LUZ ESPÍRITA
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Série Psicológica Vol. 3 - Plenitude/Joanna de Angelis

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 12:55 pm

Além de uma ética moral, tem um carácter universal, superando os interesses e convenções geográficas, que estabelecem conceitos de conveniência, estribados em preconceitos e limites, estatuídos em leis transitórias, às vezes, necessárias, mas que não objectivam o bem comum.
Assim, observamos éticas que apoiam estados escravocratas, limitam a liberdade de movimento, freiam a procriação, perseguem os que discordam dos seus códigos, punem e dizimam a seu bel-prazer.
A ética da generosidade centraliza suas atenções na lei natural ou de amor, que respeita a vida em todos Os seus estágios e ampara todos os seres sencientes, facultando-lhes a expansão.
Allan Kardec recebeu dos Benfeitores da Humanidade as directrizes éticas perfeitas, oriundas da lei natural, porque procedente de Deus, a irradiar-se em várias outras, que fomentam o progresso, preservam a vida e dignificam a todos, promovendo o homem por meio do trabalho, igual ao seu irmão na origem e diferente nas conquistas intelecto-morais, sem privilégios, porém, ao alcance de todos.
Essa ética faculta discernir o correto do equivocado, impulsionando a criatura à aquisição de uma consciência elevada, resultado da eleição dos valores positivos, que tornam a vida digna de ser fruída.
A sua moral é centrada na generosidade, sem a falácia da anuência ao erro ou qualquer atentado aos códigos da ordem, do dever, da justiça.
Toda a sua estrutura de responsabilidade visa ã promoção dos seres e do seu habitat, ao considerar a interdependência que existe entre eles.
Não elege uns seres em detrimento de outros, embora a sua expressão de amor varie de acordo com as respostas afetivas, o que não invalida a necessidade de superar a pertinácia dos maus e tê-los em conta como necessitados também da generosidade, que pode e lhes deve ser dispensada.
Normalmente, sob a acção do desejo, as demais pessoas são classificadas de acordo com o interesse que fomentam, com o lucro que proporcionam, tornando-as afáveis e amigas, antipáticas ou inimigas, insignificantes ou indiferentes. Manifestam-se, então, os sentimentos do amor possessivo, do desamor e do ódio, e de desinteresse ou indiferença. A ética da generosidade propõe a conquista de valores que permanecem escondidos nos últimos, e a compreensão, quando os primeiros não correspondem ao modelo ao qual foram submetidos.
Não é castradora, por apresentar-se destituída de carácter punitivo; não obstante, o seu senso critico analisa tudo e todos de modo a produzir o melhor.
A ética da generosidade é tranquila e, nesse conceito, pode ser considerada como a conquista da serenidade, conforme o seu significado profundo em sânscrito.
Como efeito, é paciente, não antecipando apressadamente realizações, nem buscando resultados imediatos.
A paciência é o próximo passo na execução do programa altruístico.
Há um inter-relacionamento entre os vários requisitos para a integral vivência do altruísmo, que erradica as causas dos sofrimentos. Um factor depende do outro, que são conquistas do Espirito na sua busca de perfeição.
Tornando-se saudável exercício de elevação moral, cada um promove a área do sentimento, desenvolvendo o intelecto na arte de compreender para servir, de crescer para libertar-se, de entesourar conhecimentos para os distribuir.
A paciência, em razão disso, é relevante, pelo significado de criar condições no tempo próprio para cada realização. Nem a postergação do labor, tampouco, pressa, irreflexão, que não conduzem aos resultados que se esperam.
Ela harmoniza as aspirações humanas, elucidando sobre o valor da acção continua, bem elaborada, que atende a cada tarefa no momento oportuno.
Faculta repetir qualquer labor malogrado com o mesmo entusiasmo, ensinando como realizá-lo da maneira mais eficiente, sem o cansaço que induz ao pessimismo, ao abandono da realização. Sabe que tudo quanto hoje não pode ser feito sê-lo-á depois, desde que se persevere no tentame.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 12:55 pm

A vida se agiganta, molécula a molécula, em clima de harmonia, em paciente e incessante movimentação.
A paciência estimula a coragem, que se esforça para colimar os resultados. Essa coragem é fruto do conhecimento das leis que propiciam a insistência no programa do altruísmo.
A coragem é valor moral para enfrentar a luta e perseverar nela, nunca a abandonando sob qualquer pretexto. O esforço continuo permite o prosseguimento da acção, que realiza o programa estabelecido.
A erradicação das causas geradoras do sofrimento somente é possível através do esforço com que se empreende a tarefa, a ela dedicando-se com empenho, sem o que se malogra, adiando a oportunidade.
O esforço bem direccionado caracteriza o grau de evolução do ser, porquanto, mais expressivo nuns do que noutros, distingue-os, demonstrando as conquistas já logradas, ao tempo em que faculta a percepção do muito a conseguir.
Insistir, portanto, com seriedade, pela conquista do altruísmo, encetando actividades que devem ser concluídas etapa a etapa, constitui passo de segurança para a libertação do sofrimento.
Mede-se, desse modo, o carácter de um homem, pelo esforço que empreende para crescer, para melhorar-se, a fim de enfrentar as reacções que o seu ideal e empreendimento provocam.
Aquele que cede ante o obstáculo, que desiste diante da dificuldade já perdeu a batalha sem a ter enfrentado. Não raro, o obstáculo e a dificuldade são mais aparentes que reais, mais ameaçadores do que impeditivos. Só se pode avaliá-los após o enfrentamento. Ademais, cada vitória conseguida se torna aprimoramento da forma de vencer e cada derrota ensina a maneira como não se deve tentar a luta. Essa conquista é proporcionada mediante o esforço de prosseguir sem desfalecimento e insistir após cada pequeno ou grande insucesso.
O objectivo deve ser conquistado, e, para tanto, a coragem do esforço continuo é indispensável.
Muitas vezes, será necessário parar para reflectir, recuar para renovar forças e avançar sempre. É uma salutar estratégia aquela que faculta perder agora o que é de pequena monta para ganhar resultados permanentes e de valor expressivo depois.
O esforço estimula o desenvolvimento dos recursos que dormem no próprio homem, agigantando-se, à medida que realiza. A canalização correta do esforço dinamiza-o, já que o arrastamento para o vicio, que quebra as resistências morais, é também uma forma de força arrebatadora, que poderia ser direccionada em sentido superior.
O altruísmo não vige sem o esforço para a sua manifestação, considerando-se que parece haver uma conspiração por parte do egoísmo, a fim de impedir-lhe a presença e o predomínio na Área da emoção.
O computador, como outro engenho qualquer que ora fascina o homem, guardando milhões de dados, resulta do esforço daqueles que o engendraram e digitaram as informações, sinal por sinal.
Sem esforço a vida perece. Os membros não movimentados perdem a flexibilidade, entibiam-se e morrem.
Outro factor essencial ao altruísmo é a concentração nele, sem cujo contributo a mente se desvia, abrindo brechas para que se instalem ideias pessimistas, desanimadoras.
Centralizar o pensamento na acção altruística permite o estabelecimento de um programa eficiente, graças ao qual se delineiam técnicas e se logram recursos para executá-la.
A concentração amplia os horizontes enquanto fortalece o intimo, por facultar o intercâmbio de energias superiores que passam a vitalizar o indivíduo, renovando-lhe as forças quando em exaurimento, especialmente no mister altruístico.
Desacostumados aos gestos de elevação, os homens reagem contra eles, tornando-se agressivos e ingratos, para reconhecerem os resultados positivos só posteriormente. Essa atitude não poucas vezes desanima as pessoas abnegadas e menos preparadas, que recuam ou desistem, porque não buscaram o apoio da meditação e deixaram-se intoxicar pelo bafio pestilento em expansão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 12:56 pm

Meditando-se, percebe-se a necessidade de maior contribuição altruística sacrificial, compreendendo-se que a imensa carência de amor responde pela dureza dos sentimentos, e a agressividade predominante atesta a gravidade das doenças morais em desenvolvimento nas criaturas.
A meditação amplia a visão a respeito do mal, ao tempo em que equipa o homem de lucidez, fornecendo-lhe os instrumentos próprios para cuidar desse adversário cruel.
A arte da concentração é uma conquista valiosa e demorada, que exige cultivo e exercício, a fim de responder de maneira eficiente às necessidades emocionais do homem.
Habituado a concentrar-se nos fenómenos que decorrem das paixões ou sensações mais fortes, tais como o desejo, o ciúme, o ódio, o ressentimento, a sensualidade, a gula, os vícios em geral, quando se trata das aspirações mais elevadas e subtis, o indivíduo justifica-se com escusas de que não consegue concentrar-se, que lhe falta capacidade para deter-se no assunto, exclusivamente por comodidade mental ou porque prefere fugir As responsabilidades que advêm da mudança de programa.
Sem o contributo da concentração quaisquer actividades perdem o brilho e são mal executadas. É ela que propicia o enriquecimento dos detalhes, a visão particular e geral do empreendimento, revigorando o indivíduo, concedendo-lhe lucidez e inspiração.
Todos os grandes realizadores devem à concentração, ao esforço e à paciência o êxito que alcançaram. Esqueciam-se de tudo, quando fixados no propósito de algo realizar.
Certamente, a tenacidade com que se mantinham era resultado da experiência que se alongava no tempo, propiciando-lhes a capacidade crescente de se afastarem mentalmente de quaisquer outros objectivos, fixando-se na acção a que se entregavam.
A concentração ilumina o altruísmo e revigora-o nos momentos difíceis, por facultar compreender as circunstâncias dos acontecimentos e os problemas nos quais as pessoas se emaranham.
Capacita-o com energia especial e irradia-se em ondas de bem-estar, que impregnam todos quantos se aproximam da pessoa que a exercita. E quanto mais o faz, tanto maior se lhe torna a capacidade de exteriorização. É, portanto, essencial ao altruísmo, propiciando a anulação das causas do sofrimento, por facultar a vigência dos sentimentos elevados da vida em plena realização do bem.
Por fim, após a vivência desses variados itens, a sabedoria se instala na mente e no coração do homem, libertando-o da ignorância, apontando-lhe o objectivo real da existência corporal, impulsionando-o para novos tentames, cada vez mais sedutores e agradáveis, brilhando à frente.
Confunde-se a sabedoria com o conhecimento intelectual, o burilamento da mente, a fixação da cultura que, apesar de valiosos, são uma conquista horizontal.
Torna-se indispensável que, ao lado dessa importante aquisição, o sentimento lúcido e profundo do amor se torne a grande vertical do processo evolutivo.
Essa conquista vertical é a responsável pelo discernimento de como agir, facultando os recursos lógicos para tal, ao mesmo tempo suavizando pelo afecto a aspereza ocasional do processo de execução. A sabedoria faz que o amor seja prudente e um sentimento generoso, doador, altruístico, evitando que se entorpeça com as manifestações do pieguismo, que disfarça os esquemas do ego enfermo. Simultaneamente, proporciona ao intelecto a serena percepção de que à razão se deve unir o sentimento humano, sereno e afável, responsável pelo arrastamento das pessoas.
O sábio reconhece a Área extensa que tem diante dele para ser conquistada, e vive mais do que fala, ensina mais pelo exemplo do que pelas palavras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 12:56 pm

Quando são desenvolvidos os passos que contribuem para o altruísmo e se adquire sabedoria, ilumina-se o Espirito, e a vida ganha sentido, superando-se os limites do tempo e espaço, em face da grande meta que se deve conquistar.
Os sofrimentos cedem, então, lugar à paz, porque desaparecem os factores cármicos, vencidos pelas novas acções libertadoras, e, porque não sejam geradas causas atuais negativas, o futuro não se desenha sombrio nem ameaçador.
Assim, o altruísmo viceja na mente e no coração, já não sendo mais o homem quem vive e sim o Cristo que nele passa a viver, conforme acentuou Paulo e o sentiram outros mártires, heróis e sábios de todos os tempos, que se entregaram ao altruísmo em favor da Humanidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 12:56 pm

VII - Motivos de Sofrimentos
Na busca incessante do prazer, o homem transfere-se, exteriormente, de uma para outra sensação, sem dar-se conta de que o desequilíbrio gerador de ansiedade é responsável pelo sofrimento que o aturde, ameaçando-o de desespero cruel.
Enquanto não se resolva por seleccionar os valores reais daqueles aos quais atribui significado e que são apenas fogos-fátuos, terá dificuldade em afirmar-se e seguir uma directriz propiciadora de paz.
Vivendo sob a injunção de uma máquina, que lhe impõe necessidades a serem atendidas e o predispõe a outras, falsas e perturbadoras, ele opta pelas últimas,
que são produto das sensações do ego dominador, empurrando-o para as aspirações mais grosseiras, em detrimento daqueloutras subtis e enobrecedoras, que adquirem resistência na renúncia, no esforço elevado, na negação, no cultivo da vida interior, no domínio da matéria pelo Espirito.
O corpo deve ser considerado um instrumento transitório para o ser eterno, temporariamente um santuário, em face da finalidade edificante de propiciar a alma a sua ascensão, mediante as experiências iluminativas que faculta, nos aspectos moral, espiritual, intelectual, pelo exercício das virtudes que devem ser postas em prática, e jamais para atendimento das sensações que lhe caracterizam a constituição molecular.
Certamente, aqui não cabe também o comportamento asceta, alienador, que fomenta a fuga da realidade aparente, porquanto, o importante é a vida mental modeladora da física. Pode-se mudar de lugar sem alterar-se a conduta, vivendo-se um estado exterior e outro intimo.
Pela falta de sintonia entre as duas formas de vida, surge a desagregação do indivíduo, com aparecimento de neuroses e psicoses devastadoras, impondo sofrimentos que poderiam ser evitados, caso se permitisse uma melhor compreensão das finalidades existenciais.
O exame racional e lúcido das necessidades legitimas faculta o direccionamento saudável, com as compensações da harmonia intima e do equilíbrio emocional.
A ambição desmedida pelas coisas, divertimentos e gozos nunca preenche os espaços do prazer, pelo contrário, frustra aqueles que lhe tombam nas armadilhas.
Há indivíduos que dispõem de somas consideráveis, prestigio social, fama e inteligência, graças aos quais adquirem o que lhes apraz, viajam para onde desejam, relacionam-se com as mais diferentes pessoas e, não obstante, são atormentados pelo vazio, pelo tédio, pela insatisfação, fortes causas de sofrimento.
Invariavelmente colocam os acontecimentos e interesses fora de sua realidade, no mundo exterior, passando a considerá-los a fonte dos sofrimentos ou dos gozos, conforme conseguem fruí-los ou não. Todavia, a questão é mais profunda e pertinente à sua vida intima.
Não havendo um real significado interior, o aparente sentido que demonstram perde-se tão logo sejam conseguidos. Nisso reside a maior soma de frustrações e de insatisfações que causam sofrimentos.
Algo vale somente quando inspira o mesmo sentido para todas as pessoas, que projectam as suas necessidades intimas e aspirações legitimas na sua conquista.
Os lugares belos, as cidades ricas e cosmopolitas que a uns indivíduos causam impacto, provocando o desejo incomum de aí ficarem, noutros despertam mal-estar, desconforto e desagrado. Ilhas paradisíacas e refúgios de oração que a uns fascinam, a outros causam sensações desencontradas, angústias e desesperos insuportáveis.
Vestuários luxuosos e jóias cobiçadas, que aumentam a cupidez em alguns, noutros não conseguem a sensibilização, não lhes geram qualquer interesse, nem qualquer sofrimento, por não possuí-los.
A busca da realidade, do Eu, deve partir de uma análise profunda e interna das necessidades legitimas da vida, jamais da preferência de adornos, objectos e situações, que destacam o ego e perturbam-no, tornando-o jactancioso, prepotente ou, na sua falta, magoado, ressentido, receoso...
Primeiro, é necessário adquirir um estado de espirito de paz, para passar por tudo sem ater-se a nada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:31 pm

A chama que clareia exteriormente projecta luz, mas faz sombra, enquanto a que se manifesta do interior, irradia-se por igual em todas as direcções, sem gerar qualquer escuridão.
A mente e o corpo susceptíveis à dor pela posse ou perda das coisas externas sempre atravessarão largos períodos de sofrimentos, transferindo-se de uma para outra forma de sofrimento, sem conseguir a libertação. Essa ocorre quando o homem se esvazia de ambição, instalando a abnegação no intimo e superando os desejos.
O ato de querer, (desejar para si, manifestando apego) é factor prenunciador de perda (transferência para outrem, porque o que se detém se deve, não se possui), assim suscitando o domínio responsável pelas sensações de ansiedade, insegurança, medo, que são geradores de sofrimentos.
O autoconhecimento coopera para que se possa discernir em torno do que é útil ou supérfluo, indispensável ou secundário à vida feliz.
As conquistas dispensáveis pesam na economia emocional e passam a constituir preocupação que desvia a mente das metas que deve perseguir.
Jesus afirmou com sabedoria que o "Filho do Homem não possuía uma pedra para reclinar a cabeça", embora "as aves dos céus, as serpentes e feras tivessem ninhos e covis", demonstrando o Seu desapego total a todas as coisas que sobrecarregam a criatura de tensão, de inquietação.
A um jovem que O queria seguir, Ele esclareceu que uma coisa lhe faltava: “Vende tudo e dá-o aos pobres"; ele, que afirmava ser justo, cumpridor das leis, permanecia, todavia, envolvido, perdido nas quinquilharias do mundo a que se atava... E ele não O seguiu.
É muito difícil liberar-se dos atavismos:
pertences e hábitos que se impregnam ao comportamento, passando a constituir uma nova natureza, a predominante. Sob o fardo dessas dependências, o ser não logra ver a luz, discernir a meta, libertar-se para encontrar-se.
Confunde a paz com a tranquilidade dos recursos que possui, dos quais aufere conforto, destaque social, mediante os quais desperta inveja, podendo perdê-los, de um para outro momento, na existência física, em razão das normais vicissitudes que a todos surpreende, como da compulsória pela morte, que obriga a deixar tudo, nem sempre facultando a libertação, desde que o tormento prossegue além das vibrações orgânicas...
O sofrimento deve ser superado pelo amor, pela meditação, pela compreensão da sua presença na vida dos seres, factor de progresso, necessidade de reeducação, mecanismo da evolução que é, e que permanece nos indivíduos que discernem e pensam por eleição deles mesmos, já que a meta da reencarnação é a de lograr a vitória sobre ele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:31 pm

VIII - Caminhos para a Saúde
O sofrimento é via de redenção espiritual, em face do incompleto desenvolvimento moral do indivíduo.
Opção pessoal, é roteiro destituído de qualquer acção punitiva, educando ou reeducando por meio dos mesmos mecanismos, graças aos quais houve comprometimento, desvio de rota, desrespeito às leis da vida. A sua presença vige, enquanto se faz necessária a depuração. As únicas excepções se apresentam nos quadros de iluminação colectiva, quando os missionários do bem e do amor mergulham nas sombras do mundo, a fim de clareá-las com os seus exemplos.
Não mais lhes sendo necessárias as dores físicas e morais, elegem-nas ou aceitam-nas como holocaustos espontâneos, a fim de ensinarem coragem, abnegação e sacrifício aos que estão na retaguarda, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever, todos eles geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.
A saúde integral, a paz, a alegria interior resultam da lucidez mental, que elege os actos correctos para a existência modeladora da ascensão.
Enquanto não se convençam as criaturas de realizar o equilíbrio, a homeostase ideal entre o psiquismo e o corpo físico, debater-se-ão nas malhas de qualquer tipo de sofrimento. Advertência ao desvio da linha de harmonia, ele se apresenta em forma de energia comprometida, bloqueada ou desequilibrada, facultando a instalação de doenças, de desares, de padecimentos de qualquer natureza.
Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção. Todavia, somente os factores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas, proporcionando outras novas que compensarão aquelas, se não superadas, promovendo o equilíbrio estrutural do ser.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.
Allan Kardec, por meio da observância das lições do Evangelho e das directrizes propostas pelos Espíritos superiores, aludindo a Jesus, apresentou a caridade como sendo a via real para a salvação, a aquisição da saúde integral.
A caridade, que é o amor na sua expressão mais elevada, para ser real exige a iluminação de quem a pratica, facultando-lhe, ao mesmo tempo, um constante aprimoramento de propósitos que induzem à abnegação e à vitória sobre as tendências primitivas, que permanecem dominadoras.
Pelo seu extraordinário conteúdo emocional, a caridade dulcifica aquele que a pratica e abençoa quem a recebe, dignificando-o, promovendo-o e ajudando-o a superar-se. Por isso, verdadeiramente, a sua é uma acção de profundidade, que exige requisitos especiais, adquiridos pelo esforço de constante aprimoramento espiritual.
Buda, no passado, recomendava uma via de salvação, em oito passos, que são indispensáveis para a iluminação pelo amor e a plenitude pela felicidade.
A criatura humana sempre crê, até naquilo que nega. O seu ato de negar é uma força de crer, que defende com entusiasmo e vigor. A negação, por isso mesmo, é um tipo de afirmação, demonstrando a crença natural ou racional em torno da sua convicção.
Crer, rectamente, porém, é direccionar o pensamento de forma positiva, edificante, firmando-o em propósitos saudáveis, que favorecem a realização excelente dos Postulados, nos quais se crê.
Essa é uma crença estimuladora que enriquece de beleza e acciona os mecanismos da vida, alterando, profundamente, o comportamento para melhor e propondo uma vivência pautada na força da crença.
Diante de todos os enfermos que O buscavam, Jesus era peremptório, quanto ao ato do paciente crer nEle o na recuperação da saúde.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:31 pm

A Sua resposta positiva criava a reacção orgânica favorável à movimentação da energia bloqueada pelos condicionamentos doentios, pelas sequelas cármicas propiciadoras dos distúrbios degenerativos, nas Áreas do corpo, da mente ou da emoção. A abertura mental e emocional do enfermo à certeza de que era possível a recuperação, e que Jesus podia consegui-lo, proporcionava-lhe a receptividade necessária ao imediato processo de cura.
Assim, a fé tudo pode, pois acciona inexplorados mecanismos íntimos do homem, geradores de forças não utilizadas, modificando por completo a paisagem interna, depois externa do ser.
" A fé remove montanhas", acentuou Jesus. Ela é a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a acção das forças habituais. Quando se apresenta, estimula à acção e vibra interiormente, gerando energias que vitalizam toda a maquinaria pela qual se movimenta.
A crença recta faculta uma visão optimista da vida, que se enriquece de motivações, que nada perturba. Sabe esperar e estimula ao prosseguimento da empresa, mesmo quando as circunstâncias parecem conspirar contra, ocasionando confusão ao projecto abraçado.
Todas as conquistas da Humanidade tiveram inicio no ato de crer correctamente, graças ao qual se movimentavam as pessoas, persistindo na execução dos planos mentais transferidos para a realidade objectiva.
Nicolau Copérnico, por acreditar rectamente no sistema heliocêntrico, sofreu humilhações constantes e lutou contra o sectarismo, a intolerância, o fanatismo e a ignorância, até provar que estava com a razão.
Cristóvão Colombo, recordando-se psiquicamente das terras que eram desconhecidas da civilização europeia, apesar de desestimulado e ironizado pelas Cortes às quais pediu ajuda, e pelos seus contemporâneos, por crer rectamente, descobriu a América, provando que estava certo.
Crer rectamente conduz ao querer rectamente. Uma das razões do sofrimento humano é o querer equivocadamente, conforme a ilusão do prazer imediatista e alucinado, que elege o dispensável em detrimento do essencial, de acordo com o transitório e não com o permanente. E para lográ-lo, age segundo as tendências negativas, comprometendo-se moral e espiritualmente.
Esse querer equivocado escraviza o ser às paixões inferiores, cujas algemas o retêm inexoravelmente aos efeitos infelizes da eleição.
Para o seu prazer, o indivíduo quer o que não lhe convém, permitindo que o egoísmo se sobreponha aos interesses gerais prejudicando todos aqueles que possam constituir-lhe impedimento ou provocar-lhe dificuldade.
Querer rectamente propõe métodos compatíveis com os objectivos da crença anelada. Os meios incorrectos não são justificáveis quando usados para fins nobres, porquanto degeneram os ideais que devem permanecer pulcros. Sem o uso dos meios correspondentes, as realizações perdem a qualidade de que se devem revestir.
As supostas facilidades muito aneladas pelas criaturas são uma forma de evitar os meios hábeis, complexos as vezes, que compõem o quadro do querer de maneira elevada.
Não que as realizações mais fáceis signifiquem desvio de meta. Elas ocorrem amiúde, como é natural, não devendo tornar-se regra geral, que desencorajem as demais que proponham esforço, persistência e sacrifício.
Quem elege a montanha não evita a ascensão difícil, porquanto faz parte da aspiração que se sustenta interiormente.
O ato de querer torna menos ásperos os desafios e as dificuldades.
Querendo rectamente difundir a mensagem de Jesus, Paulo aplicou os mais desgastantes esforços, padecendo enfermidades, abandono, apedrejamento e quase morte, afirmando, confiante: "Ai de mim se não pregar o Evangelho", vivendo com sacrifício o ideal que o abrasava.
A preservação do querer com rectidão rechaça as propostas ignóbeis, mesmo quando se apresentam como fórmulas salvacionistas, solucionadoras.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:31 pm

O que não tem a chancela da rectidão desmerece a qualidade da acção.
Jesus sempre quis rectamente e sempre assim agiu, tornando a Sua mensagem uma luz inapagável a varar os séculos, superando desfigurações, interpolações e adulterações lamentáveis.
Quando se crê e se quer crer rectamente, fala-se com a mesma qualidade de intenção, e essas palavras, conforme se refere o Evangelho, exteriorizam o de que está cheio o coração.
Indispensável, portanto, a vivência intima das aspirações superiores, a fim de que a música da palavra traduza-as para o exterior rectamente.
A palavra é valioso instrumento de comunicação, que tem entorpecido grandes ideais da humanidade, por não ser fiel aos sentimentos que deveria expressar.
Fala-se por falar-se; fala-se para dissimular emoções e ideais; fala-se com objectivos sórdidos e prejudiciais.
A palavra que liberta, igualmente faz-se meio de escravidão.
Por isso, a arte de falar impõe requisitos que são essenciais para expressar-se rectamente.
Deve-se pôr na palavra a discrição que sabe como e quando falar, evitando gerar constrangimento e amargura.
Não faltam, no mundo, acusadores e palradores da inutilidade, das ideias vazias de conteúdo, de ironias e sentidos dúbios. Eles inquietam e anatematizam, infelicitam e desajustam, dominados por idealismos falsos e paixões inferiores.
O falar rectamente fomenta o progresso, desenvolvendo as aspirações que se exteriorizam em ideais de liberdade e amor, impulsionando as criaturas para a frente, para o bem.
Falando rectamente, Sócrates desenvolveu a filosofia, elevando-a às cumeadas e dignificando os princípios éticos e morais que ainda constituem base ao idealismo, ao Espiritualismo.
As boas palavras enrijecem o carácter, dulcificam o coração e iluminam a vida.
As más, entorpecem os sentimentos, deformam a conduta e matam os ideais de enobrecimento.
Crer, querer e falar rectamente produzem uma vibração de paz que fomenta a saúde, alterando o comportamento emocional que refaz o equilíbrio da energia, modificando o campo no qual se instalam as enfermidades.
São, inevitavelmente, caminhos para uma existência saudável.
Logo surge o momento da acção, que equivale à directriz do operar rectamente.
Os requisitos anteriores alcançam o seu momento máximo na acção, sem o que, deixam de influenciar, como necessário, o comportamento, que retrata a realidade intima da pessoa.
A rectidão impõe-se em todos os passos da existência humana.
Um coração tranquilo é resultado de uma conduta recta e, por consequência, factor basilar para uma consciência de paz.
Interdependem-se, portanto, esses elementos, para uma vida feliz, desde que, olhar-se para trás sem remorsos, agir-se sem medo, em face dos sentimentos enobrecidos, produzem um estado de paz que nada perturba, porque enraizada na maneira de operar, conduzindo a caminhada rectamente.
O mundo progrediu sempre graças àqueles que agem com rectidão. Os seus exemplos de dedicação às causas dignificadoras tornaram-se a base do processo de engrandecimento da vida e das demais criaturas.
Conscientes das suas responsabilidade não temeram as perseguições, as lutas ásperas, os sacrifícios, nem mesmo o holocausto, quando este se fazia necessário, desde que permanecesse impoluto o ideal que sustentavam.
Sabiam que a morte do corpo não destrói a ideia grandiosa, e que é no sangue do martirológio que a semente da verdade germina, a fim de poder frondejar mais tarde, abençoando com flores e frutos.
Como se mede a grandeza ou a pequenez das criaturas graças aos ideais que possuem, é na acção que se avalia a excelência das suas aspirações, pois que aí, ao operá-las, trazê-las ao mundo objectivo, é que elas experimentam a intensidade dos fornos onde são lançadas antes de se tornarem realidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:32 pm

Entre companheiros doentes e em uma sociedade injusta, é um verdadeiro desafio operar rectamente. As propostas da insensatez se multiplicam, os conchavos da desonestidade bem urdidos e disfarçados de legais enxameiam, as concessões morais e conivências fazem-se quase normais, dificultando a acção correta. Quem age com rectidão parece alienado, é malvisto, tido por excêntrico, ou como se o fizesse para pretender chamar a atenção. Há uma oposição sistemática, ancestral, arquitectada contra o correto, de modo a impedir o desmascarar da fraude e da corrupção em predomínio.
Operar rectamente é técnica de terapia preventiva quanto curadora para o sofrimento.
Quem não atua errado, não tem necessidade de repetir a experiência, refazer o caminho, ressarcir débitos...
Tal acção, entretanto, começa nas pequenas decisões, nas realizações mais simples e de aparente significação sem importância.
Tudo é importante na vida. Os pequenos actos são preparatórios dos gestos grandiosos e das realizações vultosas.
Manter o mesmo nível de conduta recta em uma pequena como noutra actividade de relevo é forma de treinamento para uma vivência equilibrada.
Viver rectamente é, portanto, o passo seguinte. As acções que se sucedem, transformam-se no modus operandi de cada indivíduo que aí passa a ter o seu modus vivendi.
Quem age rectamente, vive rectamente. O seu hoje representa as acções antes realizadas e o seu amanhã defluirá das suas actividades hoje desenvolvidas.
Não se homizia no erro, não se exalta, não se deprime.
Suas horas transcorrem harmoniosas e as suas lutas, mesmo quando desgastantes, não o infelicitam, porque elas são conquistas de patamares mais elevados, que aguardam.
A vida adquire sentido e significação, porque não se acabando no túmulo, amplia-se ao infinito, rica de oportunidades excelentes de aprendizagem e plenificação.
Gandhi recomendava a igualdade racial, de deveres e direitos. Todavia, para que os seus fossem ideais legitimamente respeitados, vivia conforme preconizava, trabalhando no tear e acolhendo os parias no seu dshram, a eles concedendo a mesma consideração que dispensava a qualquer outra pessoa.
Viveu pobremente, de acordo com o que considerava as necessidades básicas para a vida, que prescrevia para as demais criaturas.
Jesus não tinha "uma pedra para reclinar a cabeça" embora "as aves do céu tivessem os seus ninhos e as feras os seus covis", porque para Ele uma só coisa era importante: dar-se, num mundo de coisas que valem o que se lhes atribui, já que não têm valor real...
Uma vivência de tal natureza impõe um grande esforço, já que é larga a porta que conduz a perdição.
O passo imediato é esforçar-se rectamente. Sem esforço, nenhum empreendimento se torna possível, muito menos se faz vitorioso.
A intensidade do esforço desvela a qualidade do carácter.
Sem uma disciplina que o exercício prodigaliza, o esforço deperece e as aspirações morrem.
Essa força, que decorre do querer, é responsável pelos resultados das aspirações colocadas na prática.
As pessoas que não se esforçam por preservar os ideais de enobrecimento perdem as batalhas da evolução antes mesmo de iniciá-las, perturbando a marcha do progresso geral.
Afirma-se, muito, como justificativa para não se esforçar, que não se logra manter o nível do ideal necessário. No entanto, a execução dos hábitos viciosos dá-se mediante esforços que se incorporam ao cotidiano como fenómeno natural.
A libertação deles somente é possível através do investimento de energias que se lhes opõem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:32 pm

Não raro, os indivíduos, em razão do prazer que experimentam na vivência viciosa, sacrificam-se, aplicando todos os valores imagináveis, a fim de continuarem com as sensações a que se escravizam. Quando se lhes propõe, no entanto, a mudança para as emoções duradouras, negam-se ao esforço, por acomodação ao que já fruem, mesmo que lhes seja desgastante.
Ninguém vive sem esforço.
Ultrapassados os limites dos fenómenos automáticos, a vida exige o empenho da vontade, a aplicação e direccionamento das energias.
Quem se esforça em um sentido, realiza-o também em outro, se quiser. Esforçar-se rectamente é saber aplicar a capacidade dos seus recursos naquilo que propicia felicidade real, duradoura, sem as aflições dos prazeres fugidios, que necessitam de repetir-se sem cessar, não lhes aplacando a sede, antes aumentando-a, perturbadoramente. No esforço bem dirigido as energias se retemperam e as motivações, por serem elevadas, mais atraem a novos tentames, que se sobrepõem aos limites e desgastes dos sofrimentos.
A mente, colocada em áreas nobres, anestesia as sensações dos desajustes e das enfermidades, emulando na conquista da harmonia, que se alcança mediante esforço rectamente aplicado.
Das pequenas e constantes tentativas de agir correctamente se desenvolvem as forças que serão canalizadas para os grandes cometimentos, mesmo que desconhecidos das demais pessoas.
A constante renovação moral e todo o trabalho de alterar a estrutura do comportamento exigem o recto esforço que leva ao êxito. De natureza intima, decorrem do crer nas metas a alcançar, do valor que possuem, a fim de querer com afinco, de modo a envidar a capacidade de acção, sem o que o tentame malogra.
Esse esforço decorre da aplicação do pensar rectamente.
O que se cultiva no pensamento transborda para a esfera objectiva, constituindo-se elemento existencial no comportamento humano.
O pensamento é fonte geradora e dínamo condutor da Vida para a vida.
A energia encontra-se presente em tudo, aguardando que o pensamento a comande, a direccione.
No que tange aos sofrimentos, na sua multiface, a acção mental é relevante.
Todo aquele que se deixa dirigir pelo pessimismo e pela depressão faz quadros enfermiços, debatendo-se nas malhas de dores perfeitamente dispensáveis. Por um processo de natural afinidade, sintoniza com as doenças, abrindo brechas nas próprias resistências para a instalação de males e perturbações afligentes. O bombardeio constante contra os subtis mecanismos da emoção e da aparelhagem orgânica termina por desarticular-lhes o equilíbrio, produzindo o desajustamento que facilita a penetração dos agentes degeneradores.
A acção do pensamento recto, pelo contrário, produz o fortalecimento do campo psicofísico, expulsando as doenças e gerando sucessivas ondas de bem-estar, que são responsáveis pela saúde.
Acrescente-se a esse quadro a interferência dos Espíritos desencarnados no cotidiano das criaturas humanas.
Os raios mentais direccionados em um ou outro sentido facultam a sintonia com Entidades de teor vibratório correspondente. Não é, pois, de surpreender, o actual surto epidémico de obsessões, que decorre da afinidade mental e moral existente entre os homens aturdidos e os Espíritos infelizes, com os quais os primeiros mantêm convivência ideológica.
Ideoplastias enfermiças, formas-pensamento extravagantes e doentias terminam por criar uma psicosfera viciada que intoxica as pessoas, aumentando o quadro das enfermidades, estas últimas de diagnose difícil pela Medicina convencional e cuja terapia terá que partir do próprio paciente, por meio de uma radical mudança de comportamento mental e moral, a fim de desatrelar-se das vibrações que o envolvem.
Pensar rectamente faculta harmonia psicológica e sintonia com os Benfeitores da Humanidade, em cuja convivência psíquica se haurem energias benéficas propiciadoras de saúde, que vão actuar nas causas dos sofrimentos, alterando-lhes a vigência e os efeitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:32 pm

Quem pensa rectamente encontra-se consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus.
O habito saudável de pensar conduz a etapa final, que é meditar rectamente.
Fixam-se nos painéis da memória, por educação mental perniciosa, em maior quantidade, as impressões infelizes, os actos reprocháveis, as aspirações inferiores, e, por isso, afirma-se com leviandade que meditar é muito difícil.
Basta, porém, que se mude a direcção dos hábitos mentais e se criarão as bases da meditação.
Como não se vive sem pensar, excepção feita aos portadores de psicopatologias graves, deve-se fazê-lo sempre de forma positiva e optimista, gerando novo costume no campo mental até que seja absorvido e transformado em automatismo pela repetição natural. Por mau hábito, quando algo de negativo acontece, a pessoa se deixa consumir, entregando-se, comentando, repetindo e fixando, quando a atitude a tomar deveria ser totalmente oposta. No entanto, quando algo de bom e útil acontece, raramente se analisa, penetra e revive, logo substituindo-o por outro fato desagradável, acostumando-se com o último em detrimento do anterior.
Natural que, desacostumado à reflexão em torno do bem e da paz, da saúde e da alegria, tenha dificuldade em meditar rectamente.
Nas primeiras tentativas, os arquivos da memória liberam as impressões deprimentes, perniciosas, e o candidato desiste, quando deveria prosseguir com esforço para liberar-se dessas e fixar as novas imagens e aspirações geradoras de saúde, de felicidade.
A concentração é a fixação da mente, por interesse ou selecção, em qualquer pensamento, em alguma ideia especial ;que se deseje analisar ou reter.
Meditar é aplicar a concentração na busca de Deus, interiormente, com determinação e constância. Seu objectivo único é o de atingir o fluxo divino e conhecer Deus, senti-lO e alimentar-se da Sua energia. É o estado de quietação mental.
Jesus afirmou: "O teu olho é a luz do teu corpo. Se o teu olho for um só, todo o teu corpo será luminoso."
Se o indivíduo permitir-se olhar para dentro, todo ele se torna uma só ideia visual; ao captar a luz divina, igualmente todo ele se fará luminoso, e nenhum sofrimento o perturbará, graças à aquisição da saúde integral.
A meditação reabastece de energias salutares, refazendo a harmonia do psiquismo e este, a do organismo físico.
Quem medita rectamente, crê, quer, fala, opera, vive, esforça-se e pensa com rectidão, adquire os valores indispensáveis à salvação. Nesse estágio, a pessoa doa-se e já não mais vive, sendo o "Cristo quem vive" nela.
..Liberta-se, por fim, do sofrimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:32 pm

IX - Processo de Auto-cura
A criatura humana possui, inexplorados, valiosos recursos que aguardam a canalização conveniente. Entre eles, a bioenergia é fonte de inexauríveis potencialidades, que o desconhecimento e a negligência direccionam em sentido equivocado, malbaratando inconscientemente forças preciosas.
Invisível à óptica comum, a irradiação bioenergética passa despercebida, exercendo influência no inter-relacionamento pessoal, graças ao qual provoca ondas de simpatia como de animosidade, conforme a procedência de um indivíduo moralmente são ou enfermo.
Captada pelo perispírito, nele interfere através do campo que exterioriza, facultando renovar as forças ou perturbá-las de acordo com o tipo de descargas que propicia.
Essa bioenergia é responsável pela atracção interpessoal, qual ocorre no campo molecular, celular, gravitacional, universal.
Semelhante à invisível camada magnética que envolve a Terra e que somente é registrada por aparelhos especiais, de igual modo ela é somente percebida através da paranormalidade ou de câmaras ultravelozes em filmes também ultra-sensíveis.
A sua acção, todavia, é de mais fácil registro na emotividade, nas áreas afectadas por enfermidades, pelas reacções psicológicas que provocam nos relacionamentos humanos.
Referindo-se aos fenómenos que produzia, Jesus, o Excelso Curador, foi peremptório, afirmando: "Vocês podem fazer coisas maiores do que estas", se quiserem.
O querer é de alta importância, porquanto representa não apenas a vontade interesseira, imediatista, porém, todo o empenho, todo o investimento de recursos para adquirir-se o pleno comando dessa força e a sua hábil canalização com objectivos elevados.
É de igual relevância a finalidade da sua aplicação. Todos aqueles que a utilizam na vulgaridade, no divertimento, fazem-se joguete do próprio desequilíbrio, passando a sofrer-lhe os efeitos danosos do mau direccionamento dado.
O exercício e a aplicação saudável da bioenergia, entretanto, desenvolvem-lhe o campo da acção benéfica, tornando-a valioso recurso curativo de inestimável significação.
Pode-se direccioná-la mediante a oração, a concentração, a meditação e os sentimentos bons, a beneficio do próximo, bem como do próprio, trabalhando-a para auxiliar na recuperação da saúde, da paz, do bem-estar, dos objectivos elevados.
Não se farão de imediato os resultados, como é compreensível, porém, eles ocorrerão no momento próprio. Sendo o sofrimento uma necessidade para o Espirito devedor, a sua liberação depende de inúmeros requisitos devidamente observados, alguns dos quais foram já analisados.
Não obstante, o amor de Deus, por misericórdia de acréscimo, faculta ao comprometido oportunidade de experimentar o equilíbrio, a fim de motivá-lo ao labor para a sua aquisição definitiva.
Assim, diante de sofrimentos advindos, particularmente, de enfermidades, devem-se levar em consideração alguns factores, a fim de propiciar-se a auto-cura.
Por elasticidade de aplicação, quando necessário, direccioná-los em favor de outros enfermos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:33 pm

1) OBSERVE-SE O PENSAMENTO, O SEU TEOR PREFERENCIAL, A FIM DE QUE IRRADIE ENERGIAS POSITIVAS, SAUDÁVEIS.
A atitude imediata é desejar-se a saúde com fervor, não porque se queira libertar da doença, pura e simplesmente.
A liberação de uma enfermidade, se não produz o engajamento do paciente em actividades psíquicas e físicas positivas, faculta a presença de outras doenças.
O anseio por adquirir a saúde deve estar acompanhado de objectivos edificantes, que podem ser alcançados, e não do interesse imediato pelos prazeres que se deseje fruir, descarregando ondas de energia negativa nos intrincados mecanismos perispirituais responsáveis pela acção posterior.
Esse desejo de saúde é firmado na crença e na certeza de que o "Pai não quer a destruição do pecador, mas, a do pecado", e quem defrauda a lei deve recompor-se perante ela.
A firmeza do desejo, sem ansiedade nem tormento, a fim de que se não torne uma imposição, mas sim, uma solicitação, concede tranquilidade ao enfermo, constituindo um primeiro resultado precedente à cura.
De imediato, deve-se concentrar na saúde, considerar-lhe a validade, a abundância de possibilidades edificantes que propiciem, de realizações produtivas, de efeitos benéficos para si e para a colectividade.
Ao concentrar-se nela, que se entregue de corpo e alma aos resultados que advirão, deixando-se impregnar pelo optimismo com irrestrita confiança em Deus, trabalhando mentalmente pela restauração das forças combalidas em continuo esforço a favor do bem-estar.
A irritação, a ansiedade, o inconformismo, o ciúme, a rebeldia devem ser rejeitados, sempre que se insinuem nas paisagens mentais, por serem portadores de raios destruidores que atingem os fulcros celulares e os desarranjam, alterando-lhes o ritmo e a multiplicação.
As ideias enobrecedoras, os planos de futura acção benéfica são portadores de energia equilibrante, que estimula os complexos campos celulares, propiciando-lhes harmonia e produtividade.
Nesse esforço, é de bom alvitre visualizara saúde e incorporá-la.
O indivíduo deve concentrar-se numa visão saudável, projectando-se no tempo em condições de equilíbrio; ver-se recuperado, assumindo responsabilidades e desenvolvendo as actividades que pretende encetar.
Essa projecção mental reestrutura os mecanismos do perispírito afectado, recompondo-lhe o campo, de que resultam os efeitos em forma de saúde, de harmonia e de entusiasmo.
Os pacientes, em geral, com as excepções naturais, sempre visualizam o estado de agravamento do mal que os aflige, atirando no organismo projécteis mentais destrutivos.
Não poucas vezes, Jesus afirmou àqueles doentes que O buscavam: Se quiseres, já que queres, concluindo:
levanta-te e anda, vê, sê limpo, conforme a enfermidade de que se faziam objecto.
Naquele momento, o enfermo safa do campo vibratório de sombras, no qual se homiziava, e abria-se à energia vigorosa do Benfeitor Divino, que lhe alterava a área em desordem, restaurando-lhe a saúde.
Assim, visualizar-se com saúde no futuro e programar-se em acção constituem factores fundamentais para a auto-cura.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Dez 05, 2023 9:33 pm

2) MANTER SINTONIA MENTAL COM A FONTE DO PODER
Todo amor procede de Deus, a Fonte do Poder. Como consequência, a sintonia mental do paciente com Causalidade se torna imprescindível para a recuperação da saúde.
Sendo a enfermidade o resultado da desarmonia vibratória dos órgãos que compõem a maquinaria orgânica, permitindo a proliferação dos elementos destrutivos, todo trabalho de regularização deve partir da energia para o corpo, do Espirito para a matéria.
Desse modo, a identificação mental do necessitado com a Fonte Geradora de Vida torna-se essencial para o restabelecimento da harmonia.
Assim, o cultivo das ideias positivas favorece a identificação com as faixas vibratórias mais elevadas, produzindo a sintonia necessária com o Poder Supremo.
A oração é outro veículo por meio do qual se produz a sintonia mental com Deus. Ela faculta uma análise das necessidades humanas em relação às finalidades essenciais da existência, ao tempo em que propicia o relaxar das tensões, estimulando as forças enfraquecidas e renovando-as, graças ao que se abrem as possibilidades de recuperação da saúde.
Habituado aos pensamentos vulgares, agindo sob impulsos de depressão ou de violência, o indivíduo intoxica-se de vibrações deletérias, que mais o perturbam e o enfermam.
A mudança de directriz mental, a fixação de ideias saudáveis geram uma psicosfera harmoniosa que produz as condições propiciatórias ao bem-estar, em sintonia inicial com a saúde.
Quem aspira o oxigénio puro mais se desintoxica, ampliando a própria capacidade respiratória.
De igual modo, a sintonia mental com a Fonte do Poder propicia o restabelecimento de energias saudáveis, que reinstalam no organismo o equilíbrio perdido, restabelecendo a harmonia vibratória que fomenta o predomínio dos agentes de saúde.
Mesmo diante da aparente demora de recuperação é justo que se processe a sintonia, que somente benefícios emocionais, psíquicos e orgânicos proporciona.
O ser se deve elevar a Deus, não apenas para pedir e buscar benefícios imediatos, mas, também, para manter-se em harmonia com a própria vida.
Tal estado de sintonia abre as portas da percepção extrafísica à inspiração, ao equilíbrio e à coragem para enfrentar quaisquer vicissitudes e situações afligentes imprevisíveis ou não. Quando alguém se eleva a Deus, ergue com o seu gesto toda a humanidade.
A sintonia com Ele, Fonte do Poder, é causa de felicidade e factor de paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:27 pm

3) CUIDAR DO DESCANSO, DA DIETA, DA HIGIENE, MANTENDO ORDEM NAS ACTIVIDADES
O descanso físico é de alta importância no programa da auto-cura, todavia, o repouso mental, advindo da harmonia dos pensamentos, torna-se vital, um factor imprescindível para a instalação da saúde.
Uma mente em repouso não significa em ociosidade, antes, em acção positiva, que gera equilíbrio. Esse, proporciona descanso das excitações, das emoções e sensações perturbadoras, geratrizes de doenças, de sofrimentos.
As leituras edificantes e optimistas, ricas de esperança, propiciam repouso mental e físico, predispondo o organismo à calma, à harmonia.
Esse descanso, igualmente, pode ser conseguido por uma alimentação bem balanceada, na qual se evitem os excessos de qualquer natureza, especialmente aqueles de assimilação difícil, muito ricos em calorias e de digestão demorada.
Alimentação para a vida, respeitando os limites impostos pela enfermidade, ao invés da vida para a alimentação, que complica as funções do organismo alquebrado, que necessita de todas as resistências para vencer o estado de desgaste.
A higiene também desempenha papel preponderante na reconquista da saúde.
Ela faculta mais ampla eliminação de toxinas, ao tempo que proporciona agradável sensação de leveza.
A higiene física também impõe a de natureza mental, cujo complexo, quando poluído pelas preferências perniciosas, exterioriza a desagregação das engrenagens orgânicas, à semelhança de ferrugem em peças mecânicas que se devem ajustar harmoniosamente.
Esses factores põem ordem nas actividades que a doença não interrompe, ou naquelas que, não obstante o problema da saúde, merecem reflexão, programação para posterior execução.
Quem não se programa sofre as surpresas da improvisação com os danos, porventura, presentes.
O leito de enfermidade é lugar para acuradas meditações e estabelecimento de metas, que a agitação do cotidiano em outra situação não permite. Ao mesmo tempo, a revisão dos actos e comportamentos torna-se oportuna, buscando descobrir a génese de alguns dos males ora desencadeados ou os efeitos das acções impensadas que geraram os distúrbios agora sofridos.
A degenerescência orgânica é fácil e rápida, enquanto que a sua recuperação é complexa e demorada. Toda construção e reedificação exigem tempo e experiência, não ocorrendo o mesmo com a acção destrutiva.
A vida saudável, portanto, são os esforços concentrados para a manutenção dos equipamentos da maquinaria corporal, sob equilibrado comando do Espirito.
Certamente encontramos corpos sadios e de aparência harmoniosa sob a direcção de Espíritos frívolos, ignorantes e até perversos. É natural a ocorrência, que passará a um plano lamentável no futuro, em razão do seu mau uso actual, exigindo lenta e sofrida recuperação mediante enfermidades dilaceradoras, dolorosas.
É da Lei Divina, pois ninguém malbarata o património da vida sem experimentar as suas funestas consequências.
Da mesma forma, com frequência, são encontrados corpos mutilados e padecentes, nos quais habitam Espíritos sadios, ditosos. são eles os mestres da abnegação, que acima dos limites orgânicos, sem qualquer angústia, leccionam coragem diante da dor e ressarcem antigos débitos, que ficaram nas páginas do tempo e agora se apresentam para proporcionar a libertação total de quem os adquiriu.
Em toda a Criação vige a lei de igualdade, graças à qual ninguém frui de felicidade em carácter de excepção. A luta é o clima por onde passam todos os seres na via de evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:27 pm

4) CANALIZAÇÃO DOS PENSAMENTOS E DAS EMOÇÕES PARA O AMOR, A COMPAIXÃO, A JUSTIÇA, A EQUANIMIDADE E A PAZ.
A preservação do pensamento optimista predispõe a um estado emocional receptivo à saúde. Fácil, pois, se torna canalizá-lo para as expressões nobilitantes do amor, da compaixão, da justiça, da equanimidade e da paz.
O amor, que é o élan mágico que unirá todas as criaturas um dia, deve ser cultivado na condição de experiência nova, que o exercício converterá em um hábito, em um estado normal do Espírito.
A sua força restaura a confiança nos homens e na vida, porquanto, a sua presença produz estímulos, facultando que, periodicamente, o sangue receba renovação de cargas de adrenalina, produzindo revigoramento orgânico.
Pela sua óptica os acontecimentos apresentam angulações antes não percebidas, permitindo que as emoções não se entorpeçam, nem se exaltem, ao mesmo tempo em que predispõe o indivíduo à compaixão, factor humanizador da criatura. Quando as forças conjugadas do medo e da ira, da mágoa e da vingança, do ciúme e do ódio começam a perturbar a emoção, o sentimento de compaixão pelo algoz, apresentando-o frágil e vulnerável, evita que o desequilíbrio trabalhe em favor da agressividade por parte da vitima. Esta passa a ver o seu adversário como sendo um doente da alma, que ignora a gravidade do próprio mal, e, ao invés de derrapar na animosidade, envolve-o em ondas de simpatia, de compreensão, não lhe devolvendo o malefício que dele recebeu.
No quadro das doenças que abalam os homens, encontramos instaladas no perispírito várias matrizes de ódio, de ressentimento, de azedume, em relação a outras pessoas.
O amor propicia a compaixão que se gostaria de receber, caso a situação fosse oposta, diminuindo a intensidade do golpe recebido e anulando-lhe os efeitos danosos. Ela fala sobre a justiça inexorável de Deus que alcança a todos e propõe a bondade para com o opositor, conscientizando-o, embora indirectamente, de que o mal é sempre pior para quem o pratica.
A justiça, [b]por sua vez, jaz insculpida na consciência de cada pessoa que pode ser anestesiada por algum tempo, jamais, porém, impossibilitada de manifestar-se.
O equivocado conhece o seu erro, mesmo quando o disfarça, e assim procede porque lhe sabe a procedência.
Encobrir uma ferida não impede que ela permaneça decompondo a Área, na qual se encontra instalada.
A justiça na consciência impõe reparação do delito e das suas consequências infelizes, induzindo as vitimas a que não assumam a postura de cobradores, já que as leis soberanas dispõem de recursos que impedem se contraiam novos, quando se corrigem velhos débitos.
Para culminar o seu objectivo, tem ela que ser estruturada na equanimidade, que discerne como aplicá-la, sem o contributo emocional da paixão de qualquer natureza, porém com a
finalidade superior de corrigir sem desforço e recuperar sem maus-tratos.
O sentimento de equanimidade nasce da razão que discerne e da emoção que compreende, fazendo que o recurso e o método de reeducação sejam os mesmos para todos os incursos nos seus códigos, não sendo severa em demasia para uns e generosa em excesso para com outros. A sua linha recta de acção abrange na mesma faixa todos os infractores, prodigalizando-lhes idêntico tratamento.
A consciência de amor com equanimidade propõe a paz, que tira as tensões e inspira o prosseguimento da acção. Estado intimo de harmonia, irradia-se em sucessivas ondas de tranquilidade que se exteriorizam, promovendo a absorção e fixação das energias saudáveis no organismo.
O pensamento canalizado para a paz se torna uma onda que sincroniza com a Fonte do Poder, contribuindo para o entendimento geral e a fraternidade, que é o passo inicial do amor entre as criaturas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:27 pm

No processo de auto-cura, o Espírito recupera as energias gastas, vitaliza, mediante a acção do pensamento, os fulcros perispirituais e predispõe-se ao resgate pelo amor, sem a intenção de negociar benefícios, antes, com a de se tornar elemento OW no concerto social, membro activo do progresso geral e não um peso desagradável quão infeliz na economia do grupo humano onde se encontra.
Co-autor da sua recuperação, ele haure na Fonte Providencial do amor de Deus as energias sãs, saindo das sombras da enfermidade para as luzes da saúde, disposto a contribuir decisivamente em favor do mundo melhor de hoje e de amanhã, renovado, esclarecido e feliz.
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Série Psicológica Vol. 3 - Plenitude/Joanna de Angelis - Página 2 Empty Re: Série Psicológica Vol. 3 - Plenitude/Joanna de Angelis

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:28 pm

"Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o carácter que ela reveste..." (Item 249)
"As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo a sua libertação..." (Item 252)
"Demais, o ascendente que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade moral. Ele não domina os Espíritos superiores, nem mesmo os que, sem serem superiores, são bons e benevolentes, mas pode dominar os que lhe são inferiores em moralidade."
(Item 254)
(O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, Cap. XXIII. 28" edição, FEB.)


X - Terapia Desobsessiva
No estudo dos sofrimentos humanos destaca-se um capitulo que, pelas suas graves injunções, merece estudo à parte. Chaga moral do Espirito, a obsessão tem uma generalização muito mais ampla do que se pode imaginar, tornando-se, periodicamente, uma virose de contágio célere, em face das circunstâncias que exige como decorrência do processo evolutivo das criaturas e do planeta, que a impõem como necessidade saneadora dos volumosos compromissos negativos que permanecem na economia da sociedade.
Na Antiguidade Oriental, como depois, durante a Idade Média, apresentava-se com características epidémicas e varria os povos, dava-lhes uma trégua e retornava intempestivamente.
Confundida com a loucura nos seus diversos aspectos, tem desafiado os estudiosos do comportamento, da saúde, da religião e das ciências da mente. Subtil, em certas ocasiões, assume proporções inesperadas, levando a extremos lamentáveis aqueles que lhe tombam nas urdiduras.
A humanidade tem-na sofrido, considerando-a, em diversas épocas, como castigo divino, e usado métodos de combate não menos cruéis, por desconhecimento da sua génese, portanto, pela impossibilidade de enfrentá-la, de amenizá-la com recursos hábeis, eficazes.
Trata-se da alienação mental por obsessão, isto é, pela ingerência da presença psíquica de um desencarnado num encarnado.
A obsessão pode influenciar maleficamente também a organização física, produzindo patologias complexas quão danosas.
Allan Kardec estudou-a com proficiência, sendo o primeiro investigador a penetrar-lhe as causas, dissecá-las, e apresentou as terapias compatíveis, capazes de amenizá-la ou erradicá-la completamente.
Antes dele, Jesus, diversas vezes, enfrentou e atendeu obsessos e obsessores, socorrendo-os com Seu inefável amor e libertando-os uns dos outros mediante a força restauradora de que se faz possuidor.
Os Seus diálogos com esses enfermos são profundos, apresentando à psicopatologia admirável capitulo, que permanece obscuro nas áreas das doutrinas especializadas.
O Espiritismo, porém, por lidar com os factores causais, analisa o problema e o elucida, propondo correctos métodos para atender os que se encontram envolvidos, ao tempo que fornece terapias preventivas, que impedem a instalação da mazela.
A obsessão tem as suas raízes fixadas nos antecedentes morais de ambos os litigantes, que se deixaram vencer pela inferioridade que os dominava, à época da pugna.
Egoístas e irreflectidos, não mediram as consequências dos seus actos venais, passando a vincular-se um ao outro por meio das algemas do ódio, do desforço, que os tornam cada vez mais infelizes.
Arrastam-se, desse modo, por séculos de sofrimentos excruciantes, passando de vitimas a algozes, e reciprocamente, até que o amor lhes acenda a luz da esperança nas sombras onde se detêm e o perdão os torne verdadeiros irmãos na senda evolutiva.
O amor é, assim, o primeiro medicamento para a terapia anti-obsessiva.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:28 pm

Abre as portas a esperança e esclarece quanto as sagradas finalidades da vida, proporcionando o perdão que suaviza as dores produzidas pelas ulcerações do ódio. Enquanto persistam o ressentimento e a malquerença, a desconfiança e o rancor, a obsessão permanece como acido queimando as delicadas engrenagens da casa mental e produzindo as alienações tormentosas.
A mediunidade, por outro lado, é a grande oportunidade que faculta a identificação e a cura das obsessões, porque é através dos seus delicados mecanismos que elas se manifestam e, por eles mesmos, que se podem atender aos agentes indigitados.
O paciente, vitima de obsessão é, certamente, portador de mediunidade, que necessita de conveniente educação, a fim de aplicá-la em finalidades relevantes.
A obsessão é doença grave, mesmo quando se apresenta em quadro simples, em forma de inspiração depressiva ou de morbo que afecta a saúde física. Isso porque impõe a transformação moral do paciente e a mudança emocional do agente que a desencadeia, consciente ou não.
Só há obsessão porque há débito de quem a sofre. As leis da vida dispõem de recursos elevados para a reeducação dos incursos nos seus códigos de justiça.
No entanto, a intemperança e precipitação dos indivíduos, perturbados em si mesmos, levam-nos aos desforços e vinganças, produzindo esses desnecessários processos de sofrimentos.
A mente infeliz, mediante a mono-ideia de revide, descarrega ondas de ódio no seu desafecto que, desequipado de recursos morais, tais a vigilância, a caridade, o amor, capta-as pelo campo do perispírito, com o qual aquela sintoniza por afinidade vibratória até transformar-se em ideia perturbadora no seu próprio psiquismo.
De outras vezes, irradia as mesmas deletérias energias e condensa, pela acção da vontade, as suas vibrações, apresentando-se com aspectos terrificadores durante a vigília e o parcial desdobramento pelo sono, e provocando vinculação pelo pavor, que se transforma em patologia alucinante.
Na sucessão de interferências consegue dominar a mente culpada, que se lhe faz submissa, dando curso aos mais graves fenómenos de subjugação, que a ignorância, por muitos séculos, considerou como possessão demoníaca e os cientistas rotularam de esquizofrenia.
Da mesma forma, a constante ingestão psíquica da onda mental enfermiça produz distúrbios orgânicos variados, que facultam a instalação de germes destrutivos da saúde ou provocam, por si mesmos, degenerações celulares, ulcerações, disfunções de diversos órgãos.
A desobsessão, por consequência, é a terapia especializada e única possuidora dos recursos para a liberação do alienado.
Mediante o esclarecimento do Espirito enfermo, imbuído da falsa ideia de justiça, dever-se-á dissuadido do infeliz propósito, demonstrando-lhe o erro em que se encontra e induzido à certeza de que o amor de Deus tudo resolve.
Concluída essa tarefa, que exige a interferência de um médium educado - quando o fenómeno da psicofonia atormentada não se dá através do próprio paciente - é indispensável a conscientização da vitima, a fim de que busque a reabilitação por meio de uma mudança de comportamento mental e espiritual, aplicando as técnicas referidas no capitulo da auto-cura.
Essa reforma moral do obsidiado fará que o seu actual perseguidor constate-lhe o esforço para melhorar-se, demonstrando arrependimento das acções infelizes, e, asserenando o ânimo, torne-se amigo do antigo verdugo, avançando com ele pela rota do bem.
O ministério da desobsessão pode também processar-se além da esfera física, pela interferência dos Benfeitores espirituais, quando constatam o esforço da alma para reabilitar-se e auxiliar o seu perseguidor.
Nos processos que afectam o organismo físico, além do recurso espiritual liberativo é conveniente a terapia médica correspondente, para o reaparelhamento orgânico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:29 pm

Proliferam, também, as obsessões entre os encarnados, graças aos abusos do sentimento, que os levam à vampirização psíquica, gerando distúrbios demorados.
Os desejos perturbadores direccionam petardos mentais que atingem aqueles aos quais são dirigidos, produzindo-lhes estranhas e desagradáveis sensações.
Quando são recíprocos, dão curso à interdependência psíquica que afecta tanto a Área da emotividade como da organização somática, gerando sofrimento.
Toda forma de obsessão resulta de um inter-relacionamento pessoal interrompido pelas forças negativas da agressividade, do ódio, da traição, do crime ou das expressões do amor em desalinho, que destrambelham os sentimentos.
A desobsessão consiste na interrupção do processo de imantação de ambos os infelizes, porquanto o agressor, embora se considere realizado pelo mal que aflige a sua vítima, padece, por sua vez, de infortúnio e falta de paz.
A criatura é sempre responsável pela própria vida. Somente há desar, obsessão e sofrimento, porque se elegem os comportamentos doentios em detrimento daqueloutros positivos.
Diante das obsessões, constata-se o retorno dos actos inditosos em busca da reparação imediata.
Dissolver os grilhões do mal com as energias poderosas do amor, eis no que consiste a terapia desobsessiva, que libera o ser do sofrimento que a sua incúria gerou, favorecendo-o com a saúde integral, resultado de uma mente em harmonia com a vida, uma organização física em equilíbrio e a emoção como a razão dirigidas para o bem, para o progresso, para a felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:29 pm

"Se os médicos são mal-sucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passe bem."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, (Oo - Item XIX - Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão - 52" edição, FEB)


XI - Terapias Alternativas
A ignorância, geradora do egoísmo, que propicia o apego e a paixão às pessoas e coisas, é a grande responsável pelos sofrimentos.
Considerando-se a impermanência de tudo, em um mundo em constantes alterações, o apego representa a ilusão para deter a marcha dos acontecimentos e reter tudo mais, impossibilitando o surgimento da realidade.
O impermanente é a materialização transitória da realidade, e, por consequência, todo apego exagerado à forma produz sofrimento em razão das inevitáveis alterações que ela experimenta. Corresponde à ilusão de pretender-se deter o tempo, que deixará frustrado aquele que se apega a tal intento.
Assim, a maioria das enfermidades se origina na área emocional, como efeito do desequilíbrio da energia, transferindo-se para o psíquico ou o físico, produzindo lesões que alteram a estrutura orgânica.
As terapias da Medicina clássica objectivam, quase sempre, deter as doenças, destruir os invasores perniciosos, sustentar o corpo.
Toda a filosofia médica ocidental centraliza-se nesse objectivo como essencial à saúde, com pequenas variações metodológicas.
A sabedoria oriental, em contrapartida, estabelece, há milénios, que, sendo as doenças efeitos degenerados da energia pelos factores já examinados, elas devem ser combatidas nas suas causas.
Assim, variam as técnicas alternativas para a aquisição da saúde, mediante a supressão da sua causalidade.
Ressurgem agora, no ocidente, essas terapias, abrindo espaços para a eliminação ou, pelo menos, modificação do sofrimento, propondo a restauração do equilíbrio energético no ser.
A Ciência Espirita, por sua vez, reconhecendo que todo sofrimento decorre do mau uso do livre-arbítrio pelo homem, nos valores morais em recomposição se encontra o mecanismo essencial para a liberação do mesmo. A tese é extensiva à problemática das doenças. Sem uma correspondente transformação moral do paciente, a terapia que se lhe aplique, quando enfermo, poderá modificar-lhe o quadro orgânico, não, porém, liberá-lo, porquanto ao primeiro ensejo, ela ressurgirá ou facultará a manifestação de outras patologias já vigentes no campo vibratório não reequilibrado.
As terapias alternativas preocupam-se, essencialmente, com o homem integral, com todo o complexo que se exterioriza no corpo e não apenas com este.
A acupunctura, por exemplo, considera o corpo como um instrumento de um sistema energético, portanto, não físico, o que equivale a dizer, menos denso do que aparenta. Esse sistema tem prevalência sobre todo o conjunto, qual se fosse um outro sistema nervoso mais complexo, sustentando toda a aparelhagem delicada e os seus implementos mais subtis da organização somática. Encarrega-se de manter a interacção mente-corpo, emoção-sensação, pensamento-matéria.
A técnica da acupunctura busca, através do corpo físico, alcançar o campo de energia e vitalizá-lo, eliminando os bloqueios impeditivos da irrigação de forças mantedoras da saúde.
Esse sistema energético é composto de meridianos que são correntes de energia que se estendem por todo o corpo, nos seus mais variados departamentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:30 pm

Pode-se, com relativa facilidade, encontrar e medir os pontos de acupunctura, carregados de energia, ao longo dos meridianos. Modernamente, o tobiscópio, delicado aparelho eléctrico, consegue localizá-los, comprovando-lhes a existência.
Considera-se que existem quatorze meridianos principais e cinquenta e sete secundários, constituindo o sistema energético.
Em face de qualquer bloqueio na corrente de energia ou desequilíbrio proveniente da força mental devastadora e dos actos morais reprocháveis, as enfermidades se instalam. Aplicando-se agulhas nos pontos de acupunctura, reequilibra-se a energia do meridiano, desbloqueando-o e o sistema gerador se refaz, restaurando a saúde.
Esses pontos sensíveis podem facultar a anestesia para tratamentos cirúrgicos nos casos mais graves, partos, etc.
Outra prática de inestimáveis resultados é a ioga, especialmente para a emoção em desequilíbrio, para os graves problemas psicológicos e alguns outros na Área de saúde.
O conhecimento dos chacras (rodas) como fontes de energia no sistema de vitalização orgânica, propiciou técnicas de desenvolvimento, alimentação e equilíbrio de forças, para a manutenção da aparelhagem material de que se utiliza o Espirito no seu processo de evolução.
Os chacras, tradicionalmente em número de sete, são considerados como órgãos de energia.
Do coronário ao genésico eles são o suporte de sustentação das funções psíquicas e orgânicas do corpo.
Segundo a mesma tradição, o mais importante a ser considerado nos chacras é a denominada energia Kundalini, também conhecida pelo nome de serpente adormecida, que se manifesta em ascendente pela espinha dorsal, nutrindo-os e sendo, ao mesmo tempo, por eles sustentada. É também responsável pela energização dos nervos.
Quando adormecida na base, atende por automatismo a organização dos chacras.
Por meio da meditação, de exercícios rítmicos, de várias outras técnicas, é despertada e sua energia pode ser canalizada convenientemente, atendendo os chacras, ampliando a Área da consciência espiritual e facultando saúde física, vitalidade, harmonia nervosa.
Essa, também chamada serpente de fogo, permite a aplicação da sua energia no restabelecimento da saúde pessoal, como pode ser aplicada em beneficio de outros indivíduos.
A ioga faculta o equilíbrio psicofísico, transformando-se em terapia alternativa de grande valor.
A cromoterapia talvez se haja inspirado na helioterapia, que consiste, esta última, na utilização dos raios solares, com equilíbrio, provocando uma activação salutar dos mecanismos vitais do corpo.
A colesterina, por exemplo, sob a acção dos raios ultravioletas se transforma na vitamina D ou anti-raquítica.
É de excelente resultado, quando sob cuidadoso controlo, mediante aumento de tempo sob a exposição solar, nos caso de espasmofilia, nas anemias infantis, em variados casos de astenia, nas convalescenças, na asma infantil, na tuberculose cutânea, em múltiplas dermatoses, etc.
Os solários são de comprovado resultado positivo nas neuranemias, neurastenias, etc.
A cromoterapia, mediante a aplicação de cores, propicia alguns resultados favoráveis na Área da saúde, especialmente no estado psíquico em desalinho dos indivíduos.
A cor vermelha é considerada excitante, enquanto o azul é calmante. Com essa conclusão, aplica-se a cor vermelha nos estados melancólicos e a azul nos de exaltação, como nos casos de delirium tremens e outros semelhantes.
A cromoterapia devidamente aplicada, por meio de um correto conhecimento das cores e dos efeitos, proporciona estados de recuperação da saúde.
A luz vermelha, por exemplo, em determinados estados infecciosos, como na varíola, faculta bons resultados.
A homeopatia nasceu por volta de 1796, quando Samuel Hahnemann iniciou a sua aplicação, após publicar o seu ensaio sobre um novo principio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários a respeito dos princípios aceites na época actual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:30 pm

Ele havia experimentado em si mesmo e nos familiares por seis anos a nova terapêutica, cujos resultados foram surpreendentes.
A homeopatia se fundamenta no principio do similia, similibus curanter ou seja, os semelhantes curam os semelhantes e, através de diluições infinitesimais, nas quais, teoricamente, não devem existir moléculas da substância original, o medicamento deixa de ser químico para tornar-se físico.
Como tudo no Universo são energia e matéria, que se convertem, devem-se aplicar os recursos energéticos para que se reequilibre o organismo físico, na sua essência, igualmente constituído da energia necessária à vida.
.. E multiplicam-se as terapias alternativas: psicobiofisicas, das vidas passadas, cirurgias psíquicas e mediúnicas, hipnose, ao lado da fitoterapia ou flora medicinal, cristal terapia e outras cooperando para a saúde, o reequilíbrio da criatura na Terra, a diminuição e mesmo o desaparecimento do sofrimento no mundo. Considerando a valiosa contribuição de todas elas, não podemos esquecer que é na transformação moral do indivíduo para melhor, na acção da caridade - como prescreve o Espiritismo, respaldado no conceito de Cristo, àqueles a quem sarou, para que não voltassem a pecar, a fim de que não lhes acontecesse nada pior - que a cura real se processa e o sofrimento se dilui, cedendo lugar a paz e ao equilíbrio psicofísico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Dez 06, 2023 12:30 pm

OS MENSAGEIROS DA MORTE
"Todos aqueles que, imprudentes, não atentam Para quando aparecem os mensageiros da morte, Durante muito tempo sentirão a dor Habitando algum corpo-forma inferior Mas todos os homens bons e santos, Ao verem os mensageiros da Morte, Não agem impensadamente, mas dão ouvidos Ao que a Nobre Doutrina diz, E, no afecto, amedrontados, vêem Do nascimento e da morte a fértil fonte, E se libertam do afecto, extinguindo, assim, o nascimento e a morte. Esses são seguros e felizes, Livres de todo esse espectáculo fugaz; De todo pecado e medo isentos, Dominaram todo o sofrimento."
Anguttara-Nikaya, III, 35" (Trad. inglesa de Warren.)


XII - Sofrimento ante a Morte
A impermanência de todas as coisas e pessoas no mundo físico é também extensiva à conjuntura do sofrimento.
A sua vigência resulta da intensidade dos factores causais que o engendraram. O campo de energia afectado, no caso das doenças, terminada a prova ou a expiação que depuram, recompõe-se, facultando o equilíbrio. Não obstante, nos sofrimentos morais, quando a desarmonia é emocional, por meio do autocontrole, da oração, da meditação, das acções de beneficência, o ser mais facilmente se libera, deixando de valorizar demasiadamente as ocorrências aflitivas, considerando-as naturais no processo evolutivo, e, por consequência, aceitáveis.
A aceitação do sofrimento é o passo decisivo para a liberação dele, enquanto a rebeldia produz efeito totalmente contrário.
Compreendendo-se que o corpo é uma organização delicada, sujeita a deterioramento, desgaste e transformação pelo fenómeno da morte, nele não se colocam as bases da vida, nem se fixam as realidades essenciais.
Assim, quando lhe sucedam as desconexões e os desajustes, advindo-lhes a interrupção, a morte não se transforma em motivo de desgraça, de ruína.
A preparação conveniente para enfrentar a morte faculta uma aceitação do seu fatalismo e, portanto, uma diminuição do sofrimento.
Quem, na vida material deposita todas as suas aspirações e nela vê um fim único, constatando-lhe a interrupção, o cessar de manifestações, experimenta superlativas dores morais, que se transformam em sofrimentos físicos sem lenitivo imediato.
Assim, as dores têm muito a ver com as disposições psicológicas de cada indivíduo, a maneira de encarar a vida e a sua estrutura, os acontecimentos e as suas matrizes.
A morte, por ignorância da vida, tem sido através dos milénios a causa de sofrimentos inimagináveis, desencadeadora de tragédias e de desconforto sem-fim.
Todo fenómeno biológico que se inicia, naturalmente cessa. Tudo que nasce, no plano físico, interrompe-se, transforma-se, portanto, morre.
Não há prazo nem determinismo absoluto de tempo, dependendo de inumeráveis razões para que o ciclo que começou se encerre... Assim, a morte é inevitável e o sofrimento que ela gera resulta somente de má interpretação dos objectivos da vida.
O apego à forma transitória, que se decompõe, produz a perturbação emocional, dando ideia de que tudo se consumiu, nada mais restando como finalidade da existência humana.
Colocadas todas as esperanças no corpo, os fenómenos inerentes à sua constituição perturbam quem nele se firma, produzindo o impacto desesperador.
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