LUZ ESPÍRITA
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ARTIGOS DIVERSOS IV

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Há pouco mais de 2.000 anos

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 17, 2021 8:36 pm

por Nilton Moreira

Acredito que todos concordam que o Planeta Terra seja um local onde predomina o mal.
Explico essa condição com base nas dificuldades que todos nós enfrentamos, como violência, doenças, catástrofes, tristezas pela perda de pessoas a quem dedicamos carinho.
E mesmo que esses argumentos não sejam suficientes, como podemos dizer que somos plenamente felizes, vendo ao nosso redor as mais variadas dificuldades que enfrentam nossos irmãos, pela falta de moradia, alimento, vestuário digno, e a droga tomando espaços.
Ora, num local onde existem tantas variantes de problemas, certamente não podemos dizer que habitamos um Planeta de felicidade.
Segundo informações, existem no universo planetas de grande evolução e até de perfeição, mas também existem os planetas onde o mal predomina, em situação inclusive pior do que a da Terra, embora cada habitante esteja no local onde deveria estar, pois, sendo o Pai Perfeito, utiliza de Sua Justiça para permitir que habitemos o que melhor convém para a nossa evolução espiritual.
Mas nem todos que estão aqui na Terra se encontram na mesma escala evolutiva!
Existem pessoas que certamente já se comprometeram com o bem e por isso sofrem menos que outros que ainda se comprazem no mal.
Estes que já conseguiram desenvolver o amor em seus corações, ainda que minimamente, certamente já são merecedores de estar em um Planeta de escala mais evoluída, o que acontecerá após o passamento, mas aqueles que ainda sentem prazer em praticar o mal, promovendo a desgraça e a dor na vida de seus semelhantes aqui, terão de amargar em próximas existências dificuldades ainda maiores, pois deverão ser relegados a um mundo com mais dificuldades do que a Terra.
Claro que as pessoas, que pensam que esta é uma única vida, não vão concordar, mas para quem acredita na sobrevivência do Espírito que somos, compreende que ninguém ficará impune pelo mal que cometeu e também aqueles que perseveraram no bem terão a recompensa, pois, do contrário, a Justiça Divina não seria executada.
Lembremos que há pouco mais de 2.000 anos veio ao Mundo Jesus, o Ser mais perfeito que passou pela Terra, e que a gestação de Sua Mãe foi bastante conturbada, tendo de fugir para outro local para ter o Filho.
Vemos que a violência já existia naqueles tempos, mas que certamente o mal está a serviço do bem, pois Jesus, embora as dificuldades enfrentadas, conseguiu nos trazer a mensagem do Cristo, possibilitando que nos melhoremos e que sejamos merecedores de um mundo melhor.
É Natal e certamente somos envolvidos por uma energia peculiar, pois quando pensamos em Jesus tudo à nossa volta se ilumina.
Somos todos gratos a Deus por nos ter enviado o Mestre.
Que nos esforcemos para sermos melhores, seguindo os passos Dele, pois só assim a Terra será palco de dias melhores, onde não haverá tanta tristeza.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Pensamento mágico e pensamento lógico

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 18, 2021 7:06 pm

por Ricardo Baesso de Oliveira

Encontram-se, ainda, em nosso movimento espírita, confrades excessivamente crédulos, ingénuos, que aceitam qualquer informação, sem ajuizar quanto à possibilidade lógica do fato ou do argumento.
Algo estranhável em uma doutrina que teve seus alicerces fundados na razão e no bom senso.
Como entender isso?
O que falta a essas pessoas, que não são pessoas más, mas que acabam assumindo uma postura inadequada, pois obviamente fantasiosa, mística, supersticiosa?
O tema nos leva a examinar o próprio desenvolvimento da qualidade do discernimento, do pensar racional e do senso lógico.
Steven Pinker, psicólogo de Harvard, em seu último livro, O novo iluminismo, examina o assunto a partir do seguinte questionamento:
por que uma espécie dita inteligente é facilmente conduzida à insensatez?
Pinker relaciona ao pensamento mágico três factores:
Primeiro, nossos cérebros são limitados em sua capacidade de processar informações e evoluíram em um mundo sem ciência e outras formas de checagem de factos.
Nossa preocupação era simplesmente a sobrevivência e tudo aquilo que não se relacionava a ela não tinha importância. Não “treinamos” cognitivamente o discernimento.
Segundo, a ignorância ainda prevalece em grande parte da população.
Falta-nos informações precisas que nos ajudem a desenvolver um raciocínio lógico.
E, finalmente, um terceiro fator, nossa lealdade a uma subcultura da qual fazemos parte.
Todos nós nos identificamos com tribos ou subculturas particulares, e cada uma delas abraça um credo sobre assuntos diversos.
Essa crença pode se tornar a pedra de toque, uma senha, um lema, uma marca distintiva, um valor sagrado ou um juramento de fidelidade a uma dessas tribos.
O pastor, o padre, o médium poderoso pensam assim e garantem que é assim.
Por fidelidade a eles, abdico da faculdade do raciocínio, e penso assim, também.
Fica claro, pelo exposto, que lideranças (talvez fique melhor falar-se em “pseudo-lideranças”) autoritárias de direita e esquerda não se incomodam com isso.
Quanto menos pensamento crítico, mais submetidos estarão todos aos seus comandos.
O caminho para a construcção de um pensamento lógico, segundo o psicólogo de Harvard, não pode ser outro senão a educação progressista e o esclarecimento libertador, trabalhando junto às consciências, o mais precocemente possível, no desenvolvimento da habilidade do pensar racional.
Allan Kardec, também, pensava assim: só a educação pode melhorar o homem.
Curiosamente, Kardec faz referência indireta ao tema, quando examina a estatística dos espíritas, em artigo na Revista Espírita de janeiro de 1869.
Procurando entender quanto ao fato de existir significativa maioria masculina nas reuniões espíritas, em sua época (70% eram homens), Kardec relaciona a dificuldade de grande parte das mulheres em assimilar o pensamento espírita à menor escolaridade delas, o que limita o desenvolvimento do pensamento racional.

Escreveu Kardec:
Não é menos constante que, em todas as reuniões espíritas, os homens estejam em maioria.
É, pois, injustamente que a crítica pretendeu que a Doutrina é recrutada principalmente entre as mulheres, em virtude de sua inclinação para o maravilhoso.
É precisamente o contrário: essa inclinação para o maravilhoso e para o misticismo em geral as torna mais refratárias que os homens; essa predisposição faz que aceitem mais facilmente a fé cega, que dispensa qualquer exame, ao passo que o Espiritismo, não admitindo senão a fé raciocinada, exige reflexão e dedução filosófica para ser bem compreendido, para o que a educação estreita dada às mulheres as torna menos aptas que os homens.
Parece bem definido no pensamento de Kardec a relação estabelecida entre educação estreita e pensamento mágico, advertindo que a aquisição de funções cognitivas que levam a um pensar racional passa por um processo educacional apropriado.

Com a palavra os educadores!

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Divino libertador

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 19, 2021 8:26 pm

por Rogério Miguez

É para a liberdade que Cristo nos libertou.
Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão.
” — Paulo (Gálatas, 5:1)

Os Espíritos são criados simples e ignorantes, sem tendências, desprovidos de qualquer inclinação, seja para o bem, seja para o mal.
Evoluindo através de incontáveis existências, alcançam a pureza espiritual, tal qual Jesus o fez, conquistando a plena liberdade.
Senhores de si mesmos, não se aprisionam mais aos costumeiros desvios de comportamento, caso tenham se deixado apanhar por indesejadas condutas - os vícios -, ou distorcidas características de personalidade - as paixões.
Quando o Cristo apareceu na Terra, padecíamos algemados à servidão, fruto de nossas incipientes percepções da realidade, contudo, através de seus ensinos e, principalmente, pelos seus inesquecíveis exemplos, embora há dois mil anos, indicou o caminho a trilhar para a conquista da nossa tão desejada liberdade, isto porque:
· Ele não se preocupou em ocupar as transitórias posições vinculadas ao poder temporal, desta forma, não se aprisionou às ilusões tão presentes na vida daqueles que governam e, muitos, que só pensam em guerrear.
E mais, afirmou que o seu reino não pertencia a este mundo, ou seja, indicou não ter qualquer interesse em desfrutar as gloríolas da Terra.
As questões políticas, de igual modo, não lhe interessavam, pois, geralmente, elas mantêm o indivíduo aferrado a posições extremadas e distanciadas do bom senso e da caridade, fomentando antagonismos e discórdias entre partidos e seitas.
· Ele não se prendeu a questões de raças e diversidades culturais, porquanto, a todos abraçou como irmãos e, despertando o íntimo de um de seus especiais seguidores - Paulo de Tarso -, inspirou-o a disseminar a sua imortal mensagem a todos os povos pagãos e idólatras, sem nenhuma distinção.
Curiosamente, muitos escravos de facto, que existiam aos milhares àquela época, ouviram a sua libertadora mensagem e, mesmo ainda presos a infames grilhões de ferro, conquistaram a liberdade de consciência.
· Ele não usou a sua superior autoridade moral para condenar as muitas faltas alheias, ao contrário, sempre perdoou os envolvidos quando se lhe apresentavam os quotidianos escândalos, ou seja, a multidão dos nossos pecados.
Incentivou-nos igualmente a perdoar, uma vez que, agindo assim, não nos tornaríamos cativos de futuras e contundentes expiações.
Uma das modalidades de resgate surge, regularmente, para todos aqueles que se conduzem como juízes cruéis, esquecidos da compreensão, benevolência, indulgência e da misericórdia, vingando-se, e não educando os transgressores das leis.
Estas nobres virtudes devem ser sempre exercitadas quando se consideram Espíritos infratores da vontade do Pai.
· Ele não viveu preso aos bens materiais.
Quando aqui chegou não nasceu em um berço dourado.
Não possuiu nenhuma propriedade, tampouco animais de criação, e mais, mal tinha uma pedra para recostar a cabeça.
Suas vestes eram simples e sem adornos.
Os calçados, rústicos e modestos.
Nunca carregou um alforje recheado com moedas.
Com este padrão de conduta, sinalizou como, de igual modo, deveríamos nos conduzir para não nos deixarmos cativar pelas fantasias da moda, pela posse da prata e do ouro e pelos costumes frívolos tão frequentes em nossas sociedades.
· Ele não se formou nas melhores escolas do mundo de então.
Fez-se humilde carpinteiro, instruído pelo zelo paterno.
Após trabalhar durante a infância e a juventude junto ao ofício aprendido, quando na fase adulta, inicia a sua missão livre de quaisquer obrigações e deveres normalmente impostos no desempenho de uma profissão de destaque dentro do organismo social.
· Ele não se deixou acorrentar pelos prazeres e desejos da alimentação abundante e requintada.
Sua dieta sempre foi simples e moderada.
Seu modesto padrão de vida é um alerta aos que vivem condicionados a ingerir alimentos de que, muitas vezes, não necessitam e em quantidades exageradas, escravizando-se aos sabores e aromas das iguarias e bebidas sofisticadas.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 19, 2021 8:26 pm

· Ele usou o seu corpo físico - a nossa ferramenta de trabalho - para ajudá-lo no desempenho de sua inigualável missão, e não para fruir prazeres variados, como fazem muitos desvairados prisioneiros das sensações materiais desequilibradas.
· Ele não se encarcerou à vaidade e ao orgulho, mesmo considerando seus profundos conhecimentos sobre as leis eternas e a sua intimidade com o Criador, sempre submetendo-se à vontade Dele.
Sua vida simples é farol para os enlouquecidos pela indústria da beleza, se deixando apanhar facilmente pela soberba e a ostentação, pelos caprichos personalíssimos.
Inspira também àqueles contestadores contumazes, para quem nada é satisfatório, a serem mais condescendentes e pacíficos diante dos muitos contratempos do mundo.
· Ele não se enciumou de nada e de ninguém.
Entendia perfeitamente a transitoriedade das relações e dos objetos materiais, desta forma, não viveu prisioneiro do ciúme, esta erva daninha que sufoca e mata as rosas do amor verdadeiro.
· Ele não se algemou ao egoísmo.
Partilhou tudo que sabia com aquele povo sofrido e ignorante, dividindo também o escasso pão de cada dia.
A sua posição diante das muitas necessidades e necessitados, ou seja, das aflições e dos aflitos, deveria nos influenciar a repartir os nossos poucos talentos com os mais infortunados do caminho, libertando-nos das atitudes individualistas e egocêntricas que tanto mal têm causado à Humanidade, e, principalmente, a nós mesmos.
· Ele jamais se expressou de forma ríspida, violenta ou subversiva, sempre ensinando que é melhor se sujeitar, do que ofender.
Agia sempre com humildade e simplicidade, não se deixando capturar pelo uso da lei do mais forte, se transformando, se assim agisse, em um revolucionário ou vulgar agitador.
Respeitava as instituições, a ordem, as autoridades e as leis dos conquistadores romanos, ao ensinar que se devia dar a César o que era de César.
Submisso, aceitou o injusto veredito da autoridade romana, representada pelo governador Pôncio Pilatos.
Conformado, deixou-se crucificar, obediente como um cordeiro aos desígnios do Pai, exemplificando lealdade às sábias prerrogativas divinas.
· Ele nada exigiu de seus amigos e seguidores, até porque conhecia a hesitação íntima e a vacilante fé que os caracterizava, deixando-os livres para agir conforme o entendimento particular de cada qual. Jamais esperou e pediu recompensas, gratidão ou simpatia pelos “milagres” realizados, condicionando o ensino de suas lições ao obrigatório aprendizado daqueles que o ouviam, e, muito menos, sequer cogitou de qualquer revide.
Ao contrário, deixou-os decidir pelo uso do livre-arbítrio a forma como cada um desejava viver.
Não se apresentou como santo e tampouco exigiu santidade dos que o seguiam.
Livre, Judas Iscariotes o entregou por poucas moedas de prata aos seus ferozes inimigos do Sinédrio, arrependendo-se mais tarde.
Livre, Pedro o negou três vezes, para logo lamentar.
· Ele agia e vivia segundo as virtudes das criancinhas: honestidade, sinceridade e a meiguice.
Assim, não se amarrava à mentira, desconfiança, maledicência e à hipocrisia.
Estas mazelas, tão presentes nas atitudes dos homens, precisam ser definitivamente erradicadas, para libertar os seus praticantes das condutas indecorosas típicas dos que mentem, dissimulam e traem.
Pois, mais tarde, estarão sujeitos às corrigendas que se farão presentes em suas futuras existências.
· Ele nada temia, não era escravo do medo, pois tinha o Criador dentro de si mesmo como um intransponível escudo moral, por isso disse que Ele e o Pai eram um.
Com os princípios crísticos regendo as nossas existências também nada devemos temer a não ser a nós mesmos.
Sendo assim, não sejamos vassalos das atemorizantes crenças materialistas - ausentes de nobre significado -, todas, sem excepção, nada mais desejam do que nos aprisionar no horizonte estreito, escuro e sem esperança de suas propostas destituídas de qualquer fundamentação lógica, ética e moralizante.
Igualmente, nunca receou a morte, e, quando reapareceu aos seus seguidores mais íntimos, após o drama da cruz, liberta-os também do pavor da destruição de si mesmos em função da desagregarão do corpo de carne, incentivando-os a seguir sempre para frente, convictos da imortalidade.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 19, 2021 8:26 pm

- Ele usou o perfeito entendimento adquirido sobre os desígnios da Divindade, conquista proporcionada pelas muitas lições aprendidas ao longo de sua marcha evolutiva para, livre, servir e amar sem impor quaisquer condições a todos que o procuravam.
Assim sendo, Ele não fazia o que queria, mas inteiramente liberto, apenas o que devia.
Se os incontáveis cristãos se deixassem envolver incondicionalmente pelos ensinos do Rabi, o mundo seria outro, estaríamos experimentando agora as doces alegrias do Céu, embora ainda vivendo na Terra; e não as agruras do Inferno, embora ainda vivendo na Terra.
Não nos permitamos o retorno íntimo ao domínio das paixões, uma vez libertos de seus múltiplos e tentadores tentáculos.
Sabemos o quanto é difícil dominar a sombra que ainda teima em se fazer presente em nosso caminho, e, quão fácil é o seu reaparecimento caso não sigamos a trilha apontada pela bússola do Mestre.
Diante de tão significativos exemplos, os seguidores do Cristo, em se encontrando alforriados de si mesmos, deveriam manter e guardar esta liberdade a qualquer custo, mesmo que fosse da própria vida, cumprindo fielmente seus deveres e obrigações, sem reclames e contestações.
Só alcança a verdadeira liberdade, este particular estado íntimo, quem atende com disciplina aos próprios compromissos que a vida continuamente solicita e, às vezes, impõe.
Sejamos servos uns dos outros e, por amor, porque o amor liberta!
E, aproveitando este mês de dezembro, quando comemoramos o nascimento do Homem de Nazaré, envolvidos nestas doces vibrações características das festividades natalinas, que possamos usar da liberdade construída pelos ensinos e exemplos do Mestre da Manjedoura, com a sabedoria e o amor que Ele tão bem nos recomendou.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Vamos falar de posvenção?

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 20, 2021 8:04 pm

por Wellington Balbo

É chamado de posvenção os cuidados e atenções dedicados aos familiares e amigos de alguém que interrompeu a existência ao cometer o suicídio.
O suicídio é um evento traumático e que atinge um bom número de pessoas que estão no entorno de quem cometeu o acto.
É algo que marca familiares e amigos pela vida toda.
Na questão que envolve a morte, o que a torna mais ou menos dolorosa é o seu contexto.
Uma coisa é a partida de um ente querido por doença de longo curso.
Outra coisa é a morte por suicídio.
Portanto, quando se fala em posvenção está, também, tratando do tema prevenção, pois cuidar dos enlutados, dedicar-lhes atenção, é prevenir outros suicídios e diminuir a dor da família e amigos abalados pelo contexto da morte do familiar.
Por isso, diante do preâmbulo e de como a posvenção é uma prática significativa, escrevo aos amigos espíritas para compartilhar ideias que surgiram após a pesquisa de campo que venho realizando há alguns anos sobre a referida temática.
Quero aqui falar sobre os cuidados ao abordar os familiares e amigos enlutados e que, por questões naturais, haja vista que o Espiritismo aborda muito bem os temas referentes à vida e à morte, procuram o centro espírita para receber o tão esperado consolo e paz ao coração.
Compreendo a boa vontade de alguns amigos espíritas que, ao se depararem com familiares enlutados pelo suicídio de algum afeto, indicam a literatura espírita como bálsamo à alma.
De facto, por ser consolador, o Espiritismo tem em sua literatura bons livros para serem indicados no trabalho de posvenção.
Contudo, alguns livros espíritas podem causar mais mal do que bem ao familiar enlutado, e é neste ponto que o espírita deve prestar bem atenção.
Livros que trazem alta carga de dramaticidade, com relatos dolorosos dos Espíritos que cometeram o ato do suicídio devem ser evitados, assim como deve ser evitada aquela visão muito próxima do inferno católico, vale dos suicidas e tantas outras coisas que podem causar dor ao familiar enlutado.
Antes de sugerir alguma leitura ou de proferir frases de efeito, recorde-se que você está atendendo alguém que passa por uma dor muito grande, que é a do luto pelo suicídio.
Lembre-se, portanto, que o objectivo é acalmar o familiar ou amigo e não assustar.
No trabalho de posvenção é importante destacar o Espiritismo que valoriza a vida e a esperança, a mostrar que não há penas eternas e nenhum Espírito está perdido, sem o amor de Deus.
Este perfil de consolo e esperança necessita ser trabalhado para que as famílias enlutadas vejam que apenas o corpo morreu, mas o Espírito é imortal, o que, certamente, ao menos diminuirá a dor pela forma da partida e a natural saudade advinda da separação, além de, é claro, colaborar para que outros suicídios não venham a ocorrer no seio da família enlutada.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty “PRECE PELOS ESPÍRITOS SOFREDORES”

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 21, 2021 9:05 pm

MAIOR PRESENTE DE NATAL A OFERECER AOS IRMÃOS DESENCARNADOS.
“Os Espíritos Sofredores reclamam Preces, e estas lhe são de utilidade, pois ao verem que são lembrados, sentem-se menos abandonados e menos infelizes.
Mas a Prece tem sobre eles uma acção mais directa:
reergue-lhes a coragem, excita-lhes o desejo de se elevarem, pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal.
É nesse sentido que ela pode não somente aliviar, mas abreviar-lhes os sofrimentos. (Ver Céu e Inferno, IIª parte: Exemplos).
Algumas pessoas não admitem a Prece pelos mortos, porque acreditam que a alma só tem uma alternativa: ser salva ou condenada às penas eternas.
Num e noutro caso, portanto, a Prece seria inútil.
Sem discutir o valor dessa crença, admitamos por um instante a realidade das penas eternas e irremissíveis, e que as nossas Preces sejam impotentes para interrompê-las.
Perguntamos se mesmo com essa hipótese, é lógico, é caridoso, é cristão, recusar a Prece pelos réprobos?
Essas Preces, por mais importantes que sejam para libertá-los, não serão para eles uma prova de piedade, que poderá minorar-lhes os sofrimentos?
Na Terra, quando um homem é condenado à prisão perpétua, mesmo que não haja nenhuma esperança de obter-se a graça para ele, é proibido a uma pessoa caridosa auxiliá-lo a carregar o peso dos grilhões?
Quando alguém está atacado de mal incurável, não havendo portanto nenhuma esperança de cura, deve-se abandoná-lo sem nenhum alívio?
Pensai que entre os réprobos pode estar uma pessoa que vos seja cara: um amigo talvez um pai, a mãe ou um filho, e só porque, segundo julgais, essa criatura não pode ser perdoada, poderíeis recusar-lhe um copo d´água para mitigar a sede, um bálsamo para secar-lhe as feridas?
Não faríeis por ela o que faríeis por um prisioneiro?
Não lhe daria uma prova de amor, uma consolação?
Não, isso não seria cristão!
Uma crença que endurece o coração não pode conciliar-se com a crença num Deus que coloca, como o primeiro de todos os deveres, o amor do próximo!
Negar a eternidade das penas não implica negar uma penalidade temporária, mesmo porque, na sua justiça, Deus não pode confundir o mal com o bem.
Ora, nesse caso, negar a eficácia da Prece seria negar a eficácia da consolação, dos estímulos e dos bons conselhos; e isso equivaleria a negar a força que haurimos da assistência moral dos que nos amam.
Outros se fundam numa razão mais especiosa:
a imutabilidade dos desígnios divinos.
Deus, dizem, eles, não pode modificar as suas decisões a pedido das criaturas, pois caso contrário nada seria estável no mundo.
O homem nada tem, portanto, de pedir a Deus, cabendo-lhes apenas submeter-se e adorá-lo.
Há nesta ideia uma falsa interpretação da imutabilidade da lei divina, ou melhor, ignorância da lei, no que concerne à penalidade futura.
Essa lei é revelada pelos Espíritos do Senhor, hoje que o homem já amadureceu para compreender o que, na lei, é conforme ou contrário aos atributos divinos.
Segundo o dogma da eternidade absoluta das penas, nem os remorsos nem o arrependimento são considerados a favor do culpado.
Para ele, todo o desejo de melhorar-se é inútil:
está condenado a permanecer eternamente no mal.
Se foi condenado, entretanto, por um determinado tempo, a pena cessará no fim do prazo.
Mas quem pode afirmar que ele terá então melhorado os seus sentimentos?
Quem dirá que, a exemplo de muitos condenados da Terra, ao sair da prisão, ele não será tão mau quanto antes?
No primeiro caso, seria manter sob a dor do castigo um homem que se tornara bom; no segundo, seria agraciar aquele que continua culpado.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 21, 2021 9:07 pm

A lei de Deus é mais previdente:
sempre justa, equitativa e misericordiosa, não fixa nenhuma duração para a pena, qualquer que seja.
Ela se resume assim:
“O homem sofre sempre a consequência das suas faltas; não há uma única infração à lei de Deus, que não tenha a sua punição”.
“A severidade do castigo é proporcional à gravidade da falta”.
“A duração do castigo, para qualquer falta, é indeterminada, pois fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno ao bem; assim, a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se a obstinação o fosse; é de curta duração, se o arrependimento vir logo”.
“Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança.
Mas o simples remorso não basta: é necessária a reparação da falta.
É por isso que o culpado se vê submetido a novas provas, nas quais ele pode, sempre pela sua própria vontade, fazer o bem para a reparação do mal anteriormente praticado”.
“O homem é assim o árbitro constante da sua própria sorte.
Ele pode abreviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente.
Sua felicidade ou sua desgraça depende da sua vontade de fazer o bem”.

Essa é a Lei; Lei Imutável e conforme a Bondade e à Justiça de Deus.
O Espírito culpado e infeliz, dessa maneira, pode sempre se salvar a si mesmo: a lei de Deus lhe diz sob quais condições ele pode fazê-lo.
O que geralmente lhe falta é à vontade, a força e a coragem.
Se, pelas nossas Preces, lhe inspiramos essa vontade, se o amparamos e encorajamos; se, pelos nossos conselhos, lhe damos as luzes que lhe faltam, em vez de solicitar a Deus que derrogue a sua lei, tornamo-nos instrumentos da execução dessa lei de amor e caridade, da qual ele assim nos permite participar, para darmos nós mesmos uma prova de caridade. (Ver Céu e Inferno, Iª parte, caps. IV, VII e VIII).

PEDI E OBTEREIS CAPÍTULO 27.
EXPLICAÇÃO: “A palavra Prece vem do latim pracari e significa rogar, pedir, suplicar, implorar.
Por quê a necessidade de Prece dos Espírito?
Como a Prece pode auxiliá-lo?
Por que Eles mesmo não as faz?

Para se compreender o alívio que a Prece pode proporcionar aos Espíritos sofredores, faz-se preciso saber de que maneira ela actua.
Uma clara explicação sobre a Prece pode ser encontrada no comentário dos Espíritos à questão 659 do O LIVRO DOS ESPÍRITOS:
“...” a Prece é um acto de adoração.
Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. ...
Pode-se dizer, também, que a Prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige...”
De acordo com André Luís, o cérebro pode ser considerado como potente emissor e receptor de ondas mentais, ao mesmo tempo.
A Prece é um pensamento criado pela vontade.
Assim, as ondas eletromagnéticas do pensamento, carregadas das ídeo-emoções do Espírito, constituem o que se denomina fluido magnético, que é plasma fluídico vivo, de elevado Poder de Acção.
Allan Kardec em relação a Prece explica que:
“Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera.
Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.
Os Espíritos sofredores reclamam Preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 21, 2021 9:07 pm

A alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse e o infeliz é sempre aliviado quando encontra corações caridosos que se compadecem de suas dores.
Por outro lado, ainda pela Prece, estimula-se ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é preciso para ser feliz; é nesse sentido que se pode abreviar sua pena se, por sua vez, ela secunda pela sua boa vontade.
Como a Prece pode auxiliá-lo?
A Prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento.
E nesse sentido que lhes pode não só aliviar, como abreviar os sofrimentos.
Por que ele mesmo não as faz?
Quando se desliga do corpo, a alma passa algum tempo em estado de perturbação, a qual varia de acordo com o grau de elevação moral do desencarnante.
A morte, em razão disso, resulta na vida a que o homem se impõe.
Os condicionamentos físicos e psicológicos do dia-a-dia, incorporados ao painel mental de cada criatura, prosseguem inalterados, mesmo quando se rompem os liames da matéria através da desencarnação.
Desfazer-se desses condicionamentos leva algum tempo, perdurando assim a perturbação mental que impede o impulso da vontade na realização da Prece.
As Preces realizadas em favor desses Espíritos funcionam como terapia.
Sobre a terapia da Prece comenta Joanna de Ângelis.
...’Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.
A oração pelos mortos constitui valioso tributo de amor por eles, demonstração de ternura e recurso de caridade inestimável.
Semelhante a telefonema coloquial, a rogativa lhes chega ungida de afeto que os sensibiliza, e o conteúdo emocional os desperta para as aspirações mais elevadas, que passam a plenificá-los.
Além disso, pelo processo natural de sintonia com as Fontes geradoras da Vida, aumenta o potencial que se derrama, vigoroso, sobre os destinatários, ensejando-lhes abrir-se à ajuda que verte do Pai na sua direção.
Daí nasce a afirmativa de que somente o amor pode atravessar o abismo da morte.

Pai!...
Ao longo da vida fomos devolvendo a Ti muitos daqueles que amamos...
Um a um, às vezes os mais idosos, às vezes os mais jovens, foram retornando para casa, deixando para trás saudades que até hoje nos é difícil suportar; flores que trocastes de jardim, deixando em seu lugar o silêncio e a solidão...
Hoje queremos pedir por eles, a todos que de uma forma ou outra estiveram ligados a nós nesta encarnação, para que os abençoe e guarde, a fim de que encontrem paz e serenidade no mundo espiritual.
Muitos deles, Senhor, não obstante o coração generoso, afastaram-se do corpo através de enfermidades dolorosas e incuráveis que lhes minaram as forças até o final, deixando na memória de todos o exemplo da coragem e da fé em Teus desígnios, sem esmorecimento...
Outros, Senhor, desiludidos com as provas que lhes cabiam na derradeira existência, não suportaram e sucumbiram, afastando-se da carne pelo suicídio ou pelas drogas, arcando assim com o agravamento dos débitos que lhes diziam respeito e por isso mesmo infinitamente mais infelizes que antes...
Outros, Pai, deixaram para trás os mais belos e santos laços, desencarnando em pleno vigor juvenil desfazendo-se assim de pesados grilhões passados e retornando com a leveza das aves para os ninhos Superiores, para descansar e prosseguir...
Outros ainda, Senhor, deixaram o corpo como quem abandona fardo inútil após cumprida a tarefa, enveredando-se pelos caminhos da felicidade engalanados de luzes e valores, conquistados pelo trabalho santo a que se dedicaram na Terra, em favor de todos os seus semelhantes...
Representaram muito para mim...
Para alguns nós pudemos dizer "amo-te", para outros não...
No entanto, pela importância que tiveram em nossa vida, o nosso amor há-de lhes ser carinho constante no além, porque acreditamos que nada se desfaz com a morte do corpo, pelo contrário, se fortalece...
Que hoje, possamos levar a todos eles o nosso pensamento de ternura e gratidão, para que saibam, estejam onde estiverem, que não estão esquecidos na Terra, habitando em nossa lembrança e em nosso coração com a mesma força e a mesma sinceridade de antes!


Assim seja!

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty RESPOSTAS DOS ESPÍRITOS ÀS DÚVIDAS QUE TODOS NÓS TEMOS COMO É A VIDA NO PLANO ESPIRITUAL.

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 22, 2021 8:22 pm

P. Como os Espíritos podem agir sobre a Matéria?
Isso parece contrário a todas as ideias que fazemos da Natureza dos Espíritos.

Resp. – “Segundo vós, o Espírito nada é; e isso é um erro.
Já vos dissemos que o Espírito é alguma coisa, daí porque pode agir por si mesmo.
Vosso mundo, porém, é muito grosseiro para que ele possa fazê-lo sem um intermediário, isto é, sem o laço que une o Espírito à matéria.”

Observação – Sendo imaterial o próprio laço que une o Espírito à matéria ou, pelo menos, impalpável, essa resposta não resolveria a questão se não tivéssemos o exemplo de forças igualmente imponderáveis agindo sobre a matéria:
é assim que o pensamento é a causa primeira de todos os nossos movimentos voluntários; que a electricidade derruba, levanta e transporta massas inertes.
Do facto de não se conhecer o motor, seria ilógico concluir que ele não existe.
O Espírito pode, pois, ter alavancas que nos são desconhecidas; a Natureza prova diariamente que o seu poder não se detém no testemunho dos sentidos.
Nos fenómenos Espíritas, a causa imediata é, incontestavelmente, um agente físico; mas a causa primeira é uma inteligência que age sobre esse agente, como o nosso pensamento age sobre nossos membros.
Quando queremos bater, é nosso braço que age; não é o pensamento que bate, ele dirige o braço.

P. Entre os Espíritos que produzem efeitos materiais, os que se chamam de batedores formam uma categoria especial, ou são os mesmos que produzem os movimentos e os ruídos?
Resp. – “O mesmo Espírito, certamente, pode produzir efeitos muito diversos; mas há os que se ocupam mais particularmente de certas coisas, como entre vós tendes os ferreiros e os que fazem trabalhos pesados.”

P. O Espírito que age sobre corpos sólidos, seja para movê-los, seja para bater, encontra-se na própria substância do corpo ou fora dela?
Resp. – “Uma coisa e outra; dissemos que a matéria não é um obstáculo para os Espíritos; eles penetram tudo.”

P. As manifestações materiais, tais como os ruídos, o movimento dos objetos e todos esses fenómenos que nos apraz provocar frequentemente, são produzidos indistintamente pelos Espíritos superiores e inferiores?
Resp. – “Apenas os Espíritos inferiores se ocupam dessas coisas.
Por vezes os Espíritos superiores servem-se deles, como farias com um carregador, a fim de levar a escutá-los.
Podeis crer que os Espíritos de uma ordem superior estejam às vossas ordens para vos divertir com pasquinadas?
É como se perguntásseis se, em vosso mundo, são os homens sábios e sérios que fazem os papéis de malabaristas e bufões.”

Observação – Os Espíritos que se revelam por efeitos materiais são, em geral, de ordem inferior.
Divertem ou espantam aqueles para quem os espetáculos visuais têm mais atrativos que o exercício da inteligência; são, de alguma sorte, os saltimbancos do mundo Espírita.
Algumas vezes agem espontaneamente; outras vezes, por ordem dos Espíritos superiores.
Se as comunicações dos Espíritos superiores oferecem um interesse mais sério, as manifestações físicas têm igualmente utilidade para o observador.
Revelam-nos forças desconhecidas da Natureza e nos oferecem o meio de estudar o caráter e, se assim nos podemos exprimir, os costumes de todas as classes da população Espírita.

P. Como provar que o poder oculto que age nas manifestações Espíritas está fora do homem?
Não se poderia pensar que reside nele mesmo, isto é, que age sob o impulso de seu próprio Espírito?

Resp. – “Quando uma coisa é feita contra tua vontade e o teu desejo, é claro que não és tu quem a produz; porém, frequentemente és a alavanca de que se serve o Espírito para agir e tua vontade lhe vem em auxílio; podes ser um instrumento mais ou menos cómodo para ele.”
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 22, 2021 8:22 pm

Observação – É sobretudo nas comunicações inteligentes que a intervenção de um poder estranho torna-se patente.
Quando essas comunicações são espontâneas e estão fora do nosso pensamento e controle; quando respondem a perguntas cuja solução é ignorada pelos assistentes, faz-se necessário procurar sua causa fora de nós.
Isso se torna evidente para quem quer que observe os factos com atenção e perseverança; os matizes de detalhes escapam ao observador superficial.

P. Todos os Espíritos são capazes de dar manifestações inteligentes?
Resp. – “Sim, visto que todos são inteligentes; porém, como os há de todos os graus, tal qual ocorre entre vós, uns dizem coisas insignificantes ou estúpidas, outros coisas sensatas.”

P. Todos os Espíritos estão aptos a compreender as perguntas que se lhes fazem?
Resp. – “Não; os Espíritos inferiores são incapazes de compreender certas perguntas, o que não os impede de responder bem ou mal; é ainda como entre vós.”

Nota: Por aí se vê o quanto é essencial pôr-se em guarda contra a crença no saber ilimitado dos Espíritos.
Dá-se com eles, o que se dá com os homens; não basta interrogar o primeiro que aparece para ter uma resposta sensata.
É preciso saber a quem se dirigir.
Quem quer que deseje conhecer os costumes de um povo, deve estudá-lo desde a base até ao cume da escala; ver somente uma classe é dele fazer uma ideia falsa, pois se julga o todo pela parte.
A população dos Espíritos é como a nossa; há de tudo:
o bom, o mau, o sublime, o trivial, o saber e a ignorância.
Quem não os tiver observado seriamente em todos os graus não se pode gabar de conhecê-los.
As manifestações físicas fazem-nos conhecer os Espíritos de baixa evolução: são a rua e a cabana.
As comunicações instrutivas e sábias põem-nos em relação com os Espíritos elevados:
são a elite da sociedade, o castelo e o Instituto.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Um imprescindível esclarecimento feito por Léon Denis e Paul Singer

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 23, 2021 7:44 pm

por André Ricardo de Souza

Após a desencarnação de Allan Kardec, em 1869, Léon Denis (1846-1927) se tornou talvez o maior propagador do Espiritismo, tendo sido este francês da aldeia de Foug, próxima à cidade de Tours, fiel à codificação do grande compatriota de Lyon.
Por sua vez, o economista Paul Singer (1932-2018), judeu austríaco de Viena e emigrado ao Brasil com sua mãe aos oito anos de idade, devido à perseguição nazista, foi docente da Universidade de São Paulo e também gestor de relevantes políticas públicas.
Tendo sido meu professor e amigo próximo, Singer foi a pessoa mais espiritualizada que conheci nesta existência.
Foi também o grande ideólogo e incentivador de um amplo conjunto de experiências de produção, consumo e crédito pautadas por princípios igualitários e democráticos.
Tal conjunto tem o nome de economia solidária.
Uma experiência desse tipo é relatada no principal livro psicografado por Francisco Cândido Xavier, de 1941, conforme apontado por ele próprio: Paulo e Estêvão[1].
Ambos, Denis e Singer, nasceram em famílias materialmente pobres, trabalharam ainda muito jovens, como operários, antes de se tornarem intelectuais.
Também se dedicaram à causa do cooperativismo auto-gestionário, marcado pela distribuição tão equitativa quanto possível dos ganhos entre todos os membros (Nobre, 1982; Soares, 1984; Souza, 2018; Santos; Nascimento, 2018).
Contudo, não creio que este tenha sido reencarnação daquele.
Outra semelhança entre eles é a crítica ao pensador e ativista alemão Karl Marx (1818-1883).
Léon Denis rejeitou peremptoriamente a ideia marxista do “ódio entre classes sociais”, enfatizando a educação, em vez do conflito, como caminho para a positiva transformação da sociedade.
Por seu turno, Paul Singer - que estudou profundamente, junto com outros pesquisadores uspianos, os textos de Marx - veio a apontar, já em sua maturidade, que eles não davam conta das condições necessárias para a equilibrada e perene transformação social.
Abro aqui um fundamental parêntese para dizer que a palavra Cristianismo ainda causa temor e ojeriza em pessoas de determinados lugares do planeta devido às terríveis ocorrências históricas:
Cruzadas e Inquisição, além do intolerante fundamentalismo que subsiste.
Continua, portanto, representando algo destruidor nesse imaginário.
Todavia, como bem sabemos, o cristianismo - tal como iniciado pelo Nosso Senhor Jesus Cristo e revivido por grandes missionários como Francisco de Assis, Matinho Lutero, Allan Kardec, Bezerra de Menezes, Martin Luther King Jr., Teresa de Calcutá, Chico Xavier e Papa Francisco - nada tem de destruidor, muito pelo contrário.
É preciso também dizer com todas as letras que tanto Léon Denis quanto Paul Singer dedicaram seus escritos e, mais que isso, suas vidas, à busca de algo que também gera, ainda hoje, grande confusão interpretativa: o socialismo.
Cada qual a seu modo escreveu a respeito e buscou efetivamente o socialismo fraterno, aquele que prima pela liberdade e é necessariamente democrático.
Isso está presente no livro de Denis, decorrente de artigos editados na Revista Espírita em 1824:
Socialismo e Espiritismo, publicado em 1982 no Brasil[2].
Trata-se de uma obra realmente importante e bela que ainda é negligenciada por parte do movimento espírita devido ao enviesado conhecimento do tema.
E está presente também no principal livro de Paul Singer: Utopia militante: repensando o socialismo, de 1998.
Nesta obra, com base em dados históricos bem documentados, ele rejeita a ideia de socialismo centralmente planeado e autoritário, que é implantado mediante revoluções políticas.
Como alternativa, Singer delineia o processo de ‘revolução social’ que levou à passagem do feudalismo ao capitalismo industrial.
E aponta para a possibilidade de um caminho de transformação lenta - com base em mudanças culturais - para o socialismo democrático, que ainda não existe e no qual o mercado seguirá tendo papel social importante, mas, não, tirânico e excludente, dado seu equilíbrio com o Estado e havendo nele destaque para a economia solidária.
É preciso dizer que, tanto no pensamento de Denis quanto no de Singer, não está presente a ideia de igualdade absoluta entre todos os indivíduos e tampouco a privação da liberdade de nenhum deles.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 23, 2021 7:44 pm

Em consonância ainda, cabe lembrar que Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, também tratou desse tema em quatro importantes obras, chegando a usar a expressão “socialismo cristão do porvir”[3].
Danosas distorções, práticas infelizes e o decorrente medo, como visto, tornaram o Cristianismo erroneamente interpretado, sendo que o mesmo - guardadas as devidas proporções - ocorreu em relação ao Socialismo, termo, equivocadamente, abominado ainda por grande parte da população.
Tal medo, muitas vezes, gera hostilidade e, grosso modo, prossegue sendo instrumentalizado politicamente.
Mas, graças a Deus, os também missionários Léon Denis e Paul Singer, além de Emmanuel, nos auxiliam decisivamente na desmistificação e no esclarecimento a respeito.

Referências bibliográficas:
DENIS, Léon. Socialismo e Espiritismo. Matão, O Clarim, 1982.
NOBRE, Freitas. Prefácio. In: DENIS, Léon. Socialismo e Espiritismo. Matão, O Clarim, 1982.
SANTOS, Aline Mendonça; NASCIMENTO, Claudio. Paul Singer: democracia, economia e autogestão. Marília, Lutas Anticapital, 2018.
SINGER, Paul. Uma utopia militante: repensando o socialismo. Petrópolis, Vozes, 1998.
SOARES, Sylvio Brito. Páginas de Léon Denis. 2ª edição. Brasília, FEB, 1984.
SOUZA, André Ricardo de. Professor Paul Singer e a economia solidária. P2P & Inovação, v. 5, p. 43-52, 2018.

André Ricardo de Souza é professor de sociologia da UFSCar, colaborador do paulistano Núcleo Espírita Coração de Jesus e organizador, com Pedro Simões, dos livros: Espiritualidade e Espiritismo (Porto de Ideias, 2017) e Dimensões identitárias e assistenciais do Espiritismo (Appris, 2020).

[1] Confira clicando aqui
[2] Vale destacar um trecho do prefácio por quem foi marido de médica Marlene Nobre (1937-2015) e eminente deputado federal José Freitas Nobre (1921-1990): “Espiritismo e Socialismo estão unidos por laços estreitos, visto que o primeiro oferece ao segundo o que lhe falta a mais, isto é, o elemento de sabedoria, de justiça, de ponderação, as altas verdades e o nobre ideal sem o qual este último corre o risco de permanecer impotente ou de mergulhar na escuridão da anarquia”.
[3] Livros: Emmanuel, de 1938 (capítulo 21, terceiro parágrafo); A caminho da luz, de 1939 (capítulo 24, segundo item); O Consolador, de 1941 (questões: 55 a 57); Caminho, verdade e vida, de 1949 (lição 61).

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Viver bem, com ética e aproveitando o hoje

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 24, 2021 8:08 pm

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

A liberdade e a saúde se parecem: não lhe conhecemos o valor senão quando nos falta. - Henrique Bergue

Muitas pessoas pensam que viver bem é usufruir dos bens materiais.
Quando o jovem mensageiro nos disse que "nem só de pão vive o homem", Jesus se referia aos valores espirituais.
É preciso pensar como espírito que habita temporariamente um corpo, e viver a mensagem que Jesus nos trouxe, com os ideais de fraternidade e esperança.
Viver é aprender.
Diz Santo Agostinho que, quando não se pode fazer tudo o que se deve, deve-se fazer tudo o que se pode.
Vivemos o tempo do terceiro milénio sabendo que é necessário refletir.
Chega de acomodação.
Já dizia Henry Ford:
"Pensar é o trabalho mais difícil que existe, talvez por isso tão poucos se dediquem a ele"; e o poeta Fernando Pessoa, vivendo essa experiência confirmava:
"Pensar dói".
Meditemos agora com esses novos valores da alma que Emmanuel nos traz:
“A vaidade enlouquece; a revolta dificulta; a dor regenera; a facilidade perturba; o trabalho educa; a humildade eleva”.
Assim, diante da vida e das lutas necessárias para nosso progresso moral e espiritual, procuremos manter a calma e servir, lembrando que Deus está permanentemente connosco, conforme orienta o mesmo instrutor:
“Não fizeste o sol que te ilumina, não fabricaste o ar que respiras, não criaste o solo em que te apoias, não teceste a vestimenta das flores que te rodeiam.
Não pares de trabalhar.
A vida te pede o bem que se te faça possível.
O impossível virá de Deus”.
Perguntaram, certa vez, ao já velho Galileu Galilei (1564-1642), importantíssimo homem de ciências italiano:
“Quantos anos você tem?”.
Ele respondeu:
“Oito ou talvez dez”, em evidente contradição com a barba branca que trazia no rosto.
Logo em seguida, ele explicou sua resposta:
“Tenho, na verdade, apenas os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais, do mesmo modo que também não tenho as moedas que já gastei”.
Na vida material, podemos estar com os dias contados, por outro lado, sabemos que hoje é sempre o começo de tudo.
Se errar é aprendizado e tem consequências, ainda teremos tempo de nos corrigir e nos aperfeiçoar.
Como seres imortais, o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos; temos que aproveitar que hoje é o melhor dia, o dia de decidirmos pela ética, pelo amor e pela sabedoria.

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é director da Editora EME

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Dez verdades e uma mentira

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 25, 2021 7:53 pm

por Cláudio Bueno da Silva

Não nos preocupemos obsessivamente com a verdade.
A verdade, em nosso plano, é múltipla, diversa, dinâmica, flexível, versátil.
Mas apesar de tudo isso, indispensável e fundamental.
Diz-se que há tantas verdades quanto os seres na Terra.
Seria erro afirmar que cada um tem a sua verdade?
Creio que não, do ponto de vista dos interesses e necessidades materiais de cada indivíduo, e do estágio do seu progresso.
Já sob as vistas de Deus, a verdade é una, como todas as Suas Perfeições.
Na Terra a verdade é fluida, variável, e nem sempre se estabelece entre os homens um consenso sobre a distância que a separa da mentira.
Apesar destas incertezas, podemos garantir que a verdade, sendo o oposto da mentira, está próxima do amor e da justiça.
O Espírito Erasto (¹) afirmou que “mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”.
Embora tratasse de assunto específico relacionado à conduta dos homens em relação às informações enviadas por Espíritos, entendo que o seu pensamento possa se aplicar às circunstâncias gerais da vida.
Compactuar com uma mentira gera comprometimento muito mais grave do que rejeitar dez verdades.
Isso porque a mentira desequilibra, corrompe, infelicita.
A rejeição, como propõe Erasto figuradamente, não inviabiliza a verdade, só adia a sua adoção.
Mesmo rejeitada, ela estará “lá”, esperando ser adotada.
Num mundo de verdades relativas como o nosso, o momento e a oportunidade contam muito.
A verdade como um princípio me parece ser neutra, porque vinculada a leis universais imutáveis ainda pouco compreendidas por nós humanos.
Já a mentira, não. A mentira é ardil humano incompatível com a perfeição universal.
A mentira é energia densa que nasce dos porões escuros da alma que ainda não foram iluminados.
Aceitar a mentira é agir no campo negativo e se predispor às consequências da sua gravidade.
Por outro lado, rejeitar a verdade pode ser um ato provisório que possivelmente terá também suas consequências, mas que estarão bem longe de se igualar aos danos causados pela mentira.
A busca pela verdade é instintiva e natural no homem inteligente, e ele a perseguirá sempre.
Mas será bom que ele comece também a se preocupar em combater a mentira, esse vício moral tão feio, prejudicial e que tanta desgraça causa à humanidade.

(¹) Erasto, Espírito, ditou várias instruções inseridas por Allan Kardec em suas obras.
A frase citada encontra-se em “O Livro dos Médiuns”, capítulo XX, “Influência moral dos médiuns”, LAKE, 1978, tradução de J. Herculano Pires.
s orientações de Erasto são muito respeitadas no meio espírita esclarecido.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Alterações das traduções bíblicas novas

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 26, 2021 7:59 pm

por José Reis Chaves

As alterações da Bíblia sempre ocorreram, principalmente com as traduções adaptáveis às novas doutrinas criadas.
Escrevendo ou falando sobre a Bíblia, por mais de meio século, em meus livros (dois lançados em inglês nos Estados Unidos), em rádio, tv, palestras pelo Brasil e Portugal, escrevendo uma coluna em O TEMPO desde 2000, tendo eu, inclusive, estudado para padre Redentorista e traduzido o Novo Testamento, daí que venho notando que as traduções bíblicas novas têm alterado os textos de ideias espíritas e da reencarnação, o que, aliás, não é surpreendente, pois os tradutores, geralmente, são padres e pastores.
Vejamos um exemplo numa Bíblia antiga de 1930, entre outros, de João de Almeida, em Êxodo 20: 5, que diz:
“... eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, ‘na’ terceira e ‘na’ quarta geração daqueles que me aborrecem”.
Esse texto demonstra que o próprio Espírito que pecou no passado, agora, reencarnado em um dos seus descendentes: neto (terceira geração) e bisneto (quarta geração) é que paga seus pecados.
(Ver esse texto citado numa Bíblia).
E é comum um Espírito reencarnar num de seus familiares, o que reforça a ideia da reencarnação no texto.
Mas os tradutores novos trocaram a preposição ‘em’ com seu artigo ‘a’ (‘na’) pela preposição ‘até’, preposição essa que, além de ocultar a ideia da reencarnação, complica a justiça divina (lei de causa e efeito), pois, coloca Espíritos pagando pecados de outro Espírito, o que a Bíblia condena (Ezequiel 18: 4).
Também a Vulgata Latina de são Jerónimo está de acordo com as traduções antigas:
“In tertiam et in quartam generationem” (‘Na’ terceira e quarta geração).
A FEB publicou uma coleção de comentários bíblicos de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, adoptando as ideias da Bíblia de Jerusalém, provavelmente, querendo dar àquela sua coleção uma característica ecuménica, o que é louvável.
Porém, algumas dessas ideias são confusas e que, pois, deveriam ser evitadas.
Por exemplo: o texto de 1 Coríntios 15: 44: “Semeia-se (sepulta-se) corpo material ou animal, ressuscita corpo espiritual”.
Por que a Bíblia de Jerusalém e a citada coleção da FEB colocam no lugar de corpo animal ‘corpo psíquico’?
Esse corpo psíquico é “vencido”, pois tinha uma “psique” nele somente enquanto era vivo!
Essa mudança não confere com a expressão em grego “soma fuxikov” (corpo animal, material) e está trazendo muita confusão para os que têm a Bíblia como um livro que contém muitas verdades importantes para os católicos, ortodoxos, protestantes, evangélicos e espíritas, que querem saber o porquê das alterações!

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty O talento da coragem

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 27, 2021 8:10 pm

por Leda Maria Flaborea

E, tendo medo, escondi na terra o teu talento...” – (Mateus, 25:25)

Essa referência evangélica faz parte de uma das parábolas mais conhecidas que encontramos no Novo Testamento:
A Parábola dos Talentos, como aparece designada no Evangelho de Mateus ou a Parábola das Minas, como está no Evangelho de Lucas.
Independentemente do título que tenha, o conteúdo é o mesmo, ou seja, a nossa responsabilidade moral, espiritual e material diante da vida.
Ela se divide em duas, tendo a segunda parte servido de alvo para que Emmanuel nos trouxesse a mensagem desta lição.
Para entendermos essa parte, vamos procurar refletir um pouco sobre toda ela, a fim de não perdermos a oportunidade de tão precioso estudo.

A parábola – história que Jesus contava usando os costumes do dia a dia do povo como exemplo para fazer-se compreender – narra a história de um senhor de grande fortuna que, precisando ausentar-se por longo tempo, chamou três servos e entregou a cada um deles uma quantia diferente em moedas que deveriam ser devolvidas a ele quando regressasse.
Assim, entregou, ao primeiro, cinco moedas; ao segundo, duas e, ao terceiro, uma.
Tempos depois retornou, e pediu aos três a devolução dos bens que havia deixado sob seus cuidados.
O primeiro apresentou-se trazendo as cinco moedas e mais outras cinco que havia ganhado, por aplicar com critério o que lhe havia confiado.
Contente com o lucro que o servo obtivera para si, disse-lhe que, por haver se saído bem em tarefa pequena, daria a ele agora maiores tarefas.
O segundo, a quem ficara encargo de guardar duas moedas, também se apresentou diante do senhor com o valor dobrado daquilo do qual fora depositário.
Feliz com o desempenho do segundo servo, entregou a ele tarefa muito maior que a anterior, pois sabia que ele tinha condição de executá-la, já que havia sido diligente na pequena.
O terceiro servo, aquele que ficou encarregado de zelar por uma moeda, apresentou-se diante do senhor e lhe disse que, tendo medo de perder o que lhe havia sido confiado, escondeu-a na terra até que ele voltasse e estava naquele momento devolvendo-lhe a única moeda que lhe fora entregue.
Apesar de contar com apenas uma moeda, foi incapaz de fazê-la dar lucros, pois, temeroso, não tivera coragem de lutar para valorizá-la.
Evidentemente, o senhor, aborrecido com o insucesso do servo, expulsou-o dos seus domínios, deixando-o à mercê de seus próprios medos e temores, para que aprendesse a valorizar o pouco que tinha, transformando esse pouco em muito.
A lição de Jesus não deixa dúvidas com relação às nossas atitudes diante das possibilidades que temos de trabalhar em benefício nosso e dos que nos cercam.
Melhorar para progredir é a senha do Pai Criador para nossa evolução.
Para que esse progresso se realize através do nosso trabalho, Deus distribui Seus bens para que todos, segundo suas capacidades de percebê-los e captá-los, possam multiplicá-los em benefício de muitos.
Assim, alguns adquirem talentos que outros não possuem, para que cada um, dentro das suas possibilidades, faça com que se multipliquem e que quando compartilhados, também uns com os outros, gerem o progresso a todos.
Na questão 804 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos Espíritos superiores por qual razão Deus não deu as mesmas aptidões para todos os homens, que é necessária a variedade das aptidões para que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento das suas forças físicas e intelectuais.
Torna-se fácil, portanto, imaginar, para efeito de exemplo, que aqueles que receberem como talento recursos materiais poderão permutar seus valores com outros que sejam dotados de talentos que lhes faltem, tais como uma aptidão artística, ou intelectual, ou ainda um dom moral, necessários todos eles ao bem-estar da própria vida.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jan 27, 2021 8:10 pm

Verdadeiramente, quando dizemos que nem todos recebem os bens divinos na mesma quantidade, não é porque Deus privilegia uns em detrimento de outros, mas, sim, porque ainda não conseguimos recebê-los da mesma maneira.
Pela nossa própria evolução moral, não temos condições, muitas vezes, ainda, de perceber a presença desses recursos em nossas vidas.
E por essa razão, acreditamos que Ele seja injusto porque dá muito a uns e pouco a outros.
O Pai coloca todos os bens à nossa disposição para que possamos usufruir deles, mas como cada um tem capacidade diferente para recebê-los, independentemente da quantidade, como fala a parábola, teremos de prestar contas daquilo que tivermos captado. Se é pouco ou muito não fará nenhuma diferença na balança divina.
O que vai contar será sempre a maneira como empregarmos esses valores.
Por causa do nosso egoísmo, culpamos Deus pela nossa pouca “sorte” sem percebermos que cada um de nós só consegue captar esses bens segundo a sua capacidade individual.
Assim, acusamos os que nos cercam, porque nos perseguem; lamentamos a vida que temos porque não nos dá maiores oportunidades e em tempo algum admitimos a nossa indolência, a nossa preguiça ou o nosso medo de lutar para melhorar o que já conseguimos conquistar.
Desejamos maiores recursos materiais quando, na verdade, não conseguimos sequer administrar o pouco que temos.
Lamentamos não sermos chamados para executar tarefas de maiores responsabilidades quando, na realidade, mal conseguimos realizar com zelo as obrigações mais simples do dia a dia.
Almejamos tarefas de maior destaque e culpamos os outros por não sermos designados para trabalhos mais relevantes nos setores espirituais.
Mas, se não alcançamos a harmonia no nosso lar, porque não sabemos consegui-la, ou porque temos medo de enfrentar a luta doméstica para conquistá-la, de que modo teremos condições de dizer ao outro como alcançá-la?
Vamos examinar as nossas consciências e procurarmos descobrir que tipo de servos somos, ou mais importante ainda, que tipo desejamos ser.
Emmanuel nos lembra na lição que “existem muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejaria.
E recolhem-se à ociosidade, alegando medo da ação”.
Tem, assim, “medo de trabalhar, medo de servir, medo de fazer amigos, medo de desapontar, medo de sofrer, medo da incompreensão, medo da alegria, medo da dor”, e alcançam o fim da vida terrena como seres que apenas tiveram as sensações físicas do corpo, mas que nada fizeram para enriquecer a existência.
Quase sempre, essas criaturas tornam-se campeãs da preguiça e da inutilidade, pois sob o pretexto de serem menos favorecidas ignoram até as condições básicas de higiene de seus corpos, da limpeza do local onde moram, permanecem debruçadas na janela da ociosidade, mais preocupadas em ter medo ou culpar os outros, a se queixarem indefinidamente de suas mazelas, sem vontade de se reergueram e iniciarem um processo de faxina física e mental.
Estamos colocados no lugar certo, no tempo certo, com as pessoas que podem nos ensinar se quisermos aprender e realizando a melhor tarefa para nosso crescimento.
Desse modo, por mais rude que possa nos parecer, a tarefa que nos coube no mundo, não temamos e façamos dela o nosso caminho de progresso e renovação.
O querido instrutor espiritual Emmanuel nos esclarece na lição que “por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriqueça-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor”.
Somos usufrutuários de patrimónios que pertencem ao Pai, e nos encontramos, no presente momento, no campo das oportunidades negociando com os valores Dele.
Fiquemos, pois, mais atentos aos negócios que estamos realizando com os recursos que nos foram confiados no mundo, por algum tempo.

Bibliografia:
XAVIER, F. C. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel – 8ª edição – RJ: FEB – lição 132.
____________ Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel – 14 ed. RJ: EB. Lição 2. 1996.
____________ Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel – 8 ed. Brasília: FEB. P. 147. 1993.
SCHUTEL, C. Parábolas e Ensinos de Jesus. 14. ed. Matão: Editora Casa O Clarim. P. 56. 1997.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Reencarnação é oportunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Jan 28, 2021 7:24 pm

por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Arnaldo era um famoso fisioterapeuta.
Com seus exercícios, é facto, alguns deles dolorosos na execução, trazia alívio aos seus pacientes para os problemas da época moderna, em especial, as famosas dores de coluna.
As mãos mágicas de Arnaldo eram procuradas por idosos, e este, pacientemente, inclusive fins de semana e feriados, alongava e tratava de seus pacientes, que após o sofrimento para colocar tudo no lugar, se sentiam bem melhor.
Frequentador da reunião mediúnica da casa espírita, Arnaldo certa vez teve uma revelação, na qual os mentores da casa lhe disseram que ele tinha sido um exímio torturador, passando pela inquisição, pela escravidão e ainda, pelos regimes ditatoriais, produzindo sofrimento às pessoas para interrogá-las, ou apenas por prazer.
Mas se sentiam muito felizes os mentores da casa por verificar que as suas habilidades de lidar com os corpos encarnados haviam encontrado uma forma de auxiliar aos mais necessitados.
Chocado com essa revelação, Arnaldo volta para casa cabisbaixo, de consciência pesada, pensando se depois de tanto mal feito, se ele não deveria ser castigado.
Na lotação sacudindo até a sua humilde residência, ele abre aleatoriamente “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Cap. VII, Item 10:
“(...) Ele não deixa ao abandono aqueles de seus filhos que se acham perdidos, porquanto sabe que cedo ou tarde os olhos se lhes abrirão.
Quer, porém, que isso se dê de moto-próprio, quando, vencidos pelos tormentos da incredulidade, eles venham de si mesmos lançar-se-lhe nos braços e pedir-lhe perdão, quais filhos pródigos”.
Entende então o nosso estimado Arnaldo que a reencarnação é uma oportunidade de reconstrução, e não um castigo.
Que as ideias de pagar, de uma contabilidade divina radical, e outras coisas que ouvimos por aí, são resquícios de um Deus impiedoso, dos exércitos, que se compraz com sacrifícios, ideia que já foi abandonada pela visão teológica trazida por Jesus faz dois mil anos, reforçada pelo Espiritismo, mas que insistimos em trazer, pela dureza de nossos corações.
No Espiritismo, aprendemos que a Lei é de amor.
O reencarnar é a oportunidade de refazer. Uma empreitada de sucesso, e não um projeto fadado ao sofrimento, à feição de um purgatório cristão.
A visão espírita não é só libertadora, mas também uma abordagem promotora do amor, da fraternidade entre os homens, para que todos se auxiliem mutuamente na tarefa de crescer espiritualmente nesta encarnação, contrariando uma visão determinista da reencarnação, de castas, de isolamento.
Na lógica da reencarnação, aquele mais vil Espírito, cruel e desumano, tem as suas múltiplas chances de reconstrução, pelo amor desse pai retratado pela enigmática parábola do Filho pródigo, até hoje incompreendida, por trazer uma visão transcendente da justiça, na qual todos podem (e precisam) se regenerar.
E que não temos inimigos, apenas irmãos.
Por fim, já que se falou de castas, o texto atual termina relembrando uma figura histórica, o imperador indiano da dinastia Máuria, chamado de Asoka (304 a.C.-232 a.C.), conhecido por sua sede insaciável por guerras, o que lhe deu a alcunha de “O terrível”. Após a invasão de Kalinga, na qual o exército por ele comandado matou cerca de 100 000 pessoas, por volta de 260 a.C., ao ver o resultado de sua destruição, ele se converte ao Budismo e muda toda a sua forma de proceder, fazendo um governo com avanços sociais invejados até hoje.
Na dança das reencarnações, a revolução que se espera é a mudança de atitudes íntimas, uma coisa complexa, e que demanda muito do espírito encarnado.
Assim, a reencarnação é uma oportunidade, uma escada de subida, e não um buraco escuro e húmido de sofrimento.
Uma visão sintonizada ao conceito de Deus que propagamos, mas que temos grande dificuldade de interiorizar.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Corpo, santuário do Espírito

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 29, 2021 8:23 pm

por Maria de Lurdes Duarte

“Mens sana in corpore sano”, diz a expressão latina que o poeta romano Juvenal usou num dos seus poemas.
Apesar de tão antiga, esta expressão adequa-se completamente ao que se entende por saúde, nos dias de hoje.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), trata-se de um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.
Embora, de certa forma contestável esta definição, porque pressupõe um estado de perfeição que, sabemos bem, não se adequa ao estado evolutivo da humanidade atual, o que importa, para esta nossa reflexão, é realçar a importância inegável da relação entre corpo/mente/ser social, para a harmonia e o equilíbrio do Ser.
Do ponto de vista apresentado pela Doutrino dos Espíritos, e muito bem desenvolvida por Allan Kardec na Codificação, este conceito de saúde/equilíbrio é de suprema importância, quer para a vida física, quer em termos de continuidade na vida além-túmulo.
Senão, vejamos.
Em cada reencarnação, traçamos para nós mesmos, com a ajuda dos Benfeitores Espirituais, planos bem delineados, com um conjunto de tarefas a cumprir, sejam elas provas, expiações, lições a aprendizagens, quer morais, quer sociais, quer intelectuais.
Cada existência física é uma oportunidade valiosíssima que a Misericórdia Divina nos concede, pois objetiva uma subida na escalada evolutiva, já de si longa, em que não nos interessa estacionar, sob pena de permanecermos indefinidamente como retardatários, situação que sempre acarreta maior dose de sofrimento.
Cada oportunidade de regresso à vida material visa ao combate a vícios e defeitos bem concretos que ainda possuímos e que, mais uma vez, temos a chance de afastar da nossa personalidade, aprendendo mais um pouco e preparando-nos para seguir adiante mais libertos do que nos pesa na consciência.
Somos caminheiros milenares e já perdemos muito tempo em reencarnações que não soubemos aproveitar devidamente.
Em muitas delas, debilitámos o nosso corpo; noutras, até, partimos antes da hora prevista, qual cavaleiro que desistiu do combate ou simplesmente não se conseguiu precaver contra o inimigo e se entregou desregradamente à luta.
Em todos esses casos, o regresso à Pátria Espiritual acabou por se dar em circunstância de grande debilidade espiritual.
Não saímos vencedores, mas sim vencidos por um inimigo que somos nós e apenas nós, com todos os defeitos e vícios e erros a que permanecemos acorrentados.
O nosso corpo físico, em cada uma dessas reencarnações foi projetado ao pormenor, de modo a que cumprisse na perfeição tudo aquilo a que voluntariamente nos propusemos.
Se era um corpo “perfeito” ou detentor de alguma possível “deficiência”, “belo” ou “feio” etc., sempre teve como molde o corpo espiritual que leva e traz em si impressas todas as marcas da forma como a nossa personalidade se apresenta.
Os genes dos nossos progenitores foram escolhidos escrupulosamente, por forma a imprimir ao corpo físico as caraterísticas que lhe eram necessárias.
Jamais poderemos culpar a pobre habitação do insucesso do mau inquilino.
O corpo é a vestimenta, a habitação do Espírito, nós somos o Ser, o habitante que dele se serve bem ou mal.
Podemos ler na epístola de Paulo aos Coríntios o seguinte “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” – Coríntios, 6:19-20.
Devemos entender o “Espírito Santo”, das versões modernas da Bíblia, como o “Espírito” das versões originais.
Paulo foi bem claro: o corpo é a habitação do Espírito, devemos glorificar (agradecer, bendizer) a Deus, não só em espírito, mas também no corpo.
A Deus pertencem ambos.
Mas como poderemos glorificar a Deus no corpo?
Nisto reside um grave engano, incutido pelas religiões ritualistas de que temos feito parte pelos séculos afora.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 29, 2021 8:24 pm

Achámos, durante muito tempo, que a Deus agradariam sacrifícios corporais, ideia esta que nos vem dos remotos tempos da adoração aos deuses do politeísmo, que se considerava que assim o exigiam.
Nessa ideia, usamos mal o corpo, oferecemo-lo em sacrifício a um Deus que de nada necessita porque tudo Lhe pertence, infligimos dores, doenças, martírios, atrocidades de toda a espécie, a essa vestimenta física, como se fosse ela a culpada da pequenez evolutiva que nos impele ao mal, ao egoísmo, ao orgulho.
Atormentámos o corpo, pensando elevar o espírito, em vez de o tomarmos como aliado dos nossos objetivos.
Tudo isto pensando homenagear um Deus de Amor, de Misericórdia, que apenas quer a nossa felicidade e para isso nos criou.
Falamos destas atitudes como pertencendo ao passado, mas, sem querer ferir seja quem for nas suas crenças, apenas ajudar a refletir na conveniência dos nossos hábitos, somos forçados a reconhecer que não estamos muito longe da adoção de ritos que ainda têm como base a flagelação do corpo.
Eles permanecem em algumas religiões tradicionais.
Se, por um lado, os condutores espirituais das religiões em geral já não aconselham a sua prática, também é verdade que nada fazem pelo esclarecimento das almas que os procuram.
E que lugares e santuários próprios para o efeito continuam a ser aproveitados e frequentados por tantos e tantos que, ao fazê-lo, continuam a achar que estão cumprido o seu dever religioso.
O que deseja Deus, afinal, de nós, em termos de sacrifício?
Sim, porque, dizem os adeptos desses rituais, o céu não se conquista sem sacrifícios.
Sem dúvida. E os sacrifícios que nos são pedidos são bem mais difíceis do que isso.
É o sacrifício de lutarmos para pôr de lado as imperfeições que fazem de nós seres atrasados do ponto de vista espiritual.
O sacrifício do egoísmo, do orgulho, da ganância, da preguiça, da maledicência, e tantos outros defeitos humanos de que não nos libertamos ainda.
São esses os verdadeiros sacrifícios.
E para o conseguir, precisamos dessa bênção que é o corpo, sem o qual não podemos operar na vida física.
Reflitamos ainda na questão sob outro aspecto: o suicídio, seja ele consciente ou inconsciente.
Como diz Paulo, o corpo não nos pertence, é de Deus.
A Ele teremos de dar contas, assim como perante a nossa consciência culpada, se abandonarmos a vida física antes do que estava programado.
(Reforcemos a ideia de que essa programação foi feita por nós, ou pelo menos, com o nosso conhecimento e aquiescência.)
Se partirmos pelo suicídio por desistirmos das lutas e destruirmos o corpo voluntária e conscientemente, tendo isso como ato de coragem (ignorância), grave será o débito que decorrerá dessa má decisão.
A vida é eterna, somos Seres imortais, nada pode, realmente, destruí-la, apenas destruímos a vestimenta.
Tomaremos outra, oportunamente, para retomar o trabalho de que desistimos.
O suicídio, nessas circunstâncias, é, pois, um ato perfeitamente inútil, que só agrava a situação que o provocou.
Se partirmos antecipadamente por termos contribuído para a degeneração do corpo, contraindo doenças decorrentes de comportamentos desregrados, tratar-se-á de um suicídio inconsciente, mas igualmente gravoso e com consequências danosas no outro lado da vida.
Resumindo, não devemos de modo nenhum fazer do corpo um santuário de todos os prazeres, descurando a vida do Espírito.
A ideia não é viver em função do corpo.
É usar o corpo como esse santuário que permite ao Espírito (que somos nós) todo o género de vivências e aprendizagens enriquecedoras que contribuirão para sairmos de cada existência física mais fortalecidos no bem, detentores de maior dose de conhecimento, mais moralizados, mais aptos a viver a nossa espiritualidade em toda a plenitude.
Da harmonia que conquistarmos hoje depende em muito as boas oportunidades de crescimento futuro, quer no Plano Espiritual, quer nas próximas reencarnações.
Corpo e Espírito em sintonia, auxiliando-se mutuamente no grandioso trabalho de aperfeiçoamento, contribuindo para o equilíbrio da Vida.
É isso que Deus quer de nós.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos: 68 a 70, 136, 348 a 350, 367 a 385, 730.
O Evangelho segundo o Espiritismo: Cap. 5, item 26. Cap. 17, item 11.
O Céu e o Inferno: Cap. 7, item 1.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty A empatia em tempos de crises

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jan 30, 2021 7:46 pm

por Yé Gonçalves

A vivência da empatia é de fundamental importância nestes tempos de crises, pelos quais estamos passando, quando urge a necessidade de buscarmos respostas que justifiquem o porquê e o para quê dos acontecimentos actuais e do nosso envolvimento neste contexto, não apenas no tocante às crises existenciais e à pandemia da covid-19, mas também aos preconceitos alusivos à desigualdade social, ao género, à sexualidade, à etnia etc.
Embora para muitos de nós, à primeira vista, se trate de tempos de dores e de sofrimentos, na verdade o fundo da questão nos remete às oportunidades de aprendizagem moral, chamando-nos para que, através da força do auto-conhecimento, do resultado dos momentos de reflexão e da vivência de maneira resignada, nos libertemos das amarras que nos impedem do avanço na senda evolutiva, e que possamos, através desses exercícios, promover a nossa transformação moral.
Como já sabemos, a empatia é a palavra-chave para o momento em que estamos vivendo e convivendo, como se estivéssemos nos abarcando no mesmo barco, em plena tempestade, unindo forças para o enfrentamento de desafios, a fim de vencermos estes tempos de pandemia e demais tipos de crises que envolvem a sociedade como um todo.
O mestre Jesus, através dos evangelhos, nos ensina a empatia, que se praticada em tempos de normalidade, na aprendizagem das lições, na lida do dia a dia, servirá de base para a aplicação em tempos de crises, assim vejamos o seguinte exemplo:
“Fazei ao outro somente aquilo que gostaríamos que nos fosse feito”. (Mateus 7:12)
Dessa recomendação do mestre Jesus, podemos extrair para todos nós o ensinamento de que se trata do maior senso de justiça, equilíbrio das relações interpessoais.
Fazer ao outro somente o que gostaríamos que nos fosse feito é nos colocarmos no lugar do outro, fazendo ao outro as coisas que desejamos que o outro faça por nós.
Esse ensinamento é, também, ministrado pelo Espírito de Verdade, na questão 876 de O Livro dos Espíritos, sendo a sua aplicação a base da justiça, segundo a lei natural.
Portanto, temos no mestre Jesus, o exemplo maior da empatia, sendo Ele o tipo mais perfeito oferecido por Deus à Humanidade, para lhe servir de guia e modelo, conforme nos ensina a questão 625 de O Livro dos Espíritos.
Que nestes tempos de crises diversas, possamos nos colocar no lugar do outro, fazendo-lhe somente aquilo que gostaríamos que nos fosse feito, a fim de auxiliá-lo nestes momentos difíceis pelos quais todos estamos vivenciando, quando passamos a desenvolver a virtude da misericórdia, externando a pureza do coração em favor um do outro.
Dessa forma, juntos entenderemos o porquê e o para quê destes tempos de crises, e venceremos o mundo, ou seja, começando, cada qual, pelo seu próprio “mundinho” íntimo.

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Pontuando correctamente a vida

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 31, 2021 8:28 pm

por Anselmo Ferreira Vasconcelos

Circula nas redes sociais a instigante prosa, cujo autor é, infelizmente, desconhecido, na qual um homem à beira da morte deixa explicitados por escrito os seus últimos desejos, e que resgato aqui para a consecução dos objetivos do presente texto – ou seja:
“Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.
Esqueceu-se da pontuação, de modo que cada nomeado pontuou segundo os seus interesses.

O sobrinho fez a seguinte pontuação:
‘Deixo os meus bens à minha irmã? Não!
A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres’.

A irmã pontuou assim:
‘Deixo os meus bens à minha irmã.
Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres’.

O padeiro também pontuou, puxando a brasa à sua sardinha:
‘Deixo os meus bens à minha irmã? Não!
A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres’.

Foi então que um pobre, sabido, fez esta interpretação:
‘Deixo os meus bens à minha irmã? Não!
A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do padeiro? Nada!
Dou aos pobres’.

Moral da história: Assim é a vida.
Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras.
Nós é que colocamos os pontos.
E isso faz toda a diferença.
Pontue corretamente a sua vida, para não dar margem a erros de interpretação”.
Com efeito, a vida pode, sim, ser enxergada sob distintos olhares e opiniões a depender do observador e das suas motivações e interesses.
Desse modo, há os que olham a existência sob um olhar compassivo, especialmente no que concerne aos seus atos e atitudes.
Estes normalmente tendem a suavizar o peso das suas decisões equivocadas.
Olham para as suas conveniências até mesmo nas horas mais cruciais das suas trajetórias, esquecendo-se de que há um Pai que, acima de todos nós, tudo vê e observa.
Ele, a propósito, em seu julgamento sempre sereno e justo, tudo regista:
nossas emoções, intenções, gestos e pensamentos mais ocultos.
Dada a sua incomensurável sabedoria e visão, ele conhece perfeitamente as nossas fraquezas, imperfeições e mazelas.
Por isso, qualquer tentativa de enganá-lo invariavelmente culmina em fracasso, pois o seu poder tudo abarca.
No entanto, mesmo assim, muitos ainda assim tentam infantilmente enganá-lo.
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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty Re: ARTIGOS DIVERSOS IV

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 31, 2021 8:29 pm

Mas há os que interpretam a vida de maneira mais objetiva e atenta.
Diferentemente dos outros acima descritos procuram o acerto em todas as suas iniciativas e acções.
Não são obviamente criaturas moralmente perfeitas, embora se esforcem por afastar as más ideias dos seus corações. Sabem, ou pelo menos intuem, que um dia haverão de prestar contas dos seus actos à providência divina.
Consequentemente, têm consciência que responderão pelo que realizarem através das suas capacidades e recursos, bem como das alegrias e felicidade que espalharem pelo mundo.
De maneira similar, têm ampla noção da transitoriedade das conquistas materiais, e, por isso, não se imantam a elas.
Ao contrário, as veem apenas como meios à disseminação do progresso e bem-estar geral ao qual a eles cabem o dever de zelar.
Desse modo, evitando erros e desacertos mais comprometedores “pontuam corretamente a vida”.
Esse é o ponto central e que merece a nossa reflexão.
Estamos deixando lacunas pelo caminho que poderão nos trazer arrependimento e sofrimento posterior?
Lembremos, uma vez mais, que estamos sendo cuidadosamente observados pela espiritualidade.
Assim sendo, estamos sendo sinceros e verdadeiros em nossas deliberações?
Estamos sendo bem-intencionados em nossas decisões e ações?
Ou, como na prosa acima, só olhamos o que nos interessa ver?
Seja como for, tenhamos muito cuidado...

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ARTIGOS DIVERSOS IV - Página 39 Empty O Espiritismo e o Esperanto

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 01, 2021 8:07 pm

por Aylton Paiva

Dentre as forças renovadoras da humanidade duas se destacam: O Espiritismo e o Esperanto.
O Espiritismo surge a 18 de abril de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, cujo conteúdo foi transmitido pelos Espíritos Superiores que respondiam ou esclareciam as perguntas formuladas pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, através de muitos médiuns.
Publicada a obra com o pseudónimo de Allan Kardec.
O Esperanto vem à luz com a publicação, em 26 de julho de 1887, do livro Língua Internacional, sendo que seu autor o publica com o pseudónimo de Dr. Esperanto.
O Espiritismo traz as informações sobre a existência do mundo espiritual e sua relação com o mundo físico.
Afirma que Deus é a Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as coisas e governa o Universo através de Leis sábias, amorosas e justas.
Demonstra a imortalidade da alma e seu processo evolutivo através da existência no mundo espiritual e no mundo físico.
Neste, por intermédio da reencarnação ou das vidas físicas sucessivas.
Também elucida, como instrumento dessa evolução, a Lei de Acção e Reacção.
A inter-acção entre o mundo espiritual e o mundo material é comprovada e explicada de forma clara e lógica.
Sua Filosofia debruçada sobre os evangelhos ilumina a Ética de Jesus para todos os tempos e revela que são leis de harmonização do ser consigo mesmo, com o outro e com a Vida.
O Esperanto também é um projeto de Jesus para estabelecer e consolidar entre as pessoas e os povos a compreensão, a interação e os princípios da fraternidade e da solidariedade. Não é apenas mais um idioma.
Por isso ele encontra guarida, no mundo todo, nas pessoas que têm sentimentos enobrecidos; que desejam a paz, a harmonia e a solidariedade entre pessoas e povos.
No Brasil ele encontrou forte aliado na Ética Espírita que se fundamenta nos mesmos princípios.
Com o apoio da Federação Espírita Brasileira ele vem sendo divulgado e ensinado no Movimento Espírita.
Esse estímulo também vem da Espiritualidade Superior, pois o Esperanto é um projeto de Jesus para o Mundo de Regeneração.
Através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, o Espírito Emmanuel transmitiu extensa mensagem de apoio ao estudo e à divulgação do Esperanto, da qual extrairemos o seguinte tópico:
”Sim, o Esperanto é lição de fraternidade.
Aprendamo-la, para sondar, na Terra, o pensamento dos que sofrem e trabalham em outros campos.
Com muita propriedade digo: “aprendamo-la”... (Reformador, fevereiro de 1940.)
A aprendizagem do Esperanto é muito mais fácil do que a aprendizagem de outros idiomas.
Ele tem apenas 16 regras gramaticais, sem excepção.
*
DIO ESTAS NIA PATRO KAJ JESUO NIA MAJSTRO.
VEJA NA SECÇÃO ESPERANTO SEM MESTRE - INFORMAÇÕES SOBRE O ESPERANTO E CURSOS.

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