Futuro Espiritual da Terra - André Luiz/Samuel Gomes

Sob o impacto de vibrações de profundo amor que recebia daquela entidade de luz, aquelas palavras e as lembranças evocadas repercutiram como um raio de misericórdia, rompendo a casca dura de suas expressões e tocaram-lhe a consciência, pois, no mesmo instante, ele caiu de joelhos e chorou agoniadamente, dizendo:
- Como pode fazer isso comigo? Como pode trazer em você a energia que sinto me envolver ao me lembrar daquele anjo que meu coração elegeu por séculos e que me sustentou a vida? Por que fazer isso comigo, já que uma alma perdida no inferno da maldade? Ignorei e consegui sufocar essas lembranças para poder alimentar meu ódio pela vida e pelo mundo. Para que fazer isso comigo?
-Não estou fazendo nada, a não ser atender a seu coração amoroso que me convidou apenas para intermediá-la, a fim de que pudesse estar com você.
Neste momento exacto e extremamente emocionante, alva luz se fez no ambiente e dela surgiu uma mulher de delicada feição, como madona divina, que se dirigiu amorosamente ao infeliz filho:
-Vem, querido meu! Minha alma não se sente completamente feliz sem que meu coração esteja contigo também. Como posso almejar a felicidade se parte dela está contigo? Só poderá existir ventura completa se a sua parte se juntar a minha. Por acaso não compreende que não existe céu em nenhum lugar no Universo enquanto nosso amor não for integral com os sentimentos dos corações que amamos, além do tempo, dentro das experiências múltiplas?
Só com seu amor junto ao nosso poderemos sentir plenitude junto a Deus. Precisamos de você connosco para trilhar as sendas do infinito em direcção ao Pai que sempre nos espera.
Aproximando-se dele e aconchegando-o nos próprios braços, acolheu-o com tanta meiguice que suas energias quebraram todas as estruturas perispirituais de sua vestimenta e forma, transformando-o naquele instante num homem frágil e doente, verdadeiro mendigo da alma.
Sem nenhum constrangimento, beijou-lhe amorosamente a face obscura e suja. Duas lágrimas da adorada mãe lhe caíram no rosto e seus olhos se cruzaram com os dela. Ele deu um sorriso tão natural que mais parecia o de uma criança que reencontrou um aconchego seguro e protector, como se ali fosse o local no qual pudesse ser feliz.
Ainda o segurando firmemente em seus braços, ela falou novamente:
-Não importa quanto tempo nem quantas lutas enfrentaremos juntos, mas, de hoje em diante, onde quer que estejamos, tomaremos a direcção do caminho recto no trabalho regenerador, no qual plantaremos nossa ventura eterna.
Após trazê-lo firmemente junto ao peito, começando a volitar, determinou ao chefe da equipe de resgate:
-Recolha quantos for possível para que iniciemos uma reprogramação desses companheiros perdidos, deslocando-os para outras plagas onde encontrem alento na conquista de suas redenções espirituais.
Neste momento, materializamo-nos e acolhemos com carinho muitos daqueles irmãos que teriam um novo planeamento de suas jornadas rumo ao orbe que lhes servirá de escola dali para a frente.

Capítulo 26 - Reencarnação – o perispírito e os dons se ampliarão
Nas primeiras horas da madrugada, nossa equipe penetrou no quarto silencioso onde repousava aquele casal que receberia um novo ser como filho. Eles já se encontravam despertos em desdobramento natural, participando de tarefas orientadas por instrutores nobres e amigos do Plano Maior.
Estávamos ali para promover a reencarnação de um companheiro espiritual de nossa colónia que vinha em missão específica da mediunidade. Seus pais eram amigos de longas caminhadas e tinham se comprometido em amparar-lhe os projectos para os quais vinha sendo preparado, no cumprimento de seus deveres espirituais.
Nosso amigo Eusébio era um espírito de elevado valor e procedia de uma esfera mais elevada, mas não abandonou as actividades em Nosso Lar por ter sido a colónia que o acolheu e o preparou durante muitos anos no desenvolvimento de trabalhos específicos, favorecendo a conquista de grande parte de suas condições atuais de espiritualização. Ele queria, por pura gratidão e pelo muito que recebeu, prestar essa homenagem à colónia, fazendo desse momento algo especial para seu coração.
Os técnicos espirituais, responsáveis directos por essa tarefa, prepararam o ambiente, eliminando todos os obstáculos que pudessem prejudicar o trabalho. Tudo foi minuciosamente estudado e projectado para que o reencarne caminhasse de forma positiva.
Devido às suas condições espirituais, ele mesmo iniciaria a introdução de suas energias e ligações fluídicas para a formação da célula-ovo no momento da fecundação, na junção dos potenciais daquelas trabalhadoras silenciosas que dariam o material genético para formar seu futuro corpo físico.
Ele poderia continuar no estado de semiconsciência pelo período de sua gestação, até que, em determinada etapa, o desenvolvimento fetal entraria em fases mais complexas de crescimento. A partir daí, o grau de inconsciência aumentaria aos poucos para efectuar ligações com os centros de forças mais complexos em formação, que necessitariam de sua influência mais efectiva junto aos elementos físicos.
Estávamos presenciando o método que se tornará mais comum nos processos reencarnatórios do futuro, no qual a acção do próprio reencarnante passará a ser mais expressiva, ultrapassando a influência absoluta da matéria na restrição do perispírito e no tamponamento da condição mental.
A maioria dos seres que estão reencarnando, até agora, precisava passar por verdadeiro constrangimento perispiritual, numa contracção de suas estruturas sob a acção de forças electromagnéticas de carácter físico para adaptar-se à estruturação de sua nova organização material.
Observando aquela ocorrência que ampliaria as características reencarnacionistas da Terra, Clarêncio esclareceu-nos:
- Como você pode ver, todos os detalhes que envolvem a luta humana estarão sofrendo alterações significativas na busca pelo crescimento, preparando seu aperfeiçoamento para tornar o orbe regenerado.
Se as condições do mundo de provas e expiações demoraram milénios para fixar cada recurso fisio-psico-espiritual do actual corpo físico, nessa etapa de transformações do veículo físico da regeneração terá duração muito menor, em se tratando de mudanças mais subtis como a perda de materialidade.
Se o esforço para materializarmos a realidade do corpo espiritual foi grande, a partir de agora nosso desafio será o da sua purificação e subtilização vinculada à sua entrada em sua natureza mais profunda. A partir dai o perispírito passará por constantes mutações até que se aproxime das condições do espírito em sua manifestação mais pura.
As leis que regem a matéria na sua formação genética, bem como as que determinam a formação de seus corpos espirituais, estarão em fase de constituição, abrindo caminhos para capacidades e desenvolvimento de potências ainda impossíveis ao homem actual.
Na Terra, Jesus deixou um modelo de corpo que mais se aproxima das condições futuras e que o homem terreno terá de desenvolver.
Quanto mais o homem se encontrar consigo mesmo, maiores serão suas capacidades e qualidades para usufruir estas conquistas que hoje o colocam numa condição de ser especial, mas que, para o padrão do amanhã, será algo comum.
O exemplo de reencarnação que acabamos de descrever é a demonstração do que ocorrerá daqui para a frente e que ainda se aproxima muito das condições de reencarnações comuns aos dias de hoje, mas já é um marco para o que vem depois.

Além de todo esse preparo, Eusébio é portador de faculdades extraordinárias que se expressarão por diferentes sensibilidades mediúnicas, abrindo as portas para seu potencial de trabalho, que não sofrerá o tamponamento dos recursos físicos que o envolvem. Muitos encarnados despertarão faculdades extra-físicas inimagináveis nas vastas instituições em que trabalharão no planeta, em relação às de hoje.
Quanto maior é o grau de evolução do ser e as responsabilidades assumidas, maior será sua efectiva possibilidade de operar em seus compromissos.
A reencarnação, o perispírito, os dons e as capacidades espirituais e mentais se desdobrarão para que o homem desperte para nuances da vida universal, diminuindo as distâncias tanto físicas quanto espirituais que o separam de seus irmãos maiores. Estes esperam tamanho progresso para trazer recursos que o integrem na Comunidade Universal da Espiritualidade.
Deixamos um beijo de amor ao companheiro de jornada e, saindo dali, pudemos prever as mudanças pelas quais o planeta passará e os benefícios do crescimento, que proporcionarão ao seu futuro condições mais felizes.

Capítulo 27 - A reforma íntima orientada pela educação escolar
Naquela instituição de aprendizado do nosso plano, seria ouvida a palavra do extraordinário companheiro que viveu na antiga Grécia com o nome de Sócrates.
Milhares de espíritos estavam reunidos para discutir as metodologias e desenvolver recursos que muitos deles aplicariam em seus trabalhos ligados à educação quando reencarnassem. Com essa actuação diferenciada, os futuros educadores criariam novas condições de aprendizado nas escolas do futuro.
Profundamente centrados, e com um misto de respeito e admiração profunda, aguardávamos as palavras do nobre visitante sobre a renovação da instrução para o futuro da Terra. A visita dele ocorria com frequência, mas, desta vez, tinha o intuito de ampliar a visão nos campos da didáctica, levada muito a sério pela espiritualidade superior.
Estávamos em estado íntimo de prece e não sabíamos como se daria a comunicação. Em imagem transmitida à nossa mente percebíamos seu perispírito como se fosse uma estrela luminosa em forma humana, com traços de uma natureza madura e ao mesmo tempo jovial, difíceis de descrever aos homens da Terra. Passados alguns minutos, ouvimos na acústica de nossos espíritos as suas palavras de maneira límpida e natural, fazendo-nos entrever como seriam os meios de comunicação do amanhã, tanto para nós quanto para os encarnados.
-Meus irmãos na eternidade, é com ampla alegria a envolver meu coração que, atendendo às determinações de nosso Pai e o pedido amoroso do nosso Mestre maior, venho trazer alguns apontamentos sobre a necessidade de mudanças para atender às mentes que aportam no planeta, sanar as atuais dificuldades dos métodos atuais e atender às determinações estabelecidas pelos agentes siderais, desenvolvendo um aprendizado que desperte aptidões e possibilidades de trabalho com a ampliação de comportamentos criativos e inovadores. Esse modo de educar trará para as escolas a missão de orientar a reforma íntima.
O auto-conhecimento é o princípio fundamental para esse processo que partilhei com os homens de minha época. Esse recurso de desenvolvimento acompanhou os exilados recebidos no sistema solar de Capela que trouxeram, por sua vez, esses conteúdos orientadores para a Terra, beneficiando as mentes infantis que iniciavam aqui sua caminhada.
É para o auto-conhecimento que devem convergir todas as iniciativas educacionais na busca de aprimoramento, tanto para o ensino de carácter investigativo, quanto para a sua aplicação.
O homem perceberá o quanto traz de recursos natos que até hoje ele ainda não accionou em toda sua capacidade, apesar dos múltiplos aprendizados já adquiridos. Esses conteúdos são sementes de divindade, que serão acessadas pela perda de sua materialidade e pela força de sua sublimação, utilizadas em benefício de todos, manifestando a lei de fraternidade universal que a tudo sustenta. O conhecimento de si mesmo desenvolverá as belezas que o ser possui e que só os livros não ensinarão a alcançar.
Para ser um educador do futuro, o mestre já deverá ter percorrido o caminho do auto-descobrimento, podendo assim ajudar o aluno a buscar em sua alma a matéria viva que ele quer abordar e está dentro de cada um, diminuindo as distâncias existentes entre professor e aluno. Com esta habilidade, qualquer tema, para ser vivido e compreendido, deixará de ser descrito apenas por palavras. Assim, quando estiverem estudando o tema alegria, por exemplo, será necessário que ambos a estejam sentindo naquele momento para que possam explorá-la juntos, adquirindo sua compreensão maior. Esse contacto directo com o material de estudo será aplicado a todas as ciências humanas.
A educação será um movimento contínuo, independente da hora ou do lugar. Se o ser aprende a partir de si mesmo, passa a se encontrar com a sabedoria, agindo em sintonia com o Criador. Pais, amigos e todas as pessoas que o cercam assumem a função de educadores. Baseada numa satisfação profunda de estar sempre ensinando e aprendendo, essa didáctica não pede sacrifício algum para quem realizá-la.
A intenção de ganho por esta actividade profissional não será o foco principal e sim o de realizar a actividade profissional com muita dedicação, onde o ganho é uma consequência natural. Por sentirem a presença de Deus nessa acção, o próprio ato de educar será a principal forma de compensação e será por Ele que todos ansiarão agir, não importando os desafios a enfrentar.
As palavras do nobre instrutor continuaram por mais tempo, mas deixo aqui apenas algumas modestas anotações que acredito serem importantes aos instrutores do futuro, a fim de se inspirarem na construção de suas responsabilidades, para que o filho do homem69, que é o homem regenerado, se desenvolva de forma natural e efectiva.
Aquela palestra estaria eternamente fixada em minha alma pela beleza e doçura com que os projectos me tocavam e pela oportunidade de poder compartilhar com nossos irmãos encarnados essa felicidade que Deus me oferecia como um presente especial.

Capítulo 28 - Factores determinantes no uso dos recursos e bens no futuro
Acompanhávamos a movimentação dos veículos que transitavam de um lado para o outro em plena avenida de uma grande cidade. O trânsito não fluía bem, havia engarrafamentos, discussões e brigas de condutores que mostravam a falta de paciência de uns, mas também a falta de capacidade em manter a ordem de outros.
Analisando o movimento dos veículos, podíamos fazer uma vinculação com os estados emocionais dos que se envolvem diariamente com essa necessidade, determinando o dinamismo de um sistema de circulação que parecia adoecido e estagnado ou extremamente agitado e sobrecarregado, que na pressa parecia não levar a lugar nenhum, fazendo com que corressem desordenadamente, podendo simbolizar a fuga da própria existência. Nesse atropelo, muitos não enxergam os detalhes nobres da vida que os cercam, como se preenchessem com essa ansiedade o vazio do seu coração.
Na observação daquelas cenas características do mundo actual, Clarêncio, como sempre, veio ao encontro de minhas reflexões, falando calmamente:
-André, o mundo é um grande organismo social e, como você mesmo percebeu, encontramos no trânsito uma semelhança do que acontece no sistema circulatório do corpo, que apresenta as mesmas nuances por receberem o impacto da forma como a humanidade conduz seus interesses e objectivos, sejam eles profissionais, familiares ou de lazer. Pela perturbação da circulação das forças e da vitalidade do aparelho físico, podemos perceber o quanto o mundo está doente neste aspecto.
É claro que iremos encontrar exemplos de educação no trânsito funcionando em algumas cidades espalhadas pelo planeta. O desenvolvimento técnico atinge, no actual momento, pontos inimagináveis para o usufruto do bem-estar na existência humana, mas as características íntimas ligadas aos aspectos emocionais não se desenvolveram no mesmo ritmo para utilizarem desses bens e recursos de forma correta. Neste aspecto, para que a harmonia e a saúde planetária venham a acontecer, falta-lhes a maturidade.
O homem focou no desenvolvimento da tecnologia e das facilidades no campo prático da existência, mas não se preparou devidamente para poder usá-los também em benefício de seu crescimento no bem. É necessário o aprimoramento de seus valores reais para que esse ajustamento venha a ocorrer satisfatoriamente.
Quando tomamos como exemplo a funcionalidade de nossas cidades espirituais, vemos o quanto a realidade material terá de mudar, mas sem deixar de ter a certeza de que as coisas se adequarão naturalmente para reflectir-lhes o funcionamento saudável.
Ainda existe uma grande leva de espíritos impedindo que mudanças mais salutares ocorram na organização social. Em alguns anos, estes aprenderão o correto uso dos recursos em outros mundos educadores, para que um dia possam voltar à Terra e ter o direito de utilizar as possibilidades desenvolvidas de maneira correta, de acordo com os padrões da regeneração.
Os desafios e limites que se apresentam agora como, por exemplo, os bens de consumo, as fontes de energia, os processos de deslocamento e as leis que comandam a funcionalidade da matéria subordinando peso e massa, velocidade e acção estão com os dias contados e sofrerão modificações acentuadas com o objectivo de se renovar.
Chegará o dia em que a circulação desses recursos e bens estará tão equilibrada que proporcionará a diminuição das dificuldades globais, por meio da ligação entre seus povos, com base no apoio mútuo e no amor universal.
Por atingir o equilíbrio, o próprio homem poderá utilizar novas possibilidades corporais para se deslocar, apresentando menor dependência de veículos para sua movimentação, e sua independência surgirá de seus próprios poderes pessoais.
Nossos irmãos contribuirão com a sua parcela para a concretização dos objectivos superiores que atendem às características das futuras cidades em renovação.
Partimos em busca de tarefas desafiadoras e nobres, com a vontade de ver essas previsões acontecerem. Mudanças já vêm ocorrendo, funcionando a todo vapor para, com alegria, vivermos num mundo melhor.

Capítulo 29 - Acidentes por imprudência já representam a limpeza do orbe
O que podemos notar na correria das estradas é a ansiedade de se chegar logo ao destino para usufruir dos objectivos prazerosos da viagem. Abusar da velocidade e transitar sob o efeito do álcool ou outras drogas também coloca em risco a vida do motorista e a dos outros.
Estávamos acompanhando um grupo socorrista de nosso plano que auxiliava num acidente entre veículos com a morte de praticamente uma família inteira. O único sobrevivente foi um garoto que, após aquele drama, ficaria aos cuidados de outros familiares, que se responsabilizariam pela sua educação e orientação.
O resgate espiritual foi realizado pela equipe responsável por aquele trecho da estrada em que o acidente aconteceu, prestando a assistência, dentro do possível, de acordo com o merecimento dos envolvidos e de acordo com a responsabilidade directa e indirecta de cada um.
A maioria desses acidentes é fruto de irresponsabilidade, principalmente quando envolve o uso de drogas em geral, que tiram as possibilidades da condução segura dos veículos, ou o excesso de velocidade, que acaba em erros e descontroles. O resultado não seria outro senão essas fatalidades.
O estado dos desencarnados era muito desfavorável ao auxílio espiritual, possibilitando a intervenção por parte de entidades inferiores que emergiam dos planos obscuros. Esses seres aproveitavam ocorrências assim para conduzirem os recém-desencarnados menos preparados, que estão em sintonia com obsessores, atraindo-os com a maneira com que viviam.
As leis espirituais respeitam o livre-arbítrio, mas a vida pede para repensarmos nossas atitudes e escolhas para alcançarmos nossa felicidade.
O quadro era triste, principalmente com relação aos adultos que não davam condições de serem amparados pelas nossas equipes de trabalho em decorrência do triste estado perispiritual. Somente a mãe e as crianças apresentavam melhores condições íntimas e foram resgatados pelos auxiliares do nosso plano. Porém, não foi possível fazer quase nada para auxiliar o pai e os outros dois adultos envolvidos no acidente, deixando-os entregues aos resultados de suas próprias opções.
Fazendo breve pausa no final dos atendimentos, Clarêncio, para ampliar meu entendimento, explicou:
-Os acidentes causados pela imprudência ocorrem muito frequentemente, em todos os lugares, e já representam, em grande parte, a limpeza de muitos espíritos que abusam de suas possibilidades
As lutas, as agressões por grupos extremistas, os acidentes colectivos e muitas outras ocorrências dessa natureza são indícios da higienização planetária, presentes nas experiências de pessoas invigilantes e precipitadas, que acabam por se candidatar às últimas oportunidades nesse orbe.
As portas da Terra estão fechadas tanto para seres imaturos e inexperientes, como também para os que se apresentam com imperfeições mais acentuadas. A credencial de permanência exige qualificação relacionada ao teor de virtudes e predisposições para mudanças.
Não podemos precisar a quantidade dos envolvidos nesses acontecimentos precipitados. Para termos uma ideia mais exacta dessas tristes ocorrências, precisaríamos fazer um levantamento desses dados com os órgãos competentes de nossos planos. Se levarmos em consideração as mortes por doenças, violências e acidentes de trânsito, veremos que o desencarne colectivo tem aumentado em todas as partes, criando um índice alto de deportação.
Destacamos também, como uma importante característica desses tempos, a elevada quantidade de encarnados com idade física acentuada, dando indícios de que a mudança de gerações não tarda a se efectivar, criando uma alteração na qualidade espiritual em relação aos que ainda se encontram na Terra.
Os espíritos que não são maus o suficiente para serem degredados nem tão firmes nos propósitos de mudança, mas se encontram em condições de permanecer no orbe, serão estimulados, por estudos e trabalhos efectivos elaborados em nossos planos, a realizar uma renovação mais eficaz, ficando internados ali até que estejam aprimorados o suficiente para retornar ao plano físico e continuar a jornada de crescimento que lhes cabe.
Muitos aguardam que acontecimentos drásticos e acidentes de grande porte aconteçam para determinar de forma violenta essas transformações, mas, ao contrário do que pensam, apesar de esses movimentos de ordem geológica serem muito naturais, as transformações não ocorrerão dessa forma.

Essas mudanças fundamentais serão feitas depois que os homens se ajustarem à condição regeneradora, com a ajuda de todos nós e também de nossos irmãos de outras casas planetárias, de forma equilibrada e sem muitos danos aos seres que aqui viverem.
Catástrofes naturais acontecerão apenas se os homens se precipitarem em uma Terceira Grande Guerra, diante da qual a própria natureza reagiria com cataclismos e destruições causados pelos movimentos de suas placas tectónicas em decorrência da agressão por armas atómicas ou de efeitos semelhantes.
Esse fato tem ficado ainda mais improvável por causa da acção directa de nosso plano que trabalha para aproximar o homem das determinações do Cristo, para que a Terra venha a promover sua transformação pelo trabalho e pela dedicação ao esforço educador de aprimoramento.
A dor é mola propulsora para o despertar dos que estão indecisos para esta transição, mas os casos de extremo sofrimento atingem apenas aqueles que precisam passar por isso para se libertarem definitivamente dos compromissos do passado.
Muitos que hoje parecem ser vítimas e inocentes, independentemente da idade com que passam por essas experiências dolorosas, são os mesmos agressores de ontem que não apresentaram mudança real no que diz respeito ao despertar dos valores essenciais.
Não existe ocorrência injusta por parte da organização sideral que orienta as transformações desses dias, e sim o esgotamento máximo do que se poderia oferecer como oportunidade de aprimoramento. Com seu comportamento, optam pelo lugar e destino que lhes cabe em conformidade com o tamanho moral de seus seres.
O que podemos frisar é que a bondade e o amor de Jesus pela acção de seus colaboradores fizeram tudo o que poderiam ter feito a todos os espíritos que passaram por essas plagas. Os que se vão estarão subordinados a outros mestres, que os auxiliarão, em seus soerguimentos espirituais, a exprimir a Misericórdia Divina.
Acompanhamos em silêncio a equipe que conduzia aqueles que se achavam mais preparados e despertos para receber nosso auxílio mais directo, mantendo-nos em estado de oração em favor daqueles outros que se encontravam, por vontade própria, nas ilusões de suas buscas fantasiosas. Quem sabe encontrem na desilusão as portas de retorno ao caminho recto da evolução, como acontece a todos nós!

Capítulo 30 - Mudança nos planos espirituais do planeta
Seguíamos as orientações passadas pelo coordenador da equipe socorrista para que, numa só corrente de forças, penetrássemos naquela construção semidestruída. Seria necessário criarmos um padrão elevado junto aos companheiros que ali se encontravam e, com mais facilidade, resgatá-los das condições precárias que a prisão naquela masmorra infecta e repugnante os colocava.
Eram doentes de todos os matizes, e o lugar lembrava os antigos vales dos leprosos da época cristã, em que estes viviam separados da convivência social.
Tratados como animais, a maioria deles era composta por antigos tiranos do passado que sofriam severa vingança nas mãos de suas vítimas. Além disso, encontravam-se escravizados pelo peso da culpa por suas acções inconsequentes.
Os doentes receberiam tratamento para melhorar seus padrões mentais e seriam levados para locais de recuperação. De lá, seriam encaminhados para a sua nova moradia planetária. Mergulhariam num estado de sono e só acordariam em processo de reencarnação, necessitando deste longo estado de hibernação para não sentirem tanto o peso da mudança de mundo, o que os tornaria mais predispostos ao aprendizado.
Muitos deles gemiam e falavam palavras desconexas, já que não tinham forças para quase nada. Alguns estavam mutilados, outros feridos e deviam ter sofrido as mesmas agressões e maus-tratos que impuseram a outras pessoas um dia. Mais uma vez, vamos encontrar a misericórdia divina operando junto aos caídos, dando-lhes a oportunidade de resgate para direccioná-los às sendas do bem e do trabalho. No futuro, estariam todos juntos em reencarnações libertadoras, pois as vítimas e os verdugos eram o mesmo grupo em momentos alternados, sendo convocados ao perdão.
Clarêncio, que auxiliava o trabalho de forma orientadora e prática, falou, sensibilizado:
-Os planos espirituais estão sendo limpos para diminuir as emanações mentais inferiores desses companheiros desequilibrados que criam, com seus pensamentos e emoções, espaços como estes, mantendo focos de infecção ou núcleos nocivos de viroses e germes, sustentando um centro de problemas para a realidade material humana.
Esses irmãos semi-inconscientes são verdadeiros zumbis, e não por acaso são retratados assim nas ficções cinematográficas da actualidade. Isso acontece pelo interesse em filmes criados e assistidos pelos que sintonizam com o tema, que na realidade são a descrição do que acontece em muitos planos inferiores. Não será de se estranhar, quando aqui aportarem pelo desdobramento durante o sono, que encontrem as circunstâncias idênticas às que viam em seus filmes.
Este panorama deverá sofrer modificações e passará a ser educandário para os que desencarnarem em condição de erros e deslizes, no propósito mais directo de novamente edificá-los no bem.
A primeira esfera de espiritualidade superior que envolve a Terra, onde Nosso Lar e outras colónias estão localizadas, se fixará no umbral e na crosta do mundo material. Ela retratara as condições de nossa colónia, favorecendo com isso a rectificação dos que ainda necessitam de reeducação, criando uma disposição melhor para trabalhar e mudar as suas acções, sem se prenderem aos seus efeitos negativos.
Em consequência a essas mudanças, as faixas vibratórias dos planos mais elevados se aproximarão mais do orbe, ficando em sintonia com esferas mais superiores, ampliando-se para o melhoramento geral de tudo que diz respeito a Terra. Dessa forma, até mesmo os planos inferiores terão um padrão de elevação com as características próximas das que encontramos em nossa colónia e similares, e nosso planeta ficará num patamar mais nobre.
Não existirão mais trevas no fundo da Terra e sem o peso e a desqualificação de vibrações inferiorizadas o planeta intensificará as mudanças na realidade material, fazendo com que ocorra mais facilmente a aplicação de outros recursos e capacidades em todos os sectores da realidade física de nosso ser – o filho do homem.
Depois dessas reflexões, integramo-nos ao auxílio daqueles irmãos para que pudessem ser acolhidos e direccionados ao destino que os aguardava.

Capítulo 31 - A visita de um amado companheiro
A vida convida-nos a adoptar um padrão de comportamentos baseado no compromisso com o bem e com a melhoria, ampliando nossas acções no benefício colectivo e não mais em favor da satisfação pessoal ou unicamente direccionada para as nossas famílias.
Essa foi uma das maiores lições que pude tirar da minha última existência na Terra, onde sempre me preocupava mais comigo mesmo e com os meus. Quantas vezes eu ficava surdo aos apelos do sofrimento alheio, mesmo na posição de médico, e criava uma carapaça de indiferença e egoísmo com a minha forma de viver!
Lembro-me claramente de que, quando cheguei à colónia que me acolheu70, uma das primeiras lições que pude aprender com quem esteve ao meu lado foi a capacidade de sair de si para o encontro com o próximo.
Tive muitos exemplos, desde o momento em que fui recolhido carinhosamente pelos benfeitores que me resgataram das regiões inferiores – a assistência amorosa de Lísias, meu atendente imediato, os cuidados dos médicos, a recepção amorosa da senhora Laura e de seus familiares e até as lições de amparo e paciência de Narcisa para que eu dilatasse a predisposição de servir.
Quando observo as tendências das criaturas, percebo os que estão dispostos a compartilhar e os que querem apenas receber. Esses dois comportamentos criam uma linha energética divisória entre si, reflectindo uma divisão natural entre os que vivem o estado de caridade e os que só querem sustentar seu egoísmo. É o símbolo da separação entre o joio e o trigo71, em que nosso psiquismo se estabelece na bondade ou se fortalece no individualismo.
Ao observar o planeta com tantos desafios, descobrimos que o amor tem ganhado espaço nas acções silenciosas de muitos em querer ajudar e amparar, embora as mídias não as divulguem tanto quanto seria necessário.
Há os que afirmem perceber o contrário – enxergam egoísmo, interesse pessoal e desequilíbrios para todos os lados, mas estão enganados. Essa visão distorcida ocorre porque o bem não faz alarde e “vende menos” do que o mal, que usa de uma bombástica expressão para se manifestar, em conformidade com a inferioridade ainda presente na Terra.
O exemplo mais claro dessa afirmativa está em Jesus diante dos poderes de Pilatos e da força dos líderes religiosos de sua época, que pareciam ser mais evidentes que aquele simples Galileu. Vemos hoje que a presença de Jesus é a que permanece na vida das pessoas, mostrando-nos o quanto era frágil a mensagem daqueles grupos em contraposição aos exemplos do Mestre, ao sacrifício dos cristãos de todos os tempos e ao movimento das pessoas tidas como simples e ignorantes.
Aqueles “homens fortes” passaram como folhas secas levadas pelos ventos impetuosos da verdade, e as impressões de perturbação que hoje parecem prevalecer não terão poder algum ante a bondade e a ordem que nascem de Deus em direcção aos corações humanos.
Foi com essas reflexões que me encontrei com Clarêncio para realizarmos uma visita à crosta, em companhia de um querido amigo. Dirigimo-nos a determinado sector da colónia onde nos encontramos com uma das personalidades mais conhecidas do movimento espírita actual, com a qual tivemos a oportunidade de trabalhar quando ele ainda estava encarnado.
Abraçamos e beijamos nosso estimado e querido Chico Xavier, e nos prontificamos a acompanhá-lo a fim de traduzir algumas experiências aos irmãos internados no plano físico.
Estávamos em sua companhia para cumprir alguns compromissos de trabalho que o médium amigo, exemplo de cristão para todos, exercia periodicamente como tarefa de amparo junto a alguns companheiros do movimento espírita brasileiro.
Alegrando-nos com sua palavra amorosa e calma, esclareceu:
-Meus queridos irmãos e benfeitores, quero agradecer a bondade de nosso Jesus Cristo em nos conceder a oportunidade dessa convivência enriquecedora e pedir a Deus que os abençoe sempre.
Não sou merecedor dessas bênçãos, pois me sinto na necessidade de receber o amparo de suas energias e orientações que me fazem sentir muito feliz.
Quem sou eu para servir de exemplo para alguém, já que temos em nosso Mestre a maior expressão de amor e abnegação em favor de todos!
Dirigimo-nos em primeiro lugar para Uberaba, região em que o médium viveu em Minas Gerais, lugar em que o amigo dos sofredores pôde rever companheiros dedicados cooperando na edificação das verdades espíritas, cada qual no seu compromisso específico.

Pudemos acompanhar as actividades de um médium que tem sido muito questionado actualmente por seus companheiros espíritas pelas mensagens divulgadas. Ele recebeu um abraço e um beijo do nosso carinhoso Chico, de forma a desejar-lhe coragem e reserva ante as lutas do mundo. Aproveitando a oportunidade da visita, ele deixou uma mensagem mediúnica que mais tarde seria divulgada em um livro.
Diante dos questionamentos em torno do médium encarnado, Chico esclareceu:
-Quantas lutas esse abnegado companheiro da causa espírita vem superando! Assim como muitos, ele tem sofrido a incompreensão natural que nasce da ignorância e da falta de entendimento. A mensagem de Jesus é ainda uma necessidade urgente para nossos corações, carentes de uma proposta elevada de amor e compaixão para com as pessoas com quem convivemos.
Essa postura fraterna deveria ser mais expressiva quando se trata de companheiros da seara espírita. Os sentimentos nobres representam o olhar que precisamos ter para com eles e a mesma óptica para com a nossa própria necessidade de melhoria. Fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem é a lei natural que sustenta a vida no universo e precisamos adoptá-la como norma essencial.
Chegará o dia em que veremos o sentimento fraterno reger todos os trabalhos e sectores do orbe e não será diferente no movimento da Doutrina Espírita, pois é nele que devemos materializar, em primeiro lugar, o mesmo que esperamos encontrar nos outros sectores da sociedade em que estamos inseridos.
A bondade de nosso Pai é tão grande que Ele nos ofereceu os recursos dessa doutrina para que pudéssemos vivenciar a mensagem de nosso Senhor Jesus Cristo de maneira mais fácil.
Saindo dali, foi com muita alegria que abraçamos outros companheiros que também labutaram naquela região e defenderam essa bandeira de trabalhos e exemplificação. Encontramos, entre outros, Odilon Fernandes, Dr. Inácio Ferreira, Maria Modesto Cravo e toda uma equipe de espíritos que acompanhavam mais directamente aquele operário do bem que, mesmo possuindo suas imperfeições como qualquer um de nós, emprega seu tempo para divulgar e desenvolver os princípios desta doutrina de luz.
Ainda a caminho de outra visitação e no desejo de trazer mais esclarecimentos, o querido médium falou:
-Quando nossos irmãos deixarem de focar as dificuldades ou imperfeições do outro e começarem a valorizar a entrega e a dedicação de cada um para o benefício de outras pessoas e para o crescimento do Espiritismo, veremos a harmonia e o respeito surgirem como maior recompensa deles mesmos. A Doutrina dos Espíritos deve predominar sobre todos os que a abraçam como directriz, uma vez que esta obra gigantesca não pertence a homem nenhum, e sim aos espíritos do Senhor, seguindo o exemplo do destacado esforço de Allan Kardec, que colocou sua missão acima de todos os seus interesses.
Por isso mesmo, lembramo-nos da orientação contida no Evangelho, que nos convida a melhorar nossa visão das coisas e, principalmente, do comportamento dos outros: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.”72. Para ajudar a resolver os problemas alheios sob a óptica do nosso olhar, a bondade tem que permear nossas intenções.
Após ouvirmos, sensibilizados, orientações tão simples e profundas, saímos dali em companhia do Chico e fomos para uma região próxima de Belo Horizonte, onde o amoroso amigo também mantinha vínculos de trabalho com outro médium, mandando mensagens, inspirando ideias, renovando energias e continuando a amparar muitos seres, como fazia quando encarnado.
Observando o trabalho de perfeita integração entre os dois planos, Chico voltou a falar:
-Quanta bondade encontramos nos lugares onde a Espiritualidade Maior nos permite dar continuidade aos trabalhos, proporcionando ao nosso ser um estado quase permanente de felicidade! Não há no mundo um padrão maior de felicidade que a possibilidade de servir e viver à maneira de nosso Mestre divino. Só no amor encontraremos a maior razão para existir. Dentro dessa dinâmica, conseguimos aproximar a presença de Nosso Senhor dos corações sofridos e principalmente mostrar a possibilidade de a humanidade confiar em Deus, despertando-lhes a fé na Providência Divina.
Cada irmão com que trabalhamos é um canal para que Deus se faça presente. A maior mediunidade será daquele servidor que aprender a se anular para que Jesus Cristo apareça em seu lugar.73 Assim descobriremos que no fundo não é Ele, o Senhor de nossas vidas, que se faz presente, e sim o perfume inebriante e belo de nosso Pai, a única realidade fundamental possível.
Silenciou-se aquele amigo de nossos corações que amávamos como verdadeiro irmão, deixando sua marca amiga para coroar as páginas destes nossos registros com sua luz, transformando-as numa mensagem de paz e alegria.

Capítulo 32 - Os dramas humanos já são apocalípticos
Meditava sobre os vastos temas dos trabalhos e lições que recebemos para compreender melhor os processos atuais de mudanças e o efeito delas para o nosso próprio ser e para o planeta.
Numa primeira percepção, as ocorrências parecem não representar uma mudança efectiva, tudo se mantêm com as mesmas características e a maioria dos homens continua se comportando da mesma maneira, sem ligarem para a responsabilidade que lhes cabe nesse processo reformador.
Previsões com datas específicas foram enunciadas, criando expectativas e anseios, medos e perturbações perante o que vai ou não acontecer. Com o intuito de contornar essas expectativas infelizes, trazemos recursos para abrir raciocínios e disposições a fim de abraçarmos os deveres numa atitude séria e objectiva nas obras e tarefas sob nossa responsabilidade, transmitindo aos companheiros de jornada uma mensagem de confiança e esperança em ver um mundo melhor e mais ajustado no bem.
Ao apresentar minhas ponderações a Clarêncio, ele veio em meu socorro para elucidar os factores ligados ao psiquismo da maioria dos encarnados que se movimentam nos trabalhos espirituais.
-André, muitos de nós aguardamos que os acontecimentos dessa fase de mudanças apresentem características impressionantes e drásticas a ferir suas sensibilidades, criando uma sensação de medo e desespero na maioria dos homens. Muitos se perguntarão se não é mais uma informação especulativa sobre o fim dos tempos anunciados no Evangelho74 e no Apocalipse de João, numa expectativa ansiosa de mudar a vida para melhor, transferindo, dessa forma, nossos compromissos de renovação diante das circunstâncias e acontecimentos que nos cercam.
Os dramas e dores humanas já apresentam características apocalípticas suficientemente fortes para precisarmos de fatos superiores a eles, esperando por algo maior na demonstração de violência e desequilíbrios.
As ocorrências geológicas fazem parte da realidade de todos os orbes do Universo, assim como datas e expectativas colectivas representam um anseio de que as coisas precisam mudar. Elas apenas são transferidas para o lado mais fácil, o externo, e nos esquecemos de que a finalidade maior da existência é a transformação do ser e não dos objectos e coisas que o cercam.
Em Jesus estão todas as esperanças humanas, mas Ele espera o nosso comprometimento para realizarmos a reforma que realmente deve acontecer no encontro com Deus através de nossa realidade essencial.
As mudanças serão percebidas quando melhores condições de vida estiverem ocorrendo de forma natural e espontânea, e, dentro dessa perspectiva, podemos dizer que muitas melhorias atuais demonstram que a regeneração já é uma realidade, não precisamos de fatos extraordinários e chamativos para isso.
O apocalipse ocorre, primeiramente, em âmbito individual, na órbita pessoal de cada um.
O segundo centenário deste milénio terá outras características de funcionalidade para o planeta, e os que não estiverem prontos e abertos para vivenciá-lo serão convidados, cada um a seu tempo, a definir onde irão viver, com base em suas disposições interiores.
Estejamos firmes no trabalho reconhecendo que, acima de tudo, é a vontade de nosso Pai que irá determinar o que é melhor para todos nós, sob a orientação e aplicação da Sua vontade pelas mãos d’Aquele que desenvolveu os valores que a Terra conquistará no movimento infinito da Vida.
Dizendo isso, partimos para outras empreitadas buscando concluir nossas actividades junto aos objectivos traçados pelos organizadores de nossas tarefas, em favor da humanidade terrena.

Capítulo 33 - Mudanças fundamentais na desencarnação
Transcorridas as etapas de nossa tarefa para a elaboração desta obra, Clarêncio encaminhou-nos à conclusão do tema, discorrendo sobre o processo da desencarnação e suas características diante das transformações.
Estávamos acompanhando a desencarnação de um companheiro de ideal espírita que teve seus compromissos mais directos com a doutrina, dedicando-se depois a outras áreas no campo quase infinito de manifestações e fenómenos. Ele passou a se interessar pela ampliação da consciência e pelo desdobramento desta, de forma consciente, fora do corpo. Buscou aprimorar suas pesquisas na área científica, criando metodologias para fundamentar esse aspecto do desenvolvimento dos poderes e potenciais do espírito. Chegou o tempo, porém, em que nosso irmão foi convidado a retornar às nossas esferas.
Para acolhê-lo, um grande grupo de companheiros do plano extra-físico fazia-se presente e, entre eles, encontramos novamente a figura singela de nosso querido Chico Xavier que, pela amizade e carinho estabelecidos no passado, veio interceder em seu favor.
O processo de desencarnação foi muito tranquilo em se tratando dos aspectos técnicos, já que ele trabalhou neste sentido, e seu desdobramento para realizar o corte dos cordões que o prendiam ao corpo foi demasiadamente simples de se fazer. No plano físico, amigos, discípulos e seguidores emitiam forças e pensamentos diversificados, criando uma psicosfera de variadas vibrações – muitas delas eram positivas e outras, caracterizadas pelo medo e insegurança em relação às perspectivas futuras sobre os trabalhos deixados por ele na Terra.
O estado íntimo de nosso irmão agravou-se um pouco pelas emoções que manifestava, destacando as energias do medo, da culpa, e da insegurança. Ao mesmo tempo, ele combatia esse estado com as certezas desenvolvidas com suas práticas de projecção da consciência e com seus conhecimentos, gerando um campo de lutas interno entre pensamentos e emoções.
O carinho com que foi acolhido ao receber o abraço afectuoso do médium de Uberaba lhe fez um bem enorme e, com essa providência, foi encaminhado para o estágio de recuperação e reajustamento às propostas de trabalho e lutas relacionadas ao seu futuro.
Presenciamos a dedicação que os amigos da espiritualidade tinham pelo recém-desencarnado e como procuravam facilitar, no que fosse possível, a sua reabilitação na condição de espírito liberto.
Clarêncio, com suas palavras, veio ao encontro das experiências pessoais presenciadas por nós:
-Apesar de estarmos diante de uma ocorrência natural, precisamos concluir nossos temas, abordando esse aspecto tão forte ainda para a maioria das pessoas na Terra. A morte tem sido um assunto perturbador para muitos por gerar transformações e nos convidar a pensar mais profundamente perante a vida universal.
Se a reencarnação sofrerá mudanças fundamentais, não seria diferente com a desencarnação. Ambas passarão por transformações acompanhando as necessidades do espírito imortal em seu próprio caminho de despertar interior, que ditará as características dos nascimentos e mortes.
Com o desenvolvimento da ciência médica, a formação do corpo físico e as gestações diminuirão e dispensarão parte do tamponamento da consciência, fenómeno que se torna cada vez mais dispensável para a adaptação a idiomas, etnias e culturas. Aliás, estes itens estão caminhando a passos largos para uma unificação. No novo desenvolvimento fisiológico, a passagem pelas fases da infância, juventude, idade adulta e velhice serão alterados. O maior período de tempo da existência será usufruído nas fases da juventude e da maturidade, e a infância e a velhice serão mais curtas.
O espírito transformará a forma como conduz sua existência, podendo prolongá-la em decorrência dos projectos que esteja executando, bem como terá autoridade de sair dela para cumprir missões diferentes no plano espiritual e até mesmo em outros mundos. Esse modo de viver tira da morte o carácter deprimente e doloroso e a transforma em portal de libertação do espírito. A dor decorrente das separações pelo desencarne não existirá, pois, além da certeza da imortalidade da alma, a comunicação entre os dois planos será algo rotineiro. Nessas condições, ninguém se sentirá desamparado.

A autoridade moral do ser sobre suas condições materiais será quase completa até que atinja a posição dos espíritos puros, na qual transcende e se liberta das leis físicas que regem as existências materiais dos orbes. A perspectiva do mundo de regeneração é o despertar das potencialidades de cada ser, dando-lhe condição de perceber que seu existir transcende o corpo físico, os papéis que exerce e a personalidade que assume temporariamente, passando a obedecer ao comando íntimo fundamentado nas suas forças espirituais.
Nascer, morrer e renascer terão propriedades muito diversas das que conhecemos hoje.
O espírito é a representação da presença de Deus e, quanto mais nos aproximarmos de nossa natureza essencial mais autonomia teremos perante a matéria para conduzi-la de maneira natural e objectiva, aproveitando seus recursos e qualidades para o benefício geral.
A morte será então amada e respeitada em seu real significado, pois só quem sabe morrer para a superficialidade abre-se para viver a essencialidade, encontrando sintonia com a Vida plena que se faz com as características da eternidade.

Capítulo 34 - Diminuindo as distâncias na comunicação
Congregados como uma só família universal, milhares de representantes das diversas colónias que circundam a Terra faziam com que aquela colmeia de trabalhos e de estudos apresentasse a mais diversificada expressão de seres. A maioria dos espíritos vestia túnicas alvinitente e sua beleza expressava-se com simplicidade, dando um aspecto diferente de tudo que tinha visto até agora nos lugares por onde passei.
Estávamos em uma construção de proporção colossal que representava o Instituto do Sistema Solar e se localizava nas proximidades da Terra. Clarêncio informou-me ser ali o local de reuniões periódicas dos responsáveis pelas decisões que abrangem e beneficiam os planetas da nossa família solar.
Conforme a programação do evento, haveria uma reunião para a abertura dos trabalhos e várias outras de carácter particular, que desenvolveriam projectos para diminuir as distâncias relacionadas à comunicação entre as esferas espirituais mais próximas da Terra. Este avanço na comunicação seria importante para nosso planeta, já que todas as atenções estavam voltadas para a sua adaptação aos códigos universais do bem-viver.
Ao entrar em contacto com seres de outros orbes do sistema, também convidados a participar daquele conclave, percebemos diferenças em algumas estruturas perispirituais, apesar de, no âmbito geral, a forma humana estar presente.
A humanidade terrena dava um passo grandioso para sua maioridade espiritual, saindo de sua condição de separatividade que a mantinha isolada da vida colectiva do Cosmos.
A grande expectativa para muitos era a possibilidade de estar, pela primeira vez, de forma mais consciente, na presença do Cristo, para ouvir de Sua sabedoria as orientações e ponderações que esta hora extraordinária pedia.
A ansiedade em que me via era muito expressiva. Procurei ficar o tempo todo em estado de prece e agradecimento no intuito de aproveitar melhor a oportunidade.
Além do Governador e todos os Ministros, as maiores comitivas de Nosso Lar eram as dos Ministérios da Comunicação e do Esclarecimento, com mais liberdade de acção para diminuir as barreiras existentes nos planos espirituais mais próximos da Terra. Por estarem mais ligados às responsabilidades ali ventiladas, preparavam-se para criar meios de aplicar e operar as determinações estabelecidas.
Várias músicas de altíssimo teor espiritualizante eram produzidas a fim de proporcionar maior harmonia e beleza para aquele encontro singular, fazendo com que as vibrações superiores dessem o tom dos acontecimentos. Como verdadeiras respostas do Alto, desciam sobre nós delicadas flores das mais variadas cores que, ao nos tocar, proporcionavam-nos grande paz e alegria.
Após aguardarmos por um tempo, uma estrela luminosa acompanhada por outras luzes veio em nossa direcção e, aos poucos, tomava a forma humanizada, formando uma cúpula de seres iluminados. No centro dela, um ser translúcido e inigualável se fez presente com magnitude e beleza indescritíveis, por escapar de todas as minhas capacidades de identificação e de descrição.
Sob o impacto de forte emoção e sensibilidade, Clarêncio falou-me ao ouvido:
-É Jesus e seus mensageiros divinos que, na sua maioria, representam os grandes espíritos que passaram na Terra à feição de mestres e apóstolos do bem.
Um silêncio profundo tocou-nos de maneira tão intensa que parecia ser a expressão da própria presença de Deus em nós, como fonte de toda a vida.
Em nossas mentes e corações repercutia uma voz encantadora e vibrante que parecia mais uma melodia celestial, tamanha a impressão que causava a todos.
Independentemente dos níveis espirituais de cada um de nós, todos chorávamos de emoção. Aquela manifestação tinha um magnetismo tão forte que nos arrebatava para lugares longínquos, como se as distâncias dentro do Universo sumissem e nos sentíssemos em todos os lugares ao mesmo tempo. Vivíamos a sensação da Eternidade.
Reproduzo aqui, com expressivas limitações, as palavras que chegavam na acústica de nossos espíritos como uma doce voz, que nos dizia:
-É chegada a hora de vermos mais uma família que se sentia apartada do amor de nosso Pai unir-se à grande família universal. Até agora alimentava a condição de viver isolada e deslocada de tudo e de todos, sentindo-se como se fosse a única forma de vida inteligente no infinito da Criação.

Chegou o bem-aventurado tempo de corrigir essa distorção sustentada pela formação de uma estrutura mental baseada no ego isolado e infeliz, na qual vive numa permanente sensação de solidão e desolação.
O Amor é a ponte que une todos à essência da Vida. É imprescindível que nossos irmãos terrenos rompam com o egoísmo milenar ligado à percepção limitada de existir para retornar ao regaço amoroso do Pai.
As diferenças e limitações ainda existentes nos planos espirituais que envolvem o Planeta devem se extinguir para se reconhecerem como filhos de um mesmo Pai.
Os seres dos planos mais próximos à crosta sofrerão uma intervenção na estrutura mental de seus corpos espirituais com o propósito de desenvolver uma forma de comunicação que nasça dentro do ser. Este benefício se expandirá naturalmente aos homens do mundo físico, tornando possível outras capacidades de contactos. A distância entre os corações não pode mais existir, principalmente em se tratando dos círculos espirituais que circundam o orbe. A partir do momento em que vocês viverem legitimamente a fraternidade, rompendo com as fronteiras linguísticas e raciais, essa mesma fraternidade será verdadeira entre homens e nações. Com esta conquista, a compreensão surgirá, e os seres passarão a perceber que, línguas, costumes, regiões e interesses, estão separados por questões de menor importância.
O forte magnetismo da amorosidade diluirá os problemas e as ilusões em todos os sectores que a inteligência humana movimenta.
Nesta hora suprema, nosso Pai fará o rompimento dos campos vibratórios e energéticos que ainda persistem em limitar as relações da humanidade com sua família no Universo.
Sob as vibrações de musicalidade, fomos envolvidos em transcendente prece que elevou tanto o nosso padrão que nossos corpos espirituais ficaram translúcidos, reflectindo luzes de diversos e inebriantes matizes e produzindo um espectáculo de tanta magnitude que nenhum ser humano seria capaz de contemplar com seus olhos físicos.
Em arrebatamento indescritível, vimos nossas luzes se unirem, formando um gigantesco coração que se dirigiu ao orbe e, em claridades vivas, se desfez sobre ele. Passamos a vê-lo todo iluminado, bem como as duas esferas espirituais mais próximas da crosta destacadas aos nossos olhos por representarem os planos mais comprometidos com as mudanças que deveriam ocorrer.
Quando voltamos daquele estado de êxtase, já nos encontrávamos sem a presença daquela cúpula de seres iluminados. Colocamo-nos à disposição para estudos e reuniões dos quais surgiriam decisões em relação ao que iríamos fazer em prol da comunicação universal.
Sentíamo-nos felizes e mais leves e com a nítida percepção de que passamos por intensa actuação energética, pois conseguíamos perceber o que o outro sentia e pensava com maior facilidade. Algo dentro de mim se modificou no desdobramento da capacidade de me comunicar com o outro em sentimentos e pensamentos.
Diante das sublimes experiências vivenciadas, Clarêncio ainda informou:
-Hoje, André, devemos agradecer mais expressivamente por essa oportunidade de ter uma predisposição para o desenvolvimento de recursos mais amplos em contacto com o nosso próprio espírito, a partir de agora, e, através dele, nos comunicarmos com o outro. Cada um de nós recebeu uma intervenção interior para que façamos, por nossa conta, a parte que nos cabe, dependendo menos dos aspectos exteriores e nos ligando uns aos outros pelo amor que devemos ter por tudo.
Assim, dirigimo-nos a encontrar as equipes que representavam as múltiplas colónias espirituais para trocar ideias e aplicá-las na unificação dos planos espirituais, primeiramente, e depois entre os homens, impulsionando a Terra em seu processo de regeneração, passo inicial para se tornar um mundo elevado.

Notas
1 Mensagem recebida pelo médium Wanderley Oliveira em maio de 2016.
2 Nosso lar, capítulo 47 - “A volta de Laura” – Autor espiritual André Luiz pela psicografia de Chico Xavier – Editora FEB.
3 No capítulo 45 do livro Nosso lar, Lísias fala que vai reencarnar trinta anos depois do lançamento desse livro, o que ocorreu em 1943. Isto confirma a década de 1970 como o período dos acontecimentos narrados aqui. (N.E.)
4 Nosso lar, capítulo 19, autor espiritual André Luiz pela psicografia de Chico Xavier – Editora FEB.
5 Ibidem.
6 Lucas, 1:35: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
7 João, 3:1-12: “Se vos falei da coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?”.
8 O único aspecto que falta para a medicina terrena participar do processo completo da reencarnação é a introdução do espírito no momento da fecundação do óvulo. Até a magnetização e escolha dos gametas para a formação do corpo poderá receber a colaboração dos técnicos em reencarnação do plano físico, uma vez que a própria mudança genética do cromossoma já é analisada pela ciência terrena. (Nota do médium)
9 Mateus, 18:7.
10 Do que precede se infere que os anjos decaídos pertenciam a uma categoria menos elevada e perfeita, não tendo atingido ainda o lugar supremo em que o erro é impossível. Céu e inferno, capítulo 9, item 10 – Allan Kardec – Editora FEB.
11 Mateus, 22:14.
12 Apocalipse, 12:4: “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.”
13 Mateus, 8:12.
14 João, 3:8.
15 A convivência de Clarêncio com André Luiz está narrada nas obras Nosso lar e Entre a terra e o céu, autor espiritual André Luiz pela psicografia de Chico Xavier - Editora FEB.
16 O evangelho segundo o espiritismo, capítulo 3, item 4, Allan Kardec – Editora FEB.
17 João, 10:30.
18 Mateus, 11:30.
19 Lucas, 12:48.
20 Mateus, 20:1-16.
21 Mateus, 24:2.
22 “Completista é o título que designa os raros irmãos que aproveitam todas as oportunidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferece. [...] O completista, na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho. “Ver Missionários da luz, capítulo 12, autoria espiritual de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier - Editora FEB.
23 João, 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
24 Mateus, 5:14.
25 “Temos, assim, mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às consequências dos fenómenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado para que se alivie a mente na direcção de novas conquistas.” Religião dos espíritos, capítulo 45, autoria espiritual de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB. (N.E.)
26 “Aos catorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representava controlo é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.” Missionários da luz, capítulo 2, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.(N.E.)

27 Génesis 2:9: “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”
28 Génesis 3:3: “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.”
29 “Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito? – Sim, e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.” O livro dos espíritos, questão 186 – Allan Kardec – Editora FEB.
30 “Não seria mais exacto chamar ‘vida eterna’ à dos Espíritos puros, dos que, tendo atingido a perfeição, não têm mais provas a sofrer? - Essa é antes a felicidade eterna. Mas isto constitui uma questão de palavras. Chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.” O livro dos espíritos, questão 153a – Allan Kardec – Editora FEB.
31 Mateus, 11:28-29.
32 Mateus, 5:4 e 6.
33 Mateus, 11:28-30.
34 Mateus, 25:31-33: “E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.”
35 Por meio de outros livros temos informação de que a Lua é um desses lugares. (N.E.)
36 “Com o auxílio desses Espíritos degredados, naquelas eras remotíssimas, as falanges do Cristo operavam ainda as últimas experiências sobre os fluidos renovadores da vida, aperfeiçoando os caracteres biológicos das raças humanas. [...] Se a génese do planeta se processara com a cooperação dos milénios, a génese das raças humanas requeria a contribuição do tempo, até que se abandonasse a penosa e longa tarefa da sua fixação.” – A caminho da luz, capítulo 3 – subtítulo ‘Fixação dos caracteres raciais’, autoria espiritual de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB”.(N.E.)
37 “É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de acção, reacção e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma. – Evolução em dois mundos, Primeira parte, capítulo 3, subtítulo ‘Evolução no tempo’, autor espiritual André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.(N.E.)
38 “A espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos contidos no globo terrestre? Sim, e veio a seu tempo. Foi isso que levou a se dizer que o homem se formara do limo da terra.” Livro dos espíritos - Questão 47 – Allan Kardec – Editora FEB.
39 O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestivo, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar. (N.E.)
40 André Luiz em seu livro Libertação, capítulo 6 esclarece que o fenómeno da segunda morte se dá com a perda do veículo perispiritual em duas circunstâncias: “Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.”(N.E.)
41 1 Coríntios, 15:40-42: “E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção.”
42 Alguns suicidas sofrem de dolorosas explorações por parte das trevas ao renunciarem imprudentemente a vida física perdendo, consciencialmente, o direito de zelar e responder pelo próprio corpo perispiritual, pois menosprezaram e eliminaram o corpo físico.

43 Lucas, 15:11-32.
44 A águia romana (em latim: Aquila) era um símbolo da Roma Antiga, sendo usada pelo exército romano como insígnia das suas legiões. (N.E.)
45 A caminho da luz, capítulo 3, “As raças adâmicas”, autoria espiritual de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
46 Génesis, 2:21: “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; [...].”
47 “O grande povo dos faraós guardava a reminiscência do seu doloroso degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doía semelhante humilhação, que, na lembrança do pretérito, criou a teoria da metempsicose, acreditando que a alma de um homem podia regressar ao corpo de um irracional, por determinação punitiva dos deuses. A metempsicose era o fruto da sua amarga impressão, a respeito do exílio penoso que lhe fora infligido no ambiente terrestre.” A caminho da luz, capítulo 4 “A civilização egípcia”, autoria espiritual de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
48 Génesis, 2 e 3.
49 Por não termos uma bibliografia que amplie e ratifique essas informações deixamos as orientações espirituais na integra para não correr o risco de omitir qualquer informação, ficando ao leitor o convite para pesquisar o tema mais amplamente. (N.E.)
50 Médico espiritual que atua junto à equipa de encarnados. Não existe nenhuma confirmação de que seja ou não o personagem descrito no Evangelho. (Nota do médium)
51 “[...] Alvorada Nova, uma das colónias espirituais mais importantes que nos circunvizinham, [...]” - Nosso lar, capítulo 11 – “Notícias do plano”, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
52 “Pertence Asclépios a comunidades redimidas do Plano dos Imortais, nas regiões mais elevadas da zona espiritual da Terra. Vive muito acima de nossas noções de forma, em condições inapreciáveis à nossa actual conceituação da vida. Já perdeu todo contacto directo com a Crosta Terrestre e só poderia fazer-se sentir, por lá, através de enviados e missionários de grande poder.” Obreiros da vida eterna, capítulo 3, “O sublime visitante”. autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
53 O evangelho segundo o espiritismo, capítulo 17, item 4 – Allan Kardec – Editora FEB.
54 João, 3:30.
55 João, 14:2.
56 Os mensageiros, capítulo 22, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB..
57 Apocalipse, 21:2: “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém [...].”
58 Terminologia usada em várias religiões.
59 Génesis, 2:10: “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.”
60 “[...] reuniram-se em quatro grandes grupos que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades sentimentais e linguísticas que os associavam na constelação do Cocheiro. Unidos, novamente, na esteira do Tempo, formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egipto, o povo de Israel e as castas da Índia.” A caminho da luz, capítulo 4 - “Quatro grandes povos”, autoria espiritual de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
61 A presença de espíritos como Sete, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó. José, Moisés, Josué, Samuel, Rute, Ester, Davi e tantos outros luminares foram a expressão de Deus em prol da humanidade. (N.E.)
62 “Trata-se dos ‘salões verdes’ para serviço de educação. Entre as grandes fileiras das árvores, há recintos de maravilhosos contornos para as conferências dos Ministros da Regeneração; outros para Ministros visitantes e estudiosos em geral, reservando-se, porém, um de assinalada beleza, para as conversações do Governador, quando ele se digna de vir até nós.” Nosso lar, capítulo 32, autoria espiritual de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier – Editora FEB.
63 Missionários da luz, capítulo13, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
64 Mateus, 11:28.

65 Mateus, 18:7: “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”
66 Génesis, 4:15: “[...]. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.”
67 Nosso lar, capítulo 1, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
68 Lucas, 11:9.69 Mateus, 16:27: “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.”
70 Nosso lar, autoria espiritual de André Luiz, psicografado por Chico Xavier – Editora FEB.
71 Mateus, 13:30: “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.”
72 Mateus, 5:8.
73 João, 3:30: “É necessário que ele cresça e que eu diminua.”
74 Mateus, 24:1-51.

§.§.§- Ave sem Ninho