LUZ ESPÍRITA
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Iniciação à doutrina espírita 2 – As leis morais segundo o Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 06, 2023 8:07 pm

5. Se o Espiritismo está fadado realmente a exercer grande influência no adiantamento dos povos, por que os Espíritos não desencadeiam uma onda de manifestações ostensivas, de modo que todos, até mesmo os materialistas e os ateus, sejam forçados a crer neles?
Os Espíritos já responderam a pergunta semelhante, afirmando que pedir isso é querer que ocorram milagres. Ora, Deus os espalha a mancheias e, no entanto, há homens que ainda O negam. Nem Jesus Cristo conseguiu convencer seus contemporâneos com os prodígios que realizou. Assim, não é por meio de prodígios que Deus quer encaminhar os homens. Em sua bondade, o Pai lhes deixa o mérito de se convencerem pela razão, paulatinamente, gradativamente, sem nenhuma preocupação de atropelar o rumo natural das coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 06, 2023 8:07 pm

11 – A importância da vida em sociedade
Sumário: Necessidade da vida em sociedade. – O insulamento do homem com a finalidade de evoluir. – Características de uma vivência cristã legítima. – O mérito de quem se dedica ao socorro do próximo.

Deus não fez a ninguém perfeito, mas perfectível
1. “O homem é um animal social”, frase atribuída a Aristóteles, que nos induz ao pensamento de que o ser humano foi criado para conviver com os semelhantes. A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo da lei do progresso que rege a Humanidade, a que o homem não se pode esquivar sem prejudicar-se, pois é por meio do relacionamento com os semelhantes que ele desenvolve suas potencialidades.

2. O insulamento priva o homem das relações sociais que lhe garantem o progresso. A razão disso é que Deus, em seus sábios desígnios, não nos fez perfeitos, mas perfectíveis. Então, para atingirmos a perfeição a que estamos destinados, precisamos todos uns dos outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, na permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem os quais a sorte de nosso Espírito seria o embrutecimento e a estagnação.

3. Como o fim supremo da sociedade é a promoção do bem-estar e da felicidade de todos os que a compõem, para que ele seja alcançado há necessidade de que cada um de nós observe certas regras de procedimento ditadas pela justiça e pela moral, abstendo-se de tudo que as possa destruir.

O insulamento do homem é uma violência à lei natural
4. Homem nenhum possui faculdades completas. Com a união social elas se completam umas às outras. É essa a principal causa que determina que os homens, necessitando uns dos outros, vivam em sociedade e não insulados.

5. Em que pese o fato de ser o homem, inquestionavelmente, um ser gregário, houve quem pretendesse isolá-lo do mundo com o pensamento de que, assim fazendo, ele poderia servir melhor a Deus. Esse isolamento constitui, no entanto, uma violência à lei natural e se caracteriza por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia a dia.

6. A vivência cristã implica um clima de convivência social em regime de fraternidade, em que todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e problemas. Viver o Cristo é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo.
O verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.

7. Isolar-se a pretexto de crescer espiritualmente não passa, pois, de uma experiência em que o egoísmo predomina, porque afasta o indivíduo da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade. Segundo o Espiritismo, tal procedimento só merece reprovação, visto que não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem deliberadamente se condena a não ser útil a ninguém.
Os que se isolam para ajudar o próximo têm duplo mérito

8. Já aqueles que se afastam do bulício citadino, buscando no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, como os que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados, embora afastados da convivência social, eles prestam, obviamente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito, porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 06, 2023 8:07 pm

9. Lembra-nos Joanna de Ângelis que, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições, para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. O Mestre não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e, mesmo assim, amando-os.

10. Evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo
P. Franco recomenda-nos (Leis Morais da Vida, cap. 31):
“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros. Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre reflectido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direcção de Deus.”

Questões para fixação da leitura
1. Por que é necessário ao homem viver em sociedade?
“O homem é um animal social”, já o disse Aristóteles, querendo com isso asseverar que o ser humano foi criado para conviver com os semelhantes. A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo da lei do progresso que rege a Humanidade, a que o homem não se pode esquivar sem prejudicar-se, pois é por meio do relacionamento com os semelhantes que ele desenvolve suas potencialidades.

2. O isolamento do homem, com o objectivo de crescer espiritualmente, é atitude correta?
Não. Esse isolamento constitui uma violência à lei natural e se caracteriza por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia a dia. Isolar-se a pretexto de crescer espiritualmente não passa de uma experiência em que o egoísmo predomina, porque afasta o indivíduo da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.

3. Quais as principais características de uma vivência cristã legítima?
A vivência cristã implica um clima de convivência social em regime de fraternidade, em que todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e problemas. Viver o Cristo é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.

4. Que pensar dos que se afastam do bulício citadino para se dedicarem ao socorro dos desgraçados?
Os que se afastam do bulício citadino, buscando no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, como os que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados, prestam, obviamente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito, porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 06, 2023 8:07 pm

5. Tendo por modelo o exemplo de Jesus, que desceu das Regiões Felizes ao vale das aflições para nos ajudar, como devem agir no mundo os que se dizem cristãos?
Lembra-nos Joanna de Ângelis que, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições, para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. O Mestre não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e, mesmo assim, amando-os. Evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo P. Franco recomenda: “Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo. Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros. Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende. Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões. Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre reflectido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direcção de Deus.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 06, 2023 8:08 pm

12 – Vida de isolamento e voto de silêncio
Sumário: A vida de isolamento em face da Lei Natural. – Principais consequências da insociabilidade. – Importância do contacto social. – Voto de silêncio. – Como viver no mundo em que estamos.

O insulamento é incompatível com o progresso
1. A criatura humana é dotada por Deus de sentimentos e emoções que a obrigam e a impelem para a vida social.
Deus fez o homem para viver em sociedade e para isso outorgou-lhe o atributo da palavra, que é o veículo da comunicação entre os encarnados.

2. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente.

3. A vida solitária por opção revela quase sempre uma fuga inconcebível, porque indica infracção às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.

4. Como o homem não é dotado inicialmente de auto-suficiência, condição conseguida pelo trabalho e pelo progresso, ele é dependente do seu semelhante. As faculdades humanas não estão desenvolvidas no mesmo grau e, por isso, como lembra Deolindo Amorim, “há necessidade de viverem uns pelos outros e para os outros, tendo como ponto convergente o bem comum”.

Sem o contacto social o Espírito se embrutece
5. O insulamento, como já vimos anteriormente, é contrário à lei da Natureza, isso porque pelo próprio instinto o homem busca a vida comunitária de modo a concorrer para o progresso, mediante o auxílio recíproco. A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”.

6. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e a perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga.

7. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.

8. Como observa Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.

O voto de silêncio não passa de uma tolice
9. O voto de silêncio adoptado por alguns religiosos nada edifica, porque impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:06 am

10. Devemos considerar, evidentemente, que há ocasiões em que o silêncio pode fazer-se necessário, a exemplo dos momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contacto com o Criador ou seus prepostos. Fora disso, a vida contemplativa é geralmente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.

11. Nesse sentido, um Espírito Protector adverte (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 17, item 10):
“Não julgueis que exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai-vos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sois chamados a estar em contacto com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os actos da vossa vida ao Criador que vo-la deu”.

Questões para fixação da leitura
1. A vida de isolamento contraria as leis naturais?
Por quê?
Sim. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente. A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infracção às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.

2. Quais as principais consequências da insociabilidade?
A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.

3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos?
Valendo-nos das palavras de Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.

4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio?
O voto de silêncio adoptado por alguns religiosos nada edifica porquanto impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo. A vida contemplativa é inteiramente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.

5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos?
Segundo um Benfeitor espiritual, o cristão deve viver como vivem os homens. Propõe-nos ele: “Sacrificai-vos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos com um sentimento de pureza que as possa santificar”.
“Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os actos da vossa vida ao Criador que vo-la deu.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:06 am

13 – Laços de família
Sumário: Importância da família para os seres humanos. – Relações entre os componentes de uma mesma família. – Características dos verdadeiros laços de família. – Famílias unidas pelos laços corporais. – Famílias unidas pelos laços espirituais.

A família é abençoada escola de educação moral
1. A vida familiar deve merecer a mais ampla atenção de todo homem integrado na unidade social denominada família. Esta palavra – família – pode ser compreendida num sentido mais restrito, em que se consideram apenas os familiares consanguíneos, como num sentido mais amplo, em que se levam em conta também os grupamentos de Espíritos afins, quer intelectualmente, quer moralmente.

2. A família é abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres, laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam-se aspirações, refinam-se ideias, transformam-se mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes.

3. A família é, pois, o mais prodigioso educandário do progresso humano. Sua importância não se mede apenas
como uma fonte geratriz de seres racionais, mas como oficina de onde se projectam os homens de bem, os sábios, os benfeitores em geral.

4. A família é mais do que um resultante genético. São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas, as árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico onde medram as nobres expressões da elevação espiritual na Terra.

O corpo procede do corpo, mas a alma não procede da alma
5. Quando a família periclita, por essa ou aquela razão, sem dúvida a sociedade está a um passo do malogro. A vida em família, para que atinja suas finalidades maiores, deve ser vivenciada dentro dos padrões de moralidade, compreensão e solidariedade, porque sua finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos. Por isso, a vida em família é, talvez, de todas as associações, a mais importante em virtude de sua função educadora e regenerativa.

6. Existem duas espécies de família e, em consequência, duas categorias de laços de parentesco: as que têm por base a consanguinidade e as que procedem das ligações espirituais.

7. Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque este já existia antes da formação do corpo que o serve. Não é o pai que cria o Espírito de seu filho. Ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, porém, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.
8. Os que reencarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são as mais das vezes Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena.

As famílias espirituais são duráveis e se perpetuam
9. Pode, contudo, acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros os Espíritos que reencarnam numa mesma família, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores que se traduzem, na vida terrena, por mútuo antagonismo, que lhes serve de provação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:07 am

10. É fácil entender que não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, mas sim os da simpatia e da comunhão de pensamentos, os quais ligam os Espíritos antes e depois de suas encarnações e durante a existência corpórea.

11. As famílias unidas por laços espirituais são duráveis, fortalecem-se pela purificação dos Espíritos, e se perpetuam no mundo espiritual, através das várias migrações da alma.

12. As famílias unidas apenas por laços corporais são geralmente frágeis como a matéria, extinguem-se com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na actual existência.

Questões para fixação da leitura
1. Que significa a família para nós, seres humanos?
A família é abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres, laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam-se aspirações, refinam-se ideias, transformam-se mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes. A família é, pois, o mais prodigioso educandário do progresso humano.

2. Quem são as pessoas que reencarnam numa mesma família?
Os que reencarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são as mais das vezes Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas pode acontecer que sejam completamente estranhos uns aos outros os Espíritos que aí se encarnam, afastados entre si por antipatias anteriores que se traduzem, na vida terrena, por mútuo antagonismo, facto que lhes serve de provação.

3. Quantas espécies de família existem?
Existem duas espécies de família e, em consequência, duas categorias de laços de parentesco: as que têm por base a consanguinidade e as que procedem das ligações espirituais.

4. Quais as características dos verdadeiros laços de família?
Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, mas sim os da simpatia e da comunhão de pensamentos, os quais ligam os Espíritos antes e depois de suas encarnações e durante a existência corpórea.

5. Que diz o Espiritismo acerca das famílias unidas somente pelos laços corporais?
As famílias unidas apenas por laços corporais são geralmente frágeis como a matéria, extinguem-se com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na actual existência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:07 am

14 – O trabalho: conceito e importância
Sumário: Conceito de trabalho. – Diferença entre o trabalho remunerado e o trabalho voluntário. – O mais eficiente antídoto contra o mal. – Natureza do trabalho nos mundos primitivos. – Factor que impulsiona o progresso dos Espíritos.

O trabalho objectiva o desenvolvimento das pessoas
1. Genericamente, o vocábulo trabalho pode ser definido como “ocupação em alguma obra ou ministério; exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa”.

2. Na conceituação espírita, considera-se trabalho toda ocupação útil e, como tal, faz parte do rol das Leis Morais estabelecidas pelo Criador para reger a vida de suas criaturas. Por meio dele o homem forja o próprio progresso, desenvolve as possibilidades do meio em que vive e amplia os recursos de preservação da vida.

3. O trabalho não se restringe, obviamente, apenas aos esforços de ordem física e material, pois abrange a actividade intelectual que objectiva as manifestações da cultura, do conhecimento, da arte e da ciência.

4. Mediante o trabalho remunerado o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria as condições de conforto.
Através do trabalho-abnegação, do qual não decorre pagamento nem permuta de remuneração, ele se modifica a si mesmo e cresce no sentido moral e espiritual.

5. Pelo primeiro processo – o trabalho remunerado – ele se desenvolve na horizontal e se melhora exteriormente;
pelo segundo, ascende no sentido vertical da vida e se transforma de dentro para fora. Utilizando-se do primeiro recurso, conquista simpatia e respeito, gratidão e amizade.
Pela auto-doação consegue superar-se, revelando-se instrumento da Misericórdia Divina na construção da felicidade de todos.

O momento perigoso para o homem é o do ócio
6. Sem o trabalho, dizem os Espíritos Superiores, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. É por isso que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e de sua actividade. Ao homem fraco de corpo Deus outorgou, em compensação, a inteligência, cuja utilização constitui também trabalho.

7. O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto permite a conquista de valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.

8. O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera. Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé.

9. Nos mundos mais evoluídos, assim como nos planetas inferiores à Terra, a natureza do trabalho não é idêntica à do trabalho desenvolvido pelos homens em nosso orbe, porque a natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades.
O progresso do homem depende apenas dele mesmo 10. Quanto menos materiais são as necessidades humanas, menos material é o trabalho. Mas não se deduza disso
que vivendo em semelhante em meio o homem se conserve inactivo e inútil, porquanto a ociosidade seria um suplício em vez de ser um benefício.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:07 am

11. Nos mundos primitivos os habitantes são mais rudimentares. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e invenções, passam a vida na conquista de alimentos, o que exige de cada um grande dispêndio de energias.

12. Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diferentes das da vida na Terra. Entretanto, não se pense que os mundos felizes sejam orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial com nenhum de seus filhos.

13. Como os Espíritos podem, sem qualquer excepção, ascender às mais altas categorias da evolução, cumpre-lhes tão somente conquistá-las por seu trabalho e alcançá-las em tempo maior ou menor, de acordo com o esforço aplicado nesse objectivo, cientes de que existem Espíritos que, em razão de sua indolência, permanecem inactivos por séculos e séculos no lodaçal da Humanidade.

Questões para fixação da leitura
1. Como o Espiritismo conceitua o trabalho?
O trabalho é toda ocupação útil e faz parte do rol das Leis Morais estabelecidas pelo Criador para reger a vida de suas criaturas. É por meio dele que o homem forja o próprio progresso, desenvolve as possibilidades do meio ambiente em que se situa e amplia os recursos de preservação da vida.

2. Que diferença existe, do ponto de vista dos resultados, entre o trabalho remunerado e o chamado trabalho-abnegação?
Mediante o trabalho remunerado o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria as condições de conforto.
Através do trabalho-abnegação, do qual não decorre pagamento nem permuta de remuneração, ele se modifica a si mesmo e cresce no sentido moral e espiritual. Pelo primeiro processo – o trabalho remunerado – ele se desenvolve na horizontal e se melhora exteriormente; pelo segundo, ascende no sentido vertical da vida e se transforma de dentro para fora.

3. Qual é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal?
Sem nenhuma dúvida, é o trabalho. O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera. Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé.

4. Qual é a natureza do trabalho nos mundos primitivos e inferiores?
Nos mundos primitivos os habitantes são mais rudimentares. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e invenções, passam a vida na conquista de alimentos, o que exige de cada um grande dispêndio de energias.

5. A ascensão dos Espíritos às mais altas categorias da evolução depende de quê?
Depende do seu trabalho e do esforço aplicado nesse propósito. É por isso que existem Espíritos que, em razão de sua indolência, permanecem inactivos por séculos e séculos no lodaçal da Humanidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:07 am

15 – Limite do trabalho e repouso
Sumário: Limite do trabalho. – Importância do repouso na vida de quem trabalha. – Objectivo do Decálogo ao estabelecer a santificação do dia de sábado. – Como Jesus se referia a esse mandamento.

O trabalho é factor indispensável ao progresso
1. Como já vimos no capítulo anterior, o trabalho se apresenta ao homem como importante meio de elevação, porquanto sem o trabalho o homem, com certeza, permaneceria na infância primitiva.

2. Ninguém no mundo está isento do dever de trabalhar.
Os que são destituídos de forças físicas podem também, valendo-se de sua inteligência, granjear progresso e respeito e adquirir independência económica, valor social e consideração, além de contribuir poderosamente para o progresso de todos.

3. Do trabalho mecânico, rotineiro, primitivo e simples até à automação, verificou-se no mundo um progresso notável que permite ao homem abandonar as tarefas rudimentares, confiadas agora a máquinas e instrumentos que ele mesmo aperfeiçoou, o que lhe concede tempo para direccionar o trabalho para a genialidade criativa e a multiplicação das actividades em níveis cada vez mais elevados.

4. Em que pese sua importância, a Lei Natural fixou um limite ao trabalho, que é o limite de nossas forças, facto que evidencia que cabe ao ser humano trabalhar por tanto tempo quanto lhe permitam as forças, não mais do que isso.

5. A razão disso é muito simples. É sabido de todos que o avançar da idade debilita o corpo físico e, eventualmente, as faculdades intelectuais, embora a história registre casos de homens que mesmo em idade avançada muito contribuíram para o mundo em que vivemos, como Benjamim Franklin, que aos 81 anos colaborou na elaboração da Constituição americana, ou o marechal Cândido Rondon, que próximo dos 92 anos ainda trabalhava intensamente nas matas do Brasil.
O sábado é tido pelo Decálogo como um dia especial

6. Toda pessoa que trabalha tem direito ao repouso, para refazimento de suas forças e manutenção do seu ritmo de produtividade. O repouso nada mais é que um prémio pelos esforços despendidos, do mesmo modo que o amparo e a assistência devidos ao homem nos dias de sua velhice, quando diminuem suas forças físicas, seu poder criativo e sua agilidade na execução das tarefas.

7. Objectivando o cumprimento do terceiro mandamento do Decálogo (“Lembrai-vos de santificar o dia de sábado”), Moisés recomendou a seu povo a santificação do sábado, não só no sentido restrito do termo, mas num sentido mais amplo, em que era clara sua preocupação em proteger a saúde dos escravos, dos estrangeiros e até mesmo dos animais de serviço.

8. “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro”, prescrevem as ordenações mosaicas constantes do livro de Êxodo, cap. 20, versículos 8 a 10.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:08 am

9. O sábado era visto, pois, pelo condutor dos hebreus como um dia especial da semana onde a ninguém era permitida qualquer actividade, motivo principal da implicância que os fariseus tinham para com Jesus, que, conforme narram os evangelistas, parecia não ter dado a esse mandamento nenhuma importância.
O homem não foi feito para o sábado, disse Jesus

10. Se o Mestre afirmara que não viera destruir a lei e os profetas, mas dar-lhes cumprimento, por que, então, agia assim? O motivo é de fácil compreensão. Jesus, em verdade, não revogou nem desprezou quaisquer dos mandamentos que compõem o Decálogo, mas desejava que os homens compreendessem o verdadeiro sentido deles, sem se apegarem à letra da lei e ao seu formalismo.

11. “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”, esclareceu o Mestre, segundo as anotações de Marcos, cap. 2:27. Sua instituição representava uma medida útil, porque se destinava a proteger o corpo físico do esgotamento resultante do excesso de trabalho, mas o homem era ainda mais importante.

12. É indispensável que reservemos um dia para o descanso do corpo, após uma semana de trabalho, mas devemos consagrá-lo de modo especial a Deus, santificando-o mais do que os demais dias, com a prática de obras que atestem o nosso amor pelo próximo e por nosso Pai.

13. Foi com esse propósito que Jesus, em dia de sábado, alimentou, pregou e curou a obsessão que uma mulher trazia “havia dezoito anos” e a mão ressequida de um homem, entre tantos benefícios realizados, mostrando que todo dia é dia para a prática do bem, sem excepção de nenhum deles.

Questões para fixação da leitura
1. Qual deve ser o limite do trabalho?
É o limite das nossas forças, fato que deixa claro que, sendo fonte de equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos.

2. O repouso faz parte das leis naturais que regem a vida?
Sim. Todo aquele que trabalha tem direito ao repouso, para refazimento de suas forças e manutenção do seu ritmo de produtividade. O repouso nada mais é que um prémio pelos esforços despendidos, do mesmo modo que o amparo e a assistência devidos ao homem nos dias de sua velhice, quando diminuem suas forças físicas, seu poder criativo e sua agilidade na execução das tarefas.

3. Que objectivo teve o Decálogo ao estabelecer em seus mandamentos a santificação do sábado?
Além da santificação do sábado, no sentido restrito do termo, há nesse mandamento um sentido mais amplo, em que é clara a preocupação em proteger a saúde dos escravos, dos estrangeiros e até mesmo dos animais de serviço,
uma medida inexistente entre os povos mais antigos.

4. Jesus parecia às vezes não dar valor a essa prescrição do Decálogo. Por que o Mestre agia assim?
Jesus, em verdade, não revogou nem desprezou quaisquer dos mandamentos que compõem o Decálogo, mas desejava que os homens compreendessem o verdadeiro sentido deles, sem se apegarem à letra da lei e ao seu formalismo. “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”, esclareceu o Senhor. Sua instituição representava uma medida útil, porque se destinava a proteger o corpo físico do esgotamento resultante do excesso de trabalho, mas o homem era ainda mais importante.

5. Na visão do Cristo, como devemos encarar esse mandamento?
Segundo Jesus, é indispensável que reservemos um dia para o descanso do corpo, após uma semana de trabalho, mas devemos consagrá-lo de modo especial a Deus, santificando-o mais do que os demais dias, com a prática de obras que atestem nosso amor pelo próximo e por nosso Pai Celestial. Foi com esse propósito que ele, em pleno dia de sábado, alimentou, pregou e curou a obsessão que uma mulher trazia “havia dezoito anos” e a mão ressequida de um homem, entre tantos benefícios realizados, mostrando que todo dia é dia para a prática do bem, sem excepção de nenhum deles.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:08 am

16 – Destruição necessária e destruição abusiva
Sumário: Necessidade de os seres vivos mutuamente se destruírem. – Motivos que justificam essa necessidade. – Alimentação carnívora pelo ser humano em face da Lei Natural. – Situações em que o homem é escusado de responsabilidade na destruição de outros seres.

A destruição atinge os corpos, mas não afecta os Espíritos
1. A destruição recíproca do seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Por que o Criador estabeleceu a necessidade de eles mutuamente se destruírem para se alimentarem uns à custa dos outros?

2. Para aquele que enxerga apenas a matéria, que limita a visão à vida presente, isso parece, sem dúvida, uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens julgam a perfeição de Deus pelo seu ponto de vista; sua própria opinião é a medida da sua sabedoria; pensam, assim, que Deus não poderia fazer melhor do que eles próprios o fazem.

3. Como sua vista curta não lhes permite julgar o conjunto, não entendem que de um mal aparente pode resultar um bem real. O conhecimento do princípio espiritual e da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, é o único que pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia onde não vê senão uma anomalia e uma contradição.

4. A primeira utilidade que decorre dessa destruição – utilidade de natureza puramente física – é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, que são as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos, instrumentos da acção do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para a sua manutenção mútua. É por isso que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é destruído nem alterado; apenas se despoja do seu envoltório.

A luta pela sobrevivência desenvolve o ser espiritual
5. Outra utilidade decorrente da lei de destruição é a necessidade que tem o ser espiritual de desenvolver-se. A luta é necessária a esse desenvolvimento, porque na luta ele exercita suas faculdades.

6. O ser que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando por conseguinte suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe, mas, em realidade, que foi que o mais forte ou mais destro tirou ao outro? A veste de carne, nada mais. Ulteriormente, o ser espiritual do animal abatido – que jamais morre – tomará outra.

7. Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, a luta tem por móvel unicamente a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a de alimentar-se, para assegurar a própria sobrevivência. Eles lutam, pois, unicamente para viver, ou seja, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os estimula. É nesse período que a alma se elabora e se ensaia para a vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:09 am

8. Uma terceira utilidade da lei de destruição é que, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de alimentar-se, os seres infra-humanos mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva e contribuindo, além disso, com seus despojos, para uma infinidade de aplicações úteis à Humanidade.
Toda destruição abusiva é uma violação da lei de Deus

9. Examinando a questão apenas do ponto de vista do comportamento do homem, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, ainda é e será por algum tempo necessária na Terra; contudo, à medida que os terrícolas se depuram, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora passa a ser cada vez menor, até desaparecer definitivamente.

10. A necessidade de destruição guarda proporção com o estado mais ou menos material dos mundos. E cessa quando o físico e o moral se acham mais depurados. Muito diversas são, pois, as condições de existência nos mundos mais adiantados que a Terra.

11. Conforme os ensinos espíritas, o homem só é escusado de responsabilidade nessa destruição na medida em que a faça para prover ao seu sustento ou garantir sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de matar, terá que prestar contas a Deus pelos abusos que comete.

12. Toda destruição – ensina o Espiritismo – que excede os limites da necessidade constitui uma violação da lei de Deus e será, por esse motivo, severamente punida.

Questões para fixação da leitura
1. Por que motivo o Criador estabeleceu a necessidade de os seres vivos mutuamente se destruírem?
São três os motivos. O primeiro: Os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, que são as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos – instrumentos da acção do princípio inteligente – têm necessidade de serem incessantemente renovados, a Providência os faz servir para a sua manutenção mútua. É por isso que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é destruído nem alterado; apenas se despoja do seu envoltório.

2. Quais são os outros dois motivos?
O desenvolvimento do ser inteligente e a manutenção do equilíbrio das espécies.

3. A luta pela própria sobrevivência ajuda de que modo o ser inteligente?
Essa luta é necessária ao seu desenvolvimento porque na luta ele exercita suas faculdades. O ser que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando por conseguinte suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe, mas, em realidade, que foi que o mais forte ou mais destro tirou ao outro? A veste de carne, nada mais. Ulteriormente, o ser espiritual – que jamais morre – tomará outra.

4. O uso de alimentação carnívora pelo homem está de acordo com as leis de Deus?
Segundo a Doutrina Espírita, a matança de animais foi, é e será por algum tempo necessária na Terra; contudo, à medida que os terrícolas se depuram, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora passa a ser cada vez menor, até desaparecer definitivamente, como já se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

5. Em que situações o homem é escusado de responsabilidade na destruição de outros seres?
Conforme os ensinamentos espíritas, o homem só é escusado de responsabilidade nessa destruição na medida em que a faça para prover ao seu sustento ou garantir sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de matar, terá que prestar contas a Deus pelos abusos que comete, os quais revelam inegavelmente a predominância nele dos maus instintos. Toda destruição que excede os limites da necessidade constitui uma violação da lei de Deus e será, por esse motivo, severamente punida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 10:09 am

17 – Os flagelos naturais, a dor, as guerras
Sumário: Como considerar a dor e sua função. – Alcance da lei de causa e efeito. – Causas da existência dos flagelos naturais. – Como explicar, ante a bondade de Deus, a ocorrência dos flagelos naturais e das guerras.

A dor é uma lei de equilíbrio e educação
1. Tudo o que vive neste mundo – a natureza, os animais e os homens – sofre e, todavia, o amor é a lei do Universo e foi por amor que Deus formou os seres. Esse fato estabelece uma contradição, aparentemente horrível, que já perturbou muitos pensadores e os levou à dúvida e ao pessimismo.

2. O animal está sujeito à luta ardente pela vida. Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio das águas, por toda a parte desenrolam-se dramas ignorados.

3. Quanto à Humanidade, sua história não é mais que um longo martirológio. Através dos tempos, a dor esteve sempre presente em nossa vida e, com inteira razão, suscita na mente de todos a eterna pergunta: Por que existe a dor?

4. Fundamentalmente considerada, ensina Leon Denis, “a dor é uma lei de equilíbrio e educação”. Neste sentido, os flagelos destruidores são permitidos por Deus para que a Humanidade possa “progredir mais depressa”. A palavra “flagelo”, interpretada geralmente como algo prejudicial, representa, em verdade, o meio pelo qual as transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.

5. Evidentemente, existem outros processos menos rigorosos para levar os homens ao progresso, e Deus os emprega todos os dias, visto que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não aproveita esses meios, o que torna necessário seja atingido no seu orgulho e levado a sentir sua própria fraqueza.
A lei de causa e efeito atinge pessoas e colectividades

6. Com o abatimento do orgulho, a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação é assinalada por uma crise, que é para o género humano o que são, para as pessoas, as crises de crescimento. Essas crises tornam-se muitas vezes penosas, dolorosas, mas são sempre seguidas de uma fase de grande progresso material e moral.

7. Quando os flagelos naturais – os cataclismos, as enchentes, a fome generalizada, as epidemias, as pragas que assolam as plantações, a seca, os terremotos, os ciclones, os maremotos e as erupções vulcânicas – se abatem sobre a Humanidade, muitos se revoltam contra Deus e perdem, assim, oportunidades valiosas de compreensão do significado de tais acontecimentos.

8. Ignora o homem que a lei de causa e efeito exerce sua influência inelutável sobre as pessoas, individualmente consideradas, e sobre os grupos sociais. É importante ter isso em mente porque muitos acontecimentos dolorosos, seja na esfera pessoal, seja na esfera colectiva, são simples consequências de causas que têm suas raízes no passado.

9. Há no mundo pessoas, grupos ou nações cuja conduta
constitui verdadeiro flagelo e, por isso, em face da lei de causa e efeito, colhem naturalmente os resultados de sua irresponsabilidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:30 pm

10. Mas, quando uma família, uma nação ou determinada etnia busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se por melhorar suas condições de vida ou adopta medidas que visem a acelerar seu desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, estará contribuindo para a evolução da Humanidade e receberá, então, novas e mais amplas oportunidades de trabalho e progresso.
Muitos flagelos são fruto apenas da imprevidência do homem 11. Se, porém, procede ao contrário, sofrerá mais cedo ou mais tarde a perda de tudo o que adquiriu injustamente, em circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, conforme o grau de malícia e crueldade que tenha caracterizado suas acções. É assim que, mais tarde, em outras existências em nosso orbe, quem assim procedeu é chamado a expiações colectivas ou individuais, sob a forma de flagelos destruidores.

12. Cabe assinalar, porém, que se muitos flagelos resultam da má vontade ou da imprevidência do homem, que os vai conjurando à medida que adquire conhecimento e experiência, existem entre os males que afligem a Humanidade alguns de carácter geral previstos nos decretos da Providência, dos quais cada pessoa recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus.

13. Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocadas a peste, a fome, as inundações e as intempéries fatais à produção agrícola. Enfrentando tais flagelos, o homem é impulsionado pela necessidade a buscar soluções para libertar-se do mal que o ataca. É então que a dor se torna um processo, um meio de equilíbrio e educação, como dito linhas atrás.

14. Mesmo as guerras, que nada mais representam do que a “predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual”, acabam gerando a liberdade e o progresso da Humanidade. Essa é, aliás, a causa pela qual Deus permite que os homens fomentem as guerras, com todas as suas funestas consequências, porque o ser humano, ao contacto com a dor, se liberta, por um lado, do seu passado de erros e, por outro, burila as tendências más que ainda o fazem manter-se moralmente atrasado.

Questões para fixação da leitura
1. Fundamentalmente considerada, que é a dor?
Diz Leon Denis que “a dor é uma lei de equilíbrio e educação”. Os flagelos, as doenças e tudo isso que provoca sofrimento no mundo em que vivemos representam meios pelos quais as transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.

2. A lei de causa e efeito atinge somente os indivíduos?
Não. A lei de causa e efeito atinge também os grupos sociais e as colectividades.

3. Como podemos explicar, ante a bondade de Deus, a existência dos flagelos naturais?
Muitos flagelos resultam tão somente da imprevidência do homem, que os vai conjurando à medida que adquire conhecimento e experiência. Mas existem, entre os males que afligem a Humanidade, alguns de carácter geral, previstos nos decretos da Providência, dos quais cada pessoa recebe, mais ou menos, o contragolpe, visto que sua ocorrência é um processo, um meio de equilíbrio e educação, uma necessidade do desenvolvimento espiritual.

4. Podem ocorrer flagelos aos quais o homem nada pode opor, senão a sua submissão?
Sim. Há flagelos que a ciência é capaz apenas de prever, mas não pode evitar, diante dos quais o habitante da Terra é absolutamente impotente.

5. Por que Deus permite que ocorram as guerras?
Deus permite que elas ocorram porque o homem, ao contacto com a dor e suas funestas consequências, liberta-se do seu passado de erros e burila as tendências más que ainda o fazem manter-se moralmente atrasado. O facto concreto é que um mundo diferente parece nascer sobre os escombros causados pelos conflitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:30 pm

18 – Instinto e inteligência
Sumário: Conceito e origem do instinto. – Diferença entre instinto e inteligência. – Actos puramente instintivos. – O instinto de conservação. – Razões por que os seres vivos são dotados do instinto de conservação.

No animal os instintos manifestam-se plenamente
1. Em suas primeiras manifestações no plano físico, através de experiências sucessivas em organismos progressivamente mais complexos, o princípio inteligente – que mais tarde, individualizado, dará origem à alma – automatiza reacções aos impulsos exteriores, gravando-as em seu perispírito, de modo a melhor adequar-se ao meio ambiente.

2. Essas acções reflexas incorporam-se ao património perispiritual do ser e se manifestam no vegetal, no animal e no homem por meio de actos espontâneos e involuntários que têm, em geral, uma finalidade útil, tanto para o ser que os realiza quanto para a sua espécie.

3. Podemos identificar esses actos no movimento da planta que se volta na direcção dos raios solares, na arte com que a aranha tece sua teia para capturar os insectos de que se nutre, ou no ato de sucção com que o bebê se alimenta.

4. Esses actos inconscientes são, pois, o resultado do mecanismo coordenado e cada vez mais complexo das acções reflexas, a que chamamos instintos. No vegetal, a estruturação desse mecanismo está em seus primórdios, no animal manifesta-se plenamente, no homem sofre a acção da inteligência, que lhe altera e aperfeiçoa as manifestações.

5. Podemos desse modo traçar uma demarcação bem nítida entre instinto e inteligência. O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a actos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos actos instintivos não há reflexão nem combinação ou premeditação.

6. É assim que a planta procura o ar, volta-se para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente. É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes convém ou os prejudica, e buscam, conforme a estação, os climas mais propícios.

No homem certos actos são instintivos, mas não todos
7. No homem, só no começo da vida o instinto domina com exclusividade. É por instinto que a criança faz seus primeiros movimentos, toma o alimento, grita para exprimir suas necessidades, imita o som da voz, tenta falar e andar.

8. No adulto mesmo, certos actos são instintivos, tais como o movimento espontâneo para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo, o piscar das pálpebras para moderar o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar etc.

9. A inteligência revela-se por actos voluntários, premeditados, combinados, de conformidade com a ocasião e as circunstâncias.

10. Resumindo, podemos concluir: Todo acto maquinal é instintivo; todo acto que denota reflexão, combinação, deliberação é inteligente. Um é livre, o outro não o é.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:30 pm

O instinto de conservação é uma lei da Natureza
11. Um dos mais perfeitos actos instintivos é o ato de viver. O instinto de conservação é uma lei da Natureza e, por isso, todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o grau de seu nível evolutivo. Nuns, ele é puramente maquinal; em outros, é raciocinado.

12. O instinto de conservação foi outorgado por Deus às suas criaturas porque todos têm de concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Eis por que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce ainda que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Estes o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem.

13. O despertar da necessidade de viver tem por finalidade a manutenção da vida orgânica, necessária ao desenvolvimento físico e moral dos seres, bem como à realização das tarefas de colaboração com a obra divina que Deus, em sua sabedoria, concedeu a cada um como oportunidade de crescimento para o bem.

14. O instinto de conservação constitui-se, pois, em mais um dos eficientes instrumentos naturais que cooperam em favor do mecanismo evolutivo dos seres da criação.

Questões para fixação da leitura
1. Que é instinto e qual é, nos seres vivos, a sua origem?
Em suas primeiras manifestações no plano físico, através de experiências sucessivas em organismos progressivamente mais complexos, o Espírito automatiza reacções aos impulsos exteriores, gravando-as em seu perispírito, de modo a melhor adequar-se ao meio ambiente. Essas acções reflexas incorporam-se ao património perispiritual do ser e se manifestam no vegetal, no animal e no homem por meio de actos espontâneos e involuntários que têm, em geral, uma finalidade útil tanto para o ser que os realiza quanto para a sua espécie. É a esse conjunto de actos inconscientes que chamamos instinto.

2. Que diferença fundamental existe entre instinto e inteligência?
Há uma demarcação bem nítida entre instinto e inteligência. O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a actos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos actos instintivos não há reflexão nem combinação ou premeditação. A inteligência revela-se por actos voluntários, premeditados, combinados, de conformidade com a ocasião e as circunstâncias.

3. Realizam os homens algum ato que seja puramente instintivo?
Sim. É por instinto que a criança faz seus primeiros movimentos, toma o alimento, grita para exprimir suas necessidades, imita o som da voz, tenta falar e andar. No indivíduo adulto certos actos continuam igualmente instintivos, tais como o movimento espontâneo para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo, o piscar das pálpebras para moderar o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar etc.

4. Em que consiste o instinto de conservação?
O instinto de conservação advém de uma lei da Natureza e foi outorgado por Deus às suas criaturas porque todos têm de concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Como a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres, Deus lhes deu a necessidade de viver e eles o sentem instintivamente, de onde resulta essa busca da sobrevivência, que é inerente a todas as criaturas.

5. Por que Deus dotou os seres vivos do instinto de conservação?
O despertar da necessidade de viver tem por finalidade a manutenção da vida orgânica, necessária ao desenvolvimento físico e moral dos seres, bem como à realização das tarefas de colaboração com a obra divina que Deus, em sua sabedoria, concedeu a cada um como oportunidade de crescimento para o bem. O instinto de conservação constitui-se, pois, em mais um dos eficientes instrumentos naturais que cooperam em favor do mecanismo evolutivo dos seres da criação.
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Iniciação à doutrina espírita 2 – As leis morais segundo o Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 2 – As leis morais segundo o Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:31 pm

19 – O necessário e o supérfluo
Sumário: O que é necessário e o que é supérfluo. – Limite entre um e outro. – Consequências da busca do supérfluo. – O que é realmente necessário ao ser humano. – Capacidade do planeta de assegurar a alimentação de sua população.

Só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é
1. Todos temos de concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Eis por que, como já vimos anteriormente, Deus nos deu a necessidade de viver, porquanto a vida é essencial ao aperfeiçoamento dos seres.

2. Ao lado da necessidade de viver, Deus concedeu-nos também os meios para suprir essa necessidade, razão pela qual faz com que a Terra produza o suficiente para proporcionar o necessário aos que a habitam, porque só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é.

3. Em suas experiências evolutivas, os homens passam, no entanto, por privações e situações difíceis, em que lhes falta até mesmo o essencial à sobrevivência. Mas essa situação extrema geralmente ocorre por pura imprevidência das pessoas.

4. A Terra, ensinam os Espíritos superiores, produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se com o necessário. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluo recursos que poderiam ser aplicados na obtenção do necessário.

Imprevidente não é a Natureza, mas o homem
5. O árabe que vive no deserto, lembram os instrutores espirituais, encontra sempre uma maneira de viver naquele ambiente inóspito porque não cria para si necessidades fictícias. Ora, desperdiçando a metade dos recursos na satisfação de fantasias, que motivos tem o homem para se espantar de nada encontrar nos dias de penúria? Então, imprevidente não é a Natureza, mas o ser humano, que não sabe, em muitas ocasiões, regrar o seu viver.

6. Se é certo que a civilização multiplica as necessidades do indivíduo, também é certo que multiplica as fontes de trabalho e os meios de viver. A desgraça provém, para muitos, do fato de haverem enveredado por uma senda diferente da que a Natureza lhes traçou.

7. Há para todos lugar ao Sol, com a condição de que cada pessoa ocupe o seu e não o lugar dos outros. A Natureza não pode ser responsabilizada pelos defeitos da organização social nem pelas consequências da ambição e do amor-próprio.

8. Vários são os meios empregados pelo homem para preservar ou ampliar seu bem-estar. Nesse sentido o progresso da Humanidade tem sido notável. Graças aos louváveis esforços que a filantropia e a ciência, juntas, têm feito para melhorar a condição material dos homens e malgrado o crescimento incessante da população da Terra, a insuficiência da produção se acha atenuada, e os anos às vezes calamitosos do presente não se podem, de modo algum, comparar com os de antigamente.

O gosto pelo supérfluo prejudica o indivíduo
9. Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo, porque a civilização dos nossos dias criou necessidades que o selvagem desconhece. Tudo é, pois, relativo, cabendo à razão regrar as coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:31 pm

10. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem. Os desregramentos que provoca fazem com que a natureza animal tenha nele preponderância sobre sua natureza espiritual. Ademais, o atractivo dos bens materiais funciona também como prova para o Espírito que passa pela experiência reencarnatória.

11. Para bem se conduzir na esfera carnal, o homem precisa conhecer o limite entre o necessário e o supérfluo.
Há pessoas que requerem seguidas experiências e grande esforço para adquirir esse conhecimento. Outras o têm por intuição, resultado das conquistas efectivadas em vidas pregressas.

12. O que é preciso entender, a tal respeito, é que o limite entre o necessário e o supérfluo não é exacto nem absoluto, mas, sim, relativo às condições de vida proporcionadas pelos avanços da Civilização, que criam novas necessidades.
Os artigos de luxo não são necessários, mas supérfluos 13. Pode-se dizer que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social.

14. São supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos.

15. Cabe aos indivíduos e às instituições governamentais ou privadas desenvolver esforços no sentido de estender a todos, sem excepção, os benefícios decorrentes da melhoria do padrão de vida humano, originados dos progressos da civilização, de modo a atenuar as desigualdades sociais.

16. Contudo, para garantir o cumprimento dessa tarefa, assegurando o bem-estar a todas as pessoas, são necessários investimentos nos sectores de saúde, alimentação, habitação, acesso aos meios de comunicação e, em especial, educação, compreendida esta em seu sentido mais amplo, que engloba a formação intelectual, social, moral e espiritual do ser.

Questões para fixação da leitura
1. Ao estabelecer para o homem a necessidade de viver, Deus concedeu-lhe também os meios para suprir essa necessidade?
Sim. Deus concedeu ao homem os meios para suprir suas necessidades, razão pela qual faz com que a Terra produza o suficiente para proporcionar o necessário aos que a habitam, porque só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é.

2. A superfície da Terra é suficiente para assegurar a alimentação dos bilhões de criaturas que aqui vivem?
Sim. Em suas experiências evolutivas, os homens passam por privações e situações difíceis, em que lhes falta até mesmo o essencial à sobrevivência. Mas essa situação extrema geralmente ocorre por pura imprevidência das pessoas. A Terra, ensinam os Espíritos superiores, produzirá sempre o necessário se o homem souber contentar-se com o necessário. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluo recursos que poderiam ser aplicados na obtenção do necessário.

3. Existe um limite entre o necessário e o supérfluo?
Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo, porque a civilização dos nossos dias criou necessidades que o selvagem desconhece. Tudo é, pois, relativo, cabendo à razão regrar as coisas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:31 pm

4. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem ou isso não tem nenhuma importância?
O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem e os desregramentos que provoca fazem com que a natureza animal tenha nele preponderância sobre sua natureza espiritual.
Ademais, o atractivo dos bens materiais funciona como prova para o Espírito que passa pela experiência reencarnatória.

5. O que é realmente necessário ao ser humano? E o que lhe é supérfluo?
Como foi dito, o limite entre o necessário e o supérfluo não é exacto nem absoluto, mas sim relativo às condições de vida proporcionadas pelos avanços da civilização, que criam novas necessidades. Pode-se, porém, dizer que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social. E supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos.
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20 – Diversidade das aptidões humanas
Sumário: Aos olhos de Deus todos somos iguais. – Não há privilégios na obra de Deus. – Razão da diversidade das aptidões humanas. – A diversidade das aptidões é um meio propulsor do progresso.

Aos olhos de Deus todos somos iguais
1. Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a ninguém concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte. Todos os seus filhos são iguais a seus olhos.

2. Ensinam os Espíritos Superiores que Deus não tolera distinções de linhagem familiar, não confere honrarias extemporâneas, mas proporciona a todos nós idênticas e incessantes oportunidades.

3. O Criador coloca, em estado latente, o mesmo poder, a mesma sabedoria e os mesmos estímulos evolutivos para todas as suas criaturas, no longo e fastidioso percurso que elas têm de trilhar com vistas à perfeição.

4. Atentos a estas considerações é que podemos perceber o sentido correto da lei de igualdade no seu aspecto natural, em contraposição à pretendida igualdade socio-económica, frequentemente artificial na vida de relação dos Espíritos encarnados.

O Pai não concede privilégios a ninguém
5. Sendo todos da mesma essência divina e criados para os mesmos gloriosos destinos, o género humano constitui uma única família. É por isso que os homens se encontram todos sujeitos às mesmas leis.

6. O Pai Eterno não concede privilégios a ninguém. Se há sofredores e felizes em nosso planeta, isso não se dá em razão das preferências divinas, mas por força do mau ou do bom uso do livre-arbítrio de seus habitantes.

7. Fomos criados simples e ignorantes, porém destinados à perfeição. Se ao longo de nossa trajectória evolutiva falimos ou nos elevamos, isso se dá por força de nossa livre vontade.

8. As aptidões humanas, tão diversas, resultam igualmente da variedade de experiências vividas nas múltiplas encarnações, porque, em razão do livre-arbítrio, cada indivíduo decide qual o caminho a seguir.

9. Os Espíritos foram criados iguais uns aos outros, mas cada um deles vive há mais ou menos tempo e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença existente entre eles funda-se, pois, na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obraram.

A diversidade das aptidões é um meio propulsor do progresso
10. Como uns se aperfeiçoam mais rapidamente do que os outros, resultam daí para eles aptidões diversas. Mas a variedade das aptidões permite que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, faz o outro, de forma que todos têm um papel útil a desempenhar na comunidade em que vivem.

11. A diversidade das aptidões, ao contrário da uniformidade, constitui, pois, um meio propulsor do progresso, visto que cada homem contribui para a obra colectiva com sua parcela de conhecimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:32 pm

12. As dissemelhanças que os Espíritos apresentam, quer em inteligência, quer em moralidade, não derivam, portanto, de sua natureza íntima. Resultam apenas do facto de haverem sido criados há mais ou menos tempo e do maior aproveitamento desse tempo no desenvolvimento das aptidões e virtudes que lhes são intrínsecas.

13. As diversidades naturais das aptidões humanas são os degraus das múltiplas experiências que nos conduzirão aos mundos superiores e nos propiciarão implantar o reino de Deus na Terra.

14. Essas diferenças constituem os agentes do progresso e preenchem uma necessidade inapreciável na economia da evolução, favorecendo-a, por mais que existam pessoas que as detestem.
Um dia, em nosso mundo, ninguém mais precisará mendigar

15. É quase certo que no estágio actual da nossa civilização nem todos os homens estejam exercendo a ocupação adequada às suas aptidões naturais.

16. Quando, porém, o egoísmo e o orgulho deixarem de ser os sentimentos predominantes na Terra e compreendermos que somos todos irmãos, amando-nos realmente uns aos outros, como preceitua o Cristo, todo homem de boa vontade achará ocupação adequada às suas aptidões e que lhe garanta o mínimo necessário a uma existência compatível com a dignidade humana.

17. Um dia esse estado de coisas será realidade em nosso mundo. Então os homens que não mais puderem manter-se em actividade, seja por doença, seja por velhice, terão a seu favor o amparo da lei, sem lhes ser preciso humilhar-se recorrendo à caridade pública.

Questões para fixação da leitura
1. Por que há sofredores e felizes em nosso mundo?
Deus não concede privilégios a ninguém. Se há sofredores e felizes em nosso planeta, isso não se dá em razão das preferências divinas, mas por força do mau ou do bom uso do livre-arbítrio dos seus habitantes. Fomos criados simples e ignorantes, porém destinados à perfeição. Se ao longo de nossa trajectória evolutiva falimos ou nos elevamos, isso se dá por força de nossa livre vontade.

2. Por que as aptidões humanas são tão diversas?
As aptidões humanas resultam da variedade de experiências vividas nas múltiplas encarnações, porque, em razão do livre-arbítrio, cada indivíduo decide qual o caminho a seguir. Os Espíritos foram criados iguais uns aos outros, mas cada um deles vive há mais ou menos tempo e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença existente entre eles funda-se, pois, na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obraram.

3. A diversidade das aptidões, ao contrário da uniformidade, é um bem ou é um mal?
Essa diversidade é, em verdade, um bem, porque permite que cada pessoa possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, faz o outro, de forma que todos têm um papel útil a desempenhar na comunidade em que vivem. A diversidade das aptidões constitui, pois, um meio propulsor do progresso, visto que cada homem contribui para a obra colectiva com sua parcela de conhecimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:32 pm

4. Essas diversidades no tocante às aptidões humanas sempre existirão em nosso mundo?
As diversidades naturais das aptidões humanas subsistirão enquanto tiverem razão de ser e, enquanto subsistirem, satisfarão a uma necessidade da própria Natureza, favorecendo o progresso humano.

5. Qual é, segundo o Espiritismo, a condição básica para que as anomalias sociais, na Terra, sejam erradicadas definitivamente?
A condição fundamental para que isso se dê é o enfraquecimento ou mesmo a extinção do sentimento de egoísmo e de orgulho que ainda predomina no planeta. Quando isso se verificar e compreendermos que somos todos irmãos, todos acharão ocupação adequada às suas aptidões e que lhes garanta o mínimo necessário a uma existência compatível com a dignidade humana. Um dia, sem dúvida alguma, esse estado de coisas será realidade em nosso mundo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 07, 2023 8:32 pm

21 – Desigualdades sociais
Sumário: As desigualdades sociais não são obra de Deus e um dia desaparecerão. – A abolição das desigualdades não se fará de repente. – O homem e a mulher gozam, aos olhos de Deus, dos mesmos direitos.

As desigualdades sociais não são obra de Deus, mas do homem
1. As desigualdades sociais, provenientes das mais variadas condições económicas e espirituais dos vários povos da Terra, são sempre obra dos homens e não de Deus. O Pai criou os Espíritos iguais e destinados ao mesmo fim, mas os homens, por força das imperfeições morais que ainda possuem, estatuíram leis – muitas delas injustas e até mesmo cruéis – para regular as relações em sociedade.

2. Como consequência dessas leis, surgiram muitas desigualdades, que são mais ou menos acentuadas em determinadas nações, conforme o grau evolutivo dos seus componentes.

3. O progresso segue, no entanto, o seu curso ascendente e por isso a desigualdade social, como tudo o que é inferior, dia a dia se atenua, até que se apague em definitivo, quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar na Terra.

4. Restará, então, em nosso mundo tão somente a desigualdade do mérito, porquanto dia virá em que os membros da grande família universal deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro e entenderão, enfim, que apenas o Espírito pode ser mais ou menos puro, mas isso não depende da posição social.

A abolição das desigualdades não se fará de repente
5. Ninguém pense, porém, que as desigualdades desaparecerão de repente e serão o resultado de revoluções, de guerras, de leis ou de decretos. Não. Sua abolição se fará de modo lento e gradual, de acordo com o ritmo dos esforços individuais e colectivos e como consequência do progresso moral alcançado pela Humanidade, o que levará à destruição dos privilégios de casta, de sangue, de posição social, de sexo, de raça, de religião e quaisquer outros.

6. Compreendamos também que com o banimento das desigualdades sociais não se verificará na Terra um processo de uniformização dos homens. A espécie humana não se transformará em máquina, a sociedade terrena não se tornará um sistema robotizado. Os homens é que passarão a orientar-se pelas leis divinas, a fim de que seus pendores naturais possam desabrochar e desenvolver-se normalmente, sem nenhuma atitude de coerção por parte de quem quer que seja.

7. Haverá, evidentemente, quem ocupe cargos de maior ou de menor responsabilidade, mas, com o adiantamento espiritual, os homens não sofrerão os males do egoísmo, da inveja, do orgulho, do preconceito e da falta de oportunidades.

8. Miséria, guerras, ignorância, preconceito e tantas outras calamidades colectivas não passam de enfermidades do organismo social, em razão da situação de prova da quase generalidade dos seus membros. Cessada a causa patogénica com a iluminação espiritual de todos em Jesus Cristo, a moléstia colectiva estará, obviamente, eliminada dos ambientes humanos.

O homem e a mulher gozam, aos olhos de Deus, dos mesmos direitos
9. Em uma sociedade moralizada não se compreenderá a diferença de tratamento, ainda tão comum, que se observa entre o homem e a mulher, porque todos entenderão que, perante os códigos divinos, ambos possuem os mesmos direitos e que a diferença dos sexos existe por força da necessidade de experiências específicas pelas quais o Espírito precisa e deve passar.
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