LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty As aflições humanas: causas anteriores

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 10:21 am

Há muitas coisas na existência que nos causam dúvidas curiosas.
Há muita coisa que se não sabe de onde é que vem, porque acontece, como é que ocorre.
Basta olharmos as nossas crianças.
Desde novinhas, demonstram coisas curiosas para nós, nos dizem coisas que nunca lhes ensinamos, apresentam situações que nunca esperamos.
Crianças que nascem microcéfalas, com o crânio reduzido; macrocéfalas, com o crânio ampliado; crianças que nascem sem cérebro, anencéfalas; crianças que nascem surdas, mudas, que ficam paralíticas, sem nenhuma razão exterior palpável.
As mães fizeram pré-natais notáveis, sérios, com bons médicos e os filhos nascem com lesões irreversíveis.
Encontramos situações para as quais não vemos explicações imediatas na vida que temos.
Por que é que nascem crianças em Nova York, em São Paulo, em Tóquio, que não lhes falta nada e nascem outras em Serra Leoa, na Libéria, nos confins do Nordeste brasileiro às quais falta tudo?
Qual é a visão que temos dessas questões, se considerarmos as Leis de Deus?
Por que é que Deus faz isto?
Por que nascem crianças com todas as possibilidades de se desenvolver e nascem outras para as quais falta tudo?
As dificuldades homéricas para que se desenvolvam...
Como é que nascem crianças ricas, poderosas e outras miseráveis, famélicas?
Como explicar essas coisas?
Essas crianças não fizeram nada para merecer isso.
A voz popular diz que são verdadeiros anjinhos e uma mãe retém, nos seus braços, um anjinho marcado por doenças incuráveis ou por doenças gravíssimas tendo ela feito tudo o que era preciso fazer durante a gestação, tendo ela todo o amor do mundo para dar ao seu neném.
O que é que acontece?
Ficamos pensando nesses problemas para os quais não achamos explicações agora, nesta actualidade do mundo, mas nem por isso menos aturdentes.
São situações grotescas mesmo.
Como é que uma criança é violada?
É violentada e morta?
Como se justifica isto?
Somente na fereza do adulto que fez?
Como é que podemos justificar isso, se consideramos as Leis de Deus Leis de perfeição?
Isso faz com que muita gente estabeleça não crer mais em Deus porque seria impossível admitirmos esse Deus justo, amoroso, bom, paternal, Pai de toda a Humanidade, admitindo a unicidade das vidas.
Chegamos na Terra uma vez só, vivemos na Terra uma vez só.
Se for assim, a vida não merece ser vivida.
Essa miséria toda que se espalha no mundo, ao lado dessa riqueza toda que o mundo guarda.
Deus, de facto, não poderia existir.
O que acontece é que, às vezes, nos falta esse olhar para compreendermos que não estamos na Terra por primeira vez, nem pela última vez.
Adoptar a visão milenar reencarnacionista, não aquela que, por exemplo, têm os nossos irmãos indianos de que um familiar pode nascer num rato, num bicho qualquer, como havia na Grécia a ideia da metempsicose; seres humanos que podiam nascer em corpos de plantas ou de bichos.
Não, não é por aí.
Admitimos, sim, que as almas voltam para habitar novos corpos, para viver de novo na Terra, mas em corpos humanos e, nesses corpos humanos é que elas terão que dar conta do que desarranjaram no seu passado, quando viveram em outros corpos humanos.
* * *
Diante dessas situações, temos que admitir que não existe uma única existência na Terra, não existe uma única vida na Terra.
Lembramos do texto do Evangelista João, no seu capítulo terceiro, onde há uma conversa entre Jesus e o Rabi Nicodemos quando Ele diz que:
Aquele que não nascer de novo, não verá o Reino dos Céus.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 10:22 am

Nicodemos pergunta ao Mestre Jesus:
Como pode um homem, sendo velho, voltar ao ventre de sua mãe para tornar a nascer?
Nicodemos tinha entendido, não tinha admitido que pudesse acontecer isso.
Como é que um homem velho...?
E Jesus Cristo redargue:
Aquele que não nascer da água e do Espírito, não verá o Reino dos Céus.
Naturalmente que, ao longo das idades, já no século XX, os cientistas demonstraram que um corpo físico é um corpo de água.
Demonstraram que a vida orgânica nasceu no seio das águas, ainda nos tempos remotos da Terra.
E nascer do Espírito é essa renovação que o corpo físico nos permite viver.
Estamos num corpo físico para aprender a iluminar o Espírito, para trabalhar essa questão da alma.
Então aqueles equívocos, aqueles erros que perpetramos em outras vidas, em outras existências, não se apagaram.
Mas não foi outra pessoa que viveu esse passado?
Sim, foi outra pessoa, mas o mesmo indivíduo.
A pessoa, a personalidade é a máscara; Persona, do latim, quer dizer máscara, cara.
Em cada existência, mudamos de face, mudamos de cara, mudamos de persona, mudamos a personalidade, mas é o mesmo indivíduo mudando de caras, mudando de máscaras.
Quando trocamos de roupa, não deixamos de ser quem somos.
Então, os erros que cometemos no passado voltam connosco.
Estamos de roupa nova, mas a alma é a mesma e temos que dar conta disto.
Os acertos que tenhamos feito no passado também retornam connosco.
É por isso que já merecemos uma sociedade com progressos, já temos luz eléctrica, já temos vacinas, já temos remédios, já temos uma moradia boa.
Isso tudo corresponde ao bem que já espalhamos na Terra, ao bem que já fizemos na Terra, às realidades luminosas que inauguramos na Terra.
No entanto, os erros cometidos, os enganos perpetrados, Cristo disse:
Só saireis daí depois de pagardes o último quadrante, a última moeda.
É importantíssimo perceber que a Terra é, ao mesmo tempo, uma escola, também um hospital, também uma cadeia, dependendo daquilo que estejamos fazendo aqui.
Quem precisa continuar aprendizados que não foram concluídos no seu passado e está na Terra, a Terra se lhe mostra uma escola.
Quem não foi punido pela justiça no passado, foi esperto e escapou da lei, para esses, quando retornam, a Terra é a mão da justiça, é um presídio, é um cárcere.
Para aqueles que criaram patologias nas vivências desorganizadas do seu passado, os que se encheram de drogas, de excessos e infelicitaram a vida e saíram do corpo mais cedo, voltam à Terra e, para esses, a Terra é um hospital.
De qualquer forma, seja uma escola, um hospital, uma oficina de trabalhos, seja um presídio, a Terra é o nosso campo abençoado de oportunidades.
Tudo quanto não temos explicações na actualidade, essas explicações estão no nosso passado, nas coisas que fizemos, positivas ou negativas.
Todos estamos na Terra nascidos de novo, como lembrou Jesus.
Quem não nascer de novo, não progride, não avança, não melhora, não tem tempo para isto.
Seria terrível em uma única existência definirmos tudo.
Quem vive cem anos na Terra não aprende tudo.
Imaginemos quem nasce e morre, quem morre jovem não aprendeu tudo, nem no mundo do intelecto, nem no campo da moral, da ética.
É por isso que precisamos voltar à essa escola, voltar a esse cárcere, voltar a esse hospital, voltar a esse campo de aprendizados, que é a Terra.
Todas as questões para as quais não encontremos respostas hoje, essas respostas estão no ontem nosso, pessoal ou no ontem da Humanidade.

Raul Teixeira

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Ela, a “dona” do corpo, tem o direito de matar o bebé no útero?

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 17, 2018 8:33 pm

Jorge Hessen

Ao explanar sobre o assombroso crime do aborto , sucessivamente toparemos com histórias monstruosas, abomináveis e desonrosas.
Gerald Warner, no Scotland on Sunday, assegura que "o lugar mais perigoso do mundo para uma criança na Escócia é o útero da mãe.
Em 2010, a mortalidade infantil levou 218 crianças escocesas à morte". [1]
O debate sobre a legalização do aborto no Brasil é mantido pertinazmente pelos arautos da morte.
Há expressivos grupos de fanáticos abortistas e feministas de plantão alegando que a mulher é “dona” do próprio corpo e deve ter soberania sobre ele, podendo ela mesma auto decretar a interrupção da sua gravidez.
Os insanos defensores da legalização do aborto evocam as péssimas condições em que são realizados os procedimentos nas clínicas “clandestinas”.
Porém, em que pese tal argumento, não nos enganemos, imaginando que o aborto oficial irá resolver a questão do assassínio das crianças no útero; ao contrário, alargará bastante!
É mais do que evidente que seguirá a ser praticado em segredo e não controlado, pois a clandestinidade é cúmplice do anonimato e não exige explicações das mulheres que esconderão da sociedade o monstruoso delito praticado.
É urgente destacar que o primeiro dos direitos naturais do homem é o direito de viver.
O primeiro dever é defender e proteger o seu primeiro direito: a vida.
Na verdade, a prática do aborto é uma das grandes matrizes de moléstias de etiologia obscura e de obsessões catalogáveis na patologia da mente, levando os seus autores a ocupar vastos departamentos de hospitais e prisões.
Além do que, à luz da reencarnação, o filho que não é aceito no lar, pela gravidez interrompida criminosamente, adentrará um dia no seio da família dos abortistas, na condição de filhos, netos, bisnetos com gravíssimos problemas comportamentais como consequência natural para a devida reparação moral dos que se comprometeram com o mal.
Não nos enganemos, a medicina que executa o aborto nos países que já legalizaram o assassínio do bebê no ventre materno é uma medicina criminosa.
Não há lei humana que atenue essa situação ante a Lei de Deus.
Muitos tribunais da Terra condenam, em sua maioria, a prática do aborto.
Lembremos também que as Leis Divinas, por seu turno, actuam inflexivelmente sobre os que alucinadamente o provocam.
Fixam essas leis no tribunal das próprias consciências culpadas tenebrosos processos de reparação que podem conduzir os culpados às graves moléstias físicas e psicológicas, agora ou mais tarde.
Certa ocasião Chico Xavier advertiu que “se anos passados houvesse a legalização do aborto, e se aquela que foi a minha querida mãe entrasse na aceitação de semelhante legalidade, legalidade profundamente ilegal, eu não teria tido a minha actual existência, em que estou aprendendo a conhecer minha própria natureza e a combater meus defeitos, e a receber o amparo de tantos amigos, que qual você, como todos aqui, nos ouvem e me auxiliam tanto.” [2]
Não é nossa intenção lançar censuras desapiedadas às mulheres que abortaram, até para que não caiam na vala profunda da desesperança.
Nosso objectivo é iluminá-las com o fanal do esclarecimento para que enxerguem mais adiante a opção do Trabalho e do Amor, sobretudo nas adopções de filhos rejeitados que actualmente jazem nos orfanatos.
Urge reflectir que Deus é amor e os mecanismos naturais de “causa e efeito” não significa ser uma estrada de mão única.
É um instrumento para nós nos protegermos de nós mesmos e tais mecanismos admitem reparações, oferecendo oportunidades ilimitadas para que todos possam consertar seus enganos!
Errar é humano e com o erro deve-se aprender e reaprender, deste modo, ao invés de se fixarem no remorso inútil, aproveitem a má experiência como uma boa oportunidade para mudança de rumo com o discernimento consciente e responsável.

Referências:
[1] Disponível em http://www.zenit.org/pt/articles/o-aborto-e-o-infanticidio, acesso 26/06/2018
[2] Disponível em https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TXavieriano/Livros/Eco/Eco19.htm, acesso em 26/06/2018

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty COMO É A VIDA DE UM ESPÍRITO SEM RUMO QUE VAGA ENTRE NÓS?

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 18, 2018 10:09 am

Na revista espírita de 1859, há uma história de um espírito sem rumo que veio sem aviso prévio para uma reunião de médiuns.
O capítulo, que começa na página 201, discute a vida de um espírito desordeiro que vagueia pela terra.
O espírito, que era um desocupado, morreu na idade de vinte anos.
Na verdade, ele não era um espírito malvado, mas também não era bom.
Quando ele faleceu, ele não foi exilado para as piores secções das Zonas Umbralinas, ele foi “condenado” a ficar na superfície da Terra connosco.
Na página 205, foi perguntado mais ou menos assim:
Como você passa seu tempo?
— Não tenho outra preocupação senão me divertir e ser informado sobre os eventos que podem ter influência sobre o meu destino.
— Eu vejo muitas coisas.
Passo parte do tempo nas casas dos meus amigos, no teatro …
Às vezes acho coisas engraçadas …
Se as pessoas só sabem que têm companhia quando pensam estar sozinhas!
Finalmente, eu vou de modo a tornar a passagem do tempo tão leve quanto possível …
Eu não saberia quanto tempo isso vai durar, no entanto, eu fui assim por um tempo …
Você já viu muitos casos como esse?
Você está mais feliz do que quando estava vivo?
— Não.
O que é que você está perdendo?
Você não precisa de mais nada; Você já não sofre; Você não tem dificuldades de falência; Você vai a toda parte e vê tudo; Você não tem medo das preocupações ou doenças humanas, nem das doenças da idade.
Não seria assim uma vida feliz?
— Falta a realidade dos prazeres.
Não estou suficientemente elevado para desfrutar da felicidade moral.
Desejo tudo o que vejo e esse é o meu próprio castigo; Eu fico entediado e tento matar o tempo do jeito que posso!
E como isso dura …
— Prefiro sentir as misérias da vida do que essa ansiedade que me tortura.
Você disse que iria visitar seus amigos.
Não é uma distracção real?
— Meus amigos não conseguem sentir minha presença.
Além disso, eles nem sequer se lembram de mim.
Isso me machuca.
— Sem sentido e inúteis como eu; Isso me aborrece.
A companhia deles não me é agradável.
Aqueles que pensam e são felizes ficam longe de mim.
Um exemplo perfeito de sofrimento por uma pessoa que se tornou um espírito, que não possuía nenhuma bússola moral.
A pobre alma é condenado a viver no mundo espiritual como sem rumo, assim como viveu no mundo físico.
Você já parou para imaginar o número de espíritos que nos rodeiam, homens e mulheres, que morreram sem um objetivo maior em mente.
Sem a ambição de melhorar espiritualmente.
Esperemos que eles descubram como ascender no mundo espiritual.
Espíritos semelhantes ao jovem errante são uma das razões, enquanto o cuidado deve ser tomado.
Uma obra clássica do espiritismo, através dos ensinamentos de de Allan Kardec, é O Livro dos Médiuns, que nos ensina a discernir entre o espírito sério e o espírito desordeiro.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Porta estreita ou Caminho recto e largo?

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 18, 2018 8:08 pm

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram.
– Quão pequena é a porta da vida!
Quão apertado o caminho que a ela conduz!
E quão poucos a encontram! [S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.]
Necessário é ter toda atenção nas nossas escolhas presentes, pois são justamente elas que vão influenciar, decisivamente, de forma negativa ou positiva na expiação ou prova a que estaremos submetidos por força da Lei de Causa e Efeito nas reencarnações futuras.
É muito comum depararmos com companheiros que ainda interpretam ao pé da letra algumas dessa passagem bíblicas como esta do Evangelho de Mateus sobre a porta estreita, por entenderem que o homem foi punido em desobediência aos desígnios de Deus, fazendo por merecer esse justo “castigo” da perda do paraíso o que exigirá do indivíduo grandes esforços para suportar os suplícios e martírios pelos quais Deus resolveu castigá-lo.
Alguns desses companheiros trazem, arraigado, em seus psiquismos a velha e viciada visão do Deus cruel, vingador, irascível, que pune os que não cumprem suas determinações, condenando o infeliz por sua desobediência a duros castigos, pensamento esse fruto do ensino religioso ultrapassado e sem coerência, em total desacordo com a filosofia proposta pela Doutrina Espírita que nos vem provar que Deus é acima de tudo um Pai amoroso, bom e justo.
Fácil entender que se nós como pais de um planeta de provas e expiações, com a nossa acanhada visão espiritual, não aceitamos condenar um filho nosso que tenha caído em erro, pois lhe concedemos sempre nova oportunidade de recuperar-se do erro cometido, e até mesmo assumimos muitos desses erros, quitando o débito com o outro a quem nosso filho contraiu a dívida a fim de não assistirmos sua desventura, quanto mais esse Pai, criador de tudo e de todos, detentor de todas as virtudes em grau absoluto.
O Evangelho de Jesus reporta à porta estreita como sendo a porta que dá acesso à salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo, é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se dispõem a fazer, e que é larga a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más que nos induzem ao erro sem qualquer exigência de reforma íntima.
Sabemos que somos portadores de incontáveis vícios que trazemos, arraigado em nosso espírito milenar e, por isso mesmo o maior número de criaturas enveredam pelo caminho do mal na hora que é chamado a optar pelo caminho a trilhar usando o livre arbítrio, e assumindo, portanto, as consequências de nossas escolhas.
A transformação da Terra de mundo de prova e expiação para uma situação melhor, com a consequente perda do predomínio do vício e da maldade, exige o esforço e a participação de cada um de nós, pois o crescimento do bem e o desaparecimento paulatino do mal exigem trabalho, persistência paciência, conforme contido em O Livro dos Espíritos. Vejamos:

“932. Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
Por fraqueza destes.
Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos.
Quando estes o quiserem, preponderarão.” [1]

No Capítulo VI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador, João XIV, vv.15 a 17 e 26, o Espírito de Verdade, vem trazer-nos os esclarecimentos que nos faltavam a cerca do assunto afirmando-nos:
“Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho recto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade”. [2]
Somos em verdade os construtores do nosso próprio destino e como vimos acima, o caminho que conduz ao Pai é recto e largo e nós é que decidimos por afastarmo-nos dele e seguir as facilidades e tentações das vielas, e dos atalhos, e estamos colhendo, justamente, os frutos da nossa atitude, submetidos às Leis divinas que estabelecem que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória” e ainda “a cada um segundo as suas obras”.
Entendemos, dessa forma, que as palavras “entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz”, devem, pois, serem entendidas em sentido relativo e não em sentido absoluto.
Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade, teria Deus condenado à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição inadmissível desde que se reconheça que Deus é todo “justiça” e “bondade”.
“Assim, se recebeste a espada simbólica que o Mestre nos trouxe à vida, lembra-te de que a batalha instituída pela lição do Senhor permanece viva e rija, dentro de nós, a fim de que, ensarilhando sobre o pretérito a espada de nossa antiga insensatez, venhamos a convertê-la na cruz redentora em que combateremos os inimigos de nossa paz, ocultos em nosso próprio “eu”, em forma de orgulho e intemperança, egoísmo e animalidade, consumindo-se ao preço de nossa própria consagração à felicidade dos outros, única estrada susceptível de conduzir-nos ao império definitivo da Grande Luz”. [3]
Urge empenharmo-nos na nossa melhoria individual, arando o campo de nossos corações e plantando as sementes de uma safra farta e proveitosa para o nosso crescimento espiritual, contribuindo assim para a melhoria da comunidade em que fomos situados pela misericórdia divina, fazendo o que nos compete fazer, como contribuição para a implantação e crescimento do bem em nosso planeta.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. FEB 76ª edição;
(2) KARDEC, ALLAN. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB 112ª edição – Capítulo VI;
(3) XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO. Espírito Emmanuel. Ceifa de Luz, Cap. 5.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty A transitória maldade humana

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:38 am

E as paixões hoje são quase as mesmas de ontem, senão mais açuladas, mais violentas e devastadoras, no homem que prossegue inquieto.
Joanna de Ângelis

A maldade dos homens sempre inquietou os pensadores dos mais diversos campos do saber e da acção humana: filosofia, ciência, arte, religião.
Recentemente o Jornal do Brasil publicou em seu caderno Ideias uma resenha sobre uma obra que trata deste tema.
O livro em questão é O mal no pensamento moderno, de Susan Neimam e o título e subtítulo da matéria, assinada por Joel Macedo, é também expressivo:
“O mal nosso de cada dia - Filósofa parte do terremoto de Lisboa para mostrar como o mal deixou de ser divino para se tornar criação do homem”.

Para a autora, o terremoto de Lisboa em 1755 é um divisor de águas nas concepções sobre o mal.
Antes deste evento que abalou a Europa, prevalecia “a visão de males naturais como punição para males morais”.

Nas palavras do resenhista:
Lisboa aboliu as causas morais, absolveu Deus e os pecados colectivos, e os terremotos passaram a ser vistos como desastres naturais, algo fora da intenção divina ou responsabilidade humana.
Explicar o mal como processos naturais, implicando mais a natureza em si, foi uma forma de tornar o mundo menos ameaçador.
Deus não é mais agente punitivo, causa de males que retornam aos homens como forma de castigo.
O mal depois de Lisboa é reduzido ao seu aspecto moral, aquele praticado pelo homem, por deliberação de sua vontade.
Dentro de certos padrões previsíveis os males humanos pareciam não mais destinados a inquietar os filósofos, pois que o mal parecia ter limites...
O Holocausto (extermínio dos judeus e outras vítimas durante a Segunda Grande Guerra), no entanto, reavivou a discussão sobre os limites da barbárie, da perversão humana, lançando na atmosfera intelectual europeia e mundial uma onda de pessimismo e descrença.
Apesar da descrença na Providência Divina, que se acentuaria no pós-guerra, vozes se levantaram para absolver Deus, por sua possível omissão diante das atrocidades.
(Não se acredita muito Nele, mas quando ocorre algo grave, O acusamos de não se fazer presente, quando Ele na verdade, nem mesmo fora convidado a participar de nossas vidas, antes das tragédias...)
Estamos nos referindo particularmente a Hanna Arendt.
Filósofa judia, radicada nos Estados Unidos, ela estudou profundamente as questões do mal e suas discussões estão presentes no livro Eichmann em Jerusalém, que trata do julgamento do carrasco nazista, responsável pela morte de milhares de pessoas.
Partindo do caso Eichmann ela pondera que o mal pode tornar-se banal e espalhar-se pelo mundo dos homens como um fungo, porém apenas em sua superfície.
As raízes do mal não estão definitivamente instaladas no coração do homem e por não conseguirem penetrá-lo profundamente a ponto de fazer nele morada, podem ser arrancadas.
A sua defesa da Divindade encontra-se no trecho de uma carta enviada a um amigo, na qual afirma que “O mundo como Deus o criou parece-me um mundo bom.''
Com Deus absolvido (mesmo que parcialmente) pela criação do mal e suas consequências, vejamos a visão espírita sobre esta questão.

A visão espírita do mal
Para a doutrina dos espíritos o mal é criação do próprio homem e não tem existência senão temporária, transitória, pois no arranjo maior da Vida não tem sentido a permanência do mal.
O mal, desta forma, faz parte do aprendizado, porém na condição de resíduo; por isso, ele deve ser descartado em algum momento.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:39 am

Conforme Kardec aponta em Obras Póstumas “Deus não criou o mal; foi o homem que o produziu pelo abuso que fez dos dons de Deus, em virtude de seu livre arbítrio.”
Este pequeno trecho compõe um dos mais belos ensaios que Kardec deixaria, não intencionalmente, para publicação posterior.
Trata-se de O egoísmo e o orgulho:
suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los.
O mestre leonês, ao desenvolver o tema, parte do pressuposto de que o instinto de conservação, natural e necessário para a sobrevivência do homem está na origem do egoísmo e do orgulho.
Este e outros instintos têm a sua razão de ser.
No entanto, o homem abusa destes instintos, por conta do apego às sensações que as impressões da matéria lhes causam.
Vive então, (e aqui começa nossa análise), a sua longa epopeia rumo à maturidade, devendo liberar-se de tudo que signifique retenção a esta fase infantil, de imaturidade, de apego ao ego, em que tudo deve girar ao nosso redor.
Na mensagem “A lei de amor”, de Lázaro, presente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o autor afirma que:
Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos.
E o ponto delicado do sentimento é o amor...
Os instintos, as sensações e os sentimentos estarão presentes na existência humana em determinadas combinações, durante todo o processo evolutivo, com a preponderância de alguns sobre os outros.
Na fase inicial de sua jornada – na condição de simples e ignorante – é possível que o instinto lhe seja o melhor guia; à medida que desenvolve as potências da alma – a inteligência, a vontade – ele tende a apegar-se às sensações, pois não desenvolveu ainda, na mesma proporção os sentimentos, que permanecem como presença latente e promessa futura; como a inteligência desenvolve-se mais rapidamente, na ausência de sentimentos como a fé, a esperança, a caridade, o homem tende a prender-se à sensações materiais; por fim, aliando a inteligência (instruído) e as experiências de vida (depurado), o sentimentos começam a ocupar maiores espaços de manifestações anímicas no homem.
Podemos, assim, afirmar que os instintos e as sensações ainda convivem connosco hoje, pois como espíritos encarnados, imersos em um corpo físico, estamos sujeitos às leis e às atracções da matéria, porém os sentimentos tendem a dominar-nos a alma, aliado à inteligência, que já temos desenvolvido sob as suas diversas modalidades.
Retomando o ensaio de Kardec, este vai insistir no debate em torno do egoísmo e do orgulho, situando-os como causa de todos os males.
Um outro conceito precisamos analisar, porém, neste momento, antes de prosseguirmos e aprofundarmos esta questão.
Trata-se do conceito de paixão.

O conceito de paixão
A definição de paixão encontrada nos dicionários pode nos ajudar a compreender, antecipadamente, o que desejam expressar os espíritos e Kardec quando se utilizam deste termo.
Segundo o Aurélio paixão é um:
“Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão; Amor ardente; Inclinação afectiva e sensual intensa; Entusiasmo muito vivo por alguma coisa; Actividade, hábito ou vício dominador”.
Lendo um pequeno trecho das páginas iniciais de O Livro dos Espíritos (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita), encontramos Kardec a expressar-se nestes termos (p. 25):
O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará.
Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:40 am

Na mesma Introdução, quando trata da escala, das classes em que podemos situar os espíritos em sua trajectória evolutiva, o codificador afirma (p. 24):
Os [espíritos] das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas paixões:
o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se no mal.
Cabe-nos agora, destacar que o egoísmo e o orgulho compõem o que Kardec designa como sendo as paixões.
O que podemos confirmar quando lemos mais adiante, ainda na Introdução (p. 27):
Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual.
No capítulo em que trata da escala espírita, Kardec ao situar os Espíritos imperfeitos na terceira ordem, traça como seus caracteres gerais (p. 89):
“Predominância da matéria sobre o Espírito.
Propensão para o mal.
Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são consequentes.”
Será necessário darmos agora um salto e nos localizarmos na parte terceira de O Livro dos Espíritos (Das Leis Morais), no capítulo XII, Da perfeição moral, no item denominado justamente Paixões.
Abrangendo seis questões (907 a 912), Kardec faz um estudo breve, porém aprofundado deste tema, no diálogo que trava com os espíritos superiores que colaboram com a Codificação.

Em resumo eis o que apreendemos:
As paixões são constitutivas, fazendo parte do que podemos denominar de natureza humana.
O seu princípio não é originariamente mau, pois “o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem”.
São os acréscimos nossos, da vontade humana, os excessos, pois o “abuso que delas se faz é que causa o mal”. (questão 907)
Como já comentado por Kardec em linhas atrás, certas paixões “nos aproximam da natureza animal”; desligando-se, porém, o homem da matéria e suas atracções, por meio da acção de amor ao próximo, ele se aproxima “já neste mundo” de sua natureza espiritual.
Podemos inferir, pois, que as paixões, este “entusiasmo muito vivo por alguma coisa” ou este “sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade” na definição do Aurélio, transita na visão espírita da natureza animal à natureza espiritual.
Do instinto de conservação que nos impele a buscar tudo para nós mesmos, no desejo de preservarmos nossa vida a qualquer custo, em detrimento da vida alheia (quando próximos da natureza animal, nos primórdios das experiências humanas) transitamos para um outro extremo, que é a abnegação, que também na definição do Aurélio significa “renunciar a; sacrificar-se, mortificar-se, em benefício de Deus, do próximo, de si mesmo”.
Não à toa, o próprio sacrifício de Jesus, mormente na tradição católica (a morte na cruz) é denominado de Paixão (o próprio Aurélio indica o uso da maiúscula para assim o designar).
O governo da paixão é o que determina o limite em que se situa a fronteira entre o bem e o mal.
A paixão se torna um perigo quando perdemos o domínio sobre ela e causamos males aos outros ou a nós mesmos.
Como alavanca que pode decuplicar nossas forças, se mal accionada e direccionada pode voltar-se contra nós e nos esmagar. (questão 908)
Na resposta dos espíritos a Kardec é ainda dito que as paixões se assemelham a um corcel , um cavalo veloz, “que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar”.
A própria sabedoria popular nos ensina que a vaidade, ou o egoísmo ou o orgulho não causam mal desde que em doses adequadas.
Frases como “um pouco de vaidade faz bem à pessoa” e outras do género (quando ditas com sinceridade) correspondem exactamente ao que os espíritos em outras palavras referem-se ao domínio das paixões.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:40 am

É dito também que as paixões, além de ampliar as forças humanas, “auxiliam na execução dos desígnios da Providência”.
A paixão, como define o Aurélio, é também um ”entusiasmo muito vivo” e o termo entusiasmo corresponde a “exaltação ou arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob inspiração divina”, também significando “dedicação ardente, ardor”.
Logo, o homem quando se torna entusiasmado, no sentido mais elevado do termo, pode auxiliar nas tarefas que a Providência Divina lhe designa e de que o homem é instrumento.
O princípio das paixões tem por fundamento um “sentimento” ou uma “necessidade natural”; logo, as paixões não podem ser concebidas como um mal em si, pois elas são “uma das condições providenciais da nossa existência”; o excesso na utilização desta ferramenta é que causa o mal; as paixões que o aproximam da natureza animal o afastam da natureza espiritual; haverá, por outro lado, “predominância do espírito sobre a matéria” quando os homens utilizarem as paixões como instrumento a serviço dos bons sentimentos, o que os conduzirá mais rapidamente à perfeição que nos cabe atingir. (questão 908)
Os esforços, as tentativas para se atingir uma meta, podem conduzir o homem a “vencer as suas más inclinações”.
Porém, o homem não costuma exercitar-se neste sentido, o que lhe exigiria, em verdade, “esforços muito insignificantes”. (questão 909)
Kardec e os espíritos relacionam nesta questão a má utilização das paixões e as más inclinações, tendências, tornando-as sinónimas.
Os espíritos então nos afirmaria, de outra forma, que o governo, o domínio que pode se pode ter sobre as paixões não exige, comummente, grandes esforços, mas apenas dedicação, persistência.
O homem pode contar com os bons espíritos, cuja missão é auxiliá-los, caso deseje vencer suas más paixões ou inclinações. (questão 910)
Há uma inscrição no pórtico de Delfos, na Grécia, dizendo que “invocado ou não ele estará sempre presente”; a divindade ou Deus sempre está presente em nossas vidas, mesmo que não solicitemos...
O mesmo ocorre com os bons espíritos, que nos assiste, nos auxiliando sempre.
A despeito de nossa rebeldia e, às vezes, do nosso mergulho deliberado no mal, eles esperam pacientemente uma oportunidade para nos reerguer, colocando-nos em condições de retomar a caminhada no rumo do Bem.
Se invocados (e invocar é solicitar ajuda ou intercessão de alguém) ou se evocados (evocar é chamar a si, reclamar a presença de alguém) os espíritos amigos haverão de nos auxiliar a vencer nossas más paixões ou más tendências, inclinações.
A vontade pode sempre triunfar sobre as más paixões, dominando-as.
Os homens, no entanto, que se comprazem com o mal, que lhes proporciona prazer, pela afinidade com tudo o que se aproxima dessa sua transitória, mas obstinada natureza animal, são aqueles cuja “vontade só lhes está nos lábios”.
Aqueles que compreendem “a sua natureza espiritual” lutam por reprimir as próprias más tendências.
“Vencê-las é, para eles, uma vitória do Espírito sobre a matéria.” (questão 911)
É mais fácil, cómodo enganar-se, iludir-se do que se enfrentar nas lutas sem quartel que se tem que travar para a vitória sobre si mesmo, contra o mal existente dentro de nós mesmos.
A alavanca férrea da vontade, que nos pode ajudar a remover todos os obstáculos do caminho, precisa ser forjada todos os dias, retemperada pela oração e pela vigilância.
É necessário, portanto, estarmos atentos e em comunhão com o Alto, para não nos amolentarmos, pois é comum nos deixarmos arrastar pelos cantos de sereia da preguiça, da acomodação e dos prazeres que a isto conduz ou implica.
Por fim, o antídoto recomendado pelos espíritos no combate que se deve travar para vencer-se o “predomínio da natureza corpórea” é a prática da abnegação. (questão 912)
A própria definição do que é abnegação indica o que nos cabe fazer:
“renunciar a; sacrificar-se, mortificar-se, em benefício de Deus, do próximo, de si mesmo”.
Os verbos de que o dicionarista se utiliza para definir abnegação nos sugere dois tipos de atitude: a activa e a passiva.
Renunciar a alguma coisa é, aparentemente, uma atitude passiva, de deixar-se, abandonar-se, apagar-se ou até de fugir de alguma situação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:41 am

No entanto, ninguém pode renunciar às coisas do mundo em favor de algo ou alguém sem que mobilize as forças do pensamento e do coração, com “dedicação ardente, ardor” próprio de quem mobiliza o entusiasmo naquilo em que se empenha.
A abnegação é, enfim, um sentimento de renúncia, de sacrifício, de anulação do ego para a vivência ativa do amor ao próximo.
Bem, depois de termos examinado as questões 907 a 912, sobre as paixões, cabe-nos indicar que as questões que se seguirão trata do egoísmo.
Da questão 913 a 917 Kardec e os espíritos dialogam sobre esta “verdadeira chaga da sociedade”. Às más paixões ou más inclinações Kardec designará agora como vícios como se vê na questão 913:
“Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?”
A resposta é naturalmente o egoísmo, que está na raiz de todos os males (daí o adjetivo radical utilizado na pergunta).
E continuam os espíritos “Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa.
Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito...” (grifos nossos)
E ao final da resposta os espíritos são claros:
Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade.
Ele neutraliza todas as outras qualidades.
A idéia de que o egoísmo e o orgulho possam ser situados como causa de todos os males humanos pode causar mal estar a muitos que se propõe a examinar estas questões.
Os espíritos e Kardec, de modo simples e coerente, são muito felizes em situar no campo das causas últimas, o papel das paixões ou dos sentimentos do egoísmo, do orgulho e outros assemelhados.
Tudo o mais estaria no campo dos efeitos. (que podem se tornar causa de outros efeitos).
A miséria sócio-econômica, por exemplo, pode ter sua origem na extrema concentração de renda em determinado país ou região.
Na visão espírita, sem desprezar as análises sociológicas, econômicas ou quaisquer outras, a causa deste fenômeno está no egoísmo e no orgulho dos homens, em última instância.
A extrema concentração de renda, alegada como causa, na verdade seria um efeito da causa primordial que são as más paixões.

Sentir é causar
Pesquisando na Internet sobre este tema que estamos tratando, encontramos uma interessante dissertação de mestrado, na área da Psicologia Social, que em resumo trata da relação entre maturidade, estabilidade emocional e altruísmo.
A autora deste trabalho investigou o perfil daqueles que adotam crianças, tendo comparado o grupo que adota crianças ainda bebês e aqueles que o fazem com crianças maiores.
Ao final conclui-se que “os adotantes tardios realmente mostraram-se mais maduros, estáveis emocionalmente e mais altruístas do que os adotantes convencionais”.
Buscando a equivalência do conceito de abnegação e altruísmo, podemos inferir que aqueles que se devotam ao próximo, esquecidos de si mesmos, têm por resposta, em decorrência direta, uma maior maturidade e estabilidade emocional (enfim, os sentimentos de plenitude, de paz, tão almejados por todos).
Abnegar-se, no caso específico das adoções tardias, isto é, de crianças maiores, com 2 ou mais anos, é romper com as convenções, assumir o sacrifício da adaptação, dar-se em maior cota de amor para integrar a criança à nova família.
Podemos parafrasear Martin Claret e afirmar que sentir é causar.
Isto é, aqueles que experimentam, exercitam sentimentos elevados, aqueles voltados ao bem-estar do próximo, modificam suas próprias vidas.
Causam transformações no campo de manifestações das emoções, adquirindo o que se denomina freqüentemente de equilíbrio ou centramento psicológico (fulano é uma pessoa centrada, equilibrada).
Por outro lado, sentimentos pouco elevados, carregados de apego ao ego, causam também, ou seja, promovem também modificações em nossas vidas – pessoais e coletivas.
A discriminação étnica, racial que tem causado tantos problemas no mundo, é exemplo disto.
Os resultados, no mais das vezes, são tragédias, quer pessoais, grupais ou colectivas (o extermínio dos judeus, já citado; a perseguição aos ciganos no leste europeu; as subtis discriminações aos negros brasileiros e outros lamentáveis exemplos).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:42 am

No entanto, ninguém pode renunciar às coisas do mundo em favor de algo ou alguém sem que mobilize as forças do pensamento e do coração, com “dedicação ardente, ardor” próprio de quem mobiliza o entusiasmo naquilo em que se empenha.
A abnegação é, enfim, um sentimento de renúncia, de sacrifício, de anulação do ego para a vivência activa do amor ao próximo.
Bem, depois de termos examinado as questões 907 a 912, sobre as paixões, cabe-nos indicar que as questões que se seguirão trata do egoísmo.
Da questão 913 a 917 Kardec e os espíritos dialogam sobre esta “verdadeira chaga da sociedade”. Às más paixões ou más inclinações Kardec designará agora como vícios como se vê na questão 913:
“Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?”
A resposta é naturalmente o egoísmo, que está na raiz de todos os males (daí o adjectivo radical utilizado na pergunta).
E continuam os espíritos “Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa.
Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito...” (grifos nossos)
E ao final da resposta os espíritos são claros:
Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade.
Ele neutraliza todas as outras qualidades.
A ideia de que o egoísmo e o orgulho possam ser situados como causa de todos os males humanos pode causar mal estar a muitos que se propõe a examinar estas questões.
Os espíritos e Kardec, de modo simples e coerente, são muito felizes em situar no campo das causas últimas, o papel das paixões ou dos sentimentos do egoísmo, do orgulho e outros assemelhados.
Tudo o mais estaria no campo dos efeitos. (que podem se tornar causa de outros efeitos).
A miséria sócio-económica, por exemplo, pode ter sua origem na extrema concentração de renda em determinado país ou região.
Na visão espírita, sem desprezar as análises sociológicas, económicas ou quaisquer outras, a causa deste fenómeno está no egoísmo e no orgulho dos homens, em última instância.
A extrema concentração de renda, alegada como causa, na verdade seria um efeito da causa primordial que são as más paixões.

Sentir é causar
Pesquisando na Internet sobre este tema que estamos tratando, encontramos uma interessante dissertação de mestrado, na área da Psicologia Social, que em resumo trata da relação entre maturidade, estabilidade emocional e altruísmo.
A autora deste trabalho investigou o perfil daqueles que adoptam crianças, tendo comparado o grupo que adopta crianças ainda bebés e aqueles que o fazem com crianças maiores.
Ao final conclui-se que “os adoptantes tardios realmente mostraram-se mais maduros, estáveis emocionalmente e mais altruístas do que os adoptantes convencionais”.
Buscando a equivalência do conceito de abnegação e altruísmo, podemos inferir que aqueles que se devotam ao próximo, esquecidos de si mesmos, têm por resposta, em decorrência direta, uma maior maturidade e estabilidade emocional (enfim, os sentimentos de plenitude, de paz, tão almejados por todos).
Abnegar-se, no caso específico das adopções tardias, isto é, de crianças maiores, com 2 ou mais anos, é romper com as convenções, assumir o sacrifício da adaptação, dar-se em maior cota de amor para integrar a criança à nova família.
Podemos parafrasear Martin Claret e afirmar que sentir é causar.
Isto é, aqueles que experimentam, exercitam sentimentos elevados, aqueles voltados ao bem-estar do próximo, modificam suas próprias vidas.
Causam transformações no campo de manifestações das emoções, adquirindo o que se denomina frequentemente de equilíbrio ou centramento psicológico (fulano é uma pessoa centrada, equilibrada).
Por outro lado, sentimentos pouco elevados, carregados de apego ao ego, causam também, ou seja, promovem também modificações em nossas vidas – pessoais e colectivas.
A discriminação étnica, racial que tem causado tantos problemas no mundo, é exemplo disto.
Os resultados, no mais das vezes, são tragédias, quer pessoais, grupais ou colectivas (o extermínio dos judeus, já citado; a perseguição aos ciganos no leste europeu; as subtis discriminações aos negros brasileiros e outros lamentáveis exemplos).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:43 am

Outros, desejando testar inconsequentemente suas próprias resistências, findam por abrir a caixa de Pandora (que segundo a mitologia grega continha todos os males), despertando sentimentos, sensações que deveriam permanecer soterrados, a espera de melhor oportunidade para serem trabalhados, lapidados.
Portanto, não tenhamos nunca a mórbida curiosidade de conhecer em toda a extensão a "maldade humana" (a nossa própria e a alheia), cabendo-nos, antes, mantermo-nos em alerta, para evitar que o mal que brota de nós mesmos se alastre e por contágio encontre afinidade com o mal que nasce em outros corações...

Conhecer-se para transformar-se
Para todos que desejem sustentar-se na luta sem tréguas, encontramos em Santo Agostinho uma das estratégias mais eficazes de auto-transformação (e por consequência de vitória sobre nós mesmos).
Trata-se da meditação diária sobre os próprios actos, fundamental se desejamos combater o mal em nós mesmos sistematicamente.
A lição agostiniana está inserida na última questão (919 e 919-a) da Parte Terceira Das leis morais, no capítulo XII, Da perfeição moral de O Livro dos Espíritos.
Na primeira parte da questão (919) Kardec indaga dos espíritos:
“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atracção do mal?”
A resposta, muito directa e clara é também concisa:
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse:
Conhece-te a ti mesmo.”
Muito arguto, Kardec desdobra a questão buscando solucionar a questão prática que envolve o tema: o como fazê-lo:
”Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo.
Qual o meio de consegui-lo?”
Santo Agostinho, como resposta, tece muitas considerações, que resumiremos a seguir:
Devemos interrogar a própria consciência, passando em revista os actos quotidianos, para a identificação dos desvios do deveres que deveriam ter sido cumpridos e dos motivos alheios de queixa por conta dos nossos actos.
Por este meio chegou ele, Santo Agostinho, a se conhecer “e a ver o que [nele] precisava de reforma”.
Quem se disponha a examinar os actos quotidianos para identificação do bem ou do mal que se possa ter feito “grande força adquiriria para se aperfeiçoar”.
Acresce ele que se deve rogar a Deus e aos espíritos protectores esclarecimento, pois “Deus o assistiria” neste sentido.
Propõe para o exame dos actos quotidianos o dirigir a si mesmo perguntas, o interrogar-se sobre o que se faz e com que propósito para identificarmos se fizemos algo que censuraríamos se praticado por outra pessoa, e também se fizemos algo que não ousaríamos confessar.
Propõe ainda mais, fazendo-nos situar diante da vida na condição daquele que pode retornar ao mundo dos Espíritos a qualquer instante, onde deveremos fazer o balanço dos próprios actos praticados durante a experiência carnal:
ao desembarcar no outro lado da vida onde nada pode ser ocultado teríamos “que temer o olhar de alguém”?
A prova de que podemos descansar a consciência está em examinar se nada fizemos contra a Divindade, ao próximo e a nós mesmos.
Porque seja difícil a auto-avaliação, o auto-julgamento por conta das ilusões do amor-próprio, é proposto como meio de verificação isento de ilusão perguntar a si mesmo como classificaríamos nossas próprias acções, se praticadas por outras pessoas.
Se tivermos motivos para censurar tais acções, torna-se claro que não devemos agir do mesmo modo.
Na mesma linha de raciocínio, propõe ele que procuremos verificar o que pensam os outros sobre os nossos actos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:44 am

E mais: a opinião dos inimigos, por não terem nenhum interesse em mascarar a verdade, não deve ser desprezada, pois eles são um bom meio de advertência, utilizando-se com mais frequência da franqueza do que faria um amigo.
Aconselha ainda àqueles que se sintam possuído do desejo sério de melhorar-se a investigar minuciosamente a própria consciência a fim de extirpar de si os maus pendores.
E tal como ele próprio o fazia, que busquemos dar um balanço diário de nossas acções morais, para avaliarmos perdas e lucros; os lucros serão maiores que as perdas se assim agirmos.
Em seguida Santo Agostinho afirma textualmente:
“Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.”
O seu dia, cremos nós, deve ser entendido com a culminância de uma sucessão de dias.
De qualquer forma, indica-nos a necessidade de aproveitarmos bem todos os dias, dando atenção ao tempo que costuma fugir-nos das mãos, caso não o administremos bem.
Como meio de auto-exame da consciência, recomenda que formulemos “questões nítidas e precisas”, não temendo multiplicá-las, de modo a nos interrogarmos acerca de nossos próprios actos.
Este diálogo íntimo, que não toma mais que alguns minutos e “alguns esforços”, é meio de conquista da “felicidade eterna”.
Posto que muitos têm o futuro como incerto, é que os espíritos vêm dissipar as nossas incertezas “por meio de fenómenos” capazes de nos ferir os sentidos e de “instruções” (que nos cabe, por nossa vez, também disseminar).
O comentário breve de Kardec a esta resposta é digno também de exame.
E para tanto tomamos a liberdade de transcrevê-lo literalmente:
Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas.
Se, efectivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos actos.
A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos.
Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que são outros tantos argumentos pessoais.
E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

A título de conclusão
Diante da banalização do mal que se espalha pelo mundo dos homens, resta-nos individual e colectivamente nos lançarmos ao bom combate, que é constante, exigindo-nos disciplina e perseverança.
A guerra do bem contra o mal, tema de incontáveis livros e filmes, deve ser travada nos domínios dos nossos próprios corações, acima de tudo.
Lembrando-nos da alegoria dos ovos da serpente, devemos quebrá-los todos ainda no ninho, antes que libertemos o mal que ainda teima em fazer morada em nós.
Se já desencadeamos o mal, somente nos resta sofrer-lhe as consequências, com serenidade e resistência.
Se nos embaraçamos nas tramas do mal, não basta arrependermo-nos de nossos actos e nos comprometermos à mudança por desencargo de consciência (ou por quaisquer formas de promessas); é necessário meditarmos profundamente no móvel de nossas acções; é preciso, enfim, mergulharmos a sonda da investigação em nosso espírito para o exame de nossos mais profundos sentimentos e pensamentos.
Se a nossa má acção decorreu, por exemplo, do exercício da violência, devemos buscar em nosso coração as raízes desta violência, esteja ela onde esteja; e somente há um meio de extirparmos definitivamente as raízes de todos os males: estarmos de permanente prontidão para domar, controlar-lhes as expressões...
Aprende-se nas reuniões dos Anónimos (alcoólicos, em particular) que nossos vícios (as más paixões) não tem propriamente cura, mas tão somente controle.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 19, 2018 9:44 am

As lutas sem fim e sem quartel contra o mal exige-nos, desta forma, uma plena disponibilidade de vigilância e oração.
Caso nossa "meditação" acerca das raízes e frutos do mal seja superficial; caso não examinemos com rigor as causas de nossas acções, fatalmente incorreremos nos mesmos erros, quando as circunstâncias mudarem, quando forem outros os cenários.
O motivo da reincidência está em que nós não exercitamos nosso "raciocínio moral", que também se desenvolve como o raciocínio lógico, matemático, etc.
Por outro lado, mesmo que não estejamos às voltas com as expressões mais visíveis do mal, como as paixões humanas tornaram-se mais “violentas e devastadoras, no homem que prossegue inquieto”, segundo Joanna de Ângelis, é possível que as consequências destas paixões nos atinjam, directamente ou indirectamente.
tendência de nos refugiarmos no nosso mundo ainda preservado do contágio de tantos males pode nos tornar alheios a este mundo de provas e expiações.
Mantermo-nos sensíveis à dor do próximo, por mais que isto nos possa incomodar ou constranger é atitude genuinamente cristã...
Refugiar-se na indiferença, como fuga aos incómodos que as dores, as paixões e erros alheios nos causam, não é medida salutar.
Necessário se torna que aprendamos com nossas vivências práticas e com os exercícios do “raciocínio moral” e com um farto material de aprendizagem: os erros próprios e os alheios.
O aprimoramento ético-moral exige, enfim, reflexão e mergulho em si mesmo.
E se necessário for, que revisemos periodicamente nossas quedas e deslizes no campo moral, activando a memória para nos lembrarmos dos tantos espinhos que já trazemos cravados na "carne do espírito", tal como ensina Paulo de Tarso.
Estes espinhos nos lembrarão a nossa condição de enfermos em estágio de longa recuperação, necessitados de cautela...
E no mais, que acreditemos, como em Juízo Final, canção de Nelson Cavaquinho, que “do mal será queimada a semente / o amor será eterno novamente”, tendo a certeza de que todo o império do mal ruirá quando rompermos os elos que mantemos com as porções inferiores de nossa própria individualidade!

Abel Sidney de Souza

Referências Bibliográficas
EBRAHIM, Surama Gusmão. Adopção tardia: um estudo em termos de altruísmo, maturidade e estabilidade emocional. João Pessoa, 1999. 200p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal da Paraíba.
FRANCO, Divaldo Pereira. Sol de Esperança (diversos espíritos). 2ª ed. Salvador: Livraria Espírita Alvorada, 1978.
KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira: Rio de Janeiro, 1995. 76ª edição.
MACEDO, Joel. O mal nosso de cada dia - Filósofa parte do terremoto de Lisboa para mostrar como o mal deixou de ser divino para se tornar criação do homem. Disponível em http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernos/ideias/2004/03/05/joride20040305001.html.

§.§.§- Ave sem Ninho
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty 10 COISAS QUE PODEM TE DESTRUIR

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 20, 2018 9:31 am

Todos nós temos uma carga de energia, a qual devemos aprender a utilizar correctamente e não desperdiçar.
As energias nos permitem trabalhar com motivação, nos dão pensamentos positivos para enfrentar as situações do dia a dia e permitem aproveitar ao máximo todas as oportunidades que nos são apresentadas.
Somente nós temos o poder de dominar nossas energias e ter acesso a elas para usá-las em nossos dias.
No entanto, existem alguns agentes externos e internos que podem chegar a interferir em nossos níveis de energia provocando uma redução em nossa motivação, nosso humor e nossa produtividade”.

As energias são chaves para alcançar o êxito e superar cada um dos obstáculos que nos são apresentados no caminho.
Todos podem renovar todos os dias essas energias e aproveita-las ao máximo para deixar vir a tona nossas qualidades, nossos talentos e tudo o que nos permite descartar como pessoas.
Levando em consideração que cada individuo está dotado de energia, e que isto é a chave para seu desenvolvimento pessoal e profissional, o grande líder espiritual Dalai Lama definiu os “10 ladrões da energia” que todos devem conhecer para conseguir o domínio das energias e evitar que hajam interferências que nos impeçam de aproveita-las.

1- Fique longe das pessoas tóxicas que consomem sua energia
Deixe ir as pessoas que somente chegam para compartilhar queixas, problemas, histórias desastrosas, medo e julgamentos sobre os demais.
Se alguém busca uma lixeira para deixar seu lixo, não deixe que seja a sua mente.
Todos nós temos a capacidade de distinguir quais são as pessoas que trazem coisas positivas para nossa vida e quais são aquelas que querem nos deter e impedir nossa vida.

2- Pague suas contas a tempo
Não há nada melhor para nossa tranquilidade do que saber que não devemos nada a ninguém e que ninguém nos deve.
“Pague suas contas a tempo.
Ao mesmo tempo cobre a quem te deve ou escolha deixa-lo ir, se já for impossível cobrar”.
Ser responsável com as dívidas nos ajuda a ficar tranquilos ante as demais pessoas e com nós mesmos.
É melhor fazer tudo o que for possível para se libertar das dívidas e não ter que se esconder ou ficar com vergonha por não tê-las pagado.

3- Cumpra suas promessas
“Se você não cumpriu uma promessa pergunte-se por quê?
Você sempre tem direito a mudar de opinião, a se desculpar, a compensar, a renegociar e a oferecer uma alternativa ante uma promessa não cumprida.
A forma mais fácil de evitar o “não cumprir” é dizer NÃO desde o princípio”.
As promessas, por menores que sejam, podem ter um valor muito significativo para as pessoas as quais as fizemos.
Cumprir nossas promessas nos faz pessoas melhores tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional.

4- Delegue aquilo que não quer fazer
“Elimine o que for possível e delegue aquelas tarefas que prefere não fazer.
Procure dedicar seu tempo às coisas que gosta”
Não se trata de escapar de nossas responsabilidades, mas sim de ter consciência de que em certos casos o melhor é passar o trabalho para alguém que pode fazê-lo melhor ou que pode tomar seu lugar quando você não se sente nas melhores condições para realizá-lo.
Isto nos lembra de que é importante realizar as coisas que são verdadeiramente significativas em nossas vidas.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 20, 2018 9:31 am

5- Descansa e aja
“Permita-se descansar se estiver em um momento no qual necessita e autorize-se a agir se estiver em um momento de oportunidade”.
Tanto a natureza como nossa vida possuem diferentes ritmos e cada um de nós deve saber como agir frente a isso.
Muitas vezes não parar quando necessitamos pode ser um grande erro.

6- Coloque, recolha e organize
“Nada toma mais energia que um espaço desordenado e cheio de coisas do passado que você já não precisa. Organize-se”.
Desde as coisas físicas até as espirituais, é muito importante deixar aquilo de que não precisamos mais para trás.
Devemos seguir com aquelas coisas que nos permitem viver bem o presente e buscar nossos sonhos.

7- Cuide de sua saúde
“Dê prioridade a sua saúde.
Se seu corpo não funcionar bem não adianta. Tire alguns momentos para descansar”.
De nada nos serve ter o melhor trabalho, muito dinheiro e os melhores bens se não gozamos de boa saúde e não cuidamos de nosso corpo.
Para desfrutar da vida com as melhores energias, devemos dedicar um merecido tempo a nosso corpo para desintoxicá-lo, meditar, nos alimentar bem, fazer exercícios, consultar um médico e fazer todo o necessário para estar bem de saúde.

8- Enfrente as situações difíceis
“Enfrente as situações tóxicas que está postergando. Tome a acção necessária”.
Enfrentar as situações é a maneira mais saudável de assumir as coisas e não deixar que se convertam em algo pior.
É importante analisar e decidir a tempo já que evitar decisões pode gerar stress, dificuldade para se focar e problemas mais difíceis de solucionar.

9- Aceite
“Aceitar não é resignar-se, mas nada te faz perder mais energia que resistir e brigar contra uma situação que você não pode mudar”.
Ainda que muitos acreditem que nada é impossível e que a esperança é a última que morre, em certos casos a vida nos põe ante situações nas quais devemos aceitar que não podemos mudar as coisas e que a única forma será aceitar.
Aceitar não quer dizer que devamos parar de lutar, quando aceitamos que não podemos mudar algo, também temos a possibilidade de mudar o plano e buscar novas oportunidades.

10- Perdoe
“Perdoe, deixe para trás a situação que esteja causando dor.
Você sempre pode escolher deixar a dor ir embora”.
Uma das maiores fontes de energia é o Amor e estar conectado a Deus para aprender a perdoar.
É verdade que muitas vezes a vida nos põe ante situações que nos enchem de ira, de dor, de rancor e de medos que dificilmente podemos superar.
No entanto, quando decidimos não alimentar estes sentimentos e começar a perdoar, tudo em nossa vida melhora, e com o tempo nos damos conta que tomamos uma boa decisão.
O ódio, o rancor e a ira são sentimentos que não nos trazem nada de bom e nos podem levar a tomar más decisões.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty O poder da resignação

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 20, 2018 8:33 pm

Virtude esquecida e pouco trabalhada, a resignação é a base para nossa paz com Deus.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. IX, item 8), há uma instrução de autoria do benfeitor espiritual Lázaro que define essa virtude:
“a obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração.
Ambas são forças activas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair”.
Sobre ela, o benfeitor espiritual André Luiz, afirma que “a rocha garante a vida no vale por resignar-se à solidão”(1), e que “a resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento”(2).
Resignação não é o mesmo que conformismo.
Enquanto o indivíduo conformista se acomoda às circunstâncias, seja por preguiça, indolência, orgulho, interesses pessoais ou, até mesmo, por ignorância, aquele que é resignado procura se adequar sempre aos desígnios divinos e aos ensinamentos de Jesus, sem deixar de se melhorar, aperfeiçoando a vida em torno de si e daqueles com quem vive.
Os revoltados ou indignados contra tudo e contra todos, que vivem gritando “Eu não aceito!”, acabam por se tornar antipáticos aos outros, além de correr o risco de prejudicar a própria saúde, física e mental.
Já os submissos a Deus, confiantes em Sua Bondade e Misericórdia, acabam por conquistar a simpatia e a admiração dos outros, tornando-se, eles mesmos, exemplos dessa virtude.
Ser resignado é estar em paz com Deus, e estamos em paz com Ele quando nos submetemos, confiantes, aos Seus desígnios.
O Espiritismo pode contribuir para a aquisição dessa virtude tão necessária ao nosso equilíbrio?
Certamente que sim! A Doutrina Espírita esclarece consolando e consola esclarecendo, ensinando que:
As aflições da vida podem ter suas causas na existência actual, resultantes de nossa imprevidência, ou então, como consequência natural de nossas faltas em existências anteriores.
O sofrimento é inerente ao nosso actual estágio evolutivo.
Toda dor tem uma causa justa, porque Deus é justo, e um objectivo útil, que é o nosso aperfeiçoamento espiritual.
Todos os sofrimentos tais como as decepções, as dores físicas, a perda de entes queridos, a ruína financeira, encontrarão sua consolação na fé no futuro e na confiança na justiça de Deus que Jesus veio ensinar à humanidade sofredora.
A mudança na maneira de encarar a vida presente é necessária para direccionar nossas aspirações para a vida futura que a todos aguarda.
A brevidade e a transitoriedade de tudo o que se relaciona à vida material nos conduzem ao desprendimento dos bens materiais.
O concurso de bondosos amigos espirituais não nos faltará quando buscarmos o amparo divino através da oração.
A caridade é recurso salvador, pois amenizando a dor do próximo, as nossas serão igualmente amainadas.
A resignação não é possível sem uma fé sólida e esclarecida, que encoraja e acalenta.
É o que ensina o benfeitor espiritual Emmanuel(3):
“Falta-nos reconhecer – mas reconhecer claramente – que Deus está em nós, connosco, junto de nós, ao redor de nós e que, por isso mesmo, é imperioso, de nossa parte, aceitar as lições difíceis, mas sempre abençoadas do sofrimento, nas quais, a pouco e pouco, obteremos a coragem suprema da fé invencível”.
Allan Kardec nos legou preciosas orientações em torno da resignação, inclusive no sentido de rogarmos aos Bons Espíritos o auxílio necessário para a conquista dessa virtude.
Sim, isso mesmo! A oração é necessária quando a revolta, disfarçada às vezes como indignação, de forma subtil, começa a se instalar em nosso coração, mesmo diante dos factos mais corriqueiros.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo dedicado às aflições da vida (cap. V), em suas considerações sobre os motivos para a resignação (item 13), Kardec afirma que podemos amenizar ou aumentar o amargor das nossas provas conforme o modo de encarar a vida terrena:
“O resultado da maneira espiritual de encarar a vida é a diminuição de importância das coisas mundanas, a moderação dos desejos humanos, fazendo o homem contentar-se com a sua posição, sem invejar a dos outros, e sentir menos os seus revezes e decepções.
Ele adquire, assim, uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como à da alma.”
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 20, 2018 8:33 pm

Na sequência de suas considerações (item 14), ele destaca a importância da resignação, acompanhada da fé no futuro, como sendo a melhor vacina contra duas calamidades morais – o suicídio e a loucura:
“A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio.”
Já no capítulo dedicado às preces, Kardec incluiu três sugestões de rogativas para solicitarmos, aos Bons Espíritos, a bênção da resignação nas situações aflitivas da vida, (cap. XXVIII, itens 30-33), ensinando-nos a procurar as causas das nossas aflições, se elas são o resultado de nossa imprudência, ou se não dependem de nossas acções na existência actual:
“Em todos os casos, devemos submeter-nos à vontade de Deus, suportar corajosamente as atribulações da vida, se quisermos que elas nos sejam contadas e que se apliquem sobre nós estas palavras do Cristo:
bem-aventurados os que sofrem.”
Bela beleza das preces apresentadas, vale destacar um trecho da primeira delas (item 30):
“... Aceito a aflição que estou provando como uma expiação para as minhas faltas passadas e uma prova com vistas ao futuro.
Bons Espíritos que me protegem, dai-me a força de a suportar sem murmurar; fazei que eu a encare como uma advertência providencial; que ela enriqueça a minha experiência; que abata o meu orgulho e diminua a minha ambição, a minha tola vaidade e o meu egoísmo; que contribua, enfim, para o meu adiantamento”.
Com a revolta diante das aflições da vida, sobretudo aquelas que não conseguimos evitar, não alcançaremos a vitória espiritual sobre nós mesmos, correndo o risco de ter que repetir essas experiências, talvez em condições mais difíceis, em futuras existências.
Porém, com a resignação, nossas dores serão como os primeiros avisos de que nossa alegria espiritual está a caminho.
Em suas lições aprendidas na escola da vida, minha mãe dizia que em muitas situações a única alternativa que nos resta é a resignação.
Considerando que tudo se resume numa única palavra – aceitação – o benfeitor espiritual Emmanuel mais uma vez destaca a necessidade da confiança em Deus, sobretudo nos momentos difíceis(3):
“Devemos confiar em Deus nos dias de céu azul, mas igualmente confiar em Sua Divina Providência nas horas da tempestade.
Acolher a dor como sendo a preparação da alegria.
Atravessar a provação, entesourando experiência.
Observar as leis da vida e acatá-las, compreendendo que a dificuldade é instrução imprescindível.”
Finalizando essas considerações, recordamos o poeta fluminense Casimiro Cunha (1880-1914).
Filho de pais muito pobres, ficou órfão de pai aos sete anos e estudou apenas o curso primário; cego de um olho aos 14, devido a um acidente, perdeu completamente a outra visão aos 16 anos.
Casou-se aos 29 anos e teve dois filhos.
Espírita convicto, era portador de grande jovialidade, um exemplo de resignação e força moral, apesar da cegueira e dos reduzidos recursos materiais.
Pela psicografia de Chico Xavier, sua doce poesia transformou-se em mensageira do Evangelho e é com um de seus versinhos do livro Gotas de luz que finalizamos:
“Em teu combate no bem, / Se desejares vencer, / Aprende resignado / A tolerar e a sofrer”.

Maroísa F. Pellegrini Baio

1. XAVIER, Francisco Cândido. Agenda cristã. Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ. FEB, 1981. 21 ed. Cap. 35.
2. XAVIER, F. C; BACCELLI, C. A. Brilhe vossa luz. Espíritos diversos. Araras, SP. IDE, 1987. Cap. 6.
3. ________. Bênção de paz. Pelo Espírito Emmanuel. São Bernardo do Campo, SP. GEEM, 2010. 15 ed. Cap. 51.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Planeamento Reencarnatório

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 21, 2018 9:34 am

“O espírito sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim é todo aquele que foi gerado do Espírito.” (Jesus – João 3:8)
No diálogo com Nicodemos, o Doutor da Lei, Jesus diz que o Espírito sopra onde quer, referindo-se ao processo de reencarnação.
O facto de querer, nos remete a ideia de consciência a respeito do que se quer, e por isso mesmo quem quer algo ou alguma coisa tem motivos, necessidades, objectivos.
Depreende-se do texto que a imortalidade é apresentada, com a existência do espírito antes e depois da formação e decomposição do corpo físico, e que o espírito tem consciência daquilo que está querendo.
Por extensão, se o espírito quer soprar a vida em determinado lugar, tem consciência das condições locais, de quem serão seus pais, se há irmãos o aguardando, da posição moral de todos, nível social, educacional, material e financeiro, incluindo a religião praticada pela família, etc.
Com isso podemos dizer, pelo menos em linhas gerais, e sempre há excepções, que o espírito sabe com quem e onde irá reencarnar, quais as condições externas gerais que o aguardam.
Como há reencarnações em todos os tipos de famílias e condições, das mais favoráveis às mais críticas, podemos ainda deduzir que quanto às dificuldades, os espíritos as escolhem em função de suas necessidades espirituais.
Esta interpretação nos remete à questão duzentos e cinquenta e oito e seguintes de O Livro dos Espíritos, onde o Codificador interpela a Espiritualidade Superior sobre o conhecimento, por parte do espírito, do tipo de vida que terá em sua próxima reencarnação, e a resposta é afirmativa, e que o próprio espírito planeia sua futura existência, baseado na sua condição actual, e quanto e o que lhe falta para se aproximar um pouco mais da perfeição.
O espírito, porém, não pode simplesmente determinar sua vida futura sem consultar os envolvidos, porque estes também têm seus planeamentos, seus direitos e livre-arbítrio.
Isto significa que temos que “negociar” nossa presença em programas alheios, a começar pelos pais, mas principalmente pela mãe, e às vezes pedir, ou até mesmo implorar pelo aceite de nossa participação em suas vidas, o que nos leva a necessidade de sermos gratos àqueles que caminham connosco durante nossa reencarnação, principalmente os que nos causam problemas e repulsões, porque estes representam a Misericórdia Divina nos concedendo a oportunidade de nos reconciliarmos com eles “enquanto estamos a caminho”.
Portanto, as provas e expiações que se apresentam em nossas vidas foram escolhidas por nós mesmos, em função de nossas necessidades espirituais, visando uma condição melhor para nossos espíritos no futuro, e foram concedidas por Deus a fim de que possamos nos aproximar da perfeição.
Não devíamos reclamar de nada e de ninguém, senão de nós mesmos, entendendo que só há uma saída para as dificuldades que nos envolvem, que é adaptar-mo-nos à Lei de Amor, que nos remete à necessidade de espalharmos o Bem em todas as oportunidades de nossas vidas, para todas as pessoas, e à Lei de Progresso que nos dá ensejo de crescermos primordialmente como espíritos e não necessariamente como ser social.
Reclamações, acusações e desculpas são mecanismos de fugas de nossos próprios compromissos espirituais, e o Consolador prometido nos dá, de maneira clara e lógica, a explicação necessária para nos assentarmos no compromisso que assumimos antes de reencarnarmos, e a consciência de que somos os construtores de nossa própria felicidade ou desgraça, que é ratificada por Jesus no ensinamento “a cada um segundo suas obras”.
Tomemos, então, a decisão de vivermos a vida como ela se nos apresenta, buscando soluções inteligentes para os problemas que nos envolvem, fundamentadas no Evangelho.
Assim, seremos mais felizes desde já, porque agindo no bem, alivia-se a consciência, e esta, por sua vez, nos proporcionará a felicidade possível na Terra, ainda mundo de expiação e prova.

Pensemos nisso.

Antonio Carlos Navarro

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Emoções auditivas

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 21, 2018 7:23 pm

A variedade de sons alcançados pelas notas musicais na integração entre instrumentos e vozes humanas exerce grande influência na emoção e no desenvolvimento das criaturas humanas.
Ela, a música, é, pois, essencialmente, moralizadora, uma vez que leva harmonia às almas, que por sua vez as eleva e as engrandece.
Deduz-se, pois, que a música exerce uma feliz influência sobre as criaturas humanas.
A alma virtuosa que tem a paixão do bem, do belo, que adquiriu a harmonia, produzirá obras primas capazes de penetrar as almas mais blindadas, fechadas em si mesmas, e comovê-las.
Já o compositor terra-a-terra como poderá representar a virtude que ele despreza, o belo que ignora ou o grande que ele não compreende?
Suas composições serão o reflexo de seus gestos sensuais, de sua leviandade.
Serão obscenas, licenciosas, sensuais e causarão mais danos que melhorar os ouvintes.
Na verdade, a música é a arte que vai mais directa ao coração.
A música comove as fibras entorpecidas da sensibilidade e as predispõe a receber as impressões morais.
A música amolece a alma – é poderosa auxiliar de moralização.
É que a música é também um dos instrumentos de despertamento da sensibilidade humana.
Nesta altura, como poderíamos esquecer os grandes nomes da música nacional e internacional?
Vozes inesquecíveis, melodias extraordinárias, compositores, autores, intérpretes, conjuntos, maestros, letras e apresentações que marcaram época e conquistaram memórias em todos os tempos, em composições inesquecíveis e belíssimas.
Seleccionemos, pois, as belas conquistas que já possuímos no campo desta arte maravilhosa que é a música, para elevarmos o padrão espiritual de nossos ambientes.
Deixemo-nos comover pela mensagem que trazem; reflictamos nas motivações que ensejaram a concepção dessas peças que verdadeiramente nos comovem pela beleza e sublimidade.
E, obviamente, prestemos também mais atenção no canto dos pássaros; no latido dos cães e sons característicos de outros animais; nos sons naturais de trovoadas, chuvas e ventos e mesmo na variedade das vozes humanas, para percebermos o quanto o som influencia nossa harmonia ou desarmonia interior.
É, como em tudo, uma questão de selecção e afinidades.
Aprendamos, pois, a seleccionar…
Lembro aqui o grande maestro e violinista André Rieu! Um espetáculo!
André Rieu Marie Nicolas Leon (Maastricht, Países Baixos, 1 de outubro de 1949) é um violinista e regente dos Países Baixos.
Aos 63 anos, André Rieu, conhecido como o “Embaixador das valsas”, divide o topo das paradas pop da Alemanha, França e Holanda, junto a nomes como Celine Dion, Madonna, Britney Spears e Michael Jackson.
Além disso, suas performances primorosas e modernas valeram-lhe os melhores postos das paradas clássicas da Billboard.
O resultado são dez milhões de discos vendidos e uma carreira de sucesso em mais de trinta países.
Filho de um director de orquestra que fez dos seis filhos músicos, André já tocava violino aos cinco anos.
Mas foi só quando tocou sua primeira valsa, enquanto estudava no conservatório, que a paixão pela música surgiu.
Como violinista da Orquestra Sinfônica de Limburg, ele mantinha actividades musicais paralelas, gravando discos independentes.
Suas apresentações, já muito conhecidas, trazem enorme emoção auditiva....
Isso lembra a pergunta 251 de O Livro dos Espíritos.
É a única que trata do tema e abre enorme perspectiva de estudo e reflexão.
Sugiro ao leitor buscar a obra, ler a questão, pensar nela e aprofundar os desdobramentos.
Há um encantamento com as perspectivas abertas com o conhecimento espírita, também na área da arte musical.

Autor: ORSON PETER CARRARA

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Equilíbrio por Fora, Loucura por Dentro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 22, 2018 11:13 am

Sidney Fernandes

Quando fugimos de aprender e servir, em proveito próprio, estamos, sem perceber, sob a hipnose da obsessão oculta, carregando equilíbrio por fora e loucura por dentro.
Este é o texto de Emmanuel, que dá título a este artigo.
Atrevo-me a correlacioná-lo com uma das expressões mais fortes de Jesus, quando, dirigindo-se a escribas e fariseus, chamou-os de hipócritas e semelhantes a sepulcros caiados, pois que exteriormente pareciam justos e por dentro estavam cheios de iniquidades.
Em versão sertanejo-brasileira, essas advertências poderiam ser assim sintetizadas:
Tem gente que é assim: por fora, bela viola, mas, por dentro, pão bolorento.
Será mesmo que ainda existem pessoas assim, formosas na aparência e cheias de ossos e imundície em seus gestos, atitudes e palavras?
Infelizmente, amigo leitor, é o que mais existe neste mundo de expiações e provas.
E o pior: em muitos dos nossos mais comezinhos gestos, ainda que já estejamos contemplados pelos ensinamentos do Cristo e bafejados pela filosofia espírita, assumimos, sem querer, ou sem perceber, atitudes aparentemente inocentes, até mesmo educadas, porém carregadas de indolência e hipocrisia.
Quer ver?
Do artigo A teoria e a prática, de Richard Simonetti, retirei alguns trechos da narrativa de Custódio, que realizava, ao lado da esposa e dois amigos, uma reunião em sua casa.
Falavam sobre temas doutrinários, principalmente os relacionados com o bem do próximo, atitudes perante a vida, os momentos e os locais em que a caridade deve ser exercida.
Ao final da conversa, Custódio relembrou a recomendação de Santo Agostinho de perguntarmos a nós mesmos, ao fim do dia:
— Há alguma coisa que eu tenha feito, no dia de hoje, da qual eu tenha que me envergonhar?
Naquela noite, o próprio Custódio, ao fazer suas orações, em sua conversa com o travesseiro, fez a avaliação do seu dia, analisando cuidadosamente o seu comportamento.
Depois de aprovar-se na maioria dos tópicos, teve uma surpresa ao verificar seu comportamento nas últimas duas horas.
Constatou que, na frutífera conversa a respeito da caridade, havia se utilizado dos préstimos da sua diligente esposa nada menos do que cinco vezes, em encargos que, rigorosamente, seriam de sua responsabilidade.
Honestamente, concluiu:
em termos de caridade, havia, teoricamente, pensado muito nos próximos mais distantes, esquecendo-se da próxima mais próxima: sua esposa.
Por comodismo ou indolência, havia teorizado.
Esquecera-se, contudo, da prática.
Custódio, como sói acontecer com a maioria de nós, havia se preocupado muito mais em receber, do que, propriamente, em dar.
***
Entendo, amigo leitor, que deslizes como este são sérios indicativos de que precisamos passar por um balanço em nossas conquistas pessoais, semelhante ao que André Luiz recomenda, em psicografia de Waldo Vieira, que abaixo transcrevo, resumidamente.
Partindo do princípio de que espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário, convém, para nossa própria segurança emocional e espiritual, efectuarmos um reexame periódico em nosso comportamento pessoal.

FONTES CONSULTADAS
1 – A teoria e a prática – Richard Simonetti
2 – Seguir em paz – editorial Momento Espírita de Dezembro/2016
3 – Examinemos a nós mesmos – André Luiz – Waldo Vieira
4 – Jesus, Kardec e Nós – Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty AMADURECIMENTO PSICOLÓGICO

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 22, 2018 8:22 pm

O relacionamento inter-pessoal revela o comportamento dos indivíduos em função de si e dos outros.
Nos primeiros tentames oculta a realidade, na grande preocupação da aparência.
À medida que estreita os vínculos, a postura de guarda cede lugar ao relaxamento emocional e, a pouco e pouco, a máscara cai.
Esse fenómeno é resultado da aproximação que o tempo proporciona à relação. Nas pessoas realizadas, saudáveis, a conduta permanece sem surpresas, porque há uma interacção da sua vivência interior com a exterior, verdadeiro amadurecimento psicológico.
Após o auto-conhecimento,que propicia a auto-aceitação, explora-se o exterior,abrindo-se a experiências, a vivências novas e enriquecedoras.
Alinha do equilíbrio demarca a personalidade, sem excentricidades nem bruscas mudanças como ocorre entre a exaltação e a depressão.
Quem assim age encontra-se plenificado, irradiando esse estado de conquista como pessoa humana. No comportamento alternado, em que o júbilo e a tristeza, a confiança e a suspeita, o amor e a animosidade se confundem, o auto descobrimento e a imaturidade programam estados de instabilidade, de desdita, conduzindo a enfermidades emocionais que são somatizadas, reaparecendo na área orgânica com carácter destruidor.
Tais reflexos, no relacionamento, geram desequilíbrios que se agravam, na razão directa que se fazem desastrosos, empurrando suas vítimas para estados obsessivos-compulsivos ou depressivos.
Na tua ânsia de crescimento, experimenta a tua realidade íntima em confronto com a externa.
Não te permitas perturbar pelos indivíduos reagentes, que se encontram de mal com eles próprios e vomitam mau humor contra os demais.
Permanece cortês, para que não seja o seu estado bilioso a dizer como te comportares.
Por tua vez, não te transformes em personalidade reactora, aquela que está sempre reagindo, quando poderia e deveria agir.
A tua acção e reacção traduzem como és interiormente, bem como sentes e vês em realidade o que se passa em teu mundo íntimo.
Assim, não desperdices energias mascarando-te, antes aplica-as em contínuo trabalho de auto-aprimoramento, de crescimento interior até exteriorizares as conquistas em simpatia, cordialidade e amor.
Qualquer pretensão de modificar o mundo e fazê-lo girar como te aprouver é alucinação.
Porém, se te dedicares à transformação íntima, que reflicta em alteração de outros comportamentos para melhor, lograrás alcançar a verdadeira meta do amadurecimento psicológico.
Com esse aprofundamento no eu espiritual, a saúde plena será tua amiga na grande proposta que te leva em busca de realização pessoal e humana.
Jesus nunca se amesquinhou diante dos falsamente poderosos ou de classe e economia mais expressivas.
Tampouco se tornou prepotente diante dos fracos e sofredores.
A linha de equilíbrio entre o Seu interior e o exterior, demonstrou a Sua superioridade moral, espiritual e intelectual, que O torna Modelo sob todos os aspectos para todos nós, exemplo de perfeita maturidade psicológica, porque plenificadora.

Blog Espiritismo Na rede baseado na obra Momentos de saúde Pelo Espírito Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Franco.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Como enfrentar as “culpas” e desculpas?

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 23, 2018 9:50 am

A percepção da “culpa” tem sido objecto de investigações e influências no amplo debate temático da Doutrina dos Espíritos e das ciências psíquicas.
Sabe-se que são intermináveis e graves as consequências da conservação da “culpa” em nossa vida, podendo alcançar indescritíveis destroços emocionais, psicológicos, comportamentais e morais.
A famosa “culpa” se consubstancia numa sensação de angústia adquirida após reavaliação de um ato tido como reprovável por nós mesmos, ou seja, quando transgredimos as normas da nossa consciência moral.
Sob o ponto de vista religioso, a “culpa” advém na transgressão de algo “proibido” ou de uma norma de fé.
A sanção religiosa tange para a reprimenda e condenações punitivas.
A sinistra “culpa” religiosa significa um estado psicológico, existencial e subjectivo, que indica a busca de expiação de faltas ante o “sagrado” como parte da própria auto-iluminação como experiência sectária.
Frequentemente a religião trata a “culpa” como um sentimento imprescindível à contrição e a melhoria pessoal do infractor, pois o mesmo alcança a mudança apenas se reconhecer como “pecaminoso” o ato cometido.
Essa interpretação religiosa não se compatibiliza com as propostas espíritas, até porque a “culpa” é uma das percepções psíquicas que não se deve nutrir, por ser uma espécie de mal-estar estéril, uma inútil insatisfação íntima.
Em verdade, quando nos culpamos tolhemos todo o potencial de nos manifestar com segurança perante a vida.
A “culpa” tem perigosas matrizes nas exigências de auto-perfeição que nos constrange a curvar-nos diante de alguns actos equivocados.
Tal estado psico-emocional provoca em nossa consciência alguns sentimentos prejudiciais tais como o auto-julgamento, a auto-condenação e a auto-punição.
Importa libertar-nos das lamentações, dos processos psicológicos de transferência da “culpa”, da auto-comiseração, das condutas auto-punitivas e assumirmos com calma a responsabilidade pelos nossos próprios actos.
É verdade! O comportamento auto-punitivo causa gravíssimas doenças emocionais, notadamente a depressão.
Actualmente a depressão é um colossal drama humano.
“Eu não mereço ser feliz”, “eu não nasci para ser amado”, “ninguém gosta de mim” etc.
Aqui se manifesta um comportamento auto-punitivo de complicado tratamento psicológico e espiritual.
Neste caso a “culpa” está punindo e aprisionando.
O culpado está acomodado na queixa e na lamentação (pela “culpa”).
Mais amadurecido psicologicamente poderia avançar pelo caminho do auto perdão e capacitaria abrir mais o coração para a vida.
Nas patologias depressivas, muitas vezes há muito ódio guardado no coração.
Muitas vezes oscilamos entre actos que geram a artimanha do “desculpismo” e ações que determinam a “culpa”.
Dependendo de como lidamos com tais desafios, a “culpa” permanece mais forte, produzindo situações que embaraçam o estado psíquico e emocional, razão pela qual não nos podemos exigir perfeição, inobstante, devemos fazer esforços contínuos de auto-aperfeiçoamento, afastando do “desculpismo” que nada mais é do que uma porta de escape para a fuga das próprias obrigações.
Sim! É preciso que nos perdoemos.
O auto-perdão ilumina a consciência, predispondo-nos à reparação necessária a fim de realizarmos o bem àqueles a quem fizemos o mal; praticarmos a bondade em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-nos humildes se temos sido orgulhosos, amáveis se temos sido austeros, caridosos se temos sido egoístas, benignos se se temos sido perversos, laboriosos se temos sido ociosos, úteis se temos sido inúteis.
Pensemos o seguinte: nós erramos porque somos humanos ou somos humanos porque erramos?
Na verdade, todos acertamos e erramos, não há pessoas perfeitas na Terra.
Se fizermos as coisas certas nos regozijemos por isso, porém se erramos sigamos em frente e aprendamos com o erro, pois quando aprendemos com os erros eles se tornam o grande caminho da lição e do crescimento interior.
Desta forma fica ilustrado que, se errar é humano, diluir os erros e ter resignação são as alavancas para impulsionar a vida, para prosseguir a marcha nas trilhas do bem, trabalhando e servindo, para reparar os fracassos da caminhada.

Jorge Hessen

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty EPILEPSIA SOB A ÓPTICA ESPÍRITA

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 23, 2018 6:37 pm

Caracterizada por ataques paroxismais, com perda de consciência e espasmos musculares tónicos ou crónicos.
Por sua manifestação espectacular externa, desde remota antiguidade impressionou a todos, sendo atribuída a agentes espirituais (possessão) ou à influência da lua (“lunáticos”).
Hipócrates (460-370 A.C.) já se esforçava em provar que era mal físico, e não “sagrado”.
Mas só a Partir de 1857 é que o médico inglês Thomas Laycock deu um passo real à frente, introduzindo o bromo em sua terapia preventiva.
O ataque pode ser leve - alguns segundos de simples “ausência”, ou seja, de lapsos de consciência - até as convulsões violentas.
Frequentemente a vitima percebe a aproximação do ataque, por sintomas diversos - embora sempre idênticos em cada pessoa - que podem ser um calor envolvente, uma sensação típica visual, olfactiva, auditiva, gustativa, táctil ou dolorosa, esta sobretudo na parte alta do abdome.
Em muitos casos pode verificar-se uma disfunção ou disritmia cerebral, verificável por meio da Electro-encéfalografia (EEG) quando se diz que se trata de epilepsia sintomática, orgânica ou secundária; mas em outros casos nada é encontrado, e o EEG é normal, quando então se diz que é epilepsia idiopática, essencial, criptogênica ou genuína.
Recomenda-se que, além dos remédios preventivos (fenobarbitúricos) os pacientes se mantenham com pensamentos bons e alegres, em perfeita “higiene mental”.
Acção de obsessores no “ponto fraco”
- Não é difícil reconhecer, nos ataques epilépticos, uma ligação da vítima com seu obsessor, em legítima “incorporação”.
Com isto não queremos negar os progressos científicos da medicina, voltando à simples crendice:
antes, buscamos explicar as conclusões da ciência, pela realidade do que ocorre.
A epilepsia pode ocorrer naqueles que apresentam disritmias cerebrais.
Neste caso, ou se verifica um lapso momentâneo nas funções nervosas (pequeno mal, ausências, etc.) e isso quase nunca é obra de obsessores; ou o ataque se desenvolve até às convulsões.
Neste último caso dá-se a influência espiritual pelo lócus minóris resistentiae (o que é normal em todas as “incorporações”), que é exactamente a lesão ou disfunção cerebral, que pode ser ou não “hereditária”.
Feita a ligação pelo chakra umbilical (ou até mesmo pelo esplênico ou pelo fundamental), a repercussão violenta do choque psíquico atinge o “ponto fraco”, que é a parte cerebral afectada. Com o choque, a vítima caminha até o clímax convulsivo, quando então se dá o desligamento automático.
O paciente, contudo, pela exaustão e desvitalização, cai de imediato em sono profundo durante uma ou duas horas.
Ao despertar de nada se lembra, não tendo consciência nem mesmo de ter tido as convulsões.
Doutras vezes a vítima nada tem de anormal no cérebro; o EEG nada acusa e, no entanto, a sintomatologia apresenta-se idêntica.
Nestes casos ocorre a ligação obsessiva violenta, com disritmia cerebral durante as convulsões, embora o EEG posterior nada acuse.
Entretanto, se não forem evitados os ataques convulsivos, a lesão aparecerá com o tempo, pois mesmo que o EEG não acuse disritmia no cérebro físico, sua contraparte astral sofre desse mal, sendo aí o lócus minóris resistentiae.
Uma das provas maiores do que afirmamos é a premonição sentida pela vítima do que vai ocorrer.
Sendo médium, percebe a aproximação do obsessor, pelo fenómeno que os médicos denominam de “aura epiléptica”.
Dependendo do ponto de maior sensibilidade, os fluidos do obsessor que se aproxima são notados pela vidência (cores, luzes ou, mais frequentemente, sombras), pela audiência (sons, ruídos, vozes), pelo olfacto (odores típicos, acres ou fétidos), pelo paladar (gosto ácido na boca, ou por vezes adocicado), ou pelo tacto (uma onda de calor irradiado que o envolve).
Ora, a sensação de calor é muito comum nas sessões mediúnicas, antes da ligação do espírito com os médiuns.
Assim também a dor na “boca do estômago” é com frequência notada, no momento da ligação através do chakra umbilical (plexo solar).
O tratamento preventivo (a medicina até hoje não conseguiu a cura, mas apenas evita as convulsões) é óptimo para os médiuns:
Pensamentos bons e alegres, mente higienizada, sem aborrecimentos nem raivas, sem emoções nem ressentimentos.
Quanto às drogas, o efeito que alcançam é isolar o tálamo do córtex e interromper as associações do lóbulo frontal; ora, essas mesmas drogas impedem qualquer ligação do espírito com o médium, embora este seja normal.

Blog Espiritismo Na rede extraído do texto Técnicas de Mediunidade de Carlos Torres Pastorino

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 13 Empty Perante a Mentira

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 24, 2018 9:29 am

Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.
Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.
Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.
Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija directamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.
Se ages de maneira incorrecta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.
Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti, sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projectar a própria imagem, utilizando-se de ti...
Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...
Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja.
Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.
Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.
Desmente a calúnia mediante os actos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.
Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.
Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso
Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.
Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...
Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas actividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...
A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

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