrescentou Jesus (cf. Marcos, 9:23), o que demonstra a relevância da fé em nossa vida, embora saibamos que, conforme entende Kardec, a fé não se impõe nem se prescreve, mas pode ser adquirida, não existindo ninguém que esteja impedido de possuí-la. O Codificador lembra-nos, porém, que para crer é preciso compreender, visto que a fé cega já não mais tem lugar em nosso mundo.

Questões para fixação da leitura
1. Como podemos conceituar a fé?
O vocábulo “fé” tem várias acepções. No sentido comum, significa a confiança do indivíduo em si mesmo, pois os que dispõem de semelhante confiança são capazes de realizações que pareceriam impossíveis àqueles que de si duvidam. Dá-se igualmente o nome de fé à crença nos dogmas dessa ou daquela religião, casos em que recebe adjectivação específica: fé cristã, fé judaica, fé católica etc.

2. Que é fé cega? E que é fé raciocinada?
A fé cega, como o próprio nome indica, tudo aceita sem verificação, tanto o verdadeiro quanto o falso, e pode, obviamente, a cada passo, chocar-se com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Assentada no erro, cedo ou tarde desmorona. A fé raciocinada é a que não rejeita a razão e prende-se à verdade, sem jamais compactuar com a mentira.

3. Existe diferença entre crença e fé?
Sim. No livro O Consolador, Emmanuel diz que crer diz respeito à crença. Inspiração divina, diferentemente da simples crença, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem e, como tal, é a base da regeneração. Idêntico ensinamento encontramos no cap. VII – 2ª Parte do livro O Céu e o Inferno, no qual o guia da médium que serviu de intermediária no caso Xumene diz que a crença é o primeiro passo; a fé virá em seguida e, por último, a transformação, mas para isso é preciso que muitos tenham de revigorar-se no mundo espiritual.

4. É possível comunicar a fé a alguém por meio da imposição?
Não. Segundo Kardec, a fé não se impõe nem se prescreve, mas pode ser adquirida, não existindo ninguém que esteja impedido de possuí-la. Para crer é preciso, porém, compreender, porquanto – adverte o Codificador – a fé cega já não mais tem lugar em nosso mundo.

5. Jesus de Nazaré deixou-nos algum ensinamento acerca da fé e de sua importância?
Sim. “Tudo é possível àquele que tem fé”, ensinou Jesus, consoante lemos em Marcos, 9:23, afirmativa essa que demonstra a importância da fé em nossa vida e nos anima a tudo fazer por conquistá-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:04 pm

13 – A prece e sua eficácia
Sumário: Resultados da prece sincera. – A prece pode ter por objecto três coisas. – Tudo o que pedirmos com fé, na prece, nós o obteremos, mas não basta pedir para obter. – Virtudes necessárias para esperar e compreender as respostas do Pai.

Quando ditas de coração, são boas as preces de todos os cultos
1. Há pessoas que contestam a eficácia da prece com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus nossas necessidades, desnecessário e inútil se torna expô-las ao Pai Eterno. Tal argumento, contudo, não é correto porque, independentemente de Deus conhecer nossas necessidades, a prece por si só proporciona a quem ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e nos encaminha para a senda que conduz a Deus.

2. Como sabemos, não existe uma fórmula especial para que alguém ore. Quando ditas de coração e não apenas de lábios, são boas as preces de todos os cultos.
Independentemente de fórmula, o principal é que as preces sejam claras, simples, concisas.

3. A prece pode ter por objecto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Dirigidas a Deus, são ouvidas pelos Espíritos incumbidos pelo Criador de executar sua vontade. Eis por que, pela prece, o homem obtém o concurso dos bons Espíritos, que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Aquele que ora com fervor adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho recto, se deste se afastou, podendo também, por esse meio, desviar de si os males que atrairia com suas faltas.

4. Embora Jesus tenha dito que tudo o que pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos, seria ilógico deduzir que basta pedir para obter, do mesmo modo que seria injusto acusar a Providência se esta não acede a toda súplica que lhe fazemos. É preciso ter sempre em mente que Deus sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela circunstância. Um pai criterioso também recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses.

A prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante
5. O que o homem não deve esquecer, em todos os momentos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário das lutas purificadoras, porque Jesus abençoará suas realizações e seus esforços sinceros.

6. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais. Para tanto, não pode a prece ser um movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. A prece é – e deve ser – vibração, energia, poder.

7. A pessoa que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de grande significação e põe-se em contacto com as fontes superiores da vida. Os raios divinos expedidos pela prece santificadora convertem-se em factores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e na iluminação da consciência.

8. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e, por causa disso, toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio, transforma-se gradativamente em foco irradiante de energias da Divindade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:05 pm

É preciso humildade para compreender as respostas de Deus
9. Aprendamos, pois, a orar e igualmente a entender as respostas do Alto às nossas súplicas. Se vamos expor em prece ao Senhor os nossos obstáculos, pedindo as providências que nos sejam necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou, supliquemos também ao Pai nos ilumine o entendimento para que saibamos receber dignamente suas decisões.

10. Entre o pedido que parte da Terra e o suprimento que vem do Alto, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efective o auxílio solicitado.

11. Confiemos em Deus e supliquemos seu amparo, mas – se quisermos receber a bênção divina – procuremos esvaziar o coração de tudo o que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à bênção divina clima de aceitação, base e lugar.

12. Todos, em verdade, podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo, precisamos cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus.

Questões para fixação da leitura
1. Que resultados a prece sincera produz àquele que ora?
A prece proporciona a quem ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e, filha primogénita da fé, nos encaminha para a senda que conduz a Deus.

2. A prece pode ter por objecto três coisas. Quais são elas?
A prece pode ter por objecto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.

3. Como devemos entender o ensinamento de Jesus quando afirmou que tudo o que pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos?
Não é difícil compreender que, embora Jesus tenha dito essa frase, é ilógico deduzir que basta pedir para obter, do mesmo modo que seria injusto acusar a Providência se esta não acede a toda súplica que lhe fazemos. É preciso ter sempre em mente que Deus sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela circunstância. A resposta do Alto ao que pedirmos estará, assim, subordinada à nossa real necessidade, não do nosso ponto de vista, mas do ponto de vista de quem sabe da vida muito mais do que nós.

4. Que é preciso para que, entre o pedido que parte da Terra e o suprimento que vem do Alto, se efective o auxílio solicitado?
É preciso que funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efective o auxílio solicitado.

5. Que virtudes são necessárias para esperar e compreender as respostas de Deus às nossas preces?
Podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo, precisamos cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus nosso Pai, que é soberanamente justo e bom.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:05 pm

14 – Sacrifícios e mortificações
Sumário: Significado do termo sacrifício. – O dízimo e sua finalidade. – Os sacrifícios religiosos. – A prática das mortificações. – A verdadeira penitência consoante os ensinos cristãos.

O propósito declarado do sacrifício varia entre as diferentes culturas
1. O vocábulo sacrifício tem, conforme a etimologia, o sentido de se “fazer alguma coisa sagrada”. Em seu sentido primitivo e unicamente religioso, representa uma oferenda que se faz à divindade por meio de rituais. A oferenda pode ser representada por uma pessoa, por um animal ou ainda por produtos de origem vegetal ou outros objectos.

2. Importante que se faça distinção entre o conceito religioso do termo e sua concepção popular. Assim, no aspecto religioso, além da característica do ritual, subentende-se que o sacrifício será consumido pela divindade. Tarefas que certas religiões exigem de seus adeptos, como, por exemplo, o pagamento de dízimos, não constituem sacrifícios, mas regras da prática religiosa.

3. O propósito declarado do sacrifício varia muito entre as diferentes culturas. Por extensão, pode ele ser considerado como uma renúncia ou privação voluntária de alguma coisa, como a privação dos gozos inúteis, que a Doutrina Espírita considera ato meritório, porque desprende da matéria o homem e eleva sua alma.

4. Resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis, tirar do que temos para dar aos que carecem do bastante, fazer o bem aos nossos semelhantes – eis algumas práticas que apresentam grande mérito dentro do rol das chamadas privações voluntárias.

Certas religiões impõem a mortificação para a remissão dos pecados
5. A realização de sacrifícios religiosos está geralmente relacionada com as mortificações e as penitências. O verbo mortificar é sinónimo de afligir, atormentar, castigar, macerar o próprio corpo com penitências. A mortificação ocorreria devido ao arrependimento ou à dor resultante do pecado cometido.

6. Em função do arrependimento, certas autoridades religiosas impõem uma pena ao arrependido para remissão de seus pecados, pena essa representada por jejuns, orações, macerações do corpo e outras tantas mortificações inerentes às manifestações de culto externo.

7. Em seu livro Elucidações Evangélicas, Sayão examina o assunto “penitência” e informa que essa prática é, segundo algumas religiões, necessária ao pecador que não deseja agravar sua culpa e tornar-se, por conseguinte, passível de maiores castigos.

8. A penitência, tal como a entendia Jesus, não consiste, porém, nos cilícios, na reclusão em claustros ou em outras tribulações materiais. Ela consiste no arrependimento sincero e profundo e no propósito firme em que a criatura se coloca de não tornar a cometer as faltas que a arrastaram à mísera condição humana e esforçar-se por repará-las.
Enfraquecer o corpo sem necessidade é verdadeiro suicídio

9. O Espírito penitente – assevera Sayão – “absorve-se todo na oração e na vigilância que Jesus recomendava e que formam um como antemural às ondas de paixões que nos lançam no abismo do infortúnio”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:05 pm

10. Falando sobre a mortificação e seu mérito, aconselham os Espíritos superiores: “Procurai saber a que ela aproveita”. “Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.” (L.E., 721.)

11. Debilitar o corpo com privações inúteis e macerações sem objectivo, torturar e martirizar voluntariamente o corpo material são actos que, evidentemente, contrariam a lei de Deus, porquanto enfraquecer o veículo corpóreo sem necessidade é verdadeiro suicídio.

12. No intuito de obter favores ou mesmo agradar a Deus ou aos Bons Espíritos, algumas pessoas executam determinadas acções ou se impõem certas privações a que chamam de promessa. Ora, as promessas já tiveram sua época e já vai distante o tempo das supersticiosas imposições da teocracia. Ao seu reinado sucedeu o império da inteligência e da razão, únicos fundamentos inabaláveis da fé esclarecida e activa. Sacrifícios, mortificações e promessas são, portanto, manifestações materiais do culto externo, praticadas por pessoas ainda distantes das verdades espirituais.

Questões para fixação da leitura
1. De acordo com a etimologia, que significa o vocábulo sacrifício?
Em seu sentido etimológico, sacrifício significa “fazer alguma coisa sagrada”. Em sua acepção primitiva e religiosa, representa uma oferenda que se faz à divindade por meio de rituais, a qual pode ser representada por uma pessoa, por um animal ou ainda por produtos de origem vegetal ou outros objectos.

2. Pagar o dízimo é uma forma moderna de sacrifício?
Não. Determinadas tarefas que certas religiões exigem de seus adeptos, como, por exemplo, o pagamento de dízimos, não constituem sacrifícios, mas regras da prática religiosa. O dízimo, quando empregado na finalidade própria, é muito útil para a continuidade do trabalho realizado pela instituição a que se destina.

3. A que práticas a realização de sacrifícios religiosos está geralmente relacionada?
A realização de sacrifícios religiosos está geralmente relacionada com as mortificações e as penitências.

4. Como o Espiritismo vê a prática das mortificações?
Falando sobre a mortificação e seu mérito, aconselham os Espíritos superiores: “Procurai saber a que ela aproveita”.
Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.

5. Em que consiste, segundo os ensinamentos cristãos, a verdadeira penitência?
A penitência, tal como a entendia Jesus, não consiste na reclusão em claustros, nos cilícios ou em outras tribulações materiais. Ela consiste no arrependimento sincero e profundo e no propósito firme em que a criatura se coloca de não tornar a cometer as faltas que a arrastaram à mísera condição humana e esforçar-se por repará-las.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 20, 2023 7:05 pm

15 – Fora da caridade não há salvação
Sumário: A máxima que constitui o lema do Espiritismo. – Comentários de Paulo de Tarso (Espírito) a respeito dessa máxima. – Sentido da palavra caridade conforme os ensinos espíritas. – Distinção entre filantropia e caridade.

O lema do Espiritismo é a máxima “Fora da caridade não há salvação”
1. Em todos os tempos houve criaturas que ensinaram a caridade, mas poucos a praticaram verdadeiramente, como Jesus o fez; e ele não apenas a exemplificou como expressamente a indicou como o caminho que pode levar-nos ao reino dos céus.

2. Allan Kardec entendeu claramente o ensino do Cristo e por isso estabeleceu como lema do Espiritismo a conhecida frase “Fora da caridade não há salvação”, utilizada pela primeira vez pelo codificador no livro O que é o Espiritismo, lançado em 1859.

3. Comentando referida máxima, escreveu Paulo de Tarso (Espírito): “Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-ei pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exactidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, item 10.)

4. Para fins de estudo é preciso se estabeleça a diferença entre caridade, esmola e filantropia. Com relação à caridade, a questão 886 de O Livro dos Espíritos esclarece que o verdadeiro sentido dessa palavra, tal como a entendia Jesus, abarca três virtudes: benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.

A caridade não se restringe às oferendas transitórias
5. A caridade, segundo esse entendimento, não se limita, pois, à esmola e abrange todas as relações em que nos encontramos com nossos semelhantes, estejam eles em posição de inferioridade, igualdade ou superioridade em relação a nós. A caridade nos prescreve a indulgência, porque de indulgência também precisamos, e proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer no mundo em que vivemos.

6. O homem verdadeiramente caridoso procura elevar e não rebaixar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa. Sendo a virtude por excelência, a caridade constitui a mais alta expressão do sentimento humano, sobre cuja base as construções elevadas do Espírito encontram firmeza para desdobrarem actividades enobrecidas em prol de todas as pessoas.

7. Confundida vulgarmente com esmola, a caridade excede, sob qualquer aspecto considerado, as doações externas com que o homem supõe em tal actividade encerrá-la. A esmola, evidentemente, não merece reprovação, mas sim a maneira pela qual habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade segundo o pensamento do Cristo, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão, pois sabe que o homem condenado a pedir esmola se embrutece e degrada-se física e moralmente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:53 am

8. Sem dúvida, é valioso todo gesto de generosidade, quando consubstanciado em dádiva oportuna àquele que padece essa ou aquela privação. No entanto, a caridade que se restringe às oferendas transitórias nada mais é que filantropia, esse ato de amor fraterno e humano que distingue as pessoas que destinam altas somas à edificação de obras de incontestável valor, financiando múltiplos sectores da ciência, da arte e da cultura.

Para a legítima caridade é imprescindível a fé
9. Henry Ford, John Rockefeller, Ted Turner, Bill Gates foram ou são filantropos eméritos, a cuja contribuição a Humanidade deve serviços de inapreciável qualidade.
Vicente de Paulo, Damien de Veuster, João Bosco, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros de idêntica estatura transformaram-se em apóstolos da caridade, pois que, nada possuindo em termos de valores transitórios, ofertaram tesouros de amor e fecundaram em milhões de vidas o pólen da esperança, da saúde, da alegria de viver.

10. Diz Joanna de Ângelis que a caridade legítima requer como requisito imprescindível a fé. A caridade – afirma Joanna – é, sobretudo, cristã. A filantropia, apesar da valiosa ajuda que realiza, independe da fé e não se caracteriza pelo sentimento cristão. Irreligiosa, pode brotar em qualquer indivíduo.

11. A caridade bem sentida e vivida estabelece verdadeira fraternidade entre os homens, visto que todos somos filhos de um mesmo Pai e, do mesmo modo que os Espíritos superiores nos amparam e sustentam nas lutas humanas, devemos igualmente amparar nossos irmãos em humanidade, inclusive aqueles que a sociedade considera criminosos.

12. Evitemos julgar as acções cometidas por esses companheiros, auxiliando-os naquilo que nos for possível, porque a caridade, como já vimos, implica a necessidade de indulgência e de benevolência para com todos, sem nenhuma excepção.

Questões para fixação da leitura
1. Que máxima de Allan Kardec constitui um dos lemas do Espiritismo?
A máxima é “Fora da caridade não há salvação”, que foi utilizada pela primeira vez pelo codificador no livro O que é o Espiritismo, lançado em 1859.

2. Reportando-se a essa máxima, Paulo de Tarso (Espírito) disse que nela estão encerrados os destinos dos homens na Terra e no céu. Que é que Paulo quis dizer?
Ele mesmo explicou suas palavras afirmando que, na Terra, à sombra desse estandarte os homens viverão em paz, e no céu, isto é, no mundo espiritual, os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor.

3. Qual o sentido da palavra caridade conforme os ensinamentos espíritas?
Conforme lemos na questão 886 de O Livro dos Espíritos, a caridade, tal como a entendia Jesus, compreende benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.

4. Confundida vulgarmente com a caridade, a esmola é condenável?
Não. A esmola não merece reprovação, mas sim a maneira pela qual habitualmente ela é dada.

5. Em que a filantropia se distingue da verdadeira caridade?
A filantropia, apesar da valiosa ajuda que realiza, independe da fé e não se caracteriza pelo sentimento cristão. Irreligiosa, pode brotar em qualquer indivíduo. A caridade bem sentida e vivida estabelece verdadeira fraternidade entre os homens, visto que todos somos filhos de um mesmo Pai e, do mesmo modo que os Espíritos superiores nos amparam e sustentam nas lutas humanas, devemos igualmente amparar nossos irmãos em humanidade, inclusive aqueles que a sociedade considera criminosos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:53 am

16 – Amor materno e amor filial
Sumário: Alegrias e dificuldades inerentes à missão da maternidade. – Dever da mãe com relação aos filhos. – Significado do mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe”. – Causas da ingratidão dos filhos.

A missão materna nem sempre é um mar de rosas
1. O coração materno é, na expressão de um Espírito amigo, “uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo”, mas grave é o ofício da verdadeira maternidade.
“Levantam-se monumentos de progresso entre os homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se penitenciárias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, às mães indiferentes e criminosas”, diz Sebastiana Pires, em Luz no Lar, cap. 3, pág. 15.

2. Ensina o Espiritismo que a Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. Entre os animais, esse amor se limita às necessidades materiais e cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, ele persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes, sobrevivendo mesmo à morte e acompanhando o filho até no além-túmulo.

3. Não se deduza do fato de estar o amor maternal nas leis da natureza que a missão materna seja sempre um mar de rosas, porque não o é. Trata-se, em verdade, de tarefa espinhosa em que a renúncia e as lágrimas fazem morada.

4. Não é difícil entender por que isso se dá. É que habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que ainda não se acertaram ao longo da vida, com o objectivo de trabalharem sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas.

5. Existem pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus progenitores e irmãos que não conseguem esconder sua antipatia uns pelos outros.
Desde cedo deve a mãe preparar seus filhos para a vida

6. A missão materna reveste-se, portanto, de encargos sublimes, sobretudo nos lares onde Espíritos antagónicos, ainda que não sejam inimigos, se encontram temporariamente unidos pelos laços do parentesco. A maternidade exige e desenvolve a sensibilidade, a ternura, a paciência, aumentando a capacidade de amar na mulher.

7. No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A missão materna consiste em dar sempre ao filho o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus.

8. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e consertando-lhe as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:53 am

9. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando necessária. Sacrificar-se-á de todos os modos ao seu alcance pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é divino e que todo desperdício é falta grave.

10. Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio. Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo ao trabalho e a fonte de harmonia para todos. Buscará, enfim, na piedosa mãe de Jesus o símbolo das virtudes cristãs.

A família é o núcleo de maior importância na sociedade
11. Com relação ao amor filial, é imperioso lembrar que o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, embora o termo “honrai” encerre um dever a mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los, mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice e cercá-los de cuidados, tal como fizeram eles com os filhos durante a infância.

12. Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais: umas se devem às imperfeições dos filhos; outras resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais, despreparados para a missão que assumiram, cometem erros graves que podem influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme seu carácter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão.

13. Muitos progenitores imaturos, que transitam no corpo açulados pelo tormento dos prazeres incessantes, respondem pelo desequilíbrio e desajuste da prole, na desenfreada competição da moderna sociedade.

14. Há, no entanto, filhos que receberam dos pais as mais sinceras demonstrações de sacrifício e carinho, aspirando a um clima de paz, de saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor sem fraude e pela abnegação sem fingimentos, e mesmo assim revelam-se frios, exigentes e ingratos.

15. Em que pese tudo isso, o lar – santuário dos pais, escola dos filhos, oficina de experiências – é a mola mestra que acciona a Humanidade, e a família é, indiscutivelmente, o núcleo de maior importância no organismo social.

Questões para fixação da leitura
1. O amor maternal faz parte das leis da natureza?
Sim. O amor maternal faz, inequivocamente, parte das leis que regem a vida.

2. A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas. Por quê?
O motivo disso é que habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que ainda não se acertaram ao longo da vida. Jungidas à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas. É devido a isso que há pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus progenitores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:54 am

3. Que dever compete à mãe, relativamente a seus filhos?
O coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A missão materna consiste em dar sempre ao filho o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera, ensinando-lhes a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhes as atitudes e consertando lhes as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.

4. Como devemos entender, segundo os ensinos espíritas, o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe”?
Esse mandamento é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, embora o termo “honrai” encerre um dever a mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los, mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice e cercá-los de cuidados, tal como fizeram eles com os filhos durante a infância.

5. Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais. Quais são essas causas?
Umas se devem às imperfeições dos filhos; outras resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais, despreparados para a missão que assumiram, cometem erros graves que podem influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme o seu carácter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:54 am

17 – Respeito às leis, às religiões e aos direitos humanos
Sumário: Como reconhecer os discípulos do Senhor. – Conceito de justiça segundo o Espiritismo. – A conduta com relação ao próximo de acordo com a lei natural. – Importância do progresso moral na vida em sociedade.

É a falta de amor que gera o desrespeito entre as pessoas
1. Disse-nos Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.

2. Neste ensinamento, que foi registado pelo apóstolo João, encontra-se resumida a lei de justiça, amor e caridade. Com sua observância, os homens se respeitariam mutuamente, os vínculos sociais entre as criaturas seriam mais consolidados, as leis mais justas, a convivência humana mais pacífica.

3. Se nos amássemos uns aos outros, não haveria na Terra desrespeito algum entre os seres humanos. Cada qual compreenderia seus direitos, seus limites de liberdade e professaria a crença para a qual estivesse inclinado, sem embargar ou criticar a crença alheia. Os homens executariam com precisão e naturalidade as leis e as normas que regem a vida em sociedade.

4. É preciso, porém, reconhecer que tal estado de coisas ainda não se verifica na Terra, e é essa a razão por que existe ainda tanto desrespeito às leis, às crenças religiosas e aos direitos humanos no mundo em que vivemos.
A justiça consiste em cada um respeitar o direito do outro 5. Quando se fala em desrespeito aos direitos dos outros, é bom lembrar que, segundo os ensinamentos espíritas, a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos outros.

Duas coisas, adverte o Espiritismo, determinam esses direitos – a lei humana e a lei natural.
6. A lei humana, evidentemente, altera-se com o tempo.
Algo que fosse aplicável na Idade Média, como por exemplo a admissão da escravidão, seria hoje inconcebível e intolerável.

7. A lei natural, por sua vez, é de todos os tempos, e é ela que nos determina, como recomendou Jesus: “Queira cada um para os outros o que deseja para si mesmo”, regra singela de verdadeira justiça que Deus implantou no coração do homem.

8. Perante as leis, as religiões e os direitos humanos em geral, devemos, pois, agir sempre cordialmente, mantendo o respeito e a fraternidade legítima, como André Luiz nos recomenda expressamente em seu livro Conduta Espírita, psicografado pelo médium Waldo Vieira.

Respeito e cordialidade com todos deve ser o nosso lema
9. Eis algumas propostas de comportamento feitas por André Luiz na obra mencionada:
a. Respeitar as ideias e as pessoas de todos os nossos irmãos, sejam eles nossos vizinhos ou não, estejam presentes ou ausentes, sem nunca descer ao charco da leviandade que gera a maledicência.
b. Suprimir toda crítica destrutiva na comunidade em que aprendemos e servimos.
c. Perdoar sempre as possíveis e improcedentes desaprovações sociais à nossa fé, confessando, quando for preciso, a nossa qualidade religiosa, principalmente através da boa reputação e da honradez que nos exornem o carácter.
d. Cooperar com os poderes constituídos e as organizações oficiais, empenhando-nos com o máximo interesse na melhoria das condições da máquina governamental, no âmbito de nossos próprios recursos.
e. Estimar e reverenciar os irmãos de outros credos religiosos.
f. Em nenhuma circunstância, pretender conduzir alguém ou alguma instituição, dessa ou daquela prática religiosa, à humilhação e ao ridículo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:55 am

10. Diante do que a lei natural estabelece, não é difícil concluir que as causas que geram os desrespeitos humanos decorrem da própria imperfeição dos homens. São as mesmas causas que obstaculizam o progresso, e é possível encontrar em sua raiz o orgulho e o egoísmo e todas as paixões e imperfeições características dos Espíritos em via de progresso.

11. À medida que o homem progride moralmente, amplia-se nele a liberdade de agir – o chamado livre-arbítrio – e aumenta, no mesmo diapasão, seu senso de responsabilidade.

12. O amadurecimento pessoal em torno dos deveres morais e sociais, – que constituem a questão matriz dos direitos humanos legítimos –, é que possibilitará a necessária mudança, quando então se verá na sociedade terrena uma maior quota de respeito, não somente às leis, mas também às pessoas e a tudo o que a elas interesse.

Questões para fixação da leitura
1. Disse-nos Jesus que seus discípulos seriam reconhecidos por uma faceta especial de comportamento. Qual é ela?
Jesus declarou que seus discípulos seriam reconhecidos por se amarem uns aos outros. Nesse ensinamento, registado pelo apóstolo João, encontra-se resumida a lei de justiça, amor e caridade. Se ele fosse observado, os homens se respeitariam mutuamente, os vínculos sociais entre as criaturas seriam mais consolidados, as leis mais justas, a convivência humana mais pacífica.

2. Qual o conceito de justiça segundo o Espiritismo?
Segundo os ensinamentos espíritas, a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Duas coisas, adverte o Espiritismo, determinam esses direitos – a lei humana e a lei natural.

3. Que conduta com relação ao próximo a lei natural estabelece?
A lei natural, que é de todos os tempos, determina-nos, tal como recomendou Jesus: “Queira cada um para os outros o que deseja para si mesmo”, uma regra singela de justiça que Deus implantou no coração do homem.

4. Que causas geram os desrespeitos humanos?
As causas que geram os desrespeitos humanos decorrem da própria imperfeição dos homens. São as mesmas causas que obstaculizam o progresso, e é possível encontrar em sua raiz o orgulho e o egoísmo e todas as paixões e imperfeições características dos Espíritos em via de progresso.

5. Que factor possibilitará a necessária mudança, quando então se verá na sociedade terrena uma maior quota de respeito, não somente às leis, mas também às pessoas e a tudo o que a elas interesse?
Sabemos que à medida que o homem progride moralmente amplia-se seu livre-arbítrio e aumenta, no mesmo diapasão, seu senso de responsabilidade. É, portanto, o amadurecimento das pessoas que possibilitará a necessária mudança, quando então se verá na sociedade terrena uma maior quota de respeito às leis, às pessoas e a tudo o que a elas interessa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:55 am

18 – Caracteres da perfeição e seus obstáculos
Sumário: Conceito de perfeição humana segundo os ensinamentos de Jesus. – A virtude mais meritória. – Sinais característicos da imperfeição. – Distinção entre vício e paixão. – Papel da educação no progresso moral dos seres.

O apego às coisas materiais é sinal notório de inferioridade
1. Quando se fala em perfeição humana, cogita-se de uma perfeição relativa e não absoluta, porque somente Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas. Se fosse dado à criatura humana ser tão perfeita quanto o Criador, ela tornar-se-ia igual a este, o que é obviamente inadmissível.

2. A perfeição humana consiste, segundo os ensinamentos de Jesus, em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem, o que torna claro que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, visto que implica a prática de todas as outras virtudes.

3. Evidentemente, todas as virtudes têm seu mérito, porquanto indicam progresso do indivíduo na senda do bem.
Existe virtude, por exemplo, quando resistimos voluntariamente ao arrastamento ao mal e às más inclinações; contudo, a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal em benefício do próximo, sem nenhum pensamento oculto. E a mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.

4. Reconhece-se a imperfeição espiritual por alguns sinais. O mais grave deles é o interesse pessoal. Aliás, o desinteresse real, verdadeiro, é algo tão raro na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fosse um fenómeno.

5. O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade. E quanto mais se aferra aos bens deste mundo, tanto menos o homem compreende seu destino.
Com o desinteresse, ao contrário, ele demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.

A paixão não é, em sua origem e em sua essência, um mal
6. Tornar-se um homem de bem é o primeiro passo para quem deseja alcançar a perfeição, tendo-se em vista que homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua maior pureza e usa sempre de compreensão e de misericórdia para com o próximo.

7. O egoísmo, qual verme roedor, continua a ser um mal que se alastra por toda a parte e do qual cada pessoa é mais ou menos vítima. É preciso, pois, combatê-lo, como se combate uma enfermidade epidémica.

8. Além de combater os vícios que porventura ainda apresente, deve o Espírito imperfeito lutar também contra qualquer subjugação pelas paixões.

9. Nesse sentido, uma distinção entre vício e paixão torna-se necessária. Vício é tudo o que é contrário à virtude, como o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o exibicionismo, a ira, a maledicência, a hipocrisia, a avareza, o ciúme, a inveja, a preguiça, além dos hábitos que geram dependência física e psíquica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:55 am

10. A paixão não é, em sua origem e em sua essência, um mal, porquanto o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem e pode levá-lo à realização de grandes coisas. As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso quando passa a governar. O abuso delas é, por conseguinte, o que causa o mal.

A educação constitui a chave do progresso moral
11. As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência; mas o homem desavisado, em vez de as dirigir, permite que elas o dirijam e cai desse modo nos excessos, facto que pode esmagá-lo, porque se verifica então, em última análise, a exageração de uma necessidade ou de um sentimento.

12. Combatendo os vícios e não se deixando dominar pelas paixões, o indivíduo caminhará de modo firme em direcção à perfeição, o que, evidentemente, não se realizará de um momento para outro.

13. Conhecidas as causas e identificado o mal a combater, o remédio se apresentará por si mesmo, cabendo a tão somente ao indivíduo destruí-lo, se não totalmente, ao menos parcialmente.

14. Poderá ser longo o processo, desde que numerosas sejam as causas, mas não infinito. A cura, porém, só se obterá se o mal for atacado em sua raiz, ou seja, por meio da educação, não por essa espécie de educação que se preocupa tão somente em tornar os homens instruídos, mas pela que tende a fazê-los homens de bem.

15. A educação convenientemente entendida constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a arte de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam as plantas novas. Essa arte exige, porém, muito tato, muita experiência e profunda observação.

Questões para fixação da leitura
1. Em que consiste a perfeição humana, segundo os ensinamentos de Jesus?98
A perfeição humana consiste, segundo Jesus, em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem, o que torna claro que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, visto que implica a prática de todas as outras virtudes.

2. Qual é a virtude mais meritória?
Todas as virtudes têm seu mérito, porquanto indicam progresso do indivíduo na senda do bem, mas a mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.

3. Qual é, dos sinais característicos da imperfeição, o mais grave?
O mais grave desses sinais é o interesse pessoal. O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade.

4. Há diferença entre vício e paixão?
Sim. Vício é tudo o que é contrário à virtude, como o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o exibicionismo, a ira, a maledicência, a hipocrisia, a avareza, o ciúme, a inveja, a preguiça, além dos hábitos que geram dependência física e psíquica. A paixão não é, em sua origem e em sua essência, um mal, porquanto o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem. As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso quando passa a governar. O abuso delas é, por conseguinte, o que causa o mal.

5. A educação pode exercer um papel importante no progresso moral do indivíduo?
Sim. A educação convenientemente entendida constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a arte de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam as plantas novas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:55 am

19 – Cuidados com o corpo e com o espírito
Sumário: Significado da expressão “a carne é fraca”, utilizada por Jesus. – A importância de se cuidar do corpo material. – Consequências da falta de cuidados com o próprio corpo. – Interpretação da máxima “mente sã em corpo são”.

Macerar o próprio corpo não produz perfeição moral
1. Utilizada certa vez por Jesus, a expressão “a carne é fraca” tem sido repetida por pessoas que certamente atribuem ao corpo físico as atitudes infelizes e, por extensão, as quedas morais dos seres humanos.
Provavelmente, outra não é a razão pela qual existem criaturas que procuram enfraquecer e mesmo flagelar o corpo, com o propósito de evitar as tentações.

2. A maceração do corpo, contudo, não produz nem significa perfeição moral porque, evidentemente, uma não leva à outra. O que se sabe é que o cuidado com o corpo material, promovendo a saúde e prevenindo as enfermidades, influi de maneira importante sobre a alma, porquanto para que essa prisioneira viva se expanda, e chegue a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar sadio, disposto, forte.

3. Com efeito, temos no corpo humano o mais sublime dos santuários e uma das maravilhas da obra divina. Da cabeça aos pés, sentimos soberana inteligência do nosso Criador, que, no curso incessante dos milénios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne em que a alma se manifesta.

4. Isolado na concha do corpo material, o Espírito se encontra reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários. Visão, audição, tato padecem enormes restrições. O cérebro físico é gabinete escuro, que lhe proporciona ensejo de recapitular e reaprender.
Conhecimentos adquiridos e hábitos arraigados aí jazem na forma estática de intuições e tendências.

O corpo físico é o instrumento passivo da alma
5. Dentro das grades dos sentidos fisiológicos, o Espírito recebe, porém, gloriosas oportunidades de trabalho em busca da auto-superação. Entendamos, pois: O corpo material é instrumento de manifestação do Espírito encarnado. Não é ele – corpo – que é fraco no tocante às quedas morais, mas sim o Espírito.

6. O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da actividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. É daí que provém toda a sabedoria da velha máxima “mente sã em corpo são”.

7. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo.

8. No que se refere ao “corpo são”, tem o atletismo um papel importante e seria sua acção das mais edificantes no tocante à saúde humana, se o homem em sua vaidade e egoísmo não houvesse viciado também a fonte da ginástica e do desporto, transformando-a muitas vezes em tablado de entronização da violência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 21, 2023 9:56 am

Não cuidar do corpo é desatender a lei de Deus
9. O homem tem o dever de velar pela conservação do seu corpo. É esta uma lei absoluta, que não lhe é dado abrogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama.

10. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela. Desatender às necessidades que a própria Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos inevitáveis, como André Luiz registrou em sua primeira obra.

11. Quando André, após ser examinado por Henrique de Luna, escutou-o a dizer-lhe que lamentava tivesse “vindo pelo suicídio”, André protestou: "Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal..." O médico espiritual explicou-lhe então que a oclusão radicava-se em causas profundas. "Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das acções praticadas no mundo", explicou-lhe Henrique. (Nosso Lar, cap. 4, p. 31 e 32.)

12. A oclusão – observou em seguida o facultativo – derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades cometidas por André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança.
Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A cólera é manancial de forças negativas para nós mesmos. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendera sem reflectir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe energias essenciais; o suicídio era incontestável. (Obra citada, cap. 4, pp. 32 e 33.)

Questões para fixação da leitura
1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é fraca” é correta ou não passa de um equívoco?
A frase usada por Jesus não tem o sentido que alguns lhe atribuem. Ora, o corpo físico não é responsável pelas atitudes infelizes e pelas quedas morais do indivíduo. O Mestre referia-se, obviamente, à condição do Espírito reencarnado, que sofre muito a influência do meio em que vive e as restrições que a encarnação lhe impõe.

2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso corpo material?
Temos o dever de velar pela conservação do corpo. É esta uma lei absoluta, que não é dado ao homem ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela.

3. A proposta contida na velha máxima “mente sã em corpo são” deve ser interpretada de que modo?
O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da actividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo.
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