LUZ ESPÍRITA
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Luz que nunca se apaga - Bento José / Sandra Carneiro

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Luz que nunca se apaga - Bento José / Sandra Carneiro - Página 5 Empty Re: Luz que nunca se apaga - Bento José / Sandra Carneiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:36 am

Capítulo 24 - Paulo

Com o punhado de folhas de papel nas mãos, despediu-se dos colegas e dirigiu-se para o quarto, encafuado.
"Por que será que as coisas têm de ser assim?
Por que tudo é diferente do que esperamos?" - questionava.
Seguia imerso em seus pensamentos, buscando sinceramente apreender as primeiras lições de sua nova actividade, quando ouviu uma voz conhecida às suas costas:
— É isso que fará você crescer, Serginho.
Discutir, pensar, reflectir.
— Já está por aí, Lívia?!
— Temos urgência em começar nossa tarefa.
Muitos são os necessitados de ajuda e poucos os que se dispõem seriamente a ajudar da forma correcta.
Muitos até pensam que querem ajudar, mas teimam em fazer as coisas ao seu próprio modo e, na maioria dos casos, os resultados acabam sendo comprometidos para ambos.
— Para ambos?
— Sim, quem é auxiliado e quem auxilia.
Todos estamos aprendendo, Serginho; onde quer que estejamos, a vida nos traz novas lições a cada dia.
Basta estarmos atentos para compreendê-las.
Exactamente como você fazia há pouco.
Para crescer, devemos reflectir e questionar, estudar e meditar.
— Estou com as informações do meu protegido aqui.
Messias disse que você sabe de todos os detalhes.
— Sim, já tomei conhecimento dos factos.
O dossiê é completo, e inclusive estive junto a ele diversas vezes para acompanhar a situação.
— E como iremos fazer?
Quando partiremos?
— Creio que você precisa de dois ou três dias para assimilar todas as informações.
Aí teremos mais algum tempo para discutir e planejar, e então poderemos ir.
— Quanto tempo?
— Creio que uns quatro dias sejam suficientes.
— Quatro dias?!
Tudo isso?
— Não tenha pressa.
Prepare-se adequadamente.
Será mais produtivo para todos.
Chegaram ao quarto do rapaz.
Lívia abraçou-o carinhosamente e combinaram encontrar-se em três dias para acertar os pormenores da empreitada.
Serginho entrou resignado.
Puxou para perto da janela um sofá confortável que ficava ao lado da cama.
Queria começar a estudar o caso.
Estava curioso para saber do que se tratava.
Ajeitando-se de modo a aproveitar a luz natural, dispôs-se a ler o dossiê, que constava de três grandes livros.
Abrindo o primeiro, pôs-se a estudar com atenção as informações que diziam respeito à vida do jovem Paulo.
****
Distante dali, Paulinho não imaginava o que estava para acontecer em sua vida.
Com pouco mais de nove anos, era uma criança quase adulta.
Morava em uma favela em São Paulo e não conhecia vida diferente daquela.
Pobreza e sofrimento faziam parte do seu dia-a-dia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:36 am

A mãe criava sozinha Paulinho e os irmãos, pois o pai, traficante de drogas, fora morto em um confronto com a polícia.
Ela, embora simples e humilde, carente de tudo, nunca havia concordado com as actividades do marido.
Desde que ele morrera, ela vivia com medo.
Lavava roupas para fora e fazia limpeza em residências para sustentar os sete filhos, o mais novo com oito meses.
E pedia aos filhos que nunca se afastassem sozinhos da pequena casa em que viviam.
Paulinho era o mais velho, um garoto de bom coração.
Para ele, no entanto, a vida era aquilo que havia à sua volta.
As casas bonitas, os lugares agradáveis que sabia espalhados pela cidade, às vezes lhe pareciam tão distantes quanto as estrelas que raramente via no céu:
existiam, mas eram inatingíveis.
Ainda assim, todas as noites ao se deitar pedia baixinho que Deus o ajudasse.
Algo em seu coração lhe dizia que, apesar de tudo o que sofria, alguém maior que tudo aquilo iria cuidar dele e de sua família.
Sofria ao ver a mãe depois do labor pesado, todas as noites,
deitar tarde e exausta.
As vezes a ouvia chorar baixinho, quando pensava que todos já estivessem dormindo.
E seu coração de criança, impotente, desesperava-se diante da impossibilidade de ajudá-la.
Chorava também e adormecia entre lágrimas de dor e agonia.
Após uma dessas noites, Paulinho disse enquanto tomava aquela que seria sua única refeição até a hora do almoço - um copo de café puro:
— Mãe, a venda de balas no farol não tá resolvendo, né?
Tá faltando tudo!
E se a gente for procurar o Cacau (era o antigo companheiro do pai) e pedir ajuda?
— Nada disso.
Não quero você e seus irmãos mortos por aí.
Leve o Lindomar com você, para vender mais.
— Ele só tem cinco anos!
— E daí?
Tem criança menor que ele pedindo dinheiro por aí, não tem?
— Tem, mas...
— Ele não vai pedir, vai trabalhar...
— É, mas o Luizão é bravo para caramba, mãe.
Se o Lindomar vacilar, toma tapa!
— Ele bate em você?
— Não bate porque sou esperto!
Mas o Lindomar, pequeno como é, vai acabar apanhando; e eu não vou conseguir ver ele apanhar sem fazer nada!
Jacira pensou um pouco, olhou o filho e suspirou fundo.
Depois disse:
— Deixa para lá, Paulinho.
Deus vai ajudar a gente.
Vamos dar um jeito.
Continua vendendo as balas. Uma hora as coisas vão melhorar.
Paulinho sorriu ao ver a mãe mostrando alguma esperança.
Era o único recurso que tinham: esperança de que algum dia as coisas iriam melhorar.
Saiu um pouco mais animado para enfrentar seu árduo e desgastante dia de trabalho.
Entretanto, ao findar aquele dia, estranho ardor percorria seu corpo, como se algo o queimasse por dentro.
Sentia todo o corpo esquisito.
Não disse nada à mãe para não preocupá-la.
Talvez fosse uma gripe ou coisa assim, e logo estaria bom.
Deitou-se cedo e a mãe estranhou, pois Paulinho era sempre o último a ir dormir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:36 am

Devia estar indisposto, pensou.
Com o passar dos dias, Paulinho ficava cada vez mais indisposto e incomodado; alguma coisa não ia bem em seu corpo.
Ainda assim ele permanecia calado.
Não queria preocupar a mãe e não tinha ninguém mais com quem conversar.
Às vezes, olhando pela janela de um carro, via dentro mãe e filhos no banco de trás.
Pareciam sempre tão alegres e felizes!...
Tinha vontade de pedir ajuda, de contar o que sentia e ver se alguém poderia ampará-lo, mas qual!
Quase nunca havia um olhar complacente.
Eram todos duros e rudes.
Ele voltava cabisbaixo para a calçada, sem poder nem desanimar.
O Luizão ficava de olho em todo mundo, e Paulinho não queria tomar bronca do grandalhão.
Tinha medo, muito medo dele.
O tempo passava e Paulinho continuava sentindo o estranho ardor, especialmente no peito e nos ombros.
Como a sensação persistisse, naquela noite, antes de dormir, ele foi até a casa de dona Maria, vizinha de longa data.
Ela possuía um espelho grande e o menino queria ver melhor seu peito, próximo ao pescoço, que ardia e onde sentia fortes ondas de calor, como se algo o queimasse.
As costas começavam igualmente a arder e ele queria saber o motivo.
Em sua casa havia apenas um pequeno espelho, do tamanho do rosto, que não lhe permitia ver todo o corpo.
— Oi, dona Maria, posso ir ao seu espelho grandão?
— Oi, Paulinho, pode.
Qual é o problema?
— Sei não, só quero olhar.
— Tudo bem, vai lá.
Paulinho aproximou-se do espelho em que dava para se ver quase todinho.
Tirou a camiseta e assustou-se.
Seu peito, próximo ao pescoço e mais abaixo, estava coberto de manchas vermelhas, e em algumas delas começavam a se formar pequenas bolhas.
Olhou os ombros e notou que estavam com a mesma vermelhidão.
Virou-se e observou que suas costas, mais ou menos na altura do pescoço, tinham as tais manchas vermelhas, em que também já apareciam pequenas bolhas.
Ficou espantado: por isso sentia tanto ardor.
Que coisa horrível era aquela?
O que estaria acontecendo com seu corpo?
Apavorado, colocou a camiseta antes que dona Maria se aproximasse.
— E aí? Qual o problema? - ela indagou.
Paulinho pensou rápido e respondeu:
— Tava querendo ver se engordei, dona Maria.
Tô tentando, a senhora sabe.
Minha mãe vive dizendo que tô magro, que preciso engordar.
Queria ver se tinha engordado um bocadinho.
Dona Maria sorriu e passou afectuosamente a mão na cabeça do menino.
— Obrigado, dona Maria.
Volto depois. Quer umas balas?
— Pode trazer algumas.
Meus netos vêm na outra semana e tô sem nenhuma.
— Tá bom. Trago amanhã sem falta.
Despediu-se e voltou como um raio para casa.
Estava apavorado. O que fazer?
Foi directo para a cama, enfiou-se debaixo das cobertas, passando as mãos sem parar nos ombros, nas costas e no peito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:37 am

E pôs-se a pensar no que poderia ter.
Não queria contar para a mãe e deixá-la mais preocupada.
Já tinha problemas demais com todos os filhos, com a casa, com tudo; não queria que ela ficasse triste.
De repente, pensou:
"E se eu estiver doente?
E se for alguma coisa séria?"
Não, não devia ser.
Mas já fazia algum tempo que vinha sentindo aquela coisa ardendo, que coisa feia
Como já tomava banho sozinho, a mãe quase não o via sem camiseta.
E sendo época de inverno já não tirava a camiseta, nem mesmo ao brincar com os amigos - o que, aliás, era raro.
Paulinho estremeceu.
Não sabia o que fazer nem a quem pedir ajuda.
Chorou baixinho, pedindo a Deus que se pudesse ouvi-lo, se existisse de verdade, o ajudasse.
Só mais tarde e a muito custo adormeceu.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:37 am

Capítulo 25 - Últimos preparativos

Serginho não conseguia desgrudar os olhos dos papéis.
Só parava para se alimentar, para meditar e orar, pois estava assustado com o que lia.
A história do jovem Paulo e de sua família o comovia.
Não imaginara quanto havia de dor e sofrimento na vida das pessoas.
Era frequente, enquanto lia, seus olhos se encherem de lágrimas.
Ele as enxugava e sentia crescer em seu íntimo a vontade de ajudar.
Por outro lado, percebia que também precisaria de ajuda.
Mal havia finalizado a leitura do dossiê quando Lívia apareceu.
— Como sabe que terminei?
Não combinamos três dias?
— Sabia que leria mais depressa.
O caso é comovente e o desejo de ajudar nos impulsiona a acelerar a leitura.
— É verdade.
—Teremos muito que fazer e aprender.
Acima de tudo, é essencial amar nossos semelhantes, para poder auxiliar.
Esta pronto para fazer os últimos preparativos?
— Estou.
Lívia e Serginho, empenhados em viabilizar a primeira grande incursão do rapaz como aprendiz, começaram por um longo período de oração.
O amor, ingrediente mais importante, tinha de ser fortalecido no coração de Serginho.
Sem o amor seria impossível colher resultados efectivos, mesmo que o desejo de colaborar fosse grande.
A boa vontade era indispensável somar o amor para fazer o trabalho florescer e frutificar.
Enquanto oravam, luz radiante se derramava sobre os dois.
Eram banhados por fluidos revitalizantes e o amor que sentiam se intensificava.
Naquele impulso sincero de servir, energias vigorosas os uniam a elevados benfeitores espirituais.
Ainda oravam quando uma entidade cercada de muita luz se fez presente no quarto:
— Que a paz de Jesus os envolva e fortaleça seus propósitos de auxiliar.
Lívia estava comovida; Serginho nem podia erguer os olhos, frente à luminosidade e à pureza que emanavam da entidade, e lágrimas de emoção desciam pela sua face ao ouvir:
— A tarefa que está prestes a iniciar será de grande importância em seu aprendizado, Sérgio.
Os apelos constantes do jovem Paulo e de sua mãe têm chegado até nós como suspiros de desespero.
Seus protectores os envolvem em amparo constante, porém a família carece agora de intervenção e apoio maiores.
Avizinha-se um momento por demais grave em suas vidas, e eles estão despreparados para o que há de vir.
Carecem de sustentação.
Que Deus os abençoe na tarefa que irão empreender.
Contarão sempre com o nosso apoio. Vão com a bênção de Jesus.
E aos poucos, diante dos dois jovens, a entidade luminosa desapareceu.
Lívia e Serginho trocaram impressões sobre aquela experiência, e deram prosseguimento aos detalhes para se entregarem à empreitada.
De súbito, a ansiedade de Serginho sumira, substituída pelo medo.
Medo de não cumprir sua missão, medo de não saber o que fazer, como fazer.
Sentindo-lhe as emoções e percebendo seus temores, Lívia procurou acalmá-lo:
— Tenha fé, Serginho.
Você não estará sozinho.
— E se falharmos?
E se não conseguirmos ajudar?
O que será desta criança e de sua família?
— Não estaremos sós.
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Luz que nunca se apaga - Bento José / Sandra Carneiro - Página 5 Empty Re: Luz que nunca se apaga - Bento José / Sandra Carneiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:37 am

— Sim, mas...
Sei lá, se não formos capazes de transmitir correctamente o que precisamos...
Se as pessoas não nos ouvirem?
— Sem dúvida, muitas vezes nosso maior obstáculo é o direito sagrado do livre-arbítrio das pessoas.
De todo modo, contaremos com corações caridosos, que sintonizam com a necessidade de auxiliar ao próximo, e que serão nossos aliados.
— E se as pessoas não quiserem fazer o que sugerimos?
— É um direito delas, Serginho.
— Daí vão sofrer...
— É um direito delas.
— Só que precisam de ajuda!
— O tempo sempre contribui.
Cedo ou tarde, todos se rendem e aprendem.
Não obstante, jamais poderemos violar o livre-arbítrio de quem quer que seja.
Nem Deus assim procede.
Ele respeita as criaturas e está sempre presente, pronto a socorrer.
Tenha fé e controle seus temores; eles só atrapalham.
Domine seus pensamentos e lembre-se de todos os exemplos que estudou.
Serginho concentrou-se e permaneceu silencioso, buscando relembrar o aprendizado adquirido ao longo de seu treinamento.
Procurou serenar a mente e, pela primeira vez, rememorou a ênfase com que Lívia lhe falara da oração e de quanto ela seria relevante em suas tarefas.
Então orou em pensamento, pedindo ajuda do Mais Alto.
Lívia sorriu satisfeita observando os progressos realizados pelo primo.
Serginho acalmou-se e puderam seguir com os preparativos.
No final da noite seguinte estava tudo pronto.
Partiriam de manhã, após a última reunião com Messias, o orientador do curso de Serginho.
Antes de se despedirem para o descanso necessário, o rapaz disse à prima:
— Lívia, não imaginava que existisse uma doença como essa que acomete Paulinho, muito menos a origem dela, neste caso específico.
Nunca supus que o passado pudesse reflectir-se dessa forma na vida presente. Que coisa!
— É a lei de causa e efeito13, Serginho.
Tudo que plantamos, colhemos.
Nada escapa a essa regra da Justiça de Deus.
Por isso tentamos conscientizar nossos amigos, ainda na Terra, para que sejam realmente responsáveis pelos seus actos e saibam que nós criamos nosso futuro, nossa vida, nossos destinos, na medida em que a toda hora fazemos escolhas.
— Como é difícil perceber isso, sobretudo enquanto estamos por lá!
Muito difícil.
— É, em especial em casos como o de Paulinho e de sua família.
Eles pouco ou quase nada conhecem das questões espirituais.
Têm um longo caminho a percorrer.
Mas com certeza essa doença que acomete Paulinho poderá ser transformada numa bênção para toda a família.
— E como, Lívia?
Como uma doença dessas, numa família já tão sofrida, poderá ajudá-los?
Como poderão ser beneficiados por uma doença como o fogo selvagem?
Sei de tudo o que já conversamos, e fico pensando nas dificuldades que eles enfrentarão para aceitar tudo isso.
— Serginho, eles terão a oportunidade de descobrir coisas, que abrirão novos horizontes para suas almas doloridas poderem crescer e evoluir.
Faremos tudo para apoiá-los nessa etapa difícil, para encontrarem a paz e a força que os farão superar esse aprendizado em suas existências.
Será este seu trabalho: auxiliá-los e encontrar a luz em meio às trevas, a acreditar no amanhecer, apesar da noite escura, a enxergar o sol, em meio à tempestade que se aproxima.
Que Deus o sustente, Serginho, na abençoada tarefa que irá executar.
Serginho suspirou, resoluto.
Tinha no coração o sincero desejo de ajudar aquelas pessoas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:38 am

— Bom, Lívia, temos de começar por algum lugar, não é mesmo?
Sei que vai dar tudo certo.
Espero que dê, pois o que mais desejo - além de ajudar as pessoas, é claro - é ir logo morar com você naquela colónia maravilhosa...
E deixar de sentir esta dor que insiste em me incomodar.
— Serginho, nosso futuro pertence a Deus.
Ele sabe o que é melhor para nós, como no caso de Paulinho.
Tudo parece perdido, e é justamente aí que surge a solução, que vem a transformação para melhor.
Embora possa parecer contraditório, no final, se perseverarem, eles compreenderão; e você também.
Nem sempre as coisas são como imaginamos, e precisamos ter fé, confiança em Deus e em seu amor, acima de tudo.
— O que está querendo me dizer, Lívia?
— Nada, a não ser que nos cabe confiar em Deus, sempre, haja o que houver.
Lívia interrompeu propositadamente o diálogo:
— Agora tenho de ir.
Você precisa descansar.
Vai começar uma nova experiência e deve estar preparado.
Até amanhã.
Venho buscá-lo bem cedo.
— Até amanhã.
Lívia saiu do quarto, deixando Serginho encafuado.
Já conhecia a prima o bastante para saber que ela não dizia nada sem motivo.
O que haveria por trás de suas palavras?
Será que ele não poderia ir viver naquela colónia, junto dela, mesmo que fizesse tudo o que estava pretendendo?
"Não, não é possível!" - pensou, afinal.
"Se me esforçar e fizer tudo certo, sem dúvida terei direito àquele lugar lindo!".
Naquela noite custou a adormecer, meditando demoradamente em tudo que lhe acontecera desde sua partida, desde que deixara a Terra.
Pensou em dona Eugénia e seu Felipe, em Fábio e Sueli, sentindo tanta saudade apertar o coração que seu peito doeu ainda mais.
Era enorme a vontade de vê-los.
Frequentemente recebia, sobretudo através de Lívia, notícias de que iam bem, mas desejava intensamente estar com eles.
Entretanto, as actividades e responsabilidades que abraçara o impediam, por ora, de um contacto maior com a família.
A saudade era imensa.
Contudo, ele guardava no coração a esperança de que no futuro estaria junto deles.
E resignado acabou por adormecer.
Seu sono foi povoado de lembranças de sua recente encarnação, às quais misturavam-se recordações mais antigas, de um passado que se perdia completamente em seu inconsciente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:38 am

Capítulo 26 - Pedi e obtereis, buscai e achareis...

Amanheceu, finalmente.
Serginho despertou um tanto confuso e continuava imerso nas lembranças quando Lívia veio buscá-lo para a nova jornada.
— E então, como se sente? Animado?
— Tive uma noite estranha.
Imagens distantes se confundiam com as lembranças de minha família.
Eram eles, e ao mesmo tempo eram outras pessoas, não sei dizer ao certo.
Ficou tudo incompreensível.
— É natural que isso aconteça, Serginho.
— Como assim?
— Aproxima-se um momento novo e significativo em sua existência.
Sempre que temos de enfrentar mudanças, nossos medos, nossas imperfeições, nossos fracassos aparecem como nuvens a nos amedrontar.
Jamais devemos nos deter diante de emoções como essas.
Elas nos indicam que um importante recomeço está despontando.
Não fique preocupado.
Isso é um bom sinal, quer dizer que está no caminho certo.
Sem entender bem sobre o que Lívia falava, Serginho apenas sorriu e perguntou:
— Bom, e então, podemos ir?
— Sim. Messias nos espera para as últimas instruções.
Dali partiremos imediatamente.
Ao fechar a porta, Serginho olhou com carinho para o quarto acolhedor que lhe proporcionara momentos de quietude e reflexão.
À medida que caminhavam, contemplava a natureza à sua volta com novo sentimento, e percebeu que teria saudade daquele lar provisório.
O instrutor os aguardava.
A reunião foi curta e objectiva.
Messias reforçou alguns pontos cruciais que Serginho deveria observar, particularmente em relação à sua conduta e também no tocante a algumas ferramentas que precisaria utilizar com destreza, para receber ajuda sempre que necessitasse e igualmente para ajudar com eficácia.
Notando os receios e inseguranças que rondavam a mente do rapaz, Messias finalizou:
— Não tenha medo.
Tudo dará certo, desde que você conserve sempre atitude positiva.
Jamais tome qualquer providência sem antes consultar o protector que acompanha cada uma das pessoas encarnadas de quem você estará perto.
Tenha respeito por todos; respeite cada decisão, cada vida, nunca forçando suas ideias ou impondo-se a quem quer que seja.
— É, o livre-arbítrio...
— Exactamente.
Devemos respeitar nossos irmãos, assim como Deus respeita nossas decisões.
Não tenha ansiedade, seja paciente, e saiba compreender seus irmãos.
Isso é fundamental em suas novas actividades.
E quando tiver dúvidas ou dificuldades, não tome decisão alguma sem pedir cooperação.
Lívia estará com você durante o primeiro período de adaptação; portanto, seu treinamento ainda não acabou.
E inclusive depois que o deixar conduzir sozinho o trabalho, ela o acompanhará de longe.
Você jamais ficará só.
— E terei um anjo da guarda?
— O que acha que Lívia tem sido para você?
Serginho olhou surpreso para a prima.
Ele não percebera essa verdade!
Ela vinha sendo seu anjo da guarda!
Como não havia pensado nisso?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 07, 2015 10:38 am

Quando fez menção de expressar as perguntas que vinham à sua mente, Lívia pediu silêncio:
— Depois conversamos sobre isso.
Encerraram aquela reunião rogando a Deus que abençoasse a todos na tarefa que se iniciava e oraram também, com profundo amor, por Paulinho e toda a sua família, para que pudessem receber de facto toda a ajuda de que careciam.
Ao terminarem, envolvidos por forte emoção e entre lágrimas, Lívia e Serginho despediram-se de Messias e de outros amigos, partindo sem demora para a tarefa que os aguardava.
Levavam em seus corações, cheios de esperança, o desejo de ajudar e a fé, cientes de que da Lei de Amor fazem parte o socorro e o amparo a todos aqueles que buscam com sinceridade a protecção do Pai.
Serginho e Lívia desciam como resposta dos benfeitores espirituais aos pedidos de Paulinho e de sua mãe.
Deus ouvira suas orações e enviava reforços.
Este e-book representa uma contribuição do grupo Livros Loureiro para aqueles que necessitam de obras digitais, como é o caso dos Deficientes Visuais e como forma de acesso e divulgação para todos.
É vedado o uso deste arquivo para auferir directa ou indirectamente benefícios financeiros.
Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras.

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