LUZ ESPÍRITA
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Conhecereis a verdade e ela vos libertará - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 8:52 pm

19 – As tentações em uma perspectiva espírita
As tentações que acometem a criatura humana são inegáveis.
Miguel Vives dedica ao assunto todo um capítulo, o cap. IX de seu livro O Tesouro dos Espíritas.
A Bíblia faz referências a várias delas.
Génesis narra no cap. 3 a tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de tão tristes consequências.
Lucas fala no cap. 4 do seu Evangelho acerca das tentações de Satanás sobre Jesus.
O Eclesiástico trata do tema tentação em diversas passagens e até nos dá uma receita para rechaçá-la.
O Cristo a ela se reporta na conhecida passagem que faz parte da oração dominical: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Tiago menciona o assunto em sua conhecida epístola (Tiago, 1:14).
Jesus retorna ao tema quando ressalta a importância de vigilância e da oração para que não caiamos em tentação.
Emmanuel disserta sobre as tentações em dois de seus livros: Religião dos Espíritos, cap. 88, e Caminho, Verdade e Vida, cap. 129.
André Luiz focaliza o assunto em três obras que integram a Série Nosso Lar: Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16; Acção e Reacção, cap. 7, 14 e 18, e Sexo e Destino, cap. VI.
Na obra kardequiana o tema das influências espirituais é examinado em três questões sucessivas d´O Livro dos Espíritos: L.E., 122:
“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da sua vontade. A causa (de seguir o caminho do mal)
está nas influências a que cede em virtude de sua vontade. É a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram.” L.E., 122-A:
De onde provêm as influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.” L.E., 122-B:
Essa influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo.”
Não é, porém, apenas aí que O Livro dos Espíritos se reporta ao assunto. A principal obra de Allan Kardec trata do tema em outras 27 oportunidades, como se pode ver nas questões 459, 460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720-A, 753, 845, 851, 872, 909, 971, 971-A e 972.
Como vemos, o assunto é por demais conhecido no meio espírita e a tese exposta pela Doutrina Espírita é bem clara: Como ninguém na Terra é perfeito, estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora, consoante dito expressamente na questão 122-B d´O Livro dos Espíritos.
Devemos, portanto, lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus: “Vigiai e orai para não caírdes em tentação”.
Se fugirmos disso, não tenhamos dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no passado.
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20 – Agressão e calúnia denotam enfermo em estado grave
Conta-se que um confrade espírita, quando visitava as dependências de importante hospital psiquiátrico, foi de repente surpreendido por um dos internos que, sem motivo algum, o feriu com um soco. O director do estabelecimento assistiu à agressão e contou depois, em conversa com outros colegas, que o confrade não havia reagido à agressão recebida.
Fora do hospital, alguém perguntou ao amigo por que ele agira assim. Sua resposta foi sintomática: “Ora, fui agredido por uma pessoa doente, e não há razão para se revidar à agressão de uma pessoa enferma”.
Realmente, o confrade agiu correctamente e mais correta ainda foi sua resposta, porque só pessoas enfermas é que caluniam, agridem, ofendem outra pessoa sem motivo. Algumas delas não se encontram internadas, mas, às vezes, vivem bem ao nosso lado e respiram o mesmo ar que respiramos.
Não revidar, não responder, não retribuir ofensa com ofensa, eis a atitude ensinada pelo Evangelho e pelos instrutores espirituais, a exemplo de Emmanuel, que dedicou ao tema uma lição que vem bem a propósito.
Retiramo-la do cap. 39 do livro O Espírito da Verdade, conhecida obra de autoria de Espíritos diversos por intermédio dos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.
A mensagem de Emmanuel diz o seguinte:
“Desequilíbrio que anotes é apelo da vida a que lhe prestes cooperação.
Quando as águas, em monte, investem furiosas sobre a faixa de solo que te serve de habitação, levantas o dique, capaz de governar-lhe os impulsos.
Diante do fogo que te ameaça, recorres, de pronto, aos extintores de incêndio.
Toda vez que o curto-circuito reponta na rede eléctrica, desligas a tomada de força para que a energia descontrolada não opere a destruição.
Assim também, quando a prova te visite, não transfigures a língua em chicote dos semelhantes.
Se agressões verbais te espancam os ouvidos, ergue a muralha do dever fielmente executado, em que te defendas contra o assalto da injúria.
Se a calúnia te alanceia, guarda-te em paz, no refúgio de prece.
Se a dignidade ofendida, dentro de ti, surge transformada em aceso estopim para a deflagração de revolta, deixa que o silêncio te emudeça, até que a nuvem da crise te abandone a visão.
Sobretudo à frente de qualquer companheiro encolerizado, não lhe agraves a distonia. Ninguém cura um louco, zurzindo-lhe o crânio.
Se alguém te lança em rosto o golpe da intemperança de espírito ou se te arroja a pedrada do insulto, desculpa irrestritamente, e se volta a ferir-te, é indispensável te reconheças na presença de um enfermo em estado grave, a pedir-te o amparo do entendimento e o socorro da compaixão.”
Este texto é dedicado a todas as pessoas que são vítimas de agressões e calúnias por parte daqueles que, certamente, ignoram que o mal que nos faz mal é o mal que fazemos, não o mal que nos fazem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 8:53 pm

21 – São duas as asas que levam à perfeição
A tese de que a experiência na carne é indispensável ao progresso das almas, ou Espíritos, está bem definida em duas conhecidas questões d´O Livro dos Espíritos.
Na questão 132, tratando do objectivo da encarnação dos Espíritos, os imortais foram directos: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Na questão 133, Kardec refere-se aos Espíritos que desde o princípio sempre seguiram o caminho do bem. Teriam eles também necessidade da encarnação? Eis a resposta, igualmente directa e objectiva: “Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
Uma questão que se impõe, em face dos ensinamentos ora transcritos, diz respeito ao modo, à forma, às condições em que a caminhada para a perfeição se realiza.
Devemos dar ênfase, nesse processo, somente às questões morais, em detrimento da busca do conhecimento? E que dizer dos que buscam o conhecimento, mas negligenciam tudo o que diz respeito à vida moral?
A resposta a semelhantes questões vamos encontrar na obra O Consolador, que Emmanuel redigiu em 1940, por intermédio de Chico Xavier.
Perguntaram-lhe: “A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?”
O então mentor espiritual do saudoso médium respondeu: “O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo,
porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.”
(O Consolador, questão 204.)
Anos depois – em 1954 – no prefácio que escreveu para o livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografado também por Chico Xavier, Emmanuel retomou o assunto para lembrar que o túmulo é uma porta à renovação, assim como o berço é acesso à experiência, e que nosso estágio na Terra é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior. E advertiu: "Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida."
Eis providências que não poderiam faltar nas metas que traçamos relativamente à nossa própria existência, nem deveriam ser ignoradas por pais e mães com referência ao processo educacional de seus filhos.
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22 – A melhor de todas as religiões
Há nos meios científicos – e também em alguns círculos espiritistas – quem faça sérias restrições às religiões em geral, atribuindo a elas, directa ou indirectamente, a maior parte das mazelas que existem no mundo em que vivemos.
No cap. XX do livro Evolução em Dois Mundos, obra psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Chico Xavier, André Luiz oferece-nos algumas informações interessantes concernentes ao advento da actividade religiosa na Terra.
Segundo ele, ao ser estabelecido no seio da Humanidade o princípio de justiça e aflorando no homem a mentação incessante, começou ele a examinar em si mesmo o efeito das próprias acções, de modo a crescer, conscientemente, para sua destinação de filho de Deus, herdeiro e colaborador de sua obra.
Espicaça-se, então, a curiosidade construtiva e, faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho, ergue o homem as antenas mentais para as estrelas, recolhendo os valores do espírito que lhe consubstanciam o património de revelações do Céu, através dos tempos.
Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veículo subtil, assegurar-lhe o transformismo anímico, revesti-lo de luminosidade e beleza, e apurar-lhe os princípios para que, além do estreito círculo humano, pudesse retratar a glória dos planos superiores. Para isso, o pensamento reclamava orientação educativa, de modo a despojar-se da espessa sedimentação de animalidade que lhe presidia os impulsos. Exigia-se-lhe a depuração da atmosfera vital, imprescindível à assimilação da influência divina.
Foi então que surgiu na face da Terra a actividade religiosa por instituto mundial de higiene da alma, traçando ao homem directrizes à nutrição psíquica, uma vez que, pela própria perspiração, exterioriza os produtos que elabora na usina mental, em forma de eflúvios electromagnéticos, nos quais se lhe corporificam, em movimento, os reflexos dominantes, influenciando o ambiente e sendo por ele influenciado.
A ciência médica, rica de experimentação e de lógica, surgiria para corresponder às necessidades do corpo físico, mas a tarefa religiosa viria ao encontro das civilizações, plena de inspiração e disciplina, patrocinando a orientação do corpo espiritual, em seu necessário refinamento.
*
Os séculos se sucederam, as igrejas se multiplicaram.
As Cruzadas, a Inquisição, as caças às bruxas, as perseguições religiosas deixaram sua marca e hoje, infelizmente, vemos que o propósito inicial, a que André Luiz se reportou, sofreu sensíveis deturpações, como mostra o depoimento seguinte dado à revista VEJA, anos atrás, pelo psicólogo americano Michael Shermer:
“As igrejas se tornaram um factor de corrupção, motivo de guerras e perseguições. Por sorte, presenciamos o declínio da crença no sobrenatural.
Países do norte europeu, onde apenas um quarto da população segue alguma religião, têm índices de criminalidade, suicídio e doenças sexualmente transmissíveis inferiores aos de Estados em que a maioria dos habitantes é de crentes, como os Estados Unidos e o Brasil. Se a religião se declara um bastião da bondade, por que, historicamente, estados teocráticos são mais susceptíveis à criminalidade do que os seculares?” (VEJA, edição de 22 de agosto de 2012.)
Kardec referiu-se alguma vez a esse tema?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 22, 2023 8:53 pm

Sim, embora suas palavras sejam bem diferentes. Em seu livro O que é o Espiritismo, Terceiro Diálogo, o codificador do Espiritismo refere-se às religiões e diz qual é, no entendimento dos Espíritos superiores, a melhor delas. Eis o que ele escreveu:
“Em geral, os Espíritos superiores, se a isso não são solicitados por alguma consideração especial, não se preocupam com essas questões de minúcia, eles se limitam a dizer: Deus é bom e justo; não quer senão o bem; a melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que é conforme à bondade e justiça de Deus; que dá de Deus a maior e a mais sublime ideia e não O rebaixa emprestando-Lhe as fraquezas e as paixões da humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a amarem-se todos como irmãos; que condena todo mal feito ao próximo; que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja; que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da Natureza, porque Deus não se pode contradizer; aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, caridade e moralidade; aquela que procura melhor combater o egoísmo e lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, finalmente, em nome da qual se comete menos mal, porque uma boa religião não pode servir de pretexto a nenhum mal; ela não lhe deve deixar porta alguma aberta, nem directamente, nem por interpretação.”
Estas palavras deveriam estar constantemente sob as nossas vistas, porque é a inobservância do que elas propõem que constitui a verdadeira causa do descrédito que se abateu sobre as religiões em geral, seja na Europa, seja no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:14 am

23 – Uma receita para afastar os maus Espíritos
Toda vez que alguém envolvido em um processo obsessivo busca auxílio num centro espírita, as pessoas, sobretudo seus familiares, imaginam que o resultado positivo se dará rapidamente, o que nem sempre ocorre.
Será que os bons Espíritos, os protectores espirituais chamados para o socorro, são mais fracos do que o Espírito causador da obsessão?
Não. Não é isso que ocorre. Não é o bom Espírito que é mais fraco: é a pessoa que não é bastante forte para sacudir o manto lançado sobre ela, para se livrar do constrangimento dos braços que a enlaçam e nos quais, é preciso que se diga, algumas vezes se compraz. Ora, se a pessoa prefere comprazer-se no envolvimento que a constrange, nada ou pouco poderá fazer o amigo espiritual.
Imaginemos, porém, que a pessoa tenha realmente o desejo de se desembaraçar desse jugo e mesmo assim nada consegue. Qual a explicação?
Examinando esse assunto, Kardec explica que nem sempre o desejo, em casos assim, basta, porque a tarefa da desobsessão é uma espécie de luta contra um adversário.
Se duas pessoas lutam corpo a corpo, aquela que tem músculos mais fortes derruba a outra.
Nos processos obsessivos, é necessário lutar não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda aqui o mais forte que domina, sendo que nesse caso a força está na autoridade moral que se pode tomar sobre o Espírito.
Esforçar-se para ser bom, tornar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em uma palavra: elevar-se moralmente o mais possível, esse é o meio para se adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores e, desse modo, afastá-los.
Mas – alguns ainda perguntam – não podem os Espíritos protectores ordenar ao mau Espírito que se afaste?
Sem dúvida, podem e o fazem algumas vezes; contudo, permitindo a luta, deixam também à vítima do processo o mérito da vitória. Se deixam se debaterem pessoas merecedoras sob certos aspectos, é para provar sua perseverança e fazê-las adquirir mais força no bem, o que será, para elas, uma espécie de ginástica moral.
Muitos, sem dúvida, prefeririam uma receita prática para a expulsão dos maus Espíritos. Quem sabe... algumas frases de efeito, alguns sinais cabalísticos, que seria mais cómodo do que corrigir seus defeitos.
Não se conhece, porém, nenhum meio eficaz para vencer um inimigo senão sendo moralmente mais forte do que ele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:15 am

24 – A generosidade é uma virtude que só merece aplausos
As pessoas que já tiveram contacto com o Evangelho sabem que o mandamento maior da lei diz respeito às relações que temos com Deus nosso Pai e com o próximo, nosso irmão. Amar a Deus com todas as nossas forças e amar ao próximo como a nós mesmos, eis em que se resumem, conforme ensinou Jesus, toda a lei e os profetas.
Em face desse entendimento, ajudar as pessoas, sempre que elas disso necessitem, é não apenas um ato de caridade, mas um dever que ninguém que se declare cristão pode negligenciar.
A generosidade constitui, portanto, uma virtude que devemos aplaudir e estimular sempre, porque é a que mais se concilia com o perfil do verdadeiro cristão.
Quem já viveu ao lado de pessoas movidas pela generosidade sabe como esse sentimento é importante e faz bem a todo mundo, conquanto não seja algo verificável em determinadas famílias.
Há na literatura espírita um exemplo de generosidade que deveria servir para todos nós de modelo e estímulo. Referimo-nos ao caso de Veneranda, a benfeitora espiritual que André Luiz retrata em seus livros.
Segundo conta André, um dia a cidade de Nosso Lar amanhecera em festa. O motivo é que as Fraternidades da Luz, que regem os destinos cristãos na América, homenagearam Veneranda conferindo-lhe a medalha do Mérito de Serviço.
Constituía-se Veneranda na primeira entidade de Nosso Lar a conseguir semelhante homenagem, por apresentar um milhão de horas de trabalho útil, sem interrupção, reclamação ou esmorecimento.
No dia a que nos referimos, uma comissão das Fraternidades da Luz foi a Nosso Lar levar-lhe a honrosa mercê; contudo, em meio ao júbilo geral, estando reunidos na praça maior a governadoria, os ministérios e a multidão, Veneranda apenas chorou em silêncio e, em seguida, ofereceu o troféu aos arquivos da cidade, afirmando que não o merecia e transmitindo-o à personalidade colectiva da colónia. E, apesar dos protestos do governador, desistiu de todas as homenagens festivas com que se pretendia comemorar, mais tarde, o acontecimento, sem jamais comentar a honrosa conquista.
Em uma nota relativa a esse acontecimento, André Luiz diz que Veneranda, em verdade, vivia intimamente em zonas muito superiores aos que residiam em Nosso Lar e aí permanecia, por espírito de amor e sacrifício, trabalhando – fazia mais de mil anos – por um grupo de corações bem-amados que demoravam na Terra.
Sobravam, pois, razões para que Veneranda fosse, ao lado do governador de Nosso Lar, a única entidade da colónia que já vira Jesus nas esferas resplandecentes, um fato que ela também jamais comentava.
Sabemos, com base na doutrina espírita, que o aprimoramento espiritual da criatura humana é o resultado de três factores bem conhecidos: bons pensamentos, bons sentimentos e bons actos, o que mostra que ser generoso e auxiliar o próximo faz bem a ambos: a quem é beneficiado e àquele que presta o benefício.
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25 – O padre François Brune e a reencarnação
Para um determinado grupo de católicos, a reencarnação não existe; trata-se de uma farsa, ideia que defendem apoiados em um texto escrito por Paulo de Tarso: “Está determinado que os homens morram uma só vez e logo em seguida o juízo.” (Hebreus 9,27.)
Argumentos como esse podem ser vistos em artigos divulgados na Web por defensores radicais das ideias católicas, cujo especial prazer é, quase sempre, denegrir os que não pensam como eles, a exemplo dos espíritas e dos protestantes.
A refutação à doutrina da reencarnação não é, contudo, compartilhada por todos os pensadores católicos. Não nos referimos aos simples frequentadores de missas, mas a seus autores e teólogos, como, por exemplo, o padre François Brune, autor do livro Os Mortos nos Falam, publicado no Brasil em 1991 pela Edicel.
No cap. VIII, págs. 213 a 226, do seu livro, padre Brune tece considerações em torno do assunto.
Inicialmente, ele cita o pensamento do Espírito de Pierre Monnier, astrónomo francês, que faleceu em 1799 e foi, em vida, membro da Royal Society e também da Academia de Ciências da Prússia.
Segundo Monnier, Deus concede uma segunda oportunidade aos que se recusam a praticar o amor e permite-lhes voltar à Terra. É a reencarnação.
Segundo ele, a reencarnação ocorre, às vezes, em famílias inteiras, ou quase. Pais que arrastaram seus filhos em sua infelicidade pedem para reparar a falha dando à luz, novamente, os mesmos filhos.
Ela é muitas vezes aconselhada como sendo o meio mais rápido de realização da evolução espiritual, obrigatória para que se atinja a felicidade para a qual tendemos todos, e que só conheceremos na fusão com Deus.
Além de declarar-se favorável à doutrina da reencarnação, o padre Brune afirma que no tempo do Cristo a doutrina começava a nascer, porquanto, segundo Flávio Josefo, os fariseus acreditavam em suplícios eternos, destinados aos maus, e na reencarnação destinada aos bons. Além disso, mais tarde, na Cabala tal doutrina ocuparia um lugar importante.
Um depoimento que abona o pensamento expresso por Pierre Monnier nos é dado pelo poeta Silva Ramos (Espírito) no soneto intitulado “Vinculação redentora”, psicografado pelo médium Chico Xavier e publicado do cap. 8 do livro Astronautas do Além, no qual o poeta relata a seguinte história:
O fidalgo, ao partir, diz à jovem senhora:
“Eu sou teu, tu és minha!… Espera-me, querida!…”
Longe, ergue outro lar… Vence, altera-se, olvida…
Ela afoga em suicídio a mágoa que a devora.
Falece o castelão… Vê a noiva esquecida…
Desencarnada e aflita, é uma sombra que chora…
Ele pede outro berço e quer trazê-la agora Em braços paternais ao campo de outra vida!…
O século avançou… Ei-los de novo em cena…
Ele, o progenitor; ela, a filha pequena A crescer retardada, abatida, insegura…
Hoje, ele, em tudo, é sempre o doce pajem dela E a noiva de outro tempo é a filha triste e bela Agarrando-se ao pai nos traumas da loucura.
*
O Espiritismo, como já dissemos inúmeras vezes, baseia-se em fatos, não nas Escrituras.
Contudo, para as pessoas que gostam de encontrar na Bíblia o fundamento de suas crenças, eis o que o evangelista Mateus registrou no cap. 17 de suas anotações:
“E os seus discípulos o interrogaram, dizendo:
Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João, o Batista.” (Mateus 17:10-13.)
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26 – Deus sabe esperar; não apressa a expiação
Já vimos em outro momento que as condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências incluem – segundo a Doutrina Espírita – o arrependimento, a expiação e a reparação.
O arrependimento suaviza os travos da expiação e favorece a resignação, mas somente a reparação, que consiste em fazer o bem àqueles a quem se fez o mal, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa.
Vê-se, à vista da lição acima, que não aparece nela a palavra “prova”.
Ora, sendo a Terra um mundo de expiação e provas, que significado têm essas duas palavras?
Prova é o mesmo que teste. Havendo recebido o aprendizado na vida espiritual ou durante seu estágio na existência corpórea, o Espírito terá de provar que assimilou o que aprendeu.
Constituem provas a riqueza e a pobreza, a beleza e a fealdade, o poder e a subalternidade, a vida difícil e a vida fácil, nascer e crescer num meio pacífico ou num meio violento, viver em uma região voltada para a paz ou viver em região conflagrada pela guerra.
A prova, fácil é perceber, independe de insucessos anteriores. Obviamente, tal como ocorre nas escolas que conhecemos, se o aluno não passar na provas finais relativas ao ano 1, terá de repeti-lo, e só passará ao ano 2 quando as enfrentar e superá-las.
O saudoso escritor J. Herculano Pires escreveu certa vez que as provas não vêm em nosso caminho para nos abater ou esmagar, mas para serem superadas e assimiladas.
Expiação é coisa diferente. Trata-se de uma palavra oriunda do verbo expiar, que significa remir culpa, sofrer, padecer, em consequência de um ato errado que se cometeu, seja na presente existência, seja em existências passadas.
Quem matar uma pessoa valendo-se de uma espada, desta será vítima.
A semeadura é livre, mas a colheita é compulsória.
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Estas são expressões fundamentadas em ensinamentos transmitidos por Jesus e que servem de exemplos de como funciona em nossa vida a conhecida lei de causa e efeito ou de acção e reacção.
A Terra é, e o será por bom tempo, um mundo de provas e expiações porque os Espíritos que aqui reencarnam são muito atrasados e necessitam dessas experiências.1
Sobre o tema expiação, colhemos em O Livro dos Espíritos três ensinamentos que nos parecem fundamentais.
O primeiro – constante da questão 262 – diz-nos que Deus sabe esperar e não apressa a expiação.
O segundo – expresso na questão 998 – ensina-nos que a expiação se cumpre durante a existência corporal mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito. Esses sofrimentos por que passa o indivíduo no plano espiritual é que, em muitos casos, determinam o rumo que ele decide seguir na existência corpórea seguinte.
O terceiro – certamente o mais importante – explica por que na sociedade em que vivemos as classes sofredoras são mais numerosas do que as felizes.
Apresentada tal questão aos Espíritos superiores, eis o que Kardec consignou na questão 931 da obra mencionada:
“Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte.
Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação.
Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre”.
O pensamento equivocado de que viemos à Terra para sofrer deve, pois, ser substituído por uma outra ordem de ideias, porque não viemos ao mundo para sofrer, nem para gozar, mas sim para vencer, superar nossas deficiências, avançar rumo à meta para a qual fomos criados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:15 am

27 – No tratamento da obsessão, não bastam os passes.
Há em alguns sectores do meio espírita quem entenda que no tratamento da obsessão basta assistir a algumas palestras e receber passes ao final da reunião, ideia essa que constitui, indiscutivelmente, grave erro.
É claro que palestras e passes são providências úteis, mas não bastam por si sós; é necessário algo mais.
O assunto foi tratado com bastante clareza por Allan Kardec no capítulo 28, itens 81 e seguintes, d´O Evangelho segundo o Espiritismo, no qual se percebe a notória influência das experiências levadas a efeito na cidade francesa de Marmande pelo grupo dirigido pelo Sr. Dombre.
No capítulo a que nos referimos, o codificador reafirma a importância dos passes, mas acrescenta, como medidas importantes no tratamento, a doutrinação do agente causador da obsessão e a manifestação da vontade por parte do paciente, cuja decisão de se reequilibrar é factor primordial na evolução do processo desobsessivo.
Antes da publicação d´O Evangelho segundo o Espiritismo, em artigo publicado na Revista Espírita de 1862, Kardec referiu-se ao tema, ensinando que no tratamento das obsessões é importante que o paciente se esforce por adquirir a maior soma possível de superioridade por meio da vontade e da aquisição de qualidades morais.
Como se sabe, em um processo obsessivo é preciso que o paciente consiga dominar-se a si mesmo e, para isso, o recurso mais eficaz é a acção da vontade, secundada pela prece.
É-lhe, ainda, necessário pedir ao anjo guardião e aos bons Espíritos que o assistam na luta, mas não basta solicitar que expulsem o mau Espírito.
Lembrando a máxima “Ajuda-te, e o céu te ajudará”, deve pedir-lhes, sobretudo, a força que lhe falta para vencer as más inclinações, porque são estas que atraem os maus Espíritos, como a carniça atrai as aves de rapina.
Uma outra recomendação de Allan Kardec diz respeito à oração em favor do Espírito causador da obsessão, porque, segundo o codificador, é possível, com paciência e perseverança, conduzir, na maioria dos casos, o Espírito a melhores sentimentos, transformando-o de obsessor em uma pessoa reconhecida.
De Kardec aos nossos dias, muito tempo se passou e obras inúmeras surgiram tendo por tema o tratamento da obsessão, em face do que se sabe hoje, com toda a certeza, que em um processo obsessivo ambos os litigantes – obsessor e obsidiado – estão igualmente enfermos e merecem toda a nossa atenção e o nosso carinho, para que possam reerguer-se e dar um novo rumo à história que originou o processo.
Cuidar apenas da pessoa que sofre o jugo obsessivo é um equívoco que não podemos permitir que ocorra em uma casa espírita bem orientada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:16 am

28 – Como devem agir os que se dizem cristãos
Algo que surpreende a todos nós no Brasil é a falta de comprometimento com a causa do Evangelho por parte de um número expressivo de pessoas que em nosso país se dizem cristãs, um contingente que perfaz cerca de 90% da população brasileira. Os números do Censo que apontam esse percentual podem ser verificados em uma reportagem publicada na revista O Consolador.
Eis o link: https://goo.gl/YLPQ2p
Certamente é essa falta de comprometimento que explica o nível de violência, corrupção e decadência moral, de que a imprensa brasileira nos dá conta diariamente.
Em um país com um percentual tão elevado de pessoas supostamente cristãs, o quadro social e económico deveria ser, necessariamente, diferente. Mas não é o que se vê, porquanto os fatos demonstram que a sociedade brasileira se encontra, em seus mais variados sectores, distanciada daquilo que se pode considerar uma vivência cristã legítima.
“Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”, eis uma frase de Jesus que ninguém ignora.
Chegaremos um dia a vê-la plenamente realizada?
A vivência cristã legítima, como é fácil deduzir meditando nas lições do Evangelho, implica um clima de convivência social em que a fraternidade impera e na qual todos se ajudam e se socorrem, buscando dirimir, solidariamente, suas dificuldades e problemas.
Viver a mensagem do Evangelho é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O cristão de verdade inspira o semelhante com bondade, para que ele mesmo desperte e mude de conduta por decisão própria, jamais por imposição de terceiros.
Isolar-se do mundo, a pretexto de crescer espiritualmente, não passa de uma experiência já tentada no passado, em que o egoísmo predomina, porque afasta a pessoa da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.
Conforme o que aprendemos na doutrina espírita, tal procedimento é um equívoco, porquanto não pode agradar a Deus uma vida em que o indivíduo, deliberadamente, decide não ser útil a ninguém. Evidentemente, não nos referimos aqui aos que se afastam do nosso meio para buscar no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, nem aos que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados. Esses, apesar de afastados da convivência social, prestam, indiscutivelmente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
Segundo Joanna de Ângelis, ao descer das regiões felizes ao vale das aflições para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. Ele não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e amando-os.
Recordando o exemplo do Mestre, a mentora espiritual de Divaldo P. Franco nos recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):
“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros. Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre reflectido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direcção de Deus.”
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29 – A religião e os transtornos mentais
No item VII da Conclusão d´O Livro dos Espíritos, obra que lançou os fundamentos da doutrina espírita, Kardec alude aos efeitos que se verificam na vida das pessoas que compreendem o Espiritismo filosófico e nele vêem outra coisa que não apenas fenómenos mais ou menos curiosos.
A resignação com relação às vicissitudes da vida seria, segundo Kardec, um desses efeitos.
Entenda-se, porém, que na visão espírita resignação não quer dizer passividade, mas aceitação das coisas que não podemos mudar, embora lutemos para que a mudança ocorra.
”O Espiritismo – observou Kardec – dá a ver as coisas de tão alto, que, perdendo a vida terrena três quartas partes da sua importância, o homem não se aflige tanto com as tribulações que a acompanham. Daí, mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. Daí, também, o banimento da ideia de abreviar os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio, sempre se perde o que se queria ganhar.”
A certeza quanto ao futuro, que poderemos realmente tornar feliz, e a possibilidade de estabelecermos relações com os entes queridos que se foram oferecem ao espírita suprema consolação. “O horizonte se lhe dilata ao infinito, graças ao espectáculo, a que assiste incessantemente, da vida de além-túmulo, cujas misteriosas profundezas lhe é facultado sondar”, acrescentou Kardec.
Outro efeito, sempre conforme as palavras de Kardec, é estimular no homem a indulgência para com os defeitos alheios, embora o princípio egoísta e tudo que dele decorre sejam o que há de mais tenaz no homem e, por conseguinte, o mais difícil de desarraigar. “Toda gente – escreveu o codificador – faz voluntariamente sacrifícios, contanto que nada custem e de nada a privem.
Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda irresistível atractivo e bem poucos compreendem a palavra supérfluo, quando de suas pessoas se trata. Por isso mesmo, a abnegação da personalidade constitui sinal de grandíssimo progresso.”
Focalizemos agora o efeito que Kardec enumerou como sendo o primeiro e o mais geral, o qual consiste em desenvolver o sentimento religioso nas pessoas que tomam contacto com a doutrina espírita, mesmo naquelas que, sem serem materialistas, olham com absoluta indiferença para as questões espirituais.
Se na época de Kardec, com o desprestígio que já afectava as religiões dominantes, seria discutível ver importância em alguém desenvolver o sentimento religioso, um efeito que o codificador expressamente destacou na obra citada, acreditamos que nos dias atuais, conquanto o desprestígio das religiões tenha até se acentuado, tal dúvida perdeu grandemente sua força.
Dizemos isso porque estudos diversos, publicados nos últimos anos, comprovaram a importância da fé, até mesmo nas questões de saúde, porque é ela que mantém acesa a chama da esperança, tão importante na superação dos conflitos e das provações da vida.
Em favor deste pensamento, foi divulgado algum tempo atrás o resultado de um estudo feito pelo University College London e publicado no British Journal of Psychiatry, para o qual foram entrevistados 7.400 indivíduos, dos quais 35% seguiam alguma religião e 46% se declararam ateus e agnósticos.
Uma das conclusões do trabalho é que a falta da prática de uma religião eleva o risco de transtornos mentais e acentua a tendência de se buscar o uso de drogas.
Os autores da pesquisa, que foi coordenada pelo professor Michael King, reconhecem que são necessários outros estudos para explicar realmente a relação existente entre os não religiosos e os transtornos mentais, mas entendem que o trabalho publicado sugere uma explicação, mesmo que parcial, para o fenómeno, a saber: a falta da estrutura de uma religião formal na busca espiritual pode deixar os crentes mais vulneráveis aos problemas mentais.
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30 – A importância do Evangelho na questão da vigilância
No cap. 16 do livro Nos Domínios da Mediunidade, o instrutor Aulus atribui à invigilância a causa principal que leva muitos médiuns a recuarem da jornada iniciada. Segundo ele, livre para decidir quanto ao próprio destino, o médium prefere, muitas vezes, estagiar com companhias indesejáveis, dando ouvidos a elementos corruptores que o visitam pelas brechas da invigilância, e, em face disso, tropeça e se estira na preguiça, na cupidez, na sexualidade delinquente ou no personalismo destruidor, com o que se torna joguete dos adversários do bem que lhe vampirizam as forças e aniquilam suas melhores possibilidades.
O fato descrito acomete, como sabemos, não somente os médiuns, mas os trabalhadores em geral, o que explica por que tantas pessoas começam e logo abandonam o trabalho que poderia ajudá-las a crescer espiritualmente.
Vigiar e orar, eis uma proposta antiga, proferida por Jesus, que a doutrina espírita acolheu e nos indica como medida valiosa para o nosso próprio futuro.
A respeito da prece, é interessante lembrar que os imortais e o próprio Allan Kardec nos recomendam seja ela feita diariamente, de manhã e de noite, podendo também, pelo menos uma vez por semana, consagrar-se a ela um tempo maior, acrescentando-lhe a leitura de algumas passagens do Evangelho. Kardec sugeriu essa ideia em um artigo que podemos ler na pág. 234 da Revista Espírita de 1864, conforme tradução feita por Júlio Abreu Filho, publicada pela EDICEL.
A recomendação de Kardec foi, com certeza, o embrião de uma prática adoptada pelos espiritistas conhecida pelo nome de Culto Evangélico no Lar ou, simplesmente, Evangelho no Lar.
As preces diárias e o Culto Evangélico no Lar feito pelo menos uma vez por semana apresentam-se como factores importantes para que a necessária vigilância do que pensamos e do que fazemos seja observada.
Muito já se escreveu e se falou sobre os efeitos positivos que decorrem dessa prática. Antes mesmo do advento das obras de Chico Xavier, o Culto Evangélico no Lar já era bem difundido no meio espírita. Como Dr. Bezerra de Menezes disse certa vez em conhecida mensagem, nossos mortos queridos, em grande número de casos, estão invisíveis, mas não ausentes; estão
desencarnados, mas não libertos. E são eles os principais beneficiários das preces que fazemos e do Culto Evangélico no Lar que realizamos na intimidade de nossa família.
Dissemos principais beneficiários, mas não os únicos, visto que os resultados da prática do Evangelho no Lar alcançam a todos que nele vivem e, como alguns talvez ignorem, estendem-se além das paredes de nossa casa.
Joanna de Ângelis a isso se refere na mensagem intitulada “Jesus contigo”, constante do cap. 59 da obra Messe de Amor, psicografada por Divaldo P. Franco, a saber:
“Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.
Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.
Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos.
Jesus no Lar é vida para o Lar.
Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável.
Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado.
Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o Alto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:16 am

Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania.
Não te afastes da linha direccional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos – e com aqueles a quem amas – as directrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo.
Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar.
Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí também se possa demorar.
E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 10:16 am

31 – No trabalho da codificação, a teoria nasceu da observação
É sempre oportuno lembrar como a doutrina espírita foi elaborada, para que todos os que escrevem sobre Espiritismo e, sobretudo, os que mantêm intercâmbio com o plano espiritual tenham um pouco mais de cuidado com pensamentos e ideias que surgem, vez por outra, em nosso meio, em discordância com a obra que Allan Kardec nos legou.
No capítulo de abertura de seu livro A Génese, Kardec reportou-se ao assunto. O que adiante o leitor verá é uma espécie de síntese do que ele próprio escreveu a propósito do trabalho que realizou em sua tarefa de codificação dos ensinamentos espíritas.
Como meio de elaboração, a ciência espírita procedeu, e assim deverá proceder sempre, de forma idêntica à adoptada pelas ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos que não podem ser explicados pelas leis conhecidas se apresentam; o Espiritismo os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações úteis.
Allan Kardec não estabeleceu, portanto, nenhuma teoria preconcebida e, desse modo, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina.
Concluiu pela existência dos Espíritos quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram, pois, os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, portanto, rigorosamente exacto dizer que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação.
Como sabemos, as ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até certa época, porém, pensou-se que esse método só seria aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.
Essa foi uma descoberta importante que, com certeza, evitou que a doutrina espírita se encharcasse de ideias sem nenhum apoio na experimentação.
Kardec menciona, a propósito do assunto, o seguinte exemplo.
Ocorre no mundo dos Espíritos um fato singular, de que seguramente ninguém houvera suspeitado: o de haver Espíritos que não se consideram mortos. Ora, os Espíritos superiores, que sabem perfeitamente disso, não vieram dizer antecipadamente: «Há Espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que conservam seus gostos, costumes e instintos». Em vez disso, provocaram a manifestação de Espíritos dessa categoria para que Kardec e seus companheiros espalhados pelos diversos pontos do globo os observassem.
Tendo-se visto Espíritos incertos quanto ao seu estado, ou afirmando ainda serem deste mundo, julgando-se aplicados às suas ocupações ordinárias, deduziu-se a regra.
A multiplicidade de fatos análogos demonstrou que o caso não era singular ou excepcional, que constituía uma das fases da vida espírita.
Pôde-se então estudar todas as variedades e as causas de tão singular ilusão, reconhecendo-se que esse fato é, sobretudo, próprio de Espíritos pouco adiantados moralmente e peculiar a certos géneros de morte. Percebeu-se ainda que essa situação é sempre temporária, conquanto possa durar semanas, meses e até anos.
Foi desse modo que a teoria nasceu da observação. E o mesmo se deu com relação a todos os outros princípios da doutrina.
Esse foi, seguramente, um dos motivos pelos quais José Herculano Pires escreveu estas palavras:
“O toque é a forma mais comum de verificação da verdade. Usa-se o toque na Medicina, na Agricultura, na Joalharia — onde é tão conhecida a função da pedra de toque — e praticamente em todas as actividades humanas. Foi pelo toque dos dedos nas chagas que Tomé reconheceu a legitimidade da aparição de Jesus ressuscitado. No Espiritismo a pedra de toque é a obra de Kardec”.
(Na Hora do Toque, em A Pedra e o Joio.)
Os outros motivos pelos quais a obra de Kardec é considerada por Herculano Pires a pedra de toque em matéria de Espiritismo, o leitor verá lendo o livro a que nos reportamos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 8:42 pm

32 – Depois da tempestade vem a bonança. Será?
Palavra originária do termo latino proverbiu, dá-se o nome de provérbio à máxima ou sentença de carácter prático e popular, comum a todo um grupo social, expressa em forma sucinta e geralmente rica em imagens. Provérbio é o mesmo que adágio, ditado, exemplo, refrão, rifão.
"Casa de ferreiro, espeto de pau", "Quanto maior a nau, maior a tormenta", “Depois da tempestade vem a bonança”, eis exemplos de provérbios conhecidos e utilizados com frequência pelas pessoas que moram no Brasil.
Segundo o jornalista Ariel Palacios, o último citado – “Depois da tempestade vem a bonança” – é utilizado também em muitos países do Ocidente; contudo, na céptica Rússia o ditado é grafado de forma diferente, porque os russos preferem dizer que “depois da tempestade… vem a inundação”, um pensamento que, de acordo com o jornalista, seria igualmente comum ao povo argentino.
Na internet o provérbio em causa já suscitou comentários e brincadeiras interessantes.
Alguém postou esta pergunta: “Depois da tempestade vem a bonança?”
Um internauta respondeu: “É o que dizem”.
Outro escreveu: “Está errado; depois da tempestade vem a enchente...”
A psicóloga Fernanda Rossi postou em seu blog, sobre o assunto, um belo texto intitulado “Depois da tempestade vem o sol”.
Eis o que ela escreveu:
“Há momentos na vida em que as situações se tornam tão complicadas, tão dolorosas, que nossa tendência é acreditar e, principalmente sentir, que nunca sairemos daquilo. Vêm a angústia, o desespero, o medo, enfim uma multidão de sentimentos, que, se não cuidamos, tomam conta de nós e trazem prejuízos ainda maiores, pois acabamos por agir por impulso.
Uma colega de profissão me disse outro dia que temos uma nuvem negra dentro de nós, que obscurece nossos pensamentos e nos leva a comportamentos dos quais depois nos arrependemos. Contudo, se na hora da dor aprendemos a não tomar decisão, a esperar a poeira a baixar, a emoção se acalmar, a chance de a acção ser assertiva é muito maior. Esperar é angustiante, mas viver as consequências pode ser ainda pior.
A Bíblia diz que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer. Entendo esta passagem como um sinal de esperança, de que não há situação que não passe. A vida sempre dá voltas, assim vale a pena esperar.” (Fernanda Rossi)
No meio espírita é conhecida a frase escrita por André Luiz, por intermédio de Chico Xavier:
“Depois de um problema aguardar outros”.
Aplicando-se o entendimento de André Luiz ao provérbio que ora comentamos, poderíamos certamente reescrevê-lo e dizer assim: “Depois da tempestade, aguarde outras”, consentâneo com o que ocorre, em verdade, no mundo onde vivemos.
Os moradores do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e da capital paulista que residem nas regiões de alagamento certamente hão de concordar connosco.
É evidente que os problemas, as vicissitudes e as dificuldades da vida não se dão por acaso.
Fazem eles parte de um processo cujo final é, sim, a bonança, a felicidade, a paz. Mas, em um planeta como este em que vivemos, é pura ilusão pensar que depois da solução de determinada questão viveremos em paz e nenhuma dificuldade depararemos na vida.
Um amigo certa vez nos disse: “No fim, tudo dará certo”.
Se ainda não deu certo é porque o fim não chegou, mas ele chegará um dia, tenhamos plena certeza disso.
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33 – A emancipação da alma após a morte corpórea
Toda vez que se comenta a dificuldade do desprendimento da alma de alguém que faleceu, surge na mente das pessoas a seguinte questão: - Por que o desprendimento da alma é facilitado no estado de sono, fato que ocorre todos os dias, e não o é na transição pós-morte?
A emancipação da alma por ocasião do sono corporal é, com efeito, um fato corriqueiro, mas é preciso lembrar que não passa de um desprendimento parcial, visto que a alma continua ligada ao corpo físico.
O que ocorre então é apenas uma expansão do laço perispiritual que a une ao corpo material, permitindo-lhe, assim, deslocar-se a lugares distantes do local em que o corpo permanece em repouso.
No caso da morte corpórea, mesmo antes do desligamento completo da alma – fato que o Espiritismo chama de desencarnação – pode ocorrer a emancipação parcial semelhante à do sono, o que explica os fatos de comunicação espírita por ocasião da morte, estudados por vários pesquisadores, como Ernesto Bozzano e Frederic Myers. O desprendimento completo da alma, ou seja, a desencarnação, é que requer algum tempo, visto que no processo reencarnatório o perispírito – envoltório da alma – liga-se ao corpo molécula a molécula, o que implica deduzir que é preciso tempo para que essa ligação molecular, em decorrência da morte corpórea, se desfaça.
Conforme nos é dito na questão 155 d´O Livro dos Espíritos, como regra geral a separação da alma não se dá instantaneamente. Ela se liberta gradualmente e não como um pássaro cativo que, de repente, ganhasse a liberdade.
Em face disso, tudo, a princípio, é confuso nos momentos que se seguem à morte. O Espírito – nome com que nomeamos a alma revestida do seu corpo espiritual – necessita, ao desencarnar, de algum tempo para entrar no conhecimento de si mesmo. Ele se acha como que aturdido, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam aos poucos, à medida que se apaga a influência da matéria que ele acaba de deixar e se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.
O processo de desprendimento espiritual pode ser mais ou menos demorado, conforme o temperamento, o carácter moral e as aquisições espirituais da pessoa. Não existem, pois, duas desencarnações exactamente iguais. Cada pessoa desperta ou se demora na perturbação, conforme as características próprias de sua personalidade.
Pode-se, assim, considerar a perturbação como o estado normal do Espírito nos instantes que se seguem ao transe da morte, variando tão somente sua duração, que pode ser de algumas horas ou vários dias e até semanas, de conformidade com o estado evolutivo da pessoa.
Breve no caso das almas elevadas, a perturbação pode ser longa e penosa no caso das almas culpadas. Para aqueles que já na existência corpórea se identificaram com o estado que os aguardava, menos longa ela é, porque compreendem imediatamente a posição em que se encontram.
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34 – O que é essencial no tratamento da obsessão
Vez por outra o tema obsessão volta à discussão porque, como sabemos, muitos dos que nos lêem são pessoas que estão dando os primeiros passos no tocante ao conhecimento da doutrina espírita. Além disso, a obsessão continua sendo um dos motivos que mais tem levado espíritas e não espíritas a buscar ajuda nos centros e instituições espíritas.
Uma pergunta frequente diz respeito às obras em que o tema é tratado objectivamente por Allan Kardec.
Kardec examinou o tema em vários textos da Revista Espírita e nas obras A Génese, O Livro dos Médiuns e Obras Póstumas, mas é no cap. 28 d´O Evangelho segundo o Espiritismo que o leitor encontrará informações práticas que elucidam como as obsessões devem ser tratadas.
No capítulo a que nos reportamos, o codificador do Espiritismo adverte inicialmente que a cura das obsessões graves requer paciência, perseverança e devotamento e exige tato e habilidade, porquanto é preciso, para que a tarefa tenha sucesso, que encaminhemos para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos.
Lembra-nos Kardec que, seja qual for o carácter do Espírito causador da obsessão, nada se obterá pelo constrangimento ou pela ameaça, mas tão somente pelo ascendente moral daqueles que se dediquem à tarefa. É por isso que é completamente ineficaz a prática dos exorcismos ou o uso de fórmulas, amuletos, talismãs ou qualquer objecto a isso assemelhado.
É preciso que se actue sobre o ser inteligente que provoca a obsessão, ao qual importa se fale com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. O objectivo é convencer ou induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus desígnios maus e fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções ministradas com habilidade, cujo objectivo é sua educação moral.
Outra observação importante feita por Kardec é que a obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e, por isso, requer geralmente tratamento simultâneo ou consecutivo, por meio do magnetismo e da medicina tradicional, com vistas a restabelecer a saúde da pessoa que sofre o assédio obsessivo. E mesmo quando a causa esteja afastada, resta ainda combater os efeitos.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado acha-se como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a acção dos fluidos salutares e os repele. Importa, pois, desembaraçá-lo desse fluido, motivo pelo qual recorremos aos chamados passes magnéticos, cuja eficácia é bem conhecida dos que estudam a doutrina espírita.
A participação do indivíduo que sofre o processo – o chamado obsidiado – é outro ponto que Kardec destaca na obra a que nos referimos. É preciso ao obsidiado fortificar sua alma, trabalhar por seu aprimoramento moral, fazer a parte que lhe cabe, sem o que será difícil obter o resultado desejado.
A esse respeito, o codificador afirma que a tarefa desobsessiva se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo sua situação, presta o concurso de sua vontade e de suas preces, modificando-se moralmente, adoptando nova conduta e buscando aprimorar-se espiritualmente, certo de que, no tocante aos processos obsessivos, o melhor médico será sempre ele mesmo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 8:43 pm

35 – Onde estava Deus naqueles dias?
A pergunta que dá título a este texto nos remete à pergunta feita pelo então papa Bento XVI em Auschwitz (Polónia), por ocasião de uma visita ao antigo campo de concentração de tão funesta lembrança, em que morreram mais de um milhão de pessoas, a maioria de origem judia.
“Por que, Deus, o senhor permaneceu em silêncio? Como pôde tolerar tudo isso?”, indagou o papa, que se comportava, diante de semelhante tragédia, como se comportam geralmente as pessoas que ignoram as leis de Deus e a finalidade de nossa presença no mundo.
Teria o papa vacilado em sua fé?
A repercussão das dúvidas papais foi imediata.
Na revista VEJA, em que a declaração do papa foi noticiada, três depoimentos diferentes foram reproduzidos na secção de cartas da edição seguinte.
No primeiro, disse o leitor “que o Deus que procuro não é o mesmo que ele conhece”. “O meu Deus, magnânimo e justo, fala ao homem por meio de suas leis, expressas em tudo o que Ele criou.” E acrescentou que Bento XVI parecia ignorar o que Homero intuiu há 3.000 anos: as desventuras que assolam a Humanidade são consequência dos nossos próprios erros, das faltas e imprudências que nós mesmos cometemos.
O segundo depoimento veio de um ateu: “Deus não poderia fazer nada. Quem nunca existiu não pode em momento algum dar sua contribuição. Já o homem, sim, poderia, e muito, evitar uma das maiores barbáries de nossa história.”
O terceiro foi assinado por um religioso, que entendeu que o papa não vacilou em sua fé, mas deu, sim, uma bela manifestação de humildade e humanidade ao citar o Salmo 22:1: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Essas palavras, aduziu o leitor, também “foram usadas por Jesus quando de seu sofrimento na cruz, ao carregar os pecados de toda a humanidade”.
Numa edição subsequente, a revista transcreveu carta enviada por Suzel Tunes, assessor de comunicação da Igreja Metodista, o qual, baseando suas ideias no pensamento do teólogo inglês John Wesley, fundador do movimento que deu origem à referida igreja, disse que cabe ao homem restaurar a harmonia divina por meio do relacionamento responsável e amoroso com a natureza e com o seu semelhante.
Assim, na perspectiva wesleyana, “era o homem que estava distante de Deus em Auschwitz, e não o contrário”.
Diante de tantas e tão diferentes ideias, que podemos dizer, à luz do Espiritismo?
O mundo em que vivemos é, como sabemos, uma escola bastante acanhada, na qual a maioria de seus habitantes é formada por Espíritos semi-civilizados ou bárbaros. Pelo menos é isso que Frederico Figner revelou no livro Voltei, obra psicografada por Chico Xavier em 1948, pouco tempo depois do término da 2ª Guerra Mundial.
Mundo de provas e expiações, não admira, pois, que na Terra ocorram tantas tragédias e tantos
sofrimentos, o que Jesus conseguiu sintetizar com impressionante clareza nos ensinamentos que se seguem:
• “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mateus, 18:7)
• “Então Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” (Mateus, 26:52)
Se desejamos realmente que tenhamos um mundo melhor, comecemos desde já a fazer a parte que nos cabe.
Não se constrói uma casa a partir do telhado, nem se colhem uvas nos espinheiros.
O que aqui semearmos é isso que colheremos.
Quanto ao Pai que nos criou, ele sabe muito bem o que é melhor para nós que somos seus filhos.
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36 – Desatenção e preguiça mental: desafios da modernidade
Daniel Goleman, PhD em Psicologia por Harvard, autor do livro Inteligência Emocional, best-seller no mundo inteiro, lançou alguns anos depois a obra intitulada Foco, em que defende a importância da atenção e alerta para o desafio que consiste hoje em manter o foco nas nossas tarefas rotineiras e nos nossos projectos.
Sem academicismo e de leitura fácil, a obra baseia-se numa tríade de focos: o foco interno, o foco externo e o foco no outro, e tem como propósito ensinar como juntar os três para tirar o máximo de nossa capacidade de atenção.
"O nosso foco está continuamente lutando contra distracções, tanto internas quanto externas.
A questão é: o que as nossas distracções estão nos custando?", questiona Goleman. "A atenção funciona como um músculo: pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela melhora e se expande."
Com a revolução dos meios de comunicação, a consolidação da internet como ferramenta, os laptops, os smartphones, os tablets e a imensa quantidade de informação que nos é oferecida diariamente, é difícil realmente a quase todas as pessoas manter o foco. "A enxurrada de dados que nos atinge leva a atalhos desleixados, como seleccionar e-mails pelo assunto, pular muitas das mensagens de voz, ler por alto mensagens e memorandos", diz Goleman. "Não é apenas que tenhamos desenvolvido hábitos de atenção que nos tornam menos eficientes, mas que o peso das mensagens nos deixa muito pouco tempo para simplesmente reflectir a respeito do que elas realmente significam."
Na obra a que nos reportamos, ele afirma algo que muitos já haviam percebido: a geração que nasceu na frente do computador tem pouca capacidade de concentração e, consequentemente, tem dificuldade de manter o foco no que é essencial. Diante de tantas oportunidades de informação, educação e entretenimento, fica difícil pensar e reflectir sobre tudo que nos chega aos olhos, o que restringe nossa visão e torna nossas mentes cada vez mais estreitas e incapazes dos saltos que só acontecem após momentos de reflexão e análise profunda.
Como exemplo dessa dificuldade, ele cita o relato feito por uma professora da oitava série que durante anos adoptou o livro Mitologia, de Edith Hamilton. Segundo a autora, com o passar do tempo os alunos começaram a perder o interesse pela obra. "Eles dizem que a leitura é difícil demais, que as frases são complicadas demais, que é preciso muito tempo para se ler uma página", contou a educadora.
O problema, porém, não atinge apenas os mais jovens. Existe também a diminuição da atenção entre os adultos. Um professor de cinema ouvido pelo autor disse que se viu incapaz de ler mais de duas páginas por vez da biografia do director francês François Truffaut, um de seus cineastas favoritos.
Goleman alia seus conhecimentos de psicólogo a suas pesquisas na área de neurociência para explicar como nosso cérebro funciona, quais são os momentos nos quais permitimos que nosso foco se disperse e como evitar isso.
É provável que o excesso de informações contribua também para a expansão da chamada preguiça mental, a que J. Herculano Pires se referiu no seu livro Pedagogia Espírita.
A preguiça mental, que, segundo Herculano Pires, tem prejudicado a marcha do Espiritismo na Terra, é mencionada no livro Seareiros de Volta, obra mediúnica em que Ignácio Bittencourt (Espírito) informa que uma pesquisa realizada por Excelsos Dirigentes do Espiritismo nos planos superiores, intrigados com as dificuldades do avanço da Doutrina em nosso plano, revelou que, entre todas as causas que dificultam a marcha da Nova Revelação no mundo, destaca-se, em posição de relevo, a preguiça mental.
A conclusão da pesquisa confere visivelmente com o que se vê no meio espírita, dominado pelo comodismo, pela busca de proveitos pessoais, pela indiferença cultural e pelo desinteresse das pessoas em aplicar-se ao estudo sério e perseverante da Doutrina, algo que é, como sabemos, profundamente lamentável.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 23, 2023 8:44 pm

37 – A verdade é indispensável quando se trata de adopção
É voz corrente em nosso país que, quando o assunto é adopção de crianças, o Brasil é o campeão da informalidade.
Estima-se que metade das adopções são feitas no país sem a intermediação da Justiça, ou seja, as pessoas acolhem uma criança, geralmente quando ainda bebê, e a registram como se fosse seu filho natural. Não lhes faltam amor e carinho, mas nem sempre a verdade é revelada, porque muitos, a rigor, não têm certeza se devam fazê-lo.
Em entrevista publicada oportunamente pelo jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), a psicóloga e professora Lídia Natália Dobrianskyj Weber, da Universidade Federal do Paraná, foi taxativa: "A primeira regra ética de uma família que adoptou alguém é a verdade, ou seja, o filho adoptivo deve saber desde o começo que foi adoptado". "Não deve existir – explica a professora Lídia – um momento especial para contar, mas o assunto deve ser colocado na família e para a criança de maneira aberta, até mesmo antes de sua linguagem verbal formal."
A proposta da conhecida psicóloga coincide com o ensinamento transmitido por Emmanuel há quase cinquenta anos.
A mensagem, que se intitula "Filhos Adoptivos", integra o cap. 5 do livro Astronautas do Além, publicado em 1974 pelo GEEM – Grupo Espírita Emmanuel S.C. Editora. Na mensagem, o então mentor espiritual de Chico Xavier afirma que existem vínculos do pretérito muito fortes entre o casal que adopta e o filho adoptado. A adopção dessa ou daquela criança não é, como se poderia supor, obra do acaso, e é por isso que a verdade deve desde cedo ser revelada.
Recomenda, então, o nobre instrutor espiritual:
"... se tens na Terra filhos por adopção, habitua-te a dialogar com eles, tão cedo quanto possível, para que se desenvolvam no plano físico sob o conhecimento da verdade. Auxilia-os a reconhecer, desde cedo, que são agora teus filhos do coração, buscando reajustamento afectivo no lar, a fim de que não sejam traumatizados na idade adulta por revelações à base da violência, em que frequentemente se lhes acordam no ser as labaredas da afeição possessiva de outras épocas, em forma de ciúme e revolta, inveja e desesperação". (Astronautas do Além, cap. 5.)
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38 – A pequenez do homem ante a grandeza da vida
Conforme sabemos, há bilhões de células em um ser humano adulto. A quantidade mencionada, cujo número exacto ninguém conhece, surpreende a todos, sobretudo quando lembramos que todas elas partiram de uma única célula, a que foi formada pela fusão entre o óvulo feminino e o espermatozóide que o fecundou.
Admirável é, sem dúvida, o corpo humano! E dizer isso nada mais é que uma simples constatação, visto que as células que o formam têm, conforme o órgão a que pertencem, formas e funções diferentes. Assim é que algumas respondem pela constituição dos ossos, outras pela formação do sangue, outras pelos tecidos da pele e por aí vai.
Há pouco tempo a imprensa mundial trouxe-nos a notícia de um número ainda mais surpreendente relativamente à grandeza da obra de Deus.
Existem, segundo cálculos feitos por um grupo de cientistas australianos ligados à Escola de Astronomia e Astrofísica da Austrália, mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todos os desertos e praias do nosso planeta, ou seja, cerca de 70 setilhões de estrelas, dez vezes o número estimado de grãos de areia existentes na Terra.
Trata-se, evidentemente, de um cálculo impreciso, pois só abrangeu as estrelas ao alcance dos equipamentos disponíveis actualmente em nosso mundo. “O número real pode ser muito maior; algumas pessoas dizem que é infinito”, afirmou o cientista Simon Driver na assembleia geral da União Astronómica Internacional, realizada em Sidney.
Segundo informação de Santo Agostinho (Espírito) em conhecida mensagem inserida no cap. III d´O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, as estrelas, a exemplo do nosso Sol, são todas acompanhadas de um grupo de planetas.
Supondo o número de seis planetas por estrela, haveria então, no Universo conhecido, 420 setilhões de mundos. Se cada um tiver um terço da população da Terra, – hoje estimada em 7,6 bilhões de habitantes, – basta multiplicar 420 setilhões por 2,5 bilhões e veremos quão insignificante é o homem, individualmente considerado, não existindo, pois, razões para a soberba e as vaidades humanas, que tanto mal têm produzido no mundo em que vivemos.
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39 – Rir faz bem à saúde?
Sim, como nossos avós já diziam, rir faz bem à saúde e, de facto, uma série de estudos e pesquisas permite hoje que afirmemos, com base na ciência, que o bom humor e o cultivo de sentimentos positivos concorrem realmente para a prevenção e o tratamento das enfermidades.
Quando rimos, rimos com o corpo todo, ensina o psiquiatra americano William Fry, da Universidade Stanford, e um dos efeitos disso é a redução da liberação dos hormônios associados ao estresse, o cortisol e a adrenalina, que, quando em excesso, enfraquecem as defesas do organismo e elevam a pressão arterial, criando o cenário ideal para o desenvolvimento de infecções e do infarto.
As pesquisas sobre os benefícios do humor para a saúde humana são muitas e variadas. O patologista Lee Berk, do Centro de Neuroimunologia da Universidade de Loma Linda (Califórnia), monitorando diariamente a pressão arterial e as taxas de adrenalina de um grupo de pacientes que haviam infartado, apurou que os pacientes que assistiam meia hora por dia a uma comédia televisiva sofreram menos episódios de arritmia, apresentaram redução da pressão arterial e tiveram de tomar menos remédios contra angina, comparativamente com um grupo de indivíduos não submetidos à mesma terapia. A recorrência de infarto no primeiro grupo foi de apenas 8%, enquanto no outro atingiu 42%.
Estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos) concluiu que os indivíduos que se irritam intensamente e com frequência têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do que os indivíduos calmos.
Para Janice Williams, responsável pela pesquisa, a influência do mau humor no desencadeamento de doenças cardiovasculares é comparável à obesidade, ao tabagismo e ao sedentarismo.
Pesquisa feita com cinquenta estudantes de Direito dos Estados Unidos, conduzida por Suzanne Segerstrom, da Universidade de Kentucky, revelou que o optimismo pode fortalecer o sistema imunológico ou, pelo menos, reduzir os efeitos do stress.
A influência do bom humor e do riso sobre o corpo humano pode, como vemos, ser mensurada e traduzida em fatos tão positivos quanto as leis físicas, porque com o riso o ritmo cardíaco se acelera e aumenta a oxigenação dos tecidos, a inalação do ar é mais profunda e a expiração mais forte, os músculos abdominais são estimulados e melhora a digestão, os vasos sanguíneos se dilatam, produzindo baixa da pressão arterial, os níveis dos hormônios do stress se reduzem, o sistema imunológico se fortalece e, por fim, as células de defesa do organismo aumentam em quantidade e tornam-se mais activas.
Rir faz, como vemos, bem à saúde, mas não apenas à saúde do corpo, porque é também muito bom viver ao lado de pessoas optimistas e bem-humoradas. Vocês não acham?
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40 – O stress ante a fé e a doutrina espírita
Das lições de Richard Rahe, psiquiatra americano e director do centro de stress da Faculdade de Medicina da Universidade de Nevada, que em 1967 em parceria com Thomas Holmes elaborou o primeiro auto-teste para quantificar o nível de stress, várias conclusões podemos extrair relativamente à causa, aos efeitos e às formas de nos prepararmos para enfrentar as situações stressantes.
Segundo o dr. Rahe, o impacto dos estímulos que causam tensão na vida das pessoas agravou-se 50% desde os anos 1960, mas o stress só existe como um factor fisiológico ou psicológico para quem se torna incapaz de lidar com os problemas que surgem naturalmente na vida. As estatísticas revelam que, infelizmente, dois terços das pessoas acabam perdendo a batalha e ficam realmente stressadas. O stress não é, em si mesmo, uma doença, mas pode levar a pessoa a ficar doente.
A resposta do indivíduo ao stress se dá de duas formas: física e psicológica. Alguns ficam com dor de estômago e até úlcera; outros sentem apenas dor de cabeça. Pessoas há que se tornam excessivamente ansiosas ou caem em depressão profunda; outras podem sofrer quadros de paranóia.
Não é possível, na sociedade em que vivemos, evitar o stress, porque as tensões que envolvem o homem são cada vez maiores. Podemos, contudo, preparar-nos para enfrentá-lo e várias formas existem para isso. Uma das mais eficientes é manter o corpo em bom estado físico. Quem pratica exercícios físicos tende a baixar o nível de stress porque, ao controlar a pressão sanguínea, o coração continuará funcionando em ritmo adequado. Mas só exercícios físicos não bastam.
É indispensável ter um bom preparo psicológico para enfrentar o stress, procurando buscar novas posturas em relação aos problemas. A fé ajuda nisso. É por isso que as pessoas que têm alguma religião conseguem enfrentar melhor as pressões do dia a dia, porquanto, além da vida espiritual, elas desenvolvem trabalhos comunitários, que constituem actividades muito positivas para encarar esse mal.
Anos atrás, um famoso especialista em stress explicou como costumava agir ante uma situação stressante de modo a manter-se calmo e não perder a batalha: “Simplesmente, ante um facto assim, pergunto a mim mesmo: - Que importância esse fato terá daqui a cinco anos?”
Nós espíritas, incorporando à experiência de vida o que temos aprendido com a doutrina espírita, poderíamos adoptar, diante das tensões e vicissitudes da existência corpórea, pergunta semelhante, embora algo modificada, dirigindo-a a nós mesmos: “Que importância esse fato terá na próxima encarnação?”
Haverá postura melhor do que essa?
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41 – Como conviver pacificamente com o avanço tecnológico de nossos dias
Segundo o Dr. Larry Rosen, psicólogo americano e professor emérito e ex-presidente do departamento de psicologia da Califórnia State University Dominguez Hills, que há mais de trinta anos pesquisa os efeitos das conquistas tecnológicas no dia a dia das pessoas, o homem moderno tem sido vítima de uma nova forma de stress, ocasionada por nossa dependência cada vez maior da tecnologia.
Como a vida segue um ritmo muito mais rápido, por causa exactamente desses avanços, as pessoas se irritam quando, por exemplo, o equipamento de que dependem não pode ser accionado, seja o computador que emperrou, o telefone celular que está fora de área ou algo equivalente.
Mesmo a internet, que veio para facilitar a nossa vida, acaba constituindo para certas pessoas um factor adicional de stress, porquanto – diante de um volume notável de informações que cresce continuamente – os indivíduos por vezes se perdem, como alguém que tivesse uma lista enorme de afazeres, sem saber por onde começar.
O assunto, que pode parecer uma bobagem num país com tantos problemas como o Brasil, constitui na verdade uma questão complexa que podemos adicionar à lista dos chamados males ou dificuldades trazidos pelo progresso.
Em um livro lançado em 1997, Larry Rosen afirma que, apesar de tudo, podemos conviver pacificamente com esse avanço tecnológico vertiginoso e arrola a respeito disso uma série de sugestões. Para saber mais sobre o Dr. Larry Rosen e seus livros, clique aqui: https://drlarryrosencom.translate.goog/about-drrosen/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=ptBR&_x_tr_pto=sc&_x_tr_sch=http
Das recomendações do especialista americano, duas ideias curiosas e interessantes se destacam.
Para que a tensão de cada dia não se estenda à cama, é preciso procurar fazer, antes de dormir, algo capaz de acalmar a mente: ler um livro, conversar com os familiares, assistir a algum programa de TV e – o que é fundamental – anotar em um papel os compromissos do dia seguinte. Ao deitar-se, deixar um caderno ou um bloco de anotações ao lado da cama para, se houver necessidade, escrever as coisas que vierem à memória no meio da noite, porquanto, ao tirar a ideia da cabeça, a pessoa acaba relaxando.
Ambas as proposições são conhecidas dos espíritas que participam de sessões mediúnicas. O repouso físico e mental, momentos antes da reunião, ajudam realmente no relaxamento e na concentração indispensáveis ao bom êxito de qualquer tarefa, seja uma reunião mediúnica, seja uma mera noite de sono.
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