LUZ ESPÍRITA
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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO - Página 2 Empty Re: Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 08, 2014 11:11 pm

Talvez, por isso, grande parte daqueles cantores, bailarinos, músicos e demais espíritos que ali se apresentavam também trouxessem em si graves problemas a serem resolvidos.
No entanto, seu empenho naquele trabalho era notório.
Radiantes em poder contribuir para a renovação da humanidade, cada qual a seu modo, não se conformavam em aguardar simplesmente.
Afinal, esperar pelo quê?
Tornar-se perfeito ou santificar-se primeiro?
De maneira alguma!
Contribuíam para o bem da forma como estavam.
Tais reflexões e observações foram de suma importância para minha vida espiritual.
Fechei os olhos na tentativa de deter as lágrimas que ameaçavam descer.
A música preenchia a minha alma enquanto eu me derramava por inteiro numa oração, da qual me recordava naquele momento:
- Ave Maria, cheia és de graça... - eu balbuciava, conforme havia aprendido em minha infância.
Quando abri os olhos, era só sorriso:
- Que bom, meu neto! - exclamava minha avó, cheia de contentamento.
Que bom que você rezou!
Ela estava de novo a meu lado.
Como foi reconfortante ver um rosto familiar naquele momento...
Pétalas de flores caíam sobre todos nós enquanto os espíritos bailavam sobre toda aquela gente ali reunida.
Ao longe, ainda pude ouvir a voz do Velho Guerreiro ecoando:
- Terezinhaa!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 08, 2014 11:11 pm

capitulo 7 - MOMENTO ÍNTIMO

Após um período benéfico de repouso, de volta ao Santuário de Frei Luíz, resolvi aceitar a proposta dos mentores daquele lar.
Cheguei à conclusão de que era melhor para mim trabalhar e auxiliar outros com meu canto, meu rock e meu ritmo do que ficar me lamentando e formando um inferno particular em algum recanto obscuro do mundo astral.
Somente o fato de haver tomado essa decisão pareceu ter produzido em mim um imenso alívio.
De tempos em tempos, uma angústia indefinível irrompia de dentro de mim.
O pranto era impossível de deter.
Naqueles momentos de recaída eu recordava meus excessos e tudo aquilo que fizera durante a experiência física e que chocava as pessoas.
As cenas de minha vida se passavam dentro de mim, e a depressão se instalava.
Via-me nas boates, cantando nos palcos ou na prisão, revoltado, xingando, praguejando, protestando ou brigando.
A partir das reflexões e da decisão que tomei, essas crises periódicas cessaram completamente.
Ainda me lembrava de tudo o que fizera na vida; porém, agora, dotado de uma visão diferente, eu não me entregava mais à deprê ou ao pessimismo das ideias complicadas.
Já podia reavaliar minhas atitudes vendo tudo sob outro ponto de vista.
Adeus, culpa.
Por algum tempo recebi ali, no Lar de Frei Luíz, tanto o ensinamento, em forma de aulas ministradas junto à natureza, como um tratamento mais intensivo, a terapia energética.
Foi num desses dias que o Santuário recebeu uma equipe de espíritos samaritanos, que conduziam 14 outros espíritos em estado lastimável.
Eram antigos membros do narcotráfico, que morreram de maneira brusca, violenta e complicada em um enfrentamento de grandes proporções nos morros do Rio de Janeiro.
Minha atenção foi despertada juntamente com uma curiosidade sem limites.
Frei Luíz, o espírito responsável pelas actividades naquele lar, convidou-me a acompanhá-lo na recepção aos recém-desencarnados.
Tais espíritos traziam a aparência de mendigos espirituais.
Vestiam-se com trajes sujos e rotos; odor forte e desagradável emanava de cada um deles.
Estremeci assim que me aproximei dos espíritos.
Frei Luíz me amparou através de seu olhar profundo, cheio de equilíbrio.
Notei que esses seres pareciam vagar sem saber para onde iam.
Talvez nem soubessem que haviam morrido para o mundo.
Quem os visse certamente associaria sua aparência com aqueles filmes de terror que mostravam os chamados mortos-vivos.
Era horripilante.
Comportavam-se como zumbis.
Frei Luíz aproximou-se de cada um, falando baixinho nos ouvidos deles, tocava de leve a cabeça de cada espírito, como a fazer um carinho, talvez um cafuné, mas eles não lhe registavam a presença.
Apenas caminhavam, conduzidos por um samaritano.
Frei Luíz beijou a face de um por um e os deixou seguir.
- Esses, meu filho - principiou o mentor -, são espíritos dementados e seriamente afectados em seu psiquismo mais profundo, devido ao grande mal que causaram ao seus semelhantes.
Acostumados apenas a questões materiais, ligados ao poder e ao dinheiro, nem sequer sonham com a possibilidade de uma vida espiritual.
É nosso dever ampará-los e conduzi-los ao internamento imediato.
- Então receberão tratamento médico-espiritual e depois serão esclarecidos quanto à sua situação de desencarnados?
- Não é tão simples assim, meu filho.
O único tratamento eficaz para eles é a reencarnação.
Serão conduzidos a novos corpos físicos.
No caso de espíritos como esses que ora recebemos, que se especializaram no tráfico de drogas e no desrespeito total à vida, é necessário um correctivo social, internados em corpos físicos.
Naturalmente que não retornarão ao mesmo meio de onde vieram, pois assim poderiam prejudicar novamente a comunidade à qual se vincularão.
Experimentarão situação social compatível com a sua necessidade de reeducação.
- E onde espíritos assim poderão reencarnar para se corrigir ou educar?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 08, 2014 11:11 pm

- Passarão primeiramente por um breve tratamento magnético e somente após essa etapa poderão ser encaminhados a seus novos corpos.
Onde? No caso específico desses irmãos, renascerão como mulheres, nos países árabes.
Lá, sob o regime austero que vigora em certas nações, e por imposição da sociedade e da cultura a que estarão vinculados, enfrentarão as duras provas que promoverão o reajuste necessário.
Somente bem mais tarde, após várias peregrinações nessas condições, é que poderão retornar
ao clima espiritual do Brasil.
- Cara, isso é demais! - falei sem pensar.
Frei Luíz olhou para mim, e imediatamente procurei corrigir:
- Quer dizer... Puxa!
Nossa! Que barra, hein?
- Não se preocupe, meu filho.
Eu soube interpretar bem as suas palavras.
O problema do tráfico de drogas no Brasil, especialmente aqui, no Rio, é lamentável – prosseguiu ele.
Nossa comunidade espiritual tem um compromisso com a sociedade brasileira, que procuramos atender na orientação desses seres temporariamente desajustados.
- Eles não poderão se reeducar, como eu mesmo, oferecendo sua cota de contribuição, de alguma forma?
O convite que foi feito a mim não poderá ser extensivo, de modo análogo, a eles também?
- Em casos assim, não, meu filho.
Você em momento algum intentou ou premeditou prejudicar quem quer que seja.
Sua arte, sua música cheia de irreverência influenciou uma multidão de jovens, e não podemos dizer que tenha sido má influência.
Apesar de sua conduta um tanto desmedida, suas atitudes foram as de uma geração rebelde, mas que procurava se firmar e se mostrar capaz.
Não houve intenção de prejuízo para o próximo.
Mesmo que as pessoas se inspirassem em seu comportamento exagerado, você foi uma referência e, em virtude disso, pode empreender, ainda hoje, muitas acções concretas em favor do bem.
Seu magnetismo, sua música e seu carisma produziram efeitos positivos em um grande número de pessoas, ainda que, em algum momento, possa pensar o contrário.
Do lado de cá, consciente da realidade espiritual, você pode alcançar ainda mais êxito junto aos corações.
- Mas, e os ex-traficantes?
- No caso desses infelizes, a situação é bem diversa da sua.
Você utilizou a droga; eles a traficaram, fizeram dela seu meio de vida. Incentivaram seu uso, cometeram todo tipo de abuso e violência em seu nome.
Mataram, roubaram e criaram uma rede de influências tão ampla que, ao morrerem, logo outros se sucedem em suas acções ilícitas e destrutivas, substituindo-os.
Soltos, do lado de cá, continuariam a influenciar seus antigos colegas de modo ferrenho, constituindo-se no que chamamos habitualmente de obsessores.
Seriam perseguidores vorazes ou, ainda, seriam eles próprios utilizados por entidades mais perversas e experientes do que eles.
- Eu não havia pensado dessa maneira - respondi, surpreso.
- Esta, a razão pela qual o internamento em novos corpos físicos, através da reencarnação, será a terapia emergencial à qual fazem jus.
Há outro aspecto envolvendo o caso desses traficantes.
Ao reencarnarem em país distante do actual, em corpos femininos e "disfarçados" em meio a uma sociedade exigente, religiosa e austera, estarão também temporariamente escondidos de seus próprios obsessores particulares.
Como você pode notar, todo o contexto reencarnatório, inclusive o ambiente cultural bastante diverso, foi planeado em detalhes, pois essa é uma etapa que merece cuidados especiais com vistas à reeducação de tais espíritos.
- E quanto a mim?
E os meus obsessores, onde estão?
Devo possui-los também.
Não cruzei com nenhum deles ainda?
- Calma, meu filho.
Dê graças a Deus!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 08, 2014 11:12 pm

Você está sob a tutela de alguém com mais amplas aquisições espirituais.
Minha avó, pensei, sem articular palavra.
Mal esboçou-se a ideia em minha mente e Frei Luíz retomou:
- Exactamente!
Ela interveio em seu favor, e é em virtude dessa interferência que hoje você obtém o auxílio e a oportunidade de se reabilitar ante sua própria consciência.
- Mas isso quer dizer que não recebi o convite para o trabalho que me fizeram neste lar apenas devido a meu potencial artístico?
- Não pense nisso agora.
Creio que o momento pede que aproveitemos as oportunidades e sejamos gratos à vida pela confiança depositada em nós.
Pensativo, deixei Frei Luíz dedicando-se ao cuidado dos espíritos e à orientação de sua equipe.
Respirei o ar puro daquelas paragens e, assim que me senti ainda mais integrado àquele ambiente, pude perceber que alguma coisa nova surgia dentro de mim.
Brotara em meu espírito a vontade de cantar novamente!...
Imediatamente, porém, indaguei-me:
Que tipo de música?
Depois de pensar um pouco mais sobre aqueles espíritos que eu vira a instantes chegar ao Santuário, uma nova canção se esboçava em meus pensamentos.
Aqueles eram dias em que eu me sentia como que a renascer, com muita esperança no futuro.
Acredito que por isso mesmo já tinha um título para a música: Canção da esperança.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Nov 08, 2014 11:12 pm

capitulo 8 - SEXO e ESPIRITUALIDADE

Ainda no lar espiritual que me acolheu ocorreu um fato muito marcante para o meu espírito.
Descobri que eu sentia fome, sede e que até mesmo as funções sexuais, que eu julgava próprias dos vivos da Terra, estavam activas em meu ser.
A situação me incomodava muito, e, envergonhado, não perguntei nada a respeito do assunto ao Frei Luíz.
Talvez porque, no meu passado recente, o sexo foi uma das forças mais vibrantes dentro de mim e, justamente através dele, cometi os maiores excessos.
Não me vejo hoje como culpado de nada.
Aliás, esse negócio de culpa eu acho pura caretice de gente metida a santa e dos "fabricantes de religião".
Vejo-me apenas como responsável pelos meus actos.
Quando vivi tantas experiências nas badalações e nas noitadas cariocas eu apenas tentava desfrutar a vida daquela forma descompromissada tal qual vivi.
Não pensei em prejudicar ninguém - nem a mim mesmo.
Creio, porém, que não soube medir as consequências e o alcance das minhas atitudes.
Ao constatar em mim, como espírito, a força vibrante da sexualidade, senti-me sem saber como dominar os velhos desejos que vez ou outra irrompiam dentro de mim.
E a fome e a sede que eu sentia?
Como explicar que, como espírito, eu sentisse as mesmas coisas que, em tese, somente fariam parte da rotina de encarnado ou de quem possui um corpo físico?
Como explicar, ou melhor, como encarar o fato de que, mesmo depois de morto, eu continuasse a sentir desejos?
Isso tudo me incomodava intimamente, quando fui apresentado a um espírito que, para mim, representou a salvação da situação angustiante em que me encontrava.
- Olá, meu amigo! - introduziu o espírito.
Meu nome é Tony.
Creio que temos muito o que conversar.
Cara, que nome mais careta esse espírito tinha de arranjar.
Tony já era um nome ultrapassado quando eu ainda estava na Terra, quer dizer, encarnado.
- O nome é apenas para que possamos estabelecer uma sintonia, uma ligação.
O tal espírito pareceu adivinhar meu pensamento.
Por aqui, a gente tem de aprender logo que pensamento bom mesmo é aquele que nem veio ao consciente.
Sem que a gente perceba, temos nossa privacidade mental invadida, desflorada, sem o menor pudor.
E antes que possamos reagir, uma vez que não sabemos qual espírito tem a capacidade de penetrar nossos pensamentos e qual não a possui.
- Você não é aquele cara que ficou famoso na Terra com a música rebelde e o jeito irreverente e exagerado?
- É, tudo indica que seja eu mesmo - respondi, um tanto constrangido.
E pena que por aqui a fama e o dinheiro não valem muita coisa.
- De fato, posso afirmar com absoluta certeza que classe social, religião, fama ou tradição familiar são valores que não têm qualquer importância do lado de cá da vida.
Por aqui, amigo, o que vale mesmo são as aquisições íntimas.
- É por isso que, de cara, pensei: tô ferrado!... - deixei escapulir.
- Pois é, mas, pelo que me consta, você recebeu um convite maneiro por parte dos responsáveis pelo Santuário.
Ainda bem que o Tony não reparou no meu vocabulário.
Afinal, eu falava daquele jeito não era mais por simples rebeldia. era costume, mesmo!
De qualquer maneira, ninguém vira santo de um minuto para o outro, ou assim que desencarna.
- Parece que alguma coisa anda te incomodando quanto a certas questões mais íntimas...
Ele parecia saber de tudo mesmo.
- A questão da sexualidade é algo que merece atenção especial nos dois lados da vida.
- Mas tem tanta coisa que não compreendo ainda! exclamei, baixando a guarda.
E julguei que já havia vivido de tudo em minha vida, ainda mais com relação a esse assunto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:03 pm

E agora, depois de morto, estou entrando em parafuso. Que piada!
- "Em parafuso"? - indagou Tony.
- É! É apenas uma expressão que aprendi lá na Terra, ou melhor, quando encarnado.
Significa apenas que estou pirando, que não tenho explicações para minhas dúvidas e... você sabe como é.
- Ah! A velha questão do desejo, do sexo, da alimentação entre os desencarnados.
Eu sei como isso é.
Também passei pelas mesmas dúvidas que você.
- Bem, você poderia me esclarecer alguma coisa?
Sou novato nesse negócio de vida após a morte, sabe?
- A morte é apenas um portal que se abre para uma nova visão do mundo e da vida - começou a explicar meu novo amigo.
Eu até já o estava achando legal.
Até o nome dele não me soava mais tão careta como antes.
- Muita gente morre, mas desencarnar é para poucos.
- Ora essa! - o interrompi.
Então morrer e desencarnar não são a mesma coisa?
Cara, que alucinação...
Ele prosseguiu, sem afectação:
- Podemos entender a morte tão-somente como a cessação da vida no corpo físico.
Tudo é uma questão de vocabulário.
Eu estou apenas fazendo uma analogia, para que você possa compreender certos aspectos.
Sob tal ponto de vista, todo dia morre gente no mundo.
Entretanto, o que quero dizer é que desencarnar significa bem mais do que perder a velha roupagem do corpo; está muito além disso.
Grande número de almas passam para a dimensão extra física da vida, embora conservem-se mental e emocionalmente apegadas às imagens, paisagens e sensações da vida material.
Esses espíritos morreram para o mundo, todavia, não desencarnaram, no verdadeiro sentido do termo.
Isto é, trazem a morte impregnada de todos as sensações e os desejos próprios do corpo físico e da vida material.
- Isso se dá também nas questões do sexo?
- Não é somente isso que ocorre.
Não há como deixar de lado o fato de que o sexo, na verdade, está muito mais na mente do que nos órgãos genitais.
Por muito tempo ainda, talvez milénios, o espírito necessitará das manifestações da sexualidade.
Lembra-se de que na Terra há muitos que fazem sexo sem amor?
- É claro que me lembro... e muito bem.
- Pois é, por aqui, entre os chamados desencarnados, somente os espíritos superiores são capazes, por ora, de amar sem a necessidade do ato sexual.
Eles amam, sem o imperativo do sexo genital.
- É... - pensei.
Talvez seja por isso que não sou nada superior.
Adoro me sentir por inteiro e inteiramente funcional.
Muito melhor do que gente careta, sem ânimo nem tesão pela vida.
Em toda a minha vida, nunca quis saber de perder o tesão, jamais aceitei que o tédio pudesse me vencer.
- O que lhe tem angustiado, meu amigo, ocorre com maioria dos espíritos - prosseguiu Tony.
Passar para o outro plano da vida, pura e simplesmente, não implica que o ser se encontre em plena vivência da espiritualidade.
De modo algum.
Consideradas as questões vibracionais, logo após o plano físico encontramos a dimensão das emoções.
É o chamado plano astral, onde se externa do espírito todo o atavismo milenar registado em seu corpo espiritual.
Comer, beber, dormir, fazer sexo são situações vividas durante milhares de anos nas diversas experiências reencarnatórias.
Quando vêm para o lado de cá, na dimensão onde nos encontramos, é natural que os corpos espirituais tragam impressos em sua memória todas as experiências vivenciadas pelo ser.
Tornam-se, assim, compreensíveis as sensações de fome e de sede, os desejos e os impulsos de sexualidade, que são gerados e elaborados na intimidade do espírito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:03 pm

No fim das contas...
- Quer dizer que o sexo não é algo pecaminoso? - não me contive e o interrompi.
- Claro que não!
Nunca foi pecado e jamais o será!
Por mais que preceitos moralistas, sustentados por indivíduos imaturos de todas as épocas, procurem transformar aquilo que Deus criou em erro, vergonha ou motivo de escárnio.
Do lado de cá, o pensamento é tudo, e, já que a memória espiritual guarda os registos de todas as experiências...
- Vocês então vêem com naturalidade as manifestações do desejo entre os desencarnados? - novamente intervim na explicação de Tony, intrigado com o que acabara de ouvir.
- Podemos dizer: é algo tido como natural entre os recém-desencarnados.
À medida que o espírito se libera das impressões sensoriais de sua última existência, o corpo espiritual reflecte imediatamente a nova situação mental.
Sexo é transfusão de energias, seja entre encarnados ou desencarnados.
Os religiosos é que geralmente transformam o sexo em tabu ou em algo proibido, profano.
- Então posso considerar natural eu sentir as mesmas reacções que sentia quando vivo?
- Vivo você permanece, como permanece viva na Terra a memória daquilo que você fez e de quem você foi, a sua arte e a sua obra.
As reacções de fome, sede e sexualidade só se manifestam do lado de cá enquanto estamos nas faixas de vibração próximas à da Crosta.
Como lhe disse antes, ao atingir a condição de espiritualidade o ser transcende a função dos órgãos que ainda ostentamos em nosso corpo espiritual.
- E por quanto tempo mais ficarei nessa vibração próxima à da Terra?
- Só Deus sabe, meu amigo.
Todos nós estagiamos no plano astral, às vezes por longos milénios, até que aprendamos o desapego da vida material.
- Ufa! Ainda bem!
Não gostaria de deixar de sentir certas coisas.
Pelo menos, não tão depressa.
- Você terá muito tempo a sua disposição para estudar tudo isso e talvez descubra muitas outras coisas que lhe dêem prazer nesta nova vida de desencarnado.
- Mas diga-me uma coisa - ponderei curioso.
Se o sexo é considerado assim tão natural, por que se diz que tanta gente se perde devido ao uso de algo que está na própria natureza?
Falo por mim mesmo.
Não é que eu tenha sido cobrado por quem quer que seja.
Diga-se de passagem que estranhei o fato de que nenhum espírito apareceu para levar-me a tribunal algum, que eventualmente pudesse me condenar por meus abusos.
Minha própria consciência é que me deixa desconcertado.
- Você mencionou duas palavras-chave: abuso e consciência.
Deste lado da vida você não vai encontrar nenhum tribunal que o possa condenar.
Sua consciência é a voz divina que fala dentro de você e mostra os limites para que possa orientar sua acção.
Quando essa voz interior alerta que foi ultrapassado o limite entre o natural e o abuso, aí, como diria você: a coisa pega.
- Talvez fosse melhor um tribunal...
- A consciência de cada um é que delimita o campo de acção de cada ser.
O sexo, considerando nossas reflexões, é uma aquisição abençoada para promover o progresso do ser ao longo dos séculos.
O prazer sexual é o estímulo para que os homens da Terra possam se refazer nas trocas incessantes de energia.
Entretanto, como em tudo na vida, pode haver abuso, o que é prejudicial.
Ao ultrapassar certos limites impostos pela natureza, o homem cria situações aflitivas para si mesmo.
- Como ocorreu comigo...
- Como ocorreu connosco, meu amigo.
Na Terra, dificilmente encontraremos espíritos que não se comprometeram no exercício da sexualidade de modo indiscriminado.
- Diga-me uma coisa: como lidar com isso do lado de cá da vida?
O que fazer com esses impulsos que vêm de dentro de mim e se manifestam tão visivelmente neste novo corpo que possuo?
- Você só aprenderá com o tempo, meu amigo. Só o tempo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:04 pm

Acredito que por ora é suficiente que você saiba que o sexo está, sobretudo, em sua mente.
Ademais... Bem, deixe que a natureza de seu corpo espiritual exprima aquilo que está dentro de você.
Isso será, inclusive, um bom exercício e um termómetro eficaz para que você possa medir como anda a "temperatura" dos seus pensamentos.
Alguns dias se passaram desde minha conversa com Tony.
Durante esse tempo, o assunto sexo e sexualidade não saía de minha mente.
Aproveitei as novas ideias e as reflexões delas decorrentes para avaliar, sem medo nem preconceito, minhas experiências nessa área.
Quando vivo ou encarnado, não dediquei meu tempo a reflexões verdadeiras, mesmo com psicanálise e tudo.
Tive uma vida muito agitada entre as curtições próprias da juventude, os problemas causados aos meus pais, em virtude das minhas atitudes, bem como as badalações com sexo, drogas e rock’n’roll.
Apenas a época da aids me deu uma certa propensão para meditar um pouco, mas me faltava a tranquilidade necessária.
Aqui, tudo era novo para mim.
Até mesmo o fato de eu me dedicar a pensar sobre tudo isso e reflectir acerca das minhas escolhas e atitudes.
A morte apronta dessas coisas com a gente.
Não só a morte por hiv, mas qualquer género de morte.
Não há como fugir à análise de sua própria vida.
Sentia em mim toda a força e a virilidade próprias dos homens encarnados.
Desejos, pensamentos que não eram mais tão secretos, a nostalgia e - devo ser sincero - até mesmo certa saudade de algumas pessoas e situações.
Todavia, em meio a tudo isso, era compelido a avaliar meus actos e até mesmo a reeducar meu pensamento ou minha forma de pensar.
Até aí, tudo bem.
Aceitei que tudo isso era uma peça pregada pela morte, que aprontou para mim este divã meio transcendental e um tanto compulsório.
Só não admitia me converter num espírito careta e ultrapassado, com um vocabulário recheado de velharias e termos religiosos.
Ser espírito, tudo bem.
Mas que seja um espírito moderno, como a melhor e mais original canção de rock'n'roll.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:04 pm

capitulo 9 - MENINOS DO RIO

Algumas reflexões e conclusões haviam me beneficiado muito.
Não me tornei santo - nem desejo isso para mim.
Deve ser uma chatice ter que aturar um espírito certinho, santinho e que nunca teve nenhum problema na vida.
Eu estava reaprendendo a gostar de mim mesmo do jeito que eu era.
Já não me esforçava mais para modificar minha forma de falar.
Os outros espíritos me compreendiam as intenções e, portanto, não era justificável a minha vergonha.
Reaprender a gostar da vida, de si mesmo e de sua forma de ser, de seu jeito espontâneo de agir e falar - tudo isso era algo muito bom de experimentar.
Desde que conheci o Tony, aos poucos pude reconquistar minha auto-estima.
Tínhamos longas conversas e dávamos gostosas gargalhadas.
Descobri também que espírito ri, brinca, sente desejos, tem sede, fome, faz amizades e ama.
Numa dessas tardes, quando terminava as actividades no lar espiritual ao qual me vinculara, Tony procurou-me radiante.
- Frei Luíz permitiu que eu conduzisse uma excursão.
Acho que você vai gostar.
Tony agora se comportava como um adolescente.
Ele me fazia sentir-me vivo de verdade.
Em sua presença, não sentia necessidade de disfarçar ou camuflar nada ou nenhuma parte de mim e do meu comportamento.
Não que pudesse - pois ele parecia adivinhar meus pensamentos mais secretos -, mas me sentia totalmente à vontade com o novo amigo.
- Sabe aquela nossa conversa a respeito de sexo? - indagou Tony, logo a seguir.
- Claro que me lembro - respondi.
Tudo o que conversamos ainda faz parte de meus agitos mentais...
- Pois bem. Vamos visitar algumas pessoas interessantes.
Acho que você terá uma óptima oportunidade de estudar algumas questões.
Fui tomado por tremenda euforia.
Primeiramente, porque o assunto me excitava as emoções; depois, porque teria uma chance de ver a vida do lado de fora do Santuário, mas com uma perspectiva diferente da anterior.
- Não fique assanhado assim - repreendeu-me Tony, sério, mas com bom humor.
Você sabe quanto nossos pensamentos influenciam nosso estado de espírito.
Prometa-me uma coisa.
- Fale! Prometer o quê?
- Qualquer situação constrangedora com a qual nos depararmos, você se reportará a mim.
- É claro, é claro!
Tá combinado - concordei sem entender direito o que Tony queria dizer.
Não devo ter parecido convincente em minha promessa.
- Tanto você quanto a maioria dos artistas viveram momentos de suas vidas muito intensamente.
As vivências na área da sexualidade, das drogas e do dinheiro deixaram marcas muito profundas em seus espíritos.
Na visita a que me refiro, você terá como objectivo tão-somente as observações que lhe fortaleçam as reflexões e decisões tomadas.
Contudo, pode ocorrer o contrário.
Portanto, é necessário cautela e uma atitude moderada, você entendeu?
As memórias de sua vida recente podem vir à tona e despertar sentimentos de culpa e fatos que, por ora, não é útil retomar.
- Ih! Mas precisa tanto sermão?
Pode deixar, Tony.
Se ocorrer qualquer coisa assim, eu contarei a você imediatamente.
Isso eu sei fazer muito bem. vou transformar as emoções num rock que vai abalar qualquer sentimento de culpa.
Não vou dar mais tempo para isso em minha vida. Prometo.
O novo companheiro abraçou-me, e juntos fomos ao centro do Rio de Janeiro.
Ah! A Cidade Maravilhosa...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:04 pm

Como era bom respirar o ar da minha terra e me sentir em casa, parte de toda aquela beleza, da cidade onde vivi meus melhores e piores momentos.
Evidentemente, eu fora estimulado a estudar a respeito da sexualidade devido às minhas próprias necessidades.
Quem sabe os questionamentos que afluíam à minha mente não eram os mesmos da maioria das pessoas?
Tony, que me conhecia os pensamentos mais íntimos, falou-me mentalmente:
- O sexo não é algo que tenha a ver somente com os encarnados.
O problema da sexualidade ultrapassa as fronteiras da carne e vai muito além dos órgãos femininos e masculinos.
Do lado de cá da vida, sexo significa polaridades positiva ou negativa, características da alma humana.
As palavras de Tony repercutiam em meu íntimo quando chegamos próximo da Candelária.
O local, visto do lado de cá, com os olhos do espírito, era algo assustador, atemorizante até.
Àquela hora, no princípio da noite, garotas e garotos de programa iam e vinham, muitos deles exibindo o próprio corpo, que punham à venda.
Alguns rapazes menos vulgares traziam os olhos afogueados pela paixão por sexo.
Travestis e alguns "entendidos", como se dizia antigamente, pareciam disputar a preferência de homens que os procuravam para a satisfação de seu apetite sexual.
Permeando tudo e todos naquele local, vi uma nuvem escura, que dava a impressão de descer lentamente, de modo mais intenso
sobre algumas pessoas em especial.
Naquele mesmo instante, a névoa cinza-chumbo que a compunha era aspirada através dos poros e da respiração daqueles indivíduos.
Tony veio em meu socorro:
- O que você vê, meu amigo, é o resultado das criações mentais viciadas e viciantes.
São larvas e bactérias astralinas e vibriões mentais que os nossos amigos encarnados respiram juntamente com o ar que inalam.
O que via dava-me nojo e provocava repugnância.
Parecia que eu iria vomitar, tamanha náusea e asco senti.
Tony tocou-me o ombro esquerdo, inspirando-me segurança e me devolvendo o equilíbrio necessário para prosseguir nas observações.
- Nunca imaginei que existisse algo assim - sentenciei.
- Existem muito mais coisas do que supõe a nossa vã filosofia, como diz o ditado.
O mundo está cheio de criações mentais dos seres humanos, e cada um respira de acordo com o clima psíquico que lhe é próprio.
Ao lado das pessoas que divisava, dos garotos e garotas de programa que permaneciam a disputar clientes como quem caça suas presas, sem sequer cogitar o que ocorria, presenciávamos uma cena lastimável:
espíritos em estado deplorável, uma verdadeira multidão de seres agrupados de acordo com suas afinidades.
Alguns andavam, outros se arrastavam ou rastejavam sem o corpo físico, com terrível aspecto de mendigos espirituais.
Pareciam conviver em harmonia com os humanos encarnados.
Entre os que vagavam por ali, alguns espíritos, mais lúcidos - isto é, menos embriagados por aquela atmosfera desagradável -, ao olharem para mim e Tony, tiveram suas recordações despertadas:
- Vejam! - gritou um deles.
Não é aquele cantor famoso que badalava pelas noites e bares da cidade?
- É ele mesmo, vejam! - outro espírito me identificava e despertava a atenção dos demais.
- Ele está agora acompanhado de um anjo!
Que bonitinho!... Então virou santo quando chegou do nosso lado, hein? - o sarcasmo era total.
- Que nada!
Ele já era playboy, fílhinho de papai lá da zona sul há muito tempo, brother.
Só subia o morro para comprar "bagulho" - disse um outro, mais malandro e agressivo.
Tony endereçou um olhar significativo para os espíritos, desanimando-os de qualquer intenção.
Eu tremia todo por dentro; fora pego de surpresa com a reacção dos espíritos.
- Ele é protegido - concluiu um deles, afastando-se.
Vejam, ele agora é um dos protegidos do Cordeiro! - o espírito gritava aos berros, apontando para mim.
Confesso que não me senti nada bem.
Aquela era uma prova de fogo para o meu espírito.
Juntamente com os gritos e o escárnio das entidades revoltadas, imagens mentais vinham em minha direcção.
Sentia-me visivelmente abalado.
Segurei firme em Tony, procurando obter socorro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:04 pm

Ele entendeu na hora meu pedido mudo de ajuda.
Passamos adiante, deixando aqueles espíritos para trás.
Dali, Tony me conduziu para o Leblon.
Visitaríamos determinada boate, local onde eu poderia fazer mais observações.
Antes, porém, eu precisava respirar o ar fresco do mar, conforme assinalou meu guia turístico particular.
De facto, necessitava me recompor para poder prosseguir.
A meu lado, ambos de frente para o mar, Tony orou, pedindo forças e disposição para mim.
Senti-me imediatamente renovado, como num passe de mágica.
Não imaginava que a oração pudesse nos retemperar tão rapidamente.
Eu não sabia orar.
Dali em diante, porém, procurei abrir a minha alma e receber os benefícios da prece e o auxílio necessário.
- Você precisa haurir forças, meu caro, que só o contacto com o Alto lhe proporcionará - explicou Tony.
Como você pode notar, a elevação do pensamento produz refazimento imediato, e é através do exercício da prece que você alcançará maior equilíbrio íntimo.
Afinal, precisa enfrentar certas situações que ficaram profundamente mal-resolvidas em sua consciência.
Não adianta fugir ou tentar driblar a vida.
Ela não é um jogo de futebol no qual a gente possa driblar o adversário e chutar a bola sem se preocupar com o que ficou para trás.
Para fazer golo nessa partida e sair dela vitorioso, é necessário encarar face a face o adversário.
E, no caso das questões íntimas e morais que se apresentam, o adversário está em si mesmo: é a própria personalidade.
- É, vejo que terei de deixar de lado mais esse preconceito, com relação à oração.
Logo eu, que sempre tive uma atitude rock'n'roll e pensava ter abolido os preconceitos.
Cada um tem a sua dose de hipocrisia, não é?
- É isso mesmo.
É bom ver isso cara a cara, numa boa.
Visitar alguns ambientes também proporcionará a você uma visão real do que ocorre em algumas das situações com as quais esteve familiarizado.
Verá por si mesmo aquilo que tem estudado e ouvido de outros espíritos.
Esse enfrentamento de circunstâncias difíceis redundará em seu benefício, mesmo que exija esforço no momento.
Durante todo o tempo, nem preciso dizer, estarei com você, lado a lado. Pode confiar.
A boate estava repleta de gente - dos dois lados da vida.
A música intensa e vibrante me fez recordar as noitadas, os shows e as curtições.
Havia diversos rapazes, que se comportavam das mais variadas formas.
Alguns, mais tímidos, pareciam observar de longe todo o rebuliço do pessoal.
Outros caras se abraçavam e se beijavam, naquele ambiente que oferecia abertura para um comportamento mais extrovertido.
No centro do salão, alguns sujeitos contratados pela administração do local faziam
striptease, exibindo seus dotes para a rapaziada frenética.
A plateia delirava.
Enquanto isso, do nosso lado...
Figuras bizarras, estranhas mesmo, formavam o cortejo de desencarnados presentes naquele ambiente.
Eram espíritos de homens e mulheres que haviam sido atraídos devido às vibrações de sensualidade, erotismo e permissividade que emanavam do local.
Algumas das pessoas encarnadas que estavam ali, eu as conhecia.
Lembrava-me de alguns deles em encontros do passado.
Os espíritos pareciam alheios a qualquer conceito de pudor e, muito menos, elevação moral.
Grudavam-se às pessoas ali presentes, sugando-lhes as emanações etílicas e sensuais, tais como vampiros, ávidos pela energia sexual.
Indiferentes à ideia da imortalidade ou a maiores responsabilidades, esses seres, invisíveis aos olhos humanos, praticavam actos sexuais entre si.
Comportavam-se de tal maneira a influenciar os encarnados, que, aos poucos, cediam a seus estímulos.
Na verdade, em alguns casos a simbiose era tamanha que se tornava difícil distinguir onde iniciava o impulso de um e terminava desejo do outro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:05 pm

O que presenciei até então era o bastante para que eu fizesse uma ligação com o que vivera no passado.
Imagens e recordações vinham-me à mente, e senti uma avalanche de emoções que ameaçavam me dominar.
Estremeci por inteiro.
A música era tão estridente e alta que parecia hipnotizar tanto encarnados como desencarnados.
Aqueles que não sucumbiam aos desejos, inspirados pelas entidades ali presentes, mal conseguiam o equilíbrio para se manter ao abrigo das emoções desenfreadas.
Dirigi-me instintivamente a uma outra parte da boate.
Era um cómodo escuro e fétido.
Talvez os encarnados que lá procuravam o prazer fácil nem sentissem o mal-cheiro que o local exalava, mas era algo físico, tenho certeza.
O chão estava repleto de criações mentais que, a meus olhos, assemelhavam-se a baratas.
Os encarnados pisavam em tudo, e, à medida que o faziam, tais criações subiam-lhes pelos pés e pernas, alimentando-se de seus fluidos vitais.
As paredes, pegajosas, pareciam absorver as emoções ou anular o poder de raciocínio.
Era a embriaguez no mais alto grau, mais pela energia sexual que pelas drogas e bebidas, que ali rolavam à vontade.
Naquela sala totalmente escura aos olhos humanos, ninguém era de ninguém.
Era um ambiente que os encarnados conheciam pelo nome de darkroom, devido à total ausência de luz.
Todos se possuíam sem se ver, e eram levados à loucura.
Quanto a mim, tive ânsia de vomitar.
Era como se tudo aquilo causasse tal estado de espírito em mim, tão diferente e perturbador, que todo o meu ser se revoltava com o que via, do lado de cá, naquele gueto infernal.
Como desencarnado, podia observar a realidade tal qual ela se apresentava.
Era dramático de se ver. Horrendo, horripilante mesmo.
Sem a fantasia das luzes e a hipnose provocada pela música de batida constante, sem as roupas mais ou menos extravagantes nem o êxtase causado pela bebida, as drogas e o sexo, eu via a realidade nua e crua, despida de qualquer venda carnal a me cobrir os olhos.
Senti o estômago do meu corpo espiritual revolvendo-se.
Vomitei. À medida que vomitava alguma coisa viscosa, de cor acinzentada, nojenta, Tony me conduzia para fora daquele ambiente, a fim de que eu respirasse ar puro.
Comparada ao interior daquelas dependências, a avenida mais movimentada tinha o ar de um bosque.
- Nunca poderia imaginar que teria esta reacção - afirmei.
Ora bolas, vomitar depois de morto também é normal?
- Fique tranquilo - respondeu Tony, transmitindo-me calma.
Seu corpo espiritual expulsa de si os últimos resquícios de matéria astral tóxica, adquiridos em ambientes similares; é apenas isso que ocorre.
Em última análise, é uma forma de limpeza energética.
Ao recompor-me daquela sensação estranha, meus pensamentos retornaram às cenas que acabara de presenciar, como espírito.
Uma angústia cruel ameaçava tomar conta de mim.
Meu passado vinha à tona com força total.
- Cuidado, meu amigo - alertou-me Tony.
Domine seus pensamentos e se esforce para reorganizar suas emoções.
As entidades que acompanham os encarnados impregnam o ambiente de vibrações tão densas quanto sensuais.
É difícil resistir-lhes ao assédio mental e ao envolvimento emocional, o que exige bastante determinação de nossa parte.
Procure respirar.
Após breve instante, senti-me mais reconfortado e fortalecido.
Tony continuou:
- O amor carnal é ainda, com seus prazeres, um dos mais irresistíveis anseios da humanidade.
A música, as luzes, o brilho e a fumaça do ambiente compõem uma atmosfera repleta de certa magia, segundo o ponto de vista dos encarnados, que dispersa qualquer sentimento ou propensão mais elevada.
As boates são construídas e elaboradas com esse objectivo em mente.
Caso não se procure sair imediatamente de tal lugar, sucumbe-se logo ao império dos sentidos e das emoções.
Torna-se difícil escapar às sensações mais grosseiras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:05 pm

A energia sensual emanada nesses ambientes assemelha-se ao forte magnetismo de um ímã ao atrair as limalhas de ferro. Só que, nesse
caso, as limalhas correspondem às vibrações mais densas e às entidades que têm afinidade com elas.
As palavras e as explicações de Tony marcaram-me profundamente.
Agora compreendia o que ele queria dizer ao se referir à minha necessidade de enfrentar certas situações.
Eu precisava encarar de frente minha realidade íntima, sem mascará-la, pois era fruto do modelo de vida que elegi para mim.
Descobri que eu, que nunca tive papas na língua, que sempre falei e fiz o que dava na telha e pouco me importei com a imagem que os outros faziam de mim, usei a máscara da franqueza e, atrás dela, escondi-me de mim mesmo.
Interpretando o papel do sujeito mais escrachado e escancarado, fugi dos meus medos e dramas mais profundos.
"Minha vida é um livro aberto", eu dissera certa ocasião.
Para os outros, apenas para os outros.
Tony prosseguiu examinando o tema de nossa excursão:
- O sexo, mesmo entre pessoas de mesma polaridade energética, não está restrito à periferia do corpo físico.
Sexo é alma e, em sua dimensão original, sublime, está muito mais no próprio espírito do que em seus corpos de manifestação.
Tanto quanto o amor, o mais nobre dos sentimentos, a sexualidade está na mente, espelho da alma.
O corpo físico e o perispírito, ou seja, o corpo espiritual, apenas reflectem a vibração sensual, sexual ou amorosa do ser.
Não importa a forma de amar.
O importante, meu amigo, é amar.
Contudo, quando o amor é confundido com sensações grosseiras e encontra respaldo em comportamentos desregrados, desmedidos e inconsequentes, o espírito encarnado ou desencarnado estaciona e descamba para os despenhadeiros do vício e da perdição.
- Você sabe - expliquei-me.
Em minhas experiências na carne, vivenciei diversas coisas como as que vimos hoje.
- Eu sei, eu sei, meu amigo.
Ninguém lhe cobra títulos de santidade, e não é necessário de modo algum que você busque justificar-se.
Ainda mais para quem!
Não sou diferente de você, não se iluda.
Não sou o anjo da visão daqueles companheiros lá da Candelária.
Viemos aqui nesta noite tão-somente para que você pudesse ver por si próprio as tempestades de emoções e desejos de ambientes como esse.
Talvez, se eu apenas lhe dissesse, nem me acreditaria e, certamente, não teria o mesmo impacto. - com toda a certeza, a lição foi muito proveitosa.
- Lembre-se: sexualidade sadia é portal de aperfeiçoamento e evolução.
- O que dizer, então, das pessoas que se deixam arrastar para ambientes com intensa energia erótica ou se entregam aos prazeres sensoriais desgovernados?
- A sexualidade, quando perturbada, arroja o ser para faixas inferiores da vida.
Tais pessoas, que se deixam dominar pelos excessos e perturbações de suas energias sexuais, não cometem crime algum.
No entanto, aqueles que assim se comportam ligam-se às energias desgovernadas e às companhias espirituais de seus parceiros.
Dessa forma, sujeitam-se a longos processos obsessivos.
Quanto mais dão vazão a todo tipo de extravasamento descontrolado da libido, o qual costuma traduzir-se em promiscuidade, mais são submetidos a impactos espirituais de grandes proporções.
É uma violência.
Regularmente, passam a entrar em contacto com vibrações tão variadas e funestas, com entidades tão diversas e viciadas que, em casos mais graves e duradouros, apresentam a tendência de ter a individualidade descaracterizada.
O eu fica perdido em meio a tantos parceiros, conluios espirituais e formas-pensamento desvitalizantes.
Jamais poderia supor que o sexo tivesse tantas e tão profundas implicações.
Ao se contestar o moralismo estéril e hipócrita, deve-se ter cuidado com os limites opostos.
É fácil enredar-se nas teias do excesso, agora eu sabia.
Tony prosseguia, dando-me tempo para absorver suas palavras:
- A energia sexual do ser sofre desgaste ao longo do tempo, e, progressivamente, esse desperdício de energias vitais acaba enfraquecendo o corpo e a mente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:05 pm

Excitada por uma enorme quantidade de imagens sexuais, a mente vibra intensamente, reproduzindo no corpo e no campo vital o ritmo da sobrecarga sexual.
A vida pede reeducação, e não simplesmente abstenção.
Cada qual, de posse da forma de manifestação do seu amor ou da sua energia sexual, é responsável pelo uso ou abuso que fizer desses
elementos.
Compete a cada um dar direccionamento superior à divina faculdade que lhe foi concedida, a sexualidade, assim como ao divino património que lhe foi confiado:
os corpos, a mente e certa cota de vitalidade.
As lições daquela noitada diferente, que vivenciei nas mesmas ruas de outrora, seja no Leblon, em Bota-fogo ou na Candelária, talvez fossem as mais proveitosas e aquelas que mais forte repercutiram em minha intimidade.
Vi o desfile de garotos e garotas, meninos e meninas que tinham alguma coisa que os aproximava das minhas experiências do passado.
Mesmo com toda a ajuda de Tony, sentia-me profundamente abalado.
Mas, em compensação, intimamente modificado.
Como era bom ter para onde voltar; um lar em que pudesse me retemperar e sedimentar as novas lições.
Vai ver, vem daí o nome: Santuário de Frei Luíz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Nov 09, 2014 11:05 pm

capitulo 10 - DROGAS

Retomamos ao Lar de Frei Luíz.
Eu me sentia mais aliviado ao adentrar o Santuário, um local que se tomara especial para mim, num recanto de Jacarepaguá.
Ali havia encontrado abrigo, encorajamento para iniciar meu processo de reeducação; ali recebia tratamento espiritual, antes de demandar outras actividades.
Isto é, eu não havia "subido" para planos mais altos, ascendido à espiritualidade ou coisa assim.
Localizava-me na dimensão astral, em região bem ligada à Crosta e aos encarnados, internado em um lar que representava um hospital espiritual.
As questões relativas ao sexo e as experiências recentes ainda abalavam-me profundamente.
Recordava-me de tudo o que vivera, e era inevitável contrastar minhas memórias com aquilo que encontrara depois da morte, notadamente o que presenciei na excursão com Tony.
De forma chocante, esse episódio expôs minha intimidade por completo - não havia mais como mascarar as questões íntimas; percebera que somente com o tempo enfrentaria a mim mesmo nessas graves dificuldades.
Após o ligeiro passeio, comecei a imaginar a repercussão da problemática sexual em toda a humanidade, nos dois lados da vida.
Conscientizar-me de tal realidade despertava em meu ser grande preocupação e colocava o sexo no centro dos maiores problemas da humanidade.
Aliás, não exactamente o sexo.
Como chegara à conclusão, o sexo, em si mesmo, não constituía o problema real, mas sim aquilo que fazemos de nossas energias sexuais: é isso que define a extensão e o grau de responsabilidade de cada um.
Adentrei o lar espiritual e me recolhi em prece.
Acredito que nem eu nem ninguém que um dia houvesse me conhecido poderia sequer imaginar a cena e a possibilidade de me ver rezando.
Até eu mesmo duvidava do que via.
Mas eu juro:
foi exactamente o que fiz.
Tony aproximou-se de mim na companhia de Frei Luíz; silenciosamente me chamaram para acompanhá-los.
Entramos em determinado recinto da construção espiritual, e deparei com enorme quantidade de leitos, com vários espíritos deitados.
Uns pareciam apenas dormir.
A maioria, contudo, reflectia na própria face o pesadelo íntimo do qual era vítima.
Certo rapaz, deitado em um dos leitos, parecia vomitar sem parar; porém, apesar de toda a força que fazia, nada saía de sua boca.
Sua face era de rara beleza; em contrapartida, suas feições estavam gastas, pesadas, e seu olhar, perdido em algum lugar.
- Este - falou Frei Luíz - está perdido em meio às próprias alucinações.
Olhei mais adiante e pude ver outro espírito, com a aparência de um jovem de pouco mais de 20 anos de idade.
Estava encolhido entre lençóis e gemia sem parar.
Seus olhos pareciam vitrificados, paralisados a tal ponto que exprimiam imbecilidade.
- Esta ala do nosso pronto-socorro espiritual está reservada àqueles que desencarnaram em decorrência directa ou indirecta do uso de drogas.
Quanto a este jovem - prosseguiu Frei Luíz -, perdeu-se no abuso total.
Preso à ilusão de viajar sob o império das substâncias alucinogénias, dele tornou-se súbito, e a ele sucumbiu.
O olhar do rapaz perdia-se em mundos imaginários.
- Faz séculos que ele vaga, de país em país, de encarnação em encarnação, na maioria delas fazendo uso de entorpecentes e diversas outras drogas.
Desgastou a tal ponto as reservas de vitalidade de seu último corpo físico, que o corpo espiritual também se ressente gravemente.
O garoto desencarnado parecia estar completamente alheio aos comentários de Frei Luíz.
Por certo não lhe registava as palavras, em razão do diminuto grau de consciência que tinha da realidade a seu redor.
- Quer perceber o que se passa em sua intimidade? - perguntou-me o mentor, bondosamente.
- De forma alguma.
Creio que, por hoje, já tenha recebido cota suficiente de verdades.
Como já vivenciei inúmeras situações envolvido com as drogas, temo que essas recordações venham à tona e eu não consiga administrar todo o conteúdo evocado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:57 pm

- Sábia decisão, meu rapaz! - comemorou Frei Luíz.
Como vê, você obteve a permissão de reavaliar sua conduta em contacto com espíritos cujo passado guarda certas semelhanças com sua vida.
Aproveite a oportunidade!
Outro espírito se contorcia todo, num pesadelo que parecia não ter fim.
Frei Luíz e Tony se acercaram dele, tocando-lhe a cabeça carinhosamente.
Vi que o cérebro espiritual do rapaz iluminou-se por completo.
Ficara transparente.
Havia um tumulto de energias, como se filamentos eléctricos soltassem faíscas dentro de sua cabeça.
A cada uma das sucessivas descargas eléctricas que o córtex cerebral parecia receber, o espírito estremecia todo, devido à repercussão do fato nas células de seu corpo espiritual.
- Nosso irmão é igualmente acometido por pesadelos e alucinações.
Comprometeu sobremaneira tanto o corpo físico quanto o perispírito no uso indiscriminado de drogas.
Atravessa um longo período de alienação mental.
A cena era deprimente.
Frei Luíz prosseguiu dando explicações, convidando-me, com um gesto, a caminhar pelo pavilhão.
- O corpo espiritual é construção divina, de altíssima potência electromagnética e, por isso mesmo, ultra sensível.
Há forças que fazem parte do corpo e do cérebro perispirituais para as quais não encontramos, no vocabulário humano, palavras capazes de descrevê-las.
As drogas, usadas indiscriminadamente por muitos habitantes do planeta, ocasionam o desperdício de tais forças, afectam seriamente a textura perispiritual e estabelecem assim o caos íntimo.
Somente através dos séculos é que tais energias se reorganizarão.
Insistindo no uso reincidente e prolongado das substâncias tóxicas, o ser evolui para um estado semelhante à inconsciência, povoada apenas por pesadelos e imagens desconexas.
Eu não sabia o que dizer diante da situação daqueles espíritos.
Tudo o que observava repercutia em meu interior, e, de resto, a minha própria consciência se incumbia de me cobrar.
Lembrava penosamente minhas experiências e meus excessos; algumas vezes, chegava a ficar deprimido ante aquelas recordações.
A maconha, a cocaína, o LSD e outras drogas haviam sido companheiros de meus divertimentos.
Acredito que, no meu caso, a morte se encarregou de colocar um ponto final em minha dependência,
antes que eu me danasse por completo.
Abençoei a morte e o HIV.
Outros casos surgiam para minha observação.
Visitei naqueles leitos muitos espíritos.
Enquanto isso, enfermeiros e médicos espirituais auxiliavam no amparo aos desencarnados que haviam se envolvido com entorpecentes.
De repente, em meio a todas aquelas almas em recuperação, Tony me despertou a atenção.
Por alguns instantes, julguei conhecê-lo de algum lugar, como se já tivesse visto sua figura ou estado com ele quando encarnado.
Frei Luíz, no entanto, desviou-me a atenção.
A quantidade de enfermos espirituais era enorme, e as histórias que envolviam cada um dos que pude acompanhar mais de perto proporcionaram-me reflexões profundas.
Esse foi o meio escolhido pelos dirigentes espirituais do Santuário para me fazer pensar nas próprias atitudes de outros tempos.
Notei que a maioria daqueles espíritos que haviam se envolvido com drogas apresentava-se com a aparência de doentes mentais.
Fiquei imaginando o efeito do uso de drogas no corpo espiritual.
- O uso de entorpecentes, sejam eles maconha, cocaína, heroína ou outros - informou-me Frei Luíz - atinge o cérebro físico e o perispiritual.
As estruturas do corpo espiritual são profundamente afectadas, pois as descargas magnéticas de grande toxidade que se despejam sobre as células subtis prejudicam o equilíbrio da mente.
Tanto no corpo físico quanto no invisível, a repercussão é muito intensa e profunda.
Atingem o cérebro, o sistema nervoso e também a área sexual, pois não ignoramos que
a região genésica, com suas funções, representa poderoso dínamo de forças a serviço da alma.
Após cuidar de mais alguns doentes do espírito, Frei Luíz acrescentou:
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:58 pm

- Estes irmãos com desequilíbrio profundo de suas matrizes espirituais renascerão na Terra em complicadas condições físicas e com grandes prejuízo na região cerebral.
Os pesquisadores e médicos da Terra, ao analisarem alguns desses casos, provavelmente os associarão à hereditariedade ou a alguma influência do comportamento dos pais durante a gestação.
E é até compreensível que espíritos com determinadas necessidades de resgate e reeducação retomem compondo um mesmo grupo familiar, sintonizado com tais deficiências.
Ou seja, são seres do mesmo tipo espiritual, que trazem a mesma necessidade de reajuste.
Mas, por trás de diversas enfermidades ou limitações do corpo físico, principalmente do sistema cérebro-espinhal, jaz o abuso de drogas e do sexo descompromissado,
que repercute na actualidade desses nossos irmãos.
As explicações do mentor espiritual pareciam ressoar por dentro de mim.
O meu passado parecia se estampar nas figuras de cada espírito que eu visitava.
No íntimo, passei a avaliar com novos olhos a acção do HIV sobre meu antigo corpo físico e fiquei a imaginar se aquilo tudo que atravessei não teria sido manifestação da própria misericórdia de Deus em relação a mim.
A aids representou certamente um sofrimento muito grande; mas, sem ela, até onde eu iria em meus exageros e excessos?
A visão daqueles seres imbecilizados pelo uso das drogas e a lembrança dos outros espíritos enlouquecidos pelo abuso do sexo, observados durante a excursão em companhia de Tony:
tudo isso me proporcionava forte material para pensar.
Sob essa nova óptica espiritual que se desenhava em meu panorama interior, fui forçado a concluir:
a morte foi a minha salvação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:58 pm

capitulo 11 - MIL ANOS UM UMA HORA

Algo me incomodava profundamente, e eu ainda não sabia externar direito o que se passava no meu íntimo.
Estudei alguns casos de envolvimento de espíritos em questões relativas à sexualidade e outros que se ligaram às drogas.
Em todos eles, pude notar um factor comum: os indivíduos que protagonizaram aqueles dramas e histórias traziam o corpo espiritual sensivelmente afectado, bem como o psiquismo seriamente abalado, em virtude do que experimentaram.
Carregavam em si mesmo, sem excepção, profundas marcas de sua própria trajectória, que se manifestavam em sérios desequilíbrios do corpo e da mente espirituais.
As dificuldades íntimas decorrentes dos abusos cometidos durante a vida física eram patentes, e, sinceramente, não havia o que questionar a respeito da situação psicológica desses seres.
A relação causa e consequência era claríssima: seu comportamento pretérito determinara a situação em que se encontravam.
Sendo assim, eu me consumia com a pergunta que não saía de minha cabeça: e quanto a mim?
Por que eu não era um daqueles espíritos, deitados sobre as macas?
Por que eu mesmo não estava internado no hospital do Santuário?
É certo que passei momentos íntimos bastante complicados após me reconhecer morto ou desencarnado, mas também eu abusara de muitas coisas em igual proporção quando na Terra.
Alguma coisa parecia não estar funcionando comigo de acordo com o que ocorria com todos aqueles espíritos em tratamento.
Afinal, minha vida, considerada sob a perspectiva espiritual, não fora grande coisa.
Além disso, reconheço que exagerei mesmo, em todos os sentidos: sexo sem limite, drogas de todo tipo, relacionamentos e brigas, palavras, palavrões e muito mais.
Tais pensamentos pareciam se inflamar dentro do meu cérebro de morto quando Tony apareceu novamente no cenário de minha vida desencarnada.
Ele vinha acompanhado de alguém que não podia esconder sua identidade.
Um espírito que fora conhecido na Terra tanto por sua música quanto pelo seu jeito caricatural, "alternativo", um tanto chocante, e seu envolvimento com questões muito semelhantes às minhas.
Guardadas as devidas proporções, tinha a impressão de que ele era um espírito velho, experiente tanto nos erros como nos acertos.
Ele mesmo afirmava essa realidade, sorrindo:
- Eu nasci há dez mil anos atrás...
Era incrível poder encontrá-lo.
- Caramba! Veja quem está por aqui! - exclamei alegre, mas com exagero, em minha forma de expressão.
Em termos de exagero, inclusive, eu era campeão.
Não exigia nenhum esforço de minha parte, era natural para meu espírito o comportamento efusivo, espalhafatoso, extrovertido.
Para os padrões do local onde me encontrava, diria quase escandaloso.
Tony explicou:
- Pois é.
Acho que seus pensamentos turbulentos se externaram tão intensamente que Frei Luíz me pediu para trazer até você um antigo conhecido de jornada terrestre.
Alguém que fazia um rock especial, como sabe.
- Então você se encontra por aqui, reflectindo um pouco sobre esta vidinha de desencarnado? - cumprimentou-me o espírito.
- A morte me pegou de vez. Putz!
Não tive como driblar a danada - respondi, abraçando o espírito daquele que fora famoso no mundo da música brasileira.
Mas, agora, já que não posso morrer outra vez, só me restam esses momentos de reflexão antes de começar a trabalhar por aqui.
Tony, que servira apenas como elo entre nós, retirou-se discretamente, deixando-nos a sós.
- Trabalho é o que não falta do lado de cá da vida - tornou a comentar o espírito amigo.
Porém, cara, a fama é algo difícil de transferir da Terra para este lado do véu da vida.
- Já deu para notar isso - falei.
Parece que por aqui o que conta são os talentos e essas coisas que a gente julgava caretérrimas quando respirava entre os chamados vivos.
- E você já notou como esse pessoal do lado de cá é totalmente viciado em trabalho? - disse o espírito com muito humor.
E depois somos nós que não temos limite!
Esses espíritos parecem desconhecer o ditado da Terra que diz que, quando a gente morre, merece o descanso eterno...
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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO - Página 2 Empty Re: Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:58 pm

Demos gostosas gargalhadas ante os comentários do roqueiro mais velho da Terra, satirizando a situação em que nos encontrávamos.
Avaliei que, para quem viu a arca de Noé cruzando os mares, até que ele estava bem conservado.
Acho que os espíritos do lado de cá da vida descobriram algum tipo de formol espiritual ou - quem sabe? - um cirurgião plástico de corpos espirituais.
Descontraídos, rimo-nos novamente, desta vez dos meus pensamentos.
Tivemos momentos interessantes e alegres em nosso encontro, contado, ainda assim, eu não podia disfarçar a natureza de minhas reflexões.
- Menino, preste atenção - falou-me o ex-roqueiro, com tom mais sério.
Você parece estar envelhecendo do lado de cá ou ficando neurótico.
Não se deixe perturbar tanto assim com seus pensamentos sobre como as coisas deveriam ser!
- Não é perturbação, não! - redargui, levando a sério meus problemas.
- Pois bem. Quando você estava aqui, relacionando suas observações com o estilo de vida que levou, os responsáveis por este lar espiritual me convidaram a passar por aqui e conversar um pouco com você.
- Já sei, é a tal lei dos semelhantes...
- Exactamente. Encontramos maior facilidade de nos entender com aqueles que viveram situações semelhantes às nossas.
Por isso, estou aqui.
E assim o roqueiro iniciou a conversa que, para mim, representou uma luz em meio aos meus pensamentos.
Continuou:
- Acho que você não ignora que passou por momentos de emoções muito intensas e situações íntimas marcantes ao extremo, que o fizeram sofrer do lado de cá.
Sim, mas quando examino os espíritos que se envolveram com drogas, sexo e tudo o mais e que estão internados aqui, no Santuário, parece-me que seu sofrimento é proporcional ao mal que causaram a si mesmos. Já comigo...
- O quê? com você não foi assim? – interrompeu-me ele.
Durante o tempo em que se sentiu desamparado e sozinho, logo após o desencarne, porventura não teve de enfrentar seus temores, fantasmas íntimos e angústias?
Será que você quer mais?
E... Acho que foi meu momento de inferno mental - respondi.
Tudo o que eu mais temia era a solidão, a rejeição.
Creio que minha mente forjou tudo ao meu redor.
-- Na verdade, você descobrirá, não foi ao seu redor.
A situação foi muito mais interna do que externa.
Em certo sentido, você viveu pesadelos no estilo daqueles que ora os internos do hospital vivem; para eles, as alucinações são a pura realidade.
Além disso, o que ocorre, amigo, é que lá, na Terra, costumamos inventar que para cada erro ou "pecado" cometido, há que se permanecer determinado tempo expiando,"pagando" do lado de cá.
Alguns religiosos, por exemplo, que se julgam mais avançados em seus estudos e observações, eliminaram o tal inferno, criado pela mente dos homens, mas criaram, em contrapartida, um local chamado umbral.
Entretanto, para muitos deles, a situação e o ambiente umbralino é
o mesmo inferno dantesco de sempre, só muda o nome.
Ora, faça-me o favor.
Desejam que quem viveu sem observar certos padrões de conduta ou segundo códigos preestabelecidos em suas interpretações amargará do lado de cá, por tempo indefinido.
- É, acho que nós mesmos adquirimos esse hábito de auto-punição.
É como se tivéssemos que pagar uma penitência, cumprir determinada pena para merecermos, de novo, a liberdade.
- O que não é verdade, de modo algum.
Usando a sua própria analogia, o bandido pode cumprir a pena e sair da cadeia sem ter aprendido a lição, sem ter havido transformação ou reeducação.
- É, faz muito sentido.
Então, no meu caso, é tudo culpa?
Eu inventei a fórmula da culpa e não paro mais de produzi-la? - apelei, em tom meio jocoso, incomodado com minhas próprias conclusões.
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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO - Página 2 Empty Re: Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:58 pm

- Calma, menino.
Responda você mesmo.
Vamos pensar um pouco sobre a consciência pesada.
Esse sim, um inferno do qual precisamos nos libertar intimamente.
Além de tudo o que você atravessou após a grande viagem, não pode deixar de considerar o tempo de angústias e agonias que você passou ainda encarnado, quando soube que era portador do vírus hiv e teve aids.
- Nem quero me lembrar disso agora...
- Mas é preciso considerar essa realidade.
Ainda encarnado, você e sua família viveram momentos intensos, e tenho certeza de que toda a sua ânsia e os sofrimentos anteriores a seu regresso para o lado de cá actuaram diminuindo o tempo difícil que passou por aqui.
- Eu não havia considerado isso em minhas reflexões - sentenciei.
- E veja mais - continuou a falar o espírito.
Nenhum de nós dois está em uma situação que nos isente de trabalhos árduos em nossa intimidade.
- Bem sei disso - respondi novamente.
Inclusive, não sei se você sabe (apesar de que todo mundo parece saber), fui convidado a solucionar minhas dificuldades íntimas trabalhando para auxiliar outros espíritos.
- Não somente você, como muitos outros espíritos ligados às diversas áreas da arte.
Tenho notícias de que, do lado de cá da vida, muitos pintores e escultores, artistas plásticos em geral, são convidados a retornar à Terra através da mediunidade, apesar de seus problemas e desequilíbrios íntimos.
- Então o convite não é somente para nós, que estivemos ligados à música?
- Claro que não!
Afinal, existe oportunidade para todos aqui.
Como disse antes, trabalho é o que não falta do lado de cá.
Espíritos de artistas plásticos que reconhecidamente faliram durante suas experiências no corpo retornam para trabalhar, sob orientação espiritual superior.
Através da mediunidade, pintam, esculpem, desenham, exercem as habilidades desenvolvidas para produzir beleza.
Significa dizer que a lei suprema ignora seus desacertos?
Pelo contrário.
Ocorre que, ao dedicarem suas energias e seus esforços a instituições filantrópicas, o próprio trabalho realizado se transforma em excelente terapia.
Exaltam o belo e o eterno bem com equilíbrio e nobreza, altruísmo e generosidade, encontrando assim novo estímulo interior.
No contacto com as dificuldades, encontradas tanto no processo mediúnico quanto no contacto com a equipe de encarnados, tais espíritos, outrora famosos ou que atingiram grande projecção na Terra, agora se reeducam intimamente, auxiliando outros.
Diminuem as exigências, simplificam seu trabalho, transformam cores e tintas em pães e alimentos para os necessitados.
- Não entendi bem sua última observação.
- É que tais espíritos, tais como Modigliani, Toulouse-Lautrec, Portinari e tantos outros, doam os trabalhos produzidos a instituições filantrópicas.
Durante o processo mediúnico são obrigados a conviver com as limitações naturais de seus médiuns e, dessa forma, trabalham o orgulho, a vaidade e as demais questões íntimas que pedem reeducação.
Têm grande desafio a superar ao constatarem que, por mais que seus instrumentos mediúnicos se dediquem, o resultado de seu investimento, ainda assim, será muito inferior à produção e à qualidade que obtinham quando encarnados.
Entretanto, as instituições que recebem as esculturas e telas pintadas, fruto de uma parceria espiritual, comercializam tais obras mediúnicas para sustentar suas actividades de auxílio aos necessitados.
Cada um dá o melhor que possui, e o resultado é a soma de todos os talentos.
- Cara! Então esse negócio de ajudar os outros funciona mesmo!
- É a consciência global.
Caminhamos todos para a promoção e conquista dessa consciência universal.
A equação é simples: ajudando, somos mais ajudados.
- Isso vale também para o nosso caso, que estivemos ligados à música?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:59 pm

- Vale para todos os casos.
No nosso, em particular, contribuímos para a sensibilização de espíritos que estão em zonas de sofrimento.
O processo e o envolvimento com esse tipo de auxílio espiritual provoca em nós reflexões profundas e muito saudáveis.
Por nossa vez, encontramos no trabalho em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado, poderosa ferramenta terapêutica, que nos auxilia no enfrentamento de nossas próprias dificuldades.
- Fico aqui imaginando - falei para o amigo roqueiro.
Quando a maioria dos espíritos do lado de cá, em vez de lamentar e sofrer pelos males e excessos cometidos, conscientizarem-se do poder que há em unir-se em trabalhos semelhantes, onde iremos parar?
- É, meu amigo, menino do Rio, a Terra estará então transformada.
Em vez de auto-punições, investimento em tarefas de auxílio e amparo mútuos.
Veja, desde agora, o que já tem sido feito na Terra, em seu próprio nome.
- Como assim? Não entendi o que você quis dizer - eu não fazia ideia do que o amigo falava.
- Então você não sabe? Puxa, acho que me adiantei para você.
Nesse momento, interrompendo nosso precioso diálogo de roqueiros desencarnados, Tony voltou, convidando-nos a uma pequena excursão espiritual.
Fiquei com mais um incómodo em meus pensamentos.
A que o amigo se referia, com sua observação a respeito do que realizavam na Terra em meu nome?
Uma surpresa me era reservada ao espírito em recuperação.
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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO - Página 2 Empty Re: Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:59 pm

capitulo 12 - NASCENDO PARA A VIDA

A emoção foi muita intensa.
Tony me convidou para visitar alguns amigos ditos encarnados.
Até que enfim eu teria a oportunidade de rever pessoas com as quais convivi.
Ah! Que saudade de certos amigos.
Apesar de desejar ardentemente vê-los em determinados momentos, temia por minhas reacções.
Será que eu estava preparado?
Muitos companheiros de farras e noitadas haviam sumido; em meus últimos dias, restaram só os amigos de verdade.
E, aí, era natural associar a visão de cada um deles às dores, ao incómodo, à rotina trabalhosa da época da doença.
Tinha medo da tristeza se apoderar de mim ou de a culpa me jogar na parede, esfregando em minha cara:
"Foi você o único responsável por todo o sofrimento impingido àqueles mais caros ao seu coração".
Seria verdade?
Não tinha arrependimento, eu creio, era só uma vontade de fazer de novo; diferente, se Deus me desse forças.
Curtir o que eu curti, cantar o que cantei, fazer da vida a poesia que fiz, mas sem precisar me entregar a tanto de uma só vez, àquelas sensações tão intensas - só para me sentir vivo, talvez.
O hiv certamente me fizera sentir-me vivo, pois via a vida se esvair dia a dia.
Porém, percebia-me agora ainda mais vivo, mesmo além da morte.
Sem a bebida, sem tantos porres e chapações, sem tantas caras e bocas diferentes - quem sabe? - poderia não ter encontrado toda aquela solidão ao atracar no porto vivo da morte.
Afinal, eu havia compreendido:
meu drama era estar sozinho, mesmo em meio a multidão; era entregar-me a um e outro, a uma viagem seguida de outra, na ânsia de preencher meu vazio.
Contudo, ele se tornava abismo ainda maior quando a euforia ou a embriaguez passavam.
Agora, eu sabia, era hora de ir além das sensações e dar de cara com meu sentimento.
Porem, eu não esperava, pelo menos naquela ocasião, rever alguém tão especial como minha mãe.
Sabia que as coisas "do Além" eram realizadas com cautela e prudência, valores que eu aprendera a respeitar.
Nada de exageros, tudo a seu tempo.
Pois foi justamente para me contrariar - só pode ser! - e para minha agradável surpresa, passado o susto, que se deu exactamente aquele encontro, o maior de todos.
Amparado pelo Tony e pelo amigo recente, o roqueiro do Além, pude contemplar de perto os olhos daquela que tantas coisas suportou, que padecera tantos exageros meus, que vivera à margem de mim, amando demais, protegendo ainda mais.
- Mamãe!
Foi o máximo que pude dizer antes que lágrimas e antigas lembranças viessem à tona.
Imagens, paisagens e sonhos irromperam de dentro de mim como águas de uma cachoeira.
Eu me derretia todo diante da figura de minha mãe.
Os passeios à praia nas manhãs e tardes ensolaradas de verão; o apoio sempre presente em minhas decisões, que nem sempre eram como as suas; a alegria de me ver pela primeira vez nos palcos do Rio de Janeiro - essas e tantas memórias me vinham à cabeça.
Nada é um mar de rosas; muito pelo contrário.
Mas é interessante a capacidade humana, ou talvez a tendência inata, de guardar em lugar privilegiado as coisas boas do passado.
Sim, estou convencido de que, sem deixar-se seduzir pela amargura, todos temos a possibilidade de nos fixar em algo bom: sorriso, carinho, olhar...
Episódios simples, presentes na vida de cada um, que dizem mais que mil palavras e permanecem como farol em mais de um milhão de madrugadas incertas pelas avenidas da vida,
ou da vida além da morte.
Era naquelas recordações positivas que me vinham à mente que eu me agarrava firmemente, na esperança de revivê-las e aproveitar delas tudo o que deixei passar.
Não pretendo aqui entrar em detalhes a respeito de minha mãe e de tudo que fez por mim desde a minha infância até os últimos dias de minha existência física.
Guardo para mim tais momentos de extrema sensibilidade e de marcante euforia emocional.
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Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO - Página 2 Empty Re: Faz Parte do Meu Show - Ângelo Inácio / ROBSON PINHEIRO

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:59 pm

Como não sou escritor e trago este ensaio apenas porque sou auxiliado por outros espíritos, prefiro resumir o reencontro mais aguardado, e também tão temido, que era com a grande mulher da minha vida.
Ao ver minha mãe e alguns amigos reunidos, vieram à minha memória as imagens dos dias da juventude, da infância, além daqueles encontros tão deliciosos na casa de meus pais, como ocorria naquele mesmo instante.
A arte e a música sempre estiveram presentes nas experiências de minha vida, e minha casa sempre fora um ponto de encontro de artistas, produtores e músicos brasileiros.
Ali, naquele ambiente tão familiar, que suscitava tantas memórias, deixei que as barreiras emocionais ruíssem e me senti novamente como uma criança, necessitado de colo e carinho.
Os amigos discutiam a possibilidade de realizarem um trabalho social no qual pudessem, de alguma forma, amparar as pessoas que passavam por experiências com enfermidades graves.
Vi os esforços de minha mãe, e mesmo dos amigos, com o objectivo de associar minha imagem ao trabalho nascente.
- De alguma maneira - principiou Tony - um bom trabalho está sendo realizado na Terra, relembrando seus valores.
- Que valores? - indaguei, surpreso, estupefacto, irónico mesmo.
Você sabe muito bem como vivi no mundo.
- Ora, todos temos nossos valores.
Não seja tão duro consigo mesmo!
Onde está o poeta que sempre atravessou com humor os momentos mais difíceis e soube transformar em música os dramas mais inquietantes?
- Está de férias... - rebati para descontrair o momento de repreensão, meio cabisbaixo.
- Não faça isso - argumentou Tony, carinhoso e persuasivo como só ele sabia ser.
Jamais vire as costas para a beleza produzida por você.
Se os espíritos que nos orientam reconhecem o valor de sua música, quem é você para menosprezar ou depreciar a sua obra?
Prova disso é que eles o convidaram para continuar cantando e, com seu trabalho, despertar a consciência das almas ainda prisioneiras do astral inferior.
Engoli seco, desconcertado.
Ele tinha razão: se queria aprender espiritualidade, era melhor começar a aprender a valorizar as coisas boas que fizera.
Após uma pausa breve, em que certamente acompanhou a modificação de meu panorama mental, Tony continuou:
- São valores seus a sua música, que arrebatava e ainda hoje inspira milhares de jovens; seu jeito descompromissado de viver, mas profundamente comprometido com o que acreditava.
Agora, após sua partida da Terra, seus valores se traduzem na reunião de familiares e amigos em torno de sua memória.
Há algum tempo, realizam uma tarefa benemérita em seu nome.
Tudo isso, temos de convir, pesa positivamente na sua contabilidade espiritual.
- Mas, se eles estão fazendo alguma coisa boa por aí, isso não se deve a mim.
Nem sabia que minha mãe e alguns amigos estavam envolvidos em projectos sociais semelhantes a este que vejo - defendi sinceramente.
- Contudo, não deve ignorar, companheiro, que foi após a sua morte ou desencarne, que eles se movimentaram de modo mais efectivo em prol de tais realizações.
Querendo ou não, você foi o grande inspirador ou mentor desses projectos.
Tony, que não perdia uma brincadeira, não podia deixar de zombar de si mesmo e de mim:
- Mentor: que chique essa, não?
Único caso nos anais da história espiritual: directo do umbral para o posto de mentor!
Rimos da palhaçada de Tony, que deve ter tido o objectivo de aliviar a atmosfera séria do momento, descontraindo-me.
Ele fazia isso como ninguém em minha nova vida de morto, desencarnado.
Porém, eu não conseguia entender, em sua totalidade, as observações do amigo espiritual. Estava muito emocionado para digerir tudo aquilo.
As impressões que nos atingem como espíritos nos influenciam muito mais intensamente do que quando encarnados; devido a essa sensibilidade tão vibrante de nossas almas, somos levados a modificar muitos de nossos antigos pontos de vista.
- Ah! Como eu desejava que me vissem agora...
Gostaria que soubessem como estou melhor e vivo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:59 pm

- Não se preocupe, amigo.
Você permanece vivo nos corações de todos os seus amigos.
Às vezes, algumas marcas que deixamos no mundo gostaríamos de apagá-las.
Mas, caso isso fosse possível ou permitido, não mais seríamos nós mesmos.
Nossa trajectória é o que é, exactamente com todos os factores e com os tantos aspectos que compõem nossa individualidade.
- Por outro lado, também deixamos marcas ao longo de nossa caminhada no mundo e, principalmente, marcamos corações - falou agora o companheiro de vida artística.
Ainda emocionado, fui levado pelo amigo Tony a visitar algumas pessoas que conviviam de perto com o vírus hiv.
Presenciei seu sofrimento e também pude ver como muitas delas eram amparadas.
- Desde que você chegou do lado de cá - comentou Tony -, muitas pesquisas foram realizadas em torno do vírus letal.
Hoje, muitos medicamentos auxiliam os portadores do hiv a manterem certa qualidade de vida, prolongando cada vez mais o tempo no corpo físico.
Muitas associações e instituições foram fundadas com a inspiração directa do Alto; multiplicam-se na Terra, diariamente, os recursos em benefício dos que sofrem.
Sem julgar quem quer que seja, os espíritos superiores prestam socorro a todos através daqueles que se prontificam a ajudar, entre os habitantes da Terra sensibilizados com a dor alheia.
Organizações e entidades filantrópicas como esta que visitamos tendem a se espalhar pelo mundo, cada vez mais.
Ao ver as pessoas com seus dramas e dificuldades, em tudo similares ao que vivi, relembrei muitos detalhes de minhas experiências passadas.
Apesar disso, algo que brotava bem dentro de mim fazia-me extremamente feliz, satisfeito mesmo, com a nova vida que eu levava.
É que nunca, jamais, nenhum espírito com o qual convivi me fez qualquer pergunta, o que seria terrivelmente constrangedor, ou sequer mencionou algo a respeito de como eu contraíra o vírus hiv.
Em instante algum me senti excluído ou segregado do lado de cá da vida, nem mesmo me vi questionado ou cobrado em virtude do meu comportamento no mundo.
Se em algum momento me vi envergonhado desta ou daquela atitude, foi única e exclusivamente devido a minhas reflexões.
O próprio facto de reencontrar velhos amigos e outros espíritos ligados à arte, à música de forma especial, fez-me rever muitas coisas em minha intimidade.
Não encontrei dedo algum apontando meus defeitos, acusação nenhuma com relação a minhas acções, nem qualquer receita ou fórmula para minha nova ou pretensa vida de "bom moço"- que coisa mais careta seria isso!
Pelo contrário, sempre encontrei o incentivo sincero para melhorar, sem hipocrisia nenhuma.
O respeito incondicional ao ser humano, ao espírito imortal, era marca inquestionável daqueles que me receberam do lado de cá.
Ali, logo a minha frente, deparava com o incentivo maior e mais poderoso de todos: revia amigos e familiares e presenciava o que era feito no mundo - e em meu nome - para evitar sofrimentos desnecessários e diminuir tanto a dor física como a que provém do abandono, da discriminação.
- Quando nossa vida ou nosso sofrimento no mundo foi útil para inspirar outros a trilhar o caminho de trabalho em prol das causas nobres, do bem maior, podemos ter certeza - afirmava Tony -, isso é contabilizado em nosso benefício.
- Portanto, amigo do rock, trate de se decidir logo - falou agora o espírito de 10 mil anos.
Pegue sua guitarra ou seu microfone e arranque de dentro de si a música e a poesia, pois o mundo não se esqueceu de você.
Do lado de cá, meu rapaz, precisamos de você como instrumento do bem.
Espalmando a mão sobre meu ombro direito, completou o velho roqueiro, com o gesto típico de companheiros de jornada, batendo em minhas costas:
- Vamos, cara! Vamos cantar a canção da vida eterna.
Enxugue suas lágrimas e agradeça a Deus o fato de que na Terra, em seu próprio nome, muitos estão sendo amparados.
Realmente precisei enxugar as lágrimas de emoção, e, em seguida, nos preparamos para voltar ao nosso ponto de partida, o Santuário de Frei Luíz.
De braços abertos nos aguardava o mentor daquele lar, o próprio Frei Luíz, para nos receber ao fim de mais aquela excursão de aprendizado e para me abraçar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Nov 10, 2014 9:59 pm

O breve encontro com a minha antiga turma, o olhar de minha mãe e os sentimentos decorrentes desse encontro calaram fundo dentro de mim.
Embora não houvesse compartilhado com ninguém certos pensamentos, confesso que muitas vezes julguei que na Terra, entre os que se achavam vivos, haviam todos se esquecido de mim.
Ou, quando muito, lembravam-se de meus feitos descarados e minhas atitudes que despertavam indignação em muita gente.
Jamais pensei que eu, com minha vida ou meu sofrimento nos últimos dias na carne, pudesse, de algum modo, inspirar alguém a fazer qualquer coisa em benefício de outros.
Sorrindo, Frei Luíz observou, incentivando-me, como sempre havia feito durante minha estada no Lar:
- Creio que agora você compreende como e por que motivo foi auxiliado da forma que foi, do lado de cá da vida.
As pessoas que você ama e que ficaram na retaguarda (no mundo, como diz você), ao relembrarem de sua figura, ou ainda quando auxiliam outras pessoas, inspiradas pelas suas experiências, enviam vibrações positivas ao seu espírito.
Certa vez, meu filho, você me perguntou, numa conversa íntima, quem patrocinava seu acolhimento e sua estadia neste lar espiritual, quem havia intercedido em seu benefício do lado de cá da vida.
Acredito que agora você mesmo é capaz de escutar a resposta a essa questão, que vem de dentro de você.
- Sim, e como posso!
Aqueles que me amam são os responsáveis directos pelo bem que me é concedido.
Suas lembranças e orações transformaram-se em música, a música que me arrancou da culpa e me fez sentir que agora, a partir de hoje, sou mais um filho de Deus.
Foi naquele exacto momento, junto a Frei Luíz e sua equipe espiritual, que tomei a decisão de, um dia, escrever algo a respeito de minhas experiências de imortal, ao aportar deste lado da margem do rio da vida.
Na verdade, deveria ter algum cuidado com relação ao uso do meu antigo nome artístico, como me alertaram os companheiros mais experientes.
No mais, evitando assim complicações para quem decidir publicar minhas palavras, escreverei, como faço agora.
Não almejo agradar a ninguém, não desejo provar qualquer coisa.
Não pretendo também, de modo algum, competir com este ou aquele espírito, nem mesmo com escritores encarnados.
Quero, tão-somente, registar minhas experiências, vividas intensamente nesta dimensão da vida, com a intenção de que possam ser úteis para despertar ou sensibilizar alguém.
Desejo é que as letras postas sobre o papel possam inspirar cada leitor a transformar sua vida em música, sua dor em canção ou, ainda, a fazer de suas atitudes poesia, que auxilie o mundo a ser cada vez melhor.
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