LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 28, 2011 9:35 pm

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As colocações de André Luiz e Cervino vão de encontro à tese que Pastorino (1973) levanta para a explicação da psicografia mecânica ou escrita automática com um mecanismo diferente.

“Quando a ligação do espírito se faz pelo chakra umeral, atinge em cheio o plexo braquial, provocando o que chamamos de “escrita automática” ou “psicografia automática”.

Neste caso, o que o espírito comunicante escreve, não passa através do cérebro do médium, que apenas empresta a mão e o braço para o exercício da grafia”
(PASTORINO, 1973. p. 80)

Pastorino não deixa claro em seu ensaio de onde tira ideias como esta.

Diante deste impasse, até que sejam feitos estudos esclarecedores, nossa opinião é simpática à tese de André Luiz e Cervino.

Um estudo poderia ser realizado, analisando-se os impulsos eléctricos das áreas motoras de um psicógrafo mecânico, dando base empírica para a discussão deste ponto.

Algumas Questões e Conclusões

Apesar de ser uma faculdade bem difundida desde a codificação kardequiana. a psicografia ainda traz algumas questões importantes que devem ser melhor estudadas.

Haverá algum fenómeno de efeitos físicos concorrente à psicografia?

Em outras palavras, se o espírito pode atuar directamente sobre um lápis, fazendo-o mover, será possível actuar sobre a mão de uma pessoa, servindo-se do ectoplasma de algum médium de efeitos físicos?

É possível que um espírito faça uma pessoa escrever sem qualquer influência psíquica?


Embora a lógica nos responda que sim, não encontramos em nossa revisão bibliográfica qualquer desenvolvimento desta hipótese, seja por autores encarnados ou desencarnados.

Sua aceitação implicaria na realização de uma subdivisão em classes dos fenómenos de pneumatografia e uma distinção clara entre este fenómeno e a psicografia mecânica.

Verificou-se que nem sempre há a mudança da letra do médium nos casos de psicografia mecânica.

Por que isto se dá?
Trata-se de uma peculiaridade deste tipo de psicografia
(grau de profundidade do transe, para Cervino) ou uma alternação entre mensagens obtidas mecanicamente e intuitivamente?

Embora possamos nos perder em especulações e hipóteses, não encontramos na literatura subsídios para esta discussão.

Há médiuns dotados apenas da psicografia mecânica?
Quais os padrões eléctricos e as alterações químicas do cérebro de um médium mecânico em trabalho de psicografia?


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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 28, 2011 9:36 pm

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Por melhores que sejam as descrições de Cervino, ele não indica base empírica ou experimental para as suas ideias, o que nos obriga a tratá-las como hipóteses de trabalho.

Os estudos sobre a psicografia já nos ofereceram extenso material que sugere claramente a participação de espíritos tidos como “mortos” no fenómeno.

No sentido oposto, em função dos mecanismos da mediunidade, mesmo os médiuns mecânicos são passíveis de influenciarem no conteúdo do material psicografado, o que demanda senso crítico e observação cuidadosa por parte dos grupos mediúnicos.

Os relatos de Moses nos ilustram o processo de desenvolvimento da mediunidade mecânica, relevando a necessidade da prática e dedicação por parte do médium, até obterem-se fenômenos com um grau de automatismo evidente.

Seria extremamente enriquecedor um estudo com médiuns psicógrafos reconhecidos, onde se focalizasse o desenvolvimento das suas faculdades.

Ainda estamos no início do estudo das faculdades mediúnicas e a aceitação deste “estado da arte” talvez nos leve, mais e mais, a buscar respostas e renovar perguntas.

Quem sabe assim possamos aprimorar com sensatez as numerosas actividades relacionadas à mediunidade nas casas espíritas?

Fontes Bibliográficas

* ANDRÉ LUIZ. Missionários da luz. Rio de Janeiro: FEB, 1980. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
* ______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
* ______ Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira]

* ARMOND, Edgard. Mediunidade. São Paulo: Aliança, 1982.
* BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
* CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. Rio de Janeiro: FEB, 1979.

* ERNY, Alfred. O psiquismo experimental. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
* KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
* _____ O livro dos médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1978.

* MACHADO, Ângelo B. M. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1983.
* MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos carismas (vol. 2). Niterói-RJ.: Arte e Cultura, 1991.
* MOSES, W. Staiton. Ensinos espiritualistas. Rio de Janeiro: FEB, 1981.

* PERANDRÉA, Carlos Augusto. A psicografia à luz da grafoscopia. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1991.
* SEVERINO, Paulo Rossi. A vida triunfa. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1992.

(Publicado no Boletim GEAE Número 450 de 25 de fevereiro de 2003)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty A Gente Se Acostuma

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 29, 2011 10:44 pm

Marina Colassanti

Eu sei que a gente se acostuma,
Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.

E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.

A ler jornal no ónibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.

A cochilar no ónibus porque está cansado.
A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.

E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
hoje não posso ir.

A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer fila para pagar.

E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.

E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 29, 2011 10:45 pm

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A ir ao cinema, a engolir publicidade.

A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição.
À luz artificial de ligeiro tremor.

Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.

À contaminação da água do mar À luta.
À lenta morte dos rios.

E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber.
Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.

Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.

E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(Publicado no Boletim GEAE Número 325 de 29 de dezembro de 1998)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Caminhos Diferentes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 29, 2011 10:46 pm

Carlos Alberto Iglesia Bernardo

(De antigas anotações de uma viagem)

Andando pelas ruas da velha cidade de Cordoba* se sente uma sensação estranha, de um lado um sentimento de admiração, de outro um aperto no coração, um leve pesar que traz reflexões sobre o problema do ser humano, de sua convivência com o próximo, de sua tendência em criar divisões, em estranhar-se mutuamente.

Por aquelas ruas, em que já andaram Árabes, Cristãos e Judeus - em sua maioria com as mesmas raízes andaluzas mas de tradições diferentes - ainda se tem a sensação de, a qualquer momento, encontrar Maimonides, caminhando e pensando nos mistérios da filosofia hebraica, de esbarrar com o místico Ibn Arabi ensinando a seus discípulos sobre o Amor como essência de Deus, em ouvir alguém comentando as últimas proclamações de Alfonso X, o rei sábio que procurou a justiça para todos.

A alma se enche de respeito perante a grande mesquita, hoje catedral, e estremece de terror diante do prédio que uma vez abrigou o tribunal do Santo Ofício.

Não há como deixar de pensar quanta riqueza, quanta grandeza, a diferença de ideias e de modos de ver a vida, trouxe para aquela cidade e quanto dor, quanto sofrimento, quanta pobreza, a obsessão posterior pela uniformidade religiosa não lhe causou.

Meu Deus, que caminhos diferentes poderiam ter sido trilhados se o seu povo tivesse sido capaz de compreender que as outras concepções da verdade não eram em si mesmas um mal, que o perigo estava realmente nos meios usados para suprimi-las.

Que mais mal causou calar o Muezin e o Rabino, que deixar que chamassem os homens a sua fé diferente, que deixar que proclamassem o nome de Deus em línguas diferentes.

Ai de nós, a gente se sente naquelas ruas tomado da alegria de viver do povo andaluz, mas também carregado de velhos temores, pois é claramente visível que os erros cometidos ainda são possíveis de repetir-se.

Quando andando por lá, se considera que nós espíritas, tantos séculos depois, ainda nos ofendemos quando algum de nós pensa diferente. Que ainda tememos a leitura distinta dos nossos livros, que ainda queremos suprimir livros com os quais não concordamos, que de questões acessórias fazemos motivo de escândalo -

Quanto receio passa pela alma!

Receio de que algum dia, nós espíritas, estendendo-nos como nova maneira de pensar da humanidade, levantemos fogueiras para os que creiam em um corpo fluídico para Jesus e que não possam ser convencidos pela lógica.

Que, esquecendo Kardec, em vez do bom senso, usemos a velha e costumeira espada como argumento contra conceitos diferentes.
Que novamente, no zelo da pureza doutrinária, se instituam novas guerras santas e se ergam tribunais de inquisição.

Enfim, que algum dia tenhamos "espíritas-velhos" e "espíritas-novos", que com seus "atestados de pureza" só mostrem que novamente fracassamos.

Deus - Clemente e Misericordioso;
Deus de Abrão, Isaac e Jacó;
Pai Nosso;

Causa Primeira de todas as Coisas - nos livre de perder-nos novamente por tais caminhos!

* Cordoba - Cidade da Andaluzia, Espanha, que durante a Idade Média foi sede do Califado em Al-Andaluz e teve importante papel na história da civilização como ponto de contacto entre ocidente e oriente.

(Publicado no Boletim GEAE Número 330 de 2 de fevereiro de 1999)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Chico Xavier - O Homem de Bem

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 29, 2011 10:47 pm

Mário Frigéri

(Artigo transcrito da edição especial da Revista Reformador em homenagem a Chico Xavier, publicada em julho de 2002, FEB)

Tudo o que disse e se escreveu sobre Francisco Cândido Xavier pode ser sintetizado nos "Caracteres do Homem de Bem", que Allan Kardec ressalta na questão 918 de "O Livro dos Espíritos" e no capítulo XVII de "O Evangelho segundo o Espiritismo", como segue:

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.

Se ele interroga a consciência sobre seus próprios actos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele;
enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria.
Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma;
retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos.

Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse.
O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda acção generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a susceptibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 29, 2011 10:47 pm

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Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança;
a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo:
Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los.
Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las.
Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem;
aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus;
usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho.

Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
(Cap. XVII, no 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem;
mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Fonte: KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo, 117 ed., Rio de Janeiro, FEB, 2001, cap. XVII, item 3, p. 272-274.

(Publicado no Boletim GEAE Número 445 de 30 de outubro de 2002)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Espiritismo, Instrumento de Libertação aos Jovens

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 30, 2011 10:23 pm

Valentim Lorenzetti

(Texto de Valentim Lorenzetti, "Caminhos de Libertação", editora Aliança, enviado por Alexandre Luiz Puccinelli, Mocidade CEAE Santos)

Já ouvimos muita gente dizer que a prática religiosa é coisa para pessoas idosas.

Esta, talvez, seja uma afirmação de quem ainda tem da religião uma noção relacionada com ritual, dogmatismo, ou coisa parecida com estagnação.

Na realidade, religião não é nada disso;
como acto de religar a criatura ao Criador, ela é totalmente dinâmica.

Religião é busca incessante, progresso permanente, evolução constante, aperfeiçoamento sem limites rumo ao infinito.

Não se pode admitir religião estática ou militante das potencialidade criadoras do ser humano.

Pelo contrário, a religião deve despertar em todo indivíduo a centelha divina a ponto de transformá-la em facho permanente de luz.

É interior, de dentro para fora.
Não podemos iluminar uma criatura de fora para dentro.


Deve projectar-se em favor de seu próximo, pois também não se entende iluminação espiritual sem fraternidade, sem colaborar para o progresso de nosso semelhante.

O Espiritismo, como religião, como Cristianismo redivivo, fornece ao homem o "combustível" para essa iluminação interior, para o conhecimento de si mesmo.

A Doutrina Espírita não se preocupa em dirigir o indivíduo, em dizer-lhe o que deve fazer hoje e amanha, mas, tão somente em lhe indicar caminhos de libertação.

É, portanto, uma religião que vem perfeitamente de encontro às aspirações dos jovens.

E também às necessidades dos velhos, já que o espírito é imortal:
envelhece e perece apenas o corpo físico.

Dizemos que atende às aspirações dos jovens porque estes particularmente estão em busca de liberdade e com muita frequência caem escravizados sob algozes diversos, porque interpretaram mal o sentido da liberdade.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 30, 2011 10:23 pm

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A liberdade não é "fazer tudo aquilo que a gente quer";
é fazer aquilo que realmente nos liberta interiormente.


Se fizermos tudo aquilo que queremos, normalmente nos estaremos escravizando a uma série de mitos;
os mitos que representam aquilo que queremos fazer.

Entre esses mitos podemos incluir:
* O Mito da independência precoce com relação à família;
* O Mito da liberdade sem responsabilidade
(desregramentos generalizados);
* O Mito da alienação ("não vale a pena colaborar para a sociedade que aí esta");
* O Mito do engajamento em ideologia que prega a violência.

Como mitos que são, não libertam ninguém e nem preparam ninguém para amanha ser pregoeiro da liberdade.

Como mitos que são, de aspectos exteriores, são todos escravizantes.

Não atingem o espírito;
não são revolucionários;
são essencialmente reaccionários.


São paralisantes das faculdades espirituais, tóxicos, anestesiantes, rotulados de libertadores do homem.

Busque o jovem o Espiritismo como instrumento de libertação interior e meio que lhe faculte condições para promoção da sociedade, e estará encontrando-se a si próprio.

Liberdade que esclarece e dá ao homem condições de andar sozinho e de dar a mão ao seu semelhante infeliz, procurando iluminá-lo também para que amanha o necessitado de hoje seja, também ele, aquele que ajuda o próximo.

(Publicado no Boletim GEAE Número 325 de 29 de dezembro de 1998)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Medinat Al Zahara

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 30, 2011 10:24 pm

Carlos Alberto Iglesia Bernardo

(De velhas anotações de viagem, que parecem adequadas a uma edição de virada de ano)

Em uma manhã de inicio de inverno, com a neblina cobrindo as colinas e escondendo o grande rio dos tempos árabes - o famoso Guadalquivir - tive a oportunidade de caminhar por ruínas singulares, alicerces e restos de construções, que despojados através dos séculos de seus mármores e mosaicos, apenas deixam entrever suas glórias passadas.

Somente através da imaginação pode-se, em meio a tal desolação, rever-se a "Cidade da Flor" - Medinat al Zahara - esplendorosa homenagem a favorita de um dos homens mais poderosos de sua época.

Al Zahara, "A Flor", inspirou a cidade califal de Abd Al Rahman III, senhor de Al Andaluz, a Espanha árabe medieval, cuja corte rivalizava com Bagda e com Bizâncio, os centros mais adiantados do mundo de então.

Símbolo uma vez do orgulho e do poder de uma civilização já desvanecida, símbolo hoje da fragilidade do poder e da glória humana.

Onde estão hoje seus orgulhosos ocupantes, seus guerreiros e sábios ilustres, médicos e astrólogos, a infinidade de seus escravos e serviçais.

O próprio povo que obedecia as ordens do tenente de Deus, sucessor de Maomé, hoje não mais anda por estas terras, expulso e esquecido nas voltas que a história dá.

Que adiantou aos homens tantas façanhas guerreiras, tanto sacrifício, tanto vaidade se o tempo, verdadeiro agente de Deus na transformação das almas, mostraria quão precários são os poderes humanos.

Que levaram para a eternidade os que aqui viveram?

Para Abd Al Rahman
- que Deus ilumine seu espírito, onde quer que agora esteja - além do bem que possa ter feito a seu povo, que mais lhe valeu tal grandiosidade transitória?

Quanto sua alma não deve ter lastimado as lágrimas vertidas pelos escravos, os sofrimentos de seus prisioneiros, as dores das ocupantes forçadas de seu harém?

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 30, 2011 10:24 pm

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Quantas existências o ilustre Califa deve ter gasto reparando vidas perdidas em meio as riquezas de seu reinado?


Quanto bem poderia ter feito se revertesse sua fortuna e prestigio para finalidades mais duradouras, quanto não teria sido mais útil direccionar os impostos para a indústria, para o trabalho digno, para a paz com os vizinhos, para a instrução do povo, para a verdadeira compreensão da vontade de Deus sobre a Terra, que dentro das particularidades de cada povo, sempre trouxe a mesma mensagem de amor ao próximo.

Oh Deus, Clemente e Misericordioso, vendo tais ruínas só se pode pensar nas sábias palavras do Eclesiastes, quando proclama "tudo é vaidade" - névoa-nada nas palavras de um tradutor de nossos dias.

Névoa-nada que aprisiona a alma na matéria, que a faz perder oportunidades preciosas de aprendizado e elevação.

Névoa-nada que faz um homem esquecer que somos todos irmãos, que as situações transitórias desta existência são na realidade classes de aula, em que a lição ministrada é o "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Caminhando por entre os restos da grandeza passada, pensei, como outros tantos viajantes já o fizeram antes de mim, inclusive o grande místico Ibn Arabi - ainda nos tempos dos Mouros - quão tola é a procura de riqueza, poder e fama.

Quão ilusória é a busca e quão temporária é em seu sucesso.

Meu Deus, nesta época em que a economia rege a vida, que o dinheiro é a medida de todas as coisas, que os governos priorizam a moeda em detrimento a todas as outras necessidades, em que o ser humano vale por sua capacidade de produção e pelo seu enquadramento dentro de uma sociedade de consumo globalizada, ver os restos de outra época, diferente desta, mas em que também o ser humano estava em segundo plano, somente nos leva a concluir que nossas glórias terão o mesmo destino - pedras e nomes apagados na história e almas carregadas de compromissos reparadores perante a eternidade.

(Publicado no Boletim GEAE Número 325 de 29 de dezembro de 1998)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Não esqueça as fontes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 01, 2011 9:56 pm

Geraldo Campetti Sobrinho

(Artigo publicado originariamente em Reformador, nov. 1998, p.340-341 e actualizado pelo autor em outubro de 2002.)

Ao redigir um texto para livro ou periódico, é importante que o autor se lembre de fazer as devidas anotações das fontes consultadas e citadas em seu trabalho.

O registo das fontes de onde se extraíram informações para fundamentação conceitual, argumentação de ideias, oposição a teorias já expostas anteriormente é tão importante quanto o desenvolvimento do próprio assunto.

A organização do texto com as indicações das referências bibliográficas consultadas, ou de cujas fontes foram retiradas informações, oferece um carácter de cientificidade ao documento, fundamental para seriedade do trabalho apresentado.

O autor que está interessado em tomar público o seu texto deve considerar essas questões de normalização técnica em alto grau de importância, mesmo porque o que se escreve é para os outros lerem e não exclusivamente para satisfação do escritor.

Apresentamos a você, prezado leitor, que gosta não só de ler, mas também de escrever, algumas sugestões de como trabalhar com os aspectos principais dessa área da documentação, sem maiores dificuldades.

CITAÇÃO

A citação é a menção no texto de uma informação extraída de outra fonte, seja livro, folheto, periódico ou outra qualquer.

A citação pode ser realizada de duas formas: directa (transcrição textual ipsis litteris) e indirecta (utilização de ideias de outro autor).

A fidedignidade no texto citado deve ser preservada, fazendo-se apenas a correcção de eventuais erros tipográficos,

As aspas duplas são utilizadas para destacar os trechos citados, e as aspas simples quando ocorre a inserção de uma citação em outra.

A composição dos trechos que superam a cinco linhas deve ser feita com recuo em relação à margem esquerda, e em tipo menor que o do restante do texto.

Para os artigos de periódicos, considerando-se a formatação utilizada, os editores poderão optar em destacar o texto citado, adoptando-se um tipo menor de fonte ou apenas a inclusão das aspas.

As omissões feitas em um texto citado são indicadas por reticências entre parênteses (...) e as interpolações, por colchetes [ ].

Caso exista algum erro ou impropriedade, emprega-se em seguida ao texto citado, entre colchetes, a palavra latina [sic], que significa como impresso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A referência bibliográfica é um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registados em diversos tipos de material.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 01, 2011 9:56 pm

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Quando a citação de uma obra é realizada pela primeira vez, a sua referência bibliográfica deve ser completa.

Ex: PEREIRA, Yvonne A. A voz do Consolador. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997.

As iniciais das palavras que compõem o título devem ser maiúsculas apenas quanto a primeira letra da primeira palavra e dos nomes próprios.

A referência bibliográfica de uma obra mediúnica é feita assim:
XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz: história da civilização à luz do Espiritismo.
Ditada pelo Espírito Emmanuel. 20.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1994.

Cabe aqui uma explicação.

Qualquer informação incluída em uma referência bibliográfica não extraída da folha de rosto, que se constitui no principal elemento de informações para a referência, deve ser citada entre colchetes.

Portanto, para os livros editados pela FEB que não trazem o local de publicação "Rio de Janeiro", mas apenas "Rio", é necessário que se anote assim: Rio [de Janeiro].

Os lançamentos da editora e reedições já estão trazendo a catalogação na fonte, incluindo o local por completo.
Em tais casos, dispensam-se os colchetes.

Sugerimos que a entrada da referência seja feita pelo médium para efeito de simplificação e cite-se, posteriormente, "pelo Espírito tal".

A expressão latina Opus citatum (obra citada), na forma abreviada Op. cit., será incluída após o nome do autor sempre que uma obra for citada mais de uma vez, desde que não haja intercalações de outras publicações do mesmo autor.

Para obras diferentes de um mesmo autor já referenciado em nota imediatamente anterior, usa-se o termo latino Id. (mesmo autor), de forma abreviada, segundo do título e demais elementos da referência.

Ex.: Id. Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. Rio [de Janeiro]: FEB. 1993, p. 29.

Quando se vai citar novamente a mesma obra do mesmo autor e sendo esta citação imediatamente posterior, na mesma página ou em página não distante, emprega-se a expressão latina Id. Ibid. (mesmo autor e mesma obra), na forma abreviada.

Ex.: Na mesma página: Id. Ibid; em página diferente da citada: Id. Ibid., p. 195.

É importante ainda saber que a referência bibliográfica pode aparecer em nota de rodapé ou de fim de texto.

NOTAS

Notas são informações ou observações acrescentadas ao texto, seja no rodapé da página, no final do artigo/capítulo, ou em secção especial no final da obra.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 01, 2011 9:57 pm

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Elas têm como objectivo:
indicar as fontes da citação por meio das referências bibliográficas;
completar as referências indicadas no texto;
apresentar esclarecimentos e comentários do autor ou do editor.


Geralmente, esta última vem seguida da abreviatura N.E. no final da nota;
remeter o leitor a outros documentos ou a outra parte do próprio texto.

São notas remissivas, indicadas com a abreviatura Cf. (conferir), Cfr. (confrontar) e V. (ver., ver também);
traduzir texto de língua estrangeira ou indicar que a tradução foi feita pelo próprio autor da obra.
São as N.T. (notas de tradução).

A indicação das notas pode ser realizada por meio de numeração sequencial, com os números registados em sobrescrito, fonte menor - os editores de texto em computador já executam tais procedimentos automaticamente - precedendo ou não o sinal de pontuação que fecha o texto.

Outros sinais como asteriscos, letras e números romanos em minúsculos podem indicar as notas, preferencialmente as de rodapé, sendo que os respectivos símbolos deverão ser repetidos no rodapé da página.

A chamada para a nota em textos académicos, geralmente no tópico de um projecto de pesquisa denominado revisão de literatura, é feita pela citação do nome principal do autor, o sobrenome, seguida do ano de publicação da obra.

Quando a citação é ipsis litteris, o nome e o ano serão registados entre parênteses, após o trecho citado. Ex: (Miranda, 1994).

Em caso de citação mais livre, normalmente iniciada pelo autor citado, recomenda-se o registo do nome e, logo após, o ano entre parênteses, antecedendo o trecho a ser citado.
Ex.: Miranda (1994) informa sobre o assunto que "(...)".

Para os textos da literatura espírita, sugerimos que se faça a indicação numérica, pela simplicidade que ela oferece.

ALGUMAS DICAS IMPORTANTES

p ou pp?

Não há necessidade de duplicação do p na identificação do número de páginas ou intervalo das páginas referenciadas.

Exemplos errados: 150pp; pp. 8-15.

Exemplos certos: 150p.; p.8-15.
O "azinho" da edição

Citar a edição de um livro é muito fácil.
Basta colocar o número da edição seguido de ponto e da abreviatura ed. Exemplos: 2.ed.; 3.ed.; 4.ed.; 5.ed.; 10.ed...

O azinho é dispensável e incorrecto.

Em tempo: não se deve citar a primeira edição (1.ed.).
Quando inexiste especificação do número da edição, subentende-se que é a primeira.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 01, 2011 9:57 pm

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Não abuse do In

O termo latino In é geralmente usado em duas situações:
1) quando se está referenciando um capítulo de um livro redigido pelo próprio autor da obra
e
2) por outro autor, no caso de obras compiladas ou organizadas por um pesquisador que reúne trabalhos redigidos por vários autores.

Ao referenciarmos um capítulo na situação 1, devemos citar o autor do capítulo, que é o mesmo da obra neste caso, e o título do capítulo seguido do termo In, sem destaque, de dois pontos e de seis toques de traços subscritos que indicam que o autor da obra é o mesmo já citado no início da referência (In: ______.).

Para a situação 2, citamos o autor do capítulo, o título do capítulo, a expressão In e o autor ou organizador/compilador da obra, que não será o mesmo do capítulo.

Aí sim, fazemos a referência da obra como um todo, citando-se, ao final, a(s) página(s) específica(s) do capítulo referenciado.

Complicou tudo, não é?
Então, vamos simplificar com exemplos.

Situação 1:

KARDEC, Allan. Constituição do Espiritismo: exposição de motivos. In: ______. Obras póstumas. 30.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. p. 345-382.

Situação 2:

FRANZOLIM, Ivan René. Materialista ou espiritualista? In: SCHUBERT, Suely Caldas (Org.). Visão espírita para o terceiro milénio. Votuporanga, SP: Didier, 2001. p. 139-144.

Todavia, é bom saber que a citação de capítulos de livros ainda não é comum na literatura espírita.

O mais discreto

O destaque dos títulos e das expressões ou termos latinos podem ser em itálico, negrito ou sublinhado.

Recomendamos o uso do itálico.
Ele é mais discreto.
Por favor, nada de usar mais de um destaque ao mesmo tempo.

Amigo leitor, desculpe-me.
Esqueci as notas deste artigo.

(Publicado no Boletim GEAE Número 444 de 15 de outubro de 2002)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty O Rigor das Leis Humanas

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 9:08 pm

Vera Meira Bestene

A vida é direito de todo homem e deve ser tutelada.
Vivendo em sociedade, todos tem seus direitos a gozar e obrigações a cumprir.

A vida é um bem inviolável e inatingível.

A Lei das Leis é a protecção à vida, posto que o Espiritismo é radicalmente contrário à Pena Capital ou a interrupção da vida sob quaisquer justificativas, porque entende que a morte do aparelho físico não resolve nenhum problema.

Assim acontece com o criminoso.
Sua morte corpórea não lhe redime a falta.

O Homem como espírito eterno, está muito além da vestimenta corpórea e a cada nascimento físico, recebe nova roupagem psicossomática, para facilitar o seu progresso.

A sociedade, para que tenha harmonia, necessita de leis humanas, independentemente das Leis naturais, As paixões humanas levam as leis humanas a serem mutantes, progressivas e variáveis.

Faz-se mister, portanto, que haja uma relativa severidade das Leis Penais para que impere a ordem social.

Uma sociedade ainda muito impura, depravada, tem necessidade de leis mais severas, entretanto, como nos alerta o Livro dos Espíritos, as Leis humanas preocupam-se apenas em punir o mal depois de que ele foi praticado e esquece-se de procurar preveni-lo, ensinar e incitar ao bem para evitar o cometimento de delitos.

“Não há senão a educação para reformar os homens.
Então eles não terão mais necessidade de Leis tão rigorosas.”

(Livro dos Espíritos, resposta à pergunta de número 796 - “in fini”.).

Allan Kardec tratou a Pena de Morte, dentro da “Lei da Destruição”, nas questões 760 a 765 de “O Livro dos Espíritos”.

Aqui chamamos a atenção da Pena de Morte, por ser esta a maneira mais rigorosa de punição das Leis humanas.

Podemos, pela leitura do Livro dos Espíritos, sintetizar que a pena capital ainda será totalmente banida do seio da terra, a partir de quando surgirá um sinal de progresso para a humanidade, sendo esta, portanto, a marca de que o homem estará mais esclarecido.

Se olharmos sob uma visão dissociada de análise, poderemos pensar erroneamente que Cristo consagrou a pena de Talião quando proferiu as seguintes palavras: “quem matou com a espada, pela espada perecerá”.

Esta não é uma visão correta das palavras de Jesus, muito menos pode-se interpretá-la como sendo uma aceitação ou um caminho para a pena de morte.

Entretanto será correcta a orientação dada pelos Espíritos Superiores, que alertam para o cuidado que sempre devemos ter para com a interpretação dos ensinamentos contidos nas palavras de Cristo que encerram, neste caso citado, que aquele que foi causa de sofrimento para com seus semelhantes virá a encontrar-se em condição que sofrerá o que tenha feito sofrer, sendo este, portanto, o verdadeiro sentido da palavra de Jesus.

O homem não deve, com o homicídio legalizado, que é a pena de morte, cortar as provas de uma encarnação humana.

Deve antes, colaborando com os Espíritos Superiores, tentar fazer progredir o espírito, induzindo-o ao arrependimento e promover o labor instituído dentro do sistema prisional, com a efectiva punibilidade através da prisão perpétua para os crimes mais graves e hediondos e até com penas de prisão por tempo indeterminado para crimes graves mas não hediondos.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 9:10 pm

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Certamente que o sistema carcerário teria uma alavanca de repressão à criminalidade pois a prisão perpétua seria um freio e os sistemas prisionais modificados fariam com que as finalidades da pena criminal fossem atendidas.

A retribuição ao crime com a privação perpétua da liberdade (no Brasil não temos esta forma de penalidade), sendo esta bastante enérgica, entretanto sem violência, serve como prevenção, posto que, a certeza da prisão até a morte, conterá muitos ímpetos criminosos e a por tempo indeterminado inibirá e acarretará uma menor violência social, uma vez que o criminoso será afastado da sociedade, por período que equivalerá ao crime cometido, podendo este ser até o final de seus dias.

Teríamos desta forma dois tipos de punibilidade ainda não existentes no Brasil mas que, com certeza, tanto a prisão por tempo indeterminado como a perpétua inibiriam a crescente onda de criminalidade, servindo mesmo como uma forma de prevenção .

Sabemos que o criminoso violento nada mais é que um espírito moralmente muito atrasado colocado junto à determinadas situações para cumprimento de seus desígnios superiores.

Seguindo esta linha podemos observar que a execução de um delinquente, mesmo que sua responsabilidade seja comprovada, pelo mas vil e hediondo dos crimes, terá como efeito apenas a liberdade dos grilhões da carne mas permanecerá o corpo espiritual estacionado na prática do mal que passará a viver no espaço invisível que nos envolve tendo toda a possibilidade de continuar sugerindo conselhos pérfidos a seus companheiros do mal, como também obsediar seus algozes.

Não podemos jamais olvidar que não é o corpo que tem alma mas o espírito que se reveste temporariamente de um corpo que lhe serve de abrigo.

A obstinação do mal, em vida, provém muitas vezes do orgulho de quem se recusa em confessar seus próprios erros, tanto que está o homem sujeito às interferências da matéria, fazendo-lhe obscurecer o entendimento espiritual.

A arte de formar carácter incute hábitos enquanto que educação é o conjunto de hábitos adquiridos.

Muitos são os indivíduos que dia a dia são lançados ao seio da população, totalmente sem freios, entregues a seus próprios instintos, A arte de formar o carácter, quando for mais conhecida, compreendida e praticada proporcionará ao mundo homens de melhores hábitos que lhe permitirão atravessar a vida de forma menos penosa.

É imperioso que nos eduquemos nos moldes da Doutrina Espírita porque só assim estaremos aptos a educar, isto é, incluir hábitos de carácter elevado, dentro dos princípios das Leis Morais, tanto às crianças, quanto aos adolescentes, promovendo uma prevenção eficaz contra a criminalidade.

Quando isto acontecer a sociedade estará expurgada de seres malfazejos e as Leis terão a destinação de secar a fonte do mal e, reformulados pela educação, os homens não mais precisarão de penas de morte, sentenças indeterminadas e outras tantas formas de punibilidades severas.

Este será o passo decisivo para que a terra alcance seu destino cósmico, deixando assim de ser um planeta de provas e expiações para converter-se em regenerador, prosseguindo em direcção a um dos mundos superiores em que o bem sobrepujará o mal.

(Publicado no Boletim GEAE Número 326 de 2 de janeiro de 1999)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Origem da Frase "Nascer, morrer,..."

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 02, 2011 9:11 pm

Raul Franzolin Neto

Gostaria de saber de onde foi retirada a famosa frase:
"Nascer, morrer, renascer, ainda, e progredir sempre, tal é a lei."

Livro, capitulo, pagina, etc...
Muito pesquisei e pouco sucesso obtive.

Muitíssimo obrigado
Ivo Branquinho

Caro Ivo,

Uma descrição mais detalhada sobre esta frase você poderá encontrar no livro "Allan Kardec" vol.III, cap. 3, Item 2.

"A desencarnação".
Na pág. 145, ou autores afirmam:
"...A frase em foco andava no ar, não é de Kardec, como pretendem alguns, e pode ser encontrada, com algumas variantes, em citações bem anteriores à desencarnação de Kardec...

Parece que esta frase, foi escrita sob várias formas com o mesmo sentido e 1857, 1861, 1866 e finalmente em 1870 quando foi esculpida no frontispício do dólmen de Kardec em três linhas:
NAITRE, MOURRIR, RENAITRE ENCORE ET PROGRESSER SANS CESSE TELLE EST LA LOI

Um abraço,
Raul Franzolin Neto

(Publicado no Boletim GEAE Número 329 de 26 de janeiro de 1999)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Roustanguismo

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 8:43 pm

Roustanguismo:
Aplicação equivocada dos princípios espíritas
Jorge Campos

Em relação ao artigo Roustaing do boletim 320, estou emitindo outros esclarecimentos aos prezados leitores e participantes, desse órgão de imprensa electrónica a serviço do Espiritismo.

Resumidamente, a obra Os Quatro Evangelhos é uma reunião de notas, psicografadas por uma única médium, de Espíritos assumidos como "os evangelistas assistidos pelos apóstolos e Moisés", que foi organizada por J. B. Roustaing, o qual teve a soberba de lhe dar o subtítulo "Revelação da Revelação".

Mas como pode ser, racionalmente, visto, afora os ensinos morais do Cristo, que se distorcidos a anularia, apresenta interpretações esdrúxulas dos milagres e outras passagens do Novo e Velho Testamento e graves contradições doutrinárias, algumas forçadas para validar a hipótese do corpo fluídico de Jesus.

Assim, além de não ter a autoridade da universalidade dos ensinos dos Espíritos, evidencia-se como apócrifa, fruto de uma mistificação, e tendenciosa no sentido de valorizar, reafirmo, os dogmas da igreja católica (ver explicações no Boletim nº 317).

Nesse cisma de marca teológica (nem toda obra mediúnica é espírita), com compilações e plágios de O Livro dos Espíritos e de O Livro dos Médiuns, a concepção mística de Jesus pela virgindade de Maria, foi apanhada do Docetismo, uma doutrina gnóstica do início da era Cristã.

Foi uma forma burlesca de contornar a não derrogação de uma lei natural, mas que não surtiu efeito, pelo menos nos esclarecidos, pois manteve a figura da divindade do Cristo;
do semi-Deus (da mitologia grego-romana);
da segunda pessoa da santíssima trindade;
do filho único de Deus
(do extinto dogma geocentrista), etc.

Mais que isso, no volume 3 de Os Quatro Evangelhos, 7ª ed. FEB, pag.65, a máscara cai definitivamente com a seguinte profetização:
"O Chefe da Igreja católica (leia-se o Papa), nessa época em que esse qualificativo terá sua verdadeira significação, pois que ela estará em via de tornar-se universal, como sendo a Igreja do Cristo, o Chefe da Igreja católica dizemos será um dos pilares do edifício" e completa, sem disfarce, na pag. 66:
"caminhará o Chefe da Igreja, a qual, repetimos, será então católica na legítima acepção desse termo".

Será que não fui claro?


Para quem genuflexamente é afeito ao religiosismo, às graças eucarísticas, à fé cega, essa doutrina está de bom tamanho.
Aí temos uma das raízes dos problemas que grassam no actual movimento espírita brasileiro.

As peças do "rosário" de supostos adeptos do roustanguismo, citados no Boletim nº 320, foram tecidas, como citado, de um livro de Luciano dos Anjos, um roustanguista calejado e também tendencioso como seu ídolo, o advogado bordelense.

Porque, segundo consta, para conseguir essa lista não livrou ninguém, buscando qualquer sentido "fluídico" e outras artimanhas para enquadrar tanto os culpados e desavisados quanto os inocentes, muitos nem sabem porque estão lá.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 8:44 pm

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Mas, na ânsia, cometeu o desplante, também, de incluir o grande escritor e combatente espírita Carlos Imbassahy nesse rol, o que é um desrespeito à sua memória, uma leviandade!

Isso é sério, e já foi devidamente refutado por seu filho, o escritor espírita Carlos de Brito Imbassahy.

Sobre essa questão, devo dizer que ví na casa do meu particular amigo, o escritor Nazareno Tourinho, parceiro de Carlos Imbassahy no livro O poder fantástico da mente, ed. Eco, uma carta manuscrita a lápis, onde ele rejeita essas tolices roustanguistas, com a frase:
"Jesus, como era fluídico, fingia que comia;
levava a comida à boca e ela se evaporava;
e ele continuava nessa palhaçada até o prato esvaziar.

"Jesus fingindo!"
e adiante se diz perplexo:
"Neste Universo imenso, com mundos infinitamente superiores ao nosso, o Cristo, governador deste ínfimo planeta, era, no Universo, a 2ª pessoa depois de Deus".

Para confrontar ver xerox no livro "Carlos Imbassahy - o homem e a obra" ed. FEESP, pag.30, do citado escritor.
Nem mesmo em seu livro Religião, ed. FEB, Imbassahy cita a dita obra, tal a importância que lhe dava.

As citações que fiz Boletim nº 317 foram apenas referências de alguns autores cujas obras conheço bem e posso avalizar com seriedade.

Como pretender listar contra-adeptos de uma obra reconhecidamente inútil e ruinosa para a comunidade espírita do Brasil e do mundo?
Seria o mesmo que passar um atestado de ingenuidade.

Para os que ainda tem dúvidas, basta navegar pelos sites, jornais, revistas, catálogos de editoras, colher informações verbais, etc, e tirar suas próprias conclusões.

Interessante é que na secção Breve Introdução ao Espiritismo do site do GEAE, que edita esse boletim, há uma orientação bibliográfica para todos que quiserem estudar e conhecer criteriosamente a doutrina, ...mas por que será que esqueceram de incluir Roustaing e sua obra?

Quanto ao encalhe da edição francesa da obra de Roustaing, o qual me referi, foi também foi confirmado pelo próprio roustanguista Luciano dos Anjos, que inicialmente contestou esse facto, mas depois voltou atrás sobre isso e sobre a versão de uma 2ª edição em 1882, na série A Posição Zero (jornal Obreiros do Bem, Rj), quando disse:
"Posso, porém, provar que não houve nova impressão, mas apenas novo alceamento de exemplares remanescentes da 1ª edição guardados em cadernos ou, até mesmo descosturados e desencapados, para receber novo encarte".

Parece que enquanto os livros de Kardec se espalhavam pelo mundo, os de Roustaing mofavam na estante, pois a primeira edição foi a única, não se esgotou, e as sobras foram distribuídas gratuitamente.

Essa ocorrência está documentada em O Corpo Fluídico, ed. Eldorado/Opinião E., do caro escritor Wilson Garcia, o qual me informou, há algum tempo, por telefone, desse "lamentável desastre editorial".

Esse facto e mais a opinião de Kardec sobre a obra na Revista Espírita de junho de 1866, pags. 200 e 202 (tradução magistral deJúlio Abreu Filho, ed. Edicel) suscitaram um desagravo ao célebre mestre, por Roustaing e seus amigos.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 8:45 pm

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Essa afronta, um prefácio de 34 páginas, justamente o encarte de 1882 (acima referido), os roustanguistas da FEB fizeram desaparecer por "milagre", para que o livro fosse pelo menos lido no Brasil.

Eles sabiam que com esse encarte, repetir-se-ia o fenómeno do encalhe (ver cópia completa no site do Grupo Espírita Bezerra de Menezes- www.novavoz.org.br).
É bom que se diga que Roustaing deferiu-se a Kardec como "muito honrado chefe espírita" em correspondência à Revista Espírita de junho de 1861, págs.179 a 182, mas depois tornou-se seu inimigo, porque suas teorias não passaram no crivo da razão e do bom senso do mestre de Lyon.

Em relação à migração do Espiritismo da França para o Brasil, o país mais espírita do mundo, são estimados 10 milhões de adeptos, deveu-se à divulgação e aceitação das obras de Kardec e subsidiárias e não por livros ditados por Espíritos mistificadores pertencentes à falange de Loyolistas e inquisidores à Roustaing e sua médium, iludidos pela fascinação (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 246).

Quanto às várias mensagens da espiritualidade avalizando a obra em tela, expostas no Boletim 320, diria, concisamente, que já são por demais conhecidas as seguintes comunicações de Emmanuel e Bezerra de Menezes, pela mediunidade gloriosa de Chico Xavier:
"Se algum dia, eu disser algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com Eles e abandone-me" - Emmanuel e;
"Estudar Kardec, conhecer Kardec, para viver Jesus" - Bezerra.

A primeira, um alerta ao próprio médium quanto à possibilidade das mistificações e a segunda, um guia doutrinário prevenindo os espíritas sobre as falsas profecias e revelações.

Assim, mensagens assinadas por essas entidades que fujam dessas máximas, seja qual for a fonte, são suspeitas e deve-se ter o bom senso e a prudência de desconfiar da sua autenticidade.

O uso de ditados apócrifos para servirem de argumentação é no mínimo acusar esses benfeitores de contraditórios.

Até porque, Espíritos que advoguem as idéias de Roustaing e recomendem Os Quatro Evangelhos, estão precisando mais é de prece e doutrinação num bom Centro Espírita!

Como último recado, invoco Jesus, o nosso excelso e revolucionário mestre, que há quase 2000 anos já alertava com sua habitual firmeza;
"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas, e por dentro são lobos roubadores.

Pelos seus frutos os conhecereis",
e dava seu diagnóstico figurativo:
"cegos são, e condutores de cegos. E se um cego guia outro cego, ambos vêm a cair no barranco".

No século passado, seu discípulo Allan Kardec repisou esses avisos dizendo que "não faltariam intrigantes, supostamente espíritas, que quereriam se elevar pelo orgulho, ambição, cupidez;
outros teriam pretensas revelações com a ajuda das quais procurarão se pôr em relevo e fascinar as imaginações mais crédulas"

(Obras póstumas. ed. IDE, pág 335).

Repito que minha intenção é esclarecer e alertar, mas se for caso estou pronto para a polémica útil, como recomenda Kardec na Revista Espírita de novembro de 1858, sendo o mais veemente possível na defesa de minhas ideias, sem manchar minha caneta na ofensa e intolerância, como diriam os saudosos polemistas Carlos Imbassahy e José Herculano Pires.

(Publicado no Boletim GEAE Número 330 de 2 de fevereiro de 1999)

§.§.§- O-canto-da-ave


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Out 03, 2011 8:47 pm, editado 1 vez(es)
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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Suicídio e Loucura

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 8:46 pm

Pedro Vieira

Gostaria de tirar uma dúvida que fiquei ao ler a pergunta 944 do LE:
O louco seria responsável aos olhos de Deus ao cometer o suicídio?
Tal qual uma criança que ao olhar de uma janela e, se joga sem saber que vai se machucar, seria responsável?


Na minha maneira de entender a loucura, poderia ser dividida em três partes:
O obsedado, a mediunidade em desequilíbrio e o deficiente mental.

A minha pergunta é ligada ao deficiente mental.
Tendo ele reencarnado nesse estado, por dívidas pesadas, pode em estado de vigília não ter consciência, mas, no sono, quando seu espírito se liberta, pode ele tomar conhecimento de suas limitações, ser perseguido por seus obsessores e guardar essas impressões ao acordar, sendo levado ao suicídio.

Estou certa?
Espero a opinião dos amigos!

Luciana

Cara Luciana,
Muito interessante o problema proposto pela amiga.

Experimente pegar uma moeda furada e observar contra a luz do Sol, na parede, a sombra com o foco de luz solar.
Colocando-se um grande obstáculo na fonte de luz, colocando-se um pequeno dedo perto da moeda para bloquear a luz, caindo a noite ou ocorrendo um eclipse solar, se sua observação se limita ao foco de luz do furo da moeda, o fenómeno para você foi idêntico.

Quando o Espírito mergulha na matéria, nosso foco de visão de sua realidade espiritual é tão ou mais restrito que apenas a observação do furo de uma moeda.

O que isso significa?
Efeitos, fenómenos aparentemente idênticos aos olhos da matéria podem ter significações espirituais muito diversas.

Precipitações na análise dos problemas levam médicos a diagnosticarem obsessões como patologias clínicas e dirigentes despreparados a diagnosticarem patologias clínicas como obsessões, por exemplo.

A loucura, amiga, grosseiramente, pode ocorrer segundo duas causas bem distintas:
físicas ou espirituais, ou seja, de origem imediata na matéria ou no Espírito.

Tentei evitar essa conceituação, porque ela traz um erro conceitual sério, já que a modulação da matéria obedece a uma necessidade espiritual, não são duas coisas sem conexão, mas preferi deixar por questão de simplicidade didáctica.

Portanto, espero que a amiga a considere tomando as devidas precauções.

É medicamente comprovado que lesões a nível cerebral podem causar loucura.
A correlação com a loucura, em muitos casos, obedece a uma má formação a nível cromossomial (mais uma vez, não se esqueça da correlação da modulação material com a realidade espiritual).

É bastante directo entender que se o Espírito utiliza a matéria para se comunicar e projecta seu pensamento e suas vontades, enquanto encarnado, sobre o órgão físico que pode lhe ser sensível, para interagir com o mundo corporal, se esse órgão não serve mais à comunicação, por questões de lesões a nível material, essa comunicação fica interrompida, ou, ao menos, prejudicada.

É o pequeno dedo à frente da sua moeda.

No livro O CÉU E O INFERNO, de Allan Kardec, Parte II, Capítulo VIII (Expiações Terrestres), leia o relato do Espírito "Charles de Saint G. - idiota".

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 03, 2011 8:46 pm

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Algumas partes para atiçar sua vontade.
O Espírito de Charles de Saint G. (encarnado, 13 anos de idade, idiota), foi evocado e fizeram a eles várias perguntas, entre elas, as que têm relação directa à sua pergunta:

"4. - Presentemente, isto é, como Espírito, tendes consciência de vossa nulidade neste mundo?
- R. Decerto que sinto o cativeiro.

5. - Quando o corpo adormece e o vosso Espírito se desprende, tendes as idéias tão lúcidas como se estivésseis em estado normal?
- R. Quando o corpo infeliz repousa, fico um pouco mais livre para alçar-me ao céu a que aspiro."

Nota-se, portanto, que o Espírito em questão tinha consciência, enquanto emancipado de seu corpo físico, do seu estado, da sua prisão.
Isso caracteriza a expiação a que estava submetido.

A causa da deficiência a nível mental era uma forma para que ele pudesse parar seus impulsos, fazendo-o sentir o bem, as pessoas, com a calma que seu Espírito inquieto não poderia fazer em uma existência normal.

Disso guarda grande diferença a situação em que o Espírito entra em estado psíquico tão profundo de revolta, desilusão, auto-culpa, se isolando de tal forma do mundo e do contacto com os outros (monoideísmo auto-hipnotizante), que, ainda no Plano Espiritual, assume a posição de um 'louco', bloqueia sua consciência, e por vezes modela seu perispírito de acordo com essa situação psíquica, dando origem aos chamados 'ovóides'.

Essa é uma deformidade essencialmente espiritual, em que o Espírito, logicamente, não adquire a consciência de uma hora para outra, quando emancipado, já que não a possuía antes de encarnar, tal o nível de hipnose a que se submeteu.

No tratamento dos ovóides, a reencarnação compulsória tem, mais do que a função de expiação (precedendo-a, inclusive), a função de tratamento do seu corpo perispiritual e também da forçação de abertura de consciência para que possa novamente ter contacto com as coisas das quais se isolou.

Molda, na matéria, obviamente, esse desequilíbrio generalizado, podendo causar desfunções mentais sérias.
É um caso essencialmente profundo, é o eclipse solar impedindo a projecção do buraco da moeda na parede.

Há farto material sobre ovóides disponível na literatura espírita.
Lamento não ter as referências à mão, mas certamente os queridos confrades do GEAE poderão ajudá-la caso deseje uma busca mais aprofundada sobre o assunto.

Tive muito boas recomendações (não li o livro, todo o livro deve ser lido sob a óptica do bom senso kardequiano, é bom lembrar isso, porque podem reflectir visões - do médium e dos espíritos - que nem sempre correspondem à realidade) de um livro chamado:
"Deficiente Mental - por que fui um?", psicografado pela Vera Lúcia Marizenck de Carvalho, ditado por Espíritos diversos, editado pela Editora Petit.

Está na minha lista de prioridades de leitura, mas como as recomendações partiram de pessoas que tenho muito em conta, arrisco-me a, mais uma vez, com todas as ressalvas, indicar uma fonte que pode conter algumas informações interessantes sobre o tema.

Diferenciado o grau de percepção espiritual dos dois casos, a resposta dos Espíritos sobre a loucura e a responsabilidade é mais que clara para prosseguir com as explicações.

Espero ter ajudado.

Muita paz,
O amigo Pedro.

(Publicado no Boletim GEAE Número 331 de 9 de fevereiro de 1999)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 3 Empty A Justiça Divina

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 11:30 pm

Vera Meira Bestene

O conceito de Céu e Inferno sofreu grandes modificações com o advento da Doutrina Espírita.
Já não se entende mais por ser Céu uma região onde a felicidade plena impera e o Inferno um lugar de atroz sofrimento.

A cada nova existência aprendemos que a vida vai seguindo, triunfante, em todos os domínios.
A matéria vai assumindo estágios diversos de fluidez e condensação.

Cada espírito permanece em determinado momento evolutivo sendo portanto o Céu o estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um e o inferno traduzido por uma vida de provações extremadas e dolorosas, com a certeza absoluta de que há algo melhor, podendo-se concluir, que tanto a felicidade quanto a infelicidade após a desencarnação, é inerente ao grau de aperfeiçoamento moral de cada Espírito.

As dores e sofrimentos que cada um de nós experimenta são dores morais e estão directamente relacionadas com os actos praticados.

Nada, portanto, é gratuito.
Tudo é consequência da Lei de Causa e Efeito.

As imperfeições que não conseguimos corrigir na vida corporal reflectem na alma e no espírito, sendo pois a felicidade um resultado imediato de nossa perfeição, isto é, nossa purificação do espírito.

Temos então a percepção clara de que a felicidade ou infelicidade depende de nosso grau evolutivo e das virtudes e progressos que alcançamos, que nos dão a possibilidade de adquirir o bem que nos falta, sendo de cada um o mérito de sua evolução.

Não há uma única imperfeição que não acarrete uma funesta consequência para a alma, assim como não há sequer uma única qualidade, por menor que seja, que não seja fonte de uma satisfação.

Pode-se dizer portanto que a soma de penas é proporcional a soma de nossas imperfeições e a dos gozos referentes a somatória de nossas qualidades.

O futuro é aberto a todas as criaturas.

A elas é dado, através do livre arbítrio, a possibilidade de, despojando-se de todo o mal, adquirir o bem através de virtudes e progressos, sendo isto consequência da vontade própria e aberto a todas as criaturas.

O inferno está em toda parte , onde quer que haja almas sofredoras;
e o céu está, também, na mesma proporção em toda parte onde há almas felizes.

Deus faculta os meios de melhoria.
Oferece em cada reencarnação um planeamento coerente, de amor e justiça, onde cada qual tem a chance de progredir.

Como cada pena equivale às faltas cometidas nas existências pretéritas, devemos nos esforçar para aproveitar ao máximo as experiências adquiridas em cada existência.

Sendo portanto a felicidade impessoal, o sofrimento existe em diferentes graus e géneros, traduzindo as penalidades espíritas em três princípios:

1. O sofrimento é inerente à imperfeição;

2. Toda imperfeição traz consigo o próprio castigo com consequências naturais e inevitáveis, assim sendo a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio sem que haja necessidade de uma penalidade específica para cada falta do indivíduo.

3. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições pela própria vontade, pode, igualmente, anular os males consecutivos e assegurar futuras felicidades através de boas obras, de boas acções.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Out 04, 2011 11:31 pm

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A justiça Divina dá "A cada um conforme a sua obra", embasada que é no princípio da acção e da reacção.

A Lei do Progresso dá a toda alma o direito , a possibilidade de adquirir os benefícios que lhe falta.
O bem e o mal que fazemos dependem das qualidades que possuímos.

A liberdade, sendo qualidade essencial da alma humana dá ao homem a responsabilidade da dignidade e da moralidade, sendo pois estas duas noções, liberdade e moralidade, inseparáveis.

Sabemos, entretanto, que há males que ocorrem na nossa vida em que não concorremos para que aconteçam, aí sim, vemos directamente o efeito das coisas que praticamos em vidas anteriores.

O que se nos parece injusto por nada termos concorrido para um mau efeito, nesta existência, não o é porque é reflexo de imperfeições da vida pretérita, tais como por exemplo, acidentes que não podemos impedir, os reveses da vida financeira, a perda de entes queridos, e até os nascimentos com enfermidades, que certamente não foram adquiridos nesta existência.

O hoje é o conjunto de experiências vividas no passado e o amanhã é, igualmente, o resultado de nossas acções do hoje.

Deus nos dá a possibilidade da prática do bem e do mal.
Deus nos dotou do livre arbítrio e dependendo do que fazemos temos a reacção equivalente.

Paralelamente a isto há o que chamamos de fatalidade que é o resultado das provas que escolhemos, enquanto espíritos, ao reencarnar, para sofrer esta ou aquela provação à nossa evolução.

É portanto responsabilidade nossa, de cada um de nós, as nossas aflições, os nossos infortúnios.

Não resta a menor dúvida que ao construirmos o nosso hoje aliando o produto de nossas experiências ao crescente desejo de fazer o bem, de exercer as qualidades morais existentes em cada um de nós, com o intuito de evoluir, teremos, certamente, mais venturas, pois não há sofrimento sem causa e efeito assim como não há acção sem reacção.

De que forma poderemos, então, na mesma existência, suavizar nossas faltas e nossas desventuras?
Que precisaríamos fazer para seguir adiante evolutivamente e reparar, nesta mesma existência, faltas cometidas?


Este é o caso em que o arrependimento, a expiação e a reparação, constituem as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta assim como suas consequências.
O arrependimento, que é o reconhecimento verdadeiro, próprio do infractor, daquele que cometeu a falta, embora seja o primeiro passo para a reparação, amenizando a expiação, somente abre as portas da reparação e reabilitação.

Só a reparação propriamente dita, entretanto, é que pode anular a causa.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem havíamos feito o mal.

Quem não repara seus erros por má-vontade ou fraqueza, haverá de, em outra existência, conviver com as mesmas pessoas em condições voluntariamente escolhidas de modo a fazer-lhes o bem tanto quanto o mal que se tenha feito.

A reparação de nossos erros, quando não é feita em uma existência, é levada a outra existência, só sendo efectivada com a aceitação cármica, pelo perdoado.

Após a expiação de erros passados, aí sim vem o resgate, que acontece sempre que praticamos o bem em compensação ao mal praticado, sendo humildes, quando fomos orgulhosos;
caridosos quando fomos egoístas, úteis quando tivermos sido inúteis e assim sucessivamente.

Concluímos, portanto, que o perdão deve ser um acto contido de absoluto sentimento, puro, sem ostentação ou orgulho, sendo uma forma de reconciliação.

Só assim ele aproveita o que nos ofendeu, sendo a generosidade do perdão um benefício àquele que perdoa.

(Publicado no Boletim GEAE Número 313 de 6 de outubro de 1998)

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