LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS V

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 24, 2021 8:03 pm

Prelúdios da luz do Consolador
por Rogério Coelho

O Espiritismo é o Cristianismo que volta restituindo às tradições seu sentido espiritualista

Hippolyte Léon Denizard Rivail ainda era apenas uma criança de 13 anos de idade, quando foi publicado em Leipzig (1817) um livro intitulado:
“Exposição da grandeza da Criação Universal”, de autoria do Dr. Gelpke.
Por gentileza de um de seus correspondentes residente em Bordeaux, Kardec recebeu um pequeno extrato daquela obra, que faz menção a vários pontos básicos da Doutrina Espírita que só surgiria, então, 40 anos mais tarde, ou seja:
pluralidade dos mundos habitados, reencarnação, perispírito, progresso sucessivo e indefinido da Alma...
Esse facto vem provar que as grandes verdades sempre tiveram seus predecessores, seus batedores de vanguarda que chegam para ir abrindo os caminhos, preparando os terrenos para a futura semeadura, tal como o fez João Baptista com relação a Jesus.
É evidente que tais “bandeirantes”, como também todos os antigos profetas eram inspirados por Espíritos elevados, dispensadores das Verdades Divinas, haja vista o exemplo oferecido por Sócrates que tinha o seu ‘Daimon’ e Joana d`Arc que escutava as vozes de seus mentores.
Exemplos mais recentes temos em Chico Xavier, Divaldo Franco e Raul Teixeira, com Emmanuel, Joanna de Ângelis e Camilo, respectivamente...
Kardec publicou em sua Revue Spirite[1] o extrato seguinte:
"(...) se a construção de todos os mundos que brilham aci­ma de nós pudesse ser submetida ao nosso exame, de que admiração não seríamos tocados vendo a diversidade dos globos, dos quais cada um é de outro modo organizado do que aquele que lhe é mais vizinho na ordem da Criação!
Sendo incalculável o número dos mundos, sua constru­ção deve ser, igualmente, diferente ao infinito.
Como, além disso, da organização de cada mundo depende a organização dos seres que o habitam, estes devem, tanto ao interior, quanto ao exterior, diferenciar essencialmente sobre cada globo.
Se considerarmos agora a multiplicidade e a imensa variedade das criaturas sobre a nossa Terra, onde nem mesmo uma folha se parece a uma outra, e que admitíssemos que uma tão grande variedade de criaturas sobre cada mundo, quão prodigiosa deles nos parecerá a multidão no incomensurável reino de Deus!
Qual será, pois, um dia a plenitude de nossa felicidade, quan­do, sob envoltórios sempre mais perfeitos, penetraremos su­cessivamente mais adiante nos mistérios da Criação, e que encontraremos mundos sem fim povoando um espaço sem fim!
Quanto então Deus não nos parecerá mais adorável ainda; Ele que tira todo esse conjunto do nada, Ele, cuja bondade sem limites não criou tudo senão para deles fazer gozarem os seres vivos, e cuja sabedoria ordenou esse todo de maneira tão admirável!
Mas nossa residência e nossa conformação actuais podem nos proporcionar uma tal felicidade?
Não temos necessidade para isso de outra morada que nos colocará mais adiante no domínio da Criação, e de um envoltório mais sutil e mais perfeito, que não entravará nosso Espírito em seus progressos para a perfeição, e por meio do qual poderá ver, sem ajuda, no todo universal, muito além do que o podemos aqui com os melhores instrumentos?
Mas, por que o Criador não nos daria, depois de vários graus de existência, um envoltório que, semelhante ao relâmpago, pode­ria se elevar de mundos em mundos, nos permitindo assim, ao mesmo tempo, considerar tudo de mais perto, e melhor abarcar o conjunto pelo pensamento?
Quem ousaria disso duvidar, quando vemos a brilhante borboleta nascer da lagarta, e a árvore des­lumbrante de flores provir de uma semente?
Se Deus desenvolve assim, pouco a pouco, a lagarta, e no-la mostra esplendidamente transformada, se desenvolve tanto o germe gradualmente, quanto não fará para nos fazer progredir, homens, reis da Terra, e avançar na criação!”
Outra coisa não afirma o Espiritismo, que, segundo S. Luís, é o Cristianismo Primitivo de volta:
“(...) O Espiritismo é o Cristianismo da idade moderna; ele deve restituir às tradições seu sentido espiritualista.
Outrora, o Espírito se fez carne; hoje, a carne se faz Espírito para desenvolver a ideia gigantesca que deve renovar a face do mundo.
Mas à festa da criação espírita sucederão a perturbação e o orgulho dos sistemas diversos, que, desprezando os sábios ensinamentos, planearão uma nova torre de Babel, obra de confusão, logo reduzida a nada, porque as obras do passado são a garantia do futuro, e nada se dissipa do tesouro da experiência amontoado pelos séculos.
Es­píritas, formai uma tribo intelectual; segui vossos guias mais docemente do que não fizeram os hebreus; viemos também vos livrar do jugo dos filisteus, e vos conduzir para a Terra Prometida.
Às trevas das primeiras idades sucederá a aurora, e ficareis maravilhados de compreender a lenta reflexão das idades anteriores sobre o presente.
As lendas reviverão energicamente como a realidade, e adquirireis a prova da admirável unidade, garantia da aliança contratada por Deus com Suas criaturas”.

[1] - KARDEC, Allan. Revue Spirite. Novembro de 1863. Araras: IDE, 2000, p. 354/355.
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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Mensagem para a eternidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 25, 2021 9:02 pm

por Rogério Miguez

O planeta Terra recebeu inúmeros emissários, seja no Ocidente, bem como no Oriente, todos Espíritos esclarecidos, vindo em nome de Deus e, particularmente, do Governador do orbe – Jesus, o Cristo.
Invariavelmente, trouxeram mensagens sobre diversos aspectos do funcionamento da vida conforme os postulados imutáveis do Criador.
Alguns destes missionários foram, entre outros: Moisés, Krishna, Lao Tsé, Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates e Pitágoras, todos preparadores do caminho de quem lhes enviou previamente.
Trouxeram fundamentos das Leis divinas, cada qual em sua região de influência.
Isto acontece, pois, o Espírito ainda muito acanhado em seus conhecimentos e experiências precisa ser instruído seguidamente, e, aos poucos, de modo a ganhar a maturidade necessária para receber uma nova ordem de ideias neste processo continuado de aprendizado, trazida por um revelador de maior porte, como fez Jesus, após a vinda de todos estes precursores.
Quando o Cristo aqui chegou reencarnado, nos ofereceu ensinamentos mais completos - as diretrizes morais criadas pelo Senhor do Universo -, do que seus antecessores, delineando-as, com exemplos pessoais, sendo esta a característica marcante de sua vinda, uma verdadeira mensagem para a eternidade.
Esta valiosa mensagem para a eternidade, foi mencionada durante um encontro de Jesus com seus Apóstolos, registada pelo Evangelista João (6: 67-69):
Então, disse Jesus aos Doze:
"Não quereis também vós partir?"
Simão Pedro respondeu-lhe:
"Senhor, a quem iremos?
Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus".
Sim, os Apóstolos estavam cientes de que com Jesus havia a verdade, o caminho e a vida; com Ele, e apenas com o Meigo Rabi, poderiam beber a água que sacia em definitivo a sede de qualquer um buscando o esclarecimento sobre as Leis eternas, bem como, o verdadeiro conforto espiritual.
Para onde iriam os Apóstolos?
A quem procurariam? – Refletiu Pedro, com apurado bom senso!
São as perguntas que os modernos seguidores do Cristo poderiam repetir neste momento de tantas dúvidas e incertezas por que passa a nossa amada Terra:
quem mais procurar senão o Mestre de Nazaré, com as suas profundas lições sobre a beleza do Universo – as suas muitas moradas -, e, sobre a bondade, misericórdia e justiça do Eterno Pai?
Nele podemos confiar, seguir suas pegadas, mirar seus testemunhos, nos inspirar para seguir em frente sem medo e hesitação, não olhando para trás.
Os Apóstolos optaram com sabedoria por permanecer com o Mestre, pois reconheciam inequivocamente que com Ele poderiam viver em paz consigo mesmos, a ninguém mais precisariam recorrer em seus momentos de indecisão, nada mais teriam a temer, uma vez que com o Cristo estariam seguros, amparados, em resumo: desfrutariam da Paz do Cristo.
Este relato se deu há dois mil anos.
E, se hoje Jesus estivesse entre nós, e, igualmente nos perguntasse se desejaríamos partir?
Qual seria a nossa resposta?
Já não seria hora de seguir em definitivo Jesus?
Finalmente calçar as sandálias da humildade e da fraternidade, como Ele as usou e seguir destemidos os seus indeléveis passos?
Há de observar-se ainda: mais do que apenas conhecer as palavras de vida eterna, será preciso viver intensamente as palavras de vida eterna, e, mirando Jesus, em seus inigualáveis exemplos, poderemos também, sem sombra de dúvida, agir como Ele agia, viver como Ele vivia.
Aos poucos, sem muita pressa, gradativamente experimentando os aspectos práticos das palavras de vida eterna.
Um desafio e tanto!
Contudo, perfeitamente possível de ser atingido.
E, inspirados por esta mensagem para a eternidade, sejamos também portadores de palavras de: incentivo, esperança, alegria, amparo, justiça, e, sempre verdadeiras.
Sigamos assim, sempre avante, com Jesus, com a única insígnia possível em nosso peito - a figura do Mestre -, imortal, amoroso, paciente, que nos aguarda há bom tempo para caminhar junto com Ele, rumo aos braços do Pai Criador.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Dias nublados

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 26, 2021 8:42 pm

por Vladimir Alexei

Em meio à persistente pandemia que assola o ano de 2020, em todo o mundo, muitas reflexões surgem, fruto da observação dos movimentos existentes na atualidade.
No meio espírita, os escândalos se sucedem ininterruptamente.
A Federação Espírita Brasileira, que se auto-proclama “Casa-Máter” do Espiritismo no Brasil, volta e meia colhe o fruto de alguma decisão equivocada do passado distante ou recente.
No passado distante mora o docetismo, pertinente, sorrateiro e que permeou o movimento espírita dobrando a cerviz de muitos que acreditaram nessa reedição espírita do Vaticano.
Em passado recente – que se mistura ao passado mais distante pela repetição –, a FEB é envolvida em “adulterações” e, como se surpreendesse alguém a sua decisão, mantém-se firme negando, sendo evasiva e assegurando tratar-se de “atualização ortográfica” ou até mesmo adequação do conteúdo para melhor entendimento na atualidade.
É uma obra que precisa ser revista e refeita, para corrigir mandos e desmandos de mais de um século.
Documentos pessoais, pertencentes ao acervo de Allan Kardec, manuscritos diversos, são disponibilizados a conta-gotas, ou então, por meio de livros extensos, repetidos, de leitura enfadonha, que beneficiam apenas quem produz; afinal, os documentos do acervo de Allan Kardec deveriam ser interpretados por cada um, de acordo com seu entendimento e não com base no olhar de um ou de outro.
Sem contar, evidentemente, que o principal continua sendo o estudo das obras de Allan Kardec, a Doutrina Espírita.
A chuva de “lives” se arrasta e com ela uma infinidade de impropérios endereçados a lideranças, instituições, coachings, autores de “auto-ajuda”, “psicólogos e psicanalistas”, que se acotovelam na divulgação de quase tudo, menos Espiritismo.
De um lado a fala açucarada daqueles que não desejam embates e conclamam todos a se amarem porque o momento exige; de outro, aqueles que se colocam como instrumentos de justiça “colocando pingos nos is”.
No meio, o espírita e o simpatizante, reféns dessas sandices, em busca apenas e tão somente de aprender sobre o Espiritismo.
O estrago é tão grande, mas o ego é tão maior que essas tais lideranças não enxergam.
Esses arroubos do ego, as lideranças despreparadas, a prática distante da teoria, o ganho em detrimento do gratuito, as obras complexas ante a necessidade do simples, fizeram com que o jovem se afastasse do Espiritismo.
Em pesquisa realizada pelo Sr. Ivan René Franzolim, em 2020, apenas 0,8% dos respondentes possuíam entre 14 e 20 anos, em um total de 3.684 respondentes em 538 cidades, cobrindo todo o território brasileiro.
Repetimos:
líderes despreparados, que se enxergam missionários, médiuns desequilibrados, vendilhões dos templos e instituições corrompidas, são alguns dos exemplos que podem ser considerados motivos para o afastamento dos jovens.
O mais pessimista, que se diria “realista”, vê tudo isso com tristeza pois, quando os “justiceiros” apontam as incongruências do movimento espírita, “cospem no prato” que já se alimentaram, demonstrando mais uma vez um velho jargão utilizado pelos padres católicos do passado: “faça o que digo, mas não faça o que faço”.
O mais otimista vê todo o movimento como a separação do joio e do trigo, quando esses “infelizes” – que normalmente são aqueles que pensam diferente dos justiceiros, que não possuem a “folha de serviços” que eles possuem ou o “conhecimento” que eles detêm –, serão convidados livremente ou compulsoriamente a deixar o planeta, rumo a um orbe que seja mais adequado ao seu desenvolvimento espiritual.
Essa pecha, travestida de “bom senso”, é tão fora de propósito, como a venda de “lotes na Lua” porque é sempre utilizada como a remediar uma contenda, a exemplo de religiões convencionais, quando apelam para a divindade.
Espíritas, de facto, são aqueles que lutam para se transformar e não para transformar o outro a “golpes verbais”.
Chico Xavier não tentava traduzir o movimento espírita: ele pregava e vivia o Espiritismo.
Carlos Imbassahy se notabilizou pela defesa doutrinária ante os detratores de outras religiões e pensamentos filosóficos, não só pela inteligência nos argumentos, mas pela postura sempre fraterna, reconhecida pelos seus “opositores”, como o Padre Negromonte e o Pastor Jerónimo Gueiros.
Herculano Pires foi literalmente preterido pela FEB e teve seu nome aplicado ao index daquela instituição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 26, 2021 8:43 pm

Em áureos tempos, a FEB viu nele uma ameaça à sua soberania. Deolindo Amorim refugiava-se entre os filósofos da Sociedade Brasileira de Filosofia, levando Léon Denis, como patrono, para o refrigério da alma, já que no meio espírita eram poucos que acompanhavam o alcance de sua obra.
Não sei se vocês perceberam, mas até em outras religiões há mais fraternidade no trato com o espírita, do que entre os próprios espíritas e isso é histórico!
Antigamente, quando nos procuravam para desabafar sobre as agruras vividas no movimento espírita, tentávamos convencê-los a permanecer porque “precisamos” trabalhar nossas emoções etc. e era o que tentávamos aplicar em nós mesmos.
Hoje, com um pouco mais de vivência, sugerimos que analisem o contexto: os espíritas que andam “infernizando” sua vida, limitando seus trabalhos, tolhendo a manifestação de pensamentos diferentes, de forma “fraterna”, na realidade, são indivíduos altamente comprometidos com a necessidade de corrigir desmandos do passado, mas que, na vida presente, só conseguem agir dessa forma: desacreditando o outro, tentando limitar as potencialidades do outro ao seu mundo pequeno e assim por diante.
É o que eles dão conta de fazer.
O nosso papel é compreender, e o nosso desafio é o de não nos agastarmos com isso.
O dia que essa postura não incomodar mais, estaremos habilitados a novos desafios, dentro ou fora do movimento espírita. E isso é libertador!
Por fim, ainda que em dias nublados e sem muitas perspectivas de mudança no curto prazo, é possível ser feliz e superar todas essas querelas.
Você pode ser espírita e não ter a folha de serviços “formais” que muitos possuem, praticando o Espiritismo por onde passar!
É possível ver tudo isso que foi citado e não se deixar afetar, quando você assume seu compromisso de ser melhor hoje e amanhã do que foi ontem!
É admiravelmente libertador não se enquadrar em meio a instituições falíveis, com líderes tacanhos, que não representam em absolutamente quase nada aquilo que a Doutrina Espírita preconiza!
É empoderador, não se adequar em rótulos que lhe atribuem, pelo simples facto de pensar diferente!
É incrivelmente salutar responsabilizar-se integralmente pelo que se diz e faz, sem poder aplicar ou atribuir a terceiros a responsabilidade que lhe cabe!
É muito bom ser espírita, sem depender de espíritas e do movimento espírita!
Tudo isso “vai passar”...

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Optimizando a vida

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 27, 2021 8:10 pm

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

Nem sempre as pessoas valorizam a vida, assim como os benefícios espirituais que ela proporciona.
Não raramente reclamamos com intensidade e veemência de quase tudo o que nos cerca.
Razões para tal não nos faltam, pois, afinal de contas, habitamos um mundo sofrido, desorganizado e caótico.
Mas é preciso também reconhecer que, se tivermos um mínimo senso de justiça, a intervenção humana está longe de refletir os ideais divinos.
E não é por outra razão, portanto, que se divisam ainda paisagens tão aflitivas na Terra.
Mesmo recebendo oportunidades extraordinárias ao seu êxito, as criaturas humanas insistem em não avançar.
A via da razão e da lógica parece não motivar a maioria que, assim, acaba se perdendo por causa de condutas doentias.
Em consequência, a espiritualidade se vê na necessidade de ministrar remédios mais amargos aos Espíritos recalcitrantes.
Quantos retornam aos palcos da vida corpórea cercados de carinho, saúde, oportunidades, mas acabam desperdiçando tais dádivas?
Certamente um número significativo.
Posto isto, chamou-me a atenção o desencarne, por problemas respiratórios, em novembro passado, de Paulo Henrique Machado (1967-2020), paciente do Hospital das Clínicas de São Paulo por 51 anos.
Paulo contraiu poliomielite pouco tempo depois de reencarnar – sua mãe faleceu dois dias depois do seu nascimento –, e desde um ano e meio de idade vivia no famoso hospital.
O aparelho de respiração artificial fora seu fiel companheiro por longos anos.
Apesar das suas inúmeras dificuldades e limitações devido à doença, Paulo dedicou-se com afinco aos estudos, conseguindo aprender a ler e escrever.
Chegou a concluir o ensino médio, assim como fez diversos cursos de informática na área de softwares, assunto pelo qual, aliás, era extremamente apaixonado.
Ele divulgava a sua experiência de vida no seu canal do YouTube e em sua página do Facebook.
A sua paixão por tecnologia, games e cultura geek (que foca em pessoas altamente interessadas por tecnologia, assim como em tudo que é novo) somados à sua própria vivência, levou-o a criar uma série de desenhos animados voltados ao público infantil.
Assim sendo, As Aventuras de Léca e Seus Amigos relatam a história de sete crianças portadoras de deficiência física e igualmente recordam amigos de Paulo que sucumbiram à penosa doença.
Paulo, por razões óbvias, saía muito pouco do hospital.
“Vale muito a pena viver” era o seu bordão preferido ao iniciar os vídeos que apresentava nas redes sociais.
Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas sei que ele tinha razão.
Afinal, a vida é uma bênção que precisamos valorizar e agradecer todos os dias.
Ele certamente soube extrair o melhor de seu interior para saudá-la.
Nesse sentido, Paulo foi um exemplo incrível!
Ele mostrou que todos nós podemos dar algo em troca pela excepcional oportunidade de viver.
Como espírita, imagino a duríssima e redentora trajectória desse irmão nesta encarnação.
Imagino ainda a surpresa de Paulo, se ainda não ocorreu, de se ver cercado de entidades carinhosas, parentes e amigos que o antecederam no além-túmulo.
Imagino ainda a alegria dele ao poder retomar a abençoada oportunidade de andar livremente.
Imagino a sua surpresa ao ser informado dos antecedentes de tão difícil experiência, assim como da necessidade de empreender uma reencarnação reparadora.
Imagino a sua alegria em saber que não fora, em momento algum, abandonado pela misericórdia divina.
Imagino a sua felicidade em poder respirar a longos haustos o ar quintessenciado da dimensão espiritual.
Imagino, por fim, o seu olhar ao receber a notícia de que é, enfim, um Espírito Vencedor.

Seja feliz, Paulo!

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Confluência: Espiritismo e Esperanto

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 28, 2021 7:11 pm

por Aylton Paiva

Onde Espiritismo e Esperanto se encontram?
O Esperanto não é uma religião, nem uma doutrina moral dogmática, é um idioma.
É um idioma internacional, isto é, que pode ser falado por todos os povos.
Foi criado por Lazaro Luiz Zamenhof, nascido na pequena cidade polonesa de Bialystok, à época sob o domínio russo, em 15 de dezembro de 1859.
O Espiritismo é uma Doutrina de tríplice aspecto:
Ciência, Filosofia e Religião.
Foi transmitida, através de vários médiuns, pela Espiritualidade Superior, sob a coordenação de Jesus e organizada e codificada por Allan Kardec, pseudónimo do professor Léon Hippolyte Denizard Rivail, e surgiu com a publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857.
O Espiritismo e o Esperanto se confluem quanto aos seus objectivos.
Ambos objectivam a paz e a solidariedade entre as pessoas e as nações.
Que não haja o preconceito de raça, de cor, de religião e que todos, pessoas e países, se entendam em paz e harmonia.
Nosso planeta ainda é de provas e expiações, mas ele está em processo de evolução entre o mundo velho em que o egoísmo e o orgulho reinam, e o novo mundo de paz, Justiça e solidariedade, ainda em construção.
Todas as forças do Bem estão sendo chamadas para essa renovação.
E entre elas o Espiritismo e o Esperanto.
No livro A Génese, no capítulo XVIII, Allan Kardec esclarece:
“A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento que houver alcançado.
Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objectivos, o Espiritismo se encontrará com elas no mesmo terreno” (inclusive com o Esperanto).
Waldomiro Lorenz, dedicado espírita e esperantista, após seu desencarne, transmitiu extensa mensagem sobre Luiz Lazaro Zamenhof e o Esperanto, originando o livro: Esperanto como Revelação.
Lorenz diz que um dos génios da fraternidade humana foi chamado por Jesus para coordenar a criação do idioma que deverá unir todos os povos (respeitando cada povo com sua língua materna).
Com essa equipe de génios linguísticos, dos cinco continentes, ele trabalhou, no plano espiritual, vinte e cinco anos.
Após, reencarnou na pequena cidade de Bialystok, na Polónia, e, gradativamente, vai recordando o idioma internacional, criado no Plano Espiritual sob a supervisão do próprio Jesus, e publica o primeiro livro apresentando ao mundo físico o idioma internacional, com o pseudônimo de Dr. Esperanto.
E assim fica conhecida a língua internacional: o Esperanto.
Conhecer, estudar e divulgar o Espiritismo e o Esperanto é estar trabalhando com o Mestre Jesus para a construção do Mundo Novo – o Mundo de Regeneração, onde as ideias superiores de amor, justiça e solidariedade serão vividas individual e coletivamente.
Se quisermos esse Mundo Novo, poderemos trabalhar para conhecer, apoiar, divulgar e ensinar o idioma do Terceiro Milénio – O Esperanto.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Facilidade do Esperanto: o substantivo sempre termina pela letra O, o adjectivo pela letra A, os verbos, no modo infinitivo, pela letra I, os advérbios derivados pela letra E.
Exemplos: libro (livro) bona (bom) Lerni (estudar) facile (facilmente).
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Leia nesta revista a secção Esperanto sem Mestre.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.
Acesse no Google a palavra Esperanto e você terá muitas informações.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty A tradução do Novo Testamento originalmente adotada por Emmanuel e suas razões

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 01, 2021 8:03 pm

por Flávio Rey de Carvalho

Desde as comemorações do centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, ocorridas em 2010, seguidas pelos 150 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo, em 2014, o interesse pelo estudo de aspectos do Novo Testamento, à luz das obras de Emmanuel, aumentou consideravelmente.
Sob a euforia dessas circunstâncias, nem todas as pessoas teriam se inteirado dos pressupostos adoptados por esse autor espiritual, na coerente exposição de seu pensamento.
Nesse sentido, este artigo procura destacar alguns pontos essenciais para a compreensão do evangelho segundo Emmanuel.
Nos últimos anos, em dissonância com os critérios adotados por Emmanuel, a harmonia do conjunto de suas obras teria sido comprometida, terminando por prejudicar a coesão de suas ideias em torno do evangelho redivivo.
Em termos práticos e efectivos, a substituição dos versículos originais, baseados na tradução de João Ferreira de Almeida (“revista e corrigida”), por versões mais “modernas” e “académicas” que viessem a reflectir os “avanços” realizados no campo da “crítica literária”, desde os anos 1960.
Esses “avanços” teriam adquirido impulso por influência de ações emanadas do seio da Igreja Católica, durante o papado de João XXIII (1958-1963).
Entre elas, destacar-se-ia a criação do Secretariado para a união dos cristãos (1961) – que, em 1968, viria a apresentar o documento A cooperação interconfessional da tradução da Bíblia, no qual consta a recomendação ao recurso às “edições críticas” do Novo Testamento grego na realização de novas traduções − e a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965) – que, congregando os expoentes da hierarquia católica e também figuras representativas da Igreja Ortodoxa e do protestantismo, embora na posição de observadores – viria a convencionar, em 1965, a Constituição Dogmática Dei Verbum (Palavra de Deus), figurando, entre suas diretrizes, a aplicação do “método histórico-crítico” à leitura da Sagrada Escritura.[1,2]
Em meio a esse processo de atualização da tradição religiosa, alguns textos tradicionais do Novo Testamento grego viriam a se tornar alvo de críticas, o que teria gerado certa resistência de segmentos religiosos mais afeiçoados a uma versão textual grega específica, originada em 1516, fruto do trabalho de compilação de manuscritos, atribuído ao humanista Erasmo de Roterdão (1466-1536).[1,3]
Esse texto serviu de pilar para um intento de regeneração da religião, subsidiando muitas das acções ligadas à Reforma Protestante, iniciada em 1517.
Ao comentar o assunto, sob a visão da espiritualidade maior, Emmanuel destacou:
“A essas actividades reformadoras não poderia escapar a Igreja, desviada do caminho cristão.
O plano invisível determina, assim, a vinda ao mundo de numerosos missionários com o objectivo de levar a efeito a renascença da religião, de maneira a regenerar os seus relaxados centros de força.
Assim, no século XVI, aparecem as figuras veneráveis de [Martinho] Lutero, [João] Calvino, Erasmo [de Roterdão], [Filipe] Melanchton e outros vultos notáveis da Reforma [...]”.4
Assim o trabalho legado por Erasmo de Roterdão − posteriormente consagrado como Textus receptus (Texto recebido) – viria a ser escolhido, no século XVII, como a base textual do Novo Testamento grego a ser utilizada pelo religioso protestante, de origem portuguesa, João Ferreira de Almeida (1628-1691), na tradução para a língua portuguesa.
Esta foi publicada em 1681, em Amsterdam, porém, em virtude dessa primeira edição apresentar muitos erros tipográficos, algumas revisões teriam sido realizadas; daí ter surgido, em 1898, uma versão denominada “revista e corrigida”, que se tornaria popular na primeira metade do século XX.
Em paralelo, com o surgimento de outras fontes textuais (na forma de pergaminhos e papiros antigos), entre meados do século XIX e os anos 1930, a fidedignidade dos conteúdos exarados no Textus receptus passaria a ser questionada por muitos “críticos literários” – preludiando a convenção chancelada pela Igreja Católica, nos anos 1960, em favor das “edições críticas” do Novo Testamento grego, bem como ao “método histórico-crítico”, para a realização de novas traduções. [3]
Apesar do acentuado impulso após os anos 1960, do ponto de vista temporal, cabe situar que o início desse processo remontaria à transição do século XVII para o XVIII:
época em que teriam despontado as primeiras “críticas” às leituras confessionais, de caráter “pietista” da Bíblia, ou seja, centrado nos âmbitos da fé e do sentimento religioso.[2]
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 01, 2021 8:04 pm

Tratar-se-ia de um esforço direccionado a desqualificar – como “ingénuo” e “acrítico” − esse viés interpretativo, até então centrado na valorização da fé e do sentimento religioso, em prol de uma análise guiada pelo equacionamento de soluções “racionais”, construídas objectivamente, com base em indícios “materiais” − como “vestígios arqueológicos”, “documentos administrativos” (contas, arquivos, registos etc.) e “documentos literários” (histórias, descrições, testemunhos etc.).[1,2]
Na esteira desse enfoque, surgiria esforço investigativo para se delinear um “Jesus histórico”, em detrimento de um “Jesus da fé”, circunscrevendo a sua vida (actos, exemplos e lições) a um conjunto de episódios próprios e limitados a uma circunstância pretérita.2
Desse modo, o Novo Testamento passaria a ser visto como uma “obra de estudos” do “passado”, caudatária dos costumes e da cultura de seu tempo, e não como um conjunto de ensinamentos atemporais capaz de “iluminar o presente”.[2]
No entanto, Emmanuel não partilharia desse ponto de vista, pois, ao expressar o seu modo de ver o assunto, destacou que “[...] cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se à determinada situação do Espírito, nas estradas da vida”.[5]
Por isso, em manifesto tom de reprovação ao modus operandi da “crítica histórica”, adoptada pelas modernas “escolas literárias”, o autor espiritual teceu o seguinte comentário em A caminho da luz:
“Muitas escolas literárias se formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica, para o estudo e a elucidação desses documentos.
A palavra ‘apócrifo’ generalizou-se como o espantalho de todo o mundo.
Histórias numerosas foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas os sábios materialistas, no estudo das ideias religiosas, não puderam sentir que a intuição está acima da razão e, ainda uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição dos princípios e na apresentação das grandes figuras do Cristianismo.
A grandeza da doutrina não reside na circunstância [...]; está na beleza imortal que irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações.
Não há vantagem nas longas discussões [...], quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária.
A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto.
É que, portas adentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem que marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos”.[4]
Assim, fica evidente que Emmanuel não via com bons olhos os desenvolvimentos empreendidos nos últimos séculos, pelas “escolas literárias”, sob o critério racionalizante e materialista da “crítica histórica”.
Seu pensamento estaria mais alinhado com os propósitos regeneradores iniciados por um grupo de Espíritos “missionários”, “veneráveis” e de “grande vulto”, que teriam actuado no século XVI − entre eles, a figura de Erasmo de Roterdão, responsável pela tarefa de restabelecer a essência primitiva dos ensinos contidos no Novo Testamento.
Portanto, considera-se que a tese da “opção” editorial direcionada a alterar as obras originais de Emmanuel, no sentido de atualizá-las sob a perspectiva dos “avanços” realizados desde os anos 1960, seria anacrónica às pré-concepções do autor espiritual.

Referências:
[1] MALZONI, Cláudio Vianney. As edições da Bíblia no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2016, passim.
[2] MOSCONI, Luís. Para uma leitura fiel da Bíblia. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1997, passim.
[3] KONINGS, Johan. A Bíblica, sua origem e sua leitura. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2014, passim.
[4] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da Luz: história da civilização à luz do Espiritismo. Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, passim, grifo nosso.
[5] XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, “Interpretação dos Textos Sagrados”.

Flávio Rey de Carvalho é Mestre em História e Doutor em Ciência da Religião; colaborador em São Paulo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita e do Grupo Espírita Casa do Caminho.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Na rota da Lei

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 02, 2021 7:47 pm

por Lillian Rosendo

“A lei natural é a lei de Deus.
É a única verdadeira para a felicidade do homem.
Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta.”
1

Nascemos livres, e em uma sociedade que prima pela execução das Leis, da preservação da vida, da liberdade e, da propriedade, há o sentido de organização, fluidez e progresso.
A Lei natural, segundo São Tomás de Aquino, são as leis descobertas pela razão. Raciocinar corretamente é chegar à Lei eterna.2
Allan Kardec questiona aos Espíritos superiores se Deus facultou aos homens os meios de conhecer a lei natural e obteve a resposta de que todos podem conhecer, mas nem todos a compreendem, aqueles que decidem investigá-la são o que melhor a compreendem, e que um dia todos compreenderão, pois nisto consiste o progresso.3
São Tomás de Aquino continua seu pensamento em que a lei natural é a participação do ser racional na Lei eterna, a lei eterna é a lei divina; é eterna e perfeita.
Na codificação kardequiana, aprendemos que a lei divina é eterna, imutável (como o próprio Deus), perfeita, igual para todos, inscrita na consciência dos homens e revelada em todos os tempos (de acordo com a capacidade e compreensão dos homens).
São Tomás de Aquino influencia com sua filosofia os aspectos da base ético-jurídica, no mundo material, e na relação com o entendimento da observância da lei natural.
Remontando aos primórdios, os egípcios antigos por volta de 5 mil anos A.C. sistematizaram preceitos religiosos intercalados com artigos de natureza civil e penal e foi codificado o Livro dos Mortos.
Os sistemas mais antigos são dos povos do Oriente Médio e o mais importante é o código de Hamurabi, com 282 leis que reunia várias decisões legais, sendo desenvolvido pelo reinado de Hamurabi.4
As leis são educadoras, norteiam os procederes, freiam os impulsos punindo quem infringe, leis humanas imperfeitas, ainda parciais, equivocadas e aplicadas de forma desigual.
Jesus Cristo ensina a um doutor da lei sobre o maior mandamento da lei, sintetizando os dez mandamentos, Amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos5.
Como agimos em família e em sociedade exprime em qual pé está esse amor.
Paulo, em sua carta aos hebreus,6 nos alerta que estamos sob nuvens de testemunhas, mas o que faríamos se ninguém estivesse nos observando?
Nasce-se livre e essa liberdade significa ser quem realmente é, independentemente, com as limitações e virtudes de sua construção, respeitando da mesma forma como o seu semelhante é.
Como seríamos como nos comportaríamos, se não fôssemos regidos pelas leis humanas e divinas, agiríamos de modo a fazer ao outro o que gostaríamos que nos fosse feito?
O progresso moral, o motivo de estarmos no planeta, está muito lento, as ações equivocadas, justificadas, dificultam a marcha.
A natureza não dá saltos, é verdade, mas há dois mil anos a exemplificação e o ensinamento foram disponibilizados.
O chamamento é para entender se a transformação interior é genuína, ou temerária daquelas nuvens de testemunhas e das consequências além-túmulo.
Imaginemos uma situação em que ficássemos sem energia elétrica, comida e água, como agiríamos, quais leis nos segurariam?
Em nossa consciência estão gravadas as leis divinas e sempre temos uma intuição/inspiração sobre os atos que estamos prestes a cometer, tanto nas pequenas como nas grandes coisas, apelamos à misericórdia divina que é infinita, mas não devemos nos valer dessa condição, como aquela criança irresponsável que continua desobedecendo, sabendo que será perdoada pelos pais, mas, à medida que se confronta com as consequências, se torna um adulto estagnado e amargurado.
O momento que vivemos é uma oportunidade de reconhecer nossa essência e agradecer por ter experimentado tantas faces de si mesmo, de se conectar consigo e se desligar das efemeridades, das distrações prejudiciais.
A felicidade não é deste mundo, assim como a paz, ambas estão no mesmo patamar.
Enquanto estamos neste estágio, neste mundo, ensaiamos como conquistar a felicidade e a paz e não há outra forma de não nos ajustarmos com as leis de amor e caridade.
Reconhecer a missão do Cristo em nos educar, e seguir o seu caminho a sua verdade, é se esforçar em cumprir seu maior mandamento.

Referências bibliográficas:
1 Kardec, A, O Livro dos Espíritos. Das Leis Morais. Da lei divina ou natural - questão 614.
2 Ariane Medeiros Teixeira. O direito na filosofia de São Tomás de Aquino. Para acessar, clique aqui. Acesso em: 29 nov. 2020.
3 Kardec, A. O Livro dos Espíritos. Das Leis Morais. Conhecimento da lei natural. Questão 619.
4 Redacção. O ser humano precisou criar regras para resolver conflitos. Para acessar, clique aqui-2 >Acesso em 29 nov. 2020.
5 BIBLIA. Mateus 22:37.
6 BIBLIA. Hebreus 12:1.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty A auto-ilusão

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 03, 2021 8:41 pm

por Martha Triandafelides Capelotto

Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos abandone.

Observando o comportamento da nossa humanidade, principalmente no meio religioso, vamos perceber que muitos de nós, para não dizer a grande maioria, vivemos iludidos no tocante à nossa condição, ilusões decorrentes das nossas limitações que impedem a percepção dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios.
Para que o conteúdo desse texto se faça compreensível, precisamos definir ilusões como aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade e que nos distancia da Verdade.
Em todos os setores da vida, e não só no religioso, observamos que muitos dos entraves, das dores, das decepções, traumas, culpas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências encontram sua matriz nas ilusões.
Na verdade, a ilusão é um mecanismo de defesa face às dificuldades que encontramos para lidar com as emoções.
Escondemo-nos por detrás de uma imagem que criamos de nós mesmos para resguardarmos autoridade social ou outro qualquer valor que desejamos manter.
Assim, podemos depreender que o iludido se esconde de si mesmo, criando um “eu ideal” para abrandar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é, fugindo de si mesmo.
E qual a razão para essa fuga?
O sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra, que somente será abrandado depois de sucessivas reencarnações, nas quais deveremos trabalhar referido sentimento, sob pena de falência nos planos de ascensão espiritual.
Emmanuel, prefaciando o livro “No Mundo Maior” de André Luiz, diz-nos que “Todos os dias, nos quatro cantos da Terra, partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte.
Vão-se de ilustres centros da cultura europeia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos.
Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos...
Raros viveram nos montes da sublimação.
A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade”.
A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste e nunca seremos promovidos a anjos, sem antes derrubarmos todas as máscaras das ilusões que criamos, desejando que os outros creiam sobre nós o que ainda não somos.
Também encontramos judiciosa lição no livro “Reforma Íntima sem martírios”, de Ermance Dufaux, quando ela exemplifica os vários comportamentos revestidos de ilusão, dizendo:
“O iludido, quando ambicioso, chega às raias da usura; quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo, ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais snoba superioridade que supõe possuir.
Desse modo, urge que nós iniciemos um processo de destruição dessas máscaras para encontrarmos o “eu real” que estamos ignorando há milénios, despertando a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera da vontade para utilizá-la, lembrando que a nossa evolução não se opera em saltos, mas gradativamente.
O processo educacional da alma é paulatino.
Paulo, o apóstolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação:
“Olhais para as coisas segundo a aparência?
Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo” (...) – Coríntios, 10:7.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Amor, chama divina

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 04, 2021 7:57 pm

por Temi Mary Simionato

“Deus é amor: aquele que permanecer no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.” I Jo, 4:16.

O evangelista Mateus, no capítulo 22, versículos 37-40, registou estas palavras de Jesus:
“Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento.
O segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas”.
Fica claro que o nosso amor ao próximo depende do amor a nós mesmos, pois tal como nos amamos devemos amar o nosso semelhante.
No reino da alma somente o amor, fonte da vida, consegue estabelecer verdadeiro apoio ao equilíbrio e à governança.
Em qualquer departamento da vida, é necessário amar para entender e construir, e, se forçarmos a posse disso ou daquilo, iremos apenas retirar a sombra ou casca daquilo ou disso, porquanto escoada a energia que mantém o processo de violência perderemos de imediato o domínio da posição que intentamos assegurar.
É indispensável saibamos amar com abnegação e ternura, entre a esperança incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, pois a vida é processo de crescimento da alma ao encontro da grandeza Divina.
Portanto, aproveitemos as lutas e dificuldades do caminho para expansão de nós mesmos.
Cada pessoa respira em faixa diversa da evolução. Justo nos determos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, usufruindo os valores da afinidade.
Entretanto, sempre que amarmos alguém que não comunga a onda de nossas ideias e emoções, abstenhamos de violentar a cabeça com os moldes em que nos padroniza a vida espiritual.
Amparemo-nos para que em nosso setor de ação pessoal venhamos a ser nós mesmos: respeitando-nos mutuamente e ajudando-nos a ser uns para os outros o que o supremo Senhor espera que sejamos.
Reprovamos a violência e clamamos contra ela, no entanto, na vida de relação, muito raramente, nos acomodamos sem ela, quando se trata de nossos caprichos.
Isso é muito comum quando amamos alguém e exigimos que esse alguém se condicione ao nosso modo de ser, como exemplo:
se os entes queridos não nos compartilham gostos e opiniões, eis que ficamos irritados, reclamando contra a vida, todavia, a paz da alma requisita compreensão e esta conhece que cada um de nós tem sua área própria de interesse e de ideias.
Sempre há quem pergunte como auxiliar os outros sem recursos materiais.
Eis que entre as muitas formas de amparar sem apoio amoedado, falar para o bem é uma delas.
Por isso basta ligar os dispositivos da memória e o verbo edificante sairá dos nossos lábios como se fosse uma torrente de luz.
Ajudemos assim aos que ajudam em benefício do próximo, criando o clima do otimismo e da esperança indispensável à sustentação da alegria e da paz.
Sem dúvida a dificuldade estará presente, mas se forjarmos confiança na força espiritual de modo a transpô-la ou desfazê-la, conseguiremos liquidá-la muito mais facilmente, uma vez que estaremos mobilizando o poder da cooperação.
Deste modo, para que a alma possa ampliar-se, sem receio, por meio das realizações, que o Senhor nos confia, o imperfeito amor não basta, pois estipula salários de gratidão, e se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.
É necessário cultivarmos o perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção.
O imperfeito amor quando procura o gozo próprio, no concurso dos outros, é quase sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins, para atormentá-las de variadas formas e temor, tais como as exigências e o ciúme, a crueldade e o desespero, acabando ele próprio no abismo da amargura e da frustração.
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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 04, 2021 7:58 pm

Contudo, o perfeito amor compreende que o Pai celeste traçou caminhos infinitos para a evolução e aperfeiçoamento da alma.
A felicidade não é a mesma para todos e amar é entender, ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações queridos no grau de luta que lhe é própria.
Pois cada consciência é um mundo por si, com obstáculos e problemas próprios, e cada um de nós, Espíritos em evolução na Terra, temos qualidades nobres que acumulamos e imperfeições de que devemos nos desenvencilhar.
Se nos predispusermos a colaborar na edificação do reino de Deus, comecemos pela caridade silenciosa de não complicar e nem desanimar.
O mundo é caminho vasto da evolução e aprimoramento onde transitam ao nosso lado a ignorância e a fraqueza.
Aproveitemos, então, a bendita oportunidade de expansão que a esfera física nos confere e ajudemos a quem passa sem cogitar de pagamento de qualquer natureza.
O próximo é nossa ligação com Deus.
Ao buscarmos o Pai, ajudamos o nosso irmão amparando-nos reciprocamente, porque segundo a palavra iluminada do Evangelista João, “Se alguém diz:
Eu amo a Deus e aborrece o semelhante, é mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus a quem ainda não conhece?” I João, 4:20.
Assim sendo, se tivermos amor caminharemos no mundo como alguém que transformou o próprio coração em chama divina a dissipar as trevas.
Se tivermos este amor, saberemos cultivar o bem a cada instante, para vencermos o mal a cada hora, e compreenderemos, como o Cristo fustigado na cruz, que os nossos mais acirrados perseguidores são apenas crianças de curto entendimento e de sensibilidade enfermiça, que precisamos aprender a compreender, ajudar, perdoar e servir sempre para que a glória do amor puro nos erga o Espírito imperecível à bênção da vida imortal.
Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo.
Lembramo-nos, assim, do apóstolo Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13, versículo 3, dizendo que mesmo que ele entregasse seu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso lhe aproveitaria.
Pois o amor ao próximo é causa do nosso amor a Deus, enquanto que o amor a Deus é efeito da causa do amor ao nosso semelhante.

Bibliografia:
RIBEIRO, Cesar Saulo – coordenação – O Evangelho por Emmanuel comentários às Cartas Universais – 1ª edição – Editora FEB – Brasília/ DF – páginas 245, 246 e 248 – 2019.
XAVIER, Cândido Francisco – Religião dos Espíritos – ditado pelo Espírito Emmanuel - 22ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – lição 1 – 2013.
por Wagner Ideali

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Vencendo o mal dentro de nós

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 05, 2021 8:41 pm

Wagner Ideali

Durante muito tempo, em diferentes encarnações, fomos iludidos pelas falsas promessas que o poder e os títulos transitórios nos proporcionavam.
Ficamos à mercê dos vícios que nos entorpeciam nossas mentes, bem como tantas vivências ultrapassadas e que somente nos levavam a um poço de insatisfação, num vazio profundo e um desequilíbrio constante, numa falsa e aparente felicidade.
Podemos observar muito amiúde, que a humanidade vive hoje como na época da vinda do nosso Mestre Jesus, pois estamos muitas vezes sendo levados pela cobiça sem limites, poder transitório que buscamos a todo custo.
Quando não, buscamos o prazer de uma forma frenética e outras tantas sensações passageiras.
Com a chegada do Mestre Jesus, o mundo entrou numa convulsão de valores antigos com a nova era.
Os irmãos ainda presos aos velhos costumes se rebelaram enquanto os que tinham sede de justiça e amor encontraram, nas palavras de Jesus, um bálsamo de paz, esperança e fé.
Essa luta interior tem acompanhado a humanidade desde então, alguns vencendo o mal dentro de si, outros se acomodando nessa situação falsa e sem um rumo efectivo, se deixando levar por sensações de poder e dominação.
No momento que estamos passando, parece que tudo se repete, com a diferença que muitos esqueceram de Jesus, ou procuram justificar sua rejeição aos seus ensinamentos, baseando-se em princípios claramente ultrapassados, sem uma base moral adequada e até mesmo desumanos.
Nessa busca de saciar nossas antigas necessidades e desejos, reconstruímos o bezerro de ouro, pois assim tudo fica mais fácil e sem muito esforço para realizar esses objectivos.
Nesse conjunto de comportamentos inadequados, nada éticos e muitas vezes imoral, aparecem os irmãos que, na forma de obsessores, empurram nossos comportamentos para um constante estado de pessimismo e falta de confiança em nós e na providência divina, quando não, nos levando a um comportamento de aparente superioridade.
Assim, então, para vencermos esse momento difícil que atravessa a humanidade, bem como nós mesmos, precisamos de muita oração, lutas íntimas de mudança, bastante trabalho na construção do bem dentro e fora de nós, procurando ver a beleza da vida, dos ensinamentos superiores que nos apresentou Jesus.
Como Ele disse que não nos deixaria abandonados, Ele enviou o Espírito de Verdade, na forma de uma filosofia, religião e Ciência, que se chama ESPIRITISMO.
Agora nessa transformação planetária que está ocorrendo, na confusão que passa na cabeça de todos, podemos buscar no Espiritismo os ensinamentos de Amor, Justiça e transformação, que precisamos realizar dentro de nós.
Vamos procurar primeiro o Reino de Deus em nós, pois o resto nos será dado por acréscimo, como já nos ensina Jesus.
Fiquemos na paz do Divino Mestre hoje e sempre.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Os benefícios do perdão

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 06, 2021 7:52 pm

por Waldenir A. Cuin

“Então Pedro se aproximou dele e disse:
Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim?
Até sete vezes?
Respondeu Jesus:
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
(Jesus - Mateus 18: 21 a 35.)

O perdão, virtude exercitada com pouca frequência, tanto beneficia quem perdoa quanto àquele que é perdoado.
Jesus Cristo, no contexto da sua imensa sabedoria, ensinou aos homens, através do perdão, o verdadeiro caminho para a paz e a serenidade que tanto almejam.
Usado no ambiente doméstico, faz crescer e fortalecer os laços de afectividade entre os membros da família.
Cultivado no meio social, dá origem a uma ambiência de compreensão e tolerância junto aos integrantes de uma comunidade.
Vivenciado no âmago das nações e povos, evita o surgimento das guerras cruentas e nefastas, que tantos males proporcionam aos seres humanos.
A criatura que já consegue exercitá-lo, no quotidiano, dá evidentes demonstrações de que vem superando o orgulho e o egoísmo, essas deletérias chagas que têm feito correr rios de lágrimas e nascer montanhas de dor em tantos corações.
Quando somos ofendidos e guardamos mágoas ou ressentimentos, é o mesmo que represarmos, na intimidade, poças de ácido e veneno que acabam por nos prejudicar imensamente, nos vinculando às zonas inferiores da vida.
Já quando conseguimos perdoar, sublimamos os nossos sentimentos de tal forma que atraímos os recursos indispensáveis da saúde, nos ligando às forças superiores da existência.
Sabendo que a vida devolve a cada um o que a ela é oferecido, até por uma questão de inteligência, é melhor perdoar.
Quem ousaria afirmar que nunca precisou do perdão de alguém?
Como não perdoar se temos constantemente necessidade do perdão alheio?
A palavra divina, simbolicamente no texto de Jesus, que informa ser necessário perdoar “setenta vezes sete”, na verdade nos ensina que o exercício dessa oportuna virtude precisa ser feito sempre, quantas vezes forem necessárias.
Quanto mais perdoamos os erros alheios, mais nos aproximamos da claridade oferecida por Jesus e mais nos distanciamos dos ambientes trevosos que nos prendem aos círculos rasteiros da vida.
Perdoar é divino e significa entender que não somos melhores do que ninguém.
Quem já aprendeu a perdoar carrega consigo um semblante descontraído e alegre, e no peito ostenta um coração leve e despreocupado. Já, quem retém rancor e ódio, mostra, em geral, um rosto fechado e sisudo e um coração amargo e infeliz.
Obviamente, temos liberdade para escolher quais caminhos seguir, mas uma vez escolhidos, por certo, colheremos os reflexos decorrentes das deliberações tomadas.

Reflictamos...

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Movimento perigoso contra a vacinação da Covid-19

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 07, 2021 8:11 pm

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Hoje, o ‘eu não sei’ se tornou o ‘eu ainda não sei’. Bill Gates

São muitas as mensagens falsas espalhadas, indiscriminadamente, através de grupos e rede de contactos sociais.
A mais recente fala sobre a cura da infecção com um método bem simples: com uísque e mel.
Mas não houve milagre, nem cura por enquanto, porque nenhum remédio ainda foi capaz de prevenir a infecção pelo coronavírus.
A grande esperança é com a aplicação de vacinas, e grandes potências económicas disputam essa liderança de apresentar uma com resultado, o mais satisfatório, porque o tempo é curto.
E nessa busca pela preservação da saúde e pelo ganho financeiro surgem os favoráveis e os contra a vacinação.
A pandemia do novo coronavírus contribuiu para que os grupos anti-vacina voltassem a ganhar visibilidade.
O movimento, que surgiu nos Estados Unidos no fim da década de 90, divulga ideias absurdas e mentirosas sobre imunizantes e afirma que a vacina contra a Covid-19 será puro veneno e que os “laboratórios vão, na verdade, introduzir chips no corpo das pessoas”.
O grupo costuma publicar vídeos com informações falsas que viralizam rapidamente e ganham o apoio de milhares de pessoas.
Recebi de alguns amigos, pela internet, alguns vídeos de supostos médicos que desaprovam as novas vacinas, desde italiano, alemão com tradução legendada, e um brasileiro que chama a vacina de lixo.
Ao contrário do que diz esse perigoso movimento, a vacina é a forma mais eficaz, senão a única, de frear o contágio de doenças infecciosas como o novo coronavírus.
Mesmo que não tenha cem por cento de aprovação, é melhor se expor a algumas contraindicações do que ter que enfrentar a covid-19, que já derrubou um milhão de pessoas no mundo num caixão lacrado.
No Brasil já se pensa em uma lei da vacina, de obrigatoriedade legal, pois que se 70% da população for vacinada cria-se uma imunização contra aqueles que não aceitaram – uma minoria. Na atualidade, a vacinação no Brasil é parcialmente obrigatória; o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – cria a obrigatoriedade para o conjunto de vacinas infantis recomendadas pelas autoridades sanitárias.

Mas, por outro lado, inexistem penalidades definidas na lei para os pais que não cumprem com seus deveres, desobedecendo a lei.
No Brasil, o movimento anti-vacinal, ainda pequeno no país, tende a crescer sob o impulso do misticismo, ignorância e descrença dos benefícios das vacinas.
O que se questiona é se será necessário o Congresso, muito desacreditado, criar uma legislação para impor a imunização geral, compulsoriamente, e com lei para punir efetivamente aqueles que têm responsabilidade de tutores de menores e que não cumprem seus deveres sociais e de progenitores.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Onde está a minha alma?

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 08, 2021 7:41 pm

por Derni Oliveira

Do ponto de vista psicológico, podemos nos perguntar como de facto nos encontramos; entretanto, para muitos, a busca tem sido mais no sentido de “para onde vamos” do que na melhor “forma de como chegar” lá.
Ou, ainda, o velho conflito existencial entre quem somos e quem queremos ser.

Vamos juntos buscar estas respostas.
Por exemplo, no filme "eu não sou seu guru", Tony Robbins tenta esclarecer melhor esta ideia ao nos chamar a atenção de que não basta apenas “meditar todos os dias e ser o melhor nisso, mas se não sabe se relacionar, não evoluiu nada”.
Então, isto acontece porque não temos por hábito questionar a nossa própria vida, de questionar a nós mesmos?
Outro grande esclarecimento, que circulou pelos meios de comunicação social, traz ainda outras boas verdades; segundo seu autor (desconhecido), “o que nos faz crescer e evoluir são as nossas relações.
São elas que nos mostram verdadeiramente quem somos.
De nada adianta fazer tudo isso, se ainda não sabemos nos relacionar.
(...) Porque meditar é fácil!
(...) Porque nelas experimentamos intimidade, e, na intimidade, as nossas vulnerabilidades são expostas”.
Temos ainda alguma dúvida disso?
Certamente. Porém, está bem claro que a transformação moral nos conduzirá sempre a um “lugar melhor de nós mesmos”.
E conclui ainda o autor da referida mensagem:
“É maravilhoso fazer tudo isso. Mas não basta!
Todas essas coisas são parte do caminho, parte do caminhar.
Todas essas formas de nos acessarmos fazem parte da teoria, mas a prática mesmo são os relacionamentos.
Não basta meditar todo dia e se aborrecer constantemente com o (a) companheiro (a), ou com os filhos, ou com os pais.
Não basta se espiritualizar, fazer caridade e tratar mal o porteiro, o garçom, o caixa do supermercado”.
Mas afinal, estamos ou não com objetivos equivocados em nossas vidas através de velhos condicionamentos “permitidos” em nossas mentes?
Assim, visando esclarecer melhor esta questão, desta vez recorremos ao autor do livro Jesus, o maior psicólogo que já existiu, o qual consegue ligar os basilares ensinamentos de Jesus às descobertas atualizadas da psicologia; noutras palavras, nos ensinando a valorizar as nossas vidas e os nossos relacionamentos.
Entre outras coisas, Mark Baker nos ensina “como os ensinamentos de Cristo podem nos ajudar a resolver os problemas do quotidiano e aumentar nossa saúde emocional”, aprendendo as verdades mais profundas através dos nossos “relacionamentos” pessoais.
E, desta forma, nos reencontrarmos com a essência da nossa alma! Sim, porque o inconsciente (conforme muito bem diz Jung) não tem a ver apenas com o “eu”, mas, sobretudo, com o “nós”.
Portanto, saibamos afinal onde está a nossa alma, pelo auto-conhecimento, responsabilidade de cada um de nós rumo à nossa própria ascendência espiritual.

Derni Oliveira, palestrante vinculado à União Espírita de Vitória da Conquista (BA), é redator da Revista Espírita Nosso Lar (@revistanossolar) e da Revista Espírita Deus Connosco (@revistaespiritadeusconosco).
É também apresentador do Programa “Na Frequência do Evangelho” pela Web Rádio Deus Connosco.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Quem, sem saber, tem mais de uma religião

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 09, 2021 9:17 pm

por José Reis Chaves

A Igreja do passado, porque a humanidade era ainda pouco evoluída, dizia que fora da Igreja não havia salvação.
E isso criou uma crença de que todo mundo tinha que ser, exclusivamente, somente católico.
Porém, posteriormente, a referida frase da Igreja foi dada, por ela mesma, como “vencida”.
E o ensino de que as crianças que morriam sem o Batismo iam para o Limbo, caiu também em descrédito e foi anulado, igualmente, por ela própria.
Tomara que essas mudanças sejam prenúncios de outras novas e urgentes mudanças na Igreja, para que ela não continue diminuindo, levando muitos católicos, principalmente do Primeiro Mundo, à indiferença religiosa e à fuga para outras religiões.
É claro que os líderes religiosos têm que pregar apenas a sua religião, o que ocorre nem sempre por consciência, mas por conveniência, pois, sem isso, podem perder seu privilegiado emprego.
Assim também, por exemplo, os líderes religiosos a que nos referimos, se eles crerem na reencarnação, como sabemos de muitos desses casos, eles não podem falar, publicamente, que creem nela, uma vez que vão ter complicações profissionais.
É, pois, uma questão semelhante à do celibato obrigatório dos padres.
Muitos são contrários a ele, mas não podem expressar, publicamente, essa sua opinião, antes de ela vir das altas autoridades eclesiásticas do Vaticano.
Mas o facto de religiosos ou não, pública ou ocultamente, crerem em outras doutrinas que não pertencem à sua religião, mesmo que seja apenas uma só doutrina, eles estão tendo mais de uma religião, pois estão com um pé numa e outro pé noutra.
E, valendo-nos, outra vez, do exemplo da reencarnação, se vocês, meus queridos leitores, que me estão lendo, descobrem que ela é, realmente, uma verdade, mas que sua religião não professa, vocês, como já foi dito, de algum modo ou parcialmente, passam a ter outra religião, mas, às vezes, até mesmo inconscientemente!
E, nesse caso, vocês deixam de ser numa doutrina religiosa passivos, para serem ativos.
É o que acontece também com as crianças a respeito do Papai Noel.
Antes, elas, passivamente, sofrem a ação de crerem nele.
Depois, mais amadurecidas no entendimento da verdade sobre ele, elas desbancam o Papai Noel de ser activo para ser passivo, já que ele, de presenteador, se torna o próprio presente, e até sem que elas o percebam, pois, isso acontece como se fosse automaticamente!
E, com a aceitação de outras doutrinas religiosas estranhas à nossa religião, ocorre também fato semelhante, pois, as próprias verdades doutrinárias novas se impõem, por si mesmas e, às vezes, até mesmo sem que percebamos que elas são contrárias à nossa religião.
E são essas pessoas que estão mais próximas do verdadeiro rebanho de um só Pastor!

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty O outro filho

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 10, 2021 8:21 pm

por Leda Maria Flaborea

Mas, respondendo ele, disse ao pai: eis que te sirvo, há tantos anos, sem jamais transgredir um mandamento teu, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos.” (Lucas, 15:29)

Esta frase faz parte da Parábola do Filho Pródigo que o evangelista Lucas narra no capítulo 15, versículos 11 a 32.
Muitos de nós conhecem a parábola, a história que Jesus imaginou para que, através dela, pudesse nos dizer da imensa generosidade do Pai Criador para com todas as Suas criaturas.
Nesta história o Mestre nos fala de um pai que tinha dois filhos.
O pai, aqui representando Deus e, os filhos, a humanidade.
Conta ele que, um dia, um dos filhos pediu que sua parte na herança lhe fosse dada, pois desejava conhecer o mundo e não mais viver preso à fazenda que o pai possuía, e onde ele e o irmão trabalhavam. E assim foi feito.
O rapaz partiu e vivendo, desde então, uma vida dissoluta, consumiu rapidamente os recursos que possuía.
Após anos de sofrimento, dor, fome e miséria moral e física, lembrou-se que, na época em que viveu no lar paterno, os empregados do seu pai possuíam uma vida melhor que a vida que levava nesses dias.
Entendeu que junto do pai ele tinha fartura e amor, apesar do duro trabalho que realizava, e, arrependido, inicia a viagem de volta, buscando o que supostamente imaginava haver perdido.
Quando o pai o vê, ainda no caminho, aproximando-se das terras que lhe pertenciam, vai ao encontro de braços abertos, entregando-lhe um manto que representava, na parábola, a renovação espiritual daquele filho; um anel que simbolizava a comunhão dessa criatura perdida com ele, seu pai; e sandálias para seus pés cansados que representam o caminhar seguro que seu filho teria dali para frente.
Além disso, manda matar o melhor novilho e convida a todos para as comemorações pelo retorno do filho amado.
Esta é a primeira parte da história que nos mostra que, independentemente das faltas que possamos cometer, Deus, nosso Pai Criador, sempre nos receberá de braços abertos quando, arrependidos, queiramos retomar o caminho de volta em direção ao Seu amor.
O filho arrependido representa um lado da Humanidade que, embora tenha perdido a condição de filhos, nos mostra que Deus nunca perde a condição de Pai a nos acolher, porque somos todos Suas criaturas.
Não importa onde estejamos, seja no mundo físico, seja no espiritual, Ele nunca nos abandona.
O filho pródigo, o filho arrependido da parábola, significa para Jesus a criatura que depois de passar pela experiência dura do mal que praticou, volta ao Criador consciente da necessidade de seguir Suas Leis, para gozar do Seu amor.
A lei de Deus é igual para todos e ela não pode ser boa para o bom e má para o mau.
Ela é, na verdade, sempre boa porque é justa e assim tem a condição de transformar o mau em bom e o bom em melhor.
Para o Pai não há privilégios porque não há exclusões.
Para todos faz nascer o Sol, faz brilhar as estrelas e faz a chuva cair.
Jesus prossegue contando que o outro filho, o que havia permanecido com o pai, que trabalhava nas suas terras e cumpria todas as suas determinações, retornava à casa vindo do campo, e, ouvindo a música e notando a alegria no ambiente doméstico, perguntou a um dos empregados o que estava acontecendo.
O empregado lhe diz que seu irmão retornara e o pai, em comemoração ao facto, estava dando uma festa, tendo mandado matar um novilho para a festividade.
Diante disso revoltou-se dizendo que não entraria na casa.
O pai do jovem foi avisado e veio ter com ele para saber o que se passava.
Com indignação o rapaz respondeu: “eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos”.
Encontramos de um lado o filho que retorna mais experiente e arrependido ao convívio do lar, e do outro, um irmão que, apesar de correto, mostra-se egoísta, censurando os sentimentos do pai e reclamando do que nunca recebera.
Ele que sempre estivera ao seu lado, fiel aos seus serviços, atento aos seus interesses, guardando lealdade, nunca teve qualquer atenção especial, ou privilégios, ou agradecimentos por todos os anos que ali permaneceu, enquanto que o outro, depois de dilapidar sua herança, é recebido com alegria e festa.
No livro Palavras de Vida Eterna, Emmanuel coloca, nesse momento, algumas ideias sobre as quais seria interessante meditarmos.
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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 10, 2021 8:22 pm

Diz que, de maneira geral, os crentes apenas enxergam o filho que abandonou o lar paterno, que provocou escândalos tonando-se credor de todas as punições; e raramente conseguimos enxergar a conduta egoísta do irmão que permaneceu sob o teto familiar.
“Observando a generosidade paterna, os sentimentos inferiores que o animam sobem à tona e se mostra como realmente é:
reprova a alegria paternal, procedendo como quem lastima o dever cumprido; apresenta-se fiel aos serviços do pai e, contudo, critica-lhe os gestos – trabalha como ele, é verdade, mas anseia escravizá-lo aos próprios caprichos; atende-lhe os interesses, vigiando-lhe o pão e a prata; guarda lealdade, mergulhando-se na ideia de evidência e de herança; explode em ciúme e queixa diante da grandeza de sentimentos do coração paterno.
Julga-se mais detentor dos merecimentos do que o outro, e com isso tenta limitar a bondade dele”.2
Também nós nos sentimos colocados, perdidos mesmo, nesse misto de crueldade e carinho, de sombra e de luz.
Também nós, muitas vezes somos justos e injustos, ternos e agressivos, companheiros e censores.
Também nós desejamos o Pai somente para nós, satisfazendo nossos caprichos e vontades.
E é assim que estamos hoje no caminho da fé. Por essa razão, o estimado benfeitor espiritual nos convida a analisar a nossa atitude em relação a Deus.
Diante dessa parábola e do convite do orientador espiritual nos perguntamos:
Será que somos esse tipo de homem egoísta representado pelo filho que permaneceu ao lado do pai?
Emmanuel nos responde que somos sim.
Não porque sejamos maus, mas porque diante do bem-estar e da alegria dos outros, nos revoltamos e sofremos, pois sentimos ciúmes, inveja; desejaríamos que fôssemos aqueles a usufruírem dessas benesses, pois nos acreditamos mais merecedores que outros.
Esse homem egoísta é muito comum nos quadros da vida e representa a outra parte da humanidade na história do Filho Pródigo.
O homem egoísta é o homem que ainda luta contra a luz que teima em se instalar dentro dele.
Luta da animalidade que existe em cada um de nós – por ainda estarmos presos aos valores materiais – contra a espiritualidade que inicia seu despertar em nós – por desejarmos nos tornar pessoas melhores a cada dia.
São milhares de anos de sombra que nos envolve contra a pequena chama de luz que começa a brilhar em nós e a dissipar essas sombras.
É a luta do homem velho, preconceituoso, intolerante, cruel, contra o homem novo, o Ser cósmico, ligado a Deus definitivamente.
Jesus termina a história contando que o pai respondeu ao filho egoísta o seguinte:
“filho, tu sempre estás comigo, e tudo que é meu, é teu; entretanto, cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos porque este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e se achou”.
Emmanuel nos diz que, “lendo a parábola com atenção, ignoramos qual dos filhos é o mais infortunado, se o pródigo, se o egoísta, mas atrevemo-nos a crer na imensa infelicidade do segundo, porque o primeiro já possuía a bênção do remorso a seu favor”.1
E nos alerta:
“Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus actos e directrizes, palavras e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom.
Não te esqueças, em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros”. 1

Bibliografia:
1 – XAVIER, F. C. Pão Nosso, ditado pelo Espírito Emmanuel – 17ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – 1996 – lição 157.
2 - ____________ Palavras de Vida Eterna, ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – Editora CEC – Uberaba/MG –1995 – lição 98.

Outra referência:
SCHUTEL, C. Parábolas e Ensinos de Jesus – 14ª edição – Casa Editora O Clarim – Matão/SP – 1977 – p. 49.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Como obter a cura espiritual?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 11, 2021 8:22 pm

por Marcos Paulo de Oliveira Santos

A obra “Nosso Lar”, publicada pelo espírito André Luiz e pelo saudoso médium brasileiro, Chico Xavier, versa sobre as experiências de André no mundo espiritual após a sua desencarnação.
Ela continua a ser fecunda nas suas entrelinhas e resolvi abordar o 6º capítulo, intitulado “Precioso Aviso”.
Nesse referido capítulo, André ainda se encontra em recuperação, ou seja, internado e recebe a visita de Clarêncio e outro atencioso visitador.
Clarêncio lhe perguntou:
“Como vai? Melhorzinho?”
Ao ser questionado, André apresentou várias queixas, falou da própria existência, sentia-se um miserável e injustiçado e chorou bastante!
Clarêncio e o visitante não interromperam a narrativa de André.
Após um tempo, o ministro levantou-se sereno e falou sem afetação:
"Meu Amigo, deseja você, de fato, a cura espiritual?".
Ao que André responde afirmativamente.
Então, continua Clarêncio:
“Aprenda então a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor.
Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil.
É indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios”.
O nobre mentor discorre, então, sobre a alegria de viver, a bênção do trabalho e o objetivo de se criarem novas condições mentais para o porvir.
Além, claro, de chamar a atenção de André pelas vantagens que teve quando encarnado.

Diz o mentor:
“Não disputava você, na carne, as vantagens naturais, decorrentes das boas situações?
Não estimava a obtenção de recursos lícitos, ansioso de estender benefícios aos entes amados?
Não se interessava pelas remunerações justas, pelas expressões de conforto, com possibilidades de atender à família?
Aqui, o programa não é diferente.
Apenas divergem os detalhes.
Nos círculos carnais, a convenção e a garantia monetária; aqui o trabalho e as aquisições definitivas do espírito imortal”.
Portanto, a lição que fica diz respeito à nossa conduta mental no Além, bem como a disposição em ser útil e, com isso, aparar as próprias arestas e construir um caminho de paz e segurança.
É lícito sentir saudades dos entes queridos, é louvável a preocupação, sobretudo, quando não temos notícias dos entes queridos nos primeiros momentos no mundo espiritual.
Mas, a lição repassada por André refere-se ao nosso comportamento deletério de não aceitação da realidade; a chaga da culpa; do remorso; da revolta... que são obstáculos para a nossa própria felicidade espiritual.
Modificar, portanto, o panorama mental; não reclamar dos desafios; mudar a forma de encarar os fatos, vê-los de maneira otimista e esperançosa, tornam a nossa condição espiritual melhor.
Consequentemente, obtemos a cura dos nossos males.
O tempo, mais ou menos longo, que permaneceremos nos parques hospitalares do mundo espiritual quando desencarnarmos (se tivermos merecimento, registe-se) está condicionado à nossa conduta mental e à nossa disposição íntima em ver as coisas com otimismo e, sempre, confiantes na Bondade do Sempiterno.
Tudo o que alimentamos cresce.
Se, portanto, alimentamos tristeza, rancor, mágoa, desencanto existencial, abrigaremos em nosso mundo íntimo esses sentimentos negativos e permaneceremos doentes.
E o contrário também é verdadeiro.
Ou seja, se alimentamos amor, paciência, compaixão, otimismo, esses sentimentos nobres ganham guarita em nosso espírito e nos tornamos mais leves.
Como, então, obter a cura espiritual?
Com a disposição firme no bem. Sem reclamar, sem guardar lixo n´alma e disciplinando os lábios do negativismo.
Além, claro, da prática constante da caridade material e, principalmente, moral, a começar com o próximo mais próximo no lar, no trabalho, no ambiente de estudos...

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty A forte influência dos astros

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 12, 2021 8:25 pm

por Vladimir Polízio

“À frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, repontam desafios marcados a fogo de aflição.”
Emmanuel, no livro Mais perto, psicografado por Chico Xavier.

Muito mais do que se imagina, os astros e outros corpos do espaço exercem forte influência sobre pessoas, animais e plantas.
Prova disso é a importância do tempo para o plantio, poda, enxertia, colheita etc.
Há, como amostragem maior, as marés, cujo conhecimento dessa influência é milenar.
E como é permanente, durante as 24 horas de cada dia as pessoas a conhecem em razão do avanço das águas do mar pela orla (maré alta) e o seu retraimento (maré baixa), contribuindo com o aumento do espaço útil da areia da praia e deixando à mostra, em alguns pontos, pequenas ilhas ou mesmo facilitando o acesso a esses locais ao caminhar pelo próprio leito, sem água, o que seria impossível de outro modo, a não ser a nado ou embarcado.
Não é simplesmente uma dança das águas, uma agitação qualquer, mas a presença da força magnética do Sol, da Lua e de outros corpos celestes, em permanente movimentação.
Essa influência existe sobre tudo o que há na Terra e os seres humanos dela não escapam.
É um arrastamento, é verdade, mas possível de ser controlado, como qualquer outra situação em que o indivíduo, pela sua força de vontade, supera difíceis obstáculos.
Isto posto, dizemos que há tipos de problemas que são facilmente afastados, varridos mesmo, enquanto que outros, mais profundos e por isso mesmo mais difíceis de serem eliminados, exigem empenho maior da parte do interessado.
Esses problemas, que resultam em graves comportamentos ou vícios nocivos à moral e aos bons costumes (como a agressividade, a indiferença, o desamor, a mentira e outros) encontram as vibrações magnéticas correspondentes em determinados períodos cuja confluência astral oferece terreno favorável ao desenvolvimento do germe, cujo estado latente espera por essa oportunidade, qual bactéria que aguarda a água parada para desenvolver-se e reproduzir-se.
Se houver a devida profilaxia restaurando a água estagnada, bem como a higiene mental nos pensamentos do Espírito encarnado, possibilitando o enfrentamento do assédio a que se vê envolvido, ambas as situações serão resolvidas; a primeira pela higiene do local e, a segunda, pela firmeza com que se posicionou o indivíduo, com a remoção e limpeza de seus pensamentos, sendo por isso virtuoso por sua postura, vencendo o bom combate, nas palavras de São Paulo, Paulo de Tarso.
São arrastamentos que nos impelem, não há dúvida sobre isso, mas que podem ser superados com a boa vontade nascente.
O pensamento, repetimos, sempre é força criadora; nada há que o suplante.
Embora nenhum de nós se lembre dos compromissos assumidos antes de aqui chegar pelo nascimento, a intuição é forte aliada para advertir-nos negativamente sobre certas decisões tomadas ao longo da existência.
Emmanuel, mentor que acompanhou Chico Xavier, por praticamente 55 anos, ao ser questionado sobre a influência dos astros na vida do homem, expôs sobre o assunto dizendo:
As antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser.
O campo magnético e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem físico, em sua formação orgânica e em seu nascimento na Terra; porém, a existência planetária é sinónimo de luta.
Se as influências astrais não favorecem a determinadas criaturas, urge que estas lutem contra os elementos perturbadores, porque, acima de todas as verdades astrológicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina que cada qual receberá por suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece[1].

[1] O Consolador, de Emmanuel, por Chico Xavier.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Homo-afectividade, família e instituições religiosas

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 13, 2021 8:05 pm

por Wellington Balbo

A idade que compreende entre 15 e 30 anos tem sido uma das mais problemáticas quando o assunto é suicídio, que já se configura na segunda maior causa de mortes de jovens desta idade.
Ao aplicar a pesquisa sobre ideacção suicida no grupo dos homo-afectivos fiz questão, portanto, de separar uma análise das pessoas que estão entre os 16 e 30 anos, e que depois, em outro momento, tratarei de aprofundar as ponderações acerca do tema deste subgrupo.
No total, 112 pessoas foram entrevistadas com o objectivo de verificar se a orientação homo-afectiva, de alguma forma, tem implicações na ideacção suicida.
Deste total de 112 pessoas, 69% dizem que já pensaram em interromper a existência.
Vamos, agora, para os homo-afectivos que estão no rol que compreende 16 a 30 anos.
Constatou-se que 57 entrevistados estão entre os 16 e 30 anos, o que mostra ser 51% do universo de participantes.
Deste cenário, ou seja, apenas aqueles que estão entre 16 e 30 anos, foi verificado que 75% já pensaram em suicídio.

O que nos diz esta informação?
Corrobora justamente com os números já apontados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Ministério da Saúde do Brasil, que a idade entre 16 e 30 anos é, de facto, a que requer mais cuidado quando se fala em ideacção suicida.
Por que pessoas com esta idade trazem esta propensão às ideias suicidas?
Como bem sabemos, sendo o suicídio um evento que tem muito mais do que uma simples causa, cabe-nos, de alguma forma, tentar compreender quais seriam as razões principais, e, ainda, o start, aquela situação em que o indivíduo diz:
Já não dá mais, pararei por aqui.
Esta compreensão das causas e do gatilho, aliás, como se pode supor, torna-se fundamental para um tratamento personalizado do indivíduo, pois as dores são únicas e nada lineares em se tratando de Espíritos imortais, portanto, com biografias completamente diferentes uns dos outros.
Numa simples ilustração, está dito acima que um evento dramático para uma pessoa pode não o ser para outra, eis que aí, bem aí, reside a chave para não desprezarmos quaisquer tipos de dores que se apresentam.
No caso dos homo-afectivos, a pesquisa que aplicamos sugere que este grupo pode, sim, ser considerado de risco e que, portanto, necessita de atenções mais acuradas.
Então, colam-se aos tantos outros fatores de risco para o suicídio as questões que envolvem a experiência da homo-afectividade.

E neste tocante destacam-se dois elementos apontados pelos participantes da pesquisa:
1 - Os dilemas íntimos do indivíduo que tem orientação homo-afectiva, as dificuldades em se aceitarem e, ainda, o receio da rejeição e da violência física e psicológica que enfrentam.
2 - Quando perguntados se sentiram discriminação por parte de familiares, dos 112 entrevistados, 79 % responderam que já se sentiram vítimas da discriminação por parte da família.
E, na pergunta seguinte, quando indagados se consideram que a maior carga de discriminação vem por parte da família, instituições religiosas, colegas de trabalho ou amigos, assim se manifestaram:
47% família,
44% instituições religiosas,
8% colegas de trabalho,
1% amigos.
Portanto, constatou-se, ao menos neste trabalho, que família e instituições religiosas são consideradas as instituições que, ao invés de serem fatores de proteção, acabam, infelizmente, sendo fatores de risco aos homo-afectivos no que se refere à ideacção suicida.
Diante do quadro exposto, cabe trazer esta informação para a família e aos coordenadores das instituições religiosas para que, de facto, abram diálogo com aqueles que estão na experiência da homo-afectividade, a fim de que estes últimos possam receber o acalento, acolhida e apoio de duas das mais longevas tradições humanas: família e religião.
Ao receberem um acolhimento necessário, e, registe-se, justo, sentir-se-ão mais queridos e aceites por estas duas instituições, o que, certamente, trará algo a menos com o que se preocupar, e isto é factor de protecção, e que, por consequência, poderá diminuir a pressão diante das angústias e dificuldades naturais que se apresentam num mundo de prova e expiação como a Terra.
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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 13, 2021 8:05 pm

Portanto, trata-se de medida de prevenção ao suicídio humanizar as instituições religiosas, ou melhor, informar aos coordenadores destas instituições para que humanizem suas abordagens, posto que todos, absolutamente todos, somos Espíritos imortais antes de sermos caracterizados pelo gênero que temporariamente ocupamos num corpo perecível.
Ao partir da premissa de que os Espíritos não têm sexo, de que as verdadeiras afinidades são as da alma, chega-se à conclusão de que alimentar preconceito é abrir mão do raciocínio lógico, posto que a conclusão, ao aceitar a premissa acima, é a de que o respeito deve ser a tónica das relações humanas.
No que tange à família, destaca-se a importância de seguir os conselhos dados pelos Espíritos Superiores, de que se deve estreitar os laços entre seus participantes.

Mas o que isto significa em termos práticos?
Ora, estabelecer relações de transparência, no intuito de que os membros desta família possam confiar uns nos outros sem terem que ter receio da rejeição ou da reprovação por parte de outros componentes da família.
Isto é, exactamente, estreitar os laços, aproximar as pessoas umas das outras, transformar o ambiente familiar em um cenário de paz e refrigério, posto que, ao estreitar os laços, pode-se ser quem é, sem nenhum tipo de receio de retaliação.
São dois pontos bem interessantes que se deve trabalhar no que concerne à prevenção ao suicídio: família e instituições religiosas, dois importantes factores de protecção ao indivíduo.
Nesta dupla poderá estar muito das alegrias e tristezas vivenciadas pelos Espíritos que estão encarnados neste planeta.
Os números estão aí, para bem os utilizarmos em benefício da felicidade das pessoas.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Tempo de reflexão e de balancete

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 14, 2021 8:28 pm

por Yé Gonçalves

Estamos chegando ao final de mais um ano – 2020 – diante de tantas oportunidades de transpor desafios e de buscar o aprimoramento moral e espiritual.
Tempo de reflexão e de balancete.
Trata-se de um ano completamente marcado, no âmbito mundial, pelas crises envolvendo a pandemia causada pelo surto da covid-19; e outras no tocante aos preconceitos étnicos, em relação ao género e à sexualidade, à desigualdade social, dentre outros.
Um cenário de intolerância, uma verdadeira falta de empatia, principalmente através das redes sociais, onde as opiniões e as escolhas do próximo são atacadas, sem piedade, com pedradas virtuais, que surtem efeitos negativos nas relações interpessoais e se multiplicam na convivência quotidiana e nas instituições políticas, religiosas etc.
Do exposto, como estamos nos situando diante dessa problemática toda?
Será que estamos nos envolvendo e nos deixando ser levados pela onda de intolerância destes tempos actuais?
Ou estamos nos posicionando como cidadãos autónomos, com conhecimento de si mesmo e das leis naturais, promovendo a calma nos relacionamentos interpessoais e fazendo a diferença, mostrando e divulgando a face da pacificação?
Estamos em tempo de reflexão e de balancete.
Oportunidade para sentirmos o clima dos acontecimentos, reflectirmos e fazermos uma análise da realidade e da nossa participação, como cidadão espírita, diante da mesma.
Logo, a título de sugestão, possamos trazer, diariamente, para nós o exemplo de Santo Agostinho, na questão 919 de O Livro dos Espíritos, em seus ensinamentos, um exercício de auto-conhecimento para o enfrentamento das crises destes tempos atuais, vejamos:
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra:
ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar...”
Que esses questionamentos possam ser feitos, todos os dias, por nós mesmos, à nossa consciência, sobre a nossa conduta diante dos tempos de crises pelos quais estamos passando.
Se não estamos faltando a algum dever para com a pacificação social e se não estamos dando motivos a queixas, em relação à nossa conduta neste contexto de crises diversas.
2020 está chegando ao final.
Passamos por muitas oportunidades de aprendizado moral.
Convivemos com as perdas e com as frustrações; e, por outro lado, abrimos janelas para o auto-conhecimento e para o conhecimento do porquê e do para quê dos acontecimentos da vida.
Portanto, possamos elaborar o nosso balancete, cada qual em particular, expondo na consciência o quadro demonstrativo, contendo o activo e o passivo, bem como o saldo da nossa participação na sociedade, nas resoluções de conflitos e como pacificadores que devemos ser.

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ARTIGOS DIVERSOS V Empty Renascimento espiritual

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 15, 2021 8:23 pm

por Altamirando Carneiro

A tranquilidade de quem aproveitou o tempo
Duplamente abençoado o cego curado por Jesus.
Havia recuperado a visão física e agora adquiria também a visão do Espírito.
Senhor, eu creio... - disse. (João, 9:38)
Sagrado é o momento para a alma, quando começa a ter a sua atenção voltada para as coisas que vão muito além das necessidades do corpo físico.
Significa este instante um imenso marco em sua vida.
Muitas vezes, reencarna a alma para nova experiência e, ao ir descobrindo o mundo em que passou a viver, reconhece que embora belo e cheio de atrativos, não exerce sobre si a influência que vê exercer nos outros.
Participa nele sempre sentindo a falta de algo inexplicável.
Tenta preencher este vazio ocupando-se como vê os outros fazerem, mas as coisas do mundo não são suficientemente fortes para lhe prenderem a atenção.
São os sinais do nascimento espiritual.
Amadurecida, sabe que não adianta procurar no mundo material aquilo que só o mundo espiritual lhe pode dar.
Atendendo à suave e persistente força, busca dentro de si, incessantemente, novos caminhos.
Acaba a cegueira espiritual.
Qual Saulo de Tarso no caminho de Damasco, tem também seu encontro com Jesus.
Sente novas e mais belas energias surgirem, renovando a vontade a orientar-lhe os passos.
Pronta para novas lições, no momento certo encontrará em seu caminho alguém ou algum livro, que lhe indicarão o lugar escolhido para si, pelo Mestre.
Em geral acaba encontrando o Consolador Prometido, numa Casa Espírita.
Bebe as lições ali ministradas com ansiedade.
Devora livros e compreende as verdades com incrível facilidade.
Com elas sente a sua personalidade se fortificar no desejo de praticar o bem.
Começa a entender o mundo material, no qual antes não sentia prazer, como campo vasto de aprendizado das coisas divinas.
Abrem-se-lhe os horizontes e compreende a grandeza da Obra Divina.
Sabe agora que seres luminosos, orientados por Cristo, tomam parte na grande missão de fazer a humanidade temporária deste Planeta evoluir para os páramos de luz e de felicidade.
Entende o valor do amor e junta-se a eles, aceitando as tarefas de auxílio ao próximo com imensa alegria.
Luta para erradicar de si os traços negativos de sua personalidade, a fim de poder oferecer novas e melhores condições aos Maiores que a ajudam na grandiosa tarefa da renovação de si mesma.
Embora caindo algumas vezes, prossegue vencendo as dificuldades do caminho.
De tanto repetir as lições do amor, acaba deixando incorporar-se em si, e, crescendo da solidão inicial, sente-se reconfortada por ser útil.
Na velhice física, olhando para o seu passado, sente a consciência tranquila por ter podido aproveitar o tempo junto aos homens, conforme o chamado do Mestre.

§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho
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