PADRE MÉDIUM

Padre médium?
Não é possível uma coisa dessa!
Onde já se viu um padre médium? Mas é.

Para as pessoas que nunca se preocuparam em estudar o assunto, a mediunidade é uma "coisa" que só tem a ver com o Espiritismo.

Entendendo o Espiritismo, também de forma equivocada, confundindo-o com uma série de maluquices que fazem por aí, sob a argumentação de que estão trabalhando com espíritos que se comunicam, é natural que muita gente não veja a mediunidade como coisa boa, sensata, ética e muito menos racional.

Na verdade, ela não é uma simples "coisa" usada no Espiritismo.
É uma faculdade humana, que não tem nada a ver com crença religiosa ou filosófica, encontrada em biliões de pessoas, independentemente da crença que professam.

Não importa se é um cristão, ateu, budista, muçulmano, judeu ou seja lá o que for.
Se a pessoa tem a faculdade, tem mesmo e não adianta fugir disso.

Mas um padre pode também possuir mediunidade?

Pode, sim, e muitos a possuem, a exemplo do padre Miguel Fernandes Martins, da Paróquia de Santa Filomena, em Sobradinho, na Grande Brasília, Distrito Federal.

O padre Miguel não é médium porque quis ser médium, não.
Muito pelo contrário.

Quando ouvia falar de Espiritismo, não gostava da conversa porque simplesmente não suportava essa Doutrina, a ponto até de colocar pessoas, ligadas ou simpatizantes do Espiritismo, para fora da sua igreja aos empurrões.

A exemplo do que afirmam muitos padres, ele também dizia que o Espiritismo era uma heresia, coisa de Satanás, não aceita pela Igreja.

Mas, depois de algum tempo, conta ele que começou a ver espíritos (pessoas que já morreram), o que o levou a pensar que estava ficando doido.

"Muitas coisas esquisitas começaram a acontecer comigo.
Eu via uma determinada pessoa morrendo e dali a alguns dias vinha a notícia que a pessoa morreu", diz o padre Miguel.

"Entrei num processo terrível de depressão e, depois de me confessar com um padre amigo meu, procurei por psiquiatras e psicólogos a fim de me livrar daquilo.
Mas não teve jeito.

Continua...

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E não teve jeito mesmo.
Depois de um certo tempo, o espírito que o acompanhava apareceu em sua frente, sorrindo, e falou-lhe da vida após a morte, da mediunidade, e sugeriu-lhe estudar os livros espíritas a fim de entender como tudo se processava.

Esse espírito identificou-se como sendo o Frei Fabiano de Cristo.
No princípio foi muito difícil para o padre Miguel aceitar aquela situação.
Manusear e ler um livro espírita para ele era algo impossível de ser feito em toda a sua vida.

"Mas o Frei Fabiano, nos seus contactos comigo, demonstrava ser um espírito tão bom, tão amigo e carinhoso, dizendo coisas muito bonitas, que eu imaginei logo que não poderia ser o Satanás, e passei a comprar os livros espíritas que ele me indicava."

E começou a perceber que o Espiritismo não tinha nada a ver com aquilo que ele imaginava que fosse, a ponto de odiá-lo.

Ao ser orientado pelo espírito para que colocasse as suas mãos sobre as cabeças das pessoas que apresentassem problemas de saúde e rezasse com fé, padre Miguel começou a praticar isso, na sacristia da sua Igreja, e percebeu que as dores desapareciam, as inflamações persistentes desapareciam, as enxaquecas que duravam anos sumiam e até doenças mais sérias eram curadas.

Começou a gostar do trabalho, porque percebeu que as intenções do Espírito eram somente fazer o bem.
O padre Miguel sofreu muito por causa da intolerância de outros padres e de muitos católicos altamente apegados aos conceitos antigos equivocados.
Chamaram-no de louco, falsário, macumbeiro e até um processo de expulsão da Igreja lhe imputaram.

Esta parte da história é longa e tão lamentável, que preferimos omitir os detalhes aqui.
Ele continua no seu trabalho de caridade, atendendo inúmeras pessoas.
Construiu, com ajuda de amigos, a Igreja de Frei Fabiano, em Sobradinho mesmo.

Atende pessoas de todo o Brasil que se deslocam até a sua cidade para vê-lo e continua, como sempre, um amor de pessoa, sem qualquer necessidade de abandonar a sua batina, haja vista que nunca abre mão da sua vocação sacerdotal.

Diz para todo mundo que "O Espiritismo é Cristianismo puro" e continua, ao mesmo tempo, amando a sua Igreja Católica, como sempre amou.

É assinante da revista Visão Espírita, a exemplo de 54 outros padres, e aos domingos, sempre que tem tempo, assiste ao programa de televisão "Espiritismo via Satélite", apresentado via Embratel a partir de Salvador para todo o Brasil.

Continua...

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Foi no programa que teve oportunidade de ver a participação do bispo diocesano de Sobral, Ceará, dom Aldo di Cillo Pagotto e do Padre José Linhares, durante duas horas, em entrevista concedida ao Alamar Régis, ao lado do presidente da Federação Espírita Cearense.

"Adorei dom Aldo.
Eu não o conhecia ainda.
Mas que bispo corajoso aquele!

Que segurança! Que determinação!

É um autêntico líder, porque é honesto com os seus princípios.
Hoje o tenho como um ídolo.
Tudo o que ele disse foi muito bonito".

"O padre José Linhares também encantou o Brasil pela sua cultura, o seu ritmo de falar, a perfeita harmonia das suas ideias.

Quando eu soube que ele é deputado federal, fiquei muito alegre, porque vou poder visitá-lo aqui em Brasília e sei que terei um amigo.

Fiquei muito feliz em ver duas personalidades tão brilhantes da Igreja Católica no Espiritismo via Satélite".

"As participações de dom Aldo e padre José Linhares no Espiritismo via Satélite são uma demonstração de que a visão da Igreja, hoje, e de muitos padres acerca do Espiritismo não é bem aquilo que o padre Quevedo anda dizendo por aí, não.

Imagine só, como é que pode alguém questionar posicionamentos de um padre José Linhares, com oito cursos superiores, que fala oito idiomas, que foi ex-professor da Sourbone e que tem tanto prestígio internacional?"

O padre Miguel Martins passou pelo processo normal:
primeiro não aceitou;
duvidou e até criticou com veemência a Doutrina Espírita.

Quando ouviu alguém dizer, com amor, que ele estava equivocado, aceitou o convite para ler as Obras Básicas do Espiritismo, tirou as suas próprias conclusões, comprovou a coerência e o amor proposto pela Doutrina e passou a respeitá-la e a admirá-la, sem necessidade alguma de abandonar o que ele mais ama, a sua vocação sacerdotal e a sua Igreja.

Posturas como estas só são adoptadas pelos grandes homens.

OS MEUS DISCÍPULOS SERÃO RECONHECIDOS POR MUITO SE AMAREM - Jesus.

(Fonte: Revista Visão Espírita, nº 22)

[O espírita não é melhor do que ninguém, mas ele tem a obrigação de ser melhor do que é]
(Emmanuel)

§.§.§- O-canto-da-ave