LUZ ESPÍRITA
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ESCUTANDO SENTIMENTOS - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:04 pm

- Falar o que de mim, quando nada sei sobre mim?!
- Então já começou a dizer algo. Continue.
Coloque o que sente para fora.
Vou lhe ajudar - foram ministrados passes na região do lobo frontal e na parte mediana lateral esquerda da cabeça.
- Gostaria de saber por que cheguei aqui assim depois de tudo porque passei; o que saiu errado?
Algo saiu errado, não saiu Dona Modesta?
- O que sente, minha filha?
- Angústia. Muita angústia.
- Isso, fale, coloque para fora!
- Revolta.
- Com o quê?
- Não sei, Dona Modesta!
Não sei! - e caiu em choro convulsivo- me ajude, por favor, a saber, o que se passa comigo.
É como pela vida inteira carregasse um fardo do qual nunca me livrei.
Não sei o que é ser feliz.
Trabalhei, trabalhei e... E agora?
Que vai ser de mim?
Parece que de nada adiantou ser espírita.
- Engano seu, Laura.
Adiantou muito.
- Mas veja como me encontro.
O que tenho?
Esclareça-me, pelo amor de Deus!
- Seu drama é o mesmo de milhares de companheiros do ideal.
Cabeça congestionada de informação, coração vazio de ideal.
- A senhora deve estar divertindo comigo!
- Parece que estou, Laura?
Olhe profundamente em meus olhos e veja o que sente - Dona Modesta fixou-lhe o olhar, aguçando a sensibilidade da paciente.
- Não, acho que não está de brincadeira, mas não consigo aceitar o que a senhora diz.
- Pois aceite, porque essa é a sua verdade.
- Não chega estar neste leito?
Nem sei com exatidão que hospital é este, e ainda vou ter que aceitar o que a senhora me diz?
Acreditei com sinceridade que o trabalho espírita me daria luz.
Foi só o que fiz.
- O trabalho espírita é luz em qualquer tempo, contudo, Laura, resta saber se a luz do trabalho iluminou igualmente o trabalhador.
- Estive por mais de quarenta anos activamente na mediunidade.
- Laura, olhe os pacientes ao seu redor - havia uma longa fileira de leitos totalmente tomados.
Veja! São todos servidores da doutrina em recuperação e reajuste depois da morte.
- Que nos faltou, Dona Modesta?
- Uma palavra detestada por muitos que não compreendem seu sentido: sacrifício.
- Mais sacrifício que fiz eu?
- Sua ficha não aponta nessa direcção os seus esforços, minha esforços.
- Então não sei de que sacrifício a senhora está falando.
- O sacrifício do amor além do dever.
Muitos servidores bondosos, para não dizer a maioria, servem atrelados a condições.
Respiram dentro dos limites a que se habituaram na comunidade doutrinária.
Estipulam tempo e quantidade de conformidade com o padrão.
Escudados na virtude da disciplina e acobertados com justificativas acerca do dever familiar e profissional, são incapazes de transpor barreiras imaginárias e servirem além da obrigação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:04 pm

- Fui muito dedicada, Dona Modesta.
- Reconheço.
- Isso não é sacrifício?
- Não. Sacrifício é usar conscientemente todo o tempo que temos em favor do erguimento do bem em nós.
Sacrificar é dar do que nos pertence, esquecendo de nós.
Somente quem vibra nas faixas do sacrifício espontâneo qualifica com amor aquilo que faz, porque sabe quanto lhe é exigido em favor das realizações nobres.
E você, Laura, se enquadra nessa definição?
- Creio que não!
- Por quê?
- Porque sinto que podia fazer mais, isso me revolta, Dona Modesta, isso me revolta!
Como me enganei assim meu Deus!
Agora tudo é claro, tão claro! - e novamente afogou-se nas lágrimas em lamentável crise de tristeza.
- Calma, minha filha! Se acalme!
O choro vai lhe fazer bem.
- Está fazendo mesmo...
Pois... Eu não sei há quanto tempo não choro.
Ah! Meu Deus!
Eu sou um verme, porque não olhei para mim como agora!...
As lutas me insensibilizaram...
E... Acho que passei a vida em constante reclamação não externada...
Corroendo-me por dentro...
E... Parece que quero me punir continuamente por algo que não me lembro, mas sei que fiz...
- E não teve com quem falar, não é?
- É, isso mesmo!
Não sei nem se falaria com alguém.
Logo eu, a médium do centro.
Que pensariam de mim?
- Eis o problema!
Muita ideia no cérebro, muita fantasia na imaginação.
Pouca luz no sentimento.
Tarefa como a mediunidade, minha filha, requisita o calor da humildade no coração para derreter o gelo da auto-imagem superdimensionada na cabeça.
Afora isso, é muita "loucura no pensamento" e um "carnaval de máscaras" sobre si mesmo regado pelo licor embriagante da ilusão.
- Que será de mim, Dona Modesta?
Em nada me valeram os anos de serviço?
- Valeram muito, Laura.
Para você ter noção sobre isso, terá que estudar com carinho a sua trajectória desde o retorno ao corpo até agora.
Você concluirá que houve um enorme avanço.
- Avanço?! Sinto-me é falida.
Não mereço nada.
Nem sei por que estou sendo amparada.
Apesar de falar por brincadeira, sempre achei mesmo que iria para regiões bem complicadas depois da morte.
- Não existe falência.
Existem resultados.
Em verdade, você não vai para regiões inferiores, veio de lá.
Eis o avanço.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:04 pm

- Vim mesmo?
- Veio. Quando tiver acesso aos seus dados, verá que enorme progresso você fez nestas quatro décadas como médium.
- Mas deveria estar melhor, não é mesmo?
- Laura, raríssimos tem chegado aqui como "completistas”, ou seja, aqueles que transpuseram a atracção das folgas e das facilidades para servirem mais e mais.
Aqueles que conscientizaram pelo coração do quanto necessitavam respirar o clima do amor aplicado.
Aqueles que doaram e se doaram na leira em benefício da iluminação do mundo e de si mesmos.
Aqueles, minha filha, que realizaram muito por fora, mas que não se esqueceram de aprimoram-se nos impulsos e nas tendências.
- Qual a minha posição espiritual, Dona Modesta?
Seja franca!
- Sua ficha diz que destes quarenta anos de serviço virtuoso na mediunidade, os primeiros dez foram repletos de entusiasmo, idealismo e cuidados íntimos.
Os outros trinta...
- O que têm os outros trinta?
- Quer mesmo ouvir?
- Claro que quero, estou farta das minhas mentiras!
- Os outros trinta, passou por eles sem deixar que eles passassem por você.
Viveu-os por obrigação cármica.
Não os viveu para você como alma em aprendizado e crescimento, e sim como tarefa programada em resgate de faltas pretéritas.
Com essa noção, elegeu a bênção da mediunidade como pesado ónus do qual queria se livrar o quanto antes.
Queixava por dentro, em muda lamentação, as renúncias que era obrigada a fazer.
Não as fazia por amor e sim em razão do esclarecimento que amealhou.
Congestionou a cabeça e não preencheu o vazio do coração.
Obteve muita informação que não gerou a transformação.
Luz na cabeça sem educação do sentimento.
Agiu na caridade fazendo luz para os outros e não edificou em si mesma a conquista da luz própria.
No fundo, como acontece a muitos de nós, bafejados pela confortadora doutrina, agiu por interesse pessoal.
Serviu esperando vantagens de amparo e isenção de problemas.
- Acreditava estar fazendo tudo por amor.
- Raros de nós ocupam essa condição, minha filha.
No entanto, melhor que já estejamos agindo no bem.
- Que drama o meu! Meu Deus!
Revolto-me ainda mais.
Isso é a pura verdade!...
- Se continuar revoltada, estará estendendo seu sofrimento.
É hora de mudar, Laura.
- Como não revoltar, Dona Modesta?!
- A revolta produz a autopunição a que você se referiu.
É um mecanismo inconsciente da mente que cobra de si o que já sabe que pode fazer. Só há um caminho.
- Qual?
- trabalhar mais, minha filha, e instaurar no coração o amor incondicional e sem limites.
- Terei instruções sobre como fazer isso?
- Se há algo que você, como muitos espíritas por aqui, não precisam mais é de instrução.
- Como vou aprender?
- Amando. Somente amando.
Você será médium aqui na vida espiritual.
Eurípedes autorizou-me a prepará-la para serviços socorristas futuros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:05 pm

- Não acredito!
Continuar médium!
- Gostaria?
- Não sei o que responder.
Só sei que se aplacar meu sentimento de remorso e minha sede de ter um pouco de paz, farei o que me mandarem fazer.
- Isso não bastará, Laura.
Você terá que aprender a amar o que faz para não cair novamente nas garras da orientação religiosa sem religiosidade.
- Conseguirei?
- Claro que sim. É só querer.
- Vou confiar na senhora.
- Confie no Cristo, minha filha, e na Sua Infinita Misericórdia que nunca nos faltará.
***
Aquele que, médium, compreende a gravidade do mandato de que se acha investido, religiosamente o desempenha.
Em outro trecho assevera a codificação Kardequiana:
"A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente".
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XXVI- item 10).
Mediunidade é o instrumento da vida para desenvolvimento da santidade.
Santidade é esculpir no coração a sensibilidade elevada.
Sensibilidade é a medicação reparadora para as almas que tombaram na descrença e na apatia perante o mundo, esquecendo-se de cooperar com o Pai na Obra da Criação.
Receber esse "molde afectivo" sem absorver-lhe as lições no campo dos sentimentos é recusar mais uma vez as medidas salvadoras de Mais Alto em favor da paz interior - esse tesouro a que todos nós, Os Filhos da Criação, estamos à procura.
Os médiuns são "alunos-problema" na escola da vida matriculados em curso avançado e intensivo para recuperarem a aprendizagem relegada nos cursos anteriores.
Sendo assim, devem guardar a noção do quanto lhes foi confiado pela Divina Providência, evitando as miragens da importância pessoal.
Para seu próprio bem, devem pensar em si mesmos, como alunos tardios, aceitos na universidade da mediunidade na condição excepcional do último pedido de amor, antes de serem entregues à clava impiedosa da justiça expiatória.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:05 pm

CAPÍTULO 13 - NOSSA MAIOR DEFESA
"Quem dizem que eu sou? - Eles lhe responderam:
Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas."

O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo IV - item 1.

Eminentes cientistas consideram, sob a óptica materialista, que o fortalecimento do ego (ego estruturado) é a fonte da livre manifestação do homem na busca de seus reais objectivos.
De facto, a criatura autónoma na perspectiva psicológica é dona de si mesma e reúne elementos para o alinhamento mental, que lhe permite fluir em suas metas.
Um ego estruturado, porém, pode levar-nos a estagiar nas experiências da arrogância, do personalismo, da auto-suficiência e da ostentação - traços de egocentrismo.
Muitos ao contrário quem se conecta com o self divino, capacita-se para gerenciar suas potências internas e adopta a humildade como conduta, pois não sente necessidade de passar uma imagem, mas apenas ser.
Tem consciência de sua real importância perante a vida.
Nem mais, nem menos valor.
Apenas o que realmente é; nada além, nem aquém.
Autonomia, porquanto, à luz do espírito imortal, é a habilidade dirigir bons sentimentos em relação a nós mesmos sustentando crenças, atitudes e escolhas que correspondam ao legítimo valor pessoal.
É a expressão do auto-amor e o alicerce psicológico-emocional da maturidade.
É a capacidade de dilatar essa conexão com o self - fonte emissora das energias do amor.
A autonomia vem da capacidade de libertar-se dos padrões idealizados, assumindo sua realidade em busca do melhor possível.
Libertar-se da correnteza de baixa auto-estima proveniente do subconsciente.
A grande batalha pela autonomia não está em se libertar de pressões externas e sim das velhas programações mentais e "gatilhos emocionais" que nos escravizam aos processos de desamor e crueldade connosco.
É uma mudança na forma de relacionar-se consigo próprio através do foco mental positivo.
Contra nossos nobres propósitos de iluminação, temos variados inimigos íntimos gestores de mensagens corrosivas da auto-estima e da segurança.
Somente aprendendo a nos amar, conseguiremos transformar esses clichés pessimistas em respeito, reflexão, auto-avaliação e perdão.
A saúde mental surge quando nos livramos dessas estruturas internas opressoras que são impulsos, condicionamentos, complexos, tendências, clichés emocionais, clichés intelectuais, que constituem subpersonalidades activas na nossa vida subconsciente.
Quando não reconhecemos nosso valor, vivemos à mercê dos "estímulos-evolutivos", ou seja, pessoas, lugares, guias espirituais, cargos, instituições e filosofias que nos dizem quem somos e o que devemos fazer.
Somos todos interdependentes, precisamos uns dos outros, mas não a ponto de depositar em algo ou alguém a responsabilidade de nos fazer felizes ou determinar nossas escolhas.
Ouviremos a todos e reflectiremos sobretudo que aconteça, tomando por divisa o compromisso da melhoria e do crescimento gradativo.
Acima de tudo, porém, devemos guardar por guia infindável os sentimentos positivos, a consciência individual.
Os bons sentimentos são portadores de orientações do inconsciente para nosso destino particular.
Quando os escutamos, tornamo-nos mais úteis a Deus, ao próximo e a nós próprios.
A atitude de autonomia pode ser sintetizada na frase:
entrego-me a mim mesmo e respondo por mim.
Seu princípio básico é: somente eu posso dizer o que quero e interpretar através dos meus sentimentos o que realmente preciso para crescer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:05 pm

Allan Kardec, dotado de excelente senso psicológico, indagou aos Luminares Guias da Verdade:
"A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o de pertencer-se a si mesmo?"
"De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da Natureza".
(O Livro dos Espíritos - questão 827).
Pertencer-se a si mesmo é adquirir gerência sobre o repositório da vida interior.
Ter domínio de si próprio.
Responder por si perante o Criador.
A convivência humana na Terra é caracterizada por processos emocionais e psicológicos que, frequentemente, nos afastam da Lei de Liberdade.
Raríssimas criaturas escapam da submissão e da dependência em matéria de relacionamentos.
Sentimentos estruturados no processo evolutivo do egoísmo ainda nos atam aos enfermiços contágios da ilusão de galgar o progresso através do outro, delegando o direito natural de pertencer a si mesmo.
Com essa atitude, atolamos no apego a pessoas e bens passageiros como únicas referências de bem-estar e equilíbrio, navegando no mar da existência como descuidados viajantes ao sabor dos factos externos, sem posse do timão dos fenómenos internos da alma.
Fomos treinados para ter medo de pensar bem sobre nós ou sobre a capacidade de gerenciar nossos caminhos evolutivos.
Fomos treinados para atender a expectativas.
Até mesmo em nossos grupos de amor cristão, com assídua frequência, é enaltecida a dependência e, algumas vezes, até a submissão.
A pior consequência da falta de autonomia é medir o valor pessoal pela avaliação que as pessoas fazem de nós.
Por medo de rejeição, em muitas situações, agimos contra os sentimentos apenas para agradar e sentir-se incluído, aceito.
Quem se define pelo outro, necessariamente tombará em conflitos e decepções, mágoas e agastamentos.
Autonomia é a maior defesa da alma porque estabelece limites, produz a serenidade, dilata a autoconfiança e coloca-nos em contacto com nossas aspirações superiores.
Em algumas ocasiões, a conquista da auto-gerência requer a solidão e o recomeço.
Às vezes precisamos de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante a vida e seguir os sinais que nos indicam novos caminhos.
Nessa fase, seremos convocados a responder a algumas indagações originadas do medo.
Conseguirei responder pelo meu futuro?
Estarei dando passos seguros para meu melhoramento?
Estarei fazendo escolhas por necessidade ou teimosia?
Estarei fugindo de meu "projecto reencarnatório"?
Esse medo surge porque gostaríamos de contar apenas com o êxito em nossas escolhas.
Adoramos respostas e soluções imediatas, prontas para usarmos. Uma leitura.
Uma opinião.
Uma mensagem mediúnica. Não ter riscos.
Não ter que ser criticados pelos caminhos que optamos.
Esse medo ainda reflecte a dependência.
Nessa hora, teremos que escutar nossos sentimentos e seguir.
Ouvi-los não quer dizer escolher o certo, mas optar pelo caminho particular em busca da experiência sentida e conquistada dentro de sua realidade.
Esse é o "preço" que pagamos para descobrirmos quem somos verdadeiramente.
Libertar-se do ego é um parto psicológico.
A sensação de insegurança é eminente.
Todavia, quando a alma é chamada a semelhante experiência no "relógio da evolução", a vida mental compensa essa sensação com emoções enobrecedoras que descortinam percepções ampliadas acerca das intenções mais subjectivas do Ser.
É com base na intenção que o Espírito assegura seu equilíbrio e suas escolhas no vasto aprendizado da eternidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:05 pm

Essa liberdade psíquica e emocional da alma é o resultado inevitável de algumas vivências da criatura em seu percurso evolutivo.
Para alguns é a maior conquista de uma reencarnação inteira.
Para outros, que já a desenvolveram com maior amplitude em outras existências, será a base para o cumprimento de exigentes missões colectivas.
Podemos enumerar em quatro as principais vivências que conduzem à autonomia:
1. Auto-estima - é o aprendizado do valor pessoal.
Quem se ama sabe sua real importância.
2. Resistência emocional - é a capacidade de suportar os próprios sentimentos, que muitas vezes levam-nos às crises e opressões em razão da bagagem da alma.
Atravessar dores amadurece.
3. Saber o que se quer - somente fazendo escolhas, descobrimos nossas aspirações.
Algumas dessas escolhas inclui a corajosa decisão de romper com velhas "muletas mentais".
4. Escutar os sentimentos - nos sentimentos está o "mapa" de nosso "Plano Divino".
Aprender a ouvi-los sem os ruídos da ilusão será nossa sintonia com o "Deus Interno".
Quem adquire autonomia fica bem consigo, torna-se óptima companhia para si e passa a buscar, automaticamente, com mais intensidade, o próximo, o trabalho.
"As pessoas, quando educadas para enxergar claramente o lado sombrio de sua própria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender e amar seus semelhantes."
(The Collected Works of CG Jung (CW) - 17 vol. VII par. 28)
A ausência da autonomia pode levar-nos à condição de mendigos de amor ou vítimas do destino.
Considerando-a como gestora da almejada condição de "sentir-se bem" perante a existência, na sua falta o ser humano debate-se em flagelos morais lamentáveis que o escravizam a condutas auto-destrutivas, tais como conflitos crónicos, mágoas permanentes, baixa tolerância a frustrações, projeções psicológicas no outros, vergonha de si.
O eminente Doutor Frederick Perls, criador da terapia Gestalt nos diz:
"Eu faço as minhas vontades e você faz as suas.
Eu não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas, e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.
Eu sou eu e você é você.
Se um dia nos encontrarmos, vai ser lindo!
Se não, nada há de se fazer."
(Gestalt - Terapia Explicada - Frederick Perls - 1969)
Jesus, a título de aferir a visão alheia, indagou: Quem dizem que eu sou?
Imperioso saber quem somos, pois, do contrário, seremos quem querem que sejamos.
Em outra ocasião, o Divino Tutor de nossos destinos asseverou:
"Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?" (Mateus 16:26)
A colocação de Jesus é rica de clareza acerca da autonomia como sendo nossa maior defesa na rota de ascensão.
***
Amiga (o) de caminhada,
Não confundas autonomia com recursos oferecidos a ti pela Divina Providência.
Autonomia é estágio de um processo deflagrado por ti mesmo (a).
Em verdade, um efeito de tua perseverança na longa e exaustiva viagem da interiorização.
Pede a Deus para dilatar teu discernimento a fim de usá-la afinada com os propósitos do bem, entretanto, felicita a ti mesmo (a) lográ-la, porque a conquista individual, inalienável e intransferível.
De nossas parte, se algo fizemos para chegares até este ponto evolutivo, foi, tão somente, lembrar-te sempre que todos merecemos ser felizes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:05 pm

CAPÍTULO 14 - CISÃO DE REINO I
(Para melhor compreensão desse texto, sugerimos a leitura do epílogo "Em que Ponto da Evolução nos Encontramos?", na obra "Reforma Íntima sem Martírios", por serem, ambos, estudos complementares.)
"Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo III - item 14

A presença do instrutor Calderaro infundia-nos raro sentimento de responsabilidade e aproveitamento.
O trabalho ingente daquela hora não comportava muitas digressões filosóficas, ainda assim ouviríamos a palavra lúcida do mensageiro do amor por alguns instantes.
Passavam das duas horas em plena madrugada na Terra.
Os últimos preparativos estavam sendo tomados para a incursão em regiões de pavor e gládio na erraticidade.
O portal de saída do Hospital Esperança, onde nos reuníamos para o mister, encontrava-se como activo dispensário de bênçãos através de variados trabalhos.
Chegava o momento de demandarmos o exterior do Hospital.
Dez corações que serviram à causa espírita integravam a equipe na condição de discípulos dos serviços socorristas.
Dilatavam seus horizontes sobre os pátios de dor com os quais se corresponderam durante a vida física, na condição de dirigentes de sessões mediúnicas.
Calderaro levar-nos-ia aos pântanos da sofreguidão no intuito de resgatar "lírios do Evangelho" perdidos na noite escura da amargura.
Almas que tombaram sobre o peso das responsabilidades com a mensagem do Cristo no transcorrer dos evos.
Após comovente prece, manifestou o instrutor:
- O Espírito em sua peregrinação evolutiva, desenvolveu mecanismos de mutação para o egoísmo.
O instinto de posse é um dos alicerces de incontáveis manifestações da nossa doença de egocentrismo.
Da necessidade instintiva de se conservar, derivou um complexo sistema de cautela, que promoveu o medo como defesa natural às iniciativas de acumular e possuir.
Com o medo as engrenagens da vida mental dinamizaram "grades psíquicas de segurança" com as quais o homem procurava defender-se do receio da rejeição, do abandono e da perda.
Consumando tais "celas psicológicas", a criatura se desumanizou através da atitude de crueldade, dizimando quantos supusesse serem ameaças à sua "tranquilidade".
Apesar de toda essa movimentação, ninguém em tempo algum conseguiu burlar as Leis da Natureza.
Submissos a ela, mas sem consciência dos seus defeitos, o ser humano, em tempo algum, logrou anular em seu coração os dilacerantes e constrangedores sentimentos de vulnerabilidade, falibilidade e abandono.
Sistemas de defesa do ego aglutinaram-se em potente reunião de forças para a "negação" e nessa luta interior em milénios de fuga, surgiu a "exaustão da alma", muito bem assinalada na rota evolutiva do Filho Pródigo, quando diz:
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a aparecer necessidades.
(Lucas 15:14)
Instado a olhar para suas necessidades, o Filho Pródigo, que representa a história evolutiva de todos nós guindados aos campos de aprendizados da Terra, sentiu os efeitos deletérios do esbanjamento da Herança Paternal.
Trazia em si próprio, assim como cada um de nós, o enraizado complexo de inferioridade - expressão de um sistema afectivo aos frangalhos.
A passagem assinala:
Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faz-me como um de teus jornaleiros. (Lucas 15:19)
O quadro de insatisfação íntima é o cansaço dessa longa trajectória de desditas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:06 pm

Cansaço de viver!
Uma sequela inevitável dessa longa noite de ilusões!
A rejeição, o abandono e a perda tão temida em relação aos supostos opositores da caminhada passaram a ser consumidos pela mente como um procedimento natural para connosco mesmo - as feridas evolutivas do Ser.
Rejeitando nossa condição íntima, abandonando nossos autênticos sentimentos e perdendo o contacto com a vida abundante.
Consolidaram-se o desamor e a auto-crueldade; expressada através da punição inconsciente, do sentimento de culpa e do vazio existencial.
Tais "pisos psicológicos" configuram a "loucura contida" em níveis diversificados de depressão e ruína mental.
Reencarnações repetitivas e pouco frutíferas marcaram a sinuosa senda das vias terrestres.
No entanto, no interregno entre as sucessivas vivências corporais, a criatura experimenta infinitas lições que, inevitavelmente, influenciam seu psiquismo no regresso à matéria.
O homem terreno jamais compreenderá os transtornos e tormentas da vida mental sem debruçar-se sobre a natureza dessas ocorrências.
Visitaremos hoje as adjacências de um dos mais antigos vales da maldade hierarquizada na Terra, o Vale do Poder.
A exemplo das cidades no orbe, esse pátio de dor e perversidade tem seu núcleo central com imponente estrutura urbanística.
Em sua periferia, entretanto, encontram-se os "lixões", termo empregado pelos mandantes da região.
São antros de dor que se organizam no aproveitamento das "escórias" - como são conhecidos os "ex-assalariados" da organização que não apresentam as "qualidades" desejáveis aos intentos tenebrosos.
Ali se estruturam os "gavetões", "calabouços", "lagos de enxofre", "câmaras de viciados" e outros variados locais que demonstram a dificuldade do Espírito em consumar sua humanização.
Estudos Maiores feitos pelos Condutores Planetários denominam essa situação de "regressão ou involução" como cisão de reino, o desejo do Espírito em não assumir sua condição excelsa de homem lúcido e consciente perante o universo.
Condição essa bem delineada na passagem evangélica em estudo quando assevera:
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. (Lucas 15:16)
Fazendo uma breve pausa como se investigasse a alma dos trabalhadores que nos acompanhariam em serviço, Caldareraro declinou:
- Os meus irmãos que ainda não conhecem tais locais de expiação poderão sentir, com intensidade energética, a natureza das emoções que pairam nessas psicosferas, razão pela qual o sentimento de unção deve nos guiar os passos.
A predominância vibratória da indignidade é determinante onde visitaremos, tomando matizes variados conforme os dramas conscienciais.
Vamos aos "gavetões", um autêntico "depósitos de almas" tombadas no remorso e na culpa. São chamados "vibriões".
Esse lugar é uma referência inegável que ilustra a questão 973 em O Livro dos Espíritos, formulada por Allan Kardec aos Sábios da Imortalidade:
"Quais os sofrimentos maiores a que os Espíritos maus se vêem sujeitos?"
"Não há descrição possível das torturas morais que constituem a punição de certos crimes. Mesmos o que as sofre teria dificuldade em vos dar delas uma ideia.
Indubitavelmente, porém, a mais horrível consiste em pensarem que estão condenados sem remissão."
Condenados sem remissão é a condição espiritual que conduziu tais corações ao lamaçal da derrocada interior.
A terem que assumir a sensação dolorosa de vulnerabilidade, optam pela fuga, pela "regressão" a patamares de imaginária protecção e segurança nos quais "hibernam psiquicamente", uma cisão de reinos.
Vamos buscar um desses "vibriões".
Um filiado à "maldade organizada" há mais de um milénio.
Agora foi deportado aos "lixões", exaurindo após o "esbanjamento psíquico", em consumada "segunda-morte".
Sua condição é descrita em Lucas:
E, tornando em si, disse:
Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! (Lucas 15:17)
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 04, 2018 9:06 pm

CAPÍTULO 15 - CISÃO DE REINO II
"Os Espíritos sofredores reclamam prece e estas lhe são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes.
Entretanto, a prece tem sobre eles acção mais directa:
reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mão o pensamento."

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVII -item 18

Após a prédica do instrutor Calderaro, atravessamos os portais do Hospital Esperança em direcção a zonas abissais da Terra.
Em certa etapa do caminho, abstemos da volitação por ser impossível exercê-la na psicosfera densa.
Transpomos níveis muito "abaixo" dos umbrais terrenos.
Muita escuridão e frio.
Era uma região pantanosa com lagos que se formavam em vários pontos do trajecto.
Vislumbramos uma luminosidade artificial a distância.
Era a "cidade do poder".
Calderaro solicitou um instante e, utilizando seus poderes mentais, sondou o ambiente, enquanto todos os que o acompanhávamos permanecemos no apoio vibratório e na vigilância.
Os odores e sensações era desconfortáveis pela natureza das energias reinantes.
Após um instante, manifestou o benfeitor:
- Ajoelhemo-nos meus irmãos, e deixemos que os incómodos das sensações sejam recebidos na nossa alma com amor.
Na casa de meu pai há muitas moradas!
Aqui também é a Casa de Deus, que permite, aos Seus Filhos, a liberdade de se acomodarem conforme suas escolhas.
Nutramo-nos de respeito e piedade para orarmos em conjunto.
Após a luz da oração feita por um dos integrantes, Calderaro solicitou-nos a armadura da coragem.
O bando defensivo de irmão Ferreira, o "cangaceiro do Cristo", que estava aguardando-nos a chegada, vem em nossa direcção orientando-nos sobre as condições locais.
Absteremos da narrativa sobre a operação socorrista por não harmonizar com o objectivo e o conjunto dessa obra.
No retorno ao Hospital Esperança, após bem sucedido resgate, Calderaro reservou alguns minutos para as indagações dos dirigentes aprendizes sobre o que presenciaram.
- Esse estado perispiritual dos "vibriões" pode ser considerado uma "segunda- morte"?
- Eles se encontram a caminho da ovoidização.
A "segunda- morte" é o resultado de longas incursões da alma em atitudes mentais de rebeldia e incontinência nos sentimentos.
Nosso irmão assistido semeou a arrogância durante séculos nos solos sagrados de sua mente.
Agora, colhe os frutos da inclemência e da loucura de seu procedimento.
Teceu no tempo as condições psíquicas para a cisão do reino.
Desorganizou suas matrizes do "molde mental", onde se encontram os alicerces do equilíbrio humano.
- Poderá renascer em corpo saudável?
- Raríssimos casos de "vibriões", apresentam condições para reencarnação imediata.
A organização somática pode obedecer a factores de ordem genética, caso haja vantagens motivacionais para o Espírito no seu aprendizado.
Nenhuma Lei Natural, porém, permite intercessão junto ao dinamismo da vida mental, que retracta o conjunto de necessidades e conquistas da alma.
Até mesmo a Misericórdia Celeste, que dispõe de recursos benditos para usar o cérebro como uma "comporta" reguladora das dosagens de matéria enfermiça para o corpo, em determinado "instante evolutivo" não pode impedir os desajustes nas substâncias neurotransmissoras.
Surgem psicopatologias variadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:58 pm

A doença mental é o regime expiatório de última instância para almas que se rebelaram contra os Chamados Divinos no transcorrer de longo tempo.
Dessa forma, encontraremos inúmeros "vibriões" reencarnados em corpos saudáveis.
Entretanto, não escapam das celas educativas da tormenta mental.
- Que tipos de doenças mentais?
- Desde o desconforto neurótico até as mais severas psicoses.
Incluindo aquelas não classificadas oficialmente no Código Internacional das Doenças na sociedade terrestre.
Há de se considerar que a base de tais provas da mente é o remorso.
A noção clara que a alma adquire no intervalo das encarnações sobre a gravidade de sua situação espiritual.
- Então já reencarnam com remorso?
- Uma soma grandiosa de Espíritos reencarnados na Terra encontra-se sob a sanção do remorso adquirido antes do renascimento.
Experimentam "dores psicológicas" de variada natureza.
Os "vibriões", quase sempre, carregam para a vida corporal trâmites dolorosos nas vivências da depressão, depois de exaustivas tentativas frustradas de reencarnação.
Uma vez que partiriam para a desistência de querer viver até mesmo fora da matéria, alguns deles inclusive com dramas de auto-extermínio físico, agora regressam em busca da recuperação desse Valor Natural - o dom de existir como criatura humana, de lutar e querer viver.
- Por essa razão estão imóveis, como se não tivessem vida?
- No fundo, "optaram", evidentemente, sem consciência disso, pela "regressão" ao estágio do "não pensar", do "não ter que ser responsável".
Não querem humanizar-se.
Vivem, verdadeiramente, uma condição de "saudade inconsciente da animalidade".
Querem regredir".
Tentam negar o que sentem, defendem-se do impulso doloroso da culpa e do instinto para o progresso.
A isso denominamos cisão do reino.
Para se alcançar esse patamar de enfermidade são necessários séculos de repetição e fuga.
- Mas não assevera a Codificação que o Espírito não retrograda na evolução?
(O Livro dos Espíritos - questão 118).
- Esse lance da evolução não significa retrocesso, mas uma tentativa de retrocesso.
Jamais a alma deixará seu caminho natural de humanização depois de adquiridas as habilidades da razão.
Na vida subjectiva do Ser, encontra-se depositada toda a sua trajectória na condição humana.
Ninguém burla o Fatalismo Paternal.
- Então a questão dos sentimentos está na base dessa deformação perispiritual?
- Esse coração socorrido plasmou em séculos a sua desdita de agora.
Depois de alguns "fracassos" no seu posto hierárquico naquele vale de perdição, iniciou uma derrocada psíquica acelerada que já se encontrava potencializada de longas eras. Preso em calabouços e castigado severamente, penetrou em faixas de ódio e revolta que deterioraram sua estrutura mental.
O vulcão da tormenta íntima expeliu de uma só vez a matéria contida pelos mecanismos defensivos ao longo do trajecto na maldade empedernida.
Verificando sua condição que "animalizava", foi enxotado para esse lugar.
- Com que propósito?
- Alguns grupos directivos do Vale do Poder desenvolveram técnicas de agressão ao bem, utilizando a psicosfera pestilencial de tais almas.
Estudaram o estado vibratório desses Espíritos, e perceberam quão nocivas são suas auras, portadoras de uma irradiação espontânea em nível de ondas longas, de teor energético, acentuadamente, contagiante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:58 pm

Passaram então a utilizá-los para infestar psicosferas de certos ambientes terrenos, propícias à depressão e a todo o contingente de sentimentos na órbita da tristeza.
Como a condição dos "vibriões" exige ausência de luz e baixa temperatura, as entidades da perversidade costumam "implantá-los", no plano físico, envolvidos por aparelhagem adequada que os mantém nas condições de adaptação.
- Com quais finalidades são utilizadas tais técnicas de implantação?
- As mais diversas.
Obsessões familiares, exploração do sentimento de indignidade, adoecimento em organizações.
Alguns corações que desejam perturbar a vida de encarnados com cobranças pretéritas graves tornam-se assalariados do mal e em troca tem a seu dispor, por algum tempo, esse recurso de infelicitação.
Certos serviços de magia contam com os "vibriões".
Onde quer que predominem a disputa, a arrogância explícita ou camuflada, o jogo do poder, caminhos percorridos por essas almas escravizadas, tornam-se ponto de sintonia para esse tipo de exploração.
Núcleos políticos, empresariais, militares e religiosos têm sido alvo dessa táctica nefanda de entorpecimento e contágio.
E muitas organizações do bem, inclusive casas espíritas, são atingidas por semelhante iniciativa, que lhes custam, muita vez, a sobrevida.
- Centros espíritas?
Mas como pode?
Não são protegidos?
- Qualquer organização humana, mesmo servindo ao bem espontâneo, está também sujeita às Leis Naturais.
Os núcleos doutrinários do Espiritismo são ambientes de pessoas adoecidas em busca de amparo e orientação, tanto quanto nós mesmos.
Portanto, lidam com situações gravíssimas e, ao prestarem sua assistência, em nome do amor, se sujeitam a desafiantes experiências no que tange aos interesses de grupos espirituais.
Por essa razão, os trabalhadores do Cristo que conduzem as casas de amor devem se unir aos recursos do Evangelho no coração a fim de absorverem a protecção dos Servidores do Bem a que se fazem dignos.
Nem sempre, porém, temos observado esse cuidado.
Os próprios aprendizes trazem em si mesmos traços similares de tristeza em inconformação, revolta e rebeldia, decorrentes de ciclos emocionais de disputa arrogante e complexa.
Traços pertinentes a todos nós na caminhada de ascensão e dos quais somente nos livraremos com educação.
Não se surpreendam, pois, que muitos espíritas trilharam a vivência como "vibriões" e, hoje, buscam, a duras penas, a recomposição de si próprios perante a consciência.
- Por qual razão ocorrem os ataques com os "vibriões" se existe a protecção espiritual e as imperfeições são obstáculos naturais da caminhada?
- Por descuidarem dos sentimentos.
Se analisarmos com mais cautela, o fenómeno da cisão de reinos tem proporções infinitas.
De alguma forma, expressiva parcela da humanidade, se pudesse, faria uma tentativa de retrocesso.
Todos temos, até certo estágio de crescimento, uma atracção natural para o passado.
Voltar ao que éramos.
O homem do século XXI está sendo asfixiado psiquicamente pelo sentimento de baixa auto-estima, agravada pelos padrões da mídia social.
A ausência de auto-amor tornou-se calamidade sócio-moral em quaisquer continentes e classes.
Vivemos o instante de separação do joio e do trigo.
É um momento de definição na Terra.
Este é o século da sensibilidade, no qual o património dos sentimentos será o centro das cogitações da ciência e da religião, e base de sustentação de um mundo novo.
Uma infinidade de almas, em ambas as esferas de vida, no corpo ou fora dele, padecem de crises existenciais que não conseguem resolver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:58 pm

A depressão é eminente nessas vivências, encurralando a alma nos despenhadeiros da apatia, da indiferença e da solidão.
Esses sentimentos, quando prolongados em demasia, causam o desejo de parar, deixar de existir.
Desistir e "encerrar o processo evolutivo".
Uma nítida sensação de fracasso, impotência e confusão assenhoreiam-se da mente em crises dolorosas.
- Mas há espíritas nessa condição?
- Os espíritas, assim como nós, não são seres especiais.
São almas que procuram Jesus Cristo dentro daquela condição exarada pelo Mestre:
os sãos não precisa de médicos, mas sim os doentes.
Muitos espíritas que receberam a medicação excelsa da Doutrina são "ex-vibriões" que, sob regimes de inigualável misericórdia, conseguiram regressar ao corpo físico no intuito de reerguerem-se perante as "penas conscientes".
Exaram o serviço e ao bem como únicas sendas de reparação.
São Espíritos de grande valor que tombaram nos despenhadeiros do domínio e na sede de poder.
Almas que padecem de enorme aflição de melhora, todavia, sentem-se com grilhões na vida mental.
Isso lhes dificulta, sobremaneira, a fluência do entendimento sobre suas amarguras interiores.
Purgam, paulatinamente, em "depressões controladas" a matéria mental proveniente de suas construções enfermiças de outros tempos.
Carregam sofridas feridas evolutivas no coração, quais sejam:
abandono, solidão, falibilidade e inferioridade.
Sentimentos que lhes fazem sentir inadequados perante a vida. Indignos do amor alheio e de Deus.
Colhem em si mesmas, o fruto amargo de suas escolhas pretéritas.
Entretanto, são corações que resgataram a esperança.
Experimentam na actividade do bem a sensação de "Retorno a Deus".
Sentem que podem recomeçar, mesmo sorvendo o cálice da indignidade.
Estando no corpo, resguardam-se das perseguições mais severas e caminham, sob a tutela de avalistas amoráveis, quais Eurípedes Barsanulfo, que lhes estendem assistência incondicional.
- Que fazer para auxiliar esses companheiros na carne como espíritas?
- Transformar os núcleos doutrinários em escolas de amor a Deus, de auto-amor e amor ao próximo.
Trabalhar os sentimentos nobres e promover os grupos espíritas a centros de estudos sobre si mesmos, colaborando com a melhor compreensão de nossas necessidades e sobre como desenvolver nossas aptidões ou educar nossas habilidades.
- E o que fazer pelos locais onde ainda jazem tantos irmãos nossos naquelas "gavetas" frias em pátios de escravidão?
- Orar até que Deus nos permita algo mais.
"Os espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são preciosas, porque, verificando que há quem neles pensem, menos abandonados se sentem, menos infelizes.
Entretanto, a prece tem sobre eles acção mais directa:
reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento".
Existem grupos de orações que vão todos os dias até aquele local onde oramos para fazerem, preces colectivas pelos pântanos da maldade.
Raios luminíferos de compaixão e piedade chegam até os "lixões", renovando esperanças e cooperando decisivamente na recomposição de nossos companheiros atormentados.
O homem encarnado, igualmente, pode-se somar a esses esforços de humanismo com suas rogativas sinceras e promotoras de paz.
Estejamos convictos quanto ao futuro.
O Fatalismo Divino é a perfeição.
Ainda que tramitando em pântanos de animalidade, o progresso faz luz sobre a escuridão e o homem avança, incontinenti.
Se existe a cisão de reinos para a retaguarda, esse é o momento decisivo para efectivarmos nossa cisão com o mal, com o materialismo e caminhar em direcção à humanização.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:59 pm

CAPÍTULO 16 - MEDITAÇÃO: CUIDANDO DA CRIANÇA INTERIOR
"Jesus, me chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu:
Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus."

O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo VII - item 3

Na formação do homem novo, temos de fazer renascer a criança que deixamos no tempo...
Escutar seus sentimentos.
Todos temos uma "criança interior", um estado natural de pureza que as vivências milenares no egoísmo soterraram sob os escombros dos desatinos morais.
O Sábio Judeu ensina-nos que o reino de paz pretendido por todos nós depende de recuperarmos essa condição psicológica, que ainda sobrevive em nossa intimidade amordaçada e ferida.
Se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus.
Por que teria Jesus colocado um menino em meio aos aprendizes para significar a maior idade?
Que valores possuem as crianças que serviram de base para esse ensinamento do Mestre?
A didáctica aplicada de Jesus é sublime advertência para nós todos que nos matriculamos nas lições do Consolador.
As crianças são fantásticas nas relações por não nutrirem expectativas na convivência, desobrigando-se de cobranças, ofensas, insatisfações e aborrecimentos.
Aceitar homens como são e respeitar-lhes a caminhada é medida salutar de paz.
Aceitar-se como se é sem condenações estéreis e críticas impiedosas é a base de uma vida saudável.
A parcela psíquica de pureza adormecida que trazemos na alma solicita tratamento para manifestar-se em sensações de bem-estar, desprendimento e amor.
Imperioso resgatar essa luz das emoções nobres.
São instintos e sabedoria que dormitam na sombra interior.
Vamos conhecê-los?
Inspirados no renomado poeta português, Fernando Pessoa, tomaremos emprestada a estrofe de um de seus mais belos poemas intitulado A Criança que Fui chora na estrada. Diz o poeta:
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Acomode-se da melhor forma.
Observe as orientações básicas para meditar:
local, silêncio, horário...
Pega uma foto de tua infância.
A predilecta. Aquela que te lembra dos momentos de alegria.
Não possuindo a foto, recorda tua infância.
Deixa as lembranças despontarem.
Vamos iniciar nossa viagem.
Estás dentro de um grande teatro.
Estás sozinho e assentado.
Olhas para a cortina fechada no palco aguardando o espectáculo.
Olha o palco e sinta-te em paz contigo.
O espectáculo começa e as imagens da tua infância surgem ininterruptas.
Tua primeira escola, as festas de aniversário, os brinquedos predilectos, as histórias contadas pelo avós, as professoras abençoadas, o carinho dos amigos, as diversões.
Pouca luz no ambiente, mas suficiente para te dirigires até o véu que te separa do bastidor.
Vá até lá, pois vamos nos preparar para abrir esse véu.
Atrás dele encontra-se tua sombra, teu mundo desconhecido.
Prepara-te; ao contar até três, tu vais abrir o véu com coragem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:59 pm

Um, dois... Três! Vá!.
Abre a cortina serenamente.
Sombra. Luz nenhuma, nenhuma luz.
Escuridão. Onde estou meu Deus?!
Para. Acalma-te.
Tu estás em ti mesmo, não há porque temer.
Tua sombra é criação de tua história evolutiva.
Tem calma. Respira fundo e sente-te seguro.
Repete por três vezes:
eu estou seguro! Eu estou bem!
Agora vê! Tudo escuro,
Mas tu sabes que podes enxergar.
Enxergar com os olhos da alma.
Escuta as vozes de ti mesmo!
Escuta. Ouve por um instante as vozes interiores.
Repentinamente, em meio aos muitos sons, um choro te chama atenção.
É um choro de criança.
Um choro de medo, baixinho, gostoso de ouvir e ao mesmo tempo preocupante, inspirador de piedade.
Quem será?
Não posso ver! Acalma-te!
Recompõe-te interiormente e caminha na tua sombra.
Tu vais encontrar quem chora.
Segue a intuição, teus instintos!
Lá está! É uma criança.
Mentaliza tua criança interior.
Agora chega bem pertinho, mas vai devagar para não assustá-la.
Coloca-te intimamente com desejo de acolhimento e bondade.
Olha a criança.
Tu mesmo em tempos idos.
Pequeno. Grandioso.
Entretanto, com medo.
Vê como a criança tem medo de ti mesmo.
Olhos esbugalhados. Cabelos despenteados.
Faltam alguns cuidado à criança.
Observa por instante. Sente-a.
Evita tocá-la.
Agora, ao contar três, oferece tua mão com o melhor sentimento de teu coração.
Prepara-te. Um, dois... Três.
Estende a mão.
Mãozinha macia, dedinhos curtos.
Medo de tocar.
Com muito receio, o pequerrucho aceita.
Agora lhe diz:
Vamos caminhar? Venha!
Quero-o bem. Muito bem!
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:59 pm

Olá, minha criança!
Vim buscar quem fui, onde ficou.
Que bom te reencontrar, pois sei que um dia deixei-te na estrada para ser quem sou.
Voltei agora para te buscar.
Perdoe-me por te abandonar.
Enquanto choravas, eu dormia o sono das conquistas passageiras.
Agora estou desperto, vim te buscar.
Não te assustes comigo.
Eu não te deixei porque desejava.
Não soube como fazer.
Agora retorno a te buscar.
Te aceito como és, incondicionalmente.
Tu não és má porque tem imperfeições.
Tu apenas tens imperfeições.
Depois de tanto tempo, descobri que não sou capaz de viver sem teu poder.
Quero brincar, pular e ser feliz.
Vem ajuda com tua bondade.
Ajuda-me com tua criatividade e espontaneidade.
Ah! Minha criança de luz, como te amo!
Como quero te amar!
Que vontade de sentir a tua espontaneidade, tua riqueza.
Agora pergunta:
Queres passear comigo por este mundo de sombras?
Ele balança a cabeça como uma criança ridente ao se lhe ofertar uma guloseima.
Faz teu passeio.
Conversa com o menino.
"Deixar vir a mim as criancinhas, deles é o reino dos céus"...
Ouve teus sentimentos.
Agora, cuida de tua criança, arruma-a, porque tu vais levá-la ao palco.
Diz a ela que lhe apresentará seu mundo real.
Arruma-a.
Vamos nos preparar para concluir a viagem interior.
Ao contar três, tu vais passar de volta pela cortina e levar tua criança ao palco.
Quando lá chegar, todas as pessoas da tua vida estarão assentadas nas cadeiras, aguardando para conhecê-la.
Tu vais (sem sair do palco) apontar cada pessoa e falar quem é para tua criança.
Vamos lá. Um, dois... Três.
Apresenta tua criança ao teu mundo exterior!
Agora vamos saudar tua criança.
Todos se levantam naquele palco e batem palmas.
Muitas palmas de amor para tua criança.
O menino corre para ti e te abraça emocionado, feliz.
Ele reconhece teu amor.
Eu sou pureza! Eu sou luz!
Há pureza em meu coração!
A vida é presente em mim!
Uma voz altissonante desce do alto:
Digo-vos, em verdade, que se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Eu sou confiança! Eu sou pura energia, vitalidade!
Meu corpo é abençoado com a energia das células infantis.
Minha mente relaxa, meu ser expande-se em glória e sabedoria.
Louvemos na oração a bênção desse momento de reencontro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 8:59 pm

CAPÍTULO 17 - PEDAGOGIA DA FELICIDADE
"O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo V - item 13

Nunca a humanidade mendigou tanta atenção e afecto.
Uma crise de auto-desvalor, sem precedentes, assola multidões.
O sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que causam a sensação de inferioridade, abandono e falência.
Não se sentindo amadas, almas sem conta não conseguem superar os dramas da rejeição e os tormentos da solidão.
Optam pela falência não assumida.
Uma existência sem sentido, vazia de significados, sem metas; a caminho da derrocada moral e espiritual.
Somente o tratamento lento e perseverante de tecer o manto protector da segurança íntima, utilizando o fio do auto-amor, poderá renovar essa condição interior do ser humano.
Agrilhoado pela ilusão do menor esforço, o homem busca a ilusão como sinónimo de paz.
Anseia-se pela felicidade como se tal estado de alma pudesse ser fruto da aquisição de facilidades e privilégios.
Contudo, a felicidade é uma conquista que se faz através da educação de si mesmo.
Buscá-la no exterior é dar prosseguimento a uma procura recheada de decepções e dor.
Educar para ser feliz é dar sentido à existência.
O homem contemporâneo padece a doença do sentido. O vazio existencial é o corrosivo de seu mundo íntimo.
Reflictamos! Como a doutrina pode nos ajudar a construir sentido para a existência?
Que passos dar para estabelecer significado educativo ao nosso sofrimento?
O Doutor Viktor E. Frank foi um homem extraordinário.
Viveu a dor dos campos de concentração nazistas e sobreviveu, graças à sua habilidade em gestar um sentimento para sua dor em plena provação.
Criador da logoterapia, Viktor Frank auxiliou multidões a ter uma vida mais digna e promissora.
Em sua obra prima ele afirmou:
"Quando um homem descobre que seu destino lhe reservou um sofrimento, tem que ver neste sofrimento também uma tarefa sua, única e original.
Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo dentro desse destino sofrido.
Ninguém pode dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento.
Mas na maneira como ela própria suporta este sofrimento está também a possibilidade de uma realização única e singular."
(Em Busca de Sentido - página 76 - Perguntar pelo Sentido da Vida - editora Vozes)
A primeira condição para se estabelecer um sentido à vida é o exercício da singularidade.
Descobrir seus próprios caminhos, lutar por seus sonhos, celebrar sua diversidade aceitando suas particularidades, participar da vida como se é, sentir o gosto de se desligar de uma vida centrada no ideal e realizar-se no real.
A vida em si mesma não tem sentido, algo que se possa definir através de padrões ou princípios filosóficos.
Esse sentido é construído pelas percepções individuais sob as lentes da singularidade humana que, a partir de directrizes gerais, capacita-se a seguir sua "rota intuitiva" na direcção da perfeição.
"O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena."
O modo de encarar ou perceber a vida terrena é a leitura pessoal de ser no mundo.
A felicidade resulta da habilidade de consolidar esse sentido a partir do "olhar de impermanência".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 9:00 pm

O enfoque de transitoriedade e do desprendimento.
Quase sempre sentimo-nos mais seguros adoptando o parecer da maioria, um sentimento natural até certa etapa da jornada de crescimento.
Chegará, porém, o instante em que a vida convidar-nos-á ao processo inevitável das descobertas singulares.
Isto não significa estar alheio à convivência, ao processo de interacção grupal.
É apenas ter mais consciência do que convém ou não ao desenvolvimento individual na interacção social.
Nas nossas frentes de serviços doutrinários somos convocados a urgente auto-avaliação nesse tema para erguimento da felicidade pessoal.
Com um movimento acentuadamente dirigido para a "colectivização”, a uniformidade de conceitos e práticas escasseia o estímulo ou a aceitação para a diversidade.
Nesse contexto, frequentemente, ideias criativas e condutas diferentes são acolhidas com desdém, esfriam relações e ensejam a indiferença.
São tachadas de personalismo e vaidade.
Mais uma razão para tecer o auto-amor e investigar a forma pessoal de caminhar.
Personalismo ou singularidade?
Individualismo ou individuação?
Em quais experiências nos enquadramos?
Sem medo do individualismo, que é muito diferente da individuação, é imperioso aprendermos a investigar o coração em busca do "mapa singular" do Pai à nossa jornada de aprimoramento.
Quem se ama vive a maravilhosa experiência de sentir brotar em sua alma, espontaneamente, uma cumplicidade poderosa com a vida, o próximo e a Obra Divina.
Quanto mais amor a quem somos, mais amamos a vida.
O sentimento da existência está no ato d e percebermos o que significamos na Obra Paternal.
O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de superar o sofrimento.
O prazer de viver surge quando, efectivamente entendemos as razões de nossas dores e como superá-las.
Sofrer e não saber o que fazer para sair dessa "roda de dores": nisso consiste o carma, a "roda da vida".
Possuir valores e não saber como utilizá-los para o bem:
nisso reside o carma subtil da nobreza das intenções em conflito com a conduta que adoptamos.
Quando desenvolvemos a arte de abrir o cadeado de nossas mazelas, soltamo-nos para novas vivências.
Desprendemos das velhas amarras mentais, os complexos afectivos, dos condicionamentos.
Quando aprendemos a lidar com nossos valores, a vida se plenifica.
A dor existe para incitar a inteligência na descoberta de soluções em nós mesmos.
A grande lição nesse passo é descobrir as causas das aflições.
O sentido da existência não está fora, mas dentro de nós.
Podemos compartilhá-lo com o outro, entretanto, ele não depende do outro.
Como temos dificuldade em assumir a nossa fragilidade!
Quanta dificuldade demonstramos para admitir nossa falibilidade!
Sentimo-nos pequenos, incompetentes ao nos deparar com as batalhas não vencidas ou com as imperfeições não superadas, agravando ainda mais as provações.
"O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, (...)"
Fénelon Assinala:
"Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo V - item 23)
Ser feliz é contentar-se com o que se é sem que isso signifique estacionar.
É o amor a si.
A frase de Fénelon é uma autêntica proposta de paz interior.
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ESCUTANDO SENTIMENTOS - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira - Página 3 Empty Re: ESCUTANDO SENTIMENTOS - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 9:00 pm

Contente, sem inveja e feliz com o que se é.
Quem pode querer mais?
Portanto, nisto resume-se a consolidação do sentido da vida:
1) Saber quem somos, o que a vida espera de nós, a missão particular, única e intransferível.
É o exercício da singularidade.
2) Zelar pela manutenção desse processo de individuação através da superação das mensagens inconscientes de desvalor e incapacidade, diante de nossos sofrimentos, integrando-as ao self translúcido, que se encontra o nosso inteiro dispor.
Uma pedagogia de felicidade deve assentar-se no auto-amor em busca do self reluzente.
Desenvolver as habilidades da "inteligência espiritual", tais como autoconsciência, resiliência, visão holística, alteridade, autoconfiança, curiosidade, criatividade, disciplina no adiamento das gratificações, sensibilidade, compaixão, naturalidade.
Eis alguns caminhos da pedagogia para a sanidade humana que poderão ser experimentados pelas nossas agremiações de amor em seus programas de consolo e esclarecimento:
. Exercer dinâmicas de autoconhecimento.
. Compreender os mecanismos punitivos da culpa e como superá-los.
Desenvolver técnicas de sensibilidade do afecto.
Fazer o uso dos recursos psicoterapêuticos bem orientados pelos mentores espirituais.
Meditar.
Orar.
Implantação de pequenos círculos de diálogo sobre valores humanos.
Participar de actividades de cooperação social, criando espaço para estudar os sentimentos decorrentes dessa prática.
Cultivar a crença de que todos somos dignos da Bondade Celeste em quaisquer circunstâncias.
Desenvolver a autonomia.
Quem ama a si mesmo sente-se rico.
É excelente companhia para si mesmo.
Descobriu seu valor pessoal na Obra da Criação e tem consciência plena da Bondade do Pai em favor de sua caminhada individual.
Todas essas sensações, é bom destacar, operam-se no reinado do coração, são sentimentos e não formas de pensar.
Nisso reside o sentimento de merecimento ou, como costumamos nomear, a maior conquista espiritual para ser feliz.
Não foi fruto de instrução, mas serviço de renovação efectiva nas matrizes da vida mental profunda, nas "células afectivas".
Quem se ama dispensa a imponência das máscaras.
É feliz por ser quem é.
Aprendeu que "Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra."
(O Livro dos Espíritos - Questão 920)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 05, 2018 9:00 pm

CAPÍTULO 18 - SENTIMENTO E OBSESSÃO
"Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração."
(S. Mateus, cap. XIII. Vv. 18 a 23.) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XVII - item 5

Costuma-se relacionar obsessão com condutas viciosas como alcoolismo, tabagismo, sexolatria e outros vícios corporais.
Entretanto, existe uma infinidade de conúbios obsessivos ainda não investigados que se operam em decorrência dos estados psicológicos e emocionais do ser humano.
Obsessão é uma interacção de mentes que evolui no tempo através da sustentação de vínculos pela Lei de Sintonia, mantendo duas ou mais criaturas ligadas pelos seus interesses.
Alterando ou deixando d existir tais interesses, a vinculação passa a ser circunstancial.
Chamamo-la de pressão psíquica.
Que processo interiores experimenta a alma para que estabeleça um circuito de forças mentais dominadoras?
Que estados psicológicos e emotivos servem de base na constrição mente a mente?
Analisemos, didacticamente, nesse terreno subtil, a sequência de interacção mental mais frequente a partir da intenção obsessiva, nutrida por um Espírito desencarnado sobre as "brechas" oferecidas pelo encarnado.

Etapa um
* Existe a intenção do agente (obsessor).
* São accionados elementos de sintonia no receptor (obsidiado).

Etapa dois
* O agente invade os limites psicológicos e emocionais do receptor.
* Permissão do receptor.

Etapa três
* Produção de clichés induzidos.
* Assimilação de ideias intrusas e surgimento do conflito mental.

Etapa quatro
* Sugestões hipnóticas de manutenção.
* Enfraquecimento da vontade.

Etapa cinco
* Implantação de tecnologias.
* Adesão intencional ao plano do agente indutor através do sentimento.

Etapa seis
* Evolução e sofisticação do domínio sobre o receptor.
* Dependência através de simbiose afectiva compartilhada.

Adoptando a progressividade didáctica utilizada pelo senhor Allan Kardec no capítulo XXVIII de O Livro dos Médiuns, assim se enquadram as etapas acima referidas:
1) Obsessão simples - estabelecimento da sintonia - etapas 1 a 3.
2) Fascinação - Invasão dos limites alheios - etapas 4 e 5.
3) Subjugação - simbiose - etapa 6.

Na educação interior, certos comportamentos sujeitam-se à obsessão.
Ao longo do tempo, os embates interiores causam em alguns discípulos espíritas a sensação de "fadiga na alma".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 06, 2018 8:43 pm

Os esforços e vitórias parecem insignificantes e infrutíferos.
Um nocivo sentimento de inutilidade toma conta da vida mental.
Desponta a dúvida e com ela multiplicam-se as perguntas sobre a validade de perseverar.
Não estará faltando algo?
Melhorei de facto?
Estarei sendo hipócrita?!
Nessa "hora psicológica" nascem muitas obsessões.
Discípulos sinceros que sacrificaram longamente na conquista de si próprios estacionam em lamentação e descrença, desprezando as vitórias e fixando-se no derrotismo e na acomodação.
Um dos pontos educacionais da auto-aceitação consiste em valorizar os nossos esforços de reeducação espiritual - ponto crucial na conquista de condições psicológicas adequadas ao crescimento interior.
Quando não valorizamos o que já podemos realizar, abrimos a frequência da vida interior para a descrença, o desânimo e a desmotivação, convidando os famanazes da maldade para que dilapidem os tesouros de nossa vida íntima.
Façamos agora, portanto, uma radiografia da exploração obsessiva sob o sentimento de "menos valia" ou baixa auto-estima, valendo-nos das etapas supra enumeradas.

Etapa um
* O agente encontra campo vibratório para sua intenção constritora.
* A sensação de incapacidade é aceita pelo receptor, através de suas próprias crenças derrotistas programadas no inconsciente.

Etapa dois
* O agente penetra a vida psíquica do receptor e estimula o sentimento de indignidade já presente na "vítima".
* Adesão espontânea no clima da revolta em função das frustrações da vida.

Etapa três
* O agente trabalha com informações sobre as mazelas de seu alvo. *
* São criadas as justificativas auto-defensivas para a conduta invigilante.

Etapa quatro
* Sugestões hipnóticas de auto-desvalorização através de ideias imaginárias do desprezo do outrem.
* Estado íntimo de insatisfação consigo próprio, levanto à culpa e apatia entre os ideais superiores.

Etapa cinco
* Tecnologias avançadas para instalar a descrença - o sentimento básico para consumar uma queda moral.
* Estado íntimo de falência cujo nome é desânimo - a doença de quem desistiu.

Etapa seis
* Exploração do receptor nos programas de ataque e interferência na sociedade carnal. "Assalariado carnal".
* Total dependência em quadros de adoecimento psíquico.
O conceito de vigilância vai muito além de disciplinar os pensamentos.
É no campo do sentimento que nasce esmagadora maioria das obsessões.
A capacidade de "pensar livre" ou decidir por nós é "quase nula" no concerto universal.
Vivemos em regime de contínuo intercâmbio e interdependência.
Nesse contexto fenomenológico da vida mental não será incoerente afirmar que todos respiramos, em maior ou menor grau, nas faixas da obsessão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 06, 2018 8:44 pm

A questão é saber se somos por ela dominados ou se a temos sob nosso controle.
Sob essa óptica as obsessões são convites educativos contidos nas Leis Naturais para nosso aprimoramento.
Somente a oração ungida pelos sentimentos elevados, a intenção nobre e perseverante, seguidas da conduta recta, podem estabelecer um clima de autonomia psíquica desejável, que nos defenda da dominação dos interesses inferiores à nossa volta.
Essa autonomia interrompe o processo na "etapa dois", quando elabora no terreno dos sentimentos o auto-amor - reconhecimento de nossa pequenez, seguido da alegria de poder contar sempre com a manifestação da Divina Providência em favor de nossas vastas necessidades espirituais.
"Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração."
Com sua habitual lucidez Jesus estabeleceu em Mateus, capítulo quinze, versículo dezanove:
Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias.
Só carregamos por fora o resultado do que temos por dentro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 06, 2018 8:44 pm

CAPÍTULO 19 - QUE SENTIMOS SOBRE NÓS?
"Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, ó achou folhas, visto não ser tempo de figos."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XIX - item 8

Os sentimentos que mais necessitamos compreender para a nossa harmonia são aqueles que dizem respeito a nós próprios.
Que sentimos sobre nós?
Qual a relação afectiva que temos connosco?
Como temos tratado a nós mesmos?
A partir de uma viagem nesse desconhecido íntimo, faremos descobertas fascinantes e primordiais para uma integração harmoniosa com a Lei Divina e o próximo.
A partir da harmonia que podemos criar com nossa "vida profunda", essa busca de si mesmo terá como prémio o encontro com o "eu verdadeiro", aquilo que realmente somos - a singularidade.
Como começar essa viagem de auto-encontro em favor da consolidação de uma relação pacífica e amorosa connosco?
Como trabalhar a aplicação do auto-amor?
Façamos, inicialmente, algumas indagações.
Que factores íntimos determinam a nossa dependência de situações e pessoas?
Que causas emocionais ou psicológicas podem afastar-nos do desejo de sermos criativos e espontâneos?
O que nos impede de avançar em direcção aos nossos íntimos de realização e felicidade?
Por que ainda não temos conseguido progresso na construção de valores pessoais em sintonia com os propósitos iluminados da Doutrina Espírita?
O que realmente queremos da vida?
O primeiro ato educativo na construcção do valor pessoal é diluir a ilusão da inferioridade.
Buscar as raízes do desamor que usamos connosco.
O Criador nos ama como estamos.
Temos um nobre significado para Deus.
Somente nós, por enquanto, ainda não descobrimos o valor que possuímos.
Inegavelmente, poucos de nós apresentamos bom aproveitamento nas oportunidades corporais pretéritas, no entanto, o destaque acentuado aos deslizes e quedas nas vidas sucessivas somente agrava o estado íntimo de amargura da alma.
Renascemos com novo corpo para esquecer e olhar para frente.
As indagações que devemos assinalar nesta etapa são:
Por que não me sinto digno?
Quais são minhas reais intenções?
Que lições tenho a aprender quando me sinto inferior?
Por que determinada atitude ou acontecimento me faz sentir inferior?
Outro aspecto na valorização pessoal a considerar são os julgamentos que aplicam a nós.
O que importa é o que faremos diante deles.
Como reagiremos?
Podemos nos culpar ou adoptar o cuidado de reflectir sobre o valor que tenham para nós.
Quando não cultuamos o auto-amor, os julgamentos alheios constituem espessas algemas das mais nobres aspirações.
Em quaisquer situações o amor é nossa couraça pessoal.
Quem se ama sabe se defender sem fugas e ter respostas emocionais inteligentes e serenas aos estímulos do meio.
Não crescemos sem conviver; isso não significa que devamos permitir a outrem ultrapassar os limites em relação à nossa intimidade.
Somente nós próprios podemos penetrar com sabedoria e naturalidade a subjectividade de nosso ser.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 06, 2018 8:44 pm

Portanto, temos um processo interior - o sentimento de inferioridade - e uma força externa - os julgamentos, a aprovação social.
Ambos consorciam-se, frequentemente, contra nossos anseios de crescimento.
Somente com a aquisição da autonomia saberemos lidar com tais factores educativos.
Não fomos educados para desenvolver o outro a si mesmo na busca de seus caminhos. Fomos educados para manter o outro pensando como nós, escolhendo por nossas escolhas, opinando conforme os padrões de pensamento que adoptamos e agindo de conformidade com nossa avaliação de certo e errado.
É o regime de possessividade e submissão nas relações.
É mais confortável ser orientado, ter respostas prontas para nossas dúvidas e angústias ou pedir alguém que nos indique a escolha mais acertada.
Em inúmeras ocasiões é mais cómodo se ajustar a muitos julgamentos que acreditar nos ideais pessoais e nos nossos sentimentos.
Consideremos, dessa forma, quanto necessitamos investir na erradicação da acomodação em busca da solidificação da autonomia psicológica em favor da liberdade que ansiamos.
O impedimento frequente na construção da autonomia é o medo de rejeição - umas das mais graves consequência da baixa auto-estima.
Como seremos interpretados?
Qual será o conceito que farão de nós a partir do instante em que decidirmos por um caminho afinado com o que sentimos e pensamos?
A necessidade da aprovação alheia é extremamente enraizada na vida emocional.
Todas as pessoas e suas respectivas ideias a nosso respeito merecem carinho e consideração, respeito e fraternidade.
Porém, conceder a outrem o direito de aprovar ou reprovar...
A palavra aprovação, entre outros sinónimos, quer dizer:
ter a nossa atitude reconhecida como moralmente boa.
Analisando com cuidado, a aprovação se torna um julgamento, uma forma de interpretar e definir o que deve ou não ser feito e da forma como deve ser feito.
Sigamos a intuição, aprendendo a ler as mensagens subtis da vida interior despachadas pelo sentimento, evitando desprezo ao que sentimos.
Mesmo as sensações desconfortáveis à consciência nos ensinam algo.
A garantia de que vamos aprender depende do trato que daremos ao nosso mundo íntimo.
O respeito incondicional que devemos usar connosco.
Amar-nos como merecemos ser amados.
Uma vez alfabetizados pelo coração, passaremos a fruir uma vida mais plena, felizes com nossa condição, permitindo-nos evoluir com naturalidade, sem condenações e severidade.
O Espiritismo é remédio para nossas dores e roteiro para libertação de nossas consciências.
Estudá-lo, sim, entretanto, a maior idade espiritual nas atitudes somente florescerá ao renovarmos o modo de sentir a nós, ao próximo e à vida.
Informação e transformação.
Do contrário, ficaremos na superfície da proposta do amor, assim como a figueira na qual Jesus procurou frutos, adornados pelas folhas da cultura e vazios dos frutos do crescimento real.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 06, 2018 8:44 pm

CAPÍTULO 20 - A PALESTRA DE CALDERARO
"Acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os come; - porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração."
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XXV - item 6

A tarde dava suas últimas manifestações a caminho do crepúsculo.
Chegava o instante das reuniões terapêuticas em grupo.
Sob supervisão de psicólogos da alma, pequenas equipas de vinte integrantes em estágios avançados de preparo eram orientadas visando avaliar sua recém-finda reencarnação e projectar responsabilidades maiores para o futuro.
Dona Maria Modesto Cravo responde por um dos muitos "grupos de reencontro" - como são conhecidos entre nós - na condição de supervisora.
Naquela tarde, o benfeitor Calderaro visitava o Hospital Esperança e fora convidado para versar sobre um tema essencial ao preparo de todos, já que dispunha de vinte preciosos minutos.
Pontualmente às dezassete horas, a supervisora dava início ao tentame.
Após a oração, ela assim apresentou o explanador:
- Amigos, esse é Calderaro, que nos abençoará com sua palavra sobre o tema de nossas reflexões atuais:
"O Poder das Intenções no Crescimento Espiritual".
Nosso companheiro é devotado aos serviços socorristas nas zonas abissais da erraticidade.
Ouçamos sua sábia palavra, que será breve face a outros compromissos que o aguardam.
Calderaro - falou Dona Modesta dirigindo-se ao benfeitor - os nossos companheiros aqui presentes foram todos espíritas quando encarnados.
Portanto, sinta-se em casa.
Com simplicidade, colocou-se de pé ante o círculo dos presentes e os saudou:
- Companheiros, paz connosco.
Serei objectivo em face da exiguidade de meu tempo.
Como me solicitou Dona Modesta, abordarei o tema considerando que vocês se preparam para intensos labores de assistência aos grémios espíritas na Terra.
Nos grupos doutrinários, com raras excepções, são expedidas orientações que versam sobre o que não se devem fazer, o que se deve evitar.
São focadas com certo exagero as doenças e fala-se pouco na cura, sem explicações satisfatórias sobre como conquistá-la.
Decerto, os preceitos e orientações espirituais básicos são necessários; constituem o cerne das finalidades de uma agremiação espírita-cristã.
Entretanto, a alma humana, legatária de particularidades, pede mais e quer saber o que fazer para ser feliz.
Necessita de respostas diferenciadas.
Os preceitos morais nem sempre motivam cumplicidade e comprometimento, porque são enfatizados em clima de auto-desvalorização.
Quase sempre são expostos como "regras gerais" e sob uma óptica colectiva.
Indicativas de aperfeiçoamento - sem dúvida, necessárias - ganham conotação repressora, tais como:
"Cuidado com a vaidade!", "Somos todos personalistas!", "já falimos muito nos vícios!", "o orgulho é a nossa doença!", "os espíritas são todos melindrosos!", "sozinhos não temos força contra as ilusões!", "precisamos de muita tarefa para buscar a paz!", "somente no Espiritismo temos todas as respostas!", entre várias outras.
Por conta desse enfoque, recomendações que deveriam ser prezadas como úteis e valorosas ao crescimento terminam constituindo uma plataforma religiosa exterior calcada na velha didáctica:
"o espírita pode isso e não pode aquilo", "o espírita é isso e não o que pensa que é".
Larga soma dos projectos de orientação espiritual da actualidade carece de um item imprescindível:
prestigiar a singularidade.
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