LUZ ESPÍRITA
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Conhecereis a verdade e ela vos libertará - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 11:23 am

42 – O amor é o alimento principal de uma pessoa com deficiência
Há pessoas preparadas para qualquer desafio, até mesmo quando ele se manifesta na enfermidade de um filho ou na deficiência que o nosso rebento possa trazer desde o berço.
Evidentemente nem todos agem assim, havendo criaturas que não apenas lastimam ter gerado filhos com deficiência como têm vergonha de mostrá-los à sociedade.
Nancy Puhlmann di Girolamo reporta-se a isso em dois livros dedicados ao tema. Referimo-nos às obras O Castelo das Aves Feridas e As Aves Feridas na Terra Voam, que merecem ser lidos por todos nós, especialmente pelos pais de pessoas com deficiência. (*)
A vida de uma pessoa com deficiência, afirma Nancy Puhlmann, é muito mais rica do que imaginamos.
Uma revista de grande circulação nacional mostrou, anos atrás, alguns exemplos comoventes de comportamento oposto ao mencionado, em que diversos pais revelaram o carinho, a dedicação e o afecto real que nutriam por seus filhos, independentemente da condição em que vieram ao mundo ou do grau de deficiência que apresentavam.
Allan Kardec demonstrou, ao estudar o caso do menino Charles Saint-G... (Revista Espírita de 1860, pp. 181 a 183), que tais pessoas têm consciência do seu estado e compreendem por que nasceram assim. A imperfeição dos órgãos constitui somente um obstáculo à livre manifestação de suas faculdades, mas não as aniquila, esclareceu o codificador do Espiritismo, antecipando-se ao que hoje é sabido, ou seja, que a pessoa com deficiência entende perfeitamente se é bem ou maltratada e reage à atenção e ao afecto que lhe damos.
Nancy Puhlmann menciona a respeito do assunto um caso bastante elucidativo que se passou com um menino nascido com a síndrome de Down. Num momento de desprendimento da alma – dela e do menino – em virtude do sono corporal, o jovenzinho lhe disse que sua desencarnação estava próxima, por lhe faltar o alimento indispensável à vida. Nancy imaginou que ele falasse de comida, mas não era disso que o garoto tratava. O alimento era o amor, o apoio, o incentivo, que ele percebia faltar em seu próprio lar, onde as pessoas, com pena do seu estado, intimamente rogavam a Deus lhe encurtasse os dias.
Coisa curiosa! O pequenino entendia até o que nas entrelinhas era dito em casa, o que torna claro que a pessoa com deficiência não é um ser condenado à vida vegetativa e que o amor que dispensamos a ela é o alimento indispensável à sua vida biológica e à saúde de sua alma, como aliás se verifica com relação a todos os nossos filhos.
(*) Em uma convenção das Nações Unidas ficou definido que o termo correto para designar alguém com um ou mais tipos de deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual) é Pessoa com Deficiência - PcD, evitando-se assim o uso do termo excepcional ou especial, commumente utilizado no Brasil décadas atrás.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 11:23 am

43 – Na arte, como na vida, tudo deveria ser melhor
O cinema e os programas de televisão são os geradores da violência na vida real? Ou é a vida real que inspira a violência na TV e no cinema?
A resposta é difícil e bastante complexa e, em todo o caso, apenas comprova o precário verniz da civilização humana. Quando Caim matou Abel não havia cinema nem televisão. A futilidade do primeiro homicídio, narrado no Antigo Testamento, teria sido um incentivo à criminalidade?
As observações acima foram transcritas de um artigo do conhecido escritor Carlos Heitor Cony, publicado anos atrás pela Agência Folha.
“Quem influencia quem?” – indagou então o cronista que, na sequência, observou que a realidade da aventura humana tem sido pouco recomendável, de nada adiantando, portanto, culpar as expressões ficcionais dessa realidade.
“Na arte, como na vida, tudo devia ser melhor”, propôs Cony. “E isso só será possível quando o homem for melhor.”
O cronista, embora quase sempre céptico e pessimista, concluiu seu artigo emitindo um pensamento semelhante ao que Allan Kardec consignou há 160 anos no trecho que se segue: "Se o Espiritismo deve, como foi anunciado, realizar a transformação da humanidade, só poderá fazê-lo pelo melhoramento das massas, o que só se dará gradualmente, pouco a pouco, pelo melhoramento moral dos indivíduos" (O Livro dos Médiuns, cap. 29, item 350). "Aí é que se acha o princípio, a verdadeira chave da felicidade do género humano – acrescentou Kardec, em Obras Póstumas – porque então os homens não mais cogitarão de se prejudicarem reciprocamente."
Em uma das passagens mais importantes de sua obra, Allan Kardec escreveu:
“De dois povos que tenham chegado ao ápice da escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira acepção do termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, cupidez e orgulho; em que os costumes sejam mais intelectuais e morais do que materiais; em que a inteligência possa desenvolver-se com mais liberdade; em que exista mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; em que os preconceitos de casta e de nascimento sejam menos enraizados, porque esses prejuízos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; em que as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último como para o primeiro; em que a justiça se exerça com o mínimo de parcialidade; em que o fraco sempre encontre apoio contra o forte; em que a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam mais bem respeitadas; em que haja menos desgraçados; e, por fim, em que todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário.” (O Livro dos Espíritos: comentários acerca da resposta dada à questão 793. Tradução de J. Herculano Pires.)
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44 – Os nossos ancestrais e o Espiritismo
Segundo o que foi amplamente divulgado algum tempo atrás, as semelhanças entre o genoma do homem e o do chimpanzé são de 96%, fato que tem levado vários cientistas à conclusão de que o homem e o chimpanzé tiveram um ancestral comum que teria vivido na Terra há 6 milhões de anos.
Que nos diz o Espiritismo a respeito do assunto?
Ao tratar do surgimento do homem na Terra, Allan Kardec escreveu no cap. XI de sua última obra, A Génese, que, em face da semelhança existente entre o corpo do homem e o do macaco, alguns fisiologistas de seu tempo concluíram que o primeiro seria apenas uma transformação do segundo.
Comentando o assunto, Kardec observou:
“Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriada às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal.”
E concluiu:
“Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste da pele de certos animais, sem deixar de ser homem.”
O codificador da doutrina espírita deixou, porém, bem claro que assim escrevia por hipótese, de modo nenhum posta como princípio, mas formulada apenas para mostrar que a origem do corpo em nada prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o do macaco não implica paridade entre sua alma e a alma do macaco.
Concluindo seu comentário, Kardec disse que é provável que os primeiros homens aparecidos na Terra pouco diferissem do macaco pela forma exterior e não muito também pela inteligência. “Em nossos dias – acrescentou – ainda há selvagens que, pelo comprimento dos braços e dos pés e pela conformação da cabeça, têm tanta parecença com o macaco, que só lhes falta ser peludos, para se tornar completa a semelhança.”
Em 1938, setenta anos depois da publicação de A Génese, Emmanuel trouxe informações novas ao entendimento do assunto.
Resumidamente, asseverou o então mentor espiritual de Chico Xavier em seu livro A Caminho da Luz, psicografado pelo citado médium, que os primeiros antepassados do homem remontam ao período terciário, onde se encontravam, sob a orientação das esferas espirituais, algumas raças de antropóides, no Plioceno inferior.
Esses antropóides e os ascendentes dos símios tiveram sua evolução em pontos convergentes, daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé. Mas não houve, propriamente falando, uma "descida da árvore" no início da evolução humana. As forças espirituais que dirigem os fenómenos terrestres, sob a orientação de Jesus, estabeleceram uma linhagem definitiva para todas as espécies, dentro das quais o princípio espiritual encontraria o processo do seu acrisolamento, em marcha para a racionalidade.
Os antropóides das cavernas espalharam-se, aos grupos, pela superfície do globo, ao longo dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando os pródromos das raças futuras.
Extraordinárias experiências foram realizadas então pelos mensageiros do invisível, até fixarem no "primata" os característicos aproximados do homem futuro.
Os séculos correram, até que um dia os Espíritos operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual preexistente dos homens primitivos, surgindo assim os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos futuros.
Estas informações trazidas por Emmanuel não fazem, evidentemente, parte do corpo doutrinário do Espiritismo, pelo simples facto de serem revelações singulares, mas é bom considerá-las com a devida atenção, em respeito ao seu autor e à idoneidade do médium utilizado, cabendo, todavia, ao tempo – e somente ao tempo – confirmá-las ou desmenti-las.
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45 – O que é carma e, se negativo, como proceder para anulá-lo
A palavra carma [do sânscrito karman, acção] significa, nas filosofias da Índia, o conjunto das acções dos homens e suas consequências.
Descrito e codificado pelo gramático Panini no século V a.C., o sânscrito é uma língua indo-europeia do ramo indo-ariano na qual foram escritos os quatro Vedas, e que, entre os séculos VI a.C. e XI d.C., se tornou a língua da literatura e da ciência hindus, sendo mantida ainda hoje, por razões culturais, como língua constitucional da Índia.
Ensina nosso principal léxico que o carma se liga às diversas teorias de transmigração, e é por meio dele que se definem as noções de destino, do desejo como força geradora da vida e do encadeamento necessário, por força desses dois factores, entre os diversos momentos da vida dos homens.
Constituindo o conjunto das acções da criatura humana, o carma de uma pessoa pode ser positivo ou negativo. Ações boas e concordantes com a lei natural geram consequências positivas. Ações más e contrárias à lei de Deus estabelecem, como é fácil de entender, carma negativo.
Há, contudo, além disso, o que alguns estudiosos chamam de carmas imaginários, que provêm de uma representação distorcida da realidade, na qual o homem amplia o próprio sofrimento por falta de sensatez e de amor a si mesmo. A prática do cilício, entre os hebreus, é um exemplo disso.
O indivíduo ingénuo acredita que amplificando seus sofrimentos logrará diminuir as consequências naturais do seu carma, na suposição de que uma maior quota de dor eliminaria uma dor futura e o faria quite com a lei, o que não passa, evidentemente, de um equívoco.
A lei de causa e efeito, ensinada por Jesus e ratificada pela Doutrina Espírita, estabelece que aquele que matar com a espada morrerá sob a espada, que a cada um será dado segundo o seu merecimento e que na vida a semeadura é livre, mas a colheita é compulsória.
Na questão n. 1.000 de O Livro dos Espíritos Kardec tratou do assunto quando perguntou aos instrutores espirituais se podemos desde esta vida ir resgatando nossas faltas. Eles responderam:
“Sim, reparando-as”.
Na sequência da resposta, disseram que não bastam, para o resgate das faltas cometidas, algumas privações pueris e mesmo dotações pós-morte que algumas pessoas costumam fazer nos seus testamentos. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, fácil, que nada custa. É somente por meio do bem que se pode reparar o mal.
Ao arrependimento – ensina a Doutrina Espírita – é preciso ajuntar a expiação e a reparação.
Reunidas, são elas as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento suaviza as dores da expiação e favorece a resignação – uma força activa que o Espírito de Lázaro define como sendo o consentimento do coração. Mas somente a reparação, que consiste em fazer o bem àqueles a quem se fez o mal, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa.
O apóstolo Pedro ensinou-nos que a caridade cobre a multidão dos pecados (1ª Epístola de Pedro, 4:8), conhecida lição que o orador Divaldo P. Franco costuma exprimir de maneira ainda mais clara e expressiva: “O bem que fazemos anula o mal que fizemos”.
O pensamento equivocado de que viemos à Terra para sofrer deve, pois, ser substituído por uma outra ordem de ideias, ou seja, de que a vida é uma luta e que não viemos ao mundo para sofrer nem para gozar, mas sim para vencer, superar as dificuldades, fazer a parte que nos cabe na obra da Criação e, dessa forma, progredir rumo à meta para a qual Deus nos criou.
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46 – As muitas moradas da casa do Senhor
Os assuntos relacionados com as condições de vida no mundo espiritual sempre despertaram curiosidade e interesse, mesmo entre os espiritistas. E isso se justifica porque, se nem todos temos condições de visitar Paris, todos, com absoluta certeza, partiremos um dia para alguma dessas moradas, a que o próprio Jesus se referiu nestas conhecidas palavras registadas no Evangelho de João:
“Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, eu já vos teria dito, porquanto eu vou para preparar o lugar para vós.” (João, 14:1-3.)
A notícia acerca da existência de cidades espirituais em torno da Crosta terrena é anterior à própria codificação do Espiritismo. O vidente sueco Swedenborg, que viveu no século XVIII, cem anos antes do advento da Doutrina Espírita, via com frequência cenas do mundo espiritual e os seres desencarnados que conhecera em vida, tendo sido o primeiro sensitivo a descrevê-las. Conforme seus relatos, as cidades espirituais têm, como as cidades terrenas, templos, casas, escolas e palácios.
Antes da publicação das obras de André Luiz, as quais se referem à existência de inúmeras colónias espirituais, muitos autores já haviam tratado do assunto, como podemos comprovar lendo A Vida no Outro Mundo, de Cairbar Schutel; A Vida Além do Véu, do reverendo G. Vale Owen; No Limiar do Etéreo, de J. Arthur Findlay, e História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle.
As informações mais precisas sobre o tema vieram, porém, com os livros Nosso Lar, de André Luiz, e Alvorada Nova, de Cairbar Schutel (Espírito).
A colónia espiritual Nosso Lar, situada nas proximidades do Rio de Janeiro, é bem conhecida dos espíritas brasileiros. Fundada por portugueses desencarnados no Brasil no século XVI, sua edificação exigiu enorme e exaustiva luta e, segundo André Luiz, os trabalhos iniciais para sua construção foram desanimadores, ainda mesmo para os Espíritos mais fortes. Onde hoje se congregam vibrações delicadas e nobres, edifícios de fino lavor, misturavam-se as notas primitivas dos silvícolas do país e as construções infantis de suas mentes rudimentares.
Reza a história que os fundadores de Nosso Lar iniciaram seus esforços a partir da praça onde se localiza actualmente o palácio da Governadoria, um edifício encabeçado de torres soberanas que se perdem no céu, o qual serve de ponto de convergência dos seis ministérios. [As melhores cenas do filme “Nosso Lar”, que mostram diferentes pontos da cidade espiritual, podem ser vistas neste vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=ZY2h16NbL2M]
Vizinha da colónia Nosso Lar, Alvorada Nova foi fundada muito antes e teria sido ela a inspiradora da criação dos ministérios em Nosso Lar. Situada, como a colónia Nosso Lar, em região umbralina, Alvorada Nova localiza-se no mesmo grau de inclinação da cidade de Santos. Segundo o livro Alvorada Nova, que a descreve, é ela uma das mais antigas cidades espirituais existentes no mundo, visto que antes mesmo do descobrimento do Brasil seus primeiros alicerces já haviam sido fixados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 11:24 am

47 – A ambição, a ganância e as crises económicas
Há uma diferença nítida no significado dos vocábulos ambição e ganância. O dicionário Aurélio define do seguinte modo as palavras citadas:
Ambição: Desejo veemente de alcançar aquilo que valoriza os bens materiais ou o amor-próprio (poder, glória, riqueza, posição social, etc.). Desejo ardente de alcançar um objectivo de ordem superior; aspiração, anelo. Aspiração relativamente ao futuro. Desejo intenso.
Ganância: Ambição de ganho. Ganho ilícito; usura. P. ext. Ambição desmedida.
O assunto foi bastante comentado quando da última grande crise económica que abalou a sociedade terrena em 2008 e espalhou no Ocidente o temor de uma recessão generalizada que, como sabemos, sempre acaba, em última análise,
afectando as pessoas mais pobres.
Vários analistas daqui e do exterior associaram a origem da crise à ganância de executivos dos grandes bancos e das pessoas em geral que viram na especulação a possibilidade de se enriquecerem. A ganância estimulou investimentos sem as garantias devidas, o que levou à insolvência ou a perdas gigantescas bancos e empresas nos vários continentes da Terra.
Na análise dos especialistas procurou-se, correctamente, distinguir ganância de ambição.
Ora, a aspiração de uma vida melhor, a busca do bem-estar, o desejo de progredir nada têm de mau. A Doutrina Espírita, por exemplo, considera-o normal, algo inerente ao ser humano e que acarreta, por consequência, o progresso material da sociedade. A ambição é, na opinião de vários economistas, o motor que move a sociedade capitalista e, nesse sentido, nenhum reparo se pode fazer a ela, lembrando apenas que o homem não é, em verdade, proprietário de nada, mas tão somente usufrutuário de bens que um dia terá de restituir, quando do seu retorno à verdadeira vida, ocasião em que carregará consigo apenas a inteligência, o conhecimento adquirido, as virtudes conquistadas e nada mais.
Diferente dela é a ganância, cuja melhor definição, à vista da lição contida no Aurélio, é mesmo ambição desmedida, ou seja, ambição sem limite, ambição que não hesita em usar todo e qualquer meio para se obter uma vantagem.
Não foi, pois, sem razão que a Igreja listou a cupidez – ganância, ambição desmedida por riquezas – como um dos sete pecados capitais.
Quando o homem entender o significado da vida e o objectivo real de nossa passagem pela experiência corpórea, é evidente que situações como essa não mais existirão.
Claro que estamos distantes disso, dada a inferioridade geral que caracteriza o planeta. Mas, com certeza, esse dia chegará e as pessoas compreenderão, então, que a busca do bem-estar deve ser algo natural que não prejudique a ninguém e seja a consequência directa do nosso trabalho.
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48 – Amar a Deus e ao próximo é o nosso principal dever
No estudo que fez, no capítulo I do livro A Génese, sobre as três grandes revelações da Lei de Deus, Kardec foi por demais claro.
Recordemos o que o codificador do Espiritismo ali escreveu.
A Moisés devemos – diz Kardec – três grandes realizações: a revelação da existência de um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas; a promulgação da lei do Sinai, ou Decálogo, e o lançamento das bases da verdadeira fé.
O Cristo, lembra o codificador, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou-lhe a revelação da vida futura e dissertou sobre as penas e recompensas que aguardam o homem depois da morte, um tema que não havia sido tratado na doutrina mosaica.
Evidentemente, dada a condição de inferioridade intelecto-moral que caracterizava os homens de sua época, o Cristo não pôde avançar sobre outros temas, razão pela qual disse estas palavras registadas no Evangelho de João:
«Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.» (Evangelho de João, 16:12-14.)
Surgiu então, 18 séculos depois, o Espiritismo que, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é – conforme palavras textuais de Kardec – “consequência directa da sua doutrina”.
O laço que liga as três revelações não poderia ser exposto com maior clareza.
A Doutrina Espírita, cujo advento ocorreu numa época bem mais favorável à disseminação do conhecimento, acrescentou às revelações anteriores informações importantes, como a confirmação da existência do mundo invisível que nos rodeia, a definição dos laços que unem a alma ao corpo e, por consequência, a dissipação do véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte.
Com as luzes trazidas pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamente, e vê por toda parte a justiça de Deus, ciente de que, conforme Jesus ensinou, amar a Deus e ao próximo constitui o principal dever de todos nós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 11:25 am

49 – A felicidade no mundo em que vivemos
A questão da felicidade, que é, sem contestação, a grande aspiração da imensa maioria das pessoas, é tratada em vários textos das obras espíritas, sobretudo nas de autoria do codificador do Espiritismo.
É possível ser feliz no mundo em que vivemos?
O assunto é focalizado nas questões 920 a 922 d´O Livro dos Espíritos, nas quais encontramos as seguintes informações:
I - O homem não pode gozar de completa felicidade na Terra, porque a vida aqui geralmente lhe é dada como prova ou expiação, mas depende apenas dele a suavização de seus males e poder ser tão feliz quanto possível na Terra.
II - O ser humano é quase sempre o obreiro de sua própria infelicidade; contudo, praticando a lei de Deus, a muitos males pode forrar-se e proporcionar a si mesmo uma felicidade tão grande quanto o comporte sua existência neste globo.
III - A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um indivíduo constitui, muitas vezes, a desgraça de outro. Há, porém, um padrão de felicidade comum a todos os homens – com relação à vida material, a posse do necessário; com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.
Tem-se como certo, à vista dos ensinamentos espíritas, que nossa felicidade porvindoura será o resultado directo de nossas realizações e atitudes do presente. Não é difícil compreender semelhante ideia. “A cada um segundo suas obras”, ensinava Jesus, que também nos disse que aquele que matar com a espada desta será vítima.
O destino será, assim, à vista disso, definido pela própria pessoa, que colherá nas experiências reencarnatórias futuras exactamente o fruto de sua semeadura.
O entendimento acerca deste tema é importante porque pode influir directamente na conduta dos indivíduos.
Vejamos dois exemplos.
Aos que acham que a felicidade está na posse de um corpo belo sugerimos que vejam como estão nossos amigos que já dobraram o cabo da esperança, muitas vezes envoltos em doenças e limitações orgânicas a anunciar que o fim da existência está próximo.
Aos que entendem que a felicidade se encontra na posse de dinheiro farto, propomos que visitem nossos irmãos abastados que, no final da existência, tudo dariam para readquirir a saúde e poderem desfrutar o que um dia imaginaram fosse a felicidade sonhada pelos homens.
Podemos dizer, então, que a felicidade na Terra é, sim, possível, mas ela não será encontrada nas coisas, nos objectos, naquilo que o homem pode ter ou comprar.
A felicidade será encontrada, seja aqui, seja no mundo espiritual, naquilo que o homem pode ser, e não apenas ter, visto que a pessoa boa, serena, pacífica, de consciência tranquila e fé no futuro será feliz onde quer que esteja, enquanto o indivíduo mau, perturbado, intranquilo e violento será infeliz mesmo que sua casa seja a mansão mais bela e cobiçada.
Se recorrermos à memória, lembraremos que o papa João Paulo II disse certa vez, em plena Praça São Pedro, exactamente isso, ou seja, que o inferno, tal como o paraíso, não é um lugar físico, mas um estado d'alma.
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50 – A quem o ensino espírita se dirige?
Há muitas pessoas, mesmo em nosso meio, que não entenderam ainda o que Allan Kardec disse quando, em resposta a um leitor de Bordeaux, explicou que o Espiritismo não se dirige àqueles que têm uma fé religiosa qualquer, com o fito de os desviar, mas sim à numerosa categoria dos incertos e dos incrédulos (Revista Espírita de 1863, pp. 17 a 20).
O ímpeto proselitista revela-se, às vezes, em acções aparentemente inocentes, mas que ferem profundamente o que o codificador nos ensinou.
Já vimos em determinada instituição alguém defendendo o acesso à sopa – dada aos socialmente carentes – apenas se, antes disso, a pessoa ouvisse a palestra espírita ou recebesse o passe magnético, violentando assim as convicções que tais pessoas têm, visto que o facto de necessitarem do auxílio material não significa que sejam indiferentes a essa ou àquela religião.
Convidá-las à palestra e oferecer-lhes o recurso do passe magnético, eis atitudes que não ofendem a ninguém, mas subordinar a ajuda à aceitação de tais convites é algo que não pode ser aprovado pelos que estudaram e assimilaram a proposta espírita.
Há, ainda, em nosso meio, os chamados espíritas exaltados, a que Kardec se refere no item 28 d´O Livro dos Médiuns. Crédulos por natureza, aceitam facilmente e sem reflexão tudo o que provém do plano espiritual. Exagerados em sua crença, revelam uma confiança cega e à vezes pueril nas coisas do mundo invisível. São eles, portanto, os menos indicados para convencer, o que não impede que queiram, a cada momento, exercitar seu ímpeto proselitista e converter todo mundo.
O tema tem, também, repercussão bem grande na forma como se realiza a divulgação da Doutrina, seja na tribuna, seja pela imprensa.
Nos sectores mais avançados da comunicação social espírita entende-se que o discurso espírita deve ser doutrinário, mas jamais doutrinante. A linguagem doutrinante, impositiva e às vezes intolerante, própria de certos meios religiosos, não se coaduna com a metodologia espírita.
Se vamos tratar, digamos, de um vício qualquer, como por exemplo o alcoolismo, procuremos expor seus malefícios evidentes à saúde, à família e à sociedade, mas evitemos condenar, maldizer, demonizar os que ainda bebem.
Os indivíduos devem ser sempre respeitados, não apenas no tocante ao que fazem, mas também naquilo em que acreditam, nas crenças a que se afervoram.
É preciso, pois, conscientizar-nos de que o Espiritismo não surgiu no mundo para tirar adeptos de nenhuma denominação religiosa, mas veio, sim, para os que duvidam e para aqueles que, adoptando alguma religião, nela não se encontram satisfeitos.
A divulgação que fazemos da Doutrina Espírita pela rede mundial de computadores é aberta e dirigida a todo mundo, mas sabemos que só vão acessar os sites espíritas os que decidirem fazê-lo, sem que ninguém os obrigue, movidos unicamente pelo desejo de conhecer algo que consiga responder às muitas inquietações que podem existir no mundo íntimo dessa ou daquela pessoa.
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51 – Há remédio para insensatez?
Quem tem o hábito de navegar pela internet certamente se lembra de um texto que, anos atrás, circulou pela Web com o título “Amostras da insensatez”, que mostrou a todos nós, com exemplos diversos, como a invigilância e a ausência de bom senso têm dado azo a bobagens divulgadas no Brasil em nome do Espiritismo.
Previsões e revelações bombásticas, dietas para emagrecer, casamento em centro espírita, reencarnação no mundo espiritual, vacina espiritual contra a gripe suína, registro de uma nova pomada – Pomada Esperança – recomendada por seu autor para o tratamento de matéria fluídica infecciosa acumulada por elementos vivos de magia, e por aí vai.
Existe remédio para isso?
Remédio, para ser sincero, não sabemos se existe, mas há medidas preventivas que poderiam pelo menos evitar que esse mal se alastre.
A principal delas é não permitir que o Espiritismo perca seu carácter de ciência.
Cabe-nos, a propósito, lembrar aqui o que Herculano Pires escreveu acerca do chamado método kardequiano, que permitiu surgisse no mundo a codificação da doutrina espírita, que o avanço dos anos cada vez mais confirma e reafirma, sem nela produzir o mais leve arranhão.
Herculano sintetizou em 4 pontos o método adoptado por Kardec:
1º - Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, do ponto de vista moral, da pureza das faculdades e da assistência espiritual.
Allan Kardec submetia as respostas anteriormente obtidas ao crivo de outros Espíritos, por meio de médiuns diferentes. É devido a isso que ele trabalhou com inúmeros médiuns – Caroline e Julie Baudin, Japhet, Aline, Ermance Dufaux, sra. Schmidt, sr. Crozet, dentre muitos outros –, não se fiando apenas nesse ou naquele medianeiro para firmar suas conclusões.

2º - Análise rigorosa das comunicações e seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não pudesse ser logicamente justificado.
Kardec escreveu em O Livro dos Médiuns (cap. 24, item 266) que "não existe uma comunicação má que possa resistir a uma crítica rigorosa". E na mesma obra consignou a conhecida orientação de Erasto: “Mais vale repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”
(LM, cap. 20, item 230).

3º - Controle dos Espíritos comunicantes, em face da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem.

4º - Consenso universal, isto é, concordância entre as várias comunicações recebidas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em diversos lugares, sobre o mesmo assunto.
A Revista Espírita, que Kardec redigiu e publicou de janeiro de 1858 a março de 1869, foi fundamental para isso. O Livro dos Espíritos surgiu inicialmente em 18/4/1857 com 501 questões. Na segunda edição, ocorrida em março de 1860, já eram 1.019 questões. É que, graças à Revista, Kardec constituiu-se num centro que recebia mensagens e comunicações de todos os cantos, inclusive do Brasil.
Com efeito, ele escreveria em 1864, no item II da Introdução d’O Evangelho segundo o Espiritismo: “A única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares."
*
Trazemos à lembrança as informações acima para dizer aos nossos colegas espíritas e também aos nossos leitores quão importante seria para o movimento espírita a observância do método kardequiano em nossas actividades, porque somente isso poderá evitar que novos exemplos de insensatez surjam em nosso meio.
O princípio da verificação da universalidade do ensino, por exemplo, deveria nortear os passos de todos nós que usamos a tribuna ou escrevemos para revistas e jornais. Se isso fosse seguido, toda teoria nova e assim os modismos ficariam esperando o momento certo para serem tratados ou descartados.
E seria óptimo se o mesmo cuidado tivéssemos com os livros de determinados médiuns que disseminam em nosso meio informações estranhas e duvidosas, que seguramente seriam evitadas caso o método kardequiano fosse levado realmente a sério pelos espiritistas daqui e de fora.
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52 – Como nós vemos a prece e sua importância
O tema prece foi examinado na obra de Allan Kardec em diversas oportunidades.
De forma sintética, lembremos inicialmente o que nos é dito nas questões 658 a 666 d’ O Livro dos Espíritos:
1) A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração. É preferível ao Senhor a prece vinda do íntimo à oração lida, por mais bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração.

2) A prece é um acto de adoração, com o qual podemos propor três coisas: louvar, pedir, agradecer.

3) A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.

4) Não é essencial orar muito, mas orar bem.
Há pessoas que supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Essas criaturas fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca um estudo de si mesmas.

5) Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão mudando de proceder, porque as boas acções são a melhor prece e os actos valem mais que as palavras.

6) As provas por que passamos estão nas mãos de Deus e há algumas que têm de ser suportadas até o fim; mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos, que nos dão a força de suportá-las corajosamente.

7) A prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora.
8) A prece não tem por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem oramos experimenta alívio e sente sempre um refrigério quando encontra pessoas caridosas que se compadecem de suas dores.

9) Pode-se orar pelos Espíritos e aos bons Espíritos, porque estes são os mensageiros de Deus e os executores de sua vontade. O poder deles está, porém, relacionado com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor, sem cuja permissão nada se faz.

Sobre a importância da fé ardente e seus efeitos, nunca será demais recordarmos um episódio ocorrido por ocasião da 2ª Guerra Mundial, a que André Luiz se reporta no cap. 18 do livro Os Mensageiros. O facto, segundo relatado por Alfredo, um dos Espíritos personagens do livro, ocorreu na cidade inglesa de Bristol.
Em determinada noite, Bristol estava sendo sobrevoada por alguns aviões pesados de bombardeio e as perspectivas de destruição eram assustadoras.
Para dificultar o trabalho dos agressores, a cidade havia sido imersa em total escuridão. Visto de muito longe, destacava-se, porém, à visão espiritual, um farol de intensa luz. Seus raios faiscavam no firmamento, enquanto as bombas eram arremessadas ao solo. Alfredo e seus companheiros desceram ao ponto luminoso e verificaram, então, com surpresa, que ele se encontrava numa igreja, cujo recinto devia ser quase sombrio para o olhar humano, mas altamente luminoso para os olhos espirituais.
Alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e cantavam hinos.
O ministrante do culto havia lido a passagem dos Atos em que Paulo e Silas cantavam à meia noite na prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em notas de fervorosa confiança.
Enquanto as bombas explodiam lá fora, os cristãos cantavam, unidos, em celestial vibração de fé viva. O chefe da equipe espiritual mandou, então, que Alfredo e seus companheiros se conservassem de pé, diante daquelas almas heróicas, em sinal de respeito e reconhecimento, afirmando "que os políticos construiriam os abrigos antiaéreos, mas os cristãos edificariam na Terra os abrigos anti trevosos". (Os Mensageiros, cap. 18, pp. 101 e 102.)
Lembremos, por fim, que Kardec dedicou ao tema prece os capítulos 27 e 28 de seu livro O Evangelho segundo o Espiritismo, que é certamente a obra espírita mais lida e conhecida no mundo.
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53 – De mil passará, mas a 2000 não chegará
Como alguns talvez se lembrem, a ideia relativa ao chamado final dos tempos assustou muita gente às vésperas do ano 2000, tal como teria acontecido, segundo alguns historiadores, por ocasião do ano 1000, facto que deu origem a uma conhecida frase: “De mil passará, mas a 2000 não chegará”.
Naquela oportunidade – mais de mil anos atrás – o resultado da crença no fim do mundo foi um desastre. Ninguém mais quis trabalhar nem estudar; não se começava nenhuma obra nova; as classes abastadas cuidavam de aproveitar a vida, de gozar o mais possível, já que em pouco tempo nada mais existiria...
Chegou, porém, o ano 1000 e nada aconteceu.
O Sol continuou a brilhar todos os dias, as estações chegaram a seu tempo e o desapontamento de alguns, ao lado da alegria da maioria, foi marcante.
Os indivíduos interessados na perpetuação da crença no fim do mundo arranjaram logo uma desculpa: houvera erro de contagem e o fim do mundo seria no ano seguinte. Passou-se mais esse ano e nada sucedeu. Apareceram então outras pessoas, iludidas ou interesseiras, que declararam que a data de mil anos deveria ser contada a partir da morte de Jesus e não do seu nascimento – e todo mundo teve de esperar mais 33 anos. O tempo correu, vieram os 33 anos de espera, e nada! A Terra continuava a girar como sempre, viva como nunca, apesar das explicações dos sábios da teologia. A profecia do Milénio acabou, por fim, desacreditada, desmoralizada mesmo, e os homens voltaram ao ritmo natural da vida.
Não existe em nenhum lugar dos chamados livros sagrados qualquer alusão à data de extinção de nosso mundo. Tudo o que se fala por aí, em nome das diversas religiões, é mais ou menos a repetição da profecia a que aludimos. Como o mundo não se findou no ano 1000, quem sabe não se findaria no ano 2000? Mas o que existe sobre o assunto não passa de hipótese sem fundamento algum.
Com efeito, conforme o evangelista Marcos, Jesus afirmara, a respeito desse dia ou dessa hora, que “ninguém sabe quando há de ser, nem os anjos do céu, nem o filho, mas só o Pai” (Marcos, 13:32).
Assim, caso vá ocorrer um dia a extinção deste planeta, só Deus sabe se isso se dará e quando.
Existe, ademais, outro aspecto a considerar no tocante ao chamado final dos tempos. Segundo as anotações de Mateus, após a descrição das dores, das tristezas e do quadro de desolação geral que se abaterá sobre o planeta, Jesus declarou:
“Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará; mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este Evangelho do reino será pregado em toda a Terra, para servir de testemunho a todas as nações. É então que o fim chegará” (Mateus, 24:11-14).
Tais palavras significam que o fim do mundo virá quando o Evangelho for pregado em toda a parte. Ora, não tem lógica supor que Deus destruirá a Terra justamente quando ela estiver ingressando no caminho de sua restauração moral pela prática dos ensinamentos evangélicos. E mais:
nada há nas palavras do Cristo que indique ou sugira a destruição física do planeta, fato que, em tais condições, não se justificaria.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, dá à profecia um outro sentido, acorde com os ensinos dos Espíritos superiores acerca da Terra e da vida em outros planetas.
Com efeito, a Terra ainda é um planeta moralmente bem atrasado, um mundo de provas e expiações, em que o mal predomina. Abaixo dela, em termos evolutivos, somente os mundos primitivos; acima dela, três categorias de planetas:
mundos de regeneração, mundos felizes e mundos celestes.
Nosso planeta tem, portanto, um largo destino à sua frente, e a mudança que nele se espera é sua elevação à condição de mundo regenerador, em que as pessoas autorizadas a nele nascer trarão consigo o ideal cristão e a predisposição para fazer com que o Evangelho do reino seja conhecido e efectivamente praticado.
É, pois, o fim do mundo velho, do mundo governado pelos preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo, pela cupidez, por todas as paixões pecaminosas, a que o Cristo aludiu ao dizer: “Quando o Evangelho for pregado por toda a Terra, então é que virá o fim”.
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54 – Das crises que enfrentamos, qual a mais séria?
A palavra crise tanto pode designar uma conjuntura ou momento perigoso, difícil ou decisivo, como a falta de alguma coisa considerada importante – por exemplo, crise de emprego, crise de responsabilidade, crise de valores.
O Brasil, e não apenas nosso país, depara-se com vários tipos de crise. O altíssimo índice do desemprego é uma delas e, certamente, uma das mais sérias. Outra é a chamada crise moral, cuja solução – dada a sua abrangência – não é nada fácil.
Não é fácil porque a crise de valores morais extrapola as fronteiras do país, não importa que o lugar seja um país do Primeiro Mundo ou do Terceiro, pois o homem é sempre o mesmo, onde quer que viva, fato que não causa surpresa alguma aos espiritistas, que sabem que os traços fisionómicos, a bolsa recheada ou a cor da pele nada têm a ver com a condição evolutiva do Espírito reencarnado.
Planeta de provas e expiações, é natural que na Terra reencarnem indivíduos moralmente complicados e endividados. Nossos erros e vacilações do passado têm sido numerosos, o que faz com que, ao lado de pessoas honestas e sinceras, se encontrem no mundo indivíduos desonestos e venais.
Entendemos, no entanto, que já passou a hora da mudança e que não é possível que em pleno Terceiro Milénio, dois mil anos depois do advento do Cristo, até para ingressar numa faculdade as pessoas se valham de métodos que há muito deveriam ter sido extirpados da sociedade em que vivemos.
Não podemos, todavia, ter ilusões quanto a isso, porque a crise de valores, diferentemente da crise económica, demanda tempo e boa vontade para ser superada, pois ela diz respeito à própria concepção que temos da vida. Se essa concepção é de fundo materialista, nada mais natural que as coisas continuem como são. Outro, no entanto, deveria ser o comportamento dos que se dizem adeptos do Cristianismo.
De que vale ao homem ganhar o mundo e perder a si mesmo? – perguntou Jesus há mais de dois mil anos, mostrando-nos que a ética cristã não se concilia com a fraude, a corrupção, os desmandos e a má administração dos recursos públicos.
As religiões bem que poderiam abrir os olhos aos que nisso se comprazem, mostrando-lhes que eles se enganam e que seu sucesso será, diferentemente do que imaginam, vão, enganoso e muito curto. Afinal, que representa uma existência de 90 anos comparada à vida imortal de um Espírito?
Certamente, isso não será suficiente para pôr fim a esse estado de coisas que se arrasta e se avoluma. Mas constituirá um bom começo, a que os espiritistas não podem faltar, confiantes no reconhecido poder moralizador do Consolador prometido por Jesus e na clareza de sua mensagem.
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55 – Podemos e devemos doar nossos órgãos
De vez em quando, aparecem nas telas da TV depoimentos de artistas e outras pessoas conhecidas do grande público conclamando o povo a nutrir simpatia pelo ato de doação dos órgãos de seus entes queridos. Tais campanhas são, com efeito, necessárias e bastante úteis, visto que se contam aos milhares os que aguardam a oportunidade de receber um transplante, algo que nada custa à família daquele que deixa este plano em seu retorno ao mundo espiritual.
No meio espírita muitos conhecem a resposta que Chico Xavier deu certa vez a alguém que lhe havia perguntado se os Espíritos consideravam os transplantes uma prática contrária à lei natural.
“Não”, disse o saudoso médium. “Eles (os Espíritos) dizem que, assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, ao nos desvencilharmos do corpo físico, que venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito.”
É bom lembrar que, no início, a questão dos transplantes não foi bem assimilada pelos espiritistas em geral. Como Allan Kardec não tratara do assunto em suas obras, as divergências a respeito não foram poucas, e é nisso que avulta a importância do que Chico Xavier disse, complementado por declarações abalizadas como a feita à época pelo Dr. Jorge Andréa, que, em seu livro Psicologia Espírita, afirmou que não há nenhuma dúvida de que, nas condições atuais da vida em que nos encontramos, os transplantes vieram para ficar e deviam, por isso, ser utilizados.
“A conquista da ciência – declarou Dr. Andréa – é força cósmica positiva que não deve ser relegada a posição secundária por pieguismos religiosos.”
Hoje, passados tantos anos, ninguém tem dúvida do valor dos transplantes e dos benefícios que eles trazem não só ao receptor, mas igualmente ao doador dos órgãos.
Se alguma dúvida houvesse, o caso Wladimir, descrito por Richard Simonetti no livro Quem tem medo da morte?, seria suficiente para dissolvê-la.
Aos que ainda não leram referida obra, lembramos que o jovem Wladimir, valendo-se da faculdade mediúnica de Chico Xavier, revelou que, mesmo em mortes traumáticas como a que ele teve – um tiro desferido no próprio peito –, a caridade da doação é largamente compensada pelas leis estabelecidas pelo Criador.
A conclusão, por isso, é óbvia: todos podemos e devemos doar os órgãos que nosso corpo não mais utilizará depois de finda a existência corporal.
A extracção de um órgão não produz reflexos traumatizantes no perispírito do doador. O que lesa o perispírito, que é o nosso corpo espiritual, são as atitudes incorrectas perpetradas por nós, e não o que é feito a ele ou ao corpo por outras pessoas.
Ademais, o doador é, invariavelmente, beneficiado pelas preces e pelas vibrações de gratidão e carinho que partem dos que aqui continuam, especialmente do receptor do órgão transplantado e de seus familiares.
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56 – Fazer o bem, e não o mal, eis o que o Espiritismo nos propõe
Os fenómenos espíritas constituem, como sabemos, um poderoso instrumento de conversão dos incrédulos, sobretudo quando demonstradas sua causa e sua finalidade.
É por isso que, na expressão de Allan Kardec, o Espiritismo “vem em apoio da religião”, quando mostra e explica com clareza certos fatos que, embora nada tendo de miraculosos, nem por isso são menos extraordinários. Aí se contam as aparições, os fenómenos de movimentação de objectos, a levitação, a bicorporeidade, a psicografia e tantos outros fatos que passaram, ao longo da história, por prodígios e, todavia, dizem respeito somente à acção dos Espíritos sobre o nosso mundo.
A vida é complexa; ninguém o ignora. Não existe uma só pessoa que encontre na Terra apenas flores e sorrisos. A dor visita todos os lares, e a morte, quando menos se espera, vem ceifar em nosso meio, levando consigo os seres amados e deixando, à sua passagem, um rastro de dor e saudades.
O mistério da vida não recebeu até hoje, seja da ciência, seja da filosofia, uma explicação razoável. Afinal, todas as conjecturas em torno dos objectivos da existência humana não têm passado de especulações.
A filosofia clássica nos reconhece como seres espirituais, mas nada nos diz acerca de nossa origem e de nosso destino.
Coisa não muito diversa ocorreu com a religião.
O fantasma do inferno e a utopia do paraíso povoam a imaginação humana. “É preciso sofrer para subir aos céus. Basta crer para adentrar o paraíso. A fé é a chave que nos abrirá tal porta” – eis o que, em nome da religião, se tem ensinado aos homens.
Diante de tais ideias, veio o Espiritismo, pela voz dos homens desencarnados, dizer que somos Espíritos, sim, tal como ensina a filosofia, com a diferença de que fomos criados simples e ignorantes, com iguais possibilidades para o bem e para o mal e tendo por meta a perfeição de que o ser humano é susceptível.
Não há inferno e inexiste o céu, pois um e outro são estados d’alma.
Não é a fé que nos levará à salvação. É a caridade mais desinteressada que nos permitirá galgar um degrau a mais no caminho da evolução.
Ninguém foi posto no mundo para sofrer. A dor é contingência natural que decorre do nosso estado evolutivo. É no meio da luta, das vicissitudes, das experiências da vida que o homem cresce e se agiganta para alçar voos mais altos.
A finalidade da existência é o progresso do ser humano, visto que, concorrendo para a obra geral, os homens igualmente progridem.
Somos dotados de livre-arbítrio. Podemos praticar o mal, tanto quanto somos livres para fazer o bem. A escolha unicamente a nós pertence, mas é claro que dessa opção resultarão consequências que não poderemos evitar, como demonstram inúmeros exemplos reunidos nas obras espíritas, especialmente em O Céu e o Inferno, livro publicado por Allan Kardec em 1865.
Contudo, para que não haja dúvida alguma, fazer o bem, e não o mal, é a proposta que o Espiritismo nos faz, visto que o bem que fazemos anula o mal que fizemos, consoante o apóstolo Pedro registrou no capítulo 4, versículo 8, de sua 1ª Epístola.
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57 – O caso de Itatira e os fenómenos de Pentecostes
Anos atrás um facto ocorrido na cidade de Itatira, no interior do Ceará, chamou a atenção de muita gente, inclusive da grande imprensa. Após uma suposta visão do Espírito de um colega morto, dezenas de jovens passaram mal em uma escola da cidade. Muitos deles entraram em transe e alguns tiveram de ser levados para o hospital. A referência à visão do jovem falecido foi feita por alguns dos estudantes.
A primeira ideia explicativa do fenómeno associou o fato a um possível ataque de histeria colectiva. Segundo os especialistas, a histeria colectiva é uma espécie de explosão de sentimentos, de vontades reprimidas, que é disparada em várias pessoas ao mesmo tempo. Os sentimentos recalcados ficariam guardados no inconsciente porque não teriam sido exprimidos.
Uma ideia não verbalizada, um medo, uma tristeza, uma angústia – tudo isso escaparia de uma forma não usual, gerando a histeria.
Lembrou-se então que várias ocorrências de histeria colectiva foram registradas ao longo da história, como ocorreu em 2007 em um colégio de freiras no México, onde cerca de 600 alunas começaram a apresentar dificuldades para andar.
Depois de estudado minuciosamente o assunto, a conclusão foi de que as regras rígidas da escola foram a causa da histeria.
No caso da escola de Itatira, não ocorreu a ninguém da localidade a possibilidade de ter havido ali o singelo fenómeno de aparição do Espírito do jovem, cuja descrição foi feita por estudantes presentes e não por terceiros.
Ouvido por jornalistas de São Paulo, o psicólogo clínico Júlio Peres, doutor em neurociências pela USP, disse ser necessário levar em consideração a possibilidade de os jovens do Ceará terem sofrido um problema ligado à sua espiritualidade, e não um transtorno psiquiátrico. "É possível que tenha havido uma experiência espiritual. O DSM IV [manual de diagnóstico de saúde mental utilizado em vários países do mundo] reconhece a existência de problemas espirituais e religiosos", declarou o especialista.
As pessoas que assistiram à reportagem da TV Globo sobre o caso (*) puderam ver um dos jovens mencionando o colega cujo Espírito supostamente teria aparecido. E viram também referências ao estado em que vários jovens se encontravam no momento dos fatos, aparentemente fora de si, como se estivessem alcoolizados ou em transe.
O episódio leva-nos à recordação dos fenómenos de Pentecostes, descritos no livro Actos dos Apóstolos, obra escrita por Lucas, que adiante resumimos.
Segundo Lucas, no dia de Pentecostes realizado poucas semanas após a crucificação de Jesus, os apóstolos do Senhor estavam em um mesmo recinto quando, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
Foram vistas, então, línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles, e todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas.
Em Jerusalém moravam judeus, homens religiosos, oriundos de diversas nações. Quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, que ficou aturdida, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua e todos se maravilhavam, dizendo uns aos outros: “Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?”
Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, na Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, Frígia e Panfília, Egipto e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos ouviram em suas próprias línguas falar das grandezas de Deus e, dizendo uns para os outros, perguntavam: “Que quer isto dizer?”, enquanto outros, zombando, diziam: “Eles estão embriagados”.
Foi quando Pedro, pondo-se em pé com os demais apóstolos, levantou sua voz e disse-lhes:
“Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
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E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões e os vossos velhos terão sonhos. E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo”. (Atos dos Apóstolos, 2:1-13.)
Não podemos, obviamente, afirmar se houve ou não na escola de Itatira um caso de aparição, mas lembramos que essa é uma hipótese a considerar, uma vez que Chico Xavier também foi tachado de louco por pessoas da Igreja e de sua própria família quando dizia, na simplicidade de uma criança, que via os mortos.

(*) A reportagem da TV Globo sobre os fenómenos de Itatira pode ser vista clicando-se em http://g1.globo.com/ciencia-esaude/noticia/2010/06/histeria-coletiva-surge-devontades-recalcadas-diz-psicologa.html
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 8:38 pm

58 – Casamento, destino e livre-arbítrio
Muitas pessoas, mesmo no meio espírita, entendem que na questão do casamento tudo o que nele ocorre foi predeterminado, não existindo espaço para experiências não previstas no momento em que, elaborando sua programação reencarnatória, o Espírito planeja os factos principais da existência corpórea que se avizinha.
A experiência mostra o equívoco desse pensamento. Basta olhar o que tem ocorrido no meio artístico, tanto aqui quanto no exterior, em que existem atores e actrizes que já se encontram no terceiro ou quarto casamento. Seria ingenuidade imaginar que todos eles ocorreram como resultado de um programa previamente elaborado no mundo espiritual.
Com efeito, examinando o tema fatalidade, os instrutores espirituais disseram a Kardec: “Não creias que tudo o que ocorre esteja escrito, como se diz”. “Um acontecimento é, frequentemente, a consequência de uma coisa que fizeste por um acto de tua livre vontade, de tal sorte que, se tu não tivesses feito essa coisa, o acontecimento não ocorreria.” (O Livro dos Espíritos, item 859-A.)
Com relação especificamente ao casamento, Divaldo Franco declarou oportunamente, em entrevista ao jornal “O Imortal”, que existem casamentos programados e casamentos resultantes tão somente de precipitação. No rol destes últimos podemos relacionar, sem medo de errar, todas essas uniões que, motivadas unicamente por uma atracção de momento, não duram seis meses.
Podemos, portanto, afirmar que as programações reencarnatórias estão, sim, sujeitas a mudança e que um homem – graças ao livre-arbítrio de que é dotado – pode perfeitamente envolver-se com uma mulher não incluída em seu projecto reencarnatório e dessa união até mesmo nascerem filhos, o que não significa que os filhos venham por acaso, simplesmente porque o acaso inexiste.
O neófito em Espiritismo certamente perguntará como isso é possível. A razão não é difícil de compreender. Os benfeitores espirituais aproveitam toda oportunidade, mesmo as equivocadas, para semear o bem. O filho que nasce de um envolvimento dessa natureza tem, evidentemente, ligação com os pais, ou com um deles, na maior parte das vezes com a mãe.
Kardec tratou do assunto de forma bem clara no item 872 d´O Livro dos Espíritos, no qual ensina que o livre-arbítrio se exerce de duas formas bem diferentes na vida de uma pessoa.
Na erraticidade, ele se expressa na escolha que dá forma à chamada programação reencarnatória; depois, na condição de encarnado, é ele que permite ao indivíduo adoptar essa ou aquela conduta, que pode atender ou não ao que foi programado.
Existem ainda os casos de reprogramação, em que, para atender a uma emergência, pode ser dado novo rumo à história de uma pessoa.
Exemplos disso, inúmeros, encontramos nas obras de André Luiz. Um dos casos é quando, por exemplo, o marido se suicida, deixando mulher e filhos sem o arrimo necessário ao cumprimento de suas tarefas. Um segundo casamento na vida dessa mulher pode perfeitamente ser estabelecido, com a ajuda dos benfeitores espirituais.
O caso Octávio, narrado no cap. 7 do livro Os Mensageiros, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, mostra-nos o que pode acontecer na vida de um homem que se rebela ante o programa traçado, e revela que, embora não destinado a casar-se, o indivíduo pode fazê-lo e até mesmo ter filhos, descumprindo o compromisso inicialmente firmado e assumindo, por isso mesmo, todas as consequências decorrentes desse acto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 8:38 pm

59 – Por que evangelizar nossas crianças?
A questão proposta foi-nos apresentada por uma jovem mãe que, quando a formulou, estava dando seus primeiros passos nos estudos espíritas.
Para entender o que leremos linhas abaixo é necessário, antes de tudo, saber como o Espiritismo vê o ensino moral contido no Evangelho.
Reportando-se ao tema, Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, escreveu:
“Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os actos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral.
As quatro primeiras têm sido objecto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo.
Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. E, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, item I.)
Aí está o ponto central da resposta à pergunta formulada.
Evangelizar uma pessoa é ensinar-lhe o caminho que leva à paz, à harmonia, à felicidade possível no mundo em que vivemos. E quando tal tarefa deve começar?
A resposta a esta questão é também por demais conhecida dos espíritas: a tarefa da evangelização deve iniciar-se na infância, esse período da existência corpórea que Emmanuel assim conceituou: "A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para uma longa viagem. A velhice será a chegada ao porto. A infância é a preparação".
Os instrutores da espiritualidade nos ensinam que, encarnando-se com o objectivo de se aperfeiçoar, o Espírito durante a infância “é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo".
As crianças – ensina o Espiritismo – são os seres “que Deus manda a novas existências”. “Para que não lhes possam imputar excessiva seriedade, dá-lhes todos os aspectos da inocência. Julgando os seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É na fase infantil que se lhes pode reformar o carácter e reprimir as suas más tendências. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder." (O Livro dos Espíritos, questões 383 e 385.)
Examinando o assunto, Emmanuel escreveu:
“O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.
Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência. Ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isto, mais vivas, tornando-se mais susceptível de renovar o carácter e estabelecer novo caminho.
Passada a época infantil, atingida a maioridade, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma encarnada terá retomado o seu património nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.” (O Consolador, pergunta 109.)
Diante de esclarecimentos tão claros e objectivos, apenas pais negligentes hão de perder a oportunidade de oferecer ao filho o roteiro que poderá conduzi-lo à felicidade vindoura – roteiro esse que, segundo Allan Kardec, é infalível.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 8:38 pm

60 – Enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho haverá esperança
Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los. É também assisti-los, proporcionar-lhes repouso na velhice, cercá-los de cuidados como eles fizeram connosco na infância. Nós, os filhos, não devemos a nossos pais apenas o estritamente necessário, mas igualmente, na medida do que pudermos, os pequenos nadas, ainda que supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis...
E no dia especial em que anualmente todos festejamos o Dia das Mães, é sempre importante, em homenagem a elas, recordar dois belíssimos textos que enaltecem com inteira justiça o que a Mãe significa em nossa vida.
O primeiro, de autoria de Don Ramon Angel Lara, intitula-se Retrato de Mãe:
“Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus; e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo; que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; forte, no entanto estremece ao choro de uma criancinha, e fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões; viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.
Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum, porque eu a vi passar no meu caminho.
Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página. Eles lhes cobrirão de beijos a fronte, e dirão que um pobre viandante, em troca da sumptuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe.”
*
O segundo, de autoria de Giuseppe Ghiaroni, é o belo e conhecido poema intitulado Dia das Mães:
Mãe, volto a te ver na antiga sala
Onde uma noite te deixei sem fala
Dizendo adeus como quem vai morrer.
E tu me viste sumir pela neblina,
Porque a sina das mães é esta sina:
Amar, cuidar, criar, depois... perder.

Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
Já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
Sorrindo, o rouba; e a velha mãe aflita
Ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
Fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
Olhando o leito que eu deixei vazio,
Cantando uma cantiga de ninar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 8:38 pm

Hoje volto coberto de poeira
E te encontro quietinha na cadeira,
A cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
Não sinto que me cabe este direito...

O direito de dar-te este desgosto,
De te mostrar nas rugas do meu rosto
Toda miséria que me aconteceu.
E quando vires a expressão horrível
Da minha máscara irreconhecível,
Minha voz rouca murmurar: “Sou eu!”.

Eu bebi na taberna dos cretinos,
Eu brandi o punhal dos assassinos,
Eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
Eu fui vilão em todas as tragédias,
Eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
E só agora, quando chego ao fim,
Traído pela última esperança,
E só agora quando a dor me alcança
Lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Devo voltar, ser esquecido.
Mas... que foi? De repente ouço um ruído;
A cadeira rangeu, é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
E, me envolvendo num milhão de abraços,
Rendendo graças, diz “Meu filho!”, e chora.

E chora e treme como fala e ri,
E parece que Deus entrou aqui,
Em vez do último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
Quase é como se o céu me perdoasse,
Me limpasse de todos os pecados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 24, 2023 8:39 pm

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro...
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
Que eu compreendo o que significa:
O filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
Mas que me beija como agradecendo
Toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
Mas tu me olhas num olhar tão doce
Que, nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães é o dia da bondade
Maior que todo o mal da humanidade
Purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um ser mesquinho,
Enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
Cantará a esperança para o mundo!
*
Sim, o poeta tem razão.
Enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho haverá esperança de que o mundo em que vivemos chegará de modo mais rápido à condição espiritual para a qual está destinado.

Fim

§.§.§- Ave sem Ninho
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