LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS III

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty GRANDE PARTE DE DESENCARNADOS VOLTAM PARA CASA

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 17, 2018 7:58 pm

NÃO SÃO VISTOS E NEM OUVIDOS, SAEM A VAGAR CORRENDO O RISCO DE CAIR NAS MÃOS DA FALANGE.

Estado de Pertubação.
Um Espírito não esclarecido, chega do outro lado praticamente sem consciência do que está acontecendo, não acredita já estar "Morto", continua a agir como se ainda estivesse vivo, assiste todo o funeral e acha que está sonhando, fica ao redor do caixão com seu corpo ou entre os familiares.
Depois do enterro, volta para casa e tenta se comunicar, como ninguém responde às suas perguntas fica desorientado, não aceita auxílio de outros espíritos que vieram para ajudar; como sempre lhe disseram que “os bons”, vão directo para o céu, e como uma pessoa nunca se julga má, ele fica esperando que os anjos venham buscá-lo. ´
Como os anjos não aparecem, alguns ficam anos ou séculos na sua casa, no local da morte ou junto com os seus bens, tesouros ou pertences.

Presos a Matéria.
Pessoas que viveram aqui só voltados aos prazeres materiais, sem se preocupar com o seu futuro espiritual, geralmente demoram-se na crosta terrestre, buscando ainda os mesmos tipos de prazer que costumavam cultivar quando encarnados, acomodam-se junto aos encarnados que apreciam os mesmos vícios, induzindo as pessoas a prática, para usufruir dos fluídos. Ex: bebidas, cigarros, etc.
Aprendem a se alimentar da energia dos vivos, se “encosta” como dizem, numa pessoa que lhe ofereça condições, e muitas vezes, mesmo sem saber que está prejudicando, suga a sua energia.
Deixando-a, cada dia mais debilitada, começam a surgir às doenças.

Região de Sombra e Dor.
Quando o espírito comete delitos graves aqui na Terra (assassinatos, crimes) ele é atraído para regiões de sombra e dor, o chamado umbral, onde pelo sofrimento chegará um dia ao arrependimento e o desejo de reparar o mal praticado, e então será socorrido por espíritos bons que irão retirá-lo de lá e serão conduzidos a postos de atendimento espiritual conhecido como colónias.

Falta de preparo para morte.
Tudo isso acontece porque as religiões não preparam as pessoas para essa passagem.
Somente ensinam que o pecador, baptizado, convertido ou morrendo sob confissão, extrema unção, encomendação do corpo ou tendo um funeral com os rituais religiosos, vai directo para o céu.
As pessoas nasceram e são livres para fazerem o que quiserem inclusive o mal, aí entram as religiões cuja missão é conduzir o homem à prática do bem e da justiça e consequentemente prepará-lo para voltar melhor do que quando veio.
Por não admitir o renascimento a maioria das igrejas não tem outra saída, a não ser ensinar que o morto deve aguardar de braços cruzados dentro do caixão até o momento em que as trombetas vão soar e todos ressuscitarão, para o julgamento colectivo do juízo final.
Como nada prende um espírito, ele sai por aí para fazer o que quiser.
Esse é o motivo que incontáveis irmãos se encontram nessa situação há muito tempo.
É obrigação dos vivos auxiliarem com suas orações e actos aqueles que já se foram principalmente convencê-los do arrependimento.
Daí a necessidade de se doutrinar e evangelizar esses espíritos para que no menor tempo possível lhes seja dado conhecer a Verdade que os libertará das falsas doutrinas e das falsas promessas.

Livro Céu e Inferno

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Lição de casa

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 18, 2018 9:58 am

por Altamirando Carneiro

Na lição 8 (Ambiente caseiro) do livro Sinal Verde, psicografia de Francisco Cândido Xavier - edição da Comunhão Espírita Cristã, André Luiz esclarece:
"A casa não é apenas um refúgio de madeira ou alvenaria, é o lar onde a união e o companheirismo se desenvolvem".
Para que essa união e esse companheirismo sejam completos, é importante observarmos que além das obrigações que temos para com os nossos semelhantes, temos nossa obrigação primordial com os que convivem connosco: pais, filhos etc.
Todos os grandes homens souberam dividir bem o tempo, entre a família e o trabalho.
Eles sempre tiveram tempo para a esposa, os filhos, os netos etc., sem prejuízo do trabalho profissional e das actividades religiosas.
Há tempo para a família e para as demais actividades.
Há que se dividir bem esse tempo, sem prejudicar ou beneficiar uma ou outra parte.
A intimação "ou eu ou a Doutrina" indica que o que está sendo cobrado descuidou-se de suas obrigações.
Responsabilidade é a palavra-chave, que indica o procedimento do bom cristão, consciente de seu papel na família, na sociedade, no grupo social a que pertença, na organização religiosa onde desenvolve, amorosamente, suas actividades caritativas.
Não é correcta a atitude de alguns que, para escaparem da convivência familiar, refugiam-se nas instituições religiosas, configurando-se, entre os espíritas, no que muitos denominam de:
"o que mora no centro espírita e passeia em casa".

Diz Joamar Zanolini Nazareth, no livro Um desafio chamado família - Minas Editora:
"Em vez de nos queixarmos sistematicamente dos problemas encontrados no convívio familiar, deveríamos aproveitá-los como lições e experiências que amadurecem nossos raciocínios e sentimentos".

Nazareth complementa assim este primeiro item do terceiro capítulo:
O Lar da Renovação da Humanidade, dizendo:
"Sejamos aqueles que enxergam nos espinhos o convite ao cuidado e prudência no trato com as flores e não uma agressão gratuita aos que se lhes aproximam".

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty O Espiritismo responde

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 18, 2018 8:40 pm

por Astolfo O. de Oliveira Filho

A leitora Fernanda de Carvalho Rodrigues, em mensagem publicada na secção de Cartas desta edição, enviou-nos a seguinte questão:
Sempre ouvimos que as reuniões mediúnicas devem ser privativas e nunca abertas ao público.
Esse entendimento ainda prevalece nos centros espíritas?
Já nos manifestamos nesta revista em mais de uma oportunidade.
Conforme entendimento comum esposado por autores diversos que trataram do assunto, podemos afirmar que nada mudou com relação à proposta de que as reuniões mediúnicas devam ser privativas e jamais abertas ao público.
As razões disso são de fácil compreensão.
Uma reunião mediúnica não é local para satisfação da curiosidade nem lugar para recreação.
O padrão vibratório de uma reunião dessa natureza requer equilíbrio, preparo e seriedade de todos que ali se reúnem.
Uma reunião mediúnica, especialmente quando seu objectivo é o esclarecimento das entidades desencarnadas, assemelha-se muito a uma enfermaria, com recursos trazidos da Espiritualidade para tratamento das criaturas conturbadas e infelizes que ali comparecem.
Não se compreende, portanto, que a sessão seja aberta a curiosos, advertência que Cairbar Schutel, Carlos Imbassahy e Spártaco Banal fizeram em obras publicadas antes do surgimento de André Luiz no cenário editorial brasileiro.
Allan Kardec, aliás, já havia tratado da questão quando respondeu aos que lhe propunham abrir ao público as sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Não seria, pois, diferente a opinião de Divaldo Franco acerca do tema.
“Nunca é demais recomendar - diz o ilustre médium e tribuno baiano - que as sessões mediúnicas sejam de carácter privado.”
Confirmando as advertências de todos eles, André Luiz observa:
“Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza”.
Diz ainda André Luiz, no cap. 21 de seu livro Desobsessão:
“O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em carácter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.
Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objectivem a fundação de actividades congéneres.
E antes da admissão necessária é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito justo às responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a orientação das actividades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição."

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Boas maneiras

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 19, 2018 9:39 am

por Leda Maria Flaborea

O desenvolvimento da humildade, em nós, é um convite perene do amado Mestre para um viver mais feliz e mais pleno de realizações, entendendo-se a humildade como um sentimento contrário ao orgulho.
Vestes simples, pouca instrução ou poucas posses materiais, como sinonimo de humildade, é ideia falsa, pois que encontramos muitos ricos de bens materiais e ricos em humildade; como também nos deparamos com pobres de bens materiais e ricos em orgulho.
Como vários outros ensinamentos de Jesus, este também aparece no Evangelho, em muitas passagens, no campo da simbologia, mas, também, como todos os outros, podemos deslocá-lo para a vida comum, aquela que experimentamos todos os dias.
Isto significa que as recomendações do Cristo, os convites que nos faz à reflexão prestam-se a situações em que nos vejamos convocados a examinar algo novo, por exemplo, nossas atitudes baseadas no orgulho, junto aos semelhantes, principalmente para todos aqueles que já receberam as palavras do Mestre em espírito e verdade.
Constantemente o Excelso Amigo nos chama a abandonar o orgulho, a nos humilharmos, a nos tornarmos pequenos, tendo em vista que, segundo Ele, e não segundo nosso imperfeito entendimento, o menor da Terra será o maior no reino dos céus.
Percebemos que é comum aos orgulhosos, que querem ostentar grandeza, ocuparem na sociedade em que vivem as posições de destaques mais distintas para atrair atenções, muitas vezes sem o devido preparo para ocupar tais postos.
Por essa razão, aconselha-nos ainda a nos sentarmos nos últimos lugares, longe de destaques, para que não venhamos a ser convidados a nos retirarmos deles, dando lugar a quem de fato os mereça.
Ficamos assim em um impasse diante dos convites de Jesus:
de que maneira podemos entender essa sua sugestão se o progresso é uma lei natural e se o nosso destino é evoluir?
Como poderemos conciliar o ensinamento evangélico com a realidade da lei do progresso, que podemos constatar em toda criação?
Basta para isso observarmos a evolução que se processa em todos os reinos da natureza.
É suficiente que prestemos atenção à própria história da Humanidade e o quanto temos evoluído, desde o homem da caverna, que pouco diferia de um animal, até o homem da civilização científica e tecnológica.
Entretanto, se no campo intelectual o homem conquistou tão grande progresso, no campo moral não aconteceu o mesmo.
Eis aqui a razão do sofrimento humano:
somos todos vitimados pelo nosso próprio comportamento, distanciados que estamos das leis de Deus.
Justifica-se, assim, o porquê de Jesus nos alertar para a necessidade de despertarmos, em nós, as virtudes da humildade e da simplicidade.
Não é difícil encontrarmos pessoas que justificam suas atitudes prepotentes e arrogantes, de não se humilharem e nem se rebaixarem diante de ninguém, por acreditarem que somente aqueles que se impõem vencem no mundo.
Pobres companheiros que ignoram que, segundo Jesus, humildade nada tem a ver com servilismo.
Na excelência de sua pedagogia, quando o Mestre nos ensina simplesmente que “todo aquele que se eleva será rebaixado”, reporta-se ao sentimento de orgulho, porque toda elevação pessoal que tem por base o orgulho é ilusória.
Assim, todo aquele que utiliza o mal como alavanca de elevação será rebaixado, pois só o bem que cultivamos em nós é indestrutível e nos oferece base sólida para todas as realizações.
A vida em sociedade estimula a competição, mas, longe de ser uma competição saudável, ela tem levado as criaturas a perderem o bom senso, a razão e a se comportarem como se vivessem não entre companheiros, mas entre adversários. Nas situações comuns da vida, julgam ter “vencido”, na maioria das vezes, os que usam a esperteza – no sentido negativo do termo – esquecidos de que todas as posições são transitórias, e que mais cedo ou mais tarde serão rebaixados por não possuírem a base sólida do amor em suas conquistas, situação essa que lhe reclamará reajustes, mais tarde.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 19, 2018 9:39 am

A nossa vitória só será real quando conquistarmos a elevação sobre nós mesmos, na consciência daquele que diz:
hoje, eu cresci em conhecimento; hoje, eu fui melhor do que fui ontem; hoje, eu sou mais paciente, tenho mais coragem moral, sou mais prudente, mais calmo; hoje, eu cresci nos meus valores afectivos, nas minhas qualidades positivas...
Dos vários momentos da vida comum de Jesus, no convívio com seus discípulos, encontramos muitos nos quais Ele aproveita para nos ensinar sobre a humildade.
Deles, vamos destacar um que nos parece bastante significativo:
Estando em uma festa e observando o comportamento dos convidados, ensinou que, quando convidados, nunca tomássemos assento entre os primeiros lugares, para que, ao chegar outro convidado mais considerado, o anfitrião não precisasse nos pedir para ceder nossos lugares.
Mas, ao contrário, que buscássemos os últimos lugares, para que fosse motivo de glória o anfitrião nos convidar a tomar lugar de maior destaque.
Eis a valorização da humildade, pois só aquele que compreende a sua condição de aprendiz da vida por ser Espírito imortal, em constante processo de aprendizagem, pode ser humilde; e só pode ser humilde aquele que compreende que a posição de superioridade é acréscimo de responsabilidade espiritual para produzir o Bem, para amparar, para servir.
Quanto mais sabemos, maior será nossa responsabilidade com esse saber e com o uso que fizermos dele.
Auxiliar a todos para que todos ao nosso redor se elevem, assim como desejamos também nos elevar é algo possível, realizável.
Precisamos despertar e ver que milhões de criaturas, em posição inferior à nossa, nos pedem que estendamos nossas mãos, que abramos nossos corações em irradiações de entendimento, fraternidade, ajudando-as incondicionalmente.
Meus amigos, quando um cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai Nosso”, está reconhecendo não só a Paternidade de Deus, mas aceitando também, por sua família, a Humanidade inteira.
Portanto, é nosso dever moral a assistência incondicional ao necessitado em qualquer esfera da existência, não importa onde, não importa quando e nem a quem.
Então, com vistas a isso, podemos nos fazer algumas perguntas todos os dias:
1 – Acredito na vitória do bem sem que me disponha a trabalhar para isso?
2 – Admito minha capacidade de errar a fim de aprender ou, acaso, me julgo infalível?
3 – Nas horas de crise, consigo me colocar no lugar da pessoa em dificuldade para melhor ajudar?
4 – Quando digo que não perdoo quem me ofende, por acaso estarei acreditando que amanhã não precisarei do perdão de alguém?
5- É possível que determinados companheiros me incomodem presentemente, no entanto, será que tenho vivido, até agora, sem incomodar ninguém?
Assim, a partir do momento em que modificarmos a nossa postura de orgulho diante da vida, já poderemos nos sentir, imediatamente mais felizes, porque bem-aventurados.
Por essa razão Jesus ensinava incansavelmente o princípio da humildade como condição essencial à felicidade prometida.

Bibliografia:
KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos – questão 573.
KARDEC, Allan – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 7.
XAVIER, F.C. - Caminho, Verdade e Vida – pelo Espírito Emmanuel – 17ª edição, Editora FEB, Brasília/DF, lição 120.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Desencarne de crianças na visão espírita

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 19, 2018 8:39 pm

Ninguém é vítima do destino, ninguém tem algo na vida sem merecer, nem mesmo um desencarne prematuro, ou seja, ainda na fase infantil.
Antes de reencarnamos para continuar nosso crescimento evolutivo escolhemos tudo, nosso corpo físico, o local do nascimento, nossa família terrena e inclusive os aprendizados, sofrimentos, dores e alegrias.
Nada na vida é por acaso, não existem coincidências, pois tudo é perfeitamente sincronizado, obedecendo um plano divino preestabelecido e nossas escolhas.
A criança pode estar em um corpo pequeno, parecendo frágil e inocente, porém, a vemos dessa maneira porque temos o hábito de enxergar a nós e aos semelhantes pela óptica terrena apenas, acreditando que essa é a única existência.
Essa vida em que estamos inseridos é apenas mais uma, que claro precisa ser bem aproveitada, porém, nossa alma é antiga, nossa essência já passou por muitos corpos, por muitas situações, por muitas famílias, por muitas “cascas” pequenas e diferentes.
Portanto, na condição de espíritos, escolhemos nossa família carnal que nos auxiliará na evolução conscencial e, consequentemente, os auxiliaremos.
Tudo é uma troca, de aprendizado, de evolução, de libertação, de resgates passados.
Muitas vezes em decorrência de acções praticadas em vidas passadas, para seu crescimento espiritual e resgates, a alma, no corpo de uma criança, solicita passar por situações difíceis, doenças ou acidentes.
Assim, o aprendizado é para ela e para família também.
Da mesma forma, quando a criança é portadora de uma doença grave, assim escolheu antes de vir para a Terra, este Planeta Escola.
Por sua vez, a família também aceitou a vivência de tal situação e está preparada para recebê-la, mesmo que a mente consciente não veja desta forma.
Claro que no momento do desencarne a família sofre, pois como nossa visão é limitada, nos apegamos muito, esquecendo que somos todos espíritos livres, que nos unimos por laços cármicos e por afinidade.
Assim, todos os envolvidos, antes de vir para a Terra, também escolheram isso, portanto estão preparados de forma inconsciente para receber o facto, aparentemente trágico.
Muitas vezes, quando uma criança passa longos períodos doente, os pais buscam se espiritualizar, se auto-conhecer para compreender a situação.
Ali vemos que a missão da criança era também trazer espiritualidade para os progenitores carnais e, quando tudo está organizado, é hora de partir, ou seja, voltar para casa, pois aqui estamos por um período transitório.
Quando a alma cumpre sua missão nesta planeta, não há mais necessidade de aqui continuar, seguindo sua jornada evolutiva, podendo voltar novamente até que alcance a iluminação.
Outra situação que causa comoção e é muito divulgada na mídia, é o assassinato de uma criança, por desconhecidos ou familiares.
Apesar de parecer trágico, é evidente que está foi uma escolha e antes de julgarmos temos que parar e reflectir:
O que será que aconteceu com essa família em vidas passadas?
Agora esta alma está em um corpo infantil, mas no passado o que fez a seu ‘suposto algoz’?
Embora a criança pareça inocente, pode ter resgates de vidas anteriores e aceito tal desencarne para evolução de todos os envolvidos.
E não existe vítima, nem vilão, nem culpado, apenas uniões para aprendizados, muitos aparentemente negativos, mas que nos possibilitam evoluir espiritualmente.
Não existem fatalidades, tudo são escolhas pré-determinadas por nós antes de virmos para este planeta escola.
Aqui não é nosso lugar, então temos que ver tudo isso com mais naturalidade.
A reencarnação da alma, as vidas sucessivas em corpos, locais, famílias diversas, não é algo com fundamento religioso, mas científico.
Seria muito injusto se existisse apenas uma vida, pois existem realidades diversas… pessoas muito pobres, outras ricas, pessoas felizes, outras com uma vida de aprendizado e aparente sofrimento.
E isso ocorre porque escolhemos, porque cada alma é única e precisa passar por determinadas situações.
Você que está lendo este texto pode pensar:
Você diz isso porque não vivenciou por uma situação difícil como passei!!
Não estou querendo dizer que o desencarne, as situações negativas são fáceis de serem encaradas e aceitas, mas deveriam ser.
Se olharmos com os olhos da alma, percebendo que vamos e voltamos centenas, milhares de vezes, trocamos de corpo, de família, de vida, de profissão, veremos que tudo é perfeito e sincronizado.
Que a vida não é um parque de diversões, é o local onde temos que aprender, evoluir, crescer como almas e não homens terrenos apenas, e por mais difícil de aceitar, devido ao nosso nível evolutivo, aprendemos mais pela dor do que pelo amor, esta é a realidade.
Claro que com nosso livre arbítrio podemos modificar tudo, porém, existem situações que precisamos vivenciar e mais tarde, nesta vida ou após o desencarne, veremos como foi proveitoso e rico em crescimento para a alma.
Por isso, as escolhas que fazemos antes de vir para a Terra são mais acertadas daquelas que fazemos aqui, cobertos pela limitação.
Antes de reencarnar, quando estamos no Astral, temos mais clareza para fazer escolhas, mas ao chegar aqui, a ilusão, o véu do esquecimento, nos cega e esquecemos quem somos.
Como um iceberg que possui apenas 5% visível e 95% encoberto pela água, nós temos 5% de consciência e 95% de inconsciência.
Não existe fatalidades, nem destinos cruéis, porque o desencarne, não é o fim, mas o recomeço de uma nova fase.
Ao deixar o corpo carnal, que é morada da alma, temos consciência de quem somos de verdade, pois saímos deste cenário de testes, de encenação.
Voltamos para nossa casa e percebemos nossa grandeza como espíritos livres que sempre fazem escolhas, conscientes que a evolução da alma é a meta principal de nossa existência.

Fonte: Luz da Serra

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty QUEM PODE SER MÉDIUM PSICÓGRAFO?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 9:59 am

A Psicografia é a técnica utilizada pelos Médiuns para escreverem um texto sob a influência de um Espírito desencarnado.
Todos nós sabemos que no tempo em que Allan Kardec teve contacto com as manifestações espíritas, o meio utilizado para a comunicação entre os dois planos eram as mesas girantes.
Esse mecanismo constituía-se de uma pequena mesa de três pés, sobre a qual se colocavam as pontas dos dedos de duas ou mais pessoas.
Sob o efeito de um agente até então desconhecido, influenciado pela acção energética dos manipuladores, a mesa saltitava dando pancadas no assoalho.
Por meio dessas batidas convencionou-se um alfabeto e foi possível obter as primeiras mensagens entre o mundo invisível e o visível.
Algum tempo depois, a imaginação dos adeptos dessa metodologia criou outros mecanismos que facilitavam a comunicação dos Espíritos através dos médiuns.
Dentre eles se destacavam a cesta-pião, a mesa miniatura, as pranchetas e a cesta de bico.
A escrita obtida por esses instrumentos primários foi chamada mais tarde de "psicografia indirecta".
Após a fase primitiva, alguns experimentadores tiveram a ideia de substituir as cestinhas pela mão do próprio médium, o que deu origem à "psicografia directa" ou "psicografia manual", utilizada até os dias de hoje.

O valor da Psicografia
"De todas as formas de comunicação, a escrita manual é a mais simples, a mais cómoda e sobretudo a mais completa.
Todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque ela permite estabelecer relações tão permanentes e regulares com os Espíritos, como as que mantemos entre nós.
Tanto mais devemos usá-la, quanto é por ela que os Espíritos revelam melhora sua natureza e o grau de sua perfeição ou de sua inferioridade.
Pela facilidade com que podem exprimir-se, dão-nos a conhecer os seus pensamentos íntimos e assim nos permitem apreciá-los e julgá-los em seu justo valor.
Além disso, para o médium essa faculdade é a mais susceptível de se desenvolver pelo exercício" (LM, item 178).
Por conta da importância das mensagens escritas, Allan Kardec afirma em O Livro dos Médiuns, que todos os esforços devem ser feitos no sentido de desenvolvê-la.
Além disso, trata-se da mediunidade mais fácil de ser desenvolvida, pois que seu mecanismo de sintonia é facilitado pelo automatismo proveniente do processo de escrita.
Quando uma pessoa está escrevendo, a mente consciente busca as ideias no inconsciente, para ordená-las no fluxo criativo.
Como a influência espiritual se dá na camada inconsciente, isso facilita a sintonia com o Espírito comunicante.
Quando se trata de dar vida lógica e racional a um texto, é muito mais confortável escrever do que falar.
Por este motivo, os homens de destaque em nosso mundo preferem fazer seus discursos públicos por escrito.
A mensagem escrita tem maior valor do que a falada, pois ela pode ter seu conteúdo examinado de modo mais abrangente.
Por ela é possível sondar a intimidade dos pensamentos da entidade que se comunica, dando a eles um justo valor pelo conteúdo que encerram.
Os médiuns psicógrafos podem ser "Mecânicos", os "Intuitivos", os "Semi-mecânicos" e os "Inspirados".
Os médiuns mecânicos se caracterizam pelo facto de movimentar as mãos escrevendo sob a influência directa dos Espíritos, sem interferência da própria vontade.
Agem como máquinas a transmitir do invisível para o mundo material.
São raros.
No Brasil, destaca-se o trabalho de Francisco Cândido Xavier, em Uberaba, MG.
"Quando o Espírito age directamente sobre a mão, dá-lhe uma impulsão completamente independente da vontade do médium.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 10:00 am

Ela avança sem interrupção e contra a vontade do médium, enquanto o Espírito tiver alguma coisa a dizer, e pára quando ele o disser.
O que caracteriza o fenómeno, nesta circunstância, é que o médium não tem a menor consciência do que escreve.
A inconsciência absoluta, nesse caso, caracteriza os que chamamos de médiuns passivos ou mecânicos.
Esta faculdade é tanto mais valiosa quanto não pode deixar a menor dúvida sobre a independência do pensamento daquele que escreve" (LM, item 179)
Os médiuns intuitivos recebem as mensagens dos Espíritos desencarnados por meio da sintonia psíquica directa entre sua mente e a do comunicante.
Eles precisam compreender o pensamento sugerido, assimilá-lo, para depois transmiti-lo revestido com suas próprias ideias.
São muito comuns.
"O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como um intérprete.
Para transmitir o pensamento ele precisa compreendê-lo, de certa maneira assimilá-lo, a fim de traduzi-lo fielmente.
Esse pensamento, portanto, não é dele: nada mais faz do que passar através do seu cérebro.
É exactamente esse o papel do médium intuitivo" (LM, item 180).
Os médiuns semi-mecânicos são aqueles que sentem a mão ser movimentada, mas ao mesmo tempo têm consciência do que escrevem.
No primeiro caso, o pensamento vêm após a escrita; no segundo, antes da escrita, e no terceiro, junto com ela.Os médiuns semi-mecânicos são os mais numerosos.
"No médium puramente mecânico o movimento da mão é independente da vontade.
No médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo.
O médium semi-mecânico participa das duas condições.
Sente a mão impulsionada, sem que seja pela vontade, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.
No primeiro, o pensamento aparece após a escrita. no segundo, antes da escrita; no terceiro. ao mesmo tempo.
Estes últimos médiuns são os mais numerosos" (LM, item 181).
A última variedade de médiuns é a dos inspirados.
O Livro dos Médiuns nos informa que esse tipo de médium é uma variação dos médiuns intuitivos, com a diferença de que nos inspirados é muito mais difícil distinguirmos o pensamento do Espírito, daquele que é do médium.
A mediunidade inspirada é proveniente da mediunidade generalizada ou natural, que todas as pessoas possuem em maior ou menor grau.
"Todos os que recebem, no seu estado normal ou de êxtase, comunicações mentais estranhas às suas ideias, sem serem, como estas, preconcebidas, podem ser considerados médiuns inspirados.
Trata-se de um variedade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é bem menos sensível sendo mais difícil de distinguir no inspirado o pensamento próprio do que foi sugerido.
O que caracteriza este último é sobretudo a espontaneidade. (5)
Recebemos a inspiração dos Espíritos que nos influenciam para o bem ou para o mal.
Mas ela é principalmente a ajuda dos que desejam o nosso bem, e cujos conselhos rejeitamos com muita frequência.
Aplica-se a todas as circunstâncias da vida, nas resoluções que devemos tomar"(LM, item 182).

Quem pode ser médium psicógrafo?
Não há nenhum meio de diagnosticarmos a faculdade mediúnica a não ser o experimento.
Algumas pessoas confundem certos movimentos involuntários de braços e mãos, provocados por Espíritos obsessores, como sendo indícios de mediunidade psicográfica, o que têm levado algumas delas a sofrer graves decepções, escrevendo obras apócrifas.
A melhor maneira de sabermos se uma pessoa tem ou não capacidade para escrever sob a influência ostensiva dos Espíritos é submetê-la à experiência.
Antes, porém, de iniciarmos alguém no exercício da psicografia ou de qualquer outra mediunidade, convém que ele seja colocado no curso básico de iniciação espírita.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 10:00 am

É importante que o candidato a médium já tenha noções fundamentais acerca do que é o Espiritismo.
No Brasil, acostumou-se em demasia à mediunidade de psicofonia.
Talvez o motivo disso esteja ligado ao natural comodismo que cerca as actividades mediúnicas.
Entre nós não existe o salutar e necessário hábito de avaliar as comunicações, conforme instruía Kardec.
Os Espíritos manifestam-se e quase sempre não portam qualquer mensagem de significativo conteúdo filosófico ou doutrinário.
Comunicam-se, às vezes, simplesmente para dizer:
"Boa noite. Estou aqui para trazer paz e conforto!".
Este tipo de mensagem se repete por sessões seguidas, sem que o Espírito comunicante apresente qualquer ideia mais elevada.
Mas as pessoas se habituaram a isso e continuaram batendo na mesma tecla durante anos.
É cómodo e dá a impressão de que o médium está participando do trabalho mediúnico, quando na verdade não está produzindo nada de útil.
Allan Kardec recomendou que se desse preferência ao desenvolvimento da psicografia, mas infelizmente não foi ouvido.

Como começar
Não há qualquer mistério para se dar início ao trabalho de psicografia.
Basta que se tome um lápis e se coloque na posição de escrever.
De preferência, que este trabalho seja desenvolvido no centro espírita onde a pessoa frequenta.
O ambiente residencial nem sempre oferece as condições de recolhimento suficientes para esse tipo de trabalho.
Essas actividades mediúnicas devem ter uma regularidade, pois de outro modo não haverá o processo de aprendizado, seguido do aperfeiçoamento.
A seguir, vamos comentar algumas recomendações do Codificador, quanto ao exercício da psicografia, que precisam ser observadas pelos grupos mediúnicos, mormente quando estão iniciando.
Em primeiro lugar, é preciso se desembaraçar de tudo o que se constitua em impedimento para a movimentação das mãos.
A ponta do lápis deve manter-se apoiada no papel, mas sem oferecer resistência aos movimentos.
Mesmo a mão não deve se apoiar inteiramente no papel.
Para a escrita mediúnica é indiferente que se use caneta ou lápis, sendo livre a escolha.
Kardec recomenda que no início o treinamento seja realizado diariamente.
Porém, como temos hoje uma vida muito atribulada, convém que a frequência seja diminuída para um período de uma a duas vezes na semana.
O tempo de tentativa para se obter a escrita mediúnica psicográfica não deverá ultrapassar seis meses.
Depois dessa fase de experimentos, se a pessoa nada conseguir, ou se as mensagens vindas através dela não apresentar utilidade maior, convém abandonar o exercício da escrita e dedicar-se a outras tarefas na casa espírita.
Que a prece de abertura seja sempre feita em nome de Deus e dos bons Espíritos.
É bom que o médium em exercício comece seu trabalho dessa forma:
"Rogo a Deus todo poderoso permitir a um bom Espírito vir comunicar-se connosco, transmitindo-nos seus pensamentos.
Rogo também a meu anjo guardião que me assista e que afaste de mim os Espíritos mal intencionados".
A partir desse momento, aguarda-se que um Espírito se manifeste.
Nos médiuns intuitivos, surgem ideias bruscamente, que podem ser passadas para o papel com facilidade.
Nos semi-mecânicos, observa-se alguns pequenos movimentos involuntários das mãos, acompanhados ou não das ideias a serem transcritas.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 10:01 am

Há casos em que o Espírito desenha rabiscos sem sentido, ou escrevem palavras sem qualquer significado porém, tais coisas costumam cessar com o desenvolvimento progressivo da faculdade.
Com o tempo, aparecerão escritos mais consistentes e que poderão ser analisados dentro da razão e do bom senso.
Quando formular as primeiras perguntas aos Espíritos, que elas sejam feitas de forma simples, de modo que a entidade comunicante possa respondê-las com um Sim ou Não.
É importante que as perguntas sejam objectivas e respeitosas, demonstrando carinho ao Espírito que vem cuidar do exercício da faculdade.
À medida que progride a mediunidade, as respostas serão mais objetivas e completas.
Porém, sugere-se que esta prática seja feita depois de um certo tempo de treino, com cautela para que não seja porta aberta aos Espíritos brincalhões.
A reunião mediúnica de psicografia deverá ter o recolhimento necessário, atendendo todas as normas para o exercício da psicofonia, no que diz respeito à admissão de médiuns para a tarefa.
Normalmente, entre dez pessoas, três escrevem facilmente sob a influência espiritual.
O desenvolvimento em grupo é muito mais rápido do que o individual.
Isso acontece porque a corrente magnética formada pelas individualidades facilita as actividades mediúnicas e oferece aos Espíritos comunicantes uma grande variedade de elementos, apropriados ao sucesso do intento.
Que o iniciante seja informado que deve desenvolver o texto como uma espécie de redacção sobre um assunto que julgar útil e que lhe surgir na mente naquele momento.
Que ele não se preocupe tanto com a forma, nem com o que está escrevendo.
O conteúdo dos trabalhos será examinado e revisado mais tarde pelo médium e pelo responsável da sessão.
A publicação de mensagens precisa de cuidados extras.
Só se publicará textos, seja em forma de mensagens ou livros, quando eles forem considerados idôneos e úteis às pessoas em geral.
A ortografia deverá ser corrigida, de modo que fique inteligível, cuidando-se, no entanto, para que não sejam modificados os pensamentos do Espírito.
É importante recordar que na fase primária de exercícios, os Espíritos comunicantes são de uma ordem menos elevada.
Portanto, não se deve pedir a eles que dêem qualquer tipo de informação que não esteja a seu alcance. Todo Espírito que nas comunicações de iniciantes se enfeite com nome venerado é de origem suspeita.
O capítulo XVII de O Livro dos Médiuns deverá ser estudado minuciosamente para se evitar o domínio dos maus Espíritos nas sessões de iniciação.
Importante observar que todo aquele que inicia seu treinamento de escrita com o preconcebido conceito de que tem uma missão nessa área ou então de que os Espíritos vão dirigir sua mão para escrever, terá grande possibilidade de ter sua tarefa fracassada, quer seja pela não evolução do processo, quer seja pela contaminação por Espíritos malfazejos e mentirosos.
Os bons Espíritos agirão no campo mental do médium e levarão em conta sua boa disposição em servir, aliada à sua condição de moralidade.
Dedicação, sinceridade, humildade, altruísmo e acima de tudo amor ao trabalho de Jesus são as marcas.

Conselhos kardequianos
Nos casos de mediunidade semi-mecânica ou intuitiva, o médium tem consciência do que escreve.
A princípio, é levado naturalmente a duvidar de sua faculdade.
Não sabe se a escrita é dele ou do Espírito que comunica.
Mas ele não deve absolutamente inquietar-se com isso e deve prosseguir, apesar da dúvida.
Observando seus escritos, vai notar que muitas ideias que estão neles, não são suas.
Com o tempo, ganhará confiança e a mediunidade triunfará.
Nas primeiras sessões, quando o médium hesitar frente a um pensamento, sem saber se é dele ou do Espírito, ele deverá escrevê-lo.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 10:01 am

A experiência mais tarde lhe ensinará a fazer a distinção. Há situações em que é desnecessário saber se o pensamento é do médium ou do Espírito.
Desde que produza boas obras, que é o que importa, deve agradecer seu guia oculto, que lhe sugerirá outras idéias.
Os médiuns novatos, durante sua fase de aprendizado, não podem dispensar a assistência de dirigentes ou médiuns mais experientes.
Espíritos inferiores costumam armar ciladas para prejudicar o desenvolvimento das faculdades mediúnicas dos interessados.
Um médium presunçoso não demorará muito a ser enganado por entidades mentirosas que, no começo da tarefa mediúnica, costumam ficar à sua volta.
Uma vez desenvolvida a faculdade mediúnica, aconselha-se que o médium não abuse dela.
Que discipline seu trabalho e que ele seja sustentado pela ação no serviço ao próximo, pelo estudo, pela meditação e por preces constantes.
A psicografia, assim como outras formas de prática mediúnica, deve ser utilizada somente em momentos oportunos e nunca por simples curiosidade ou interesse particular.
O entusiasmo que toma conta de alguns novatos pode levá-los a ficar sob a influência de Espíritos mistificadores.
É conveniente que o médium ou a equipe de médiuns tenham dias e horários especificados para realizar seus trabalhos mediúnicos.
Isso facilitará o recolhimento e proporcionará aos Espíritos comunicantes melhores disposições para as manifestações.
As mensagens destinadas ao grupo ou que sejam de interesse geral devem ser divulgadas para que os ensinamentos dos Espíritos tornem-se conhecidos.
Os Espíritos amigos costumam afastar-se dos médiuns que não revelam as lições por eles transmitidas e os deixam entregues a entidades mistificadoras.

Texto de Allan Kardec - Revista Espírita, abril, 1864
"Sabe-se que os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda a verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens; que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que crêem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas ideias como verdades; enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrenos.
Mas sabe-se, também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulos em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias.
Disso resulta que, para tudo o quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um carácter individual, sem autenticidade; que devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou qual Espírito, e que seria imprudente aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas".
"O primeiro controle é, sem contradita, o da razão, ao qual é necessário submeter, sem excepção, tudo o que vem dos Espíritos.
Toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa, e com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada".

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Destino ou livre-arbítrio?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 7:50 pm

por Maria de Lurdes Duarte

Fui, recentemente, ao assistir a uma conversa entre familiares, posta perante esta dicotomia destino / livre-arbítrio, que deu origem a uma interessante discussão, envolvendo vários membros da família, cada um contribuindo com valiosos argumentos contra ou a favor de cada uma das posições defendidas.
Este tema de conversa forneceu-me matéria para uma oportuna reflexão, tendo como base os conhecimentos que o Espiritismo coloca ao alcance de quem busca orientação segura que proporcione uma verdadeira fé raciocinada.
Comecemos, então, por reflectir sobre os verdadeiros objectivos da nossa existência terrena.
Ou, melhor ainda, comecemos pela seguinte questão:
terá, realmente, a nossa existência, um objectivo predefinido ou será uma simples obra do acaso?
Partindo do princípio básico, largamente aceito, quer pela ciência quer pela nossa própria razão, de que no Universo “Todo o efeito tem uma causa”, somos forçados a concluir que também a nossa presença na Terra tem de ter uma causa.
A esse respeito, importa termos bem presentes que, segundo a definição dada pelos Espíritos a Kardec, nós, Espíritos, somos “os seres inteligentes da Criação” e fomos criados simples e ignorantes com destino a, pelo esforço próprio, degrau a degrau, subirmos a escada do progresso até atingirmos a perfeição.
Entendamos por perfeição o estado de equilíbrio entre moral e conhecimento, num grau de tal modo sublimado que todo o nosso tempo, empenho e saber sejam empregados na prática do Bem e na cooperação total com os desígnios de Deus, perfeitamente ajustados a Suas sábias Leis.
Dizem-nos os Espíritos que “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento.
Deu a cada um deles uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar dele.
A felicidade eterna e sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfeição.
Os Espíritos adquirem o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe”
(O Livro dos Espíritos, Livro segundo, VI - Escala Espírita, Progressão dos Espíritos, 114.).
De resto, é o próprio Cristo quem nos aponta a perfeição como meta: “Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai Celestial é perfeito.
(Mateus, V: 44-48; O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, Sede Perfeitos.)
Perante isto, não podem restar dúvidas de que cada vinda nossa a este mundo, ou a qualquer outro mundo material, visando a objectivos muito concretos, tem de ser rigorosamente pensada e programada, de modo a que dê frutos.
Se assim não fosse, seria como imaginarmos empreender uma grande viagem, perfeitamente ao acaso, sem planeamento, ou imaginar um curso escolar que não obedecesse a qualquer currículo ou programação.
A Terra, para nós, é um lugar de aprendizagem, uma escola abençoada, onde aprendemos e pomos em prática.
Como em qualquer escola, quem se empenha e trabalha com dedicação vai, progressivamente, ingressando em níveis superiores, até atingir o máximo que ela permite.
Após isso, quando provar estar preparado, passará para outra escola, de cariz universitário, para novas e sempre mais exigentes aprendizagens.
Por outro lado, quem não se dedica, quem teima em encarar a escola como um vulgar passatempo, lugar de divertimento, quem empata o seu tempo de forma inútil e fútil, muitas vezes acumulando problemas para si e para os outros, não terá tão cedo condições para avançar nos degraus dos diversos níveis que a escola proporciona, e, muito menos, de avançar para escolas de níveis superiores.
Ver-se-á na contingência de ficar retido as vezes que forem necessárias, afastando-se, inclusive, do seu grupo de amigos, repetindo experiências até que a sua consciência o alerte para a importância de encarar as oportunidades com mais seriedade e responsabilidade.
Podemos dizer que a obrigatoriedade de estudar, trabalhar, esforçar-se são fatalidades.
Não se lhes pode fugir.
São também fatalidades a exigência de só avançar nos diversos níveis quem tem condições para tal, bem como a exigência de retenção e de repetição de experiências como oportunidades de progresso (reencarnações).
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jul 20, 2018 7:50 pm

Mas o modo como cada um encara as suas obrigações escolares/experiências terrenas é pessoal, ou seja, é o livre-arbítrio em pleno funcionamento.
E, precisamente por isso, no exercício do nosso livre-arbítrio, principalmente nos primeiros estágios da nossa caminhada evolutiva, nem sempre avançamos sem desvios, de consequências mais ou menos funestas.
Na busca do Bem, que é o nosso destino, até que nos ajustemos às Leis Divinas, vamos cometendo erros de que, libertos da nossa condição material, ao regressarmos à Pátria Espiritual, nos vão levando ao arrependimento, mais ou menos rápido e sincero conforme o estado da nossa consciência, o que equivale a dizer, conforme o grau evolutivo em que nos situamos.
É aí que surge em nós a ânsia de expiação, pela dor ou pelo amor, não porque Deus exija de nós o resgate como forma de castigo, mas, antes, porque reconhecemos ser a única forma de nos libertarmos dos males que nos pesam e entravam o prosseguimento da marcha rumo à felicidade.
Voltar à Terra não é um castigo, mas é, convenhamos, uma fatalidade, porque se insere dentro das leis de Deus que são imutáveis.
Mas não podemos voltar de qualquer maneira. Para que os objectivos sejam atingidos, muita coisa tem de ser planeada com cuidado, desde a escolha da família que nos acolhe (onde vamos encontrar, na maioria das vezes os desafectos com que temos de saldar dívidas, mas também os afectos que nos ampararão e fortalecerão para ajudar a evitar novas quedas) ao corpo, templo abençoado do Espírito, que nos proporcionará as situações de saúde/doença, conforme o que mais convenha às necessidades evolutivas, às provas pelas quais teremos de passar, à forma como se dará o desencarne/regresso ao Mundo Espiritual…
No entanto, nem aqui se dará violação da nossa liberdade, uma vez que toda a programação é feita com o nosso conhecimento e intervenção (salvo as excepções impostas por extrema falta de condições do Espírito reencarnante, como é o caso das reencarnações compulsivas) e, só após intensa preparação do Espírito, ele empreenderá essa importante jornada de regresso ao mundo material.
Talvez, àquilo que vulgarmente chamamos destino, seja mais adequado chamar programação de vida.
Não deixa de ser verdade que o destino está nas nossas mãos, se pensarmos que apenas está a cumprir-se aquilo que nós mesmos planeamos.
E que aquilo que encaramos como fatalidades, nada mais é do que grandes oportunidades, fruto da Justiça, mas também do infinito Amor e Misericórdia do Pai.
É, no entanto, errado pensar que, forçosamente, toda a nossa caminhada tem de ser pontuada exclusivamente pela dor e pelo sofrimento.
Se é verdade que continuamos num mundo de provas e expiações, porque ainda não temos condições de acesso a outro mais feliz, é também verdade que Pedro nos disse que “O amor cobre uma multidão de pecados”.
Dois caminhos nos são oferecidos: o amor e a dor.
Temos o livre-arbítrio. Cabe-nos escolher.
Não esqueçamos: a sementeira é livre.
A colheita é obrigatória.
Cabe-nos a escolha de como empregamos o nosso tempo.
Se podemos semear o Bem, por que escolher continuar presos a dívidas e resgates que nos prendem por tempo indeterminado a colheitas dolorosas?
Somos Espíritos eternos e ser felizes é o nosso destino.
Mas, precisamente, pelo respeito ao nosso livre-arbítrio, Deus espera-nos, dependendo, apenas de nós, chegar mais depressa ou com mais demora.

Maria de Lurdes Duarte reside em Alvarenga, Arouca, Portugal.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Exorcismos, ah! Exorcismos!

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2018 11:02 am

O Vaticano acaba de abrir as portas para seu curso anual de exorcismo em meio a uma demanda crescente de comunidades católicas ao redor do mundo.
Cerca de 250 padres, vindos de 50 países, chegaram a Roma para, entre outras coisas, aprender a identificar uma "possessão demoníaca", ouvir testemunhos de colegas e conhecer os rituais para a expulsão de “demónios".
Em 2017, o papa Francisco disse a clérigos que eles "não deveriam hesitar" em encaminhar casos para exorcistas ao notarem "distúrbios espirituais genuínos".
Em 1999, a Igreja Católica fez a primeira grande actualização nas regras sobre exorcismo desde 1614, distinguindo a possessão demoníaca de doenças físicas e psicológicas. [1]
Em geral, o padre, pratica o ritual usando uma túnica branca de renda chamada sobrepeliz com uma estola roxa.
A pessoa possuída pode ser atada, e água benta deve ser usada.
O padre faz o sinal da cruz várias vezes em frente à pessoa ao longo do procedimento.
O padre convoca santos, reza e lê trechos da Bíblia nos quais Jesus expulsa demónios de pessoas.
Em nome de Jesus, ele pede ao demónio que se renda a Deus e vá embora, tantas vezes quanto necessário.
“Assim que o padre se convence de que o exorcismo funcionou, ele reza a Deus para que impeça o espírito maligno de importunar a pessoa afectada novamente, e que, em vez disso, a "bondade e paz do nosso Senhor Jesus Cristo" se apossem dela.” [2]
O jornal Correio Braziliense [3] publicou em 03 de julho de 2014 que o Vaticano reconheceu juridicamente a Associação Internacional de Exorcistas (AIE).
A notícia foi espalhada pelo jornal L'Osservatore Romano, confirmando que a Congregação para o Clero aprovou os estatutos da associação através de um decreto.
O ritual do “exorcismo” foi restaurado pelo papa João Paulo II, “quando a Igreja católica decidiu, depois de quase 400 anos, revisar o texto anterior de 1614 , devido às mudanças realizadas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e aos avanços da ciência no campo da mente.[4]
Será que existem fundamentos coerentes a prática do exorcismo?
Consta que no ritual da Igreja romana tão-somente os bispos podem autorizar um sacerdote a fazer “exorcismos”.
Segundo relatos, no esconjuro, os "demos" respondem com mentiras às indagações do “exorcista” sobre a identidade e/ou os motivos da subjugação.
Amparados no bramido beneditino “vade retro satanás!” os exorcistas exortam os espíritos satânicos a saírem do corpo dos possessos, valendo-se igualmente da invocação do nome de Deus, de Cristo e todos os anjos.
Ao fim das extenuantes algazarras e invocações, sempre sob o arrimo da “reza brava”, o resultado poderá aparecer de forma ligeira , sem sustento duradouro.
Os espíritas compreendem que os tais “demónios”, “capetas”, “coisa-ruim”, “lúcifer”, “diabo”, “satanás”, “satã”, “cão”, “demo”, “besta” etc. no senso comum, não são seres votados por Deus à prática do mal, e sim seres humanos desencarnados que se desequilibraram em atitudes infelizes perante a vida.
“Na raiz do problema encontramos a necessidade de considerar os chamados “espíritos das trevas” [demónios] por irmãos verdadeiros, requisitando compreensão e auxílio, a fim de se remanejarem do desajuste para o reequilíbrio neles mesmos.” [5]
Se o célebre “exorcismo”, aplicado consoante os rituais das igrejas não funciona , como tratar o processo de subjugação espiritual?
Ora, a maioria dos Centros Espíritas dispõe de trabalhos de desobsessão.
Embora saibamos que a tarefa de tratamento espiritual não é simples , pois muitas vezes obsedado e obsessor comungam um mesmo estado mental, dificultando a identificação de quem é vítima de quem.
Há trabalhos de “desobsessão”, conforme garantem os incautos , que são mais “fortes” e “imediatos”, contudo infelizmente nesses estranhíssimos “tratamentos espirituais” são fixados apenas um imperativo urgente, o afastamento rápido do obsessor.
Mas será que esse instantâneo banimento espiritual é possível?
Ora, “como rebentar, de um instante para outro, algemas [mentais] seculares forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum?”[6]
Portanto, são inteiramente inúteis as fórmulas e rituais exteriores para “exorcismos”, o que importa é a autoridade moral do doutrinador.
Nesse sentido, a técnica da conversação [doutrinação] com os perseguidores do além estabelece uma das grandes contribuições do Espiritismo para a melhora das relações entre encarnados e desencarnados.
Em face disso as reuniões de desobsessão bem orientadas são de grandiosa força revolucionária, por disseminar nas suas sessões o convite amorável do Mestre sobre o amor e o perdão.

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:
[1] Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/geral-43819104 acessado em 04 de maio de 2018
[2] Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/geral-43819104 acessado em 04 de maio de 2018
[3] Disponível em http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/07/03/i...
[4] Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/japonesa-morre-apos-beber... acesso 18/07/2014
[5] XAVIER Francisco Cândido. Caminhos de Volta, ditado por espíritos diversos, SP: edição GEEM, 1980
[6] XAVIER, F. C. Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1970.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Suicídio, um acto equivocado e inútil

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 21, 2018 7:33 pm

Um importante jornal de São Paulo publicou uma matéria que tem ganhado grande repercussão nas redes sociais, acerca do aumento vertiginoso de casos de suicídio cometido por jovens pertencentes às diversas camadas da sociedade.
É evidente que são inúmeros os factores que podem levar alguém ao suicídio, e não podemos também descartar, como elemento importante, as enfermidades e as influências espirituais de carácter obsessivo.
O suicídio não é fenómeno recente na sociedade terrena, tanto que, ao compor sua principal obra espírita, em meados do século 19, Kardec dedicou ao assunto 16 questões, as quais, se não esgotam as complexidades do tema, oferecem-nos informações importantes que nos permitem entendê-lo.
Motivos relevantes existem, sem dúvida, capazes de levar uma pessoa ao desespero e daí à ideia suicida.
A ruína financeira, a tragédia que vitima de uma só vez toda a família da pessoa, a enfermidade dolorosa sem perspectiva de cura, um abalo psicológico profundo, a depressão, o estado de perturbação que leva o indivíduo ao total desequilíbrio...
Ocorre que existem situações em que nenhum motivo aparente ou real existe.
Como então explicar, em tais casos, a fuga à vida?
Kardec não iria, evidentemente, ignorar o assunto e, por isso, apresentou aos instrutores desencarnados a seguinte pergunta:
- Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?
Eles responderam:
“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.
Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente.
Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
(O Livro dos Espíritos, questão 943.)
Do sentimento de desgosto da vida nem sempre, evidentemente, surgirá para o indivíduo a ideia de matar-se.
Quando essa hipótese se dá, existe certamente presente no caso um outro factor desencadeante, como mostram relatos feitos por indivíduos que passaram ao mundo espiritual pela via do suicídio.
Em sua obra intitulada O Céu e o Inferno, publicada originalmente no ano de 1865, Kardec apresenta-nos nove casos.
Ei-los listados em seguida, juntamente com os motivos alegados:
1 - O Suicida da Samaritana.
Um homem de 50 anos degolou-se com uma navalha, porque se sentia desprezado no seio da própria família.
2 - O Pai e o Conscrito.
Um negociante de Paris suicidou-se para isentar seu filho único de servir ao Exército assim que se iniciou a guerra da Itália.
3 - François Simon-Louvet.
Um pobre infeliz, vencido pelo desgosto de uma vida de misérias, atirou-se da Torre Francisco I, despedaçando-se nas pedras.
4 - A mãe de Benjamin C.
Não suportando a perda de seu filho mais velho, falecido aos 21 anos de idade, sua mãe enforcou-se num celeiro.
5 - Dois amantes suicidas.
Casada com a pessoa errada por deferência a seus pais, a jovem Palmira uniu-se no suicídio, quatro anos após o seu casamento, ao seu antigo namorado, então casado com outra, explicando que se mataram para não prevaricarem.
6 - O sapateiro Luís G. Repelido pela noiva, Luís G. matou-se à porta de sua pretendida, às vésperas do casamento dela.
7 - O ateu. O sr. M.J.B.D., ateu e materialista, suicidou-se por causa do tédio de uma vida sem esperança.
8 – Feliciano. Homem rico, instruído, honrado e dotado ainda da aptidão pela poesia, havendo comprometido sua fortuna e não podendo repará-la, devido à sua idade avançada, decidiu enforcar-se.
9 - António Bell.
Caixa de uma casa bancária do Canadá, ele suicidou-se após um longo processo obsessivo durante o qual perdia o sono, lamentava-se, batia no peito e via cena de um crime por ele cometido em vida anterior.
(O Céu e o Inferno, 2a parte, cap. V.)
Desprezo, desgosto, desespero, tédio, desesperança, obsessão – eis os motivos presentes nos casos, tão diversificados quanto são as suas consequências, como os instrutores disseram a Kardec em resposta à pergunta por ele formulada:
- Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
Eis a resposta dada pelos imortais:
“Muito diversas são as consequências do suicídio.
Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram.
Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento.
Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias.
Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
(O Livro dos Espíritos, questão 957.)
Desapontamento sempre e dificuldades de toda ordem – eis o que aguarda aquele que foge à luta, sejam quais forem seus motivos

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty O Espiritismo responde

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2018 10:01 am

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Em mensagem publicada na secção de Cartas desta edição, a leitora Carmen Lorenzo escreveu-nos:
A cromo-terapia é utilizada em alguns centros espíritas, mas na maioria deles não.
Alega-se que as uniões regionais espíritas e as próprias federações espíritas não a recomendam.
Há algum motivo para isso?

Há, sim, motivo para essa restrição.
A cromo-terapia é uma terapia baseada na utilização das cores e vem sendo utilizada pelo homem há muitos séculos.
Não há dúvida de que as pessoas podem obter, e certamente obtêm, resultados excelentes com essa técnica, mas não se trata de uma técnica espírita, pois sabemos que a única técnica sugerida nas obras de Kardec e nas obras subsidiárias da Doutrina Espírita, presente nas actividades espíritas desde o seu advento, é a fluido-terapia, em suas diferentes modalidades: o passe, a radiação, a cura espiritual, a água magnetizada.
Cromo-terapia, florais de Bach, cristal-terapia, pirâmides e outras técnicas alternativas, ainda que não se coloque em dúvida sua eficácia, não devem ser incorporadas à prática dos centros espíritas, porque falta para isso fundamentação doutrinária, motivo pelo qual diversas federativas estaduais, a exemplo da Federação Espírita do Paraná, não as recomendam aos centros filiados.
Como sabemos, além de estranhas à obra kardequiana, são estranhas também a Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, José Herculano Pires e demais autores que se têm manifestado sobre os processos terapêuticos próprios do Espiritismo, o que não significa que essas terapias não tenham validade.
Significa apenas que, não sendo técnicas espíritas, não há por que adoptá-las nos Centros Espíritas que buscam orientar-se pela doutrina exposta na obra de Kardec, Denis, Delanne e demais autores de idêntica credibilidade.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty A mão, o olho e o pensamento!

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 22, 2018 8:42 pm

por Bruno Abreu

Na maioria dos crentes, independentemente da religião, sonham por um paraíso futuro após desencarne.
Buscam através da oração, como é conhecida (conversa com Deus), melhorarem-se, pedindo perdão e ajuda em suas tarefas.
A sugestão do Mestre que nos foi trazida através do Novo Evangelho acerca da oração são três conselhos:
- Recolhe-te aos teus aposentos e em silêncio ora.
- Diz poucas palavras.
- Pede força e coragem.
Nestes três conselhos, podemos perceber que as palavras não são de grande importância, pois tal como na continuação do segundo conselho, Deus que tudo sabe, sabe o que necessitamos mesmo antes de nós sabermos.
O excesso de palavras tem em nós uma força magnética possante, variando conforme nossos profundos desejos terrenos, deixando-nos em uma bolsa mental auto-hipnótica dentro da fronteira da consciência vivente terrena.
Mesmo quando oramos, na maioria das vezes pedimos “perdão para mim”, ”ajuda-me a fazer”, “melhora o meu ser” etc.. Eu… mim… meu... etc., fortalecendo a imagem do eu ou do Ego, alicerçando esta força individual e divisória.
Ao buscarmos amparar quem necessita em nossas acções, teremos presente conosco a melhor das orações, segundo a Madre Teresa.
Com este ato altruísta, somos levados ao esquecimento do “eu” e libertamo-nos temporariamente da força que nos tem mantido estagnados na via do progresso moral.
O “eu”, criação mental através do pensamento, é a mãe dos defeitos terrenos, como o egoísmo e orgulho, que só existem quando vemos a vida através desta forma individualizada de viver.
Isto pode-nos parecer estranho porque não concebemos outra forma de viver senão com o “eu”, nem sei se será possível. Os iluminados que passaram na Terra dizem-nos que o sentido da vida é a libertação do jugo do Ego e a anulação deste, a vivência como um ser total, unos com o universo, onde a caridade é ferramenta indispensável por nos levar a esquecer um pouco de nós próprios.
Não consigo conceber uma vivência sem o “eu”, mas, em contrapartida, consigo visualizar a importância desmedida que damos a este ser terreno que todos criamos e montamos através do pensamento.
Jesus Cristo, em determinado momento, disse-nos:
“Mas, quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita; para que a vossa esmola fique escondida, e vosso Pai, que vê o que fazeis em segredo, vos recompensará”. (Mateus, VI: 1 a 4.)
O que será que quis dizer com a mão esquerda não saber o que a outra fez, uma vez que as duas mãos são minhas?
Atrás ele já nos tinha alertado para não mostrar aos outros tocando a trombeta, mas é mais profundo, como se nos dissesse para escondermos de nós próprios, ou, neste caso, do “eu” próprio.
Quando dou uma esmola devo ficar feliz por mim ou triste pelo outro?
Não seria melhor se o nosso irmão que necessita não precisasse dela?
Deveria ficar feliz por cada pessoa que eu passasse e não precisasse de minha esmola, mas, aquele irmão que precisa, e amanhã continuará a precisar e eu já não passarei por ele, deveria ser motivo de tristeza.
Na realidade isto acontece quando nos toca no coração profundamente, tal como o ver uma criança em mau estado; nós não conseguimos pensar em nós, apenas naquela pobre criança, e aí não sentimos a satisfação da dádiva, apenas a compaixão com aquele infeliz ser.
No primeiro caso, após dar, sinto uma satisfação por ter sido “bom”, por ter ofertado algo que o outro precisava.
De onde nasce essa satisfação senão do fortalecimento do Ego?
Fui uma boa pessoa, “Eu” pude ajudar o outro. Será que inconscientemente teremos “orgulho” de nosso acto que nos leva a caminho do “paraíso”?
Se eu não dissesse nada a mim mesmo, através do pensamento mudaria o acto?
Talvez esta seja a mão esquerda que Jesus nos falou, uma mão interna que à semelhança do “olho que é motivo de escândalo e devemos arrancá-lo”, é moral e vive em nosso ser.
Jesus fala-nos, sabiamente em seus conselhos, para abandonarmos a importância do Ego, esquecermos o eu, e vivermos para o Universo em nossas acções.
Penso que o que nos quer dizer é para não voltarmos tanto o pensamento a nós, não vivermos a partir de um ponto isolado da individualidade criada mentalmente, e que nos leva aos conflitos com os outros.
Será que nós necessitamos constantemente de colocar em nossos pensamentos este ser egocentrista para funcionar no dia a dia?
Ou poderei eu agir em silêncio mental sem a influência da imagem do eu?
Apenas agir… sem benefícios mentais criados pelo pensamento…

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Sobre a educação dos sentimentos

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 23, 2018 8:44 pm

Quando se fala em Educação, nossa primeira ideia refere-se a aspectos de ordem cognitiva (ensinar a falar, a escrever, a contar), ou de hábitos (escovar os dentes, tomar banho, ter uma boa postura, cumprimentar as pessoas).
Normalmente a educação dos sentimentos aparece em último lugar.
Talvez por ser a mais difícil…
Kardec, na pergunta 917 do Livro dos Espíritos, já dizia que “quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los.” ¹
Talvez pudéssemos partir desse princípio, buscando analogias que possam nos ajudar a entender melhor a questão dos sentimentos.
Hoje, quando se ensina a criança a escrever, por exemplo, procura-se sempre partir daquilo que ela já traz ou conhece sobre a escrita, mesmo que as hipóteses que ela tenha não se confirmem na prática.
A partir do que ela já sabe, ela vai comparando com o novo, transformando aquilo que não dá certo, construindo sua própria escrita.
Também os sentimentos já existem, de alguma forma, nas crianças.
Muitas delas apresentam emoções que supomos inferiores.
Buscamos aqui a contribuição de Vigotski, teórico soviético que muito contribuiu para a reflexão sobre a educação:
“As emoções não podem ser inaceitáveis nem indesejáveis ao pedagogo.
Ao contrário, ele deve sempre partir das chamadas sensações inferiores e egoístas como sensações primárias, basilares e fortes e já com base nelas lançar o fundamento da estrutura do indivíduo.
(…) a educação dos sentimentos sempre é essencialmente uma reeducação desses sentimentos.” ²
Mudamos para a posição de encarar aquelas emoções indesejáveis como um desafio, buscar encontrar formas de possibilitar que ocorra a transformação dos sentimentos em nossos educandos.
Compreender esses sentimentos que a princípio nos parecem totalmente ruins, buscando neles próprios elementos para sua transformação.
O egoísmo ferrenho transformando-se no cuidado necessário consigo mesmo e com suas coisas; o orgulho transformando-se em segurança e fé na sua própria capacidade; a insegurança e dúvida na humildade…
São grandes passos para tal transformação, e como ninguém é uma folha em branco, todos têm por onde começar a querer mudar, transformar e aprender a lidar melhor com os próprios sentimentos.
Inclusive o próprio educador, consigo próprio!
Transformar pode ser menos traumático do que arrancar um sentimento, sem ter nada para colocar no lugar…
Numa passagem belíssima do livro Boa Nova, Jesus fala à Joana de Cusa:
“Por que motivo Deus não impõe a sua verdade e o seu amor aos tiranos da Terra?
Por que não fulmina com um raio o conquistador desalmado que espalha a miséria e a destruição, com as forças sinistras da guerra?
A sabedoria celeste não extermina as paixões: transforma-as.” ³
Kardec, também no Livro dos Espíritos, comentando a questão 908, explica que “Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou uma necessidade da Natureza.
O princípio das paixões não é portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência.
A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa.” ¹
Portanto, entendendo nossos educandos (filhos, evangelizandos, alunos…), bem como a nós mesmos, como seres em evolução, reconhecendo que estamos todos caminhando, um olhar atento para estas emoções pode representar mais do que um reconhecimento triste de que somos imperfeitos: pode significar um plano de trabalho de reforma interior.

Referências Bibliográficas:
1 - Allan Kardec, O livro dos Espíritos.
2 - Vigotski, L.S. Psicologia Pedagógica, SP: Martins Fontes, 2001, pág. 141
3 - Humberto de Campos, Psicografado por Francisco Cândido Xavier, Boa Nova, RJ: FEB, 1977, pág. 101
Fonte: Verdade e Luz, edição 212 . Setembro de 2003

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Analfabetismo Funcional no Espiritismo

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2018 8:51 am

Pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a ONG Acção Educativa, divulgou o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional de 2012.
Os dados revelam que 38% dos alunos de instituições de ensino superior no Brasil são analfabetos funcionais.*
A expressão toma o substantivo “analfabeto” como aquele indivíduo que não sabe ler e escrever.
Associando-se o adjectivo “funcional”, constrói-se o entendimento de que o “analfabeto funcional” é a pessoa que consegue ler e escrever, porém não é capaz de compreender o que lê e escreve.
Ela decifra letras, sílabas e palavras, mas não consegue interpretá-los ou entender seus significados.
Os conceitos apresentados no texto não são alcançados pelo leitor.
Ao importar a interessante expressão ao contexto espírita, cumpre-nos averiguar se também não estamos diante de outra triste realidade:
uma crise de “analfabetismo funcional no Espiritismo”.
Aqui, não nos referimos à inteligência formal, pois o próprio Codificador alertou em O evangelho segundo o espiritismo, que para entender o Espiritismo não era necessária inteligência fora do comum.
É fato: observamos pessoas que não tiveram oportunidade de frequentar a escola e compreendem os princípios doutrinários com uma maturidade espiritual admirável.
Prova de que o Espiritismo é dirigido aos simples e aos mais exigentes em termos de conhecimentos, tornando-se acessível a todos, sem preconceitos ou exigências exteriores.
Importa compreender, por oportuno, que a falta de informação sobre os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, proveniente da ausência de estudo ou do senso de maturidade para compreendê-la, poderia se caracterizar pelo que denominamos de “analfabetismo funcional no Espiritismo”.
Essa situação ou estado advém, principalmente, do desconhecimento das obras básicas codificadas por Allan Kardec e também pelas interpretações apressadas e equivocadas dos ensinos dos Espíritos reveladores e da sábia organização kardequiana sobre a obra basilar espírita e suas subsidiárias.
Os males que esse estado peculiar de analfabetismo pode provocar são avassaladores, dentre os quais, destacam-se:
– desconhecimento dos princípios básicos do Espiritismo;
– interpretações equivocadas dos ensinos espíritas;
– confusão entre o que é e o que não é Doutrina Espírita;
– inclusão de práticas esdrúxulas na Casa espírita;
– publicação de livros e periódicos, ditos espíritas, com inserção de conteúdos alheios e contrários ao Espiritismo.
Como evitar o “analfabetismo funcional no Espiritismo”?
O estudo individual e em grupo é essencial para o exacto entendimento da Mensagem de Jesus à luz da Doutrina Espírita.
A leitura e reflexão sobre os conteúdos da Codificação são indispensáveis à correcta interpretação e prática do Espiritismo.
Ler, estudar e reflectir – para bem pensar, sentir e viver os elevados ensinos da Terceira Revelação no Ocidente – são valiosos recursos de ampliação do entendimento espiritual e de conquista da plenitude na prática do Bem.
A definitiva implantação do Reino divino na Terra inicia-se no coração de cada um de nós pela inconfundível linguagem do Amor, bandeira sob a qual todos os povos estarão congregados no pleno exercício da solidariedade universal.

* Esses dados continuam actuais em 2018
Geraldo Campetti Sobrinho

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Tristeza, vazio existencial e estratégias de superação

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2018 8:42 pm

“Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida?” (1)
A mim muito impressiona, cada vez que releio uma página, a actualidade das obras fundamentais do Espiritismo.
São actuais quanto ao seu conteúdo porque a leitura pode revelar conceitos de uma profundidade filosófica e psicológica que vão ao encontro dos conflitos existenciais de nossos dias, apesar de transcorrido tanto tempo de sua publicação.
Um exemplo do que me refiro acima está na mensagem “A melancolia”, publicada por Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo, no item 25 de seu capítulo quinto.
Nessa obra em que o mestre se dedica a apresentar um estudo do Evangelho de Jesus numa leitura mais espiritual do que as religiões tradicionais vinham apresentando, notadamente com a chave do ensino dos Espíritos Superiores, destaca-se essa página psicológica a respeito da qual me proponho meditar aqui.

A melancolia segundo os Espíritos
O Espírito François de Genève, em uma página ditada provavelmente em um grupo espírita bordelense, se dedica a caracterizar a melancolia delineando as marcas que deixa na alma e sua causa espiritual, e apresenta também estratégias de superação desse sentimento, concitando o seu portador ao uso enérgico da vontade para escapar do estado de prostração que a melancolia deixa naquele que a cultiva.
Em síntese, o autor espiritual caracteriza a melancolia como um sentimento de tristeza que se apodera do coração levando o indivíduo a identificar a vida com amargor.
Em se demorando nessa postura sombria, pode-se cair na apatia, lassidão e profundo abatimento sob o domínio da alma triste.
Nessa condição, julgamo-nos por demais infelizes.
Contudo, o Espírito, autor do texto, não deixa de considerar que a aspiração por liberdade é comum no Espírito reencarnado.
As condições existenciais concretas em que vivemos nos fazem desejar, inconscientemente, o gozo da liberdade espiritual – experimentada muitas vezes nas actividades de emancipação da alma –, na ânsia de afastarmo-nos dos problemas que enfrentamos, nada obstante, o facto de que estes não passem de provas e expiações no roteiro do nosso progresso espiritual, como depreendemos na Filosofia Espírita.
As provas consistem nas lutas enfrentadas na vida corporal que são necessárias ao desenvolvimento do Espírito em inteligência e moralidade.
Por sua vez, as expiações consistem em experiências mais exigentes nascidas em atitudes tomadas em desacordo com as Divinas Leis. Desse modo, diante da “opressão” dos desafios da vida corpórea nos sentimos abafados em nossas possibilidades e a realidade extra-física pode parecer mais atractiva por força do que a respeito dela trazemos nos arcanos do inconsciente.
Certamente que uma demorada reflexão acerca de si mesmo permite ao indivíduo perceber que a grande génese de seus conflitos está no seu planeta interno e ele os conduz em qualquer dimensão da vida, a morte não elimina as dores da alma.
Allan Kardec, como pioneiro dos estudos psicológicos a luz da Ciência Espírita pôde registar, conforme encontramos na obra O Céu e o Inferno, que cada qual vive o estado de felicidade íntima na vida espiritual conforme esse já se apresentava porque ninguém sofre mágica transformação com o fenómeno da desencarnação.
Aliás, ensinam os Espíritos coautores de O Livro dos Espíritos que “O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade.
Praticando a lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira.” (2)
Todavia, deve ficar evidente que precisamos verificar o nível de tristeza que nos invade, se está relacionada com o constrangimento que o corpo estabelece ao Espírito ou se estamos experimentando um sentimento oriundo de dores morais edificadas por nós, cabendo-nos o trabalho pessoal de superação dessa mazela.
A vontade de liberdade da alma não deve significar desejo de morte, muito pelo contrário, deveria se instituir em um impulso para instigar o ser na busca de saberes, acções e aspirações elevadas em sintonia com o desenvolvimento dos seus próprios potenciais, mobilizando-o ao crescimento e felicidade possível na Terra.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2018 8:43 pm

Por outro lado, o desejo funesto de morte revela um aprofundamento da tristeza que se configura na patologia identificada como depressão, bem catalogada na medicina cujos recursos terapêuticos o indivíduo, com o apoio de seus familiares, deve buscar.
A depressão, como vemos em interessante artigo da terapeuta transpessoal Iris Sinoti (3), é diferenciada da tristeza normal e pode ser compreendida como um distúrbio de humor que desequilibra o universo emocional da pessoa.
Consiste em uma experiência subjectiva muito dolorosa, produtora de um sentimento profundo de perda que degrada a psique do indivíduo.
Os processos depressivos estão marcados pela ausência de sentido existencial e alteram o modo com que a pessoa lida com a sua subjectividade e com o mundo.
Também, a depressão pode ser encarada como um alerta da alma a fim de endereçar o enfermo para a busca de sentido, o conhecimento de si mesmo e o cultivo do auto-amor, estratégias psicológicas necessárias para o encontro saudável consigo mesmo.

O vazio existencial e a ausência de sentido
No século passado, ao se dedicar a entender a solidão e a ansiedade do homem moderno, o psicólogo americano Rollo May (2011) apontou o vazio existencial como um dos problemas fundamentais da época.
Ao se referir à “gente vazia”, ele se ocupa de reflexionar sobre as razões psico-sociais desse fenómeno em uma sociedade como a nossa, infelizmente pautada em valores consumistas, onde muitas pessoas são assoladas por aqueles conflitos em razão do descuido para com a própria subjectividade.
“O vácuo interior é o resultado acumulado, a longo prazo, da convicção pessoal de ser incapaz de agir como uma entidade, dirigir a própria vida, modificar a atitude das pessoas em relação a si mesmo, ou exercer influência sobre o mundo que nos rodeia”.(4)
Destaca, ainda com muita propriedade, firmada no quotidiano de sua práxis, que as pessoas que sofrem desse vazio não somente ignoram o que querem, como também, o que sentem.
O que equivale a dizer que os vitimados pelo vazio existencial em nossa sociedade desconhecem a si mesmos, experimentando, por consequência, uma vida sem sentido forjada na direcção imposta pela colectividade.
Para tanto, o grupo social estabelece valores erigidos como metas a serem perseguidas inquestionavelmente que, por sua vez, funcionam como reguladores da vida e do valor do indivíduo, mesmo que as suas consequências éticas sejam pouco lúcidas ante o exame do bom senso.
Sobre esse fenómeno psicológico do vazio existencial, é bom ter em conta que, ao desconhecer-se, o indivíduo adere aos valores e normas sociais de um modo que a contrapartida inevitável é a desagregação da própria identidade ante as determinações da “ditadura” das vontades externas à sua.
Nesse contexto, a falta de autonomia conduz o indivíduo à necessidade de adaptar-se mais do que auto-realizar-se, prática que recalca a criatividade e as potencialidades do ser.
A pessoa simplesmente se ajusta de forma pouco reflexiva e nada criativa à sociedade enferma, perde a referência de quem é e passa agir de forma normótica (5), passando viver a patologia normalidade do grupo social.
Um caminho de superação da desidentificação com o self (6) está assinalado em O Livro dos Espíritos, na questão (7) em que os Benfeitores da Humanidade nos convocam, conforme o registo do mestre Allan Kardec, ao conhecimento de nós mesmos mediante a problematização diária de nossa conduta e suas razões.
Trata-se de uma viagem necessária à saúde mental tanto quanto ao nosso progresso espiritual.
Suponho que o conhecimento de si mesmo consiste em conquista que permite ao Espírito atribuir sentido à actual reencarnação, colocando-a em um nível de vivência auto-educativa e, por esse entendimento, de significado profundo e transcendente.
Todavia, o sentido existencial referido aqui deve ser atribuído pelo indivíduo em um exercício permanente de auto-conhecimento – não por outrem –, nada obstante a consciência esteja repleta de significados construídos culturalmente na vida actual e em outras.
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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS III

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 24, 2018 8:44 pm

Ao desenvolver a Logoterapia a partir de suas vivências de prisioneiro em um campo de concentração nazista, Victor E. Frankl (8) também identificou o vazio existencial como um fenómeno do século XX, aliás, que se alonga até o nosso. Segundo esse psiquiatra austríaco, entre as do vazio existencial estariam a perda de alguns dos instintos básicos de nossa ancestralidade ao longo da evolução da espécie humana e, mais recentemente, a redução da importância das tradições como suporte para a definição das escolhas dos indivíduos.
Nesse caso específico, vivemos dias de uma pós-modernidade que questiona as grandes narrativas, as formas fechadas de explicação do mundo e nos incita à autonomia intelectual, muito embora, muita gente se entregue ao entorpecimento da consciência ou ao niilismo nesse contexto desafiante à racionalidade que se dobra sobre si mesma cobrando uma reforma de pensamento ou mudança de paradigma em nível pessoal e colectivo.
Para Frankl, o vazio existencial costuma se apresentar no tédio que algumas pessoas sentem, quando identificam a falta de conteúdo de suas vidas a partir de momentos de quebra de rotina que acabam, de algum modo, por ensejar que reflictam a respeito.
O vazio existencial, nessa linha de raciocínio, também está na base da depressão.
Há casos em que o indivíduo procura compensar a vontade de sentido frustrada no poder ou no prazer e, naturalmente, na ausência desses uma crise se instala convocando-o a repensar a existência e pode facilitar a busca por terapia especializada.
Aí estaria uma contribuição da Logoterapia: convidar o indivíduo a ser responsável pela sua vida, dito de outra forma, a ser sujeito da própria história.

Estratégias para a superação da tristeza
Algumas estratégias para que a alma supere a tristeza comum, a partir da reflexão proposta pelo Espírito François de Geneve, podem ser resumidas da seguinte forma:
a) resistência enérgica às impressões que nos enfraquecem a vontade;
b) considerando os ensinamentos dos Espíritos Superiores registados por Kardec, aguardar com paciência o retorno para a vida espiritual que um dia virá, inevitavelmente;
c) ter em vista a nossa missão na presente reencarnação, seja na família ou cumprindo as diversas obrigações que Deus nos confiou;
d) Força, coragem para suportar aquelas impressões, encarando-as com determinação.
Frente ao exposto, façamos uma breve meditação em torno dessas recomendações logo abaixo:
Quando a tristeza comum ou melancolia se achegar podemos tentar resistir, como propõe o benfeitor espiritual, com energia, ou seja, com uma disposição da alma de não se entregar a esse quadro emocional até porque temos razões de compreender, à luz do pensamento espírita, o significado do momento presente como aprendizagem para o ser imortal que somos.
A vontade, que é uma das potências da alma, deve estar fortalecida pela energia que empreendemos em seu favor para que, com objectivo esclarecido, modifiquemos a paisagem que se delineia em nós mesmos.
Aqui um recurso útil seria a prática da meditação.(9)
Ao considerar a brevidade da reencarnação e a certeza de nossa ancianidade e imortalidade, as agruras dessa vida são quase um nada porque observadas de um ponto de vista mais amplo podem ser compreendidas como acidentes de percurso que carregam consigo lições ao aprendiz atento que procura aproveitar de cada experiência aquilo que pode lhe enriquecer a alma.
Esses saberes, quando devidamente apropriados, promovem a paciência que, a seu modo, conduz paulatinamente à paz interior.
E é de gente apaziguada com força interior suficiente para pacificar que o nosso mundo precisa.
Ainda cabe considerar que, nessa reencarnação, temos uma variedade de deveres para connosco e para com o próximo a começar pelo nosso lar e extensivo à sociedade.
Tenhamos em mente, quando a tristeza quiser se aprofundar e inspirar patologicamente algum desejo de morte, que Deus concede “A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho”.(10)
Assim sendo, conhecendo-nos traçamos objectivos em sintonia com o que somos e a forma pela qual podemos contribuir com o progresso colectivo, fazendo-nos agentes transformadores da realidade a começar pelo nosso mundo íntimo.
Por fim, ante as investidas sombrias do pessimismo e da tristeza recordemo-nos da lição do farol, ainda que as noites sejam de tormenta, mantém-se impoluto diante da violência das vagas suportando-as sem tombar e iluminando a jornada dos que prosseguem no mar.
O farol assinala um porto seguro.
A pessoa que procura lidar com a tristeza sem deixar dominar-se demoradamente por ela – senti-la é normal e saudável – pode acender luz nesses dias de transição e ausência aparente de referenciais apaziguadores.
Ela pode iluminar caminhos, sem que tenha essa pretensão, pela luz que acende em sua alma projectando-se corajosamente em um processo de evolução consciente nas lutas da vida.
VINÍCIUS LIMA LOUSADA

Referências:
1. O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. V, item 25.
2. O Livro dos Espíritos, questão 921.
3. SINOTI, Iris. Depressão: uma luz na escuridão. In: Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna de Ângelis. Refletindo a alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada Editora, 2011, p. 291-317.
4. MAY, Rollo. O homem a procura de si mesmo. 36. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p. 23.
5. Sobre esse tema vide o meu artigo “Apreciações sobre a normose” em:http://saberesdoespirito.blogspot.com.br/2010/03/apreciacoes-sobre-normose.html.
6. O Self deve ser compreendido como um arquétipo do potencial humano em sua plenitude e tem a função de ordenar a vida psicológica do indivíduo.
Roberto (2004, p. 52) assim o define: “sentido orientador fundamental, fonte criadora e reguladora de nossa vida psíquica, centro ordenador e unificador da psique.
(Vide: ROBERTO, Gelson Luis. Aquém e além do tempo: uma visão psicológica e espírita das etapas da vida. Editora Letras de Luz, 2004.)
7. O Livro dos Espíritos, questão 919.
8. FRANKL, Viktor E., Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 25. Ed. São Leopoldo: Sinodal, Petrópolis: Vozes, 2008, p. 131-134.
9. Caso o leitor queira reflcetir um pouco mais sobre o tema da meditação, numa perspectiva espírita, sugiro o texto “Medite sempre”, acessível em: http://saberesdoespirito.blogspot.com.br/2012/02/medite-sempre.html
10. O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. I, item 10.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty PRETO VELHO NA CASA ESPÍRITA

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 25, 2018 9:53 am

1 – O que dizer da manifestação de pretos velhos no Centro Espírita, com seu linguarar peculiar?
Não devem ser estimulados a mudar a postura, instruindo-se?

Parece-me que a evolução não tem nada a ver com a expressão física ou linguística.
Espíritos que se manifestam como pretos velhos podem ser muito evoluídos, tanto quanto branquelos podem ser atrasados

2 – O problema é quando Espíritos apresentam-se como orientadores.
Fica complicado aceitar que um mentor não tenha aprendido a falar
Kardec orienta que devemos considerar o conteúdo, não a forma.
Respeitando a opção do Espírito, tudo o que nos compete avaliar é se sua mensagem guarda compatibilidade com os princípios espíritas.

3 – Não devemos, portanto, opor resistência à manifestação de pretos velhos, índios, caboclos?
Não vejo motivo para cultivar preconceitos, mesmo porque, não raro, Espíritos dessa condição, menos esclarecidos e ainda vinculados às tradições da raça, manifestam-se para serem ajudados, não para receberem lições de português.

4 – E se estivermos diante de um condicionamento mediúnico, médiuns falando como pretos velhos por imitação?[i]
É um problema que compete ao dirigente resolver, avaliando se está diante de manifestação autêntica ou de mero condicionamento a partir da influência de outros médiuns.
Não costuma acontecer com médiuns que se preparam adequadamente em cursos específicos sobre mediunidade.

5 – [i]Diante de uma manifestação autêntica, se o preto velho é um Espírito evoluído, não será razoável que se manifeste com linguagem escorreita, sem maneirismos?

Penso que não devemos impor condições ao manifestante.
Os Espíritos desencarnados, quando evoluídos, podem adoptar a forma e o linguarar que lhes aprouver.
É uma opção e um direito.

6 – Por que o fazem?
Pretos velhos revivem, nas manifestações, o tempo em que estiveram em regime de escravidão, que lhes foi muito útil, ajudando-os a superar o orgulho que marca o comportamento humano.
É uma homenagem que prestam à raça negra e um exercício de humildade.

7 – Quanto à morfologia perispiritual, tudo bem.
Quanto à palavra, não seria interessante usar uma linguagem actual, não africanizada?

Pode acontecer, mas aí vai depender do próprio grupo e de uma adequação dos médiuns.
O Centro Espírita Amor e Caridade, em Bauru, foi orientado desde sua fundação, em 1919, por uma corrente africana.
Seus representantes, em dado momento, observando a evolução do grupo, na década de 40, disseram: Pretalhada vai vestir casaca.
Anunciavam por esta metáfora que a partir daquele momento eliminariam as expressões africanizadas, o que de fato ocorreu.

8 – Devemos, então, admitir que esses Espíritos façam uma adequação do linguarar, de conformidade com as tendências ou necessidades do grupo?
Exactamente. Um confrade, médium vidente, visitou certa feita um grande terreiro de Umbanda, em Vitória, Espírito Santo.
Viu algo que o perturbou: o Espírito Frederico Figner, que foi dedicado director da Federação Espírita Brasileira, manifestar-se como um preto velho.
Julgou estar tendo uma alucinação e logo esqueceu.
Algum tempo depois, em visita a Uberaba, ouviu alguém perguntar a Chico Xavier por onde andaria Frederico Figner.
E o médium:
Anda dando assistência a um terreiro de umbanda em Vitória, no Espírito Santo.

Fonte: Richard Simonetti

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Somos todos peregrinos sobre a Terra

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 25, 2018 7:39 pm

Necessitamos de indulgência para o acolhimento daqueles que buscam, desesperadamente, o conforto, o amparo, o socorro e a compreensão.
Apesar das diferenças culturais, incluindo-se as religiosas, devemos, antes de tudo, respeitar os direitos do homem e dar tratamento humanitário aos refugiados.
Nunca, como hoje, se perseguiram tanto os muçulmanos, mesmo os que já detêm direitos de cidadania.
Esses e, em especial, os clandestinos, pela própria tez e origem, têm sido classificados como possíveis terroristas e alvo de lamentáveis demonstrações de xenofobia.
“Nesta encruzilhada, devemos lembrar as palavras de Jesus que abrem este artigo: ‘porque tive fome e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; eu era estrangeiro e me acolhestes’.
E, mesmo no Antigo Testamento, a Torah, o livro sagrado dos judeus que Jesus ensinou e pregou, há várias passagens sobre o tratamento aos estrangeiros.
Em Génesis 25.9 é dito ‘não oprimirás ao estrangeiro, pois vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egipto’.
Outra passagem importante é em Jó 31.32:
‘O estrangeiro não passava a noite fora; minhas portas eu abria para o viajante’.”
(Humberto Werdine, no artigo citado.)
As palavras de Jesus são de uma simplicidade profunda.
Não há nelas teoria, mas indicações objectivas pertinentes à prática do bem.
Acolher o refugiado, mesmo que seja um inimigo, é atitude eminentemente cristã.
É claro que se deve agir com prudência, para que o joio e o trigo sejam devidamente identificados e não se cometam injustiças.
“Nós os espíritas, que somos sabedores destas verdades, devemos orar para que nossos políticos e governantes possam, enquanto dormem, ser inspirados em seus sonhos pela Espiritualidade Superior para estarem cientes da grande responsabilidade que está nas suas mãos, para que possam agir rapidamente com caridade e compaixão para acabar com esta crise humanitária de forma definitiva.”
(Humberto Werdine, no artigo citado.)
A xenofobia não está somente no círculo daqueles que estão no poder.
Ela está na base da população e, em alguns casos, chega a um nível próximo da histeria.
Ignoram essas pessoas que muitos dos ex-refugiados que conseguiram direitos de cidadania e aqueles que tentam obtê-la são aqueles que, em passado não muito remoto, foram explorados pelos países aos quais hoje suplicam uma oportunidade para viver.
A migração sempre causa temores por parte daqueles que recebem os refugiados.
O estado de São Paulo, como os brasileiros sabem, recebeu ao longo de sua história e continua a receber migrantes (por que não dizer refugiados?) de regiões pobres do Nordeste do Brasil, incapazes de oferecer as condições necessárias para que seus filhos permaneçam nas localidades onde nasceram, especialmente nas ocasiões em que a seca torna inviável a vida em tais locais.
Mas tal como acontece em inúmeros países europeus, se pudessem, os cidadãos que discriminam expulsariam também esses migrantes.
“Em conclusão, enquanto os políticos trabalham para combater as causas destas guerras que causam estas crises de refugiados, devemos armar-nos com fé, amor, caridade, tolerância e compreensão, e ajudar como pudermos estes irmãos infelizes, que foram forçados a fugir de seus países em guerra para salvar e dar uma vida melhor e mais digna a seus filhos”.
(Humberto Werdine, no artigo citado.)
O espírita vai às comunidades carentes para levar instrução.
Mas vai também para levar-lhes consolo e facilitar a inclusão social.
Falamos das comunidades carentes porque é a experiência mais próxima da realidade brasileira, embora já tenhamos por aqui os refugiados haitianos e outros imigrantes expulsos por causa da violência ou da miséria que reina em seu país de origem.
Ninguém ignora que sofrem eles preconceito e discriminação, especialmente nos estados do Sul.
Em sua maioria, os haitianos recebem os salários mais baixos e as colocações mais humildes, enquanto o desejo das pessoas que discriminam é, em verdade, repatriá-los, esquecendo-se de que todos nós somos peregrinos sobre a Terra e nela nos encontramos igualmente de passagem.(1)

(1) Aos que duvidam de que somos peregrinos sobre a Terra, sugerimos que leiam ou releiam a mensagem constante do cap. III, item 14, d´O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

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ARTIGOS DIVERSOS III - Página 6 Empty Os Problemáticos Relacionamentos Familiares

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jul 26, 2018 9:30 am

Ao debater com colegas a respeito do meu texto sobre a culpa, fui indagada por um deles que me solicitou que quando possível, procurasse escrever sobre o porquê de algumas pessoas terem dificuldade de se relacionar com “os seus” e tratar bem os “de fora”.
Lembrei-me de casos de amigos em que a mãe ou o pai preterem um filho em detrimento dos outros, daquelas pessoas que maltratam seus parentes, mas tratam bem pessoas desconhecidas, de irmãos que se odeiam ou não se suportam pais com filhos, filhos com pais.
Muitos dos que temos como circulo de parentesco e amizade foram de algum modo nossos conhecidos em outras reencarnações.
São espíritos que como nós, podemos trazer dessas experiências anteriores memórias, mesmo que momentaneamente as esquecemos para nosso benefício, de amor, alegria, raiva, mágoas e que se reflectem nas relações actuais de maneira que não sabemos como explicar.
Atraímos-nos por afinidades, pelos laços de afecto e desafecto que nos unem.
Muitas vezes nos propomos a nascer em um lar juntamente com desafectos de outrora na esperança desse resgate, mas o livre arbítrio de cada um e a força dos desafectos, mesmo banhados pelo esquecimento salutar não impede que haja uma incompatibilidade, animosidade e muitas vezes até pura hostilidade por parte de membros de uma mesma família
Não obstante, ouvimos relatos de pessoas que dizem encontrar em pessoas fora do seu convívio familiar, verdadeiros irmão e ou pais com afinidades muito próximas, o que não ocorre na família consanguínea.
Pesquisando sobre isso encontrei uma passagem onde Jesus disse:
“Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra”. Marcos 6:4.
Infelizmente não podemos fazer mudanças internas nos outros, mas podemos sim e devemos fazer em nós mesmos.
É para isso que reencarnamos.
Nós temos nossa parcela de culpa nas ocorrências do passado e devemos sim tentar resgata-las, mas também Deus não quer que seus filhos sofram.
Conheço o caso de uma moça que ajudou a mãe financeiramente inúmeras vezes, mas a mesma negava-se a deixar um prato de comida feito para a filha quando esta chegava tarde da noite do trabalho, até que a mesma cansou e resolveu cuidar um pouco mais de si.
Ela passou toda a vida tentando agradar e conquistar um afecto que a mãe só conseguiu dar aos outros filhos.
Ela não se revoltou, pelo contrário, foi atrás de seus sonhos e é uma profissional de sucesso e mãe muito amorosa.
Resolveu doar esse amor todo a outras pessoas e deixar o tempo ajudar a esclarecer as coisas com sua mãe.
Revolta gera mais dor. Doar-se gera amor.
As dividas serão sanadas de outra forma, pois Deus é maravilhoso na sua bondade.
Pague o mal com o bem, só assim a pessoa poderá reflectir sobre seus actos.
O mal reforça o mal.
O bem derruba o mal, pois “não vos vinguei a vós mesmos, amados, mas daí lugar a ira; por que está escrito: a mim me pertence à vingança, eu é que retribuirei, diz o Senhor”.
Romanos, 12:19. Cada um é responsável pelo que plantou.
Não há a necessidade que nos lancemos sobre os outros como espíritos vingadores, com cede de justiça, a nossa justiça, pois essa missão não é nossa
A revolta não fará bem ao seu interlocutor visto que machuca, sufoca e danifica nossa vida.
Perdoar é a maior e mais difícil tarefa que nos foi dado.
Muitas vezes nos revoltamos e nos afastamos ou agredimos verbalmente o causador dessa dor que é a indiferença e a agressão voluntária.
Das duas o afastamento quando possível ainda é a melhor das escolhas, pois essas relações que alguns chamam de “tóxicas” depois de um certo tempo não nos fazem bem e Deus não quer que seus filhos sofram indefinidamente.
Que possamos perdoar esses parentes que não correspondem aos nossos afectos e toquemos nossas vidas na busca por bons pensamentos, boas atitudes e bons trabalhos.
Jesus pede que nos reconciliemos com nossos desafectos, mas isso não implica que devamos aceitar tudo o que recebemos destes, bem como “viver de amores”, mas devemos na medida de nossas forças procurar reparar nossas desavenças e promover uma boa convivência para assim sanar parte de nossa divida para com esse ente.
Provavelmente você não morrerá de amores por este, mas o perdão liberta.
Acredite, o perdão liberta.
“Perdoar não é esquecer e sim lembrar da ofensa sem dor”.

Juliana Procópio

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