LUZ ESPÍRITA
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Lições para ontem, hoje e amanhã - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho 25/9/2023, 15:26

Lições para ontem, hoje e amanhã
Astolfo Olegário de Oliveira Filho

Sumário
Ao Leitor,
Sobre o Autor,

1. Tem faltado Deus em nossa vida?,
2. Os problemas que nos surgem têm de ser enfrentados por nós mesmos,
3. As provas existem para serem superadas e assimiladas,
4. O jogo do contente e os espíritas,
5. Quem não consegue perdoar pode tornar-se vítima de si mesmo,
6. Por que nascemos e que viemos fazer aqui?,
7. Como será nossa vida depois da morte?,
8. Como reconhecer, entre os espíritas, os que estão no bom caminho,
9. Por que tanta violência em nosso mundo?,
10. Sinais de alarme,
11. Lições que o livro Nosso Lar nos trouxe,
12. Por que orar?,
13. O perdão faz bem à saúde,
14. A desencarnação e suas nuances,
15. Os fortes devem amparar, não esmagar os fracos,
16. A vacina contra a penúria é o trabalho,
17. Afinal, quem somos?,
18. A importância do lar quando o assunto são as drogas,
19. A mão que agride é a mesma que acaricia,
20. Depois de um problema, aguarde outros,
21. As amarguras da vida numa perspectiva espírita,
22. O aprimoramento da alma demanda tempo,
23. A educação e seu papel na construção de um mundo melhor,
24. Os inestimáveis efeitos da dor,
25. O amor cobre a multidão dos pecados,
26. A seara é grande, mas poucos os trabalhadores,
27. A programação dos que retornam ao mundo,
28. A caridade e seu ingrediente fundamental,
29. A infância e seu propósito,
30. A crença, a fé e a transformação,
31. A morte numa perspectiva espírita,
32. O Evangelho no Lar e seus frutos,
33. A criminalidade numa perspectiva espírita,
34. As crianças e seus amigos invisíveis,
35. A feição consoladora do Espiritismo,
36. A brevidade da vida em face da pluralidade das existências,
37. Ser um homem de bem é a nossa meta,
38. O racismo e a discriminação são inaceitáveis,
39. A Terra não é, como alguns pensam, uma nave sem rumo,
40. Raros são os que voltam ao plano espiritual na época certa,
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41. A oração é uma força em nossa vida
42. A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas,
43. Notícias do além-túmulo,
44. O segredo da paz em “Nosso Lar”,
45. O que nos faz melhores?,
46. Deve-se fazer de tudo para ser feliz?,
47. Um peixe sem bicicleta,
48. Deus... Será que Tu existes?
49. Os Espíritos não têm sexo?,
50. Os recursos espíritas,
51. Nada acontece por acaso,
52. A cruz nossa de cada dia,
53. O céu se ganha pela caridade e pela brandura,
54. O passe espírita: sortilégio ou uma prática cristã?,
55. Onde impera a fraternidade o orgulho é uma anomalia,
56. Perante Deus,
57. Coisas que não se dizem às crianças,
58. Vencer as más inclinações é mesmo difícil?,
59. A parábola dos talentos e o que temos feito,
60. Gratidão a Deus,
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Ao Leitor
Este e-book compõe-se de 60 capítulos que focalizam, à luz da doutrina espírita, questões que atraem o interesse de espíritas e não espíritas.
Dentre elas, são objecto de capítulos específicos no livro, entre outros, os seguintes temas:
– A presença de Deus em nossa vida
– Objectivo das provas
– O perdão e seus efeitos
– Finalidade da reencarnação
– A situação das pessoas no pós-morte
– A obsessão e seus sinais
– Razões por que devemos orar
– Nuances da desencarnação
– A vacina contra a penúria
– A importância do lar na questão das drogas
– O acaso em nossa vida
– Os recursos espíritas
– A sexualidade e os espíritos
– Notícias do além-túmulo
– O homem de bem
– A feição consoladora do Espiritismo
– Evangelho no lar
– A infância e seu propósito
– A educação e seu papel em nosso mundo
– A luta contra as más inclinações
– Gratidão a Deus.
Os temas mencionados são tratados à luz da doutrina espírita, cujas lições são atemporais, ou seja, são válidas em qualquer tempo, justificando assim o título que adoptamos para a presente obra – Lições para ontem, hoje e amanhã.
Astolfo O. de Oliveira Filho
Primavera de 2021
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Mensagem  Ave sem Ninho 25/9/2023, 15:27

Sobre o Autor
Astolfo Olegário de Oliveira Filho é director de redacção do jornal espírita "O Imortal" e da revista espírita O Consolador, fundada em 18/4/2007 por ele e seu colega José Carlos Munhoz Pinto.
Natural de Astolfo Dutra (MG), reside desde os 18 anos em Londrina (PR), cidade para a qual se mudou com vistas a cursar a faculdade, graduando-se então no curso de Ciências Económicas.
Escreveu e manteve por 13 anos, de 1980 a 1992, a coluna "Espiritismo" publicada aos domingos pela "Folha de Londrina".
Fundou e dirigiu a Editora Leopoldo Machado e é actualmente director da EVOC - Editora Virtual O Consolador, de Londrina (PR), sendo também editor do blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismoseculoxxi.blogspot.com.br/
É autor de 16 obras, duas pertinentes a suas actividades profissionais e 14 obras relativas à doutrina espírita. Destas, quatro foram publicadas, no formato digital, pela EVOC:
20 Lições sobre Mediunidade;
Iniciação à Doutrina Espírita: 1 - Noções gerais e princípios básicos;
Iniciação à Doutrina Espírita: 2 - As leis morais segundo o Espiritismo; e
Iniciação à Doutrina Espírita: 3 - Aspecto científico do Espiritismo.
Anteriormente à suspensão das reuniões espíritas presenciais, motivada pela pandemia da Covid-19, participava regularmente das actividades do Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), como esclarecedor em grupo espírita de desobsessão e coordenador dos estudos realizados pelo Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes, assim como das actividades realizadas pela Comunhão Espírita Cristã de Londrina, localizada na periferia da cidade, da qual é, ao lado de sua esposa e vários amigos, um dos fundadores.
*
No dia 29 de maio de 2011 – dez anos e meio atrás – o autor desta obra concedeu a Ismael Gobbo a entrevista seguinte:
“Nesta entrevista vamos falar com nosso companheiro de ideal Astolfo Olegário de Oliveira Filho, nascido aos 22 de junho de 1944, na cidade de Astolfo Dutra, no estado de Minas Gerais, filho do casal Anita Borela de Oliveira e Astolfo Olegário de Oliveira. Nascido em lar espírita, desde cedo participa do movimento espírita, inicialmente em sua cidade natal, onde frequentou, em criança, as aulas de evangelização infantil e foi depois presidente da Juventude Espírita da Cabana Espírita Abel Gomes. Além de orador e escritor, Astolfo desenvolve um trabalho muito consistente e importante na divulgação pela internet com a revista electrónica semanal O Consolador, com sede em Londrina, Paraná.
Astolfo, qual sua formação académica e profissional?
Sou formado em Ciências Económicas. Na área profissional, fui professor de Matemática e trabalhei em diversas empresas comerciais, bem como no Banco do Brasil, no Instituto do Açúcar e do Álcool e no Ministério da Fazenda, em que me aposentei como auditor da Secretaria da Receita Federal.
De que maneira conheceu o Espiritismo e desde quando é espírita?
Nasci numa família espírita e convivi desde criança com vários irmãos dedicados à tarefa espírita e, sobretudo, com meu pai, que foi um extraordinário orador espírita e companheiro de vultos importantes do Espiritismo no Brasil, como Leopoldo Machado, Carlos Imbassahy, José Jorge, Newton Gonçalves de Barros, Amadeu Santos e muitos outros que a minha memória, já um pouco claudicante, não permite aqui lembrar.
A que Casa Espírita está vinculado e quais trabalhos nela desenvolve?
Sou vinculado a duas Casas Espíritas: o Centro Espírita Nosso Lar, de que participo desde janeiro de 1963, quando vim de Minas Gerais para cursar faculdade em Londrina; e a Comunhão Espírita Cristã de Londrina, que fundamos juntamente com minha esposa Célia Maria e um grupo de amigos em abril de 1987.
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No “Nosso Lar” participo de dois grupos públicos e de um grupo mediúnico, por mim fundado em 1979, e coordeno dois grupos de estudo, um à noite, outro à tarde. Na Comunhão participo das actividades de evangelização da criança aos domingos de manhã e coordeno o Círculo de Leitura Anita Borela de Oliveira.
Além dessas actividades, sou colunista e editor do jornal "O Imortal" desde dezembro de 1983 e director de redacção da revista espírita O Consolador, fundada em 18 de abril de 2007, a qual é redigida para circulação exclusiva na internet.
Poderia nos descrever sua trajectória pelo movimento espírita em todos esses anos?
Tendo nascido em família espírita, participei praticamente de todos os tipos de actividade que um Centro Espírita realiza, desde a evangelização até a direcção de sessões mediúnicas. Exerci os cargos de dirigente de Mocidade Espírita, de grupos públicos, de grupos mediúnicos, de grupos de estudo e de instituições espíritas. Fui presidente do Nosso Lar e da Comunhão Espírita Cristã de Londrina, bem como da União Regional Espírita da 5ª Região, que tinha então sede em Londrina. Na actividade de divulgação, já escrevi programas espíritas para rádio e actuei em programas espíritas na TV, faço palestras e ministro seminários. Dessa actividade acabou resultando um livro, intitulado 20 Lições sobre Mediunidade.
Quais os fatos e pessoas que mais o marcaram?
Cresci em um ambiente em que se respirava Espiritismo. Conheci, portanto, desde a infância, os maiores vultos do Espiritismo então encarnados neste país, como mencionei na resposta à sua primeira pergunta. Admiro muitos confrades com quem convivi e outros que conheci apenas por meio dos livros. Chico Xavier, Divaldo Franco, Cairbar Schutel, Abel Gomes, Lins de Vasconcellos, Hugo Gonçalves, Euclides Araújo, João Salles Coroa, eis alguns nomes marcantes na minha vida como espírita.
Como você vê o Movimento Espírita de nossos dias?
Penso que o Movimento Espírita reflecte o comportamento dos que o dirigem e, provavelmente por isso, não tem atuado, como devia, fora das quatro paredes da Casa Espírita, pois vem-se limitando, de um modo geral, a promover eventos mais para espíritas, em circuito fechado, de difícil acesso aos que não são espíritas.
Um exemplo óbvio desse fato são os nossos Congressos Espíritas, cada vez mais sofisticados, com taxas de inscrição elevadas e realizados em locais a que apenas os que dispõem de recursos têm acesso. Creio que o uso da mídia em geral e a realização de eventos em locais acessíveis ao grande público, não apenas na Casa Espírita, podem contribuir para uma melhor dinamização do movimento espírita brasileiro.
Quais as maiores dificuldades, em sua opinião, enfrentadas actualmente pelo movimento espírita?
Penso que a má qualidade dos livros espíritas publicados nos últimos anos, especialmente depois que Chico Xavier desencarnou, constitui um dos principais problemas que o movimento espírita no Brasil tem enfrentado. O fato deve-se, em primeiro lugar, à falta de bom senso de parte dos autores, encarnados ou não, e ao desinteresse quanto a isso das próprias editoras.
A falta de prática no exercício da crítica – considerada em seu sentido clássico – por parte dos jornais e revistas espíritas também contribui para que o mercado editorial seja inundado por obras que só confusão criam e nada acrescentam em termos de conhecimento espírita.
Como o livro é uma forma de divulgação pública dos ensinamentos espíritas, ele se sujeita obviamente a uma análise, a uma crítica pública, tarefa que incumbe à imprensa espírita, que não tem cumprido, nesse particular, o seu dever e o seu papel.
Fale-nos sobre a revista O Consolador e de como ela surgiu.
A revista nasceu de uma ideia repentina que me levou a contactar o José Carlos, a quem não conhecia pessoalmente. Corria o mês de março de 2007. Eu o admirava por causa do trabalho extraordinário que ele havia feito na organização do site do Centro Espírita Nosso Lar. Quando surgiu a ideia da revista, o nome dele foi imediato.
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Fizemos então duas reuniões rapidíssimas para discutir o projecto. Uma foi numa das salas do “Nosso Lar”. No outro dia ele já havia registado na internet o domínio pertinente ao nome da revista.
A segunda reunião foi no escritório de sua empresa, quando se definiu a estrutura da revista e o modelo da página inicial do site. O primeiro número da revista saiu, como queríamos, no dia 18 de abril de 2007, dia em que se comemorou no mundo todo o sesquicentenário d´O Livro dos Espíritos.
O trabalho é todo voluntário?
Sim. Todos os que trabalham para a revista o fazem de modo espontâneo e voluntário. Não existe ninguém, em função nenhuma, que receba remuneração.
Contam com alguma ajuda?
Ajuda no tocante ao conteúdo, sim. Nossa equipe é formada por um número muito grande de colaboradores, dentro e fora do Brasil, como pode ser visto na seção “Quem somos” de nosso site. Eis o link que remete à secção:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/quemsomos/principal.html
Com relação à parte financeira, não, porque em verdade não precisamos de recursos financeiros, visto que os custos de uma revista electrónica, quando ninguém é remunerado, são extremamente baixos.
Quais os dados estatísticos de que dispõe sobre o Consolador?
Os números mais recentes que temos sobre o assunto foram divulgados em nossa edição 204, comemorativa dos quatro anos de existência da revista. De 18 de abril de 2007 a 31 de março de 2011, eis os números apurados:
Continentes alcançados pela revista: 5
Países que já acessaram a revista: 105
Downloads da revista: 1.026.000
Visitas ao site da revista: 1.922.000
Impressões da revista: 5.964.000.
Os 105 países estão assim distribuídos: Europa, 39; América, 27; Ásia, 22; África, 13; Oceânia, 4.
O maior número de leitores da revista encontra-se, pela ordem, no Brasil, nos Estados Unidos e em Portugal.
Como tem sido a repercussão da revista no Brasil e no mundo?
A repercussão da revista – algo que nos surpreende bastante, tendo em vista que se trata de um periódico redigido no idioma português – tem sido muito grande, e isso pode ser aferido por dois indicadores importantes. Primeiro, o crescimento dos acessos, dos downloads e das impressões de textos da revista é algo constante, ou seja, a cada mês os números superam os meses anteriores. O segundo fato é a quantidade de cartas via internet que chegam à redacção, o que mostra, pelos temas tratados, que o leitor tem demonstrado confiança crescente naquilo que temos publicado.
Desde quando você participa da redacção do jornal "O Imortal" e qual é nele o seu papel?
Antes de participar da equipe de redacção do jornal "O Imortal", já havia colaborado com artigos publicados pelo periódico. Foi, no entanto, a partir de setembro de 1983 que passei a colaborar directamente na elaboração das edições mensais, assumindo, no mês de dezembro daquele ano, a tarefa de editor, colunista e redactor da primeira página. Naquele mês o jornal atingia sua edição número 360. Hoje – maio de 2011 – ele já está na edição 687. Alguns anos depois, em 1988, por solicitação do Director do jornal, confrade Hugo Gonçalves, a redacção dos editoriais passou também à minha responsabilidade.
Você tem algum livro publicado?
Sim. No âmbito profissional escrevi duas obras, uma a respeito dos aspectos fiscais e tributários da nova Lei das Sociedades Anónimas, então sancionada pelo presidente da República, e outra sobre Contabilidade Geral, obra cujo conteúdo – teórico e prático – foi concebido especialmente para uso em cursos preparatórios com vistas a concursos públicos na área da Receita Federal e da Previdência Social.
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No meio espírita, sou autor de 11 obras. Uma, já esgotada na editora que a publicou, é 20 Lições sobre Mediunidade. As demais obras, não publicadas por nenhuma editora, tiveram edição limitada de natureza não comercial, destinadas a grupos de estudos diversos acerca do Antigo e do Novo Testamento, do Pentateuco Kardequiano, dos Clássicos do Espiritismo e das obras de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda.

(Nota: Após a publicação desta entrevista, mais três obras espíritas de autoria do entrevistado foram publicadas.)

Realiza também palestras?
Sim. Contudo, devido aos inúmeros compromissos que tenho de atender diariamente, seu número é cada vez menor, pois tenho-me limitado a alguns poucos compromissos nessa área.

Suas palavras finais.
Aproveito o ensejo para agradecer a todos aqueles que – encarnados e desencarnados – vêm colaborando para que o jornal "O Imortal" e a revista O Consolador prossigam em sua tarefa de divulgar a mensagem do Consolador prometido por Jesus, cujo objectivo final é, como sabemos, o aprimoramento moral do mundo em que vivemos.
Sem o auxílio desses companheiros a tarefa não seria possível. A eles, pois, o meu fraternal abraço.”

Nota: A entrevista acima foi publicada no conhecido e respeitado Blog do Ismael, que o leitor pode conferir clicando aqui:
http://ismaelgobbo.blogspot.com/2011/05/focalizando-o-trabalhador-espirita-no_29.html
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1 – Tem faltado Deus em nossa vida?
Nestes tempos em que são tantos os desmandos e os actos de corrupção na esfera política, é bom lembrar o que Aleksandr Soljenítsyn, o consagrado autor do livro “Arquipélago Gulag”, escreveu em importante artigo publicado anos atrás pelo jornal O Estado de S. Paulo, no qual o conhecido escritor russo disse ser preciso trazer Deus de volta às preocupações humanas, tanto no campo político como no campo cultural e social.
Escreveu Aleksandr Soljenítsyn:
“Não, toda a esperança não pode depender da ciência, da tecnologia, do crescimento económico.
A vitória da civilização tecnológica também instilou em nós a insegurança do espírito. Suas dádivas enriquecem, mas também nos escravizam”.
É bom esclarecer que “Arquipélago Gulag” é provavelmente a mais forte e certamente a mais influente obra sobre como funcionavam os gulags (campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União Soviética) nos tempos de Josef Stálin.
O livro, de 1.800 páginas, é uma narrativa sobre fatos que foram presenciados pelo autor, prisioneiro durante onze anos em Kolima, num dos campos do arquipélago, e por duzentas e trinta e sete pessoas, que confiaram suas cartas e relatos ao autor. Escrita entre 1958 e 1967, a obra foi publicada no Ocidente no ano de 1973 e circulou clandestinamente na União Soviética, numa versão minúscula, escondida, até a sua publicação oficial no ano de 1989.
Nascido numa época em que já estava instalado na Rússia o regime socialista, desde o momento em que decidiu pela publicação de seu livro o escritor não mais pôde viver em seu país. Como se diz em política, ele caíra em desgraça ao desvendar as mentiras e os desmandos que se escondiam por trás da chamada Cortina de Ferro. Sua denúncia, feita tantos anos antes da dissolução da União Soviética, lhe confere, pois, autoridade moral indiscutível para apontar não apenas as mazelas do socialismo soviético, como as ilusões inerentes às economias capitalistas.
Sua análise acerca do comportamento materialista que caracteriza a sociedade terrena parece extraída de qualquer das obras espíritas sérias, tal a afinidade das ideias. Com efeito, Dr. Bezerra de Menezes, em memorável mensagem que abre o livro “O Espírito da Verdade”, obra publicada em 1961, de autoria de Espíritos diversos, por intermédio de Waldo Vieira e Chico Xavier, em se reportando aos problemas do mundo, proclamou que “fora do Cristo não há solução”, entendendo-se por “Cristo” o Evangelho lido, compreendido e aplicado, que Bezerra de Menezes considera suficiente para a solução de quaisquer dos chamados problemas humanos.
Não há como censurar a proposta do escritor russo ou a conclusão do amorável benfeitor espiritual.
Nós somos Espíritos, não meros compostos orgânicos. O mundo material é, em si, singela paragem transitória a servir-nos de escola e oficina para a preparação das almas com vistas a um destino grandioso. Apegar-se a ele, escravizar-se aos seus valores, dar às questões temporais importância maior do que elas têm, significa confundir os objectivos fundamentais da existência humana, complicando-nos o futuro e a vida.
Ante a pergunta que dá título a este texto, a resposta é fácil: Sim, tem faltado Deus em nossa vida, em nossas acções, em nossos projectos, seja na esfera individual, seja na esfera política. De Deus advém-nos tudo o que temos e o que somos, mas agimos como se Ele não existisse e nenhuma importância tivesse em nossa vida.
Ensina o Espiritismo que uma das finalidades da encarnação é possibilitar que as pessoas façam a parte que lhes cabe na obra da Criação, o que nos leva a concluir que o homem não pode pensar apenas em si e na satisfação pura e simples de seus interesses.
As reflexões do laureado e saudoso escritor russo chamam a atenção exactamente para isso. Que elas sejam lidas e meditadas, para que o materialismo que domina o homem moderno ceda um pouco, eis o que espíritas e não espíritas certamente desejam.
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2 – Os problemas que nos surgem têm de ser enfrentados por nós mesmos
Das histórias que Hilário Silva reuniu para compor seus dois livros – A vida escreve e Almas em desfile – ambos psicografados pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier, há uma que expressa bem o que algumas pessoas buscam encontrar valendo-se do Espiritismo.
Trata-se do caso José Cardoso, o confrade que insistia, nas sessões mediúnicas de que participava, em buscar ajuda dos mentores espirituais para a descoberta de tesouros ocultos.
A região em que morava fora sede de mineração. Ali haviam sido descobertas arcas antigas e caldeirões recheados de pepitas e moedas. Devia haver, portanto, segundo pensava Cardoso, muito ouro escondido.
A cobiça era disfarçada com o uso de um argumento conhecido: com o tesouro encontrado seria possível realizar muitas obras caritativas.
Segundo o relato de Hilário, o amigo José Cardoso era persistente e não perdia ocasião de propor ao mentor do grupo questões voltadas para aquela ideia, que se lhe tornara obcecante.
O leitor pode imaginar a dificuldade dos mentores espirituais em tratar com semelhantes pessoas. Como responder ao confrade sem causar constrangimento, desapontamento e decepção?
Evidentemente, alguém mais sensato poderia ter lembrado a Cardoso e aos componentes do grupo o que nos ensina a questão 533 d´O Livro dos Espíritos, adiante reproduzida:
533. Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
“Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado.”
A iniciativa não foi, porém, tomada, o que motivou o mentor do grupo, quando o assunto veio novamente à baila, a dizer-lhe:
– Meu irmão, fique tranquilo. Sua petição é bem inspirada. Sua intenção é construtiva. Indicaremos caminho para um tesouro no chão.
Ao ouvir semelhantes palavras, a pequena assembleia se assustou, receando estivesse ocorrendo uma mistificação. José Cardoso estava, porém, contente. O mentor então explicou:
– Cardoso, busque o seu quintal. Além do pátio empedrado, depois da cozinha, você vê todos os dias grande mancha de terra escura, que a tiririca está envolvendo. Cave lá, meu amigo.
José Cardoso anotou cuidadosamente a orientação e no outro dia, pela manhã, começou a cavar, e cavou até ficar exausto. Para seu desapontamento, não encontrou sinal nenhum de tesouro escondido.
Na reunião mediúnica seguinte, ele interpelou o mentor espiritual, que então explicou que ele cavara muito bem e que o caminho da riqueza estava pronto.
E, diante da curiosidade geral, acrescentou:
– Plante na cova rasgada um pé taludo de laranjeira, regue-a e trate-a com amor e, em breve, você terá o tesouro que procura, porque uma laranjeira, Cardoso, é princípio de um laranjal.
*
A lição contida na história relatada por Hilário Silva é bem subtil, mas serve de advertência para todos os que esperam encontrar no Espiritismo a solução para os seus problemas de ordem material ou espiritual.
Nos casos de obsessão, é muito comum a família depositar a pessoa perturbada na Casa Espírita e aguardar, de braços cruzados, sua cura.
Os mentores espirituais inspiram-nos, ajudam-nos, estimulam-nos, mas é bom que lembremos que nós é que estamos encarnados e, portanto, a nós compete resolver os problemas advindos de nossa presença neste plano.
Transferir aos protectores espirituais a tarefa que nos pertence é um equívoco lamentável que não se sustenta em nenhum dos ensinamentos contidos na doutrina codificada por Kardec e desenvolvida, entre outros, por Denis, Delanne, Emmanuel, Joanna de Ângelis e André Luiz.
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3 – As provas existem para serem superadas e assimiladas
Assuntos dos mais frequentes nas perguntas que temos recebido, as provas e as expiações, conquanto diferentes quanto às suas causas, têm igualmente importante valor educativo.
Provas, como os espíritas sabem, são desafios, testes, oportunidades de aquisição de experiência, dificuldades que nenhuma relação têm com equívocos ou erros cometidos no passado.
Riqueza, beleza, mesa farta, vida fácil, tanto quanto pobreza, feiura, vida difícil são provas. Sua existência está intimamente ligada à necessidade que os Espíritos têm de progredir, rumo à meta que Deus assinalou para todos nós, que é a perfeição.
Ensina o Espiritismo que os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria e que todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Essa melhora se efectua por meio da reencarnação. A existência corpórea é, pois, uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a perfeição moral.
No livro O Céu e Inferno, Kardec inseriu um importante depoimento sobre o que realmente representam as provas em nossa vida. O depoimento foi dado pelo Espírito de Paula, que havia sido condessa em sua última encarnação.
Bela, jovem, rica e de estirpe ilustre, Paula – que faleceu aos 36 anos de idade – era também perfeito modelo de qualidades intelectuais e morais.
Eis um trecho da mensagem assinada por esse Espírito:
“Em várias existências passei por provas de trabalho e miséria que voluntariamente havia escolhido para fortalecer e depurar o meu Espírito; dessas provas tive a dita de triunfar, vindo a faltar, no entanto, uma, porventura de todas a mais perigosa: a da fortuna e bem-estar materiais, um bem-estar sem sombras de desgosto. Nessa consistia o perigo. E antes de o tentar, eu quis sentir-me assaz forte para não sucumbir. Deus, tendo em vista as minhas boas intenções, concedeu-me a graça do seu auxílio.
Muitos Espíritos há que, seduzidos por aparências, pressurosos escolhem essa prova, mas, fracos para afrontar-lhe os perigos, deixam que as seduções do mundo triunfem da sua inexperiência.
Trabalhadores! estou nas vossas fileiras: eu, a dama nobre, ganhei como vós o pão com o suor do meu rosto; saturei-me de privações, sofri reveses e foi isso que me retemperou as forças da alma; do contrário eu teria falido na última prova, o que me teria deixado para trás, na minha carreira.
Como eu, também vós tereis a vossa prova da riqueza, mas não vos apresseis em pedi-la muito cedo. E vós outros, ricos, tende sempre em mente que a verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe na Terra; procurai antes saber o preço pelo qual podeis alcançar os benefícios do Todo Poderoso.” (O Céu e Inferno, 2ª Parte, cap. II.)
*
A expiação tem causas diferentes, pois decorre de faltas cometidas pelo Espírito em ocasiões diversas, parte delas na existência actual e a maioria em precedentes existências.
Segundo os ensinamentos espíritas, a expiação se cumpre durante a existência corpórea por meio das dificuldades ou vicissitudes a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais inerentes ao estado de inferioridade do Espírito. Assim é que o mau rico, por expiação, poderá vir a ter de pedir esmola e se verá a braços com todas as privações oriundas da miséria; o orgulhoso, com todas as humilhações; o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e dureza seus subordinados se verá forçado a obedecer a um superior mais ríspido do que ele o foi.
De conformidade com o que aprendemos na doutrina espírita, sabemos que Deus jamais apressa a expiação e só a impõe ao Espírito que, pela sua inferioridade ou má vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil e quando tal fato for realmente útil para sua purificação e progresso.
Quando um Espírito enfrenta e supera uma adversidade, seja ela decorrente de prova, seja decorrente de expiação, ele avança um pouco mais na senda da evolução, ao mesmo tempo em que assimila a lição daí decorrente.
As provas escolares dão-nos uma boa imagem acerca do valor das provas que a vida nos oferece.
Se o aluno se sai bem e alcança a nota desejada, ele sobe para o grau ou série seguinte, até que após algum tempo, concluído o processo, ele recebe o certificado ou diploma que atesta a conclusão do curso.
Devemos compreender, assim, que as provas não foram criadas por Deus para nos abater, mas para serem superadas e assimiladas, e nada têm que ver com castigo ou com punição, porque tais palavras não fazem parte do vocabulário de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 00:43

4 – O jogo do contente e os espíritas
Por iniciativa de Monteiro Lobato, que a traduziu, chegou até nós, muitas décadas atrás, a comovente história de Pollyanna, a jovem que procurava manter-se sempre contente desde o momento em que seu humilde pai, devotado pregador do Evangelho, lhe disse haver encontrado na Bíblia 800 versículos que nos recomendam alegria, contentamento, bom ânimo, textos esses presentes não somente no Novo, mas, também, no Antigo Testamento.
Depois da descoberta, ele disse à filha que se Deus teve – por intermédio de emissários diversos – o trabalho de nos recomendar a alegria por oitocentas vezes, é porque desejava que fôssemos sempre alegres. E inventou, em decorrência disso, o “jogo do contente”, que consiste em encontrar em tudo, em todas as coisas que nos acontecem, um pretexto para permanecermos alegres e contentes.
A história de Pollyanna veio-nos à mente em face de uma carta que recebemos de um leitor, que se disse muito triste pelos rumos que o movimento espírita no Brasil tem tomado, no qual parece que às vezes damos mais importância à letra que ao espírito, como modernos fariseus reencarnados.
“Amai-vos”, eis o primeiro ensinamento!
A frase acima é bem conhecida de todos nós – dirigentes, palestrantes, escritores, médiuns, jornalistas, coordenadores de grupos ou meros participantes das Casas Espíritas.
“Instruí-vos”, eis o segundo.
A lição ora lembrada figura na parte final de um texto que merece igualmente ser recordado:
“Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades. Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." (O Espírito de Verdade, Paris, 1860, cap. VI, item 5, d´O Evangelho segundo o Espiritismo.)
É claro que tem havido fatos no movimento espírita que realmente nos entristecem, mas nenhum deles pode ser pretexto para que ignoremos a necessidade de que o sentimento do amor, amor verdadeiro, amor sem mácula, amor desinteressado, seja o ingrediente principal de tudo o que realizamos no movimento espírita.
Agindo assim será possível – com toda a certeza – adoptarmos o exemplo da jovem Pollyanna e procurarmos destacar nas realizações e actividades de que participamos o aspecto positivo, o lado nobre, as coisas boas que nos proporcionem a alegria e o contentamento prescritos por 800 vezes nas Escrituras, restituindo, desse modo, ao movimento espírita a alegria que lhe tem faltado.
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5 – Quem não consegue perdoar pode tornar-se vítima de si mesmo
É conhecida uma frase de Allan Kardec, constante do livro Obras Póstumas, em que o Codificador diz que o homem frequentemente é o obsessor de si mesmo.
Certos estados doentios – diz ele – e certas aberrações que se atribuem a uma causa oculta devem-se, por vezes, simplesmente ao Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades que mais comumente cada um concentra em si mesmo, sobretudo os desgostos amorosos, podem levar o indivíduo a cometer muitos actos excêntricos que erraríamos em levar à conta da obsessão.
Parece que está aí, finalmente, a explicação dos lamentáveis episódios que ocorreram dez anos atrás na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. Textos escritos pelo rapaz que protagonizou os tristes acontecimentos e divulgados semanas depois comprovaram que ele agiu movido pelo sentimento de vingança de algo que se deu naquele mesmo ambiente, quando tinha aproximadamente a idade das 12 vítimas do seu tresloucado gesto.
A ocorrência nos traz, além do sofrimento que acometeu inúmeras famílias, diversas lições. A primeira delas lembra-nos as inúmeras advertências feitas por Jesus a propósito da importância do perdão.
Quem não perdoa acarreta para si mesmo consequências ruinosas, não somente para o físico, visto que o ressentimento e o ódio encontram-se na raiz de inúmeras doenças, mas também para a alma, que pode perturbar-se com os próprios pensamentos e agir de forma irresponsável, como explicou Allan Kardec no texto que inicialmente recordamos.
Ensina a doutrina espírita que a vingança é a causa da maioria dos casos de obsessão, especialmente dos mais dolorosos que podem acometer a criatura humana.
Numa das melhores obras de autoria de Jésus Gonçalves (autor espiritual), o romance intitulado Perdoa, psicografia da médium Célia Xavier Camargo, é possível verificar que a condição post mortem do criminoso que sinceramente se arrepende é muito melhor do que a situação da vítima que não consegue perdoar.
Se tal facto se dá quando estão desencarnados, é fácil entender que isso pode também ocorrer quando estão encarnados. Essa seria, com certeza, a explicação do caso ocorrido em Realengo, o que é perceptível à vista do que foi publicado, fato que – se assimilarmos bem essa lição – deve reforçar na sociedade em que vivemos o sentimento de que o perdão é a única atitude que devemos tomar diante das ofensas e das agressões recebidas, porquanto sabemos que, em face da Lei de Deus, é melhor sofrer a agressão do que sermos nós o agressor.
As palavras de Jesus, que tantas vezes já ouvimos, devem, por isso, ecoar para sempre nas nossas mentes e nos nossos corações:
• Antes de depositar a tua oferenda, volta e reconcilia-te com o teu adversário enquanto estais a caminho...
• Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete...• Se alguém te obrigar a andar mil passos, anda dois mil...
• Se uma pessoa te bater na face direita, oferece-lhe a esquerda...
• Ama os teus inimigos, ora por aqueles que te perseguem e caluniam...
• Pai, perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores...
Diante de recomendações tão claras e objectivas, só nos resta atender se desejamos realmente ser felizes.
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6 – Por que nascemos e que viemos fazer aqui?
Em seu livro Socialismo e Espiritismo, obra publicada pela Casa Editora O Clarim, Leon Denis diz que a solução dos graves problemas que assolam nosso mundo passa por um processo educativo que explique ao homem o porquê de sua presença e de sua passagem sobre a Terra. Com efeito – observa Denis –, de que serve ao homem conquistar os ares, as águas e todas as forças materiais, se ele não aprende a conhecer e a discernir as finalidades de sua vida?
O objectivo da reencarnação dos Espíritos em planetas como o nosso é algo bem definido na doutrina codificada por Allan Kardec.
O Codificador do Espiritismo perguntou aos imortais: – Qual a finalidade da encarnação dos Espíritos?
Eles responderam: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O Livro dos Espíritos, questão 132.)
Em outro momento, Kardec indagou: – Como pode a alma acabar de se depurar? Os orientadores espirituais responderam: "Submetendo-se à prova de uma nova existência."
A finalidade da reencarnação é, pois: "Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?" (O Livro dos Espíritos, 166 e 167.)
Algum tempo depois, em 1863, em um artigo publicado na Revue Spirite, Kardec examinou a tese de que os Espíritos não teriam sido criados para se encarnarem. A encarnação não seria senão o resultado de uma falta, pensamento esse que seria mais tarde defendido, equivocadamente, na obra Os Quatro Evangelhos, publicada por JeanBaptiste Roustaing.
O Espiritismo, porém, ensina-nos o contrário, ou seja, que a encarnação é uma necessidade para o progresso do Espírito e do próprio planeta em que ele vive, não uma forma de castigo.
Comunicação obtida em 1864 na Sociedade Espírita de Sens confirma esse pensamento, reiterando que a reencarnação é factor indispensável ao progresso espiritual, à qual Kardec acrescenta que, trabalhando para si mesmo, o Espírito reencarnado trabalha para o melhoramento do mundo em que habita.
Na mesma época, em Paris, o tema foi focalizado por outro Espírito, que informou que a reencarnação é necessária enquanto a matéria dominar o Espírito. Do momento em que o Espírito passa a dominar a matéria, a reencarnação não se torna mais necessária; é o estado dos chamados Espíritos puros. O texto pode ser visto na Revue Spirite de 1864, pp. 48 a 50.
Desta última comunicação destacamos os ensinamentos seguintes:
– À medida que as sensações corporais do homem se tornam mais requintadas, suas sensações espirituais também despertam e crescem.
– Sendo os fluidos os agentes que põem em movimento o nosso corpo, são eles os elementos de nossas aspirações, pois existem fluidos corpóreos e fluidos espirituais.
– Esses fluidos compõem o corpo espiritual do Espírito que, uma vez encarnado, age por meio deles sobre a máquina humana, que ele deve aperfeiçoar.
– O Espírito possui livre-arbítrio e procura sempre o que lhe é agradável e satisfaz. Se for um Espírito inferior e material, busca suas satisfações na materialidade e dá, assim, um impulso aos fluidos materiais.
– Como necessita de depuração e esta só é alcançada pelo trabalho, as encarnações escolhidas lhe são mais penosas, porque – depois de haver dado supremacia à matéria e a seus fluidos – deve constrangê-la, lutar com ela e dominá-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 00:43

Comentando a mensagem, Kardec explica-nos que, considerada do ponto de vista do progresso, a vida dos Espíritos apresenta, assim, três períodos principais:
1º – O período material, no qual a influência da matéria domina a do Espírito.
2º – O período do equilíbrio, no qual ambas as influências se exercem simultaneamente.
3º – O período espiritual, no qual, tendo dominado completamente a matéria, o Espírito não mais necessita da encarnação e seu trabalho passa a ser inteiramente espiritual; é o estado dos Espíritos nos mundos superiores.
Muitas décadas depois da codificação da doutrina espírita, reafirmando a necessidade do processo reencarnatório, Emmanuel diz-nos em seu livro O Consolador, questão 96, que a reencarnação representa, em si mesma, uma estação de tratamento e de cura de certas enfermidades d’alma, às vezes tão persistentes que podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma intensidade nos processos regeneradores.
E é exactamente isso que mostram as trovas seguintes, escritas por diferentes poetas, que o leitor pode ler no cap. 4 do livro Na Era do Espírito, obra publicada em parceria por Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires:
"Para quem sofre no Além
Sob a culpa em choro inglório
O regresso ao lar terrestre
É a bênção do purgatório"
(Óscar Leal)

"Não adianta fugir
Do débito que se atrasa,
Reencarnação chega logo
Cobrando dentro de casa"
(Cornélio Pires)

"Quando um sábio das Alturas
Necessita reencarnar
Ninguém consegue impedir
Nem adianta evitar"
(Casimiro Cunha)

"De quaisquer provas na Terra
A que mais amansa a gente:
Inimigo reencarnado
Sob a forma de parente"
(Lulu Parola)
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 00:44

7 – Como será nossa vida depois da morte?
Por que tememos tanto a morte?
Claro que variados são os motivos, mas o principal deles é, sem contestação, o desconhecimento de como se opera essa transição e o que nos aguarda no chamado além-túmulo.
O assunto pode parecer inadequado nos dias que correm, tantos são os problemas e vicissitudes que as criaturas humanas enfrentam neste mundo tão conturbado e confuso.
Há, no entanto, quem reconheça que a morte é, em verdade, um final de um ciclo iniciado com o nascimento e constitui a única certeza que todos temos com relação à nossa própria existência, ou seja, todos morreremos!
Quando?
Ninguém sabe; pode ser hoje, pode ser daqui a 30 anos.
Que nos virá depois dela?
Lembremos inicialmente que nossa existência corpórea é apenas uma fase, mas não a única, das múltiplas experiências que todos nós deveremos enfrentar no longo caminho que nos levará à perfeição, uma meta que Deus assinalou para todas as suas criaturas.
As pessoas de nosso tempo têm lutado bastante para se darem bem na vida e poderem, dessa forma, desfrutar as benesses que o progresso da civilização engendrou.
Muitos, é justo reconhecer, sonham com a felicidade, um objectivo compreensível e válido que pode, no entanto, revelar-se um desastre se, para alcançá-la, negligenciarem os chamados valores espirituais indispensáveis à vida, porque inerentes ao Espírito imortal que todos somos.
As comunicações transmitidas pelos Espíritos mostram-nos que a vida pós-morte é uma espécie de continuação da existência corpórea, com a diferença de que nela os valores e as preocupações levam em conta nossa condição de Espírito e nossas verdadeiras necessidades, enquanto que a existência corpórea se apresenta como um lance rápido, efémero e transitório, como verdadeiramente ela o é.
De facto, por mais longa que seja nossa estada neste plano, os anos passados numa existência corpórea formam um período de tempo irrisório se comparado com a eternidade que se abre à vida dos Espíritos.
No além-túmulo o homem se apresenta com as qualidades, os defeitos, os sentimentos e as recordações que o sensibilizam. As relações familiares verdadeiras se mantêm e se intensificam. Aqueles que se amam jamais se apartam...
A morte não deveria, por isso, assustar a ninguém, uma vez que nada perdemos com ela, a não ser os bens que desfrutamos provisoriamente enquanto reencarnados, como simples usufrutuários que somos, e até mesmo o nosso corpo material, que nenhuma falta fará ao Espírito liberto, que se expressará então em outro corpo, semelhante ao primeiro, ao qual Paulo de Tarso chama de corpo espiritual (*) e Kardec define como sendo o envoltório subtil da alma ou perispírito.
A desencarnação – ensinam os imortais – atinge-nos de modos diferentes, segundo a condição moral de cada um.
Lemos no livro O Céu e o Inferno:
“A causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria, que atinge o seu máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusiva e unicamente à vida e aos gozos materiais.” (O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, 2ª Parte, cap. 1, item 8.)
Existe, pois, uma relação directa entre o modo pelo qual vivemos no mundo e o começo da vida além-túmulo, porquanto o desprendimento da alma, em seguida à morte corporal, é semelhante ao despertar da pessoa que renasce para uma nova existência corpórea.
Duas conclusões podemos tirar dos ensinamentos acima.
A primeira é que é preciso compreender melhor o sentido da vida, que não se resume aos poucos anos que compõem nossa existência corpórea.
A segunda é que, submetidos à lei do progresso, temos o dever indeclinável de trabalhar por nosso aprimoramento moral, identificando-nos com a vida espiritual e abdicando, se preciso, das vantagens imediatas em prol do futuro, sem nos esquecermos de que somos Espíritos e temos objectivos que transcendem as metas e as preocupações exclusivamente de natureza material.
(*) Semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual. (I Coríntios 15,44.)
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8 – Como reconhecer, entre os espíritas, os que estão no bom caminho
Alguns confrades criticam a preocupação de muitos Centros Espíritas em oferecer, às pessoas que os procuram, o conforto e a assistência espiritual expressos no serviço do passe, na água magnetizada, nas radiações, nas sessões de doutrinação de Espíritos e nas reuniões de fluidoterapia voltadas para nossos irmãos enfermos do corpo.
Ninguém que conheça a doutrina espírita discordará de que as Casas Espíritas devem ter como finalidade fundamental a educação das pessoas que as buscam e o desenvolvimento do raciocínio crítico de seus frequentadores, mas tal objectivo não impede que, ao lado dos estudos e da orientação, atenda também o Centro Espírita às suas características de Templo, Lar, Hospital, Oficina e Escola, que encontramos nas instituições espíritas mais respeitáveis.
Sabemos que uma pessoa que esteja faminta não reúne, na maior parte dos casos, condições para ouvir uma prelecção. Procuremos, pois, alimentá-la e depois, saciada sua fome, ela estará mais bem preparada para a lição que lhe será ministrada.
Assim se dá com as pessoas que chegam em desespero a uma Casa Espírita, sejam quais forem seus motivos. Esteja o desespero ligado a problemas de ordem espiritual ou a dificuldades de ordem material, não importa: é preciso primeiro acolhê-las, ampará-las e é para isso que existem os recursos espíritas, alguns dos quais utilizados largamente por Jesus, que deveria ser sempre para todos um exemplo a ser seguido.
Essas são as razões por que numa Casa Espírita bem orientada existem os serviços do passe e da água magnetizada, as sessões de radiações e as reuniões voltadas para a doutrinação ou esclarecimento de Espíritos. Seu propósito não é, como alguns pensam, de natureza proselitista, mas sim um meio de tornar menos áspero o caminho de irmãos nossos que, em muitos casos, desfalecem ante as provas mais duras.
Em uma mensagem incluída por Kardec no capítulo XX d´O Evangelho segundo o Espiritismo, o instrutor Erasto fez uma grave advertência: “(...) atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade”.
O Codificador do Espiritismo perguntou-lhe, então: “Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?”
Erasto assim respondeu:
“Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição.”
A advertência acima parece-nos suficiente para que os espíritas e os Centros Espíritas não ignorem, em suas actividades, a função consoladora do Espiritismo e, como tal, a respeitem e pratiquem.
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9 – Por que tanta violência em nosso mundo?
Toda vez que o crime bárbaro ou os actos de terrorismo ocupam as manchetes em todo o mundo, ouve-se de novo uma pergunta que tem sido difícil responder de maneira satisfatória: – Por que a violência é algo ainda tão marcante em nosso
mundo?
Ninguém certamente ignora que ela esteve sempre presente em todas as épocas da Humanidade.
A Bíblia disso nos dá conta revelando até mesmo os conflitos em que Moisés teria pessoalmente tomado parte, fato que se repetiria com o rei Saul e até com Davi, autor da maioria dos salmos que se eternizaram nas páginas do Antigo Testamento.
As guerras que fizeram expandir o Império
Romano; as Cruzadas, de triste memória; a Inquisição; o longo período da escravatura em inúmeros países, algo que somente cessou na segunda metade do século XIX; os inúmeros conflitos entre países europeus; as guerras mundiais de 1914 e 1939; a guerra da Coreia; a guerra do Vietname; a guerra do Golfo... Chega! Esta enumeração basta para mostrar que o estado de beligerância, violência e criminalidade não é um fenómeno moderno e tem, portanto, raízes muito mais profundas do que à primeira vista podemos imaginar.
Certa vez, respondendo a uma leitora que nos consultou exactamente sobre a questão da violência, foi-lhe dito que, segundo pensamos, a violência que reina na sociedade terrena, e não apenas no Brasil, contra as pessoas em geral, sejam crianças, jovens ou adultos, decorre da condição geral de atraso que caracteriza o planeta em que vivemos.
A Terra é um planeta muito jovem e, devido a isso, não passou ainda do segundo nível da escala evolutiva aplicável aos planetas, pois nada mais é do que um singelo mundo de provas e expiações.
Abaixo dela, somente os chamados mundos primitivos, em que as almas iniciam sua romagem evolutiva por meio das reencarnações sucessivas.
Para entender o nível evolutivo dos Espíritos que vivem em nosso mundo, lembremos o que Santo Agostinho (autor espiritual) escreveu no ano de 1862:
“(...) nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência de sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levavam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É porque há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 14.)
A situação neste planeta, 85 anos depois da mensagem acima, pouco mudou, como podemos aferir à vista da informação abaixo, constante do livro Voltei, de Irmão Jacob, pseudónimo de Frederico Figner, obra psicografada em 1947 pelo médium Francisco Cândido Xavier. Eis a informação a que nos reportamos:
“Vivendo encarnados no Planeta quase dois bilhões de individualidades humanas, esclareceu o benfeitor que mais de um bilhão é constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias famílias continentais. Torna-se fácil, portanto, avaliar a extensão do serviço regenerativo além do túmulo, considerando-se que homem algum se transforma instantaneamente.”
(Voltei, de Irmão Jacob.)
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Resumindo a informação acima: mais de 50% da população terrena era, em 1947, formada por Espíritos bárbaros ou semicivilizados e, do total, somente 30% se encontravam aptos à espiritualidade superior.
Acredita o leitor que esses percentuais se modificaram de forma sensível?
Não é, pois, difícil compreender por que o nosso planeta continua a ser, e o será por longo tempo, um mundo de provas e expiações, constituindo a violência, a corrupção e a criminalidade tão somente reflexos dessa condição e do estágio evolutivo em que nós, os terráqueos, ainda nos encontramos.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 00:45

10 – Sinais de alarme
O moço acidentou-se gravemente numa colisão entre veículos. Ao cair de sua moto, o capacete revelou-se insuficiente para proteger-lhe o crânio.
Dias e noites debateu-se às voltas com a presença da morte numa U.T.I. do principal hospital da cidade. Em casa, todos oravam. Seus familiares pareciam unir-se para somar forças e recursos diante do decreto do Invisível, pois temiam sua partida extemporânea para o Outro Mundo. “É cedo ainda”, pensavam, embora não conseguissem dizê-lo.
À medida, porém, que o enfermo se recuperava, o fervor diminuía e, aos poucos, a casa foi voltando à normalidade. Com sua alta, de novo voltaram as preocupações materiais, os projectos financeiros, a despreocupação com os altos objectivos de nossa passagem pela Terra, coisa que deveria merecer um pouco mais de atenção nos dias que vivemos.
O que ocorre em face de um simples acidente físico deveria ocorrer nos acidentes morais.
Quando a obsessão, qual doença insidiosa, bate à nossa porta, a família necessita pôr-se em guarda, juntar esforços e orar muito, porque, mais perigosa do que uma lesão de natureza orgânica, a obsessão pode liquidar projectos nobres e ser o túmulo das mais caras aspirações.
Por que, então, não encará-la como um mal que é preciso ser extirpado?
Por que não elegê-la o problema número um da família inteira?
É de Scheilla (autora espiritual), por intermédio da psicografia de Chico Xavier, a seguinte advertência:
“Há dez sinais vermelhos no caminho da experiência, indicando queda provável na obsessão:
Quando entramos na faixa da impaciência;
Quando acreditamos que a nossa dor é a maior;
Quando passamos a ver ingratidão nos amigos;
Quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;
Quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;
Quando reclamamos apreço e reconhecimento;
Quando supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo;
Quando passamos o dia a exigir esforço alheio, sem prestar o mais leve serviço;
Quando pretendemos fugir de nós mesmos, através do álcool ou do entorpecente;
Quando julgamos que o dever é apenas dos outros”.
E Scheilla assim conclui:
“Toda vez que um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas ideias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos a prudência de amparar-nos no socorro da prece ou na luz do discernimento”.
A lição transcrita dispensa comentários.
A obsessão é enfermidade moral que só alcança o homem que lhe abre portas e janelas para ela entrar.
Há, todavia, um antídoto para esse inquietante mal, expresso no lembrete seguinte de Eurípedes Barsanulfo (autor espiritual), constante do livro Sementes da Vida Eterna, psicografado por Divaldo Franco: “Através do Evangelho (...) encontramos o antídoto eficiente contra a sua proliferação: o amor!”.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 00:45

11 – Lições que o livro Nosso Lar nos trouxe
Poucas pessoas compreenderam de imediato o objectivo que levou ao preparo e à posterior publicação do livro Nosso Lar, que constitui o fundamento do filme de igual nome que alcançou grande sucesso nas telas dos cinemas brasileiros.
O livro, é bom que lembremos, surgiu no início de 1944, quando Chico Xavier não havia completado 34 anos de idade e não era, como é fácil de entender, uma unanimidade em nosso País, fato que só seria alcançado na década de 1970, com o sucesso do célebre programa Pinga-Fogo na TV.
Os anos passaram, surgiram novas obras que complementaram as informações contidas no livro e, como muitos espíritas bem sabem, Nosso Lar acabou sendo escolhido em pesquisa realizada pelas Organizações Candeia como o mais importante livro espírita do século XX.
(Confira: http://www.oconsolador.com.br/ano4/171/especial2.html /)
O motivo principal dessa escolha, segundo revelado na época pela instituição que realizou a pesquisa, se deve ao fato de ter Nosso Lar apresentado a primeira grande descrição do plano espiritual que influenciaria, de maneira decisiva, os estudos e as pesquisas espíritas aqui e no exterior, especialmente no que diz respeito à mediunidade e aos processos obsessivos.
Suas lições não se resumem, porém, a esses aspectos, como aliás foi ressaltado por Emmanuel e pelo próprio André Luiz nos textos de abertura do livro.
Em seu prefácio, escreveu Emmanuel:
“Reconhecemos que este livro não é único.
Outras entidades já comentaram as condições da vida, além-túmulo... Entretanto, de há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis à legítima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados, nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligadas ao planeta”.
Mais diante, Emmanuel adverte:
“O Espiritismo ganha expressão numérica. Milhares de criaturas interessam-se pelos seus trabalhos, modalidades, experiências. Nesse campo imenso de novidades, todavia, não deve o homem descurar de si mesmo. Não basta investigar fenómenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística, doutrinar consciências alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa vez, nos serviços do bem”.
De acordo com as palavras daquele que coordenou a obra mediúnica de Chico Xavier, André Luiz veio dizer-nos que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal. E que não basta à criatura apegar-se à existência humana, mas é preciso saber aproveitá-la dignamente, visto que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo e que “em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas muito mais de Espiritualidade”.
Da introdução assinada por André, destacamos as seguintes e sábias palavras, que deveríamos ter sempre em mente na condução dos nossos passos na actual existência:
“Uma existência é um acto.
Um corpo – uma veste.
Um século – um dia.
Um serviço – uma experiência.
Um triunfo – uma aquisição.
Uma morte – um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?”
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 14:30

12 – Por que orar?
Há pessoas que não crêem, em absoluto, na validade da prece e assim procedem durante toda a sua existência, até que a provação, surgida sob a forma de enfermidade irreversível ou da ruína nos negócios, abata seu orgulho e as leve à meditação em Deus.
Certo amigo que nas horas vagas colaborava com assiduidade na Santa Casa de sua cidade relatou-nos oportunamente como era o comportamento de determinadas criaturas de vida abastada quando, internadas naquela Casa, tomavam conhecimento da gravidade de sua enfermidade.
Ciente de antemão do caso, nosso amigo sugeria ao enfermo, em particular, a presença de um sacerdote para – quem sabe? – o necessário desabafo. A resposta era, contudo, no início, invariavelmente desanimadora: “Não creio em padre nem em religião nenhuma!”
Com o passar dos dias, toda doença insidiosa mostra os sinais de sua dureza e determinação. A família passa a rodear o enfermo, os parentes chegam de todos os cantos e, evidentemente, o resultado não se fazia esperar. O enfermo acabava, então, enviando ao amigo o esperado recado: “Se o senhor quiser, não me importo com a vinda do sacerdote”, ou seja, quando a ciência se revela impotente e o dinheiro nada mais pode fazer, só resta recorrer à religião, como último recurso na busca de melhores dias.
Com as pessoas de vida mais singela o facto se passa de forma diferente. A escassez de recursos e a simplicidade da vida fazem com que esses irmãos sintam geralmente na oração um elemento importante em sua vida e, talvez, o único recurso diante das vicissitudes.
O convívio com famílias que vivem na periferia da cidade comprova isso. Essas pessoas, não raro, acompanham a oração com seriedade e gosto. Sim, com gosto, alegria, interesse, compreensão.
É que a prece sincera transforma nosso estado d´alma e, quando fervorosa, traz-nos uma paz indefinida, assentando por alguns momentos uma vida nova em nosso campo mental.
Por que a prece conforta tanto?
Que mistério profundo encerra essa comunhão que os povos mais antigos já cultuavam?
O Espiritismo trata do tema com respeito e carinho, ao definir a prece como sendo um acto de adoração a Deus e, ao mesmo tempo, uma conversa com o Criador ou seus prepostos.
Sendo um ato de adoração, ela agrada ao Senhor e nos torna melhores, não requerendo para isso uma fórmula exterior determinada ou uma dissertação alongada. Seu conteúdo é que vale, a atitude de quem ora é o que importa, cientes todos nós de que a prece deve ser espontânea, objectiva e repleta de sentimentos elevados.
Do mesmo modo como Jesus ensinou, propõe-nos o Espiritismo que devemos orar em secreto, visto que, tratando-se de uma invocação e uma conversa íntima, ela requer os mesmos cuidados que temos quando desenvolvemos com alguém um entendimento particular.
Ensina Emmanuel: “A prece deve ser cultivada no íntimo, como a luz que se acende para o caminho tenebroso ou como o alimento indispensável na jornada longa e difícil, porque a oração sincera estabelece a vigilância e constitui o maior factor de resistência moral no centro das provações mais escabrosas e mais rudes” (O Consolador, pergunta 245).
Há, como sabemos, vários modelos de prece. O Pai Nosso, a prece de Cáritas, a oração de São Francisco de Assis, todas são peças de altíssimo valor literário e sentimental. O essencial, contudo, não é o que elas dizem, mas como as dizemos, o que sentimos ao dizê-las, a maneira, enfim, como as vivenciamos, sobretudo no momento de pô-las em execução.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 14:30

13 – O perdão faz bem à saúde
É conhecida a advertência evangélica a respeito do perdão. Ensinou-nos Jesus que constitui medida salutar a busca de nossos adversários e a reconciliação com eles, antes de oferecermos a Deus nossas oferendas e preces.
A doutrina ensinada pelos Espíritos superiores inclui o perdão das ofensas, a indulgência para com as imperfeições alheias e a benevolência para com todos entre as virtudes que formam o conceito de caridade tal como a entendia Jesus.
Como a caridade é, conforme a Doutrina Espírita, o caminho único da salvação – pois não existe outra maneira de se interpretar a máxima Fora da caridade não há salvação, adoptada por Kardec –, o perdão faz bem em qualquer circunstância, sobretudo aos que o concedem.
Os espiritistas, todas as vezes que examinavam essa questão, jamais pensaram em benefícios materiais. O bem resultante do perdão foi considerado sempre uma recompensa para o Espírito eterno, ainda que não significasse vantagem alguma em termos puramente materiais.
Usemos um exemplo colhido à vida.
Uma pessoa é espoliada por alguém, sofrendo por isso um enorme prejuízo. Ao perdoar ao seu algoz, ela não obtém, com esse gesto, nenhuma compensação material ou financeira, uma vez que seus benefícios serão tão somente de ordem espiritual.
Esse era o pensamento dominante quando se falava no valor do perdão, até que um facto novo veio mostrar que o efeito de perdoar aos que nos prejudicam ou ofendem vai além de uma simples satisfação interior que enobrece a alma capaz desse gesto.
A novidade veio-nos de Michigan (Estados Unidos), onde pesquisadores do Hope College, situado na mencionada cidade, garantem que perdoar as ofensas é uma forma de manter a saúde e pode ser até mesmo crucial para a sobrevivência da espécie.
Comparando-se os batimentos cardíacos, a taxa de suor e outras reacções de pessoas expostas ao sofrimento ou à raiva que conseguiram ou não perdoar, foi que os pesquisadores americanos concluíram que perdoar faz bem ao corpo e não somente à alma, algo que Jesus, com toda a certeza, sabia.
Fosse de outro modo, o Mestre não teria insistido tanto no assunto, que houve por bem incluir até mesmo no modelo de prece que passou à posteridade com o nome de Oração Dominical.
É fácil, pois, compreender esta singela lição que Joanna de Ângelis inseriu no cap. 23 de seu livro Episódios Diários, psicografado por Divaldo Franco:
“Só os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo do que aquele em que se encontra o seu perseguidor.
Se desculpas o acusador, és melhor do que ele.
Se perdoas ao inimigo, te encontras em mais feliz situação do que a dele.
Se ajudas a quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro cristão.
Desforço, jamais!”
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14 – A desencarnação e suas nuances
Morte física e desencarnação são factos distintos que não ocorrem simultaneamente. Uma pessoa morre quando o coração deixa definitivamente de funcionar, admitindo-se há alguns anos em diversos países como válido o óbito se registrada a morte encefálica, ainda que o coração continue batendo.
Desencarnação é outra coisa. A alma desencarna quando se completa o desligamento, o que pode demandar algumas horas ou alguns dias.
Ensina o Espiritismo que, de um modo geral, a alma continua ligada ao corpo enquanto são nela muito fortes as impressões da existência corpórea.
Indivíduos materialistas ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento. A demora nesse desprendimento é, às vezes, necessária para que o desencarnante tenha menores dificuldades para ajustar-se à realidade espiritual.
Ernesto Bozzano, no livro A Crise da Morte, depois de examinar 18 casos documentados sobre as fases inerentes ao transe da morte, enumerou em 12 pontos suas conclusões. Dentre estas, destacamos as seguintes:
• Todos os que desencarnam afirmam que, durante algum tempo, ignoraram o que, de facto, lhes havia ocorrido.
• Quase todos informam haver passado, após a morte, por uma espécie de “sono reparador”.
• Os que desencarnam gravitam, automática e fatalmente, para a esfera espiritual que lhes diz respeito, em obediência à “lei de afinidade”.
Leon Denis, no livro Depois da Morte, diz que a separação que se dá entre a alma e o corpo é seguida por um período de perturbação, período que é breve para as almas justas e boas, que logo se separam, mas longo, e às vezes muito longo, para as almas culpadas, impregnadas de fluidos grosseiros.
O assunto foi examinado também por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, em que podemos ler nas questões 149 a 165 que o estado de perturbação é um fato natural em todas as pessoas e varia de acordo com o grau de elevação moral do desencarnante.
O desprendimento da alma – que é o que caracteriza a desencarnação – começa pelas extremidades do corpo e vai-se completando na medida em que são desligados os laços fluídicos que prendem a alma ao cadáver.
Há, segundo informação constante do cap. XIII do livro Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, três regiões orgânicas fundamentais que demandam um grande cuidado nos serviços de liberação da alma: • o centro vegetativo, ligado ao ventre; o centro emocional, sediado no tórax, e • o centro mental, localizado no cérebro.
Nessa ordem é que a obra citada descreve como se processou o desprendimento de Dimas, um dos personagens do livro.
A oração é muito importante nesse processo e deve, por isso, estar presente sempre nos chamados velórios. Kardec relata a propósito, no livro O Céu e o Inferno, um interessante caso ocorrido em 1863 com o Espírito de Augusto Michel, que pediu a um médium fosse até o cemitério orar no seu túmulo.
O falecido suplicou tanto, que o médium acabou atendendo e, no próprio cemitério, foi intermediário de uma mensagem do Espírito, agradecido por ficar aliviado da constrição que antes o fazia preso à matéria.
Comentando esse caso, Kardec questionou – para a nossa reflexão – se o costume quase geral de orar ao pé dos defuntos, que é uma prática bem antiga, não proviria da intuição inconsciente que se tem desse efeito.
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15 – Os fortes devem amparar, não esmagar os fracos
Célia Cazeta – com quem estamos casado há mais de 54 anos – e nós somos de famílias bastante numerosas. Ao todo, temos 17 irmãos, dez do nosso lado, sete do lado dela, e por conseguinte uma multidão de sobrinhos e outro número já bem grande dos filhos destes.
Como sabemos, em uma família numerosa nem todos conseguem o mesmo sucesso no âmbito profissional. São diversas as razões. Há aqueles que conseguem oportunidades que faltam a outros, condições mais favoráveis para estudar, facilidade na questão do emprego, saúde em ordem e por aí vai. Deste modo há nas famílias em geral alguns que conseguem uma situação económica mais favorecida, enquanto outros lutam com dificuldades para custeio das despesas correntes com escola, saúde e até alimentação.
Cientes disso, sempre que podemos, temos procurado fazer algo no sentido de minimizar as dificuldades de um e outro familiar, geralmente com apoio de familiares generosos, o que não falta nas famílias em que Célia Cazeta e nós fomos criados. Não se trata, evidentemente, de nada especial, nada mais do que o cumprimento de um dever, visto que entendemos que aqueles que podem ajudar devem fazê-lo sempre que se apresentar a necessidade.
É uma faceta de uma máxima conhecida, segundo a qual os fortes devem amparar os fracos, não esmagá-los. Aquele que se encontra em condições de observar esse princípio, que transparece com toda a clareza das páginas do Velho e do Novo Testamento, não pode omitir-se, porque, assim agindo, estará perdendo uma excelente oportunidade de fazer algo em favor do semelhante e atender a uma das principais recomendações que Jesus nos legou: – Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. E isso independentemente de ser o outro membro ou não de nossa família consanguínea, porque todos – é bom enfatizar: todos – somos irmãos.
Além da perda da oportunidade de ajudar, anos depois, com toda a certeza, o remorso decorrente de nossas omissões tornar-se-á inevitável, especialmente quando tivermos de regressar à pátria espiritual, onde cada um de nós terá de prestar contas do que fizemos com os talentos que Deus nos emprestou.
Quando chegamos ao berço, nada trazemos em termos materiais, nem mesmo o corpo físico que nossos pais cuidaram de nos oferecer ao acolher-nos nesta nova etapa evolutiva. E quando voltamos, também nada levamos, nem o corpo nem as vestes, nem o carro nem a casa, nem os investimentos nem as propriedades, fato que levou o notável pensador Pascal (autor espiritual) a escrever:
“O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a propriedade real, mas, simplesmente, o usufruto.
Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste.
Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.” (Pascal. Mensagem recebida em Genebra em 1860, publicada no cap. XVI, item 9, d´O Evangelho segundo o Espiritismo.) (1)
Em face de tão claro ensinamento, apegar-se aos bens e aos recursos financeiros de que dispomos, para calarmos ante as necessidades do próximo, é um equívoco que devemos lembrar sempre aos nossos irmãos, filhos, amigos e sobrinhos.
De outro lado, fazer algo em favor de alguém, por mínimo que seja, nos trará bênçãos incontáveis que nenhum dinheiro do mundo é capaz de pagar.
Não é que devamos ajudar para sermos ajudados.
É que assim é a vida, e disso temos inúmeros exemplos, especialmente na literatura espírita.
Um desses exemplos nos é narrado pelo Espírito de Humberto de Campos numa de suas obras.
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Mensagem  Ave sem Ninho 26/9/2023, 14:31

Falamos do caso Barsabás, o rico e poderoso tirano.
Quando Barsabás demandou o reino da morte, buscou em vão reintegrar-se no grande palácio que lhe servira de residência. Mas ninguém, nem os familiares nem os amigos, lhe lembravam o nome, a menos que fosse para reclamar o ouro e a prata que ele doara a mordomos distintos.
Depois de muito sofrer no plano espiritual e vaguear por muito tempo no nevoeiro, entre vozes acusadoras, certo dia aprendeu a orar, e, como se a rogativa lhe servisse de bússola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbito, se lhe extinguiu a cegueira e ele viu, diante de seus passos, um santuário sublime, faiscante de luzes.
Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoavam-no em todas as direcções. Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Preces de Louvor, situada nas faixas inferiores do firmamento.
Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo, ante o ministro espiritual que velava no pórtico.
Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico falou sereno:
– Barsabás, cada fragmento luminoso que contemplas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...
– Ai de mim – soluçou o desventurado – eu jamais fiz o bem...
– Em verdade – prosseguiu o informante –, trazes contigo, em grandes sinais, o pranto e o sangue dos doentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefesos que despojaste, nos teus dias de invigilância e de crueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, uma oração de louvor...
E apontou-lhe acanhada estrela, que brilhava à feição de pequenino disco solar.
– Há trinta e dois anos – disse, ainda, o instrutor –, deste um pão a uma criança e essa criança te agradeceu, em prece ao Senhor da Vida.
Chorando de alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás perguntou:
– Jonakim, o enjeitado?
– Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino.
– Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento nas trevas.
Barsabás acompanhou o ténue raio do ténue fulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas, em vez de elevar-se às alturas, encontrou-se numa carpintaria humilde da própria Terra.
Ali um homem calejado reflectia, manobrando a enxó em pesado lenho... Era Jonakim, aos quarenta anos de idade. Como se estivessem os dois identificados no doce fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, de volta ao calor do lar.
Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam belos olhos azuis. Com a bênção de um pão dado a um menino triste, por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nas Leis Eternas, o prémio de renascer para redimir-se. (2)

Notas:
(1) Blaise Pascal (Clermont-Ferrand, 19 de junho de 1623 – Paris, 19 de agosto de 1662) foi matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês. Prodígio, Pascal foi educado por seu pai. Depois de uma experiência mística que experimentou em novembro de 1654, dedicou-se à reflexão filosófica e religiosa, sem renunciar ao trabalho científico. Escreveu
durante este período The Provincials and Thoughts, publicado somente após sua morte. Em 8 de julho de 2017, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o Papa Francisco anunciou que Blaise Pascal "merece a beatificação" e que planeava iniciar o procedimento oficial. Sobre Pascal, leia mais em https://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal (2) Extraído do conto História de um pão, autoria de Irmão X, pseudónimo usado pelo Espírito de Humberto de Campos, publicado no livro O Espírito da Verdade, psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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