LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2018 9:39 pm

Então, meu Espírito alçava ao convívio do mundo invisível e as mensagens já não eram escritas, mas narradas, mostradas, exibidas à minha faculdade mediúnica para que, ao despertar, maior facilidade eu encontrasse para compreender aquele que, por mercê inestimável do Céu, me pudesse auxiliar a descrevê-­las, pois eu não era escritora para o fazer por mim mesma!
Estas páginas, portanto, rigorosamente, não foram psicografadas, pois eu via e ouvia nitidamente as cenas aqui descritas, observava as personagens, os locais, com clareza e certeza absolutas, como se os visitasse e a tudo estivesse presente e não como se apenas obtivesse notícias através de simples narrativas.
Se descreviam uma personagem ou alguma paisagem, a configuração do exposto se definia imediatamente, à proporção que a palavra fulgurante de Camilo, ou a onda vibratória do seu pensamento, as criavam.
Foi mesmo por essa forma essencialmente poética, maravilhosa, que obtive a longa série de ensaios literários fornecidos pelos habitantes do Invisível e até agora mantidos no segredo das gesuetas, e não psicograficamente.
Da psicografia os Espíritos que me assistiam apenas se utilizavam para os serviços de receituário e pequenas mensagens instrutivas referentes ao ambiente em que trabalhávamos.
E posso mesmo dizer que foi graças a esse estranho convívio com os Espíritos que me advieram as únicas horas de felicidade e alegria que desfrutei neste mundo, como a resistência para os testemunhos que fui chamada a apresentar à frente da Grande Lei!
No entanto, as referidas mensagens e os apontamentos feitos ao despertar, eram bastante vagos, não apresentando nem a feição romântica nem as conclusões doutrinárias que, depois, para eles criou o seu compilador, por lhes desejar aplicar meio suave de expor verdades amargas, mas necessárias no momento que vivemos. - a por que o próprio Camilo não o fez...
Pois teria, certamente, capacidade para tanto.
Responderei que, até o momento em que estas linhas vão sendo traçadas, ignoro­ o tanto como qualquer outra pessoa!
Jamais perquiri, aliás, dos Espíritos a razão de tal acontecimento.
De outro lado, durante cerca de quatro anos vi-­me na impossibilidade de manter intercâmbio normal com os Espíritos, por motivos independentes de minha vontade.
E quando as barreiras existentes foram arredadas do meu caminho, o autor das mensagens só acudiu aos meus reiterados apelos a fim de participar sua próxima volta à existência planetária.
Encontrei-­me então em situação difícil para redigir o trabalho, dando feição doutrinária e educativa às revelações concedidas ao meu Espírito durante o sono magnético, as quais eu sabia desejarem as nobres entidades assistentes fossem transmitidas à colectividade, pois eu não era escritora, não me sobrando capacidade para, por mim mesma, tentar a experiência.
Releguei-­os, portanto, ao esquecimento de uma gaveta de secretária e orei, suplicando auxilio e inspiração.
Orei, porém, durante oito anos, diariamente, sentindo no coração o ardor de uma chama viva de intuição segredando-­me aguardasse o futuro, não destruindo os antigos manuscritos.
Até que, há cerca de um ano, recebi instruções a fim de prosseguir, pois ser­-me-­ia concedida a necessária assistência!
Prosseguindo, porém, direi que tenho as mais fortes razões para afirmar que a palavra dos Espíritos é cena viva e criadora, real, perfeita!
Em sendo também uma vibração do pensamento capaz de manter, pela acção da vontade, o que desejar!
Durante cerca de trinta anos tenho penetrado de algum modo os mistérios do mundo invisível, e não foi outra coisa o que lá percebi.
É de notar, todavia, que, ao despertar, a lembrança somente me acompanhava quando os assistentes me autorizavam a recordar!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 20, 2018 9:40 pm

Na maioria das vezes em que me foram facultados estes voos, apenas permaneceu a impressão do acontecido, a íntima certeza de que convivera por instantes com os Espíritos, mas não a lembrança.
Os mais insignificantes detalhes poderão ser notados quando um Espírito iluminado ou apenas esclarecido "falar", como, por exemplo – uma camada de pó sobre um móvel; um esvoaçar de brisa agitando um cortinado; um véu, um laço de fita gracioso, mesmo com o brilho da seda, no vestuário feminino; o estrelejar das chamas na lareira e até o perfume, pois tudo isso tive ocasião de observar na palavra mágica de Camilo, de Victor Hugo, de Charles e até do apóstolo do Espiritismo no Brasil – Bezerra de Menezes, a quem desde o berço fui habituada a venerar, por meus pais.
Certa vez em que Camilo descrevia uma tarde de inverno rigoroso em Portugal, juntamente com um interior aquecido por lareira bem acesa, senti invadir-­me tal sensação de frio que tiritei, buscando as chamas para aquecer-­me, enquanto, satisfeito com a experiência, ele se punha a rir...
Aliás, o fenómeno não será certamente novo.
Não foi por outra forma que João Evangelista obteve os ditados para o seu Apocalipse e que os profetas da Judeia receberam as revelações com que instruíam o povo.
No Apocalipse, versículos 10 e 11 e seguintes, do primeiro capítulo, o eminente servo do Senhor positiva o fenómeno a que aludimos, em pequenas palavras:
"Eu fui arrebatado em Espírito, um dia de domingo, e ouvi por detrás de mim uma grande voz como de trombeta, que dizia:
­­ O que vês, escreve-­o em um livro e envia­-o às sete igrejas..." – etc., etc.; e todo o importante volume foi narrado ao apóstolo assim, através de cenas reais, palpitantes, vivas, em visões detalhadas e precisas!
O Espiritismo tem amplamente tratado de todos esses interessantes casos para que não se torne causa de admiração o que vimos expondo; e no primeiro capitulo da magistral obra de Allan Kardec – "A Génese" – existe este tópico, certamente muito conhecido dos estudantes da Doutrina dos Espíritos:
"As instruções (dos Espíritos) podem ser transmitidas por diversos meios: pela simples inspiração, pela audição da palavra, pela visibilidade dos Espíritos instrutores, nas visões e aparições, quer em sonho quer em estado de vigília, do que há muitos exemplos no Evangelho, na Bíblia e nos livros sagrados de todos os povos."
Longe de mim a veleidade de me colocar em plano equivalente ao daquele missionário acima citado, isto é, João Evangelista.
Pelas dificuldades com que lutei a fim de compor este volume, patenteadas ficaram ao meu raciocínio as bagagens de inferioridades que me deprimem o Espírito.
O discípulo amado, porém, que, em sendo um missionário escolhido, era também modesto pescador, teve sem dúvida o seu assistente espiritual para poder descrever as belas páginas aureoladas de ciência e ensinamentos outros, de valor incontestável, os quais romperiam os séculos glorificando a Verdade!
É bem provável que o próprio Mestre fosse aquele assistente...
Não posso ajuizar quanto aos méritos desta obra.
Proibi-­me, durante muito tempo, levá-­la ao conhecimento alheio, reconhecendo-­me incapaz de analisá-­la.
Não me sinto sequer à altura de rejeitá--­la, como não ouso também aceitá­-la.
Vós o fareis por mim.
De uma coisa, porém, estou bem certa:
­ é que estas páginas foram elaboradas, do princípio ao fim, com o máximo respeito à Doutrina dos Espíritos e sob a invocação sincera do nome sacrossanto do Altíssimo.

Yvonne do Amaral Pereira

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Animismo - Estudando a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2018 11:42 am

Reveste-se de profunda sabedoria e oportunidade as palavras do Assistente Àulus, no capitulo «Emersão do passado», quando afirma que muitos espíritos «vêm convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem».
Efectivamente essa é a verdade.
Muitos companheiros se mostram incapazes de remover os obstáculos criados pelo animismo, destruindo, assim, magnífica oportunidade de ajudarem elementos que, buscando os centros espíritas nessas condições, poderiam, posteriormente, contribuir em favor dos necessitados.

Que é Animismo?
Essa pergunta deve ser colocada em primeiro plano, no presente capítulo, como ponto de partida para as nossas singelas considerações.
Animismo é o fenómeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos, «de onde recolhe as impressões de que se vê possuída».
A cristalização da nossa mente, hoje, em determinadas situações, pode motivar, no futuro, a manifestação de fenómenos anímicos, do mesmo modo que tal cristalização ou fixação, se realizada no passado, se exterioriza no presente.
A lei é sempre a mesma, agora e em qualquer tempo ou lugar.
Muitas vezes, portanto, aquilo que se assemelha a um transe mediúnico, com todas as aparências de que há a interferência de um Espírito, nada mais é do que o médium, naturalmente o médium desajustado, revivendo cenas e acontecimentos recolhidos do seu próprio mundo subconsciencial, fenómeno esse motivado pelo contacto magnético, pela aproximação de entidades que lhe partilharam as remotas experiências.
No fenómeno anímico o médium se expressa como se ali estivesse, realmente, um Espírito a se comunicar.
O médium nessas condições deve ser tratado «com a mesma atenção que ministramos aos sofredores que se comunicam» .
Por isso, a direcção de trabalhos mediúnicos pede, sem nenhuma dúvida, muito amor, compreensão e paciência - virtudes que, somadas, dão como resultado aquilo que os instrutores classificam como «TACTO FRATERNO», a fim de que não sejam prejudicados os que em tais condições se encontram.
Se o dirigente de sessões mediúnicas não é portador de sincera bondade, acreditamos que pouco ou nenhum benefício receberá o médium no agrupamento.
O médium inclinado ao animismo é um vaso defeituoso, que «pode ser consertado e restituído ao serviço», pela compreensão do dirigente, ou destruído, pela sua incompreensão.
Reajustado, pacientemente, com os recursos da caridade evangélica, pode transformar-se em valioso companheiro.
Incompreendido, pode ser vitimado pela obsessão.
Nos fenómenos psíquicos, comuns nos agrupamentos mediúnicos, há, por conseguinte, de se fazer a seguinte distinção:
- Factos anímicos,
- Factos espiríticos.

Factos anímicos são, como já acentuamos, aqueles em que o médium, sem nenhuma ideia preconcebida de mistificação, recolhe impressões do pretérito e as transmite, como se por ele um Espírito estivesse comunicando.
Factos espiríticos ou mediúnicos, propriamente ditos, são aqueles em que o médium é, apenas, um veículo a receber e transmitir as ideias dos Espíritos desencarnados ou. ... encarnados.
O estudo e a observação ajudam-nos a fazer tal distinção.
Uma pessoa encarnada também pode determinar uma comunicação mediúnica, isto é, fazer que o sensitivo lhe assimile as ondas mentais e as reproduza pela escrita ou pela palavra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2018 11:43 am

Em face da lei de sintonia, pessoas adormecidas igualmente podem provocar comunicações mediúnicas, uma vez que, enquanto dormimos, nosso Espírito se afasta do corpo e age sobre terceiros, segundo os nossos sentimentos, desejos e preferências.
Voltemos, porém, às considerações em torno da necessidade de os dirigentes e colaboradores do sector mediúnico se munirem de recursos evangélicos, a fim de que as tarefas assistenciais, a seu cargo, apresentem aquele sentido edificante e construtivo que é de se almejar nas actividades espiritistas cristãs.
Vejamos a conclusão de André Luiz, ante as ponderações de Àulus e o exame do caso da senhora objecto da assistência do grupo do irmão Raul Silva:
«Mediúnicamente falando, vemos aqui um processo de autêntico animismo.
Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente, quando apenas o exterioriza o mundo de si mesma.»
A fixação mental - assunto abordado no capitulo próprio, neste livro - provoca o animismo.
Imaginemos, agora, o que pode ocorrer se uma criatura em tais condições busca um núcleo mediúnico onde apenas funciona o intelectualismo pretensioso, seguido da doutrinação periférica, sem o menor sentido de fraternidade!
Ao invés de compreensão, tal criatura encontrará, sem dúvida, a ironia e a má vontade, acompanhadas, via de regra, do comentário maledicente.
Ao invés de companheiros interessados no seu reajustamento, encontrará verdugos fantasiados de doutrinadores.
Ao invés do socorro que se faz indispensável, ver-se-á defrontada, impiedosamente, por companheiros, às vezes até bem intencionados, que, em nome da «verdade», ou melhor, das «suas verdades», não lhe compreenderão o aflitivo problema.
Ouçamos o Assistente Àulus:
«Por isso, nessas circunstâncias, é preciso armar o coração de amor, a fim de que possamos auxiliar e compreender.
Um doutrinador cem TACTO FRATERNO apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse correctivo inoportuno, ao invés de socorro providencial.
Primeiro é preciso remover o mal, para depois fortificar a vitima na sua própria defesa.»
O doutrinador usará sempre do carinho fraterno, fazendo que as suas palavras, dirigidas ao espírito do próprio médium, levem o melhor que a sua alma prosa oferecer.
A consolação e a prece, seguidas do esclarecimento edificante, são os recursos aplicáveis ao caso.
Recorramos ao livro «Nos Domínios da Mediunidade», reproduzindo-lhe alguns tópicos relativos ao assunto:
«Solucionados diversos problemas alusivos ao programa da noite, eis que uma das senhoras enfermas cai em pranto convulsivo, exclamando:
- Quem me socorre? quem me socorre ?!...
E comprimindo o peito com as mãos, acrescentava em tom comovedor:
- Covarde? porque apunhalar, assim, uma indefesa mulher? serei totalmente culpada? meu sangue condenará o seu nome infeliz...»
Lembremos que André Luiz e Hilário, em companhia do assistente Àulus, visitam o grupo dirigido pelo irmão Raul Silva, e que a cena acima descrita aparece no capitulo «Emersão do passado».
Notemos que todos os indícios revelam, à primeira vista, as características de uma comunicação mediúnica; Contudo, estamos apenas diante de um autêntico fenómeno de animismo.
A senhora enferma, com a mente cristalizada no pretérito, identifica-se com cenas desagradáveis, às quais está directamente ligada.
«Ante a aproximação de antigo desafecto, que ainda a persegue de nosso plano, revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu, em cidade do Velho Mundo, no século passado.»
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2018 11:43 am

É ainda Àulus quem explica:
«Sem dúvida, em tais momentos, é alguém que volta do pretérito a comunicar-se com o presente, porque, ao influxo das recordações penosas de que se vê assaltada, centraliza todos os seus recursos mnemónicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o pensamento.
Para o psiquiatra comum é apenas uma candidata à insulinoterapia ou ao electro-choque; entretanto, para nós, é uma enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo AMPARO MORAL E CULTURAL para a renovação intima, única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo.»
Esse amparo moral, a que alude o Assistente, podemos defini-lo como paciência, carinho e consolo.
O cultural ser-lhe-á ministrado pelo estudo evangélico e doutrinário que, além do esclarecimento, operar-lhe-á a modificação dos centros mentais, reajustando-lhe a mente.
E, concluindo, é oportuno perguntemos :
Podem os serviços mediúnicos prescindir do Evangelho e da Doutrina?
A resposta cada um a encontrará na própria consciência..

Martins Peralva

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Os dez mandamentos e o fenómeno da pneumatografia

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2018 8:09 pm

Há mais de 3500 anos, Moisés recebeu no Monte Sinai os dez mandamentos.
O Monte Sinai é uma região considerada sagrada pelo Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, localizada ao Sul da península do Sinai, no Egipto.
É também conhecido como Monte Horeb ou Jebel Musa, que, em árabe, significa “Monte de Moisés”.
Embora exista vasta literatura sobre o decálogo, a forma pela qual se deu o processo de recepção dos ensinos, considerados de origem divina, é desconhecida ou raramente comentada.
Poucos estudiosos trataram do assunto especificamente.
Pelos registos bíblicos, em Deuteronómio (5:6-21), após conduzir os israelitas que haviam sido escravizados no Egipto, atravessar o Mar Vermelho e se dirigir ao Monte Horeb, na Península do Sinai, ali, no sopé do Monte, as Tábuas da Lei teriam sido escritas directamente por Deus e entregues a Moisés.
Como as duas tábuas originais foram quebradas, – em reacção colérica do legislador hebreu diante da observação de que o povo havia construído um Bezerro de Ouro e o adorava – Deus reescreveu outro conjunto de leis, conforme registado em Êxodo (34:1).
Curiosamente, o decálogo em sua língua original, o hebraico, é constituído de 613 letras, o mesmo número que integra a Torá, o conjunto dos demais ensinos recebidos e registados por Moisés em pergaminho.
Qual seria a explicação espírita sobre a inscrição do decálogo nas duas tábuas de pedra?
A Bíblia é um conjunto de livros que constitui o Velho e o Novo Testamento, repletos de fenómenos mediúnicos.
Partamos do princípio de que Moisés era médium.
Um intermediário entre a Vontade Divina e a liderança daquele povo de Israel, ainda de costumes rudimentares e, às vezes, até bárbaros.
O profeta da primeira revelação no Ocidente estava só, no monte, sem a companhia de seus seguidores ou de qualquer outra pessoa.
Um “fogo”, resultado de fenómeno mediúnico de efeitos físicos, separava Moisés do povo que teve medo de atravessar as labaredas.
Sabemos que, espiritualmente, ele não se encontrava sozinho, pois certamente recebia a influência directa dos planos superiores da vida naquele momento ímpar de concentração individual, que resultaria em algo absolutamente definitivo e transformador para a história religiosa das civilizações ocidentais: a revelação de um Deus único, em oposição à crença pagã comum no politeísmo.
Uma possível interpretação espírita do ocorrido conduziria ao entendimento de que o médium Moisés recebeu pela escrita directa, em tábuas de pedra, o decálogo, um conjunto de dez ensinos sobre o comportamento do ser humano em relação a Deus e a seu próximo.
A pneumatografia (do grego pneuma – sopro ou espírito + graphein – escrever) é termo criado pelo Codificador do Espiritismo para denominar o tipo de fenómeno mediúnico em que um espírito se comunica por via escrita sem o auxílio de um médium escrevente ou psicógrafo.
É, também, conhecida por escrita directa.
O fenómeno está classificado pelos Espíritos, em O livro dos médiuns, como mediunidade de efeitos físicos, mesmo contra a opinião de Allan Kardec que o preferiria na classe dos fenómenos de efeitos inteligentes.
A explicação é a seguinte:
Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita directa.
A acção do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel activo.
Na pneumatografia, dispensa-se o uso do lápis, como adoptado na psicografia, ou do teclado, como mais recentemente empregado na “psicodigitação”.
Então, o Espírito escreveria directamente, sem intermediário, dispensando a “mão” de um médium.
Todavia, não se prescinde da figura do médium, indispensável para a realização de qualquer fenómeno mediúnico, seja de efeitos inteligentes ou físicos.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Dez 21, 2018 8:10 pm

Nestes últimos, o médium doa o ectoplasma, o fluido animalizado, para que o Espírito possa actuar na realidade material.
É o próprio Kardec quem explica na Revista Espírita como o fenómeno se dá:
Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos.
Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os materiais preciosos, do elemento primitivo universal que, pela acção da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado.
Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita.
A principal razão para a ocorrência do fenómeno é a comprovação da intervenção de um poder oculto, uma inteligência externa que se manifesta e transmite sua vontade.
Nada mais adequado para registar, há cerca de 3,5 milénios, o início da história religiosa monoteísta do que o acontecimento marcante da inscrição directa em tábuas de pedras das leis fundamentais, que continuam até hoje a reger as relações dos homens entre si e com Deus.
Um fenómeno natural, raro certamente, mas especial em sua essência, que contou com a presença dos Espíritos Superiores, segundo a Vontade do Criador e a supervisão do Governador Espiritual da Terra, Jesus.
Ali, naquele momento crucial para a trajectória evolutiva da Humanidade, já se assinalavam os primeiros passos, prenunciando os novos tempos que haveriam de vir, actualmente confirmados pelas luzes do Consolador Prometido.

Geraldo Campetti Sobrinho

Referências:
BÍBLIA online.com.br.
DEZ mandamentos.
KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 81. ed., 5. imp. Brasília: FEB, 2016. it. 189.
Pneumatografia ou escrita direta. Revista Espírita, v. 2, n. 8, ago. 1859. Tradução de Evandro Noleto. 3. ed., 2. imp. Brasília: FEB, 2009.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty ''AMIZADE''

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 11:44 am

Nos dias actuais a palavra amizade é usada indiscriminadamente para alguma coisa que não é verdadeira; por isto está tão vulgar e desacreditada.
Usam-se para conceituar as simples relações encontradas entre os “amigos”:
camaradas de café, conhecidos de trabalho, de escola, interesseiros etc.
Não podemos confundir tudo isto como a amizade verdadeira, fiel, aquela dos amigos-da-alma.
Portanto temos que ter em mente as nossas associações e dar diversos graus à amizade: colegas, conhecidos, vizinhos etc.
Não confundir o amigo verdadeiro com aquele que simula amizade.

O que é amizade?
Amizade é a comunicabilidade mútua, leal e sincera.
É a relação harmoniosa, criadora, desinteressada com o outro, que desenvolve o ser humano dando-lhe novas dimensões, sentido através da criatura o criador.
Exige amor, compreensão de todo o passado, presente e futuro que se encontra no íntimo dos homens.
Impulsiona o homem a transcender-se, retira-o do seu isolamento, do vazio interior e da solidão.
É uma necessidade superior e espontânea, é o alimento da via afectiva.
Deve ser expansiva, irradiante, comunicativa, mobilizando o "eu" para tornar-se produtiva e criativa.
Seu ponto fundamental é a de alcançar a realização do outro, por isto exige a solidariedade, caridade e muita compreensão.
É centralizada no bem, em um amor generoso, verdadeiro, incondicional e universal.
Por tudo isto, a sua falta pode ocasionar muitos conflitos psicológicos e emocionais, onde uma das queixas é o sentimento de solidão, desamparo, desesperança e vazio.
Devemos saber que, quando a amizade é verdadeira, ela nunca se acaba, como bem diz o provérbio:
“a amizade que acaba, nunca foi amizade”.

A importância da amizade
Como somos seres sociais, reencarnantes, desde a vida intra-uterina estamos interagindo com o nosso semelhante, processo natural da nossa condição, dádiva divina para o nosso progresso, para colocarmos em cheque as nossas imperfeições e aptidões.

Observemos a questão 766 de “O Livro dos Espíritos” de Kardec:
“A vida social está em a natureza?
Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade.
Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação”.

Na questão 768:
“Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objectivo de ordem geral?
O homem tem que progredir; insulado, não lhe é possível.
Homem nenhum possui faculdades completas.
Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso.
Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados”.
Reflectindo as palavras de Kardec, percebemos que ele fala da verdadeira amizade, quando esclarece que somos sociais e que os homens precisam um dos outros, que aprendem com os semelhantes e que essa relação é importante para o desenvolvimento pessoal e espiritual.
Não podemos esqueder que espíritos amigos são colocados em nossos caminhos para ajudar-nos nas tarefas evolutivas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 11:45 am

Amizade deve começar dentro do lar.
Ensina-nos a resposta da questão 774 do LE de Kardec:
“Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas:
há a necessidade de progredir.
Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros.
Eis porque os segundos constituem uma lei da natureza.
Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a se amar como irmãos”.

Ainda na questão 775:
“Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
Como resposta, temos: Uma recrudescência do egoísmo”.
Na família, geralmente, estão as pessoas que realmente se amam de forma incondicional e, muitas vezes, quando observamos conflitos e adversidades é porque um ou mais membros se perderam em algum ponto da sua evolução.
Lembremos que quem mais amamos muitas vezes é quem mais nos fere profundamente, pois entregamos a ele a chave do nosso coração.
Nos transtornos emocionais a falta da amizade assume uma importância capital, pois nas histórias dos pacientes ela quase sempre está presente.
São queixas claras de convívios doentios, falta de compreensão de filhos, disputas entre irmãos e familiares, pais competindo com os filhos, ambientes de trabalho com péssima interacção entre as pessoas e perseguições, traições de amigos e parentes, impedindo a verdadeira amizade, ocasionando frustrações, decepções, impondo sentimentos negativos que com o tempo se cronificam e geram os distúrbios emocionais, principalmente os quadros depressivos e ansiosos.

Onde estão os obstáculos?
Reencarnamos e na escala evolutiva é comum querermos conviver com um amigo, fortalecendo os laços da amizade e repudiarmos a presença de um inimigo.
Nada acontece por acaso.
Se estivermos entre amigos, é porque temos que praticar as boas qualidades da nossa alma e, se entre inimigos, é para sentirmos as nossas deficiências, corrigi-las, se possível, para evoluirmos.
É a oportunidade para exercitarmos na prática o perdão àqueles que nos magoaram e nos feriram.
Muitas barreiras que dificultam o relacionamento humano são derivadas do egoísmo e do orgulho.
A incapacidade de adaptação é também um impedimento, a pessoa se sente desligada do âmbito social, refugiando-se na fuga, na reclusão.

Kardec no LE, questão 769:
“Que se deve pensar dos que vivem em absoluta reclusão, fugindo do pernicioso contacto do mundo?
Duplo egoísmo é a resposta, porque se esquece da lei do amor e caridade e podem facultar ocasiões para fazer o bem”.
Muitos se afastam da amizade por dificuldade em dedicar-se a alguém, vivendo em função de si, numa fixação egocêntrica, onde busca tudo para si, pensa só em si, produzindo antipatias gratuitas e preocupações doentias.
Outras demonstram a incapacidade de doação, fixando-se na fase captativa, reclamadora e exigente.
Devido suas fixações não conseguem chegar a um amadurecimento psicológico e espiritual, criam uma falsa realidade que os levam a desilusões, frustrações e fracassos, gênese de muitos distúrbios emocionais.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 11:46 am

Como corrigir estas dificuldades?
O homem conduz a sua vida utilizando suas habilidades intelectuais, sua vontade, seu afecto para comunicar-se e age com a sua maturidade espiritual. Este equilíbrio dá-lhe a condição de adulto; portanto suas atitudes devem corresponder a esta dimensão. Para superar dificuldades em comunicar-se amistosamente com os demais, fica claro que esse equilíbrio (intelecto, afectivo e espiritual) deve estar presente.
O respeito pelo limite alheio também é necessário, bem como estabelecer o seu, pois você não sabe muitas vezes precisá-lo.
Duas pessoas, diante da inimizade, quem deve dar o primeiro passo para acabar com a discórdia?
Se nenhuma, ambas ainda não estão em condições evolutivas para se compreenderem.
Devem pensar em se reformarem para adquirirem esta condição.
Uma das duas tomando a iniciativa é porque já se adiantou na escala reformadora; está mais adulta, mais corajosa, mais equilibrada, importando-se mais com o seu próximo e com os ensinamentos de Deus.
O benefício da amizade:
A amizade verdadeira nos conduz a uma comunhão com o Superior; ela é cheia de amor aos pais, parentes, amigos, vizinhos, sendo estes amores lícitos e honestos que fazem o nosso progresso.
Ela ensina, transforma e renova.
Sentindo o progresso, podemos sentir também a paz, essa sensação maravilhosa que nos enche de coragem, amor e esperança para que todos nós tenhamos uma vida saudável.
Podemos ter a certeza que a amizade verdadeira nos conduz a tudo isto.
Pois, quando não tivermos, nem a presença de um cão como amigo,teremos Deus que nunca abandona seus filhos e é nosso grande Amigo.

Bibliografia:
1. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.
2. Amor em profundidade. E.González – Ruiz e J.Legaud.
3. Fundamentos da Reforma ìntima. Abel Glaser – pelo espírito Caibar Schutel.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty O QUE É MEDIUNIDADE INFANTIL?

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:36 pm

As explicações da Doutrina Espírita para a predisposição natural das crianças para entrar em contacto com espíritos.
Segundo a doutrina espírita, todo ser humano tem a capacidade de se comunicar com os mortos do mundo espiritual.
Não é um dom sobrenatural – é uma habilidade física, ligada à glândula pineal, no centro do cérebro, que capta o sinal do “além” como se fosse uma onda magnética e o converte em percepções.
O que difere em cada um é a sensibilidade para interpretar essas percepções.
Alguns entendem como pressentimento, um medo repentino ou uma intuição inexplicável.
Uma pessoa só é considerada médium quando manifesta esse fenómeno de forma ostensiva, ou seja, quando as comunicações podem ser percebidas de forma clara.
Ela pode sentir, ver, ouvir, falar ou ainda psicografar textos ditados pelos espíritos.
Não há idade determinada para o início das ocorrências e elas podem rolar mesmo se a pessoa não acreditar na interacção com os mortos.

Lá no começo
A crença na comunicação com espíritos existiu em quase todas as civilizações.
Xamãs invocavam curandeiros, profetas recebiam mensagens divinas e pitonisas viam o futuro.
Mas o fenómeno só foi estudado com mais rigor científico após o professor francês Allan Kardec (1804-1869) codificar a doutrina espírita e conceitos como imortalidade da alma e evolução por meio de várias reencarnações.

Entre dois mundos.
Ainda segundo a doutrina, o processo reencarnatório só se encerra por volta dos 7 anos.
Até lá, a criança está ligada tanto ao mundo espiritual quanto ao físico.
Por isso, é na infância que mais ocorrem casos de comunicação desse tipo. Isso não significa que ela seja médium – o título só será confirmado no restante da vida, se ela demonstrar essa capacidade de modo ostensivo.

As primeiras interacções…
As ocorrências tendem a intensificar-se logo que a criança aprende a falar.
Visões e audições são as manifestações mais comuns e podem ocorrer juntas.
Na maioria das vezes, o pequeno não tem medo algum e não entende por que seus pais também não conseguem ver a presença que ele percebe.
Ele não compreende o conceito de morte e por isso encara a “companhia” com naturalidade.

Fantasma camarada.
Na infância, as interacções tendem a ser positivas.
É comum, por exemplo, bebés rirem sozinhos, olhando para o “nada”.
Em muitos casos, podem estar vendo amigos de vidas passadas ou espíritos protectores.
Também são recorrentes as visitas de parentes falecidos ou de amiguinhos espirituais que assumem uma fisionomia mais infantil.

Recordações inexplicáveis.
Em alguns casos, o contacto pode revelar lembranças pregressas: a criança reconhece gente da encarnação anterior e até renega a actual família.
Para Léon Denis, filósofo francês e seguidor da doutrina espírita, a mediunidade também pode estar por trás de prodígios precoces: casos de genialidade podem ser manifestados, mesmo de forma inconsciente, pelo estímulo de espíritos.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:36 pm

De tremer a espinha.
“Assombrações” (em especial, aquelas chamadas de “obsessões” pela doutrina) são mais raras nessa fase da vida.
Na maioria das vezes, são espíritos sofredores que habitam o mesmo local que a criança.
Mesmo que não desejem causar mal, podem provocar medo.
Há também os que querem assustá-la para punir alguém da família por alguma dívida passada.

MEDIUNIDADE… OU IMAGINAÇÃO?
Como identificar se um “amiguinho invisível” pode ser mesmo um contacto espiritual.
De olho nos pequenos.
Segundo estatísticas, três em cada dez crianças apresentam “amigos invisíveis” – algo encarado com naturalidade pela psicologia.
Então, como diferi-los de um evento mediúnico?
Para a vice-presidente da Federação Espírita Brasileira, Marta Antunes, não há uma receita exacta:
o fundamental é que os pais observem o comportamento dos filhos e conheçam bem sua personalidade e hábitos.

Tudo bem.
Segundo a autora espírita e especialista em terapia comunitária Walkiria Kaminski, as crianças que se comunicam com espíritos costumam ser saudáveis, sem sinais de apatia ou depressão.
Interessam-se por brinquedos ou jogos tanto quanto as outras.
Elas encaram as visões com naturalidade, sem espanto – e ficam até intrigadas com o facto de os pais não serem capazes de vê-las.

Tudo mal.
E se as visões forem sinal de uma doença psiquiátrica?
Pode acontecer, mas é raro:
esquizofrenia só acomete uma em cada 10 mil crianças.
E traz indícios mais fáceis de detectar, como desejo por isolamento, depressão, mudanças repentinas de humor…
Além disso, as “vozes” ouvidas costumam ser ameaçadoras e o pequenino tem dificuldade de relatar o fenómeno para os adultos.

Clube dos solitários.
A imaginação é uma característica comum nessa fase e pode servir como suporte a quem tem pouco ou nenhum contacto com amiguinhos da sua idade.
A construção fantasiosa também pode rolar quando os filhos não recebem a devida atenção dos pais e passam a maior parte do tempo sozinhos.
Assim, as companhias de mentirinha servem para evitar a solidão.

MANUAL PARA PAIS PREOCUPADOS.
A principal dica é abordar o fenómeno com tranquilidade – ele passa com o tempo:
1. Para a educadora espírita Martha Guimarães, os pais devem encarar os relatos com naturalidade.
Se eles entram na “brincadeira”, a criança fica à vontade para dar mais dados sobre o “amigo invisível”: nome, aparência, idade…
Em alguns casos, ela pode até identificar nos álbuns da família a imagem do espírito como sendo a de um parente já falecido.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Dez 22, 2018 7:37 pm

2. Evite incutir medo.
Ele tem péssimas consequências.
Aludir a figuras como “monstros” ou “bicho-papão” pode deixar o(a) garoto(a) com pavor de ficar sozinho(a) ou no escuro.
Também se deve evitar dizer que “isso é coisa do capeta” ou que as vozes são “do demónio”.
Além de apavorar a criança, ela poderá achar que está sendo possuída.

3. É importante achar um equilíbrio.
Se os adultos acusarem a criança de mentir, ela pode começar um processo de negação da mediunidade e acreditar que é louca.
Por outro lado, eles também não devem incentivar demais a habilidade, para que ela não perca interesse pelo mundo físico ou se sinta forçada a forjar relatos de contactos só para agradá-los.

4. Para quem estiver aberto à ideia, uma sugestão é buscar apoio num centro espírita.
A maioria desenvolve trabalhos voltados às crianças que explicam, em linguagem apropriada, a definição de conceitos como mediunidade e vida após a morte.
Além disso, a aplicação de passes e orações já é o suficiente para diminuir a frequência do fenómeno.

5. Outra opção é recorrer a um terapeuta profissional.
A psicologia nega a existência da mediunidade, mas considera a criação de amigos imaginários natural e positiva.
A criança tende a abandonar esse recurso de socialização quando envelhece – geralmente, na mesma época em que a doutrina espírita acredita que o processo reencarnatório se conclui, aos 7 anos.

FONTES
Livros História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior,Mediunidade e Obsessão em Crianças, de Suely Caldas Schubert, No País das Sombras, de Elizabeth d’Espérance, e Recordações da Mediunidade, de Yvonne Pereira; documentário Edgar Cayce, do canal Biography.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty A Matéria Mental

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 12:02 pm

A Matéria Mental é estudada pelo Espírito André Luiz no capítulo quatro do excepcional livro “Mecanismos da Mediunidade”, psicografado por Francisco Xavier.
Introduzindo o assunto, o Benfeitor estabelece o ponto de partida:
“Identificando o Fluido Elementar ou Hálito Divino por base mantedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis do Cosmo.” (2)
Com essa definição é possível interpretar, com André Luiz, o Universo como um todo de forças dinâmicas, expressando o Pensamento do Criador.
E nesse Universo se super-põe a matéria mental que nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações temporárias, adstritas à nossa necessidade de progresso.
Desenvolve ainda o Benfeitor:
“Entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e cocriar, empalmando, para isso, os recursos intrínsecos à vida ambiente.”(2)
Deduz-se, então, que o Espírito é, naturalmente, um ser destinado a realizar, a construir, no Universo sem fim, a partir de onde se encontre, o que André Luiz confirma ao dizer:
“Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extra físico, encontramos o pensamento por agente essencial.
Entretanto, ele ainda é matéria, a matéria mental…
E, da matéria mental dos seres criados, estudamos o pensamento ou fluxo energético do campo espiritual de cada um deles, a se graduarem nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super ultra-curtos, em que se exprimem as legiões angélicas,…
Passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até às ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos.” (2)
Dessa forma, a Matéria Mental ou Pensamento é exteriorizado por ondas que se espalham a partir do mundo íntimo do Ser Pensante.
Continua o Instrutor:
“Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atómicas subtis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos ‘quanta de energia’ e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem frequência e cor peculiares.” (2)
Aqui podemos compreender que a sintonia com outras Mentes é um fenómeno natural, fundamentado na frequência de seus geradores e, dessa forma, tanto pode-se ser indutores de vontades e desejos, como ser objecto de indução por outras Mentes que se impõem pela vontade firme.
Confirma o Benfeitor:
“Emitindo uma ideia, passamos a reflectir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente, em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.” (2)
Percebamos que o sentimento surge como elemento importantíssimo na escolha das companhias espirituais no quotidiano.
Completa André Luiz:
“É nessa projecção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamentos, construções substanciais na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha.
Isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.” (2)
É disso que trata o Senhor Jesus quando aconselhou o “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.” (1)
Pensemos nisso.

António Carlos Navarro

Referências Bibliográficas:
(1) Mateus, 26-41;
(2) XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO. Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty PROMESSAS E PENITÊNCIAS NA VISÃO ESPÍRITA

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:10 pm

Observa-se que o pagamento da promessa quase sempre está condicionado ao benefício recebido.
Depois que a moça arranja marido ou o jovem passa no vestibular é que ofertam ao santo as velas ou fazem as penitências.
Primeiro o favor e depois o pagamento!
Se para nada se aproveita, que sentido pode ter para as divindades a despesa ou o sacrifício das pessoas?
Poderíamos fazer uma trova dizendo:
“A luz que ilumina a alma/é somente a da oração/porque a luz da vela acesa/só gera mais poluição.”
O Espiritismo traz-nos clareza sobre o assunto no Capítulo V de O Livro dos Espíritos, em Privações Voluntárias.
Mortificações.
A pergunta 720 é:
“São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias com o objectivo de uma expiação igualmente voluntária?”
Resposta:
“Fazei o bem ao vosso semelhante e mais mérito terás.”
Na questão 721, temos:
“É meritória, de qualquer ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas que desde a mais remota antiguidade teve praticantes no seio de diversos povos?”
Resposta: “Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta; se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la.
Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”
A conclusão a que nos leva o Espiritismo é que o dinheiro gasto nas velas, nas fitas, nas flores, deveria ser gasto no pão para um faminto.
A energia despendida para subir a escada de joelhos ou para a longa caminhada, às vezes com o flagelo de uma cruz nos ombros, deveria ser usada para ajudar alguém a erguer sua moradia, para cuidar de uma criança pobre, para levar um doente até o hospital.
Essa energia tem seu gasto recompensado porque se fundamenta na caridade sem egoísmo e sem esperar retribuições.
No que concerne às auto-flagelações que existem em muitas partes do mundo, quando o homem crucifica-se ou agride-se com chicotadas ou outros apetrechos, sangrando suas costas, a questão 725 nos ensina:
“P: Que se deve pensar das mutilações operadas no corpo do homem ou dos animais?”
R: “A que propósito, semelhante questão?
Ainda uma vez: perguntai sempre a vós mesmos se é útil aquilo de que porventura se trate.
A Deus não pode agradar o que seja inútil e o que for nocivo Lhe será sempre desagradável.
Porque, ficai sabendo, Deus só é sensível aos sentimentos que elevem para ele a alma.
Obedecendo-lhe a lei e não a violando é que podereis forrar-vos ao jugo da vossa matéria terrestre.”
Pensamos que basta apenas um pouco de bom senso para saber que as oferendas ou as penitências visando benefícios próprios não têm o menor sentido.
Quanto às romarias ou procissões a locais santos, além do valor turístico e cultural outra finalidade não têm.
Se para nos livrarmos dos pecados temos de ir a Santiago de Compostela, a Jerusalém ou Roma, a Fátima ou Lourdes, a Meca ou Medina, a grande maioria que é pobre neste planeta ficará sem acesso a esses benefícios.
Quando o homem tem o coração aberto e se abriga na simplicidade e na solidariedade, Deus – e seus emissários – vem até ele, sem que precise viajar.
A única viagem que deve fazer é para dentro de si mesmo, renovando-se na fé e acreditando que é filho dilecto do Criador e merecedor de toda a Sua protecção.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Dez 23, 2018 7:11 pm

Para reforçar o que dissemos, ainda em O Livro dos Espíritos, na questão 726, está dito que:
“Os sofrimentos voluntários para nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem.
Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre–humanos, como fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas?
Vistam o indigente, consolem o que chora, trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus.
Sofrer alguém voluntariamente, apenas para seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade: tais os preceitos do Cristo.”
Para finalizar, dizemos que quem deseja progredir, que trabalhe e estude sempre e muito.
Quem deseja ter felicidade, que modifique sua maneira de ser e de pensar.
Convém recordar a passagem da mãe que pediu ajuda ao preto velho para seu filho passar nos exames escolares.
O bom homem mandou o seguinte recado:
“Fala pro menino enfiar a cara nos livros, dia e noite, que preto velho vai ajudar.”
Receita simples para o sucesso!
Que nossa penitência seja sempre a de esforçar-nos para melhorar e combater os nossos defeitos; e nossa promessa, a de trabalhar pelo semelhante para ajudar na harmonia do mundo.
O resto é tempo perdido e pura ilusão.
A soberana proposta do Espiritismo é que lutemos pela nossa renovação.
É esta a finalidade que nos traz de volta ao mundo material.
Nada tem mérito se não for conquistado com o próprio esforço, porque cada virtude adquirida corresponde à superação de um defeito.
Não se pode ser humilde e orgulhoso ao mesmo tempo.
Imaginar que podemos comprar nossa reforma íntima com uma vela acesa, um buquê de flores ou uma penitência sem proveito é pura tolice.
São os talismãs e patuás usados por espíritos atrasados.
Quem quer receber o bem, faça o bem.
Não há outro caminho!

RIE-Revista Internacional de Espiritismo – outubro de 2012

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty "ESPÍRITOS ESTÃO INFLUENCIANDO SEUS PENSAMENTOS E SUA VIDA?"

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:15 am

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio de Deus.
Muitas vezes esse auxílio nos é oferecido por intermédio dos nobres Espíritos que se transformaram em guias da Humanidade.
Esses operosos servidores do bem estão sempre próximos de todos aqueles que lhes rogam ajuda ou que, por meio da oração e dos pensamentos elevados, sintonizam com suas presenças.
São conhecedores de algumas ocorrências que estão delineadas nas existências de seus pupilos e dos desafios que os mesmos devem vivenciar.
Por isso, inspiram-nos e guiam-nos pelo caminho mais apropriado para o sucesso, ou advertem-nos dos perigos iminentes que os espreitam.
Através dessa inspiração é que ocorre o pressentimento.
Ele é uma maneira eficaz da criatura parar e reflexionar em torno do que deve realizar e de como conduzir-se, contornando as dificuldades e avançando sem receio pela trilha do progresso.
No entanto, caso o ser se deixe levar por atitudes equivocadas e rebeldes, não será capaz de se manter em sintonia com os Espíritos superiores.
Em virtude das suas opções mentais e comportamentais, ele estará sob a influência de Espíritos infelizes.
Esses, hábeis na técnica de transmitir ideias deprimentes e de conteúdos perturbadores, atormentam e iludem os imprevidentes.
E, quando as entidades venerandas buscam de alguma forma orientá-los, esses, pela falta de hábito de assimilar-lhes as nobres ideias, recusam-nas, voltando às mesmas paisagens mentais que os infelicitam.
Os pressentimentos, desse modo, devem ser analisados com cautela, avaliando-se qual a sua origem e de que tipo de mensagem são portadores.
Afinal, podem ser valiosas orientações a afastar-nos do mal, ou maléficas sugestões a impelir-nos ao equívoco.
Cabe-nos o uso do discernimento para avaliar com imparcialidade nossa conduta usual e a natureza da influência que recebemos.
Há, ainda, a possibilidade de que os pressentimentos sejam ideias do próprio ser, que voltam à tela mental na forma de intuição, mas que nada mais são do que recordações de compromissos anteriormente assumidos.
Ressurgem do inconsciente pessoal como eficiente maneira de conduzir o ser ao reequilíbrio e, assim, evitar novos tropeços.
Os pressentimentos são fenómenos que muito podem contribuir para a felicidade das criaturas.
No entanto, quando negativos ou ameaçadores, devem nos servir de motivo para que nos entreguemos à prece e a elevados pensamentos.
Alterando, assim, nossa faixa vibratória, seremos capazes de nos afastar de influências funestas e infelizes e, por consequência, receber a orientação benfazeja da Espiritualidade superior.
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, indagou, certa ocasião, aos Espíritos superiores a respeito da influência dos Espíritos nos pensamentos e nos actos dos seres encarnados.
Foi-lhe respondido que essa influência é muito maior do que se poderia imaginar.
Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem – consta na resposta à questão número 459 de O livro dos Espíritos.
Ora, cientes de que tal influência é usual e intensa, cabe-nos aprender a distinguir nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos.
Além disso, devemos ter em mente que os bons Espíritos sempre nos aconselham para o bem.
Os Espíritos infelizes, porém, são incapazes disso.
Resta-nos, portanto, usar o bom senso para fazermos tal diferenciação e nos valermos apenas das orientações que nos possam levar ao caminho do bem e da verdade.

Momento Espírita, com base no cap.13, do livro Lições para a felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e no cap. IX,pt. 2, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty O que é o mal?

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:04 pm

Tu és mestre em Israel e não conheces essas coisas?...

Uma das maiores indagações humanas, desde que o mundo é mundo, é a questão da existência do mal.
O mal existe?
Se existe, quem o criou?
Afinal, qual poderia ser a definição plausível para a questão do mal?

Seria o mal a ausência do bem, consoante conceituava filosoficamente o pensador Agostinho, teólogo de Hipona, no fim do século IV?
Talvez pudéssemos estabelecer que o mal é a consequência natural dos nossos actos, na condição de incipientes do senso moral e, portanto, desconhecedores dos sentimentos superiores que carregamos no escrínio da consciência.
Os Espíritos asseguram que o mal nada mais é do que a ignorância do bem.
E o grau de responsabilidade dos actos varia de acordo com o conhecimento.
Assim, em si mesmo, o mal não existe.
Será que o mal pode ser traduzido na forma de sofrimentos, misérias e agravos outros?
O mal não é uma energia inerte ou força dinâmica que brota por si só, porém, é a reverberação natural da escolha equivocada do Espírito em sua marcha evolutiva quer corporificado ou incorpóreo.
A vida é bancada pela lógica das nossas livres escolhas, que podem ser acertadas ou não, portanto, o erro ou o “mal” têm naturalmente um protagonista, um nome, um sobrenome, um endereço psíquico.
Mas não podemos esquecer de que somos perfectíveis e pelas leis divinas da liberdade, somos regidos pelo direito de errar com o dever de reparar o “mal” através do serviço no bem no limite das nossas forças.

Portanto, seria o sofrimento um mal?
A desventura física é o mal?
Quais prejuízos morais derivariam da reprodução do mal?

Se afirmarmos que o sofrimento é um mal em si, então é preciso desconsiderar as fases do desenvolvimento que passam os seres vivos, visto que as metamorfoses presentes no reino animal geram cargas de sofrimento físico.
Agonia, aliás, sem o qual não se transformaria em outro ser, tal qual ocorre com a borboleta e o sapo.
Da mesma forma ocorre com a cobra e a águia que não se metamorfoseariam sem processos árduos e doloridos da natureza.
Obviamente tais sofrimentos estão na ordem natural das coisas, porém, há de se pensar e destacar o sofrimento moral humano que é uma escolha de cada um.
Notemos os panoramas de abandono, solidão, maus-tratos, lesões afectivas, abusos, agressões físicas e psicológicas, preconceitos, a tudo isso titulamos de mal, embora transitório, mas que não provém de Deus, porém, são expressões materializadas dos comportamentos da criatura humana no uso inconveniente do livre-arbítrio.
Nesse contexto, não podemos admitir que tais males sejam a argamassa para ajustar a cerâmica amorosa da vontade de Deus.
O Criador é amor e nos Seus estatutos não há espaços para o mal.
O Autor da Vida dota-nos de liberdade na consciência a fim de aprendermos com o chamado erro (mal), através do próprio esforço, para a conquista do bem com foco na eterna felicidade ou aquisição definitiva dos sentimentos superiores.
O mal se apresenta na consciência da gestante que consome crack.
Se materializa naquele marido que agride a esposa.
Na conduta desacertada que invade a dignidade do trabalhador que jaz furtando na empresa que o emprega.
É a deslealdade entre amigos.
É o flerte virtual com pessoas comprometidas afectivamente com outros corações.
Ampliar a compreensão da essência do que consagramos chamar de mal é questão de razão e coerência.
Lembrando que Deus não é o algoz combatente do mal.
A rigor, o mal não precisa ser combatido, todavia deve ser suplantado consciente e amorosamente.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Dez 24, 2018 11:05 pm

Seriam a miséria, a desventura, a dor o enigma do mal?
Ora, o entendimento sobre o infortúnio ser o mal modifica-se sobremaneira quando se abrange a pluralidade das existências, a imortalidade da alma e a Providência divina.
Aliás, dimensões conceituais e filosóficas que o Espiritismo esclarece sem falazes rodeios.
Sob esse enfoque, a miséria, as dores, as desilusões, a desdita não são traduções nem abstracções do mal, visto que estamos incursos em vastas experiências reencarnatórias, e muitas vezes nos desafios da adversidade muitos sofredores alcançam expandir os sentimentos superiores sob situações intensamente desafiadoras.
Conclui-se que:
O sofrimento há em carácter transitório.
A miséria não perdura para sempre.
A dor é passageira.
O homem que erra, esbarra circunstancialmente no mal que não é permanente.
Deus é amor, logo é soberanamente bom e justo.
Deus instituiu o livre-arbítrio para os todos os seres inteligentes.
Deus acata as decisões, certas ou erradas, do homem, por isso jamais penitencia.
O mal somente se conserva pulsante, palpável, visível enquanto não se percebe a imortalidade e a transitoriedade da forma física na trajectória evolutiva do homem.
Por mais que o mal derive dos actos circunstanciais e equivocados do Espírito é absolutamente lógico errarmos e aprendermos com o erro, reparando o equívoco pela prática do bem, a ter bloqueada a consciência, perdendo a prerrogativa natural de agirmos livremente, errando e acertando, ante a lei divina da liberdade que jamais se desvincula da lei de responsabilidade.
A cada um segundo suas obras, disse Jesus.
Por isso, a educação moral moldadas nas lições do Evangelho é, sem dúvida, um dos mais seguros caminhos para a conquista dos sentimentos sublimados.

Por Jane Maiolo

Referência Bibliográfica
1- João 3, 10

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Adão e Eva, “pecado”, “castigo”, “culpa” e o livre arbítrio

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 25, 2018 6:42 pm

(Jorge Hessen)

É ingénuo crermos no “pecado”, qualificado dogmaticamente como uma ofensa contra Deus, que por sua vez revida mediante o tal“castigo” que inflige ao “pecador”.
Ora, vejamos que Deus não se ofende com os equívocos das suas criaturas em processo de evolução.
Em face disso o tal “castigo” não é e nem pode ser uma espécie de vingança ou uma actividade pessoal do Criador (antropomórfico) para penitenciar o “pecador”.
Deus não pune; Deus AMA!
Sobre isso, Jesus inovou o pensamento teológico ao apresentar Deus como um pai bondoso e justo, em substituição à divindade colérica, vingativa e caprichosa dos povos ancestrais.
Na verdade, o indigesto dogma do “pecado” foi criado pela senil e heterônoma teologia humana.
Advém dos espectáculos mitológicos protagonizados por Adão e Eva, que supostamente teriam desobedecido uma ordem divina e atraíram para si e para toda humanidade uma maldição que implicaria em toda sorte de males, dores, erros, crimes e tudo quanto fosse ruim.
Daí a pueril crença do “pecado original” na Terra, com a represália divina entre os homens através das doenças, da morte e todo tipo de contradição.
Vagando por essas crendices, afirma-se que já nascemos “culpados”, que somos “pecadores”, que temos o DNA da transgressão, tudo isso por causa do escandaloso casal adâmico da velha mitologia.
Garantem os arautos de tais imposições dogmáticas que se há injustiça no mundo, se crianças nascem defeituosas, se existe guerra, fome, tragédias e muita malignidade, tudo é culpa do “pecado original’; portanto, tudo procedente dos lendários Adão e Eva.
Perante a Lei de justiça divina, o adepto do Espiritismo recusa a ideia de transferência de responsabilidade dos actos errados dos outros, pois cada um é responsável por si naquilo que deliberar empreender.
Pela lei da reencarnação, todos trazemos ao renascer as matrizes das imperfeições que mantemos.
Deste modo, transportamos os germens dos defeitos que não superamos que se traduzem pelos instintos naturais e tendências para tal ou qual acção.
É esse o sentido racional para o tal “pecado original”, ou seja, escolhemos sempre as experiências provacionais a fim de superá-las.
Quando nos desviamos do amor escolhendo arrastar-nos pelas paixões, entramos em rota de colisão com as Leis Divinas (inscritas na consciência) e criamos para nós o psiquismo desarmónico, mantendo as deficiências do senso moral.
Ao desencarnarmos arrastamos para o mundo espiritual todas as imperfeições e ao renascermos trazemos as desarmonias conscienciais como tendências naturais.
O anseio íntimo pela liberdade consciencial rejeita o dogma do “pecado original” e da vassalagem cega a Deus.
Reencarnamos muitas vezes na Terra ou em outros orbes realizando nosso aperfeiçoamento moral.
Recordemos que no princípio de nossa evolução humana éramos “simples e ignorantes” (sem qualquer “pecado original”) e pela evolução chegaremos à perfeição moral.
Portanto, penetramos na humanidade sob o manto de purezas e simplicidades; dessa forma nos tornamos gradualmente senhores e únicos depositários da consciência, cuja lesão ou bem-estar não dependem definitivamente senão de nossa vontade e das disposições do nosso livre-arbítrio.

O comportamento livremente deliberado acarreta consequências naturais.
Se transgredimos as leis divinas da consciência atraímos consequências naturais e desagradáveis na medida da imperfeição moral que mantemos.
Por isso, jamais devemos nos entender injustiçados ou apenados nas ocorrências da vida.
E nem perseguidos, e muito menos punidos.
A “cada existência temos os meios de nos redimir pela reparação e de progredirmos, quer despojando-nos de alguma imperfeição, quer adquirindo novos conhecimentos, e assim, até que suficientemente aperfeiçoados, não necessitemos mais da vida corporal e possamos viver exclusivamente a vida espiritual, eterna e bem-aventurada. ” [1]
Somos reflexos das nossas livres escolhas, porém inevitavelmente somos por Deus amorosa e sabiamente conduzidos rumo à suprema felicidade, sempre na conformidade dos caminhos que sem coação elegemos através do uso cabal do livre-arbítrio.

Referência bibliográfica:
[1] KARDEC, Allan. A Génese, 26ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1984. Cap. I item 38

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Nos momentos difíceis: Trabalho, solidariedade e tolerância

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 26, 2018 10:05 am

Felipe Estabile Moraes

Encontramos na “Biografia do Sr. Allan Kardec”, publicada na Revista espírita de Maio de 1869, a orientação de que o Codificador “Em sua bandeira, inscrevera o mestre estas palavras:
Trabalho, solidariedade, tolerância.
Sejamos, como ele, infatigáveis; sejamos acordemente com os seus anseios, tolerantes e solidários e não temamos seguir-lhe o exemplo, reconsiderando, quantas vezes forem precisas, os princípios ainda controvertidos.
Apelemos ao concurso e às luzes de todos.
Tentemos avançar, antes com segurança e certeza, do que com rapidez, e não ficarão infrutíferos os nossos esforços se, como estamos persuadidos, e seremos os primeiros a dar disso exemplo, cada um cuidar de cumprir o seu dever, pondo de lado todas as questões pessoais, a fim de contribuir para o bem geral.”
Em momentos difíceis, como o que estamos vivendo hoje no planeta Terra, em sua fase de transição de “Mundo de Provas e Expiações’ para o “Mundo de Regeneração”, e em especial no Brasil, o “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, é imperioso observamos o lema de Allan Kardec, em nossa vida.
Precisamos trazer à mente e ao sentimento a necessidade de trabalharmos incansavelmente em favor da nossa evolução espiritual.
Termos solidariedade com aqueles que ombreiam connosco a jornada. Tolerância com todas as criaturas, reconhecendo as diversas etapas evolutivas em que nos encontramos.
Emmanuel, na mensagem “Trabalho, solidariedade, tolerância” (Mensagem psicografada por ocasião do 2º Congresso Espírita do Estado de Minas Gerais), publicada no livro “Mentores e Seareiros” , nos alerta:
“Allan Kardec, o Apóstolo, foi claro em suas linhas primordiais, na edificação Doutrinária.
Nosso esquema é — TRABALHO.
Nosso lema é — SOLIDARIEDADE.
Nossa senha é — TOLERÂNCIA.
(...)
Não olvideis!
A nossa tarefa não é tão somente aquela da demonstração positiva da sobrevivência do homem além da morte, mas, acima de tudo, é a obrigação de materializarmos, cada dia, a essência dos ensinos cristãos em nossas vidas, convertendo o Espiritismo, sob a égide do Evangelho de Jesus, na religião da paz e da felicidade para o mundo inteiro.”
E perguntamos a nós mesmos: qual tem sido o nosso esquema?
O nosso lema? A nossa senha?
É preciso que vivenciemos as provas e experiências do mundo das formas.
Entretanto, de que forma o fazemos, considerando o conhecimento Espírita que temos?
Esta é uma reflexão fundamental para os dias de hoje.
Nos envolvemos nas notícias, no quotidiano e sentimos as dificuldades.
Paramos para pensar: estamos materializando a essência do dos ensinos cristãos, à luz da Doutrina Espírita?
Novamente buscamos Emmanuel, no Livro Luz no Caminho, com a mensagem também denominada “Trabalho, solidariedade, tolerância”
“O trabalho edifica.
A solidariedade aperfeiçoa.
A tolerância eleva.

Trabalhando, melhoramos a nós mesmos.
Solidarizando-nos, enriqueceremos o mundo.
Tolerando-nos, engrandeceremos a vida.
Para trabalhar, com êxito, é necessário obedecer a lei.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 26, 2018 10:06 am

Para solidarizar-nos, com proveito, é indispensável compreender o bem e cultivá-lo.
Para tolerar-nos, em sentido construtivo, é imprescindível amar.
Em vista disso, o Mestre Divino, há quase dois milénios, afirmou para o mundo:
“Meu Pai trabalha, até hoje, e eu trabalho também.” ( † )
“Estarei convosco até o fim dos séculos.” ( † )
“Amai-vos, uns aos outros, como eu vos amei.”
( † )
Trabalhemos, então, construindo.
Solidarizemo-nos, beneficiando.
Toleremo-nos, amando sempre.

Vinculada aos fundamentos divinos, a sublime trilogia da Allan Kardec é plataforma permanente, em nossos círculos doutrinários, constituindo lema substancial que não pode morrer.”
É um convite para agirmos não apenas na instituição espírita onde damos a nossa cota de cooperação e onde temos a oportunidade do aprendizado.
É um convite para que tenhamos o lema de Kardec em todos os momentos de nossa vida.
E, em especial, naqueles mais difíceis, quando colocamos a prova os nossos aprendizados e as conquistas amealhadas ao longo de nossas experiências evolutivas.
Assim, devemos estar atentos às circunstâncias em que estamos envolvidos em nossa vida.
Certos de que o Governador Espiritual do Planeta está na condução dos processos quer permitem a nossa redenção espiritual.
Vale relembrar a sua consoladora, acolhedora e carinhosa orientação aos discípulos, no Evangelho de João, Capítulo 14:14:
“Não se turbe o vosso coração.
Vós que acreditais em Deus; crede também em mim.”
Sigamos como Cristo, com trabalho, solidariedade e tolerância!

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty CONSCIÊNCIA ESPÍRITA

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 26, 2018 7:56 pm

A queda maior é saber e não fazer.
Diz você que não compreende o motivo de tanta auto-censura nas comunicações dos espíritas desencarnados.
Fulano, que deixou a melhor ficha de serviço, volta a escrever, declarando que não agiu entre os homens como deveria; sicrano, conhecido por elevado padrão de virtudes, regressa, por vários médiuns, a lastimar o tempo perdido...
E você acentua, depois de interessantes apontamentos:
- Tem-se a impressão de que os nossos confrades tornam, do Além, atormentados por terríveis complexos de culpa.
Como explicar o fenómeno?
Creia, meu caro, que nutro pessoalmente pelos espíritas a mais enternecida admiração.
Infatigáveis construtores do progresso, obreiros do Cristianismo Redivivo.
Tanta liberdade, porém, receberam para a interpretação dos ensinamentos de Jesus que, sinceramente, não conheço neste mundo pessoas de fé mais favorecidas de raciocínio, ante os problemas da vida e do Universo.
Carregando largos cabedais de conhecimento, é justo guardem eles a preocupação de realizar muito e sempre mais, a favor de tantos irmãos da Terra, detidos por ilusões e inibições no capítulo da crença.
Conta-se que Allan Kardec, quando reunia os textos de que nasceria O Livro dos Espíritos, recolheu-se ao leito, certa noite, impressionado com um sonho de Lutero, de que tomara notícias.
O grande reformador, em seu tempo, acalentava a convicção de haver estado no paraíso, colhendo informes em torno da felicidade celestial.
Comovido, o codificador da Doutrina Espírita, durante o repouso, viu-se também fora do corpo, em singular desdobramento...
Junto dele, identificou um enviado de Planos Sublimes que o transportou, de chofre, a nevoenta região, onde gemiam milhares de entidades em sofrimento estarrecedor.
Soluços de aflição casavam-se a gritos de cólera, blasfémias seguiam-se a gargalhadas de loucura.
Atónito, Kardec lembrou os tiranos da História e inquiriu, espantado:
- Jazem aqui os crucificadores de Jesus?
- Nenhum deles - informou o guia solícito.
Conquanto responsáveis, desconheciam, na essência, o mal que praticavam.
O próprio Mestre auxiliou-os a se desembaraçarem do remorso, conseguindo-lhes abençoadas reencarnações, em que se resgataram perante a Lei.
- E os imperadores romanos?
Decerto, padecerão nestes sítios aqueles mesmos suplícios que impuseram à Humanidade...
- Nada disso. Homens da categoria de Tibério ou Calígula não possuíam a mínima noção de espiritualidade.
Alguns deles, depois de estágios regenerativos na Terra, já se elevaram a esferas superiores, enquanto que outros se demoram, até hoje, internados no campo físico, à beira da remissão.
- Acaso, andarão presos nestes vales sombrios - tornou o visitante - os algozes dos cristãos, nos séculos primitivos do Evangelho?
- De nenhum modo - replicou o lúcido acompanhante -, os carrascos dos seguidores de Jesus, nos dias apostólicos, eram homens e mulheres quase selvagens, apesar das tintas de civilização que ostentavam...
Todos foram encaminhados à reencarnação, para adquirirem instrução e entendimento.
O codificador do espiritismo pensou nos conquistadores da Antiguidade, Átila, Anibal, Alarico I, Gengis Khan...
Antes, todavia, que enunciasse nova pergunta, o mensageiro acrescentou, respondendo-lhe à consulta mental:
- Não vagueiam, por aqui, os guerreiros que recordas...
Eles nada sabiam das realidades do espírito e, por isso, recolheram piedoso amparo, dirigidos para o renascimento carnal, entrando em lides expiatórias, conforme os débitos contraídos...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 26, 2018 7:56 pm

Então, diz-me - rogou Kardec, emocionado -, que sofredores são estes, cujos gemidos e imprecações me cortam a alma?
E o orientador esclareceu, imperturbável:
- Temos junto de nós os que estavam no mundo plenamente educados quanto aos imperativos do Bem e da Verdade, e que fugiram deliberadamente da Verdade e do Bem, especialmente os Cristãos Infiéis de todas as épocas, perfeitos conhecedores da lição e do exemplo do Cristo e que se entregaram ao mal, por livre vontade...
Para eles, um novo berço na Terra é sempre mais difícil...
Chocado com a inesperada observação, Kardec regressou ao corpo e, de imediato, levantou-se e escreveu a pergunta que apresentaria, na noite próxima, ao exame dos mentores da obra em andamento e que figura como sendo a Questão número 642, de O Livro dos Espíritos:
- Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal? - indagação esta a que os instrutores retorquiram:
- Não; cumpre-lhe fazer o bem, no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.
Segundo é fácil de perceber, meu amigo, com princípios tão claros e tão lógicos, é natural que a consciência espírita, situada em confronto com as ideias dominantes nas religiões da maioria, seja muito diferente.

Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Cartas e Crônicas. Lição nº 07. Página 34.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 24 Empty A paixão... ah... a paixão....

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Dez 27, 2018 10:18 am

Breno Henrique de Sousa

- A paixão, meu amigo, é uma febre efémera resultado de uma reacção bioquímica, que como qualquer outra reacção é temporária.
É uma emoção anfetamínica.
Em linguagem mais psicológica, podemos dizer que é um fenómeno de projecção onde nos apaixonamos por nossa contra-parte idealizada na outra pessoa.
É tão só um deslumbramento passageiro.
Eu já superei tais infantilidades psicológicas.
Apaixonar-se na origem da palavra grega significa estar submetido a algo ou a alguém de maneira que não somos mais senhores de nós mesmos.
Deus me livre de tão triste situação!
Sou livre e por isso não preciso me apaixonar, só o amor é verdadeiro, a paixão é uma ilusão que deve ser vencida.
Os especialistas já dizem que a paixão é passageira e que não tarda mais que dois ou três anos para cessar por completo, por que perder tempo com tal coisa?
Sempre escuto algumas pessoas falarem assim.
Na verdade eu nunca acreditei tanto nessas palavras, parece que estou lendo um dicionário ou um manual de patologias psíquicas para falar de um fenómeno de natureza tão oposta.
É como colocar um narrador de futebol para traduzir uma sinfonia de Mozart.
Sempre me intrigou o fato de que se o princípio que rege as paixões é falso, por que então ele existe na natureza?
Por que permite Deus que nos apaixonemos?
Allan Kardec não deixou isso passar despercebido e mais uma vez me surpreendeu.
O Espiritismo, quando o conheci, que se me desvendava uma Doutrina tão racional, em minha expectativa teria uma opinião próxima a do primeiro parágrafo, mas vejamos o que Kardec pergunta e qual a resposta dos Espíritos em O Livro dos Espíritos:
Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na Natureza?
“Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas.
O abuso que delas se faz é que causa o mal.”
Que maravilha de resposta!
O princípio que origina as paixões foi colocado em nós para o bem.
Não é apenas uma trama cruel de nossos genes ou uma armadilha psicológica.
É bem verdade que a paixão, assim como todos os sentimentos, tem uma fundamentação biológica.
O corpo humano é um complexo concebido para manifestar as possibilidades do ser espiritual, assim como responde ao comando mecânico de nossa vontade, é preparado para responder emocionalmente de forma que os hormónios desencadeiam uma série de reacções que conhecemos muito bem quando estamos com raiva, ou quando estamos apaixonados.
Também é verdade dizer que ao nos apaixonarmos projectamos nossas necessidades e expectativas no outro, de forma que o outro se torna a ilusão do que sonhávamos para atender nossas necessidades e caprichos.
Mas a paixão só é destruidora para as almas inferiores porque as pessoas desequilibradas não conseguem ter domínio sobre a paixão e usufruir dela moderadamente.
A paixão, assim como qualquer outra coisa, torna-se-lhes um factor de desequilíbrio.
Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar.
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