LUZ ESPÍRITA
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20 LIÇÕES SOBRE MEDIUNIDADE - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:27 pm

20 LIÇÕES SOBRE MEDIUNIDADE
Astolfo Olegário de Oliveira Filho

Índice
Prefácio da presente edição
Prefácio da edição anterior
Notas biográficas sobre o autor
Introdução. Origem desta obra
1. Concentração
2. Atitude da equipe durante a reunião
3. Conceito, mecanismo e tipos de prece
4. As radiações e suas bases
5. O passe magnético e suas formas
6. Postura física e mental durante o passe
7. Percepção e identificação de fluidos
8. Formas de absorção e rejeição de fluidos
9. As fases do fenómeno mediúnico
10. A incorporação mediúnica
11. Desenvolvimento da reunião mediúnica
12. Comportamento dos médiuns na reunião
13. Identificação dos Espíritos comunicantes
14. A questão da mistificação e suas causas
15. A obsessão e suas modalidades
16. O tratamento espírita da obsessão
17. A doutrinação e seus métodos
18. Abordagem a adoptar na doutrinação
19. A mediunidade e sua aplicação
20. Cuidados antes e depois das reuniões
Bibliografia
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:28 pm

Prefácio da presente edição
Esta é a 2ª edição desta obra, que não terá, como a primeira, formato impresso. A presente edição assinala a estreia da EVOC - Editora Virtual O Consolador na área do livro digital, conhecido também pela expressão livro virtual, livro eletrónico ou e-book.
Nossas publicações virtuais estarão disponíveis na internet sem custo nenhum. O leitor poderá ler o livro digital em seu computador ou tablet, ou ainda baixá-lo para fins de impressão, desde que seu objetivo não tenha cunho comercial.
A gratuidade será o ponto central do projecto ora iniciado, cujo objetivo principal é universalizar o acesso aos ensinamentos espíritas.
Nossa experiência de seis anos na veiculação da revista eletrônica “O Consolador” – www.oconsolador.com – mostrou-nos que existe uma infinidade de grupos e pessoas interessados em se aprofundar nos temas espíritas, mas, em grande número de casos, não têm acesso ao livro espírita, pela inexistência de casas ou livrarias espíritas na localidade e mesmo na região em que se localizam.
Um segundo objetivo do projeto é tornar acessível aos autores espíritas a publicação de suas obras, sem custo nenhum para eles e para os leitores, uma vez que se sabe que, no meio espírita, não existem facilidades para que um autor desconhecido consiga publicar seus textos.
Esperamos que a ideia ora lançada se dissemine e dê origem a outras editoras cujo objetivo não seja outro senão a divulgação da mensagem cristã e dos ensinos espíritas.

Londrina, 18 de abril de 2013.
Astolfo O. de Oliveira Filho
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:28 pm

Prefácio da edição anterior
A Humanidade atravessa, na actualidade, fase de grande tumulto, intensas dificuldades e sofrimentos acerbos por várias razões, sendo que uma das que mais incomodam e perturbam o ser humano em todos os sentidos é a da influenciação espiritual negativa, baseada na sensibilidade para sentir, de alguma forma, a presença dos Espíritos, que Allan Kardec chamou de mediunidade.
Alastrando-se como uma epidemia, a obsessão, decorrente dessa influenciação, pode ser considerada das maiores dificuldades que o homem moderno enfrenta, por se ver a braços com problemas que não tem condições de solucionar, em virtude do seu desconhecimento da existência do mundo espiritual.
Dessa forma, avulta a importância, para o seu bem-estar físico, mental, emocional e espiritual, o estudo da mediunidade e suas leis, que irão esclarecer como, quando, por que e em que condições os fenômenos mediúnicos ocorrem, conhecimentos que só o Espiritismo possibilita. Estudo esse imprescindível, para os que atravessam dificuldades nessa área e para aqueles que, não sofrendo na pele a influência espiritual inferior, desejam trabalhar na ajuda ao próximo necessitado.
Assunto vasto e complexo, através do tempo tem sido objeto de análise e reflexão por muitos estudiosos, que vieram colaborar para uma melhor compreensão do problema, acrescentando dados valiosos.
A nossa gratidão a Allan Kardec, o Grande Codificador da Doutrina Espírita, e seus continuadores, que, com denodo, prosseguiram nos estudos, realizando experiências, para provar a existência dos Espíritos e sua influência no mundo corporal.
Às entidades desencarnadas que nos trouxeram, através das mediunidades de Francisco Cândido Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Divaldo Pereira Franco e tantos outros, as informações da vida no Além-Túmulo, ampliando-nos o âmbito de visão e clareando nossas ideias.
Aos irmãos encarnados que se dispuseram a escrever sobre o assunto, para esclarecimento do público em geral, relatando suas reflexões sobre tema tão palpitante. E, finalmente, ao nosso querido amigo Astolfo Olegário de Oliveira Filho que vem, neste livro, nos repassar suas experiências, adquiridas em décadas de trabalho dedicado, não só ao estudo da mediunidade, como se pode verificar através de sua biografia, como também da vivência em trabalhos mediúnicos.
Astolfo Olegário é pessoa que em tudo o que faz, em todas as atividades, demonstra sempre grande dedicação, competência, conhecimento, perseverança e amor ao próximo.
Nos textos apresentados, o autor enfoca os assuntos com lógica, clareza e objetividade, através de um estilo fluente e agradável, que certamente irá encantar os leitores, como agradaram aos participantes dos vários cursos que ele ministrou, utilizando o material ora transformado em livro.
Sinto-me imensamente grata ao autor pela honra que me concedeu de prefaciar este livro, e o prazer que me proporcionou de poder lê-lo em primeira mão.
Os nossos parabéns a ele por este trabalho, sempre oportuno e atual, pois, por mais que se fale em mediunidade, nunca será demais, pela necessidade de serem essas informações repassadas à população de modo geral. Que Deus o ampare sempre e conserve seu desejo de trabalhar a benefício do esclarecimento e da divulgação da nossa doutrina.

Muita paz!
Rolândia, 23 de outubro de 2003.
Célia Xavier de Camargo
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:31 pm

Notas biográficas
Astolfo Olegário de Oliveira Filho, filho de Astolfo Olegário de Oliveira e Anita Borela de Oliveira, nasceu em 22 de junho de 1944.
Natural da cidade de Astolfo Dutra (ex-Porto de Santo António), Minas Gerais, reside desde janeiro de 1963 em Londrina (PR).
Casado com Célia Maria Cazeta de Oliveira, é pai de quatro filhos e tem seis netos.
Bacharel em Ciências Económicas, ex-professor de Matemática, ex-funcionário do Banco do Brasil e do Instituto do Açúcar e do Álcool, ex-Delegado da Receita Federal em Curitiba, é funcionário aposentado da Secretaria da Receita Federal.
Nascido em lar espírita, frequentou em criança as aulas de evangelização infantil na Cabana Espírita Abel Gomes, em sua cidade natal, onde depois foi presidente da Juventude Espírita Francisco Cândido Xavier.
Em Londrina, presidiu a Mocidade Espírita da União Espírita de Londrina, mais tarde Centro Espírita Nosso Lar, sendo posteriormente, em duas gestões seguidas, presidente da Diretoria Executiva e,por três vezes, presidente do Conselho Deliberativo do mesmo Centro.
Presidiu em 1998 a União Regional Espírita da 5a Região e foi um dos integrantes da primeira diretoria da União das Sociedades Espíritas de Londrina (USEL), de que foi cofundador.
Participou, como cofundador, da criação da Aliança Municipal Espírita de Astolfo Dutra (MG), das Jornadas Espíritas de Balneário Camboriú (SC), das Semanas Espíritas de Londrina e da fundação de diversas instituições em Londrina, a saber: a Comunhão Espírita Cristã de Londrina; a Sociedade Espírita de Promoção Social (SEPS); a União das Sociedades Espíritas de Londrina (USEL); a Sociedade Brasileira para a Expansão do Espiritismo (SBEE); o Grupo Espírita “Os Mensageiros”, que se dedica desde 1979 à prática mediúnica da desobsessão; o Grupo de Fluidoterapia Dr. Bezerra de Menezes; o Grupo de Estudos Espíritas Paulo de Tarso, que realiza atividade semanal na Penitenciária Estadual de Londrina; o Grupo Espírita Cairbar Schutel; o Grupo Espírita Anita Borela de Oliveira; o Grupo Espírita Nosso Lar; o Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes (GEEAG); o Grupo Espírita Carlos Imbassahy; o Grupo Espírita Herculano Pires; o Círculo de Leitura Anita Borela de Oliveira; a Editora Leopoldo Machado; o Grupo Esperança, que se reúne semanalmente no Hospital do Câncer de Londrina, e a revista eletrônica “O Consolador”.
No campo da divulgação doutrinária, foi redator, de 1967 a 1969, do mensário espírita “Nosso Lar”, órgão noticioso e doutrinário então publicado pelo Centro Espírita Nosso Lar, e redigiu na mesma época os programas radiofónicos Momento Espírita e Arauto Espírita, apresentados nas rádios Tabajara e Difusora, ambas de Londrina.
Participou da equipe que produziu o programa Reflexão Espírita, transmitido semanalmente por uma emissora de TV por assinatura, no qual apresentava o quadro “Perguntas e Respostas”.
Manteve por 13 anos, de 1980 a 1992, no jornal Folha de Londrina, a coluna Espiritismo, publicada aos domingos.
Foi autor, em parceria com Rubens Denizard Figueira dos Santos, do programa de estudo das Obras de Kardec conhecido pela sigla COED.
Atualmente é diretor de redação da revista eletrônica “O Consolador”; editor do jornal “O Imortal”, de Cambé-PR; editor do blog Espiritismo Século XXI - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/; dirigente do Grupo Espírita “Os Mensageiros”, que se dedica à prática mediúnica da desobsessão; coordenador do Círculo de Leitura Anita Borela de Oliveira; coordenador do Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes (GEEAG) e, por fim, voluntário no Grupo Espírita Cairbar Schutel, vinculado à Comunhão Espírita Cristã de Londrina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:31 pm

Introdução
Origem desta obra
Esta obra é a transposição para livro de um curso que ministramos em 1993, a pedido do Centro Espírita Meimei, de Londrina, pertinente à parte prática da mediunidade.
O curso foi desenvolvido no Centro Espírita Meimei no período de 2 de junho a 27 de outubro daquele ano.
Mais tarde, incorporando ao seu texto novas informações e referências bibliográficas, nós o repetimos no Centro de Estudos Espirituais Vinha de Luz, da mesma cidade, de 11 de agosto a 13 de outubro de 1999, tornando a ministrá-lo no período de 8 de junho a 31 de agosto de 2000 no Centro Espírita Nosso Lar e, por último, de 26 de outubro de 2002 a 8 de fevereiro de 2003, no Centro Espírita Amor e Caridade, situado, como os demais, na cidade de Londrina.
Em todos os quatro casos o que nos moveu foi apresentar de forma didática temas que pudessem contribuir para o aprimoramento das chamadas sessões práticas de Espiritismo.
Na versão inicial, que foi logo em seguida adotada pelo Centro Espírita Nosso Lar como parte integrante dos cursos de orientação e educação da mediunidade que ali se realizam há tanto tempo, adotamos como fontes bibliográficas os livros Desobsessão, de André Luiz, Obsessão/Desobsessão, de Suely Caldas Schubert, e as apostilas do Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), obra editada pelo Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba.
Com o passar dos anos, procedemos a um melhor desenvolvimento do texto, que não tem, todavia, outra pretensão senão colaborar, de forma singela, para que a prática da mediunidade seja mais bem compreendida e realizada com maior proveito em nosso meio.
Tratando-se de um estudo relacionado com o exercício da mediunidade, a obra foi dividida em 20 lições, de que dá conta o título.
Cada lição corresponde a um capítulo. São portanto, ao todo, 2010 capítulos, que obedecem a uma ordem lógica, consentânea com o que acontece numa sessão mediúnica normal.
O primeiro capítulo fala de concentração e da preparação para que ela se dê em boas condições. O segundo trata da chamada manutenção vibratória e da atitude da equipe durante a realização do trabalho. O terceiro focaliza a prece, o quarto examina o tema radiações, e os demais, sempre procurando esmiuçar assuntos relacionados com a prática mediúnica, analisam o passe, a identificação de fluidos, as fases do fenómeno mediúnico, a questão da identidade dos Espíritos, o problema da mistificação, a obsessão, a doutrinação e assim por diante.
*
Publicada inicialmente em novembro de 2003 pela Editora Leopoldo Machado, esta obra esgotou-se em pouco tempo e não mais foi publicada, salvo agora, na forma digital, em que é oferecida, sem custo nenhum, aos nossos leitores.
Londrina, 18 de abril de 2013.
Astolfo Olegário de Oliveira Filho
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:32 pm

1 - Concentração
SUMÁRIO: Conceito de concentração. - Diferença entre atenção e concentração. - Importância da meditação e da prece. Recolhimento. - Uso da oração no curso da reunião. - Comunhão de pensamentos. - Preparação do ambiente íntimo. Relaxação. Abstração.

Concentração – Ao contrário da atenção, que é um ato passivo, de recepção de impressões ambientes, a concentração é um acto mental intensamente ativo, mediante o qual dirigimos nossa mente sobre certo ponto de interesse. Pressupõe, portanto, convergência de pensamentos para um determinado fim.
Na atenção as portas da mente se abrem para o mundo exterior; na concentração faz-se exatamente o contrário, ou seja, fecham-se essas portas, cortam-se as ligações dos sentidos com o ambiente externo, passando-se então a atuar inteiramente na intimidade da zona psíquica. Na concentração exercitamos a nossa vontade, fazendo recolhimento da mente para o nosso interior, isolando-nos das coisas exteriores que nos rodeiam, para iniciarmos a ligação com o mundo íntimo, psíquico, espiritual.
Diz Roque Jacintho que no vocabulário espírita "concentrar é reunir vibrações saudáveis, equilibradas, que serão aplicadas pelos Mentores Espirituais a benefício de nossos irmãos necessitados, encarnados e desencarnados". (1) Ocorre que concentrar não é apenas cerrar os olhos, deixando que os pensamentos tomem os canais habituais a que estão condicionados. Roque propõe, então, que o orientador do desenvolvimento peça aos integrantes da equipe, de forma objetiva, "que façam uma oração silenciosa, situando seus pensamentos em torno de ideias edificantes, procurando dialogar com Jesus intimamente". (2)
A abstração ou o esquecimento dos problemas comuns que perturbam nossa vida íntima deve ser exercitada. A reunião depende muito do ambiente formado por todos os componentes do grupo. Por meio do exercício dos bons pensamentos e da elevação dos sentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais que favorecem o intercâmbio, porquanto, conforme nos ensina André Luiz, "a prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar." (3)
Preparação do ambiente íntimo – Na preparação para a reunião é preciso lembrar que "a mente permanece na base de todos os fenómenos mediúnicos". "Da super-estrutura dos astros à infraestrutura subatómica, tudo está mergulhado na substância viva da Mente de Deus, como os peixes e as plantas da água estão contidos no
oceano imenso." (4)
A preparação para a reunião é, pois, indispensável. Sem o preparo devido, que deve começar desde a manhã, evitando-se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem o bom hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, terá tranquilidade suficiente para se dedicar tão-somente aos fins elevados da sessão.
Recomenda André Luiz: "Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica, evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias...". "A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina." (5)
Informa Allan Kardec que "toda pessoa que entra em uma reunião leva consigo Espíritos que lhe são simpáticos. Segundo seu número e sua natureza, estes acólitos podem exercer sobre a assembleia e sobre as comunicações uma influência boa ou má. Uma reunião perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos". (6)
Em outro trecho da mesma obra, o Codificador ensina: "O recolhimento e a comunhão de pensamentos sendo as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um número muito grande de assistentes deve ser uma das causas mais contrárias à homogeneidade". (7)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:33 pm

Relaxação e abstração – A relaxação, essencial a uma boa concentração, deve ser completa: muscular e psíquica. Para tanto, é preciso evitar todas as causas, pelo menos no dia da reunião, que levem o indivíduo a uma tensão.
Preparado convenientemente durante o dia, o componente da equipe deve procurar alimentar-se frugalmente, prevenindo problemas de sobrecarga física, e vestir-se com sobriedade, evitando roupas e calçados apertados. Durante a reunião, deve manter-se relaxado, respirar calmamente, tomar na cadeira uma posição cómoda, solta, cuidando para não contrair os músculos, a fim de facilitar o bem-estar físico.
Abstração quer dizer: desligamento dos problemas que não digam respeito às finalidades da reunião, como os problemas particulares, domésticos e outros alheios à sessão.
A relaxação proporciona bem-estar físico; a abstração evita tensões psíquicas. Ambas, reunidas, dão condições para que o indivíduo possa focalizar seu pensamento em objectivos elevados, no bem, no amor, na caridade, nas virtudes que exornam o carácter do verdadeiro espírita.
O resultado da reunião dependerá, pois, da concentração e da elevação com que é feita. Emmanuel assevera que "o pensamento é força eletromagnética" e acrescenta: "A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comummente recebemos as respostas do Plano Divino". (8)
No mesmo sentido é o ensinamento do instrutor espiritual Albério: "Nossa mente é (...) um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma subtil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios". (9)
É em vista disso que Kardec ensina: "Nem sempre basta que uma reunião seja séria para ter comunicações de uma ordem elevada; há pessoas que não riem jamais e cujos corações nem por isso são mais puros; ora, é o coração sobretudo que atrai os bons Espíritos" (10), ensinamento que seria mais tarde confirmado por André Luiz: "Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento. Nossa alma vive onde se lhe situe o coração. Caminharemos ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for". (11)

1 “Desenvolvimento Mediúnico”, cap. 25, pág. 132.
2 “Desenvolvimento Mediúnico”, cap. 25, pág. 133.
3 "Missionários da Luz", cap. 5.
4 “Nos Domínios da Mediunidade", cap. 1.
5 "Conduta Espírita", cap. 4.
6 "O Livro dos Médiuns", cap. XXIX, item 330.
7 Ibidem, cap. XXIX, item 332.
8 "Pensamento e Vida", cap. 2 e 26.
9 "Nos Domínios da Mediunidade", cap. 1.
10 “O Livro dos Médiuns”, cap. XXI, item 233.
11 "Nos Domínios da Mediunidade", cap. 13.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 18, 2023 8:33 pm

2 - Atitude da equipe durante a reunião
SUMÁRIO: Atitude dos integrantes da reunião. - Manutenção vibratória. - Preparação dos integrantes para o trabalho. - A alimentação no dia da reunião. - Repouso físico e mental nos momentos que antecedem a sessão. - Estudos preparatórios. - Culto do Evangelho no lar. - Assistência aos necessitados.

Atitude dos integrantes da reunião – Conseguida a concentração, é preciso manter o ambiente saturado de elementos fluídicos favorecedores do intercâmbio com o plano espiritual. Cada componente da equipe manter-se-á atento às ocorrências da reunião, evitando dispersar o pensamento para objetivos que não os dela.
Pela vontade, a equipe exercitar-se-á na doação vibratória em favor de outros componentes do grupo e das entidades espirituais que estejam no recinto e precisem de vibrações de carinho, afeto e compreensão. Envolverá mentalmente a todos em pensamentos agradáveis, desejando-lhes o melhor que se possa dar, como se nossa mente estivesse emitindo forças e palavras de conforto e esclarecimento.
Emmanuel afirma que "em qualquer situação, somos livres para escolher os nossos pensamentos" e ensina: "Cada inteligência emite as ideias que lhe são peculiares, a se definirem por ondas de energia viva e plasticizante, mas, se arroja de si essas forças, igualmente as recebe, pelo que influencia e é influenciada". (12) Assim, esclarece o referido instrutor espiritual, na mesma obra, que toda a criatura, quando se exterioriza, seja imaginando coisas, falando ou agindo, em movimentação positiva, "é um emissor atuante na vida". E quando se interioriza, meditando, observando ou obedecendo, de modo passivo, "é um receptor em funcionamento".
Na mesma lição, Emmanuel diz que nossa mente possui muita coisa em comum com o aparelho de rádio. O sintonizador é a nossa vontade. Nossas ligações com o bem ou com o mal partem de nós mesmos. Podemos aceitar ou não – depende de nós – as emissões construtivas ou deprimentes que nos são lançadas na forma de sugestões. De igual modo, podemos emitir boas ou más vibrações. A qualidade delas depende também de nós.
André Luiz lembra a necessidade da cooperação mental no decurso da sessão mediúnica. Diz ele: "Enquanto persista o esclarecimento endereçado ao sofredor desencarnado, é imperioso que os assistentes se mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às afirmativas do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra. Não lhes perpasse qualquer ideia de censura ou de crueldade, ironia ou escândalo". (13)
Na sequência do assunto, André Luiz diz que os membros do grupo "abrigarão na alma a simpatia e a solidariedade, como se estivessem socorrendo um parente dos mais queridos, para que o necessitado encontre apoio real no socorro que lhe seja ministrado".
Aos companheiros "desatentos ou entorpecidos" o dirigente encarecerá a necessidade da cooperação mental, visto que "o conjunto em ação é comparável a um dínamo em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno necessita circular equilibradamente na prestação de serviço". (14)
O cansaço após a concentração mostra esforço contrário ao da boa vibração. A vibração feita com técnica não cansa; traz um profundo bem-estar ao emitente, pela troca fluídica que se estabelece nessas ocasiões.
Preparação da equipe para a reunião – Já vimos que a preparação do ambiente íntimo é indispensável a uma boa concentração e deve começar desde cedo, porque o dia marcado para o intercâmbio com os Espíritos será sempre especial para o componente de uma equipe mediúnica. André Luiz trata desse tema minuciosamente nos capítulos 1, 2, 3, 4, 66, 70, 71 e 72 de seu livro “Desobsessão”, os quais adiante resumimos.
Deve-se cultivar atitude mental digna desde o momento do despertar, seja orando ou acolhendo ideias de natureza superior e evitando, deliberadamente, rusgas e discussões ao longo do dia.
A alimentação, nas horas que precedem a sessão mediúnica, será leve. A digestão laboriosa consome grande parcela de energia e impede a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige leveza para exprimir-se nas atividades mediúnicas. A bebida alcoólica é completamente imprópria ao componente da equipe, sobretudo no dia da sessão mediúnica. Quanto ao fumo, à carne, ao café e aos temperos excitantes, o ideal seria a abstenção total de seu uso no dia da reunião.
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Após o trabalho profissional ou doméstico de cada dia, um momento de repouso físico e mental, nos instantes que precedem a sessão, será muito útil. Repouso do corpo e da mente. Ideações edificantes. Aspirações superiores. Abstenção de pensamentos impróprios. Distância de preocupações inferiores. Essa preparação pode incluir leitura moralizadora e salutar, seguida de prece e meditação no próprio lar, antes de o integrante da sessão mediúnica dirigir-se ao Centro Espírita.
O estudo metódico d' O Livro dos Médiuns e das obras respeitáveis que tratem da mediunidade fará parte, não necessariamente no dia da sessão, da preparação do tarefeiro da atividade mediúnica. O estudo da Doutrina Espírita, bem como os estudos em geral, são providências que todos devemos acolher, porque o progresso depende também da construção das asas do conhecimento.
O integrante de uma equipe mediúnica deve, pelo menos uma vez por semana, realizar o culto do Evangelho em sua própria casa.
Como já assinalado por tantos autores espirituais, o culto evangélico no lar "equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual" e a ele acorrem, além "dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele", os "irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação e alívio, da conversação espírita e da prece em casa". (15)
Finalmente, a preparação para a atividade mediúnica não poderá ignorar a importância da assistência aos necessitados. Entidades sofredoras ou transviadas acompanham os componentes do grupo examinando-lhes os exemplos. A assistência aos necessitados – por meio do pão, do agasalho, do auxílio financeiro, do medicamento, do passe ou do ensinamento, em favor dos que atravessam provações mais difíceis que as nossas – "não é somente um dever, mas também valioso curso de experiências e lições educativas para nós e para os outros". (16)
Os irmãos em revolta ou desespero não se transformam simplesmente à força de nossas palavras, mas, sobretudo, "ao toque moral de nossas ações, quando as nossas ações se patenteiam de acordo com os nossos ensinamentos". (17)

12 "Encontro Marcado", cap. 41.
13 "Desobsessão", cap. 38.
14 Ibidem, cap. 38.
15 "Desobsessão", cap. 70.
16 Ibidem, cap. 71.
17 Ibid., cap. 71.
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3 - Conceito, mecanismo e tipos de prece
SUMÁRIO: Conceito e requisitos da prece. - Atitude daquele que ora. - Mecanismo e tipos de prece. - A prece de louvor. - A prece de pedido. - A prece nas reuniões espíritas. - Manifestação natural da alma elevada.

Conceito e requisitos da prece – Ensinada por Jesus e pelos Espíritos superiores, a "prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele". (18) A prece é uma manifestação da alma em busca da Presença Divina ou de seus prepostos, é uma conversa com o Criador ou com seus emissários e, por isso, deve ser despida de todo e qualquer formalismo.
A prece não pode ser paga. É um ato de caridade, um lance do coração. A prece deve ser secreta, não precisa ser longa e deve ser antecedida do ato do perdão. (19) Deve ser espontânea, objetiva, robusta de sentimentos elevados, que precisam ser cultivados sempre, porque não aparecem como por encanto só nos momentos de oração.
A forma da prece nada vale, mas sim o conteúdo. A atitude daquele que ora é íntima, eminentemente espiritual. Atitudes convencionais, posição externa e rituais são vestes dispensáveis ao acto de orar. Pela força do pensamento, após estarmos concentrados, procuramos traduzir nossa vontade com o melhor dos nossos sentimentos por uma prece, que não deve ser formulada segundo um esquema pré-fabricado. A prece deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando e querendo naquele momento, de uma forma precisa, sem que isso constitua uma repetição de termos que, na maioria das vezes, são ininteligíveis para quem os profere.
A prece deve ser o primeiro ato no nosso retorno às atividades de cada dia e, por isso, deve ser cultivada diariamente, como ensina Monod em expressiva mensagem incluída por Kardec em "O Evangelho segundo o Espiritismo". (20)
O exemplo contido nas preces do fariseu e do publicano, narradas no capítulo 18, versículos 9 a 14, do Evangelho segundo Lucas, é expressivo. A humildade e a sinceridade são requisitos imprescindíveis à oração. Outro requisito essencial é o esquecimento e o perdão para com os que nos prejudicaram. Jesus recomenda reconciliar-nos com os adversários antes de nos pormos a orar.
Mecanismo e tipos de prece – O mecanismo da prece é este:
estamos engolfados no fluido universal que ocupa o espaço. Esse fluido, que é o veículo do pensamento, recebe a impulsão da vontade. Quando o pensamento é dirigido a um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de um encarnado a um desencarnado, ou vice-versa, estabelece-se uma corrente fluídica que liga um e outro.
O Espírito não apenas pode ler nossos pensamentos, mas, de certa forma, ouvi-los. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos em qualquer lugar em que se encontrem.
Três coisas podemos fazer por meio da prece: louvar, pedir e agradecer. (21)
Louvar é reconhecer e enaltecer a Deus por tudo o que Ele criou.
Significa aceitar com alegria tudo o que nos rodeia, que, no que diz respeito à participação do Senhor, é justo, equilibrado e perfeito.
Exemplo de prece de louvor é o Salmo 23 de David:
"O Senhor é o meu Pastor,
Nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos,
Guia-me mansamente
A águas mui tranquilas.
Refrigera minh'alma,
Guia-me nas veredas da justiça
Por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse
Pelo vale das sombras da morte,
Não temeria mal algum
Porque Tu estás comigo...
A tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas-me o banquete do amor.
Na presença dos meus inimigos,
Unges de perfume a minha cabeça..."
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:38 am

A prece de pedido é a que a criatura faz solicitando alguma coisa, mas na maioria das vezes pedimos o que não se deve pedir. Não devemos pedir, por exemplo, o afastamento da dor, mas as forças e a compreensão para suportá-la.
Emmanuel nos dá em "Recados do Além" um modelo extraordinário de prece de pedido:
"Jesus! Reconheço que a Tua vontade é sempre o melhor para cada um de nós; mas se me permites algo pedir-Te, rogo me auxilies a ser uma bênção para os outros". (22)
Outro exemplo de prece de pedido é esta, utilizada pelo Centro de Valorização da Vida (C.V.V.) com o nome de Oração da Serenidade e autoria atribuída a São Francisco de Assis:
"Concedei-nos, Senhor,
a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar;
coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras".
Várias preces são conhecidas e enaltecidas por sua beleza e profundidade. A Oração Dominical, modelo de concisão, diz tudo o que precisamos dizer numa prece. A Oração de São Francisco de Assis e a prece de Cáritas, também. Mas são poucas as orações que apresentam a beleza da prece que Abigail fez na agonia e morte de seu pai e de seu irmão Estêvão (23), beleza que advém não só da poesia mas da elevação e robustez de sentimentos de que a prece se reveste:
"Senhor Deus, pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,

Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará.

Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança,
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

Quando tudo nos despreza
No mundo da iniquidade,
Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!

Ó Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:38 am

No dia da nossa morte,
No abandono ou no tormento,
Trazei-nos o esquecimento
Da sombra, da dor, do mal!...

Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida
Renovada e redimida
Na paz ditosa e imortal".

Manifestação natural da alma elevada – Allan Kardec nos ensina: "É, sem dúvida, não apenas útil, porém necessário rogar, por meio de uma invocação especial, por uma espécie de prece, o concurso dos bons Espíritos. Essa prática predispõe ao recolhimento, condição especial a toda a reunião séria". (24)
No início e no término das reuniões espíritas fazemos a prece para que o ambiente espiritual seja favorável e tenhamos a presença de Espíritos elevados, que a prece atrai, o que será uma garantia de proteção contra o mal. No decurso da sessão mediúnica, a oração será utilizada em benefício dos companheiros e dos Espíritos, pelo potencial de forças fluídicas que a prece consegue aglutinar.
A prece, contudo, será sempre mais poderosa se partir de uma alma elevada, de um Espírito de conduta ilibada, de uma criatura de bons sentimentos. Há pessoas que, por haverem conseguido libertar-se das paixões animalizantes e dos interesses egoísticos da Terra, fazem de sua vida uma prece permanente. A prece nelas é cultivada com naturalidade e eficiência extraordinária, enquanto que nós temos ainda que nos esforçar para que nossa rogativa atinja o objetivo colimado.
Despojados da ignorância e da perturbação que o mal engendra em nós, iremos aos poucos descobrindo que pela prece muita coisa pode ser conseguida em nosso benefício espiritual e das pessoas que nos cercam. Entenderemos então que a prece, por depender fundamentalmente da sinceridade e da elevação com que é feita, é uma manifestação espontânea e pura da alma, e não apenas uma repetição formal de termos alinhados convencionalmente, como se fosse uma fórmula mágica para afastar o sofrimento e os problemas.

18 “O Livro dos Espíritos”, questão no 659.
19 “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. XXVII, itens 1 a 4.
20 “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. XXVII, item 22.
21 “O Livro dos Espíritos, questão no 659.
22 "A Constituição Divina", pág. 19.
23 "Paulo e Estêvão", de Emmanuel, págs. 42 e 162.
24 "Viagem Espírita em 1862", cap. XI, pág. 144.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:39 am

4 - As radiações e suas bases
SUMÁRIO: Bases das radiações. - Conceito de radiações. - Os centros vitais do perispírito. - A aura psíquica. - Condições de quem irradia. - O que é importante para a obtenção de elementos fluídicos de boa qualidade. - A técnica da irradiação.

As radiações e suas bases – As radiações são um poderoso agente de tratamento, tanto material como espiritual. São tão eficientes como qualquer tratamento feito na presença do indivíduo. A distância não representa impedimento algum. As radiações significam passes a distância. Em ambas as hipóteses, a ação da mente, a força do pensamento, o impulso amoroso e a vibração fraterna constituem a mola propulsora do fenômeno.
A base do fenômeno é o fluido cósmico universal, "hausto do Criador, força nervosa do Todo-Sábio" (25), em que nos encontramos mergulhados e que absorvemos automática e inconscientemente, por várias portas de entrada do nosso organismo perispiritual, em que se destacam os centros vitais, também chamados chacras ou centros de força, que André Luiz especifica em número de sete (26), a saber:
1º. Centro coronário – instalado na região central do cérebro, que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada e, ainda, supervisiona os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito;
2º Centro cerebral – contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, que governa o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endocrínicas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo;
3º. Centro laríngeo – que controla notadamente a respiração e a fonação;
4º. Centro cardíaco – que dirige a emotividade e a circulação das forças de base;
5º. Centro gástrico – que se responsabiliza pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos que nos penetram a organização;
6º. Centro esplênico – que determina todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo; e 7º. Centro genésico – que coordena a modelagem de novas formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.
O fluido cósmico universal, ao ser absorvido por um dos centros de força que constituem o corpo perispirítico, metaboliza-se em fluido vital e é canalizado de acordo com a maior ou menor intensidade do estado emocional da criatura, irradiando-se posteriormente em seu redor e formando o que chamamos aura psíquica. É essa carga de forças, essa energia radiante, que transmitimos aos outros, pelo mecanismo de nossa vontade, consciente ou inconscientemente dirigida.
Condições de quem irradia – Existe, assim, uma irradiação psíquica permanente em torno de nós e, em face disso, cada alma envolve-se no círculo de forças vivas que lhe transpiram do hálito mental, na esfera de criaturas a que se imana. (27) Os sensitivos percebem com certa precisão o estado do ambiente e das pessoas que o compõem, justamente pelo facto de sentirem essa irradiação.
Outro tipo de irradiação é a que se faz a distância, projetando o nosso pensamento e o nosso sentimento em favor de alguém, e desse modo movimentando as forças psíquicas, por ato da vontade.
É preciso, entretanto, entender que somente pode dar alguma coisa boa quem a possui, quem a armazena.
O preparo da criatura, por meio de seus atos, pensamentos e sentimentos, vai plasmando na sua atmosfera espiritual uma tonalidade vibratória e uma quantidade de energias fluídicas agradáveis e salutares que poderão ser mobilizadas por meio da vontade convenientemente dirigida.
A frugalidade na alimentação e a ausência de vícios, como o álcool, o fumo e a conversação de baixo teor, bem como a procura de um comportamento compatível com a condição de verdadeiro espírita, tudo isso constitui fator importante à obtenção de elementos fluídicos de boa qualidade, a fim de serem transmitidos aos que deles necessitam.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:39 am

Técnica da irradiação – É preciso levar em conta que na irradiação as forças magnéticas também se submetem à lei das proporções. Não é pelo muito pedir que alguém conseguirá o seu desiderato. Cada pessoa movimenta uma certa quantidade dessas forças que, reunidas com as do mundo espiritual, poderão ser carreadas para o seu objectivo.
Devemos focalizar o nosso pensamento no alvo a ser atingido, restringindo-o a uma certa área ou pessoa, ou grupo de pessoas. A irradiação deve, assim, focalizar alguém ou uma situação determinada, ficando entendido que os pedidos feitos de forma genérica em favor de todos os necessitados não alcançam objetivamente os seus fins, senão que valem pela intenção e o potencial fluídico movimentado, que é, nesse caso, aplicado pelos amigos espirituais.
Ensina André Luiz: "Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequado clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos, em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos desencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de amparo espiritual a distância". (28)
A técnica consiste nisto: inicialmente nos concentramos, em seguida oramos e depois, pela vontade, focalizamos o alvo de nossa irradiação, como que transmitindo aquilo que se queira dar: paz, conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência etc.
Um dos componentes da equipe, nomeado pelo dirigente, poderá articular, então, uma prece em voz alta, lembrando na oração “os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencarnados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes dos hospitais e os irmãos carecentes de socorro e de alívio, internados em casas assistenciais e instituições congêneres". (29)

25 “Evolução em Dois Mundos”, Primeira Parte, cap. I, pág. 19.
26 Ibidem, Primeira Parte, cap. II, págs. 26 e 27.
27“Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 1, págs. 15 e 16.
28 “Desobsessão”, cap. 51.
29 Ibidem, cap. 51.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:39 am

5 - O passe magnético e suas formas
SUMÁRIO: Conceito de fluido. - A atmosfera fluídica do ser humano. - O passe magnético e suas modalidades. - Qualidades que o tarefeiro do passe deve revelar. - Fatores importantes para o êxito do serviço de passes. - Recomendações especiais aos médiuns passistas.

Conceito de fluido – Em "Obras Póstumas", Kardec ensina que cada ser tem “seu fluido próprio, que o envolve e acompanha em todos os movimentos, como a atmosfera acompanha cada planeta".(30)
A atmosfera fluídica do ser humano é plasmada por seus atos, pensamentos e sentimentos, dada a enorme influência que o pensamento e a vontade exercem sobre os fluidos.
Os fluidos são formas energéticas da substância elementar que o organismo perispiritual absorve do meio ambiente, transforma segundo o padrão vibratório em que se encontra e irradia em derredor de si.
Em comunicação dada na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas em 28 de janeiro de 1859, a Sra. Reynaud ensina que o fluido magnético emana do sistema nervoso, mas que este o extrai da atmosfera, sua fonte principal. (31)
André Luiz, reportando-se ao assunto, associa também fluidos e mente ao afirmar que o fluido magnético constitui “emanação controlada de força mental sob a alavanca da vontade”, com atuação decisiva sobre as entidades celulares que formam o Estado Orgânico em que nos expressamos. (32)
Neutros em si mesmos, os fluidos adquirem as qualidades do meio em que são elaborados, do mesmo modo que a água se modifica conforme o leito por onde caminhe. (33)
Assim, do ponto de vista moral, os fluidos trazem a impressão dos sentimentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, bondade, benevolência, doçura etc. Do ponto de vista físico, os fluidos são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos, reparadores etc.
Os fluidos serão mais harmônicos, agradáveis, luminosos e saudáveis, quanto mais elevados são os pensamentos e os sentimentos da pessoa que os emite. O fluido bom possui vibração elevada e pura que reconforta, estimula e cura as perturbações físicas e morais.
Os fluidos pesados, mórbidos e desagradáveis, que são irradiados por Espíritos inferiores, maléficos ou enfermos, causam distúrbios e doenças. Há fluidos tão pesados, animalizados e impuros, que possuem mau cheiro. Os Espíritos obsessores condensam-nos até torná-los viscosos e fortemente aderentes, e com eles envolvem as regiões ou órgãos da pessoa que desejam atingir e até mesmo a aura de sua vítima, isolando-a completamente do meio exterior.
O passe magnético e suas modalidades – O passe magnético dissolve esse visco e permite a penetração de fluidos finos e luminosos que restabelecem as funções orgânicas.
Sendo, na conceituação de Emmanuel, uma transfusão de energias psíquicas, que dispensa qualquer contacto físico na sua aplicação (34), o passe pode, como toda a ação magnética, realizar-se de muitas maneiras (35):
1ª. pelo próprio fluido do magnetizador: é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2ª. pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado: é o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
3ª. pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento: é o magnetismo misto, semi-espiritual ou humano-espiritual, em que, combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece.
Explicando a André Luiz o papel dos Espíritos no serviço de passes, o benfeitor espiritual Conrado assim se expressou: "Somos nós aqui, neste recinto consagrado à missão evangélica, sob a inspiração de Jesus, algo semelhante à singela tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz". (36)
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A comparação de Conrado era perfeita e disso nos dá conta o próprio André Luiz: "Os passistas afiguravam-se-nos como duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça, ao contacto do irmão Conrado e de seus colaboradores". (37)
Qualidades do tarefeiro do passe – O tarefeiro do passe, na esfera espiritual, precisa revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados. Não lhe basta a boa vontade: ele não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. (38)
O êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança e responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos. A oração é prodigioso banho de forças. O missionário do auxílio magnético, na Crosta ou na esfera espiritual, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança em Deus. (39)
Alexandre ressalva, no entanto, que na Crosta a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência (40), visto que o médium passista (41) é, em verdade, um instrumento da ajuda, mas não a fonte exclusiva dessa ajuda.
Adquirida a vontade de servir, os passos seguintes, para o servidor encarnado, serão: elevação, equilíbrio do campo das emoções, alimentação equilibrada, libertação do álcool e de outras substâncias tóxicas, seguidos do aperfeiçoamento moral contínuo. (42)
Recomendações aos médiuns passistas – Diante do que acabamos de ver, o médium passista deve prestar máxima atenção às recomendações especiais que se seguem.
A primeira diz respeito aos vícios arraigados, tais como o tabagismo, o alcoolismo e o uso de drogas em geral, de que é indispensável o médium passista se liberte para não transferir aos pacientes, junto com seu fluido, as emanações naturais das substâncias a eles pertinentes. O fumo, o álcool e as substâncias tóxicas – diz Divaldo Franco – atuam nos centros vitais e nas correntes magnéticas do organismo, alterando, desse modo, a constituição da aura das pessoas. (43)
A segunda recomendação é abster-se de aplicar o passe quando estiver enfermo, fraco ou intoxicado por excessos de alimentação e medicamentos, ou quando se encontrar espiritualmente perturbado, visto que pelo passe se transmitem fluidos perniciosos decorrentes desses estados.
A terceira é procurar renovar os hábitos para que, modificando os pensamentos, os sentimentos e os atos, sua atmosfera individual seja cada vez mais elevada.

30 “Obras Póstumas”, Introdução ao Estudo da Fotografia e da Telegrafia do Pensamento, pág. 100.
31 “Revista Espírita”, ano de 1859, pág. 80.
32 “Evolução em Dois Mundos”, Segunda Parte, cap. XV, págs. 201 e 202.
33 A respeito do tema fluidos, leia “A Gênese”, de Allan Kardec, cap. XIV, itens 13 a 21.
34 “O Consolador”, questões nos 98 e 99.
35 “A Gênese”, cap. XIV, item 33.
36 “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 17, pág. 164.
37 Ibidem, cap. 17, pág. 165.
38 “Missionários da Luz”, cap. 19, pág. 321.
39 Ibidem, cap. 19, pág. 321.
40 Ibid., cap. 19, pág. 321.
41 A expressão “médium passista”, adotada por André Luiz e largamente utilizada no movimento espírita brasileiro, é estranha à obra de Kardec, que não a utilizou jamais para designar os tarefeiros do passe. O Codificador preferia a expressão “médium curador” para designar o tarefeiro do serviço de passe, que ele chamava simplesmente de “imposição das mãos”, reservando o vocábulo “passe” apenas para identificar a prática dos magnetizadores.
42“Missionários da Luz”, cap. 19, pág. 323.
43 “Moldando o Terceiro Milênio”, de Fernando Worm, cap. 8, pág. 82.
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6 - Postura física e mental durante o passe
SUMÁRIO: Mecanismo da ação curativa. - Natureza do fluido magnético. - Acção dos fluidos sobre o perispírito. - Postura física e mental no momento do passe. - Elementos importantes no passe. - Sete conselhos para o serviço do passe. - Resultados do passe magnético.

Mecanismo da acção curativa – Vimos no capítulo anterior que a acção magnética pode revestir três formas: humana, espiritual e humano-espiritual. Em qualquer delas, porém, o elemento fundamental é a qualidade do fluido que se transmite do doador para o receptor.
O corpo perispiritual é, para valer-nos aqui da terminologia adotada pelo Espiritismo, uma criação fluídica. Ele não fica encerrado dentro do corpo físico, mas se irradia ao seu redor. Nessa expansão, ele coloca a alma encarnada em relação mais direta com os Espíritos – emitindo e recebendo vibrações, saneando ou viciando os fluidos circundantes. Em face de sua natureza fluídica, o perispírito assimila com facilidade os fluidos espirituais, como uma esponja se embebe de um líquido.
Os Espíritos, quando responderam a Kardec a respeito da natureza do fluido magnético, assim se manifestaram: "Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal". (44) O fluido magnético pode, pois, fornecer princípios reparadores ao corpo. O Espírito, encarnado ou não, "é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico”. “A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido." (45)
Os fluidos têm, assim, sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quanto por sua expansão e irradiação o corpo espiritual com eles se confunde. Reagem sobre o perispírito e este, por sua vez, reage sobre o organismo físico, ao qual está ligado molecularmente.
Se tais eflúvios forem de boa natureza, o corpo receberá uma salutarimpressão. É o que ocorre nos passes benéficos. Se os eflúvios forem maus, a impressão será penosa. Se forem maus e permanentes, poderão provocar desordens físicas e moléstias de origem desconhecida. É o que ocorre nas obsessões graves. Kardec afirma que "não é outra a causa de certas enfermidades". (46)
Postura física e mental durante o passe – O valor da oração e do pensamento elevado é uma coisa bem conhecida no meio espírita.
Ensina André Luiz: "A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante, refundem a atmosfera, purificando-a". (47) Na mesma obra, André regista esta lição do instrutor Alexandre: "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar". (48)
Reportando-se ao passe, Emmanuel esclarece: "Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus. Não importa a fórmula exterior". (49)
O passe magnético humano-espiritual, ou misto, que é a forma adotada no meio espírita, requer tão-somente a imposição de mãos, sem necessidade de transe mediúnico (50) e sem contacto físico. (51)
Ensina-nos um dos textos que formam a apostila do Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), obra elaborada sob a supervisão do Dr. Alexandre Sech: (52)
"A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe.
"Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica.
"Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos."
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Idêntico a esse é o pensamento de José Herculano Pires, que assim se manifestou sobre o assunto: (53)
"O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos.
No livro “Diretrizes de Segurança”, questão no 69, Divaldo Franco afirmaque o passe deve ser dado sempre em estado de lucidez e absoluta tranquilidade e que os passes praticados sob a ação de uma incorporação propiciam resultados menos valiosos, porque, enquanto o médium está em transe, ele sofre um desgaste e, aplicando passe, ele sofre outro desgaste. Os Espíritos – explica Divaldo – podem ajudar, manipular, extrair energia do médium passista sem o desgastar, não sendo, portanto, necessário o transe mediúnico na realização do passe.
“Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.
"O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista.
"Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos.”
A opção pela simples imposição das mãos, como se faz no Paraná e na maioria das Casas espíritas do nosso país, não significa que as outras formas de aplicação do passe sejam nocivas, mas sim que a movimentação de mãos e braços não se justifica, porque, no passe humano-espiritual, quem dirige a energia fluídica é o Espírito, não o passista, como Kardec registrou com toda a clareza em sua obra.(54)
Compreende-se, assim, que a postura física não é relevante e que não existe posição convencionada para que o beneficiado receba as energias. Pernas descruzadas, mãos em concha voltadas para o alto, e coisas desse gênero, são convenções sem fundamento doutrinário. O essencial no passe magnético é a disposição mental de quem o ministra e de quem o recebe, não a posição do corpo ou a técnica adotada.
Elementos importantes no passe – Kardec destaca ainda como fatores importantes no passe o desejo ardente, a confiança e a fé do doente. O médium passista – diz ele – funciona, no passe, como uma bomba calcante e o paciente como uma bomba aspirante. "Algumas vezes é necessária a simultaneidade das duas ações; doutras basta uma só", diz o autor de “A Gênese”. (55)
Ensina o Codificador que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais". (56) Observa Kardec que uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades morais, pode operar, em matéria de curas, verdadeiros prodígios. E acrescenta: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito". (57)
Assim, quando o paciente se coloca em posição impermeável ante o passe, revelando atitudes de descrença, leviandade ou aversão, mesmo que o auxílio recebido seja bom, o passe será nulo quanto ao seu resultado. Jesus sempre enfatizava em suas curas: “A tua fé te curou”. Isso explica tudo.
Sete conselhos para o serviço do passe – No cap. 28 do livro intitulado "Conduta Espírita", psicografado pelo médium Waldo Vieira, André Luiz dirige aos tarefeiros do passe sete conselhos, que adiante resumimos:
1º. Quando da aplicação de passes, fugir à indagação sobre resultados e jamais temer a exaustão das forças magnéticas. O bem ajuda sem perguntar;
2º. Lembrar que na aplicação de passes não há necessidade da gesticulação violenta, da respiração ofegante ou do bocejo costumeiro, nem do toque direto no paciente. O passe dispensa qualquer recurso espetacular;
3º. Esclarecer sobre a inconveniência da petição de passes todos os dias, sem que haja necessidade real. É falta de caridade abusar da bondade alheia;
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:40 am

4º. Proibir ruídos, o fumo, o álcool e o ajuntamento de pessoas, ou a presença de criaturas sarcásticas ou irreverentes no recinto da assistência e do tratamento espiritual. De ambiente poluído, nada de bom se pode esperar;
5º. Interromper as manifestações mediúnicas no horário do passe. (58) Disciplina é a alma da eficiência;
6º. Interditar, se necessário, a presença de enfermos portadores de moléstias contagiosas nas sessões de assistência em grupo, situando-os em regime de separação para o socorro previsto. A fé não exclui a previdência;
7º. Quando for oportuno, adicionar o sopro curativo aos serviços do passe magnético, bem como o uso da água fluidificada ou do atendimento a distância, por meio da oração. O bem eterno é bênção de Deus à disposição de todos.
Aos conselhos de André Luiz aditamos mais um, fundamental a um bom trabalho na atividade do passe: o passista deve preparar-se convenientemente para a tarefa, por meio da elevação espiritual, da prece, da meditação e do estudo contínuo, entendendo que a transmissão do passe é um ato eminentemente fraterno, pelo qual doamos o que melhor podemos ter em sentimentos e vibrações.
Em depoimento acerca do tema, Divaldo P. Franco diz que o que vamos transmitir, no passe, é uma radiação que fomenta no paciente “uma reativação dos seus fulcros energéticos para restabelecer-lhe o equilíbrio”. "O passe é, antes de tudo, uma transfusão de amor." (59)
Resultados do passe – Há pessoas que têm uma capacidade maior de absorção e armazenamento das energias que emanam do fluido cósmico universal. Tal requisito as coloca em condições de transmitir o potencial de energias a outras criaturas que estejam eventualmente necessitando desse recurso. O fluxo energético se mantém à custa da projeção da vontade do passista, bem como das entidades desencarnadas que auxiliam na composição e direção dos fluidos, não existindo necessidade de incorporação mediúnica.
As forças fluídicas vitais a serem transmitidas dependerão do estado de saúde do médium e as espirituais do seu grau de desenvolvimento moral. É por isso que o médium passista deve estar em perfeito equilíbrio orgânico e espiritual.
Os resultados do passe, dependendo das condições do trabalho e do passista, podem então ser maléficos, nulos ou benéficos:
a) maléficos – quando o médium passista esteja com estado de saúde precário, com o organismo intoxicado por excesso de alimentação ou vícios (como fumo, álcool, drogas), ou em estado de desequilíbrio espiritual (revolta, raiva, orgulho etc.) e nesses casos o paciente esteja com suas defesas nulas;
b) nulos – quando, nas hipóteses acima, o paciente possua defesas positivas diante da torrente de energias negativas transmitidas pelo médium passista, o que se dá nos casos de merecimento individual e por ação dos protetores desencarnados. E quando, apesar de receber um recurso favorável, o paciente mantém posição refratária com relação ao passe (descrença, aversão, sarcasmo);
c) benéficos – quando o passista apresenta estado de saúde equilibrado e equilíbrio espiritual e o paciente apresenta receptividade ao recurso espiritual, bem como disposição de melhora efetiva.

44 “O Livro dos Espíritos”, questão no 427.
45 “A Gênese", cap. XIV, item 31.
46 Ibidem, cap. XIV, item 18.
47 "Missionários da Luz", cap. 5, pág. 46.
48 Ibidem, cap. 5, pág. 46.
49 "Caminho, Verdade e Vida", cap. CLIII.
51 Com relação à desnecessidade de contato físico entre o médium passista e o paciente, eis o que André Luiz descreveu no cap. 17, págs. 164 e 165, da obra “Nos Domínios da Mediunidade”: "Os recursos magnéticos, aplicados a reduzida distância, penetravam assim mesmo o halo vital ou a aura dos doentes, provocando modificações subitâneas".
52 COEM, 11a Sessão de Exercício Prático, obra publicada pelo Centro Espírita Luz Eterna.
53 "Obsessão, o Passe, a Doutrinação", págs. 35 a 37.
54 “O Livro dos Médiuns”, cap. XIV, item 176, 2a pergunta.
55 "A Gênese", cap. XIV, item 11.
56 "Obras Póstumas", Manifestações dos Espíritos, item 52.
57 Ibidem, item 53.
58 André Luiz refere-se aí ao passe ministrado nas câmaras de passe, em seguida às palestras públicas, uma prática comum nos Centros Espíritas. É óbvio que ele não está tratando nesse caso do passe ministrado aos Espíritos enfermos no decurso de uma reunião mediúnica.
59 “Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas”, págs. 61 e 63.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 10:41 am

7 - Percepção e identificação de fluidos
SUMÁRIO: O Universo que não conseguimos perceber normalmente. Os fluidos e sua fonte primária. Absorção automática de fluidos. Exteriorização e percepção fluídica. Atmosfera psíquica própria do ser humano. Identificação e análise dos fluidos.

Os fluidos e sua fonte primária – Vivemos em um Universo constituído de partículas, raios e ondas, que não conseguimos perceber normalmente. A própria matéria é constituída de pequenas porções chamadas átomos, que são tão pequenas que não podem ser vistas nem com os melhores aparelhos. Mas, ainda assim, concebemos que a matéria compacta que conhecemos e que compõe um objeto qualquer – uma mesa, uma cadeira, um livro – é formada do ajuntamento dessas pequenas partículas invisíveis.
Elas não são imóveis, pelo contrário; é a velocidade intensa que as anima que faz com que estejam aparentemente em muitos lugares, dando continuidade à matéria. As pás de um ventilador desligado dão-nos uma ideia a respeito, visto que se pode passar os dedos entre elas, através dos espaços vazios, o que não é possível fazer quando o ventilador está ligado.
Estamos submersos em um mundo de matéria sutilizada, refinada, invisível, porém real, e que tem como fonte primeira uma substância que denominamos fluido cósmico universal, que dá origem a todas as formas materiais conhecidas e desconhecidas, bem como a todas as formas de energia nos variados graus em que se manifesta.
Os fluidos nada mais são que formas energéticas dessa substância primordial que nosso perispírito automaticamente absorve do meio ambiente, transforma de acordo com o padrão vibratório espiritual em que se encontra e irradia em derredor de si, formando uma verdadeira esteira psíquica, ou hálito mental. (60)
Essa substância primordial sujeita-se à impulsão da mente do Espírito, esteja encarnado ou desencarnado, e o pensamento e as emoções dão-lhe uma determinada estrutura, mais ou menos densa, de acordo com a maior ou menor pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos são mais harmônicos, agradáveis, luminosos e saudáveis.
Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, escuros, doentios.
Exteriorização e percepção fluídica – Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos e impregnando com esse fluido particular as coisas, o ambiente, os objetos, influindo assim sobre as pessoas que aceitam e assimilam essa tonalidade energética. Graduando a força do pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior e de qualidade superior de fluidos que metabolizamos com a nossa mente. Daí a importância de sempre a mantermos em estado de elevação.
Como visto, estamos envoltos em uma atmosfera fluídica que absorvemos automaticamente e metabolizamos, dando características particulares a esses fluidos. Assim é que cada um de nós vive na atmosfera psíquica que lhe é própria, recebendo na proporção exata do que tenha semeado.
É preciso saber, porém, que não vivemos isolados e que agimos e reagimos uns sobre os outros. Uma lei rege esse mecanismo: os semelhantes se atraem e os contrários se repudiam. Sabemos também que no fenômeno mediúnico, durante o transe, ocorre uma exteriorização mais ou menos acentuada do perispírito do médium e, nessas circunstâncias, se acordam na criatura percepções que se achavam impedidas de funcionar plenamente, em face do maior estreitamento vibratório determinado pela influência do organismo físico sobre a alma.
Assim, o médium fica de posse de uma percepção mais acurada e sente em todo o corpo uma sensação de maior vibratilidade, conseguindo então, pela associação das correntes fluídicas com que entra em contacto, saber-lhes a intenção, sentir-lhes o "peso específico", que será tanto maior quanto mais desagradáveis e pesados forem os fluidos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 8:18 pm

Os fluidos que envolvem uma pessoa se misturam com os que compõem a atmosfera espiritual dos indivíduos presentes e dos Espíritos atraídos para o ambiente, formando no seu conjunto o ambiente fluídico do local, que pode ser perfeitamente percebido pelo médium, pois este dispõe de sentidos mais aguçados.
Identificação e análise dos fluidos – A prática ensinará ao médium como deve diferenciar os vários tipos de Espíritos, conforme os fluidos que lhes são particulares.
De um modo geral, sabemos que os bons Espíritos irradiam em torno de si fluidos leves, agradáveis, suaves, calmos, harmônicos, e o médium tem uma sensação de bem-estar geral e euforia espiritual, podendo então, se entrar na faixa mental do Espírito, perceber-lhe as ideias, intenções e sentimentos. Os maus irradiam fluidos pesados, desagradáveis, fortes, violentos, desarmônicos, e o médium tem uma sensação de mal-estar geral, ansiedade, desassossego, nervosismo, cabeça pesada, pálpebras chumbadas, bocejos frequentes e arrepios. (61)
O médium em desenvolvimento, após a concentração e a prece, ficará em atitude passiva, relaxado física e psiquicamente, procurando colocar-se em condições de perceber o ambiente psíquico local e o de alguma entidade que porventura dele se aproxime, analisando, quanto possa, os efeitos dessa influência, a ela se associando ou rechaçando-a.

60 Sobre os fluidos, sua natureza e suas qualidades, leia também os cap. 5 e 6 desta obra.
61 “A Gênese”, cap. XIV, itens 19 e 20.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 8:19 pm

8 - Formas de absorção e rejeição de fluidos
SUMÁRIO: Tipos de fluidos. Significado das cores com que os fluidos se apresentam. A absorção fluídica. Rejeição automática ou voluntária dos fluidos. Diferença entre percepção e absorção fluídica.

Tipos de fluidos – Neutros em si mesmos, como já vimos, os fluidos diferenciam-se uns dos outros de conformidade com a condição espiritual de quem os emite ou com o tipo de ação que a mente sobre eles exerce. Nesse sentido, as mais variadas categorias de fluidos existem, cada qual servindo como vestimenta dos sentimentos, dos pensamentos e das ações de cada um de nós.
De acordo com a tonalidade vibratória em que a criatura se situe, os fluidos apresentam-se para os videntes em cores dos mais variados matizes, cada uma delas significando determinados sentimentos predominantes. Cores escuras, fortes e violentas significam sentimentos maus e agressivos. Cores suaves, alegres e brilhantes indicam a presença de sentimentos elevados.
Cada um de nós é um dinamo-psiquismo emissor e receptor permanente, visto que não apenas recebemos influências dos outros, mas também sobre eles influímos.
Formas de absorção e rejeição de fluidos – Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, com parcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos emitidos por uma entidade, ou presentes em determinado ambiente, a eles nos associando ou não, dependendo do nosso padrão vibratório.
Se vibramos na mesma faixa ou padrão mental, reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemos o que se chama sintonia vibratória, graças ao fenómeno da afinidade. Para isso concorre não só o nosso estado espiritual, como a movimentação da nossa vontade no sentido de aceitar ou não as vibrações sobre nós projetadas.
Estaremos, no primeiro caso, diante de um fenómeno de absorção fluídica, em que os afins se atraem e se somam.
Assim, se estivermos em um ambiente onde imperem fluidos de natureza grosseira e inferior, e começarmos a emitir pensamentos infelizes, fatalmente entraremos na mesma faixa vibratória.
Se, porém, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior, ser-nos-á possível absorvê-los se nos elevarmos até à faixa vibratória que lhes é própria, à custa de bons pensamentos, boas ideias e bons sentimentos.
A rejeição dos fluidos existentes no ambiente se faz, pois, automaticamente, ou por força da vontade, atentos à lei que determina que forças contrárias se repilam.
Diferença entre percepção e absorção – Existe uma clara diferença entre percepção e absorção fluídica.
No primeiro caso, o médium atua como elemento passivo, capaz de tão-somente perceber as vibrações em redor, dentro de certo limite. No caso de absorção, ele não apenas percebe, como atrai para si a corrente fluídica, por meio da graduação que dá à sua mente por força de sua vontade.
Dessa maneira, cada médium recebe de acordo com as suas obras, conforme o preceito evangélico, não existindo privilégios na lei estabelecida pelo Criador Supremo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 8:20 pm

9 - As fases do fenómeno mediúnico
SUMÁRIO: Fase de afinidade fluídica e espiritual. Fase de aproximação da entidade. Fase de aceitabilidade do Espírito comunicante. Fase de incorporação mediúnica. A manifestação mediúnica. Condicionamentos e viciações.
As fases do fenómeno mediúnico – Em todo e qualquer fenómeno mediúnico de efeitos intelectuais ocorrem fases bem definidas, com certas particularidades que lhes são próprias:

1ª. Fase de afinidade fluídica e espiritual.
2ª. Fase de aproximação da entidade.
3ª. Fase de aceitabilidade do Espírito comunicante pelo médium.
4ª. Fase de incorporação mediúnica.

Fase de afinidade fluídica e espiritual – Antes da ocorrência do fenómeno, o médium é sondado psiquicamente para avaliação de sua capacidade vibratória.
No caso em que a entidade passe a se comunicar com frequência, surge a afinidade espiritual, que depende da posição evolutiva do Espírito e do médium.
Dependendo do tipo de atividade mediúnica, o médium, durante o sono, dias antes do trabalho mediúnico, é levado pelos mentores espirituais a tomar contacto com o Espírito que ele deverá receber mediunicamente, para evitar choques inesperados durante a reunião, o que poderia ocasionar desequilíbrio vibratório momentâneo ou demorado, impedindo-o de alcançar os objetivos desejados.
Esse fato ocorre com frequência com os médiuns que integram os grupos de desobsessão. (62)
Fase de aproximação da entidade – Sequência natural da fase anterior, esta fase se dá no recinto do trabalho mediúnico, como preparação do médium para a tarefa. Pode ocorrer que antes da sessão o médium sinta a influência espiritual, mas deve controlar-se para evitar o transe fora de ocasião.
Geralmente sentirá os fluidos próprios da entidade, cabendo-lhe o trabalho de analisá-los e, conforme conhecimento anterior, absorvê-los ou rechaçá-los.
Fase de aceitabilidade do comunicante – Activamente, o médium começa a vibrar, procurando afinizar-se melhor com a mente do Espírito. Manter-se-á calmo, confiante e seguro, certo de que nada de mau lhe acontecerá, porque o equilíbrio do grupo é uma segurança.
Sentirá os seus pensamentos serem dirigidos por uma força estranha e aos poucos terá vontade de falar ou de escrever, ou apenas ficará na expectativa de novas associações mentais. Poderá então sentir-se diferente, como se fosse outra pessoa, ver mentalmente outros lugares, ter sensações diferentes, que viverá com maior ou menor intensidade.
Fase de incorporação mediúnica – O Espírito, para se comunicar, não entra no corpo do médium. O que ocorre são assimilações de correntes fluídicas e mentais numa associação perfeita denominada sintonia vibratória. Os centros cerebrais do perispírito e do corpo físico do médium são estimulados pelas forças fluídicas e mentais da entidade comunicante e, quando se dá a associação, ocorre a chamada incorporação mediúnica.
Os casos Otávia (63), Eugénia (64) e Celina (65), apresentados na obra de André Luiz, dão-nos uma ideia perfeita de como se processa o fenómeno.
O médium incorpora as ideias, as vivências e os sentimentos do Espírito comunicante e os transmite conforme a faculdade que possua. É, pois, natural que nessa fase o medianeiro se sinta diferente e apresente sensações anormais, suor, amortecimentos, respiração ofegante, tremores, nervosismo etc. O controle das reações orgânicas deverá surgir graças à confiança e à serenidade alcançadas com um bom treinamento mediúnico.
Condicionamentos e viciações – Ao se aproximar do médium, o Espírito combina seus fluidos perispirituais com os do médium, podendo este ter percepções diferentes das que estava tendo na ocasião – ele poderá sentir frio, calor, dor, bem-estar, ansiedade, medo, paz, ódio etc.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 8:20 pm

Muitas vezes, por falta de educação mediúnica, o médium reage com espalhafato diante dessas sensações. Mas não há necessidade de tremores, pancadas, chiados, assobios, gagueira, voz entre-cortada e soturna. O médium deve controlar-se para que a comunicação ocorra naturalmente, sem clichês ou prefixos que se repetem nas comunicações, como a frase seguinte e outras assemelhadas: "Vim das alturas trazendo a bandeira branca da paz...".
Não há, igualmente, necessidade de fazer certos gestos e trejeitos para marcar a presença de Espíritos. Isso era compreensível antigamente, quando, por falta de orientação, os médiuns davam um sinal de que estavam sob influência espiritual, daí surgindo os chiados, os gemidos, as contrações bruscas etc., porque os novatos viam que os mais velhos assim procediam para chamar a atenção do dirigente.
Deve-se também evitar transmitir mensagens na segunda pessoa do plural ("Vós sois meus bem-amados; eu vos queria dizer..."), para evitar erros de concordância que acabam por descolorir a comunicação.
A ordem das comunicações deve processar-se naturalmente e compete apenas ao dirigente espiritual. Assim, o dirigente encarnado evitará o sistema de chamar por ordem os médiuns, deixando que as comunicações se façam de forma espontânea. O dirigente procurará estar atento, com os olhos abertos, para atender às ocorrências da reunião.
Para evitar os condicionamentos e as viciações devemos guardar respeito íntimo, confiança, espírito de análise, serenidade e sinceridade em tudo aquilo que fizermos, acolhendo com simpatia as observações dos dirigentes que procuram evitar que o fenómeno mediúnico se banalize e se torne motivo de ridículo em nossas Casas espíritas.

62 "Missionários da Luz”, cap. 16, págs. 263 a 268.
63 "Missionários da Luz”, cap. 16, págs. 271 a 273.
64 “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 6, págs. 54 a 56.
65 Ibidem, cap. 8, págs. 72 a 74.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 19, 2023 8:21 pm

10 - A incorporação mediúnica
SUMÁRIO: Conceito de incorporação mediúnica. Envolvimento mediúnico. Fundamento de todo o fenómeno mediúnico. Importância da educação mediúnica. Necessidade de sintonia vibratória. Como os Espíritos superiores fazem para comunicar-se connosco.

Conceito de incorporação mediúnica – No fenómeno designado pelo nome de incorporação mediúnica, o que ocorre efetivamente é um envolvimento mediúnico, resultante do entrosamento das correntes vibratórias próprias do médium, emanadas de suas criações mentais e espirituais, com as do Espírito comunicante.
Nossos órgãos sensoriais, como os olhos e os ouvidos, estão condicionados pela natureza para perceberem vibrações dentro de um certo limite:
a) nosso ouvido é incapaz de perceber o som produzido por menos de 40 vibrações por segundo, e nada percebe quando elas ultrapassam o limite de 36.000;
b) nossos olhos não registam a luz produzida por vibrações fora da frequência compreendida entre 458 milhões e 272 triliões por segundo. (66)
Na sessão mediúnica, o médium se coloca durante o transe em condições favoráveis de percepção mais nítida do mundo espiritual que nos circunda. Por haver uma exteriorização maior do perispírito, fundamento de todo o fenómeno mediúnico, este passa a vibrar em regime de maior liberdade, deixando-se influenciar pelo campo de entidades desencarnadas.
Os Espíritos, por sua vez, livres do corpo denso, situam-se em plano vibratório diferente do normalmente perceptível pelos encarnados, somente podendo fazer-se sentidos e comunicar-se connosco quando encontram médiuns que vibram dentro da mesma faixa em que se situam.
Importância da educação mediúnica – Ocorrendo, assim, uma perfeita correspondência entre o clima vibratório do Espírito e o do médium, estaremos diante do chamado envolvimento mediúnico, em que o encarnado passa a sentir a presença do Espírito desencarnado, podendo perceber-lhe as sensações, as emoções, os pensamentos e transmiti-los de acordo com sua livre vontade, deixando ou não envolver-se por essa nova personalidade.
É aí que reside o ponto nevrálgico da questão: ou nos deixamos arrastar pura e simplesmente, ou reagimos tentando impor nossa vontade.Se agirmos como na primeira hipótese, corremos o risco de sermos obsidiados facilmente. Se agirmos como na segunda hipótese, podemos passar uma vida inteira sem desenvolvermos a faculdade.
Como se vê, a educação mediúnica, por meio do conhecimento e das práticas ordenadas, exige um comportamento equidistante das duas situações e ensina o médium a manter-se em posição de equilíbrio e vigilância, sem que esta se transforme em refratariedade, passando a ter condições de controlar o fenómeno.
O médium saberá então quando e como uma mensagem é conveniente ou causadora de confusão e mal-estar, e terá o bom senso de analisar o que vai filtrar ou está filtrando.
Necessidade de sintonia vibratória – Diz Martins Peralva, no estudo que fez sobre a obra "Nos Domínios da Mediunidade", de André Luiz: "Para que um Espírito se comunique é mister se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada. Essa realidade é pacífica. É necessário que ambos passem a emitir vibrações equivalentes; que o teor das circunvoluções seja idêntico; que o pensamento e a vontade de ambos se graduem na mesma faixa". (67)
Martins Peralva reproduz em seguida, da obra de Léon Denis, a lição que se segue:
"Admitamos, a exemplo de alguns sábios, que sejam de 1.000 por segundo as vibrações do cérebro humano. No estado de transe, ou de desprendimento, o invólucro fluídico do médium vibra com maior intensidade, e suas radiações atingem a cifra de 1.500 por segundo. Se o Espírito, livre no espaço, vibra à razão de 2.000 no mesmo lapso de tempo, ser-lhe-á possível, por uma materialização parcial, baixar esse número para 1.500. Os dois organismos vibram então simpaticamente; podem estabelecer-se relações, e o ditado do Espírito será percebido e transmitido pelo médium em transe sonambúlico". (68)
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