LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

ARTIGOS DIVERSOS III

Página 23 de 41 Anterior  1 ... 13 ... 22, 23, 24 ... 32 ... 41  Seguinte

Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 13, 2018 7:55 pm

Em muitas ocasiões, ouvi de amigos espíritas a afirmação de que há sempre muitos mortos obsidiando os vivos, mas, registando biografias e narrações, escutando choro e praga, tanto quanto vendo o retrato real de muitos, creio hoje que há mais vivos flagelando os mortos, algemando-os aos desvarios e paixões da carne, pelo menosprezo com que lhes tratam a memória e pela hipocrisia com que lhes visitam as sepulturas.
Tamanhos foram meus obstáculos, que não mais consegui rever os familiares naquelas horas solenes para a minha incerteza de recém-vindo, e, somente quando os homens e as mulheres, quase todos protocolares e indiferentes, se retiraram, é que as almas terrivelmente atormentadas e infelizes esvaziaram o recinto, deixando na retaguarda tão somente nós outros, os libertos em dificuldade pacífica, e fazendo-me perceber que o tumulto no lar dos mortos era uma simples consequência da perturbação reinante no lar dos vivos.
Apaziguado o ambiente, o cemitério pareceu-me um ninho claro e acolhedor, em que me não faltaram braços amigos, respondendo-me às súplicas, e a cidade, em torno, figurou-se-me, então, vasta necrópole, povoada de mausoléus e de cruzes, nos quais os espíritos encarnados e desencarnados vivem o angustioso drama da morte moral, em pavorosos compromissos da sombra.
Como vê, enquanto a Humanidade não se habilitar para o respeito à vida eterna, é muito desagradável embarcar da Terra para o Além, no dia dedicado por ela ao culto dos mortos que lhe são simpáticos e antipáticos.
Peça a Jesus, desse modo, para que você não venha para cá, num dia dois de Novembro.
Qualquer outra data pode ser útil e valiosa, desde que se desagarre daí, naturalmente, sem qualquer insulto à Lei.
Rogue também ao Senhor que, se possível, possa você viajar ao nosso encontro, num dia nublado e chuvoso, porque, em se tratando de sua paz, quanto mais reduzido o séquito no enterro será melhor".
E porque o documento não relaciona outros informes, por minha vez termino também aqui, sem qualquer comentário.

Do livro "Cartas e Crónicas"
(Espírito Irmão X - Psicografia Francisco C. Xavier)

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty PESSOAS HONESTAS SUAS CARACTERÍSTICAS E COMPORTAMENTOS

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 14, 2018 10:56 am

As pessoas honestas não têm em mente a necessidade de agradar a todos.
Elas se incomodam com a hipocrisia e, portanto, não hesitam em praticar a única linguagem que conhecem: a sinceridade.
Elas são leais e firmes em suas convicções e, embora às vezes se sintam desconfortáveis, são hábeis em criar vínculos fortes e significativos com pessoas que valem a pena.
Muitas vezes, diz-se que todos elogiam e defendem a verdade, mas no momento em que alguém se atreve a ser honesto, acaba sempre sendo apontado e criticado.
Não é fácil manter a coerência entre o que se pensa e o que se faz.
Muitas vezes, sabemos o que sentimos, mas acabamos nos comunicando exactamente o oposto.
Fazemos isso por causa das condições sociais, por medo de ferir ou atrair atenção.
É por isso que pessoas honestas são tão valiosas.
Porque nelas há uma dose de coragem e uma vontade clara de manter a coerência.
Poucos valores sociais e psicológicos são tão necessários quanto a honestidade, aquela dimensão que Thomas Jefferson considerou o primeiro capítulo da sabedoria e que Mark Twain definiu como a melhor arte perdida.
Seja como for, há um aspecto que é claro: estamos ante essa qualidade que sempre exigimos dos outros.
Graças a isso, podemos construir relacionamentos baseados na confiança.
Precisamos saber que a pessoa à nossa frente e aquela que amamos ou respeitamos como amigo ou colega de trabalho é sincera e autêntica em todos os momentos.
“A honestidade é um presente muito caro, não espere de pessoas baratas.”
-Warren Buffett-

Pessoas honestas, como identificá-las?
Pessoas honestas não carregam banners ou camisas com hashtags definindo o que são.
Precisamos aprender a identificá-las por nós mesmos.
Uma boa maneira de fazer isso é ouvindo, observando, conectando-se com aqueles que nos rodeiam e, claro, tendo um simples detalhe claro: a honestidade não tem justificativas.
Vamos ver como essas ideias são explicadas.
Elas não perdem tempo com o que não gostam A Universidade Julius-Maximilians de Würzburg, na Alemanha, realizou um estudo para aprofundar essa dimensão.
Assim, um primeiro aspecto que eles descobriram é que pessoas honestas geralmente economizam tempo em muitas de suas conversas.
Elas não desviam, não perdem tempo quando alguém ou alguma coisa não lhes agrada ou não se sintoniza com seus valores.
Elas deixam claras as diferenças com assertividade e respeito para marcar distâncias.
Ao fazer isso, elas não dão ou esperam muitas justificativas.
Elas sabem que não é apropriado prolongar situações que podem ser contra-producentes ao longo do tempo.

Elas não mentem ou toleram mentiras
Há um livro muito interessante intitulado “Por que mentimos … especialmente para nós mesmos:
A ciência do engano” por Dan Ariely, professor de psicologia que se aprofunda neste tópico.
Segundo o autor, todos acreditamos ser honestos.
Não importa que estejamos cunhando, que o que pensamos e o que dizemos esteja a anos-luz de distância.
Quase sempre mantemos essa auto-imagem impecável onde o senso de honestidade raramente nos abandona.
Pessoas honestas, aquelas que são honestas em mente, palavra e comportamento, não toleram enganar a si mesmas ou enganar os outros.
Elas não mentem porque isso gera uma desconfortável dissonância cognitiva que ataca sua identidade e auto-estima.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 14, 2018 10:57 am

Personalidades relaxadas, mentes calmas
As pessoas honestas são mais felizes e até desfrutam de uma saúde melhor.
É assim que a Dra. Anita E. Kelly, professora de psicologia da Universidade de Notre Dame de Paris, revela.
De acordo com este estudo, ser honesto, não usar mentiras e ser genuíno consigo mesmo e o que você diz e faz gera maior bem-estar.
Esse equilíbrio interno, essa paz de espírito reverte para a saúde.

Eles sabem como construir relacionamentos mais significativos
A desonestidade e o fato de mostrar pouca integridade em algum momento, suponha para esse tipo de pessoa um esforço excessivo.
É essa dissonância cognitiva que gera desconforto , tensão e desconforto.
Portanto, pessoas honestas valorizam acima de tudo a capacidade de construir relacionamentos baseados na confiança.
Não só são mostrados em todos os momentos de uma forma autêntica, sincera e respeitosa com aqueles que os rodeiam.
Mas também, exija isso mesmo naqueles que fazem parte do seu dia a dia.
Algo assim faz, sem dúvida, que nem sempre eles tenham um grande número de amigos.
Se têm poucos, são sempre os mais apropriados, os mais genuínos, aqueles em que é gerada uma reciprocidade contínua e satisfatória.
Para concluir, vale a pena mencionar apenas mais um aspecto.
A honestidade é um princípio ético, um valor que ajuda a criar uma sociedade mais integral e saudável.
No entanto, essa dimensão que todos acreditamos ter nem sempre se aplica de maneira real e respeitosa.
Muitas vezes caímos em mentiras complacentes, aquelas que camuflam verdades e sentimentos.
Em todos os momentos não podemos dizer o que pensamos, neste sentido, certos filtros são frequentemente recomendados.
No entanto, mais ou menos maquilhagem, a sinceridade é um pilar muito importante de respeito para com os outros e para com nós mesmos.

Valeria Sabater

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty O Homem Honesto Segundo Deus ou Segundo os Homens

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 14, 2018 8:30 pm

1. – Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
R. Tudo que quiseres, querida filha.
Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que atende às circunstâncias.
Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra.

2. – Como? Pois não vivestes sempre honestamente?
R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus.
E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença.
Aí, entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos.
Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita.
Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade!
Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas.
Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for activo na vida; activo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; activo nas boas acções, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; activo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo.
O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo d’alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume “no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo”.
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus.
Pois bem: tê-lo-ia eu sido? Não.
Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a actividade necessária; que o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus.
Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento.
Transmite, cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles.
Seus olhos paternais lhes calcularão as provações.
Sua mão potente lhes apagará as faltas.

Nota: as respostas deste texto foram dadas pelo Espírito JOSEPH BRÊ, falecido em 1840, ao ser evocado em Bordéus, por sua neta, em 1862.
O texto foi extraído do livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. FEB. Extraído do capítulo 3 – 2a. Parte – Espíritos em condições medianas.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Parábola do Semeador

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 15, 2018 11:43 am

Um semeador, como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para nele semear os grãos de trigo que possuía, honrando a Deus com seu trabalho honesto.
Começou a semeadura.
Enquanto lançava as sementes ao campo, algumas caíram no caminho, na pequena estrada que ficava no meio da seara.
Você sabe que os passarinhos costumam acompanhar os semeadores ao campo, para comer as sementes que caem ao chão?
Pois, isso aconteceu em nossa história.
Alguns grãos caíram à beira da estrada, e os passarinhos, rápidos, desceram e os comeram.
O semeador, porém, continuou semeando.
Outras sementes caíram num lugar pedregoso. Havia ali muitas pedras e pouca terra.
As sementes nasceram logo naquele solo, que não era profundo.
O trigo cresceu depressa, mas, vindo o sol forte, foi queimado; e como suas raízes não cresceram por causa das pedras, murchou e morreu.
Outros grãos caíram num pedaço do campo onde havia muitos espinheiros.
Quando o trigo cresceu, foi sufocado pelos espinhos e também morreu.
Uma última parte das sementes caiu numa terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e das sarças.
E o trigo ali semeado deu uma colheita farta.
Cada grão produziu outros cem, outros sessenta outros trinta…
*
O próprio Jesus explicou a Seus discípulos a Parábola do Semeador.
As nossas almas, filhinho, são comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, “a terra cheia de espinheiros” e “o terreno lavrado e bom”.
Jesus é o Divino Semeador.
A semente é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria.
E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para connosco.
E como procedemos para com Jesus?
Como respondemos à Sua bondade?
O modo como damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma.
Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola.
Vejamos, então, filhinho:
Quando alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do mal (os Espíritos maldosos, desencarnados ou encarnados) e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes…
E sabe de que modo?
Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais.
E a alma fica indiferente aos ensinamentos divinos.
O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, onde a semente não chegou a penetrar.
Um exemplo desse terreno é a criança que não presta atenção às aulas de Evangelho, ficando distraída durante as explicações.
Ou ainda, a criança que não gosta de ler os livrinhos que ensinam o caminho de Jesus…
E o segundo terreno, o pedregoso?
Esse terreno é a imagem da pessoa que recebe os ensinos de Jesus com muita alegria.
São exemplos as pessoas entusiasmadas com o serviço cristão, ou as crianças animadas nas escolas de Evangelho, mas cuja animação dura pouco.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 15, 2018 11:44 am

Quando surgem as zombarias, as perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho do Evangelho.
Um exemplo para você, filhinho:
uma criança está frequentando as aulas de Moral Cristã numa Escola Espírita.
Está aprendendo os mandamentos Divinos, os ensinos de Cristo, o caminho do bem, da pureza, da honestidade.
Está muito contente com o que está estudando.
Sente-se animada e feliz.
Um dia, aparece um colega do colégio ou da vizinhança, dizendo que o “Espiritismo é obra do demónio”, que “os que frequentam aulas de Evangelho nas escolas Espíritas ficam loucos e vão para o inferno”.
E zombam dele sempre que o encontra e lhe põe apelidos humilhantes.
O nosso amiguinho não tem ainda firmeza de fé.
Tem medo das zombarias dos colegas e dos vizinhos, que dizem que “somente sua religião é verdadeira” e lhe mandam “receber espíritos na rua .
Amedrontado pela perseguição e pelos motejos, o nosso irmãozinho deixa a Escola de Evangelho, onde estava começando a compreender a beleza do ensino de Jesus e as bênçãos do Espiritismo Cristão.
Esse menino tinha o coração semelhante ao “terreno cheio de pedras”, onde a planta da verdade não pôde crescer e frutificar.
O terceiro solo é a “terra cheia de espinheiros”.
É o caso das pessoas que recebem a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas.
Ouviram o Evangelho, mas se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida, pelo cuidado exclusivo das coisas da terra.
Há também, no mundo das crianças, exemplos desse terreno.
São as crianças que conheceram, às vezes desde pequeninas, os ensinos de Jesus, mas, depois de crescidas, preferiram os maus companheiros, as crianças sem Deus, e passaram a interessar-se somente pelos problemas de dinheiro ou de moda, pelos ídolos do cinema ou do futebol.
Não querem mais nem Jesus, nem lições de Evangelho.
Só pensam em automóveis de luxo, sonham com caminhões, imaginam-se ricos “quando crescerem”…
A princípio, sabiam repartir com os pobres o seu dinheirinho, porém, agora só pensam em juntá-lo: a caridade morreu nos seus corações.
O mundo, com suas riquezas falsas (que terminam com a morte), seduziu suas almas e sufocou a plantinha de Deus em seus espíritos.
Trocaram Jesus pelos sonhos e ambições de carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de desporto, de concursos de beleza, de grandezas sociais…
A plantinha de Deus foi sufocada pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E morreu…
O quarto terreno, “a terra lavrada e boa”, é o símbolo do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na vida.
É a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo para aprender a Verdade e o Bem.
E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para Deus.
Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes, guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração de uma criança verdadeiramente cristã é o bom terreno da parábola:
cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos de bondade, de fé e de auxílio ao próximo.
O coração dessa criança deseja conhecer sempre mais e melhor os ensinos cristãos.
E se esforça sinceramente para fazer a Vontade Divina:
amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir.
Filhinho, aí está a Parábola do Semeador.
Medite nela.
Que você, guardando a humildade de coração, se esforce para ser, se ainda não o é, o bom terreno, que recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e bondade.

TAVARES, Clóvis. Histórias que Jesus Contou. LAKE. Parábola do Semeador: Mateus, 13:1-9, 18-23.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Política: a ciência ou a arte de fazer o bem

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 15, 2018 7:42 pm

– (BEZERRA DE MENEZES)

Sempre quando falamos em política associamos a um governo, a partido a noção sobre política é bem maior, pois a participação pública e colectiva é um acto político.
Para entendermos melhor vamos as definições de política.
O termo política tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público.
O significado de política é muito abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público.
Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política é a ciência que tem por objectivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na sociedade), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade colectiva).
Porém, a definição de política que mais gosto, entende a política como a ciência ou a arte de fazer o bem.
E política é isso mesmo.
Também são as políticas públicas da educação, da saúde, da segurança, do saneamento básico, do lazer, do bem estar social de todos os integrantes da sociedade, principalmente, os menos favorecidos.
A participação de todos e, principalmente, da juventude na política precisa ser mais efectiva.
O desinteresse pela política só pode agradar os maus políticos, não ao Brasil.
Precisamos de cidadãos conscientes de direitos e responsáveis pelos seus deveres, mas que tenham criticidade suficientes para tomar partido e argumentar em favor de uma sociedade mais justa.
Não vejo outro meio a não ser a política uma ferramenta poderosa em busca de um mundo melhor.
As guerras no Oriente Médio, o avanço de organizações terroristas, nada mais é que a faltar de um diálogo político entre os envolvidos em torno de um consenso.
O papa Francisco além de um grande e respeitado líder religioso, é um líder político.
Um líder político que tem sensibilidade humana, que se preocupa com os mais pobres.
Além das mudanças e avanços que ele proporcionou a igreja, Francisco tem sido um grande “articulador”, é o que tem sido demonstrado na reaproximação entre Cuba e os EUA; o acordo entre o governo colombiano e as FARC; o apelo pela ajuda humanitário de países europeus aos imigrantes.
São exemplo do grande homem que é o papa Francisco.
Acredito que avançamos muito nos últimos anos em relação a políticas públicas, mas termos que avançar mais.
Não é utopia, mas ver uma sociedade que proporcione aos seus integrantes igualdade de oportunidades e justiça social, seria o desejado para toda e qualquer nação.
Não posso pensar em política somente no meu próprio umbigo, mas sim, pensar na colectividade.

SOBRE O VOTO:
O voto é a ferramenta mais preciosa da democracia, ele é livre e soberano, deve ser exercido com responsabilidade e deve ser respeitado.
Votar com consciência social, discernindo o que é melhor para o seu município, estado ou nação, mas sobretudo votar com o coração, com a sensibilidade e o senso de justiça para enxergar o sofrimento dos pobres que mais precisam do serviço público.
Este é um direito e uma obrigação dos jovens e de todos que começam a participar, não apenas das eleições, mas também da organização de grupos e do debate sobre o futuro que queremos.

DE ONDE VIRÃO, COMO SERÃO OS NOVOS POLÍTICOS?
HÁ ESPERANÇAS?
Enquanto houver seres humanos, sempre haverá história!
E com ela, esperanças de que é possível ser diferente…
Em alguns contextos históricos é momento de esperar, de semear, de preparar a terra.
Em outros, é hora de fazer o pão com o que você colheu!
De onde virão os novos e bons políticos?
Com certeza não será do marasmo dos descrentes de hoje.
Aqueles que contribuirão para mudar os rumos da história virão da simplicidade do pequeno e paciente trabalho de formação de base.
Virão das novas experiências culturais de colectivos juvenis que têm pintado pelas periferias das cidades, da zona rural; virão de jovens que aprenderam que para a utopia ser conquistada lá fora, ela precisa estar primeiro dentro de cada um de nós.

Por: Renan Santos

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Não Atribuamos a Deus a Autoria da Bíblia

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2018 11:10 am

A Bíblia é um livro muito importante.
É o mais traduzido, o mais vendido e o mais lido do mundo.
Mas não é, literalmente, a palavra de Deus, pois ela tem erros, e Deus é infalível, não errando jamais.
E um dos maiores erros dos teólogos, principalmente dos antigos, quando a Humanidade era ainda pouco evoluída, é, principalmente na sua visão de Deus e, consequentemente, das questões religiosas.
Ademais, numa demonstração evidente de seu egocentrismo, embora inconsciente, eles ensinavam que o que eles diziam era a pura verdade, pois, como firmavam, eles eram inspirados por Deus.
E ensinavam também que a Bíblia não possuía nenhum erro, pois os seus autores eram também inspirados por Deus em tudo que eles escreveram nela.
Valeu a boa intenção deles.
Mas esse é, realmente, um dos grandes erros cristão-judaicos.
Podemos dizer que a Bíblia tem certa autoria de Deus, no sentido de que espíritos santos de Deus (não Ele próprio) inspiraram alguns de seus autores que escreveram partes dela.
Repetimos que não é o Espírito do próprio Deus que inspirou seus autores, mas espíritos de Deus no sentido de serem do bem e que trabalham para Deus, comummente chamados de anjos (espíritos enviados).
Sim, pois, Deus tem espíritos trabalhando no seu projecto (Hebreus 1: 14).
Há dois modos de se interpretar a Bíblia, o literal e o alegórico.
E os erros do cristianismo estão geralmente na maneira abusiva da interpretação dela, ora exageradamente literal, ora exageradamente alegórica.
E isso, aliado ao ego dos teólogos biblistas, é o que vem dividindo os biblistas cristãos e judeus no decorrer dos milénios de existência da Bíblia, principalmente os cristãos.
Paulo foi inspirado ou intuído, quando disse que nós não devemos nos prender à letra dos textos bíblicos, mas ao espírito oculto da letra.
Mas esse seu ensino pouco ou nada tem sido seguido pelos cristãos.
Daí as numerosas divisões do cristianismo a que já nos referimos.
E isso contraria também o desejo de Cristo que almejou um só rebanho e um só pastor.
E, pelo que se vê, infelizmente, isso não ocorrerá tão cedo, mormente entre os fiéis mais frequentadores das igrejas, pois são os mais radicais em suas ideias religiosas com enfoque de textos da Bíblia, com as mais variadas e até abusivas interpretações!
Vejamos um exemplo de coisas estranhas bíblicas das quais, realmente, não podemos atribuir a Deus a sua autoria.
O povo midianita foi vencido por Moisés que determinou o seguinte:
“Agora, pois, matai de entre as crianças todas as do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele.
Porém todas as meninas, e as jovens que não coabitaram com algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós outros” – seria para estupro?
(Números 31: 17 e 18).
Isso, no mínimo, seria o que se chama, hoje, crime de guerra.
Deus não é, pois, o autor dessa ordem de massacre de seres humanos já dominados, prisioneiros, e, provavelmente, com estupro de suas filhas, meninas virgens.
É muito importante o que a Igreja diz, hoje, sobre a Bíblia:
Ela é a palavra de Deus escrita por homens.
Ora, os homens erram.
Logo, a Bíblia contém erros, cuja autoria não pode mesmo ser de Deus.
Então, respeitemos e amemos a Bíblia, mas com moderação e, principalmente, sem bibliolatria!

Autor: José Reis Chaves

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Zacarias e o anjo

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2018 7:39 pm

Richard Simonetti

Conta o evangelista Lucas (capítulo I) que sob o reinado de Herodes, rei da Judeia, há perto de dois mil anos, morava na região serrana, nas proximidades de Jerusalém, o velho Zacarias.
Era um dedicado sacerdote, homem piedoso e nobre, pertencente à turma de Abias, uma das vinte e quatro que, segundo a tradição judaica, serviam no templo, obedecendo a um sistema de rodízio.
Zacarias carregava uma tristeza. Não tinha filhos.
Durante anos implorava a Deus lhe concedesse a graça de acolher um rebento querido em seus braços.
Com a madureza desistira da ideia.
Difícil antes, impossível agora.
Certamente Isabel, sua esposa, era estéril.
Para os judeus, não ter filhos era uma desgraça, verdadeiro castigo divino.
A desonra pesava sobre a mulher que nunca concebera.
Podia até ser repudiada pelo marido.
Mas ambos suportavam com paciência a situação e cumpriam seus deveres com rectidão, sempre submissos ao Senhor.
Nos Espíritos evoluídos a confiança em Deus não está subordinada ao atendimento de seus desejos. Confiam porque têm plena consciência de que Deus sabe o que faz.
Certa feita, quando chegou a vez de sua turma, Zacarias partiu para Jerusalém.
No templo, tirada a sorte, foi escolhido para entrar no santuário.
A multidão aguardava do lado de fora o soar das trombetas que marcava o início das orações.
Para espanto de Zacarias, sozinho no sagrado recinto, surgiu diante dele uma entidade angelical.
Tratava-se de Gabriel, o mais famoso anjo das escrituras bíblicas, chamado pela tradição religiosa de alta categoria.
Além de Zacarias, ele esteve com o profeta Daniel e também com Maria.
Provavelmente apareceu em outros episódios bíblicos sem se identificar.
Em linguagem espírita diríamos que Gabriel é um Espírito superior, um dos mais importantes prepostos de Jesus.
Zacarias teve medo, o que revela sua pouca familiaridade com manifestações dessa natureza.
Os judeus não estavam acostumados a lidar com os Espíritos.
Diga-se de passagem, caro leitor, raras pessoas não se assustariam.
São sempre temidas as “assombrações”.
O anjo buscou tranquilizá-lo:
– Não tenhas medo, Zacarias, porquanto a tua súplica foi ouvida e Isabel, tua mulher, te dará um filho a quem chamarás João.
Ficarás feliz e muitos se rejubilarão com seu nascimento, pois será grande aos olhos do Senhor.
Não beberá vinho nem bebida inebriante; será cheio de Espírito Santo, desde o seio materno.
Converterá muitos dos filhos de Israel ao senhor deles e irá à frente do Senhor no Espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, a fim de preparar para o senhor um povo dedicado.
Gabriel reporta-se à grandeza moral daquele que nasceria como filho de Zacarias e Isabel.
Tratava-se de um Espírito experiente, que já vivera muitas encarnações na Terra.
Impossível negar essa evidência.
Equivaleria a admitir que Deus beneficia filhos seus com virtudes que a outros nega, uma flagrante e inaceitável injustiça.
Naqueles tempos recuados homens consagrados ao serviço de Deus se obrigavam a uma existência especial.
Dentre os compromissos que assumiam, estava a abstenção de álcool.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2018 7:39 pm

Daí a observação do anjo.
Sempre que se volta para a religião o homem é inspirado a preservar a pureza, evitando a taça dos prazeres inebriantes que anestesiam a consciência e afectam os sentidos, simbolizados pelo álcool.
As forças do Bem pedem instrumentos dóceis, equilibrados e puros para que possam se manifestar em plenitude na Terra, derramando bênçãos de esperança e paz para os homens.
Zacarias admirou-se.
– Como pode isso acontecer se eu e minha mulher somos velhos e ela, além do mais, sempre foi estéril?
O visitante parece não ter apreciado sua pergunta.
– Sou Gabriel, sempre presente diante de Deus, e fui enviado para anunciar esta boa nova.
E porque duvidaste, doravante vais ficar mudo.
Não poderás falar, até o dia em que teu filho nascer, visto não haveres acreditado em minhas palavras, que a seu turno se cumprirão.
O povo aguardava Zacarias, estranhando sua demora.
Quando ele saiu sem poder falar, causou estupefacção.
Compreendeu-se que algo de muito grave acontecera no santuário.
Zacarias explicou, por meio de sinais, e continuou mudo.
Decorridos os dias de seu ministério sacerdotal, regressou para casa.
Imensa foi sua surpresa quando, tempos depois, confirmando as palavras do anjo, Isabel ficou grávida.
Após nove meses dava à luz um menino forte que, conforme a recomendação, recebeu o nome de João.
Seria conhecido mais tarde como o Baptista.
Com o nascimento de seu filho, Zacarias recuperou a voz e pôde relatar melhor sua experiência, rendendo graças a Deus pela dádiva recebida.
Ressalta da narrativa evangélica algo interessante:
Gabriel parece um anjo de pavio curto, que não gosta de ser contestado.
Pior, atropelou a justiça ao condenar Zacarias a tão longo mutismo, apenas por manifestar razoável dúvida.
Inadmissível os Espíritos Superiores nos castigarem por pedirmos esclarecimentos a respeito de suas afirmações.
Eles orientam, explicam, ajudam, amparam, mas jamais se exasperam e muito menos impõem sanções, ainda que revelemos cepticismo.
Mas é fácil entender o que aconteceu.
As circunstâncias que envolveram o nascimento de João tinham por objectivo chamar a atenção do povo.
Em linguagem actual, com o devido respeito, diríamos que houve uma acção de marketing.
Um sacerdote que ficou mudo após conversar com um anjo, e uma mulher estéril que concebeu em avançada idade, eram acontecimentos marcantes.
Fatalmente despertariam interesse, particularmente numa aldeia humilde como aquela onde o casal residia.
Importante que João fosse recebido desde o início como alguém consagrado a Deus.
Importante que o povo se habituasse a ver nele um novo profeta da raça, pois lhe seria confiada a tarefa de preparar o caminho para o Messias, o enviado celeste há séculos aguardado pelo povo judeu.
João era Elias de retorno para anunciar o Salvador, cumprindo as profecias.
A experiência de Zacarias lembra algo importante:
Todos temos um anjo de guarda, um mentor espiritual que nos ajuda e ampara na jornada humana.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 16, 2018 7:39 pm

Um amigo dizia:
– Se é assim, creio que os anjos de guarda lá em casa andam de férias.
Meu filho foi reprovado nos exames; minha filha adolescente envolveu-se com um rapaz e ficou grávida; minha mulher bateu o carro; nosso cão foi atropelado por um automóvel e eu, num momento de exasperação, dei um tapa na mesa e fracturei a mão.
Há aqui um equívoco em relação à actuação dos protectores espirituais.
Não é sua obrigação evitar transtornos como:
A reprovação do aluno que não estudou para exames.
A gravidez da jovem que se decide a experimentar o sexo.
O acidente do motorista que dirige com imprudência.
O atropelamento do cão que deixaram na rua.
A fractura da mão de quem dá murros na mesa.
Sua função é inspirar-nos ao bem, ao cumprimento de nossos deveres.
O protector espiritual é a nossa consciência mais profunda, aquela voz inarticulada que fala no imo de nosso ser alertando-nos:
– Cuidado, aja com prudência.
Seja comedido. Olhe por onde anda.
Ele tem poderes para evitar que nos atinjam certos males e o faz frequentemente, sobretudo em relação à nossa estabilidade física e psíquica.
Não fosse por ele e bem maiores seriam nossos problemas.
Mas deixa que colhamos as consequências de nossas acções, a fim de que aprendamos com os próprios erros, habilitando-nos ao exercício do discernimento e da prudência.
Assim como a mudez de Zacarias marcava acontecimento auspicioso, muitos males que nos afligem situam-se posteriormente como gloriosos marcos de renovação, que nos estimulam a repensar a existência inspirando-nos a procurar os valores espirituais.
É assim que muitos descobrem as bênçãos do Espiritismo.

É assim que muita gente se aproxima de Deus.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Aparências que enganam

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2018 12:04 pm

Fátima Farias

O ser humano vive sempre julgando.
E o pior, cada um de nós tem a tendência de achar que faz sempre a leitura correta dos fatos. Infalivelmente.
Presos a paradigmas, somos conduzidos a imaginar padrões de beleza, riqueza e felicidade, como sendo uniformes e que se enquadram a qualquer um ou a qualquer situação.
E assim, a sociedade em que vivemos define e reduz como sendo beleza aquela pessoa que tem traços fisionómicos compatíveis com as convenções estabelecidas, em geral desprezando-se os dotes interiores.
Riqueza é vista como sinónimo de felicidade.
Sempre o ter vencendo o ser.
Na realidade, fica difícil para o rico ou famoso avaliar o grau da amizade.
Surge a dúvida se a aproximação é pelo que é, ou pelo que tem ou representa.
Movidos pela generalização, julgamos ser feliz quem tem dinheiro, quem está casado, quem tem poder, fama…
Raramente se valorizam as pequenas coisas, os mini-gestos que apesar de parecerem insignificantes, às vezes contam muito mais.
A atenção de uma visita ou uma homenagem sincera pode ser mais importante que um caro presente.
Posso até ser mal interpretada por isso, ou mesmo tachada de contraditória, mas observe bem, em geral a inteligência ou educação são padrões de comportamentos sempre bem evidenciados, mas pode não ser bem por aí.
Sem pretensão de ferir sua importância há de convir que se mal direccionado podem ser potencialidades nulas.
Quem arquitecta armas bélicas são pessoas inteligentes, sim, mas de que serve, se os resultados são nocivos?
E os que promovem as fraudes, os golpes?
Inteligências destas naturezas tem valor?
Há os que julgam pessoas educadas aquelas restritas em atender convenções sociais:
desejar “bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado…”
Não pretendo tirar o mérito deste modo de comportamento, mas se for conduzido apenas como força de expressão ou formalidade…
Acho que educação passa, sobretudo, pelo respeito ao próximo, ao seu modo de ser e pensar.
E assim vamos levando a vida, realizando juízos de valor erróneos.
O que me inspirou a escrever sobre o assunto – as aparências enganam – foi juntar tudo isso que penso à esta historiazinha que recebi.
Quem me enviou desconhece o autor.
“Um casal tomava café no dia de suas Bodas de Ouro.
A mulher passou a manteiga na casca do pão e deu para o marido, ficando com o miolo.
Pensou ela:
– Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais meu marido e, por 50 anos, sempre lhe dei o miolo.
Mas hoje quis satisfazer o meu desejo.
Para sua imediata surpresa o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse:
– Muito obrigado por este presente, meu amor.
Durante 50 anos, sempre quis comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, eu jamais ousei pedir!”
Comentário do enviado (site Caminhos de Luz):
“Assim é a vida…
Muitas vezes nosso julgamento sobre a felicidade alheia pode ser responsável pela nossa infelicidade…
Diálogo, franqueza, com delicadeza sempre, são o melhor remédio”
E agora arremato meu pensamento sobre as aparências que enganam.
Veja bem se o que falei sobre a influência dos paradigmas não tem razão de ser?
Somos felizes pelo que somos, gostamos, optamos ou construímos para nós e não pelo equívoco do juízo de valor de outrem.
Para finalizar, um detalhe importante: olhar e enxergar são coisas muito bem distintas.
As aparências enganam. E como enganam!

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Visão Espírita do Idoso

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2018 9:14 pm

Leda Marques Bighetti

As fases da vida física e o que cada uma representa para o Espírito.
O Idoso – quem é:
Como é visto
Como ele se vê
A família – cuidados – respeito – carinho – amor – ou abandono?
As formas de exteriorização desse abandono
Responsabilidade – repercussões

O entendimento espírita
“(…) É justo que os filhos cooperem com os pais, embora saibamos que os mais jovens de hoje serão os mais velhos de amanhã tanto quanto os maduros de agora, desempenharão, muito em breve o papel de jovens no futuro.
Tudo é sequência na Lei”.

Emmanuel – Reformador, julho/76 – 22/4/51

“Antes de mais nada, é necessário esclarecer cada uma das gerações que se cruzam na mesma época reencarnatória sobre um princípio altamente funcional para o progresso das colectividades (povos e nações).
As actuais posições e funções específicas das gerações de hoje já estiveram trocadas em vidas passadas.
E ainda se inverterão em vidas futuras.
A geração mais velha de hoje em função educadora foi a mais nova e educanda de ontem; e será a de amanhã.
Os papeis vão sendo invertidos no suceder das exigências, para permitir um intercâmbio salutar de experiências, de vivências e de conhecimento, de infusão recíproco de valores em ampla e necessária complementaridade.
Essa contingência está a apontar a todos o respeito mútuo, recíproca compreensão e liberdade a ser mantida entre os mais velhos e os jovens em comunicação produtiva”.
Espiritismo e Educação, Ney Lobo – IX

As fases da vida física e o que cada uma representa para o Espírito
Dentro dos objectivos da Doutrina Espírita – a renovação moral – encarnação, isto é, uso de um corpo físico e o tempo que pode desfrutar dele, é altamente valorizado no entender espírita.
“A passagem dos espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma acção material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia.
É-lhes necessária, a bem deles, visto que a actividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.
Sendo soberanamente justo Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder.
Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça.
Mas, a encarnação para todos os espíritos é um estado transitório.
É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso do livre-arbítrio.
Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores.
Os que, ao contrário, usam mal a liberdade que Deus lhes concede retardam sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrarem, podem prolongar, indefinidamente, a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo”. 1
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2018 9:15 pm

Desse modo é o homem:
“um Espírito transeunte, reencarnado nesta Terra, peregrino imperfeito, em determinado grau educativo em romagem da perfectibilidade para perfeição que, pela Educação conquistada ou a conquistar em Reencarnações sucessivas e progressivas como ser Pluri-existencial atingirá o estado de Puro Espírito, isto é totalmente educado” 2
Entendida essa premissa o Espírito precisa de um corpo físico para desenvolver seu potencial perfectível, submetido ao ciclo da matéria que “nasce, cresce, desenvolve-se, mantém determinado equilíbrio, desagrega-se e morre, qual a função de cada uma?
Há alguma coisa que seja superior, mais importante?
Recorde-se que na perfeição do Pai, não existe acaso, supérfluo, ou algo sem função específica.
Desse modo, cada fase em que estagia o Espírito, tem ela uma função altamente qualificada em preparações contínuas e sequentes onde o aprendizado, as experiências, o processo educativo aí contido, vai ampliando o campo perceptivo e irradiador do Espírito.
De passagem, recorde-se que a infância etapa que vai desde o nascimento até a puberdade configura-se como tempo de transição de uma existência para outra; período de convalescença da árdua travessia da vida espiritual para a material, onde a primeira função3, é o repouso e as faculdades em latência encontrarão, no trabalho envidado pelos pais/responsáveis, os estímulos para que se manifestem.
Nesse campo, interligado, junto, paralelo ao repouso/latência está a segunda função – a plasticidade, a maleabilidade”4 propiciadora do campo aberto para se reformar, mudar.
O exemplo, o desvelo, o carinho, a firmeza, o empenho dos pais/responsáveis em trabalhar sem perder a dimensão de que está diante de um Espírito imortal, dá sentido e entendimento as várias situações com as quais se defrontarão.
Essa visão – Imortalidade – em nenhum momento pode ser esquecida – pois se ela referencia o ser, com seu passado, aquisições, virtudes e problemas, também dá sentido a todos os cuidados e trabalhos visando o futuro.
A adolescência, puberdade, fase que adentra em tese, além um pouco dos vinte anos, caracteriza-se pela descoberta e afirmação do EU, onde períodos de egocentrismo, crises de irriquietude, irritabilidade, alternando-se com períodos calmos, ou de entusiasmo e depressão são frequentes.
Produzem tormento interior, acrescido das dificuldades nas decisões, as desilusões, ou o contacto com a realidade mais evidente, onde o Espírito não se sente ainda com estruturação de um Homem, mas também não se aceita mais como criança.
Mendouse, pensador francês classifica essa fase como “estado de anarquia das tendências”.
Sob o enfoque da Imortalidade, tudo isso de um modo geral (pode haver excepções) tem razão de ser.
Agora, o esquecimento do passado é total, a potencialidade está voltada para o futuro, mas esse Espírito é todo um aflorar de passado.
A infância acenou-lhe com novas propostas, ideais.
Nessa luta (quase sempre inconsciente) entre o que não mais quer se repetir, rescindir e o que almeja, sente ou deseja, o objectivo que é justamente a emancipação, quase sempre exterioriza-se através de conflitos a representar verdadeiro grito de socorro onde a atitude actuante dos pais/responsáveis – conversando, dialogando, reflectindo juntos será de capital importância para a fisionomia espiritual desse futuro homem, totalmente diferente do que já fora em passado, da “criança” dessa existência, dos pais ou familiares.
No mesmo enfoque e importância esse Espírito imortal alcança, atinge (na tese de uma sequência lógica) a maturidade onde pressupõe-se o equilíbrio físico e emocional no vigor e a energia que esplendem.
O Espírito se exteriorizaria aí em toda solidez, firmeza, precisão e desenvolvimento.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 17, 2018 9:15 pm

A segurança, a justeza, a reflexão dão real colorido as propostas e decisões.
“Se realmente a idade madura é menos primaveril que a adolescência; se as flores decaíram do seu colorido e perfume, os frutos igualando-se aos frutos de uma árvore começam a aparecer na extremidade da alma pois é a idade madura, por excelência, o período da plenitude; é o rio que corre a toda força e espalha pela campina a riqueza e a fecundidade”. 5
A arte da vida, portanto, consistirá em justamente se entender porquês e funções, e se preparar para elas e nelas, qual trabalhador que após os serviços devidos se prepara para a colheita.
Essa fase madura onde “(…) o nascer do sol é logo de manhã, o poente é radioso e as noites sempre alumiadas maravilhosamente, sumptuosamente por milhares de estrelas (…)6, o trabalho, a inspiração, o desprendimento e o amor preparam para a fase que se seguirá – a do envelhecimento da matéria.

Por que a do envelhecimento da matéria?
“(…) teu corpo é uma veste que se apodrece (…)”7
Mantidas as condições gerais de vida, isto é, ar, luz, calor, alimento, cuidados necessários, por que a energia vital que mantém a Vida se desagrega?
Gabriel Delanne8 representa essa resposta com a analogia de uma pedra lançada ao ar em sentido vertical.
Impulsionada pela força dos músculos, a despeito da força centrípeta, eleva-se rapidamente até que as duas forças contrárias se equilibram.
Depois, a atração predomina, a pedra cai e quando chega ao ponto de partida toda energia a ela comunicada terá desaparecido.
Pode-se fazer paralelo com o ser vivo – a energia potencial proveniente dos pais e que se encontra na célula original, transforma-se em energia natural à medida em que se organiza a matéria.
De começo a ação é altamente enérgica – a assimilação ultrapassa a desassimilação – o indivíduo cresce (infância e juventude).
A seguir vem o equilíbrio das perdas e ganhos – é a maturidade, a estabilidade da matéria.
Cessado, rompido esse equilíbrio, os tecidos não mais convenientemente alimentados, esvai-se a força vital até a exaustão completa.
Caracterizou-se a velhice dessa matéria até o sobrevir de extinção completa, no caso, na morte.
A matéria agora desagregada retorna ao mundo inorgânico.

Essa matéria em desagregação influencia o Espírito?
Sem dúvida.
Ela limita sua exteriorização, sua expansão, impõe-lhe ritmo diferente.
Os instrumentos para a manifestação da alma estão limitados, e o Espírito não mais consegue dinamizar sua pujança.
Acredita-se que esse processo natural do envelhecimento da matéria apresente menos problemas ao Espírito quando se faz acompanhar desse conhecimento e do fruto das atitudes positivas e condutas corretas no dia-a-dia, desde a mocidade e que as funções biológicas e psicológicas são alteradas com maiores repercussões diante dos comportamentos sem disciplina em todos os sectores.
Daí entender, compreender essa fase natural da existência e trabalhar nela para que o Espírito se mantenha activo, lúcido, entusiasmado e permanentemente livre, embora limitado pela matéria que o restringe.
A História mostra que o envelhecimento da matéria não se processou em paralelo, para quem soube cultivar o Espírito ou em outras palavras, a idade cronológica não representou barreiras para Verdi, compositor italiano, que aos sessenta anos compõe “Aída”; com mais de setenta e quatro “Otelo” e aos oitenta e quatro completa três imorredouras páginas religiosas: “Ave Maria”, “Stabat Mater” e “Te Deum”.
Picasso, o genial pintor espanhol aos noventa e um anos cria; Churchill septuagenário foi a alma da resistência na Segunda Grande Guerra e morre aos noventa e um anos em plena contribuição social.
Que falar ainda de Einsten, Edison, Albert Schwtzer, Pasteur, Fleming, Adenahuer, Bertrand Russell espíritos altamente produtivos aos setenta, oitenta, noventa anos de idade física, que não se entregando a vida contemplativa permanecem vivos até hoje quando pelos efeitos de suas descobertas, invenções, ideias e ideais se mantiveram produtivos, interessados, interessantes e atuantes, apesar, do envelhecimento físico.

Bibliografia – Estudo I:
1 – KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV – 25
2 – LOBO, Ney, Filosofia Espírita da Educação, vol. 1 – 1.° resumo da solução
3, 4 – KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos, q. 382 – 385
5, 6 – DENIS, Léon – O Grande Enigma, XV e seguintes
7 – KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos, q. 196a
8 – DELANNE, Gabriel – Evolução Anímica, cap. I

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Eu e o espiritismo

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2018 12:12 pm

Amilcar Del Chiaro

Se escolhermos aleatoriamente um centro espírita e perguntarmos aos seus frequentadores o motivo que os levaram a procurá-lo muitos responderão que foi devido a algum problema de saúde muito grave, ou a algum problema vivencial.
Outros dirão que foi à procura de conseguir um bom emprego, ou devido a algum amor perdido.
Enfim, acreditaram que no centro espírita alcançariam a solução de seus problemas e a almejada felicidade.
Infelizmente, muitos dos que se tornaram espíritas assim, permanecem na periferia da doutrina, especialmente os que conseguiram o resultado desejado.
Estes se apegam aos fenómenos e estão sempre à procura de novas sensações.
Felizmente não são todos.
Há os que chegando ao centro por essa via, se apercebem da profundidade do pensamento espírita, e vão fundo no estudo, tornando-se dinâmicos e participativos.
Há também os que frequentam por medo, porque indo ao centro com perturbações emocionais ou problemas materiais, alguém disse a eles que são médiuns e precisam trabalhar, praticar a caridade, caso contrário nada dará certo em suas vidas.
Seria verdade isto ou é simplesmente chantagem emocional?
Ficamos com essa última hipótese, pois, uma doutrina eminentemente libertadora, não pode criar algemas que aprisionem consciência para mantê-las no centro espírita.
É um absurdo algemar pessoas à necessidade de ser espírita, pois, só seremos realmente bons espíritas quando o queremos ser.
O facto de sabermos que Deus é um Pai misericordioso e bom, que nos criou com muito amor e nos destinou à perfeição, mas que a alcançaremos pelos nossos esforços em evoluir, ou se preferirmos, pela exaustão da dor, torna a Doutrina Espírita libertadora, e por isso não se pode passar a impressão de que existe proteccionismo nas leis divinas ou que Deus está sujeito às nossas bajulações, pelo fato de o adorarmos desta ou de outra forma.
Qual doutrina pode explicar a reencarnação e a lei de causa e efeito com tanta justeza e sabedoria?
Somente a Doutrina Espírita.
Através dela ficamos sabendo o porque da vida, o que estamos fazendo na Terra e qual a nossa destinação.
Através dela podemos compreender melhor os ensinamentos de Jesus de Nazaré, como, NA CASA DO MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS.
Sim! habitamos um universo pleno de vida em todas as dimensões.
Não poderia ser diferente, mesmo quando ministros religiosos e cientistas negam que possa existir vida em outros planetas.
Eu amo o Espiritismo!
Será ele o melhor caminho?
Para mim é! Sim, porque é o caminho que escolhi livremente; escolhi livre de pressões do medo ou do salvaccionionismo, como, também, livre de barganhas.
Aprendi a respeitar os que escolheram outros caminhos.
Meu Mestre disse que ele é o caminho que conduz a verdade e à vida, e esta vida percebo dinamizada em todos os planos do universo.
O Espiritismo não é para mim uma crença, mas uma certeza.
Eu não acredito! EU SEI!
Sei, por exemplo, que existo para crescer.
Sei que o sofrimento faz parte de um processo evolutivo, é a dor do crescimento.
Sou espírita porque o Espiritismo é luz no meu caminho, é esperança em meu coração.
Ele não é misterioso, muito menos iniciático, é uma filosofia de vida que pode ser compreendida por todas inteligências.
Antes eu apenas vivia, hoje eu existo e transcendo a esta existência, porque sou espírito imortal.

(Desculpem-me por não usar o plural da modéstia nos três últimos parágrafos; é devido o tema ser muito pessoal).

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Revelações inconsequentes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2018 8:00 pm

O estudo do Espiritismo é de vital importância para que se possa penetrar-lhe a essência dos conteúdos científicos, filosóficos e ético-morais-religiosos.
Toda a sua doutrina se fundamenta na experiência que se deriva da observação contínua dos factos, graças à metodologia quantitativo-qualitativa.
Não tendo sido elaboração de um homem ou de um grupo de indivíduos, não sofre os problemas de sistemas ou de ideias preconcebidas, mantendo incomum imparcialidade no exame e análise dos elementos que o constituem.
Resultado de demoradas reflexões e pesquisas, apoia-se nas leis naturais, que são fundamentais à vida de onde se derivam todos os seus postulados.
Os fenómenos que lhe facultaram o surgimento, em todas as épocas e Nações da Terra, passaram pelo crivo de contínuas experimentações, havendo resistido aos esquemas convencionais da dúvida, da fraude, das exteriorizações do inconsciente, antes de adquirirem cidadania e dignidade.
Esses fenómenos foram considerados, no passado, como expressões da santificação, do misticismo, do ridículo – de acordo com a época em que se manifestaram – para se tornarem parte integrante da cultura humana, que os proporcionava, portanto, sem qualquer colorido fantasista ou miraculoso.
Passo a passo, as informações que se originaram nas comunicações foram objecto de exame e de comparação com o conhecimento intelectual, passando pelo crivo dos enfrentamentos com os sistemas vigentes e as doutrinas em voga, apresentando-se como um corpo harmónico de teses com características próprias, dantes não sonhadas sequer, compondo paradigmas que resistem aos mais intrincados processos de negação elaborados pelo materialismo, do qual é o mais vigoroso adversário.
Não se compadecendo com pieguismos culturais e atavismos ancestrais, o Espiritismo assenta-se na razão, que demonstra por meio dos conceitos avançados em torno do ser humano, da vida e da sua finalidade, tornando-se, por isso mesmo, um fértil campo de princípios filosóficos que dignificam e libertam as mentes e os sentimentos humanos.
Firmado nos princípios das Leis naturais, aquelas que regem o Universo, não pode ser ultrapassado, porque, à medida que surjam novas ideias centradas na lógica e resistentes aos combates extemporâneos da insensatez, o Espiritismo as aceitará, e quando essas conquistas do conhecimento demonstrarem que seja improcedente algum dos seus postulados, este será eliminado ou se amoldará ao impositivo da circunstância.
Não possuindo qualquer tipo de culto, de cerimonial, de ritualismo, de sacerdócio organizado ou equivalente, é a religião do ser integral, porque possui todos os fundamentos das religiões – Deus, imortalidade da alma, justiça divina, elevação de pensamento através da oração, exercício e vivência do amor – adentrando-se na demonstração da excelência desses conceitos, em face da sua feição de ciência experimental.
Assim, para culminar esse objectivo demonstra a imortalidade do ser; mediante a sua comunicabilidade depois do decesso tumular;
a justiça divina, recorrendo à reencarnação, que ora se converte na chave indispensável à compreensão dos acontecimentos históricos, sociológicos, humanos, económicos, morais e espirituais que envolvem os indivíduos; a comunhão mental com a Fonte Geradora de vida, por meio do intercâmbio entre aquele que ora e o Fulcro ao qual é direccionada a emissão mental.
Em uma doutrina portadora de constituição elevada e sólida, sem brechas para o aventureirismo ou para o mercantilismo adivinhatório, somente se equivoca aquele que prefere manter-se à margem dos seus ensinamentos, que são claros como a luz que esbate a treva, ou que prefere o engodo à verdade, a fantasia à realidade, vivendo o período infantil do pensamento, irresponsável, portanto, ante os desafios existenciais para decifrar-se e avançar com segurança no rumo do destino traçado que tem à frente.
Não obstante, grassam em abundância, e multiplicam-se férteis, informações destituídas de veracidade, como aliás do agrado das pessoas acostumadas ao ludíbrio, às vaidades e exaltações do ego, que somente prejudicam, contribuindo para o aumento da ignorância e leviandade em torno dos assuntos relevantes da Humanidade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 18, 2018 8:01 pm

Pseudo médiuns ou medianeiros em desequilíbrio, assessorados por Espíritos levianos que se comprazem em mantê-los no ridículo, amiúde apresentam-se como reveladores, e o são inconsequentes, ludibriando a boa-fé dos incautos ou incensando os orgulhosos com bombásticas informações em torno do seu passado, com promessas mirabolantes sobre o seu futuro, ou ainda, como emissários de Embaixadores Celestes para evitarem calamidades, alterarem acontecimentos,
assumindo posturas de semi-deuses, que deslumbram os fascinados e se tornam condutores dos grupos humanos.
Os Espíritos Nobres não têm qualquer interesse em revelações em torno de personalidades de ontem ou de hoje, evitando a abordagem em torno do que hajam sido, trabalhando em favor do presente, do qual se origina o futuro, que é a grande meta.
Não tem nenhum sentido a busca de informações em torno do passado espiritual, particularmente se se anela por haver sido rei ou príncipe, nobre ou burguês, sábio, guerreiro ilustre, papa ou outra qualquer personagem importante, que em algum momento esteve presente na História.
A Lei é de progresso, portanto, evidente que se é sempre melhor do que aquilo que se haja sido, não se devendo preocupar com cargos e homenagens do pretérito, agora mortos, e cuja evocação somente levaria à presunção, à ociosidade dourada ou à lamentação.
Outrossim, proliferam outras revelações trágicas em torno do fim dos tempos, das tragédias que irão ocorrer, como se não fossem elas do quotidiano, variando de expressão e de lugar, todas igualmente parte integrante do processo evolutivo de um planeta inferior, que avança para outro degrau na escala dos mundos.
O homem encontra-se reencarnado para aproveitar a oportunidade de reparação e aquisição de valores que lhe faltam na economia intelecto-moral, não para repetir experiências infelizes com novos fracassos ou para cultuar memórias extravagantes e fantasiosas, que em nada contribuem para a sua evolução.
Cumpre, portanto, precatar-se todo aquele que se interesse pelo Espiritismo, com revelações inconsequentes, estudando a Doutrina e praticando-a com segurança, lançando o pensamento para a frente e para cima, na certeza de que cada um é o que de si próprio faz. O facto de haver alguém vivido em área de destaque não significa ser Espírito feliz, antes comprometido com as graves responsabilidades que nem sempre soube honrar e que agora defronta para corrigir.
A meta que todos devemos perseguir é aquela que conduz à auto-realização, utilizando-nos do serviço de dignificação da vida e das criaturas em cujo grupo nos encontramos, encarnados ou não, porém, unidos no mesmo ideal de edificação de um mundo melhor para todos, longe do sofrimento, da ilusão, da ignorância, sempre responsável pelo mal que viceja em nós e nos retém na retaguarda de onde procedemos.

(Página recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião da noite de 14 de abril de 1996, em Quarteira, Portugal.)

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty "INGRATIDÃO DOS FILHOS UM EGOÍSMO BRUTAL CONTRA OS PAIS"

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2018 11:30 am

PSICOGRAFIA DE SANTO AGOSTINHO.

A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos.
Mas a dos filhos para com os pais tem um sentido ainda mais odioso.
É desse ponto de vista que a vamos encarar mais especialmente, para analisar-lhe as causas e os efeitos.
Nisto, como em tudo, o Espiritismo vem lançar luz sobre um dos problemas do coração humano.
Quando o Espírito deixa a Terra, leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza, e vai no espaço aperfeiçoar-se ou estacionar, até que deseje esclarecer-se.
Alguns, portanto, levam consigo ódios violentos e desejos de vingança.
A alguns deles, porém, mais adiantados, é permitido entrever algo da verdade: reconhecem os funestos efeitos de suas paixões, e tomam então boas resoluções; compreendem que, para se dirigirem a Deus, só existe uma senha – caridade.
Mas não há caridade sem esquecimento das ofensas e das injúrias, não há caridade com ódio no coração e sem perdão.
É então que, por um esforço inaudito, voltam o seu olhar para os que detestaram na Terra.
À vista deles, porém, sua animosidade desperta.
Revoltam-se à ideia de perdoar, e ainda mais a de renunciarem a si mesmos, mas sobretudo a de amar aqueles que lhes destruíram talvez a fortuna, a honra, a família.
Não obstante, o coração desses infortunados está abalado.
Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários.
Se a boa resolução triunfa, eles oram a Deus, imploram aos Bons Espíritos que lhes dêem forças no momento mais decisivo da prova.
Enfim, depois de alguns anos de meditação e de preces, o Espírito se aproveita de um corpo que se prepara, na família daquele que ele detestou, e pede, aos Espíritos encarregados de transmitir as ordens supremas, permissão para ir cumprir sobre a Terra os destinos desse corpo que vem de se formar.
Qual será, então, a sua conduta nessa família?
Ela dependerá da maior ou menor persistência das suas boas resoluções.
O contacto incessante dos seres que ele odiou é uma prova terrível, da qual às vezes sucumbe, se a sua vontade não for bastante forte.
Assim, segundo a boa ou má resolução que prevalecer, ele será amigo ou inimigo daqueles em cujo meio foi chamado a viver.
É assim que se explicam esses ódios, essas repulsas instintivas, que se notam em certas crianças, e que nenhum fato exterior parece justificar.
Nada, com efeito, nessa existência, poderia provocar essa antipatia.
Para encontrar-lhe a causa, é necessário voltar os olhos ao passado.
Oh!, espíritas! Compreendei neste momento o grande papel da Humanidade!
Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir.
Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente.
Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura.
Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará:
“Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?”
Se permaneceu atrasada por vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores, quando dependia de vós que fosse feliz.
Então vós mesmos, carregados de remorsos, pedireis para reparar a vossa falta: solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ela, na qual a cercareis de mais atentos cuidados, e ela, cheia de reconhecimento, vos envolverá no seu amor.
Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que vo-lo enviou.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2018 11:30 am

Uma intuição imperfeita do passado se revela, e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou muito ou foi muito ofendido, que um ou outro veio para perdoar ou expiar. Mães!
Abraçai, pois, a criança que vos causa aborrecimentos, e dizei para vós mesmas:
“Uma de nós duas foi culpada”.
Merecei as divinas alegrias que Deus concedeu à maternidade, ensinando a essa criança que ela está na Terra para se aperfeiçoar, amar e abençoar.
Mas, ah! Muitas dentre vós, em vez de expulsar por meio da educação os maus princípios inatos, provenientes das existências anteriores, entretém e desenvolvem esses princípios, por descuido ou por uma culposa fraqueza.
E, mais tarde, o vosso coração ulcerado pela ingratidão dos filhos, será para vós, desde esta vida, o começo da vossa expiação.
A tarefa não é tão difícil como podereis pensar.
Não exige o saber do mundo: o ignorante e o sábio podem cumpri-la, e o Espiritismo vem facilitá-la, ao revelar a causa das imperfeições do coração humano.
Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior.
É necessário aplicar-se em estudá-los.
Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho.
Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germens desses vícios e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes profundas.
Fazei como o bom jardineiro, que arranca os brotos daninhos à medida que os vê aparecerem na árvore.
Se deixardes que o egoísmo e o orgulho se desenvolvam, não vos espanteis de ser pagos mais tarde pela ingratidão.
Quando os pais tudo fizeram para o adiantamento moral dos filhos, se não conseguem êxito, não tem do que lamentar e sua consciência pode estar tranquila.
Quanto à amargura muito natural que experimentam, pelo insucesso de seus esforços, Deus reserva-lhes uma grande, imensa consolação, pela certeza de que é apenas um atraso momentâneo, e que lhe será dado acabar em outra existência a obra então começada, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor. (Ver cap. XIII, nº 19)
Deus não faz as provas superiores às forças daquele que as pede; só permite as que podem ser cumpridas; se isto não se verifica, não é por falta de possibilidades, mas de vontade.
Pois quantos existem, que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem:
é para eles que estão reservados o choro e o ranger de dentes, em suas existências posteriores.
Admirai, entretanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento.
Chega um dia em que o culpado está cansado de sofrer, o seu orgulho foi por fim dominado, e é então que Deus abre os braços paternais para o filho pródigo, que se lança aos seus pés.
As grandes provas, — escutai bem, — são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus.
É um momento supremo, e é nele sobretudo que importa não falir pela murmuração, se não se quiser perder o fruto da prova e ter de recomeçar.
Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus, que vos oferece a ocasião de vencer para vos dar o prémio da vitória.
Então quando, saído do turbilhão do mundo terreno, entrardes no mundo dos Espíritos, sereis ali aclamado, como o soldado que saiu vitorioso do centro da refrega.
De todas as provas, as mais penosas são as que afectam o coração.
Aquele que suporta com coragem a miséria das privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, esmagadas pela ingratidão dos seus.
Oh!, é essa uma pungente angústia!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2018 11:31 am

Mas o que pode, nessas circunstâncias, reerguer a coragem moral, senão o conhecimento das causas do mal, com a certeza de que, se há longas dilacerações, não há desesperos eternos, porque Deus não pode querer que a sua criatura sofra para sempre?
O que há de mais consolador, de mais encorajador, do que esse pensamento de que depende de si mesmo, de seus próprios esforços, abreviar o sofrimento, destruindo em si as causas do mal?
Mas, para isso, é necessário não reter o olhar na Terra e não ver apenas uma existência; é necessário elevar-se, pairar no infinito do passado e do futuro.
Então, a grande justiça de Deus se revela aos vossos olhos, e esperais com paciência, porque explicou a vós mesmos o que vos parecia monstruosidade da Terra.
Os ferimentos que recebestes vos parecem simples arranhaduras.
Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família aparecem no seu verdadeiro sentido:
não mais os laços frágeis da matéria que ligam os seus membros, mas os laços duráveis do Espírito, que se perpetuam, e se consolidam, ao se depurarem, em vez de se quebrarem com a reencarnação.
Os Espíritos cuja similitude de gostos, identidade do progresso moral e a afeição, levam a reunir-se, formam famílias.
Esses mesmos Espíritos, nas suas migrações terrenas, buscam-se para agrupar-se, como faziam no espaço, dando origem às famílias unidas e homogéneas.
E se, nas suas peregrinações, ficam momentaneamente separados, mais tarde se reencontram, felizes por seus novos progressos.
Mas como não devem trabalhar somente para si mesmos, Deus permite que Espíritos menos adiantados venham encarnar-se entre eles, a fim de haurirem conselhos e bons exemplos, no interesse do seu próprio progresso.
Eles causam, por vezes, perturbações no meio, mas é lá que está a prova, lá que se encontra a tarefa.
Recebei-os, pois, como irmãos; ajudai-os, e, mais tarde, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo do naufrágio os que, por sua vez, poderão salvar outros.

SANTO AGOSTINHO - Paris, 1862.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty A bênção da vida

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 19, 2018 8:11 pm

por Altamirando Carneiro

Na questão 944 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:
- O homem tem o direito de expor da sua própria vida?
– “Não; somente Deus tem esse direito.
O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.”

A questão 944-a regista a pergunta:
- O suicídio não é sempre voluntário?
– “O louco que se mata não sabe o que faz.”

A vida é cheia de dificuldades, é certo, mas é através delas que nós evoluímos.
Se tudo nos acontecesse como num passe de mágica, simplesmente cruzaríamos os braços e esperaríamos pelas benesses do céu.
Temos que ser resignados e confiantes na Providência Divina.
Porém, não devemos ser acomodados.
Temos que lutar pelos nossos objectivos, conscientes de que Deus nos proverá, conforme nossos merecimentos.
Não temos propriamente um destino traçado, pois se assim fosse, seríamos meros robôs, programados, antes de nascermos.
Temos, sim, uma programação de vida, que podemos cumprir, ou nos desviar dela, pelo nosso livre-arbítrio.
Nossa vida não acaba aqui.
Por isso a surpresa e a decepção dos Espíritos suicidas, quando percebem que a vida continua após a morte, contrariamente ao que esperavam.
O suicídio é, pois, o maior dos enganos que alguém pode cometer, pois a encarnação é a grande oportunidade que Deus nos dá, para o progresso dos nossos Espíritos.
É perfeitamente compreensível que o Espírito suicida passe por sofrimentos atrozes.
Depende dele próprio, reerguer-se do inferno em que viva.
Deus não abandona nenhum de seus filhos, apesar da rebeldia e da ingratidão deles.
O sofrimento do Espírito suicida não é um castigo, mas uma consequência dos seus actos.
Se, por exemplo, alguém usa um instrumento cortante de maneira irresponsável e acaba se cortando, não está sendo castigado por Deus, mas colhendo o resultado de sua imprudência.
Se tudo o que é interrompido bruscamente acarreta consequências graves, por que não aconteceria quando se trata da vida, uma dádiva de Deus, que devemos preservar?

No livro Sinal Verde (lição 1: Ao levantar-se),
André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, nos recomenda:
"Agradeça a Deus a bênção da vida pela manhã".

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Uma possível aparência de Bezerra de Menezes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2018 10:48 am

por Gismair Martins Teixeira

Ramiro Gama foi um importante nome da cultura espírita brasileira no último século.
Poeta e professor, Gama foi um autor profícuo, que escreveu diversos livros que têm na doutrina kardequiana a sua fonte de inspiração directa.
De sua produção é o já clássico Lindos casos de Chico Xavier, em que apresenta pitorescos e instrutivos acontecimentos envolvendo o médium mineiro e sua missão no campo da mediunidade.
Nessa mesma linha doutrinária de narrativas casuísticas e biográficas, ele produziu também a obra congénere intitulada de Lindos casos de Bezerra de Menezes, que apresenta um perfil da vida do célebre médico espírita, além de casos extraordinários envolvendo o nobre missionário cearense da doutrina sistematizada por Kardec.
Um capítulo específico desse trabalho chama a atenção por uma nota curiosa em torno de Bezerra de Menezes e sua aparência.
Em suas manifestações espirituais através da mediunidade, o médico dos pobres – alcunha com que ficou conhecido no Rio de Janeiro do século 19 – se apresenta geralmente com uma aparência que se pode inferir como sendo idosa, seja pela entoação de voz, seja pela postura que imprime ao médium de que se serve, seja ainda pelas expressões paternais com que se dirige aos circunstantes e ao público em geral.
No universo virtual da internet é possível visualizar algumas dessas manifestações pela psicofonia de Divaldo Franco.
Há, naturalmente, quem questione a forma com que a veneranda entidade espiritual se apresenta, imaginando-lhe alquebrado no mundo espiritual, o que obviamente não pode corresponder à verdade.
Que as almas evoluídas assumem a aparência que lhes apraz e que seja útil no processo semiótico de comunicação mediúnica é uma inferência que emerge naturalmente do contexto das obras kardequianas, além de fontes subsidiárias de confiança, como é o caso da produção mediúnica de Yvonne Pereira.
Em Memórias de um suicida, o autor espiritual descreve a bela aparência clássica de uma entidade espiritual que não parecia contar trinta anos de idade, mas que, no entanto, respondia por encargos de elevadíssima responsabilidade junto à comunidade espiritual que abrigava fraternalmente as almas que fugiram da vida física pelas portas do suicídio.
Afirma o autor espiritual que:
“[...] o Espírito é independente de idades, podendo apresentar-se sob o aspecto fisionómico que lhe for mais grato ao coração como às recordações”.
No capítulo 101 de Lindos casos de Bezerra de Menezes, Ramiro Gama traz a informação de que um confrade que muito admirava Bezerra de Menezes desejava obter a graça de encontrá-lo em espírito.
Assim, viu-se presente em uma assembleia na Federação Espírita Brasileira em um processo de desdobramento espiritual.
Nas palavras de Gama:
Em dado momento uma entidade luminosa lhe afaga a cabeça e o inunda todo de luz suave e tocante.
Volta-se e vê à sua frente um jovem de rara beleza espiritual, com os cabelos longos e louros, vestidos de luz, “que me sorri e passa”.
E outra entidade, mais atrás, comenta:
“Este é Bezerra de Menezes.
Na Terra, o vêem de barbas brancas e avelhantado.
Aqui, é diferente, a sua fisionomia verdadeira é esta, revelando-lhe permanente juventude”.
Ainda em Memórias de um suicida é apresentada uma instigante descrição de um ambiente de estudos avançados em que os instrutores espirituais presentes fazem uso da atribuição de evocarem em seus corpos espirituais as aparências que mais lhes agradam.
Duas das entidades descritas pelo autor espiritual do livro psicografado por Yvonne Pereira apresentam fisionomias que remetem à dupla aparência de Bezerra de Menezes, se levada em consideração a informação de Ramiro Gama.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2018 10:48 am

Diz o texto do clássico espírita obtido pela mediunidade iluminada da famosa médium em seu primeiro capítulo da terceira parte, sob o título de “Mansão da esperança”:
Iniciando-a [a reunião de estudos], exortou-nos à homenagem mental ao Criador, o que fizemos orando intimamente, tal como nos fora possível, impelidos, todavia, por sincero respeito.
À sua direita postava-se um ancião, cujas barbas níveas, descendo até à cintura, para terminarem em sentido agudo, imprimiam tal aspecto de venerabilidade à sua personalidade que, emocionados, julgamo-nos em presença de um daqueles patriarcas que os livros sagrados nos retratam ou de um faquir indiano experimentado em virtudes e ciências através das mais austeras disciplinas.
[...] Mais além, um jovem quase adolescente despertou-nos maior atenção, uma vez que ocupava outra cátedra de mestre, e não o local reservado aos adjuntos.
Formosíssimo de semblante, de uma feitura por assim dizer angelical, seu perfil hebreu irradiava tão impressionante doçura que suporíamos tratar-se antes de uma aparição de que os livros orientais eram férteis em mencionar, não fora a realidade insofismável de tudo quanto nos cercava (PEREIRA, 2018, p. 253.)
Se o espírito sopra onde quer, conforme o texto evangélico, no mundo espiritual ele o faz, enquanto individuação, com a aparência que melhor lhe apraz.
Infere-se, naturalmente, que adopte aquela que melhor lhe sintetiza a evolução espiritual, podendo, portanto, apresentar-se aos irmãos em humanidade encarnada com aquela aparência que possa identificar-lhe junto ao imaginário do homem preso ao mundo das formas.
Parece ser essa, sem dúvida, a condição do venerando apóstolo espírita Adolfo Bezerra de Menezes, cuja vida de dedicação ao próximo evoca as palavras dos Espíritos a Kardec de que mais de um dos antigos apóstolos reviveriam para através do exemplo trazer de volta a mensagem do evangelho crístico.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Memórias de um Suicida - Introdução

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2018 9:38 pm

Devo estas páginas à caridade de eminente habitante do mundo espiritual, ao qual me sinto ligada por um sentimento de gratidão que pressinto se estenderá além da vida presente.
Não fora a amorosa solicitude desse laboroso representante da Doutrina dos Espíritos – que prometeu, nas páginas fulgurantes dos volumes que deixou na Terra sobre filosofia espírita, acudir ao apelo de todo coração sincero que recorresse ao seu auxílio com o intuito de progredir, uma vez passado ele para o plano invisível e caso a condescendência dos Céus tanto lho permitisse.
E se perderiam apontamentos que, desde o ano de 1926, isto é, desde os dias da minha juventude e os albores da mediunidade, que juntos floresceram em minha vida, penosamente eu vinha obtendo de Espíritos de suicidas que voluntariamente acorriam às reuniões do antigo "Centro Espírita de Lavras", na cidade do mesmo nome, no extremo sul do Estado de Minas Gerais, e de cuja directoria fiz parte durante algum tempo.
Refiro ­me a Léon Denis, o grande apóstolo do Espiritismo, tão admirado pelos adeptos da magna filosofia, e a quem tenho os melhores motivos para atribuir as intuições advindas para a compilação e redacção da presente obra.
Durante cerca de vinte anos tive a felicidade de sentir a atenção de tão nobre entidade do mundo espiritual piedosamente voltada para mim, inspirando-me um dia, aconselhando ­me em outro, enxugando ­me as lágrimas nos momentos decisivos em que renúncias dolorosas se impuseram como resgates indispensáveis ao levantamento de minha consciência, engolfada ainda no opróbrio das consequências de um suicídio em existência pregressa.
E durante vinte anos convivi, por assim dizer, com esse Irmão venerável cujas lições povoaram minha alma de consolações e esperanças, cujos conselhos procurei sempre pôr em prática, e que hoje como nunca, quando a existência já declina para o seu ocaso, fala-­me mais ternamente ainda, no segredo do recinto humílimo onde estas linhas são escritas!
Dentre os numerosos Espíritos de suicidas com quem mantive intercâmbio através das faculdades mediúnicas de que disponho, um se destacou pela assiduidade e simpatia com que sempre me honrou, e, principalmente, pelo nome glorioso que deixou na literatura em língua portuguesa, pois tratava-­se de romancista fecundo e talentoso, senhor de cultura tão vasta que até hoje de mim mesma indago a razão por que me distinguiria com tanta afeição se, obscura, trazendo bagagem intelectual reduzidíssima, somente possuía para oferecer ao seu peregrino saber, como instrumentação, o coração respeitoso e a firmeza na aceitação da Doutrina, porquanto, por aquele tempo, nem mesmo cultura doutrinária eficiente eu possuía!
Chamar-­lhe-­emos nestas páginas – Camilo Cândido Botelho, contrariando, todavia, seus próprios desejos de ser mencionado com a verdadeira identidade.
Esse nobre Espírito, a quem poderosas correntes afectivas espirituais me ligavam, frequentemente se tornava visível, satisfeito por se sentir bem querido e aceito.
Até o ano de 1926, porém, só muito superficialmente ouvira falar em seu nome.
Não lhe conhecia sequer a bagagem literária, copiosa e erudita.
Não obstante, veio ele a descobrir-me em uma mesa de sessão experimental, realizada na fazenda do Coronel Cristiano José de Souza, antigo presidente do "Centro Espírita de Lavras", dando-­me então a sua primeira mensagem.
Daí em diante, ora em sessões normalmente organizadas, ora em reuniões íntimas, levadas a efeito em domicílios particulares, ou no silêncio do meu aposento, altas horas da noite, dava-me apontamentos, noticiário periódico, escrito ou verbal, ensaios literários, verdadeira reportagem relativa a casos de suicídio e suas tristes consequências no Além ­Túmulo, na época verdadeiramente atordoadores para mim.
Porém, muito mais frequentemente, arrebatavam-me, ele e outros amigos e protectores espirituais, do cárcere corpóreo, a fim de, por essa forma cómoda e eficiente, ampliar ditados e experiências.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122169
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

ARTIGOS DIVERSOS III - Página 23 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 23 de 41 Anterior  1 ... 13 ... 22, 23, 24 ... 32 ... 41  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos