NOSSO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL no plano espiritual - Raimundo Nonato Melo

NOSSO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL no plano espiritual

PREFÁCIO
Sinto-me honrado por apresentar esta nova obra do nosso irmão escritor Raimundo Nonato Melo, o qual já se destacou no meio espírita dos estados do Ceará, Paraíba Pará e São Paulo, com suas publicações anteriores.
Acatei a solicitação para afirmar a utilidade do presente trabalho ratificando que as pesquisas realizadas são marcantes na actualidade, e nelas o espírita dedicado ao profundo conhecimento da doutrina observará sua realidade.
Toda obra do autor tem como característica a seriedade e esta não foge à regra, exige também um mergulho na essência científica das leis de causa e efeito.
Desperta o leitor para o interesse dos julgamentos a fim de analisar as consequências sofridas em virtude de pertencermos a um planeta de provas e expiação tendo meta principal a evolução espiritual.
Vasculhando o caminho percorrido por nosso irmão temos a citar que é natural do Piauí, desembarcou em terras cearenses em 1949 por meio de sua carreira militar.
Casado, pai de cinco filhos que geraram dezoito netos e uma bisneta.
Atentou para os estudos espíritas nos idos de 1970 assumindo desde então o trabalho árduo e testemunho de fé.
Adquiriu diploma em técnica de contabilidade e conquistou anteriormente o título de Mestre Maçom.
Actualmente é militar da reserva do Exército Brasileiro, no posto de Oficial.
Procurou dedicar-se quase que integralmente ao Espiritismo, sendo hoje um dos dirigentes do Centro Espírita Pedro o Apóstolo, tendo ocupado várias funções, sempre honrando o nome de espírita com dignidade.

Publicou os seguintes livros:
a) - Memórias de Raimundo Nonato Melo;
b) - Verdade nua e crua;
c) - O caminho espiritual pesquisado; e,
d) - O homem predestinado - romance.

O livro ”O caminho espiritual pesquisado”, contém 51 capítulos e 192 páginas, em que é expressado um vasto conteúdo espiritual testemunhado por pessoas idóneas que conhecem o espiritismo.
Aconselho a sua leitura especialmente para aqueles que estão ingressando na doutrina espírita.
Caros espíritas e directores do CEPAJ, o nosso júbilo é grande, em termos em nossa casa de oração dois escritores:
Raimundo Nonato Melo, nosso conhecido director e amigo, o outro o então António Izaias de Jesus, jornalista e poeta, grande defensor da doutrina que nos honrou como director em tempos idos e na décadas de 50 foi eleito presidente, porém não assumiu por motivos de saúde.
Aproveito a crónica de nosso Jornal - O AMANHECER, mês de junho/95, escrita por Lila, digo queira Deus que os livros citados acima se encontrem situados e brilhando na Biblioteca Espiritual, como mérito pelo ideal e empenho dispensado por ambos

Fortaleza, 29 de agosto de 1995
António Nunes

SUMÁRIO
Capitulo I - A doutrina Espírita prega que somos criaturas criadas por Deus
Capítulo II - O primeiro expurgo da humanidade
Capítulo III - o terceiro expurgo da humanidade
Capítulo IV - Quando começa o 3º expurgo?
Capítulo V - O que é anjo da guarda?
Capítulo VI - Como se verifica nosso julgamento no Plano espiritual
Capítulo VII - Como se verifica nosso julgamento no plano espiritual - continuação -
Capítulo VIII - Como se verifica nosso julgamento no plano espiritual - continuação -
Capítulo IX - Jesus conforta seus discípulos
Capítulo X - O que é Religião?
Capítulo XI - Reforma íntima para vida futura
Capítulo XII - O que é o Espiritismo codificado por Alan Kardec?
Capítulo XIII - O que é o Espiritismo codificado por Alan Kardec?
Capítulo XIV - Esperança e fé oferecida pelo Espiritismo
Capítulo XV - O Centro Espírita como refúgio
Capítulo XVI - Morte Provisória
Capítulo XVII - Como o Perispírito se liga ao corpo humano
Capítulo XVIlI - As moradas na casa de meus Pai
Capítulo XIX - O amor fraternal sem hipocrisia
Capítulo XX - A justiça da Reencarnação
Capítulo XXI - O profeta João Evangelista ainda vive?...
Capítulo XXII - Como surgiram o Planeta Terra e os seus habitantes
Capítulo XXIII - Transformação do Planeta Terra
Capítulo XXIV - A vinda dos capelinos ao Planeta Terra
Capítulo XXV - Os quatro povos principais, primitivos
Capítulo XXVI - Como foi profetizada a vinda do Messias
Capítulo XXVII - Alguns acontecimentos na Palestina por ocasião do nascimento de Jesus
Capítulo XXVIII - O encontro de Jesus com um proeminente doutor da lei
Capítulo XXIX - A paz e a graça de Jesus
Capítulo XXX - Cristo é a nossa meta
Capítulo XXXI - Origem e natureza dos Espíritos e sua classificação
Capítulo XXXII - O que é renascimento
Capítulo XXXIII - O que é a fé e como deve ser encarada200
Capítulo XXXIV - Formação do nosso perispírito
Capítulo XXXV - A procura de Deus
Capítulo XXXVI- Biografia de Raimundo Nonato Melo

APRESENTAÇÃO
Escrevendo mais esta obra, ’’Nosso Julgamento pelo Tribunal no Plano Espiritual”, esperamos que os prezados leitores saibam compreender o alcance do mesmo e a boa vontade que tivemos de demonstrar às pessoas espíritas e não espíritas o que realmente foi profetizado por eminentes profetas, e que está previsto para ocorrer no terceiro milénio, como tive o cuidado de colocar no rodapé de cada página, onde foi colhida a informação, citando as obras que publicaram referido assunto.
Devo esclarecer que os assuntos aqui tratados não foram psicografados ou psicofonizados directamente de nenhum espírito, foram assim pesquisados em várias obras.
Espero avaliar através deste humilde trabalho até que ponto pode chegar a minha coragem para enfrentar ilustres críticos da literatura brasileira.
Em consequência, a presente obra é apenas modesta contribuição ou pálida homenagem e ao generoso labor de tantos homens, que se consomem na exigência humana, no sentido de divulgar os valores transcendentais e morais da Doutrina Espírita.
Não alimentamos a presunção de transmitir-vos novidades, além do que foi dito, apenas tentamos relembrar rápidos assuntos do Espiritismo, esse fluxo gerador que me consola.
Eu não tenho dúvidas, porque a grande sabedoria do Mestre Jesus sempre tem sido luz que me ilumina para trilhar o Caminho da Verdade; como garantia de um ideal cristão, há de predominar um dia na Terra.
Embora saibamos por fonte fidedigna e demonstrada, que a época em que vivemos é de violência, pois ela campeia em quase todos os países do mundo.
Segundo o que pregou o nosso insigne Mestre Jesus.
Com o advento do Consolador Prometido, o Espiritismo é o complemento indiscutível do verdadeiro Cristianismo, cuja proclamação é destituída de:
ídolos, Hierarquia Sacerdotal; Liturgia ou Dogmas; e o seu êxito é inegável e implacável, porque a sua actuação no mundo, além do seu disciplinamento pelos seus adeptos encarnados também, administrativa pelas organizações avançadas de espíritos desencarnados que presidem ao evento espírita no vosso mundo sob a égide de Jesus, o Governador Espiritual da Terra.

O AUTOR

CAPÍTULO I - A Doutrina Espírita prega que somos criaturas criadas por Deus
E Deus não quer que nenhum de nós se perca, pois nos é permitida a reencarnação, como recurso para o nosso aperfeiçoamento; pois é uma oportunidade que nos é oferecida, e ao mesmo tempo, um meio de diminuirmos nossos débitos do pretérito, pois em cada encarnação vamos diminuindo nossas dívidas, diante das provas que nos são apresentadas e a que somos submetidos.
Pois seria impossível pagarmos todos os nossos débitos do pretérito e do presente numa só existência, quando nós temos certeza, que durante uma existência, embora dure 100 anos é impossível pagarmos tudo, quando nós durante este período contraímos outros débitos.
E mesmo Jesus foi claro e preciso quando disse, que nós não deixaríamos o planeta Terra, enquanto não pagarmos o último centil.
Portanto será de encarnação em encarnação que vamos amortizando nossas faltas do pretérito e vamos procurando praticar no presente a caridade, que é base fundamental de nossa doutrina, porque devemos nos espelharmos no que diz a Epístola de São Paulo aos Coríntios, para podermos chegar à perfeição de que ensina o Evangelho Segundo Espiritismo.
É preciso que se diga que o Jesus que nós pregamos e seguimos, o que ele nos ensinou é o amor a tolerância e a compassividade; e não um Deus austero, temerário e cheio de ira, como muitos pregam e lançam os seus pensamentos.
A reencarnação era pregada desde os primórdios da criação, e o cristianismo continuou com a mesma pregação, somente por ocasião do Concilio de Nices no ano 325, da era Cristã, quando o Imperador Constantino, rodeou o Concílio com seus exércitos e impôs que o Bispo de Roma fosse considerado superior aos demais bispos, inclusive ao de Jerusalém.
Esse mesmo Congresso também decretou que, a partir daquela data, não mais haveria reencarnação, e foi totalmente renegada.
E daquela data para cá, o catolicismo e protestantismo, renegaram essa verdade.
E sem a reencarnação, toma-se muito difícil, se não impossível, entendermos o Evangelho.
Em 1518, o Papa Leão X, cuja vida mundana, impressionava desagradavelmente os espíritos sinceros religiosos, sob sua direcção, criara-se o célebre “LIVRO DAS TAXAS SAGRADAS CHANCELARIA E DAS SAGRADAS PENITENCIÁRIA APOSTÓLICA”, onde se encontrava estipulado o preço de absolvição para todos os pecados e para todos os adultérios, inclusive os crimes mais hediondos.
Tal rebaixamento da dignidade eclesiástica, ambientaram as pregações de Lutero e seus companheiros de apostolado, e de nada valeram as perseguições e ameaças ao eminente frade Agostiniano.
A verdade, contudo, é que o humilde filho de Eislebem tomara-se órgão de repulsa geral, dos abusos da Igreja Católica no capítulo da “Imposição dogmática e da extorsão pecuniária” o facto é que no século XVI as figuras de Lutero fundou na Alemanha a religião Luterana, Lutero, Calvino, Melanghto e outros vultos notáveis da reforma religiosa na Europa Central e nos países baixos, tanto isto é certo, que quando frade Lutero, não se conformando juntamente com seus companheiros, com aquela imposição da Igreja Católica, resolveram o seguinte:
Lutero fundou na Alemanha a religião Luterana; Calvino fundou na Escócia o Calvinismo; Erasmo fundou na França a Presbiteriana e Melanchton, fundou na Suíça, a religião baptista, e daí foram surgindo com ramificações, outra série de religiões denominada de protestante, quer dizer, que as pessoas não se conformando com certos dogmas impostos pela direcção da seita, deixam aquela, e fundam a sua própria religião.
Aqui em Fortaleza-CE nós temos um exemplo:
o Pastor da Religião de nome IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS, cometeu umas irregularidades, não aceitando a disciplina da igreja protestante resolveu fundar a sua própria religião com a denominação de Espírito Santo dos Nossos Dias, com matriz em Fortaleza e ramificações em outros Estados do Nordeste; razão porque existe actualmente no mundo mais ou menos 700 religiões oficiais, e não oficiais 500 e tantas, e um total geral de 1.200 religiões, e a maioria delas diz-se basear-se no cristianismo, usando a Bíblia como base fundamental de sua doutrinação.

E todos os seus seguidores acham que aquela religião, em que ele se filiou, é a única certa, as demais estão erradas.
Os espíritas afirmam que as pessoas que assim pensam estão completamente equivocadas, assim pensando se tomam egoístas, pois não é uma religião, por mais pura que seja, não salva ninguém, apenas orienta e encaminha a pessoa para um encontro com Deus, mas isto só acontecerá se a criatura tiver convicção religiosa para integrar-se na mesma, caso contrário servirá apenas de um burilamento social e nada mais.
Nós conhecemos muitas pessoas, que se dizem religiosas, mas infelizmente, a religião que se filiou é seguida apenas de fachada não entrou nele a criatura que aceita com fé e convicção uma crença religiosa deve fazê-la com fé repito, pois só assim poderá produzir uma certa mudança, na sua vida, transformando para melhor, os seus hábitos inconvenientes.
O apóstolo São Paulo disse e demonstrou que fora da caridade não há salvação, e não fora do Catolicismo, do Protestantismo, do Espiritismo, do Budismo, ou de outra qualquer religião, etc.
Pois a religião como já disse acima, é um caminho espiritual que serve para renovação da própria criatura, do próprio crente, que segue aquele caminho de rectificação do próprio “Ego” da evolução do próprio espírito, para os altiplanos superiores.
Tendo pois o Cristianismo, no ano 325, negado a encarnação, como já foi dito acima, e todas as religiões cristãs, são baseadas no cristianismo e só muito depois, foi que começou a surgir as religiões protestantes e outras quando começou a proliferação religiosa.
Portanto está claro e evidente que as religiões que apareceram depois do ano 325 da era cristã, neguem a encarnação e entre elas, estão incluídas os protestantes.
As religiões que existiam antes da vinda de Cristo, não neguem a encarnação, como temos o Budismo e outras.

CAPÍTULO II - O primeiro expurgo da humanidade
Embora que o Espiritismo só tenha sido divulgado ou melhor desamordaçado, pelo nosso irmão Allan Kardec, no ano de 1857, nós os espíritas temos provas irrefutáveis de sua existência desde o começo da criação da humanidade.
Podemos ver que quando se realizava a psicofonia usada por Moisés no começo da criação, quando conduzia o seu povo no deserto para terra prometida e no momento de aflição, quando esse povo se revoltava, Moisés apelava usando a psicofonia para falar com o espírito de Luz - cognominado de Deus Jeová.
Moisés usou também a psicografia, quando a mensagem é feita por escrito, e no Monte Sinai ele recebeu de Deus Jeová, o Espírito de Luz os 10 mandamentos, por escrito.
Outros casos nós podemos observar, como por exemplo o caso do Patriarca Noé, que recebeu a mensagem do Espírito de Luz Deus Jeová, conforme diz a Bíblia:
Viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra.
Então disse o Espírito de Luz a Noé pela psicofonia: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia de violência dos homens e eis que o farei perecer juntamente com a Terra.
E disse: Faz uma arca de tábuas de cipreste, nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora.
Continuo, deste modo a farás; de trezentos côvados será o seu comprimento, de cinquenta a largura e a altura de trinta.
Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de alto; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimento na arca; um em baixo, um segundo e um terceiro.
Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a Terra, para consumir toda carne em que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo que há na terra perecerá.
Contigo porém estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, a tua mulher, e as mulheres dos teus filhos.
Dê tudo o que vive, de toda. carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo.
Das aves segundo a sua espécie, do gado segundo a sua espécie, de todo réptil da terra segundo a sua espécie, dois de cada espécie, virão a ti, para os conservares em vida.
Leva contigo de tudo o que come, e junta-o contigo ser-te-á para alimento, a ti e a eles.
Assim fez Noé, consoante a tudo que o Espírito de Luz Deus Jeová lhe ordenara.
Temos o Dilúvio.
Durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra; as águas levantaram a arca de sobre a terra.
Predominaram as águas e cresceram sobremodo na terra; a arca porém vagava sobre as águas, e cobriram todos altos montes que havia debaixo do céu.
Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.
Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de aves como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criatura que povoam a terra e todo homem.
Tido que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo que havia em terra seca morreu. ,
Assim foram exterminados todos os seres que haviam sobre a face da terra, o homem, o animal, e os répteis, e as aves do céu, foram extintas da terra, ficou apenas Noé e os que com ele estavam na arca.
E as águas, durante cento e cinquenta dias, predominaram sobre a terra.
Acabamos de transcrever, a destruição dos viventes da Terra, por intermédio de um Dilúvio, este foi o primeiro expurgo feito na Terra.
O segundo expurgo, foi com a destruição de Sodoma e Gomorra, e as sete cidades da planície.
Vamos informar como isto aconteceu:
Ao anoitecer de um certo dia, vieram dois anjos com a missão de destruir Sodoma e Gomorra e outras cidades de menor porte localizadas na planície;
Sodoma cuja entrada, estava Ló assentado; este quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra.

E disse-lhes:
“Eis agora, meus senhores, vinde para a casa do vosso sen o, pernoitai nela, e lavai os vossos pés; levantar-vos- eis de madrugada e seguires o vosso caminho.
Responderam eles: não, passaremos a noite na praça.
Instou-lhes muito, e foram e entraram em casa dele; deu-lhes um banquete, fez assar uns pães asmos, e eles comeram.
Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, assim os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e chamaram por Ló, e lhes disseram: onde estão os homens que noitinha, entraram em tua casa?
Trá-los fora a nós para que abusemos deles.
Saiu-lhes, então Ló à porta, fechou-a após si, e lhes disse.
Rogo-vos meus irmãos, que não façam mal; tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a protecção de meu tecto.
Eles, porém, disseram:
Retira-te daí.
E acrescentaram:
só ele é estrangeiro veio morar entre nós, e pretende ser juiz em tudo?
A ti, pois faremos pior de que a eles.
E arremessaram-se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta.
Porém os homens estendendo a mão fizeram entre Ló e fecharam a porta.
E feriram de cegueira aos que estavam fora, desde o menor até ao maior, de modo que se cansaram à procura da porta.
Então disseram os homens a Ló:
“Tens aqui alguém mais dos teus?
Genro, e teus filhos, e tuas filhas, todos quanto tens na cidade, fá-los sair deste lugar.
Pois vamos destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado chegando até à presença do Senhor; e Senhor nos enviou a destruí-lo.
Então saiu Ló e falou a seus genros, aos quais estavam para casar com suas filhas, e disse:
levantai-vos, saí deste lugar, porque o SENHOR há e destruir a cidade.
Acharam, porém que ele gracejava com eles.
Ao amanhecer, apertaram os anjos com Ló, dizendo:
Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade.
Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram e puseram fora da cidade.
Havendo-os levado fora, disse um deles:
Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.
Respondeu-lhes Ló:
Assim não, Senhor meu!
Eis que o teu servo achou mercê diante de ti e engrandeceste a sua misericórdia que me mostra-te, salvando-me a vida; não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra.
Eis aí uma cidade perto para a qual eu posso fugir, e é pequena permite que eu fuja para lá, e nela viverá minha alma.
A cidade escapou da destruição, pois a mesma estava incluída juntamente com as 7 da planície, que foram destruídas.
Disse-lhe os homens: Quanto a isso estamos de acordo, para não subverter a cidade que acaba de falar.
Apresse-te, refugia- te nela; pois nada podemos fazer, enquanto não tiveres chegado lá.

Por isso se chamou Zoar o nome da cidade.
A destruição de Sodoma e Gomorra e as 7 cidades da planície.
Saia o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.
Então fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor sobre Sodoma e Gomorra e as demais cidades.
E subverteu aquelas cidades e toda campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra.
E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.
Tendo-se levantado Abraão de madrugada, foi para o lugar onde estivera na presença do Senhor.
E olhou para Sodoma e Gomorra e as demais para toda terra de campinas e viu que da terra saía fumaça, como a fumarada de uma fornalha.
Ao tempo que destruía as cidades de campina, lembrou-se Deus Jeová de Abraão, tirou Ló do meio das ruínas, quando subverteu as cidades em que Ló habitara.
Transcrito da Bíblia no livro Génesis (Cap. 7 Vec. 11 a 22 e Cap. 19 Vesc. 29)-
Porque o. Espírito de Luz Deus Jeová resolveu destruir os habitantes da Terra, com água do dilúvio e fogo e enxofre, as cidades de Sodoma e Gomorra e as 7 cidades da planície, porque os seus habitantes estavam muito violentos e muita corrupção, tornaram-se muito insuportável aos seus olhos; e mesmo porque quando ele quer fazer um expurgo, teria que usar um método de destruição mais rápido- possível.

Obs.: Deixamos de transcrever mais de 20 casos, de psicofonia e psicografia, escrito na Bíblia, quando o espírito de luz Deus Jeová, se comunicava com os patriarcas e profetas, porque se tomava muito cansativo e enfadonho aos nossos leitores.

CAPÍTULO III - O terceiro expurgo da Humanidade
O 3° caso de expurgo, aproxima-se às suas manifestações; antes do 3° milénio, aproximadamente 4 anos e poucos dias, como escreveu o grande escritor gaúcho Dr. Paulo Sales, no seu livro “Nostradamus o Juízo Final e o Espiritismo", nós vemos ali, a expressão da verdade.
O Dr. Sales publicou este livro no mês de fevereiro de 1988, nesta época, faltavam oito anos para alcançarmos o 3° milénio, mas hoje faltam apenas quatro anos e poucos.

Os profetas
Os profetas de quem o Dr. Sales colheu informações são os seguintes: Profeta São João Evangelista, Nostradamus, Monge Beneditino, Ramatis, Santo Agostinho e Humberto de Campos. Começa ele dizendo por anos e anos, séculos e séculos, essas profecias vêm se arrastando, e podemos perfeitamente afirmar que desde os tempos de Moisés, antes mesmo da construção da grande Pirâmide no Egipto, actualmente denominada de “QUEPO", o juízo final se constituía uma preocupação, para os destinos da humanidade se delineava nos horizontes do mundo, o alto intervinha, advertindo e esclarecendo, assim no Io expurgo do Dilúvio.
Noé passou 120 anos construindo uma arca, e todo este tempo ele não se cansou de avisar aos homens de sua época, que Deus iria destruir a humanidade e a terra com um Dilúvio, mas ninguém se preocupou com a pregação de Noé, não acreditaram, até que veio o dilúvio e matou todos que estavam fora da arca.
A mesma coisa está acontecendo nos dias atuais, nós pregamos em nossos Centros Espíritas, que vem um 3° expurgo antes do ano 2.000, mas as pessoas que ouvem, não acreditam.
Talvez quando chegar os seus arrependimentos, seja muito tarde, como aconteceu por ocasião do 1º expurgo - o Dilúvio.
Essas intervenções, sempre se processam através dos esclarecimentos, dados pelos espíritos, através de profecias, aos homens encarnados.
O Espiritismo nos ensinam que a reencarnação é a vida num corpo de carne correspondente a um período de tempo muito pequeno, dentro da eternidade.
Somos espíritos imortais.
A morte do corpo, não destrói o corpo espiritual.
E permanecemos o que somos após o desaparecimento final do corpo carnal.
E assim, através dos sucessivos nascimentos e mortes, é que o espírito vai gradativamente adquirindo conhecimentos científico e moral, progredindo na escala evolutiva.
CONHECIMENTO MORAL: - constitui-se na principal, senão única nota pelo qual o espírito consegue méritos para galgar esta escala.
Liberto e evoluindo sempre procura atingir o estágio de espírito puro numa escala infinita, cujo alcance não vislumbramos.
Desconhecemos toda extensão desses engrandecimentos, que segundo Jesus, em determinada condição, poderemos contemplar a face de Deus criador do Universo.
O Apocalipse, que em grego significa REVELAÇÃO, constitui-se do último livro da Bíblia; nele São João Evangelista relata todos os acontecimentos que deverão ocorrer nos últimos 1.900 anos, quando do seu deportamento, para a ilha de Pátamos, passado pelos nossos atuais dias, até o ano 2.000.
O profeta João Evangelista usou palavras simbólicas e imagem, algumas das quais, não deixam dúvidas sobre os eventos finais deste fim de século.
Segundo a própria revelação, um espírito enviado por Jesus, nome de Deus, permitiu ao profeta João Evangelista, pela vidência espiritual assistir o desenrolar de todos os acontecimentos.
O Apocalipse de Jesus Cristo, que Deus deu a João Evangelista para descobrir aos seus servos, as coisas que cedo devem acontecer e que ele enviou por meio de seu anjo ao seu sen o João Evangelista (Cap. Vesc. 1).
O espírito do profeta João Evangelista, foi submetido deliberadamente, a uma visão ideoplástica, diante do personagem global dos acontecimentos.

CAPÍTULO IV - Quando começa e 3º expurgo?
O apóstolo João Evangelista, na sua visão, viu aproximação do Hercólobu, o Astro Intruso, como é chamado, como se fosse uma tocha acesa; por não saber o seu nome exacto, denominou chamar de “ABSINTO” (Cap. 8 e Vesc.10 e 11 do livro chamado de Apocalipse), só muito mais tarde em outras aparições em profecias, veio a chamar-se Herçólobus.
Naquela época o apóstolo João Evangelista, não soube precisar que a inclinação do eixo da Terra, era de 23 graus e 27 minutos.
Ocorrerá a verticalização do eixo da Terra, e esta visão, apocalíptica, foi avaliada em um 1/3 ou seja 34 graus, que é correspondente àquela realidade.
O tamanho do planeta Herçólobus, foi calculado de 33 vezes maior que a Terra, seu disco luminoso, tem o tamanho e a superfície de 11 luas.
A forte presença do magnetismo do Herçólobus neutraliza parte da gravidade da Terra.
A atmosfera se expandirá, grande parte da unidade disponível, razão pela qual, os efeitos abrasadores serão intensos, pela falta de chuva.
Segundo Nostradamus, em uma das suas centúrias, declara por 40 anos o Hercólobus, não será visto, para nós, posteriormente 40 anos, será visto todos os dias por aparelhos, lunetas e telescópios.
Quando ele for percebido, duas enormes dimensões e seu poderoso magnetismo afectarão a atmosfera terrestre e, aridez e secura crestarão a Terra, sendo acompanhado por grandes inundações em muitas regiões, consequência do descongelamento polar.
Há outras previsões coincidentes:
O planeta que está se aproximando da Terra é possuidor de um magnetismo grosseiro, árido, agreste, e ao passar pela Terra, previsto profeticamente para o mês de março de 1999, atrairá por afinidade, por sintonia vibratória, todos os espíritos afins, àquele materialismo, àquela vida primitiva dos instintos que ainda não quiseram aceitar a orientação do mundo espiritual e que continuam desprezando os conselhos do mestre e sublime Jesus.
Meus amigos leitores, a finalidade precípocua desse grande planeta que se aproxima da Terra, é trazer para seu bojo, todos os espíritos em sintonia vibratória do mal, que aqui se encontram, para promover paralelamente a higienização do planeta Terra.
A aura desse Astro, começou a envolver a Terra desde 1950, como informou o profeta Ramatis, desta data em diante, e a cada vez mais, como intensidade, irem sentindo a acção, a influência magnética desse planeta.
E como seu teor é opressivo, denso, podemos sentir como o materialismo entre nós está crescendo a sensualidade, a luxúria caminham a passos largos, e hoje na civilização actual, um filme que não trate do sexo não tem sucesso.
Um livro que. não explore um tema de sexo, ou crime, não tem saída e vendagem; as revistas que não explorem o nu, também não serão bem recebidas nem aceitas.
A influência que estamos sentindo, como já foi dito acima da parte social podemos observar também pela temperatura, pelos calores excessivos que agora sentimos.
Lembro-me quando éramos crianças e o céu se toldava para chover, apenas apareciam umas nuvens plúmbeas.
Hoje verificamos como o céu se enegrece, fica um céu diferente escuro, atemorizante.
Isto é um prenúncio, é um aviso, os rios saltando dos seus leitos e invadindo os campos, sepultando fazendas, destruindo casas etc.
Teria Nostradamus previsto a aproximação do Hercólobus, e verticalização do eixo da Terra?
Foi previsto por Nostradamus o chamado Juízo final, e a respectiva separação de espíritos com o banimento planetário, conforme preconiza Jesus no Sermão Profético-Centúria 1-4.
Quando um defeito no sol ocorrer, o que poderá ser um eclipse ou a verticalização do eixo da Terra, e nesta ocasião o Hercóbolus será visto a olho nu em plena luz do dia.
Devido às diferentes interpretações sobre seus efeitos ou atenções sobre a Terra enorme carestia, pois não serão providenciado o armazenamento de cereais, indispensáveis à alimentação de grandes populações.

O homem qual pigmeu num mundo imenso, abandonado à sua própria sorte sente a alma enregelar-se diante do quadro desolador que suas vistas alcançam.
Em toda a destruição se fará presente; por todos os lados as ruínas atestam a violência dos embates.
E no meio de tanta desolação, o homem curvado impotente, recolhe o fruto de sua ambição e do seu egoísmo.
Não mais cidades florescente alegradas pelos apitos das fábricas, buzinas de automóveis, risos de crianças e jovens despreocupados.
Tudo será reduzido às cinzas.
O egoísmo chaga pustulenta de um corpo disforme destruirá virulentamente as células do organismo mundial. Os continentes se acharão arrasados, as cidades destruídas e os povos dizimados.
Sofreremos a angustia de todas as dores desencadeada à face do planeta e nossos corações se confrange.
Quantos dissabores ter-mos-íamos poupado se ouvíssemos a Voz do Cordeiro aclamar no fundo de nossas consciências.
Quantas desditas evitaríamos se realizássemos o Evangelho em nós mesmos.
O irmão X, profetizou, que com o degelamento dos Pólos, pela passagem do Hercólobus, haverá uma grande inundação com o derretimento daquelas montanhas de gelo lá existentes; em consequência, desapareceriam.
A Inglaterra, parte da Europa Atlântica. Centro da América do Norte, Caribe e América Central.
No Pacífico, Japão, Austrália e Nova Zelândia, devastada e submersa darão lugar a um novo Continente.
Efectivamente, teremos um novo Céu e uma nova Terra.
Segundo o que aprendemos, neste estágio de Juízo Final, a Terra sofrerá uma transformação física, e os espíritos que habitam sofrerão uma selecção de acordo com o seu estágio evolutivo.
De acordo com o nosso conhecimento, esta separação dos espíritos resultará em dois grupos completamente distintos.
Um dos grupos, considerado os da direita do Cristo, constituído pelos bons e pacíficos, serão os herdeiros da Nova Terra.
Pois o planeta deixará de Expiação e Provas, para transformar-se de Regeneração Espiritual, pois acabou de passar pelo expurgo.
Os da esquerda do Cristo, constituídos pelos maus e desordeiros serão banidos, atraídos pelo pesado magnetismo do Hercólobus, um planeta de vidas primitivas, lá passarão a ter suas novas encarnações.
O Hercólobus, ou astro intruso, ou Absíntio, é o único planeta que, no espaço, se nos aparecerá como uma bola ardente de fogo, reflectindo a luz solar numa superfície 11 vezes maior do que a lua o seu disco luminoso; pois o seu diâmetro é trinta vezes maior do que a Terra.
Abrasará o planeta Terra e, sua passagem, se constituirá mais uma vez entre nós como o clarim definitivo o som da 3ª trombeta, segundo profecia, está previsto a sua passagem pela Terra no dia 23 de março de 1999.
Os herdeiros da Nova Terra, aliviados em definitivamente da presença desses irmãos inferiores, na escala evolutiva, terão novas condições de vida:
A Terra apresenta por toda parte as cicatrizes da destruição sofrida no século que termina.
Também nestas alturas, trata-se de uma humanidade que era dividida, que será separada.
Não será o fim físico do mundo, será o 3º expurgo como já disse acima.
O nosso planeta prosseguirá, vivendo ainda por milhares de anos.
Será o fim apenas deste ciclo, desta geração, desta humanidade de espíritos rebeldes purgados.
Mas aqueles que estão procurando seguir os ensinamentos de Jesus e obedecendo suas determinações, receberão na época devida, o amparo misericordioso da espiritualidade, envolvendo a cada seu amplexo carinho de protecção e misericórdia.
Actualmente muitas criaturas riem em singeleza, da afirmativa de que o mundo irá se melhorar, de que teremos uma civilização fraterna, irmã amiga, no terceiro Milénio.
Vem a pergunta como pode haver essa modificação?
Se as criaturas hoje cada uma delas, representa uma ilha de egoísmo, vivendo num arquipélago de ego-centrismo, caminhando para o caos, e os humanos, prosseguem carregando um vazio de si mesmo, num vácuo, amargurando seus corações esquecendo completamente de Deus?

Uma civilização que não tem Deus, que não tem fé, a não ser uma fé de convenções.
Como pode haver fraternidade, amor, abnegação? - .respondo ! ...
Nós iremos verificar que essas modificações, realmente irá processar, irá se efectivar através das formas, que revelação nos explica; através de trovões, relâmpagos, terremotos e maremotos e outros desastres.
Assim como aconteceu com os habitantes do Planeta Capela, antes da nossa civilização, que vieram melhorar a raça humana por determinação divina.
Assim também irão encarnar no bojo do planeta Hercólobus, os missionários de Catequeses, para conseguir mudar os pensamentos da maldade daqueles espíritos rebeldes, que foram levados por aquele planeta, na época da
verticalização, pois eles ficarão presos milhares de anos, e só deixará aquele planeta, para encarnar no mundo regenerado, quando realmente haverem se convertido, depois de completamente testado e aprovados pelos plano superior espiritual.
Portanto meus amigos leitores, não deve haver motivo para alarme, para preocupação, ou para desânimos. Nós sabemos que a misericórdia do alto, a bondade omnisciente do Pai, vela incessantemente; e estes factos só irão alcançar aqueles que cometeram muitos delitos.
Aqueles que quase nada devem; estarão protegidos e amparados.
Portanto nessas alturas é uma bênção nascer no Brasil, Pátria do Evangelho e coração do mundo.
Pois sabemos que por antecipação o Planeta Hercólobus na passagem pela Terra, já sugou para seu bojo, todos os espíritos •indignos de continuar vivendo no planeta Regeneração.

(Dados colhidos no livro - Nostradamus O Juízo Final e o Espiritismo) - De autoria do escritor Paulo Sales.

CAPÍTULO V - O que é anjo da guarda
Anjo da guarda, ou anjo guardião; é um espírito protector, familiar ou simpático, que se liga a um indivíduo em particular para proteger, ele é um espírito protector de uma ordem elevada.
Quando nós nascemos, Deus concede a cada criatura, um anjo guardião, que se liga ao indivíduo depois do seu nascimento, até a morte.
Com duas missões:
A primeira como um pai sobre seu filho; guiá-lo seu protegido do bom caminho, ajudá-lo com seus conselhos; consolar suas aflições; sustentar sua coragem nas provas da vida.
Como explica o livro dos espíritos no (cap. IX,) que diz também que sua missão de proteger ou protector pode ser voluntário ou obrigatório.
Quando ele aceita a missão de protector, tanto faz como voluntário ou obrigatório, ele fica obrigado a velar sobre aquela criatura, porque aceitou a tarefa; mas pode escolher, as que são simpática.
Para alguns anjos guardiões é um prazer, para outros é uma missão ou um dever.
Como disse São Luiz e Santo Agostinho.
Quando o seu protegido é rebelde, e não se submete aos seus conselhos;-, o anjo guardião se afasta, porque vê seus conselhos inúteis, e que a vontade de sofrer; a influência dos espíritos inferiores é mais forte.
Todavia ele não o abandona completamente, e se faz sempre ouvir, sendo então, o homem quem fecha os ouvidos, e ele retoma, desde que chamado.
A segunda esses seres aí estão por ordem de Deus.
Ele as coloca junto vós por seu amor, cumprindo uma bela, mas penosa missão.
Sim, onde estejas ele estará convosco anotando tudo que fazemos; nas prisões, nos hospitais, nos lupanares nos lugares de devastação, na solidão, nada nos separa desse amigo que não podemos ver, mas do qual nossas almas sentem os mais doces estímulos e ouvem os sábios conselhos.
Quando nós morremos, ou melhor desencarnamos, as anotações que os anjos guardiões fazem mentalmente, serão anotados por eles em forma de ficha dactiloscopia e entregue aos arquivos do Tribunal de Julgamento Espiritual, localizado em um dos Ministérios, do nosso Lar, que ficará aguardando até o dia do nosso julgamento a acepção justa do termo, é mensageiro.
Ora há mensageiro de todas as condições, e de todas as procedências e, por isso a antiguidade sempre admitiu a existência, de anjos bons.
Anjo de Guarda desde as concepções religiosas antigas é uma expressão que define o Espírito Celeste, que vigia a criatura em nome de Deus.
O anjo de guarda é como uma pessoa que se devota infinitamente a outra, ajudando, defendendo em qualquer região e convive connosco como já dissemos acima.
Temos constantemente anjo guardião que nos devotam estima e consagram ao nosso bem.
De todas as afeições terrestres, salientamos, para exemplificar a devoção das mães.
O espírito maternal, é uma espécie de anjo mensageiro, embora muitas vezes circunscrito ao cárcere de ferro egoísmo, na custódia dos filhos.
Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando confrontados com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça.
Não podemos olvidar, porém, que o admirável altruísmo de todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos de entidades afins que se lhes afeiçoam.
A orfandade real não existe.
Em nome do amor, todas as almas recebem assistência onde quer que se encontrem.
Os irmãos mais velhos, sempre ajudam os mais novos.
O mestre inspira discípulos, pais socorrem os filhos.
Amigos ligam-se a amigos.
Companheiros auxiliam companheiros.
Isso ocorre em todos os planos da natureza e, fatalmente, na Terra, entre os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro passadiço da morte.

Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os nomes domésticos.
O génio guardião será sempre um Espírito Benfazejo para o protegido, mas é imperioso notar que os laços efectivos, em tomo de nós, ainda se encontram em marcha ascendente, para mais níveis da vida.
Com toda a' veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos espíritos familiares que nos protegem grandes e respeitáveis heróis do bem, mas ainda singularmente distanciados da angelitude eterna.
Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados, todavia, ainda surtem inclinações e paixões particulares, no rumo da universalização de sentimentos.
Por esse motivo, com muita propriedade, nas diversas escalas religiosas, escutamos a intuição popular asseverando como nossos anjos da guarda não combinam entre si, ou ainda, façamos uma oração aos anjos de Guarda; reconhecendo-se, instintivamente, que os génios familiares de nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidade específicos, e precisam, por vezes de apelos à natureza superior para atenderem a esse ou àquele de serviço.
Como disse “André Luiz”, em seu livro - Entre a Terra e o céu.

CAPÍTULO VI - Como se verifica nosso Julgamento no Plano Espiritual
André Luiz, foi designado repórter espiritual e recebeu a missão; como cidadão do nosso Lar - promovido pelo Ministro “Clarêncio”.
Daí em diante começou a sua missão, assessorado por Hilário e outros irmãos de espiritualidade, que trabalhavam em “nosso lar’ e na “Mansão”.
O repórter André Luiz, prosseguindo na sua missão de esclarecer o mistério, da vida nas colónias - Nosso Lar e outras.
Em cada viagem que empreendeu a uma dessas colónias, quando retomava ao Nosso Lar, vinha imediatamente ao Planeta Terra, e através da psicografia de Chico Xavier, psicografava um livro, hoje nós temos 16 livros psicografados, que são:
Nosso Lar, Os Mensageiros; Missionários da Luz; Obreiros de Vida Eterna; No Mundo Maior; Agenda Cristã; Libertação; Entre a Terra e o Céu; Nos Domínios da Mediunidade; Acção e Reacção; Evolução em Dois Mundos; Mecanismo da Mediunidade; Conduta Espírita; Sexo e Destino; Desobsessão e a Vida Continua.
Como André Luiz estava em um círculo de aprendizado, contou-nos através do livro “Acção e Reacção”, de que maneira se processa o nosso julgamento espiritual.
Quando o espírito é levado do mundo de erraticidade, por um espírito chamado Socorrista, para as sessões de desobsessão que se realizam, em determinado dia da semana, em um dos nossos Centros Espíritas, e aquele espírito será doutrinado e depois que ele se identifica, é levado por um dos irmãos socorrista presente à reunião, para uma das colónias existentes acima da crosta terrena, e de acordo com o estudo e aprendizado que o espírito será submetido, ele será testado, aqueles que ainda se recente um pouco, do seu estado doentio, em vez de ser levado para uma colónia, será levado para um hospital espiritual para ser curado completamente.
Depois de passado pelas aulas de preparação ali existente; o irmão instrutor, atesta o seu aproveitamento e declara que o mesmo está apto a receber o veredicto do julgamento, então será transferido para a Mansão, onde será julgado pelo Tribunal Espiritual. André Luiz, dando prosseguimento a sua narrativa que diz "Quando adentramos àquele sublime ambiente, a palavra do Administrador Druso, se fez ouvida, concitando-nos à necessária preparação.
Certamente ajuizado quanto às faltas involuntárias em que poderíamos incorrer, pediu para nós outros os que partilhávamos à prece ali, pela primeira vez, guardássemos plena abstenção de pensamentos menos dignos, abolindo quaisquer recordações desagradáveis, para que não se verificasse interferências na “Cerimonia Cristalina”, nome pelo qual designou o grande espelho a nossa frente, durante a manifestação do venerável mensageiro, cuja visita, era aguardada com ansiedade.
Explicou que as forças associadas dos médiuns presentes se caracterizariam por estar em poder plástico e que uma simples ideia nossa, incompatível com a dignidade do recinto, poderia materializar-se, criando imagens impróprias, não obstante temporários, na face do aparelho sob nossas vidas.
Convidados finalmente pelo generoso director a externar qualquer dúvida ou preocupação que nos assegurassem à mente, perguntei se poderíamos apresentar uma ou outra indagação ao missionário preste a chegar ao que ele assentiu plenamente, recomendando-nos, porém, a conservar em qualquer assunto a nobreza espiritual de quem se consagra ao bem de todos, sem se deter em perquirições ociosas, alusivas às estreitas inquietações, da esfera particular.
No círculo de orações, na terceira noite permanecia na casa, o Instrutor Druso convidou a todos para o círculo de orações.
Silas explicou generosamente, a que eles teriam oportunidade para interessantes estudos.
Hilário, algo preocupado, inquiriu se devíamos obedecer a algum programa especial, informando o assistente que nos cabia apenas manter o santuário próximo o coração e a mente escoimadas de qualquer ideias ou sentimentos indignos de referência e da confiança que nos compete dedicar à Providência Divina e incompatíveis com a fraternidade que devemos sinceramente uns aos outros.
Logo após, seguindo o companheiro Hilário e eu tivemos acesso a uma sala simples, em que Druso nos recebeu, sorridente e bondoso; vasta mesa, ladeada de poltronas modestas em que acomodavam dez (10) pessoas simpáticas, sete mulheres e três homens, apresentava cabeceira ampla, pondo em destaque a grande poltrona em que o director da casa se sentaria.

Do outro lado, à nossa frente, surgia larga tela translúcida, medindo aproximadamente seis metros quadrados.
Fora dos círculos de pessoas que evidentemente emprestariam cooperação mais ampla tarefa em perspectiva, achavam-se três assistentes, cinco enfermeiros, duas senhoras de aspecto humilde, Silas e nós.
Dispúnhamos, ainda, de tempo para conversação edificante e discreta.
Aproveitei o ensejo para indagar do prestimoso amigo, quanto às funções dos dez companheiros que se formalizavam em derredor do chefe da casa, como a lhe robustecer o pensamento.
Silas não se fez de rogado e esclareceu de pronto.
Sem se deter em perquirições ociosas, alusivos às estreitas inquietações de esfera particular.
São amigos nossos que aprimoraram condições mediúnicas favoráveis à realização dos serviços a se desdobrarem aqui.
Colaboram com fluídos e elementos radiantes sublimados, de que os nossos instrutores se servem com eficiência para se manifestarem.
Admirado, meu colega considerou:
Podemos interpretá-lo como sendo santos em actividade na Mansão?
De modo algum - obtemperou Silas, bem-humorado, são trabalhadores prestimosos.
Tanto quanto nós, padecem ainda a pressão de reminiscências perturbadores do plano físico, carregando consigo as raízes dos débitos que adquiriram no passado, para o justo resgate em porvir talvez próximo na reencarnação.
Logo após, avisam que, através de dispositivos especiais, todos os recursos dos medianeiros presentes seriam concentrados na câmara que, daquele minuto em diante, estaria sensibilizado para os misteres da hora em curso.
Brando silêncio passou a reinar sobre nós.
Em atitude e expectante, o director da instituição ergueu-se e orou comovidamente.
Nas seguintes expressões:
Mestre Divino* digna-te abençoar-nos a reunião nesta casa de paz e serviço.
Por tua bondade, em nome do infinito amor de nosso Pai Celestial, recebemos a sublime dádiva do trabalho regenerador.
Somos, porém, nestas regiões atormentadas, vastas falanges de espíritos extraviados no sofrimento expiatório, depois os crimes impensados em que chafurdamos a nossa consciência; apesar de prisioneiros, agrilhoados às penas que geramos para no mesmos, saudamos-te a Glória Divina, tocados de reconfortos concede-nos Senhor, a assistência de teus abnegados e sublimes embaixadores, a fim de que não desfaleçamos nos bons propósitos.
Sabemos que, sem o calor de tuas mãos compassivas, nos fenece a esperança, a maneira de planeta frágil sem a bênção do sol.
Mestre, somos também tutelados teus, embora permaneçamos no cárcere de clamorosas defecções, suportando as lamentáveis consequências de nossos crimes.
Destes lugares, tenebrosos partem angustiosos gemidos, em busca de tua piedade incomensurável.
Somos nós, os calcetas de penitências que muitas vezes soluçamos desalvorados, suspirando pelo retomo à paz...
Somos nós, os homicidas, os traidores, os ingratos e perversos transfúgios das Leis Divinas que corremos à tua intercessão, para que as nossas consciências, em purgação dolorosa, se depurem e reergam ao teu encontro ?
Compadece-te de nós, que merecemos as dores que nos retalham os corações.
Ajuda-nos para que a aflição nos seja remédio salutar e socorro aos nossos irmãos que, nas trevas destes sítios, se entreguem à irresponsabilidade e à indisciplina, dificultando sua própria regeneração, por multiplicarem as lavras do desespero que vertem, arredores, de suas almas ! ...
Neste ponto da rogativa, Druso fez longa pausa para enxugar as lágrimas que lhe transbordavam dos olhos.
A inflexão de suas palavras, repletas de dor, como se ele próprio fosse ali um espírito recluso em padecimento amargos, impressionava-me a mente.
Não conseguia desviar dele a atenção.

Incoercível emotividade constrangia-me o peito e o pranto jorrava-me, «resistíveis.
Confiaste-nos, Senhor prosseguiu ele, compungido, à tarefa de examinar os problemas dos irmãos desventurados que nos batem à porta ...
Somos assim, compelidos a somar-lhes o infortúnio para, de algum modo, encaminha-los ao reajuste.
Não permitas o Eterno Benfeitor, que nossas almas se enrijeça, ainda mesmo diante de suprema perversidade!...
Não desconhecemos que as moléstias da alma são mais aflitivas e mais graves que as doenças da carne.
Enche-nos desse modo, de infatigável compaixão para que sejamos fieis instrumentos de teu amor ! ...
Permitas que teus prepostos nos amparem as decisões nos compromissos por assumir.
Não nos relegues à fraqueza que nos é peculiar.
Dá- nos, Cristo de Deus, a tua inspiração de amor e Luz!
Neste instante, ainda mesmo de vez não anunciasse o fim da oração, o generoso amigo não conseguiria continuar, porque a emoção lhe estrangulava a prece na garganta.
Todos chorávamos, contagiados por suas lágrimas abundantes.
Quem era Durso, afinal, para entregar-se daquele modo à oração.
Como se ele próprio fosse, entre nós o maior dos torturadores.
Não tive tempo estender qualquer consideração, porquanto, respondendo ao apelo ardente que ouvíamos, extensas massas de vaporosa neblina cobria a face do espelho próximo.
Fixei-a admirado, e pareceu-me identificar largo floco de névoa primaveril a distender-se, alva e móvel.
Extáticos e felizes, vimos emergir da leitosa nuvem a figura respeitável de um homem aparentemente envelhecido na forma, revelando, porém, mais intensa juvenilidade no olhar.
Vasta auréola de safirino esplendor coroava-lhe os cabelos que nos infundiam inexcedível respeito, a derramar-se em sublime cintilações na túnica simples e acolhedora que lhes velava o corpo esguio.
No semblante nobre calmo, vagava um sorriso que não chegava a fixar-se.
Após um minuto de silêncio contemplação, levantou-se a destra, que despediu grande jorro de luz sobre nós, e saudou:
A paz do Senhor seja convosco.
Havia tanta doçura e tanta energia, tanto carinho e tanta autoridade naquela voz, que procurei manter o melhor governo das emoções para não cair de joelhos.
Ministro Sanzio - exclamou Druso, reverente - e bendita seja a sua presença entre nós.
A claridade a irradiar-se do Venerável visitante e a dignidade com que se nos revelava impunham-nos fervorosos respeitos; entretanto, como querendo desfazer a impressão de nossa inferioridade, o Ministro, surpreendentemente materializado mantendo o campo vibratório, em que nos encontrávamos, avançou para nós. estendeu-nos as mãos num gesto paternal e colocou-nos à vontade.
Não desejava cerimónias acrescentou, entre afectuoso e comovente.
Em seguida, demonstrando o valor das horas, recomendou ao Director apresentasse os processos em estudo.
Com admiração, vi Druso exibir os documentos solicitados; vinte e duas fichas de largo tamanho, cada qual condensados a síntese das informações necessárias ao socorro de vinte e duas entidades, recentemente internadas na instituição.
Naquele momento, não pude ensaiar qualquer pergunta directa; todavia mais tarde, Silas me esclareceu que Sânsio, investido nas elevadas funções de Ministro da Regeneração, tinha grandes poderes, sobre aquela casa de reajuste, com o direito de apoio ou determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício dos sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e justiça, reencarnação ou banimento.
O emissário, atento, examinou todos os autos ali expressos em rápidas súmulas, das quais transpareciam, não apenas informes escritos, mas também microfotografias e recursos de identificação que lembram os elementos dactiloscópicos da Terra, aceitando ou não as sugestões de Druso, depois de ligeiras considerações, em tomo de cada caso particular, apondo em cada ficha o selo que lhes assinalava a responsabilidade das. decisões, acrescentando - aqueles informes escritos foram feitos pelos anjos guardiões, de cada uma das entidades, que foram julgados pelo Ministro Sânsio ali presente, e de acordo com o resultado os 21 internos na Mansão foram todos absolvidos, e naturalmente escolheram as funções de trabalhadores, com a missão de socorristas.
Adventícios no ambiente, sentimo-nos estranhos a todos os estudos e deliberações efectuadas, menos, porém, quanto ao derradeiro processo em lide, que se reportava justamente a António Olímpio, o internado de véspera e cujo despertar assistiríamos.
Estava entre os 22 internos na Mansão, um interno de nome António Olímpio, ex-fazendeiro, que a sua ficha causou espanto.

(Dados pesquisados no Livro Acção e Reacção de André Luiz) .

CAPÍTULO VII - Como se verifica nosso Julgamento no Plano Espiritual - continuação -
O Ministro Sânsio, convidou o instrutor Druso a compulsá-los, porque percebia ele a importância de que o assunto se revestia para nós.
Hilário e eu conhecemos-lhe o retrato e a legitimidade das declarações que prestava sob influência magnetizada que fora submetido.
Interessando-nos vivamente pela solução do problema, ouvimos a palavra do Ministro, que concordava com o parecer da casa quanto à conveniência de socorro imediato ao irmão infeliz e breve reencarnação dele no círculo em que delinquires, a fim de restituir aos irmãos espoliados, os sítios de que haviam sido expulsos.
Acentuou, contudo, que o criminoso, conforme as alegações dele mesmo, não desfrutava qualquer atenuante das culpas que lhe eram imputadas.
António Olímpio, concordou, o dirigente da casa - vivera para si entregar a desvariada egolatria.
Não conhecera senão as suas conveniências.
Conservara no mundo o dinheiro e o tempo, sem benefícios para ninguém que não fosse ele próprio.
Isolava-se em prazeres perniciosos e, por isso, não trouxera ao campo espiritual a gratidão alheia funcionando em seu favor, porquanto, em matéria de apoio afectivo, dispunha somente de simpatia a nascer no quadro diminuto em que se lhes encerrava o estreito mundo familiar.
Era pois, um companheiro realmente complexo, com extremas dificuldades para ser auxiliado no retomo a experiência física.
O magnânimo mensageiro, entretanto, recordou que a esposa e o filho lhe eram devedores de insuperável carinho.
Esses dois corações surgiam, ali, segundo a Lei, como valores benéficos para o delinquente, porque todo bem realizado, com quem foi e seja onde for, constitui recurso vivo, actuando em favor de quem o pratica.
Resumindo as conclusões suscitadas, notificou à pequena assembleia que se manifestasse com alusão às medidas em andamento, abstendo-se de qualquer apelo imediato ao irmão Luiz, o filho favorecido pela fortuna indébita, por encontrar-se internado no corpo físico, apelo esse que somente se justificaria em condições excepcionais.
Confiou-se o Ministro à prece silenciosa, respondendo-lhe à petição, notamos que à tenus e matéria justaposta ao espelho se movimentou, de leve, dando passagem agora a uma figura suave de linda mulher.
A irmã Alzira revelava-se-nos ao olhar; parecia integrada na experiência da hora em curso, porquanto não demonstrava qualquer surpresa.
Saudou-nos com graciosa gentileza e às primeiras interpelações o Ministro Zanzio, respondeu com humildade, Venerável Benfeitor, compreendo a difícil posição de meu amigo companheiro nos compromissos assumidos e ofereço-me de boa vontade para coadjuvar-lhe o serviço restaurador.
Aliás, venho suspirando essa possibilidade que significa para mim valiosa bênção.
António Olímpio terá sido um carrasco dos próprios irmãos, aniquilando-lhe o corpo para usurpar-lhe, os haveres, contudo, para meu filho e para mim foi sempre um amigo e um protector, abnegado e queridíssimo.
Ajudá-lo a reerguer-se, para a minha alma não é apenas dever, mas também inexprimível felicidade.
O ministro fitou-os satisfeito, como se não lhe esperasse outra resposta, e ponderou:
Sabes, no entanto, que os irmãos assassinados perseveram no ódio e perseguiram-no, até, agora, sem tréguas.
Sim sei tudo isso - declarou a simpática senhora, conheço-lhe o poder vingador...
Arrebataram meu esposo da quietação do túmulo para se saciarem na desforça terrível e nunca me permitiram qualquer aproximação com ele no Vale das Trevas em que se demoram por muitos anos.
Além disso, ressarcindo meus débitos do passado, sucumbi por minha vez às mãos deles dois, em tremenda obsessão, no mesmo lago em que perderam o corpo físico.
Isso porém, não é motivo para recuar.
Estou pronto para o serviço em que posso ser útil.
Meditou Sânzio alguns instantes rápidos e aduziu:
A recuperação de Olímpio, para a reencarnação, exigirá tempo.

Contudo, podes, com o auxílio deste pouso, iniciar obras socorristas...
E, a frente de atitude expectante da esposa abnegada,
continuou:
As vítimas de ontem, hoje transformadas em verdugos enrijecidos, moram na herdade que lhe foram arrebatadas pelo irmão fratricida, alimentando o ódio contra os seus descendentes e conturbando-lhe a vida.
É necessário que vós em pessoas suplicas-lhe melhore disposições mentais para que se habilitem ao amparo de nossa organização preparando-se para o renascimento físico em época oportuna.
Conseguida essa fase inicial de assistência, colaborarás na volta de Olímpio ao lar do próprio filho, e, por tua vez, tomarás a carne, logo após, a fim de que de novo te consorcias com ele, em abençoado futuro, para que recebas nos braços Clarindo e Leonel, por filhos do coração, aos quais Olímpio restituirá a assistência terrestre e os haveres...
Um sorriso de ventura brilhou no semblante de sublime mulher e talvez porque anunciasse pensamentos de temor, Sânzio acudiu, esclarecendo e exclamando,
Não desfaleças.
Serás sustentada por esta Mansão, em todos os seus contactos com os nossos amigos fixados na vingança e atenderemos pessoalmente a todos os assuntos que se refiram à transferência de tuas actividades para este sítio, perante as autoridades a que te subordines.
Nossos irmãos infortunados não estarão insensíveis nos teus rogos...
Sofreste-lhe impiedosos golpes nos derradeiros dias de tua permanência no mundo e a humildade dos que sofrem e factor essencial na renovação dos que fazem sofrer.
A digna criatura, em lágrimas de jubiloso reconhecimento, osculou-lhe a destra e afastou-se.
A cena tocante e simples emocionara-nos fundamente.
Senti o incomensurável amor de Deus, alicerçando os fundamentos de sua justiça indefectíveis, no imo d’alma, bradei para que os meus próprios ouvidos:
- Louvado sejas tu, Pai de Infinita Bondade, que semeias a esperança e a alegria nos enfermos do crime, como desabotas rosas de beleza e perfumes no seio das Sarçais.
Autorizadas por Durso, Madalena e Silvia esposas dos irmãos que foram assassinados por António Olímpio, que estavam desencarnados por sofrimento daquela tragédia já mencionada; aproximaram-se do Ministro, implorando-lhe a intercessão para que as esposas atendidas naquele estabelecimento de paz e fraternidades, para reconstrução do destino à frente do porvir.
Sânzio acolhe-lhe as súplicas com benevolência e carinho, determinando o recolhimento de ambas as infelizes no clima do Instituto e prometendo facilitar-lhe a reencarnação para breve.
Ligeiro sinal do director fez-nos sentir que o instante era agora livre para os entendimentos educativos; assim impressionados com o que vira-mos e observara-mos.
Hilário e eu acercamo-nos do venerável mensageiro, com o propósito de ouvi- lo, a fim de aproveitar-mos aquela hora de conversação preciosa, rara e bela.
Facilitando-nos a tarefa, Durso aproveitou-nos, mais intimamente, no Ministro Sânzio, informando que estudávamos, em alguns problemas da Mansão, as leis de causalidade, anelando penetrar mais amplas esferas de conhecimento, acerca do destino, indagávamos sobre a dor.
O grande mensageiro como que abdicou por momento a elevada posição hierárquica que lhe guardava à personalidade distinta e, tanto pelo olhar quanto pela inflexão da voz, parecia agora mais particularmente associado a nós, mostrando-se mais a vontade.
A dor, sim a dor... - murmurou, compadecido, como se perscrutasse transcendente questão nos escarninho da própria alma.
E fitando-nos, o Hilário e a mim, com inesperada ternura acentuou, quase doce.
Estudo-a, igualmente, filhos meus.
Sou funcionário humilde dos abismos.
Trago comigo a penúria e a desolação de muitos.

Conheço irmãos nossos portadores do estigma de padecimento atrozes, que se encontram animalizados, há séculos, nos despenhadeiros infernais; entretanto, cruzando as trevas densas, embora o enigma da dor me dilacera o coração, nunca surpreendi criatura alguma esquecida pela Divina Bondade.
Enquanto Sânzio falava, generosas cintilações roxa- prateadas. nimbavam-lhe a cabeça, mas não a sua dignidade exterior que me fascinava.
Era o curioso magnetismo que ele sabia exteriorizar.
Sem que me fosse possível governar o coração, lágrimas ardentes rolavam-me pela face.
Não pude saber se Hilário estava preso no mesmo estado d’alma, porque diante de mim, passei a ver Sânzio somente, dominado por sua grandeza e humildade.
De onde vinha senhor - perguntava sem palavras, nos refolhos do coração aquele vulto tão ilustre, mas, apesar disso, tão simples d*alma?
Onde conhecera eu aqueles olhos belos e límpidos?
Em que lugar lhe recebera, em dias de amor divino, assim como verme na caverna sente a bênção do calor do Sol?
O Ministro percebeu-me a emotividade, como o professor assimila a perturbação do aprendiz, e, qual quisesse advertir-me sobre o aproveitamento das horas, avançou para mim e observou carinhosamente!
Pergunte, meu filho, sobre questões não pessoais e responderei quanto puder.
Percebi-lhe a nobre intenção e busquei dominar-me.
Grande Benfeitor - exclamei, comovido, buscando aliviar os meus próprios sentimentos - poderemos ouvi-lo, de algum modo acerca do CARMA.

(dados pesquisados no livro Acção e Reacção de André Luiz))

CAPÍTULO VIII - Como se verifica nosso Julgamento no Plano Espiritual
- continuação -
Sânsio retomou a posição que lhe era habitual, junto ao espelho cristalino e obtemperou.
Sim, o Carma; expressão vulgarizada entre os Hindus, que em sânscrito quer dizer (acção), a rigor, designa (causa e efeito), de vez que toda acção ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.
Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos ditam respeito.
Por isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e deferindo individualidades, mas também povos e raças, estado e instituições.
O Ministro fez uma pausa, como quem dava a perceber que o assunto era complexo, e continuou.
Para melhor entender o (Carma) ou (conta do destino criado por nós mesmos), convém lembrar que o governo da vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável.
Se no currículo das actividades terrenas qualquer organização precisa estabelecer um regime de contas para basear as tarefas que lhe falem, a responsabilidade, a casa de Deus, que todo o universo, não viveria igualmente sem ordem.
A administração Divina, por isso mesmo, dispõe de sábios departamentos para relacionar, conversar, comandar e engrandecer, a Vida Cósmica, tudo pautando sob a magnanimidade do meio amplo amor da mais criteriosa justiça.
Nas sublimadas regiões celeste de cada Orbe entregue à inteligência e a razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os génios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão de Obra Excelsa, com o ministério apropriado concessão de empréstimo e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno; e, nas regiões atormentadas com esta varrida por ciclones de dor negativas, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça, poderes que tem a função de purificar os caminhos evolutivos e circunscrever as manifestações do mal.
As religiões da Terra, por esse motivo, procederam acertadamente, localizando o Céu nas esferas superiores e situando o inferno nas zonas inferiores, porquanto nas primeiras encontramos a crescente glorificação do Universo e, na segunda aporgação a regeneração indispensáveis ávida, para que a vida se acrisole e se eleve ao fulgor dos crimes.
E o Ministro continua explicando as indagações feitas por nós e concluindo este relato, relatou o Ministro, a maioria das pressões encarnadas no mundo, ao atingirem a idade proveta, habitualmente se confiam, nas últimas da existência, à ponderação e a meditação, à serenidade e à doçura.
As mentes infantis, ainda na mesma na senectude das forças genuinamente materiais, continuam levianas e irresponsáveis, mas os corações endurecidos no conhecimento se valem, por intuição natural, da velhice ou da dor para raciocinar com maus segurança, seja consagrando-se a fé nos templos religiosos, como asseguram a si próprios mais ampla. equilíbrio íntimo, seja devotando-se à caridade, com o que esbatei na memória as recomendações menos desejáveis, preparando, assim, com. louvável acerto e admirável sabedoria, a irrevogável passagem para a Vida Maior.
Concluí, pelo olhar de Druso, que a nossa entrevista estava prestes a encerrar-se.
E por isso, aventurei ainda indagação.
Ministro amigo, compreendendo que há dúvidas que, por sua natureza e extensão, origem de nós várias existências ou romagem na carne terrestre para respectivo resgate, como aprecia- lo do ponto de vista da memória?
Sinto, por exemplo, que tenho na retaguarda imensos débitos para ressarcir, dos quais não me lembro agora...
Sim, Sim... explicou ele a questão é de tempo.
A medida que nós demoramos aqui na organização perispirítica, no fiel cumprimento de nossas obrigações para com a Lei, mais se nos dilata o poder mnemônes.

Avançando em lucidez, abriremos mais amplos domínios da memória.
Assim é que depois de longos anos em serviço nas zonas espirituais da terra, entremos espontaneamente na faixa de recordações menos felizes, identificando novas extensões de nosso (Carma) ou de nossa (conta) e, embora sejamos reconhecidos as benevolências dos instrutores e amigos que nos perdoam o passado menos digno, jamais condescendemos com as nossas próprias fraquezas e, por isso, vemo-nos impelidos das autoridades superiores novas reencarnações difíceis e proveitosas, que nos reeduquem ou nos aproximem da redução necessária, compreenderam? Sim, havíamos entendidos.
Sânsio fitou o director da casa, como a dizer-lhe que o horário se esgotara, e Druso lembrou, com gentileza, que não devíamos reter o instrutor atencioso e complacente.
Agradecemos com humildade as lições recebidas, enquanto o Ministro voltava à câmara brilhante, onde a neblina móvel passou de novo a adensar-se, apagando-lhe a figura venerável aos nossos olhos.
Em breve minutos, o ambiente retomou as características que lhe eram habituais e a palavra comovedora de Druso, em prece, encerrou a inolvidável reunião.
(Dados pesquisados no livro Acção e Reacção do irmão André Luiz).

CAPÍTULO IX - Jesus conforta seus discípulos
Quando Jesus desencarnou, seus discípulos ficaram desolados, muitos chorosos e tristes, com o seu desaparecimento.
Pois a convivência com eles os apóstolos, foi de apenas (três anos e três meses) foi esta a duração do ministério de Jesus, que desencarnou com apenas 33 anos de idade, neste pequeno espaço de tempo, eles assistiam todos os dias, as curas, e as bênçãos que Jesus derramava, sobre as pessoas que lhe procuravam, ele atendia, com a maior satisfação e com uma palavra amiga; com este procedimento, criou um vínculo de grande amizade, entre os apóstolos e a grande multidão que o seguia.
Com o seu desencarne, os discípulos resolveram se reunir todos os dias na Casa do Caminho, lugar reservado para suas reuniões diárias, era ali, que eles planeavam suas excursões evangélicas, e também para relembrar os grandes feitos do mestre Jesus.
Um certo dia, depois do desencarne, quando menos esperavam, eis que surgiu Jesus, saudando a todos com aquela sua frase costumeira:
A paz seja convosco, depois da saudação, ele disse não me toquem, pois ainda não subi para meu pai.
E procurou consolá-los com a seguinte mensagem!...
Que nossos corações não se turbe.
Crede em Deus, crede também em mim.
Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, eu já vos teria dito, porque eu me vou para vos preparar o lugar e depois que eu tenha ido e que vos tenha preparado o lugar, eu voltarei e vos tomarei para mim, a fim de que lá onde eu estiver aí estejas também, (São João cap. XIV, vesc. 2 e 3).
A humanidade de hoje, difere muito da humanidade de ontem.
Os raciocínios passados não mais se ajustam, as nossas necessidades presentes.
E para uma demonstração decisiva de que os conhecimentos antigos, não nos podem mais servir.
Passemos a palavra a alguns homens eminentes de um passado longínquo, e que hoje contemplam do alto, estarrecidos, com suas velhas concepções. Como por exemplo:
“A mitologia Hindu ensinava que o Astro rei do dia, despejava a tarde a luz e atravessava o Céu, durante a noite, com uma face escura”.
“Anaximando de Mileto” sustentava segundo Plutarco, que o sol, era carro cheio de fogo vivíssimo, que se escapava por uma abertura circular.
“Espicoro”, segundo uns, sustentava a opinião de que o sol se escondia pela tarde e se apagava, e na manhã seguinte ressurgia das águas do oceano.
Poderia continuar em dezenas de opiniões, de grandes sábios da época, em todos eles, sem nenhuma base fundamental de consistência e de afirmação, o que o tomaria muito enfadonho.
No 5a século, antes da era cristã, a Grécia era bastante florescente, e as primeiras ideias que os homens fizeram da Terra:
- dos movimentos dos astros e da constituição do Universo; era muito restrita, e não nos podem mais servir; motivado por ignorância, das leis mais' elementares da física e da força da natureza, e só dispondo de vistas limitadas, como meio de observação, eles não podiam julgar, se não pela aparência.
Vendo o sol nascer pela manhã, de um lado do horizonte e desaparecer a tarde do lado oposto, calcularam, que ele girava ao redor da Terra, enquanto essa ficava imóvel.
Naquele tempo, se dissesse aos homens ao contrário, que a Terra era quem girava, eles responderiam que tal não poderia ser, porque vemos o sol mudar de lugar, e não percebemos a Terra movimentar-se.
Somente em l6l0, da nossa era cristã; quando pela primeira vez, o telescópio foi dirigido para a lua, por Galileu; e daí para cá, foi impossível perante a ciência, nada mais significava.
Nós sabemos que quando Jesus, esteve em missão aqui na Terra, ele declarou que, na casa de seu Pai havia muitas moradas, como já explicamos acima.
Sabemos hoje, que Jesus se referia, que a casa de seu Pai, é o Universo, e as diferentes moradas* são os mundos que gravitam no espaço infinito e oferece aos seres encarnados, habitação adequada ao seu avanço, independentemente da diversidade de mundos.

No ensino da Doutrina Espírita, ela nos esclarece que os diversos mundos a que se referiu Jesus, são bem diferentes uns dos outros, quanto as condições e o grau de adiantamento, ou de inferioridade dos seus habitantes.
Embora não se possa fazer uma classificação absoluta- dos diversos planetas, podemos todavia, em face dos estados e destinos, dividi-los de modo geral em mundo primitivos, apropriados as primeiras encarnações da alma humana.
Como classifica o Evangelho Segundo o Espiritismo, em mundo de expiação e provas onde o mal predomina; ainda que tenham que encarnar, para expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas, das lutas.
Mundo felizes, onde o bem supera o mal.
Mundos celeste ou Divino, moradas de Espírito Depurados, onde o bem impera exclusivamente.
Os espíritos encarnados num certo mundo, ou mesmo morada do Pai como chamou Jesus, ou como queríamos chamá-lo, não estão aí ligados definitivamente e nem realizam neles todas as fases progressivas que devem percorrer para alcançar a perfeição. Quando atingem num planeta, o grau de adiantamento por ele comportado, passam para outro mais elevado, e assim por diante até chegarem ou alcançarem ao Estado de Espírito Puro.
São estas portanto as variadas estações, em cada uma das quais, eles acham elementos de progresso compatível com o seu adiantamento.
É para eles uma recompensa, o passarem de um mundo de ordem mais elevada; como é castigo a estada num planeta, ou em mundo inferior, àqueles a que são forçados a deixar em virtude de sua obstinação no mal.
Há quem se admire, de ver na Terra tantas perversidades, e infere daí que bem triste coisas a espécie humana.
Continua explicando o Evangelho - de fato, a espécie humana compreende de todos os seres dotados de raciocínio, que povoam os numeráveis planetas do Universo.
Ora o que é a população da Terra, ao lado da população dos mundos?
E menos que uma aldeia, em relação a de um grande país.
Assim como, em uma cidade, nem toda a população está nos hospitais, nem na cadeia, também a humanidade se acha toda na Terra, e assim como se saí do hospital quando curado, e da prisão quando vencido o tempo de sentença, o homem deixa a Terra por um mundo mais ditoso logo que curado das suas enfermidades morais.
O espírito de Santo Agostinho, nas suas últimas mensagens mediúnicas em Paris, no ano de 1860, publicada no Evangelho Segundo o Espiritismo; nos dá uma ideia perfeita da vida dos habitantes dos mundos de Regeneração e mundo Felizes.
Começa ele dizendo em sua mensagem o seguinte:
Entre as estrelas que cintilam na abóbada azulada, quantos mundos existem como o vosso, designado pelo senhor para expiação e provas!
Mas, há outros também mais miserandos, ou melhores, como os há transitórios, chamados regeneradores.
Cada turbilhão planetário, gravitando no espaço, em tomo de um foco comum, arrasta consigo mundos primitivos, de exílio, de provas, e regeneração e de felicidade.
Já vos falaram desses mundos, onde a alma nascente é colocada então ignorante, ainda do bem e do mal; assim podemos caminhar para Deus; senhora de si mesma, na posse do livre arbítrio.
Já vos disseram de quantas faculdades de alma foi dotada para fazer bem; entretanto, muitas são as que soeu bem. Deus porém, não os querendo destruir, permite-lhes emigrarem nesses mundos, onde de encarnação em encarnação, se depuram; se regenerarão e volverão a se tomarem digna da glória que lhes está assinalada.
Os mundos Regeneradores, servem de transição entre os de expiação e os de felicidades; a alma que lá se arrepende, senta a calma e a tranquilidade, acabando de se depurar.
Sem dúvida alguma, nesses planetas, os seus habitantes, estão sujeitos ainda as leis que regem a matéria.
A humanidade ali experimentam as sensações e desejos, mas vivem libertas das paixões desordenadas, que são ainda cativas.
Lá o orgulho não emudecem o coração, a inveja não o tortura, nem o ódio o atrofia, a palavra “Amor - está insculpida em todas as frontes, as relações sociais são reguladas por uma perfeita equidade.
Todas conhecem Deus, e buscam d’ele aproximar-se, segundo as suas leis.

No entretanto, não existe lá a felicidade perfeita, mas irradia a sua aurora.
O homem ainda é de carne, e por isso mesmo sujeito às vicissitudes, das quais são isentas apenas os seres desmaterializados.
A criatura ali encarnada, tem ainda provas a sofrer conquanto menos ásperas, do que as angustias da expiação.
Comparada a Terra, tais mundo são muito felizes, e quanto de vós ficareis satisfeitos por ali descansar, por isso servo-ia a calmaria após a borrasca; a convalescença depois de cruel enfermidade.
Mas o homem, quando menos absorvido está pelas coisas materiais.
Entrevê o seu futuro, como não fazeis o compreender que existem outras alegrias, que o Senhor Deus promete aqueles que disso se tomarem dignos, quando a morte lhes houver de novo destruído o corpo para entrarem na vida verdadeira.
É então, que a alma libertada há de esvoaçar por todos os horizontes, emancipada dos sentidos materiais e grosseiros e levando um perispírito puro e celeste, aspirando os eflúvios de Deus, através do perfume de amor e caridade, que lhes ressumbra do seio.
Santo Agostinho descreve com toda convicção, como são os mundos “Felizes”, e como se portam os seus habitantes; e também nos mundos chegados a um grau superior, lá as comunicações de vida material e moral são muito outra-tal como na Terra a forma do corpo é sempre como em toda parte à humana, mais embelezada, aperfeiçoada e sobre tudo purificada.
O corpo nada tem de materialidade terrestre, e . não está, por conseguinte, sujeito nem as necessidades, nem as moléstias ou estragos gerados-pelo predomínio da matéria.
A leveza específica dos corpos toma a locomoção rápida, feliz e fácil.
Em vez de se arrastar penosamente sobre o solo, o homem desliza por assim dizer à superfície ou paira na atmosfera, sem outro esforço além de sua vontade, à maneira como se representam os anjos, ou como os antepassados figuravam os Manes nos Campos Elísios.
Os homens conservam à sua vontade os traços das migrações passadas e aparecem aos seus amigos tais como eram conhecidos, mas iluminados por uma luz divina, transpálidos semblantes, devastados pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a vida irradiam com esse fulgor que os pintores traduzem pelo nimbo, ou auréola dos santos.
A vida, isenta de cuidados e angústias, é relativamente mais longa que na Terra.
Como regra, a longevidade é proporcional ao grau de adiantamento dos mundos.
A morte lá não tem horrores da decomposição e, longe de ser motivo de temor, é considerada uma feliz transformação, porque lá não existe dúvidas sobre o futuro.
Durante a vida, a alma, não mais estando encarcerada na matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que deixa em um estado quase permanente de emancipação e lhes permite a livre transmissão de pensamentos.
Nos mundos felizes, as relações entre povos, sempre amistosas, nunca são toldadas pela ambição de subjugar o vizinho, nem pela guerra, que lhe é consequente.
Aí não há senhores nem escravos, nem privilegiados de nascimento.
Só a superioridade moral e intelectiva estabelece as condições e confere a supremacia.
A autoridade é sempre respeitada, porque só é obtida pelo mérito, e quem a exerce, usa sempre a justiça.
O homem nunca procura elevar-se acima dos outros, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando- se, é seu anelo alcançar a graduação dos puros espíritos, e esse desejo não é tormento, mas nobre ambição, que faz estudar com ardor o modo de chegar a igualá-los.
Todos os sentimentos afectivos e elevados da natureza humana aí se acham engrandecidos e purificados.
Os ódios, os ciúmes mesquinhos, as baixas cobiças da inveja, são aí desconhecidos.
Um forte laço de amor e fraternidade une todos os homens.
Os mais fortes ajudam os mais fracos.
Possuem mais ou menos, consoante que adquiriram com inteligência, mas ninguém padece a falta do necessário, porque o ser ali não está em expiação, em suma, o mal não existe, finalmente diz mais Santo Agostinho.
Na Terra temos necessidade do mal, para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da enfermidade para apreciar a saúde.
Lá nos mundos elevados e felizes esses contrastes são desnecessários.

(Dados colhidos no Evangelho segundo o Espiritismo pág. 48, 49 e 55).