LUZ ESPÍRITA
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PRAZER DE VIVER - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:33 pm

PRAZER DE VIVER
Wanderley Soares de Oliveira

Espírito ERMANCE DUFAUX

Educando corações

SELF
"É o arquétipo da totalidade, isto é, tendência existente no inconsciente de todo ser humano à busca do máximo de si mesmo e ao encontro com Deus.
É o centro organizador da psique.
É o centro do aparelho psíquico, englobando o consciente e o inconsciente.
Como arquétipo, se apresenta nos sonhos, mitos e contos de fadas como uma personalidade superior, como um rei, um salvador ou um redentor.
É uma dimensão da qual o ego evolui e se constitui.
O Self é o arquétipo central da ordem, da organização.
São numerosos os símbolos oníricos do Self a maioria deles aparecendo como figura central no sonho."
 (trecho extraído da obra "Mito Pessoal e Destino Humano" do escritor espírita e psicólogo Adenáuer Novaes)

SOMBRA
"É a parte da personalidade que é por nós negada ou desconhecida, cujos conteúdos são incompatíveis com a conduta consciente.
(trecho extraído da obra "Psicologia e Espiritualidade" do escritor espírita e psicólogo Adenáuer Novaes)

HOSPITAL ESPERANÇA
Casa de amor fundada por Eurípedes Barsanulfo no mundo espiritual, cujo objectivo é acolher seguidores de Jesus que não conseguiram se redimir perante suas próprias consciências.
Notícias mais detalhadas podem ser encontradas no romance "Lírios de Esperança" da autora espiritual Ermance Dufaux.

"Aqui mora a fé, a sublime qualidade dos que jamais deixarão de acreditar na força superior do bem".
Inscrição que se encontra no portal de entrada do Hospital Esperança no mundo espiritual.
A frase é de Eurípedes Barsanulfo.

"Inteiramente despreparados, embarcamos na segunda metade da vida.., damos o primeiro passo na tarde da vida; pior ainda, damos esse passo com a falsa suposição de que nossas verdades e ideais vão servir-nos como antes.
Mas não podemos viver a tarde da vida de acordo com o programa de sua manhã - pois o que foi grande pela manhã vai ser pouco à tarde, e aquilo que pela manhã era verdade, à tarde se tornará mentira".
Carl Jung, "The Stages of Life" - CW 8, par. 339.

Assume Teu Leito
 Depois de ter restaurada a saúde, recebe a magna orientação do Senhor:
"Toma o teu leito'- adquirindo definitivamente o controle sobre as dores a que se ajustava.
Ele carregaria a cama, e não o contrário.

Prefácio - Nada Ficará Oculto em Nossas Vidas
 Que as anotações contidas neste livro sejam quais pequenos lampejos de luz que auxiliem no erguimento de um mundo melhor e dias mais venturosos e ricos de prazer de viver.


Última edição por Ave sem Ninho em Qua Abr 28, 2021 9:40 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:34 pm

Introdução - Como Trabalhamos o Prazer de Viver no Hospital Esperança
Todavia, terapeutas especializados na arte de viver, dotados de larga soma de alegria no coração, desenvolvem técnicas curativas da alma com foco na seguinte pergunta:
para que a dor na minha vida?
O porquê não cria sentido para a existência e pode remeter a conflitos pavorosos nos sombrios porões do remorso.

1. Sob a Luz da Esperança
O fim útil das provas é a melhoria, e não o padecimento.
E melhoria significa aprender a amar a ti mesmo cuidando de defender-te da descrença que rouba de ti a armadura da alegria e, sobretudo, da esperança (1.).

2. Meia-Idade, A Travessia ao Encontro da Esperança...
Pesquisas realizadas por instituições de nosso plano asseguram que, aproximadamente oitenta e cinco por cento dos reencarnantes, levam, pelo menos, a metade do tempo de suas reencarnações, para começarem a identificar-se com seu planeamento pré-reencarnatório, (1..).

3. O Poder da Resignação
Resignação é o conjunto de habilidades que nos possibilitam uma visão optimista da vida, por meio de escolhas conscientes e de uma conduta de auto-amor; distante da postura de vítimas e do sentimentalismo.

4. Humanização, uma Proposta de Educação Emocional
Humanizar é promover-se à condição de administrador activo dos valores superiores que se encontram adormecidos no cosmo interior.
E vencer esse automatismo que nos impede de colocar a inteligência a serviço do crescimento integral.
É utilizar a informação para efectuar a transformação.

5. Sopro de Esperança
Impossível higienizar os abismos sem que isso alivie as tensões do mundo, ou abençoar alguém nos caminhos da vida física sem que isso provoque comoções nas faixas vibratórias dos interplanos vivenciais.

6. Raízes do Melindre
Será muito oportuna a criação de relações sadias, ricas de afecto e sinceridade, para que se formem ambientes de confiança nos quais o portador do melindre resgatará a confiança em si mesmo, nos seus valores, adquirindo melhor nível de auto-estima (1..).

7. Sentimento Inconfessável
Somente os que se amam e conhecem seus potenciais, valores e aptidões olharão a vida e o próximo com alteridade, prezando as diferenças com louvor, reconhecendo que cada um deve florescer onde e como se encontra, descobrindo sua missão gloriosa perante a vida, distante do ato de invejar.

8. Projectos de Religiosidade na Promoção Humana
Por analogia, assinalemos o sentimento como sendo o templo interno de nossa busca a Deus pelo coração, e as atitudes como o altar sagrado de nossa comunhão com o Pai.
Para o encontro com o Pai não nos bastará a permanência no templo sem a genuflexão no altar.
Se os bons sentimentos são fonte de equilíbrio, somente as atitudes são chaves libertadoras aos mais amplos voos nos rumos da conscientização.

9. Significado da Caridade
A transformação dos impulsos infelizes e o desenvolvimento de valores nobres são as únicas credenciais de autoridade e harmonia no trajecto da Terra para o mundo espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:34 pm

10. Auto-perdão: Força para Recomeçar
Olha para a frente e valoriza tua condição de Filho de Deus.
Resgata agora, imediatamente, a tua paz.
Faz um acordo contigo: perdoa-te e recomeça no bem.
Eis uma grande prova de amor a ti.

11. Fé, Combustível do Ato de Viver - Parte I
A fé mantém a mente em harmonia e domínio interior, por consequência, habituando-nos a agir com foco no presente, sem as agonias com o futuro ou os descontentamentos do passado.
Estar no presente significa viver, ter sentido para continuar um dia após o outro na busca consciente por metas e motivações.

12. Fé, Combustível do Ato de Viver - Parte II
Somente nesse clima de íntima liberdade e conexão com o Self a criatura consegue qualidade de vida, fazendo do ato de viver um poema de gratidão diária à vida, guardando fé em tudo o que pense, sinta ou faça.

13. Vitória sobre o Ciúme
Que o clima nos serviços doutrinários seja de júbilo ante os êxitos alheios, sempre pensando que todos temos o que merecemos por conquista ou necessitamos por prova.
Sendo assim, por que invejar e ter ciúme?

14. Sentimentos: nossos Verdadeiros Guias
Cidadania à luz do ser imortal é educar.
E educar-se para viver com proveito a grande oportunidade reencarnatória.
Essa a meta primordial da caridade com Jesus nos roteiros da Doutrina Espírita.

15. Onde estão os Espíritos Superiores
Reunindo toda a literatura mediúnica até hoje enviada à Terra, temos um tesouro incomensurável para levar a humanidade aos roteiros do amor.
Entretanto, todo esse volume de informes é apenas um grão de areia na praia cósmica da imortalidade.

16. Convivência Fraterna nos Grupos
Estamos habituados a construir paredes e reunir gente.
Chegou, porém, o instante esperado para nos estabelecer como grupos, nos quais as pessoas se reúnam e se unam, criando um entrelaçamento fraterno, fomentador das mais ricas experiências emocionais nos terrenos de nossa espiritualização.

17. Aos Cuidadores de Almas
Gostar do mundo e das pessoas como são.
Ter uma relação de amor consigo mesmo.
Saber sorrir nos momentos mais difíceis.
Ser grato e alegre em todas as situações.
Divertir no cumprimento do dever.
Alcançar leveza no acto de viver.
Quem não gostaria de experimentar esses prazeres na vida?

18. Sensibilidade Mediúnica
Quaisquer intercâmbios de ideias são antecedidos por complexo processo nas engrenagens do coração.
O processamento da ideia passa antes por uma decodificação afectiva.
É nesse campo da vida mental que os trabalhadores da mediunidade necessitam desenvolver melhores habilidades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:34 pm

19. Traços do Orgulho
O orgulho, em tese, é um sistema que bloqueia ou perturba a sensibilidade, porque os orgulhosos não gostam de ouvir nem mesmo a própria consciência, que se expressa no espelho do coração.
Desembaciar esse espelho dos sentimentos é limpar a impureza da ilusão que distorce a auto-imagem.

20. Sob a Hipnose da Vaidade
A mente humana aprendeu e acostumou-se ao mecanismo da negação, uma forma ilusória de fugir de si mesmo.
As pulsões inconscientes, no entanto, dinamizam-se involuntariamente convidando-nos à transformação.
Ao repudiá-las, estabelece-se o clima interno de angústia.

21. Descanso e Refazimento
Uma noção mais lúcida de descanso e refazimento deve fazer parte da vida de todos os homens, especialmente daqueles que foram agraciados com a luz dos conhecimentos imortais.
A melhor noção de pausa e recuperação deveria ser trabalhar de outra forma, ou seja, ter uma ocupação útil em vez de se entregar às malhas da inércia e da ociosidade, que consomem e exaurem.

Apêndice- Entrevista do Médium Wanderley Oliveira com Ermance Dufaux sobre a Importância Espiritual da Meia-idade
Exceptuando a infância, na qual o inconsciente se encontra em condição especialíssima, sob a hipnose da vida cerebral, todos os ciclos da vida humana são marcados pela contínua erupção da vida inconsciente.
Ermance de La Jonchédere Dufaux

Assume teu Leito
"A ti te digo:
Levanta-te e anda, toma o teu leito e vai para tua casa'~ (Marcos, 2:11.)
Submetido ao leito de provas, o paralítico chega àquela enfermaria da vida para o encontro sublime com o Médico do Amor.
Depois de ter restaurada a saúde, recebe a magna orientação do Senhor:
"Toma o teu leito", adquirindo definitivamente o controle sobre as dores a que se ajustava.
Ele carregaria a cama, e não o contrário.
A cura do corpo, porém, não o libertava do leito provacional que carregava intimamente.
Ele regressaria à origem de suas lutas: "vai para tua casa".
Foi no grupo familiar que nasceu sua paralisia.
Ante o exemplo do doente de Cafarnaum, procura assumir teu leito de testemunhos.
Busca a nascente de tuas dores e cure-a.
Cultiva a resignação produtiva, investe no saber libertador, dinamiza teus sentimentos pelo próximo, empenha-te na disciplina e no sacrifício aos deveres, serve sem condições, ama indistintamente, ora perante tua fragilidade.
Prossegue confiante rumo ao futuro, assim terás ensejo de assumir teu leito e, por fim, te livrares da exaustiva jornada de estagnação e dependência.

Ermance Dufaux, 03 de julho de 2008
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:35 pm

"Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente".
(5. Lucas, 8:16 e 17.)
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XXIV- item2.

Jesus, o Cuidador de Almas por excelência, teve ensejo de indagar-nos:
Sois Deuses?
Que indagação mais educativa pode pronunciar alguém, dirigida ao reino consciencial de cada um de nós?
Eis algumas interpretações para a pergunta do Mestre:
Sentimo-nos capazes?
Queremos a vitória?
Estamos usando nossos potenciais divinos?
Acreditamos na força pessoal de transformação?
Quando nos apropriaremos do património celeste em nossa intimidade?
Indagando sobre nossa divindade potencial, em verdade, Ele recorda outro de Seus belíssimos ensinos sobre o inconsciente, anotado em Marcos, capítulo quatro, versículo vinte e dois:
"Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto'~
É da Lei Divina o processo revelador de nossa individualidade.
Queiramos ou não, a vida submersa no inconsciente é um constante clamor em direcção à luz da perfeição.
Nada pode, pois, permanecer eternamente encoberto, como pontua Jesus.
Retomamos o património das vidas anteriores em plena infância, depois de alguns anos de hipnose cerebral.
Na juventude fazemos os primeiros contactos com a sombra estruturada em vidas sucessivas.
É o período das turbulências e instabilidades.
Muitas vezes, à custa de elevada dose de recalques diante de frustrações e desapontamentos, construímos a fortaleza defensiva do ego.
Assim, o Espírito, com raríssimas variações, entrega-se aos deveres da reencarnação trazendo a alma oprimida por velhas bagagens morais de sua trajectória.
E somente na metade da vida carnal, a criatura retoma de forma mais incisiva e amadurecida o contacto com todas as suas pendências eternas.
A meia-idade, estudada com atenção por Jung, constitui mais um ciclo revelador da vida mental.
Para muitos, será a última estação de parada antes da morte, a fim de que os conteúdos do inconsciente
possam sacudir as mais enraizadas crenças e concepções da existência.
Sem dúvida, tal etapa da vida vem acompanhada de severas ameaças à nossa "zona de conforto" e segurança.
Tomar contacto com os conteúdos velados da vida íntima é um desafio doloroso de desilusão.
E o momento da ousadia que pede paciência para não tombar na irresponsabilidade.
É o instante da coragem que vai solicitar o desapego da vida ideal - aquela do jeito que queríamos - para assumirmos a vida real.
Como atravessar a ponte das concepções e projectos pessoais?
Como fazer essa caminhada tornar-se um passo decisivo para a verdadeira felicidade?
Como reconstruir nossas crenças?
Que acções tomar para que o nosso querer não seja apenas mais uma ilusão?
Que decisões tomar para que as escolhas não sejam apenas uma rota de fuga?
Aliás, como distinguir o que é fuga, quando brota do inconsciente o convite para o contacto com todo o conjunto de expressões afectivas?
A infelicidade, a depressão, o vazio existencial e tantas outras manifestações de tédio interior não serão, igualmente, mensagens da vida íntima atestando fugas de nossas necessidades mais esquecidas no aprimoramento espiritual?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:35 pm

Companheiros queridos, iluminados com o conhecimento doutrinário, assumiram para si mesmos o sublime compromisso de erguimento consciencial.
Todavia, um rastro de descuido tem permeado as lições de muitos aprendizes neste tema.
O primeiro deles é a aceitação da dor como único instrumento de redenção.
O segundo é a nociva negação do dinamismo de nossa vida interior.
No primeiro temos a crença derrotista, um ato de desamor.
No segundo, o medo do confronto, uma manifestação subtil da rebeldia em não aceitar quem somos.
No primeiro deles, a ausência de auto-amor.
No segundo, um efeito do orgulho.
É necessário elevado discernimento para distinguir o ato responsável da fuga orgulhosa.
O foco do prazer de viver é este:
A perda de quem achávamos que éramos, o falso eu, e o encontro com o eu real.
A busca da autenticidade.
A identidade psicológica do Ser.
Cuidemos, com vigilância, para que o Espiritismo, essa ferramenta de evolução, não se torne mais um instrumento de tortura em nossa vida.
Em nossas casas de amparo na erraticidade, muito corações sinceros e exemplares no desprendimento e na acção do bem, encontraram pela frente a aflição e a angústia, tombando em lamentáveis crises de descrença e revolta.
A razão? Descuidaram de si próprios.
Negaram o contacto com sua realidade interior.
Deixaram de pedir ajuda.
Acreditaram em uma personalidade mentalmente projectada e perderam o contacto com suas emoções mais profundas.
Alguns deles se renderam confiantes a conceitos e estruturas organizacionais reconhecidas e consagradas na comunidade, e somente aqui puderam aferir a extensão da ilusão que cultivaram.
Hipnotizaram-se com cargos, mediunidades, talentos verbais, acções beneficentes e outras tantas iniciativas abençoadas.
Esqueceram-se do mais importante, esqueceram a humanidade da qual somos portadores.
Negaram a condição de criaturas simplesmente humanas.
No fundo de suas mais espinhosas decepções estava um sentimento nuclear em assuntos de aprimoramento espiritual, o medo.
O medo do confronto com os próprios sentimentos.
O Espiritismo é um convite à vida consciente e responsável.
Conhecer a sombra não significa adoptá-la.
Entretanto, a título de responsabilidade, muitos amigos da caminhada de espiritualização equivocam-se em relação ao ensino oportuno de Jesus que recomenda negar a si mesmo, conforme se lê em Lucas, capitulo nove, versículo vinte e três.
Adoptam a fuga silenciosa, postergando para o desencarne a incursão no seu mundo interior.
Cuidemos melhor de nossas vidas.
Olhar para os pendores e tendências, entrar em contacto com o que sentimos, admitir o que gostaríamos da vida, essas são três das muitas acções a que somos chamados na trilha solitária do auto-descobrimento.
Após essas iniciativas, perguntemos a nós mesmos:
o que fazer com todo o património que identifica meu ser espiritual?
Logo a seguir, adopte um projecto de vida que contenha os seguintes ingredientes morais:
paciência, humildade para pedir ajuda, oração para visualizar o futuro, coragem para fazer escolhas.
A tormenta na vida espiritual depois da morte não tem raízes apenas nas acções que são registradas nos sagrados fóruns da consciência, mas, igualmente, na sensação infeliz de vazio em razão de não fazer o que já tínhamos condições para fazer, de descobrir o que já estamos prontos para descobrir e de sondar o lado oculto de nós mesmos que, inevitavelmente, há-de ser revelado algum dia.
Coragem! O Pai não permitirá carregarmos fardos mais pesados do que possamos suportar.
A esperança de meu coração repousa na intenção de ser útil e consolidar ainda mais a amizade sincera com os amigos e leitores na vida física.
Que as anotações contidas neste livro sejam quais pequenos lampejos de luz que auxiliem no erguimento de um mundo melhor e dias mais venturosos e ricos de prazer de viver.
Pelo carinho que tenho recebido de todos, recebam a minha bênção de gratidão e amor eterno.

Ermance Dufaux, 1' de agosto de 2008
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INTRODUÇÃO - COMO TRABALHAMOS O PRAZER DE VIVER NO HOSPITAL ESPERANÇA
"E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.
E os seus discípulos responderam-lhe:
De onde poderá alguém satisfazê-los de pão aqui no deserto?
E perguntou-lhes:
Quantos pães tendes?
E disseram-lhe: Sete".
(Marcos, 8:3 a 5.)

Viemos de longe na caminhada evolutiva.
De tão longe viemos na busca do Cristo, que nos achamos famintos e estropiados, cansados e aflitos no escaldante deserto de nossas lutas espirituais.
Ainda que exaustos, esse é o momento da vitória.
Conquanto a sensação dilacerante de fracasso, este é o instante da esperança.
Sem alimento divino desfaleceremos diante de nossas necessidades.
Uma das maiores fontes de nossa fome espiritual é o orgulho em não aceitar os próprios erros.
Querer estar sempre certo e invulnerável é uma expressão da arrogância.
Quem não se aceita como é, superdimensiona os resultados que decorrem de suas falhas ou fascina-se com a glória de seus êxitos.
Quando doutor Bezerra pronunciou o discurso "Atitude de Amor"2, hasteou a bandeira da humanização para a comunidade espírita, convocou-nos a uma árdua lição do progresso:
aceitar nossa humanidade. Humanizar é também aceitar-se como humano.
Simplesmente seres humanos.
É o que somos!
Ser humano é ser gente que erra e acerta, cujas imperfeições não são maiores nem piores que os enganos da sociedade da qual fazemos parte.
É aprender a ser quem somos fazendo o nosso melhor a cada dia, para ser alguém melhor, com mais conquistas.
Querer ser quem não somos é minar a alegria de viver.
No Hospital Esperança, nossos principais focos de tratamento para resgatar o prazer de viver centram-se nos seguintes princípios terapêuticos: o resgate da arte de sonhar, o desenvolvimento da honestidade emocional, a educação da carência afectiva, a morte da idealização, a cura da ignorância e o sentido da continuidade da vida.
Esse conjunto de princípios forma a base da psicologia da libertação em direcção ao amor legítimo.
Sem a sustentação do sonho, surge a rotina.
A rotina acomoda-nos na indolência.
Sem honestidade connosco, alimentamos a ilusão.
A ilusão complica a escolha pela fartura das racionalizações.
Sem educação da carência afectiva, sucumbimos na dependência.
A dependência arruína o auto-amor.
Sem aceitação, cultivamos a idealização.
A idealização arruína a noção de limite.
Sem sabedoria, acreditamos que sabemos o necessário e dormimos nos braços da ignorância.
A ignorância nos mantém prisioneiros da dor.
Sem a noção de continuidade, nossa vida mental não é capaz de centrar no presente.
O presente é o único momento capaz de nos devolver a realidade.
Esses princípios são aplicados com o objectivo único de resgatar a esperança no coração dos internos no Hospital.
Homens e mulheres que passaram pela vida sem experimentar a energia da vida ou perderam conexão com essa força, em razão dos testemunhos a que foram chamados nos roteiros da provação.
Sem esperança não há caminhos para a legítima liberdade nem força para a expressão do amor.
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Por meio de técnicas e dinâmicas, que constituem ferramentas emocionais e psicológicas modeladoras da vida mental, aplicamos a terapia das potências da alma, cujo núcleo é reconhecer a luz que há em cada um de nós.
A grande maioria dos que são acolhidos nas alas recuperativas indaga sobre o porquê de suas provas.
Todavia, terapeutas especializados na arte de viver, dotados de larga soma de alegria no coração, desenvolvem
técnicas curativas da alma com foco na seguinte pergunta:
para que a dor na minha vida?
O porquê não cria sentido para a existência e pode remeter a conflitos pavorosos nos sombrios porões do remorso.
Saber para que vivemos, para que passamos pelas experiências, para que renascer e lutar é a fonte que vitaliza o ato de viver.
Saber a razão de viver é dar consciência à existência
e torná-la mais digna.
Temos inúmeros pacientes que padecem da ausência de sentido de viver.
Muitos já não gostavam da vida no plano físico e chegam aqui com uma soma ainda maior de queixas, tais como:
vontade de retornar à matéria para a satisfação de certos hábitos, extrema saudade de pessoas e lugares, continuidade de doenças orgânicas, revolta pela interrupção de planos pessoais, indisposição para novas amizades, compulsão para a queixa em razão da inadequação para pequenas tarefas diárias, dificuldade de adaptação ao regime alimentar, apego a bens e utensílios.
Muitos destes atendidos foram iluminados com as bênçãos da Doutrina Espírita.
Nutriam larga expectativa de colheita em razão dos movimentos de assistência que prestaram nas fileiras da caridade cristã.
Pelos meritórios esforços a que se devotaram foram alvo da mais incondicional protecção e carinho, entretanto, como não poderia ser diferente, não se livraram de si mesmos.
Deslocados de plano, distante de suas creches e obras de solidariedade, sentiram-se sozinhos e desvalorizados.
Em verdade, ficaram na superficialidade da caridade.
Estavam envolvidos com o dever de ajudar, mas não comprometidos com o ato de amar.
Derramaram apoio e suprimiram fome e dor.
Esqueceram de si mesmos, não como um ato de renúncia, e sim como uma fuga do enfrentamento pessoal.
Bem-intencionados, porém, descuidados.
De boa vontade, contudo, sem a coragem para zelar por suas necessidades mais profundas.
Passaram pela vida física fazendo muito bem aos outros e esquecendo-se de realizar o bem próprio, com medo se arremessarem novamente ao egoísmo.
Pela bondade semeada colheram os frutos da amizade e da atenção.
Espera-lhes agora a tarefa redentora de se auto-investigarem, de saberem como amar também a si mesmos.
Carregam na alma o peso da aflição que negaram.
São tratados na mesma linha terapêutica para a recuperação do prazer de viver, porque com raras excepções escapam ao doloroso episódio da depressão depois da morte.
É lamentável constatar que, até mesmo nas linhas de serviço da religião, encontram-se uma multidão de almas que erguem o estandarte do amor e se asilam em fugas complexas em relação ao auto-encontro.
Para todos, porém, há esperança.
Se a misericórdia celeste não abandona os vales mais sombrios da maldade, que se dirá daqueles que já se esforçam por realizar algo no bem?
Há tratamento e alívio para todos os casos.
Que ninguém no plano físico se exaspere perante tais informes.
Cuidem apenas de estar atentos à edificação de valores substanciais no reino da alma cujas bases repousem na mais legítima obra de educação dos sentimentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:35 pm

Após entender o para que da vida, surge a mais educativa das questões: como?
Como se conduzir diante do labirinto íntimo da vida inconsciente?
Como resgatar as pepitas valorosas do bem em meio à escuridão do reino das emoções?
Como penetrar nos porões da vida mental para extrair os gérmens da divindade depositados pelo Pai em nossa intimidade profunda?
Trazendo estas considerações sobre os cuidados de amor na vida espiritual, queremos vos chamar à campanha gloriosa pela maioridade na comunidade espírita.
Cada Centro Espírita ou templo erguido em nome da mensagem do Evangelho é um celeiro farto que pode se tornar uma célula de redenção e construção do prazer de viver.
A aplicação dos princípios que norteiam o Hospital Esperança pode constituir, igualmente, uma tábua de princípios orientadores às dores do homem no mundo físico.
Em nossas enfermarias, nos grupos de reencontro e na tribuna da humildade, os sentimentos mais estudados são medo, culpa, tristeza, mágoa e orgulho.
Que maior missão pode desempenhar uma casa espírita que presentear o homem do mundo com a orientação, para que ele próprio seja o condutor de seu destino e construtor de sua própria felicidade?
Sem esperança, a humanidade procura uma luz, uma saída para suas dores.
Façamos de nossas agremiações as Casas do Caminho da actualidade.
Tenhamos ali uma maca para aliviar as chagas morais e um banco de escola para iluminar o cérebro e o coração com as luzes da instrução e do afecto.
Estamos vindo de muito longe para identificar Jesus em nossa vida.
Longe de Deus. Longe do bem.
Famintos, buscamos alimento novo em pleno deserto das provações.
Renascemos no corpo e dele saímos com a nítida sensação de fracasso, abandono e tristeza pelo que fizemos.
O renascimento, todavia, ocorre porque temos chances de reerguer nossos passos, ainda que com forças mínimas.
Por que agora a tormenta quando tudo conspira para um futuro promissor?
Amigos na vida física, ao invés de perguntarem por que, perguntem para quê.
Sim! Façam um balanço de suas escolhas.
Verifiquem como podem fazer tudo ficar melhor e prossigam.
Não lamentem. Lamentação é depressão.
Ocupem as mãos.
Viajem. Ponham os pés na terra.
Curtam o sol.
Sirvam. Sequem lágrimas.
E orem, orem sem cessar todos os dias.
Uma pessoa centrada à luz dos ensinos da psicologia e do evangelho significa uma pessoa identificada com seus valores e habilidades.
Quando não logramos este estado de Ser, temos duas extremidades psicológicas perigosas.
De um lado a arrogância para nos defender da sensação de inferioridade, do outro a descrença como um reflexo da nossa incapacidade de lidar com os sentimentos de medo, culpa e tristeza.
A vida vos espera com o prazer de viver e ser feliz.
Abandonem a prepotência de querer agradar a todos.
Somente a poder de soluções se recompõe o caminho.
Uma pessoa que quer vencer usa duas armas poderosas:
inteligência para criar saídas e humildade para submeter as saídas ao critério de Deus.
Vou recordar novamente uma frase de Eurípedes Barsanulfo que já pedi para que seja colocada no velador do Centro Espírita onde todos possam ver:
"aqui mora a fé, a sublime qualidade dos que jamais deixarão de acreditar na força superior do bem.
Essa frase foi grafada às portas do Hospital Esperança, onde todos os que passam tenham condições de lê-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 22, 2018 7:36 pm

Ela é a antítese do que está grafado às portas das furnas infernais, segundo os registros fiéis de Dante Alighieri, em "A Divina Comédia", no livro Inferno, canto III, quando é lido um poema destruidor da fé humana, cuja última frase diz:
"(1..) deixai toda esperança vós que entrais."
Concedam-se o direito de ser feliz.
Vamos adiante, convictos de que há muito mais alegria nos céus com o êxito de um arrependido, que de noventa e nove pessoas que já vieram com o coração recheado de esperança.
Esperança é o alimento de quem vem de longe, e como diz o versículo de Jesus:
Ele não nos deixará seguir em jejum.
O alimento existe.
Sempre existirá.
Para isto o Mestre indaga:
"E perguntou-lhes:
Quantos pães tendes?
E disseram-lhe: Sete".
Vamos dar o que temos e a vida nos brindará com o melhor.
Esperança é a energia que preenche o coração e nos faz sentir que todos, sem excepção, somos Filhos de Deus, e, portanto, dotados dos mais ricos recursos para superar todas as nossas provas, e capazes de trilhar rumo à nossa libertação definitiva.
Felicita-nos saber que o mundo físico receberá mais uma obra generosa por parte de Ermance Dufaux.
Neste tempo de busca do prazer ilusório, é muito bem-vinda a reflexão sobre o prazer de existir.
Meus apontamentos, a título de introdução, são apenas no intuito de chamar a atenção para a inadiável missão entregue aos discípulos sinceros do Cristo.
Em Mateus capítulo cinco, versículo treze, ele assinalou:
"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há-de salgar?
Para nada mais presta senão para se lançar fora; e ser pisado pelos homens".
Rogamos a Jesus, Mestre e Senhor de nossa vida, que essas linhas multipliquem a esperança e fortaleçam a fé de multidões, para que, quanto antes, tenhamos dias melhores na Terra nutridos pela mais preenchedora alegria de viver.

Da servidora do Cristo e amante do bem,
Maria Modesto Cravo, 20 de agosto de 2008

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WANDERLEY SOARES DE OLIVEIRA
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:07 pm

Capítulo 01 - Sob a luz da esperança
"Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado".
(S. Lucas, 12:47 e 48.) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XVIII - item 10.

É lastimável o contingente de seguidores do Cristo tombados no derrotismo por conta de crenças, que estabelecem uma vida psicológica atormentada.
Verificam-se, com certa frequência, algumas crenças que ganharam popularidade na comunidade doutrinária, acerca da definição de verdadeiros espíritas, tais como:
"almas com conhecimento bastante para não se deprimir", "criaturas que só podem acertar", "pessoas que devem agradar a todos", "espíritos que não podem perder tempo" e "devem ser rápidos".
Claro que essas crenças, quando utilizadas com sensatez, podem se tornar aspirações educativas.
Entretanto, raros conseguem se enquadrar, espontaneamente, nesses modelos éticos elegidos como referenciais de autenticidade espírita.
Aliás, muitos dos que procuram atender a esses imperativos de fora para dentro, tombam na negação de seus sentimentos, causando danos a seu equilíbrio.
A colocação evangélica é clara:
"muito se pedirá", entretanto, a mente derrotista nutre-se de mensagens inconscientes de cobrança e condenação, que fazem as fibras do sentimento interpretarem essa colocação dessa forma: "muito será cobrado".
Imperioso acender a luz da esperança no coração humano, abandonar imposições e cobranças.
Não existe queda nem falência nas Leis Universais.
Existem resultados, efeitos das escolhas e acções.
Tudo é preparo, impermanência e misericórdia.
Muito será pedido! De facto, a vida pede constantemente o tributo de amor e cooperação.
Somente para o Espírito que não aprende com seus equívocos, é que existe a frustração, o vazio e a sensação de fracasso.
Discípulos do Espiritismo:
procurem atentar para o foco em que depositam suas esperanças de felicidade e plenitude, a fim de não se enredarem nos climas psicológicos do martírio voluntário.
Inúmeros corações sinceros e motivados pelo ideal de servir e aprender, se rendem às suas provas e dores particulares, acreditando que somente no além-túmulo encontrarão a libertação.
Transferem para a vida dos espíritos uma expectativa de alívio e salvação em razão do sofrimento que lhes assinala a marcha de cada dia.
Toleram provas acerbas na condição passiva, sem a mínima iniciativa que os pudesse defender ou restaurar as energias, ante os golpes lacerantes dos testes.
Asseveram que resgatam carmas e prosseguem contando os dias para que algo ou alguém venha extinguir-lhes os dramas.
Desacreditam totalmente da possibilidade de solução e novos caminhos, onerando-se de exigências e obrigações.
Descrêem, enfim, que possam ser felizes tanto quanto possível ainda na Terra.
Sofrer por sofrer não redime.
Tolerar por tolerar não educa.
Não será a intensidade dolorosa das provas, por si só, que transformará as inclinações e nos libertará das algemas conscienciais.
A dor que redime não é aquela que tolera com revolta, mas a que suporta com constante busca pelo melhor a cada instante. Jamais desistindo de encontrar a solução em si mesmo para as lutas do caminho.
Sem isso, é a morte da esperança.
Amigo querido do Espiritismo com o Cristo, o gesto sublime da reencarnação é um atestado de que foste matriculado na escola do livre-arbítrio para o recomeço, distanciando-te da influência dominadora dos processos de sintonia e atracção que vigem fora do corpo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:07 pm

Essa a primeira condição para talhar a singularidade que te é peculiar.
Não transfiras para o mundo dos espíritos livres da matéria, tuas aspirações mais nobres de realização e alegria.
Ante o momento que a Terra atravessa, e devido ao nível espiritual de seus habitantes, quase todos os que reencarnam levam aproximadamente metade de sua vida para iniciar o processo de descoberta de seu real valor perante a vida, recriando a auto-imagem para o campo da realidade, e definindo-se em suas particularidades subjectivas.
Nesse momento rico da alma, o auto-amor determina o clima emocional de sua vida, estimulando a construção de sentimentos enobrecedores que sirvam de morada refazedora, ante os percalços do aprendizado.
Acredite na felicidade possível e edifique a crença lúcida em tuas aspirações de harmonia.
Não é o parente que te atormenta, mas como gerências o mundo das emoções em face dos seus gestos de agressão ou descaso.
Não é o corpo abençoado que desanima, no entanto os sentimentos de baixa auto-estima que te consomem até a exaustão.
Não é a profissão singela que te sobrecarrega, entretanto a forma como conduzes teus anelos íntimos de crescimento nas conquistas materiais.
Não são as perdas que te preocupam, todavia o hábito contumaz de posse que causa a sensação de segurança em teus passos.
Não é a crítica que te fere; é como reages a ela.
As provas, em si mesmas, são circunstâncias da vida aferindo-te o valor.
A forma como reages é a tua nota de aproveitamento.
Confia na tua decisão de ser feliz e zele com perseverança por esse ideal de paz.
Mereça ser feliz pelo cultivo de teus valores.
Fecha os ouvidos às mensagens externas e internas que profetizam sobre quedas e tropeços nos dias vindouros.
Mereça ser feliz nutrindo teu sistema mental com ideias e projectos luminosos que constituam sonhos de ventura e desejo de harmonia.
Recorda: a vida pede, não cobra.
A crença, para ser sólida e verdadeira, requer trabalho e construção activa na intimidade.
A crença na felicidade i um trabalho árduo de conquista da autonomia, realização incansável no bem e humildade nas corrigendas necessárias.
Proceda a uma avaliação cristalina à luz da consciência.
Toma por base o princípio universal:
recolhemos da vida somente aquilo que precisamos e merecemos.
A partir desse foco, entreveja tua parcela íntima e individual nas dificuldades que te atormentam.
Investigue com persistência a natureza da petição que as Leis naturais te endereçam.
Descoberto esse "lugar psicológico", encontrarás uma mina abundante de respostas e horizontes.
Ninguém e nenhuma situação te podem prejudicar e fazer infeliz sem teu consentimento.
Na vida espiritual, muitos corações que desistiram de seus sonhos enquanto na Terra, alimentando expectativa de descanso e pausa em suas lutas após a morte, colheram o amargo fruto da decepção ao perceberem que a vida terrena é o solo fértil para a semeadura do bem e das conquistas imorredouras, e não um fórum de quitações impostas pela dor.
O fim útil das provas é a melhoria, e não o padecimento.
E melhoria significa aprender a amar a ti mesmo cuidando de defender-te da descrença que rouba de ti a armadura da alegria e, sobretudo, da esperança com a qual, a cada minuto, poderás sustentar o clima interior do optimismo e da certeza na vitória.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:08 pm

Capítulo 2 - A Meia Idade, a travessia do encontro da natureza
O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio.
O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão".

(Lázaro, Paris, 1863.) O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII - item 7.

Pesquisas realizadas por instituições de nosso plano asseguram que, aproximadamente oitenta e cinco por cento dos reencarnantes, levam, pelo menos, a metade do tempo de suas reencarnações, para começarem a identificar-se com seu planeamento pré-reencarnatório, isto é, com suas reais e mais profundas necessidades de aprimoramento espiritual.
Não é sem razão que na meia-idade, período considerado por alguns especialistas na faixa etária dos trinta e cinco aos cinquenta e cinco anos, homens e mulheres atravessam crises de intensa reavaliação da existência.
Psicologicamente, é a fase em que o inconsciente todas as feridas não curadas na infância e na juventude.
m fenómeno natural do amadurecimento do ser.
Crenças e valores são sacudidos drasticamente sob o vendaval das transformações inadiáveis, para que descubramos nos caminhos a mais cobiçada das conquistas humanas: o prazer de viver.
Evidentemente, factores de ordem espiritual regulam a natureza desse auto-encontro na meia-idade.
Independentemente de quaisquer variáveis, esse ciclo da existência é marcado por uma crise sem precedentes.
Para quem se encontra adormecido nas poltronas cómodas da zona de conforto, ela vem de fora, por meio de dolorosos solavancos em forma de perdas, doenças e provas diversas.
Para quantos já vêm examinando seu mundo pessoal, ela chega como angústia e depressão, concitando escolhas e exames mais cuidadosos de si mesmo.
Será neste aparente turbilhão de desordem que vai ser testada a trilha particular de cada qual.
O prazer de viver poderá surgir neste contexto como a mais ansiada das conquistas do Ser em ascensão, desde que se tenha persistência em buscar algumas respostas a perguntas cruciais.
Quem somos nós?
O que queremos da vida?
Qual nossa missão prioritária diante da reencarnação?
Que fazer para encontrar o caminho que nos levará ao encontro de nosso mapa pessoal de crescimento e libertação?
Para que fazemos o que fazemos?
Para que vivemos?
Como deixar de ser quem achávamos que éramos?
Como dar sentido à nossa existência para preencher o vazio que, muitas vezes, consome a criatura humana nas mais sofridas provas da descrença e do desconsolo?
Quais as trilhas criadas pelo Pai para cada um de nós?
Como lograr o prazer de viver ante os severos regimes impostos pela expiação?
Depois que o homem e a mulher fazem o trajecto básico das vitórias em família e na profissão, na educação de filhos ou nas realizações sociais, vem essa meia-idade e os devolve a si mesmos.
A ocupação principal é a vista da vitória interior.
entretanto, neste momento crucial de aferições, é também quando ocorrem as mais lastimáveis fugas e os mais entristecedores quadros de desistência.
Em outras palavras, é no exacto momento em que tudo conspira para um renascimento que muitos desistem de avançar.
Na hora de começar a existência, ela acaba para a maioria.
Muitos a aposentam neste momento em que ela está apenas começando.
Esmagadora percentagem daqueles que reencarnam, gasta dois terços de suas vidas se consumindo em atitudes e escolhas que tornarão miseráveis o último terço de sua reencarnação.
Retornam ao corpo e dele saem com aterrorizante sensação de vazio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:08 pm

Vivem para sobrever e sobrevivem sem se realizar.
Esse o conceito de expiação:
almas presas em si mesmas, sem capacidade do exercício de suas vocações, sem saber quem são, sem poder ou sem querer fazer o que gostariam ou mesmo o que deveriam em favor de sua própria paz.
Criados para sermos felizes e superarmos as nossas provas, a reencarnação significa sublime endosso de Deus ao nosso recomeço.
Nova chance para continuar.
A oportunidade é concedida pelo Pai, mas o recomeço é com cada um de nós. Reencarnar é com Deus, renascer é connosco.
Eis o segredo do verdadeiro prazer de viver: reconhecer que somos os escultores de nosso destino e as únicas criaturas responsáveis por emperrar ou direccionar nossos destinos ao encalço do ideal de ser feliz.
Prazer de viver é ter o coração preenchido de esperança.
Com a esperança, tornamo-nos mais realizadores, espontâneos e menos racionais.
Prazer de viver é saber tolerar as frustrações, transformando-as em ferramentas de construção de virtudes.
Prazer de viver é entender os recados divinos que se escondem na subjectividade dos sentimentos mais temidos pelo homem, tais como:
a inveja, o orgulho, o medo, a mágoa e a culpa.
Pistas emocionais excelentes sobre nossa realidade pessoal.
Prazer de viver é entender que a crise da meia-idade significa não só o desafio das descobertas dolorosas, mas, além de tudo, o convite da vida para tomarmos posse dos talentos e das vocações que se escondem no mundo inconsciente de nós mesmos.
A tormenta dolorosa da meia-idade, é por demais sacrificial para não nos levar a lugar nenhum.
Sua direcção divina é a mais sublime conquista das pessoas livres e felizes.
Essa a recompensa.
A dor da travessia solitária é' em verdade, o tributo que a vida solícita para atingirmos o nosso melhor instante diante da reencarnação.
O doutor Carl Gustav Jung asseverou:
"Inteiramente despreparados, embarcamos na segunda metade da vida... damos o primeiro passo na tarde da vida; pior (linda, damos esse passo com a falsa suposição de que nossas verdades e ideais vão servir-nos como antes.
Mas não podemos viver a tarde da vida de acordo com o programa de sua manhã -pois o que foi grande pela manhã vai ser pouco à tarde, e aquilo que pela manhã era verdade, à tarde se tornará mentira"."
As verdades ideais, como se refere Jung, nessa busca pelo prazer de ser e existir, irão desmoronar.
A maior perda de todas será a perda de quem achávamos que éramos.
A morte da auto-ilusão, isto é, a desilusão.
Aquilo que pensamos sobre nós, será, por certo, um dos maiores desafios nesse circuito de amadurecimento.
Crenças serão sacudidas, valores serão repensados, Ilustrações reaparecerão, medos emergirão na intimidade, a noção de dever será ampliada, o certo e o errado serão questionados, a culpa pode aparecer com intensidade surpreendente, mas, em muitos casos, ela simplesmente deixará de existir, colocando-nos para pensar na razão de seu desaparecimento.
Como assevera Lázaro:
"O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio."6
Seremos entregues a nós mesmos para decidir o que queremos da vida.
Seremos colocados em situações externas e internas desafiadoras para usarmos o livre-arbítrio, como seres que se candidatam a proprietários eternos dos seus destinos e conquistando a sublime recompensa de se libertar da prisão da dependência e da submissão que, há milénios, nos faz criaturas infelizes com a própria vida.
A travessia solitária da meia-idade só pode ser transposta de mãos dadas com a esperança.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:08 pm

A esperança de que, só existe um lugar para ser alcançado: a felicidade.
Quem atravessa a noite psicológica da desilusão haverá de trazer sempre na alma a certeza de que, logo adiante, espera-nos o melhor dos nossos dias.
Por essa razão, se queremos encurtar o caminho, evitemos a pressa.
A pressa cria fugas espectaculares e inteligentes que só nos farão mais angustiados.
Na crise espiritual da meia-idade, conseguiremos visualizar nítidas expressões do futuro.
Entretanto, nem sempre o futuro visto é imediato.
Tais vislumbres podem terminar em pressa e atropelo.
Eis por que a travessia pede calma.
Já será bom saber que amanhã chegaremos aonde vimos.
A vida, porém, é realidade, e não vislumbre.
É preciso calmaria para saber a hora de decidir e escolher.
Por outro lado, tenhamos sensatez, pois que muitos desses vislumbres são decisões para agora, a fim de que o amanhã seja construído a contento.
Saber quem somos e qual nossa missão particular na existência nos faz criaturas solitárias.
É uma travessia solitária para a individuação.
A lição da solidão foi o ápice da vida de Jesus no calvário.
Entregue à pesada cruz na qual seria crucificado, carregou-a resignadamente, aceitando o alvitre da subida decisiva para o encontro com o Divino.
O Mestre guardava lúcida compreensão daquele momento decisivo.
Enquanto muitos interpretam o calvário como um instante de tristeza, nele vemos o roteiro da maturação espiritual.
Embora com dor, logo a seguir vem a liberdade.
É uma caminhada singular para cada um de nós, um convite intransferível para a aquisição da maior conquista das pessoas felizes e conscientes: o prazer de existir em plenitude com a vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:08 pm

Capítulo 03 - O Poder da Resignação
"O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena".
O Evangelho Segundo o Espiritismo ~ capítulo V - item 13.

Quanto desespero e amargura, tristeza e desistência, martírio e revolta, fantasia e aflição tem cultivado a esmagadora maioria dos homens reencarnados, por não saberem construir sentidos espirituais elevados às suas provações?
Qual conquista será maior para a alma na Terra do que a compreensão sagrada dos objectivos de todos os reveses e experiências?
Somente quem saiba dar significado santificado a cada lance de dor ou a cada benefício do caminho, pode aquilatar a importância dessa vitória.
A forma de encarar a vida terrena, por isso mesmo, deveria ser tema de urgente aprofundamento dos trabalhadores espíritas.
Com todo carinho e respeito, sugerimos aos nossos parceiros de ideal uma urgente revisão de conceitos, quando afirmam imperativamente que o espírita possui uma fé racional.
Se assim o fosse, teríamos mais amplos voos de conscientização e comprometimento com a causa que abraçamos, e melhores reacções perante os testemunhos e sofrimentos diante da vida no corpo.
Temos ainda uma fé embrionária e sufocada por conceitos ancestrais do religiosismo, com forte inclinação para o dogmatismo.
A fé racional se inicia quando passamos a encontrar no campo mental, alguns subsídios testados na arte de meditar sobre nós mesmos.
Compreendendo melhor o que ocorre com a própria vida interior, capacitamo-nos em maior escala para avaliar os desígnios Divinos nas ocorrências que nos cercam.
Outro traço marcante de que a fé racional começa a se desenvolver em nossos sentimentos, é quando começamos a abdicar de coleccionar certezas sobre a vida.
Mais que nunca, na etapa evolutiva que assinala nosso progresso, somos convocados a revisar, reciclar, analisar por outro ângulo, repensar ideias, reavaliar métodos, renovar posturas perante pessoas e fatos.
Certeza instituída é, quase sempre, acesso à zona de conforto.
O momento de vida da Terra, a cada dia mais, nos convida a aprender como conviver com as incertezas acerca de tudo à nossa volta.
Uma parte do sentimento de segurança vai surgir dessa forma de conduzir nossas acções; e, então, as palavras controle, disciplina e planeamento serão usadas dentro da óptica de relatividade constantes.
Quando necessário, a fim de que haja dinamismo em nossos projectos de vida, seremos chamados a repensá-las.
Assim se expressou Allan Kardec sobre o assunto:
A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer.
E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender".7
A aquisição dessa fé conduz o Espírito ao estado de resignação que lhe permite a harmonia, perante a dor e os testes existenciais.
Resignação é o conjunto de habilidades que nos possibilitam uma visão optimista da vida, por meio de escolhas conscientes e de uma conduta de auto-amor; distante da postura de vítimas e do sentimentalismo.
Crenças sadias, capacidade de adiar gratificações pessoais e sentimento de gratidão são as principais habilidades que conduzem o homem a ser resignado.
O homem que se contenta ante os desafios e contrariedades, capacidade decorrente do hábito de se pensar sobre a vida, é alguém dotado de uma força propulsora e calmante.
Essa condição lhe permite escolher com inteligência e equilíbrio a forma adequada de agir e reagir nas turbulências, imprevistos e provas.
Essa força realizadora, independentemente das condições adversas, é o resultado do desapego de seus próprios conceitos, é o espírito de prontidão da alma que sabe que a todo instante, na vida corporal, estará sendo chamada a novos aprendizados que vão abalar suas certezas, a convocando a rever muitas de suas convicções.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:08 pm

Os resignados, por isso, possuem mais saúde e resistência às dores da vida, são mais desprendidos e encontram sempre boas soluções para seus trâmites provacionais.
Possuem metas, mas sabem lhes dar cursos maleáveis, conforme a necessidade.
Sofrem, todavia, procuram a utilidade sagrada do sofrimento e dão significado e sentido educativo e libertador aos mais dolorosos dramas.
Dessa forma, podem experimentar o cansaço, a raiva, a perda, a ansiedade, o medo, entretanto, jamais cruzam os braços e continuam firmes nas aferições, sempre em busca das soluções.
Essa é a chamada resignação activa, dinâmica, educativa, pródiga de resiliência.
Bem diferente é aquele que entende resignação como tolerar sofrimento em silêncio, chamado aguentador da vida".
Ele aguenta a dor, resistem a ela, briga com ela, quando deveria entender-se com ela.
Em verdade, eles obedecem aos imperativos da dor, razão pela qual asseverou o espírito Lázaro:
A obediência é o consentimento 8
Resiliência = capacidade de superar adversidades aprendendo com elas.
Poder de superação.
O termo vem de uma propriedade da Física sobre a capacidade que os corpos têm de voltar à sua forma original, depois de submetidos a um esforço intenso da razão; a resignação é o consentimento do coração, (...)'
Na obediência cumprimos o dever imposto pela consciência no amor vamos muito além e transformamos o dever em degrau de ascensão nas profundezas do coração, livrando-nos do amargor e crueza das expiações.
Hoje, além das provas adicionais ou voluntárias, que poderiam ser evitadas, temos de considerar o tema "ónus voluntário de sofrimento nas provas necessárias", ou seja, o acréscimo dispensável de dor pela ausência da resignação.
Em razão do apego a coisas e pessoas, negócios e pontos de vista, os testes humanos são ampliados pela forma rebelde de reagir.
Cada problema de nossas vidas tem objectivos bem definidos pela Sábia Providência de Deus.
Vivê-los sem entender esses fins é o mesmo que sofrer por sofrer.
Eis a razão da oportuna advertência de Lacordaire, quando diz:
"Mas, ah! Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus.
O desânimo é uma falta.
Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem".
Ser resignado não significa viver sem sofrer, negando o sofrimento.
Essa atitude, quase sempre, é a recusa inconsciente dos sentimentos, uma defesa perante as agressões da dor.
Mecanismos defensivos que aliviam a angústia de nosso sofrer.
Contudo, os que verdadeiramente são resignados, vão mais além e colocam-se imunes à mágoa e à revolta em razão do amplo poder de aceitação e compreensão, decorrente da análise positiva que fazem sobre suas experiências, valores e imperfeições.
Aldous Huxley afirmou:
"Experiência não é o que acontece a você.
É o que você faz com o que acontece a você".
Sem dúvida, a resignação é caminho para ser feliz, porque felicidade é uma questão de construção íntima da visão iluminada sobre o existir, e quem aprende a existir adquire a sabedoria de compreender e aceitar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:09 pm

Capítulo 04 - Humanização, uma proposta de educação emocional
"Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos".
(Lázaro - Paris 1862.) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XI - item 8.

Agir por instinto é conduzir-se por impulso, sem consciência das forças movimentadas por dentro e por fora da criatura, para que ela se comporte dessa ou daquela maneira.
Mesmo estagiando no reino nominal, expressiva parcela da espécie humana ainda abdica da sua real condição evolutiva, mantendo-se na animalidade.
Conquanto os avanços da inteligência, o homem do século XXI age, na maioria das vezes, conforme seus velhos antecessores da era instintiva.
Apesar de possuir a vontade e a capacidade de escolher pelo raciocínio, ainda se guia com muita frequência pelo instinto.
Frases como: "sei que devo fazer assim, só não sei explicar o porquê", ninguém me ensinou isso, apenas sei que deve ser assim" e "fiz isso, mas nem sei o motivo", demonstram claramente condutas instintivas, ou de imitação nas quais a razão não toma parte.
Humanizar é promover-se à condição de administrador activo dos valores superiores que se encontram adormecidos no cosmo interior.
É vencer esse automatismo que nos impede de colocar a inteligência a serviço do crescimento integral.
É utilizar a informação para efectuar a transformação.
Dentre os valores divinos dos quais o homem é herdeiro, encontra-se o sentimento - conquista excelsa tecida em milhões de anos nas experiências da sensibilidade estimulada.
No entanto, como assegura o codificador na referência acima "() quando instruído e depurado, tem sentimentos (...).
Somente quando instrução e depuração se alinham é que temos o sentimento.
Na actualidade é notório o desajuste entre pensar e sentir.
Por isso, um conceito prático e urgente de humanização, aplica-se à tarefa de educar emocionalmente o ser na aquisição de maior soma de domínio e conhecimento do mundo emotivo.
Humanizar é sentir o outro e perceber o que ele sente, é estar em relação educativa com o próximo.
Reflictamos sobre esse enfoque!
O ego é a fonte das cristalizações milenares reflectidas no campo intelectivo da criatura.
A consciência é a Divina expressão de Deus reflectida nos sentimentos de cada momento.
O coração é o espelho do Pai na alma.
O estado de ego nos leva a pensar o outro, gerando expectativas e cobranças, enquanto humanizar significa desenvolver o estado de consciência, isto é, dinamizar o património do afecto, passando a se relacionar com o outro.
Só há relação quando há troca, intercâmbio de impressões e forças subtis, identificando com clareza o que sentimos pelo outro e como vibra o coração do próximo.
A base da humanização inclui a tolerância que necessitamos ter uns com os outros no terreno de nossas heranças espirituais.
Quando pensamos o outro criamos imagens mentais que nos vinculam em expectativas de perfeição, cobrando exactidão e boa conduta alheia.
Saímos do ego pela projecção, isto é, o mecanismo de protecção que visa amortecer o peso das imperfeições pessoais.
Ninguém pode ficar negando o que sente e esperar ser feliz.
Quando estamos no estado de ego, temos inúmeros mecanismos de defesa, que nos levam a vendar a visão espiritual para as imperfeições que carregamos.
Esses mecanismos agem pelo aprisionamento dos sentimentos.
Temos usado alguns deles há longo tempo na fieira das reencarnações, criando verdadeiros esconderijos psíquicos nos quais procuramos nos aninhar em busca de uma falsa segurança.
Humanizar é vencer essas defesas instintivas, assumir a luta contra nosso complexo de inferioridade espiritual, e partir para uma batalha sem tréguas na tarefa de melhoria e aprimoramento.
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PRAZER DE VIVER - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira Empty Re: PRAZER DE VIVER - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:09 pm

Vencendo medos, frustrações, culpas e outros tantos monstros emocionais.
Estamos querendo fazer reforma íntima pelo intelecto, mudando somente pensamentos, enquanto reforma, à luz do Espírito é saber como se tornar senhor dos valores que dormitam em nossa intimidade desde a criação.
Somos herdeiros de vivências que pulsam com vivacidade em nosso ser.
Ansiar por uma reforma interior de sobressalto, ou esperar isso do próximo, é violentar nossa natureza íntima.
Queremos sentir o que não fomos preparados para sentir e nem sabemos como sentir.
Como perdoar?
Quais as origens do sentimento de insegurança e de culpa?
São inúmeras as questões que deveremos formular sobre o universo emotivo!
O auto-amor, no entanto, nos inclina a nos aceitar como somos e, com base na proposta de educação espiritual, buscar com autenticidade os caminhos de libertação e paz.
As condições da felicidade são saber quem somos, saber lidar com nossas forças afectivas, e adquirir domínio sobre elas.
Isso solicita uma pródiga atitude de tolerância.
O apelo do Mais Alto pela humanização na seara espírita será providência salutar pelo bem da nossa causa e de nós próprios.
Humanizar, sobretudo, é aprender a conviver com a diversidade da qual o outro é portador e também desenvolver uma relação pacífica com a vida que nos cerca.
Conduta simplesmente impossível se não passarmos a esquadrinhar as emoções vividas a cada encontro e reencontro, a cada acontecimento e experiência de nossos dias, uns com os outros.
Árdua tarefa nos aguarda nos campos da reeducação.
Estamos sendo convocados a aprender a profunda lição de cultivar interesse pelo outro, entendendo-se esse outro como sendo todas as criaturas da criação.
Temos pela frente o desafio de romper a crisálida do ego, e abrirmo-nos para a vida abundante.
Eis a questão central de nossas reflexões:
como renovar o sentimento de interesse pessoal, para o sentimento de interesse universal?
Como fazer para sentir a Terra como nossa grande casa e a humanidade como extensão da nossa prole?
O projecto de humanização na seara espírita deve ser uma proposta concreta de amor, um desafio de colocar o homem mais perto do seu próximo, de fazer com que a mensagem espírita seja mais importante que as práticas, que o homem valorize mais a causa do que a casa, um apelo para que haja mais sorrisos de ternura e menos convenções institucionais.
Menos papéis sociais e mais amor espontâneo.
O Centro Espírita, assim como as diversas instituições doutrinárias, está sendo convidado a se promover à praça fraterna de convívio libertador, superando em muito as suas atuais conotações de estudo doutrinário e exercício da caridade.
Estudar, sim, mas para aprender a viver, fazendo das actividades esclarecedoras um contexto que retracte a realidade social na qual o homem carnal está inserido.
Trazendo o mundo de fora para dentro, conduzindo-o às reflexões e preparando todos para viver como homens de bem.
Além disso, libertar a noção de caridade como prática de doações para a noção educativa de exercício do amor entre aqueles que realizam a tarefa.
Humanizar é focar no coração.
É temperar nossa convivência com emoções de alegria e gratidão, dando encanto e luz aos nossos momentos uns com os outros, ante os lances da vida.
Dia virá em que o homem perceberá que nada existe de mais lúdico e enobrecedor que conhecer pessoas.
Desvendar o mundo de sonhos e o imaginário individual que está arquivado em cada ser.
Conhecer a origem das histórias de dor e amor de cada criatura.
Nesse instante, o conceito de prática espírita passará a ser o processo de aproximação afectiva e o interesse central de quem participa, será romper as barreiras que nos separam de quem quer que seja.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 23, 2018 8:09 pm

Aprendendo e crescendo com todos.
Jesus, o maior agente de humanização que passou pela Terra, deixou claro em Seu magnífico discurso que seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem.11
A que proposta maior de humanização podemos aspirar?
Discípulos que somos, devemos aceitar, o quanto antes, esse desafio de aprender a amar, buscar respostas sobre como concretizar os nossos anseios nobres que começam a brotar e sobre como superar nossos instintos.
Respostas que nos levarão ao encontro de nós mesmos, solidificando o amor dentro de nós.
E somente assim, gostando um pouco mais de nós mesmos, devassando nossa intimidade camuflada e ignorada, instintiva e automatizada, é que vão desabrochar sentimentos novos e vigorosos inclinando-nos ao magnífico impulso de ir em direcção ao outro, instaurando a Era do Afecto.
Uma tarefa que nos tornará humanamente felizes e integrados ao excelso concerto de equilíbrio que pulsa no universo.
Instruídos e depurados como expressão do amor de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2018 8:06 pm

Capítulo 05 - Sopro de Esperança
A revolução que se apresta é antes moral do que material.
Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas".

O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 1 - item 10.

Venâncio, aplicado trabalhador da mediunidade, divagava mentalmente acerca da tarefa ocorrida naquela noite, enquanto caminhava em direcção ao seu lar.
Pensava e pensava sobre os socorros prestados aos necessitados desencarnados:
"Fico feliz pelas bênçãos em favor dos habitantes das regiões inferiores, no entanto, não consigo entender completamente a iniciativa.
Para que tanta atenção dos amigos espirituais aos desencarnados em face da dor que campeia aqui mesmo no mundo dos encarnados?
Porventura a dor na erraticidade será maior?
Não haverá meios próprios de amparar essas criaturas que derraparam no mal sem a nossa participação?
Não seria mais educativo o amor ao próximo que podemos tocar e abraçar aqui mesmo na Terra?
As pressões têm se intensificado e fico a reflectir se valem à pena mesmo ou se são apenas projecções anímicas de nossas necessidades pessoais enquanto médiuns!
Será que posso mesmo ajudar ante tanta penúria que ainda carrego?"
Venâncio caminhava e reflectia intensamente.
As indagações se multiplicavam.
A dúvida sadia invadia-lhe os sentimentos.
Era um médium disposto a aprender e não se contentava com poucas respostas, jamais, porém, permitindo chegar ao clima da descrença.
Ao chegar ao seu lar, fez breve lanche, orou e dormiu.
Fora do corpo esperava-o a jovem benfeitora da actual reencarnação em estado de prontidão, aguardando-lhe a emancipação pelo sono.
- Amiga querida! - externou o médium já fora da matéria - creio que acompanhastes minhas últimas reflexões antes de adormecer...
Poderia me esclarecer sobre as dúvidas que acalento?
- Sim, meu filho!
Suas dúvidas são preciosas gemas da alma que anseia o crescimento.
A dúvida quando cultivada sem tornar-se rigidez é avanço e progresso.
O que não devemos é torná-la um estado mental estanque na criação de pensamentos fixos e confusos.
Assistimos nessa noite as entidades chamadas vibriões.
Um leque imenso de situações envolve esses atendimentos.
Faremos uma pequena viagem astral para mostrar-lhe algo oportuno.
Venâncio e sua benfeitora vararam os espaços em suave volitação, até chegarem a um lar que se situava na mesma rua do Centro Espírita em que laboravam.
À porta, algumas entidades da vigilância estavam atentas
e os cumprimentaram discretamente.
Já passava da meia-noite e na sala encontrava-se uma mulher esbelta baforando um cigarro.
- Essa é Gisele - falou a benfeitora -, mulher de quarenta anos, mãe de duas jovens, Ana e Clarisse.
É uma promotora de Justiça muito bem-sucedida que se envolveu em negócios escusos e graves do crime organizado.
Logo que entrou para as experiências das causas criminais, conheceu Alceu, um magistrado sem escrúpulos, que a envolveu afectivamente.
Com atitudes relapsas, Gisele pôs a perder o seu casamento.
Um tanto enfraquecida com a ruína no lar, passou a ser chantageada por Alceu, que já a havia matriculado na doentia carreira da corrupção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2018 8:06 pm

Arrependida, mas sem forças, sucumbiu sob o peso da ganância, única forma que enxergou de recompensar suas desditas.
Acordos infelizes, propina e muito sexo a derrubaram de vez no campo dos ideais nobres.
Graças à tarefa socorrista desta noite pudemos desligar três vibriões de seu sistema nervoso, que agiam como "medusas" na cabeça de Gisele.
Ela se mataria esta noite, mas agora temos nova chance, pois conseguimos expressivo alívio psíquico para ela.
Dizendo isso, a benfeitora mostrou um revólver calibre trinta e oito, debaixo de um sofá, e as balas jogadas no lixo, demonstrando a desistência do ato exterminador.
- Quer dizer, então, que a assistência aos vibriões, medusa livrou-a do suicídio? - indagou o médium.
- Não somente do auto-extermínio, mas de uma longa sequência de outros problemas que se desdobrariam.
Transferimos ao seu halo mediúnico e ao de outros dois médiuns, os parasitas psíquicos de Gisele, custando-lhe essa pressão mental sofrida nestas últimas quarenta e oito horas.
Todavia, eis aí o resultado do esforço de todos no grupo mediúnico, em mais esta noite de misericórdia no intercâmbio entre mundos.
- E para onde foram levados os enfermos espirituais?
- Estão na enfermaria astral do Centro Espírita.
Eurípedes virá buscá-los mais tarde para as dependências do Hospital Esperança.
- Vejo de forma mais ampliada as minhas indagações de agora há pouco.
- Sim, Venâncio.
Esse é o propósito da visita.
Estamos em esferas diversas de vida, entretanto, não podemos ignorar as intercessões vibratórias entre as dimensões, a criar um ecossistema versátil em plena interacção entre mundos, um eco-psiquismo, uma eco-psicosfera...
Impossível higienizar os abismos sem que isso alivie as tensões do mundo, ou abençoar alguém nos caminhos da vida física sem que isso provoque comoções nas faixas vibratórias dos interplanos vivenciais.
Essa é a Excelsa Ordem dos Princípios Universais que estatuem a solidariedade como lei inderrogável.
- Na minha limitada visão, essas criaturas assistidas nas actividades nocturnas eram trazidas somente da erraticidade!
- Na verdade, Venâncio, esses casos são os mais raros no terreno socorrista da mediunidade.
Quase sempre as actividades são destinadas priorizando as lutas mundanas.
A maioria desses vampirizadores já se encontra grudada às pessoas em francas obsessões.
Outras vezes são imantados aos médiuns, circunstancialmente, em razão do altíssimo poder de atracção da mediunidade, sendo justo dizer que nem sempre são os médiuns que os recebem, mas eles é que recebem os médiuns...
A transição é uma etapa que significa abertura de canais novos, horizontes ampliados.
Desde o surgimento do Espiritismo na Terra, embora os homens ainda não teçam essa judiciosa comparação, nada mais estancou o progresso, e os destinos humanos direccionam-se, aceleradamente, para os cimos em busca da paz.
E, olhando para a moça, indagou o aprendiz:
- E como ficará ela no futuro?
- Olhe o que está guardado em seus papéis naquela pequena escrivaninha.
Quando o servidor foi verificar, entendeu o que aguardava aquela mulher.
Era um pequeno folheto do Centro Espírita vizinho convidando para as reuniões de amor.
Então concluiu a benfeitora:
- O futuro de Gisele está nesse pequeno sopro de esperança...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2018 8:06 pm

Capítulo 06 - Raízes do melindre
"Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos susceptibilidade!"
O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo V - item 4.

Melindre pode ser considerado um estado afectivo de sensibilidade
exacerbada para sentir-se ofendido.
No estudo das doenças psíquicas, vamos encontrar o quadro da fragmentação que significa a "quebra do pensamento", ou seja, a ausência de harmonia e conexão nos raciocínios.
Algumas situações emocionais no quadro dos transtornos afectivos são causadoras desse processo.
Quando a mente se fixa nas experiências que já aconteceram, desenvolvendo sentimentos de culpa, estado de remorso, mágoa e saudosismo, estabelece um circuito de recordações no qual se aprisiona em regime de repetição, flagelando-se com pensamentos enfermiços acerca do que já aconteceu no passado.
Por outro prisma, quando se fazem projecções para o futuro criam-se as expectativas, os medos, a ansiedade.
Temos um deslocamento mental decorrente da insegurança vivida pela criatura, em forma de imaginações e fantasias.
Nesses estados, vive-se o passado, vive-se o futuro, mas não se vive o único momento que nos foi divinamente concedido para existir, que é o presente, o agora.
O pensamento alterna-se entre o saudosismo e a idealização, podendo alterar o comportamento a caminho de doenças graves da mente, cuja característica é o bloqueio do afecto em relação aos factos da vida presente.
Essa fragmentação da vida mental é responsável por uma série de desordens no dinamismo dos sentimentos, porque passamos a analisá-los como se olhássemos para um retrato de nós mesmos cortado em inúmeras partes, esparramado no chão. Olhamos para aqueles pedaços e identificamos nossa imagem, todavia, ficamos com o desejo de remontá-la sem saber como começar.
Essa é a mesma sensação que experimenta quem deseja remontar sua vida emocional.
Uma sensação de impotência e ausência de referência sobre como conduzir o dinamismo do sentir.
Consideremos nessa metáfora da foto que muitos retalhos dessa imagem pessoal, se encontram em escaninhos muito profundos da subconsciência, conquanto esteja plenamente em actividade, espalhando sobre o campo da vida mental consciente todo o seu contingente de forças influentes.
Melindre é campo adubado para semeadura da mágoa, e mágoa é o sentimento de revolta perante o inesperado, mantendo a mente aprisionada a lembranças enfermiças ou a fantasias de revide.
Quase sempre, essa enfermidade da alma, tem raízes decisivas na infância, embora possamos encontrá-las em etapas diversas nas reencarnações pelo do desenvolvimento de vários hábitos, que tornam o ser intensamente susceptível.
Esses hábitos têm, por sua vez, matriz no egoísmo.
Podemos ainda encontrar causas extemporâneas do melindre na vida presente, quando da existência de traumas ou pequenos incidentes em vivências específicas da vida, que nos tornam muito sensíveis para aquelas questões.
Crianças excessivamente cobradas na infância crescem adultos perfeccionistas que não querem conviver com a frustração e a crítica que se lhes tornaram dolorosas e enfadonhas.
Para elas, errar e ser criticado são sinónimos de sere menos amadas, porque nessa relação repressora com os pais, aprenderam que só eram queridas quando cumpriam com as exigências e expectativas dos progenitores ou, então, porque desenvolveram a crença de que somente sendo impecáveis poderiam ser aprovadas por alguém.
Fragmentaram, nessa etapa, o seu pensamento.
Passaram a estabelecer conexões imprecisas de suas reacções com aquilo que lhe ensinaram.
Infelizmente, em variados casos, as crianças são humilhadas e agredidas com emoções fortes e traumáticas por parte de muitos pais que, ao invés de corrigi-las, as ofendem.
Hoje, já adulta, quando criticada ou chamada à atenção, reage conforme o que aprendeu.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2018 8:06 pm

Mesmo que as advertências sejam de boa fonte e para o seu bem, tende a recebê-las como desaprovação, inimizade, traição, cobrança e exigência descabida.
A partir de então, os sentimentos apresentam-se como em um caleidoscópio:
uma fragmentação de cores que não se entrecruzam - uma diversidade de sentimentos indefinidos em comoção.
Quem vive centrado no momento presente não tem medo de seus sentimentos, sabe revelá-los a si e aos outros sem constrangimento, porque aprendeu a lidar com suas imperfeições em clima pacífico, tolerante.
Consequentemente, se sente ofendido, logo reage com naturalidade e sabendo que atitude tomar.
Por que me ofendi?
Essa intrigante interrogação é o roteiro de auto-exame nas leiras reeducativas.
Eis uma questão educativa às lides do intercâmbio entre homens e espíritos:
Por que tanto melindre na atitude dos médiuns perante as corrigendas a eles aplicadas para seu crescimento?
Nas origens de muitas atitudes de melindre desenvolvem-se interesses ofendidos.
(...) se mostram o que obtêm, é para que seja admirado, e não para que se lhes dê um parecer, conforme ressalta O Livro dos Médiuns, capítulo XVI, item 196, médiuns imperfeitos.
A análise de Erasto é perfeita para muitos casos de médiuns.
Na multiplicidade das causas do melindre encontramos também aqueles que usam a mediunidade como um palanque pessoal, para o cultivo do vício de prestígio.
Neste mesmo trecho de O Livro dos Médiuns, diz:
"Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar".
Se são advertidos ou chamados a integrar a tarefa com consciência e discrição, agastam-se e criam todo um conjunto de medidas para se defenderem, podendo desequilibrar todo um grupamento em razão de suas pretensões individualistas.
Apesar das análises psicológicas da susceptibilidade, não nos iludamos em acreditar que somente a poder de esforço auto-educativo poderá ser vencida essa mazela.
Será muito oportuna a criação de relações sadias, ricas de afecto e sinceridade, para que se formem ambientes de confiança nos quais o portador do melindre resgatará a confiança em si mesmo, nos seus valores, adquirindo melhor nível de auto-estima que, em muitos casos, foi subtraído no período infantil.
Passará, então, a desejar a crítica, a avaliação e a corrigenda em suas atitudes, estabelecendo uma reprogramação no seu subconsciente, pela qual perceberá mais claramente que podem ser aferidas suas atitudes sem que os outros a amem menos.
Médiuns, em qualquer etapa de sua tarefa, aceitem de bom grado as apreciações sobre sua produção mediúnica e, mesmo no caso dos juízos apressados ou interesseiros, tenham muita calma, para receber as ideias alheias sobre sua tarefa. Quaisquer reacções intempestivas de indisposição ou revide podem ser sinais da presença subtil das insinuações melindrosas.
Não é a qualidade da crítica que pode ajudar ou desajudar, e sim a capacidade de lidar com as reacções emotivas pessoais.
Com auto-amor sempre encontraremos caminhos ricos de opção para a atitude sadia que edificar a plenitude e a alegria.
Experiência, cargo, tempo de exercício, cultura pessoal, ser espírita de berço ou ainda ter o aplauso da maioria não são, em tempo algum, garantia de infalibilidade ou critério de segurança que credencie qualquer pessoa a uma tarefa límpida e isenta das interferências inferiores em seu desempenho.
Somente a qualidade imbatível do desejo de aprender, seguido da incansável disposição afectiva de servir incondicionalmente são os louros com os quais as almas imortais podem contar, para criar o campo mínimo de segurança e bem-estar para ser melhor.
Contudo, não devemos nunca perder de vista o conceito dos Sábios Orientadores:
"O melhor é aquele que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado."
- O Livro dos Médiuns - capítulo XX - item 226 - 9º pergunta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 24, 2018 8:07 pm

Capítulo 07 - Sentimento Inconfessável
"Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; e, aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo;
(Mateus, 20:26.) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo VII - item 4.

Inveja é um mecanismo psicológico do ego, dentre muitos originados do sentimento de egoísmo cujo objectivo é a disputa neurótica para nos promover à condição de superiores em relação a alguém.
Constitui mais uma das atitudes de não aceitação e desajuste com nossa real condição interior.
Interessar-se em possuir algum bem perecível ou valor moral que tenhamos observado em nosso próximo é um desejo sadio de crescimento, estímulo para novos aprendizados e esforços.
Nesse caso, existe uma busca do exemplo inspirador.
É a "inveja criativa", impulsionadora.
Porém, nesse ato, quando surge a presença da frustração, da malquerença, da ameaça, do sentimento de inferioridade que nos causam um estado de mal-estar, então temos a condição invejosa.
Nesse contexto, o próximo é analisado como um vitorioso oponente.
Suas conquistas nos incomodam e nos fazem sentir pequenos.
O brilho alheio nos intimida.
Partimos, então, para formas defensivas com as quais procuramos diminuir a lux alheia.
Mesmo entre nós, os aprendizes incipientes da causa do amor, a inveja se mascara das formas mais complexas no intuito de ocultar nossa vergonha por senti-la.
Um sentimento inconfessável.
Em verdade, deveríamos nos alegrar pela expansão e multiplicação de ideias e caminhos para o Espiritismo por meio de expressões criativas de trabalho vindas de outrem, mas, quando estamos apegados às conquistas doutrinárias, sentimo-nos ameaçados ao despontarem projectos e ideias apreciáveis nascidos na mente alheia.
Somos Espíritos que ainda desconhecem os efeitos do próprio bem e como lidar com ele.
Por isso, nossas realizações doutrinárias ainda nos causam uma sensação, natural até certo ponto, de vitória e maioridade moral.
Aferramo-nos a elas com a nítida ilusão de êxito pleno e libertação definitiva.
A alegria da conquista ultrapassa a linha do equilíbrio e se transforma em pertinaz conduta orgulhosa.
Tudo isso ocorre, todavia, porque estamos há tanto tempo afastados da benevolência que, ao experimentá-la, sentimo-nos as melhores e maiores criaturas da vida.
Existem sistemas inteiramente alicerçados na inveja, reunindo multidões cujo propósito é abafar quaisquer manifestações que não brotem de suas entranhas.
Diversos climas organizacionais sofrem os efeitos indesejáveis da inveja pelas atitudes autoritárias e controladoras de seus dirigentes, que evitarão a qualquer custo aceitar alguém brilhar mais que o conjunto de suas forças reunidas.
"E chegou a Cafarnauns, e, entrando em casa, perguntou-lhes:
Que estáveis vós discutindo pelo caminho?
Mas eles calaram-se, porque pelo caminho tinham disputado entre si qual era o maior."
O quadro comportamental do Espírito adoecido pelo egoísmo repete-se nos dias presentes.
Competição e ciúme, inveja e arrogância são sentimentos velados nas relações dos novos discípulos de Jesus, iluminados pela Doutrina Espírita.
Negá-los não impedirá de colhermos seus frutos deteriorados e indigestos.
Teremos cada um de nós, de assumir diante da consciência a natureza de nossa disputa.
Doloroso ato de coragem e desnudamento interior.
Quanta dissensão e melindre, quanto fracasso e obsessão por conta da competição velada entre seareiros!
A competição continua na subtileza das atitudes humanas.
Os estímulos da mídia e da sociedade competitiva somados à experiência de capricho pessoal, levam muitos corações, inclusive nos ambientes espíritas, a disputar os primeiros lugares em combates envernizados sem abertura para concessões, criando climas inamistosos e cisões dispensáveis que o diálogo sincero, seguido da honestidade emocional, poderia evitar.
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