LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS V

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Carta de Kardec sobre A Génese: uma análise de fonte primária

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 16, 2021 7:19 pm

por Adair Ribeiro, Carlos Seth Bastos e Luciana Farias

Em doze anos à frente da Doutrina Espírita, Allan Kardec colecionou as cartas trocadas com correspondentes em França e no exterior, formando o que ele denominou de "preciosos arquivos para o Espiritismo" [1].
Parte destes arquivos foi preservada e hoje está em acervos, como o do museu Allan Kardec online (AKOL), contendo mais de 2.500 páginas manuscritas, como cartas e documentos da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas [2].
Estes manuscritos, após transcritos e traduzidos via parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora, são divulgados no Portal Allan Kardec. [3].
Outro acervo desta parceria é o de Canuto Abreu, sob a guarda da FEAL, que desde que foi divulgado no projeto Cartas de Kardec, em outubro de 2018, levantou muita expectativa no meio espírita ao anunciar que "Allan Kardec revela os bastidores, a intimidade, a verdadeira história do Espiritismo em 740 manuscritos inéditos que sobreviveram após 150 anos de perseguição". [4]
Manuscritos, por serem fontes primárias, são um dos focos das pesquisas publicadas nas páginas do Allan Kardec Online [5] e do CSI do Espiritismo [6] que, somando-se às consultas a outras fontes, oferecem maior riqueza de detalhes no esforço de construir a história do Espiritismo, respondendo perguntas como: que eventos ocorreram?
Onde? Quando? Quem foram os envolvidos?
Dentre os manuscritos pesquisados, destaca-se um rascunho de carta que trata sobre a autorização para tradução em alemão de A Génese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, uma das obras fundamentais da Doutrina Espírita.
Disponibilizado originalmente no site Espírito.org.br [7], como complemento do livro Nem Céu nem Inferno, as Leis da Alma segundo o Espiritismo, o manuscrito conta com a transcrição feita à máquina por Canuto Abreu, porém não há tradução.
No intuito de demonstrarmos os resultados possíveis de serem alcançados e os benefícios do uso desse tipo de fonte de informação na pesquisa espírita, oferecemos aqui uma tradução deste manuscrito, as conexões feitas entre seu conteúdo e outras fontes de informação e as conclusões que extraímos de sua leitura.
As letras destacadas na margem esquerda são usadas como referência em nossas considerações:

(A) Paris, 25 de setembro de 1868.
(B) Senhor,
(C) Não estando o senhor Allan Kardec em Paris neste momento, precisei entregar a ele a sua carta, o que impediu que fosse respondida imediatamente, tal qual o senhor teria desejado.
(D) Ademais, como está muito doente, ele mesmo não pôde lhe responder, e por isso ele me encarrega de substituí-lo.
(E) Dado que O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns foram traduzidos pelo Sr. Delhez, a obra mais importante a ser traduzida, e aquela que faria, no momento, o maior sucesso na Alemanha, é A Génese.
É também aquela pela qual ele deseja que se comece, e, portanto, ele [Allan Kardec] dá voluntariamente a permissão ao Sr. Bidder, sob a condição da entrega de 50 exemplares.
(F) Essa obra está, neste momento, na reimpressão com correções e acréscimos importantes.
É dessa nova edição que ele [Allan Kardec] quer que a tradução seja feita.
Consequentemente, ele lhe enviará as folhas à medida que forem impressas; já existe cerca de metade delas.
(G) O Céu e o Inferno vai igualmente ser reimpresso com correções.
(H) Inteiramente pronto, portanto, haveria apenas O Evangelho; mas, repito, é útil, no interesse da coisa, começar por A Génese, da qual eu posso lhe enviar as primeiras folhas em poucos dias.
(I) Embora o Sr. A. K. não tenha tido o prazer de conhecer o senhor Bidder, ele está encantado em lhe poder ser útil nessa circunstância, visto que ele se apresenta sob sua recomendação e à do Sr. Conde [Poninski], com quem ele se corresponde.
(J) Um ponto importante é a exatidão da tradução; ele considera que o senhor e o Sr. [Poninsky] não teriam proposto ao Sr. Bidder se não tivessem certeza de que o trabalho seria realizado convenientemente em relação à fidelidade da reprodução dos pensamentos e à correção do texto em alemão. (Grifos nossos)
(K) Assim que o Sr. Allan Kardec puder, ele terá a honra de lhe escrever; enquanto aguarda, o senhor pode ter como certa a autorização que ele me encarrega de lhe transmitir.
(L) Queira aceitar, eu lhe peço, senhor, a expressão de minhas mais distintas saudações.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 16, 2021 7:20 pm

No rascunho, na letra inconfundível de Allan Kardec, o mestre responde a uma carta recebida por ele há algum tempo (C), sem a identificação do destinatário (B).
O texto foi escrito em terceira pessoa, indicando que a carta seria passada à limpo e efetivamente enviada ao seu destinatário por alguém encarregado pelo mestre (D).
Trata-se da escolha da próxima obra da codificação a ser traduzida para o alemão pelo Sr. Bidder, cuja identidade ainda não localizamos. Kardec propõe que seja A Génese e justifica sua escolha (E).
A carta indica apenas duas obras traduzidas até aquele momento, para o alemão pelo Sr. Constantin Delhez (E), presidente da Sociedade Espírita de Viena [9, 10], das quais localizamos somente a primeira [8].
Destacamos que ele também traduziu O Espiritismo em sua expressão mais simples [11], noticiado na Revista Espírita de junho de 1862 e não citado pela carta.
Kardec relata a nova edição de A Génese, em reimpressão em setembro de 1868 (A), e de O Céu e o Inferno, a ser reimpressa (F, G).
Dentro do processo de publicação, essa reimpressão provavelmente é a "prova" impressa pela tipografia após montar os tipos móveis para revisão pelo autor, visando confirmar que estes refletem o manuscrito original, antes dele autorizar a impressão dos exemplares para venda e a geração das matrizes, se for o caso [12, 13].
Rousset, funcionário da tipografia, informa ter feito matrizes de A Génese em 1868, cobradas do Sr. Rivail no final do referido ano, o que implica que a montagem dos tipos móveis foi previamente aprovada [13].
Kardec ponderou que, dentre as obras não traduzidas, o Evangelho seria a única com o texto definitivo (3ª edição de 1866) e, mesmo assim, entendeu ser mais útil traduzir antes A Génese, a partir da edição recém-atualizada (H) e ainda não publicada (F, H). Evidencia-se que o autor considerava aquele um trabalho acabado e, portanto, se dispôs a enviar logo as folhas já impressas.
Kardec não conhecia pessoalmente o senhor Bidder, mas dava crédito a ele por confiar na recomendação do destinatário, que estava intermediando a negociação da tradução, e do senhor Conde Poninski, antigo correspondente (J) [14], cujo retrato encontramos na Biblioteca Estadual da Baviera [15].
Não encontramos a tradução para o alemão realizada pelo Sr. Bidder, o que pode significar que esta negociação não foi finalizada ou não foi cumprida, sem interferir na veracidade das demais informações.
A carta acima analisada, com a investigação complementar das informações presentes nela e o cruzamento com outras informações, demonstram o potencial que o acervo de manuscritos propicia, dentro de uma pesquisa documental, em nos fornecer detalhes sobre os eventos ocorridos e enriquecer a historiografia do Espiritismo.

Referências:
1. Aos nossos correspondentes. Revista Espírita de novembro de 1862.
2. DOC. 1
3. DOC. 2
4. DOC. 3
5. DOC. 4
6. DOC. 5
7. DOC. 6
8. Allan Kardec. Das Buch der Geister, nova edição, 1868.
9. DOC. 7
10. DOC. 8
11. Allan Kardec. “Der” Spiritismus in seinem einfachsten Ausdruck, 2a edição, 1864. - DOC. 9.
12. DOC. 10.
13. DOC. 11
14. Suíte de ‘Fictions et insinuations’, Revista Espírita de 15 de dezembro de 1884.
15. DOC. 12
16. DOC. 13

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Não te deixes vencer pelos obstáculos!

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 17, 2021 8:18 pm

por Claudia Gelernter

Na actualidade, ouvimos, de todos os lados, lamentos sem fim (e de toda ordem).
Vejamos:
“Perdi parente para o vírus…”;
“Meus negócios não vão bem… a crise nos levará ao caos…”;
“Minha saúde ficou abalada…”;
“Não suporto mais o isolamento social…”;
“Detesto ter aulas on-line…”;
“Como conciliar casa, trabalho, segurança?
Sinto-me sem forças...”;
“Muito difícil estar em casa com meus familiares…”;
“A máscara me sufoca…”;
“Chato demais usar álcool a todo momento…”;
Etc.

Vale dizer que os lamentos humanos não são de hoje, fruto de uma pandemia, mas sempre estiveram presentes, com ou sem crises humanitárias como a que estamos experienciando.
Por certo os desafios se agigantaram, sabemos.
Por outro lado, temos consciência de que também as oportunidades estão presentes, a cada dia, como diamantes sagrados a brilharem em cada segundo da existência.
• Nunca antes aprendemos tanto e tão rapidamente sobre o uso das tecnologias;
• Convocados ao lar, podemos desenvolver melhores pontes de diálogo com todos, além de trabalharmos arestas e conseguirmos (re) aproximações necessárias;
• Em nossas casas, a possibilidade de cuidarmos dos ambientes com maior atenção e esmero;
• Dadas as circunstâncias, maior facilidade para separarmos o real do ilusório, o necessário do supérfluo, o urgente do pueril, o importante do irrelevante etc.
• Oportunidade de internalizar, reflectir, meditar sobre si mesmo e também a respeito do que se deve fazer (ou deixar de fazer) no mundo;
• Possibilidade de revermos projetos, sonhos, intenções no hoje, curto ou mesmo a médio e longo prazos;
• Revisitarmos a filosofia que norteia nossa própria existência (“tenho seguido minha crença ou não?”.
“Diante dos desafios, como tenho reagido? etc.)
Com sabedoria, já nos perguntava o dito popular:
Afinal, queremos achar culpados ou soluções?
Vírus, governos, sistemas, personalidades, egos…
Podemos seguir na caça de muitos dos culpados para nossas mazelas e os encontraremos, por certo. Principalmente a nós mesmos!
Entretanto, muito mais importante e urgente refletirmos sobre possíveis soluções.
E, confiando no bom senso, de início já podemos considerar que desânimo e reclamações de nada adiantam.
Aliás, só atrapalham…
No livro O Espírito da Verdade, de autores diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito Lameira de Andrade, no texto de título “Provas Decisivas” (cap. 68), nos chama a atenção para essa questão.
Relembra-nos o benfeitor espiritual que, desde os primórdios, todos os grandes vultos da humanidade passaram por provas decisivas, por desafios imensos!
Desde Cervantes - que preso e paralítico de sua mão esquerda, ainda assim deixou um enorme legado à literatura - até o Dr. Bezerra de Menezes, que no final de sua encarnação e, apesar de sua situação de intensa miséria material, tornou-se um Grande Apóstolo do Cristo, Lameira desfila exemplos e nos alerta para a realidade de que todos nós, na Terra, somos Espíritos endividados e ignorantes, necessitados de aprendizagens e experiências refazedoras, de todos os matizes e que, em razão disto, não devemos nos deixar vencer pelos obstáculos.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 17, 2021 8:19 pm

Explica ele que “a resignação humilde, a misturar lágrimas e sorrisos, anseios e ideais, consolações e esperanças, constrói sobre a criatura invisível auréola de glória que se exterioriza em ondas de simpatia e felicidade”.
E, finalizando o belíssimo capítulo, nos aconselha, resoluto:
“Quando o carro de tua vida estiver transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus”.
Trabalhar, confiar e servir com Jesus…
O que significam, na prática, estes três verbos, destacados pelo Benfeitor?
Seguir no mundo, produzindo bons frutos, seja na profissão, no lar, com os amigos, colegas etc.
Confiar na Vida, em Deus, pois a providência Divina jamais erra da dose, no conteúdo ou no endereço…
Seja na taça de vinho ou no cálice de fel, cada qual recebe conforme suas necessidades e forças.
Ademais, o Pai jamais desampara seus filhos, sabemos.
Por fim, quanto a servir com Jesus, sabemos que, muito distante de nos perdermos em reclamações, precisaremos, de nossa parte, aceitar os desafios com fé e esperança, fazendo pelos outros aquilo que gostaríamos para nós.
Levarmos a semente do Reino de Deus ao mundo, a partir do nosso próprio coração, sem nos negarmos aos sacrifícios, ainda necessários.
Aliás, exactamente como nos ensinou o Espírito Emmanuel, no livro Palavras de Vida Eterna (psicografia de Francisco Cândido Xavier):
“Nosso primeiro impulso é o de reclamar naquilo que supomos nosso direito; contudo, buscando a palavra do evangelho, surpreendemos a inesquecível advertência do Senhor:
”Que te importa a ti? Segue-me tu!”

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Desafiando o dogma materialista do “caos”, nada sucede sem o consentimento de Deus

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 18, 2021 7:48 pm

por Jorge Hessen

Há 5 séculos a moderna ciência ocidental pavimentou as sendas para os estudos de Copérnico, Galileu, Kepler, Bacon e Descartes, resultando no paradigma mecanicista do processo científico.
Posteriormente, tal padrão científico foi corroborado por Newton, que observou as leis do movimento, criando uma realidade determinista regida por leis físicas e matemáticas, onde tudo era “exato”, “absoluto” e “inalterável”.
O funcionamento do mundo físico passou a ser visto como o de um relógio, através de movimentos lineares e precisos.
Todavia, no final do Século XIX, o pesquisador Poincaré desafiou, pela primeira vez, esta visão determinista dos sistemas, revelando os desempenhos irregulares e não previsíveis deste sistema newtoniano, portanto, desvendando os comportamentos caóticos na dinâmica da vida.
Atualmente há respeitáveis estudos, análises, debates e críticas sobre a famosa “teoria do caos”.
Para alguns, é uma das teorias mais importantes do Universo, presente na essência em quase tudo o que nos cerca.
Seus causídicos afiançam que variações insignificantes no início de um determinado evento (mudança climática, por exemplo) podem gerar transformações profundas no futuro, o que tornaria o sistema (ou eventos) caóticos e impossíveis de serem previstos.
O termo caos, assim traduzido para o português, é originado da palavra grega “chãos", que significa vasto abismo ou fenda.
Através dos romanos, passou a ter a conotação de desordem.
A “teoria do caos” também está relacionada com as variações do mercado financeiro e com o crescimento populacional e, como vimos, com a concepção de impossibilidade de previsões climáticas a longo prazo.
No século XX, durante um evento científico ocorrido em Washington, em 1972, o meteorologista Eduard Norton Lorenz, fundamentado em seus estudos, formulou equações que demonstravam o “efeito borboleta”.
Para isso apresentou um artigo intitulado “Previsibilidade:
o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadeia um tornado no Texas?”
Criando tal adágio, traduziu ideias de que pequenas causas podem provocar grandes efeitos, independentes do espaço e do tempo.
O físico Stephen Hawking também anotou o seguinte:
"Uma borboleta batendo as asas em Tóquio pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque". [1]
Hawking explicou que não é o bater das asas, ingénua e meramente, que provocará a chuva, mas a influência deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que poderá levar, por fim, a influenciar o clima.
Com base em tais afirmativas observa-se que o tema é instigante, por esta razão abreviaremos o debate apoiado nas argumentações dos Benfeitores espirituais.
O espírita tem consciência de que o “acaso” não existe.
Na produção de certos fenómenos como os ventos, as chuvas, os trovões, os raios e as tempestades, os Espíritos se reúnem em multidão.
Alguns deles [Espíritos] agem às vezes com conhecimento de causa, outros não, sobretudo os Espíritos mais atrasados, entretanto, quando sua inteligência estiver mais desenvolvida também comandarão e dirigirão alguns fenómenos naturais. [2]
Para o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza, os Espíritos na condição de agentes da vontade do Criador precisam exercer acção sobre a matéria e sobre os elementos, a fim de agir, presidir e dirigir certos fenómenos.
Até porque Deus não exerce ação direta sobre a matéria.
Para isso o Criador encontra agentes (Espíritos) dedicados em todos os graus da escala dos mundos.
Portanto, os fenómenos naturais têm uma finalidade providencial, não ocorrem por causas aleatórias.
Naturalmente tudo tem uma razão de ser e nada [nos fenómenos naturais] acontece sem a permissão de Deus. [3]

Referências bibliográficas:
[1] HAWKING, Stephen. O Universo Numa Casca De Noz. SP: Ed. Nova Fronteira, 2002.
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 1999, questões 539, 540.
[3] Idem, questão 536.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Uma nova esperança

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 19, 2021 7:47 pm

por Luiz Guimarães Gomes de Sá

O ano de 2020 marca a História da Humanidade de forma contundente.
Ano dos mais difíceis para todos, já que a pandemia do Covid-19 não poupou países nem continentes.
Todos nós estamos sendo atingidos de alguma forma.
Este processo mostra-se avassalador e vem trazendo grandes sofrimentos.
A Doutrina dos Espíritos relata estes factos que são inerentes às transformações da Humanidade, dando curso ao processo evolutivo pelo qual devemos passar.
Migrando para um mundo de regeneração, faz-se necessária, por meio de seus habitantes, a depuração do Orbe.
Julgando-nos infalíveis, enveredamos pelos caminhos desditosos que nos levam à dor na presente existência, como se não bastasse a nossa bagagem tão pesada que herdamos do pretérito.
Esta insensatez do ser humano transtorna-o e a infelicidade se junta à dor e ao sofrimento que o assolam.
A ausência de humildade em reconhecer que somos imperfeitos e necessitamos mudar os rumos de nossas vidas deságua nas enfermidades do corpo e da alma.
Conduzimo-nos de acordo com o que pensamos e não pensamos como deveríamos...
Somos a consequência daquilo que criamos na mente.
Assim, a semente sendo enferma, somente nos dará frutos amargos.
A lei de causa e efeito faz parte das nossas existências.
No livro Transição Planetária, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pág. 10, temos:
“(...) Desse modo, as grandes calamidades de uma ou de outra procedência têm por finalidade convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à sua imortalidade”.
As transformações terão a prática do bem como objectivo precípuo, afastando o que não se coadune com as energias próprias deste processo.
Mas sempre é tempo de mudar, progredir e escutar a nossa consciência.
Quando ficamos passivos e surdos àquela voz invisível, porém sensata, expomo-nos irremediavelmente ao tropeço na caminhada diária.
Devemos atentar para esta luz interior que cintila em nosso favor.
Estamos adormecidos.
Falta-nos a sensibilidade para que haja ressonância do grito de alerta que recebemos.
Somos protegidos e amparados a todo o momento, mas a ajuda só será eficaz se houver receptividade do assistido.
Sem a sua participação, o propósito sublime da caridade em nada resultará.

Ano Novo, vida nova!
A fé é o pilar de sustentação da esperança.
Elas completam-se quando exercitamos a vontade e nos motivamos para sair da inércia!
Busquemos o melhor que temos, atrelando ao quotidiano a luz que irá despertar e se irradiar em nosso redor.
(Assim também, a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Tiago 2:17.)

Feliz 2021!

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Transmutando tolerância em caridade

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 20, 2021 8:44 pm

por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Vivemos uma era galopante, ciclópica, na qual as mudanças de paradigmas, de hábitos, de visões, se fazem mais rápido do que o tempo que a moça ajeitava o balaio, quando sentia que o balaio ia escorregar.
Um tempo que se faz veloz, mas também inter-conectado, transparente, no qual o mundo e seus fenómenos cabem no nosso bolso, mas exactamente em um smartphone, e lutamos para processar tudo o que ocorre na esfera terrestre, oferecido por vários guichés, todos querendo a nossa atenção.
Esse mundo pequeno e próximo desnuda diferenças, opiniões, posicionamentos.
Os hábitos, antes aprisionados nas culturas e nas fronteiras, são jogados em uma arena de questionamentos e de contestação, na qual a ampliação do exercício colectivo nos convida a mais tolerância e entendimento do outro.
Um convite à empatia, na regra evangélica do fazer ao próximo o que se deseja para nós, como um limite universal.
Esse mundo plural e dinâmico nos convida à tolerância, como regra para superar os conflitos e conviver em sociedade, na busca de uma possível harmonia.
Mas a tolerância é uma palavra que indica falta de opção, dever imposto, cabendo a nós avançar em uma outra dimensão desse convívio, permeado de respeito, paciência, perdão.
Enfim, a caridade para com o próximo, a despeito de suas características.
Só a caridade no seu sentido sublime, dado pelo Cap. XV de O Evangelho segundo o Espiritismo, tem o potencial de anular o preconceito, a xenofobia, o bullying, os atritos de toda a ordem causados pela diferença agora mais agudamente percebida.
Só a caridade tem o condão de despolarizar um mundo aprisionado em extremos, que sufoca o diálogo e faz, de nossos objetivos diários, alimentar e assistir a “tretas”, e “lacradas” nas redes sociais, distantes do equilíbrio entre dissensos e consensos necessários para que as coisas sejam construídas no mundo concreto.
O ódio nada constrói.
Sair dessa armadilha é imperioso.
Esse ambiente dinâmico no qual a realidade global se descortina a cada segundo nos coloca fragilizados, nos invoca o medo, que nos põe na defensiva, e daí atacamos, presos a sentimentos primitivos.
O espanto com a realidade gera a banalização da violência, pela reacção em palavras, sem gestos, por meio de notas de repúdio ou dos famosos “textões” nas redes sociais.
Um mundo novo que nos convida a um equilíbrio diferente, que se dará com mais do que tolerar o que não se concorda, mas, sim, pela adopção do amor que integra e que compreende, respeitando cada um como filho de Deus que é, em seu grau de percepção e maturidade, oriundo de sua trajetória como Espírito.
Kardec traz, no mesmo Cap. XV, que a máxima do Espiritismo é “Fora da caridade não há salvação”, de um sentido não excludente, pois o amor é possível de ser alcançado por todos.
Uma evolução espiritual calcada na verdade, ou em uma denominação religiosa, é fonte de lutas pela hegemonia e consequentemente de conflitos, como se viu com o próprio Cristianismo, nos tristes episódios das cruzadas e da inquisição, ou na tragédia da morte da pensadora Hipátia, na Alexandria em 415 d.C., uma mártir desse desamor que não compreende.
Para transitar nesse mundo complexo e em rápida ebulição, precisamos mais do que a timidez do tolerar.
Faz-se necessário um sentimento mais nobre, mais poderoso, que vença essas nuvens de ódio que nascem no mundo virtual, e que, vez ou outra, se precipitam em chuvas de linchamentos reais e agressões físicas.
Somente o amor nos permitirá, como civilização encarnada, construir uma empatia que enxergue em cada um o Espírito encarnado, na sua luta para evoluir da melhor maneira possível, precisando sempre de nossa mão amiga.
Um mundo onde todos se deem as mãos.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Bombeiros de Deus

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 21, 2021 8:10 pm

por Orson Peter Carrara

É impossível desconsiderar o trecho abaixo, em transcrição parcial do texto, com o mesmo título acima e constante do livro Caminhos de Volta (edição GEEM), especialmente diante dos momentos difíceis e desafiadores do quotidiano humano.

Considera o autor que todos temos inúmeras formas de ajudar, mas temos um recurso sempre disponível: “o donativo da calma”.

Considera, então, com sabedoria:
“(...) Diante de reclamações e críticas, usa a tolerância que estabeleça a harmonia possível entre acusados e acusadores; recebendo injúrias e ofensas, silencia e esquece os desequilíbrios de que porventura te fizeste vítima, sustando calamidades da delinquência; perante a agressividade exagerada de alguém, guarda a serenidade que balsamize corações e pacifique ambientes; encontrando veículos de discórdia, emprega o entendimento que afaste choques e conflitos capazes de suscitar azedume e perturbação.

Em qualquer lance difícil da existência dispões da possibilidade de actuar beneficamente com os recursos da bondade e da compreensão que entretecem a garantia da paz.

Lembra a faísca lançada impensadamente quando se transforma em fogo descontrolado e devorador.

Qualquer criatura, quando se mostre agindo sem noção de responsabilidade, pode gerar incêndios lamentáveis, destruindo os mais altos valores da vida. (...)”.

E concluir depois, com sabedoria, em convite que cabe a todos nós:
“Por isso mesmo, onde estivermos, sejamos nós os bombeiros de Deus”.

Nada mais precisa ser acrescentado no sábio pensamento de Emmanuel.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty O que temos feito do Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 22, 2021 8:02 pm

por Vladimir Alexei

O ano de 2021 surgiu na alvorada com a esperança de quem acredita em dias melhores, após um 2020 assolado por pandemia.
Em meio a perdas de entes queridos, de empregos e de perspectivas para muitas pessoas, a saúde física e mental da população foi abalada.
Alguns sobreviveram às intempéries graças ao poder de sua Fé.
Outros se apegaram àquilo que melhor pudesse representar um mínimo de segurança diante da tempestade e assim foram conduzindo suas vidas.
A religião, em momentos de crise, acaba sendo uma excelente oportunidade para um reencontro consigo, um “olhar para dentro” diferente, talvez mais terno, talvez mais reflexivo, quem sabe até de ternura, já que a luta de cada um, só o próprio indivíduo é capaz de descrever.
Em meio a todos os acontecimentos, e paradoxalmente, em meio ao compasso de espera, em função da pandemia, as casas espíritas, em sua grande maioria, seguiram fechadas fisicamente.
Abriram-se para o mundo virtual como a levar esperanças e a manter o vínculo daqueles que, fisicamente, não poderiam buscar o lenitivo para o espírito.
Houve um crescimento importante no número de palestras e cursos virtuais.
Com o tempo, em função da qualidade das transmissões e dos conteúdos, a perseverança arrefeceu e o público se dispersou, e foi buscar lenitivo onde melhor encontrava acolhimento e, não necessariamente, conhecimento doutrinário.
O conhecimento é importante para o indivíduo mudar o seu painel mental, assim como para conseguir passar para o outro aquilo que tem aprendido e considera importante. Mas não é suficiente.
Entramos o ano de 2021 com casas espíritas realizando reuniões mediúnicas “on-line”.
Isso mesmo: médiuns entrando em transe, pela internet, enquanto o dirigente conduz os médiuns por meio de ideoplastias e ao som metálico dos microfones.
Se uma reunião mediúnica presencial já guarda desafios, imagine uma reunião mediúnica “virtual”?
Será que esse modelo seria o melhor para atender as necessidades de educação da faculdade do médium?
Um acompanhamento individualizado, não seria melhor para auxiliar o médium a lidar com a influência do mundo espiritual diante dessa mudança que vivemos (pandemia)?
Evidentemente que não há orientação doutrinária nas obras de Kardec explicitamente a respeito desse assunto. Cabe o “bom senso”.
Entretanto, o que é “bom senso” para um, pode não ser “bom senso” para outro, ignorando que o sentido de “bom senso” é aquilo que é “bom para todos”.
Por isso, ao comentarmos esses acontecimentos, não temos a intenção de fechar questão, mas chamar a atenção para o que temos feito do Espiritismo, esse poderoso recurso que Jesus nos apresentou há dois mil anos e que foi melhor traduzido por Allan Kardec, mais de mil e oitocentos anos depois.
Cada um faz o que quer, no movimento espírita.
Espera-se, apenas, que se faça com conhecimento de causa porque somos responsáveis pela divulgação do espiritismo diante do público que nos acolhe com interesse em busca de uma palavra de incentivo, esperança e até consolo.
A expressão evangélica de “cego guiando cego” (Lucas 6:39), é apropriada para o momento.
Há diferença entre o que se descobre e se aplica na própria vida, em termos de Espiritismo, daquilo que se divulga.
É o que o educador Paulo Freire dizia, sobre aproximarmos o que falamos daquilo que praticamos.
No exemplo trazido, um líder poderia dedicar-se em conversar com cada médium individualmente, ao longo da pandemia, para entender o momento que cada um vive, e não abrir uma reunião mediúnica “on-line”, deixando os médiuns em seus ambientes buscando sintonia com o mundo espiritual a ponto de entrar em transe, incorporar e haver esclarecimento de um espírito via internet.
Daria mais trabalho ao líder esse movimento de fazer contacto com cada membro da reunião? Sem dúvida.
Manter contacto apenas por WhatsApp resolve? Claro que não.
Esses são os “ossos do ofício” de um verdadeiro líder, principalmente quando o que se pretende é acolher, manter o vínculo, demonstrar afecto, fraternidade e esperança para os médiuns que se viram, em educação da sua faculdade, temporariamente interrompida.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 22, 2021 8:03 pm

Além das reuniões mediúnicas virtuais, obras ditas mediúnicas foram lançadas com conteúdos bastante questionáveis, o que levou a sérias e oportunas críticas no movimento espírita.
Percebem que a maior parte das “polémicas” ocorre em torno da mediunidade?
Pois é... aí há elementos suficientes para estudarmos, revermos conceitos, entendimentos e práticas.
Entretanto, estudiosos do movimento espírita estão dedicados em buscar “pelo em ovo”, a partir de análises de manuscritos, cartas e documentos acessórios, periféricos, que, em sua grande e avassaladora maioria, servem apenas para satisfazer o ego, do que esclarecer, aprofundar estudos, obter respostas mais condizentes com as necessidades do Espírito no século XXI.
Traduzindo: sabemos que cada um dá o que pode, daquilo que sabe e consegue fazer.
Por isso, peço vénia aos amigos:
não há, na prática, profundo conhecedor de Espiritismo no movimento espírita.
Existem teóricos.
Se houvesse, a preocupação estaria em estudar e encontrar respostas para problemas mais complexos, como a mediunidade, por exemplo.
Criticar os trabalhos de Roustaing, Ramatis e agora do Pierre-Gaëtan Leymarie não torna o conteúdo espírita mais claro e nem é novidade. Quando romperemos esse ciclo vicioso?
Que o orvalho da alvorada e os primeiros raios de luz toquem a nossa fronte, iluminando nossos caminhos para o que realmente importa fazer com o Espiritismo: ajudar a humanidade, ajudando-nos, a nós mesmos.

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Sofrimento não é infelicidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 23, 2021 8:09 pm

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

Independentemente do nosso credo ou convicções religiosas, se é que temos alguma, é impossível negar que o sofrimento humano abunda em nosso mundo.
Para qualquer lado ou ângulo que fixarmos a nossa visão, nos depararemos com tragédias pungentes a nos chocar.
É inegável que indivíduos, coletividades e mesmo nações inteiras carregam a sua quota de dores e aflições diárias.
Assim é a nossa vida!
Assim é ainda a experiência vivencial na Terra.
Mas diante de tão comovente quadro poder-se-ia perguntar: será que o sofrimento existe apenas para a punição das criaturas?
Absolutamente não.
Ademais, é preciso entender o significado da sua presença em nossas existências.
Posto isto, o sofrimento como mecanismo depurador de natureza transcendental faz parte de algo maior, que nos compete igualmente assimilar.
Afinal de contas, não foi Jesus que afirmou peremptoriamente ao homem rico:
“toma a cruz, e segue-me” (Marcos 10:21)? Para aquele indivíduo, a propósito, abdicar dos seus bens e da vida nababesca que desfrutava significava se curvar a um sofrimento inconcebível.
Abraçar uma vida inteiramente despojada não o seduzia, apesar da simpatia que o Mestre lhe inspirava.
No entanto, metaforicamente falando, o convite divino continua ecoando para toda a humanidade, que ainda se mantém presa aos seus interesses imediatos, nem sempre devidamente ajuizados.
Desse modo, pode-se afirmar que sofrimento é algo relativo, pois enquanto uns aceitam de boa vontade certos sacrifícios ou imposições da vida, outros, em contrapartida, os enxergam como autênticos suplícios.
Por exemplo, há pessoas que aceitam a pobreza extrema, com resignação e sem revolta.
Tal condição não é por elas vista como algo perturbador ou causa de infortúnio.
Desse modo, elas apenas vivem “carregando”, com elegância, as suas cruzes individuais.
Olhamos para elas e nem imaginamos os dolorosos padecimentos que enfrentam...
Coisas como viver em moradias simples em locais afastados, desfrutar de alimentação escassa e tomar condução lotada, para elas, não constituem fontes de dor.
Convivem naturalmente com as privações que a existência lhes impõe, já que não há muito o que fazer para reverter o quadro.
O que é interessante notar é que muitas não são e nem se consideram pessoas infelizes, não obstante as agruras às quais estão submetidas.
Quando fazem as suas comemorações, exalam alegria apesar da mesa modesta.
Não lhes importa a falta do caviar ou do champanhe francês.
Na verdade, elas têm pleno entendimento das suas necessidades e “horizontes de progresso”, mas não são almas rebeldes.
Ao contrário.
São capazes de repartir o pouco que têm de bom grado.
Quando adoecem buscam os recursos da rede pública, e aceitam o atendimento oferecido – que é, quase sempre precário - com humildade.
De modo geral, o sofrimento continua sendo parte integrante da paisagem terrestre.
As criaturas humanas ainda necessitam passar por experiências redentoras e indispensáveis à sua evolução.
No entanto, devemos compreender que o sofrimento não é, per se, causa de infelicidade. Explico melhor.
Há alguns dias atrás, ao caminhar por determinada rua do bairro onde vivo, chamou-me a atenção um som seco de pancada contínua que vinha da calçada oposta.
Ao olhar mais detidamente notei uma jovem mulher acompanhada de um cachorro, que, com a pata engessada, produzia o ruído.
Movido por uma curiosidade natural, atravessei a rua e iniciei um diálogo.
Indaguei a causa da “fratura”, e a moça respondeu-me que a cachorrinha, uma autêntica SRD (sem raça definida), nascera com problemas nas duas pernas.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 23, 2021 8:10 pm

A da direita, de onde vinha o som, tinha sido parcialmente cortada e o animal usava, na verdade, uma prótese.
A da esquerda, por sua vez, que eu ainda não havia observado, era também defeituosa (torta), já que era muito voltada para esse lado, formando um ângulo de quase 90º.
Paramos por uns instantes e fiquei a observar, quase perplexo, os limites físicos daquele animal.
Conjecturei que não há criatura livre de sofrimento nesse mundo, inclusive os bichos.
Em meus rápidos pensamentos descartei de imediato qualquer alusão ao carma, já que os animais não estão sujeitos a essa condição.
Cogitava ainda da provável infelicidade daquela pobre cachorrinha, quando a moça, como a captar os meus pensamentos, subitamente declarou: “Mas ela é feliz...”.
Sorri concordando.
Afinal, o animal estava tranquilo, não denotando qualquer laivo de dor, angústia ou coisa parecida.
Cumprimentei-a pela iniciativa de cuidar daquele animal tão limitado fisicamente, e segui o meu caminho pensativo.
Concluí que o sofrimento ainda deverá perdurar por bom tempo na Terra pelas mais variadas razões.
A principal delas talvez seja porque estamos manietados em maior ou menor grau a situações constritivas.
A maioria de nós sofre, cumpre recordar, não por atos sacrificiais pelo bem da humanidade ou coisas do género.
Definitivamente, não é esse o caso.
Mas se altas dosagens de sofrimento são ainda vitais à conquista da sanidade e lucidez espiritual dos humanos, nem por isso estamos condenados a viver uma existência infeliz.
Aliás, muitos atestam eloquentemente tal possibilidade ao aceitar sem queixas e com muita humildade as dificuldades e problemas que os afligem.

Como bem observa o Espírito Joanna de Ângelis, na obra Leis Morais (psicografia de Divaldo Pereira Franco), “Sofrimento não é desdita.
Esta somente surge quando o homem se torna causa e razão de infortúnio para o seu próximo”.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Mensagem de Emmanuel sobre o Esperanto

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 24, 2021 8:03 pm

por Aylton Paiva

“Penso com os benfeitores da vida maior que o Esperanto será o idioma universal do futuro para entendimento mais claro entre as nações da Terra, sem que se perca, em cada povo, o tesouro linguístico no qual se preserva a união.”
(Francisco C. Xavier - in Jornal “Folha Espírita”, julho de 1977.)

Emmanuel, pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, endereçou a Ismael Gomes Braga a seguinte mensagem:
“Meu amigo, (...) que Deus te abençoe os santos entusiasmos do coração.
(...) Não podemos duvidar, porém, da Providência divina e deveremos esperar a sua manifestação, nesse sentido, na ‘hora justa’.
(...) Em tuas lutas, meu irmão, não te sintas abandonado.
Devotados samideanos (coidealistas) do Além colaboram contigo em teus esforços.
A luta é árdua, mas é necessária, em face da vitória indiscutível.
A missão do Esperanto é grandiosa e profunda junto das coletividades humanas.
Não te entristeças, contudo, se os resultados da difusão da linguagem internacional parecerem, por vezes, medíocres em extensão.
A tarefa esperantista é muito grande e as realizações já efetuadas no orbe, pelos seus trabalhadores, são numerosas e consistentes, pressagiando as edificações do futuro.
Não te entristeças, repito, e nem te atormentes em face da indiferença do mundo.
Toda impossibilidade é transitória.
Além disso, a missão de Zamenhof é de ontem.
Poucos lustros assinalam suas esperanças do princípio.
E Jesus? Não podemos esquecer que o Evangelho espera a adesão do mundo há quase dois mil anos.
Continuemos, pois, em nossos esforços e não duvidemos d’Aquele que é a luz de nossas almas.
Que Deus te abençoe”.
(in revista Reformador, novembro de 1939 e transcrita no livro A Língua que veio do Céu - Espíritos diversos, organizado por Homarano, ed. CELD, e-mail: editora@celd.org.br.)

Essa mensagem foi endereçada ao esperantista e espírita Ismael Gomes Braga quando do seu comparecimento em uma sessão no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, no Estado de Minas Gerais.
O esperantista Ismael tornou-se espírita quando em uma sessão mediúnica ele formulou uma pergunta mental em esperanto e recebeu resposta que ele julgou estivesse errada.
Consequentemente, concluiu que a manifestação do Espírito que respondera era falsa.
Passados alguns instantes, reflexionando, ele identificou que a sua pergunta, em esperanto, fora mal formulada.
Refez, mentalmente, a pergunta e então a resposta foi correcta.
Esse episódio o aproximou do estudo do Espiritismo, e muito, pois à época da mensagem de Emmanuel já era dedicado trabalhador dos E. E. E.: Evangelho, Espiritismo e Esperanto, tendo assumido cargo na diretoria da Federação Espírita Brasileira.
Nesta trabalhou muito pelo Esperanto, não só como escritor de livros de estudo do Esperanto, como também, na versão de O Evangelho segundo o Espiritismo: “La Evangelio laŭ Spiritismo”.
Como observamos nas palavras de Emmanuel, ainda que dedicado e fiel trabalhador pela divulgação e ensino do Esperanto, Ismael, naturalmente, no sentido imediatista das realizações, sentia os passos lentos da empreitada; todavia, o sábio Espírito acena com horizontes mais longes no processo evolutivo individual e coletivo. Conclui com a menção de o Evangelho de Jesus que, também, aguarda, ao longo dos milénios, a aceitação pelas pessoas, enfatizando que ambos serão vitoriosos.
De nossa parte, deveremos oferecer o melhor que pudermos para a implantação em nós e na sociedade do Evangelho, do Espiritismo e do Esperanto.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
DIO ESTAS NIA PATRO
Deus é nosso Pai

JESUO ESTAS NIA MAJSTRO.
Jesus é nosso Mestre

LA SPIRITISMO ESTAS NIA VOJO.
O Espiritismo é nosso caminho.

ESPERANTO ESTAS LA LINGVO DE LA FRATECO.
Esperanto é a língua da Fraternidade.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty A visão espírita do aborto

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 25, 2021 8:03 pm

por Martha Triandafelides Capelotto

A questão da legalização do aborto, que tanto tem preenchido os espaços na mídia, assim como discutida em vários segmentos da sociedade, merece que façamos algumas considerações, para mais uma vez, demonstrar o posicionamento da Doutrina Espírita em relação ao tema.
Primeiramente, importa dizer que as leis humanas, assim como boa parte do pensamento de nossa humanidade, não obedecem aos imperativos de ordem espiritual, faltando, ainda muito, para que tenhamos um comportamento mais adequado e responsável uns diante dos outros.
Ignorar os preceitos espirituais ou taxá-los à conta de assuntos sem relevância diante das necessidades do mundo é ignorar por completo que não somos apenas matéria.
Assim, vista a questão sob a óptica material e espiritual, as coisas tomam outra conotação.
Em O Livro dos Espíritos, na questão 344, quando Kardec indaga aos Espíritos Superiores em que momento a alma se une ao corpo, eles respondem que a união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento.
Essa ideia não é diferente da de muitos profissionais da área médica, que também afirmam ser o momento da concepção o início da vida.
Assim, se já temos aí um princípio de vida, mesmo que ainda em formação, inconcebível a prática do aborto.
De outro modo, uma única excepção na qual admite-se seja praticado o aborto, recai na hipótese de a mãe correr perigo de vida.
Nesse caso, prefere-se a mãe em detrimento do feto ou da criança, posição coincidente com a legislação penal.
Nem mesmo quando a gravidez for decorrente de estupro, é aceita a justificativa para o acto abortivo.
Sabemos que não há “acasos”, tampouco “injustiças” em nossas vidas.
Tudo o que passamos, mesmo nos parecendo cruel e terrível, é sempre efeito da lei de ação e reação, por isso, importante o entendimento e aceitação da lei da reencarnação, única capaz de explicar tudo o que nos parece absurdo ou injusto.
Então, o que poderíamos fazer para evitar que essa prática, tão contrária às Leis Divinas tenha o seu curso alastrado?
Penso que uma educação pautada em princípios espirituais, iniciando-se no lar a conscientização de valores que vão além dos materiais, mais o conhecimento das consequências espirituais que ocorrerão com aquela que aborta e todos os que induzem ou auxiliam na prática abortiva.
Para a Justiça Divina todos os envolvidos no ato criminoso sofrerão as suas consequências sombrias, imediatas ou a longo prazo, de acordo com o seu grau de culpabilidade.
Os Espíritos abortados são almas vinculadas aos nossos compromissos cármicos, muitos deles, antigos companheiros de aventuras infelizes e que no mundo espiritual prometemos socorro, reedificando a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.
Porém, se anestesiamos a consciência, já instalados na Terra e os descartamos de nossa companhia, não poderemos prever as reações negativas.
Sejam quais forem as justificativas para a prática do aborto, que vão desde o recuo dos pais terrestres diante das sagradas obrigações assumidas, excessos de leviandade, inconsciência criminosa das mães menos preparadas, motivos egoísticos que podem ser diversos, tais como problemas financeiros, vaidade etc., as consequências advirão.
O assunto é complexo, principalmente porque, para discuti-lo adequadamente sob a visão espírita, seria necessário abordar outros temas e princípios inseridos na Doutrina.
De toda sorte, que fique registado que, qualquer que seja o método utilizado para provocar o aborto, sempre as consequências serão as piores, tanto físicas como espirituais.
Dentre elas, podemos citar as predisposições a alterações significativas do centro genésico, em seu perispírito, com consequências atuais e posteriores que poderão desencadear o aborto espontâneo, a prenhez tubária, deslocamento prematuro da placenta, a esterilidade, a impotência etc., sem contar as consequências espirituais, tais como as obsessões, lesões no campo perispiritual, depressões que podem, dependendo do grau de culpa, levar à loucura.
Recentemente aprovado o aborto na Argentina, causou espanto saber que a autoridade máxima do catolicismo se quedou inerte, sem nenhum pronunciamento.
O que será que temos por trás disso?
Muito triste saber que até no meio religioso o combate ao aborto tem sido ineficaz.
Em assim sendo, não nos esqueçamos de que hoje estamos plantando o que colheremos no futuro, numa próxima reencarnação.
Quando houver choro e ranger de dentes, não culpem Deus pelas mazelas que estiverem enfrentando.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Cérebro, limitações e planeamento reencarnatório

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 26, 2021 8:19 pm

por Ricardo Baesso de Oliveira

Uma das grandes personalidades do século XX foi Simone Weil; nasceu em Paris, em fevereiro de 1909, oriunda de uma família de judeus não praticantes e morreu de tuberculose, aos 34 anos, na Inglaterra, em agosto de 1943.
Caracterizava a personalidade de Simone Weil uma inteligência brilhante e um profundo sentimento de compaixão pelo sofrimento humano, de solidariedade irrestrita e de absoluto despojamento exterior.
Ao ganhar um anel de presente, com três anos, fez todos rirem com sua resposta: O luxo não me agrada.
Com 5 anos deixou de comer doces para com o dinheiro da mesada comprar meias e enviar para soldados franceses no front da primeira guerra.
Aos sete anos, Simone resolve andar descalça e assim o faz.
Ao ver seus pés arroxeados pelo frio, os passageiros do bonde olham com reprovação para a mãe, que se envergonha, mas não consegue vencer a resolução da criança.
Com vestidos novos fica encantadora, mas desgostosa; queria que todos se vestissem iguais e com roupas baratas:
Assim a gente poderia trabalhar e ninguém perceberia diferenças.
Mas, ao lado desse comportamento altruísta e dos notáveis recursos intelectuais, outro aspecto de sua personalidade desperta interesse.
Na escola escreve mais devagar que suas colegas, é inábil e lenta. Logo é reconhecida como “incapaz manualmente e admirável pelo espírito”.
Os gestos inábeis, o esforço incomum para escrever, a absoluta incapacidade para correr (embora se esforçasse, era sempre a última a chegar nas disputas e a pior em todos os desportos), fazem com que os colegas sintam a princípio tentados a caçoar dela. Mais tarde, ao tentar uma experiência como fresadora em uma fábrica da Renault, sofreu profundamente com sua falta de jeito habitual; sempre muito desajeitada para os trabalhos manuais, lenta, com mãos muito pequenas e frágeis, feria-se e queimava-se com frequência.
Uma biógrafa de Simone comenta: aos poucos, seu próprio desajeitamento poderia aparecer como sinal de um ser superior que se movia com dificuldade no meio dos homens.[i ]
Proponho uma reflexão em torno dessas dificuldades motoras em uma personalidade com tão ricos recursos intelecto-morais.
Sabemos que Espíritos superiores, com tarefas reencarnatórias de maior valor e de grande alcance, recebem da Espiritualidade superior uma maior assistência técnica no que se refere à dinâmica reencarnatória, com especificidades relacionadas ao corpo que necessitam para o melhor desempenho de sua missão.
André Luiz esclarece que, em milhares de renascimentos, os princípios embriogênicos funcionam, automáticos, cada dia.
A lei de causa e efeito executa-se sem necessidade de fiscalização do Mundo Maior.
No entanto, se a existência do reencarnante estiver destinada a influenciar a comunidade, se ele for detentor de méritos indiscutíveis, com responsabilidades justas nos caminhos alheios, o problema será efetivamente outro.
Forças de ordem superior seriam fatalmente mobilizadas para a interferência nos cromossomas, garantindo-se o embrião do veículo físico de maneira adequada à missão que lhe coubesse.
Acrescenta, como ilustração, que se o reencarnante for um homem de larga intelectualidade merece cautelosa atenção na estrutura cerebral, para que lhe não falte um instrumento à altura de seus deveres na materialização do pensamento.[ii]
Considerando a importância da breve vida de Simone Weil, podemos aventar que técnicos da dinâmica reencarnatória participaram da construção de seu corpo.
Assim, as dificuldades motoras vivenciadas por ela, deveriam ser de conhecimento dos técnicos.
Colocamos como reflexão: qual o sentido dessas inibições motoras?
A resposta mais simples seria: expiação ou prova, pois, segundo Kardec, as dificuldades vivenciadas pelo Espírito reencarnado se relacionam, via de regra, aos conceitos de prova e expiação.[iii]
Expiações são as penas que sofrem os Espíritos como punição das faltas cometidas durante a vida corporal e provas consistem nas vicissitudes da vida corporal pelas quais os Espíritos se purificam segundo a maneira pela qual as suportam. [iv]
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 26, 2021 8:19 pm

Assim, poderiam as dificuldades motoras que nos reportamos ter uma origem expiatória (apesar da grandiosidade dessa alma, alguns equívocos de experiências passadas, fixados em seu psiquismo como zonas de remorso, poderiam ter se projetado como centros motores cerebrais disfuncionais), ou provacionais – peculiaridades da organização corpórea necessárias ao aprimoramento de qualidades, tais como a paciência, a resignação e a perseverança.
Mas gostaríamos de considerar outros aspectos.
Informam os bons autores espíritas que a atuação dos técnicos do processo reencarnatório é limitada por leis próprias da matéria, particularmente leis da hereditariedade.
Lembra-nos o valoroso Léon Denis que pode suceder que as leis de hereditariedade embaracem a manifestação do génio, porque o Espírito molda o seu corpo, mas só se pode servir dos elementos postos à sua disposição por essa hereditariedade. [v]
Vejamos uma dessas leis.
Certos genes, estando muito próximos em região específica do cromossoma, serão selecionados em conjunto, como um verdadeiro pacote.
Quando da formação dos gametas (espermatozoide e óvulo), esses genes permanecem sempre muito juntos e não podem ser separados.
Isso se chama Linkage, ou seja, genes unidos.
Assim, ao “selecionar” determinados genes necessários à sua nova experiência encarnatória, o Espírito pode “carregar” outros genes, que não foram necessariamente “escolhidos”, mas que vêm no pacote.
Vejamos um exemplo hipotético: determinado Espírito deseja (ou precisa) viver experiências na esfera da música, na condição de pianista.
Ao sintonizar-se com o gameta paterno e materno, o fará com aqueles que contêm genes vinculados à fisiologia musical do cérebro.
Assim, a construção e o funcionamento de um cérebro com circuitos mais adequados ao exercício da música lhe estarão assegurados.
Se, por hipótese, junto a esses genes se encontram genes relacionados, por exemplo, à calvície, eles virão juntos.
Ele deverá se constituir em um pianista calvo.
Os genes da calvície, nesse nosso exemplo, não foram selecionados pelo reencarnante, mas vieram, por Linkage, no pacote.
Outro exemplo: certa entidade precisa ou deseja desenvolver experiências profissionais em dada atividade desportiva, necessitando de um aparelho osteomuscular adequado.
Assim, ele vai selecionar os genes paternos e maternos que permitirão construir um corpo com as características físicas que necessite.
Se, por hipótese, esses genes estiverem ligados (em Linkage) no mesmo cromossoma a genes relacionados, por exemplo, à obesidade e à gagueira, esse hipotético atleta deverá lutar em toda a sua existência contra as dificuldades relacionadas às duas condições citadas.
Pelo exposto, não é absurdo imaginar que as inibições motoras da personalidade de Simone Weil possam ser decorrentes de dificuldades na construção do cérebro, por genes vindos “no pacote”.
Aventamos, ainda, outra hipótese: tais inibições motoras poderiam decorrer da ação propositada dos técnicos, com a finalidade de oferecer maiores recursos cerebrais ao exercício da inteligência e da afetividade.
Tal pensamento foi aventado pela Dra. Tais Moriyama, psiquiatra espírita, radicada no estado de São Paulo, com especialização em Psiquiatria da infância e adolescência.[vi]
Ao examinar as possíveis explicações espíritas para o Transtorno autista, a Dra. Tais coloca, examinando especificamente os autistas de alta habilidade, que talvez possamos estar diante de Espíritos em missão na Terra que peçam para nascer com as faculdades sociais atordoadas de forma a se dedicar com maior fluidez à ciência, à tecnologia, à música e a outras artes.
O cérebro social custa muito caro ao Espírito, ele traz uma série de instintos que retiram de nós parte da originalidade e nos inclina à imitação, a copiar os outros indivíduos e zelar por pertencimento a grupos acima de tudo.
O pensamento original da psiquiatra paulista nos parece bastante lógico, e talvez pudesse ser aplicado à personalidade de Simone Weil.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 26, 2021 8:20 pm

Talvez a inibição dos centros cerebrais relacionados à motricidade tivesse como finalidade oferecer recursos cognitivos extras, a mais ampla expressão da intelectualidade e da afetividade, tão evidentes em sua personalidade.
O tema é contagiante.
Como pouco conhecemos da dinâmica reencarnatória, devemos examinar sempre possibilidades diferentes para problemas antigos, obviamente sem abrirmos mão do bom senso, do pensamento racional e do conhecimento sedimentado.
Oxalá, outros estudiosos espíritas se interessem pelo tema.

[ i] Simone Weil: A condição operária e outros estudos sobre a opressão, Ecléa Bosi.
[ii] Entre a Terra e o Céu, cap. 28.
[iii] O Livro dos Espíritos, item 113.
[iv] Instruções práticas sobre as manifestações espíritas, Glossário espírita.
[v] Léon Denis, O grande enigma, cap. 15.
[vi] Revista eletrônica oconsolador.com, em 10/09/2017.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty O agonizante ideal religioso da actualidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 27, 2021 8:36 pm

por Rogério Coelho

O Cristianismo precisa ser um laço entre o homem, o mundo invisível e Deus

"(...) A humanidade, no círculo da vida, debate-se entre dois erros: um que afirma e outro que nega; um que diz ao homem:
crê sem compreender; outro que lhe grita: morre sem esperar!" - Léon Denis[1]

Duas concepções opostas disputam o controle das rédeas do poder temporal, ambas - a seu modo - dogmáticas, procurando, de todas as formas possíveis, o domínio e a prisão das mentes: o reinado da Teocracia e o do Ateísmo.
Aprendemos com Léon Denis1:
"de um lado a idolatria, porque é um ídolo esse “deus” que ainda parece desejar o sangue em seu nome outrora derramado, que se ergue como obstáculo entre o homem e a ciência, que combate o progresso e a liberdade - sombria divindade de que se não pode fazer objeto de ensino, sem velar a face do Cristo, sem calcar aos pés a razão e a consciência.
Do outro lado, o nada, o aniquilamento de toda esperança, de toda aspiração a outra vida, a destruição de toda ideia de solidariedade, de fraternidade entre os homens; se eles podem sentir-se ligados por uma crença, mesmo cega, não o podem por negações”.
Perdidas nas garras do materialismo soez que as direcionavam para o escuro e fundo abismo, voltaram-se as criaturas para o poder da ideia religiosa.
Continuaram, porém, presas, cercadas pelos altos e intransponíveis paredões dogmáticos.
A intolerância acendia as fogueiras; o terror e a desilusão fizeram fenecer as esperanças de progresso, renovação e iluminação...
Na hora atual não há renovação moral possível senão fora dos arraiais que até então sufocaram os verdadeiros e nobres ideais religiosos.
O Cristianismo dos três primeiros séculos era uma fé viva e radiante, onde o intercâmbio mediúnico sadio alimentava o Espírito Humano com as instruções e orientações dos Planos Superiores.
Transformaram-no, a partir do século III até hoje, em uma doutrina áspera, sombria, irreconciliável com os preceitos do Evangelho.
Os líderes religiosos ambicionavam tão somente os perecíveis tesouros da Terra em detrimento dos imperecíveis tesouros dos Céus.
Mas, acima dos equívocos dos despenseiros infiéis, vigia a Misericórdia e Previdência Divinas:
permitiu Deus que, lentamente, fossem desabrochando os princípios, os germes, ocultos e incompreendidos, como a semente sob a terra, e que, depois de muitos sofrimentos, lenta e dolorosamente fermentados, não reclamam senão aparecer, desabrochar, produzir frutos!...
Faz-se necessário um novo impulso, uma reorientação do pensamento, um retorno às origens.
A tal se propõe o Espiritismo.
Inspiradamente, esclarece ainda Léon Denis1:
"(...) a Nova Revelação, os ensinos dos Espíritos, as provas que fornecem da sobrevivência, da imortalidade do ser e da justiça eterna habilitam a distinguir o que há de vivo ou morto no Cristianismo.
Se os homens de fé quiserem convencer-se do poder desses ensinos e colher os seus frutos, poderão neles encontrar novamente a vida esgotada, o ideal atualmente agonizante.
Esse ideal, que as vozes do mundo invisível proclamam, não é diferente do dos fundadores do Cristianismo.
Trata-se sempre de realizar na Terra ‘o reino de Deus e Sua justiça’, de purificar a alma humana dos seus vícios, dos seus erros, de reerguer de suas quedas e, ministrando-lhe o conhecimento das leis superiores e dos seus verdadeiros destinos, nela desenvolver esse espírito de amor e de sabedoria sem o qual não há enobrecimento nem paz social...
O Cristianismo, para renascer e resplandecer deverá vivificar-se nessa fonte em que se desalteravam os primeiros cristãos.
Terá que se transformar e libertar-se de todo caráter miraculoso e sobrenatural, voltar a ser simples, claro, racional, sem deixar de ser um laço, uma relação entre o homem, o mundo invisível e Deus.
Sem essa relação, não há crença forte, nem filosofia elevada, nem religião viva.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 27, 2021 8:36 pm

Desembaraçando-se das formas obsoletas, deve a religião inspirar-se nas modernas descobertas, nas leis da Natureza e nas prescrições da razão.
Deve familiarizar o Espírito com essa lei do destino que multiplica as existências e o coloca alternativamente nos dois mundos, material e fluídico, permitindo-lhe assim completar, desenvolver, conquistar a própria felicidade.
Deve fazer-lhe compreender que uma estreita solidariedade liga os membros das duas Humanidades, a da Terra e a do Espaço, os que vivem na carne e os que nela aspiram renascer para trabalhar no progresso dos seus semelhantes e no seu próprio.
Deve mostrar-lhe, acima de tudo, essa regra de soberana justiça, em virtude da qual cada um colhe, através dos tempos, tudo o que semeou de bem e de mal, como germes de felicidade ou sofrimento.
Essas noções, essas leis, mais bem compreendidas, fornecerão nova base de educação, um princípio de reconstituição, um laço religioso entre os homens, porque o vínculo da solidariedade que os reúne estende-se ao passado e ao futuro, abrange todos os séculos, liga-os a todos os mundos.
Membros de uma só família imensa, solidários através das suas existências no vastíssimo campo de seus destinos, partidos do mesmo ponto para atingir as mesmas eminências, todos os homens são irmãos e se devem, mutuamente, auxiliar, amparar em sua marcha através das idades, para um ideal de ciência, sabedoria e virtude”.

[1] - DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo. 7. ed. Rio [de janeiro]: FEB, 1978, cap. VIII.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Esquecimento do passado

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 28, 2021 8:02 pm

por Temi Mary Faccio Simionato

Examinando o esquecimento temporário do pretérito no campo físico, é importante considerar cada existência por estágio de serviço, em que a alma readquire no mundo o aprendizado que lhe compete.
Surgindo o período entre o berço que representa o início da caminhada na Terra e o túmulo que determina a cessação desta jornada, reconheceremos nossa ligação com a vida imortal.
Ao iniciarmos uma nova existência corpórea receberemos implementos cerebrais completamente novos no domínio das energias físicas e, para que a memória seja adormecida, há hipnose natural como recurso básico, uma vez que, em muitas ocasiões dormimos em pesada letargia, muito tempo antes de sermos acolhidos ao abrigo materno.
Assim o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, reavendo património das realizações e das dívidas que acumulou a se agravarem no ser, em forma de tendências inatas.
Reencontrando, desse modo, pessoas e circunstâncias, simpatias e aversões, vantagens e dificuldades com as quais se ache comprometido.
Desta forma, mergulhado (Espírito) na vida corpórea, perde momentaneamente, a lembrança de existências anteriores, como se um véu as cobrisse.
Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas que, em certas circunstâncias, poderão ser reveladas.
Porém, esta revelação somente os Espíritos superiores poderão fazer espontaneamente, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade.
Durante a vida corpórea não temos lembrança exata do que fomos, nem do bem e do mal que fizemos em existências anteriores, mas de tudo isso temos a intuição, que é a nossa consciência e o desejo de não mais reincidir nas faltas cometidas anteriormente.
O livro O Consolador, questão 370, esclarece:
“Será lícito investigarmos com os Espíritos amigos as nossas vidas passadas?
Essas revelações quando ocorrem traduzem responsabilidade para os que a recebem?
Resposta:
Se estais submersos em esquecimento temporário, esse olvido é indispensável à valorização de vossas iniciativas.
Não deveis provocar esse género de revelações, porquanto os amigos espirituais conhecem melhor as vossas necessidades e poderão provê-las em tempo oportuno, sem quebrar o preceito da espontaneidade exigido para esse fim.
O conhecimento do pretérito, através das revelações ou das lembranças, chega sempre que a criatura se faz credora de um benefício como esse, o qual se faz acompanhar, por sua vez, de responsabilidades muito grandes no plano do conhecimento; tanto assim que, para muitos, essas reminiscências costumam construir um privilégio doloroso no ambiente das inquietações e ilusões da Terra”.
Portanto, traria gravíssimos inconvenientes nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores.
Em certos casos, seria sobremaneira humilhante, e, em outros, nos exaltaria o orgulho sufocando-nos em consequência do livre-arbítrio.
Todavia, para nos melhorarmos, Deus nos dá exactamente o que é necessário e bastam:
a voz da consciência e os pendores instintivos, privando-nos do que nos prejudicaria.
Se em cada existência é lançado o véu sobre o passado, o Espírito nada perde do que granjeou no pretérito, só esquece a maneira como o adquiriu.
Assim, ao reencarnarmos trazemos por intuição e com ideias natas o que alcançamos em ciência e em moralidade, pois se durante uma existência houve uma melhora, se as lições da experiência foram aproveitadas, ao voltarmos seremos instintivamente melhores.
Assim, o Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais solidez.

Por isso é importante lembrar que o esquecimento temporário é um benefício da Providência.
A experiência é muitas vezes adquirida por rudes provas e terríveis expiações, cuja lembrança seria muito penosa e viria somar-se às angústias das tribulações da vida presente.
Entendemos, então, que a lembrança do passado traria perturbações às relações sociais e seria um entrave ao progresso.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 28, 2021 8:02 pm

Portanto, agradeçamos o carinho dos Espíritos generosos, encarnados e desencarnados, que nos amparam a experiência, aplicando-nos as lições de que são mensageiros, no entanto, apenas a presença deles não nos basta para o nosso aprimoramento individual.
Recordemos que nem os companheiros da glória do Cristo escaparam ao impositivo do serviço constante.

Os apóstolos que conviveram com Jesus não repousaram ante as flamas do Pentecostes, mas seguiram luta adiante, de renúncia em renúncia, adquirindo pouco a pouco a grande libertação.
Desta forma, lembremo-nos de Saulo de Tarso que, visitado pelo Mestre, não parou sob o jorro solar da senda de Damasco, mas avançou de suplício em suplício assimilando, a preço de sofrimento, o dom da divina luz.
Assim sendo, guardemos a convicção de que todos os benfeitores desencarnados são agentes do bem para todos e com todos.
Disse Jesus:
“Quem me segue não anda em trevas”. João, 8:12.
Se acompanharmos os bons Espíritos que em tudo se revelam companheiros fiéis do Cristo, deixaremos para sempre as sombras da retaguarda e avançaremos para Deus sob a glória da luz.

Bibliografia:
XAVIER, Francisco Cândido – Seara dos Médiuns – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – lições 8 e 90 – 2015.
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – 16ª edição – Editora FEESP – São Paulo/SP – questões: 392, 393, 394 e 399 – 2015.
XAVIER, Francisco Cândido – Religião dos Espíritos – ditado pelo Espírito Emmanuel – 22ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – lição 45 – 2013.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Os ciclos da vida, perda dos que amamos

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 29, 2021 8:07 pm

por Wagner Ideali

A vida é feita de ciclos que se iniciam e terminam.
Basicamente temos a infância, puberdade, adolescência, a fase adulta e finalmente aquela que será a última fase de nossa encarnação, que seria a velhice.
Podemos perceber outro ciclo com a chegada do final do ano, temos as reflexões do que fizemos, do que deixamos de fazer, do que aprendemos, e muitas vezes vamos empurrando com a barriga algumas coisas importantes que, seja por receio, comodismo, preguiça, não o fizemos ou interrompemos, mas deveríamos ter em mente que todo dia é dia de recomeçar.
Existem momentos na vida em que aprendemos algo, depois de um tempo partimos para uma nova experiência e, assim, ao longo de uma existência, teremos experimentado inúmeras situações diferentes, pessoas diferentes, ambientes e oportunidades diversas.
O grande desafio será sempre entrar e sair de um ciclo obtendo aprendizado e uma evolução, mesmo que tenhamos, nesse ciclo, tropeçado algumas vezes.
A partida de alguém querido - seja pai, mãe, esposa, esposo, filhos, amigo e por que não dizer também nossos animais domésticos aos quais tanto nos apegamos e amamos -, a partida de todos, mesmo sabendo como espíritas que somos de que a vida continua, sempre deixa a saudade, a vontade de estarmos juntos novamente.
Mas sabemos que tudo tem um início e um fim, no mundo físico.
Tudo tem data para iniciar e terminar.
No nosso processo de evolução, precisamos desenvolver a paciência e a fé de que nada é perdido, apenas ciclos que terminam e novos ciclos que se iniciam, mas os aprendizados ocorridos nesses ciclos jamais se perderão.
Os entes queridos que se foram estão nesse momento em outra dimensão ou algumas vezes em outro local físico, seguindo como nós a sua jornada, mas a conexão espiritual jamais deixará de existir e permanecer.
Sempre que pensamos neles, e eles em nós, a conexão se estabelece.
Essa é mais uma das maravilhas de Deus cujas explicações no momento são difíceis, alguns até zombam disso, mas um dia vamos entender melhor toda essa dinâmica maravilhosa.
Quando tivermos uma consciência perfeita sobre DEUS e todo o seu poder infinito, saberemos que nada está perdido, abandonado e esquecido.
Um fator importante sobre esses ciclos é o facto de que muitas vezes ficamos presos em algum deles durante as nossas vidas, e somente acontecimentos fortes vão nos sacudir para sair, para, então, entrar em novos e melhores.
O que é necessária é a reflexão de que com a fé e a certeza de que os ciclos terminam dentro do seu aspecto de aprendizagem para dar início a outros, e que as pessoas e todos os seres envolvidos permaneceram, de uma forma ou outra, presentes em nossas vidas, e um retorno futuro para um novo recomeço.
O importante é que nesses momentos estejamos de pensamento elevado para então perceber e, claro, estarmos prontos para recebê-los de uma forma ou de outra.
Nos é lícito sentir saudades, orar pelos que já se foram, pensar nas experiências vividas, mas jamais ficar presos nelas, e, sim, apenas retirar desses ciclos, que iniciam e terminam, o aprendizado de que todos vamos nos reencontrar quando terminar o nosso ciclo de vida física e entrarmos num outro ciclo da vida espiritual.
O que não podemos é duvidar do Amor, da grandiosidade de Deus e ter a paciência de aguardar, pois tudo tem o seu momento para ocorrer.
Muitas vezes dói profundamente nosso coração com as perdas que temos que experimentar, mas Jesus, nos seus ensinamentos, nos deixou claro que se fizermos a nossa parte em trabalho, amor, perdão, fé e pensamento elevado, os ciclos nos oferecerão aprendizado, e vamos perceber que esses aprendizados vão nos deixando cada vez mais fortes.
Não vamos nos deixar abalar pelos filósofos do nada, do fim e do vazio.
Precisamos exercitar nossa fé e confiança em Deus, e entender que seus anjos trabalham sem cessar.
A Terra está passando por uma transformação profunda, nunca experimentada pela humanidade.
Vamos orar muito, persistir em nossa fé e acreditar sempre que a espiritualidade superior, dentro da vontade de Deus, tudo fará para nos ajudar nesse momento.

Passarão o Céu e a Terra, mas as palavras de Jesus jamais passarão.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Quem acende uma luz se ilumina primeiro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 30, 2021 7:16 pm

por Waldenir A. Cuin

Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis a recompensa da mão de vosso Pai, que está no céu.” (Jesus - Mateus, 6:1.)

O verdadeiro sentido da caridade, conforme entende Jesus, segundo “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, é a benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e o perdão das ofensas.
O bem em qualquer circunstância sempre produzirá valorosos e oportunos resultados, não importando de que forma e maneira seja feito, mas revestido de humildade e desprendimento, e renderá ao benfeitor benefícios incalculáveis.
É um engano acreditar que ao fazer o bem estejamos apenas socorrendo quem o recebe, pois que aquele que acende uma luz é, sem dúvida, o primeiro a receber a claridade dela.
Um gesto de solidariedade - uma ação fraterna - tem o poder de iluminar intensamente o coração generoso, irradiando seus raios na direção daquele que se pretende ajudar.
Como uma usina geradora de energia, quem já tem a consciência de fazer o bem está sempre repleto de força e vigor, vivendo de forma muito mais saudável e dignificante.
As formas de exercer a bondade são as mais variadas possíveis.
No lar, onde a doença pertinaz se instalou em algum familiar, fazer o bem é socorrê-lo com o máximo esforço, recorrendo a todos os recursos médicos possíveis, sem esquecer a paciência e a resignação diante dos desígnios divinos.
Na família em que se verifica a existência de filhos seguindo pelas estradas sombrias das viciações tóxicas, fazer o bem é insistir em fazê-los enxergar o abismo que se lhes escancara aos pés, com persistência e determinação, lembrando que eles são livres para escolher a vida que desejam viver.
Na comunidade que nos acolhe, fazer o bem é desenvolver acções sociais que possam criar oportunidades para que todos encontrem possibilidades de prosperidade e progresso.
Amparar a criança carente, socorrer pais desempregados, oferecer amparo aos idosos sem recursos e se aproximar daqueles que perderam a razão de viver são atitudes de extremo valor.
Nas nossas horas de folga, fazer o bem é destinar um pouco de tempo para prestar serviços voluntários em instituições de filantropia e de promoção humana, sem desânimo.
Tais instituições, com frequência, vivem com extrema carência de recursos financeiros e de material humano para o desenvolvimento de seus imprescindíveis programas de trabalho em favor de inúmeros necessitados.
Obviamente, as sugestões apontadas são pequenos lembretes diante da imensidão dos problemas sociais que nos circundam, onde seres humanos estão a desejar uma vida de paz, de conforto e de serenidade.
A esperança de viver uma vida melhor é anseio de todas as criaturas.
Quando nos propomos a ajudar aqueles que seguem ao nosso lado, buscando, ao máximo, a concretização dos seus sonhos, sem dúvida, pela lei de causa e efeito, de acção e reacção, estaremos criando condições e possibilidades para que os nossos sonhos também sejam realizados.
“É dando que se recebe”, conforme nos ensinou Francisco de Assis.
Quando alguém consegue vislumbrar as dificuldades dos irmãos de caminhada e se propõe a minorá-las, de acordo com as suas forças e disponibilidades, sem perceber cria um canal de ligação com a Providência Divina, que identifica as necessidades, dando a ele muito mais do que oferece, pois quem dá o bem é o primeiro beneficiado.
Se já despertamos nossa consciência para os reais e imprescindíveis valores da vida, a estrada a seguir é a do bem, somente a do bem...

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 31, 2021 7:22 pm

Vivemos uma Transição Planetária?
por Blog Mundo Maior

O que explica o Espiritismo
Transição planetária
Serão esses acontecimentos um sinal que estamos realmente vivendo uma transição planetária?
Doenças, guerras, mortes colectivas, catástrofes naturais, criminalidade e tantos outros conflitos e tragédias que assolam a Terra e causam desequilíbrio.
Fatos que reflectem o padrão vibracional na condição de um planeta de provas e expiações, como é o caso da Terra, que ocupa a segunda categoria na escala de evolução, atrás apenas dos mundos primitivos.
Segundo a Doutrina Espírita são cinco categorias de mundos:
Primitivos, Provas e Expiações, Regeneração e os mundos Celestes ou Felizes.
Ainda como esclarece o Espiritismo, somos regidos pela Lei do Progresso, logo entendemos que o nosso destino é a evolução que jamais cessa por meio da reencarnação.
E para que possamos avançar nesse caminho rumo ao estágio de um Planeta de Regeneração é fundamental que os habitantes da Terra repensem atitudes, freando impulsos negativos e se esforcem para a melhoria individual, e consequentemente colectiva.
O que significa um planeta de provas e expiações?
É inegável que diante dos sofrimentos que temos vivenciado, nos encontramos em plena transição planetária, porque é urgente a necessidade de mudança nos padrões de comportamento da sociedade, nos quais a ganância, o orgulho e a vaidade predominam.
“ Estamos no início das grandes transformações e fenómenos próprios demonstram chegados os tempos anunciados pelas Escrituras e confirmados pelos imortais”, ressalta o espírito Manoel Philomeno de Miranda pela psicografia do médium Divaldo Franco na obra No Rumo do Mundo de Regeneração.
Quando deixaremos de ser um mundo de dor para nos tornar um mundo mais feliz?
Essa é uma resposta que muitos desejam encontrar, quando ocorrerá a mudança de ciclo para um planeta mais feliz?
Explica a questão 728 de O Livro dos Espíritos:
“É necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar porque isso a que chamais destruição não é mais que transformação, cujo objectivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos”
Segundo nos elucida Allan Kardec, a marcha do progresso é incessante e uma condição natural humana.
Mas a humanidade segue sempre a marcha progressiva?
“Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas.
Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto deveria, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”
(O Livro dos Espíritos, questão 783).

E Prossegue nessa reflexão tão importante para a nossa compreensão:
“Nessas comoções, o homem muitas vezes não percebe senão a desordem e a confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais.
Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem.
São a procela, a tempestade que saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente”.
Nesse processo de aprendizado somos convidados a compreender que o caminho a seguir é a busca sincera e incessante pela reforma íntima, como base da evolução moral e espiritual que necessitamos.
Fundamental também sermos guiados pelo sentimento maior de amor fraterno, o grande e absoluto antídoto capaz de cicatrizar as chagas mais profundas da humanidade neste processo de transição planetária.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 2 Empty “MALA VAZIA”

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 01, 2021 6:53 pm

PSICOGRAFIA DO “ESPÍRITO NELSON”, COMO FOI SEU DESENCARNE, QUE SÓ LEVAMOS O QUE FIZEMOS AOS OUTROS”.

Que coisa! Não sei o que está acontecendo comigo.
E esta dor está bem chata!" - resmunguei aborrecido.
Estava a caminho do banco e, no momento, parado no trânsito.
Uma senhora que caminhava pela calçada me informou do ocorrido:
- Teve um acidente na esquina, nada grave, logo o trânsito vai ser liberado.
- Obrigado! - agradeci sorrindo.
E os pensamentos vieram novamente:
"Se eu tivesse tido mais paciência com duas companheiras e frequentadoras do Centro Espírita em que tentava ser útil, elas não haviam brigado e se afastado da casa.”
As duas me fizeram perder a paciência - tentei me justificar.
“Somente se perde o que se tem.
E você, tem a virtude da paciência?"
“Acho que deveria ter tentado apaziguá-las."
E o monólogo prosseguia; embora tentasse pensar em outras coisas, voltavam os pensamentos em que dialogava comigo mesmo.
E assim foi durante todo o dia.
Lembrei-me das vezes em que fiquei nervoso no meu segundo lar: A Casa Espírita.
Acho que não fui caridoso com Toninho.
Também ele estava levando alimentos arrecadados para sua casa."
"Tentou ao menos saber o porquê de ele fazer isso?
Será que não estava passando necessidades?"
“Aparentemente não tinha motivos, ele estava empregado" - justifiquei-me.
Pensei também em alguns fatos desagradáveis que ocorreram em minha vida familiar.
Ainda bem que foram poucos, e todos eles me pareceram sem importância.
Estava sendo bom filho, esposo e pai, senti que eu mesmo não tinha queixas sobre mim nessa parte, com a família.
Assim como também não estava me cobrando as atitudes que tive com outras pessoas que conviviam comigo no trabalho e na sociedade.
Dei um longo suspiro.
O trânsito foi liberado, prestei atenção e me dirigi ao banco.
Enquanto esperava ser atendido, os pensamentos voltaram:
"E se tivesse me dedicado mais à assistência social?
Participado com mais actividades nas campanhas?
Acho que não fiz visitas aos doentes que poderia.
Não levei consolo aos pais que tiveram filhos desencarnados.
Poderia ter feito mais, muito mais."
O gerente me chamou:
- Senhor Nelson, por favor!
"Chega! Que pensamentos persistentes!
Se não fiz, vou fazer agora e pronto!"
Aproximei-me do gerente e o cumprimentei.
- Como está senhor Nelson?
- Com algumas dores na coluna; vou marcar uma consulta com meu médico – respondi.
Resolvi o problema com o gerente, voltei ao escritório e à noite, em casa, depois do jantar, sentei-me no sofá para ler o jornal e novamente preocupei-me com os pensamentos:
“As Malas, será que estão arrumadas?" - indaguei, pensando nelas.
Desde que me tornara Espírita compreendera que a Morte é somente uma mudança na forma de viver e tranquilizei-me; antes tinha um medo terrível desse fato que é natural a todos nós.
Então resolvi acumular Obras Boas que me acompanhariam nessa viagem em que faria só.
Imaginei algumas malas e nelas, dia após dia, colocava mentalmente, algo que julgava ter feito de bom.
Tomei um remédio para amenizar as dores e fui dormir.
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