LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS V

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Aborto

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:15 pm

por Rogério Coelho

A indefesa vítima do aborto não tem voz para suplicar piedade e misericórdia
“O homem deixa-se sensibilizar pelos fenómenos ecológicos, lutando pela preservação do meio ambiente, das forças vivas e actuantes da Natureza, todavia, ergue-se, obstinado, para destruir a vida humana em formação, que lhe pede oportunidade para vir à luz do Sol.” - Amélia Rodrigues[1]
Segundo a nobre Mentora Amélia Rodrigues1:
“(...) à excepção do aborto terapêutico que objectiva salvar a vida da gestante, facultando-lhe permanecer no ministério do corpo, todos os outros tipos decorrem de arrazoados ególatras e sofistas, que não merecem respeito.
Aviltando-se a genitora por meio do delito do aborto, os seus sentimentos descem ao primarismo animal, trazendo de volta a ferocidade primeva que já deveria estar superada”.
Mais dia, menos dia, as crianças abortadas deverão renascer...
Uma existência nulificada terá de recomeçar.
Daí a resposta dada pelos Espíritos a Kardec[2]:
“(...) há crime sempre que transgredis a Lei de Deus.
Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.
A excepção única dá-se quando o nascimento da criança coloca em risco a vida da mãe.
Nesse caso, é preferível sacrificar o ser que estava em formação a sacrificar-se o que já existe”.
Segundo Emmanuel[3], o aborto trata-se de “(...) crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reacção.
Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência antes que possam sorrir para a bênção da luz”.
Atentemos ainda na ponderada argumentação de Amélia Rodrigues na obra acima citada: “(...) sejam quais forem os argumentos, como se te apresentem as justificativas para o crime de interrupção da vida fetal, que alguns homens pretendem legalizar, não te deixes seduzir. A mulher nasceu para ser, por excelência, mãe da própria ou da carne alheia...
Não te envergonhes nunca de permitir que a vida se manifeste pelo corpo, na condição de co-criadora que és ao lado de Deus.
As alegações vazadas no egoísmo absurdo que visa transformar o corpo num oásis de delícias, mediante a sexualidade nem sempre dignificada, tornam a mulher objecto contra o que, aliás, ela hoje vem pretendendo lutar.
Enquanto haja mães na Terra, teremos a certeza de que Deus prossegue connosco.
Não obstante se argumente quanto ao direito que a mulher tem sobre o seu corpo, a verdade é que aquele que se desenvolve na intimidade intra-uterina não lhe é a continuação, sendo antes o resultado da união de outras energias que se conjugam para manifestar a vida e prolongá-la através da sucessão dos anos”.
No mesmo diapasão, Emmanuel3 conclama:
“(...) homens da Terra, e, sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante acção que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro.
Se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes”.

Complementa Amélia Rodrigues na mesma obra acima citada em epígrafe:
“(...) permite que a tua existência, convidada à sublimidade da tarefa maternal, se coroe de estrelas como bênçãos do Céu nas sombras da Terra, enternecendo-te e doando claridades permanentes para a humanidade inteira”.

[1] - FRANCO, Divaldo. Terapêutica de Emergência. 5. ed. Salvador: LEAL, 2002, cap. 3.
[2] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 358 e 359.
[3] - XAVIER, F. Cândido. Luz no Lar. 5. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1987, cap. 19.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty No caso da ideacção suicida, sugerimos a abordagem em três frentes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:30 pm

por Wellington Balbo

Desta vez, em nosso questionário sobre a ideacção suicida, entrevistamos 230 mulheres dos mais diversos estados brasileiros e nas mais diversas faixas etárias.
Adiante, em outros textos, traremos mais informações, até porque neste momento não é nosso objectivo esmiuçar esta parte.
Destaco duas das perguntas que fizemos:
1 – Já pensou em suicídio alguma vez em sua vida?
51,8% das mulheres responderam que sim, 48,2% das mulheres responderam que não.
Ou seja, mais da metade das mulheres entrevistadas, em algum momento, já pensaram na ideia de interrupção da existência.
Quando vamos para a outra questão, que indaga se já tentaram cometer o ato extremo de tirar a própria vida, encontramos as seguintes percentagens:
14% já tentaram e 86% não tentaram.
Percebe-se, como já realizado em outros estudos, um grande número de mulheres que cogitam da ideia do suicídio.
Ainda neste questionário, ao levantarmos as razões, obtivemos muitas respostas que falam da tristeza, depressão, falta de perspectiva e esperança no porvir.
Em realidade, ao menos para essas mulheres que responderam as questões, o facto que envolve a depressão é o mais notável.
Os transtornos mentais estão directamente associados à ideia de suicídio e é por isso que insistimos na abordagem em 3 frentes:
1 – Medicina convencional.
2 – Intervenção terapêutica.
3 - Abordagem espiritual.
Nos cursos que venho realizando sobre prevenção e posvenção do suicídio, constato que os tratamentos preconizados se apoiam apenas nas duas primeiras etapas: medicina convencional e intervenção terapêutica.
Entendo, claro, as razões pelas quais as instituições que ministram esses cursos ficam apenas nestas duas etapas, contudo, como espiritualista e espírita, não posso deixar de anotar no horizonte do tratamento a importância do aspecto que envolve a espiritualidade, sendo, este, muito importante para todo o processo.
Eis por que costumo bater na tecla ser fundamental a quebra do paradigma materialista, posto que, em muitas instâncias, ele, o paradigma materialista, enfoca apenas o “aqui e agora”, sem contemplar o Ser como um todo, sua biografia espiritual, suas vivências e aptidões que, não raro, são oriundas das existências pretéritas.
Ora, se é verdade que os factores culturais, socio-económicos e outros dão sua parcela de contribuição na forma em que o indivíduo enxerga a vida e se relaciona com o mundo ao seu redor, introduzindo a cultura espiritualista em sociedade, teremos uma abordagem mais completa de todo este quebra-cabeça que podemos chamar “ser humano”.
Causa-me e sempre me causou estranheza verificar que alguns religiosos consideram serem os problemas humanos resolvidos apenas com preces, orações, reuniões de desobsessão ou “descarrego” e idas a centro espíritas, igrejas ou instituições afins.
Mas também me causa estranheza perceber que há, ainda, pessoas ligadas às ciências convencionais que se negam absolutamente a admitir a contraparte espiritual do indivíduo.
Isto dito, cabe-nos fazer nossa parte, trabalhar para que ambas as ciências, tanto a do corpo, quando a da alma, complementem-se e produzam, juntas, mais qualidade de vida para todos, porquanto, ambas as ciências citadas aqui não se excluem, ao contrário, completam-se.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Reencarnação e os aspectos consequenciais

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 6:49 pm

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

Sempre que tenho oportunidade, advogo a premente necessidade da implementação de uma ampla educação espiritual às criaturas humanas.
Continuo não vendo, aliás, melhor caminho para o despertamento da consciência dos indivíduos, do comportamento cuidadoso e dos actos responsáveis.
Como não poderia deixar de ser, o tema reencarnação – tão minuciosamente devassado pela literatura espírita – tem, naturalmente, um capítulo muito especial nesse processo de estímulo à auto-transcendência.
Faço tal afirmação pelo simples facto de que – assim constato e certamente muitos do que me lêem – a reencarnação não é um assunto devidamente cogitado pelas pessoas, muito menos assimilado.

Aliás, uma rápida olhadela pelas notícias que emergem diuturnamente aqui e acolá, elas dão uma clara e inequívoca noção de que boa parcela da humanidade ainda não se deu conta do significado da vida.
Vejamos, a propósito, alguns exemplos que ajudam a reforçar tal argumento.
Não há como negar que os limites da falta de bom senso e do pudor já foram há muito ultrapassados.
Com efeito, vemos, com enorme pesar, pessoas expondo com frequência suas particularidades físicas e gostos de maneira aviltante.
Aparentemente pouco ligam para a sua imagem, sem mencionar a falta de auto-respeito.
Parece que tudo se resume em ganhar espaço na mídia ou redes sociais, independentemente do teor das observações e comentários.
Esse é, incontestavelmente, um momento de enorme degradação humana.
Por outro lado, a pletora de crimes hediondos nos choca dada a intensidade incomum, particularmente os que envolvem o feminicídio. Infelizmente, muitos homens comportam-se ainda como se as suas vítimas fossem suas propriedades.
Por isso, maltratam ou tiram a vida de mulheres sem a menor misericórdia ou compaixão.
Não aceitam sequer a noção de alteridade.
Nesse enorme rol de arbitrariedades e aberrações temos também a acção de indivíduos corruptos, que foram incapazes de respeitar a desgraça alheia, conforme vimos no auge da pandemia.
Por conseguinte, equipamentos vitais para o tratamento das vítimas foram super-facturados sem a menor clemência.
No campo empresarial vimos o aumento de produtos e serviços a um ritmo selvagem e inescrupuloso.
Assim sendo, verdadeiros lobos humanos continuam agindo de maneira sórdida e espoliando a sociedade de todas as formas possíveis.
Por favor, não me venham com aquela ladainha de que a “cadeia de abastecimento” foi duramente afectada, levando a distorções nos preços.
Tal argumento explica apenas uma parte do problema.
Há também outros factores que não foram correctamente examinados, pois, no Brasil, o consumidor e a sociedade pagam uma conta cada vez mais salgada para subsistir.
No lodaçal terreno da política, muitos chafurdam por razões absolutamente imorais.
Para obter vantagens pessoais, comprometem-se dramaticamente perante as leis de Deus.
De modo geral, dá-se a sensação de que pouco se pensa no amanhã ou na implacável colheita dos actos praticados.
A propósito, o Espírito Emmanuel analisa esse aspecto com extrema lucidez, no livro Fonte Viva (psicografia de Francisco Cândido Xavier) – ou seja:
Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 6:49 pm

Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho recto”.
Emmanuel ainda pondera, na reveladora mensagem, que:
“Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal não sabem o que fazem”.
Posto isto, houvessem todos já compreendido os imperativos da reencarnação, muitos certamente evitariam deslizes tão sérios.
Houvessem buscado a própria espiritualização teriam sido mais cuidadosos em suas atitudes e deliberações na vida.

Por isso, o indivíduo tem e terá sempre o dever de se instruir, começando por devassar as leis cósmicas às quais está submetido, assim como de se integrar à realidade espiritual imanente para o seu próprio bem.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty O Espiritismo e as lives

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 6:33 pm

por Eurípedes Kühl

De tempos em tempos eclodem grandes perturbações terrenas, afectando a todos.
A actual pandemia, por exemplo.
Na história da civilização terrena há registos de inúmeras pandemias, como todas, ceifando a vida de milhões de seres humanos.
Allan Kardec, o codificador da Doutrina dos Espíritos, registou em “O Livro dos Espíritos”, 3ª Parte, informações dos Espíritos elevados, sobre a existência da Lei Natural (Lei de Deus), que ele dividiu em dez “Leis Morais”, abrangendo todas as circunstâncias da vida.
Submetida tal divisão àqueles bondosos Espíritos, foi aprovada, “desde que nada tenha de absoluta”.
Dali foram pinçadas as seguintes informações, sobre as pandemias:
● Questão 737: Por meio dos flagelos destruidores Deus faz a Humanidade progredir mais depressa. (...)
Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize, em alguns anos, o que teria exigido muitos séculos.

● Questão 740: Os flagelos fazem o homem exercitar a inteligência; a resignação ante a vontade de Deus; o ensejo de manifestar abnegação, desinteresse e amor ao próximo;
● Questão 741: Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste e outros.

Obs.: “Peste”, aqui, no conceito antigo da medicina, do tempo de Kardec, significava “pandemia” = enfermidade epidémica amplamente disseminada.

Consequência da pandemia da COVID-19, seguida da proibição de aglomerações, observa-se a eclosão de lives sobre o Espiritismo.(1)
Tais transmissões, na forma, assemelham-se a infinitas outras, dos mais variados temas — sempre pela internet.
Considerável que essa onda de digitalização é muito útil à divulgação doutrinária espírita, e mesmo, que tem origem no Plano Maior (Lei do Progresso), pois, tal propagação, com tamanha e tanta força, decuplica citada divulgação e alcança, ao mesmo tempo, milhares de “assistentes virtuais”.
Realizá-las, ou delas participar, exige equipamentos tecnológicos.
Mesmo alcançando muitos, infelizmente não serão poucos os sem condições de acesso, decorrente de um dos problemas mais intensos de um país pobre, como o Brasil: impossibilidade de atender os cidadãos pobres em suas necessidades básicas.
Esse problema, para nós, espíritas, enquadra-se como característico de programas reencarnatórios em andamento, ofertando a abençoada oportunidade de evolução, quase sempre por quitação de débitos.
Com ou sem pandemia, facto é que a pobreza sobre-existe e provavelmente ainda demandará muito tempo para inexistir.
No tempo actual, quando os protocolos científicos autorizarem a frequência nos C. E., mesmo com menor presença em relação à costumeira, os pobres voltarão a serem atendidos por aquele que, certa vez, Chico Xavier denominou de “Espiritismo caipira”: além de assistirem palestras presencialmente, receberão passes, terão suas águas fluidificadas, “atendimento fraterno”, assistência social (se for o caso), além dos benefícios da convivência pessoal restaurada.
Extinta a pandemia, penso que as lives continuarão, certamente em menor número, com os pobres ainda sem meios de assisti-las, mas restaurados e normalizados os costumes em relação ao C. E..
Os bondosos Espíritos, certamente assistem aos incontáveis espíritas que, com muita dedicação e boa vontade estão e estarão lançando sementes doutrinárias espíritas pelas lives.
Solicitado a estudiosos da Doutrina dos Espíritos, que manifestassem sua opinião sobre o Espiritismo e as incontáveis lives, foram obtidas as seguintes opiniões, sintetizadas:
● Um novo degrau na escada da regeneração planetária está sendo galgado.
Como sempre, em toda continuidade para a construção de uma obra elevada, ajustes são inevitáveis...
● Irreversibilidade: Essa é uma novidade (lives, em particular) que veio neste planeta para ficar, em praticamente todos os portais de comunicação humana;
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 6:34 pm

● Aliás, ao lado das lives (ao vivo), em geral e parelha com elas, as “home office” (escritório em casa) e as “delivery” (entrega) igualmente incrementaram-se, imensamente, havendo não poucas empresas que atestam avanço, em cinco meses de pandemia, o que levaria cinco anos de tentativas programadas para o futuro, antes da COVID-19;
● Os espíritas, incontáveis deles, lançaram-se a promover lives, o que, de um lado, constitui imensa divulgação do Espiritismo, mas de outro, há que ser rigorosa a escolha dos temas, bem como, a apresentação;
● O número de expositores aumentou quantitativamente, ocorrendo alguns casos com detrimento à qualidade da forma e do conteúdo (pureza doutrinária) das exposições.
Por ser novo e tecnológico o procedimento individual, seria de todo conveniente que as Federações Espíritas e os Centros Espíritas (C. E.) se engajassem em ofertar subsídios e sugestões para as exposições, que devem ser e ter formato simples;
● Exposições pela internet exigem, automaticamente, que o expositor tenha bastante segurança e conhecimento do tema a ser exposto;
● A responsabilidade dos expositores espíritas passou a ser substancialmente aumentada, em relação ao que era feito nos (C. E.);
● A formatação das exposições deverá sempre ser aprimorada;
● Dificilmente existirá exposição espírita sem algo da Codificação. Uma primeira sugestão seria a leitura e preparação antecedida de uma consulta às Leis Morais;
● Sugestão é utilizar a Maiêutica de Sócrates:
método filosófico que consiste em serem feitas perguntas e, às respostas, sucessão de mais perguntas.
Sócrates acreditava que ele mesmo não detinha o seu conhecimento filosófico, mas teria uma habilidade de retirar esse conhecimento das outras pessoas (humildade dando o tom...);
● Os egos devem ser amenizados, através de preces, pedindo protecção de Jesus e dos mentores de cada expositor;
● Como as palestras on-line estão demonstrando, o alcance das ideias e reflexões espíritas aumentou e, com isso, está se enraizando forte adesão a essa nova forma de aprendizado;
● A situação actual — com quarentena e isolamento — provoca introspecção em muitas pessoas, particularmente nas que não têm acesso à respectiva tecnologia;
● Pensando nos que não têm ou terão acesso às lives, a sugestão é que os C. E. inaugurem reunião de grupos interessados, para que, sem aglomeração, seja colocado à disposição deles um computador e orientar alguém que ajude os procedimentos, inclusive com divulgação da agenda da exibição; maioria, senão todas, as lives são gravadas e os respectivos vídeos podem ser “pescados” a qualquer hora;
● Sugestão aos C. E. é conseguir livros espíritas a preços baratos e manter permanentemente essa actividade, a partir da colecção dos cinco livros iniciais da Codificação, geralmente em oferta;
● O avanço digital acelerado contrasta com desaceleração no convívio entre os seres humanos.
Como consequência ocorre mudança de hábitos, pensamentos, actos e atitudes;
● As pessoas estão se adaptando à falta de convivência, cada vez mais e com isso a comunicação, antes maioritariamente presencial, passa a ser feita na forma remota; o consumismo e acumulação perdem terreno, freando costumes egoístas;
● Nunca, como agora, na pandemia, a Humanidade esteve tão voltada para a criatividade, com o que a comunicação entre o ser humano, pela internet, evoluiu para um patamar jamais sequer sonhado:
se palestra no C. E., às vezes era realizada uma vez por semana, para 30, 50, 100 ou mais pessoas, agora isso evoluiu para incontáveis exposições, em vários horários diários, alcançando milhares de participantes, conquanto virtuais;
● Se as lives unem por determinado (e restrito) tempo, tantos assistentes, terminada a exposição espírita, tal união se desintegra; mas as sementes foram lançadas, para todos eles...
● Pelas considerações acima é patente que estamos vivendo o ensaio para uma nova era na Humanidade...

Estejamos com Jesus!

[1]Live = ao vivo (transmissões de áudio e vídeo, pela internet).

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Os atributos de Deus e as Leis morais seriam abordagens didácticas de Allan Kardec?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 7:58 pm

por Leonardo Marmo Moreira

(Análise das questões 13, 647 e 648 de “O Livro dos Espíritos”)

A leitura e a interpretação de conceitos doutrinários, em nosso movimento espírita, têm sofrido, pelo menos em alguns sectores, de uma excessiva literalidade.
De facto, muitas vezes as citações das obras de Allan Kardec lembram debates religiosos sobre a Bíblia, os quais podem ser observados em diferentes denominações religiosas.
A menção às passagens kardequianas, frequentemente, tem lembrado as citações de versículos bíblicos, o que pode limitar a compreensão da abrangência das implicações de determinado texto da Codificação.
Nesse sentido, os “atributos de Deus”, os quais são estudados no início da primeira parte de “O Livro dos Espíritos” (OLE) e as “Leis Morais”, que são debatidas na terceira parte de OLE, são textos que merecem especial atenção.
Na discussão sobre Deus, nota-se que Allan Kardec forneceu ao tema uma grande relevância filosófica, a ponto de iniciar as questões de OLE justamente por esse tema.
Trata-se, portanto, de um conceito doutrinário mui importante dentro do arcabouço de princípios da própria Doutrina Espírita.
Por outro lado, Allan Kardec não abordou exaustivamente esse tema.
Longe disso.
O Codificador do Espiritismo percebeu pelas suas próprias reflexões e pela orientação da Falange do Espírito de Verdade que pouco poderia ser avançado, em termos de maiores detalhamentos, no que se refere ao tema Deus.
Sendo assim, o debate entre os Espíritos e Allan Kardec, concernente a esse relevante princípio, restringe-se ao mínimo necessário, como base conceitual para outros princípios fundamentais.
Com isso, Allan Kardec demonstrou, como de praxe, a sua lucidez intelectual, especialmente em se tratando de temas religiosos complexos.
Kardec evitou fazer uma “teologia espírita” precipitada e inconsequente, o que seria uma repetição de erros constantes de textos de religiosos, filósofos e auto-intitulados “teólogos” de todos os tempos na Terra.
De facto, como se costuma dizer frequentemente, a teologia precipitada gera “antropologias” de validade limitada, muito distantes de produzir um mais profundo conhecimento acerca de Deus.
Curiosamente, em vez do Mestre de Lyon ser reconhecido por esse escrúpulo inteligente, Allan Kardec já chegou a ser criticado por esse cuidado.
Neófitos arvorados em reformadores têm buscado uma “teologia mais profunda”, mesmo correndo sérios riscos de gerar erros pueris.
A análise da questão 13 não dá muita margem à dúvida e reforça a percepção de que os chamados “atributos de Deus” constituem uma abordagem inicial, adequada, porém limitada, à nossa compreensão ainda reduzida sobre tema tão vasto e transcendente.
Avaliemos a questão 13 de OLE:
13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, omnipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
R. Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo.
Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita a vossas ideias e sensações, não tem meio de exprimir.
A razão com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já Ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus.
Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.
Discussão semelhante pode ser desenvolvida sobre as chamadas “Leis Morais”, ou seja, as Leis que constituem a terceira parte de OLE.
No primeiro capítulo da terceira parte de OLE, Kardec e a Falange do Espírito de Verdade analisam a chamada “Lei Divina” ou “Lei Natural”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 7:59 pm

Na questão 647, fica evidente que o “Amor ao Próximo” é central na “Lei Divina ou Natural”, mas que existem aspectos que transcendem esse princípio.
Ademais, os Espíritos frisam que princípios muito gerais frequentemente são mal compreendidos, necessitando ser mais bem especificados para cada situação e contexto de vida a fim de que possamos ter directrizes mais claras de comportamento.
647. A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo ensinado por Jesus?
R. Certamente. Esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros.
Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente.
Ademais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei.
Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação. (Grifos meus)
Assim sendo, Kardec na questão 648 propõe dez(10) subdivisões da “Lei Natural ou Divina” e interroga os Espíritos se essa abordagem seria apropriada.
Os Espíritos respondem que sim, mas que não era para considerar tal subdivisão uma classificação “absoluta”.
Portanto, salvo melhor juízo, as subdivisões da “Lei Natural ou Divina”, assim como os “atributos de Deus”, foram propostas elaboradas por Allan Kardec e submetidas à avaliação dos Espíritos como recursos didácticos, sujeitos a certas limitações.
Vejamos o que os Espíritos esclarecem...
648. Que pensais da divisão da lei natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade?
R. Essa divisão da Lei de Deus em dez partes é a de Moisés e de natureza a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial.
Podes, pois, adoptá-la, sem que, por isso, tenha qualquer coisa de absoluta, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja.
A última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual visto que resume todas as outras. (Grifos meus)
Poderíamos supor que, atendendo a fins didácticos, poderiam existir outros subitens da “Lei Divina ou Natural”, não necessariamente apenas dez (10), ou, pelo menos, que cada um desses dez (10) itens poderiam ser decompostos em um variado número de subtópicos.
Também é interessante frisar que os Espíritos colocam claramente a “Lei de Justiça, Amor e Caridade” como superior às demais, ou seja, estabelecem uma espécie de hierarquia de prioridades espirituais.
Eles (a Falange do Espírito de Verdade) explicam que essa Lei constitui um resumo das outras Leis (o que poderia igualmente ser considerada uma discussão a respeito de abordagens didácticas da “Lei Natural ou Divina”) e que a “Lei de Justiça, Amor e Caridade” seria aquela que mais efectivamente levaria à evolução espiritual.
A compreensão dessa realidade, muito mais do que dar maior destaque à genialidade didáctica de Allan Kardec, demonstraria como a estrutura doutrinária do Espiritismo é sólida, mas ao mesmo tempo flexível, ou seja, apresenta as bases fundamentais muito bem consistentes científica e filosoficamente falando, mas sem excluir espaços para o crescimento doutrinário do futuro.
Esse tipo de percepção favoreceria o entendimento do carácter progressivo do Espiritismo e a contribuição que as chamadas “obras subsidiárias” podem fornecer para o desenvolvimento de nossa maturidade doutrinária e espiritual.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Estamos em retrocesso?

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 24, 2021 7:31 pm

por Lillian Rosendo

“Já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim.”- Paulo1

A humanidade caminha e cada indivíduo lida com esse kit: ritmo, velocidade, intenção e objectivo, tendo a liberdade para avançar conforme sua vontade e esforço.
Sabemos que a natureza não dá saltos. Remontando ao passado lembramos que estivemos em momentos mais deploráveis e nebulosos em que a barbárie, os costumes, e as culturas de equívocos de toda a espécie permeavam os pensamentos e actos das criaturas em cada canto do Planeta.
Desvencilhar desta herança do processo natural de evolução atendendo as necessidades de sobrevivência, utilizando o instinto e a intuição como processo de aprendizado, experimentando as sensações que o egoísmo e a fraternidade oferecem durante os milénios de progresso, na condição de caminhante que ignora seu destino, não é tarefa simples.
Qual caminho tomar e como percorrer, existem motivos nada relevantes, mas atraentes, e induzem muitas vezes o ser humano deixar-se levar por outros caminhantes que estão na mesma situação.
E, no caos social, de miséria material e moral, violência de todos os matizes, resta saber se estamos progredindo realmente ou atropelados por situações que nos fogem do controle.
Max Roser, economista da Universidade de Oxford, disponibiliza em seu site gráficos que indicam a nossa melhora nos últimos 200 anos em seis aspectos:
pobreza extrema, educação, alfabetização, democracia, vacinas e mortalidade infantil.
Roser afirmara em uma entrevista ao jornal EL PAÍS que: “as mudanças positivas precisam de muito tempo”, já que as tendências se constroem ao longo de décadas ou mesmo séculos.
Por outro lado, nossa psicologia nos faz dar mais atenção aos eventos negativos, que poderiam ser um perigo.
Além disso, a mídia costuma focar menos nas tendências de longo prazo e mais em acontecimentos, que frequentemente são negativos, como crises económicas, atentados, acidentes…”.
“(...). Não há razão para pensar que essa evolução continuará e que não pode mudar, evidentemente, devemos focar no que continua ruim para tentar melhorar”.
De facto, ver o que está indo bem “nos anima a continuar” e nos faz perceber que podemos contribuir para melhorar as coisas, embora não pareça.
De facto, a principal mudança nos últimos 200 anos é que “nos demos conta de que esses problemas têm solução”.
Há dois séculos “nem mesmo sabíamos que havia um problema”.2
Como o caminhante se move dentro do seu mundo complexo de instintos, sensações, emoções e sentimentos e além, que é compreender este mesmo movimento em seu semelhante, cada um no ritmo que lhe é próprio, mas todos com as repetições de intervalos, podendo recalcular a rota e, por sua vez, terá repetições e intervalos até que se alcance a perfeição, o tempo pode ser intenso ou frágil, isso vai depender de como seu autor decide escolher experienciar.
A doutrina espírita esclarece que não retrocedemos.
Sem a dualidade do bem ou do mal, fomos criados simples e ignorantes3, somos perfectíveis e, durante o percurso, a velocidade é muito lenta.
Principalmente quando retardamos, daí validamos a fala de Jesus “A cada um segundo suas obras”. 4
Os propósitos individuais variam ao infinito, por outro lado esse aumento de tensão muitas vezes não é possível dissimular, revelando em que direcção está o caminhante, e a sua intenção.
A segurança que o ritmo indica na compreensão de sua velocidade norteia os impulsos da intenção e permite vislumbrar o alvo.
Cada um com sua missão árdua e constante se valendo dos intervalos necessários para haurir forças, contando com ferramentas que possibilitam uma viagem segura, que são:
a moral e a intelectual, utilizando-as para o bem-estar íntimo e o bem-estar comum.
É através do conhecimento da verdade que se aproxima de Deus e temos a ponte para esse objectivo, que é o caminho, a verdade e a vida, e, enquanto dispersos na viagem, urge despertar e permitir que o Cristo viva em nós.

Referências bibliográficas:
1 BÍBLIA, Paulo, Gálatas 2:20.
2 Jaime Rubio Hancock. Os gráficos que mostram o avanço espectacular da humanidade nos últimos dois séculos:<clique neste link> Acesso em 08 Nov. 2020.
3 Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos, q. 115.
4 BÍBLIA. Mateus 16:27.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty O egoísmo

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 6:55 pm

por Marcos Paulo de Oliveira Santos

Na obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo XI, intitulado:
Amar o próximo como a si mesmo”, temos o seguinte trecho a respeito do egoísmo:
O egoísmo é a negação da caridade.
Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana.
Digo mais: não haverá segurança.
Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços de família merecerão respeito
”. (KARDEC, 2015, p. 161.)

É estupefaciente o que ocorre no bojo da sociedade brasileira.
A pandemia tem desnudado as nossas misérias ético-morais.
As instituições constantemente em conflito, tensionadas, por comportamentos esdrúxulos daqueles que deveriam ser os seus lídimos gestores e que deveriam conduzir e materializar, com segurança, e calcados nas orientações científicas, as directrizes para se debelar o caos pelo qual passamos.
Observamos, aqui e acolá, pelos mais diversos meios de comunicação, pessoas que se utilizam do “jeitinho brasileiro”, demasiadamente estudado pelas ciências sociais, para furar a fila daqueles que devem receber o imunizante.
Parlamentares, empresários, artistas, que são exemplos para diversas pessoas, aglomeram-se em festas, regadas a toda sorte de excessos, como nada estivesse a acontecer, e deixam clara a mensagem de que “só se vive uma vez” ou de que “essa doença não existe”.
Várias e várias pessoas nas praias, aglomeradas, e, quando questionadas, dizem que “todos vamos morrer”.
Esquecem-se de que elas mesmas podem ser vectores de contaminação assintomáticas a ceifar outras vidas.
Em um comportamento de egoísmo extremo.
Assistimos a pessoas que se sentem incomodadas ao serem questionadas pela ausência do uso da máscara de protecção e que revidam com violência quem as interpela.
Como se elas tivessem o direito de sair a contaminar as demais pessoas.
Observamos jovens aglomerados em festas clandestinas, para satisfazerem os próprios interesses.
A pandemia tem evidenciado também o egoísmo em seu aspecto mais odioso!
Não é possível que continuemos a ter comportamentos tão pífios; sem qualquer sentimento de pertencimento;
de colectividade; de cuidado com o próximo.
Há que se ter compromissos ético-morais com o próximo, ou seja, pensar menos em si e mais no bem comum!
Compreender que a nossa estada na matéria é para aparar arestas; corrigir imperfeições; estreitar laços de afecto; cultivar a prática do bem; enfim, ser uma pessoa cada dia melhor.

Ou compreendemos e aplicamos os ensinamentos do Mestre Jesus, ou permaneceremos um longo período sufocados por graves problemas no plano físico.

Referência:
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB, 2015.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty A parábola do filho pródigo

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 7:14 pm

por Martha Triandafelides Capelotto

Esta parábola, anotada por Lucas no capítulo 15:11 a 32, em brevíssima síntese, diz assim:
um pai tinha dois filhos e o mais novo pediu tudo o que lhe pertencia e partiu para uma terra longínqua e lá desperdiçou tudo, vivendo uma vida dissoluta.
Como começou a passar necessidades, sem ter mesmo o que comer, resolve retornar à casa do pai para pedir guarida.
O pai o recebe com alegria, mandando preparar uma grande festa.
O irmão mais velho, no entanto, recebe o irmão com revolta, indignado com a atitude do pai, dizendo, entre tantas coisas, que ele, que sempre estivera com o pai, nunca havia recebido sequer um cabrito para festejar com os amigos.
Analisada de maneira superficial e, aliás, o foi por muitos líderes religiosos, que a utilizaram para exemplificar como os fiéis deveriam se comportar, ou seja, arrepender-se dos maus actos praticados.
Porém, somente o arrependimento não basta.
Sabemos que a reparação é palavra de ordem e de justiça divina.
Vejamos assim, o significado de alguns dos símbolos que nela se encontram e utilizemos em nosso favor como instrumentos de reflexão:
O pai representa Deus e os dois filhos, a humanidade.
As características desses dois filhos existem na humanidade inteira.
O filho pródigo representa as negatividades do Ego; o filho mais velho representa as Máscaras do Ego.
A Casa do Pai é a essência divina que todos nós somos.
O ego é uma energia densa formada da ignorância que envolve a nossa essência divina e que decorre da simplicidade, da ausência do saber que caracteriza o Ser em seu princípio.
Segundo a mentora Joanna de Ângelis, o Ego... “é herança do primarismo animal, a ser direccionado...”.
Portanto, o ego em si mesmo não é negativo, é simplesmente ignorância a ser gradativamente transformada em nós pelo processo de auto-encontro, caminho através do qual chegamos progressivamente à perfeição.
A fazenda representa todos os bens que Deus nos oferece para evoluir, a começar pelos nossos próprios corpos.
Junto com esses bens, que como bênçãos recebemos, acompanha o livre-arbítrio para usarmos desses recursos como nos aprouver.
A terra longínqua significa o afastamento da Casa do Pai, isto é, dos ideais de espiritualidade e religiosidade.
Como a Casa do Pai representa a Essência Divina, estar em casa guarda a ideia de estarmos em comunhão connosco mesmos em essência.
Na parábola, o pai sabe que o filho está cometendo um equívoco, mas Deus respeita as nossas escolhas e, mesmo sabendo que estamos desviados de suas leis, Ele sabe que cedo ou tarde retornaremos ao seu convívio.
A postura do filho mais velho, de indignação com a volta do irmão mais novo ao lar, representa as máscaras do orgulho, pois parece que ele é o bom filho, cumpridor de suas obrigações, que estava com o pai por amor.
No entanto, retornando o irmão, ele se revela na sua essência, ainda plena de orgulho e de todos os sentimentos que dele derivam, tais como: ciúmes, inveja, cobiça etc.
A postura dele é de pseudo-amor e não de amor.
É o indigno que nem se percebe indigno, pelas máscaras de que se utiliza, assim como tantos em nossa humanidade.
Além disso, a utilização das máscaras do ego leva à martirização e à vitimização.
Assim, essas atitudes do filho mais velho estão perfeitamente enquadradas em muitos de nossos comportamentos, quando nos acreditamos cumpridores de nossas obrigações, mas, não cumpridores dessas obrigações de maneira consciente, em comunhão com o Pai.
O cultivo das máscaras é pior do que vivenciar as negatividades do ego, pois quem se utiliza das máscaras, cultiva a aparência da bondade acreditando ser o que não é, e maior dificuldade tem para retornar ao essencial.

Concluindo, essa parábola representa a trajectória de todos nós, ora agindo como pródigos, ora como servos dedicados somente na aparência.
Até quando?

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Heranças, negócios...

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:02 pm

por Nilton Moreira

É normal darmos importância ao que acontece no âmbito de nosso campo de visão, os chamados acontecimentos físicos, para os quais normalmente estamos preparados para enfrentar.
Mas existem as investidas sorrateiras e invisíveis que acontecem regularmente e não nos damos conta, e que são praticadas pelos nossos irmãos que estão na erraticidade, isto é, aqueles que já retornaram ao plano espiritual.
Somos Espíritos num corpo material perecível e, sendo visíveis, temos a facilidade de ver nosso agressor que também se apresenta da mesma forma, mas quando se trata de agressor invisível, que pode fazer um grande estrago quando nos ataca, promovendo desarmonia principalmente no campo de nossa saúde, é preocupante!
São os denominados inimigos desencarnados, e Jesus, quando orienta a nos reconciliarmos com nosso adversário enquanto temos tempo aqui na Terra, nos dá também a entender das complicações futuras que poderemos enfrentar com os inimigos ocultos, aqueles que estão na erraticidade, que já não estão com o corpo carnal, cujo ódio lhes ainda é pertinente e, com a invisibilidade, nos podem prejudicar, pois que a morte física não lhes causa entrave de modo algum.
Fora da matéria, o obsessor encontra campo hábil para a prática do mal, podendo nos perseguir facilmente, nos intuindo a tomar decisões equivocadas, precipitadas, instigando conflitos familiares que culminam em confrontos trágicos, estragando inclusive negociações, como compras, vendas, heranças etc....
É comum tentarmos fazer determinado negócio e este não prosperar como esperado, ficando evidente que acções de obsessor agem nas conversações.
Mas o êxito dessa modalidade perturbadora só terá sucesso se nossas defesas estiverem debilitadas.
Quando estamos com nossa guarda desprotegida em razão da má condução de nossos actos e atitudes, mesmo que temporariamente, isso facilita a acção dos obsessores.
Em razão da nossa imperfeição deixamos brechas para que sejamos influenciados pelos maldosos que já se foram.
Parece estranho falar-se assim quanto a pessoas que já partiram desta vida, mas continuamos sendo os mesmos após o passamento.
Ninguém fica bonzinho só porque morreu.
Vamos daqui com todas as imperfeições, daí o motivo pelo qual podemos continuar com nosso ódio e concretizar vinganças contra os ditos vivos.
Por isso temos o posicionamento de que penalizar uma pessoa ruim com a morte, a exemplo do que acontece nos finais das novelas, não fará com que o mal cesse.
Só com esclarecimento e colocando Jesus no coração é que haverá evolução, tanto para o perseguidor, como o perseguido.
Que nossa conduta seja fortificada nos princípios ensinados pelo Mestre.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Grave e infelizmente muito comum

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 6:25 pm

por Orson Peter Carrara

Pense comigo no trecho a seguir, em transcrição parcial:
“(...) A obstinação em disputar satisfações egoísticas, entre os companheiros da carne, constitui-lhe deplorável inibição, e os preconceitos ruinosos, os terríveis enganos do sentimento, os pontos de vista pessoais, as opiniões preconcebidas, as paixões desvairadas, os laços enfermiços, as concepções cristalizadas, os propósitos menos dignos, a imaginação intoxicada e os hábitos perniciosos representam fardos enormes que constrangem a alma ao passo vacilante, de atenção voltada para as experiências inferiores. (...)”

Note o leitor que é quase uma lista bem peculiar à nossa condição humana.

Ela está no capítulo 38 do livro Roteiro, de Emmanuel.

Infelizmente tais posturas são verdadeiras barragens que impedem a felicidade, a harmonia, a paz que se busca ou espera-se encontrar.

Tais comportamentos, tão comuns entre nós, impedem que nos libertemos de vícios e condicionamentos alimentados durante décadas e que são as causas de sofrimento, quando na estada que nos aguarda em breve tempo.

Tratemos, pois, de suavizar nosso comportamento, tornando-nos mais facilitadores, mais amenos nos relacionamentos.

Isso reverterá em nosso próprio benefício.

Daí a importância de prestarmos mais atenção ao que está à nossa volta, ao invés de nos iludirmos com tantos apegos dispensáveis...

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Religião, ciência e progresso

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 6:56 pm

por Altamirando Carneiro

É apenas aparente a contradição entre Ciência e Religião.

As descobertas da Ciência em todos os tempos têm proporcionado, em várias ocasiões, que se coloquem, frente a frente, religiosos e cientistas.

Pelas colocações dos representantes das religiões dogmáticas, a impressão que se tem é a de que há uma separação entre a Ciência e a Religião.

Veremos que isto não é verdade.
Remetemos o leitor ao capítulo I de O Evangelho segundo o Espiritismo, intitulado:
Não vim destruir a Lei - item 8, Aliança da Ciência com a Religião.

Veremos que uma e outra são as duas alavancas da inteligência humana.
A Ciência revela as leis do mundo material e a Religião, as leis do mundo moral.

Têm o mesmo princípio: Deus.
Uma não pode estar necessariamente errada e a outra certa, "porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra".

Portanto, a aparente incompatibilidade entre as duas "provém de uma falha de observação e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte.

Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a insegurança".

O avanço da Ciência é marcado pelas suas descobertas.
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec - Lei do Progresso - capítulo 8 da Parte Terceira, Leis Morais, vemos que o homem não pode deter a marcha do progresso, embora possa impedi-lo, algumas vezes.

Na sua marcha evolutiva, o homem tem que progredir sempre, pois regredir, seria negar a lei do progresso.

Na pergunta 779 deste capítulo, Allan Kardec pergunta aos Espíritos:
- O homem traz em si o impulso de progredir ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento?
Os Espíritos respondem:
- O homem se desenvolve naturalmente, mas nem todos progridem do mesmo modo; é assim que os mais avançados ajudam pelo contacto social o progresso dos outros.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Com Deus tudo é mais fácil

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 7:49 pm

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força.
Ele é tudo o que eu sempre preciso. Salmos 73:26
Eu confesso que gostei muito desses Salmos, boa a tradução que fizeram, dando uma conotação da "mente" como espírito, e corpo como acessório dele.
Quem pensa, portanto, não é o cérebro, mas nós, que somos o Espírito, comandante do nosso cérebro e corpo.
O médico André Luiz ensina que os nossos dias falam de como agimos e com quem sintonizamos, e que nossas acções geram atracções físicas e espirituais:
“Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.
Suas leituras definem os seus sentimentos.
Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você tem progredido.
Suas solicitações lançam luz sobre os seus objectivos.
Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo”.
E finaliza o instrutor espiritual:
“Seus dias são marcas no caminho evolutivo.
Não se esqueça de que compactas assembleias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajectória pelos sinais que você está fazendo”. (1)
Em 2021, a obra O Livro dos Espíritos completa 164 anos de sua primeira edição.
Encontramos nela 1.019 verdades para uma vida saudável, confortadora e espiritual, porque para viver em equilíbrio precisamos de respostas.
Mas Kardec não descobriu os Espíritos e o mundo espiritual – nossa verdadeira pátria –, apenas pesquisou, e a ele foi revelado o Deus único, inteligência suprema, causa primária de tudo o que existe, e os Espíritos, sua imortalidade, individualidade e seu mundo, bem como as leis sábias que nos governam a vida.
Lendo e estudando suas questões e respostas, anotamos esses princípios de renovação espiritual para nosso dia a dia:
Ame a si e ao próximo.
Tenha confiança para viver – Deus sempre vai estar com você.
Espere o melhor, porque tudo passa.
Prepare-se para aceitar a vida.
Uma das formas de viver serenamente é o perdão.
Faça oração e meditação diariamente.
Leia o evangelho e obras que espiritualizem.
Realize o evangelho no lar pelo menos uma vez por semana.
Pratique a caridade material, intelectual, moral e espiritual (amor/fraternidade).
Seja humilde, praticando o desligamento material e emocional com amor.
Cultive o conhecimento; ele dá a você poder intelectual e espiritual.
Um amigo de Juiz de Fora, Armando Falconi Filho, autor do livro Perdão gera saúde, publicado pela Editora EME, também descobriu três princípios que levam ao crescimento, e que muito têm me ajudado; são estas revelações:
1 – Tudo o que “eu” alimento, cresce e fortalece.
2 – Minha “energia” flui na direcção da minha atenção.
3 – Não é o que me acontece que me perturba, mas o que eu faço com isto.
Os bons Espíritos aconselham que todos nós devemos viver em torno de Jesus e na presença de Deus e para isso é necessário contribuir com a Sabedoria Divina, não nos esquecendo de que milhões de seres estão à espera de nossa disposição de servir e amar em nome deles.

(1) André Luiz (Chico Xavier) – Agenda Cristã – FEB.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty O modesto Chico e a Nasa

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 7:23 pm

por Fernando Rosemberg Patrocínio

Pelo menos para os bem informados, sabe-se que a Agência Espacial Norte-americana, na segunda feira, dia 26 de outubro de 2020, estivera relatando a descoberta de água no lado iluminado da superfície lunar.
E, isto, como sabemos, 50 anos depois do Homem ter pisado na Lua em 20 de julho de 1969.

E o facto é que, em meados de 1971, no programa Pinga-Fogo, o modesto e tão memorável Chico Xavier, falava, inspirado pelo seu mentor:
Emmanuel, sobre tal avanço da Ciência, e mencionava a presença de Água em solo lunar; o que, para muitos, seria algo pouco crível, pois que a Nasa, até então, nada estivera informando sobre tal.

E, hoje, como vimos, a referida Nasa alega justamente tal possibilidade, o que confirma, cientificamente, os relatos de Chico-Emmanuel no programa Pinga-Fogo.

Ou seja: 50 anos depois, temos a confirmação cabal de tal fato, o que prova, pelo menos, duas coisas:
- A Verdade dos relatos de Chico-Emmanuel, antecipando o futuro de 50 anos à frente, e, pois: a Verdade do Espiritismo.
O que leva, doravante, os críticos do mesmo, ou melhor:
tanto de Chico-Emmanuel como do Espiritismo, a uma correria e a uma mudança, ou mesmo, a uma retirada de seus textos postados na Internet, que, por sua vez, desacreditavam de tal possibilidade, e, inclusive, debochando da dupla:
Chico-Emmanuel, e escrevendo, dentre outras bobagens:
“Água na Lua: Jamais”, e, coisas parecidas, o que denota não só sua precipitação como também sua ignorância do Espiritismo e de tudo o mais no tocante a esta Doutrina, que, como sabemos, trata-se da Terceira Revelação da Lei de Deus:
Doutrina dos Espíritos Superiores, o que implica, de tudo, e, por tudo, no milenar preceito socrático:
“Prudente serás não imaginando saber o que não sabes!”

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Reencarnações compulsórias segundo Allan Kardec

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 7:16 pm

por Hugo Alvarenga Novaes

Vemos em nosso meio, Espíritas com todos os níveis de conhecimento, até oradores nacionalmente famosos mencionarem diversas fontes em que se acham as “reencarnações compulsórias” sem, no entanto, citarem Kardec.
Não querendo ser melhor do que ninguém, aliás, sabemos que estamos longe disso, neste nosso pequeno artigo, apenas lembraremos daquilo que o Emérito Codificador falou em relação a este assunto.
Infelizmente muitos Espíritas são iguais a alguns “biblistas” que afirmam: “não existe a reencarnação porque esta palavra não está na Bíblia.
O mesmo acontece em nosso meio com o termo reencarnação compulsória.
Esses confrades só consideram a Codificação Kardeciana como sendo os cinco livros principais de Kardec, excluindo a Revista Espírita, a qual é uma obra fundamental do insigne francês e que todo verdadeiro Espírita deveria lê-la e estudá-la, pois ela é um manancial de conhecimentos.
Mas voltando ao nosso objectivo mor, quando Kardec pergunta se os Espíritos errantes são felizes ou não, é-lhe respondido que isso depende de suas evoluções e nem sempre lhes é permitido reencarnar como desejam.[1]
Aprendemos que Deus, na sua Infinita Bondade, impõe uma reencarnação para um Espírito recalcitrante, com vistas no próprio benefício deste ser.[2]
Fica claro que quando um Espírito não tem capacidade ou não consegue fazer uma escolha correta, sensata, ele pode ser impelido a reencarnar em um determinado corpo.[3]
Como nos é ensinado, à medida que o Espírito progride, sua liberdade também vai se expandindo.[4]
Já que tanto falamos na Revista Espírita, finalizaremos com três textos que colocaremos abaixo e que foram retirados desse periódico:
Observação – Eis um Espírito que, em razão de sua leviandade e pouco adiantamento, não suspeita da reencarnação.
Quando lhe chegar o momento de retomar uma nova existência, que escolha poderá fazer?
Evidentemente uma escolha em conformidade com seu carácter e com seus hábitos, a fim de gozar e não de expiar, até que seu Espírito se ache bastante desenvolvido para lhe compreender as consequências.
É a história do garoto inexperiente, que se atira aturdidamente a todas as aventuras e que adquire experiência às próprias custas.
Lembremos que, para os Espíritos atrasados, incapazes de fazer uma escolha com conhecimento de causa, há encarnações compulsórias. – A. K.[5]
“[…] Que saibam que nosso Deus, o Deus dos espíritas, não é um tirano cruel e vingativo, que pune um instante de desvario com torturas eternas, mas um pai bom e misericordioso, que vela por seus filhos extraviados com uma solicitude incessante, procurando atraí-los a si por uma série de provas destinadas a lavá-los de todas as máculas.
Não está escrito que Deus não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?[6]
A encarnação é, pois, uma necessidade para o Espírito que, realizando a sua missão providencial, trabalha seu próprio adiantamento pela actividade e pela inteligência, que deve desenvolver, a fim de prover à sua vida e ao seu bem-estar.
Mas a encarnação torna-se uma punição quando o Espírito, não tendo feito o que devia, é constrangido a recomeçar sua tarefa, multiplicando penosas existências corporais por sua própria culpa.
Um estudante não é graduado senão depois de ter passado por todas as classes.[7]
Aquele que foi O BOM SENSO ENCARNADO, só para variar, teve muita felicidade em lembrar o versículo bíblico que diz:
“Deus não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?”[8]
Quando começamos a frequentar um Centro Espírita, ouvimos por um membro mais experiente dessa casa, que os Espíritos são criados simples e ignorantes.[9]
Assim, podemos concluir facilmente que, já passamos um dia por uma ou talvez várias reencarnações compulsórias.

[1] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB, q. 231.
[2] Id. q. 262a.
[3] Id. q. 337.
[4] Id. q. 1004.
[5] KARDEC, A. Revista Espírita, 1862, (PDF), FEB, p. 455.
[6] KARDEC, A. Revista Espírita, 1863, (PDF), FEB, pp. 92-93.
[7] Id. p. 231.
[8] Ezequiel 18,23.
[9] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB, q. 115.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Oração e coragem

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 7:27 pm

por Jane Martins Vilela

“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-á.
Porque todo o que pede recebe; e o que busca, acha; e a quem bate abrir-se-á.
Ou qual de vós, porventura, é o homem que se seu filho lhe pedir pão lhe dará uma pedra?
Ou, porventura, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
Pois, se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas dádivas aos que lhe pedirem...” – Jesus (Mateus, cap.7: 7-11.)
Todos sabemos que a prece é um sustentáculo para a alma, que Deus concede confiança e coragem, paciência e resignação para aquele que ora.
Os sofrimentos que cada um há que passar, para o seu progresso espiritual, acontecerão, muitas vezes amenizados pelo amor que cobre uma multidão de pecados.
Cada um tem o seu quinhão de experiências para viver e progredir.
Muitas são as vezes que temos ouvido de Espíritos bondosos em reuniões mediúnicas que as dores de cada um eram de seu conhecimento antes da encarnação terrena e muito mais havia se combinado passar, mas que foram amenizados os sofrimentos pela escolha e vivência do amor do ser encarnado.
Deus é infinito amor e em seu amor estamos mergulhados.
Nas horas de dor, a prece incendeia o espírito, dá-lhe coragem para caminhar, enquanto tiver que caminhar.
Quando olhamos o passado e vemos a história triste do progresso da humanidade, temos que nos encher de esperança, pois a nossa caminhada actual é muito melhor do que no passado.
Basta ver os relatos de aflições das pessoas miseráveis no livro que tem mesmo esse título, “Os Miseráveis”, obra-prima de Victor Hugo, da França, do século XIX.
Quanto sofrimento, bom Deus!
Estamos realmente muito melhores hoje do que o fomos há cem anos, como nos dizem os Espíritos.
Quanto à oração, encontramos uma página de Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, chamada Oração e Provação, que aqui transcrevemos, na íntegra, para o nosso aproveitamento.
Diz ela:
“A oração não suprime, de imediato, os quadros da provação, mas renova-nos o Espírito, a fim de que venhamos a sublimá-los ou removê-los.
Repara o caminho que a névoa amortalha, quando a noite escura te distancia do sol.
Em cima, nuvens extensas furtam-te aos olhos o painel das estrelas, e, embaixo, espinheiros e precipícios ameaçam-te os pés.
Debalde consultarás a bússola que a treva densa embacia.
Se avanças, é possível que te arrojes na lama de covas escancaradas; se paras, é provável padeças o assalto de traiçoeiros animais...
Faz, porém, pequenina luz e tudo se modifica.
O charco não perde a feição de pântano e a pedra mantém-se por desafio que te adverte na estrada; entretanto, podendo ver, surgirás, transformado e seguro, para seguir à frente, vencendo as armadilhas da sombra e as aperturas da marcha.
Assim também é a oração, nos trilhos da experiência.
Quando a dor te entenebrece os horizontes da alma, subtraindo-te a serenidade e a alegria, tudo parece escuridão envolvente e derrota irremediável, induzindo-te ao desânimo e insuflando-te o desespero; todavia, se ascendes no coração leve flama da prece, fios imponderáveis de confiança, ligam-te o ser à providência divina.
Exteriormente, em torno, o sofrimento não se desfaz da catadura sombria; a morte, ainda e sempre, é o véu de dolorosa separação; a prova é o mesmo teste inquietante e o golpe da expiação continua sendo a luta difícil e inevitável, mas estarás, em ti próprio, plenamente refeito, no imo das próprias forças, com a visão espiritual iluminada por dentro, a fim de que compreendas, acima das tuas dores, o plano sábio da vida, que te ergue dos labirintos do mundo à bênção do amor de Deus”.
Essas palavras de grande beleza de Emmanuel nos mostram a luz que nos incendeia o íntimo nas orações, dando-nos coragem para continuarmos nossa marcha com serenidade, enquanto durarem nossas provações.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 7:27 pm

O mundo inteiro está sendo provado de uma vez só.
Provações individuais, se mesclam às provações colectivas, vividas por todos nessa situação da Covid.
Tudo passa, porém.
Os sofrimentos haverão de passar e um dia só restarão as lembranças.
Esperamos que um aprendizado de amor e resignação, coragem e fé surja dessa situação e que a humanidade esteja melhor.
Estará melhor, sim, porque o progresso é imperioso.
Seremos maiores, após as grandes dores.
Tenhamos coragem, munidos de força pelas orações, na certeza de que Deus vela por nós e que Jesus, o governador espiritual da Terra, cuida de todos nós, seus irmãos!
Que 2021 nos encontre com as forças renovadas no bem e que possamos nos nutrir com a coragem que a oração nos proporciona.
Que Deus nos abençoe também em 2021.
E o fará, com certeza!

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Particularidades do Espírito Santo Trinitário

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 7:20 pm

por José Reis Chaves

Faremos, com o devido respeito, e a exemplo de outros biblistas de todos os tempos, algumas reflexões sobre o Dogma do Espírito Santo Trinitário sob a óptica bíblica.
E há uma evolução inevitável sobre o conceito de Deus, libertando o cristianismo de erros da teologia imatura do passado, imposta pela força e não exposta pela razão, o que se justifica pelo atraso evolucional da humanidade daqueles longínquos tempos dos escritos do Velho e do Novo Testamento.
Mas elogiemos a sinceridade, a boa intenção e a boa-fé dos teólogos daqueles tempos tão carentes dos recursos que, hoje, temos para o estudo sobre Deus, a Filosofia, a Ciência e a Teologia.
Os escritos bíblicos têm erros que não podemos atribuir a Deus, os quais, inclusive, receberam influência da mitologia, que era como se fosse parte da filosofia e da Ciência daquelas épocas.
E não podemos dizer literalmente que a Bíblia é a palavra de Deus, mas, sim, sobre Deus.
Um exemplo de mitologia na Bíblia é que a palavra grega ‘logos’ significa também demiurgo na mitologia greco-romana, o qual era o intermediário entre os deuses e a humanidade.
E João Evangelista chamou Jesus de ‘Logos’, que é também o intermediário entre Deus e os homens.
“Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1Timóteo 2:5).
A instituição da Santíssima Trindade começou com a divinização de Jesus no Concílio Ecuménico de Niceia (325).
E conforme as Trindades Pagãs, faltava ainda um terceiro deus para a Cristã igualar-se a elas.
E, então, o Espírito Santo de são Paulo:
“Por acaso não sabeis vós que vosso corpo é templo do Espírito Santo (é melhor tradução: “dum” espírito santo...” (1 Coríntios 6: 19), que é uma espécie de substantivo ‘colectivo’ de todos os Espíritos humanos, foi interpretado pelos teólogos como sendo aquele do Dogma da Terceira Pessoa Trinitária. No início, houve muita confusão sobre essa questão.
Ora diziam “o Espírito Santo”, ora “um espírito santo” de alguém (Ver os textos bíblicos em grego traduzidos para o português entre parênteses).
E são Jerónimo preferia dizer “um espírito bom”.
Mas o Espírito Santo do Dogma Trinitário foi tanto divulgado que ele ficou até mais conhecido e mais falado do que o próprio Santo Espírito do Deus único, Pai de Jesus e de todos nós.
E aqui surge uma pergunta: qual dos dois é o mais importante:
o ‘colectivo’ de Paulo da Terceira Pessoa Trinitária, muito falado nas preces e rituais, e que foi declarado pelo Dogma ser também Deus e que habita em nosso corpo como sendo a nossa alma ou centelha divina, o qual, pois, representa toda a humanidade, ou seria o Espírito Santo de Deus Pai?
Creio que Deus Pai é o mais importante.
E isso não é blasfémia!

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Geley: muito além de seu tempo

Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 7:21 pm

por Ricardo Baesso de Oliveira

Uma obra de excelente qualidade e ignorada por grande parte dos espíritas é o livro Resumo da Doutrina espírita, de Gustavo Geley, disponível em pdf.
Geley foi um médico francês, reconhecidamente espírita, morto em 1924.
Foi presidente do Instituto Metapsíquico Internacional e fundador da famosa Revue Metapsychique.
O livro citado foi escrito em 1898 e é de uma actualidade impressionante.
Faz referência à lei de causa e efeito com uma lucidez notável, propondo o termo justiça imanente; amplia a questão filosófica relacionada ao esquecimento reencarnatório do passado; condena qualquer forma de prazer que prejudica outra pessoa; se posiciona firmemente contra os preconceitos; apresenta uma ideia profunda de evolução solidária; propõe uma ética ante os animais que se antecipa em cerca de um século ao pensamento contemporâneo e comenta que muito mais importante que deter grande soma de informações é aprender a pensar.
Seguem abaixo alguns de seus pensamentos extraídos dessa obra:
Somos recompensados ou punidos, não pelo que fizemos, mas porque fizemos.
***
Em geral, a justiça imanente começa a manifestar-se no próprio lapso de uma existência terrestre, tomada isoladamente; mas, nesse caso, é muito raro que ela seja verdadeiramente equitativa; encarada de forma tão restrita, parece quase sempre falível e verdadeiramente desproporcionada.
Pelo contrário, numa série suficientemente grande de encarnações, torna-se perfeita, matematicamente perfeita, visto que as contingências felizes ou infelizes são compensadas e apenas resta, como resultado indubitável, o produto do nosso comportamento.
***
As suas consequências práticas [da reencarnação] são fáceis de conceber.
Antes de tudo, ela impõe o trabalho e o esforço; não o esforço isolado, a luta pela vida egoísta, mas o esforço solidário, porque tudo o que favorece ou retarda a evolução de outrem e a evolução geral favorece ou retarda a evolução de qualquer membro da colectividade.
Os sentimentos baixos e inferiores, como o ódio, o espírito de vingança, o egoísmo e a inveja, são incompatíveis com esta noção de evolução solidária e de justiça imanente.
O reencarnacionista elevado evitará muito naturalmente prejudicar quem quer que seja, auxiliando a todos na medida de suas posses.
***
Há uma derradeira consequência que se deduz da doutrina espírita: a noção de certos deveres do homem para com os animais.
Se é certo que o homem tem passado pelos organismos inferiores e que os animais estão destinados, um dia, a fazer parte da humanidade, todos nós temos o dever de auxiliar o cumprimento dessa lei natural, evitando tudo o que possa contrariá-la.
É preciso, pois, que desprezemos os prazeres cruéis, a expensas dos animais.
Devemos evitar-lhes todos os sofrimentos inúteis, não lhes dando morte sem necessidade absoluta de os sacrificar; finalmente, os animais domésticos devem ser tratados com doçura e sincero carinho.
***
O mal não é necessariamente a sanção do passado; pelo contrário, no actual estado evolutivo, é a consequência do nível inferior geral desse mesmo estado.
Para os reencarnacionistas, seria enorme falta de lógica ver, sistematicamente, no sofrimento de qualquer ser, a consequência de actos anteriores.
O que se pode afirmar é que a sanção verdadeira, a da justiça imanente, é sempre rigorosamente proporcional ao grau de livre-arbítrio, isto é, ao nível de elevação intelectual e moral do ser.
***
Nada distingue essencialmente o homem dos animais e a ideia de uma alma reservada ao homem é cientificamente insustentável.
Evidentemente, a “imortalidade” não poderia ter começado em uma fase particular da evolução: a da aparição do género humano.
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 7:21 pm

O processo de encarnação e desencarnação não é privilégio do homem; é a consequência de uma lei natural e geral, abrangendo tudo o que pensa, tudo o que vive, tudo o que é.
***
É possível que exista a hereditariedade psíquica; mas, se assim for, deve ser consequência muito atenuada da hereditariedade física.
Na realidade, o carácter e as faculdades que o indivíduo traz ao nascer constituem o somatório da sua própria evolução.
Desde então, compreende-se o motivo pelo qual as faculdades e as ideias inatas podem às vezes manifestar-se muito cedo, mesmo antes do completo desenvolvimento do órgão cerebral.
***
Um reencarnacionista elevado já não admite as divisões fictícias da humanidade e só vê nelas manifestações de civilização rudimentar destinadas a desaparecer.
Para ele, o mal é, como já disse, o resultado da inferioridade evolutiva geral dos seres e dos mundos.
Assim, em toda a parte que lhe seja possível, esforçar-se-á por suprimir ou atenuar o mal.
O reencarnacionista primitivo, pelo contrário, tirará da sua doutrina conclusão diferente, isto é, julgará que, se tal homem ou grupo de homens sofrem, em virtude de condições políticas e sociais defeituosas ou de qualquer outra provação, será devido unicamente a faltas cometidas em existências anteriores e não procurará extinguir essa situação dolorosa, considerada por ele como castigo merecido, inevitável e útil.
***
O conhecimento das vidas sucessivas, nas mais diversas condições, levará ao mais profundo desprezo pelas divisões fictícias da sociedade e à desaparição completa dos preconceitos de casta, de religião, de raças e de fronteiras.
***
Evitará, portanto, os excessos de fadiga, os perigos inúteis e o suicídio.
O ser não deverá repelir jamais os prazeres da existência terrestre, nem os deve considerar como “pecados”.
Simplesmente, nunca esquecerá que só os prazeres elevados da inteligência são úteis ao seu aperfeiçoamento, que gozos puramente sensuais são apanágio dos seres inferiores, acompanhados muitas vezes de desilusões e dores, e que podem, em certo grau, atrasar a sua evolução.
Pensará, sobretudo, que deve renunciar a qualquer prazer que possa causar dano a outrem.
***
O que importa é aumentar a nossa capacidade intelectual e não conhecer muitas coisas.
O que se aprende é menos importante em si, do que pelo exercício intelectual que nos facilita a ampliação dos nossos conhecimentos sucessivos.
***
No mundo há muito menos culpabilidade do que ignorância.
***
A moral nova constituirá uma verdadeira ciência, cujos princípios serão rigorosamente deduzidos dos conhecimentos adquiridos acerca do nosso destino e, como tal, a sua influência será enorme.
Mas, também como tal, a nova moral sacrificará implacavelmente todo o conjunto de preconceitos, de obrigações fictícias, de restrições inúteis que deprimem a moral tradicional e que os homens parecem ter acumulado gostosamente para se atormentarem uns aos outros.
***
Tal esquecimento [o do passado reencarnatório] é verdadeiramente necessário para nós, pois nos permite, não só o desenvolvimento noutros meios, como também a execução de trabalhos diferentes dos que antes havíamos realizado.
Esse esquecimento ainda nos permite não ser molestados nem solicitados por recordações penosas, comparações deprimentes, amizades e rancores passados.
Ele é indispensável, a fim de evitar a tendência rotineira de ocupações iguais, afastar-nos dos hábitos adquiridos e favorecer e activar a nossa evolução.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Não se tratava de pleonasmo

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 6:54 pm

por Rogério Coelho

Para receber a palavra divina é necessário apresentar o coração vazio de resíduos da Terra
“E Ele lhes disse: como não entendeis ainda?”
- Jesus. (Mc., 8:21).

Misoneísta por excelência, a humanidade tem sido contumaz na atitude de fazer ouvidos moucos a todo factor ou a qualquer situação que, de uma forma ou de outra, venha desalojá-la de sua ancestral quão funesta acomodação.
Assim, vão se forjando as paralisantes tradições na esteira do tempo, e as criaturas não se sentem motivadas a se emanciparem do círculo vicioso que as conservam limitadas entre as inexpugnáveis e cerceantes muralhas da mesmice...
Profundo conhecedor das humanas limitações, Jesus não estava Se valendo de pleonasmos nas expressões neotestamentárias, quando Se referia[1] a “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”.
Sua intenção outra não era senão chamar a atenção de Seus ouvintes.
Era como se dissesse: “prestem atenção!”; “o que eu vou lhes dizer agora é importante para suas vidas!”; “fiquem atentos!”; “não deixem passar esta oportunidade de aprendizado!...”.
Tal, também, o sentido de Sua frase inúmeras vezes repetida: “em verdade, em verdade vos digo...”
Até mesmo os próprios integrantes do Colégio Apostólico não conseguiam, algumas vezes, alcançar o sentido de muitas palavras Suas.
Só mais tarde é que iriam compreendê-las, excepto aqueloutros ensinamentos que ficariam sob o encargo do outro Consolador revelar, bem mais tarde...
Na verdade, hodiernamente, entender, nós já entendemos.
O difícil é transportar o “discurso” teórico para o “curso” prático de nossas vidas.
Como temos lá as nossas dificuldades, as nossas idiossincrasias e nossos sofismas, vamos continuando a nos fazer de desentendidos.
É assim que ainda nos damos ao luxo de conservar comburentes mágoas em nosso coração, quando Ele ensinou que devemos levar as expressões do vero amor até mesmo aos nossos mais ferrenhos inimigos.
Muitas vezes Jesus perguntou aos Seus boquiabertos ouvintes: “por que não me entendeis?”[2]
Ante tão directo questionamento de Jesus, Emmanuel elucida[3]:
“a linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha...
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos; emprestar sem exigir devolução; desculpar incessantemente; amar os próprios adversários; ajudar aos caluniadores e aos maus...
Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.
Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque utilizam a força mental em outros sectores.
Crêem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.
A preocupação da posse lhes absorve a existência...
Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca reflectem na transitoriedade de todos os patrimónios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz para engrandecimento do espírito eterno.
Registam os chamamentos do Cristo, todavia algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.
Percebem, mas não ouvem. Informam-se, mas não entendem.
Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitável com o equipamento, porém, ocupado em actividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-Lhe, em espírito e verdade, a palavra divina”.
Também comentou com muita precisão o nosso irmão Martins Peralva[4]:
“ante a realidade do túmulo vazio, situado nos generosos domínios de José de Arimateia, as mulheres que tinham vindo da Galileia se lembraram das palavras de Jesus, acerca da ressurreição no terceiro dia...
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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS V

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 6:54 pm

Enquanto o Senhor estava com elas, com os discípulos e o povo, que Lhe desfrutavam a presença sublime, não Lhe conseguiam guardar os ensinos, pois Lhe esqueciam as lições, claras algumas vezes, noutras ocasiões ocultas sob o véu da alegoria e das parábolas.
Ouviam, mas não guardavam.
Registavam a suave ressonância do Seu verbo luminoso, mas não Lhe absorviam o conteúdo divino e eterno.
Inúmeras vezes, conforme descrevem os Evangelistas, confundem os Seus ensinamentos, dando-lhes interpretações em desacordo com o real sentido deles.
O mesmo fenómeno se verifica com referência às mensagens que a Espiritualidade Superior nos está enviando, em sucessivas ondas de luz e amor, numa demonstração de que as comportas celestes continuam abertas de par em par.
Jesus retornou ao mundo para educar e salvar, para consolar e esclarecer.
Trouxe-nos, de novo, fartas messes, que nos compete assimilar e reter, ouvir e guardar...
Lições em torno da fraternidade, para que o amor se expanda; incentivos ao estudo nobre, para que a cultura dignifique e eleve a criatura humana; exortações à indulgência, para que a compreensão e o respeito favoreçam a convivência harmoniosa; valiosos conceitos sobre o perdão, para que se não adube a sementeira do ódio; incessantes alvitres à reforma íntima, em consecutivas efusões de luz e misericórdia, enlevam-nos o coração comovido, sempre que as mensagens surgem, aqui e alhures...
Ao suave impulso da palavra do Alto, indefinível paz invade-nos a alma, trazendo-nos a confortadora certeza da presença do Mestre no santuário da nossa cons­ciência.
Todavia, obediência e fraternidade, estudo e indulgência, perdão e esforço renovador são, ainda, os “grandes ausentes” da nossa caminhada.
Mais tarde, contudo, quando se der o inevitável re­torno de nossos Espíritos aos planos subjectivos, pela desencarnação, lembrar-nos-emos, surpresos ou desola­dos, das palavras desses abnegados instrutores...
A mensagem renovadora é tão necessária ao Espírito imortal como o pão diário ao corpo transitório.
É imprescindível, contudo, não só assimilar e reter, ouvir e entender, mas, sobretudo, guardar e viver o que o Céu tem enviado, com tamanha prodigalidade, mercê de instrumentos mediúnicos devotados e seguros.
Guardar o ensino, exemplificando-o, constitui, em verdade, garantia de aproveitamento e iluminação, agora e sempre, hoje e amanhã...”

[1] - Mt., 11:15.
[2] - Jó., 8:43.
[3] - XAVIER, F. Cândido. Fonte Viva. 10. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 48.
[4] - PERALVA, Martins. Estudando o Evangelho. 3. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1975, cap. 39.

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ARTIGOS DIVERSOS V - Página 4 Empty Quando a mudança pode significar uma tortura

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 7:15 pm

por Cláudio Bueno da Silva

Observa-se a dificuldade das pessoas para cumprir os protocolos em relação à pandemia do Covid-19.
Se muitas o fizeram no início da calamidade, com o passar dos meses foram perdendo a disciplina, e o que era medo virou afrontamento social, principalmente no Brasil, o que fez piorar a situação já grave.
Pode-se dizer que uma parcela da população se lança à sorte (ou à morte), tentando demonstrar que “esse vírus” não é capaz de alterar indefinidamente a rotina da sua vida.
Convive com os equívocos e mentiras circulantes sem nenhuma reflexão, o que torna quase impossível o acatamento dos conselhos da ciência, e não dá a mínima chance ao bom senso.
É certo que as tantas situações que permeiam o convívio entre as pessoas tornam difícil criar um modelo fixo de comportamento para todos.
Mas, convenhamos, coisas simples que não exigem tanto sacrifício de cada um estão sendo sistematicamente desrespeitadas: o uso de máscara protectora que causa nada além de um leve desconforto; o distanciamento preventivo nos contactos presenciais inevitáveis; as aglomerações que se formam para pretenso lazer e distracção; os ajuntamentos desnecessários e às vezes até provocativos, tudo isso poderia ser observado com um pouco mais de renúncia e paciência, inteligência e boa vontade.
Estamos falando de uma grave pandemia global, altamente transmissível, que mata, e, se não mata, pode deixar sequelas.
Isso, no meu ponto de vista, deveria ser motivo suficiente para criar um forte movimento em defesa da vida, cada um colaborando com o que lhe fosse possível. Mas infelizmente não tem sido bem assim.
Se cumprir algumas regras sociais e alguns cuidados sanitários de relativo incómodo se torna difícil para tanta gente – fazendo um paralelo comportamental –, o que dizer então das mudanças profundas e de grande esforço moral que o homem precisa e terá que fazer para o seu próprio bem?
Se há enorme dificuldade com o simples, o que se dará com o complexo?
Há um pensamento da escritora espírita espanhola Amália Domingo Soler que nos ajuda a reflectir sobre as dificuldades do homem em relação às mudanças.
Ela diz: “O estudo do Espiritismo vem indubitavelmente destruir a paz de algumas existências que se deslizam na languidez” (1).
Essa reflexão traduz a inquietação, o incómodo e o medo que as mudanças provocam nas pessoas que não querem mudar.
A reacção contrária às mudanças é tão forte, que buscar conhecimento novo e libertador pode representar uma tortura.
Estudar o Espiritismo, por exemplo, e ser convocado à transformação moral inevitável é muito penoso para aquele que está satisfeito com a sua vida egoísta e medíocre.
É como se visse “sua paz” ameaçada.
Uma longa e pedregosa estrada aguarda a travessia do homem cínico, cheio de revolta e acomodação.
A humanidade tem recebido tanta ajuda do Alto que, em vista disso, deveria ser, já, mais responsável e amorosa, mais grata e solidária.
No caso da pandemia, acatar normas e regras por um tempo indeterminado é, para muitos, privar-se de prazer e ter que mudar de hábitos.
O caso é que, fincar o pé na ignorância contra as determinações da ciência médica, não beneficia a ninguém e prejudica a todos.

(1) Amália Domingo Soler, Contos espíritas, Madras-USE, 2004.

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