LUZ ESPÍRITA
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Busca do Campo Espiritual pela Ciência - Jorge Andréa dos Santos

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 9:01 am

Busca do Campo Espiritual pela Ciência
Jorge Andréa dos Santos

Aos meus filhos, aos jovens, ávidos de conhecimentos espiritualistas, dedicamos esta colectânea, em cuja temática esperamos encontrem alguma contribuição.

A ciência médica atingirá culminâncias sublimes quando verificar no corpo transitório a sombra da alma eterna.
André Luiz

Sumário
Palavras iniciais


1 ― Busca espiritual
2 ― Deus e universo
3 ― Caminho da ciência
4 ― Anseios da ciência
5 ― Horizontes da psicologia
6 ― Visão holística
7 ― Unicidade, o futuro da ciência
8 ― Espírito e matéria
9 ― Comando espiritual nos processos orgânicos
10 ― O espírito nos mecanismos da herança
11 ― As marcas de nascimento
12 ― O pensamento
13 ― Arquivos da memória
14 ― Sono e sonho: vivências perispirituais?
15 ― Intuição, fenómeno mediúnico?
16 ― Segredos da gleba espiritual
17 ― Reacçoes nos alicerces do espírito
18 ― Neuroses e vidas passadas
19 ― Atitudes compulsivas
20 ― Sombras espirituais
21 ― Campos desestruturados no espírito
22 ― Lastros espirituais doentios
23 ― Terapias
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 9:02 am

OBRAS DO AUTOR
― Novos Horizontes da Parapsicologia. Editora Sabedoria, Rio, 1967. (Esgotado. Assuntos refundidos em livros posteriores).
― Energias ‘Espirituais nos Campos da Biologia. Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1971. (Assuntos refundidos em livros posteriores).
― Enigmas da Evolução. Editora Caminho da Libertação, Rio, 1973, 1.ª edição. 1980, 2.ª edição. (Assuntos refundidos em livros posteriores).
― Nos Alicerces do Inconsciente. Editora Caminho da Libertação, Rio, 1973, 1.ª edição. 1980, 2.ª edição.
― Palingénese, a Grande Lei. Editora Caminho da Libertação, Rio, 1975, I.ª edição. 1980, 2.ª edição. 1982, 3.ª edição. Editora Societo Lorenz, 1990, 4.ª edição. Versão castelhana: Palingenesis, la Grand Lei, Wido Mardini, Colômbia, 1985.
― Energética do Psiquismo, Fronteiras da Alma. Editora Caminho da Libertação, Rio, 1976, I.ª edição. 1978, 2.ª edição. Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1990, 3.ª edição.
― Dinâmica Espiritual da Evolução. Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1978, 1.ª edição. 1980, 2.ª edição. (Esgotado. Assuntos refundidos em livros posteriores).
― Psicologia Espírita I. Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1978, I.ª edição. 1980, 2.ª edição. 1982, 3.ª edição. 1986, 4.ª edição, Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1991, 5.ª edição.
― Forças Sexuais da Alma, Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1978, 1.ª edição. F.E.B., 1987, 2.ª edição.
― Os Insondáveis Caminhos da Vida. Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1981, 1.ª edição. Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1989, 2.ª edição. 1991, 3.ª edição.
― Encontro com a Cultura Espírita. Em colaboração com Deolindo Amorim, Altivo Ferreira e Alexandre Seck. Casa Editora O Clarim, Matão (SP), 1981.
― Dinâmica Psi. Editora Fon-Fon e Selecta, Rio, 1982, 1.ª edição. Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1990, 2.ª edição.
― Correlações Espírito-Matéria. Editora Samos, Rio, 1984, 1.ª edição. Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1990, 2.ª . edição.
― Enfoques Científicos na Doutrina Espírita. Editora Samos, Rio, 1987, 1.ª edição. Editora Societo Lorenz, Rio, 1991, 2.ª edição.
― Impulsos Criativos da Evolução. Editora Arte e Cultura, Niterói, 1989, 1.ª edição.
― Lastro Espiritual nos Factos Científicos, Editora Societo Lorenz, Rio, 1989, 1.ª edição.
― Visão Espírita nas Distonias Mentais, F.E.B., .1990, 1.ª edição.
― Psicologia Espírita II, Editora Societo Lorenz, Petrópolis, 1991, 1.ª edição.
― Busca do Campo Espiritual pela Ciência, Editora Societo Loivdz, Rio, 1993, 1.ª edição.
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Palavras iniciais
Os assuntos que apresentamos nesta colectânea tiveram origem em artigos diversos, como resultados de debates em seminários, simpósios e congressos.
A maioria, dos assuntos está coligada ao psiquismo de profundidade, isto é, à área espiritual, o que exigiu certas condições especiais de abordagem. As medidas da ciência oficial, com toda a importância de que se acham investidas, não possuem sondas que nos revelem a estruturação desses ainda obscuros campos do Espírito; desse modo, nos socorremos de modelos intuitivos, homologando hipóteses e tentando compor os fatos subjectivos que, aqui e ali, se manifestam.
A ciência de hoje está procurando, até mesmo com certo rigor, os campos espirituais. Biólogos laureados pelo Nobel estão penetrando essas regiões. É o caso de Barbara McClin tock com seus estudos sobre citogenética e George Wald com os mecanismos da visão. Por sua vez, o biólogo Rupert Sheldrake está fazendo ressurgir na ciência o vitalismo de Claude Bernard, quando afirma textualmente: “Para mim a criação depende, em Última análise, de uma realidade não física, ou transfísica, de natureza espiritual”.
Na física, salientamos as afirmações e trabalhos de Fritjof Capra, arrastando uma poderosa corrente espiritualista, com ramificações na psicologia e biologia. As muralhas do Espírito começaram a ser escaladas pela ciência
Por tudo, a nossa tentativa nesta publicação é a de mostrar, principalmente, de quanto necessitamos investigar e procurar traduzir muitos dos enigmas que o psiquismo humano, a cada dia, vem revelando. Os horizontes do psiquismo são indemarcáveis; por isso, muito bem cabem as composições intuitivas, envolvidas pelas ideias sadias da psicologia e da metafísica, como recurso de abordagem, porquanto, os fatos espirituais, a cada momento, revelam-se enriquecidos de tonalidades múltiplas.
O psiquismo de superfície, ou zona consciente, os fenómenos se estruturam no campo físico, cuja organização, para nós, já apresenta imensas dificuldades. O que não dizer dos fatos que transcendem esse campo e se espraiam em outras dimensões? Se movermos a nossa consciência no serviço que abraçamos, com idealismo e amor, sem dúvida descobriremos a trilha correta na decifração dos enigmas que nos inquietam os pensamentos.
Novos métodos e modelos científicos estão sendo exigidos pelos pesquisadores. O impulso perquiridor avança constantemente na direcção espiritual. Dia virá em que novas luzes chegarão aos parâmetros transfísicos, permitindo ao homem alçar voos mais ousados e mais seguros.

O Autor
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1 ― Busca espiritual
O desenvolvimento do pensamento espiritualista, praticamente, perde-se na noite dos tempos. A ideia espiritualista está ligada à própria humanidade, porém envolvida nas possibilidades de entendimento que as comunidades puderam perceber em suas respectivas épocas. Por isso, muitas dessas ideias ficaram restritas às diversas ordens e organizações que as manipulavam e interpretavam, até mesmo em posições sectaristas.
Quando os organizadores e mesmo os criadores de seitas e religiões, os mais bem dotados, em percepções intuitivas, lançaram suas ideias filosófico-religiosas, limitados grupos, compreensivelmente, conservaram suas raízes criativas. Com o tempo, muitas modificações se foram observando, ora por interesses menos felizes, ora por desconhecimento e falta perceptiva das revelações. Isto se passou na China, na índia, em muitas nações do Oriente e também no Ocidente, cujo exemplo do Cristianismo é bastante elucidativo. O desfile do tempo foi influenciando nas lentas e quase sempre danosas modificações, permitindo o nascimento de incontável número de seitas e religiões que ainda vicejam no panorama actual da humanidade.
Tudo isso, em virtude do não entendimento das mensagens autênticas que sempre estão desacompanhadas de qualquer liturgia. A essência de um processo religioso, harmónico e equilibrado, se mostra em posição psicológica subjectiva. Objectivar a essência de um modelo religioso é restringido às análises intelectuais; é como tentar frear sua transcendente expansão. A massa humana sempre colocou as religiões no plano de seu próprio entendimento; poucos conseguiram penetrar nas mensagens de seus reais alicerces.
O Oriente apresentou as ideias mais representativas e interessantes de carácter religioso que a humanidade conhece, alcançando posições, hoje, mais bem compreendidas pela própria ciência; haja vista as informações de Fritjof Capra e Renée Weber, como também, as pesquisas de David Bohm, Ilya Prigogine, Rupert Shaldrake e muitos outros. Reconhecemos, entretanto, que a maioria dessas ideias filosófico-religiosas foram sofrendo modificações e superficializando-se em liturgias, muitas vezes fanáticas, como que abafando o conteúdo com seus indiscutíveis valores.
Assim é que a índia revelou construtivos pensamentos num Hinduísmo sedimentado nos Vedas e Upanishadas. Este último contendo a própria mensagem espiritual dos Vedas. A origem hinduísta, envolvida no Bramanismo, é bastante antiga, sendo possível que tenha arregimentado suas raízes em muitos milénios a.C.
Todo esse manancial de ideias provenientes da índia encontra-se nas informações do Mahabharata e Bhagavad Gítâ. Neste, o Deus Krishna instrui o guerreiro Arjuna, mostrando a grande realidade espiritual que é Brahman com seu amplo estofo monístico, a representar a luta pela evolução do próprio EU — o Espírito.
A imensa quantidade de deuses na índia teve como finalidade a explicação de Brahman, impossível de ser alcançado em linguagem; isto reflectiu na complexa e intensa mitologia indiana. Brahman tudo alcança por ser tudo em todas as coisas (monismo-holismo); sua manifestação no espírito humano é denominada de Atman. Este e aquele são únicos, representando a essência dos Upanishadas. A célebre trindade: Shiva, Vishnu e a mãe divina — Shakti — a deusa arquetípica, a energia feminina do Universo, completam o quadro representativo das forças cósmicas.
Este oceano de deuses foi o resultado da tentativa de explicar, intelectualmente, o grande Logos, a fim de torná-lo objectivo; a essência divina é transcendente e inavaliável.
No século VI a.C., o budismo nasceu e espalhou-se por toda a Ásia (China, Japão, Tibete, etc.). É interessante notar que a grande revelação do Siddhartha Gautama — o Buda, vem acompanhada, em outras paragens, por diversos missionários; Pitágoras e Heráclito, na Grécia; na Pérsia, Zoroastro (Zaratustra); Lao Tsé e Confúcio, na China.
O Budismo foi a grande revelação, porquanto atingiu a natureza psicológica do homem, quando apresentou as suas conhecidas verdades;
Duhkha — sofrimento ou frustração
Trishna — apego ou avidez
Nirvana — libertação total
Sobre as verdades, desenvolveu-se a ideia do Caminho Óctuplo, do autodesenvolvimento, onde o denominado Caminho do Meio revela equilíbrio na busca.
O Zen-budismo, no Japão, não deixa de ser uma espécie de fusão filosófica de origem indiana e chinesa. A verdade última no Zen jamais pode ser expressa em palavras, porquanto, atada ao processo meditativo, reflecte-se, de modo específico, em cada ser em particular e, principalmente, ante a posição evolutiva de cada um. Perante tal conceituação deve ser considerado um autêntico modelo intuitivo-inspirativo.
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É uma espécie de visão interna, a fim de alcançar a iluminação — o Estado de Buda — que não representa uma posição final, porém um ponto em que exista conscientização e acentuação dos processos experienciais cotidianos. Portanto, seu objectivo diante a vida é procurar a natureza do Buda em todas as coisas (monismo).
Por esta mesma época pré-cristã, na China, duas bem equacionadas filosofias, com suas consequências religiosas, desenvolveram-se a fim de alcançar a organização social, visando educação com direccionamento à família, sedimentando um sistema ético calcado na adoração dos ancestrais — o Confucionismo; e o Taoísmo visando a natureza de modo a descobrir o caminho do Tao, com naturalidade e conhecimento intuitivo.
O Confucionismo projectou-se na necessidade de educação das crianças e o Taoísmo para indivíduos mais idosos, a fim de sustentar a espontaneidade espiritual original desviada pelas convenções sociais. O Tao é processo cósmico no qual se acham envolvidas todas as coisas; o mundo é visto como um fluxo contínuo, uma mudança contínua. A física quântica envolve-se nos mesmos conceitos. O Tao representado na célebre mandala (Supremo fundamental) com seus dois polos — yin e yang (luz e sombra); yang: masculino, intelectual, racional, claro; yin: feminino, intuitivo, sombrio; yang — acção criativa; yin — tranquilidade contemplativa. Tanto o yin quanto o yang não são polos definitivos. Cada um deles, ao atingir a sua posição máxima, desperta e impulsiona o polo que se acha ofuscado, a fim de que o movimento prossiga. Isto nos lembra o rosário reencarnatório.
Assim, o yin e yang são movimentos como um princípio guia e orientador do Tao. As combinações dos movimentos do yang desembocam num sistema elaborado no I Ching (Livro das mutações), envolvido nos seus 64 hexagramas, onde as linhas quebradas são yin e as cheias yang. É livro destinado a descoberta da disposição de uma determinada situação, a fim de tomar-se decisões; jamais deve ser considerado um livro de adivinhações vulgares.
É um livro de sabedoria quando bem manipulado mais pela intuição do que pelo racional, mais pelas propostas de síntese do que pelas análises. Jung participou de tais conhecimentos ao lado do grande sinólogo Richard Wilhelm. No I Ching é preciso saber o que se procura, se não soubermos buscar só encontraremos dificuldades e contradições. Pelo visto, é modelo que exige certo grau de sensibilidade e de difícil apreensão pelo homem comum do Ocidente por ser inquieto e imediatista.
Os factos ou fenómenos que presenciamos nas revelações orientais são efeitos de uma unidade básica. É o que está acontecendo com as filosofias, religiões e fatos científicos modernos. As tradições do Oriente falam de uma realidade última existente em todas as coisas. É a realidade Tao no taoísmo, Dharmakaya no budismo e Brahman no hinduísmo. Essa tendência de conceitos foi denominada de Tathata ou Quidade pelos budistas — é o grande todo que tudo integra, a fim de que alcancemos o estado perceptivo de alguma realidade, temos que penetrar em equilíbrio mental meditativo — estado de Samadhi.
Tanto a física moderna quanto os considerados místicos, chegaram a sentir que a grande realidade é impregnar-se com o todo — observador e observado desaparecem em favor de um estado mais pleno que é, antes de mais nada, equilíbrio e entendimento, impossível de descrição por ser sensação individual, variável a cada ser, diante dos próprios eventos existentes. A moderna física quântica está esbarrando nestes conceitos.
Do nascimento do Cristianismo até os nossos dias, múltiplas seitas se foram formando e adaptando-se às possibilidades psicológicas das comunidades de então. Nos dias atuais ficou do Cristianismo inicial, isto é, a grande síntese filosófica de todos os tempos com seus respectivos modelos éticos, a Doutrina Espírita, que procurou sedimentar as ideias, os modelos de conduta e as leis que nos cercam com o vibrante teor de Unicidade fazendo com que o Monismo se mostre como coluna mestra a sustentar os pensamentos humanos. Assim, a ideia de uma religião constituída com o cortejo de liturgias, desaparece em favor das consequências filosóficas de unicidade que lhe dá um mais seguro, autêntico e expressivo carácter religioso, necessário ao componente psicológico do homem. Nesta conduta a Doutrina Espírita é a religião, cujo estado de religiosidade será proporcional ao mergulho do ser nos mecanismos vitais.
A fim de que nosso século pudesse alcançar tais parâmetros de entendimento, embora agredido de muitos lados por interesses de toda ordem, inclusive pelas atitudes fanatizantes e complexidades litúrgicas, houve como que um caldeamento das ideias, desde os seus nascedouros até os nossos dias. Isto observamos através da história das religiões e principalmente de seus alicerces psicológicos atuais, apesar das interpretações oscilantes e variáveis, com finalidade de atenderem as mentalidades em desfile das respectivas épocas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 9:02 am

Entretanto, neste final de século já se percebe os movimentos de coloridos monísticos como que aproximando os diversos e múltiplos modelos religiosos. Bem claro que ainda estamos longe de uma unificação, mas, tal condição, será questão de tempo, quando a humanidade voltar-se para os interesses de todos, onde o egoísmo começar a definhar e desaparecer do conteúdo social pela inoperância de suas propostas. O homem, a pouco e pouco, se vai despindo de seus interesses imediatistas e compreendendo o valor do trabalho conjunto na busca da felicidade maior do grupo ao qual pertence. Os diversos movimentos de unificação se encontram em marcha segura, tal qual se mostra no Esperanto, onde a linguagem é colorida da autêntica universalidade; é fato inconteste. Estamos iniciando o mergulho na unicidade buscando a essência impulsionadora da vida. O movimento holístico, com suas clarinadas, está despertando a pesquisa e o estudo de totalidade; isto é, desejamos conhecer e participar do conjunto; estamos cansados de procurar a vida numa pequena fatia de matéria.
Diante de tudo isso, caminha a humanidade para uma espécie de integração, onde os conceitos básicos das propostas religiosas, filosóficas e científicas se fundirão, tal qual reflecte a Doutrina Espírita, procurando a unificação das suas verdades que se encontram na intimidade dos mecanismos e como que aguardando as sondas do super-homem dos futuros milénios.
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2 ― Deus e universo
Falar ou mesmo conceituar DEUS é tarefa inabordável. Poucos conseguiram oferecer pálidas ideias sobre a “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Segundo Renan, Spinoza, com sua visão monística do Universo, foi o filósofo que teve a mais perfeita concepção sobre DEUS.
DEUS e o Universo são uma coisa só. É a inteligência suprema actuando através de leis e envolvendo-se com a própria criação. É o DEUS imanente, actuante e tudo envolvendo, ao lado de sua desconhecida característica de transcendência. Ao tempo em que nos envolve pela imanência torna-se transcendente pela impossibilidade de defini-lo e situá-lo.
O Universo sendo consequência desse imenso e imanente campo de mais precisa inteligência, ainda, para nós, representa o grande desconhecido em sua amplitude, variações e escalas dimensionais. O que conhecemos através dos nossos limitados sentidos, mesmo armados com aparelhagem adequada, estará sempre muito aquém das realidades. Aqui e ali, os pesquisadores anunciam novas descobertas, novas leis, mostrando a complexidade do sistema. Para citar um exemplo, o nosso sistema solar, filho não muito ilustre na conceituação astronómica (estrela de 5ª. grandeza), carregando os seus “eléctrons planetários” no estofo da nossa galáxia, muito pouco tem mostrado aos pesquisadores apesar dos interesses científicos e múltiplas anotações. Ao lado do nosso sistema solar, os quasares, pulsares, supernovas, gigantes vermelhos, buracos negros e sistemas outros ainda pouco definidos, embora estando ao nosso alcance pelos sentidos, têm mostrado a grandiosidade cósmica sem definição mais precisa de suas reais finalidades.
Dentro desse imenso cadinho de propostas, um princípio básico torna-se evidente — o dinamismo constante traduzido pelo impulso evolutivo. Coisa alguma se encontra estacionada. Tudo é movimento, porém ordem em sua essência. Toda realização terá uma meta, um fim a ser alcançado, que, por sua vez, será o início de novos cometimentos.
Assim, o Universo, com seu conteúdo de forças, estará sempre em renovação. É a Substância Universal sempre matutando e transformando-se, a fim de alcançar posições mais evoluídas propiciadas pelas aquisições das diversas experienciações, ou seja, pelas vivências que vai homologando. Com isso, a Substância Cósmica, ou elementos do Universo, estará sempre em constante elaboração. O avanço será constante, ordenado, preciso e com infinitas possibilidades.
Todo ser, à medida que evolui, alcança nível cada vez mais complexo apresentando novas propriedades, de modo a mostrar a existência de novas leis reguladoras filhas da “Grande Lei Inteligente” existente na intimidade dos mecanismos. Os acasos, muitas vezes tão defendidos por alguns pesquisadores da área biológica, representam pensamentos vazios sem qualquer estrutura científica. O impulso das estruturas vivas, por mais que estejam em desordem (anotações de nossos sentidos), aqui e ali mostram orientação de um comando oculto.
Como admitir a Evolução como produto de acaso ou mesmo necessidade, se não compreendemos ainda a complexidade das estruturas, suas interacções num determinado organismo e seus respectivos graus de variabilidade e impulso? Sendo tudo hierarquizado em nossa conhecida natureza e onde os elementos de estruturação orgânica possuem relativa independência, é lógico de pensar-se que a organização material possui em seu interior o elemento director. Este impulsiona a matéria que, por sua vez, auxilia a sua própria evolução (aquisição de experiências). Existe hierarquia sem determinismo absoluto; existem variações em escala, onde o menor (matéria) necessita do maior (campo energético organizador) e este do menor para seu trabalho de avanço evolutivo. Pelo avanço da vida a complexidade se mostra nos campos materiais, onde podemos traduzir a sua história e oscilações dos seus eventos.
Em qualquer organização jamais haveria acaso; a auto-organização observada será efeito, sempre, de um campo director que dita normas e conduz para uma determinada finalidade. O ser em evolução se enriquece com os elementos do meio onde milita, ampliando seu estofo e prosseguindo sob orientação de um Princípio. As teorias mais modernas sobre Evolução estão tentando associar a mecânica em questão a um processo autodisciplinado e construtivo. Que elemento condutor seria este? Estaria nos alicerces atómico-moleculares da matéria? Haveria um elemento (energia) que a tudo transcendesse e não fosse consequência da matéria? Enfim, um campo-organizador que não se pode mostrar por encontrar-se em outra dimensão? Caminharia esse campo energético para uma telefinalidade? As estruturas físicas não se conduzem por si só às expensas dos factores do meio. Um Princípio ajustador e impulsionador será imprescindível na intimidade dos seres falando de vida. Chardin colocou o psiquismo na intimidade de todos os seres, inclusive nos mais simples em organização; teve a intuição de um Princípio Vital.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 9:03 am

Se vamos em busca de um significado para o Universo e suas respectivas razões, os nossos sentidos ficam perplexos e como que siderados pela grandiosidade da vida que nos envolve. Nossa percepção é limitada; arrecadamos muito pouca coisa dos factos que nos cercam, mesmo diante as técnicas mais atuais. Haja vista os tão decantados “buracos negros” do Universo, constituindo, ainda, motivos de muitas interpretações. No centro da nossa galáxia foi detectado uma grande fonte de energias e traduzida por alguns astrónomos como sendo um buraco negro de 700 milhões de quilómetros a tragar, sem cessar, campos e mais campos de substâncias cósmicas. Este centro (buraco negro), ao absorver substâncias do espaço, poderia representar um cadinho elaborador e metabolizador de elementos cósmicos, como que a prepará-los para novos ciclos e novas vivências galaicas.
Já sabemos que a Substancia do Universo possui um ciclo de vida; origina-se, cria-se, matura e morre, transformando-se sempre. Nasce a matéria da energia por condensação; após elaboração na química inorgânica e orgânica, entra em maturação, quando começa a ceder, por radiações, seus elementos para a formação dos campos de energia. O ciclo se vai afirmando. As renovações constantes correspondem a verdadeiras etapas palingenéticas (renascimentos), tudo obedecendo à mais acertada linha evolutiva, de modo a se pensar na presença de uma Lei precisa envolvendo inteligente finalidade. Seria a busca de uma meta, onde as sístoles e diástoles cósmicas (contracções e expansões) encontrariam nos buracos negros uma das mais importantes estações de elaboração e filtragem da Substância Universal.
Os buracos negros desempenhariam um papel capital como fonte mutacional cósmica. Seria uma zona onde a matéria, após devido preparo e difusão nos campos das energias, já pertencesse a outras dimensões do campo da “antimatéria”. Nos campos dos buracos negros, nesta fornalha de transformações entre matéria e energia, haveria uma espécie de filtragem dando passagem da matéria para a antimatéria(?).
Os buracos negros seriam campos purificadores das grandes trocas, não só entre matéria e energia, mas, também, de campos dimensionais adequados à Substância transformada. Numa faixa, a matéria, na outra, a energia; na primeira a nossa dimensão material, na segunda a dimensão correspondente à “antimatéria”, onde poderíamos situar os infinitos horizontes das regiões espirituais...
Muitos estudiosos e pesquisadores emitiram a possibilidade do quasar possuir um elo bem expressivo com o buraco negro. Entre o buraco negro e o quasar haveria uma ponte dinâmica de comunicação, onde os campos de energia sofreriam profundas modificações. Por isso, o quasar foi denominado de buraco branco. Se esta hipótese for real, no buraco negro estaria a morte da matéria, no buraco branco, esse mesmo bloco da Substância, sob forma de energias, estaria preparando-se para novas criações e, consequentemente, novas experiências para a Substância Universal. Poderíamos dizer, com lógica e com algum acerto, que o buraco negro seria o campo onde o Universo material encontraria o seu fim; não propriamente como se fora um sumidouro, pois o canto de morte da matéria representa uma nova aurora para os campos dinâmicos — a vida com novas vestiduras.
No buraco negro poderíamos ter a grande fonte de transformações, onde a matéria se transmutasse em organizadas energias, onde o campo material fosse integralmente absorvido e, por adequadas mutações, tivesse novos dias nos campos da “antimatéria”. O buraco negro seria o cadinho de inusitadas transformações, onde as partículas atómicas, esgotadas nas elaboradas maturações de bilhões de anos, buscassem suas novas e mais avançadas posições nas antipartículas de uma nova e especial estruturação (atómica?) da Substância.
Por tudo, podemos dizer que a ciência, iniciando aberturas das cortinas do Universo, já depara com uma expressiva grande força, além das conhecidas e homologadas pela física — força nuclear forte, força nuclear fraca, força electromagnética e a força gravitacional. Assim, esta “nova grande força”, em difusão universal, suplantando e comandando as demais, pela sua essência inteligente, poderia ser denominada de força PSI-Universal ou Irradiação Divina.
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3 ― Caminho da ciência
Quando o século XVII começou a abrir seus pensamentos com Renée Descartes, no tão vicejado raciocínio pré-analítico e completado por Spinoza na sua visão monística do Universo, houve como que mudança de conduta nas ideias que se foram adequando, posteriormente, no século XVIII, na corrente filosófica de Kant. O racionalismo científico, isto é, o intelectualismo começou a aproximar-se do modelo intuitivo, embora o século XIX, desejando libertar-se das determinações filosófico-religiosas, elegeu as equações científicas como sua única bandeira.- Isto fez com que a ciência desse um salto gigantesco na busca de seus enigmas, ao tempo em que se fartava na intensidade da pesquisa. A pouco e pouco, em meados do século XX para cá, está havendo um raciocínio de totalidade tentando juntar as peças que foram destacadas do centro do modelo e como que perdendo-se em conceituação. Os novos métodos estão sendo edificados, a fim de aproveitar-se as pesquisas analíticas (intelecto) na composição de um modelo abrangente de totalidade (intuição). Enfim, é a posição holística no sentido de bem nos dirigirmos em busca da Unidade.
O pesquisador, na sua fúria de análise, ainda não pode entender o todo, senão tentando reduzi-lo em suas expressões mais simples, para que os sentidos alcancem; com isso, perde o caminho, o centro da Lei que tudo ordena, ficando apenas com os escombros. Apesar de tudo, nova mentalidade está crescendo e os pesquisadores cansados de sombras ratão procurando as luzes que podem levá-los à Unidade, onde as ideias da filosofia melhor se encaixam com a ciência estribadas no equilíbrio da lógica e da ética. Contudo, não queremos dizer que devamos nos desligar do raciocínio intelectivo em favor do intuitivo, porém, bem avaliar as análises que completarão a síntese. Temos que nos valer, ainda, de muitas pesquisas analíticas por serem peças indispensáveis ao mecanismo central donde tudo se origina.
Quando nos referimos ao psiquismo em geral, principalmente o humano, ficamos paralisados e siderados diante os seus eventos, onde as estruturações, na maioria das vezes, nos escapam. O prémio Nobel de 1963, J. Eccles, já dizia, com toda a sua capacidade, que o nosso cérebro é uma das coisas mais complexas que existem.
As células nervosas, na espécie humana, em volta de 25 bilhões, intercomunicam-se de dois modos: internamente, pela rede de fibrilas em condução “eléctrica específica”; externamente, pelas membranas através de sinapses que podem atingir o avultado número de 10.000 por célula. Este último tipo de condução nervosa dá-se às custas de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores. Quanta complexidade!
Às simples atitudes mentais, tal qual acontece com a leitura, milhões de células nervosas (neurónios) são convocadas ao trabalho. Os órgãos da visão absorvem os sinais que são levados pelo nervo óptico ao diencéfalo, onde os componentes afectivos interagem, desencadeando uma multiplicidade de reacções, dirigindo-se, a seguir, aos centros occipitais da visão. Porém, o resultado final das respostas se darão nas tramas associativas do córtex cerebral como processo intelecto-compreensivo.
O nosso cérebro, mesmo sem nossa intervenção consciente, responde e dirige muitas funções básicas de manutenção vital (respiração, temperatura, coordenação sanguínea, etc.), além das que conscientemente participamos, como as funções motoras e de sensibilidade, a fim de interacção com o meio ambiente. O que dizer das funções plásticas onde desfilam o aprendizado e campos do raciocínio e memória, de intrinsicada combinação de dados, no lobo temporal (amígdala e hipocampo)!
Sabemos da existência na gleba cerebral, dos centros nervosos responsáveis por múltiplas actividades, embora a conclusão do trabalho funcional está coligada em processo de totalidade. O que se passa numa região de centros específicos possui uma conclusão unificada. Além do mais, as pesquisas têm mostrado variações funcionais entre os hemisférios cerebrais, embora coligados pelo corpo caloso, onde 200 milhões de fibras em conexão respondem por 4 bilhões de sinais a cada segundo. O lado esquerdo do cérebro responderia mais pelas funções concretas, nos processos de análise-intelectiva, e o lado direito pelas funções abstractas, nos mecanismos da síntese-intuitiva. No lado esquerdo a participação do ser seria mais consciente (resultado do processo analítico), no lado direito as acções suplantariam a análise e já se apresentariam em resultado mais totalizado, intuitivo, sem os detalhes da conscientização, embora de elaboração desconhecida e mais profunda.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 9:03 am

Os processos mentais, como todo mecanismo da vida, encontram-se em constante avanço, o que propiciaria tornarem-se cada vez mais aperfeiçoados, principalmente com o auxílio dos lobos frontais a representarem a zona mais nobre das elaborações do psiquismo. Nos lobos frontais estariam centros nervosos mais evoluídos e em condições de responderem pela conclusão dos processos sintético-intuitivos a definirem avanço de degrau evolutivo?
As elaborações do psiquismo se mostram de tal modo complexas, reflectindo campos de energias específicas, que se torna bastante difícil explicar muitos de seus mecanismos como sendo expressões, tão-somente, dos campos celulares materiais. Como explicar, por exemplo, as heranças das qualidades éticas e morais e mesmo do raciocínio apurado que alguns mostram espontaneamente, se as origens genéticas dos pais não se correspondem? Como explicar, sem vivências anteriores, as elaborações psíquicas dos instintos ao intelecto e à intuição, que são aquisições de valores e jamais ofertas do acaso?
Diante tudo isso conclui-se que o processo psíquico avança constantemente pelas aquisições que as reencarnações propiciam; das posições instintivas aos processos intuitivos, as elaborações serão cada vez mais envolvidas em complexidade, porém atendendo a um mecanismo de unificação de funções. Tais condições têm chamado a atenção dos pesquisadores para o desenvolvimento de métodos que possam revelar esse estado de totalidade funcional do psiquismo. A busca dessa Unidade tem sido mostrada por adestrados pensadores, entretanto a sua realidade autêntica constituiu um acendrado périplo espiritual. Caminho de muitos, realização de poucos.
A própria psicologia, diante sua jornada nos últimos anos, tem mostrado o esforço das pesquisas psíquicas desde Freud, Stekel, Melanie Kleir e muitos outros continuadores; com Adler, na elaboração da psicologia individual; com Jung, os mecanismos dos símbolos e arquétipos em carácter colectivo e o incontestável valor do processo de individuação. Mais recentemente Assagioli, em estudos acurados, apresentou a psico-síntese, cujo modelo visa encontrar o centro unificador de um determinado ser. É como se fosse um processo educativo de aptidões e burilamento da natureza espiritual do ser. Nas palavras de Assagioli, “a psico-síntese teria como finalidade a expressão individual de um princípio mais amplo, de uma lei geral de síntese inter-individual e cósmica”.
A ciência com sua perquirição analítica deseja decifrar os enigmas da vida em suas percepções exteriores. Os modelos de características espirituais permitem maior avanço, pois além de anotar as organizações vitais reveladas pelos sentidos, tudo faz para participar das mesmas em suas percepções íntimas. Os métodos transpessoais dos dias atuais têm revelado valores incontestáveis na avaliação de uma visão conjunta. Os trabalhadores mais atilados tentam aproximar-se de Deus quando procuram a Unidade. Com a visão interna ficam mais próximos da realidade, onde os horizontes se ampliam mostrando novas tonalidades e coloridos, mais em qualidade do que em quantidade. São expressivas e mesmo sabias as palavras de Renée Weber... “a expressão de que a natureza não é uma simples colecção de dados sensoriais, mas uma realidade única cuja grandiosidade e beleza podem ser experimentadas em vários níveis”. É provável que imensos cientistas tenham sentido isso, mas apenas uns poucos — Einstein e os “cientistas místicos”{1}— exprimiram-no publicamente.
Isto é conviver com as atitudes holísticas, a fim de sentir nas pesquisas científicas as luzes da Unidade; é como encontrar-se em movimentação espiritual onde uma força de integração em tudo se acha presente, evitando que a pesquisa se obnubile pelo excesso de análise e provas em circuito fechado. Einstein dedicou sua vida na busca da força integrativa da Unidade cósmica; seus continuadores ampliaram os conceitos e em novos modelos avançam na mesma trilha. É a incontestável tendência dos dias atuais.
À medida que a consciência avança vai percebendo o seu próprio espaço e o seu próprio horizonte. As diversas dimensões serão calcadas e forjadas pelo actuante padrão consciencial. Quanto mais se percebe a vida, mais complexa se vai tornando pelas aquisições, conhecimentos e múltiplas vivências, onde novas dimensões se irão revelando. No avanço, por evolução, de novas formas de consciência, com atributo de imortalidade, os horizontes dimensionais se vão desfilando sempre coligados pela Unidade e na constante busca da Eternidade...

* * *

1 —. Renée Weber emprega a palavra místico como sinónimo de espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:32 pm

4 ― Anseios da ciência
O grande impulso da ciência foi dado pela civilização ocidental, no último século do 2.° milénio d.C. A posição material muito contribuiu para estudos e análises dos fenómenos; realmente houve uma pesquisa reducionista, de perto observando a matéria. Entretanto, com o apuro científico, se foi observando que, além da matéria existia algo mais como que completando o fenómeno. Assim, projectou-se o dualismo (matéria e espirito) como elementos separados, correspondendo a seus próprios parâmetros.
Nos dias atuais o dualismo, bastante difundido no ocidente, não está satisfazendo os porquês que, aqui e ali, a ciência vai exigindo. Muitos fenómenos tem mostrado e como que revelando a impossibilidade de dissociação desses elementos matéria e espírito) isto é, a necessidade da existência de um campo específico orientando e motivando a zona material, pertencentes à mesma fonte criadora. Assim vicejou a ideia monística, que já vem de longa data fazendo parte dos pensamentos orientais.
Devido as exigências do dualismo, com acendrada pesquisa reducionista, existe um real cansaço no pensamento ocidental, que se acentua pela insistente ideia de que as leis e a fenomenologia mais avançada serão reveladas na exclusiva pesquisa material. Por isso, algumas correntes de pensamento entendem que há necessidade do ocidente lançar as suas sondas para o oriente monístico, a fim de colher ideias e modelos psicológicos intuitivos. Tais modelos já foram bem ventilados, na antiga Grécia, por Pitágoras, Sócrates, Platão e muitos outros, inclusive Heráclito, cujos trabalhos filosóficos foram propostos e sedimentados numa posição de unicidade, onde as forças opostas da vida estariam subordinadas ao equilíbrio do Logos; isto é, Heráclito percebeu a necessidade de existência de um elemento orientador de características psicológicas nos campos da vida.
O sentido dualista, no século XVII, tomou posição com Descartes que lhe deu reinado no cenário da vida. Já era coisa boa, porquanto nesta época falava-se, acatava-se e defendia-se exclusivamente a posição espiritual com forte teor de misticismo. Entretanto, a ciência, com a visão mecanicista do universo, avançou com as elaborações de Isaac Newton, que praticamente dominou a ciência por todo século XIX e metade do século XX. De meados do século XX para cá houve um chamamento de unicidade, fazendo ressaltar no estofo científico a necessidade do pensamento monístico como uma das fontes promissoras do conhecimento.
A ciência, com suas novas exigências, está procurando seguir o caminho unicista, embora, aqui e ali, com seu racional sempre alerta, afasta-se um pouco do processo intuitivo. Esses dois modelos, o racional e o intuitivo, são úteis e necessários. Utilizar uma única trilha é bem difícil, pela exigência de adequação calcada na selecção de experiências. O modelo racional limita-se a um fato separado dos demais; no modelo intuitivo a visão é de conjunto. Neste último, o freio da consciência está quase sempre presente por não conseguir acompanhar o processo de largos horizontes, propiciando, muitas vezes, perda de contacto.
Acreditamos no campo científico, na unificação do racional com o intuitivo como uma real exigência da evolução do pensamento, isto é, do psiquismo humano. O exagero de apreciação, tanto no modelo reducionista quanto o intuitivo, nos levam a extremos desconfortáveis. Foi o que aconteceu com muitos grupos humanos orientais que se hipertrofiaram em conduta mística sem os devidos suportes. Por sua vez, o ocidente se foi afogando no excesso de endeusamento das técnicas materiais.
Grande parte do oriente e ocidente estão desejosos de encontrarem o ponto de equilíbrio, buscando a unidade. A fim de que haja crescimento de nossa civilização, terá de haver unicidade em todas as proposições, onde o ideal como fonte criativa será a bandeira do entendimento.
A física moderna, com suas pesquisas, chegou à conclusão de muitos conceitos orientalistas pregressos, embora revelados de modo simbólico. O que observamos, com nossos padrões científicos, nas coisas, não é o próprio território e sim pequenas partes de seu mapa, onde os conceitos serão compreensivelmente limitados e longe da realidade. Bem claro que os nossos métodos e modelos científicos são importantes para focalizarmos a pesquisa, embora não representem a trilha definitiva. Assim é que a criação do conceito espaço-tempo, na teoria da relatividade, foi a grande viga mestra científica dos tempos atuais na elucidação de muitos porquês. Certas escolas orientais não dão importância que os ocidentais possuem sobre as figuras geométricas representativas dos campos materiais; eles estão mais ligados nas razões do espaço-tempo reflectindo verdadeiros e autênticos “estados particulares de consciência”, donde ressaltam inusitadas percepções. As experiências meditativas do oriental, atingindo estados dimensionais diversos, de acordo com a evolução que cada qual possui, assemelha-se, até certo grau, às razões da física moderna (F. Capra).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:32 pm

Os campos dimensionais atómicos, mostrando-se às expensas das partículas que lhes definem a natureza, seriam sustentados por desconhecidos campos dimensionais, reflectindo-se em variadas e infinitas modalidades de vida. Cada dimensão reflectiria o seu próprio modo de vida, sustentado por campos mais avançados, em cadeia, cujos dinamismos seriam acolitados pela essência divina — a reflexão do Deus Imanente —, onde seu ponto de irradiação-impulsão estaria no Infinito — o Deus Transcendente.
A vida não representa posição estática como algo, um ponto ou uma coisa a ser avaliada; é um estado de continua mutação dinâmica. Nada se encontra parado. As interacções são imensas dando origem aos fenómenos que não são objectos ou pontos, mas um movimento contínuo que tentamos pará-lo para entendê-lo como alguma coisa.
A realidade última, que se perde fenomenicamente em manifestações diversas, é bem especificada no mundo oriental. Está representada pela palavra Brahman que é vida e dinamismo; está nos Upanishads, aquilo que se move e não tem forma. Os budistas referem-se a Dharmakaya (o corpo do ser) como sendo a quididade; na China o Tao dos taoístas possui a mesma representação.
Dentro do mundo do átomo, onde vários modelos estão sempre em constantes mutações, a teoria da relatividade e dos quanta ainda representam conceitos valorosos e mesmo bases para muitas avaliações. Um modelo unicista tentando fornecer um pensamento de totalidade, como se fora um legítimo holísmo, ainda está sendo muito questionado, apesar dos trabalhos realizados pelo grande físico Stephen Hawking. Uma coisa, entretanto, que vem da filosofia oriental a esbarrar na ciência dos nossos dias, como autêntico valor, é a inclusão da consciência humana como elemento essencial de adequação nas futuras teorias do mundo atómico; isto é, a influência do pensamento humano no mundo da matéria e das energias, de modo a participarem de um bloco de equilíbrio.
Visão de tal quilate só poderá ser abordada intuitivamente. A análise intelectual não possui lastros para esse entendimento por ter limites avaliativos A física moderna ainda não conseguiu unificar a teoria quântica com a teoria geral da relatividade numa teoria quântica da gravidade, embora seja esse o caminho na opinião dos físicos teóricos de maior credibilidade.
A teoria quântica procura demonstrar o teor dinâmico, por excelência, das partículas atómicas traduzindo interconexões, onde estará presente e incluída a consciência humana do observador. O tecido cósmico é complexo e ainda pouco compreendido, e embora o físico Geoffrey Chew, com seus modelos, esteja tentando uma posição que traduza o interrelacionamento dos eventos dinâmicos, onde uma parte qualquer seja o resultado do todo. Assim, não existem elementos fundamentais, sendo a estrutura da rede o intercâmbio coerente das inter-relações no campo ultramicroscópico do átomo. Logo, as partículas não representam elementos separados, mas ajustados padrões de energias em constante processamento dinâmico.
David Bohm criou a ideia de holo movimento, onde o todo pode ser encontrado numa das partes, embora sem detalhes; tudo isso, ligado a uma ordem que denominou de “ordem implícita”, e que poderíamos denominá-la de “ordem espiritual” na intimidade dos fenómenos. Estes se organizam e se mostram diante a imposição do comando espiritual na estruturação dos elementos.
Muitos físicos e ainda poucos biologistas estão buscando e caminhando para o Espírito; aqueles por serem ambiciosos em seus voos científicos, estes pela prudência e respeito às regras oficiais. A futura ciência estará intimamente relacionada ao Espírito, porquanto os fenómenos e fatos, sem excepção, estarão banhados e envolvidos em suas irradiações. O impulso espiritual funcionaria como estrutura organizadora; devido ser esta tão ajustada e seguindo caminhos bem adequados, mostrando ordem inteligente, propiciou a ideia dos físicos de considerarem o Universo como um “pensamento organizado”. É como se existisse uma incontável cadeia PSI (degraus evolutivos), subordinada ao grande PSI Divino, caminhando sem cessar em busca do Infinito...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:33 pm

5 ― Horizontes da psicologia
A Psicologia dos nossos dias necessita de novos rumos, abandonando a posição de análises externas, isto é, exclusivamente do comportamento (behaviorismo), para sedimentar as suas pesquisas numa posição estruturalista, onde o método introspectivo oferecerá boas condições de avaliações das manifestações intuitivas.
Não podemos mais estacionar em modelos mecanicistas herdados dos conceitos newtonianos. A psique humana exige adequado tratamento e jamais deve ser mensurada com as equações analíticas da pesquisa objectiva. Esta tem a sua importância e seus limites, mas jamais poderá responder por campos mais transcendentes de energia. Temos que acompanhar o desfile evolutivo.
O próprio Freud que atinou com a existência de urna região específica do psiquismo — o inconsciente — o estudou e analisou com recursos científicos mecanicistas; por isso criou uma Psicologia que praticamente se perde num ilimitado intelectualismo, afastando-se, cada vez mais, de um modelo de unicidade que reflecte a condição da presença holística de nossos dias.
As novas pesquisas a mente humana já se estão afastando das concepções estreitas e condicionadas, pelo reconhecimento e importância dos modelos transpessoais. Os novos modelos, despertando atenções de muitos pesquisadores, têm revelado quanto as tradições espiritualistas da civilização pré-cristã apresentaram muitos pontos de valor. Anote-se que muitas das práticas budistas, vedanta, ioga e do próprio taoísmo chinês, mostram-se mais como psicoterapias do que modelos religiosos, o que tem motivado intenso interesse de muitos psicólogos pelo espiritualismo nos tempos atuais. De maior importância na elucidação dos modelos transpessoais se mostram as práticas espíritas, principalmente as sessões de desobsessão, onde seus mais habilitados trabalhadores exercem uma psicoterapia das mais actuantes em virtude da participação dos arquétipos ou raízes do espírito.
As posições filosóficas da Grécia antiga revelaram ideias, praticamente herdadas do Oriente, embora muitas delas com notáveis conotações pessoais. Nesta posição podemos citar a escola pitagórica como um dos marcos mais expressivos de todas as estruturações espiritualistas de conteúdo unicista. Também Sócrates e Platão, com os seus pensamentos criadores e de tonalidades próprias, foram autênticos continuadores do grande Pitágoras, em cujos modelos filosóficos podemos considerar os alicerces da filosofia Ocidental. Aristóteles, por sua vez, fez uma abordagem da Psique dando-lhe uma conotação analítica de coloração materialista, embora com a bandeira espiritualista desfraldada, persistindo por muitos séculos, até que sofreu contestação por parte da escola neoplatonista e especificamente Plotino. Dizia Plotino que o espírito não sendo material estará presente em todos os níveis da realidade vital. Com isso, coloca a posição espiritual distante do processo material, era seu desejo revigorar o espiritualismo que se estava apagando.
No caminhar dos séculos a abordagem biológica da psique foi suplantando os conceitos espirituais, embora Descartes (século XVII) tenha colocado urna divisória entre mente e corpo; este, ligado a processos mecânicos, porém a alma, imortal, actuava sem limites, influenciando a matéria. Apesar de Descartes ter dado à alma o valor adequado, seus continuadores foram definindo a mente de acordo com as percepções dos sentidos, dando-lhe uma posição mais mecanicista, o que permitiu o afastamento de um modelo psíquico unicista e de totalidade energética. Esta posição se foi afirmando, propiciando, em nosso século, o grande conflito psicológico entre Freud e Jung.
Apesar do pensamento cartesiano ter sido abordado em posição dualista, por muitas escolas, possibilitou o despertar e a criação da ideia monística, tendo em Spinoza o seu mais lídimo apresentador — “o homem que teve a mais perfeita concepção sobre Deus”, na afirmativa de Renan. Esta influência monística inspirou Liebniz na criação da teoria das mónadas, reflectindo o conhecido modelo filosófico da harmonia pré-estabelecida do universo, de característica unicista.
As descobertas anatómicas e funções ligadas ao cérebro potencializaram as ideias organicistas, deixando a Psicologia de nossos dias com embasamentos materiais, de modo a revigorar os pensamentos mecanicistas-reducionistas. Tudo estava ligado ao cérebro; os centros nervosos são materiais; muita coisa foi explicada. Entretanto, quando se procurou compreender os fenómenos de cognição reflectidos na aprendizagem e memória, viu-se a necessidade de procurar um horizonte mais largo, a fim de atender questões novas solicitadas pela própria ciência. Os reducionistas não sossegaram e procuraram soerguer a Psicologia puramente organicista explicando o aprendizado com os modelos pavlovianos, que realmente concorrem para o processo psíquico, porém estão muito longe de definir as elaborações mentais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:33 pm

No século XIX aparece, na Psicologia, Wundt, fundador da Psicologia científica, Psicologia laboratorial, que muito concorreu em esclarecer certos parâmetros mentais. Com Wundt, o século XIX retomou a Psicologia dualista, separando mente de matéria, embora reduzindo o processo de introspecção a elementos menores com definição pela consciência. Nem o gestaltismo (psicologia da forma) e o chamado funcionalismo de William James conseguiram suplantar o reducionismo causado pelo dualismo, permitindo seu avanço na ciência oficial. Entretanto, o próprio William James, com suas dignificantes e interessantes propostas, forneceu elementos que deram aberturas a psicologia dos nossos dias de modo a permitir posição mais ampla em visão holística.
No nosso século, a Psicologia, apesar de continuar reducionista (organicista), navegou com certo sucesso em muitos modelos, salientando-se os ligados ao behaviorismo e à psicanálise, com suas naturais e compreensíveis modificações. O behaviorismo teve defensores de valor, inclusive Watson, que foi seu grande sustentador por considerar as organizações biológicas, inclusive o homem, como autênticas máquinas. Era ideia puramente organicista, traduzindo o mundo subjectivo, com os processos afectivos, de pensamento e outros, como sendo consequência de estímulos externos. Dessa maneira, a Psicologia passou a ser uma psicologia de fenómenos externos e não dos internos. Seus profitentes visavam afastar-se da existência do espírito ou campo das energias orientadoras. Com isso, a psicologia passou a actuar nos resultados fenoménicos sem estudar a causa interna dos mesmos, porquanto tudo era externo, periférico, nada existindo além dos sentidos.
O nosso tempo está cansado de uma psicologia sem consciência-alma; seus modelos procuram sempre transformar, dum modo geral, comportamento em factores mecânicos de respostas condicionadas. Realmente, a Psicologia, esgotando-se no parâmetro mecanicista, vai tomando um sentido mais profundo com o advento freudiano que, a nosso ver, teve o mérito de levar a alma para a Universidade sem, no entanto, atingir tamanho alvo. Foi Jung quem melhor ajustou o panorama psicológico, embora muito combatido por ter tentado colocar o espírito à frente dos processos psíquicos. No dizer de Fritjof Capra sobre a psicologia de Jung: “Seus conceitos básicos transcenderam claramente os modelos mecanicistas da psicologia clássica e colocaram sua ciência muito mais perto da estrutura conceitual da física moderna do que qualquer outra escola de psicologia. Mais do que isso, Jung estava plenamente consciente de que a abordagem racional da psicanálise freudiana teria que ser transcendida se os psicólogos quisessem explorar aqueles aspectos mais subtis da psique humana que se situam muito além da nossa experiência quotidiana.”
Estava aberta a cortina de uma psicologia com alma. Os nossos dias ainda trafegam, aqui e ali, com ideias mecanicistas, embora com fraca repercussão. Como reduzir e tentar mensurar a riquíssima fenomenologia da psique sem a ideia holística comandada pelo espírito?
O pensamento unicista, de totalidade, vem de encontro às equações elaboradas pela própria ciência, porquanto a física e a biologia dos nossos dias não mais se nutrem das descrições morfológicas. Estão penetrando, cada vez mais, no universo do microcosmo, participando dos seus eventos, cujos reflexos só encontram respaldo nos campos espirituais.
A Doutrina Espírita, codificada há cento e trinta anos, apresenta em seu estofo as condições ideais para um entendimento psicológico holístico, porquanto ela própria representa a síntese de conhecimentos amalgamados nas filosofias do Oriente e do Ocidente. As dispersões e separações não podem ter mais eco nos modelos psicológicos; uma visão de unicidade, de totalidade, representa aperfeiçoamento de ideias e conduta no atendimento da razão de ser da vida.
Buscar uma psicologia com alma, cujas raízes se nutrem no monismo, a fim de ampliar horizontes, é aproximar-se e integrar-se nos conhecimentos de um espiritualismo sadio e autêntico. A Doutrina Espírita, em sua actuante dinâmica, seria a seiva a esparzir vitalidade nas estruturas psicológicas de nosso entendimento. O modelo espírita responde às equações da ciência, da filosofia e do processo ético-moral de consequências religiosas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:33 pm

6 ― Visão holística
Muitos são os pensadores que desejam criar um mundo psicológico novo. As ideias mecanicistas baseadas em análises intelectuais construíram belos monumentos científicos e mostraram os valores do mundo material. As nossas antenas psíquicas começam a direccionar-se na busca dos porquês que as razões psicológicas, a todo momento, solicitam.
Sabemos que a dinâmica dos pensamentos e ideias sedimentam-se nas células nervosas, embora suas origens transcendam outras dimensões. Conhecemos alguns efeitos e fatos interessantes da psique humana, porém a maioria de suas causas está longe de ser definida.
Os campos de pesquisas de nossa dimensão material foram bem revolvidos, o que permitiu a descoberta de elementos de valor para o nosso conhecimento científico; entretanto, as causas desses acontecimentos continuam obscuras. É por isso que a ciência de nossos dias está investigando os fatos e reacções que transcendem o mundo material, praticamente perdida numa infinidade de modelos paranormais.
Os pesquisadores da física e da biologia hodiernas já têm como verdade que todos os acontecimentos, fatos e expressões da vida originam-se de uma única fonte; as leis que os regem, em análises mais cuidadosas e profundas, mostram uma origem comum.
Ante tais fatos existe, sem sombras de dúvidas, unicidade nos fenómenos que nos cercam Buscar entendimento e compreensão, na tentativa de decifrar as leis que nos comandam, é adoptar posição monística que se reforça num autêntico holismo. Monismo pela origem comum de todos os fenómenos lastreados numa Substância Universal, e onde cada parte resultante carrega o mesmo princípio (holismo).
Pessoalmente, não consigo me afastar do monismo-holismo. Em tudo procuro sentir a Grande Lei. Por menor que seja um fenómeno será sempre reflexo da matriz-central. Em tudo, existem duas faces que se completam e ajudam na caminhada evolutiva dentro de perfeitas e universais leis. Essa condição de pensamento nos colocou do lado espiritual e como não dizer religioso (consequência ética). Viajando nas diversas correntes espiritualistas de pensamento ficamos com aquela que tudo sintetizou e que fala, universalmente, por si mesma — o Espiritismo.
As ideias espiritualistas têm origem em muitas angulações de pensamentos correctos e lógicos, tais como o do Dalai Lama, Krishnamurti e do Lama Anagarika Govinda, a fim de citar alguns que são muito expressivos nas construções e realizações individuais humanas. Disse o Dalai Lama com muita propriedade: “Rezar apenas não basta. O amor de Deus, transformado em acção, é o serviço dos homens.” É o homem sendo conduzido pelo comando das leis cósmicas, porém demarcando-se com seu próprio trabalho.
Outro vulto de sadio espiritualismo vem a ser o padre Bede Griffiths, de origem inglesa. Com suas ideias unicistas, encontrou num ashram da índia a sua grande felicidade — a busca do Grande Princípio. Na simplicidade da vida, quebrou as amarras dos distúrbios materiais que nos cercam e procurou no silêncio, no escuro da meditação, aquilo que denominou de “Divina Escuridão”.
Essas bandeiras espiritualistas como que sedimentam ideias filosóficas que, por sua vez, guarnecem os preciosos caminhos da ciência. E o caso do grande físico David Bohm, actualmente professor em Londres, com muitas obras publicadas. O que mais chama a atenção é o seu relacionamento íntimo com Krishnamurti, cuja posição espiritualista se afina com seu próprio trabalho na física — a ciência e o espiritualismo de mãos dadas.
No pensamento de David Bohm, aparente caos e falta de continuidade das partículas atómicas individuais, de interpretação da teoria quântica, estariam submetidos a uma “ordem oculta”, por pertencer a uma dimensão desconhecida. Esta constitui a “ordem implícita” de Bohm e fonte de todo sector material ou “ordem explícita”. Nas profundezas dessa ordem implícita estaria a consciência; é o mesmo que asseverar: o espírito como campo organizador da matéria. Assemelha-se, em parte, à ideia chardiana da existência do psiquismo na intimidade da matéria.
Os livros de David Bohm sobre relatividade e mecânica quântica e suas palestras, salientando a ordem implícita, têm sido muito apreciados nos simpósios universitários. Com isso, tem conseguido mostrar, em bases matemáticas, o espiritual no conteúdo das coisas.
Transmitir tais ideias àqueles que estão profundamente preocupados com a posição analítica dos fatos é desgastante, improdutivo e jamais compreendido. No máximo, chegam a admitir o espiritual como o mais barato dos misticismos; não conseguem entender que na intimidade das formas existem específicos comandos energéticos. Os físicos modernos e os biólogos mais adestrados, na explicação dos componentes microscópicos e ultramicroscópicos, estão tomando directrizes que esbarram nos componentes espirituais.
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Bem claro que essas ideias ainda estão pouco maduras e necessitando de boa dose de bom-senso e do silêncio dos que sabem pensar. A filosofia que deveria estar atenta, com todo o processo de pensamento do século XVIII para cá, comprimiu-se em seus conceitos analíticos, abandonando os voos intuitivos e amplos de Sócrates, Platão e principalmente de Pitágoras, o mestre de todos.
Quem estuda a natureza, procurando alcançar as suas propostas, não pode deixar de atentar para o princípio que rege os fenómenos acoplados na estrutura dos mesmos, e sua imensa correlação entre si; a vida e seu significado nos mostram esse encadeamento. Não podemos mais admitir uma ciência que somente fotografe os eventos que ferem directamente os nossos sentidos; é como perder o significado mais expressivo do fenómeno. Se temos a realidade dos eventos, só poderemos entendê-los buscando o ponto de unidade dos mesmos. Os holistas encontram-se na vanguarda com a posição de unidade e integração, embora sendo pesquisas difíceis e ainda muito pouco apreciadas.
Compreendemos a necessidade e utilidade de muitos eventos científicos menores para a vida humana; porém entendê-lo em sua origem é avançar no próprio pensamento de busca explicativa da unidade. A pesquisa da ciência tem correlação com o mundo exterior dos eventos; necessitamos de mergulhar nos alicerces desses eventos, a fim de conhecermos o impulso dos mesmos e estabelecermos as relações de unidade. A ciência é quase totalmente analítica, bastante intelectiva em suas pesquisas, intuitivo é o processo de interiorização. A ciência com seus modelos analíticos nos tem propiciado grandes ensinamentos e descobertas, mas o excesso de análise pode determinar afastamento da razão do fenómeno. Assim, análise e síntese são necessárias ao conhecimento e ao pensamento hodierno. Tendo que avançar, o homem buscará o que está a sua frente. O intelecto de hoje anseia pelo modelo da síntese, onde a intuição é a sua alavanca propulsora. É bem verdade que nosso convívio tem dificuldades de mergulhar nas fontes dimensionais ainda ocultas. Nosso modelo de percepções, intelectivas por excelência, é o mensurador da dimensão de nosso entendimento. Acreditamos que avançaremos em outras dimensões, com mais segurança, quando a nossa consciência estiver mais madura e mais plena de experiências. O despertar em nível superior, pelo impulso evolutivo, só se daria no caldeamento, do trabalho harmónico, idealista e com profundo amor. Em cada orbe a vida se mostra na dimensão que a sua consciência colectiva percebe. Estamos maduros para ficarmos, tão somente, com as razões analíticas. Sustentando-nos nos degraus intelectuais, já conquistados pelas análises coerentes adquiridas, impulsionemo-nos nas razões intuitivas, a fim de devassarmos novos parâmetros de novas dimensões que nos esperam.
Acreditamos que a física quântica seja um dos campos desbravadores, como, também, a biologia, na busca de suas energias organizadoras. A nossa vida terrena representa pequeno e reduzido ângulo, onde as desordens são reacções buscando a ordem que, por sua vez, será tanto menos traumática quanto mais obedecermos às leis que nos regem com seu inabalável equilíbrio e harmonia.
A ciência começou a abrir suas portas ao espiritualismo quando alterou seu modelo do Universo, não mais mecanicista, mas como sendo um campo de integrações energéticas, em muitos estados de apresentação. Acrescente-se que muitos físicos, matemáticos e biólogos consideram o Universo como entidade pensante, pelas inteligentes leis que o regem e das quais já começamos a anotar os seus efeitos.
Por tudo, a dinâmica espiritual, que não pode deixar de ser universal (monismo-holismo), coloca-se a serviço da ciência em suas equações psicológicas. Os, até bem pouco tempo, qualificados de místicos, estão sendo convocados pela ciência, para nutri-la, com suas lógicas e adequadas propostas. É como se a fé propiciasse uma movimentação psicológica em busca do real; isso diverge da crença que seria apenas uma atitude sem impulso, por mais positiva que seja. Esse estado de fé, em última análise, seria um mergulho interno, onde o homem busca, com seus sonhos e êxtases, o Deus no centro de seu Inconsciente ou Espírito. Chegaremos algum dia a conhecer as fontes profundas do nosso Espírito? Ou essa dimensão quintessenciada do nosso Espírito se perderá no infinito fenoménico, de infinitas dimensões, diante nossa determinística atracção pelo Infinito? Se esse pensamento for válido, nossa evolução dentro dessa busca será infinita...
Cada dia mais perto de Deus, entendendo-o melhor, porém jamais atingindo-o...
Quando seguiremos a nossa trilha científica com mais segurança? Será quando desmantelarmos os nossos arquétipos instintivos do psiquismo em favor das construções no bem, realizando a grande mudança “por dentro” com exteriorização de um amor mais universal? O caminho será de uma ciência espiritualizada e de uma religião ou ética científicas. Nestes parâmetros, o desarmamento da humanidade será total e preciso, porque o homem se desarmou internamente; as agressões, de todos os tipos, farão parte de um passado ainda animalizado. Como necessitamos da ciência, filosofia e ética religiosa, para o nosso contínuo caminhar, aí está a Doutrina Espírita, com sua dinâmica e simplicidade de propósitos, clareando as trilhas a percorrer, até que tenhamos condições de mais bem activar as luzes de nosso próprio Espírito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:34 pm

7 ― Unicidade, o futuro da ciência
Os conceitos e hipóteses dos fatos científicos estão sempre em constantes apreciações. O futuro nos aguarda com conceitos novos, bem claro que aproveitando as pesquisas fragmentárias que muito contribuíram para os pilares científicos dos nossos dias. Entendemos por pesquisa fragmentária aquela limitada a pequeno sector da vida (em qualquer organização) sem as conotações com o todo; isto é, pesquisas de um reduzido sector sem as atenções holísticas.
Com essa ideia holística, portanto, de unicidade, a ciência vem apresentando parâmetros bem mais acessíveis em busca de um melhor entendimento dos mecanismos da vida. Considerando-se esses novos conceitos de unicidade, percebemos a importância da Psicologia (ciência da alma) a representar uma verdadeira ponte entre o já conquistado e homologado pela ciência e os horizontes de desconhecida amplidão.
O último quartel do nosso século tem mostrado o valor dos mecanismos vitais como que atados às influências psíquicas do observador. A Física Quântica tem revelado, em seus estudos e pesquisas, a veracidade dessas influências. Agora, cabe à Psicologia uma atenção especial, onde novos métodos, principalmente os transpessoais, poderão enriquecer os conhecimentos humanos com suas aguçadas propostas em penetrando outras dimensões.
As escolas psicológicas que se ativeram a tratar os fenómenos em compartimentos estanques e limitados, estão sofrendo os naturais desgastes que os conceitos de totalidade (holísticos) estão exigindo. As ciências físicas, em seus mundos, micro e macroscópico, estão tomando a dianteira nas novas hipóteses, e o que mais está causando aversão nos pesquisadores clássicos é a grande aproximação das novas ideias com o mundo espiritual.
Na Psicologia, especificamente, a bandeira junguista representou grande avanço de encaixe holístico no mundo da psique. Toda a Psicologia de Jung representa a estrada onde o mundo do espírito começa a ter explicações mais científicas pelos seus respectivos efeitos no campo material. Os dois campos, espiritual e material, dependentes um do outro, não poderão ficar afastados como compartimentos estanques, segundo desejo de muitos. Eles formam um bloco, um conjunto, onde a totalidade funcional responde pelo fenómeno vida com as suas autênticas razões e consequências.
Quando Jung tomou o caminho unicista, de totalidade, holístico, não mais teve condições de estar ao lado das ideias mecanicistas de Freud; as mudanças de rumo foram inevitáveis. Jung exigia o todo dentro do fenómeno psíquico, enquanto que Freud apreciava os fatos como pertencentes a compartimentos isolados, isto é, tentava separar os processos dentro de ideia mecanicista. Assim, Freud via nas funções psíquicas o resultado de um bio quimismo lastreando os processos psicológicos e que, por sua vez, poderiam ser definidos e estudados de modo independente. Jung entendia o mecanismo psicológico num bloco de totalidade, uno e como que indivisível; por isso, foi um precursor do holismo; aliás, termo desconhecido em sua época.
Os processos psicológicos, sem sombras de dúvidas, transcendem os paradigmas materiais e não podem ser explicados em termos de mecanismos específicos da área física; são fenómenos de totalidade, relacionados com outras dimensões que nos cercam e que não temos possibilidades de perceber. Apesar de tudo, Jung, com todas as ideias holísticas que apresentou em sua psicologia, não conseguiu livrar-se das estruturas clássicas vicejantes em seu tempo, deixando, por isso, os seus escritos com um certo grau de complicações intelectuais.
Diante dessa ideia de totalidade, Jung foi além de um inconsciente pessoal, distinguindo a região do inconsciente colectivo, que nada mais seria do que o acervo de todo o passado do indivíduo — a sua história psicológica. Freud apresentou ideias onde a maioria dos homens é dominada por instintos inferiores, o que em grande parte foi resultado de observações com neuróticos e psicóticos. Jung alargou os conceitos de que o inconsciente, se possui focos instintivos inferiores, possui também zonas sadias e respondendo por fenómenos reconhecidamente hígidos.
Se adoptarmos as ideias das renovações periódicas dos seres, nas diversas etapas reencarnatórias, entenderemos que todos os núcleos ou arquétipos do inconsciente serão construídos e burilados pelas realizações individuais, como, também, tornando-se doentes e deficientes pelas atitudes desarmónicas dos seres. Entretanto, há o impulso evolutivo, onde os processos de acção - reacção, no correr das diversas etapas de vida carnal, conseguem sempre as rectificações pelas conhecidas reacções cármicas.
Dores diversas corrigem as desarmonias, propiciando equilíbrio e retomada correta do impulso evolutivo — será o processo de realização em acção que Jung denominou de processo de individuação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:34 pm

Freud limitou o inconsciente considerando-o efeito ou reacção das células físicas. Jung avança mostrando um psiquismo mais antigo antecedendo a própria matéria de que faz parte. As tradições orientais, em recuadas épocas pré-cristãs, já possuíam todas essas ideias como verdades (totalidade psíquica, imortalidade, reencarnação) por processos intuitivos que bem se encaixam na conceituação da ciência holística dos nossos dias. O ocidente, com a ampliação da ciência, equacionando o cosmo como um organismo pensante, está se aproximando das conotações espirituais carregadas de energias orientadoras. A Doutrina Espírita, em suas propostas lógicas e dinâmicas, sedimenta e reforça todas essas ideias estribadas, principalmente, nas renovações constantes que as reencarnações propiciam. Todo ser só avançará ante suas próprias e periódicas renovações; somente sobreviverá quem renova os seus impulsos. Na estrada da vida, o nascimento, experiências múltiplas, maturação e morte do corpo físico, são condições que afirmam a imortalidade.
Todas essas ideias, mesmo em bases filosóficas, desembocam num todo de consequências religiosas. É por isso que a maioria dos psicólogos se interessam pelas religiões, e mais amparados se encontram os que procuram o raciocínio dentro das múltiplas propostas (Análise e raciocínio da fé). As palavras de Fritjof Capra, no livro O Ponto de Mutação, são muito esclarecidas: “Freud e Jung tinham um profundo interesse pela religião e a espiritualidade; mas Freud parecia obcecado pela necessidade de encontrar explicações racionais e científicas para as crenças e os comportamentos religiosos, enquanto a abordagem de Jung foi muito mais directa; suas várias experiências religiosas pessoais convenceram-no da realidade da dimensão espiritual da vida. Jung passou a considerar a religião e a mitologia comparadas fontes inigualáveis de informação sobre o inconsciente colectivo, e concluiu que a espiritualidade genuína é parte integrante da psique humana.”
Isto explica, em nossos dias, a existência de um expressivo grupo de cientistas e pensadores a se encontrarem engajados nas posições espirituais. No Brasil, especificamente, nos postulados espíritas, encontramos muitos daqueles que comungam com os pensamentos da ciência hodierna, em virtude da lógica e entendimento que a Doutrina Espírita oferece, deixando antever os seus envolvimentos num autêntico “estado de religiosidade” — comunhão de pensamentos sem interferência de qualquer ritual externo.
Nestas contingências, sentimos que o processo científico encontra-se acolitado dos pensamentos filosóficos, e a sua respectiva consequência religiosa não seria senão o resultado de penetração nas razões maiores da vida. Assim é que o processo psicológico, em sentido holístico, abrange a ideia de uma constante evolução acompanhando criações. Quanto mais adquire experiências, determinado ser, maior será o seu estofo psíquico com actuação nas dimensões superiores que possa alcançar. Cada ser, em face às suas realizações, adquirirá, cada vez mais, os potenciais de degraus mais avançados na evolução; isto é, entrará em contacto com dimensões cada vez mais expressivas.
Muitos psicólogos estão em busca dessas assertivas, e as escolas mais representativas são as que adotaram os modelos transpessoais. Assim é que o psicólogo Assagioli criou a estrutura alternativa denominada de psico-síntese; Stanilav Grof, em suas pesquisas, fez o grande encontro com a reencarnação; Pierre Weil com a sua psicologia cósmica; e o grande manancial dos trabalhos espíritas, em sessões de desobsessões, tem concorrido para o necessário entendimento holístico de nossos dias. As experiências de S. Grof — apesar de ter utilizado LSD nos pacientes (dosagens cientificamente equilibradas) depois abandonando o método químico — firmaram-se nos eventos das vidas passadas e, como tal, lidando directamente com o processo reencarnatório; foram de importância, também, as experiências perinatais e as transpessoais que desembocam na fenomenologia mediúnica. Todos esses modelos transpessoais muito se aproximam das equações espirituais, sendo Jung o grande pioneiro por ter sentido o processo espiritual como elemento básico do ser humano.
A psicologia necessita de incluir, em suas propostas, além das influências externas de comportamento, os desejos, sentimentos, emoções, filtragem mediúnica e mesmo as esperanças que os seres sempre carregam. E a maior das esperanças está no entendimento da vida imortal com todas as reacções em face do nosso ainda muito instável comportamento. “Somos o que plantamos e seremos o que semearmos”.
A Psicologia não poderá ser vista senão como um todo, sem fragmentações dos diversos fatos mentais, anexados ao corpo físico. O horizonte hodierno não mais permite limites mecanicistas; é região muito ampla, pouco conhecida, porém exigindo uma abordagem de totalidade. O homem consigo carrega muitas dimensões; o corpo físico jamais será o seu limite, porquanto a sua organização estará sempre sob orientação de campos energéticos mais avançados... Cabe, a todos nós, saber percorrê-lo com dignidade, raciocínio e perseverança...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:34 pm

8 ― Espírito e matéria
E espírito e matéria são nomes que têm proporcionado acirrados debates, não só pelas correntes filosóficas, mas, também, nos arraiais da biopsicologia.
Os debates mais costumeiros vêm da parte do Espírito, porquanto alguns não admitem a sua existência; são aqueles que só acreditam nas coisas que os seus sentidos anotam. Para estes, o Espírito é inexistente, somente a matéria pode tudo explicar, inclusive a sua própria organização auxiliada pelas influências dos factores do meio. É como se a matéria se auto-organizasse sob a influência de “acasos e necessidades” — tese defendida pelo Prémio Nobel, Jacques Monot, quando encarnado; isto porque, no livro “La science et l’espirit” de maio de 1981, de carácter mediúnico, publicado na França, o referido autor, já desencarnado, credencia o Espírito como sendo o campo propiciador de todos os fenómenos vitais.
A realidade, que temos necessidade de sempre procurá-la mesmo como busca do desconhecido, é horizonte que se amplia cada vez mais, à medida que o ser avança em percepções. Seria uma estrada onde estaremos trafegando continuamente, acrescentando experienciações em nosso constante processo evolutivo. A ciência dos nossos dias tem oferecido provas bem expressivas da existência de um campo energético, organizador da zona física, como consequência das irradiações do próprio Espírito. Isto não quer dizer que o Espírito entre em contacto directo com a tela material. O campo energético espiritual, em dimensão apropriada, transcendendo os nossos conhecidos campos das energias, entrará em contacto com a matéria por intermédio de uma zona específica e variável concentração de energias, propiciando uma verdadeira ponte ou zona de adaptação.
Somente às expensas de uma zona intermediária, de energias que, por um lado se adapte com o Espírito e, do outro, com a zona material, teríamos a possibilidade de intercâmbio, onde o Espírito, “zona quintessenciada”, possa orientar toda a organização psíquica de que faz parte. Essa zona intermediária terá capacidade de oferecer as devidas conotações do Espírito com a matéria, por se apresentar, energeticamente, mais “densa” de um lado e menos “densa” do outro — é a conhecida zona perispiritual, bem aquilatada pela Doutrina Espírita.
Hoje, por informações variáveis e pesquisas mais acuradas, sabemos que o Perispírito possui estações transformadoras de energias — os chacras ou discos energéticos, a facilitarem o necessário intercâmbio na gleba psíquica. Os chacras são muitos, embora referências se dirijam, especificamente, a sete principais, distribuídos pela estrutura perispiritual, sendo responsáveis directos sobre as regiões materiais que lhes correspondem.
Desse modo, do Espírito ou zona central ao corpo físico ou zona periférica, a organização psíquica humana possui muitas camadas que, para nosso melhor entendimento, teriam várias estruturações, do mais denso ou zona física ao menos denso ou centro espiritual de "quintessenciada” dimensão. Quanto mais na periferia ou corpo físico, maior a densidade e mais material a camada; quanto mais no centro menor a densidade, mais “purificada” a organização. Poderíamos, também, dizer que a zona periférica ou zona física o seu campo dimensional bem se integra em nossos conhecimentos físico-químicos (campo de nossas vivências); enquanto que no centro, zona espiritual, seu campo dimensional será mais complexo e, por isso, menos acessível ao nosso entendimento.
Por tudo, a complexa organização humana, situada no vértice da escala evolutiva dos seres vivos, consigo carrega diversos campos de energia além da zona física (energia mais condensada); campos que se interpenetram apesar de possuírem estruturas apropriadas e definidas.
Pelas dificuldades de penetração nas zonas energéticas mais profundas do psiquismo ou campo espiritual e, como tal, da impossibilidade de definirmos os seus campos estruturais, ficamos com pouco material de avaliações, apesar da complexidade de que se acham investidos. Entretanto, as camadas mais periféricas desses campos energéticos, coligados à zona física, têm oferecido boas perspectivas de estudos e pesquisas, principalmente após os conhecimentos da física nuclear sobre as partículas, subpartículas e antipartículas dos átomos.
Assim, podemos considerar a zona energética mais periférica do perispírito, aquela em contacto com a matéria, como construída das antipartículas atómicas. O que vale dizer, a camada externa do perispírito, aquela que, praticamente, se entrosa no campo material, seria constituída das antipartículas, a caracterizarem um campo de antimatéria (?). Destarte, lógico que a zona física responderia pela organização atómica com suas estruturas de partículas.
A matéria tem significado onde se mostra; sua estrutura atómico-molecular não pode ser resultado de um acaso. A maneira como se comporta, demonstrando um jogo inteligente, não permite que fiquemos ao lado de ideias exclusivamente mecanicistas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 14, 2022 7:34 pm

A matéria possuiria, em sua intimidade, um condutor ou orientador estrutural. Físicos de nossos dias estão em busca do elemento organizador, em virtude dos estudos e pesquisas que a teoria da relatividade e as equações da física quântica têm propiciado.
Aos nossos sentidos a matéria é estável, entretanto, em seu mundo íntimo é de imenso dinamismo. As partículas atómicas estão em constante movimento; quanto mais limitado o espaço, maior o seu dinamismo. Os prótons e neutrões, presos no mundo nuclear atómico, deslocam-se com velocidades bem próximas à da luz. Os objectos materiais não existem no nível subatómico, tornam-se padrões de probabilidade, não de coisas mas de interconexões — são semelhantes a ondas. Tudo porque o eléctron, no átomo, alcança velocidade de 960 km por segundo; por sua vez, no núcleo de um átomo, 100.000 vezes menor que o próprio átomo, seus constituintes (próton-neutron) atingem velocidades de difícil avaliação pelas nossas mensurações conhecidas.
Nestas circunstâncias, nossos modelos científicos, ainda não bem alicerçados, dependem de interpretações e avaliações constantes. O horizonte de propostas é de tal ordem complexo que possibilitou ao pesquisador Pregogine dizer: “Penso que estamos vivendo ainda na pré-história do entendimento do Universo”.
Desse modo, teríamos o campo material constituído, como sabemos, de átomos com suas respectivas partículas — eléctrons, prótons, neutrões, mésons etc.; e o campo perispiritual, campo de antimatéria(?), seria constituído, respectivamente, de pósitrons (eléctrons positivos), antiprotões, antineutrões, antimésons etc.
É bem possível que as coisas se mostrem dessa forma. Se esta hipótese for viável, poderíamos deduzir e, ainda como hipótese, dizer que os eléctrons e os mésons do campo material e perispiritual, respectivamente, teriam importância capital neste intercâmbio psíquico. Ampliando as ideias, poderíamos concluir da existência de vibrações que se originam nas fontes do Espírito dirigindo-se à zona física, como, também, aquelas que a tela física colhe do meio ambiente (experienciações de toda natureza) e que, por adaptações e filtragens específicas, alcançam as raízes do Espírito, onde as experiências serão elaboradas, metabolizadas e absorvidas, ampliando o lastro evolutivo dos seres.
Assim, existiriam duas ordens de impulsos: o interno, partindo do Espírito para a zona física, orientando o processo vital e também reflectindo-se nas tendências (resultado das experiências reencarnatórias); e o impulso externo, absorvido nas experiências diversas propiciadas pelos factores do meio, por intermédio das células nervosas que, por sua vez, serão encaminhadas para os arcanos do Espirito, onde, depois de elaboradas, farão parte de seus lastros definitivos (ampliação por evolução).
O impulso interno chegaria nos campos da matéria por intermédio dos mésons(?); do lado perispiritual os antimésons, do lado material, os mésons. Por sua vez, o impulso externo seria absorvido pelos eléctrons dos átomos, verdadeira polarização inversa, em virtude de representar um autêntico buraco negro, pela razão de possuir em sua intimidade um “espaço-curvo” segundo Jean Charon. Dessa maneira, todas as experiências seriam captadas, absorvidas e como que introduzidas nos campos de antimatéria do perispírito às expensas dos pósitrons ou eléctrons positivos, contracenando com a polarização oposta do eléctron negativo dos campos materiais; assim, seriam levadas às estruturas profundas do psiquismo, isto é, em plena zona espiritual onde iriam participar das aptidões que os seres carregam.
Acreditamos na viabilidade dessa hipótese, embora seja voz corrente em física que os campos de matéria e antimatéria, quando se encontram, “explodem” transformando-se em outras tantas partículas. Será que isso, observado em laboratório pelas nossas técnicas artificiais, se mostre do mesmo modo na organização da vida?
Os campos de matéria e antimatéria, na natureza, devem interpenetrar-se sem causar destruição. Não conhecemos ainda os mecanismos de tal ordem, por serem profundamente complexos. De futuro, a física que caminha a passos largos na definição de tais campos do psiquismo, ampliará os seus conhecimentos e mais bem definindo as múltiplas dimensões que carregamos em nosso psiquismo.
Do centro espiritual à periferia física, como, também, da tela física às raízes psíquicas, mesmo diante as complexidades dimensionais, o intercâmbio será imenso, preciso e seguro. As camadas, espiritual, perispiritual e material, são fases de um mesmo contexto da Substância Universal, necessárias diante o impulso evolutivo em nossa esfera de Vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 15, 2022 9:40 am

9 ― Comando espiritual nos processos orgânicos
É de conhecimento dos espiritualistas, e de modo mais expressivo dos espiritas, que a organização humana está constituída pelo corpo físico (zona material, zona consciente) que, por sua vez, é comandada pela zona espiritual (zona do inconsciente) onde encontram-se os arquivos de nossas experienciações em constantes elaborações, burilamentos, rectificações e construções, constituindo as fontes do Espirito. A fim de que a influência espiritual se mostre na zona física, existe urna zona intermediária, zona de adaptação e transição, de modo a permitir a presença espiritual no campo material. Este campo intermediário é conhecido como zona perispiritual que, sob influência do Espirito, dirige, orienta e comanda o metabolismo vital dos seres.
Assim, o perispírito, com as reconhecidas influências no campo material, não é verdadeiramente uma zona de decisões, porém uma zona importante de tradução das influências espirituais que necessitam organizar e impulsionar o campo físico. Em última análise, o metabolismo vital será comandado pelo Espirito através os campos perispirituais, sendo estes de suma importância na orientação e direccionamento dos 60 triliões de células, em média, que a organização humana possui. Desse modo, todas as células físicas estarão sob influência perispiritual, através os respectivos núcleos, como região de comando sobre o corpo celular. Em citologia (ciência das células e tecidos) sabemos da importância do trabalho do código genético na formação das proteínas e outras substâncias químicas que definem as funções do nosso metabolismo vital.
Ponto de grande importância, na zona física, é a corrente sanguínea, por intermédio da qual o perispírito encontra o terreno ideal de suas manifestações. Esta influência se faz com bastante expressividade no conhecido campo imunológico, onde os processos da defesa orgânica melhor se mostram. É justamente nesta área que percebemos as grandes variações individuais dos seres em face ao meio em que militam. Certos indivíduos possuem verdadeiras fortalezas defensivas contra agentes externos responsáveis por doenças, enquanto que, outros tantos, apresentam debilidade intensa, mostrando-se bastante frágeis. Por que uns são mais frágeis que outros, mesmo em condições idênticas de vida e pertencendo à mesma raiz genética? Tudo pode ser explicado pela diferença evolutiva de cada ser. Apesar de pertencerem ao mesmo ramo familiar, seus lastros espirituais serão maiores ou menores, atados às variações do número de etapas reencarnatórias vividas; desse modo, as aquisições serão diversas.
Nos indivíduos mais evoluídos, portanto com diminutas ‘ilhas sombrias” no Espírito em virtude de terem superado muitos defeitos que as reencarnações corrigem, o perispírito será abastecido com um mais poderoso campo de equilíbrio vibratório. Campo de tal ordem será transferido para a zona material, de modo especial na região sanguínea onde os processos defensivos do mecanismo imunológico se mostram bem positivos. Ao contrário, quando o perispírito passa a traduzir as sombras espirituais das atitudes pregressas do ser, torna-se compreensível que as reacções elaboradas no campo material tornem-se mais frágeis quanto ao processo de defesa, em virtude dos defeitos de amparo do campo organizador (perispírito).
É, principalmente, por intermédio dessa pouca conhecida região imunológica que as reacções cármicas se vão mostrando durante a vida e que podem sofrer transformações atadas nas atitudes individuais. Se o comportamento do ser se esboça de modo positivo, a absorção dos lastros reaccionais no bem podem chegar ao ponto de neutralizar reacções negativas que se encontravam a caminho de implantação na zona física. Pode haver o caso de estacionamento do processo ou mesmo acentuação, tudo em virtude das razões comportamentais diante as leis determinísticas e de livre-arbítrio que regulam a vida.
Diante isto, poderemos asseverar da influência de nossas atitudes no mecanismo evolutivo, onde o bloco dos pensamentos, pelo teor vibratório da vontade, torna-se condição inerente às realizações, de modo consciente ou inconsciente. A assertiva tão conhecida de que somos o que pensamos, nada mais seria do que o imenso reflexo dos pensamentos e equacionamentos psicológicos, revestidos pelos campos subtis das emoções, na organização psíquica dos seres.
Portanto, as conhecidas reacções cármicas serão o efeito das estruturações pregressas em escoamento na zona física actual. Estruturações que podem ser positivas ou negativas, como posições avaliadas pelas nossas medidas psicológicas. É claro e lógico de compreender-se que imensos factores estão em contínua actuação modificando o cenário de nossas vidas, dentro do permitido e proibido (determinismo e livre- arbítrio).
Estas ideias que pertenceram à filosofia e metafísica, na época actual encontram-se em estudos e observações na própria ciência, onde muitas pesquisas têm demonstrado o valor das actividades psíquicas em vários quadros clínicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 15, 2022 9:41 am

Os segredos da imunologia estão começando a ser devassados; as células imunes, especificamente os glóbulos brancos do sangue, começaram a mostrar suas reacções diante as agressões através a microscopia electrónica. O que se tem observado é tão complexo e tão intrincado que a imunologia passou a ser uma caixa de segredos, com estruturas tão desconhecidas quanto às existentes no mundo das células nervosas; em ambos os campos das funções nervosas e imunológicas, muito tem que ser averiguado, pesquisado e traduzido.
Tem-se anotado, em bem conduzidas pesquisas, que as reacções emocionais resultantes de preocupações, medo, ansiedade e outros tantos componentes, diminuem os factores de defesa e, também, que certas activações mentais (concentrações, meditações, realizações, bem estar diante o dever cumprido, preces etc.) influenciam o sistema imunológico ampliando as reacções positivas de seus respectivos campos.
Em virtude dessas novas percepções científicas, foram completamente recicladas as ideias sobre o sistema imunológico. Não mais se pensa em autonomia do sistema em questão; sua ligação com o psiquismo é evidente, fazendo ressurgir, sob novas avaliações, os valores das pesquisas realizadas por Pavlov com os cães, sobre a influência do psiquismo nos reflexos condicionados, e mais modernamente com outros animais, onde detalhados exames nas células do sistema imunológico vieram comprovar a referida influência. Tanto nos Estados Unidos quanto pesquisadores europeus estão atentos nesses campos, fazendo estudos sobre activações e enfraquecimentos dos campos imunológicos, nos animais, diante diversos comportamentos adredemente preparados. A colheita de dados tem se mostrado expressiva e digna de atenções científicas. Tudo revelando os valores do psiquismo de profundidade no quadro imunológico do campo físico. É, sem sombra de dúvida, o Espírito actuante no campo material.
Assunto que tem deixado os pesquisadores com certo embaraço, na área imunológica, são as variações individuais, diante reacções comuns e habituais, apesar do habitat e das condições idênticas a que estão submetidos os seres. Nestes casos, por que as reacções são diferentes, e o que é mais importante, por que alguns já trazem em sua estrutura condições diversas e que não são explicadas pelas observações do dia a dia? A resposta é fácil e lógica: o comando está mais além do cérebro, isto é, da zona consciente; está no perispírito, o conhecido campo organizador, zona submetida directamente ao campo espiritual ou psiquismo de profundidade. É um campo não material, em dimensão desconhecida, influenciando os campos biológicos, possibilitando o aumento de “certa globulina”, estrutura de defesa no sistema imunológico, quando as actividades do bem são patentes. É o bem realizando os processos de defesa e ampliando os lastros espirituais no desfile evolutivo do ser.
Por tudo, este processo psicossomático de interacção espírito-perispírito-matéria é uma realidade. A organização do indivíduo funciona em conjunto. Os sistemas e aparelhos no organismo têm certa independência funcional, entretanto necessitam duma interacção para as suas actividades de totalidade. O holismo já tinha percebido os valores que o ser carrega em seus mínimos detalhes: o todo influenciando no particular e este, com seu pequeno campo, influenciando o todo. O sistema é interligado. Tudo tem sua razão de ser. O Espírito necessita do perispírito e este do corpo físico na marcha evolutiva. A interacção entre eles permite um avanço conjunto; todos se necessitam. Os elementos materiais, dos átomos às organizações tissulares, necessitam de comando espiritual, e este avança mais rapidamente pelo trabalho despendido com o mundo material. É o menor necessitando do comando e orientação do maior; este, por sua vez, avançando pelo trabalho que o menor o propicia; a menos expressiva célula é campo e usina importante de fornecimento aos lastros do Espírito. Tudo na natureza obedece um encadeamento sob orientação de leis precisas e inteligentes.
Nossos questionamentos hodiernos estão na busca do todo, onde o campo espiritual é a chave esclarecedora do mecanismo da vida. Algum dia a imunologia mostrará os tentáculos espirituais nos alicerces de suas manifestações.
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Busca do Campo Espiritual pela Ciência - Jorge Andréa dos Santos Empty Re: Busca do Campo Espiritual pela Ciência - Jorge Andréa dos Santos

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 15, 2022 9:41 am

10 ― O espírito nos mecanismos da herança
Os cromossomos humanos, pertencentes aos núcleos celulares, em número de 46, são os elementos responsáveis pela nossa herança. Esta se faz através dos genes albergados no tapete cromossómico. Os quatro bilhões ou mais de bases nitrogenadas (adenina, timina, guanina, citosina) que estruturam os cromossomos, pela sua disposição, mapeiam o código genético, elemento definidor de toda a herança.
No momento, os cientistas das nações que se encontram à frente de tal pesquisa, equacionam os genes, onde uma boa parte já é conhecida. Seu. número, praticamente, é incontável, porquanto, quanto mais se torna penetrante a pesquisa, maior número deles se vão mostrando em complexas combinações no processo de herança. Podemos acrescentar a ideia de que os genes se vão formando à medida que as experiências sejam absorvidas pela organização, ampliando as aptidões; isto é, quanto mais complexo for um organismo, maior a possibilidade de possuir novos e avultados números de genes. Se os genes fossem de número fixo, compreensivelmente, o processo evolutivo não se daria, haveria estacionamento, o que realmente não existe. Desse modo, pensamos que a estrutura íntima dos genes deve ser dinâmica, por onde as experiências do meio ambiente serão absorvidas, a fim de fazerem parte dos alicerces imortais do Espírito. Bem claro e lógico que essa fonte dinâmica estaria em constante burilamento, a fim de facilitar e possibilitar os acréscimos positivos do próprio Espírito; isto porque nossas experiências estão constituídas de muitos matizes ligados ao intelecto, às realizações em geral, aos erros, às dores etc. Todas as resultantes dos embates do meio colaboram no crescimento evolutivo dos seres.
Assim, os genes representam as unidades básicas da vida, a responderem por toda a herança. Neste contexto, para nossa compreensão, o gene será para a biologia o que o átomo representa para a física. Seria o gene tão somente de constituição química, ou os elementos que lhe respondem na cadeia (adenina, guanina, citosina e timina) apenas um revestimento de um vórtice dinâmico que lhe dirige e comanda a mecânica da herança? Esses vórtices não poderiam ser as terminações perispirituais a se perderem no mundo atómico das estruturas materiais?
A movimentação no jogo da herança é de tal ordem equilibrada que denota a existência de uma direcção inteligente. Os genes, por si só, como unidades bioquímicas, não podem responder pelo seu organizado encadeamento como obra do acaso. Existiria, e realmente não pode deixar de existir, um campo energético (perispírito), onde as moléculas materiais possam receber orientações de modo a revelar o que o Espírito emite. Se o passado do Espírito encontra-se carregado de delitos, bem claro que haverá irradiações negativas através os genes comandando a herança nesta faixa ética. Se não fora dessa maneira, como as reacções cármicas se expressariam? Acasos não existem dentro de um sistema ordenado em leis bem precisas.
Nem todos os genes dos 46 cromossomos que definem a espécie humana se encontram mapeados e definidos. Ainda estamos longe de conhecer a situação de todos os genes, embora as pesquisas, aqui e ali, tenham revelado muitos deles. Agora mesmo anuncia-se que o cromossomo sexual, tipo Y, está sendo bem estudado e mapeado (Revista científica Science), como também já se conseguiu determinar no cromossomo 21 certos genes responsáveis por doenças.
Os cromossomos sexuais merecem esclarecimentos. O cromossomo sexual, no homem (espermatozóide), apresenta-se de duas variedades (Y e X) e na mulher (óvulo) de uma única forma (X).
Assim, existem cromossomos Y e X para o homem e sempre X para a mulher. Conforme a combinação do espermatozóide e do óvulo, teríamos o produto masculino (YX) e o feminino (XX); (vide esquema).
Segundo os cientistas, o cromossomo sexual Y, um dos menores do sistema, já está, praticamente, mapeado, carregando em seu bojo as unidades responsáveis por determinados campos da herança, incluindo aqueles responsáveis por certas e determinadas doenças quando existem falhas nos genes tornando-os atípicos. É como se esses genes, por desconhecidos mecanismos, fossem activados e reflectissem em suas programações certas doenças congénitas. Um exemplo típico e bem conhecido é a síndrome de Down (mongolismo), que acontece nas alterações no cromossomo 21. Neste mesmo cromossomo, alterações outras mostram na herança doenças ligadas a uma espécie de esclerose cerebral (mal de Alzheimer, doença de Lou Gehrig).
Ampliando ideias, sabe-se que o homem é genotipicamente mais frágil que a mulher. Nos diversos processos de aborto espontâneo e de outros acontecimentos no produto da concepção, aqueles do sexo masculino são mais susceptíveis de participação do processo. Com isso, os de capacidade feminina resistem mais aos embates; daí, seu maior número nas espécies.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 15, 2022 9:41 am

O cromossomo Y é o menor de todos (vide esquema), pela sua natural acoplagem com o cromossomo X, o produto será masculino. Isso não explicaria, em parte, do homem ser genotipicamente mais frágil que o sexo feminino? Tudo em virtude da mulher possuir no seu par cromossomial (XX) maior número e mais perfeita integração de genes (?), de modo a permitir maiores possibilidades de defesas, quem sabe, do sistema imunológico. A ideia, embora sem bases científicas, poderá de futuro ser mais bem avaliada...
Por que na espécie humana, participando dos imensos e variados genes, somente alguns indivíduos apresentam doenças, muitas vezes demarcantes? Por que os genes ou gene, por desconhecida atipia são responsáveis por certas doenças ficando como que activados em determinados indivíduos, enquanto que outros tantos atravessam a vida em atitude de confortável saúde?
Os elementos externos manifestando os diversos padrões de habitat não podem ser os responsáveis; no máximo, podem participar como factores coadjuvantes. Existe, sem sombra de dúvida, algo activando a intimidade dos genes no desencadeamento dos processos e de origem extrafísica. As reacções bioquímicas de um organismo não são a causa e sim o efeito do campo energético interferidor nos genes cromossomiais, cujo mecanismo responde pelo conhecido código genético. Quando os mapas cromossomiais tornarem-se mais enriquecidos pelas pesquisas e descobertas, os genes serão mais bem avaliados em sua estrutura íntima e com possibilidade de registros de uma acção dinâmica em seu bojo, a representarem os campos mais externos e mais densos do Inconsciente ou Zona Espiritual. Esses campos, por se encontrarem mais próximos da zona física, naturalmente seriam mais densificados, a fim de permitirem seu mais eficiente acoplamento no âmago das moléculas nitrogenadas do ADN cromossomial.
Por tudo, a Zona Espiritual ou do Inconsciente, carregando campos específicos de desconhecidas dimensões, exerceria sua influência na zona física ou material, que realmente orienta e comanda, às expensas dos genes albergados nas moléculas do ADN (ácido desoxirribonucleico) Entretanto, para que isso possa dar-se, será necessário uma espécie de adaptação dessas dimensões, verdadeiras condensações que uma camada intermediária propicia a zona perispiritual. Podemos deduzir serem os genes cromossomiais as telas materiais por intermédio das quais a energética Espiritual impulsionasse o metabolismo vital.
Na ampliação de toda essa conceituação espiritual, nos arraiais das estruturas materiais, devemos considerar o processo reencarnatório propiciando múltiplas existências físicas, cujas experiências serão amplamente absorvidas e incrustadas nos arcanos estruturais do Espírito. Diante tal mecanismo o ser estará sempre envolvido em suas próprias atitudes, as de carácter positivo e aquelas negativas, como elementos formadores da sua biotipologia; o que equivale dizer, elementos constitutivos de seu arcabouço psicológico. Em cada jornada reencarnatória, o Espírito acoplado à organização física, coordenando os cromossomos da herança paterna e materna, infunde, também, o que consigo carrega (potenciais positivos e negativos do passado), de modo a completar o seu biótipo psicológico. Logo, o somatório de todos os valores adquiridos nas etapas reencarnatórias respondem pelo biótipo psicológico do indivíduo. Em cada jornada o biótipo psicológico será muito mais consequência das irradiações espirituais do que dos genes cromossomiais, os fornecedores do terreno para desfile da essência do Espírito. O que equivale dizer: “os pais nos fornecem o corpo, jamais a alma”.
Com ideias de tal ordem, podemos compreender as reacções cármicas de toda natureza que os seres carregam, como resultado de suas próprias potencialidades e, como não dizer, diante suas próprias necessidades evolutivas. É o Espírito coordenando a vida nas estruturas íntimas dos cromossomos, às expensas das adaptações energéticas que o perispírito propicia. Os campos espirituais só poderão alcançar a zona física quando devidamente adaptados à mesma; esse mecanismo só poderia dar-se através da zona intermediária do psiquismo, a zona perispiritual.
Acreditamos que de futuro a ciência, que hoje se está direccionando para uma posição holística, incluirá em suas propostas os campos energéticos do Espirito, em cujas trilhas os seus hoje segredos a pouco e pouco se vão desvendando. É como se houvesse um descerramento de véus tornando as estruturas da vida cada vez mais iluminadas, de modo a permitir, ao homem ético das civilizações vindouras, intervenções com o devido carinho e amparo científico nos mecanismos da herança...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 15, 2022 9:41 am

11 ― As marcas de nascimento
Certas e determinadas marcas de nascimento foram observadas, estudadas e explicadas em casos que jamais deixam dúvidas sobre sua ocorrência de não correlação com a herança física. Indivíduos existem que nascem com marcas físicas (sinais, cicatrizes etc.) ligadas a acontecimentos passados, quase sempre por eles mesmos relatadas com bastante riqueza de detalhes o que justifica estarem habitualmente envolvidas em componentes emocionais.
Tentaremos abordar o assunto, de modo sintético, buscando nas equações da ciência as suas razões. O Espírito quando se encontra em fase reencarnatória, consigo carrega os potenciais de sua íntima estrutura a reflectirem na gleba física de modo a dirigir e comandar unidades da herança física sediadas nos cromossomos das células.
No encontro do espermatozóide com o óvulo resulta o ovo com todo o material da herança que os cromossomos desta célula apresentam. No ovo, restabelecido o número dos cromossomos (46 na espécie humana) vindos pela metade nas células genésicas (23 cromossomos do espermatozóide e 23 do óvulo), existirão os genes (unidades de herança), de número incontável, sendo que a maioria deles ainda não se encontram cientificamente definidos, Desse modo, esses elementos são os responsáveis directos pelas qualidades herdadas que a região física apresenta pela doação dos país.
Devemos salientar, desde logo, que os seres vivos, especificamente a espécie hominal, mostram, além do material comum de herança, outras qualidades que os genes, por si só, não podem responder. Referimo-nos à estruturação psicológica do ser reflectida no carácter, certas condições de sensibilidade afectiva, como, também, padrões de responsabilidade e moralidade; tudo isso, logicamente, transcendendo a herança física, cujos filhos, apesar do habitat e educação, se mostram bem diversos dos pais. Não existe um indivíduo igual ao outro; podem ser bem semelhantes como no caso dos gémeos univitelinos, mas cada ser consigo carrega a bagagem de suas próprias vivências e experiências.
O Espírito, ao chegar à cena reencarnatória, devidamente aconchegado ao perispírito materno que lhe abriga, geralmente pelos laços do amor, passaria a envolver o produto da conjugação — o ovo — e praticamente dirigir todo o processamento de sua formação. O Espírito reencarnante, ao envolver totalmente o ovo e participar da dança cromossomial da herança, transfere de sua carga arquimilenar algo que lhe é muito próprio, embora de modo restritivo devido aos naturais e reduzidos potenciais do material de herança física (genes cromossomiais). Com isso, o Espírito tem os seus limites no campo físico, porque limitados são os genes por intermédio dos quais exerce sua influência. Mas, mesmo assim, o Espírito consegue dominar, em parte, a “cena psicológica”, apesar do abafamento causado pelo “escafandro físico” como novo campo propiciador de acções e realizações.
Por tudo, não podemos deixar de considerar que o processo de herança açambarca um duplo aspecto, o físico e o espiritual. Alguém disse, com muita propriedade, que os pais nos fornecem o corpo, jamais a alma. Assim, passaria o Espírito a ser o organizador e orientador da forma, deixando nela, através a ordenação dos genes (unidades biológicas), muitas de suas marcas do passado, reflectidas, principalmente, no carácter, nos campos de afectividade, nos da memória, inteligência e nas condições de nível intelectual.
O Espírito, com a irradiação de seus campos (elaborados no imenso rosário reencarnatório) nesta grande célula que é o ovo, irá, compreensivelmente, em busca dos factores da herança física acasalados nas moléculas do ADN (ácido desoxirribonucleico), como que automaticamente atraído, porquanto, nesta fase, a maioria dos Espíritos se encontram inconscientes, pela hibernação que a reencarnação propicia. Dessa maneira, os seus automatismos (inconscientes), praticamente guindados em busca dos genes cromossomiais, terão que sofrer adaptações de seus próprios campos dimensionais a fim de terem a devida recepção pela zona física.
A gravura anexa ilustra a hipótese de trabalho em pauta. As irradiações espirituais de suas fontes mais íntimas (núcleos arquetípicos) vão sofrendo filtragem nas diversas camadas do próprio Espírito, a fim de alcançarem a zona perispiritual e de lá abordarem os primeiros blastómeros (células da divisão do ovo). Para facilidade de compreensão consideremos uma única célula dos 60 triliões delas que se sucederão e logicamente subordinadas ao campo organizador (campos espirituais).
Desloquemos do interior da usina celular algumas de suas estruturas no sentido de bem configurar o desenho, permitindo, destarte, melhor avaliar por onde os campos de energias deverão trafegar.
As correntes energéticas que do centro espiritual se dirigem à periferia são o resultado de vibração das diversas camadas do inconsciente (Espírito) e de suas respectivas expansões, isto é, das capas vibratórias (psicossoma ou perispírito), cujas porções mais periféricas incrustam-se e perdem-se na intimidade das células do organismo físico.
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