LUZ ESPÍRITA
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Experiências Fora do Corpo

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 10, 2012 9:40 am

Recentes estudos e tendências na investigação das experiências fora do corpo.
Carlos S. Alvarado

A experiência fora do corpo (EFC) caracteriza-se pela sensação de encontrar-se localizado fora do corpo físico e de perceber o ambiente dessa nova posição.

A literatura sobre o tema é vasta, como pode ver-se nas revisões de Blackmore (1982), Irwin (1985a), e em meus artigos sobre áreas específicas de investigação deste fenómeno (Alvarado, 1982a, 1982b, 1986, 1988).

Mas apesar destes estudos, ainda não sabemos muito sobre a natureza desta experiência.

Tradicionalmente, a EFC se considerou de importância teórica devido a seus envolvimentos a respeito da questão da sobrevivência depois da morte.

A aparente separação de mente a corpo durante a EFC se interpretou como uma evidência a respeito da qual ambos aspectos do ser humano são entidades independentes uma da outra, e que a mente (ou a consciência humana) pode existir sem o corpo.

De facto, a morte foi considerada por alguns como uma EFC permanente.
Os escritos de Bozzano (1934, 1937), Muldoon e Carrington (1951), Myers (1903), e Rogo (1973) ilustram estas perspectivas teóricas.

Estes autores apoiam o modelo de projecção segundo o qual a experiência se baseia em que algo – a mente, o espírito, ou uma variedade de corpos subtis – sai do corpo levando consigo a parte consciente do ser humano.

Em contraste, muitos outros autores defenderam a posição que a experiência é uma criação psicológica que depende de necessidades, memória e um número de variáveis cognoscitivas.

Este é o caso de Eastman (1962), Osty (1930), e mais recentemente, de Blackmore (1982), Gabbard e Twemlow (1984), e Irwin (1985a).

Lamentavelmente, a nível estritamente científico, nossos conhecimentos sobre o tema não nos permitem considerar nenhuma destas possibilidades como demonstradas.

Outro aspecto de interesse para os parapsicólogos, é a possibilidade de que a EFC seja um estado de consciência favorável para a manifestação de fenómenos psi, da mesma forma que os sonhos ou o estado de privação sensorial parcial do Ganzfeld (Palmer, 1978).

Por estas razões, alguns parapsicólogos tem tratado de estudar a experiência e as condições experimentais, tratando de encontrar a evidência da Percepção Extrasensorial (PES), ou detectar indícios físicos da presença do sujeito durante as provas experimentais (para revisões sobre o tema veja-se Alvarado, 1982a, 1982b).

Outros autores, como Bozzano (1934, 1937) e Hart (1954), prestaram atenção a relatos de PES e de aparições da pessoa que sentem que estão fora do corpo, em EFC espontâneas.

Esta ênfase no aspecto parapsicológico das EFC é evidente nos experimentos de Tart (1968) e de Osis e McCormick (1980).
Por outra parte, é possível estudar a EFC desde outros pontos de vista que não estão directamente relacionados com aspectos parapsicológicos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 10, 2012 9:41 am

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Para poder entender as perguntas dos parapsicólogos no estudo das EFC é necessário abandonar momentaneamente a forma tradicional de estudar a experiência.

É necessário que entendamos primeiro a natureza da EFC como um estado de consciência, que saibamos mais sobre a psicologia e a fenomenologia do problema sob estudo.

Variáveis Psicológicas

Vários estudos trataram de relacionar a EFC com aspectos psicológicos tais como as variáveis de personalidade e variáveis cognoscitivas (para ulteriores revisões veja-se, Alvarado, 1988; e Irwin, 1985a).

A maior parte das variáveis de personalidade estudadas – extroversão, busca de perigo, neuroticismo – não revelaram correlações significativas ou achados consistentes.

Isto é, não temos evidência a respeito do qual, variáveis de personalidade específicas estejam relacionadas com a ocorrência desta experiência.

Recentemente, McCreery (1993) encontrou correlações positivas entre a EFC e diferentes provas de esquizotipia que quantificam a incidência de experiências de pessoas normais relacionadas ou parecidas a sintomas esquizofrénicos sem ter tal diagnóstico.

Isto não necessariamente indica uma psicopatologia, senão que abre a investigação da EFC a novas dimensões que poderiam relacionar a experiência com os mesmos mecanismos daqueles indivíduos com possíveis tendências para a esquizofrenia.

Em nossa opinião o mais provável é do que estejamos tratando com mecanismos cognoscitivos comuns a estes dois grupos de experiências que reflectem tanto patologia como fenómenos não-patológicos na população geral.

McCreery também estudou a relação entre a EFC e a anedonia física, ou a inabilidade para desfrutar de prazeres físicos manifestados em esquizofrénicos e na esquizotipia.

Seus achados mostram que as pessoas com EFC têm melhores experiências físicas em geral que os que não informaram EFC.

Isto não apoia a interpretação psicopatológica da experiência, e é similar a descobertas anteriores que encontraram que as pessoas com EFC estavam melhor adaptadas a sua vida e a seus problemas do que as pessoas que não tinham tido EFC (Gabbard & Twemlow, 1984).

Outros estudos exploraram variáveis cognoscitivas tais como a sensação de vividez e o controle de imagens mentais, a tendência à fantasia e à absorção.
As duas últimas variáveis tendem a mostrar correlações positivas consistentes com a EFC (resumidas na Tabela 1).

A tendência à fantasia é um conceito que agrupa a indivíduos que têm uma vida física e mental.

São pessoas com alta incidência de fenómenos parapsicológicos, colegas imaginários e fenómenos tais como imagens mentais sumamente vividas.
A absorção é a capacidade de utilizar a atenção em aspectos internos ou externos ao organismo.

Inclui fenómenos tais como perder a consciência dos arredores quando a pessoa está ocupada numa tarefa ou numa acção específica e um estado alterado de consciência.

Tanto a tendência à fantasia como a absorção estão relacionadas com a susceptibilidade hipnótica.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 10, 2012 9:41 am

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Características das EFC

Outra forma de estudar a experiência é através de suas características, reportes tais como ver o corpo físico, perceber-se a se mesmo num corpo similar ao corpo físico ou sem nenhum corpo, viagens a lugares distantes, emoções tais como o medo e sensações de bem-estar, clareza mental, ver luzes e túneis, e muitas outras observações e sensações.

Tais características foram mencionadas por muitos pesquisadores.

Muldoon e Carrington (1951) apresentaram uma compilação de casos de "projecção astral" tomados principalmente da literatura espiritista e parapsicológica.

Os autores observaram, ao final de seu livro, as seguintes características em comum entre os relatos:
sensações de boiar e de mover-se, ver o corpo físico e o "cordão astral" entre o "corpo astral" e o corpo físico, sensações de ruídos e estalos na cabeça, catalepsia do corpo físico, perda de consciência momentânea saindo e regressando ao corpo, sensação de depressão antes da experiência, e repercussão, ou a sensação de choque ao regressar ao corpo físico.

Recentemente, autores tais como Alvarado (1984), Gabbard e Twemlow (1984), Giovetti (1983), e Green (1968) estudaram a variedade e incidência da fenomenologia das EFC.

Outros pesquisadores estudaram as chamadas experiências de quase morte, das quais, a sensação de estar fora do corpo, é um dos componentes mais frequentes (Ring, 1980; Sabom, 1982).

Num trabalho recente, discutimos a importância destes estudos e apresentamos sugestões para o desenvolvimento de um programa de investigação baseado na exploração das características internas da experiência (Alvarado, 1994).

Neste trabalho propomos a necessidade de ter informação mais detalhada a respeito das descrições e a incidência de características específicas.

Nossos conhecimentos actuais se limitam quase em sua totalidade a percentagens de relatórios de ver o corpo físico, sensações de viajar e outras características.

Mas as características variam bem mais do que estas percentagens reflectem, como pode ver-se na recopilação de casos (Crookall, 1961) e nos relatos de sujeitos dotados (Muldoon & Carrington, 1929).

As EFCs.

Características tais como obter informação verídica ou ser visto como uma aparição durante a experiência poderiam ter relações específicas com outras variáveis.

É possível que várias componentes parapsicológicos das EFC mostrem correlações positivas com a absorção, a tendência à fantasia, ou o estado de consciência do indivíduo ao começo da experiência.

Estes aspectos parapsicológicos quiçá estão relacionados com outras características das EFC.

Por exemplo, poderia postular-se que as aparições, durante este fenómeno, estão relacionadas com a forma em que a pessoa percebe a si mesma durante o fenómeno, com um corpo ou sem corpo algum.

Existe uma relação positiva entre ver-se a si mesmo em seu corpo e os relatos de aparições?
Só futuros estudos poderão responder esta pergunta.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 10, 2012 9:42 am

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Nosso entendimento deste fenómeno, no entanto, não pode ficar limitado aos aspectos parapsicológicos ainda quando este seja nosso principal interesse como parapsicólogos.

É similar aos esforços por entender os estados de consciência alterada em relação à PES.

Por mais do que estudemos a PES no Ganzfeld, nosso entendimento dos resultados positivos obtidos até agora não progredirão muito, até que entendamos o estado de consciência que o Ganzfeld produz (veja-se os comentários ao respeito de Stanford, 1993).

Como tudo em parapsicologia nossa tarefa não é glorificar o parapsicológico ou separá-lo de outros aspectos do ser humano, senão entendê-lo melhor em termos de sua relação com outras variáveis e processos conhecidos pela ciência.

Consequentemente, devemos considerar que o entendimento deste fenómeno, no entanto, não deve limitar-se à dimensão psi, a qual poderia ser periférica à experiência.

O estudo de correlações psicológicas e a fenomenologia da experiência apresentam a possibilidade de ajudar-nos a compreender à EFC em sua totalidade e, eventualmente, em relação a cada um de seus múltiplos aspectos.

REFERÊNCIAS

ALVARADO, C.S. (1982a). ESP during out-of-body experiences: A review of experimental studies. Journal of Parapsychology 46, pp.209-230.-

ALVARADO, C.S. (1982b). Recent OBE detection studies: A review. Theta 10, pp.35-37.-
ALVARADO, C.S. (1984). Phenomenological aspects of out-of-body experiences: A report of three studies. Journal of the American Society for Psychical Research 78, pp.219-240.-

ALVARADO, C.S. (1986). Research on spontaneous out-of-body experiences: A review of modern developments. En B.Shapin & L.Coly (Eds.) Current Trends in Psi Research (pp.140-167). New York: Parapsychology Foundation.

ALVARADO, C.S. (1988). Aspectos psicológicos de las experiencias fuera del cuerpo: Revisión de estudios de casos espontáneos. Revista Puertorriqueña de Psicología 5, pp.31-43.-

ALVARADO, C.S. (1994). Mapping the characteristics of out-of-body experiences. Ponencia presentada en la Convención Anual de la Parapsychological Association. Amsterdam: The Netherlands.

ALVARADO, C.S. & ZINGRONE, N.L. (en prensa). Individual differences in aura vision: Relationship to visual imagery and imaginative-fantasy experiences. European Journal of Parapsychology.

BLACKMORE, S. (1982). Beyond the Body. Heinemann: London.
BOZZANO, E. (1937). Les Phenomenes de Bilocacion. Jean Meyer Editeur: Paris [Originalmente publicado en italiano, 1934].

CROOKALL, R. (1961). The Study and Practice of Astral Projection. Darshana International: Moradabad (India).EASTMAN, M. (1962). Out-of-the-body experiences. Proceedings of the Society for Psychical Research 53, pp.287-309.

GABBARD, G.O. & TWEMLOW, S.W. (1984). With the Eyes of the Mind. Praeger: New York.
GIOVETTI, P. (1983). Viaggi Sensa Corpo. Armenia: Milano.
GLICKSON, J. (1990). Belief in the paranormal and subjective paranormal experience. Personality and Individual Differences 11, pp.675-683.-

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 10, 2012 9:42 am

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GREEN, C. (1968). Out-of-the-body experiences. Hamish Hamilton: London.
HART, H. (1954). ESP projection: Spontaneous cases and the experimental method. Journal of the American Society for Psychical Research 48, pp.121-146.-

IRWIN, H.J. (1980). Out of the body down under: Some cognitive characteristics of Australian students reporting OBEs. Journal of the Society for Psychical Research 50, pp.448-459.-

IRWIN, H.J. (1981). Some psychological dimensions of the out-of-body experience. Parapsychology Review 12 (4), pp.1-4.-
IRWIN, H.J. (1985a). Fligh of Mind. Scarecrow Press: Metuchen, NJ.
IRWIN, H.J. (1985b). Parapsychological phenomena and the absorption domain. Journal of the American Society for Psychical Research 79, pp.1-11.-

McCREERY, C. (1993). Schizotypy and Out-of-the-Body Experiences. Tesis Doctoral: New College, Oxford.
MULDOON, S.J. & CARRINGTON, H. (1929). The Projection of the Astral Body. Rider: London.
MYERS, F.W.H. (1903). Human Personality and Its Survival of Bodily Death. (2 Vols.) Logmans, Green: London.

MYERS, S.; AUSTIN, H.R., GRISSO, J.T., & NICKESSON, R.C. (1983). Personality characteristics as related to the out-of-body experience. Journal of Parapsychology 47, pp.131-144.-

OSIS, K., & McCORMICK, D. (1980). Kinetic effects at the oestensible location of an out-of-body projection during perceptual testing. Journal of the American Society for Psychical Research 74, pp.319-329.-

OSTY, E. (1930). La vision de soi. Revue Metapsychique, No.3, pp.185-197.-
PALMER, J. (1978). ESP and out-of-body experiences: An experimental approach. En D.S.Rogo (Ed.), Mind Beyond the Body (pp.193-217). Peguin Books: Harmondsworth.

RING, K. (1980). Life at Death. Coward, McCann and Geoghegan: New York.
ROGO, D.S. (1973). The Welcoming Silence. University Books: Secaucus, N.J.

SABOM, M. (1982). Recollection of Death. Harper & Row: New York.
STANFORD, R. (1993). ESP research and internal attention states: Sharpening the tools of the trade. En L.Coly y J.D.S. McMahon (Eds.), Psi Research Methodology (pp.189-242). Parapsychology Foundation: New York.

TART, C.T. (1968). A psychophysiological study of out-of-the-body experiences in a selected subject. Journal of the American Society for Psychical Research 62, pp.3-27.-
WILSON, C., & BARBER, T.X. (1983). The fantasy-prone personality: Implications for understanding imagery, hypnosis, and parapsychological phenomena. En A.A. Sheikh (Ed.), Imagery (pp.340-387). Wiley: New York.

Artigo disponível em http://www.alipsi.com.ar/publicaciones_articulo.asp?id_articulo=128

§.§.§- O-canto-da-ave
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Experiências Fora do Corpo Empty Relação entre a Experiência Fora do Corpo e a Absorção

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 11, 2012 8:52 am

Número 4, Outubro de 1997
Carlos S. Alvarado* y Nancy L. Zingrone**

Relação entre a Experiência Fora do Corpo e a Absorção:
estudos com participantes porto-riquenhos e norte-americanos [1].

RESUMO

Levamos a cabo três estudos para replicar achados anteriores nos quais pessoas com experiências fora do corpo (EFC) obtiveram maiores pontuações na escala de absorção de Tellegen que as que não tinham tido a experiência.

Os resultados foram significativos no primeiro e segundo estudo, mas não atingiram significância estatística no terceiro.
A probabilidade combinada destes três estudos foi significativa.

É claro que há outras variáveis que interagem com a relação entre a absorção e a EFC.
Futuros estudos devem considerar estas interacções e os factores do questionário de absorção.

Em tempos recentes o estudo da experiência fora do corpo (EFC) foi levado a cabo principalmente do ponto de vista psicológico (Alvarado, 1992).

Isto é, a maior parte da investigação tratou de relacionar a EFC com aspectos tais como variáveis cognoscitivas e variáveis de personalidade (para revisões ver Alvarado, 1986, 1995; e Irwin, 1985).

Uma das variáveis psicológicas mais consistentes como prenúncio da EFC são as experiências de absorção.
A absorção é geralmente medida com uma escala desenvolvida por Auke Tellegen (Tellegen, 1992; Tellegen & Atkinson, 1974).

Inicialmente, a absorção foi definida como "o uso de todos os recursos perceptivos, motores, imaginativos e ideais disponíveis para uma representação unificada do objecto de atenção" (Tellegen & Aason, 1974, p. 274, nossa tradução).

Em outras palavras, a absorção se refere aos recursos cognoscitivos utilizados pelo sistema de processamento de informação dos seres humanos para manter a atenção em tarefas ou objectos específicos.

Mais recentemente Tellegen (1992) disse do que a absorção "parece representar uma disposição para entrar, sob circunstâncias condutivas, a estados psicológicos que se caracterizam por uma marcada reestruturação do ser fenomenal e do mundo."

Isto inclui experiências com aspectos ou qualidades dissociativas e de consciência alterada.

Tal definição é consistente com a ideia e os achados empíricos que encontraram que a absorção esta relacionada com a susceptibilidade hipnótica, ainda que a natureza e a magnitude desta relação não está clara ainda e parece depender de variáveis contextuais (Roche & McConkey, 1990).

A segunda conceitualização da absorção também é consistente com os achados de estudos que encontraram relações positivas (ainda que de baixa magnitude) entre a absorção e as experiências dissociativas (Frischholz, Braun, Sachs, Schwartz, Lewis, Schaeffer, Westergaard, & Pasquotto, 1991; Norton, Ross, & Novotny, 1990) e a absorção e a "abertura à experiência", conhecida em inglês como openness to experience (Wild, Kuiken, & Schopflocher, 1995).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 11, 2012 8:52 am

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A existência de uma relação entre a absorção e as EFCs faz sentido se consideramos que tanto a EFC como a absorção possivelmente representam algo similar:
uma capacidade de nosso sistema cognoscitivo para a alteração de consciência que pode expressar-se em diversas formas.

De facto, vários estudos encontraram relações positivas e significativas entre a EFC e a absorção.
A maior parte destes estudos (cinco investigações) foram levados a cabo por Irwin e são resumidos em seu livro Flight of Mind (1985).

Outros têm levado a cabo estudos similares onde se replicou o achado básico de Irwin a respeito do qual as pessoas com EFC têm pontuações na escala de absorção mais altas do que as pessoas que não tiveram a EFC (Glicksohn, 1990, dois estudos; Myers et al., 1983).

No entanto, outros três estudos não replicaram esta relação entre ambas variáveis (Gabbard & Twemlow, 1984; Glicksohn, 1990, um estudo; Spanos & Moretti, 1988).

Ainda que seja difícil combinar os resultados destes 11 estudos devido ao facto que alguns relatórios não apresentam toda a informação estatística necessária, nós levamos a cabo análise meta-analítica dos dados disponíveis.[2]

Usando o método de combinação de probabilidades Stouffer encontrou que os 11 estudos apresentaram resultados significativos (z de Stouffer = 8.40, p = 2 x 10-17).
Para obter uma estimativa da magnitude da relação entre a EFC e a absorção usamos o método de transformação do z de Fisher depois de calcular coeficientes de Pearson para cada estudo. A combinação dos 11 estudos revela um r de .38.

Apesar de que em geral a relação entre a EFC e a absorção é positiva e significativa, é necessário levar a cabo mais replicações porque uma grande parte dos estudos provêm de um só investigador (Irwin).

Por esta razão apresentamos neste artigo três tentativas de replicar esta relação entre ambas variáveis.

Este artigo deve considerar-se como um reporte preliminar no qual enfatizamos só a relação entre a EFC e a absorção, sem considerar outras variáveis de interesse.

Futuras publicações analisarão os dados considerando outras variáveis.

Esta é a primeira tentativa que conhecemos para relacionar a EFC e a absorção na América Latina, neste caso com porto-riquenhos (Estudos 2 e 3).

Os que nos interessamos em desenvolver uma parapsicologia latino-americana temos interesse não só em fazer investigações originais, como também em pesquisar empiricamente se as relações entre diferentes variáveis encontradas com as amostras de norte-americanos (estudos de Gabbard e Twemlow, de Myers et al., e de Spanos e Moretti), de australianos (estudos de Irwin), e de israelitas (estudos de Glicksohn) também podem encontrar-se em nossos países.

ESTUDO I
(Estudo Piloto)

Participantes

Os participantes neste estudo eram estudantes de uma classe de parapsicologia na Universidade de Virginia, em Charlottesville, Virginia.
Este curso era electivo, pelo qual podemos supor que os que o tomaram tinham um interesse específico em parapsicologia.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:00 am

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Só 15 estudantes completaram e devolveram os questionários. Sessenta por cento destes eram do sexo feminino.
Suas idades variavam entre os 18 e os 22 anos (Média = 21).

Questionários

Um dos questionários utilizados foi publicado em outro artigo (Alvarado & Zingrone, 1994).
Este era um questionário majoritariamente sobre auras, mas tinha perguntas sobre outros fenómenos parapsicológicos, incluindo a EFC.

A pergunta sobre este fenômeno foi a mesma utilizada por John Palmer (1979) num estudo anterior.

O outro questionário que usamos foi a Escala de Absorção de Tellegen (Tellegen, 1992; Tellegen & Atkinson, 1974).
Esta escala tem 34 perguntas sobre diferentes experiências de alteração de consciência e de percepção do ambiente.

Seguindo a recomendação de Tellegen combinamos as 34 perguntas com outras para que o propósito do questionário não fosse óbvio.

Procedimento

Um de nós (CSA) foi à classe de parapsicologia e deu uma breve palestra sobre fenómenos espontâneos e sobre o trabalho levado a cabo na então Divisão de Parapsicologia da Universidade de Virginia, onde CSA trabalhava por então [3].

Depois da palestra pediu aos estudantes que participassem em seu estudo e deixou os dois questionários com o professor.

Vários dias depois o professor trouxe os questionários completos.[4]
Ambos os questionários foram impressos separadamente, e dados aos estudantes ao mesmo tempo.

Análise

Os dados foram colocados no programa estatístico StatPac Gold 4.5.
A relação entre as EFC e a absorção foi analisada usando testes t para grupos independentes.

Para medir a magnitude dos efeitos usamos a "d" de Cohen e o coeficiente de correlação de Pearson.

RESULTADOS

Incidência da EFC

Dos 15 estudantes que responderam os questionários, 27% respondeu de forma positiva à pergunta sobre a EFC.

Relação entre a EFC e a Absorção

A média de absorção para todos os participantes foi de 22.26. Os estudantes que tiveram a EFC apresentaram uma média na escala de absorção de 29.75, comparado com uma média de 19.55 para os que não tiveram a EFC.

DISCUSSÃO

Apesar do baixo número de participantes, e dos poucos estudantes com EFC, a escala de absorção pôde discriminar entre os que tiveram e os que não tiveram a EFC.

Supostamente esta amostra não pode considerar-se representativa devido a que os estudantes em questão estavam interessados no tema dos fenómenos psíquicos (razão pela qual presumimos tomaram a classe de parapsicologia).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:00 am

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Assim é interessante notar que a freqüência da EFC neste estudo (27 %) é similar à frequência obtida por Palmer (1979) anos atrás com estudantes diferentes na mesma Instituição, mas com uma amostra selecionada ao acaso (25%).

ESTUDO II

Participantes


Nossos participantes foram seleccionados pelos estudantes de um de nós (CSA) como parte de um projecto de investigação de um curso apresentado por CSA no Centro Caribenho de Estudos Pós-Graduados, um instituto de estudos de psicologia a nível graduado (mestrado e doutorado).

Esta é a única instituição em Porto Rico que conta com o credenciamento da American Psychological Association.

De 130 questionários entregues aos estudantes, 120 foram respondidos.
A maior parte dos participantes era do sexo feminino (71%), solteiras (52%), e tinham uma idade média de 31 anos (numa faixa de 18 a 40).

Muitos se descreveram como católicos (60%) e com educação universitária (70%).
A maioria nasceu e se criou em Porto Rico (87% e 93%, respectivamente).

Depois de que se finalizou a recopilação dos dados foi entregue aos estudantes que administraram os questionários uma folha perguntando a quem estes entregaram os questionários do estudo.

De acordo às indicações de nove de 13 dos estudantes as pessoas que receberam questionários eram, em ordem descendente:
amigos e colegas de trabalho, estudantes, membros de seu familiar estranhos, e outros.

Questionário

Desenvolvemos um questionário em espanhol com uma variedade de perguntas.
Estas eram sobre variáveis demográficas (8 perguntas), escala de Absorção de Tellegen (34), experiências parapsicológicas, incluindo a EFC (5), e muitas outras perguntas sobre variáveis que não usamos neste trabalho (15).

Depois das perguntas demográficas iniciais, organizamos o resto das perguntas em ordem aleatória.
Todas as perguntas (com excepção das demográficas) eram de verdadeiro e falso.

O questionário tinha um título que o identificava como:
Questionário de Experiências Mentais da Vida Diária.

A pergunta de EFC era a seguinte:
"Eu tive a experiência de sentir-me fora ou longe de meu corpo físico, isto é, a sensação de que minha mente ou parte pensante estava num lugar diferente ao do corpo físico."

Procedimento

Pediu-se a cada um de 13 estudantes de uma classe de graduação de introdução à parapsicologia que entregassem 10 questionários cada um entre as pessoas a que tivessem acesso.

As instruções dadas aos estudantes especificavam que não identificassem o estudo como algo sobre fenómenos parapsicológicos ou de absorção, e que não se limitassem a entregar questionários a pessoas que eles sabiam que tinham tido experiências parapsicológicas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 12, 2012 9:01 am

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Também se lhes disse que não utilizassem pacientes clínicos (vários deles faziam prática psicológica).
Foi explicado aos estudantes que a selecção de uma amostra nestas condições não pode ser representativa.

Finalmente, pedimos aos estudantes que recopilassem descrições de dois fenómenos, a EFC e experiências de auras.
Lamentavelmente eles não recolheram as descrições sistematicamente por diversas razões.

Análise

As análises foram levadas a cabo da mesma forma que no estudo anterior.

RESULTADOS

Incidência da EFC


Trinta e cinco por cento das pessoas que responderam aos questionários (N= 119) responderam afirmativamente à pergunta sobre a EFC.

Relação entre as EFC e a Absorção

A média na escala de absorção para todos os participantes foi 16.93.

As pessoas com EFC obtiveram uma média na escala de absorção de 21.71 (N = 41), enquanto os que disseram não ter a experiência obtiveram uma média de 14.64 (N = 78).

DISCUSSÃO

A análise da diferença entre ambos grupos foi significativa, o que confirma nossa hipótese, que é consistente com os achados de estudos anteriores.

No entanto, a forma na qual se recolheram os questionários pôde ter influído nos resultados.
empre há a possibilidade de que os estudantes que recolheram os dados tenham escolhido a pessoas que tivessem uma alta proporção na incidência de fenómenos parapsicológicos e de experiências de absorção.

ESTUDO III

Participantes


Os participantes neste estudo eram estudantes graduados no Centro Caribenho de Estudos de Pós-Graduação.
Cinquenta e três estudantes responderam os questionários.

A maior parte destes eram do sexo feminino (79%) com uma média de idade de 26 anos (numa faixa de 21 a 49).
79% eram solteiros, católicos (69%), e nascidos e criados em Porto Rico (83% e 90%, respectivamente).

Questionário

Utilizamos o mesmo questionário mencionado no estudo anterior.

Procedimento

Os participantes eram estudantes de três cursos de psicologia clínica ditados por um colega que ensina na instituição em questão.[5]

O professor entregou os questionários a seus estudantes sem mencionar o propósito do estudo ou a identidade dos pesquisadores.
O professor recopilou os questionários sem que nós tivéssemos contacto com os estudantes.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2012 9:49 pm

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Análise

As análises foram levadas a cabo da mesma forma que no estudo anterior.

RESULTADOS

Incidência da EFC


20% dos interrogados (N = 51) responderam afirmativamente a pergunta da EFC.

Relação entre as EFC e a Absorção

A média de absorção para o grupo em geral foi de 14.81, numa faixa de 1 a 31.

Como pode ver-se na Tabela 3 a diferença entre os que disseram ter a EFC e os que não a tiveram não foi significativa.

DISCUSSÃO

Apesar das médias de absorção indicarem uma diferença favorecendo aos estudantes com EFC, a diferença não foi significativa.

Na discussão geral contrastaremos os resultados em mais detalhe e avaliaremos nossos estudos em relação a estudo anteriores.

DISCUSSÃO GERAL

Como pode ver-se nas Tabelas 1, 2, e 3 os dois primeiros estudos obtiveram resultados significativos, confirmando nossa hipótese de que as pessoas que respondessem afirmativamente à pergunta de EFC teriam médias na escala de absorção mais altas que os que respondessem a pergunta de forma negativa.

O terceiro estudo, ainda que não tenha sido significativo, mostrou resultados na mesma direção dos estudos anteriores, ainda que com uma magnitude menor.

Isto é claro quando se avalia a Tabela 3 e se nota a diferença entre as médias da escala de absorção.
Quando combinamos os resultados dos três estudos encontramos que estes são significativos (z de Stouffer = 5.02, p = .00000025, r = .45).

Em adição, se agregamos nossos três estudos à análise dos 11 estudos anteriores que apresentamos na introdução deste artigo, encontramos resultados significativos.

Obtivemos um z de Stouffer de 9.76 (p = 8 x 10-21) e um r de .40 .

A magnitude dos resultados de nossos três estudos combinados (r = .45) não é idêntica à magnitude dos 11 estudos anteriores levados a cabo por outros pesquisadores (r = .38), mas é suficientemente similar para sugerir que nosso efeito é proporcionalmente similar ao que a literatura anterior reportou.

É óbvio que a absorção está relacionada à EFC.
No entanto, nossos três estudos variaram muito em relação aos níveis de probabilidade e ao efeito de magnitude utilizado.

Não é surpreendente que a probabilidade de cada um variasse tanto quando nós consideramos a diferença no tamanho das mostras, algo que afecta directamente ao valor da probabilidade.

O facto de que obtivessemos significância no primeiro estudo com só 15 indivíduos sugere que o efeito foi marcadamente forte nesse grupo, talvez por serem pessoas que tinham se reunido num curso de parapsicologia porque tinham muitas experiências parapsicológicas e de absorção.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2012 9:49 pm

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Mas é claro que os coeficientes de Pearson dos três estudos mostram que a magnitude dos efeitos varia, apesar de que o teste recomendado por Rosenthal (1991) para ver se os coeficientes eram diferentes não foi significativa (X2(2) = 4.32, p = .12).

O facto de que a probabilidade esteve próxima de ser significativa, e de que há diferenças óbvias entre os coeficientes de cada estudo, sugere que há mais variabilidade nos resultados do que pode explicar-se pela absorção somente.

Se elevamos ao quadrado os coeficientes de Pearson de cada estudo para obter uma medida global da porcentagem de significância estatística explicado pela relação entre a absorção e as EFC, encontramos proporções de 3% (Estudo 3), 18% (Estudo 2), e 46% (Estudo 1).

Obviamente há outras variáveis que interagem com a absorção para predizer a EFC.

Para estudar estas variáveis é necessário utilizar estatísticas tais como a regressão múltipla, a qual nos permite avaliar a contribuição simultânea e individual de uma série de variáveis independentes (tais como absorção, dissociação, idade, frequência de fenómenos parapsicológicos, e experiências traumáticas) sobre uma variável dependente (a EFC).

Lamentavelmente estas análises requerem um maior número de participantes dos que temos em nossos estudos.

No entanto, ainda admitindo a importância de variáveis múltiplas, os resultados são suficientemente consistentes para levar-nos a pensar que a absorção é importante na produção da EFC, como Irwin (1985) especulou em seu modelo teórico.

Segundo, a absorção é importante na produção da EFC quando esta se combina com outros factores motivacionais e circunstanciais.

O trabalho de Irwin nos recorda que temos também que considerar que a absorção tem diferentes aspectos ou dimensões de importância para o entendimento da EFC. Tellegen (1992) apresentou resultados de análises fatoriais que sugerem que a escala das 34 perguntas de absorção pode dividir-se em seis factores com ênfases cognoscitivos diferentes (por exemplo, sinestesia, recordações, expansão de consciência).

Em futuras análises de nossos dados nós pensamos expandir nosso trabalho considerando esses factores (ao menos o segundo e o terceiro estudo, os quais possuem um número maior de participantes).

A pergunta é se alguns destes factores mostram maiores magnitudes em sua relação com a EFC do que outros.
Isto é precisamente o que Irwin (1985) postula e o que encontrou empiricamente.

Irwin propõe em seu livro que aspectos fenomenológicos da EFC se devem em parte à sinestesia, ou à transformação de uma modalidade perceptual a outra (por exemplo, um som evoca uma percepção visual de uma cor específica).

Ele encontrou que o fator de sinestesia mostrou uma correlação com a EFC de maior magnitude do que a dos outros factores.

Mais recentemente se reportou evidência independente de que as perguntas de sinestesia da escala mostram correlações positivas com a EFC (Alvarado, 1994;
McCreery & Claridge, 1995), mas é necessário levar a cabo mais estudos onde se avaliem todos os factores da escala para estarmos seguros do que o factor de sinestesia é o melhor presságio da experiência.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2012 9:50 pm

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Em geral, a relação da EFC com a absorção indica que a EFC tem relação com outros estados alterados, e, em forma geral, está relacionada com a psicologia do ser humano.

Roche e McConkey (1990) resumiram evidência que relaciona a absorção com diferentes aspectos do funcionamento cognoscitivo humano.

Portanto, isto sugere que a EFC está estreitamente relacionada com uma variedade de mecanismos cognoscitivos.

Apesar de que muitos preferem enfocar o estudo desta experiência do ponto de vista transcendental e espiritual, algo que nós não negamos completamente, parece-nos que é necessário continuar os estudos que relacionam à EFC com outros fenómenos do mundo natural tais como variáveis psicológicas (sobre esta perspectiva ver Alvarado, 1995).

A EFC é uma experiência humana e como tal tem que estar relacionada a nossa psicologia, fisiologia e a outras facetas do mundo natural.
O estudo de sua relação com a absorção é só um primeiro passo.

É de esperar-se que futuros estudos ampliem este enfoque psicológico para a consideração de outros factores além da absorção, e à interação da absorção com outras variáveis.

Desta forma nossa compreensão da psicologia da EFC aumentará e isto trará repercussões positivas na avaliação dos modelos que se propuseram para explicar este fascinante fen´pmeno.

* Carlos S. Alvarado foi o presidente da Parapsychological Association em 1995.
Actualmente é presidente da Associação Ibero-americana de Parapsicologia (AIPA), e é um dos directores do Centro de Estudos Integrais de Porto Rico.

** Nancy L. Zingrone pertence à Junta de Directores da Parapsychological Association, é a editora de suas publicações, e dirige o Centro de Estudos Integrais de Porto Rico.

1. Os estudos levados a cabo em Porto Rico e a preparação deste artigo foram possíveis graças ao apoio económico da Society for Psychical Research.

2. Em ocasiões, quando não há informação necessária, assumimos estimativas conservadoras.
Por exemplo, nos estudos sem informação estatística (Gabbard & Twemlow, 1984;
Spanos & Moretti, 1988) assumimos valores de z e de r de 0 (zero).

Em outras ocasiões os valores de z são menores do que deviam ser por dificuldades práticas em calcular os valores precisos.
Nenhum destes problemas aumenta nossos resultados de forma indevida.
Nestes e em outras análises seguimos as recomendações de Rosenthal
(1991).

3. Este foi um estudo piloto com poucos participantes levado a cabo por CSA anos atrás (por volta de 1985) para obter experiência no uso de questionários.

4. Agradecemos a cooperação de Richard Coughlin, quem nos permitiu entregar os questionários a seus estudantes e quem recolheu os questionários depois de que estes foram respondidos.

5. Agradecemos a Alfonso Martínez Taboas o tempo dedicado a distribuir e reunir os questionários em seus cursos de psicologia.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 8:45 pm

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REFERÊNCIAS

Alvarado, C.S. (1986). Research on spontaneous out-of-body experiences: A review of modem developments, 1960-1984. En B. Shapin and L. Coly (Eds.), Current trends in psi research (pp. 140-167). New York: Parapsychology Foundafion,

Alvarado, C.S. (1992). The psychological approach to out-of-body.experiences: A review of early and modem developments. Journal of Psychology, 126, pp. 237-250.-

Alvarado, C.S. (1994). Synesthesia and claims of psychic experiences: An exploratory study. Ponencia presentada en la trigesimoséptima convención anual de la Parapsychological Association, Amsterdam, The Netherlands.

Alvarado, C.S. (1995). Recientes estudios y tendencias en la investigación de las experiencias fuera del cuerpo. Revista Argentina de Psicología Paranormal, 6, pp. 5-14.

Alvarado, C.S., & Zingrone, N.L. (1994). Individual differences in aura vision: Relationships to visual imagery and imaginafive-fantasy experiences. European Journal of Parapsychology, 10, 1-30.

Frischholz, E.J., Braun, B.G., Sachs, R.G., Schwartz, D.R., Lewis, J., Schaeffer, D., Westergaard, C., & Pasquotto, J. (1991). Construct validity of the Dissociative Experiences Scale (DES): 1. The relation between the DES and other self report measures of dissociation. Dissociation, 4, pp. 185-188.-

Gabbard, G.O., & Twemlow, S.W. (1984). With the eyes of the mind: An empirical analysis of out-of-body states. New York: Praeger Scienfific.

Glicksohn, J. (1990). Belief in the paranonnal and subjective paranormal experience. Personality and Individual Differences, 11, pp. 675-683.-

Irwin, H.J. (1985). Flight of mind: A psychological study of the out-of-body experience. Metuchen, NJ: Scarecrow Press.

McCreery, C., & Claridge, G. (1995). Out-of-the-body experiences and personality. Journal of the Society for Psychical Research, 60, 129-148.

Myers, S.A., Austrin, H.R., G-risso, J.T., & Nickeson, R.C. (1983). Personality characteristics as related to the out-of-body experience. Journal of Parapsychology, 47, pp. 131-144.-

Norton, G.R., Ross, C.A., & Novotny, M.F. (1990). Factors that predict scores on the Dissociative Experiences Scale. Journal of Clinical Psychology, 46, pp. 273-277.-

Palmer, J. (1979). A community mail survel of psychic experiences. Journal of the American Society for Psychical Research, 73, 221-252.-

Roche, S.M., & McConkey, K.M. (1990). Absorption: Nature, assessment, and correlates. Journal of Personality and Social Psychology, 59, pp. 91-101.-

Rosenthal, R. (1991). Meta-Analytic Procedures for Social Research (edición revisada). New Bury Park, CA: Sage.

Spanos, N.P., & Moretti, P. (1988). Correlates of mysfical and diabolical experiences in a sample of female university students. Journal for the Scientific Study of Religion, 27, pp. 106-116.-

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 8:45 pm

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Tellegen, A.K. (1992). Note on structure and meaning of the MPQ Absorption Scale. Manuscrito inédito.

Tellegen, A., & Atkinson, G. (1974). Openness to absorbing and self-altering experiences ("Absorption"), a trait related to hypnotic susceptibility. Journal of Abnormal Psychology, 83, pp. 268-277.-

Wild, T.C., Kuiken, D., & Schopflocher, D. (1995). The role of absorption in experiential involvement. Journal of Personality and Social Psychology, 69, pp. 569-579.-

RELATION BETWEEN OUT OF BODY EXPERIENCES AND ABSORPTION:
STUDIES USINBG NORTHAMERICAN AND PUERTORICAN PARTICIPANTS
Carlos S. Alvarado & Nancy L. Zingrone.

Abstract.
- Three studies were conducted to replicate previous findings in which individuals having out-of-body experiences (OBES) obtained higher scores in Tellegen's Absorption Scale than individuals that did not have the experience.

Significant results were obtained in the first and second studies, but not in the third one.
The combined probability of the three studies was significant.

It is clear that there are other variables that interact with the relationship between OBEs and absorption.
Future studies should consider these interactions as well as the factors of the absorption scale.


Artigo disponível em http://www.alipsi.com.ar/publicaciones_articulo.asp?id_articulo=299

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2012 8:47 pm

- Stephen Braude -

Resumo

Algumas pessoas acreditam que experiências fora do corpo (OBEs) fornecem apoio ao menos indirecto para a hipótese de sobrevivência.

Alegam que OBEs mostram que o self, a personalidade, ou a mente podem operar à parte do corpo, o que mostra que o ser humano não é meramente um sistema físico.

Nesse caso (assim o argumento vai), temos uma boa razão para acreditar na sobrevivência à morte corpórea.

Este artigo examina essa linha de raciocínio em detalhe e argumenta que o Argumento OBE é nebuloso numa variedade de questões importantes.

O artigo também considera, e rejeita, a suposta relevância de aparições (especialmente aparições recíprocas) e de experiências de quase morte.

O autor conclui que estratégias explanatórias não sobrevivencistas são geralmente mais fortemente convincentes, especialmente aquelas que apelam a fenómenos, incluindo PES, cuja existência e características já foram estabelecidas.

Introdução

PESSOAS TENDO experiências fora do corpo (OBEs) sentem-se como se viajassem a locais fora do corpo físico, e (na maioria de casos) observassem o mundo daí.

OBEs ocorrem sob uma grande variedade de condições, incluindo estados costumeiros de vigília, momentos de relaxamento, períodos de crise, trauma físico, e acontecimentos de ameaça à vida.

Muitos dos últimos casos são experiências assim chamados de quase morte (NDEs), mas nem toda NDE é uma OBE.

A maioria das OBEs são involuntárias, embora aparentemente algumas pessoas possam induzi-las.
Durante a experiência (que pode durar de segundos a mais que uma hora), indivíduos parecem ter raramente clareza mas por outro lado percepções normais de sentido de seu ambiente e corpo físico[1].

Em muitos casos, eles experimentam a si próprios como tendo um tipo de corpo secundário (frequentemente chamou um corpo subtil, astral ou parasomático).

Alguns dizem que este corpo secundário assemelha-se ao corpo físico, e alguns acreditam que seja extraído completamente ou localizado dentro do corpo físico.

Além do mais, OBErs frequentemente sentem seu centro de consciência estar de qualquer maneira centrado dentro do corpo secundário, grosseiramente do mesmo modo como parece estar localizada dentro do corpo físico durante os estados de vigília costumeiros.

Portanto, quando OBErs experimentam seu corpo secundário como viajando a distâncias às vezes consideráveis de seu corpo físico, eles experimentam seu centro de consciência como indo junto com ele.

Em OBEs verídicas, indivíduos adquirem informação sobre localizações remotas que eles não podiam ter ganho pelas percepções normais de sentidos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 9:56 pm

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E em casos recíprocos, as pessoas informam ver o OBEr no local que essa pessoa ostensivamente visita.

Não surpreendentemente, alguns acreditam que todas as OBEs sejam ilusórias.
Em sua visão, OBEs podem ser incomumente nítidas e pessoalmente convincentes, mas revelam nada mais que nossa criatividade psicológica às vezes formidável.

Outros consideram OBEs, especialmente quanto aos casos verídicos e recíprocos, como fornecer evidência, não de nossas capacidades imaginativas, mas de funcionamento psíquico.

Alegam que OBEs demonstram a capacidade da mente influenciar e reunir informação sobre acontecimentos distantes.
Ainda outros acreditam que OBEs apoiam a hipótese de sobrevivência, ao menos indirectamente.

De sua perspectiva, OBEs mostram que o self, a personalidade, ou a mente podem operar à parte do corpo, revelando que o ser humano não é meramente um sistema físico.

E nesse caso (então o argumento vai), temos uma boa razão, se não coerciva, para acreditar na sobrevivência à morte corpórea.

Esta última linha de raciocínio, a sobrevivencista, pode ser localizada voltando aos primórdios da Sociedade para Pesquisa Psíquica (SPR)[2].
Mas ainda tem aderentes, e todos entre os filósofos tomaram a visão bem seriamente
(e.g,. Broad, 1958/1976; 1962; Ducasse, 1961; Harrison, 1976; Huby, 1976;
e, discutivelmente, Geach, 1969).

Aliás, em anos recentes os filósofos estiveram incomumente atentos ao tema de OBEs e sobrevivência, mais notavelmente Almeder
(1992), Griffin (1997), Paterson (1995), e Woodhouse (1994b).

No entanto, estes últimos participantes no debate discordam (talvez mesmo mais que seus predecessores) no significado da evidência.
Almeder considera OBEs como fornecendo apoio forte para a hipótese de sobrevivência, ao passo que Woodhouse argumenta que não fornece nenhum.

Griffin e (nem tanto) Paterson contendem que a hipótese de sobrevivência é ao menos mais provável à luz da evidência.

Apesar destas diferenças, todos os quatro filósofos concordam em (ou ao menos levantam) outros pontos importantes que garantem a nossa atenção.

As seguintes passagens expressam aspectos da posição que eu quero examinar.

Durante uma OBE alguém parece estar sentindo, percebendo, pensando, decidindo, e agindo enquanto está afastado do corpo, incluindo do cérebro.

Esta experiência dá forte apoio prima face à ideia que, quando o corpo morre, este âmago da pessoa continuará a experimentar.
(Griffin, 1997, p. 230)

Se experiências fora do corpo alguma vez dão a aqueles que as têm conhecimento de acontecimentos que parecem testemunhar de locais no espaço fora dos seus corpos, isto enfraquece a alegação que nós somos tão amarrados aos nossos corpos que nossa percepção verídica é impossível sem uma apropriada modificação a nossos órgãos de sentido.

Também fortalece a alegação que tais pessoas estavam, em algum sentido ou outro, situadas num lugar fora dos seus corpos, pois este é o local do qual elas percebem.
(Harrison, 1976, p. 112)

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 9:57 pm

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Obviamente, se as pessoas literalmente podem sair de seus corpos, então a personalidade humana é algo distinta do corpo em si.

A pessoa que deixa o seu corpo e então retorna a ele deve ser algo mais que somente o organismo muito complexo cujas propriedades são reveladas pela ciência física.

Tal pessoa necessitaria ser algum tipo de ser não físico que vive no corpo.
(Almeder, 1992, p. 163)

Está claro, então, que pessoas atentas considerem vantajoso explorar a possível conexão entre OBEs e sobrevivência, e então proponho que demos uma olhada cuidadosa nas questões.

Mais especificamente, sugiro que examinemos sistematicamente a posição sobrevivencista como esboçada acima.

Mesmo quando consideramos o argumento para essa visão em que eu acredito seja sua mais cuidadosa e plausível forma a conexão entre OBEs e sobrevivência revela-se ser mais tênue do que muitos supôs.

Aliás, como em muitas viagens filosóficas, o que achamos no fim da estrada pode ser menos significativo que o que descobrimos no caminho.

O Argumento OBE

Ordinariamente, este seria um lugar apropriado para oferecer uma mais detalhada descrição da experiência fora do corpo.

Mas no melhor dos casos, isso duplicaria desnecessariamente o que outros fizeram bem soberbamente, e em todo o caso imagino que a maioria dos leitores já tenham uma ideia geral do que OBEs são.

Além do mais, eu discutirei e ilustrarei características cruciais de OBEs à medida que o artigo avance.

Não obstante, encorajo aqueles que desejem recapitular sobre a evidência a consultar as excelentes discussões por Almeder (1992), Griffin (1997), e (para os casos mais antigos) Broad (1962).

Também fortemente recomendo o breve (mas caracteristicamente pensativo e astuto) tratamento da evidência de Gauld (1982), o tratado acadêmico e cuidadoso de Irwin (1985), e a revisão atualizada da literatura de pesquisa de Alvarado (2000).

As explicações de OBEs tendem a se dividir em duas classes amplas.

De acordo com a primeira, a consciência é de algum modo fisicamente separável do corpo;
a mente ou estados mentais do OBEr estão literalmente nos locais de que o OBEr parece perceber.

De acordo com a segunda explicação, nada do tipo acontece;
a experiência de estar fora do corpo é sempre ilusória. Griffin, depois de mais advertências do que podemos nos dar ao luxo de pesquisar [after more caveats than we can afford to survey], marcar estas opções como as hipóteses extrasomaticas e intrasomaticas.

Woodhouse chama-as hipóteses externalista e internalista.
Porque considerar os últimos termos um tanto mais conveniente, seguirei Woodhouse nesta questão.

Muitos externalistas, mas não todos, adoptam uma visão para a qual Broad importou o termo “animismo” (Broad, 1962).

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2012 9:58 pm

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Atrás desta visão está uma intuição que muitos sentem ser demais óbvia para mencionar, e que a maioria dos filósofos e cientistas manteve desde a Antiguidade.

A intuição é aquela em que os pensamentos do indivíduo, sentimentos, e capacidades tendentes podem existir só contanto estejam aterrados, ou apoiados, por um tipo de substrato subjacente.

O que quer que esse substrato revele-se ser, deve (no mínimo) capacitar nossas capacidades mentais e características psicológicas de persistir sobre o tempo.

Por exemplo, supomos que as pessoas têm atributos psicológicos e características mesmo quando essas características não estão sendo expressadas - por exemplo, durante períodos de sono ou inconsciência.

A maioria acredita que isto é possível só porque estas capacidades e características estão de alguma maneira enraizadas no corpo.
(Naturalmente, filósofos diferem grandemente sobre a questão do quê essa relação enraizante atinge).

Alguns talvez pensem que este substrato tem outra característica essencial também - a saber, que permite-nos expressar nossos estados mentais e capacidades de algum modo semelhante ao que corpo físico faz.

Mas presumivelmente que seria negado por (entre outros) aqueles que aceitam reencarnação.
Diriam que embora nossas capacidades e memórias persistam num substrato entre encarnações, necessitamos de um corpo físico para expressá-las.

Em todo o caso, é uma intuição comum (e geralmente incontestada e não desafiada) que estados mentais devem estar aterrados em algum tipo de substrato se existirem e persistirem absolutamente.

Então, se nossas capacidades mentais e características podem operar à parte do corpo e persistirem mesmo depois da morte corpórea e dissolução, pareceriam que algum substrato além do corpo físico normal torna isto possível.

O modo que os animistas lidam com isto é como se segue.

De acordo com o animista, cada mente humana, tanto antes quanto depois da morte corpórea, “é essencialmente e inseparavelmente ligada estreitamente com alguma espécie de veículo quase-físico estendido, que não é normalmente perceptível aos sentidos dos seres humanos em sua vida presente”
(Broad, 1962, p. 339).

É este veículo que alguns identificam como o corpo secundário ou astral que eles experimentam durante OBEs, e que observadores em situações remotas aparentemente percebem em casos recíprocos.

Seguindo a terminologia de Broad, podíamos dizer que uma mente humana “informa” seu corpo secundário, assim constituindo a unidade que poderíamos chamar a “alma” humana.

Então antes da morte, um ser humano seria composto de duas coisas intimamente mas só temporariamente ligadas:
uma alma e um corpo físico.

Podemos denotar seu relacionamento por dizer que a alma “anima” o corpo físico.
Portanto (como Gauld reconheceu), o animista considera a morte como um tipo de OBE na qual alma nunca retorna a animar o corpo físico
(Gauld, 1982, p. 221).

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 10:47 pm

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Filosoficamente, esta visão tem uma linhagem antiga e distinta, com raízes localizáveis voltando ao menos até Fedo de Platão.

Estamos agora numa posição para considerar cuidadosamente o que podemos chamar de o Argumento OBE para a sobrevivência.
Porque as dificuldades deste argumento emergem mais claramente somente de um exame passo-a-passo, quero considerá-lo na seguinte formulação que acredito apresenta seus elementos cruciais e faz tanta justiça à posição quanto é possível.

Esta versão idealizada do argumento de OBE é um compêndio das alegações tomadas dos filósofos mencionado acima, embora (como indiquei) alguns desses filósofos disputem partes do argumento.

1) Alguns relatos de OBEs são autênticos
(isso é, as experiências aconteceram em grande parte como informadas).

2) Algumas OBEs informadas nesses registros são verídicas
(isso é, os indivíduos exactamente descrevem objectos ou acontecimentos os quais não estavam fisicamente numa posição de observar normalmente).

3) A veridicabilidade de ao menos algumas dessas OBEs não são fortuitas
(isso é, parece para haver um tipo de conexão causal entre certas situações e o indivíduo descrevendo essas situações correctamente).

4) A veridicabilidade não-fortuita das OBEs não podem ser explicadas em termos fisiológicos convencionais
(p.ex,. como um fenómeno neurológico relativamente raro) ou termos psicológicos convencionais (p.ex., como uma alucinação dissociativa).

5) A veridicabilidade não-fortuita das OBEs também não pode ser explicadas em termos de PES “costumeira”.

6) Portanto, a explicação restante mais plausível é o externalismo, a hipótese em que a actividade mental literalmente pode estar em localizações diferentes das ocupado por um corpo.

7) Portanto, ao menos alguns estados mentais (aqueles em locais remotos do corpo) são distintos de estados corpóreos.

8) De acordo com a hipótese da sobrevivência, uma actividade mental característica pode continuar na ausência de actividade corpórea correspondente, mesmo depois da morte corpórea.

9) Portanto, o externalismo é ao menos compatível com a hipótese de sobrevivência, ainda que ele não a implique.

10) Portanto, até certo ponto, a evidência para OBEs também apóia a hipótese de sobrevivência.

Estes argumentos atingem-me como profundamente problemáticos tanto empiricamente quanto filosoficamente.

Embora argumentaria que os passos 1) e 2) são indiscutíveis, convido leitores mais cépticos (ou aqueles simplesmente pouco familiarizados com a evidência) a aceitá-los provisoriamente.

Isso nos permitirá focalizar nas questões mais interessantes levantadas pelo argumento.

Além do mais se 1) e 2) são falsos, então o Argumento OBE está morto em suas pistas e não há nenhum ponto a perseguir que o promova.
Deixe-nos também conceder os passos 3) e 4), ao menos a título de exemplo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 10:48 pm

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Como veremos, isto de modo nenhum permite os proponentes do Argumento OBE o gancho.
Pelo contrário, os problemas mais interessantes com o argumento persistem.

Antes de prosseguir, no entanto, devo mencionar que o caso de Griffin para a relevância de OBEs é mais complexo que o argumento apresentado acima (Griffin, 1997).

Embora Griffin conceda que o fato mais importante (neste contexto) sobre OBEs é que algumas delas são verídicas, ele argumenta - como Broad faz (1962) - que é a totalidade das características comuns a OBEs que o externalismo lida mais facilmente que as explicações rivais.

Griffin também argumenta que, embora a evidência de OBE por si mesma empresta algum apoio à hipótese de sobrevivência, quando essa evidência é combinada com a evidência de mediunidade e reencarnação, o caso para sobrevivência fortalece-se consideravelmente.

Reportarei o primeiro dos pontos de Griffin, sobre a totalidade das características de OBEs, mais tarde neste artigo.
Para agora, prefiro focalizar no papel aparentemente crucial desempenhado pelas OBEs verídicas.

O segundo dos pontos de Griffin, sobre o peso de vários dados de tipos parapsicológicos tomados juntos, é um tema que deve ser reservado para outra hora.

Porque Externalismo?

A primeira série de perguntas a considerar, então, seria:
“Por que nós devemos aceitar o ponto 5) no Argumento OBE?”

“Por que não é satisfatório explicar OBEs verídicas por apelar a PES, antes que algum tipo de consciência viajante?”

Almeder e Woodhouse respondem estas perguntas, em parte ao menos, por apelar a uma experiência engenhosa interessante informada em 1980 por Osis e McCormick (Osis & McCormick, 1980).

O indivíduo da experiência era o psíquico Alex Tanous, que induziu OBEs durante as quais identificou alvos remotos (imagens ópticas) que podiam ser vistos normalmente só de uma localização muito específica na frente de uma janela de inspecção.

Além do mais, uma tensão medida nessa localização detectou perturbações quando Tanous - ostensivamente para fora do seu corpo - tentava identificar o alvo.

Em outras palavras, a tensão medida registava efeitos mecânicos no local onde perspectiva perceptiva de Tanous parecia estar.

Além do mais, havia significativamente mais activação da tensão medida em experimentos quando Tanous corretamente identificou os alvos do que em experimentos quando ele não o fez.

De acordo tanto com Almeder como Woodhouse, estes resultados apoiam a alegação externalista que a actividade mental de Tanous estava literalmente no local da medida de tensão[3].

Mas claramente, não há nenhuma razão fortemente convincente para aceitar essa conclusão a menos que possamos descartar explicações em termos tanto de clarividência como de psicocinese (PK).

Osis e McCormick rejeitam uma versão desta hipótese:
uma sugestão por Rhine que efeitos de PK ocorreriam na superfície de estímulos de PES (Osis & McCormick, 1980, p. 327).

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2012 10:48 pm

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Embora seus resultados sugiram que a conjectura de Rhine é falsa, outras hipóteses permanecem opções vivas.

Clarividência explicaria a capacidade de Tanous de identificar os alvos, e PK (de qualquer indivíduo ou experimentadores) explicaria as leituras de tensão medidas.

Embora Woodhouse tenha pouco a dizer na questão (à parte de algumas observações em Woodhouse, Almeder 1994a), rejeita esta estratégia explanatória, e alega que seu defeito principal é o apelo a PK.

Isso não é porque Almeder nega a existência de PK.
O problema, ele argumenta, está com a suposição que a PK de Tanous seria involuntário.

Almeder escreve, “as pessoas não produzem efeitos coerentes com acção a distância (ou PK geral) a menos que tenham uma intenção ponderada de fazer isso”
(Almeder, 1992, p. 186).

E pergunta retoricamente, “que evidencia temos - seja no laboratório ou fora dele - que esta PK involuntária trabalha de um modo regular coerente com os dados na experiência de Osis-Mccormick”?
(P. 186, ênfase no original).

Infelizmente, Almeder supervisiona vários corpos de evidência relevantes, tanto dentro quanto fora do laboratório.
As provas de PK de Helmut Schmidt fornecem vários exemplos de PK involuntária em experiências de laboratório (vide a pesquisa do trabalho de Schmidt em Braude, 2002).

Por exemplo, em uma série de experiências, efeitos significativos de PK foram obtidos com sistemas de alvo cuja existência os indivíduos eram ignorantes (ao menos normalmente) e que nem os indivíduos nem os experimentadores sabiam servirem como alvos.

Algumas das experiências de Osty com o médium de efeitos físicos Rudi Schneider talvez seja mesmo mais relevantes
(Braude, 1997; Gregory, 1985).

O resultado mais impressionante obtido com Rudi foi descoberto só depois de introduzir um tipo de artifício electrónico não originalmente considerado apropriado para a experiência, e que era então estado da arte que era desconhecido mesmo à maioria dos físicos na época.

Mas mais importante, o efeito descoberto - a correlação regular da respiração de Rudi com a absorção de um feixe de luz infravermelha - era um que ninguém tinha antecipado.

Certamente, Schneider sabia que se esperava que ele produzisse efeitos de PK e onde esses efeitos eram supostos ocorrer.

Mas ninguém esperava descobrir um efeito relacionado à absorção de feixes de luzes infravermelhas, e Schneider entendia bem pouco sobre a organização experimental montada deliberadamente para (conscientemente ou inconscientemente) produzir esse efeito.

Efeitos adicionais regulares, e presumivelmente involuntários, foram informados em casos de poltergeist (vide Gauld & Cornell, 1979).

Eu não vejo nenhuma razão fortemente convincente, então, para concernente às leituras de tensão medidas nas experiências de Osis-Mccormick como outra coisa que exemplos de PK, que - como muitos outros efeitos de PK bem documentados assemelham-se - nem sugere nem exigem a externalização ou independência de actividade mental de estados corpóreos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:09 am

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Mas nesse caso, devemos perguntar outra vez:
'Por que rejeitar as explicações de PES de OBEs verídicas e apelar em vez disso ao externalismo?“
Deixe-nos supor, como penso que devemos, que temos evidência independente ampla para a existência de PES.

O que levaria, então, a mostrar que OBEs são um tipo de fenómeno diferente no todo?
A resposta, presumivelmente - e certamente a normalmente dada - é que a evidência para OBEs é radicalmente descontínua com a evidência para outras formas aparentes de PES.

Naturalmente, OBEs e experiências de PES talvez sejam distintas ainda que sejam qualitativamente muito semelhantes, ou ainda que não haja nenhuma diferença qualitativa sistemática entre elas.

Como Woodhouse correctamente observa, os dois fenómenos simplesmente talvez sejam meios diferentes de adquirir informação sobre acontecimentos remotos (Woodhouse, 1994a, p. 32).

Ainda, se as pessoas não deixam os seus corpos durante PES mas os deixam durante OBEs, é razoável pensar que esta diferença seria aparente de alguma maneira no nível de experiência.

É a este ponto que os sobrevivencistas às vezes argumentam pela distinção de OBEs em comparação com PES.
Mas para essa estratégia funcionar, não é suficiente meramente salientar que OBEs e experiências de PES diferem fenomenologicamente.

Afinal de contas, as outras formas aparentes de PES também diferem de si fenomenologicamente.

A evidência para PES é extraída de uma paleta experiencial vasta que incluem aparições, sonhos, estados levemente alterados (como em experiências de ganzfeld), testes de adivinhação de cartão, e pressentimentos ou impulsos mundanos aparentemente não observáveis.

Mas (somos ditos), OBEs difere de experiências de ESP em meios mais dramáticos e eficazes.

O que impressiona os defensores do Argumento OBE não é simplesmente que OBEs diferem subjectivamente de outros tipos de PES aparentes.

O que importa é o modo que elas diferem.
OBErs tem tipos de sensações corpóreos distintas extremamente nítidas.

Sentem intensa e claramente que viajam para longe de seus corpos físicos.
E essas experiências parecem ao menos tão claras quanto muitas percepções costumeiras.

Ainda, isso não é nenhuma razão para concluir que as sensações são verídicas e que a pessoa genuinamente está localizada à parte do corpo.
Aliás, isso seria tão sem garantia quanto extrair a inferência análoga de drogas naturais - ou alucinações hipnoticamente induzidos.

Muitos usuários recreacionais de mescalina ou LSD experimentam as paredes respirando, e essa experiência pode ser coerente através de modalidades sensórias diferentes (visão, toque, audição).

Mas nenhum a vividez nem a penetrância da experiência justifica concluir que as paredes realmente respiram.
Tanto quanto concerne a OBEs, mais somos chamados a dizer é que a evidência é compatível com externalismo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:09 am

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Mas porque a evidência de OBE é também compatível com explicações em termos de PES, e porque temos evidência independente para fenomenologicamente diversas e formas robustas de PES, seria prematuro (ao menos) dizer que a evidência de OBE apoia o externalismo.

Uma visão parcimoniosa mais cautelosa seria que OBEs verídicas são simplesmente um particularmente nítido (ou rico em imaginação) subconjunto de experiências de PES.

Aliás, à luz da totalidade de evidência para PES, nós provavelmente devemos esperar algumas experiências de PES tomar a forma de OBEs.

Para ver por que, deixe-nos revisar algumas questões teóricas e empíricas relevantes sobre PES.
Primeiro, o que alguém talvez pense sobre a qualidade da evidência, PES teria que ser ao menos um processo de duas etapas.

A primeira etapa seria um estágio de estímulo (ou interacção) durante o qual (para colocá-lo frouxamente) o indivíduo recebe alguma informação de uma localização remota.

No caso de telepatia, esta interacção causal está com outro estado mental do indivíduo;
no caso de clarividência seria um estado físico (p.ex., uma casa em chamas).

A segunda etapa de PES seria uma etapa de resposta (ou manifestação) durante a qual o indivíduo expressa ou experimenta os resultados da primeira etapa.

Desde os primórdios da Sociedade para Pesquisa Psíquica, os parapsicólogos reconheceram que os indivíduos têm uma oportunidade, durante esta segunda etapa, de formar profundamente a natureza de suas experiências de PES.

O processo subjacente igualaria uma característica familiar de percepção costumeira.

Sabemos que pessoas diferentes podem ter experiências bastante diferentes do mesmo acontecimento, dependendo das próprias idiossincrassias cognitivas, prevalecendo disposições, necessidades, interesses, e assim por diante.

Presumivelmente, algo semelhante seria inevitável na segunda etapa de PES.
Nesse ponto, os indivíduos podem impor suas predisposições exclusivas e características de personalidade (ou “firmas” psicológicas) na evidência.

As respostas dos indivíduos a um estímulo psíquico atravessariam um tipo de sistema de filtragem psicológico, consistindo em sua estrutura conceitual geral, suposições, e estado da mente no tempo.

Esta conjectura plausível também explica por que indivíduos em experiências de PES de livre-resposta parecem filtrar, deturpar, ou simbolicamente transformar imagens de alvo de acordo com as próprias predisposições distintas, vieses, necessidades, e histórias.

A literatura parapsicológica contem muitos exemplos deste processo.
Em uma experiência bem conhecida de sonho-telepatia, uma figura-alvo de um rabino velho aparentemente foi alterado por um indivíduo protestante numa imagem secular e cristã
(Braude, 2002, p. 113; Ullman, Krippner, & Vaughan, 1989).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2012 11:10 am

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Os indivíduos também talvez modifiquem a perspectiva visual ou mudem somente elementos seleccionados de uma cena do alvo.
Ou, indivíduos podem fixar em elementos menores de uma cena que eles acham especialmente interessantes ou significativos.

Por exemplo, se o alvo é um quadro de homem na frente de uma cerca, o indivíduo talvez tenha uma imagem de um homem atrás da cerca (ou atrás de barras).

Ou, se um detalhe pequeno do quadro alvo é enrolado corda, imagens de corda talvez desempenhem um papel importante (antes que perifericamente) nas experiências do indivíduo
(vide Ullman et al., 1989 para exemplos destes e tipos relacionados de aparentes distorções psíquicas; e vide Sinclair, 1930/1962 e Warcollier, 1938/1975, para exemplos anteriores de distorções exclusivas).

Reconhecidamente, é frequentemente difícil de distinguir acertos parciais de erros em provas de PES de livre-resposta.

Mas isto parece bem claro:
as experiências de PES são prováveis de serem um coquetel cognitivo de informação exacta e material nebuloso gerado pelo indivíduo.

E o mais importante, o indivíduo pode contribuir a esta mistura por alterar ou fornecer a perspectiva visual na qual a informação é apresentada.

Aliás, não podemos esperar avaliar a importância da imagem de OBE até que fiquemos claros no papel da imagem em PES geralmente.

Os defensores do argumento de OBE simplesmente podem ter pulado este passo importante.

Os parapsicólogos viram durante muitos anos que alguns dos indivíduos de PES experimentam imagens mais nítidas que outros.
Eles também viram que PES pode ocorrer sem qualquer imagem paralela.

Em muitos casos informados de telepatia e clarividência, os indivíduos parecem experimentar nada mais que desejos incongruentes inexplicáveis de agir
(p.ex,. “eu deve telefonar a fulano?”).

E naturalmente, em provas clássicas de PES de adivinhação de cartão, indivíduos tipicamente experimentam absolutamente nada que seja subjectivamente notável.

Então parece que ocorrências de PES são tão variadas e idiossincráticas como outros tipos de estados mentais, e que (como no caso de memória) algumas experiências psíquicas das pessoas são regularmente - e talvez incomumente - detalhadas, nítidas, e ricas em imagens.

Mas nesse caso, é razoável interpretar OBEs como manifestações ricas em imagem de PES, e é razoável concluir que para alguns casos a informação reunida seja exata e panorâmica, assim como pode ser para PES não acompanhada por uma OBE.

Mas então não há nenhuma necessidade, e certamente nenhuma razão convincente, para dizer que os indivíduos realmente deixam os seus corpos em PES verídicas ou experiências de OBE.

Agora deixe-nos abordar o assunto de outro ângulo.
Considere, primeiro, a PES dramaticamente demonstrada pelo famoso indivíduo Pat Price nas experiências de visão remota no SRI
(Targ & Puthoff, 1977; Targ, Puthoff, & maio, 1979).

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