LUZ ESPÍRITA
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Conhecereis a verdade e ela vos libertará - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 21, 2023 8:38 pm

Conhecereis a verdade e ela vos libertará
Astolfo Olegário de Oliveira Filho

Sumário
Ao Leitor,
Sobre o Autor,

1. Será o amor materno um mito?,
2. Uma luta difícil e, às vezes, inglória,
3. Cuidado com as previsões, eis o conselho espírita,
4. A influência da religião na economia de um país,
5. As tentações e a advertência de Paulo de Tarso,
6. Para educar não é preciso falar alto,
7. As crianças não baptizadas e sua destinação,
8. A fatalidade e suas nuances,
9. Por que é tão difícil transformar-nos?,
10. Segundo o Espiritismo, não basta abster-nos de fazer o mal,
11. A teoria do Design Inteligente e o Espiritismo,
12. Pode o cristão fazer reparo à Bíblia?,
13. A doutrina das penas eternas é um equívoco,
14. Doutor Xavier e o aborto,
15. Um minuto de prazer irreflectido e seus possíveis efeitos,
16. Como lidar com as influências espirituais negativas,
17. Anotações sobre a prece,
18. Barbara Ivanova, Carol Bowman e a reencarnação,
19. As tentações em uma perspectiva espírita,
20. Agressão e calúnia denotam enfermo em estado grave,
21. São duas as asas que levam à perfeição,
22. A melhor de todas as religiões,
23. Uma receita para afastar os maus Espíritos,
24. A generosidade é uma virtude que só merece aplausos,
25. O padre François Brune e a reencarnação,
26. Deus sabe esperar; não apressa a expiação,
27. No tratamento da obsessão, não bastam os passes,
28. Como devem agir os que se dizem cristãos,
29. A religião e os transtornos mentais,
30. A importância do Evangelho na questão da vigilância,
31. No trabalho da codificação, a teoria nasceu da observação,
32. Depois da tempestade vem a bonança. Será?,
33. A emancipação da alma após a morte corpórea,
34. O que é essencial no tratamento da obsessão,
35. Onde estava Deus naqueles dias?,
36. Desatenção e preguiça mental: desafios da modernidade,
37. A verdade é indispensável quando se trata de adopção,
38. A pequenez do homem ante a grandeza da vida,
39. Rir faz bem à saúde?,
40. O stress ante a fé e a doutrina espírita,
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 21, 2023 8:39 pm

41. Como conviver pacificamente com o avanço tecnológico de nossos dias,
42. O amor é o alimento principal de uma pessoa com deficiência,
43. Na arte, como na vida, tudo deveria ser melhor,
44. Os nossos ancestrais e o Espiritismo,
45. O que é carma e, se negativo, como proceder para anulá-lo,
46. As muitas moradas da casa do Senhor,
47. A ambição, a ganância e as crises económicas,
48. Amar a Deus e ao próximo é o nosso principal dever,
49. A felicidade no mundo em que vivemos,
50. A quem o ensino espírita se dirige?,
51. Há remédio para insensatez?,
52. Como nós vemos a prece e sua importância,
53. De mil passará, mas a 2000 não chegará,
54. Das crises que enfrentamos, qual a mais séria?,
55. Podemos e devemos doar nossos órgãos,
56. Fazer o bem, e não o mal, eis o que o Espiritismo nos propõe,
57. O caso de Itatira e os fenómenos de Pentecostes,
58. Casamento, destino e livre-arbítrio,
59. Por que evangelizar nossas crianças?,
60. Enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho haverá esperança,
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 21, 2023 8:39 pm

Ao Leitor
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." - Jesus. (João, 8,32)
A palavra do Mestre, anotada pelo evangelista João, é clara, segura e bastante conhecida.
A que verdade Jesus se referiu?
A questão foi examinada no livro Fonte Viva, obra psicografada pelo médium Chico Xavier, em que no capítulo 173, intitulado “Ante a luz da verdade”, Emmanuel nos diz que “a verdade libertadora é aquela que conhecemos na actividade incessante do Eterno Bem”.
E, na sequência, acrescenta:
“Penetrá-la é compreender as obrigações que nos competem.
Discerni-la é renovar o próprio entendimento e converter a existência num campo de responsabilidade para com o melhor.
Só existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido.
Conhecer, portanto, a verdade é perceber o sentido da vida. E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.”
Foi tendo em mente tal pensamento que escolhemos para título da presente obra a frase de Jesus.
Constituída de 60 capítulos, a obra apresenta-nos temas diversos tratados à luz do conhecimento espírita, cuja proposta é ajudar o leitor a perceber qual é, de facto, o sentido da vida e, em consequência disso, libertar-se do erro, buscar o crescimento espiritual e seguir com firmeza no caminho que o conduzirá ao objectivo final de nossa presença no mundo.

Astolfo O. de Oliveira Filho
Primavera de 2022
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Sobre o Autor
Astolfo Olegário de Oliveira Filho é director de redacção da revista espírita O Consolador, fundada em 18/4/2007 por ele e seu colega José Carlos Munhoz Pinto, e, desde dezembro de 1983, do jornal espírita "O Imortal", periódico fundado em 1953 por Luiz Picinin e Hugo Gonçalves.
Natural de Astolfo Dutra (MG), reside desde os 18 anos no estado do Paraná, para o qual se mudou com vistas a cursar a faculdade, graduando-se então no curso de Ciências Económicas.
Filho de Astolfo Olegário de Oliveira e Ana Borela de Oliveira, é casado com Célia Maria Cazeta de Oliveira, sendo pai de quatro filhos, avô de oito netos e bisavô de dois meninos.
Já residindo em Londrina (PR), participou desde janeiro de 1963 até março de 2020 das actividades do Centro Espírita Nosso Lar, do qual foi presidente e conselheiro em diversas ocasiões.
Escreveu e manteve por 13 anos, de 1980 a 1992, a coluna "Espiritismo" publicada aos domingos pela "Folha de Londrina".
Fundou e dirigiu a Editora Leopoldo Machado e é actualmente director da EVOC - Editora Virtual O Consolador, de Londrina (PR), sendo também editor do blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismoseculoxxi.blogspot.com.br/
É autor de 20 livros, dois pertinentes a suas actividades profissionais e 18 relativos à doutrina espírita.

Destes, sete foram publicados, no formato digital, pela EVOC, a saber:
20 Lições sobre Mediunidade
Lições para ontem, hoje e amanhã
Iniciação à Doutrina Espírita: 1 - Noções gerais e princípios básicos
Iniciação à Doutrina Espírita: 2 - As leis morais segundo o Espiritismo
Iniciação à Doutrina Espírita: 3 - Aspecto científico do Espiritismo
Iniciação à Doutrina Espírita: 4 - Aspecto filosófico do Espiritismo
Iniciação à Doutrina Espírita: 5 - Aspecto religioso do Espiritismo.

Anteriormente à suspensão das reuniões espíritas presenciais, motivada pela pandemia da Covid-19, participava regularmente das actividades do Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), bem como das actividades realizadas pela Comunhão Espírita Cristã de Londrina, localizada na periferia da cidade, da qual é, ao lado de sua esposa, um dos fundadores.
Em dezembro de 2021 mudou-se para a cidade de Arapongas (PR), onde participa actualmente das actividades do Centro Espírita Fé, Luz e Caridade.
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1 - Será o amor materno um mito?
Tendo por título L'Amour En Plus, causou grande perplexidade, quando publicado pela primeira vez na cidade de Paris, um livro escrito pela professora francesa Elisabeth Badinter, que, depois de efectuar extensa pesquisa, lançou a ideia de que o instinto materno é um mito e não existe uma conduta materna universal e necessária.
Na obra, a autora constata a extrema variabilidade desse sentimento, segundo a cultura, as ambições ou as frustrações da mãe, e conclui, por fim, que o amor materno é apenas um sentimento humano como outro qualquer e, como tal, incerto, frágil e imperfeito.
No Brasil, publicado pela Nova Fronteira, o livro recebeu o título Um Amor Conquistado: o Mito do Amor Materno, em tradução de Waltensir Dutra.
Um episódio recente mostrado várias vezes pela TV brasileira, em que uma mãe caminha até um depósito de lixo e deixa ali seu bebê recém-nascido, parece dar razão a Elisabeth Badinter, porque, de fato, como ela menciona em seu livro, há mães que não revelam nenhum sentimento de amor por seus filhos, a ponto de até mesmo impedirem que nasçam, como ocorre nos milhões de abortamentos que se registram anualmente no mundo, incluindo nessa estatística o Brasil – um país em que a maioria esmagadora da população se diz cristã.
Será o amor materno um mito?
A doutrina espírita diz-nos que não e, quando trata do assunto, ensina-nos coisa diferente.
Vejamos o que diz a questão 890 d´O Livro dos Espíritos:
– Será uma virtude o amor materno, ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais?
“Uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais; cessa quando desnecessário se tornam os cuidados. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes.
Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo. Bem vedes que há nele coisa diversa do que há no amor do animal.”
A experiência humana oferece-nos muitos exemplos da propriedade e do acerto dessa resposta e isso fica ainda mais nítido para os que atuam nas sessões espíritas de assistência aos desencarnados. Invariavelmente, muito embora estejam desencarnadas, são as mães que na maioria dos casos socorrem as criaturas que sofrem e pedem socorro depois de haverem deixado o plano em que vivemos.
Como explicar então os casos que subsidiaram as pesquisas de Elisabeth Badinter e o episódio recente que vimos na TV?
Essa questão não foi ignorada por Allan Kardec.
Veja o que nos diz a questão 891 da principal obra da doutrina espírita:
– Estando em a Natureza o amor materno, como é que há mães que odeiam os filhos e, não raro, desde a infância destes?
“Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência. Em todos os casos, a mãe má é uma pessoa animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. Mas essa violação das leis da Natureza não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos de que haja triunfado.”
Verifica-se que os casos apurados por Elisabeth Badinter constituem somente uma excepção à regra geral em que o amor maternal encontra-se geralmente presente. Trata-se de uma ocorrência excepcional por exigência de uma das leis que regem a vida – a lei de causa e efeito –, expressa nos textos evangélicos em uma frase singela e conhecida: “A semeadura é livre, mas a colheita é compulsória”.
Que estas considerações sejam recebidas por todas as mães que nos lêem como uma modesta homenagem a essas criaturas admiráveis a quem Deus confia os seus filhos por acreditar que elas darão conta do recado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 21, 2023 8:40 pm

2 - Uma luta difícil e, às vezes, inglória
Já ouvimos palestrantes diversos dizer que a luta que travamos contra o homem velho que habita em nós é, indubitavelmente, de todas as batalhas, a mais difícil. Difícil e, às vezes, inglória.
Paulo de Tarso, o primeiro e até hoje o maior divulgador da mensagem cristã, referiu-se ao assunto em mais de uma ocasião. Basta lermos suas cartas dirigidas à comunidade cristã para nos inteirarmos disso.
Recordemo-las em três diferentes momentos.
Eis o primeiro, expresso em carta dirigida aos Romanos:
“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” (Romanos 7:15-21)
“O bem que quero fazer, não faço; o mal que desejo evitar, esse eu faço” – esta é uma confissão taxativa firmada pelo grande apóstolo.
Entendamos pelo termo “bem” a correcção das atitudes, a vida exemplar, a prática da virtude, o domínio das inclinações infelizes. E pelo termo “mal”, o seu oposto: atitudes indevidas, exemplos nada edificantes, fraqueza diante das inclinações, das tentações e das viciações em geral.
Com efeito, os exemplos que conhecemos mostram que é notória, em muitas pessoas, a dificuldade em superar uma viciação que causa prazer ilusório e efémero. E contam-se em grande número os que fracassam na luta contra o cigarro, o álcool, a dependência química, o jogo de azar ou a sexolatria.
Anos depois, em um segundo momento, em carta enviada aos Gálatas, Paulo revela-nos notável progresso nessa luta:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20)
“Não sou eu que vivo em mim, mas o Cristo” – afirmativa de Paulo, revelando que conseguira transformar o homem velho, com suas inclinações, vícios e tendências, em um novo homem, que não apenas conhecia e divulgava a Boa Nova, mas a vivia.
Essa experiência vitoriosa deu-lhe força e autoridade para – em um terceiro momento – propor idêntico comportamento aos cristãos que o ouviam, representados então pelos irmãos de Éfeso:
“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Efésios 4:17-24)
Que o exemplo de superação e os conselhos de Paulo possam repercutir em nossa vida, convictos que somos de que a luta é árdua, difícil e, às vezes, inglória, mas vale a pena travá-la, se quisermos alçar voo rumo à meta da perfeição que o Criador traçou para todos nós.
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3 - Cuidado com as previsões, eis o conselho espírita
O desconhecimento do passado e nossa ignorância com relação ao futuro são duas bênçãos que Deus nos concedeu, conquanto nem sempre as tratemos com a circunspecção necessária.
Com relação ao esquecimento do passado, sugerimos ao leitor ler o texto intitulado “Justificativas do esquecimento do passado”, que publicamos em nosso blog no dia 3 de maio de 2018, o qual pode ser acessado clicando-se em https://goo.gl/7Ku4Cm
No tocante ao futuro, nossa ignorância a respeito é explicada com clareza na principal obra do Espiritismo – O Livro dos Espíritos.
Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, perguntou aos imortais: Com que fim o futuro se conserva oculto ao homem? Os Espíritos responderam: “Se o homem conhecesse o futuro,
negligenciaria o presente e não obraria com a liberdade com que o faz, porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fosse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se.
Assim é que tu mesmo preparas muitas vezes os acontecimentos que hão de sobrevir no curso da tua existência.” (O Livro dos Espíritos, questão 869.)
Evidentemente, como lemos na questão seguinte à citada, Deus permite que o futuro nos seja revelado quando isso possa facilitar a execução de uma coisa, em vez de a estorvar, obrigando o homem a agir diversamente do modo por que agiria, se não lhe fosse dado saber o que o espera. Mas a revelação pode constituir, também, uma prova.
Esclarecem os imortais:
“A perspectiva de um acontecimento pode sugerir pensamentos mais ou menos bons. Se um homem vem a saber, por exemplo, que vai receber uma herança, com que não conta, pode dar-se que a revelação desse fato desperte nele o sentimento da cobiça, pela perspectiva de se lhe tornarem possíveis maiores gozos terrenos, pela ânsia de possuir mais depressa a herança, desejando talvez, para que tal se dê, a morte daquele de quem herdará. Ou, então, essa perspectiva lhe inspirará bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a predição não se cumpre, aí está outra prova, consistente na maneira por que suportará a decepção. Nem por isso, entretanto, lhe caberá menos o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus que a crença na ocorrência daquele fato lhe fez nascer no íntimo.”
(Obra citada, questão 870.)
Percebe-se pelo próprio conteúdo da resposta acima transcrita que a predição pode cumprir-se ou não, fato que nos sugere tenhamos o máximo cuidado para com qualquer tipo de previsão, venha de onde vier. Se ela vem de uma personalidade desencarnada, é bom ter em mente a lição que Kardec consignou no item 267 d´O Livro dos Médiuns:
“... os bons Espíritos “fazem que as coisas futuras sejam pressentidas, quando esse pressentimento convenha; nunca, porém, determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação.” (O Livro dos Médiuns, item 267, 8º parágrafo, p. 334.)
Outro cuidado que devemos ter diz respeito à qualidade do emissário – encarnado ou desencarnado – que nos apresente revelações atinentes ao futuro, atentos à lição que Emmanuel, por meio de Chico Xavier, consignou na questão 144 de seu livro O Consolador, obra publicada em 1942:
“Os Espíritos de nossa esfera não podem devassar o futuro, considerando essa actividade uma característica dos atributos do Criador Supremo, que é Deus. Temos de considerar, todavia, que as existências humanas estão subordinadas a um mapa de provas gerais, onde a personalidade deve movimentar-se com o seu esforço para a iluminação do porvir, e, dentro desse roteiro, os mentores espirituais mais elevados podem organizar os fatos premonitórios, quando convenham às demonstrações de que o homem não se resume a um conglomerado de elementos químicos, de conformidade com a definição do materialismo dissolvente.” (O Consolador, 144.)
Seria Emmanuel um instrutor capacitado para tal empreitada?
Ele mesmo já havia dito que não, no ano de 1938, na primeira de suas obras – Emmanuel –, em que afirmou taxativamente:
"Os seres da minha esfera não conhecem o futuro, nem podem interferir nas coisas que lhe pertencem." (Emmanuel, cap. XXXIII, FEB, 7ª edição, pág. 166.)
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4 – A influência da religião na economia de um país
O grau de religiosidade de um povo pode afectar a economia de uma nação?
Segundo pesquisa feita anos atrás pelo Instituto Gallup em 114 países, a resposta é sim. Existiria forte correlação entre a renda “per capita” de uma nação e seu maior ou menor apego à religião. A leitura da pesquisa está resumida na seguinte frase: Quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país.
A excepção fica por conta dos Estados Unidos, então a maior economia do mundo, onde 65% dos norte-americanos atribuem importância à religião em sua vida diária, um índice bem superior à média dos países mais ricos, que é de 47%.
Não se podem contestar os números apresentados pelo Gallup, mas é importante que se diga que há quem faça dos resultados dessa pesquisa uma leitura diferente.
No campo da Sociologia, por exemplo, tradicionalmente se tem dito que é a pobreza que facilita a expansão da religião. Não seria a religião que determinaria a penúria de um país, mas, sim, a penúria de um país que favoreceria a expansão dos núcleos religiosos.
Analistas diversos, como o professor Ricardo Mariano, da PUC-RS, entendem que em geral as religiões ajudam seus adeptos a lidar com a pobreza, justificam sua posição social e oferecem esperança, satisfação emocional e soluções mágicas para o enfrentamento dos problemas imediatos do dia a dia.
Outro aspecto que se deve ressaltar na pesquisa do Gallup é a inegável diminuição do fervor religioso nos países mais ricos, com a notável excepção da nação americana.
Em alguns desses países, como os que faziam parte do bloco liderado pela antiga União Soviética, a restrição à liberdade religiosa e o ateísmo estatal contribuíram para a baixa importância que a população atribui à religião, como se dá na Estónia e na Rússia.
Na Europa Ocidental, segundo alguns, os motivos seriam outros. A modernização, a laicização do Estado e o relativismo cultural é que teriam erodido a religiosidade do povo.
Religiosos diversos entendem que a riqueza pode, de fato, reduzir o pendor das pessoas à religiosidade.
Para o padre jesuíta Eduardo Henriques, "a abertura a Deus é inversamente proporcional à segurança oferecida pela estabilidade económico-financeira, com excepções, é claro. Espiritualmente falando, os pobres tornam-se sinais mais eloquentes de que ninguém, pobre ou rico, basta a si mesmo. Por isso Jesus chamou os pobres de bem-aventurados".
O teólogo adventista Marcos Noleto não só apoia tal pensamento, mas chega a ser até mais radical: "Há uma incompatibilidade da fé prática com a riqueza. Assim como dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço, na mente do homem não há lugar para duas afeições totais.
Veja que Deus escolheu um carpinteiro e não um banqueiro para ser o pai de Jesus".
A discussão, como se vê, envolve duas conhecidas provas a que os Espíritos no processo reencarnatório não podem fugir, se quiserem realmente progredir.
Segundo o Espiritismo, Deus concede a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes.
Tanto uma quanto outra são provas muito difíceis, porque, se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfémia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando, com esse comportamento, os objectivos pelos quais a riqueza lhe foi concedida.
A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação. É preciso que entendamos: a existência corpórea é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de que eventualmente disponha no plano terráqueo. Pobres e ricos voltam, pois, à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a posição social do rico ou do pobre não passa de expressão transitória e não tem a importância que a pesquisa do Gallup aparentemente sugere.
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5 – As tentações e a advertência de Paulo de Tarso
O tema tentação é bastante conhecido no meio espírita. Como sabemos, segundo os ensinamentos espíritas ninguém na Terra é perfeito; logo, estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora até que tenhamos integral império sobre elas.
Se não tivermos tal ideia presente em nossa mente, de forma contínua, não tenhamos dúvida: poderemos novamente cair.
Toda vez que se fala em tentação vem-nos à mente a palavra obsessão. É comum o pensamento de que a tentação nos acomete somente por influência de alguém, quem sabe um Espírito que nos deseja o mal ou que, estando infeliz, quer-nos ver também infeliz.
Essa ideia não é, porém, exacta. É claro que as influências espirituais em tais casos podem fazer-se presentes. Mas, como já alertara Tiago em sua conhecida epístola (cap. 1, versículo 14), “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”.
A palavra concupiscência [do latim concupiscentia] significa desejo intenso de bens ou gozos materiais, apetite sexual.
Não é preciso, pois, a um homem – que traz para a existência actual tendências e inclinações cultivadas em sucessivas experiências – ajuda de ninguém. Suas próprias perturbações lhe bastam, o que certamente foi o motivo que levou Kardec a afirmar que o homem não raro é o obsessor de si mesmo.
As tentações não se limitam, é bom lembrar, à questão dos apetites sexuais. Há quem não consegue reprimir o desejo intenso de jogar, do mesmo modo que existem pessoas que não conseguem viver longe do álcool, do tabaco ou de uma droga qualquer.
As experiências relatadas por Paulo de Tarso em suas cartas podem servir de estímulo àqueles que desejam sobrepor-se às tentações que os assediam. (Sobre o assunto, leia: “Uma luta difícil e, às vezes, inglória”, constante do cap. 2 desta obra.)
Lembremo-nos de semelhantes experiências e, diante dos pensamentos equivocados que certamente nos assediarão ao longo da jornada, fixemos em nossa mente – além do “Vigiai e Orai” recomendado por Jesus – esta outra importante advertência feita pelo Apóstolo dos Gentios:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (1ª Epístola aos Coríntios, 6:12.)
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6 – Para educar não é preciso falar alto
Recebemos de uma amiga, dias atrás, uma linda mensagem, abaixo reproduzida:
“0 homem não pode viver isolado.
Lembre-se de que cada companheiro de jornada é um amigo que o ajuda e a quem você precisa também ajudar.
A cooperação existe entre todas as coisas criadas.
Procure você também cooperar com tudo e com todos, em benefício da própria Terra que o acolhe bondosamente, permitindo sua evolução.
Ajude sempre, e jamais desanime.”
A mensagem acima não é apenas verdadeira, mas extremamente oportuna.
Os ensinos espíritas lembram-nos continuamente a importância da participação, do trabalho em prol dos semelhantes, dos esforços com vistas ao melhoramento das instituições do mundo em que nos encontramos.
Esse pensamento está bem claro numa das questões mais importantes da obra fundamental do Espiritismo, em que Kardec indaga qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos.
Os imortais responderam:
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da Criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O Livro dos Espíritos, questão 132.)
*
As pessoas podem participar da obra da Criação de várias maneiras. Há os que a isso se dedicam por mero dever. Outros participam apenas quando recebem, em retribuição, a remuneração expressa em dinheiro. Mas há os que se empenham na construção de um mundo melhor, independentemente de serem remunerados, dedicando a essa tarefa, em muitos casos, suas horas de lazer.
No campo dos que atuam na obra da Criação quando no exercício de uma profissão qualquer, existem exemplos que encantam e que, se reproduzidos por toda a parte, concorreriam, sem dúvida nenhuma, para o aprimoramento da sociedade em que vivemos, como a interessante experiência protagonizada por um simpático inspector de trânsito da cidade de Vila Velha, Espírito Santo, que o leitor pode ver clicando em https://www.youtube.com/watch?v=4VGBKUGHHHA
Carinho gera carinho.
Respeito gera respeito.
Gentileza gera gentileza.
Para educar os outros não é preciso falar alto nem usar de grosseria.
Basta simplesmente adoptar um dos conselhos de Jesus:
“Faça aos outros o que você quer que lhe façam”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 9:21 am

7 – As crianças não baptizadas e sua destinação
Faz pouco mais de quinze anos que foi publicado o documento "A esperança de salvação para bebés que morrem sem serem baptizados", no qual a Comissão Teológica Internacional da Igreja Católica considerou inadequado o conceito de limbo.
Originária do latim, a palavra limbo – limbu, 'orla' – tem vários significados, mas, no âmbito da religião, é o nome que se dá ao lugar onde, segundo a teologia católica posterior ao século XIII, se encontrariam as almas das crianças muito novas que, embora não tivessem alguma culpa pessoal, morreram sem o baptismo que poderia tê-las livrado do pecado original.
O documento publicado em abril de 2007 pela Igreja “diz que a graça tem preferência sobre o pecado, e a exclusão de bebés inocentes do céu não parecia reflectir o amor especial que Cristo tinha pelas crianças".
O documento, de 41 páginas, considera que o conceito de limbo reflectia uma "visão excessivamente restritiva da salvação". Segundo seus autores, "Deus é piedoso e quer que todos os seres humanos sejam salvos". E aduziram: "Nossa conclusão é que os vários factores que analisamos fornecem uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebés não baptizados que morrerem sejam salvos".
Em face deste novo entendimento da Igreja, os bebés que morrem sem baptismo são considerados inocentes e sua destinação, portanto, passa a ser o céu, verificando-se o mesmo com os chamados infiéis, ou não baptizados, desde que estes tenham levado uma vida justa.
O pensamento acima traz algumas implicações que pouca atenção mereceram dos estudiosos em matéria de religião.
Uma delas diz respeito directamente ao baptismo, conhecido sacramento da Igreja Católica, considerado indispensável para apagar os efeitos do pecado original e as faltas cometidas pela pessoa antes de sua admissão, o qual passa a não ser mais condição necessária para a salvação, facto que representa uma evolução do pensamento católico e faz justiça à bondade e à misericórdia de Deus.
Antes disso, sob o pontificado de João Paulo II, o inferno deixara de ser considerado um lugar determinado, para tornar-se, segundo palavras do próprio papa, um estado de espírito. Os anos se sucederam e, com o documento ora em exame, a ideia de limbo deixou também de existir.
A Igreja, porém, insiste ainda em um equívoco lamentável ao ensinar a seus fiéis que a alma é criada por ocasião da concepção, o que explicaria sua condição de inocência no período da infância, quando sabemos, com base em fatos inúmeros, que a alma de uma criança pode chegar a uma nova existência corpórea trazendo um longo passivo de erros e enganos.
Segundo os ensinamentos espíritas, criado simples e ignorante, o Espírito tem de passar pela experiência da encarnação para progredir. A perfeição é sua meta, mas o caminho até ela é árduo e longo, o que significa que terá de passar por uma série de existências até que esteja depurado o suficiente para desligar-se dos liames materiais.
A Igreja, ao não reconhecer o limbo, avança para uma visão mais justa da vida humana e rompe com o sectarismo que caracteriza a necessidade do baptismo para a destinação feliz do homem. Esta nova visão está, além disso, de conformidade com a lógica, porquanto, como sabemos, apenas um terço dos que habitam nosso planeta professa as ideias cristãs, enquanto dois terços as ignoram e, evidentemente, não se submetem ao baptismo cristão.
Não sendo baptizadas, para onde irão essas pessoas?
Até abril de 2007, segundo a Igreja, não poderiam ir para o céu. Mas, agora, com as novas ideias contidas no documento em exame, sim.
Basta que tenham levado uma vida justa.
Lembremo-nos, contudo, sempre que falarmos em céu e em inferno, das palavras proferidas pelo saudoso papa João Paulo II.
"Nem o inferno é uma fornalha nem o céu um lugar”, afirmou o papa. “O céu não é o paraíso nas nuvens nem o inferno é aterradora fornalha. O primeiro é uma situação em que existe comunhão com Deus e o segundo é uma situação de rejeição.”
(Correio da Manhã, de 29/7/1999.)
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8 – A fatalidade e suas nuances
O tema fatalidade continua sendo uma incógnita para muitas pessoas, mesmo no seio dos espiritistas. Afinal, há ou não há fatalidade nos acontecimentos da vida? Os fatos de nossa existência estão ou não previamente marcados?
Ambas as perguntas foram objecto de explicações dadas com clareza na primeira obra de Allan Kardec, considerada por muitos como a mais importante do Espiritismo, ou seja, O Livro dos Espíritos.
No tocante à fatalidade, dois aspectos devem ser considerados.
Se a imaginarmos como sendo a decisão prévia e irrevogável dos sucessos da vida, a resposta é não. Essa decisão prévia – que as pessoas associam à palavra fatalidade – não existe.
Com efeito, se tal fosse a ordem das coisas, os homens não passariam de máquinas, que, como sabemos, não têm vontade própria. De que lhes serviria a inteligência, desde que houvessem de estar invariavelmente presos, em todos os seus actos, à força do destino?
Semelhante doutrina, se verdadeira, equivaleria à destruição de toda liberdade moral.
Não haveria para o homem responsabilidade e, por conseguinte, nem mérito ou demérito naquilo que fizesse.
Se, contudo, entendermos a fatalidade como sendo um plano geral definido pela própria pessoa antes de reencarnar, uma resultante do género de vida que escolheu, como prova, expiação ou missão, aí então pode-se dizer que a fatalidade não é uma palavra vã, porquanto a pessoa sofrerá, no decurso da existência corporal, todas as vicissitudes que ela mesma escolheu e todas as tendências boas ou más que lhe são inerentes.
Cessam, porém, aí os efeitos da fatalidade, como fruto da chamada programação reencarnatória, porque depende do indivíduo – e somente dele – ceder ou resistir às mencionadas tendências e influências.
Quanto aos pormenores dos acontecimentos, ficam eles subordinados às circunstâncias que a própria pessoa cria por meio de seus actos.
Apenas para exemplificar: - Se o indivíduo opta pela via do crime, terá de sofrer todos os percalços decorrentes disso; se se entrega à bebida e se torna um alcoólatra, enfrentará os dissabores e as enfermidades decorrentes desse vício.
Resumidamente, podemos então afirmar que há fatalidade, sim, nos acontecimentos que se apresentam, por serem estes consequência da escolha que o Espírito fez de sua existência como homem, mas pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser possível a ele, por sua prudência, modificar-lhes o curso.
Jamais, contudo, haverá fatalidade nos actos da vida moral, ou seja, o crime, o suicídio, o abandono da prole, a traição, o adultério e tudo o que diz respeito à conduta da pessoa não têm nada que ver com a escolha feita por ela antes da imersão na carne.
Finalizando, lembremos que, segundo o Espiritismo, fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podemos furtar-nos.
É, portanto, aí que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, uma vez que não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência nem ao género de morte que haja de cortar a esta o fio.
Os casos de moratória constituem, é fácil compreender, meras excepções a essa regra.
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9 – Por que é tão difícil transformar-nos?
Um conhecido confrade, em seminário ministrado anos atrás em Balneário Camboriú, propôs ao público presente a seguinte questão:
- Por que o progresso intelectual se efectua de modo mais rápido que o progresso moral?
A pergunta parte de um pressuposto incontestável, ou seja, o progresso moral de uma pessoa é mesmo muito mais lento que seu desenvolvimento intelectual.
Um jovem totalmente ignorante das leis que regem determinada ciência consegue, depois de cinco ou seis anos numa faculdade, dominar boa parte dos segredos dessa ou de qualquer outra disciplina, podendo tornar-se, em um tempo relativamente curto, um profissional respeitado da medicina, da engenharia ou do direito.
Paralelamente a isso, existem pessoas que guardam em seu coração mágoas profundas por algo que lhes ocorreu 20, 30, 40 anos atrás. Se eram ciumentas na juventude, continuam ciumentas; se eram apegadas ao dinheiro, seu apego à matéria persiste ainda, e tal comportamento se repete nas diversas manifestações que se apresentam à criatura humana ao longo da vida.
Em nosso meio existe algo que é por demais conhecido e tanto mal tem feito às pessoas e às instituições espíritas. Falamos do melindre, essa facilidade de magoar-se que muitas pessoas das mais diferentes idades e classes sociais revelam.
É evidente que ninguém se melindra porque quer. Em muitos casos, é provável até que o indivíduo quisesse comportar-se de forma diferente, sem se importar com o fato que o magoou, mas em muitos casos a tendência para melindrar-se – decorrente do nível evolutivo em que se encontra – é mais forte do que esse desejo.
No seminário a que inicialmente nos referimos o público emitiu opiniões diversas como resposta à questão apresentada.
De um modo geral, o pensamento mais comum é que aprender uma nova disciplina é mais fácil do que educar os sentimentos, o que explicaria o que todos vemos no planeta Terra, que nos oferece a cada dia ideias inventivas e inovações tecnológicas extraordinárias e, no entanto, não tem sido capaz de erradicar de sua face a guerra, a corrupção e muitas das mazelas morais que a Igreja arrolou como sendo os chamados sete pecados capitais – a cupidez, a luxúria, a soberba e a ira, para citar apenas alguns deles.
Ouvidas as diferentes opiniões, o palestrante examinou o problema proposto e suas várias nuanças e, concluindo, afirmou que o principal factor que determina a lentidão do progresso moral tem sido não darmos a ele a importância que ele merece.
Lembrou então que muitos pais costumam matricular os filhos nas melhores escolas, com vistas a um futuro promissor numa faculdade importante, mas não encontram tempo de orar com eles, de orientá-los e mesmo de levá-los às escolinhas de moral cristã que as igrejas e as casas espíritas oferecem graciosamente.
É evidente que somente esse facto não é suficiente para determinar a transformação moral de uma pessoa, porque mesmo entre os chamados religiosos, espíritas ou não, o problema do melindre e muitas das mazelas citadas também se verificam. Contudo, preocupar-se com a educação moral de nossas crianças constitui, sem dúvida, um importante passo.
A transformação moral é um objectivo que todos nós, adultos e crianças, devemos perseguir, e é preciso ter em mente que ela virá somente se para isso nos esforçarmos, como aliás ocorre nos diferentes sectores da vida, visto que o jovem, para ingressar numa faculdade, tem de se esforçar bastante, direccionando para tal objectivo toda a sua energia e seu tempo.
Afinal, não custa lembrar que, segundo Kardec, o verdadeiro espírita se reconhece por sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas inclinações inferiores.
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10 – Segundo o Espiritismo, não basta abster-nos de fazer o mal
Uma das questões mais interessantes examinadas pela doutrina espírita diz respeito à nossa responsabilidade quanto ao que fazemos ou deixamos de fazer em nossa passagem pelo planeta.
O pensamento corrente, comum a diversas doutrinas religiosas, é que o homem será punido pelo mal que houver aqui praticado. Se conseguir escapar à justiça dos homens, com certeza não escapará à justiça divina. Desse modo, embora se ignore como se dará tal punição, a ideia geral é que ele prestará contas dos males cometidos.
Esse pensamento não contraria os ensinos que os instrutores desencarnados nos trouxeram. De fato, à justiça divina ninguém escapa. Mas as diferentes vertentes religiosas se esquecem de dizer que seremos responsabilizados também pelo bem que deixamos de fazer, como nos é claramente mostrado na doutrina espírita.
O fato não passou despercebido nos ensinamentos de Jesus.
A parábola “Lázaro e o rico” narrada por Jesus – consoante o Evangelho de Lucas, 16:19-26 – diz que havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. À porta de sua mansão comparecia sempre um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas e ali vinha em busca de alimento. Um dia o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; pouco depois morreu também o rico, que se viu, porém, colocado no inferno, enquanto Lázaro desfrutava uma boa situação, no seio de Abraão. Quando chamado pelo rico, que ardia em sede e pedia que Lázaro ao menos refrescasse sua língua, Abraão foi peremptório: “Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso, ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que os que querem passar daqui para vós não o podem, nem os de lá passar para cá.”
Notemos que a parábola não diz que o rico houvera cometido algum delito; apenas informa que ele jamais dera atenção a Lázaro e, além disso, usufruíra, egoisticamente, os bens que recebera em vida.
O assunto é tratado de forma objectiva em diversas questões que compõem O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, a principal obra da doutrina espírita.
Eis, sinteticamente, o que esse livro nos ensina:• Cada indivíduo será punido não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar. (LE, 639).
• Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem é tão culpado quanto o outro. (LE, 640)
• Não basta que o homem não pratique o mal; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem. (LE, 642)
• O Espírito sofre por todo o mal que praticou, ou de que foi causa voluntária, por todo o bem que houvera podido fazer e não fez e por todo o mal que decorra de não haver feito o bem. (LE, 975)
A perfeita compreensão de como funciona a justiça divina constitui o primeiro passo para que o indivíduo reformule seu programa de vida, consciente de que seu papel neste mundo exige acção, participação e solidariedade, que foi exactamente o que faltou ao rico focalizado na parábola narrada por Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 9:22 am

11 – A teoria do Design Inteligente e o Espiritismo
Anos atrás, em um dos vestibulares realizados pela Universidade Federal do Paraná, uma das questões propostas versou sobre o evolucionismo, o criacionismo e a então novíssima corrente de pensamento conhecida pelo nome de Design Inteligente.
Em face dessas três correntes de ideias, como se posiciona a Doutrina Espírita?
É por demais conhecida nossa opinião de que, entre o evolucionismo de Darwin e o criacionismo bíblico, não há dúvida de que o Espiritismo ficaria sempre com o primeiro, uma vez que a evolução da alma e dos seres viventes verificou-se lentamente, no correr dos milénios, e não como narra o Génesis. É, porém, mais que evidente que, conforme propõem os partidários da teoria do Design Inteligente, existem no mundo estruturas biológicas complexas demais para terem surgido tão somente nas condições descritas por Darwin, pela acumulação gradual de modificações aleatórias.
Tudo nos leva, então, a crer que houve e há nesse processo a intervenção de inteligências extracorpóreas, fato que Emmanuel afirma expressamente em seu livro A Caminho da Luz, psicografado por Chico Xavier em 1938, muito antes de terem ganhado notoriedade as ideias da citada corrente de pensamento, que entende existir um designer, um projectista inteligente, para explicar as maravilhas da Criação.
Essa compreensão, aliás, salta aos olhos com a simples leitura da obra Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Chico Xavier em 1958, na qual a participação no processo dos instrutores espirituais, supervisionados pelo Cristo, é destacada a todo o momento.
Um dos partidários da teoria do Design Inteligente (TDI) é o professor e doutor Marcos Eberlin, presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas, membro da Academia Brasileira de Ciências e docente no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges, o Dr. Eberlin explica o que é a teoria do Design Inteligente. Para acossá-la, clique aqui:
http://www.entrevistas.criacionismo.com.br/2010/05/professor-da-unicamp-defende-design.html
Eis as palavras do professor Eberlin:
“A TDI é uma teoria científica, defendida por uma comunidade crescente de cientistas gabaritados do mundo todo e de várias áreas, e que procura estabelecer metodologia científica robusta capaz de detectar sinais de inteligência na vida e no universo. Através desses métodos, a TDI reinterpreta todo o arsenal de dados riquíssimos e com detalhamento altíssimo disponíveis hoje sobre o funcionamento da vida e do universo. E a partir dessa análise cuidadosa, sem pré-conceitos, desapaixonada e racional, feita dentro de todo o rigor da metodologia científica que rege as ciências históricas, a TDI conclui, procurando seguir os dados aonde quer que eles levem, que esses dados apontam com muita segurança para uma mente inteligente e consciente como a única causa conhecida, necessária e suficiente para a vida e o universo. Ou seja, o design detectado no universo e na vida não é aparente ou ilusório, mas real e inteligente.”
Seria a TDI um tipo de criacionismo?
“O criacionismo tem várias vertentes, mas a principal é aquela que assume que um Ser todo poderoso projectou e criou o universo e a vida. O criacionismo bíblico vai muito mais longe e dá nome e endereço ao Criador; descreve Sua intenção e Seus métodos, e faz muitas outras afirmações que estão muito além da capacidade da Ciência de investigá-las, devido às muitas limitações da metodologia científica. Ou seja, o criacionismo parte de pressuposições filosóficas e teológicas, fecha com essas pressuposições e confere a elas racionalidade quando encontra na natureza e, eventualmente, na Ciência suporte às suas teses. A TDI, porém, não tem absolutamente nada a ver com teses criacionistas, de qualquer vertente. Nelas não se inspira e não se apoia. A TDI busca, pura e simplesmente, da forma mais honesta possível, escrutinar os dados científicos brutos e interpretá-los correctamente, sem absolutamente nenhum pressuposto, nenhuma predefinição de como ou qual seria a nossa conclusão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 9:22 am

Concluímos por uma mente inteligente como causa primeira da vida e do universo pela obrigação que todos os cientistas têm de seguir sempre as evidências, as informações fornecidas pelas caixas-pretas da vida e do universo, deixando ao máximo nossa subjectividade, naturalista ou teísta, de lado.”
A química (que é a área de estudos do Dr. Eberlin) revela o design inteligente?
“Muitos usam comparações morfológicas, comparam bicos de passarinhos, ossos, embriões, cores de asas de mariposas. Mas é através da química, em nível molecular, que entendemos mesmo como a vida e o universo funcionam. É através da Química que aprendemos a ‘língua’ das moléculas e podemos assim traduzir correctamente os ecos moleculares, os quais transmitem os segredos de nossa existência. É através da Química que percebemos que a vida não é coisa de amador, não! Vida é coisa de profissional! E profissional gabaritado, especializado! Que orquestrou os diversos códigos e a informação zipada, encriptada e compartimentalizada do DNA, tipo hard-disk. A arquitectura top-down algorítmica da vida, sua lógica estonteante e hiper-optimizada. E elaborou o código de especialização celular das histonas, baseado em reacções químicas ultra-sincronizadas e ajustadas. E elaborou os planos corporais que nem sequer sabemos onde e como estão armazenados.”
Chamamos a atenção para este trecho da entrevista acima: “a vida não é coisa de amador”, e sugerimos ao leitor compará-lo com as respostas dadas pelos Espíritos Superiores nas questões 8 e 9 de O Livro dos Espíritos, a principal obra do Espiritismo, de autoria de Allan Kardec: L.E., n. 8:
– Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.” A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso. (Nota de Allan Kardec.)
L.E., n. 9:
– Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”
Em seguida à resposta acima reproduzida, Allan Kardec ajuntou a seguinte nota:
“Do poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à Humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária.
Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe dêem.”
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12 – Pode o cristão fazer reparo à Bíblia?
Há entre católicos e evangélicos quem julgue que não, que o cristão não pode desmerecer as Escrituras, e, com base nesse pressuposto, retiram do Espiritismo a qualidade de religião cristã, visto que, no entendimento deles, dois dos principais pensadores espíritas – Allan Kardec e Leon Denis – teriam negado, em seus escritos, a inspiração divina da Bíblia.
Utilizar textos bíblicos para refutar os ensinos que compõem a doutrina espírita é uma prática antiga. A Bíblia é, para essas pessoas, uma obra intocável, divina, irrepreensível!
Isso é curioso porque, como se sabe, as Escrituras publicadas pelas editoras protestantes, repetindo conduta atribuída aos judeus, não contemplam os livros de Judith, Tobias, Livros I e II dos Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e parte do livro de Ester.
Rejeitar parte da Bíblia torna as religiões que assim procedem não cristãs?
As religiões derivadas da Reforma não são cristãs?
Quando católicos e evangélicos deixam de cumprir o rito da circuncisão, constante das leis mosaicas, deixam, por causa disso, de ser cristãos?
As perguntas acima servem apenas para mostrar que uma pessoa ou uma doutrina pode desaprovar parte da Bíblia e nem por isso perder a condição de cristã.
Jesus também fez sérias restrições a práticas que no Antigo Testamento receberam o status de lei, como a observância do dia de sábado.
A revogação da lei do olho por olho; a proposta do amor aos inimigos; o não apedrejamento da mulher adúltera; o tratamento digno que deu aos leprosos, que o Antigo Testamento determinava fossem excluídos de seus lares, eis alguns exemplos de uma nova ordem, incompatível com as prescrições mosaicas, isto é, com a chamada Bíblia.
*
A implicância que alguns religiosos têm para com o Espiritismo não é fruto apenas de preconceito, mas também de ignorância do que vem ocorrendo nos próprios arraiais do Cristianismo.
No Brasil, o frei Boaventura Kloppenburg, o mais ferrenho adversário do Espiritismo em nosso país; na Itália, o padre Gino Concetti, comentaristado Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano; na França, o padre François Brune, autor do livro Os Mortos nos Falam – todos eles admitem os factos mediúnicos e as relações entre nós e os mortos. Padre Brune admite até mesmo a reencarnação, um dos princípios básicos da doutrina espírita.
Em entrevista concedida à Rede Globo de Televisão e à agência de notícias Ansa, Gino Concetti tornou pública, em 1997, a nova postura da Igreja com relação à mediunidade e às relações entre nós e os Espíritos.
Afirmou então o padre Concetti que a Igreja não apenas admite a comunicação com os falecidos, como reconhece que ter um contacto com a alma dos entes queridos que já partiram para o Além pode aliviar os que tenham, porventura, ficado perturbados com esse transe. "Segundo o catecismo moderno – explicou o teólogo – Deus permite aos nossos caros defuntos que vivem na dimensão ultraterrestre enviar mensagens para nos guiar em certos momentos da vida. Após as novas descobertas no domínio da psicologia sobre o paranormal, a Igreja decidiu não mais proibir as experiências do diálogo com os falecidos, sob a condição de que elas sejam levadas com uma finalidade séria, religiosa e científica."
Não deve, pois, causar nenhuma surpresa o que o frei Boaventura Kloppenburg escreveu em seu livro Espiritismo e Fé, no qual afirma que, tal como os espiritistas, os católicos admitem:
a) que os falecidos não rompem seus laços com os que ainda vivem na Terra;
b) que eles podem, portanto, nos socorrer e ajudar;
c) que os Espíritos desencarnados podem manifestar-se ou comunicar-se perceptivelmente connosco;
d) que tais manifestações podem ser de dois tipos: espontâneas e provocadas. As espontâneas são as que têm sua origem ou iniciativa no Além, como a do anjo Gabriel (Lucas, 1:26-38). As provocadas são as que têm sua iniciativa no mundo físico, como, por exemplo, o caso do rei Saul, que evocou Samuel por meio da pitonisa de Endor (Samuel, 28:3-25).
Com respeito ao padre François Brune, lembremos – como dissemos oportunamente – que ele admite que os mortos nos falam e o fazem de inúmeras maneiras, como demonstrou nos livros Os Mortos nos Falam e Linha Directa com o Além, publicados no Brasil pela Edicel.
Vale ressaltar que nenhum deles é dissidente do catolicismo; ao contrário, são pessoas de expressão e, enquanto viveram, exerceram actividades importantes e de destaque no seio da Igreja.
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13 – A doutrina das penas eternas é um equívoco
A doutrina das penas eternas, ensinada pela Igreja, é tratada de forma objectiva nas questões 1.006 a 1.009 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
O Espiritismo, como sabemos, não admite tal doutrina, e os motivos estão postos nas mencionadas questões.
A tese da eternidade das penas reservadas àqueles que infringem as leis do bem e do amor, tanto quanto a existência do inferno, não resistem realmente a uma análise objectiva. O raciocínio lógico conduz-nos à seguinte premissa: Se o Espírito sofre em função do mal que praticou, sua infelicidade deve ser proporcional à falta cometida.
Com efeito, respondendo à pergunta “Poderão durar eternamente os sofrimentos do Espírito?”, São Luís (Espírito) afirmou:
“Poderiam, se ele pudesse ser eternamente mau, isto é, se jamais se arrependesse e melhorasse, sofreria eternamente. Mas Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a todos simples e ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme decorrer da vontade de cada um.
Mais ou menos tardia pode ser a vontade, do mesmo modo que há crianças mais ou menos precoces, porém, cedo ou tarde, ela aparece, por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da inferioridade e de se tornar feliz.
Eminentemente sábia e magnânima é, pois, a lei que rege a duração das penas, porquanto subordina essa duração aos esforços do Espírito.
Jamais o priva do seu livre-arbítrio: se deste faz ele mau uso, sofre as consequências.” (O Livro dos Espíritos, questão 1.006.)
Cumpre considerar também que a condenação perpétua não se coadunaria com a ideia cristã da sublimidade da justiça e da misericórdia divinas.
Jesus deu testemunho da bondade e do amor de Deus, ao afirmar que o Pai celeste não quer que pereça um só de seus filhos.
A razão nos indica que Deus é, como ensina o Espiritismo, um ser infinito em suas perfeições, pois é filosoficamente impossível conceber o Criador de outra maneira, visto que, se Ele não apresentasse infinita perfeição, poderíamos conceber outro ser que lhe fosse superior.
Sendo, pois, infinitamente sábio, justo e misericordioso, não podemos crer que tenha criado pessoas para serem eternamente desgraçadas em virtude de uma falta ou de um erro passageiro, derivados evidentemente de sua própria imperfeição.
A doutrina das penas eternas consubstanciada na teologia católica surgiu das ideias primitivas que conceberam a existência de um Deus irado e vingativo, a quem o homem atribuiu características puramente humanas.
O fogo eterno é uma figura de que se utilizou para materializar a ideia do inferno, com vistas a ressaltar a crueldade da pena, no pressuposto de que o fogo é o suplício mais atroz e que produz o tormento mais efectivo.
Essas ideias serviram, em certo período da história da Humanidade, para controlar as paixões de criaturas ainda imperfeitas, mas não servem ao homem da actualidade, que nelas não consegue vislumbrar sentido lógico.
Jesus valeu-se dessas figuras para pôr-se ao alcance da compreensão dos homens de sua época.
As imagens fortes que utilizou eram, então, necessárias para impressionar a imaginação de indivíduos que pouco entendiam das coisas do Espírito e cuja realidade estava mais próxima da matéria e dos fenómenos que lhes impressionavam os sentidos físicos. Mas também foi ele quem enfatizou a ideia de que Deus é Pai misericordioso e bom, e, aliás, afirmou que das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 9:23 am

14 – Doutor Xavier e o aborto
Foi em março de 1858 que o tema aborto apareceu pela primeira vez na Revista Espírita, quando Kardec reproduziu um diálogo mantido com Dr. Xavier, médico recentemente desencarnado, cujas palavras a respeito do aborto seriam, mais tarde, aproveitadas pelo codificador na redacção das questões 358 e 359 da segunda e definitiva edição d´O Livro dos Espíritos, publicada em março de 1860.
Sabemos desde então que, na visão espírita, o abortamento de uma criança deve ser evitado, excepto na hipótese em que a continuação da gestação possa oferecer risco à vida da gestante.
O fundamento da restrição espírita ao aborto encontra-se no trecho adiante, constante da resposta dada à questão 358:
“Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”
Ao interromper sem motivo justo, a gestação, quem assim age “impede uma alma de passar pelas provas” a que, evidentemente, se submeteu quando da elaboração de sua programação reencarnatória.
Na resposta dada à questão 360 do mesmo livro, o respeito à continuação da gravidez se acentua de modo evidente.
Vejamos esse texto:
360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo?
“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus.
Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser seu juiz.”
A recomendação contida no texto transcrito aplica-se por inteiro às situações em que se estima que o feto possa apresentar alguma deficiência, como ocorre nos casos de anencefalia e retardamento mental.
Os anos se passaram e muitas informações procedentes do plano espiritual reforçaram a ideia que devemos inicialmente ao Dr. Xavier. Assim é que no cap. 9 da parte terceira do livro Obsessão/Desobsessão, editado em 1981 pela Federação Espírita Brasileira, Suely Caldas Schubert comenta três comunicações mediúnicas relacionadas com o aborto e suas consequências.
A primeira é de um médico que, enquanto encarnado, dedicou-se a essa prática. Ora, o abortamento – excepto quando realizado para salvar a vida da gestante posta em perigo – é considerado um crime aos olhos de Deus e nada há que o justifique, ainda que a lei dos homens o autorize.
O médico desencarnado apresentou-se na sessão mediúnica extremamente perturbado e dizia-se perseguido por vários Espíritos. Acusando-se a si mesmo de criminoso, estava aterrorizado com seus actos. O arrependimento já lhe havia chegado, mas ele demonstrava muito medo de seus perseguidores, entre os quais se contavam algumas das vítimas de seu bisturi.
O segundo comunicante foi uma mulher que havia morrido durante a realização de um aborto.
Atormentada pelo remorso dessa acção, nutria um ódio especial pelo médico que a atendera, a quem agora perseguia, desejosa de vingança.
A terceira entidade a se comunicar foi também uma mulher que cometera um aborto em sua última existência na Terra. Sendo pobre e lutando com muitas dificuldades para a manutenção dos filhos, ela se desorientou ao engravidar e procurou uma forma de abortar aquele que seria o sexto filho. Praticado o crime, o arrependimento foi-lhe terrível e imediato, pois ela jamais se perdoou por esse gesto e, desse modo, sofreu duplamente ao carregar pelo resto de seus dias o peso do remorso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 9:23 am

Sua existência foi longa e difícil. Enfrentou as asperezas e dificuldades da vida e, ao fim de prolongada moléstia, desencarnou.
O plano espiritual reservou-lhe, porém, uma surpresa. Ao desencarnar, encontrou-se com o Espírito do filho rejeitado e grande foi seu abalo ao verificar que ele era um ente muito querido ao seu coração, companheiro de lutas do passado, que renasceria em seu lar com a finalidade precípua de ajudá-la a tornar menos amargos os seus dias.
Espírito de certa elevação moral, ele há muito lhe havia perdoado a atitude infeliz, mas ela jamais se conformou com o ato praticado e agora, no plano espiritual, tomara a si a tarefa de socorrer as pessoas tendentes a cometer o mesmo erro, para mostrar-lhes que o destino é construção individual e que o aborto, longe de ser solução para as dificuldades da vida, será sempre o agravamento dos nossos males, quando não a porta que se fecha para os nossos melhores amigos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 8:50 pm

15 – Um minuto de prazer irreflectido e seus possíveis efeitos
No cap. 17 do livro Tramas do Destino seu autor espiritual, Manoel Philomeno de Miranda, alude aos chamados vícios sociais, que todos nós, médiuns, oradores, dirigentes ou simples trabalhadores da seara espírita, deveríamos evitar.
Tais vícios são o tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania; os excessos da mesa; as negligências mentais e morais, como as conversações doentias, deprimentes e obscenas; o cultivo dos pensamentos vulgares; o acalento de tendências negativas, bem como a inveja, o ciúme, a queixa, o azedume, a maledicência e o reproche.
Segundo Philomeno, o cultivo da prece e a leitura salutar, que inspiram ideias e pensamentos ditosos, são anticorpos valiosos contra a virulência desses escolhos, enquanto que a vigilância, por meio do trabalho paulatino e sistemático, ordeiro e constante, a acção caridosa e os contributos da solidariedade e da tolerância nos fornecem condições para a feliz execução dos serviços e encargos que assumimos, tornando nossa passagem pela experiência reencarnatória frutuosa.
É preciso ter sempre em mente que um minuto de prazer irreflectido pode acarretar a perda de uma existência inteira!
Na obra O Tesouro dos Espíritas, traduzido para o português por J. Herculano Pires, Miguel Vives estuda em profundidade o problema das tentações e oferece-nos orientação segura de como é possível neutralizá-las.
Dois conselhos devemos considerar quando tratamos desse tema, seja quando a tentação advém apenas de uma inclinação infeliz própria, sem influência exterior nenhuma, seja quando a ela esteja associada influenciação proveniente do plano espiritual.
O primeiro conselho, tantas vezes lembrado aqui, está expresso numa conhecida recomendação feita por Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se não dermos a essa proposta a importância devida, não tenhamos dúvida, poderemos cair de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no passado.
O segundo conselho é-nos dado na questão 469 de O Livro dos Espíritos, a primeira e principal obra da doutrina espírita. Eis o que se lê na mencionada questão:
469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más.
Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: ‘Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal’.“
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16 – Como lidar com as influências espirituais negativas
As influências que os desencarnados exercem sobre a criatura humana são conhecidas de todos, espíritas e não espíritas.
Lemos na questão 459 de O Livro dos Espíritos:
– Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos actos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”
Na Revista Espírita de 1858, Kardec relata o caso ocorrido com o jovem F..., um moço instruído, de educação esmerada e carácter suave e benevolente, que sofrera um doloroso processo de fascinação.
A cura do rapaz só ocorreu quando, por sugestão do Espírito de seu pai, ele procurou Allan Kardec. “Sofres uma rude prova, que será para teu bem no futuro, mas nada posso fazer para te libertar”, dissera-lhe o genitor.
Kardec o ajudou e disse que o rapaz aceitou o conselho dos Espíritos de entregar-se a um trabalho rude que não lhe deixasse tempo para ouvir as sugestões más. O Espírito que actuava sobre F... no final acabou confessando-se vencido e exprimiu o desejo de progredir.
Comentando o caso, Kardec disse o seguinte:
1. Os Espíritos exercem sobre os homens uma influência salutar ou perniciosa; não é preciso, para isso, ser médium.
2. Não havendo a faculdade, eles agem de mil e uma maneiras.
3. A influência dos Espíritos sobre nós é constante e todos acham-se expostos a ela, quer acreditem ou não.
4. Três quartas partes de nossas acções más e de nossos maus pensamentos são frutos dessa sugestão oculta.
5. Não há outro critério, senão o bom senso, para discernir o valor dos Espíritos. Qualquer fórmula dada para esse fim pelos próprios Espíritos é absurda e não pode emanar de Espíritos superiores.
6. Os Espíritos inferiores receiam os que lhes analisam as palavras, desmascaram as torpezas e não se deixam prender por seus sofismas.
Segundo o Espiritismo, a influência espiritual pode, pois, como vimos acima, ser boa ou má, oculta ou ostensiva, fugaz ou duradoura, mas, em qualquer situação, só se concretiza por meio da sintonia que se estabelece entre nós e eles.
Em muitos dos pensamentos que temos surgem-nos em determinadas situações ideias diferentes sobre o mesmo assunto e, por vezes, ideias que se contradizem. Com certeza nesses momentos estamos sendo alvo da influenciação dos Espíritos, fato que nem todos percebemos, especialmente quando ela se dá de forma subtil e oculta, como se verificou no conhecido caso Custódio Saquarema, relatado pelo Espírito de Humberto Campos em seu livro Cartas e Crónicas, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Uma forma de distinguir nossos pensamentos dos que nos são sugeridos é compreender que, normalmente, pertence a nós o primeiro pensamento que nos ocorre. Mas o mais importante é saber que, independentemente de sugestões ou não, a responsabilidade pelos actos é nossa, cabendo-nos o mérito pelo bem que daí resultar ou o demérito se a acção for negativa.
Allan Kardec explica, numa nota à questão 462 de O Livro dos Espíritos, que nem sempre é possível fazer essa distinção, e assim o justifica:
“Se fosse útil pudéssemos claramente distinguir nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio, assim como nos dá o de distinguir entre o dia e a noite”.
“Quando algo fica impreciso, é que assim convém ao nosso benefício.”
Como podemos então neutralizar tais influências?
Eis o que, a respeito do assunto, ensinaram os Espíritos Superiores (O Livro dos Espíritos, item 469):
“Fazendo o bem e pondo a vossa confiança em Deus, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e destruireis o domínio que sobre vós tentam exercer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 8:51 pm

Guardai-vos de escutar as sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que vos insuflam a discórdia e que vos induzem às más paixões.
Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, pois que vos apanham pelo ponto fraco. Por isso Jesus vos faz repetir na Oração Dominical:
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”
É interessante também que o leitor leia com atenção o que ensina a questão 122 “b” d’O Livro dos Espíritos, que nos assegura que os maus Espíritos desistem de obsidiar as pessoas que conseguem elevar-se moralmente e, dessa forma, conquistam o auto-domínio, o equilíbrio, a harmonia interior que caracterizam o verdadeiro homem de bem.
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17 – Anotações sobre a prece
A prece ou a oração – o nome é indiferente – nada mais é que uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objecto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. As preces feitas a Deus – ensina o Espiritismo - são escutadas pelos Espíritos incumbidos da execução de suas vontades. As que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus.
Jesus definiu com precisão as qualidades da prece: “Quando orardes, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afecteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas.
Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade.
Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades, e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.” (Mateus, 6:5 a 8.)
Quando dirigimos o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som, porquanto o fluido, que inunda o espaço, é o veículo do pensamento. É em virtude desse fato que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida e é assim que se comunicam entre si e nos transmitem suas ideias e inspirações.
Por meio da prece, o homem obtém o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e volver ao caminho recto, se deste se afastou. E é também por essa via que ele pode desviar de si os males que atrairia por suas próprias faltas.
Fato curioso revelado pelo Espiritismo é que a prece produz resultados mesmo quando é dirigida a alguém que não tem condições de atendê-la. Em seu livro Entre a Terra e o Céu, psicografado por Chico Xavier, André Luiz narra no cap. II, pp. 13 a 17, um interessante fato que ilustra o que dissemos.
Atendendo a um pedido que veio da Crosta, Clarêncio examinava um pequeno gráfico que uma auxiliar do Templo do Socorro lhe entregou e, exibindo o documento que trazia nas mãos, explicou: "Temos aqui uma oração comovedora que superou as linhas vibratórias comuns do plano de matéria mais densa. Parte de uma devotada servidora que se ausentou de nossa cidade espiritual, há precisamente quinze anos terrestres, para determinadas tarefas na reencarnação".
Evelina era o nome da jovem cuja reencarnação fora garantida pelos instrutores de Nosso Lar. Ela rogava à sua mãe desencarnada, Odila, ajuda para um caso de perturbação espiritual em seu lar, sem saber que a causadora da perturbação era a própria mãe.
Ocorre que sua insistência na rogativa foi tanta, que suas preces, quebrando a direcção, chegaram até aos dirigentes da colónia. Como a mãe, obviamente, não poderia ajudá-la, a súplica da jovem, desferida em elevada frequência, varou os círculos inferiores e buscou o apoio que jamais nos faltará em circunstâncias semelhantes.
Clarêncio deu à prece de Evelina o curioso nome de oração refractada, ou seja, desviada do seu curso com o objectivo de chegar a alguém em condições de atendê-la, fato que demonstra a bondade do Criador, que tudo faz para que sejamos felizes, conquanto nem sempre tenhamos capacidade de entendê-lo.
De todas as preces conhecidas dos cristãos, a mais completa é, sem contestação, a Oração Dominical, conhecida também pelo nome de Pai Nosso. Allan Kardec a indicou expressamente, respondendo a um leitor, como devendo ser a prece de todos os dias, na hora em que nos levantamos da cama e na hora em que buscamos o leito para dormir.
A recomendação de Kardec pode ser encontrada na Revista Espírita de agosto de 1864, no mesmo artigo em que ele sugere a prática do que hoje conhecemos pelo nome de Evangelho no Lar. Eis as palavras textuais do codificador:
“Uma vez por semana, por exemplo, no domingo, pode-se a isto (à oração) consagrar um tempo mais longo, e dizer todas, quer em particular, quer em comum, se houver lugar; a isto acrescentar a leitura de algumas passagens do Evangelho segundo o Espiritismo e a de algumas boas instruções, ditadas pelos Espíritos”. (Revista Espírita de 1864, Edicel, p. 234.)
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18 – Barbara Ivanova, Carol Bowman e a reencarnação
A doutrina da reencarnação, que é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita, não se fundamenta em dogma ou decisão tomada por autoridades religiosas. Trata-se de uma lei e como tal ninguém a ela poderá escapar, acredite ou não nisso.
À medida que os anos passam, fatos novos, muitas vezes ocorridos em ambientes que nada têm que ver com o Espiritismo, têm fortalecido a convicção dos espíritas e de todos os que admitem que não nos encontramos aqui na Terra pela primeira vez, mas, ao contrário, que são múltiplas nossas vivências neste plano de vida e – pode-se dizer – incontáveis.
No ano de 1990 recebemos em Londrina a visita de Barbara Ivanova, um nome então respeitado mundialmente no campo das pesquisas psicobiofísicas, que falou a um público numeroso no Cine Teatro Ouro Verde. Um dos assuntos de sua conferência foi exactamente a reencarnação.
Ivanova mencionou então vários casos de crianças que se recordavam de vidas passadas, facto que sugere a existência de uma memória extra-cerebral, que fora até então objecto de estudo de vários pesquisadores de renome mundial, como o indiano Banerjee e o americano Ian Stevenson.
Posteriormente à conferência, ela concedeu entrevista colectiva numa sala do Hotel Bourbon.
Uma das perguntas versou novamente sobre o tema reencarnação. Alguém lhe perguntou quais eram os métodos em que ela se baseava para dizer que a reencarnação estava cientificamente comprovada. Em sua resposta, ela disse que toda a comunidade científica sabia disso, referindo-se certamente a seus colegas russos, e explicou, em seguida, que os métodos científicos adoptados para comprovar a reencarnação são, entre outros, a comunicação com os Espíritos por meio da mediunidade, a regressão de memória às vidas passadas e a chamada memória extra-cerebral.
É bom lembrar que Barbara Ivanova nasceu em 1917 em Moscou, capital da Rússia, na mesma época em que eclodiu em seu país a revolução que conduziu Lenine ao poder e, por consequência, determinou o fechamento de todas as igrejas e a eleição do materialismo dialéctico como filosofia de governo. A reportagem sobre a conferência de Barbara Ivanova pode ser vista clicando neste link: http://www.oconsolador.com.br/ano4/163/especial2.html
Trinta e três anos depois do nascimento de Barbara Ivanova, nasceu nos Estados Unidos Carol Bowman, que levava uma vida comum, cuidando de seus dois filhos, até que algo muito estranho acontecesse.
Durante a comemoração do feriado de 4 de julho, seu filho caçula, Chase, que sofria de fobia de barulho muito alto, ficou em pânico com as explosões da queima dos fogos de artifício. Como se estivesse em transe, o menino começou a narrar sua morte violenta durante a guerra civil americana, na qual dizia ele ter sido um soldado negro. Chase contou todo o desespero da guerra com uma riqueza de detalhes de que só um historiador seria capaz. Após esse acontecimento, a fobia do menino desapareceu magicamente.
A partir desse dia, a vida de Carol Bowman mudou radicalmente. Procurando compreender o fenómeno que seu filho relatara, ela começou a pesquisar incessantemente sobre experiências semelhantes, mas não encontrou nada que a satisfizesse. Passou, então, a procurar pessoas que tivessem vivido alguma experiência similar e logo reuniu um vasto material que lhe permitiu escrever um livro sobre o tema vidas passadas. E assim o fez. Lançado nos Estados Unidos, o livro Children's Past Lives (Bantam, 1997), publicado no Brasil pela editora Sextante, foi editado também na Inglaterra, Austrália, Holanda, Alemanha e China.
Sendo judia, Carol Bowman disse em entrevista ao nosso confrade José Lucas, de Portugal, que não lhe foi difícil compatibilizar sua crença religiosa com a admissão da reencarnação, mesmo porque entre os judeus alguns acreditam na doutrina das vidas sucessivas, que, por sinal, é ensinada na Cabala.
Um dos casos relativamente à chamada memória extra-cerebral em que Carol Bowman esteve envolvida diz respeito ao retorno à existência corpórea de um piloto de caça americano abatido por ocasião da 2ª Guerra Mundial, um caso bastante expressivo e fartamente documentado, cujo relato o leitor pode ler clicando neste link: http://espiritismoseculoxxi.blogspot.com.br/2012/04/o-caso-dopiloto-americano-reencarnado.html
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