LUZ ESPÍRITA
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Lições para ontem, hoje e amanhã - Astolfo O. de Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:16 pm

40 – Raros são os que voltam ao plano espiritual na época certa
Exceptuando-se os casos de suicídio, há quem pense que nós morremos e retornamos ao mundo espiritual na época que Deus ou seus prepostos estabeleceram.
Esse é, no entanto, um pensamento equivocado, porque raros voltam ao plano extra-físico na ocasião prevista.
André Luiz, autor da série Nosso Lar, apresenta-nos em sua obra o termo completista, utilizado na espiritualidade para designar as pessoas que aproveitam de forma integral as oportunidades construtivas oferecidas pela reencarnação e, por conseguinte, regressam na época certa à verdadeira vida.
O conceito de completista apareceu pela primeira vez no cap. 12 do livro Missionários da Luz, e passou desde então a fazer parte dos textos espíritas.
Em uma obra publicada posteriormente
– Obreiros da Vida Eterna, cap. 16 – André Luiz relata o caso de Fábio, espírita dedicado que tivera existência modesta e limitara o voo das ambições mais nobres, no culto da espiritualidade redentora.
Considerado completista, Fábio foi, ao desencarnar, recebido com festa na espiritualidade.
Apesar de ter sido acicatado por dificuldades sem conta, no transcurso da experiência recém-finda, Fábio se esforçara pela tranquilidade familiar, de modo que, quando desencarnou, deixou esposa e filhos amparados na fé viva.
Embora não lhes legasse facilidades económicas, ele afastou-se do corpo físico jubiloso e confortado, com a glória de haver aproveitado bem as oportunidades recebidas. Afeiçoado profundamente ao Evangelho do Cristo, viveu-lhe os princípios renovadores, conseguindo iluminar a mente da companheira e construir bases sólidas no espírito dos filhinhos, orientando-os para o futuro.
Casos como o de Fábio são, infelizmente, muito raros.
Por que raros?
São raros porque nosso corpo material dificilmente consegue manter-se saudável quando nos deixamos envolver pelos excessos na mesa, pelos alcoólicos, pelo tabagismo, pela inexistência de exercícios físicos ou pela não observância de uma dieta adequada e de uma vida moralmente equilibrada, factores que o vão minando, fazendo com que uma pessoa que deveria chegar aos 80 anos de idade não ultrapasse, às vezes, os 60 anos. A lição que disso extraímos é muito clara. Se quisermos obter em nossa volta ao mundo espiritual o título de completista, é importante que saibamos que esse prémio não nos será concedido gratuitamente e que importa colaboremos para conquistá-lo, cuidando do corpo tanto quanto cuidamos da alma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:16 pm

41 – A oração é uma força em nossa vida
A principal obra da doutrina espírita – O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec – dedica um capítulo inteiro à prece, definindo esta como um legítimo ato de adoração ao Criador da vida, cuja importância para nós é muito grande, e bem superior à que geralmente imaginamos. “Orar a Deus – ensina o Espiritismo – é pensar n’Ele; é aproximar-se d’Ele; é pôr-se em comunicação com Ele.” (O Livro dos Espíritos, item 659.)
Ensinada pelo Cristo e pelos instrutores espirituais, a prece é, em verdade, uma manifestação da alma em busca da Presença Divina, uma espécie de conversa com o Criador ou com seus prepostos, e por isso deve ser despida de todo e qualquer formalismo.
A prece deve ser o primeiro ato no nosso retorno às actividades de cada dia e, em face disso, cultivada diariamente. O Espírito de Monod assim o recomenda em uma mensagem constante do capítulo 27, item 22, d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Lembremos aqui algumas recomendações que sobre a prece colhemos na doutrina espírita:
• A prece, quando ditada pelo coração, é
sempre agradável a Deus.
• A prece deve ser secreta, não precisa ser longa e deve ser antecedida do ato do perdão.
• A prece não pode ser paga, porque “é um acto de caridade, um lance do coração".
• O essencial não é orar muito, mas orar bem.
• A prece deve ser espontânea, objectiva, robusta de sentimentos elevados, que precisam ser cultivados sempre.
• A forma da prece nada vale, mas sim o conteúdo.
• A atitude daquele que ora é íntima, eminentemente espiritual. Atitudes convencionais, posição externa e rituais são vestes dispensáveis ao ato de orar.
• A prece deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando e querendo naquele momento, de uma forma precisa, sem que isso constitua uma repetição de termos que, na maioria das vezes, são ininteligíveis para quem os profere. • A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.
• Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão mudando de proceder, visto que as boas acções são a melhor prece e os actos valem mais que as palavras.
Há no Evangelho um exemplo de prece que deveria servir como modelo para todos nós que habitualmente oramos. Falamos da prece do publicano, narrada no cap. XVIII do Evangelho segundo Lucas. Recordemos a lição, que nos mostra que a humildade e a sinceridade são requisitos fundamentais na oração:
“Jesus também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.
Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado.” (Lucas, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)
Além da humildade e da sinceridade exemplificadas na prece do publicano, um outro requisito essencial é destacado por Jesus em seu ensinamento sobre a oração, ou seja, o esquecimento e o perdão que devemos conceder aos que nos tenham prejudicado. Jesus recomenda-nos expressamente que devemos reconciliar-nos com os adversários, antes de oferecermos ao Pai a nossa oferenda e elevarmos a Ele a nossa prece.
Segundo a doutrina espírita, três coisas podemos fazer por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:16 pm

Louvar é reconhecer e enaltecer a Deus por tudo o que Ele criou. Significa aceitar com alegria tudo o que nos rodeia, que, no tocante à participação do Senhor em nossa vida, é sempre justo, equilibrado e perfeito. Exemplo de prece de louvor é o Salmo 23 de Davi.
No tocante à prece de pedido, eis algo que todos fazemos, mas são poucos, em verdade, os que sabemos fazê-lo, o que nos leva geralmente a pedir a Deus aquilo que não se deve. Não devemos pedir, por exemplo, o afastamento da dor, mas as forças e a compreensão para suportá-la.
Emmanuel nos dá a propósito disso, em "Recados do Além", um exemplo que deveríamos seguir em nossas preces de pedido: "Jesus!
Reconheço que a Tua vontade é sempre o melhor para cada um de nós; mas se me permites algo pedir-Te, rogo me auxilies a ser uma bênção para os outros".
Concluindo, é bom que nos lembremos de agradecer também a Deus a bênção da vida, a família que temos, os amigos que nos rodeiam, a saúde e as oportunidades que Ele nos concede todos os dias com a generosidade e a paciência de um verdadeiro Pai.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:17 pm

42 – A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas
Sempre que comemoramos o Dia das Mães, em que reverenciamos, com justa razão aquelas que nos possibilitaram vir ao mundo, lembramo-nos de uma carta em que uma leitora de nossos escritos escreveu-nos o seguinte:
“Aprendemos no Espiritismo que o amor maternal decorre de uma espécie de missão e faz parte das leis da natureza. Se isso é verdade, por que a missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas?”
Com efeito, o papel de pais e mães constitui, sem dúvida nenhuma, uma verdadeira missão, como está dito com clareza pelos instrutores espirituais na resposta dada à questão 582 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
Quanto às dificuldades que ambos encontram no desempenho dessa missão, é bom que meditemos nos ensinamentos contidos nas questões 890 a 892 da obra acima citada.
O coração materno é, na expressão de um Espírito amigo, “uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo”, mas grave é o ofício da verdadeira maternidade. “Levantam-se monumentos de progresso entre os homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se penitenciárias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, às mães indiferentes e criminosas”, assevera Sebastiana Pires no cap. 3 do livro Luz no Lar, obra mediúnica psicografada por Chico Xavier.
Ensina o Espiritismo que a Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. Entre os animais, esse amor se limita às necessidades materiais e cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, ele persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que sobrevivem mesmo à morte e acompanham o filho até no além-túmulo.
Não se deduza do fato de estar o amor maternal nas leis da natureza que a missão materna seja algo fácil, porque não o é. Trata-se, em verdade, de tarefa espinhosa em que a renúncia e as lágrimas fazem morada.
Não é difícil entender por que isso se dá. É que habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que – nas palavras de conhecido autor – ainda não acertaram as rodas do entendimento no carro da evolução, a fim de trabalharem sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidas à máquina das convenções sociais, no instituto da família, caminham lado a lado, sob o aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas.
Existem pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus genitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congénita.
A missão materna reveste-se, pois, de encargos sublimes, sobretudo nos lares onde Espíritos antagónicos, quando não inimigos, se encontram temporariamente unidos pelos laços do parentesco.
A maternidade desenvolve a sensibilidade, a ternura e a paciência, aumentando a capacidade de amar na mulher.
No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família.
A missão materna consiste em dar sempre aos filhos o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e corrigindo-lhe as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando necessária.
Sacrificar-se-á de todos os modos ao seu alcance pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é divino e que todo desperdício é falta grave.
Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio.
Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo ao trabalho e a fonte de harmonia para todos.
Buscará, enfim, na piedosa mãe de Jesus o símbolo das virtudes cristãs, ciente de que, como escreveu a leitora, a missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas.
Aí estão razões inúmeras para que neste Dia das Mães, – mas não apenas neste dia, – reverenciemos nossa mãe e agradeçamos a ela a oportunidade de estarmos aqui, vivos, aptos e prontos para dizer-lhe quanto a amamos e como é bom ser seu filho!
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43 – Notícias do além-túmulo
Vez por outra ouvem-se frases como esta:
“Ninguém jamais voltou para dizer se a vida continua”.
Afirmações desse tipo são compreensíveis quando ditas por quem não professa o Cristianismo, mas absolutamente impertinentes se partem dos que aceitam o Novo Testamento como obra confiável e depositária da fé cristã. Afinal, é nele que lemos a descrição detalhada do retorno de Jesus ao convívio dos discípulos após sua morte no Gólgota e, antes disso, sua recepção a dois vultos do Antigo Testamento – Moisés e Elias – que vieram confortá-lo momentos antes de sua prisão.
Não queremos aqui mencionar os fatos contidos no Antigo Testamento, que são inúmeros e expressivos, visto que vivemos em um país que se orgulha de dizer-se cristão e tem no Novo Testamento o livro que dá base à sua fé.
As criaturas minimamente informadas sabem que foram exactamente as comunicações dos chamados mortos que deram e continuam a dar força ao Espiritismo, porquanto os princípios espíritas não se baseiam em opiniões nem em concílios, mas em fatos, como os que o professor Carlos Augusto Perandréa mostrou em suas pesquisas sobre mensagens psicografadas por Chico Xavier, do que resultou um trabalho científico inédito até aquela oportunidade, publicado inicialmente na revista científica Semina, da Universidade Estadual de Londrina, e depois transformado no livro “A Psicografia à Luz da Grafoscopia”.
No referido trabalho, o autor comprovou a realidade das comunicações mediúnicas comparando a letra padrão do indivíduo antes da morte com sua assinatura aposta na mensagem psicografada, com que chegou, por meio de análises técnicas, à verificação da autenticidade gráfica em inúmeros casos. Para quem ainda não sabe, informamos que Perandréa não era espírita até que os fatos e sua própria experiência no campo da mediunidade modificaram sua concepção religiosa.
Os Espíritos, portanto, já voltaram, sim, e continuam a voltar do Além, trazendo notícias sobre a vida extrafísica, na qual, segundo dizem, são muitas as ocupações e missões a desempenhar.
Além do trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes – conforme eles mesmos revelam – a tarefa de executar a vontade de Deus, concorrendo, desse modo, para a harmonia do Universo.
A ocupação dos Espíritos é, segundo comprovam os fatos, contínua no mundo espiritual, mas nada tem de penosa, uma vez que não estão eles sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias da vida terrestre. E, coisa curiosa, até os Espíritos inferiores e imperfeitos desempenham funções úteis no mundo em que vivem, conquanto muitas vezes não tenham consciência disso.
De acordo com os ensinamentos espíritas, devem os Espíritos percorrer todos os graus da escala evolutiva para se aperfeiçoarem, e é por isso que habitam em toda a parte e adquirem pelo estudo e pela experiência o conhecimento gradativo de todas as coisas. Há, porém, tempo para tudo, e cada coisa vem no momento próprio, de modo que a experiência por que um Espírito está passando hoje, um outro já superou e outros deverão mais tarde enfrentar.
As missões dos Espíritos objectivam sempre o bem. Estando encarnados ou desencarnados, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos e dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, cabendo-lhes ainda velar pela execução de determinadas coisas. Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protectores, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos.
Há tantos géneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto no mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela qual desempenha sua tarefa.
No tocante ao mundo dos encarnados, os Espíritos se ocupam com as coisas que nos dizem respeito de conformidade com o grau de evolução
em que se acham. Os superiores só se ocupam com o que seja útil ao progresso. Os inferiores se ligam mais às coisas materiais e delas se ocupam.
A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade contemplativa, que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade. Suas atribuições são proporcionadas ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.
Por toda a parte, como se vê, a actividade é constante, da base ao ápice da escala, o que enseja a todos, sem nenhuma excepção, oportunidade de instruir-se e alcançar a meta, que é a perfeição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:17 pm

44 – O segredo da paz em “Nosso Lar”
Quando André Luiz, depois de haver passado oito anos no Umbral, adentrou a região designada em seu livro como sendo a cidade ou colónia espiritual “Nosso Lar”, um fato chamou-lhe de pronto a atenção. O ambiente escuro, denso, desprovido de beleza – que caracterizava a região em que estivera longo tempo – fora substituído por um cenário encantador e de paz, céu azul, sol brilhante, lindas construções, embora a cidade se localizasse na mesma região em que ele estagiara.
Em “Nosso Lar” ele aprendeu coisas que jamais imaginara que existissem. O Umbral, por exemplo, disse-lhe mais tarde seu amigo Lísias, “começa na crosta terrestre”. “É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.” (Nosso Lar, cap. 12, pág. 70.)
O Umbral funcionaria, pois, como região destinada ao esgotamento dos resíduos mentais, uma espécie de zona purgatorial, em que se queima a prestações o material deteriorado das ilusões adquiridas por atacado, mas jamais faltou ali a protecção divina. O plano umbralino está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, visto que, em verdade, todo Espírito, onde estiver, “é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem”.
Como explicar, então, a diferença de cenário e de ambiente?
Por que num lugar a escuridão, a revolta e o desespero, enquanto noutro lugar, perto dali, o sol brilhante, a paz e a harmonia?
A explicação veio-lhe mais tarde, por meio de Lísias, que lhe disse que havia um compromisso entre todos os habitantes equilibrados da colónia no sentido de não se emitirem pensamentos contrários ao bem. Dessa forma, o esforço da maioria se transformou numa prece quase perene e daí nasceram as vibrações de paz que tanto impressionaram o autor do livro Nosso Lar, obra psicografada por Chico Xavier que tanto sucesso obteve em nosso país.
Se nós, encarnados ainda na Crosta terrestre, fizéssemos um pacto semelhante, em que apenas pensássemos e agíssemos no bem, com toda a certeza o cenário e o ambiente deste mundo tão conturbado se modificariam para melhor, possibilitando e tornando concreta a transformação da Terra, de um mundo de provas e expiação, em um mundo de regeneração.
Depois de considerações semelhantes ao que explanamos, o saudoso confrade Richard Simonetti disse, numa das palestras que proferiu em nossa cidade, que existe uma receita que pode tornar tal ideia uma possibilidade real. E aludiu ao que ele chamou de receita de Tia Grace, uma senhora americana que deixou registado em seu diário um curioso roteiro para que as pessoas tornem útil sua passagem pela Terra e firmem um real compromisso com o bem.
O breviário de Tia Grace é muito simples e compõe-se apenas de seis pontos:
• Todos os dias, faça algo útil a alguém.
• Faça algo útil também para você mesmo.
• Faça algo que é preciso fazer, mas você não tem vontade.
• Faça um exercício físico.
• Faça um exercício mental.
• Agradeça a Deus pela bênção da vida.
A fórmula, se observada em todos os dias de nossa existência, funcionará, sem dúvida alguma, e – quem sabe? – poderá ser a ferramenta que tem faltado para que, na parte que nos toca, ajudemos a Terra a galgar um novo estágio no seu processo evolutivo.
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45 – O que nos faz melhores?
Auto-proclamado Estado Islâmico, o grupo que aterrorizou parte da população no Iraque e na Síria não constituiu, obviamente, uma boa propaganda do Islã e da doutrina contida no Alcorão, facto que foi lembrado e lamentado com tristeza por líderes muçulmanos de várias partes do mundo.
Com efeito, sequestrar meninas e decapitar jornalistas não são procedimentos condizentes com a religião fundada por Maomé e se somam aos argumentos dos que pretendem que a violência é inerente ao islamismo, o que seguramente não é verdade.
Ressurge, a propósito do assunto, uma antiga questão relacionada à qualidade das religiões e sua eficácia junto aos seus adeptos. E daí, a pergunta inevitável: – Das religiões conhecidas qual é, afinal, a melhor?
O assunto não é estranho à obra de Allan Kardec, que dele tratou de forma objectiva no livro O que é o Espiritismo, na passagem adiante reproduzida em que Kardec dialoga com um Padre:
Padre. – Pois bem! Que dizem os Espíritos superiores a respeito da religião? Os bons nos devem aconselhar e guiar. Suponhamos que eu não tenha religião alguma e queira escolher uma; se eu lhes pedir para aconselharem-me se devo ser católico, protestante, anglicano, quaker, judeu, maometano ou mórmon, qual será a resposta deles?
A.K. – Há dois pontos a considerar nas religiões: os princípios gerais, comuns a todas, e os princípios particulares de cada uma delas. Os primeiros são os de que falamos há pouco; estes são proclamados por todos os Espíritos, qualquer que seja a sua classe. Quanto aos segundos, os Espíritos vulgares, sem ser maus, podem ter preferências, opiniões; podem preconizar esta ou aquela forma, animar certas práticas, seja por convicção pessoal, seja porque conservaram as ideias da vida terrena, seja por prudência, para não assustar as consciências timoratas. Acreditais, por exemplo, que um Espírito esclarecido, fosse mesmo Fénelon, dirigindo-se a um muçulmano, irá inabilmente dizer-lhe que Maomé é um impostor, e que ele será condenado se não se fizer cristão? Não o fará, porque seria repelido.
Em geral, os Espíritos superiores, se a isso não são solicitados por alguma consideração especial, não se preocupam com essas questões de minúcia, eles se limitam a dizer: Deus é bom e justo; não quer senão o bem; a melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que é conforme à bondade e justiça de Deus; que dá de Deus a maior e a mais sublime ideia e não O rebaixa emprestando-Lhe as fraquezas e as paixões da humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a amarem-se todos como irmãos; que condena todo mal feito ao próximo; que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja; que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da Natureza, porque Deus não se pode contradizer; aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, caridade e moralidade; aquela que procura melhor combater o egoísmo e lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, finalmente, em nome da qual se comete menos mal, porque uma boa religião não pode servir de pretexto a nenhum mal; ela não lhe deve deixar porta alguma aberta, nem directamente, nem por interpretação. Vede, julgai e escolhei. (O que é o Espiritismo, Terceiro Diálogo, O Padre.)
As ideias acima expostas pelo Codificador do Espiritismo são semelhantes, se não idênticas, às que o Dalai Lama expressou em um interessante diálogo com o conhecido teólogo Leonardo Boff, citado no livro Conselhos Espirituais, publicado por Verus Editora.
Segundo Leonardo Boff, no intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, da qual ambos participavam, ele perguntou ao líder tibetano:
– Santidade, qual é a melhor religião?
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, olhou-o bem nos olhos e afirmou:
— A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Em face dessa assertiva tão clara, o teólogo perguntou:
— O que me faz melhor?
O Dalai Lama respondeu:
— Aquilo que te faz mais compassivo, aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...
Em face de ideias tão sábias, como seria bom que elas chegassem aos líderes do Estado Islâmico!
Certamente Maomé – onde quer que se encontre – ficaria feliz se tal acontecesse, e mais ainda se eles as ouvissem e adoptassem.
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46 – Deve-se fazer de tudo para ser feliz?
A pergunta acima foi, algum tempo atrás, um dos temas da dissertação de filosofia do exame de conclusão do equivalente ao ensino médio na França e que dá acesso à universidade. Uma espécie, portanto, do nosso conhecido Enem - Exame Nacional do Ensino Médio.
Para responder a perguntas como essa é preciso, primeiro, explicar o que é ser feliz, o que entendemos por felicidade.
Muitos leitores devem lembrar-se de Jerónimo Mendonça, cognominado O Gigante Deitado, que retornou à pátria espiritual no dia 26 de novembro de 1989.
Cego e tetraplégico confinado a uma cama ortopédica, mesmo assim Jerónimo realizou uma obra notável no campo do serviço social e da divulgação do Espiritismo. Dotado de inalterável bom humor, ele encantava, com sua palavra e seu exemplo de resignação activa, a todos que o ouviam.
Certa vez, um repórter lhe perguntou o que é a felicidade. Ele respondeu assim: “A felicidade, para mim, deitado há tanto tempo nesta cama sem poder me mexer, seria poder virar de lado”.
A felicidade, como ninguém ignora, depende do ponto de vista com que encaramos a vida e das condições em que vivemos.
A um homem perdido no deserto, sob um sol escaldante, nada vale mais do que um copo d´água.
A um jovem que luta por ingressar na faculdade, figurar na lista dos aprovados não tem preço.
Para a jovem que ama de verdade um rapaz que igualmente a ama, nada supera unir-se a ele em matrimónio.
E assim os exemplos se sucedem nessa busca incessante da criatura humana por ser feliz.
O tema felicidade, como sabemos, é tratado em muitas obras espíritas.
Com o título de “A felicidade não é deste mundo”, o Espírito de François-Nicolas-Madeleine, que foi na Terra o cardeal Morlot, escreveu a seguinte mensagem:
“Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: ‘A felicidade não é deste mundo’.
Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna.
Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efémera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:18 pm

E notai, meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.
Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente purificados e aperfeiçoados.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 20.)
Como já mencionamos, Kardec propôs certa vez aos Espíritos a seguinte questão: “Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?” Eles responderam: “Não”.
Justificaram então a resposta explicando que a existência corpórea em um planeta como o nosso foi-nos concedida como prova ou expiação. E acrescentaram: “Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra” (O Livro dos Espíritos, questão 920).
Quanto à pergunta que dá título a este texto, que resposta o estimado leitor daria?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 27, 2023 8:18 pm

47 – Um peixe sem bicicleta
Vimos, algum tempo atrás, postado numa das redes sociais um cartaz com estes dizeres: “Um homem sem religião é como um peixe sem bicicleta”.
Traduzindo-o em português claro e directo: do mesmo modo que um peixe não necessita de bicicleta, o homem não precisa de religião.
Esse é um pensamento que se tornou um modismo nos dias que correm, mais comum, no entanto, entre os jovens, o que não é difícil de entender. Quem não enfrentou ainda as agruras de uma longa existência pode equivocar-se com relação a muita coisa. A religião seria apenas uma delas.
Com o passar dos anos, contudo, muda nossa visão com respeito a muitos assuntos, como ocorreu, por exemplo, com André Luiz, que assim se reportou ao assunto, logo na abertura de sua primeira obra psicografada pelo médium Chico Xavier:
“Em momento algum, o problema religioso surgiu tão profundo a meus olhos. Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos, figuravam-se-me agora extremamente secundários para a vida humana. Significavam, a meu ver, valioso património nos planos da Terra, mas urgia reconhecer que a humanidade não se constitui de gerações transitórias e sim de Espíritos eternos, a caminho de gloriosa destinação.
Verificava que alguma coisa permanece acima de toda cogitação meramente intelectual. Esse algo é a fé, manifestação divina ao homem. Semelhante análise surgia, contudo, tardiamente. De facto, conhecia as letras do Velho Testamento e muita vez folheara o Evangelho; entretanto, era forçoso reconhecer que nunca procurara as letras sagradas com a luz do coração. Identificava-as através da crítica de escritores menos afeitos ao sentimento e à consciência, ou em pleno desacordo com as verdades essenciais. Noutras ocasiões, interpretava-as com o sacerdócio organizado, sem sair jamais do círculo de contradições, onde estacionara voluntariamente.” (Nosso Lar, cap. 1, pág. 18.)
Outros vultos conhecidos no planeta perceberam, ainda em vida, o valor da religião e nesse sentido é forçoso lembrar uma das frases mais famosas atribuídas a Albert Einstein: “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”.
No livro Einstein e a Religião, de Max Jammer, professor de Física e colega de Einstein em Princeton, há informações interessantes sobre o relacionamento do notável cientista com a religião.
No livro, Jammer menciona outra frase importante de Einstein, numa entrevista concedida em 1930 ao escritor James Murphy e ao matemático John William Navin Sullivan. “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência”, disse-lhes Einstein, “provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas.”
Fisiologista e cirurgião francês, o dr. Alexis Carrel, laureado com o Prémio Nobel de Medicina de 1912, notabilizou-se não apenas por suas experiências sobre enxerto de tecidos e de órgãos e sua sobrevida fora do corpo, mas também por suas obras filosóficas, dentre as quais se destaca O homem, esse desconhecido, best-seller na América do Norte em 1935.
Em fevereiro de 1942, a revista Selecções do Reader’s Digest revelou outra faceta do grande médico e pensador: sua fé em Deus e sua crença no valor incomensurável da oração, que ele define como sendo “uma invisível emanação do espírito de adoração do homem, a forma de energia mais poderosa que ele é capaz de gerar”.
Eis, resumidamente, o que diz sobre a prece e a religião o notável médico francês:
1. A prece marca com os seus sinais indeléveis as nossas acções e conduta.
2. A oração é uma força tão real como a gravidade terrestre. A influência da prece sobre o corpo e sobre o espírito humano é tão susceptível de ser demonstrada como a das glândulas secretoras.
3. Muitos enfermos têm-se libertado da melancolia e da doença graças à prece. É que, quando oramos, ligamo-nos à inexaurível força motriz que acciona o universo e, no pedir, nossas deficiências humanas são supridas e erguemo-nos fortalecidos e restaurados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:08 am

4. Não devemos, no entanto, invocar Deus tendo em vista meramente a satisfação dos nossos desejos. Maior força colhemos da prece quando a empregamos para suplicar-lhe que nos ajude a imitá-lo.
5. Toda vez que nos dirigimos a Deus, melhoramos de corpo e de alma. Não tem, porém, sentido orar pela manhã e viver como um bárbaro o resto do dia.
6. Hoje, mais do que nunca, a prece é uma necessidade inelutável na vida de homens e povos. É a falta de intensidade no sentimento religioso que acabou por trazer o mundo às bordas da ruína.
O pensamento de André Luiz, Einstein e Alexis Carrel deveria estar presente na mente de todos aqueles que, de modo infantil, redigiram ou divulgam a frase do cartaz a que nos referimos:
“Um homem sem religião é como um peixe sem bicicleta”. Pensem e comportem-se assim e verão o que os espera no seu retorno à verdadeira vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:09 am

48 – Deus... Será que Tu existes?
Graças a uma belíssima montagem feita por um confrade de Minas, circulou algum tempo atrás nas redes sociais um lindo vídeo formado com a oração intitulada “Deus”, de autor ignorado, na qual o autor diz ter procurado Deus por toda a parte e, após haver duvidado de sua existência e mercê de incessante busca, revela como O encontrou. Como fundo musical, o autor do vídeo inseriu a linda canção Best That You Can Do, de Christopher Cross, um dos hits da década de 1980, que o leitor, caso queira, pode ouvir clicando neste link: https://www.youtube.com/watch?v=FqTkxFJHrNw

Diz assim o texto da oração:
Deus...
Passei tanto tempo Te procurando.
Não sabia onde estavas, olhava para o infinito e não Te via.
E pensava comigo mesmo: será que Tu existes?
Não me contentava com a busca e prosseguia,
Tentava Te encontrar nas religiões e nos templos;
Tu também não estavas.
Te busquei através dos sacerdotes e pastores;
Também não te encontrei.
Senti-me só, vazio, desesperado e descri.
E na descrença Te ofendi,
E na ofensa tropecei,
E no tropeço caí,
E na queda senti-me fraco.
Fraco, procurei socorro.
No socorro encontrei amigos,
Nos amigos encontrei carinho,
No carinho eu vi nascer o amor,
Com amor eu vi um mundo novo
E no mundo novo resolvi viver...
O que recebi, resolvi doar.
Doando alguma coisa, muito recebi
E em recebendo senti-me feliz.
E ao ser feliz, encontrei a paz.
E tendo a paz foi que enxerguei
Que dentro de mim é que Tu estavas
E sem procurar-te foi que Te encontrei.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:09 am

A reacção das pessoas que viram o vídeo citado foi, em geral, de viva emoção, de rara alegria, de contentamento inusitado, não só pela beleza da melodia, mas, sobretudo, pela mensagem contida na oração que acabamos de ler.
Quando a lemos, lembramo-nos de imediato de um momento semelhante, narrado em uma das obras de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo Franco. Referimo-nos ao livro Nos Bastidores da Obsessão, em que, no capítulo 16, selando o encontro com Teofrastus, seu amado de quem fora apartada pelos tristes acontecimentos do período inquisitorial, a jovem Ana Maria (a mesma Henriette dos episódios de Ruão) lhe disse:
"Aprendi, quando estudava o Evangelho, em criança, em Ruão, este conceito que nunca esqueci: ‘Quando eu buscava Deus fora de mim, não O achava; quando o procurava dentro de mim, tinha-O perdido; resolvi amar e ajudar o meu próximo e deparei-me comigo, com Deus e com o meu irmão'. Buscando Jean e o ajudando, achar-nos-emos os três na felicidade..."
Que as duas experiências contidas na oração transcrita e no depoimento de Ana Maria possam ajudar-nos a também encontrar Deus, esse Pai amoroso que, em verdade, só deseja o bem às suas criaturas, embora nem sempre o percebamos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:09 am

49 – Os Espíritos não têm sexo?
A questão da sexualidade é um dos assuntos que com frequência suscitam dúvidas em nossos leitores, sejam eles espíritas ou não.
Um deles, por exemplo, disse-nos certa vez não compreender a informação de que os Espíritos não têm sexo, uma vez que eles se comunicam connosco como homem ou mulher e assim vivem nas cidades espirituais, fato mostrado no filme Nosso Lar, baseado no livro homónimo de autoria de André Luiz. Como ninguém ignora, Lísias se apresenta ali na forma masculina e D. Laura, sua mãe, na forma feminina.
Sobre o assunto, lembremos inicialmente duas informações que colhemos na obra de Allan Kardec:
a) As almas ou Espíritos podem animar corpos de homens e mulheres. As almas ou Espíritos não têm sexo; as afeições que os unem nada têm de carnal; fundam-se numa simpatia real e, por isso, são mais duráveis. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.)
b) Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos não se reproduzem uns pelos outros, razão por que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. (Revista Espírita de 1866, págs. 2 e 3.)
As informações a que nos reportamos não resolvem, porém, quando vistas isoladamente, a dúvida do leitor.
Afinal, por que uns se apresentam com a forma masculina e outros com a forma feminina?
A compreensão da questão requer que sejam lembradas aqui, preliminarmente, algumas explicações conhecidas dos estudiosos espíritas.
No seu livro Vida e Sexo, obra psicografada por Chico Xavier e publicada pela FEB em 1971, Emmanuel apresenta-nos quatro informações que nos podem auxiliar no tocante ao assunto.
Ei-las:
1ª – Quando errante, isto é, desencarnado, pouco importa ao Espírito encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher. “O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.” (O Livro dos Espíritos, item 202.)
2ª – A vida espiritual pura e simples rege-se por afinidades electivas essenciais; contudo, através de milénios e milénios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenómeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.
3ª – O homem e a mulher podem ser, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.
4ª – O Espírito, ao renascer entre os homens, pode, obviamente, tomar um corpo feminino ou masculino, atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado sector de acção ou ao cumprimento de obrigações regenerativas.
Às informações prestadas por Emmanuel devemos acrescentar o que Allan Kardec escreveu a respeito do mesmo tema, como podemos conferir na Revista Espírita de 1866, págs. 2 a 4.
Segundo o codificador do Espiritismo, as almas podem, efectivamente, animar corpos de homens e mulheres, tal como é ensinado em O Livro dos Espíritos e no livro Vida e Sexo.
Ocorre que a influência que o Espírito encarnado sofre do organismo não se apaga imediatamente com a morte, depois da destruição do corpo material, assim como ninguém perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos.
Se determinado Espírito percorreu uma série de existências no mesmo sexo, ele poderá conservar durante muito tempo, na erraticidade, o carácter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa.
É dessa forma – devido a essa influência, que repercute da vida corporal à vida espiritual, e vice-versa – que ele se apresentará no plano espiritual, na chamada erraticidade, o que explica a existência ali de homens e mulheres, embora estejam desencarnados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:09 am

50 – Os recursos espíritas
“Não se esqueça jamais, ao longo da vida, dos recursos espíritas.”
Muitas pessoas já ouviram frase semelhante dita pelo pai, pelo avô ou por um amigo mais experiente, interessados todos em ajudar, em indicar o caminho, em contribuir para que as dificuldades da vida, quer de ordem material, quer de ordem espiritual, possam ser superadas e assimiladas.
A que recursos a frase se refere?
Examinando de perto o assunto, não é difícil deduzir que o conselho diz respeito a três conhecidos recursos, não propriamente espíritas, mas utilizados pelos espíritas – a oração, o Evangelho no lar e o passe magnético.
A importância da oração é por demais conhecida.
Orar no momento de dormir, à hora do despertar e nas principais refeições de cada dia, eis providências abonadas por dois vultos importantes do Espiritismo – Monod e Bezerra de Menezes – e não apresentam nenhuma contra-indicação. A oração, diz-nos Joanna de Ângelis, nos leva a sintonizar com as forças que regem a vida, vitalizando-nos, e somente por isso, independentemente do acolhimento que tenha, faz-nos imenso bem.
O Evangelho no lar, a que nos referimos nesta obra, é outra providência inestimável, porque nos permite elevar nossa alma, ainda que por escassos minutos, a um nível mais elevado de cogitações, lembrando-nos que a criatura humana não é tão somente um corpo dotado de alma, mas uma alma temporariamente revestida de um corpo.
Além do benefício pessoal e directo que colhemos com essa prática, não ignoramos o bem que ela também proporciona àqueles que, livres do corpo físico, buscam o nosso domicílio à procura de ajuda.
Como diz Bezerra de Menezes, muitos dos que partem para a vida espiritual, finda a existência corporal, costumam permanecer apresados à trilha corpórea. Encontram-se desencarnados, mas não libertos; invisíveis, mas não ausentes. A prece e a leitura de uma página do Evangelho podem, sem dúvida, ajudá-los muito na necessária readaptação à vida espiritual.
Quanto ao passe magnético, um recurso terapêutico usado com bastante frequência por Jesus e seus apóstolos, trata-se de algo conhecido de todas as pessoas que costumam ir aos centros espíritas, convictas de que, graças a essa singela prática, podem fortalecer-se para enfrentar as agruras e as dificuldades da vida.
Recomendados expressamente como elementos terapêuticos essenciais na cura das obsessões, os três recursos são igualmente valiosos como medida preventiva na vida de qualquer pessoa, independentemente de suas convicções religiosas, porque se fundamentam, não em dogmas particulares, mas nas leis naturais que o Criador nos legou.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:09 am

51 – Nada acontece por acaso
Toda vez que se registra algo inusitado, imprevisível, inesperado, costumamos atribuí-lo ao chamado acaso, um tema que tem sido examinado na imprensa espírita em diversas oportunidades.
Fizeram a Emmanuel a seguinte pergunta: – O “acaso” deve entrar nas cogitações da vida de um espiritista cristão?
Emmanuel respondeu: “O acaso, propriamente considerado, não pode entrar nas cogitações do sincero discípulo da verdade evangélica. No capítulo do trabalho e do sofrimento, a sua alma esclarecida conhece a necessidade da própria redenção, com vistas ao passado delituoso e, no que se refere aos desvios e erros do presente, melhor que ninguém, a sua consciência deve saber da intervenção indébita levada a efeito sobre a lei de amor, estabelecida por Deus, cumprindo-lhe aguardar, conscientemente, sem qualquer noção de acaso, os resgates e reparações dolorosas do futuro”. (O Consolador, obra psicografada pelo médium Chico Xavier, pergunta 186.)
Lemos no livro Conduta Espírita, de André Luiz, estas duas recomendações:
“Usar com prudência ou substituir toda expressão verbal que indique costumes, práticas, ideias políticas, sociais ou religiosas, contrárias ao pensamento espírita, quais sejam sorte, acaso, sobrenatural, milagre e outras, preferindo-se, em qualquer circunstância, o uso da terminologia doutrinária pura.” (Conduta Espírita, obra psicografada pelo médium Waldo Vieira, capítulo 13.)
“Libertar-se das cadeias mentais oriundas do uso de talismãs e votos, pactos e apostas, artifícios e jogos de qualquer natureza, enganosos e prescindíveis. O espírita está informado de que o acaso não existe.” (Obra citada, cap. 18.)
O escritor J. Herculano Pires, na obra Na Era do Espírito, escrita em parceria com Chico Xavier e Espíritos diversos, anotou:
“Os familiares desagradáveis são hoje o que deles fizemos ontem. Nada acontece por acaso, sem razão, em nossas vidas.” (Na Era do Espírito, cap. 2.)
“Nada acontece por acaso. Tudo resulta da lei de causa e efeito. E todo efeito tem um sentido: o da evolução. Todos somos Espíritos faltosos e sofremos as provas que pedimos antes de encarnar. Temos dívidas colectivas a resgatar. Mas além do resgate espera-nos a liberdade, a paz, o progresso.” (Obra citada, cap. 3.)
Os fatos que nos cercam, as provações que nos acometem, os sucessos e os insucessos da vida, nada disso deve ser atribuído ao acaso, à sorte ou ao azar, porque tais coisas são fruto da chamada lei de causa e efeito, que é retratada no caso Letil, narrado por Kardec no cap. VIII da 2ª Parte do livro Céu e Inferno, que adiante resumimos.
Letil foi um industrial que residia nos arredores de Paris e teve, em abril de 1864, uma morte horrível: incendiou-se uma caldeira de verniz fervente e ele, num piscar de olhos, foi atingido pela matéria candente. Letil, embora vendo que estava perdido, ainda teve ânimo de caminhar até o seu domicílio, à distância de mais de 300 metros.
Quando lhe prestaram os primeiros socorros, suas carnes dilaceradas caíam aos pedaços, desnudando os ossos de uma parte do corpo e da face. Ainda assim, sobreviveu por doze horas, em meio a cruciantes sofrimentos, conservando, porém, até o fim perfeita lucidez.
Devidamente assistido no mundo espiritual, Letil narrou na Sociedade Espírita de Paris como ocorreu a sua desencarnação e a causa de sua expiação. “Vai para dois séculos – disse ele – mandei queimar uma rapariga, inocente como se pode ser na sua idade – 12 a 14 anos. Qual a acusação que lhe pesava? A cumplicidade em uma conspiração contra a política clerical. Eu era então italiano e juiz inquisidor; como os algozes não ousassem tocar o corpo da pobre criança, fui eu mesmo o juiz e o carrasco.”
Dirigindo-se a todos os que deploram o esquecimento das vidas passadas, Letil exclamou:
“Oh! vós, adeptos da nova doutrina, que frequentemente dizeis não poder evitar os males pela insciência do passado! Oh! irmãos meus!
bendizei antes o Pai, porque, se essa lembrança vos acompanhasse à Terra, não mais haveria aí repouso em vossos corações”. “Como poderíeis vós, constantemente assediados pela vergonha, pelo remorso, fruir um só momento de paz? O esquecimento aí é um benefício, porque a lembrança aqui é uma tortura.” (Céu e Inferno, 2ª Parte, cap. VIII, Letil.)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:10 am

52 – A cruz nossa de cada dia
Além dos vários significados que apresenta, como por exemplo o madeiro em que Jesus foi pregado, a palavra cruz é usada também, por extensão, para designar aflição, pena, infortúnio. É com esse sentido que se diz: “Maria carrega uma cruz pesada”.
Em um planeta como a Terra, é óbvio que quase todas as pessoas, com as excepções de praxe, chegam à existência corpórea carregando determinada cruz, que pode ser leve ou pesada, mas, com certeza, é proporcional às suas forças.
Comentando determinada passagem do Evangelho, Kardec escreveu:
"Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu." Podem traduzir-se assim essas verdades: "Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais".
Depois, acrescenta: "Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir", isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prémio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: "Já recebestes a vossa recompensa”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, item 19.)
Certa vez uma senhora procurou Chico Xavier, levando consigo uma criança ao colo. Ela lhe disse:
"Seu Chico, meu filho nasceu surdo, cego e sem os braços. Agora está com uma doença nas pernas e precisa amputar as duas pernas para ser salvo. Por que isso tudo?".
Chico, olhando fixamente aquela sofrida mulher, respondeu-lhe: "Minha filha, Emmanuel, aqui presente, me diz que nas dez últimas encarnações esse ser suicidou-se e pediu, antes de renascer nesta actual existência, que lhe fossem retiradas as possibilidades de mais uma tragédia.
Porém, como agora, apesar de cego, surdo e sem braços, está ainda procurando um lugar como um precipício, rio, avenida, para se matar..., aí só cortando as pernas, não?".
Como analisar tão dura prova? O sofrimento da criança, a angústia da mãe, um destino que se apresenta cruel são justificados em face de um bem maior, que é a salvação de uma alma, a recuperação de um ser que se complicou muito no passado e, no entanto, merece a indulgência do Pai e uma segunda chance.
Examinado o fato sob a óptica materialista, é claro que vicissitudes como essas são consideradas inteiramente sem propósito. Mas nós somos espiritualistas e temos de, necessariamente, olhar para a vida com um sentido mais largo e mais profundo, visto que o corpo é transitório, mas a alma vive para sempre.
Das muitas histórias narradas por Humberto de Campos, lembramo-nos do caso de uma pobre viúva que, assoberbada por sofrimentos acerbos, apelara para Deus, a fim de que se modificasse a volumosa cruz da sua existência. Tudo lhe havia falhado nas fantasias do amor, do lar e da ventura.
– Senhor, exclamou ela, por que me deste uma cruz tão pesada? Arranca dos meus ombros fracos esse insuportável madeiro!
À noite, mergulhada nas asas brandas do sono, a alma daquela mulher foi conduzida a um palácio resplandecente. Um Emissário do Senhor recebeu-a no pórtico, com sua bênção. Uma sala luminosa e imensa lhe foi designada. Toda ela se enchia de cruzes. Viam-se ali cruzes de todos os feitios e tamanhos.
– Aqui – disse-lhe ele – guardam-se todas as cruzes que as almas encarnadas carregam na face triste do mundo. Cada um desses madeiros traz o nome do seu possuidor. Atendendo, porém, à tua súplica, ordena Deus que escolhas aqui uma cruz menos pesada que a tua.
A mulher, embora surpresa com o facto, examinou as cruzes presentes e, após algum tempo, escolheu conscienciosamente aquela cujo peso correspondia, segundo sua visão, às suas possibilidades. Quando, porém, a apresentou ao Mensageiro Espiritual, verificou que na cruz escolhida encontrava-se insculpido o seu próprio nome, reconhecendo então sua impertinência e rebeldia.
– Vai – disse-lhe o Emissário do Senhor – com a tua cruz e não descreias! Deus, na sua misericordiosa justiça, não poderia macerar os teus ombros com um peso superior às tuas forças.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:10 am

53 – O céu se ganha pela caridade e pela brandura
A afabilidade e a doçura são formas com que se manifesta a benevolência entre as criaturas humanas, assim o disse Lázaro (autor espiritual)
em uma mensagem transmitida no ano de 1861 em Paris e inserida por Allan Kardec no cap. IX de seu livro O Evangelho segundo o Espiritismo.
Ora, a virtude a que chamamos benevolência é expressamente mencionada pelos instrutores espirituais que participaram da obra de codificação da doutrina espírita, quando por eles foi dito qual o sentido da palavra caridade segundo o entendimento de Jesus. A informação está contida na resposta dada à questão 886 d´O Livro dos Espíritos, adiante reproduzida:
886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
(Nota de Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.
Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.)
A caridade, como se vê, vai além do simples acto de se praticar a beneficência, porque deve abranger todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores.
Sinteticamente, ela pressupõe:
Benevolência com todos, porque somos todos irmãos e é assim que nosso Pai deseja que nos tratemos.
Indulgência para com os outros porque, como nós ainda cometemos muitos erros, precisamos também da indulgência alheia.
Perdão das ofensas, porque a atitude contrária ao perdão faz mal àquele que não consegue perdoar.
Como sabemos, Jesus recorria quase sempre ao recurso das parábolas quando se dirigia às pessoas que o ouviam, pela simples razão de que nem todos possuíam evolução espiritual necessária para apreender em sua profundidade as verdades evangélicas; mas não deixou dúvida alguma sobre a necessidade da caridade e do amor ao próximo como condições para o ingresso da criatura humana no chamado reino dos céus, como o leitor pode verificar por si mesmo, à vista dos ensinamentos seguintes contidos no Evangelho segundo Mateus:
“Nem todos os que dizem: Senhor, Senhor!
entrarão no reino dos céus; mas sim os que fazem a vontade do meu Pai que está nos céus.” (Mateus, 7:21.)
“Assim, todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática, será semelhante a um homem ajuizado, que constrói sua casa sobre a rocha. Cai a chuva, correm as enxurradas, sopram os ventos que se lançam contra essa casa.
Mas ela não desaba, porque está construída sobre a rocha.” (Mateus, 7:24-25.)
“Então, o rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era estrangeiro e me acolhestes. Estava nu e me vestistes, doente e me visitastes, na prisão e me viestes ver.” (Mateus, 25:34-36.)
“Portanto, tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas.” (Mateus, 7:12.)
Em face de advertências tão claras e convincentes, não é de estranhar a frase o céu se ganha pela caridade e pela brandura, que Kardec escreveu e inseriu no cap. IV, item 11, d´O Evangelho segundo o Espiritismo. Adoptamo-la, por motivos óbvios, para servir de título a este texto.
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Lições para ontem, hoje e amanhã - Astolfo O. de Oliveira Filho - Página 3 Empty Re: Lições para ontem, hoje e amanhã - Astolfo O. de Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:10 am

54 – O passe espírita: sortilégio ou uma prática cristã?
É conhecida no meio espírita a seguinte declaração feita por José Herculano Pires a respeito do passe magnético, um recurso utilizado em todos os centros espíritas que conhecemos: “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos”.
Considerado por adversários do Espiritismo como sendo apenas um sortilégio, o passe adoptado nas instituições espíritas desde os seus primórdios é, em verdade, um recurso terapêutico que se assemelha em tudo ao que Jesus e seus apóstolos praticavam.
No cap. 59 do seu livro Religião dos Espíritos, referindo-se ao assunto, Emmanuel afirma que no Egipto dos Ramsés um velho papiro já preceituava, no tocante ao magnetismo curativo: "Pousa a tua mão sobre o doente e acalma a dor, afirmando que a dor desaparece".
Foi, porém, justamente em Jesus – lembra Emmanuel – que o magnetismo curativo atingiu seu ponto culminante na humanidade.
O Mestre estendia a mão e cegos passavam a ver, paralíticos se levantavam, leprosos ficavam limpos, obsidiados se recuperavam. E o Mestre, além de o utilizar, sugeriu aos apóstolos que assim também procedessem, como vemos no Evangelho de Marcos (16:15 a 18), em que Jesus recomendou-lhes expressamente:
"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (...) E estes sinais seguirão aos que crerem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; manusearão as serpentes, e se beberem alguma potagem mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos, e eles sararão".
Quando escreveu o livro que conhecemos como Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas mostrou-nos que os apóstolos entenderam bem o recado do Mestre.
Vejamos o que Lucas informou:
1) Após haver curado, à porta do templo, um coxo de nascença, que contava então mais de 40 anos e ao qual disse simplesmente: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou; em nome de Jesus Cristo, Nazareno, levanta-te e anda", o apóstolo Pedro foi levado, junto com João, para a prisão. No dia seguinte, interpelado no Sinédrio, diante de Anás, Caifás, João e Alexandre, ele lhes falou sobre o evangelho e disse que a cura daquele coxo fora feita em nome de Jesus. Depois, já reunido aos companheiros, ele orou a Deus pedindo que concedesse aos seus servos o poder de, estendendo as mãos sobre os enfermos, curar as enfermidades. (Atos, 4:30)
2) O pedido de Pedro foi, obviamente, atendido, como prova este trecho: "E pelas mãos dos apóstolos se faziam muitos milagres e prodígios entre a plebe" (Atos, 5:12); ou este outro: "A estes apresentaram diante dos apóstolos, e orando puseram as mãos sobre eles". (Atos, 6:6)
3) Foi assim que Saulo de Tarso recuperou a visão: "E foi Ananias, e entrou na casa; e pondo as mãos sobre ele, disse: Saulo, irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que recobres a vista, e fiques cheio do Espírito Santo". (Atos, 9:17)
4) Algum tempo depois, Paulo repetiria o gesto em Éfeso: "E havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e eles falavam em diversas línguas e profetizavam" (Atos, 19:6), repetindo-o tantas vezes quantas necessárias, como ocorreu na ilha de Malta, ao curar o pai do príncipe Públio: "Sucedeu porém achar-se então doente de febre e de disenteria o pai de Públio. Foi Paulo vê-lo, e, como fizesse oração e lhe impusesse as mãos, sarou-o". (Atos, 28:8)
Quando alguém, seja por ignorância, seja por preconceito, disser que o passe espírita é tão somente um sortilégio, pergunte-lhe se já leu Atos dos Apóstolos e, caso a resposta seja afirmativa, indague-lhe se Paulo de Tarso e Jesus foram também fazedores de sortilégios.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 10:10 am

55 – Onde impera a fraternidade o orgulho é uma anomalia
Não é difícil apurar a qualidade de uma fruta quando estamos no mercado diante de uma banca.
No caso da melancia, para convencer o cliente, muitos vendedores têm por costume oferecer uma fatia da fruta e aí, ao experimentá-la, o paladar não deixa ninguém em dúvida.
No tocante à qualidade da sociedade em que vivemos, a aferição se faz por meio dos exemplos que deparamos a cada momento.
Algum tempo atrás, em um jogo de futebol disputado em Huancayo, Peru, todas as vezes em que o jogador Tinga, do Cruzeiro, tocava na bola, torcedores da equipe Real Garcilaso imitavam sons de macacos, um episódio de racismo que repercutiu no mundo do futebol aqui e fora do Brasil, suscitando até mesmo uma manifestação pública do governo do Brasil, e do governo do Peru, que classificaram de “lamentável” o incidente.
Dias antes do citado episódio, uma professora universitária, docente na PUC-Rio, postou no Facebook uma foto de um homem de bermuda e regata, acrescentando-lhe a seguinte frase:
"aeroporto ou rodoviária?". Aos que não sabem, explicamos: PUC-Rio é a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, uma instituição de ensino que prestou e vem prestando relevantes serviços à educação em nosso País.
O conteúdo dos comentários postados na mesma página com relação à frase da professora envolveu, igualmente, críticas à presença de passageiros pobres nos voos. "O 'glamour' foi para o espaço", escreveu o reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), ao que a professora respondeu: "Puxa, mas para glamour falta muuuitooo!!! Está mais para estiva".
Em seguida, outra professora universitária, também da PUC-Rio, acrescentou: "E sabe o que é pior? quando esse tipo de passageiro senta exactamente a seu lado e fica roçando o braço peludo no seu, porque – claro – não respeita (ou não cabe) nos limites do seu assento".
O fato repercutiu na mencionada rede social e foi, de imediato, censurado por milhares de pessoas, justamente inconformadas com a absurda manifestação de preconceito social expressa – por incrível que pareça – por três professores universitários.
*
Toda forma de preconceito – racial, social, religioso – é filha dilecta do orgulho, que é, como se sabe, a fonte de todos os nossos males. Pelo menos é assim que Adolfo, ex-bispo de Argel, escreveu em uma mensagem publicada em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 12, que adiante parcialmente transcrevemos:
“Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males.
Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências.
Um único meio se vos oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vosso proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação.
Por que haveis de ter em maior estima o que brilha e encanta os olhos, do que o que toca o coração? Por que fazeis do vício na opulência objecto das vossas adulações, ao passo que desdenhais do verdadeiro mérito na obscuridade?
Apresente-se em qualquer parte um rico debochado, perdido de corpo e alma, e todas as portas se lhe abrem, todas as atenções são para ele, enquanto ao homem de bem, que vive do seu trabalho, mal se dignam todos de saudá-lo com ar de protecção.
Quando a consideração dispensada aos outros se mede pelo ouro que possuem ou pelo nome de que usam, que interesse podem eles ter em se corrigirem de seus defeitos?” (Adolfo, bispo de Argel. Marmande, 1862.)
Relativamente ao orgulho devemos todos ter presente a seguinte frase que integra os Prolegómenos d´O Livro dos Espíritos: “O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus”.
Enquanto não houver entre nós, seres humanos, o sentimento real de fraternidade, é óbvio que o orgulho continuará imperando e, como consequência, veremos aqui e ali actos de racismo, como o que ocorreu com o jogador Tinga, e de preconceito social contra os não ricos, a que nos referimos acima.
Quando, porém, a fraternidade no seio dos povos for de fato uma realidade, poderemos repetir a frase que Allan Kardec inseriu na parte III da Conclusão d´O Livro dos Espíritos: “Onde há verdadeira fraternidade, o orgulho é uma anomalia”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 8:31 pm

56 – Perante Deus
Foi em setembro de 1996 que veio a lume Perante Deus, a primeira obra de autoria de Erick, pseudónimo utilizado por ilustre escritor brasileiro desencarnado, que a transmitiu por intermédio da médium Célia Xavier de Camargo.
Seis anos e meio depois, em março de 2003, o mesmo autor brindou-nos com o romance Os Sinos Tocam, igualmente psicografado por Célia Xavier de Camargo, fato que voltou a se repetir em novembro de 2013 com o lançamento do romance O Sol voltou a brilhar, psicografado pela mesma médium.
Lendo obras assim não é difícil perceber a importância do livro espírita, incluído aí o romance, na formação de uma mentalidade cristã, absolutamente necessária no processo de mudança do mundo em que vivemos, no qual, se atentarmos bem para as palavras preditas por Jesus, o Evangelho do reino será, um dia, ensinado em todos os lugares. Que esse dia está muito longe, todos sabemos, mas as providências preliminares para que isso se concretize já foram iniciadas.
O conteúdo da primeira obra de Erick tem uma importância que o leitor certamente não imagina.
Para compreendê-la seria necessário lê-la.
A visão que Erick-encarnado tinha da vida e do mundo é totalmente diversa da visão de Eric desencarnado. Inconformado com as mazelas, as desigualdades e as injustiças da sociedade terrena, Erick-homem rejeitara, inicialmente, a ideia de Deus e, por consequência, tudo quanto decorresse daquilo que chamamos fé.
Depois de desencarnado, ele percebeu com os próprios olhos que a vida e o mundo obedecem a um planeamento meticuloso, e nele é forte a presença do Criador e dos Benfeitores espirituais que a bondade do Pai permite que assistam as pessoas, as famílias e as instituições, a fim de que não nos afastemos do rumo que é preciso seguir para bem cumprirmos as obrigações assumidas.
Um dos pontos altos do livro Perante Deus é quando o ex-ateu e ex-materialista recebe e compreende as informações pertinentes à lei da reencarnação. Vale a pena reproduzir essa passagem:
“Certo dia, durante as aulas do curso, o instrutor falava-nos sobre a lei da reencarnação. Acompanhava a lógica da exposição e tudo me parecia tão claro que não contive o comentário:
– As explicações que aqui recebemos são simples, cristalinas e de uma coerência irrefutável.
Temos condição agora de analisar a grandeza de Deus e entender-lhe os propósitos. Mas, eu me pergunto: se estes conhecimentos são tão importantes para o Espírito e para sua vivência, por que não ministrá-los aos que ainda estão encarnados? Para a imensa quantidade de seres que ainda se debatem com as realidades e dificuldades da existência terrena e que com estes ensinamentos poderiam modificar o curso de suas vidas?
O instrutor fitava-me sereno, enquanto ouvia minhas ponderações. Após uma pausa, concluí:
– Acredito que tais conhecimentos iriam revolucionar a face do mundo.” (Perante Deus, cap. 3, pág. 33.)
Foi aí então que o orientador que o ouvia sorriu e explicou que tais informações já haviam sido levadas aos irmãos encarnados na Terra desde o longínquo mês de abril de 1857, com o lançamento em Paris da principal obra de Kardec, O Livro dos Espíritos, fato que Erick ignorava por completo, não por jamais ter ouvido falar de Espiritismo, mas sim por não dar atenção nenhuma aos temas pertinentes às questões espirituais, como ele próprio informou:
“Sim, já ouvira falar de Espiritismo, mas jamais lhe dei importância. Qualquer assunto que dissesse respeito a religião, qualquer que fosse ela, estava proscrito do meu dicionário. Quanto à religião espírita, eu ia mais longe: tinha profundo desprezo e indiferença por todos aqueles que se diziam seus adeptos.” (Idem, ibidem, pág. 35.)
Que existem muitos Ericks por aqui, não tenhamos dúvida. Esperamos, no entanto, que não seja preciso que desencarnem para mudarem a visão com respeito à vida, ao mundo e, principalmente, a Deus, nosso Criador, a quem tudo devemos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 8:31 pm

57 – Coisas que não se dizem às crianças
Toda vez que se discute o tema da educação da criança, logo nos vem à mente o papel dos pais, que são, sem nenhuma dúvida, os maiores interessados em que seus filhos se tornem pessoas dignas, de bom carácter e conduta ilibada. É preciso entender, contudo, que são também eles – os pais – os grandes responsáveis para que isso se dê.
Afinal, a tarefa que lhes foi conferida não pode jamais ser negligenciada ou ignorada, visto que não se trata apenas de uma tarefa, mas de verdadeira missão.
Atentemos para o que nos é ensinado na questão 582 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:
– Pode-se considerar como missão a paternidade?
“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o carácter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”
Certa vez chegou-nos à mão um texto interessante, intitulado “Dez coisas que não devemos dizer para as crianças”. Enviado por alguém ligado à Biblioteca Virtual da Antroposofia, de Florianópolis-SC, a única informação a respeito de sua autoria diz apenas que se trata de textos judaicos. Se isso for verdade, não há neles influência das ideias cristãs e, obviamente, das ideias espíritas, fato que não lhes retira a importância e a actualidade, motivo pelo qual desejamos compartilhá-los com o leitor:
1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjectivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso pode fazer com que ele se torne realmente isso.
2 – Não diga apenas sim. Os nãos e os porquês são essenciais para o desenvolvimento da criança.
3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma actividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.
4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma.
5 – Não diga que a injecção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não a engane.
6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.
7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.
8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.
9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e a mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário.
Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo-lhe companhia até dormir.
10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.
Falando sobre a finalidade da infância, ensina o Espiritismo (O Livro dos Espíritos, questão 385) que é nessa fase da vida que se pode reformar o carácter e reprimir os maus pendores de uma criança. E é precisamente esse o dever que Deus conferiu aos pais, missão sagrada de que terão de prestar contas.
Os conselhos que acima reproduzimos não esgotam o assunto, mas podem perfeitamente ajudar-nos nessa missão, cuja eficácia dependerá directamente do esforço e da dedicação com que a realizarmos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 8:32 pm

58 – Vencer as más inclinações é mesmo difícil?
Não apenas nas novelas da TV, mas no meio social em que vivemos, é comum ver médicos e outros profissionais da área da saúde fumando e bebendo muito. Alguns trabalham até em hospitais especializados no tratamento do câncer e têm, entre seus pacientes, pessoas que foram acometidas dessa doença exactamente pelo hábito de fumar.
Como ninguém – especialmente os profissionais da área – ignora os malefícios do fumo e do álcool, pergunta-se, com razão: Por que tais pessoas ainda bebem e continuam apegadas ao cigarro?
A indagação pode ser estendida a inúmeros outros aspectos da vida em sociedade. A gula, a luxúria, a inveja, a ira, a soberba, o melindre, a mágoa – eis vícios, sentimentos ou defeitos cujas consequências danosas para o ser humano são por demais conhecidas.
Reportando-se especificamente aos vícios, Manoel Philomeno de Miranda, em sua obra Temas da Vida e da Morte, psicografada pelo médium Divaldo Franco, afirma que eles – os vícios – estabelecem necessidades poderosas após a morte, exigindo que seus aficionados busquem o prosseguimento da insânia na vinculação a companheiros terrenos, igualmente descuidados, o que gera obsessões de largo porte. Caso não se verifique essa ligação parasitária, só o tempo, largo ou breve, logrará desagregar as partículas morbíficas que penetram o perispírito e nele se instalam produzindo o prolongamento da desdita.
E, evidentemente, essas necessidades podem estender-se à existência corporal seguinte.
No cap. XVII, item 4, d´O Evangelho segundo o Espiritismo, ao referir-se aos bons espíritas, Kardec cunhou uma frase que é, em nosso meio, bastante conhecida: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, não reencarnam aqui indivíduos perfeitos. Todos nós, portanto, trazemos inclinações diversas, decorrentes de hábitos e vícios cultivados nas precedentes existências, inclinações essas que nos cabe domar, se é que desejamos efectivamente transformar-nos.
A tarefa parece difícil. Que o digam os oncologistas que não conseguem deixar o cigarro.
Mas... será ela realmente difícil?
Os Benfeitores espirituais não entendem desse modo, como podemos ver pela resposta dada à questão 909 d´O Livro dos Espíritos:
– Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?
“Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade.
Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
Diante de tal resposta, qual será o nosso comportamento?
Terá o passado mais força do que a nossa vontade?
Desejamos repetir nesta existência as tolices cometidas em existências pretéritas?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 8:32 pm

59 – A parábola dos talentos e o que temos feito
Anos atrás veio falar em nossa região um renomado orador espírita radicado na Capital de São Paulo. Numa das cidades em que ele proferiu vibrante palestra o público presente fora bem pequeno; não havia na plateia mais do que dez pessoas.
Finda a palestra, um amigo, que havia transportado o orador até àquela localidade, tocou no assunto e lamentou o fato. Afinal o visitante viera de longe, deixara seus afazeres e o conforto do próprio lar e, no entanto, as pessoas da cidade não valorizaram, como deviam, sua presença.
Assim que ouviu tais palavras, o orador virou-se para o amigo e lhe disse: “Você sabe para quantas pessoas o Cairbar Schutel palestrava no início de suas tarefas na seara espírita? E o Chico Xavier? Quantas vezes leu e comentou o Evangelho para um salão vazio! Ora, se Cairbar e Chico passaram por isso, quem somos nós para lamentar tais coisas?!”
Esse assunto foi suscitado devido a um facto muito comum que ocorre nas lides espíritas, em que trabalhadores diversos – palestrantes, coordenadores de estudo, evangelizadores e cooperadores em geral – desistem de determinada tarefa devido ao número diminuto de pessoas ou de crianças que comparecem à actividade que realizam.
O voluntário da tarefa espírita começa muitas vezes com todo o entusiasmo, mas em seguida desanima, entendendo que não vale a pena deslocar-se do seu lar para participar de uma actividade que considera desimportante...
Na conhecida parábola dos talentos, anotada por Mateus no cap. 25:14-30 do seu Evangelho, há uma passagem que deveríamos ter sempre à vista.
Referimo-nos à frase que foi dita pelo Senhor ao seu servo: “Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor”.
Quando somos convidados a trabalhar na seara cristã, não importa quantos adultos ou quantas crianças iremos atender. O que importa é a nossa participação, é o nosso empenho, é a boa vontade com que realizamos a tarefa, porque todo trabalho feito com amor e abnegação tem igual peso, seja numa grande instituição localizada na Capital da República, seja numa singela casa espírita situada na periferia de qualquer uma das cidades do Brasil ou do exterior.
Sendo fiel no cumprimento da tarefa que supomos humilde ou desimportante, estaremos preparando-nos para tarefas mais complexas ou de maior responsabilidade que um dia certamente nos serão delegadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 28, 2023 8:32 pm

60 – Gratidão a Deus
Algumas pessoas costumam dizer que há dias em que gostariam de sumir, morrer, desaparecer, envolvidas por um sentimento de desgosto da vida, de enfado, de vazio, quando em muitos casos, em verdade, não existem motivos plausíveis para isso.
Na principal obra da doutrina espírita, Kardec propôs aos imortais uma questão que diz respeito ao assunto.
Ei-la:
– Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?
“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.” (O Livro dos Espíritos, questão 943.)
Se tal sentimento não se verifica todos os dias, é evidente que pode ser consequência do estresse a que muitos de nós nos submetemos, em face da agitação da vida moderna, ou, então, uma decorrência directa de alguma eventual influência espiritual negativa.
O leitor certamente compreende que uma influência espiritual dessa natureza nem sempre advém de alguém que nos queira prejudicar. Pode decorrer da simples presença de uma entidade desencarnada que, envolvida pelo mesmo sentimento, irradia em torno de si vibrações equivalentes que nos atingem ou não.
Que fazer ante ocorrências assim?
A prece, uma boa leitura, a meditação – eis medidas capazes de afastar o sentimento ruim, as quais podem ser facilitadas com o uso da música, sobretudo quando a música, por sua melodia e por sua letra, consegue atingir as fibras do nosso sentimento.
João Cabete, saudoso compositor que já retornou à pátria espiritual, compôs uma canção que tem esse poder.
A canção intitula-se “Gratidão a Deus” e parece que foi composta exactamente para nos confortar quando o desgosto da vida, o enfado e o vazio desejam tomar nossa alma.

Eis a letra de “Gratidão a Deus”:
Quando a sombra da tristeza
Cobrir seus sonhos de ventura,
Quando você quiser chorar
Diante da taça da amargura...
Quando a dor bater à porta,
Ferindo bem fundo o coração,
Quando a esperança é morta
E a vida, amarga ilusão.
Olhe para trás,
Veja quanta dor,
Súplicas de paz
Clamando amor...
Olhos sempre em trevas,
Mãos mendigam pão,
Bocas que não falam
E risos sem razão...
Deixe de chorar,
Volte a sorrir,
Você é tão feliz,
Volte a cantar!
Faça uma prece,
Seja grato a Deus,
Ele sempre abençoa
Os filhos seus...

A canção acima pode ser ouvida, na voz da cantora Célia Tomboly, clicando neste link: https://www.youtube.com/watch?v=2Mna583-vr0223
Trata-se de um medicamento de natureza não química que todos podemos utilizar, e não existe para remédio assim nenhuma contra-indicação, como o leitor pode pessoalmente conferir.

Fim

§.§.§- Ave sem Ninho
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