LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty QUE É REALMENTE SER VERDADEIRO MÉDIUM ESPÍRITA?

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 12:21 pm

Mediunidade Espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir”.
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse facto, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.
(...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.
Assim, conforme asseverou o Codificador, todos mantemos contacto com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo.
Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protector/mentor espiritual, entramos em contacto com as usinas de força da Vida Maior.
Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores.
E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos.
"O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas ideias e inclinações". Allan Kardec.
Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)

PRINCIPAIS TIPOS DE MEDIUNIDADE:

EFEITOS FÍSICOS:
Este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos - que têm consciência dos fenómenos por eles produzidos - e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenoménicas sem que o saibam.

MÉDIUNS SENSITIVOS OU IMPRESSIONÁVEIS:
São pessoas susceptíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão.
Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal subtileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.

MÉDIUNS AUDIENTES OU CLARIAUDIENTES:
Neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos.
O fenómeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo.
Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva.
Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.

MÉDIUNS VIDENTES OU CLARIVIDENTES:
São dotados da faculdade de ver os espíritos.
Cabe salientar que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.

MÉDIUNS PSICOFÓNICOS:
Neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 12:22 pm

MÉDIUNS DE CURA:
Este género de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação.
Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel.
Porém, quem examina cuidadosamente o fenómeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa.
A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico.
No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.
Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo.
A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.

MÉDIUNS MECÂNICOS:
Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma acção directamente exercida pelo Espírito sobre esses objectos.
A cesta se agita por vezes com tanta violência, que escapa das mãos do médium e não raro se dirige a certas pessoas da assistência para nelas bater.
Outras vezes, seus movimentos dão mostra de um sentimento afectuoso.
O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; frequentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si.
Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos; os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros lhes tomam o lugar.
Pode, pois, o Espírito exprimir directamente suas ideias, quer movimentando um objecto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão.
Quando actua directamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último.
Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenómeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve.
Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos.
E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.

MÉDIUNS INTUITIVOS:
A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado.
O Espírito livre, neste caso, não actua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia.
Actua sobre a alma, com a qual se identifica.
A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis.
Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar.
Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 12:23 pm

Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite.
Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.
E o que se chama médium intuitivo.
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium.
Efectivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente.
Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara.
Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete.
Este, de facto, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.
Tal precisamente o papel do médium intuitivo.

MÉDIUNS SEMI-MECÂNICOS:
No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo.
O médium semi-mecânico participa de ambos esses géneros.
Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.
No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o.
Estes últimos médiuns são os mais numerosos

MÉDIUNS INSPIRADOS:
Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados.
Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido.
A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último género.
A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir.
Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar.
Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protectores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares ideias.
Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com frequência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer.
Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito frequentemente se admirará das ideias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor.
Se nenhuma ideia surge, é que é preciso esperar.
A prova de que a ideia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal ideia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade.
Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser.
Do mesmo modo, aquele que possui ideias próprias tem-nas sempre à disposição.
Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 12:24 pm

Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras.
Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as ideias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril.
Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.
Os homens de génio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas.
Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as ideias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem.
Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação.
Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão frequentemente: meu bom génio, vem em meu auxílio?

As respostas seguintes confirmam esta asserção:
a) Qual a causa primária da inspiração?
"O Espírito que se comunica pelo pensamento."
b) A revelação das grandes coisas não é que constitui o objecto único da inspiração?
"Não, a inspiração se verifica, muitas vezes, com relação às mais comuns circunstâncias da vida.
Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo; ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensavas. É a inspiração.
Poucas pessoas há que não tenham sido mais ou menos inspiradas em certos momentos."
c) Um autor, um pintor, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns?
"Sim, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram."

MÉDIUNS DE PRESSENTIMENTOS:
O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras.
Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida.
Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as consequências das coisas actuais e a filiação dos acontecimentos.
Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.

MÉDIUNS PSICÓGRAFOS:
Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita.
São subdivididos em mecânicos, semi-mecânicos e intuitivos.
Os mecânicos não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma.
Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a ideia do espírito comunicante se expressa com maior clareza.
Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve.
Já nos semi-mecânicos, a influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium.
Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos.
Com relação os intuitivos, estes recebem a ideia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty DOUTRINADOR OU ESCLARECEDOR NOS TRABALHOS MEDIÚNICOS!

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 8:05 pm

Prática Mediúnica devem ter três funções, o Dirigente-Doutrinador, o Médium Ostensivo e o assistente participante.
Daremos algumas conotações observadas durante uma frequência prolongada nas reuniões Mediúnicas Espíritas, onde assimilamos uma série de orientações dadas pelos Mentores espirituais e outras das nossas observações para manter-se uma conduta salutar na convivência com os Desencarnados no desempenho da função de Doutrinador ou Esclarecedor, considerado actualmente como um psicoterapeuta de Espíritos sofredores.
Deve adquirir o hábito de primeiro ouvir o que diz o comunicante para iniciar o diálogo, num tom de voz natural, de forma coloquial, não tendo a preocupação de se fazer ouvir por todos os componentes do grupo.
Nunca esquecer que está conversando com um indivíduo que somente não possui mais um corpo carnal, no entanto as suas reacções psicológicas são semelhantes às daqueles que ainda e são encarnados, precisando naquele instante de atenção especial, quando não se deve prescindir de transmitir tolerância, compreensão e optimismo, para a superação das suas dificuldades na transição para além da sepultura.
Deve-se, portanto, pronunciar as palavras com delicadeza para o envolvimento vibracional, não se esquecendo da austeridade, sem o autoritarismo radical, nas ocasiões do atendimento aos Espíritos malévolos e impenitentes da erraticidade inferior.
Evitar explanações doutrinárias discursivas e sobretudo não emitir críticas ostensivas ou veladas pelo estado de sofrimento apresentado pela entidade comunicante que está sendo atendida.
Actuar mais com o sentimento de bondade do que com palavras excessivas.
Deixar o Espírito externar-se para identificar a causa do problema, antes de tomar o pulso da comunicação para ajudar o suplicante correctamente.
Não se preocupar em identificar quem é a personalidade sofredora, pois o trabalho de intercâmbio espiritual tem por base a caridade anónima.
Desnecessário explicar a razão do sofrimento actual trazendo à baila o comportamento incorrecto durante a existência carnal, porque isto tem o efeito de um ácido a queimar as fibras íntimas da criatura sofredora.
Quanto menos informações forem dadas melhor, inclusive não se utilizar da terminologia espírita, a não ser com muita cautela, nem tampouco insistir impositivamente na sugestão para que o comunicante adopte uma postura oracional, pois quem está sentindo sensações dolorosas ou desesperadoras não tem a mínima condição de entender ou assimilar ideias ou conselhos de que nunca ouviu falar.
O Doutrinador deve ter sempre em mente que a finalidade do fenómeno que ocorre na ligação que se dá perispírito a perispírito para a psicofonia, tem um sentido prioritário, de por em contacto o comunicante com o fluido animalizado do médium para a ocorrência do chamado choque anímico.
Allan Kardec utilizou o termo fluido animal, porque na ligação perispiritual ente o comunicante e o médium, para que se processe a psicofonia, acontece uma transferência de elevada carga de energias animalizadas, absorvidas pelo desencarnado, produzindo-lhe um choque energético que promove o seu despertamento para uma realidade nova de que ainda não se deu conta.
Isto se torna necessário, porque na desencarnação o ser inteligente leva consigo inúmeras impressões físicas e mentais que persistem no seu campo perispiritual depois da morte biológica.
Daí o conceito doutrinário de que morrer definitivamente é adquirir consciência e familiaridade do mundo que passa a habitar.
Por isso, o doutrinador deve ser muito cauteloso no momento de fazer a revelação do estado presente do Espírito que está sendo atendido.
Precipitar o conhecimento da sua morte biológica pode causar-lhe um trauma desestruturador da emoção, com consequências desagradáveis para o comunicante e para o médium também, que recebe as descargas psíquicas do sofredor.
Consideremos alguém que teve morte repentina decorrente de uma crise cardíaca, sem nenhum conhecimento da vida espiritual, acordando num ambulatório médico e sendo atendido por uma pessoa que lhe diz de chofre:
“Você já morreu.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 10, 2019 8:06 pm

Naturalmente a reacção imediata é a da descrença, com uma resposta de pronto:
“Como pode isto ter acontecido; eu estou vivo e dizem-me que já morri!”.
Se o Doutrinador persiste na ideia de convencer o Espírito, poderá ocorrer o medo e em seguida o pânico patológico, não resultando da revelação nada de positivo para o bem-estar da entidade sofredora.
Neste particular a função do doutrinador é de efeito preparatório, deixando a cargo dos Benfeitores Espirituais a escolha do momento aprazado para fazer com que o desencarnado tome conhecimento da sua nova realidade.
No diálogo com os Espíritos empedernidos no mal, a técnica de doutrinação também exige cuidados especiais na forma em que deve ser praticada.
Essas entidades sabem do estado em que se encontram e agem intencionalmente para perturbar o desenrolar da programação previamente estabelecida pelos instrutores espirituais.
Uma pergunta se impõe de imediato:
“Por que razão permitem os mentores espirituais esta intromissão inoportuna?”
Simplesmente, para aprendermos as lições decorrentes dessa convivência e, ao mesmo tempo, neutralizar a influência malfazeja dessas entidades sobre os encarnados.
O Doutrinador deve precaver-se, a fim de não se deixar envolver pela táctica usual desses Espíritos, qual seja a de provocar discussão com o intuito de roubar o tempo disponível das reuniões de atendimento aos sofredores, e ao mesmo tempo perturbar o ambiente mediúnico por meio de irradiações desagradáveis que a todos irritam, provocando um mal-estar generalizado.
O tratamento ideal no relacionamento com o visitante perturbador é o da amabilidade, mantendo-se a ascendência moral através de vocabulário próprio, demonstrando não estar atemorizado com as ameaças ostensivas, não se deixando contaminar com a violência do linguajar vulgar e desafiador, e, sobretudo manter uma confiança irrestrita na acção dos Benfeitores Espirituais.
Evitar a todo custo utilizar argumentos a fim de fazê-lo desistir dos seus propósitos. Durante o tempo em que se encontra ligado ao médium o Espírito vingativo está perdendo força.
Cada vez que isto ocorre, essas entidades perdem uma alta cota de energia que antes descarregavam nas suas vítimas.
No trabalho de Doutrinação, o encarregado dessa tarefa conscientizado da grave responsabilidade que assume não somente naquilo que diz respeito aos desencarnados, mas, também, na questão dos danos físicos, emocionais e espirituais que pode causar ao médium quando o atendimento não é feito de forma correcta.
Outro detalhe importante é o Doutrinador não tocar no Médium, no transcorrer da comunicação.
Este é um hábito extremamente inconveniente, não somente no sentido ético como estético.
Além disso, promove no sensitivo uma irritação muito desagradável, podendo em alguns casos danificar a sua aparelhagem mediúnica e nervosa.
Em situações específicas pode causar-lhe uma dor de cabeça insuportável.
Em decorrência do que foi dito anteriormente, a nenhum pretexto o médium deve ser seguro pelo doutrinador, no caso de agitação excessiva, pois não é a força física, e sim a psíquica que actua ecfetivamente para controlar os impulsos descontrolados da entidade comunicante, reflectidos no comportamento do medianeiro.
Finalmente o Doutrinador, depois do atendimento ao sofredor, deve transferir de imediato a sua atenção para o médium.
Não raro o sensitivo para se reajustar depois do estado de transe, na roupagem carnal, necessita de uma transfusão de energias que deve ser feita através dos passes magnéticos.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Morte física e desencarne

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 11, 2019 12:21 pm

porque demoramos para desligar da matéria?

Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente.
O indivíduo morre quando o coração deixa de funcionar.
O Espírito desencarna quando se completa o desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias.
Basicamente o Espírito permanece ligado ao corpo enquanto são muito fortes nele as impressões da existência física.
Indivíduos materialistas, que fazem da jornada humana um fim em si, que não cogitam de objectivos superiores, que cultivam vícios e paixões, ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento.
Certamente os benfeitores espirituais podem fazê-lo de imediato, tão logo se dê o colapso do corpo.
No entanto, não é aconselhável, porquanto o desencarnante teria dificuldades maiores para ajustar-se às realidades espirituais.
O que aparentemente sugere um castigo para o indivíduo que não viveu existência condizente com os princípios da moral e da virtude, é apenas manifestação de misericórdia.
Não obstante o constrangimento e as sensações desagradáveis que venha a enfrentar, na contemplação de seus despojes carnais em decomposição, tal circunstância é menos traumatizante do que o desligamento extemporâneo.
Há, a respeito da morte, concepções totalmente distanciadas da realidade.
Quando alguém morre fulminado por um enfarte violento, costuma-se dizer:
“Que morte maravilhosa! Não sofreu nada!”
No entanto, é uma morte indesejável.
Falecendo em plena vitalidade, salvo se altamente espiritualizado, ele terá problemas de desligamento e adaptação, pois serão muito fortes nele as impressões e interesses relacionados com a existência física.
Se a causa da morte é o câncer, após prolongados sofrimentos, em dores atrozes, com o paciente definhando lentamente, decompondo-se em vida, fala-se:
“Que morte horrível! Quanto sofrimento!”
Paradoxalmente, é uma boa morte.
Doença prolongada é tratamento de beleza para o Espírito.
As dores físicas actuam como inestimável recurso terapêutico, ajudando-o a superar as ilusões do Mundo, além de depurá-lo como válvulas de escoamento das impurezas morais.
Destaque-se que o progressivo agravamento de sua condição torna o doente mais receptivo aos apelos da religião, aos benefícios da prece, às meditações sobre o destino humano.
Por isso, quando a morte chega, ele está preparado e até a espera, sem apegos, sem temores.
Algo semelhante ocorre com as pessoas que desencarnam em idade avançada, cumpridos os prazos concedidos pela Providência Divina, e que mantiveram um comportamento disciplinado e virtuoso.
Nelas a vida física extingue-se mansamente, como uma vela que bruxuleia e apaga, inteiramente gasta, proporcionando-lhes um retomo tranquilo, sem maiores percalços.

Livro: Quem tem medo da Morte – Richard Simonetti

Autor: Richard Simonetti

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Reflexões sobre a “Ingratidão dos filhos e os laços de família”

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 11, 2019 8:21 pm

Se formos observar, em toda a Obra Kardequiana as mensagens de Aurélio Agostinho se relacionam sempre com a família, porque Santo Agostinho passou por sérios problemas familiares durante sua vida.
Em primeiro lugar com relação ao seu pai, Patrício.
O pai de Santo Agostinho era um homem complicado, com uma vida um pouco desregrada e um tanto quanto livre.
Patrício era funcionário na prefeitura de Tagaste - na época província romana, hoje é a actual Argélia - mas ele se interessava pelo filho, notava que Aurélio Agostinho era muito inteligente, e queria que ele fosse estudar, fazer um curso, como a maioria dos pais desejam para seus filhos.
Graças à generosidade de um amigo de grandes posses de seu pai, chamado Romaniano, Aurélio Agostinho foi enviado para a cidade de Cartago, também na África, para estudar retórica.
Nesse meio tempo, Agostinho arranjou uma namorada com a qual teve um filho chamado Adeodato (que significa a presença de Deus), que ele assumiu prontamente.
E isso é da mais alta importância, porque nos sabemos que dentro da Doutrina Espírita, espíritos como Emmanuel, André Luiz e outros que comunicaram através de Chico Xavier, sempre chamaram a atenção para o sexo responsável.
Agostinho, portanto, assumiu e cuidou do menino.
Mas a mãe de Aurélio Agostinho - Mónica, posteriormente, Santa Mónica - tinha uma ligação muito grande com ele; não diríamos incestuosa, mas uma ligação que Freud explicou com certa clareza em seu Complexo de Édipo.
Ela se preocupava com exagero e ficou completamente arrasada com aquela situação do filho.
Mónica pertencia à raça berbere, que até hoje existe no norte da África, de nómadas, e ela, mulher muito complicada, carregava certos costumes, como, por exemplo, levar comida para os familiares que haviam morrido colocando em suas sepulturas.
Aurélio Agostinho procurou de todas as formas, fazer com que sua mãe mudasse seu comportamento apegado, suas atitudes, mas em vão.
A única coisa solução que ele encontrou foi se transferir para Roma – ele era professor de retórica nessa época.
Mas para viajar ele teve que usar um artifício, uma mentira, que depois, com certeza, trouxe para ele um sentimento de culpa.
Quando ia viajar para a capital do império, a mãe dele, um tanto quanto desconfiada, não desgrudava do filho e, o acompanhou até o porto.
Aí então, Agostinho pediu à sua mãe que entrasse num templo que havia ali perto e fizesse uma oferenda e, disse a ela que iria até o navio ancorado levar uma “encomenda” para um amigo - era mentira.
Na embarcação já estavam a sua mulher e o filho Adeodato, aguardando para partirem rumo a Roma.
E naturalmente Agostinho não voltou.
Ele deixou sua mãe “esperando” e seguiu viagem.
Tempos depois, sua mãe, Mónica, também seguiu para Roma.
Em Roma, um grande amigo de Aurélio Agostinho, Alípio, queria que ele se casasse com uma garota de 12 anos, ele que já era um homem de 33 anos, e Agostinho falou ao amigo:
“Eu não posso fazer isso, é um absurdo!”.
E continuou com a namorada, mãe de seu filho, até que, certo dia, a senhora sua mãe chegou a Roma e exigiu que Aurélio mandasse sua mulher de volta para África e que não continuasse com aquele relacionamento de concubinato.
Veja, caro leitor, que relacionamento familiar é um assunto muito sério na vida de Santo Agostinho.
Há um livro de Aurélio Agostinho – “De Magistro” - em que o seu filho Adeodato participa do diálogo e, aí notamos que o garoto era de uma inteligência brilhante.
Adeodato morreu com 16 anos de idade.
Nesta época, Agostinho entrou numa depressão muito grave e, então, ele foi para um retiro campestre pensar em sua vida, encontrar um propósito para sua vida.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 11, 2019 8:21 pm

Até que seu grande amigo Alípio sugeriu a ele que fosse para uma grande praça e lesse trechos das epístolas de Paulo e, assim ele fez.
Abrindo a esmo a parte das epístolas, caiu no versículo Romanos 13:13, que diz:
“Andemos honestamente, como de dia:
não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja”.
Enquanto ele lia, ouviu uma voz de criança, que ele não sabia se era uma menina ou um menino, que apenas disse: “Toma e lê”.
Ele abriu o Evangelho e sentiu que a partir daquele momento precisava seguir o Cristo.
Havia necessidade, realmente, de mudar o rumo de sua vida.
Assim, Aurélio Agostinho recebeu o amparo do bispo daquela localidade que propiciou meios e condições para ele estudar as Escrituras Sagradas e a vida dele prosseguiu, com sua mãe junto a ele, com seu amor doentio.
É bom saber disso para que pensemos na questão do apego (exagerado) que a maioria das mães tem pelos filhos.
Sempre digo que a mãe não tem que se apegar aos filhos.
A mãe tem que valorizar o marido e, deixar os filhos, para que eles sejam filhos do mundo.
Tanto que há um médico italiano autor de um livro já traduzido para o português, em que ele cita o caso de outro médico que recebeu na condição de filho uma criança com severo retardo mental e, mesmo assim, este médico agradeceu a Deus por ter tido aquele filho, porque ele sabia que o único filho que é realmente do papai e da mamãe é aquele que tem um retardamento mental ou outras doenças incapacitantes.
Filhos saudáveis são filhos do mundo! Em minha opinião, isso é muito importante para tomarmos cuidado com a forma como falamos dos filhos, porque, nós pais, temos a mania de dizer:
“Meu filho, minha filha” e na verdade deveríamos falar:
“Meu irmão, minha irmã” - que estão na condição actual de filho e filha.
Somos todos filhos de Deus.
A nossa mania de dizer “o meu isso, o meu aquilo” ocorre porque temos a tendência do amor possessivo.
O psicanalista alemão Erich Fromm nos mostra em seu livro a “Arte de Amar” que o amor possessivo é um amor infantil, imaturo, e este amor apenas prejudica as pessoas.
O amor verdadeiro, maduro, deixa a pessoa amada livre para que possa seguir seu caminho. É libertador.
Mas voltando a Aurélio Agostinho, quando sua mãe faleceu em Roma, houve com ele um fenómeno mediúnico: ele viu o espírito da mãe e novamente entrou numa fase de depressão por causa desta situação.
Observe, caro leitor, que Aurélio Agostinho precisava realmente escrever sobre a família porque ele viveu situações familiares um tanto quanto complicadas.
Agostinho foi contemporâneo de São Jerónimo – tradutor da Bíblia do grego para o latim - e ele, seguindo as ideias deste santo, passou a combater o sexo.
Aurélio Agostinho tinha um bloqueio nesta área por causa de sua mãe, que, de forma inconsciente causou nele o que a psicanálise chama de “castração psicológica”.
Assim, muito preocupado, passou a partir desta época a combater o sexo e chegou até a dizer:
“O sexo está entre fezes e urina”, sendo que, como todos sabem, é através do sexo que o processo da reencarnação se processa.
Conhecendo melhor a vida de Santo Agostinho, é muito importante nos lembrarmos daquilo que ele diz sobre a ingratidão:
“Quando eu sinto que uma pessoa agiu com ingratidão a meu respeito é porque o que eu fiz para aquela pessoa foi por orgulho, por interesse.
Se faço alguma coisa a alguém com desprendimento eu jamais vou sentir ou achar que aquela pessoa é ingrata, ela naturalmente não me agradeceu, mas eu não estou preso à necessidade de agradecimento”.
Portanto, meus irmãos, o item do Capítulo 14 do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado “A ingratidão dos filhos e os laços de família”, escrito por Santo Agostinho, em Paris, 1862, vem mostrar que os filhos são espíritos que vem ao nosso encontro para acerto de contas - a grande maioria -, e outros para nos auxiliarem, nos darem forças, para que possamos prosseguir em nossa jornada, vencer aqueles obstáculos, superar aquelas dificuldades que nós não vencemos em vidas passadas.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 11, 2019 8:22 pm

Por conseguinte, nós, espíritas, precisamos estudar a Doutrina Espírita para entendermos essa mecânica da ligação do filho com a mãe e da ligação da filha com o pai, e compreendermos que o Complexo de Édipo, estudado por Sigmund Freud, pode ser explicado à luz da Doutrina Espírita, que dá explicação para tudo.
No livro "Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, através de Chico Xavier, nas páginas 32 a 34, há uma palestra no Nosso Lar do Dr. Barcellos, psiquiatra desencarnado, para várias pessoas, dentre elas André Luiz.
E o Dr. Barcellos afirma que:
“O que falta a Freud e seus seguidores é a noção dos princípios reencarnacionistas...”
Assim, lembremos que é preciso estudar a Doutrina Espírita todos os dias, imitar o nosso Chico Xavier que lia Allan Kardec diariamente.
Devemos também ler e percorrer os livros recebidos por Chico Xavier e reler os livros não só de Emmanuel e André Luiz, mas também os livros dos poetas – “Antologia dos Imortais”, “O Parnaso de Além-Túmulo” etc.
Mas por que os poetas?
Porque na poesia a comunicação é direta do inconsciente do poeta para o inconsciente do leitor.
Isso explica a dificuldade das pessoas em ler poesias, pois elas podem ter medo de que o poeta leve até elas alguma coisa que seu inconsciente teme aceitar.
Por exemplo, quando lemos as poesias de Cornélio Pires, aqueles personagens dele, na verdade, somos nós, ele usa aqueles nomes caipiras e roceiros, situações engraçadas e pitorescas para mostrar nossa realidade que, muitas vezes, não queremos ver.
Portanto agradeçamos a Deus poder estudar a Doutrina Espírita e peçamos a Ele para que continuemos firmes na prática do bem tanto quanto possível, sempre nos identificando com o Cristo em Espírito e Verdade! (2) (3)

(1) Dr. Elias Barbosa é médico psiquiatra, professor e escritor espírita, nascido em 1934 e desencarnado em 2011.
(2) Esse trecho foi transcrito de uma palestra realizada por Dr. Elias Barbosa, quando ele comentava o Capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item 9 – Instruções dos Espíritos – “A ingratidão dos filhos e dos laços de família”, ditado por Santo Agostinho, Paris, 1862.

Elias Barbosa.
(3) Transcrição feita por Fernando Ferreira Filho, genro do Dr. Elias Barbosa.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty O papel do jurista espírita

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 12, 2019 10:51 am

Qual seria o papel do jurista espírita?

A resposta a essa questão exige, necessária e previamente, uma reflexão, ainda que ligeira, sobre a justiça.
A justiça, no seu sentido amplo, constitui um dos aspectos mais delicados da vida, pois a todo momento estamos tomando decisões que interferem directa ou indirectamente nos destinos dos nossos semelhantes.
O que é ser justo?
Que critérios devemos adoptar para atingir a verdadeira justiça, seja num simples diálogo, no trabalho, nos negócios, na família, na religião, nas relações forenses institucionais, enfim, nas relações sociais em geral?
O advento da justiça como instituição é produto da evolução do homem.
Veio para substituir o desforço, a vingança, para que não prevaleça a vontade do mais forte pelo exercício arbitrário das próprias razões.
A despeito do progresso alcançado pelas instituições, a deflagração do processo judicial, do ponto de vista psicológico, continua assemelhando-se a uma declaração de guerra, em que se estabelece o confronto entre as partes, no qual se utiliza como armas o complexo aparato jurídico do Estado, e, tal como acontece no combate bélico, sabe-se como começa, mas não se sabe como nem quando termina.
Será muito difícil, senão impossível, atender à demanda de processos que aumenta assustadoramente, enquanto prevalecer a cultura da competição litigiosa ou adversarial predominante, que impera, até mesmo, entre os próprios jurisdicionados.
O facto é que, com a multiplicidade dos problemas gerados pela vida moderna, que afectam continuamente as relações inter-pessoais, sentiu-se a necessidade de se aprimorar o modelo actual de justiça, que já não mais atende às demandas sociais dos tempos coevos.
A justiça, na definição herdada dos povos antigos, de cunho pragmático, é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu.
A nosso ver, a acepção dada pelos Espíritos é mais abrangente e precisa:
“A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um”,1 para que cada um receba de acordo com seu merecimento.
Portanto, logo se percebe que a base da justiça autêntica não está nas leis falíveis e transitórias dos homens, embora estas sejam vitais para atender às necessidades evolutivas da sociedade em determinado momento.
Existe todo um arcabouço de princípios, que repousa sobre a Lei Natural, alicerce de todo o edifício moral, que é a lei de Deus, a única verdadeira para a felicidade do homem, que lhe indica “o que deve fazer ou não fazer”, a qual mostra que “ele só é infeliz porque dela se afasta”.2
Instados por Kardec a dizerem onde estaria escrita a Lei de Deus, os Espíritos responderam: “Na consciência”.3
Em vista disso, o sentimento de justiça é inato no homem, que se revolta com a simples ideia de uma injustiça.
Esse sentimento, porém, necessita de ser aprimorado e desenvolvido pelo progresso moral, que se dá pelo estudo das leis divinas e pela prática do bem, para que o sentimento de justiça natural não se misture às paixões que induzem os homens ao erro.
A justiça humana constitui pálido reflexo da Justiça Divina, porque, ao contrário desta, seus postulados são mutáveis e nem sempre estão em harmonia com as leis naturais, reflectindo costumes e caracteres da sociedade de uma determinada época, em que os detentores do poder quase sempre legislam em causa própria.
Jesus legou-nos a base da justiça real, consagrada na imorredoura lição:
“Desejai para os outros o que quereríeis para vós mesmos”.4
Ensinou-nos que Deus imprimiu no coração do homem essa regra áurea, fazendo com que cada um deseje ver respeitados os seus direitos.
É que, em condições normais, ninguém desejaria o próprio mal.
De facto, trata-se de um princípio universal.
Se fosse compreendido e observado fielmente, bastaria às constituições dos povos adoptá-lo como único artigo, o que já seria suficiente para arrebatar todos os códigos humanos perecíveis.
Felizmente, nos últimos tempos, algumas acções vêm sendo tomadas pelas autoridades constituídas, com vistas a superar o anacronismo da justiça humana.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 12, 2019 10:51 am

Há, por exemplo, iniciativas legais e paralegais que incentivam a conciliação, a arbitragem, a negociação, a mediação e a justiça restaurativa, estas duas últimas consideradas por alguns especialistas como a justiça do futuro.
Busca-se, com essas medidas, mitigar a presença do Estado nos litígios, auxiliando os contendores a encontrarem por si mesmos a solução dos conflitos, porque se firma cada vez mais o entendimento de que os cidadãos são, em última instância, os responsáveis pela construção do próprio destino.
Entregando parcela desse poder ao próprio cidadão, ele “recupera sua independência e o controle de sua vida pessoal, social e produtiva, num convívio mais racional, adulto e pacífico, trazendo a necessária liberdade e paz social que todos [desejamos]”.5
Sem uma reestruturação ampla nas instituições, em todos os âmbitos, que também passa pela transformação moral do ser humano, continuaremos combatendo os efeitos e não as causas desses e de outros problemas.
Essa reestruturação, mais do que a modificação das leis, exige um trabalho de conscientização e educação da sociedade, no afã de obter a adesão de todos os operadores do Direito e dos próprios jurisdicionados, que devem ser estimulados a abandonar a crença ingénua de que o Estado é capaz de resolver todos os seus problemas.
Nossa época não mais admite a mística do jurista sob a máscara do Direito que, por exemplo, reclama da morosidade da Justiça quando patrocina os direitos do autor, mas se prevalece do aparato legislativo para protelar o andamento das causas, quando patrocina os direitos do réu, congestionando os tribunais, com desprestígio para o sistema judiciário.
O papel do jurista espírita não difere do exercido pelos demais juristas não espíritas (religiosos ou não), isto é, ser o mediador do Direito, com um diferencial: colocar seus conhecimentos jurídicos a serviço da sociedade, na prevenção, na conciliação e na solução de conflitos, conhecimentos esses iluminados pelos princípios da Doutrina Espírita, com destaque para O Evangelho segundo o Espiritismo aplicado a si mesmo, em primeiro lugar.
A moral, como se sabe, é a conduta submetida a valores éticos que dizem respeito ao dever, cumprido sem coação.
O jurista espírita será respeitado não pelos conhecimentos jurídicos que acumule, mas sim pelo bom uso que fizer deles, sem intuitos proselitistas e pruridos reformistas.
Proféticas são as palavras de que “o homem do futuro não terá direitos , mas sim deveres, porque bastará o cumprimento recíproco desses deveres, para assegurar a convivência pacífica e harmoniosa da colectividade”.6
Para agirmos de acordo com a lei de Deus, sejamos ou não juristas espíritas, a solução é a prática do amor ao próximo, isto é, da benevolência para com todos, da indulgência (ou seja, da compreensão) para as imperfeições dos outros (o que não significa cumplicidade com o erro), do perdão às ofensas, enfim, da prática da caridade como a entendia Jesus,7 o que nos abre a oportunidade de compreender, com maior amplitude, os sofrimentos e os problemas humanos, permitindo equacioná-los sob outros paradigmas que não apenas o económico.
Essa não é uma tarefa fácil nem simples, todos sabemos.
Mas é preciso dar o primeiro passo, é preciso começar.
O jurista espírita não deve se contentar em ser apenas mediador do Direito, deve imbuir-se do desejo sincero de vivenciar os princípios espíritas no exercício da profissão, colocando seus conhecimentos jurídicos a serviço da sociedade, na prevenção, na conciliação e na solução de conflitos, numa expressão, na busca da pacificação social.
Quando reinar a justiça verdadeira em nossos corações, não haverá mais necessidade de tribunais na Terra, porque aí seremos juízes de nós mesmos, e então haverá justiça para todos.

1 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 875.
2 Idem, ibidem. Q. 614.
3 Idem, ibidem. Q. 621.
4 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 876.
5 VEZZULLA, Juan Carlos.Teoria e prática da mediação. 2. ed. Curitiba: Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil, 1998. p. 16.
6 SILVA, Manoel Emygdio da. Síntese monista : uma ideia nasce. Brasília: Legenda, 1973. p. 87.
7 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 886.

Christiano Torchi

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Ainda a Alcoolomania

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 12, 2019 7:08 pm

[i]"Servirá de escusa aos actos reprováveis o ser devido à embriaguez a aberração das faculdades intelectuais?"[i]
"Não, porque foi voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões brutais.
Em vez de uma falta, comete duas."
(O Livro dos Espíritos, parte 3ª, cap. X, perg. 848)

Não têm sido poucas as justificativas buscadas por um enorme contingente de indivíduos, para absolverem o vício da ingestão de bebidas em suas práticas usuais.
É mais do que compreensível a procedência dessas escusas, tendo-se em conta que todos sabem, à saciedade, dos problemas variados que os alcoólicos são capazes de promover sobre a saúde física e social.
Por mais paradoxal que seja, vemos todos os dias e há muito tempo, pessoas vinculadas às mais variadas crenças provenientes do Movimento Cristão à procura de explicações em apoio do seu vício alcoólico.
Dizem muitos que nada há que os impeça de sorver suas bebidas, uma vez que bebem apenas socialmente.
Não podem ser considerados alcoólatras, afirmam...
Vários outros alegam que a sua crença nada lhes proíbe, por isso nada deve relacionar a sua fé aos costumes inocentes, mantidos para a sua alegria e satisfação...
Alguns se baseiam no facto de que tomam suas doses em casa, e, dessa forma, estão justificados, porque não incomodam a ninguém...
Diversos têm responsabilidades declaradas nos campos da orientação cristã, asseveram que não são "ortodoxos" ou que não se podem deixar "fanatizar", esquecidos ou ignorando que ser ortodoxo é exactamente ser fiel à crença professada em todos os seus pontos e que, se é importante não fanatizar-se pela crença, será bem mais importante que não se deixe fanatizar pelo vício.
Muitos são os que, mais atormentados na busca de uma retumbante legitimação para a alcoolofilia, chegam a afirmar que "até Jesus bebeu...", uma vez que não logrando alevantar-se até os exemplos nobilíssimos do Divino Modelo e Guia da Humanidade, levianamente tentam baixá-Lo até os caminhos de intemperança e morbidez em que transitam.
Surgem defesas apaixonadas e argumentos esdrúxulos, sofismáticos mesmo.
Observamos, porém, que o vício, seja praticado de que maneira for e onde for e por quem for, jamais deixará de ser um vício, necessitando ser expurgado, a fim de que se reerga o indivíduo a ele submetido, para alcançar seus verdadeiros caminhos de renovação e júbilo.
Esteja o álcool utilizado como costume social, doméstico, particular ou isolado, como se deseja situá-lo, sendo algo completamente dispensável para a vida da pessoa, estabelecerá o que se chama de alcoolismo crónico, que é o hábito de consumação de etílicos variados, como aguardentes, cidras vinhos e cervejas, ainda que em doses moderadas, toda vez que os indivíduos não consigam passar sem eles.
Sem dúvida, na esteira de todo e qualquer vício alimentado por qualquer classe de pessoas, estarão sempre actuantes as influenciações obsessivas, detendo os seus usuários em regime de morna posição psíquica, entre a indecisão de mudar ou manter-se como está, e, em razão das fortes relações humanas com o 'homem velho', costumeiramente se decidem por manter o processo, procurando, então, novas escusas, até chegarem ao ponto de afirmarem que "já assumiram o hábito... e pronto..."
Nesses caminhos em que o vício se apresenta como coisa assumida, há os que fazem questão de se mostrarem indiferentes a quaisquer avisos do bom senso, sinalizando com a liberdade própria, enquanto outros fazem questão de debochar dos que pregam virtudes, desafiando-os com a grotesca exibição de suas mazelas, tão logo acabam de ouvir ou de ler qualquer orientação salutar.
Como as Leis de Deus, ínsitas no âmago de cada um, não deixarão de realizar seus labores, todos se enfrentarão, mais hoje, mais amanhã, a fim de revisarem os prejuízos que provocarem sobre a economia psíquica e orgânica, na medida dos próprios conhecimentos e do entendimento que mantinham de tudo, considerando-se as descoordenações motoras, que caracterizam perturbações neurológicas ou os desajustes psíquicos, mostrados na explosão de alegrias, de exuberância ou de prostração ou tristeza, violência e loucura a que a alcoolomania dá lugar.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 12, 2019 7:08 pm

É curioso e estranho mesmo como a opinião pública se aglutina para lutar contra a maconha, o haxixe, a cocaína e outros destruidores da vida equilibrada, por meio de vastas propagandas, de coerção policial, de palestras e demonstrações diversas, por todos os meios de comunicação, recebendo com festas e com as mesmas portas propagandísticas de alcance da massa a difusão alcoólica.
Esse veneno físico e moral vem participando das festividades domésticas como das religiões, desde épocas distanciadas no tempo.
Essa droga terrível, sob disfarces ou declaradamente, tem contado com os aplausos mais delirantes ou com a aceitação mais explícita das famílias e de muitos homens e mulheres ligados aos movimentos da fé cristã, embora não encontrem qualquer apoio ou incentivo nos textos cristãos, em que se dizem embasar, para a manutenção do "status" do alcoolismo.
Há que precaver-se aquele que labora na mediunidade sob a orientação do Espiritismo.
Cabe ao médium a suave e permanente vigilância para que o vício, disfarçado, justificado, não logre, sorrateiramente, destruir as suas resistências morais e corporais.
Como o Espiritismo é uma doutrina de lógica e de bom senso, sugere aos seus seguidores o ajustamento a esses padrões, começando, em tais casos, a perguntar-se sobre qual a utilidade de tais usos em seus regimes e dietas.
Em que lhes serve, verazmente, o uso de alcoólicos?
Não encontrando porquê, deverá lutar para abrir mão do que não lhe vale nada, do que não representa nenhum valor para sua vida íntima.
Beber alcoólicos somente para ter ou fazer companhias sociais, ou para que tenham estímulos artificiais para a coragem ou para o que for, poderá significar muito tempo de tormentas e de frustrações, nas indispensáveis reparações do corpo e da mente, em função desses suicídios que se vão cometendo à sombra de mil e uma falácias que inebriam os ouvidos com frases de efeito, bem arrumadas, mas que não conseguem acalmar a consciência, onde pulsam as Sublimes Leis.
Abre mão, assim, lidador da mediunidade, dos requintados ou comuns alcoólicos, seja em que regime for, pois um veneno letal não deixará de sê-lo, quando se apresenta em recipiente de cristal, ou quando ministrado em doses diminutas e espaçadas.
Com o tempo alcançará seus efeitos: destruir.
Busca, na compreensão espírita, a resistência, as energias de que careças para dizer "não" aos vícios de quaisquer naturezas e sê feliz, de consciência lúcida e corpo liberado dos tóxicos, pondo tuas mãos sempre operosas nos labores do Bem.
Camilo

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty O colorido das diferenças

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 13, 2019 9:39 pm

Prestávamos muito a atenção quando a palestrante que fazia as reflexões de abertura dos trabalhos na casa espírita nos contava de um trabalhador antigo que quando descobria que alguém pensava diferente dele, fazia questão de sentar ao lado da pessoa e começar a reflectir sobre as divergências.
Ele achava estimulante e instrutivo porque ambos aprendiam um pouco e havia um mútuo respeito e admiração.
Não havia lugar para desavença com aquele irmão, porque para ele o diferente era interessante.
Imagine se as flores fossem todas iguais, se o céu fosse da mesma cor que as árvores, se todas as pessoas tivessem a mesma cor de cabelos, a mesma opinião, que monotonia seria a vida.
Ninguém iria aprender nada novo.
Mas Deus foi muito sábio.
Colocou pessoas diferentes juntas para colorirem o planeta, cada uma com a sua vibração e colaboração, aprendendo umas com as outras.
Colocou uma natureza que enche os olhos de tantas cores e vibrações.
Mas quando achamos que o outro precisa pensar igualzinho a nós, não aceitando o seu ponto de vista, acabamos gerando um duelo, demonstrando um profundo orgulho.
Quando éramos crianças, a mãe era “o juiz”, apaziguando os irmãos com as punições ou decidindo com quem estava a razão e fazendo com que o errado reconhecesse o seu erro e pedisse perdão.
Mas quando adultos, se divergimos dos amigos ou familiares, não teremos a mãe para resolver a polémica.
Teremos que usar de bom senso e respeito, pois o pensamento humano é livre.
No Livro dos Espíritos, no capítulo X – Lei de Liberdade, dentro do subtítulo Liberdade de Consciência, temos a questão 833:
Há no homem qualquer coisa que escape a todo o constrangimento, e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta?
– É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves.
Pode impedir-se a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.
Graças a Deus temos a liberdade de pensarmos e decidirmos o que quisermos, então porque não respeitamos este direito do outro também?
Será que o errado somos nós?
Ou, será que queremos impedir que o outro sofra, mas quem nos deu este poder?
Será que não é o projecto dele de amadurecimento através do sofrimento?
Somos os poderosos que e mudaremos o projecto reecarnatório dele?
Será que o outro vai acreditar na nossa verdade?
Será que apesar de termos factos óbvios nas mãos não estamos querendo impor o nosso ponto de vista?
É delicada a situação.
Aquela pessoa descrita no primeiro parágrafo, que gostava de falar com os que tinham opinião diferente, não era agressiva, era bem interessada e com a inocência de uma criança curiosa.
Não invadia as pessoas, porque havia vestígios de tentativa de convencimento.
Porque será que as mães resolvem as brigas dos filhos, na maior parte dos casos?
Não será porque os filhos a amam e acreditam nela?
Porque será que Cristo perguntava aos discípulos: Tu me amas?
Os que amavam a Cristo o escutavam, sabiam que Ele falava a verdade pela grandeza de Seu Espírito?
Alguém ouviu falar de Cristo ter imposto alguma coisa?
Então, neste mundo cheio de gente pensando diferente, continuamos voltando à mesma tecla de Jesus que só nos pedia para que nos amássemos.
Quem fala com amor e respeito é escutado com respeito e amor.
Se não concordar connosco, não tem problema.
Todos somos diferentes mesmo.
O nosso irmão é tão livre como nós.
O Jasmim branco exala um perfume diferente da rosa vermelha, que é linda também.
Que lindo isso!

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Talismãs, amuletos, o que Kardec diz sobre a força desses objectos?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 14, 2019 2:35 pm

Kardec, em sua época era reconhecido pelos seus contemporâneos como autoridade no tocante aos temas das novas descobertas entre a relação dos mundos visível e invisível.
Tanto assim que, frequentemente, buscavam-no a fim de receber sua opinião relacionada aos inúmeros fenómenos além-matéria.
Foi assim quanto ao poder de objectos, talismãs e adereços.
Teriam eles, poder de descortinar o passado de alguém ou prever o futuro, ou, ainda, atrair os Espíritos?
Há, nesses objectos, algo que possa denominá-los, assim na forma vulgar, como objectos mágicos?
Dentre as muitas vezes que Kardec abordou o tema medalhas, símbolos e demais, um texto constante na Revista Espírita, novembro de 1858, com o título “Os talismãs – medalha cabalística” trata sobre tal assunto – vou resumi-la abaixo e, você leitor, fica convidado à consultar a Revista Espírita na Internet.
Uma senhora, médium sonâmbula, havia informado que determinada medalha tinha poderes especiais de atrair os Espíritos.
Pediram a opinião de Kardec a respeito. Kardec, logo de início, já explica que os Espíritos são atraídos pelo pensamento e não pelo objecto em si.
Espíritos que se apegam a esses objectos são, ainda, inferiores mesmo que estejam agindo de forma honesta.
É que conservam, mais ou menos, as manias e ideias que tinham enquanto encarnados.
Portanto, nada fora do esquadro que repitam este modelo mental no mundo dos Espíritos.
Por outro lado, há também os Espíritos zombeteiros, ou no linguajar actual, gaiatos, que gostam de divertirem-se à custa da ingenuidade alheia.
O foco, portanto, é o pensamento e é esse que acaba por atrair os Espíritos.
Imagine que você deposita uma fé inabalável de que um copo qualquer pode atrair um bom Espírito.
E todos os dias você reserva um tempo para olhar no interior deste copo a fim de atrair os bons Espíritos para um contacto.
Você ora com fervor e sinceridade e os Espíritos comparecem, serenam teu coração, sugerem-te bons conselhos, ajudam-te a responder as mais intrincadas questões íntimas e por ai vai.
Você pode achar que o poder está no copo.
Contudo, a realidade é que a força está relacionada ao teu pensamento e sentimentos para que tragam os bons Espíritos em teu benefício.
O copo é apenas um amuleto e, caso seja descartado nenhuma alteração haverá se você prosseguir na busca dos bons Espíritos com sinceridade e fervor.
A ideia de Kardec é tornar o contacto com os Espíritos uma coisa mais espiritual do que material.
Se antes havia uma suposta “necessidade” do material para interagir com o espiritual, Kardec a retira e mostra que isto é desnecessário.
O contacto com os Espíritos é feito de coração para coração, de mente à mente.
Não é a matéria, ou seja, o objecto que atrai os Espíritos, mas o pensamento, o coração conectado e a vontade do indivíduo.
Há, todavia, uma observação a ser feita.
Os objectos podem ser magnetizados e, com isso, “adquirirem” algumas propriedades especiais, mas de forma passageira. Imagine alguém dotado de grande poder magnético, daqueles em que o olhar é penetrante e traz uma força indescritível.
Este indivíduo direcciona seu olhar a uma medalha, seu pensamento naquele objecto é firme e forte no intuito de magnetizá-lo.
Pois bem, é possível, sim, que alguém ao tocar este objecto, agora já impregnado com o fluido a ele direccionado, sinta sensação diferente, ou mesmo entre em transe por conta da “força” que contém, momentaneamente, o material.
Perceba, todavia, que o poder não está no objecto em si, mas na força do pensamento que a ele foi direccionada.
Kardec, como trabalhava com evocação, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, evocou São Luís e pediu que este manifestasse sua opinião relacionada ao assunto.
Parece-me que o benfeitor considerou o tema já amplamente debatido e questão encerrada, pois após algumas directrizes, bem semelhantes ao pensamento de Kardec, sugeriu que ele – Kardec – se ocupasse de coisas mais sérias.
Em todo caso, o tema em questão pode desdobrar-se e dar origem aos mais diversos questionamentos como, por exemplo, se há objectos com mais ou menos condições de absorver os fluidos magnéticos e ficarem mais ou menos tempo impregnados com estes.
Há muita coisa interessante a pesquisar. Que tal?

Wellington Balbo

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Existe Morte por Acidente?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 14, 2019 8:20 pm

Muitas mães, aflitas e saudosas, procuram a Casa Espírita para se informar a respeito das causas espirituais dos acidentes, notadamente com veículos, que vitimaram seus filhos.
– Foi inevitável? – meu filho tinha que partir mesmo? – havia programação espiritual para meu filho morrer?
Depende das circunstâncias e dos fatos que foram determinantes para a ocorrência do acidente.
A análise desse tema, sob a óptica espírita, não possui o condão de ser definitiva e abarcar todas as variáveis.
Quem seria capaz de conhecer, em profundidade, os desígnios de Deus?
Vivemos num mundo de matéria muito grosseira onde qualquer acidente ou doença poderá levar à morte.
Conclusivamente, a vida aqui na Terra, por si só, já é uma expiação para os Espíritos (ver questão 132 de O Livro dos Espíritos).
Denominamos de Suicídio Directo aquele que a pessoa que o pratica tem a intenção de acabar com a própria vida.
Exemplos: enforcamento, uso de armas de fogo, ingestão de medicamentos e venenos, objectivando a morte do corpo físico.
De Suicídio Indirecto aquele que a pessoa não tem a intenção de se matar, mas por imprudência, negligência, desrespeito ao corpo e à vida, age de forma irresponsável, desencarnando prematuramente.
Exemplo: pessoa que, embriagada, dirige em alta velocidade, desrespeitando as normas do trânsito.
Muitos acidentes são provocados, isto é, são resultado de imprudência e irresponsabilidade das pessoas.
Quando isso ocorre, não há como pensar que tal ocorrência estava prevista para acontecer nos planos divinos.
Trata-se de suicídio indirecto (da parte de quem provocou).
No entanto, temos que considerar que num acidente envolvendo outro veículo, quando a acontecer da batida provocar vítimas fatais no outro carro, para elas (as vítimas da imprudência do primeiro motorista), tratar-se-á de provação e talvez expiação, isto é, resgate de dívidas do passado, quando também malbarataram a própria vida.
Claro que nesses casos não serão considerados suicidas indirectos.

Concluindo:
1- suicídio indirecto no caso de imprudência do motorista (pessoa que passa num farol vermelho em alta velocidade, consciente do perigo a que se sujeita, e perde a vida, por exemplo);
2- provação ou expiação para aquele que é vítima da imprudência de outros motoristas.
Por exemplo, um jovem passa em alta velocidade num cruzamento com farol vermelho e colide com outro veículo, levando seu condutor à morte.

De destacar que, não havendo INTENÇÃO de se matar, o Espírito desencarnado, vítima de si mesmo, terá abrandados seus sofrimentos com a ajuda espiritual que não lhe faltará – aliás, não faltará para ninguém.
No caso do suicídio indirecto, sempre haverá atenuantes para o sofrimento.
No trabalho mediúnico realizado em favor dos irmãos suicidas, realizados nas últimas sextas-feiras de cada mês, no Kardec*, já presenciamos a comunicação de muitos desses irmãos em desespero pelo acidente que os vitimou, provocando a morte prematura.
O caminho de volta ao reequilíbrio é sempre doloroso, até porque se trata de uma morte violenta, inesperada.
Não há saída: terão que encarar a nova realidade em que se precipitaram e reconstruir suas vidas, com a ajuda e socorro dos Benfeitores Espirituais.
Preces, aceitação, esforço próprio e confiança em Deus.
Não podemos nos esquecer, também, que cada caso é um caso.
A situação de cada um após a desencarnação vai sempre depender de variáveis que estamos longe de conhecer em razão do nosso pouco entendimento.
Uns sofrem mais, outros menos.

Queremos ajudar?
Incluamos em nossas preces diárias esses irmãos, envolvendo-os com amor e compreensão, respeitando a situação que atravessam, certos de que não temos direito nem condições de expressar qualquer julgamento depreciativo, haja vista que também somos vítimas de nós mesmos em várias situações das nossas vidas, em face das imperfeições que carregamos dentro de nós.

Fernando Rossit

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty JESUS CHOROU

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 15, 2019 10:22 am

No ocaso de um dia ensolarado, beirando uma noite quente, ao chegar em casa, perguntamos à nossa empregada onde estavam minha mulher e meus filhos, gémeos.
Disse-nos ela que nossa vizinha tocara para casa, encontrara seu pai desfalecido, caído no quarto.
Tentaram acudi-lo, mas era tarde, já havia falecido.
Rumamos àquela residência para auxiliá-los no que fosse necessário.
Na sala de visitas, encontramos a filha e o neto que com ele moravam, além de um casal e seu irmão.
Como sempre acontece nesses momentos aflitivos, a filha nos atendeu ansiosamente relatando o facto.
Seu pai deixara de fumar há mais de 15 anos estando naquela data com 82 anos, ou seja, havia abandonado o tabagismo aos 65 anos.
Porém, adquiriu, neste último período, uma afecção pulmonar com sérias consequências que o perseguiu, culminando com a morte.
Não podia prescindir de remédios e, principalmente, do balão de oxigénio.
Naquele dia, o oxigénio havia acabado e, não tendo alguém para acompanhá-lo, a filha arriscou-se a sair para comprar, além do oxigénio necessário, uma cama hospitalar, visando maior conforto.
Durante este tempo, ela não soube explicar como ocorreu, mas presumiu que seu pai sofrera um mal estar e ao se levantar da cama, agoniado, tentou em vão alcançar a janela, em busca de ar, mas não conseguiu seu intento.
Caiu e faleceu.
Estas explicações nos foram relatadas como alívio de qualquer culpa, embora não houvesse.
Acrescentou ainda:
-" Ele estava sofrendo muito, pedia sempre para morrer.
Um dia percebi que ele estava olhando para cima e murmurando.
Então, perguntei-lhe:
- 'Papai, você está rezando?
E ele respondeu bem baixinho:
'Desta vez, serei ouvido, pedi auxílio até para a sua mãe que já está do outro lado'.
" A filha, então, comentara:
'Você não sabe, papai qual é a sua hora, deixe tudo nas mãos de Deus."
Naquela pequena sala de visitas, alguns minutos antes que chegasse o médico para constatar a morte e dar o atestado de óbito, lembranças, as mais variadas, até pitorescas, ecoaram na sala.
Seu irmão comentou:
- "Ele gostava tanto de assistir ao jogo de futebol do seu time predilecto:
São Paulo Futebol Clube, e não terá oportunidade de vê-lo ser campeão.
O casal presente, acrescentou:
-"Com certeza, do lado de lá, ele verá e, quem sabe, poderá até dar uma forcinha".
Sua filha, chorosa, lembrou:
-"Antes de ficar acamado estava tão feliz, que até arranjou uma namorada".
O irmão ouvindo disse:
"Deve ter sido no caixa do supermercado ou no banco, na fila dos aposentados.
A filha confirmou, dizendo:
"Foi na fila do banco, pois ela sempre que telefona, deixa recado que foi a mulher do banco".
A filha disse que insistia para que seu pai pedisse que ela o visitasse para lhe fazer companhia, mas ele não concordava, dizendo que não estava em condições de recebê-la.
Neste interim, enquanto ouvíamos estes comentários, estava sentado no sofá, quieto e cabisbaixo, seu neto, um moço de 18 anos.
Chorava e soluçava copiosamente.
Suas lágrimas, por estar ele com a cabeça reclinada, pingavam sobre o tapete.
O rapaz estava triste, pois seu avô, circunstancialmente, também fazia as vezes de pai.
Era um jovem músico, que estudava diariamente em sua casa, sob os olhares e ouvidos complacentes do querido avô aposentado.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 15, 2019 10:22 am

Era sua plateia particular, sempre apoiando seus estudos.
Colocando as mãos sobre o ombro do rapaz, o tio falou:
-" Você é moço, forte, não chore tanto, sua mãe precisa de você, deve superar tudo isso e apoiá-la."
Nesta hora, reavivamos em nossa mente uma passagem do Evangelho e, docilmente, interferimos:
-"Deixe ele chorar, Jesus chorou."
Este é o versículo mais curto do Evangelho, João 11:35, demonstrando que, em todas as épocas, os sentimentos e as emoções são extravasadas pelas lágrimas, as quais dificilmente conseguimos conter.
Jesus sofreu, foi chicoteado, foi crucificado, foi coroado de espinhos.
Conforme os textos do Evangelho, somente chorou, porém, no momento da possível perda de um alguém querido.
Queridos leitores, naquele instante tão emocionante, não havia mesmo como fazer estancar as lágrimas daquele rapaz.
Ora, se nem Jesus, numa ocasião similar, as conteve, por que haveríamos nós de contê-las?
O facto evangélico (Capitulo 11), ora esumido, foi narrado no Evangelho de João.
Quando da morte de Lázaro, Jesus foi chamado, pois eram amigos.
Marta foi contar a Jesus o ocorrido com seu irmão,e disse:
-" "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido."
Declarou Jesus:
-"Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá".
Após, Marta foi chamar em segredo Maria, sua irmã, pois o Mestre a chamava.
Assim Maria levantou-se depressa e foi ter com ele, acompanhada dos judeus que estavam em sua casa.
"Jesus, quando a viu chorar, e, chorarem também os judeus que com ela vinham, comoveu-se em espírito e, perturbou-se" - "Jesus chorou''.
E, então, os factos se desenrolaram diante do sepulcro, com a volta de Lázaro, que estava em estado de catalepsia.
Ai está, caros leitores.
O neto chorou lágrimas que, pingando no tapete da sala, ecoavam os sons emanados de sua alma, refrescando suavemente as aflições daquele coração ardente de amor, com saudades do querido avô.
Jesus chorou lágrimas balsâmicas e vitais, geradas no âmago do seu Espírito - fonte viva das emoções - derramando vibrações que mitigaram suavemente as aflições da família de Lázaro, precedendo a cura daquele corpo mórbido, doentio e quiçá, o futuro perdão para toda humanidade.
Nós todos também choramos lágrimas que têm dupla face, mas uma só origem - emanam também do nosso Espírito - às vezes, egoístas espalhando solidão, tristeza, medo e aflições; na maioria das vezes, porém, são lágrimas altruístas, fazendo transbordar alegria, amor e solidariedade aos nossos Semelhantes.

Messias Mathey

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty O Meu Casamento Acabou

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 15, 2019 8:14 pm

Parte um: a missão

Pontos a ponderar à luz da Doutrina Espírita, contando também com as questões emocionais fundamentada nos conhecimentos que podem nos oferecer a Psicologia enquanto Ciência do Comportamento.
Que tal pensar num casamento que acaba como um ciclo de experiências que foi concluído?
A figura que melhor define a evolução das experiências humanas é a tradicional espiral crescente.
As experiências de uma vida representam um momento na eternidade.
Serão retomadas outras vezes, em circunstâncias e tempos diferentes.
Todavia, nós Espíritos, deixamos pendências ao longo das trajectórias.
Esse facto é que complica as coisas.
Numa relação verdadeira de amor, o mais importante seria a vida a dois e não com quem deveríamos vivê-la.
O casamento não é, necessariamente, uma relação de amor.
Trata-se mais de associação ou encontro.
Não foi Vinícius de Moraes que disse “a vida é arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida?”.
Esses encontros podem ser bons ou não, complexos ou mais simples.
Associar-se nesta vida pode permitir o crescimento e aperfeiçoamento de cada um e importa não repetir histórias passadas.
É bem verdade que um casamento pode aprisionar pessoas, mas esta experiência deve ser, para ambos, uma vivência libertadora.
Cada um traz, ao casar-se, a sua história pessoal e iniciam a convivência.
O facto de se unirem em casamento não anula as experiências pessoais que já possuem.
Eles vão procurar conciliar histórias através da aproximação e intimidade permitida pelo casamento.
Será um exercício, muito menos romântico e mais prático.
Os casamentos, não devem causar perda de identidade.
Quando a mulher passa a ser a “mulher de João” e o João passa a ser “o marido de Maria”, ambos podem estar abdicando de suas personalidades.
Evoluir requer tempo.
Em nenhum ponto da Doutrina dos Espíritos existe a ideia de apressar a marcha evolutiva de cada Espírito.
Pelo contrário, a Doutrina não nos cobra nem impõe prazos.
Estamos sendo influenciados pela mudança de valores que vivemos na actualidade.
Também pesa sobre a nossa compreensão actual, os valores de que casar-se ou estar casado, não tem mais um carácter indissolúvel da relação entre duas pessoas.[1]
Precisamos rever as ideias que, muitas vezes, podem nos oprimir, impondo vida em comum a quem não possui afinidades que pensavam possuir.
Ou foram perdidas ou enfraqueceram ao longo da convivência e se desgastaram com o tempo.
Impor conselhos, sugestões ou fazer análises, supostamente piedosas, para induzir sua continuidade a todo custo, é pré julgar, é condenar duas pessoas a viverem juntas.
Isso não é verdade e não encontra suporte na Doutrina dos Espíritos que pressupõe o livre arbítrio e a responsabilidade proporcional decorrente dos actos de cada um.
Não se trata de última chance de suas vidas como Espíritos, uma vez que não se limitam às experiências deste plano.
É muito comum as pessoas e mesmo a orientação de Casas Espíritas ficarem presas a valores[2] como “sagrada família”, “instituição divina”, “sagrados laços”, “laços eternos”, e assim por diante, quando estamos falando de ajustes[3] em meio a dificuldades, ainda acrescidas, geralmente, da educação de filhos, causando conflitos e conturbando o carácter divino da instituição familiar.
Bem nos lembra Kardec que, muitos valores e regras, transformam-se ao longo do tempo, podendo mesmo “depender dos costumes e dos usos.
Cada país e cada século tem a respeito uma maneira diferente de ver.”[4]
É preciso, antes de mais nada, o casal reconhecer as suas condições pessoais e disposições individuais produzindo tenacidade, dedicação e esforços para construírem um projecto comum, se assim o desejarem.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 15, 2019 8:14 pm

É bem verdade que, em virtude da flexibilização das regras legais para o casamento, parece que as pessoas não se dispõem mais a serem persistentes ou quererem de forma mais intensa, fazerem suas relações darem certo.
Talvez muitos nem encarem o casamento como a proposta de um projecto comum de construção.
Muito menos de uma tarefa, ou um conjunto de tarefas, para serem desenvolvidos sob uma dupla responsabilidade.
É por isso que muitos casamentos vão muito bem enquanto empresa, conseguem adquirir bens, pagar suas dívidas, fazer o património crescer e se multiplicar, mas vão à falência emocionalmente falando.
A empresa vai muito bem, mas a relação vai muito mal.

O meu casamento acabou.
Parte dois: o retorno
O problema não é que o casamento acaba.
A questão é que o vínculo continua através da memória vivencial das pessoas.
De frente para as provas, podemos até abdicar delas.
O que será é futuro e “o futuro a Deus pertence”.
A trajectória evolutiva de cada Espírito trará o dia de amanhã como ele deverá ser, assim como ensina o Cristo nos evangelhos: o dia de amanhã virá com os seus próprios cuidados.[5]
Um documento legal por força de leis humanas, não pode representar o fim ou a continuidade de experiências evolutivas de duas pessoas!
Actualmente, as relações consensuais, especialmente entre os jovens, crescem em proporção maior do que as relações formais.
Isto significa que as relações não dependem de um contrato assinado.
Estamos falando de não tomar o casamento firmado no Cartório Civil como documento que legitime a relação de amor e afecto entre duas pessoas.
A má interpretação da Doutrina dos Espíritos, é que pode distorcer o discernimento.
Sofrível será ouvir que uma união não pode ser desfeita, pois vai gerar novas dívidas dando origem a novas provas em encarnações futuras!
Isto é usar o medo e a culpa como ideias educativas.
Depois da separação do casal, os “resgates” pessoais não continuam para cada um?
Ingénuo pensar que os resgates são interrompidos quando o casamento acaba ou sofre interrupção.
Porque medir uma experiência de evolução dos espíritos pela métrica de regras humanas?
As experiências que um casal viveu enquanto durou o casamento, passa a compor a história de ambos, que foi e que ainda será perturbada muitas vezes pelos ciúmes, por pensarem que um é propriedade do outro.
Os filhos, se houverem, as lembranças e as experiências de tudo que foi vivido, o quotidiano que trouxe uma profunda intimidade entre ambos, a memória de tantos detalhes dos quais nunca mais os ex-casados vão conseguir esquecer, os bens em comum que geraram sentimentos de posse e apego, transformados em causas de desentendimentos, incompreensões, mendicâncias de amizade e de afectos deteriorados, discussões e demandas, querelas de toda ordem, cantadas poeticamente por Chico Buarque[6]“…trocando em miúdos pode guardar as sobras de tudo que chama um lar, as sombras de tudo que fomos nós, (…) devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu (…)”.
Sentimentos de saudades, memória passada de ódios e desafectos, lembranças imortais de amores que ficaram registados numa espécie de livro de conta corrente transformados em débitos e créditos de ambos, irão, no mais das vezes, tornar muito maior as dívidas de um para com o outro, fazendo-os credores endividados até o pescoço, dívidas essas que jamais poderão ser quitadas.
É assim que um casal acabará perdendo-se em pendências emocionais e sentimentais esquecidas no tempo.
Talvez não se casem nunca mais, mesmo em outras existências, mas os aprendizados e a evolução, o aprimoramento de cada um continua de maneira inexorável pela caminhada evolutiva que não depende do tempo cronológico.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 15, 2019 8:15 pm

O aprimoramento individual dos Espíritos é segundo a história de cada um.
Não existem histórias atreladas de modo que, se um estagnar na sua evolução, então o outro também ficará retido.
O progresso é individual.
Mesmo que alguém acuse alguém de estar dificultando ou impedindo o seu progresso, não será a maneira de accionar o outro para que progrida também, assim como culpar alguém por algo que nos acontece não nos redime da responsabilidade pela nossa própria evolução.
A expressão popular de que duas pessoas que vivem juntas não nasceram grudadas, aplica-se totalmente a esta compreensão.

Enéas Martim Canhadas

[1]Ver questão 697 do Livro dos Espíritos sobre a indissolubilidade absoluta do casamento.
[2]Idem à nota nº 1.
[3]Ler Capítulo 12 do livro “Pensamento e Vida” psicografado por Chico Xavier e ditado por Emmanuel.
[4]A questão 759-a do Livro dos Espíritos, trata do orgulho e da vaidade nas situações de duelo existentes na época que a Doutrina foi codificada.
No entanto, julgamos que a resposta dos Espíritos dada a essa questão, bem pode nos servir para reiterar o facto de que, os costumes mudam com o tempo e as regiões onde existem.
[5]Consultar o evangelho segundo Matheus, 6:34.
Dependendo da versão ou tradução, ocorrerão pequenas alterações nos termos, mas o sentido é o mesmo de que cada dia já contém as suas próprias aflições ou seus cuidados.
[6]“Trocando em miúdos”, música composta por Chico Buarque de Holanda.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty O Orgulho que Enlouquece

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 16, 2019 11:44 am

Muitos loucos são apenas perturbados por espíritos maus
Cada post publicado neste blog é, na verdade, um grito de alerta.
Uma tentativa, melhor, uma iniciativa que visa esclarecer os males, as dores e os sofrimentos causados pela Obsessão Espiritual.
A ideia é trazer informações claras e acessíveis a todos, para que compreendam que nos embates diários da vida, não estamos lidando unicamente com nossos pares encarnados, mas que há uma população de espíritos que estão ao nosso redor.
São amigos, parentes e conhecidos que já partiram antes de nós.
São entes queridos de nosso mais profundo afecto que nos acompanham de outras vidas ( porque todos nós já as tivemos, e muitas).
São Guias, mentores e protectores espirituais, que nada mais são do que gente como a gente, que uma vez no plano espiritual, e tendo alcançado maiores progressos evolutivos, prontificam-se a nos amparar por toda a nossa jornada na terra.
Além de todos esses seres, temos também outros velhos conhecidos do passado.
Seja desta ou de outras encarnações.
Aqueles a quem lesamos ou fizemos mal de alguma sorte, e não tiveram a grandeza de nos perdoar, reaparecem em nossas vidas como cobradores dos actos praticados outrora.
Reaparecem não é só força de expressão como se pode pensar, já que sendo espíritos eles não são visíveis aos nossos olhos.
Ocorre que eles influenciam não as nossas retinas, mas marcam presença forte e dolorosa em nossas vidas, em nossos relacionamentos, em nossos pensamentos e emoções.
Muitas vezes, esses espíritos perturbados e que foram por nós agredidos no passado, encontram a nossa casa mental de tal forma desguarnecida, distantes da prece a Deus, das boas acções e da caridade com o próximo, que chegam a alterar a nossa personalidade.
É de tal forma essa influência que muitos que por eles são obsediados, acumulam moléstias mentais de imensa gravidade, tais como a depressão, o transtorno bipolar, a hiperactividade, neuroses, piscoses e esquizofrenias…
Quantos doentes mentais não são apenas doentes espirituais!
Quanta dor e sofrimento não pode ser evitado com a aplicação correta do conhecimento espírita!
O Espiritismo nada pede em troca do que oferece.
É, seguramente, uma das pouquíssimas doutrinas do mundo que não possui estratégia alguma para aumentar a sua quantidade de adeptos.
Tudo que o Espiritismo e os seus profitentes, ou seja, nós, os espíritas buscamos é esclarecer e ajudar.
A nossa recompensa vem da alegria de servir. Isso nos basta!
Mas, como é difícil ajudar a quem precisa!
A sombra do orgulho cria um manto escuro ao redor de tantos que, mesmo em profundo sofrimento, rejeitam a luz esclarecedora dos ensinamentos dos espíritos…
É uma pena, já que há muita tecnologia no Espiritismo à disposição da humanidade tão aflita e angustiada.
Como exemplo do que digo, conto um episódio ocorrido há poucos anos atrás, aqui na cidade do Recife:
Partilhamos a amizade do nobre Jacob Melo, profundo pesquisador do magnetismo e das técnicas de doação de bio-energia.
Este amigo convidou-nos certa feita, a atender uma pessoa que estava em depressão profunda e que há cerca de 3 meses sequer se levantava da cama, tal era a gravidade de seu estado melancólico.
Fomos até a casa da pobre senhora e lá encontramos, alem de sua simpática filhinha de 10 anos, uma mulher em estado lamentável de aparência; Cabelos despenteados, pele sem viço e olhos voltados para o vazio…
De pronto, iniciamos nossa prece e, seguindo técnicas recomendadas pelo amigo Jacob Melo, passamos a aplicar passes magnéticos circulares ao redor de todo o seu aparelho digestivo.
Isso foi feito em função de sua descoberta que, com essa técnica, os pacientes depressivos obtinham imensa melhora.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 16, 2019 11:45 am

Terminamos aquele primeiro atendimento e, cerca de 40 minutos depois, quando já nos encontrávamos em nosso lar, recebemos a notícia espantosa:
A paciente havia se levantado espontaneamente, preparado seu próprio suco e estava naquele momento assistindo televisão, ao lado da filhinha…
Em menos de 2 meses, a depressão havia sido eliminada e a paciente estava curada, permanecendo ate a presente data sem episódios de reicidivas…
Mas… nem sempre é assim.
Muitos mais casos teríamos para contar de pacientes que pioraram a cada dia, sendo portadoras de moléstias espirituais e não mentais, mas a quem o auxílio espírita foi categoricamente negado por que aquela família pertencia a uma outra religião…
A todo aquele de lê este blog, faço um apelo singelo:
A o se deparar com alguém sofrendo alguma patologia mental, ofereça-lhe a possibilidade de pensar que, para além de alguma desordem orgânica, avaliar a possibilidade de influência espiritual.
Muitas vezes, bastará isso para salvar uma vida de ser intoxicada com medicamentos pesadíssimos e que levarão, estes sim, muitos pacientes á loucura.
Lembramos de uma moça na flor de seus 24 anos que enlouqueceu completamente, perdendo todo o seu raciocínio e capacidade de discernimento por ter sido entupida de drogas as mais pesadas, que eram supostamente usadas para tratar a sua loucura…
E sabe qual era a loucura da moça?
Ela via espíritos…
O psiquiatra a diagnosticou como esquizofrénica mesmo que seu raciocínio não apresentasse sinais outros…
E, o pai, rico empresário da capital pernambucana e, ironicamente, autor de livros sobre inteligência, não teve clareza lógica para aceitar a ajuda espírita… motivado por um sentimento simples:
A ciência, dizia ele, não aceita a existência desses tais espíritos…
Enquanto isso, sua filhinha permanece sob a prisão das drogas, da dor, do orgulho…
Que nos abençoe Jesus, o Médico de nossas almas

Ylen Asor

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 31 Empty O antídoto para a solidão

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 16, 2019 8:14 pm

Um dos flagelos da humanidade chama-se solidão.
Mas o que é a solidão?
Seria a ausência de companhia, de pessoas à nossa volta?
Seria estar longe das civilizações?


Mais grave do que estar só é sentir-se só.
Duas pessoas que vivem situações parecidas poderão ter comportamentos diferentes.
Enquanto uma é infeliz, a outra sobrevive, e bem.
Solidão, mais do que estar só, é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma.
É precisar da multidão à sua volta, por não perceber que pode bastar-se por si mesma, desde que descubra a riqueza do seu interior.
A solidão nasce da insegurança e da necessidade de sentir-se amada, porque ignora que o grande truque é amar.
Há quem use solidão como tempo de inspiração, análise e programação.
Não é mais a solidão popularmente conhecida, porque se transforma em recolhimento ao próprio íntimo, necessidade que todos temos, sem nos dar conta.
Vez que outra, é preciso estar só.
Tentamos nos dar bem com os outros, mas não sabemos viver na harmonia de nós mesmos.
Quando Amyr Klink, saindo da África, chegou à Bahia, navegando dias e dias, sozinho em sua pequena embarcação, perguntaram-lhe se a solidão não teria sido seu maior obstáculo.
A resposta foi que nunca estivera só, porque muitos torciam por ele e, além disso, fazia o que lhe causava prazer.
Quem age dessa forma não dá espaço para a solidão.
Cabe analisar quem são as vítimas da solidão.
E responderíamos que são os que não lutam, que nada realizam, não amam, não vivem…!
Quem se fecha em seus problemas, em suas mágoas, melindra-se facilmente, auto-flagela-se e inutiliza preciosas oportunidades de realizações importantes.
Deus não pode ocupar-se com os que insistem em ser infelizes.
Deixa primeiro que despertem e valorizem a vida, para depois enviar-lhes a ajuda que possam compreender.
O antídoto para a solidão, mais do que os antidepressivos ou os divãs dos analistas, é a ocupação.
De qualquer tipo.
Trabalho profissional, trabalho de lazer, trabalho de amor ao próximo.
Quem se achar em sofrimento, procure ser útil.
Quem vive gastando o tempo para reclamar de má sorte, experimente aplicar as horas tristes no trabalho.
E como catalisador para esse entendimento não podemos desprezar um agente eficaz contra a solidão: O Centro Espírita.
Nesse pequeno compartimento da imensa Casa de Jesus há, sempre, disponibilidade de vagas para serviços no bem.
E, sempre, atinge primeiro o próprio agente.
É aí que o jovem estudante busca serenidade para entender as lições mais difíceis; é aí que a moça, frustrada com a perda do namorado, encontra para substituí-lo um amor diferente, sublimado; é ai onde a mãe que ficou, prematuramente, sem o filho querido, conhece outros filhos que suprirão a falta dele; é ai onde a viúva, idosa e enferma, encontra a companhia de operosos auxiliares do Cristo, para suavizar o seu isolamento e a saudade do companheiro; é aí, enfim, onde todo sofrimento se transforma em progresso e entendimento.
Nenhum outro lugar, por mais prazer que ofereça, pode combater a solidão como o Centro Espírita, sem dispêndio para aquele que chega com a mágoa no coração.
Ali, enquanto serve, se cura; quando oferece, recebe; ao sorrir, se alegra; com ajuda, se reergue.
Abençoado Centro Espírita, que além destes abriga também os que se sentem infelizes, que têm a alma sensível pronta para oferecer-se.
São os que têm consciência de como a vida é boa e retribuem a Deus pela dádiva, ao invés de queixar-se do abandono ou revoltar-se contra os actos comuns da vida de todos nós.
Centro Espírita que a todos recebe, servidores e necessitados, com a intenção de irmaná-los e integrá-los em um só propósito e diminuindo a infelicidade porque esta, sempre, faz seu ninho no escuro de cada um, independente da idade, saúde ou situação financeira.
Felizes os que despertam e passam pela porta estreita do Centro.
Metade do problema já estará resolvido.
Felizmente, a cada dia os que ali aportam são em maior número e, brevemente, chegará o dia em que o entendimento será absoluto.

Octávio Caúmo Serrano

Blog Espiritismo Na Rede retirado - Fonte : da Revista Espírita Allan Kardec, nº 37.

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