LUZ ESPÍRITA
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A LEI DA REENCARNAÇÃO - Domingas / Carlos A. Baccelli

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 08, 2014 9:55 pm

- Precisamos ainda considerar – ponderou o amigo – que toda investigação de carácter científico feita com determinado propósito, acaba ensejando à Ciência a descoberta de caminhos alternativos.
Nós, os religiosos, não podemos considerar-nos mais éticos que os cientistas! Isto é soberba, é vaidade.
Quantos não se imolam, não mais na solidão dos mosteiros, mas no silêncio dos laboratórios, para melhor servir aos Desígnios Divinos!
Digo-lhe que, talvez, haja menos ética entre os religiosos de maneira geral do que entre os sacerdotes da Ciência.

- Precisamos estar preparados para outros desafios, não?
- É evidente que sim, pois a tarefa da Ciência, em nos revelar as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus, está apenas começando!

- A religião, então, continuará “trombando” com a Ciência?...
- E sendo deixada para trás, porque o progresso da Ciência é irreversível! (destaquei)
Reacendam as fogueiras da Inquisição, mas a voz da Verdade não se calará!
- Você, todavia, não acha que cabe à religião um papel regulador?

Herondes sorriu e respondeu:
- A verdadeira Religião, que se deve escrever com R maiúsculo, nunca quis este papel ao qual você se refere, este papel tem sido reivindicado pelos religiosos: no fundo, é disputa pelo poder!
Disse-nos Jesus: “Conhecereis a Verdade...”

Ninguém conhece sem o concurso da experimentação, mesmo a intuição carece de método experimental, para que a teoria se sancione pela prática.
Veja: não estamos defendendo as pesquisas indiscriminadas, como as que os nazistas empreenderam durante a Segunda Guerra Mundial...
Não estamos tratando de insanidade.

As pesquisas com as células tronco-embrionárias não interferem nos mecanismos da Reencarnação!
Se o problema for este, ele não existe.
- Lembro-me de que Chico Xavier, o grande profeta da Mediunidade, disse, certa vez:

- “Olhe, gente, a Ciência vai desenvolver o ser humano em laboratório.
Eles (os cientistas) vão fabricar um enorme útero em laboratório e aí dentro vão gerar o ser.
Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos até conseguirem realizar.
Mas vão realizar. Aí libertarão a mulher do parto.

E tem outra coisa.
Nesse útero, os espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema.
Esse facto não vai alterar coisa alguma – a Ciência vai conseguir isso.

Ora, o avanço da Ciência é obra da Espiritualidade através dos missionários” O escritor R. A. Ranieri registou estas palavras em seu livro “Chico Xavier, O Santo de Nossos Dias” – aliás, desta obra, o Chico não gostou apenas do título! -, mas, se vale de alguma coisa, eu também dou o meu testemunho pessoal de ter ouvido o que o médium disse.

- Domingas, pois é, diante desta antevisão, que, à primeira análise, mais se parece com coisa de ficção, qual o motivo de toda essa arenga em torno das pesquisas com as células tronco-embrionárias?...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:52 pm

25 - A LUTA É A MESMA

Continuando a conversar com Herondes, caminhamos até amplo salão decorado com motivos futuristas, onde me deparei com um lindo painel luminoso retratando a Terra.
Aproximei-me, admirando a foto eu me parecia animada, mostrando o Planeta em alto relevo, com os continentes, ilhas e mares.

- Que bela! – exclamei reparando nos mínimos detalhes, ao mesmo tempo em que atentava para a frase escrita logo abaixo:
“Ao alcance de nossas mãos e, no entanto, à distância incomensurável de nossos pés”!
Li e reli o pequeno texto, comentando com o “Preparador”.

- Parece contraditório...
- Mas não é, minha irmã – respondeu.
A Terra, o orbe que já habitamos um sem número de vezes e voltaremos a habitar, é ali mesmo...
- Ali mesmo, onde?

- Ali, ao alcance de nossas mãos, todavia a distância incomensurável de nossos pés....
- Dimensões que se interpenetram?
É isto? – perguntei.

- Sim; o Universo é repleto de Vida...
A rigor, não há espaço vazio. Humanidades diversas, com características que nos escapam à imaginação, povoam as infinitas moradas da Casa do Pai!

- A cabeça da gente?...
- ... é “programada”para a gente viver na dimensão em que vive, nada percebendo do que se passa perto ou longe – com os sentidos físicos, é óbvio.
- e, em toda parte, a luta é a mesma...

- Sim, a luta pela Evolução é contínua! Veja as nossas actividades por aqui...
- Eu não fazia a mínima ideia da extensão do trabalho...

- Nem mesmo quando encarnados, Domingas, fazemos ideia da extensão do trabalho que nos cabe desempenhar no próprio mundo que nos acolhe.
- Fazemos um pouquinho, achando que é muito...
Nossa A gente mal sai do lugar...

Conheço pessoas que dizem:
- “Ah!, espero que, no Outro Lado, as coisas sejam menos complicadas...”
Herondes sorriu e elucidou:
- É natural que sempre acalentemos a esperança do melhor, todavia, para que tal esperança se concretize de maneira efectiva, precisamos subir mais...

- Outros dizem:
- “Tem dias em que me sinto tão desanimado!...
Como é difícil melhorar!”

- Fácil não é mesmo, não.
Você conhece um pequeno livro intitulado “Pensamento e Vida”?
- Sim, é de Emmanuel, através da lavra mediúnica de Chico Xavier.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:52 pm

- Nós o adoptamos em nossos estudos por aqui...
- Eu me recordo do prefácio.
O seu autor espiritual esclarece que se trata de “singela cartilha falada de que dispomos em nossas tarefas, junto aos companheiros em trânsito para o berço, utilizada em nossas escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento.”

- Nele, há um importante capítulo intitulado “Hábito”...
Você se lembra?

- Em detalhes, não.

O lúcido Mentor escreveu:
“O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina.”
- As provas que repisamos na reencarnação – a repetição do erro, que nos leva a quase não sair do lugar...
- “Herdeiros de milénios - prossegue Emmanuel -, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora, quase que à maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio dos hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência”.

- A velha questão do comodismo – traduzi.
Como, de facto, não é fácil substituir velhos hábitos, já mecanizados, por novos...

- Permita-me citar outro parágrafo da referida obra – solicitou Herondes.
“Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada...”
- “Ignorância acalentada”! – repeti, vestindo a carapuça.

- “... procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo, aprisionada no binómio ilusão-desilusão, com que despende longos séculos, começando e recomeçando a senda que lhe cabe avançar”.
- Ele tocou na ferida – redargui, admirada da capacidade psicológica do venerando Mentor para analisar-nos:

- “... procurando enganar-se depois do berço...”
Mesmo nós, espíritas, vivemos nos enganando: esperamos que a desencarnação nos conduza à imerecida condição espiritual...
No fundo, a gente sempre se acha melhor do que é!

- E somos, Domingas!
O problema é que não tomamos real consciência disto...

Julgamos ser o que, de facto, somos, deixando, porém, a melhor parte de nós mesmos nos porões do inconsciente.
Há uma entidade melhor querendo se aproximar de nós, tomando em suas mãos as rédeas da vida...

Enquanto eu tentava absorver todas aquelas considerações que mexiam comigo, tornando-me um pouco mais desperta, Herondes citou um novo trecho de “Pensamento e Vida”, talvez o mais profundo dentre todos os demais:
- “É por este motivo que vemos no Cristo – divino marco da renovação humana – todo um programa de transformações viscerais do espírito. (desculpem-me, mas não consegui transcrever estas palavras sem destacá-las)
Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milénios.

Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão.
À tradição de raça, opõe o fundamento da fraternidade legítima.
No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis traz a noção das bem-aventuranças eternas para os aflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.

“Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a cruz afrontosa que cria o hábito da serenidade e da paciência, com a certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho humano”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:52 pm

- O que Emmanuel escreve em poucas linhas a Psicologia gasta compêndio para escrever e... não escreve! – comentei.

- Sem a noção de imortalidade e, consequentemente, de que estamos na construção de nós mesmos, através das vidas sucessivas, o nosso aproveitamento da experiência física será sempre diminuto.
- É preciso pensar mais e falar menos, não?

- Pensar mais, falar menos e agir em dobro!
- Esta agora doeu! Foi na canela! – gracejei com o “Preparador”, com quem simpatizava cada vez mais.
- Você atentou, Domingas, para a definição de Emmanuel sobre o Evangelho?
- “... programa de transformações viscerais do espírito”!

- Exactamente. O Evangelho não é apenas e tão-somente um livro de orações e de leituras solenes...
- Quando se deseja preparar o ambiente de uma reunião, conforme a gente lá embaixo costuma dizer:
- “Vamos fazer uma leitura do Evangelho, preparando o ambiente para o início da reunião...”

De outras vezes:
- “Fulano, procure aí uma página bem bonita, para que possamos nos concentrar e transmitir o passe...”
- O espírita, com excepções, está mais empenhado no conhecimento do Mundo Espiritual do que no conhecimento de si!
- Concordo. Há quem chegue a brigar pela primazia da Verdade...

- Você conhece alguém que tenha “brigado” pela primazia do amor aos semelhantes? – inquiriu-me Herondes.

- A fim de fazer sopa, costurar para os mais pobres, visitar um doente?
Não, ninguém briga!
O pessoal briga muito, como diz o nosso caro Dr. Inácio Ferreira, é por conta de chave, deste ou daquele cargo na Directoria da casa, por um ponto doutrinário que seja mais polémico...

Chegam a ficar inimigos!
Como dizia Chico Xavier, “inimigos íntimos”!...
Ante o silêncio proposital de Herondes, perguntei:

- Por aqui também é assim?
- No Instituto?
Não. O Dr. Adroaldo, embora sereno, é homem de pulso e, em tudo, procura dar o exemplo.

- No Liceu da Mediunidade – disse eu – também não é assim,
O Dr. Odilon Fernandes não admite a mínima conversa depreciativa...
Nem no Hospital dos Médiuns, com o Dr. Inácio sempre vigilante, tendo proibido o menor comentário desairoso sobre qualquer companheiro.

- Quando os responsáveis por uma tarefa não oferecem guarida à fofoca, ela se extingue no nascedouro!
Toda conversa maledicente só vai adiante quando encontra ouvidos receptivos.
- É verdade – concordei.

A respeito disto, lembro-me de que, certa vez, uma senhora chegou para mim e disse:
- “Ah!, eu não vou frequentar mais aquele centro, não!
Lá ninguém conversa!
Não há espaço para se fazer um comentário que seja mais descontraído...”

- Vejamos quanto andamos distraídos do que nos é essencial! – sentenciou Herondes.
- O Dr. Inácio em suas prelecções, costuma dizer que o Evangelho já chegou às nossas mãos, mas que falta um bom pedaço para nos subir ao coração!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:52 pm

E acrescenta:
- “Somente quando o Evangelho nos alcançar o coração é que praticaremos a verdadeira caridade moral.
Até que tal aconteça, continuaremos restritos à prática da caridade material, o que, convenhamos, já é alguma coisa..”

- Somente quando o Evangelho nos alcança o coração é que ele nos chega à boca, aos ouvidos e aos olhos!
Antes disto, ele nos fica nas mãos e, na maioria, se restringe aos pés...

- Aos pés? – perguntei querendo decifrar o ensinamento.
- São os que se contentam em caminhar para o centro espírita – são meros frequentadores!

-- O Evangelho nas mãos simboliza aqueles que já se dispõem a fazer algo, não é?
- Alguma coisinha, esporadicamente, surgindo oportunidade ou sentindo-se pressionados...

- Acho que, em mim – brinquei -, o Evangelho chegou aos joelhos...
Alto lá! Não é o que você está pensando.
Eu não pertenço à turma que se ajoelha, não...
Se eu não tivesse deixado de me ajoelhar por convicção, o teria feito por causa da artrose!

- Você tem sido boa aluna do Dr. Inácio Domingas!
- A gente faz o que pode – retruquei, tomando a insinuação por elogio.
- Bem – disse Herondes -, precisamos ir...
Está na hora da palestra.

- Palestra? De quem?...
- Do Dr. Odilon, que falará aos trabalhadores do Instituto e a alguns estagiários.
- Que surpresa! – exclamei vibrando alegria, enquanto daquele hall ovulado seguíamos para o salão de conferências do Instituto, onde, aliás, estivera ouvindo o Dr. Inácio Ferreira e o Dr. Hernâni Guimarães Andrade.

- O Dr. Adroaldo promove muitas palestras instrutivas...
- É sua característica marcante.

Eu me recordo que , lá no Sanatório, ele nos dizia:
- “Quem não tem tempo para ler tem que arranjar tempo para ouvir...”

- Ele insiste em que precisamos criar o “hábito da boa audição”!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:52 pm

26 - MÉDIUM E MEDIUNIDADE

Como sempre, sem nenhuma formalidade, ante o auditório repleto, o Dr. Odilon leu pequeno trecho do Novo Testamento, anotado por Mateus, no capítulo 7, versículo 24 a 27:
- “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.

E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa e ela desabou, sendo grande a sua ruína”.

Meus irmãos, começou a falar, com voz pausada – e, muitos dentre vós se preocupam com a questão do desenvolvimento mediúnico...
É natural que queiramos o desabrochar de nossas faculdades medianímicas.

O anseio de crescimento e expansão é natural em todos os seres!
A conquista desta ou daquela percepção de natureza mediúnica é começo de libertação para o espírito que, há séculos e séculos, permanece justaposto à matéria.

A constatação da Imortalidade em nós e por nós mesmos é decisivo passo no caminho de maior conscientização espiritual.

Todavia não imaginemos que o processo de maturação psíquica esteja atrelado a qualquer técnica alheia ao esforço e à boa vontade do próprio ser!!
Em termos da mediunidade, ninguém logra a edificação espírita de si, construindo sobre a areia...

O médium está para a mediunidade assim como a qualidade do terreno está par a casa que se pretende levantar.
Mais que a faculdade em si, importa aquele no qual ela se manifesta.
Ou seja, o médium é factor essencial para as faculdades mediúnicas de que seja portador.

Não há bom médium sem bom homem!
Se a faculdade mediúnica, como força psíquica em expansão, é neutra, como qualquer outra faculdade sensitiva que a criatura vem conquistando ao longo dos milénios, o seu aproveitamento e a sua condução dependem da postura do medianeiro.

Toda a árvore frutífera depende da qualidade do solo em que se enraíza.
Existem glebas de terra que inibem as condições intrínsecas das melhores sementes!
Outras, se não lhe impedem o crescimento, interferem na qualidade dos frutos que são produzidos...

O médium não deve se preocupar excessivamente com as chamadas “técnicas de recepção mediúnica”.
Hoje em dia, observamos que se tem dado excessivo valor à introspecção, como se o medianeiro, por um ato mecânico isolado, pudesse estabelecer conexão com os que se domiciliam nas Esferas Superiores...

Não é assim!
As técnicas de relaxamento e reflexão tem sido introduzidas no Espiritismo, com prejuízo da acção que o seu adepto carece de desenvolver em contacto directo com os semelhantes.

Não nos esqueçamos do que o Evangelho nasceu no meio do povo! é?
Era no meio do povo que Jesus auscultava as necessidades da multidão, articulando, a partir daí, a sua Mensagem.
O que está escrito nos Evangelhos é a resposta divina aos anseios da criatura, que, não raro, permanecem imanifestos.

Chico Xavier, o inolvidável medianeiro, antes de se entregar ao transe mediúnico propriamente dito, estabelecia estreito contacto com o povo, sentindo-lhe as carências e os dramas – com base na média das necessidades daqueles que o procuravam é que os Espíritos
Amigos indicavam o texto de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” a ser comentado em suas reuniões públicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:53 pm

Posteriormente, as páginas mediúnicas de sua abençoada autoria se direccionavam ao consolo e ao esclarecimento das dores e dos questionamentos da maioria!
A Humanidade pode ser comparada a um imenso espelho reflectindo as suas próprias necessidades para o Mais Além...

Não podemos, pois, entender o médium que se isole!
O sensitivo que fuja ao contacto de seus semelhantes não traduz a realidade dos que se encontram no corpo de carne – é médium pela metade!

Porque, também é função do médium fornecer à Espiritualidade o retrato das carências humanas a serem atendidas.
O médium, para os Espíritos Amigos que se valem de suas faculdades, é uma espécie de termómetro das necessidades imediatas da criatura encarnada.

Por este motivo, o medianeiro que se valha do trabalho para o seu desenvolvimento psíquico e, depois que o almeja, se distancie de seu campo de actividades, imita o homem sedento que, após ter saciado a sede, ainda procura defeitos na fonte...

Muitos médiuns se orientam pela Doutrina, desfrutando-lhe as benesses e contando-se entre os seus adeptos, mas não cogitam em ceder do seu suor à Causa, que, pelo menos, aparentemente abraçaram.

Não fosse pelos esclarecimentos doutrinários de que se beneficiem, talvez fossem catalogados à conta de desequilibrados mentais ou, no mínimo, de criaturas desajustadas psiquicamente.

Quantos, neste sentido, a Doutrina não tem salvado dos hospitais psiquiátricos e dos rótulos depreciativos com os quais a sociedade costuma marginalizar os portadores de faculdades, extra-sensoriais?

O médium precisa entender que o desabrochar de suas possibilidades psíquicas, por si só, se ele não se dispuser a trabalhar-se interiormente nada significam.

Sem que mobilize o concurso dos Espíritos Amigos, pelos propósitos de natureza superior, ele ficará à mercê dos vândalos desencarnados, que haverão de seviciar-lhe as faculdades, esgotando-lhe as energias.

Não nos esqueçamos de que, tanto para a mediunidade quanto para a obsessão, o princípio é o mesmo:
trata-se, basicamente, de uma questão de sintonia!

Assim como temos os que querem se livrar do espírito obsessor, sem se livrarem da obsessão, temos os que desejam mediunidade sem se disporem a fazer a parte que compete ao médium.

Estando neste Outro Lado, sabemos quão difícil é para nós contar com este ou aquele intermediário mediúnico que não assume compromisso com o estudo, com a disciplina e, sobretudo, com a boa vontade!

Ser-nos-ia por exemplo, mais fácil fazer mover uma montanha do que a um médium que, simplesmente, não se dispõe a dar o primeiro passo em termos de colaboração.

É impressionante a passividade de determinados médiuns, ante o que deles se espera em termos de esforço conjugado connosco!
A imagem da casa construída sobre a areia ilustra bem o que queremos dizer: sem a participação consciente de nossos irmãos médiuns que operam no corpo físico, mormente no campo das manifestações intelectuais, poderemos fazer pouco...

Espera-se muito sem se oferecer quase nada!
E todo fenómeno mediúnico, a fim de colimar os objectivos que se propõe, carece de base sólida.
A mediunidade é sempre esmerada arquitectura que se pretende levantar, mas o médium é o terreno rochoso ou arenoso que lhe serve de alicerce!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:53 pm

As ponderações do Instrutor não poderiam ser mais claras e objectivas, no que tange à responsabilidade do médium na condução das suas faculdades.
Após rápido intervalo, ele retomou a palavra, elucidando:

- Temos mesmo que dizer aos nossos irmãos encarnados que, na tarefa do intercambio, a participação chega a ser mais decisiva do que a nossa...
Que, afinal, poderemos fazer, se batemos à porta de uma casa cujos moradores não se dispõem a descerrá-la?

Ou menos se apenas e tão-somente nos oferecem diminuta fresta como passagem?...
Sem que o médium cuide de si, aprimorando-se moralmente tanto quanto possível e comprometendo-se com o Ideal, teremos à nossa disposição uma bela harpa cujas cordas, no entanto, não conseguiremos fazer vibrar....

A mediunidade, pois, não é uma questão de mais e de menos espírito, mas sim, de mais de menos médium!
Não estamos fazendo qualquer alusão à quantidade – é óbvio que nos referimos à qualidade!

De que valeria muito espírito para pouco médium?
Neste sentido, é preferível muito médium para pouco espírito...
Pois é mais fácil que o médium supra as deficiências do espírito comunicante do que este as deficiências e limitações daquele!

O Dr. Odilon não poderia estar sendo mais incisivo efectuando semelhantes recomendações a todos que ali nos sentíamos chamados a dupla responsabilidade:
a de sermos espíritos mensageiros para os médiuns do mundo e a de sermos médiuns na Pátria Espiritual para os espíritos domiciliados noutras dimensões.

E, como se me adivinhasse os pensamentos, prosseguiu:
- Todo médium é espírito mensageiro e, por sua vez, todo espírito mensageiro é médium...
As nossas atribuições, nos Dois Lados da Vida, se conjugam, a fim de que, somando possibilidades, venhamos a dividir responsabilidades.

Não podemos cruzar os braços, tudo esperando dos médiuns que nos estão abaixo ou tudo esperando dos espíritos que nos estão acima!

O ensinamento de Jesus, anotado pelo Evangelista, destaca:
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica” – edifica sobre a rocha; “... todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica” – edifica sobre a areia!
A prática, e a não-prática em confronto!

Ou seja: a vivência e a não-vivência!
A prática mediúnica não se restringe ao seu exercício. (destaquei)
Exercitar-se na mediunidade é como exercitar-se na musculação...

A mediunidade, acima de tudo, carece de ser exercida!
Exercitar e exercer são dois verbos distintos.
Muitos se exercitam em suas faculdades mediúnicas, mas poucos são os que se dispõem a exercê-las!

Há quem se exercite, sem nunca se dispor a exercer...
A prática mediúnica extrapola o seu simples exercício.
Diz respeito ao verbo praticar! Para se colocar algo em prática, é preciso mais do que saber – é preciso fazer!

Portanto, em síntese, mediunidade pelo simples desejo de ser médium a nada conduz de útil e produtivo.
O Mundo Físico e o Extra físico estão repletos de médiuns e espíritos inoperantes!
Para, efectivamente, colaborarmos na construção da Nova Era, precisamos nos empenhar de mãos activas...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:53 pm

Por mais nobre, o Ideal que, do cérebro e do coração, não encontra o caminho das mãos não se concretiza.
O Reino de Deus não se erguerá entre os homens a partir exclusivamente das palavras do Evangelho!
E concluindo a pequena, mas, como sempre, substanciosa prelecção, o Dr. Odilon arrematou:

- Os valores do espírito só se tornam acessíveis ao espírito de valor!
A mediunidade é o reflexo do medianeiro.
É chegado o tempo de o médium exigir mais de si como pessoa, para obter melhores respostas de suas faculdades psíquicas.

Toda expectativa de braços cruzados é contraproducente.
Espero que estas nossas despretensiosas observações consigam, de certa maneira, tornarmos mais conscientes de nossos deveres para um melhor aproveitamento do tempo – do tempo que, em verdade, em sucessivas existências temos malbaratado.

Mesmo sob as bênçãos de luz do Espiritismo, são muitos os que ainda jornadeiam nas sombras da ilusão, se imaginando o que ainda estão muito distantes de ser, escravizados à vaidade e ao personalismo deprimente.

Toda mediunidade sem Jesus é mais um caminho de desenganos para o espírito!
Não basta lidar com a imortalidade própria ou dos outros, sem traduzi-la em espiritualidade no âmago do ser.

Ao término da breve alocução do estimado Mentor, notei que toda a plateia estava sob a forte impressão que as suas palavras haviam causado.
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27 - RESPOSTAS ESCLARECEDORAS

Como de praxe, ao fim da exposição, o Instrutor se colocou à disposição dos que desejassem lhe formular algumas perguntas.

Dentre os primeiros que o interpelaram, o Dr. Inácio Ferreira indagou:
- Odilon, como sempre, a sua palavra foi sucinta e profunda, todavia pediria que você clareasse um pouco mais a diferença entre exercitar e exercer a mediunidade...
Você nos faria o obséquio?

- Pois não – respondeu o amigo, que esclareceu:
- O exercício da mediunidade é, por assim dizer, uma prática isolada, envolvendo o médium e o espírito (quase sempre ocorre tão-somente na vertical), o exercer a mediunidade é sair da teoria para a prática, posto que, necessariamente, introduz uma terceira pessoa: o próximo!

Permita-me um pouco mais de objectividade: exercer a mediunidade é uma prática solidária! (Todos os destaques são meus)
Vamos citar um exemplo.

O médium quando se entrega ao transe, em casa ou mesmo no grupo mediúnico, sem que o intercâmbio com o Mundo Espiritual esteja voltado para o semelhante (existem muitos que o fazem apenas para a sua satisfação pessoal), está no exercício solitário de suas funções...

É o companheiro que, por vezes, não se vincula à casa espírita ou que não se sente comprometido com a Causa!

Já o exercer a mediunidade amplia o leque de suas actividades, porque coloca o medianeiro em contacto com o povo – ele sai da vertical para a horizontal!
Consoante uma imagem à qual, pedagogicamente, sempre temos recorrido, a mediunidade pode ser comparada a uma cascata que despenca das alturas: se cai na vertical, deve correr na horizontal, fertilizando o campo e produzindo para atender a fome da multidão...

- A mediunidade a serviço do consolo e do esclarecimento? – atalhou o Dr. Adroaldo Modesto Gil.

- Exactamente. A medicina, ainda, pode ser comparada lembrando a Parábola da Figueira Seca, contada por Jesus.
Muitos médiuns atravessam a existência terrestre sem que nada produzem, olvidando que, conforme dissemos, a legítima prática mediúnica inclui a figura do próximo.

Chico Xavier, por exemplo, jamais se contentou em ser médium dos espíritos sem um resultado prático – e, vejamos, ele não se limitava a psicografar livros!

- Esta colocação é interessante, Dr. Odilon – observei por minha vez -, porque, principalmente, os médiuns psicógrafos podem alegar que estão escrevendo para o povo – que trabalham de maneira isolada, facilitando a sintonia, mas que o fruto de seu trabalho é direccionado ao povo...

- Domingas, o médium que não mantém constante contacto com a multidão não lhe ausculta as reais necessidades...
Você sabe disto.
Exercitar a mediunidade, de preferência, é no centro espírita; exercê-la é em qualquer lugar!
Para exercitar-se na mediunidade, o médium necessita estar em transe, mas para exercê-la, não!

Exercitar esta ou aquela faculdade mediúnica é algo que diz mais respeito ao intelecto do médium, exercê-la reclama o concurso do sentimento...

Chico não era médium apenas quando se encontrava psicografando nas reuniões públicas – ele igualmente o era quando atendia a fila dos desesperados que lhe pediam um conselho; quando visitava os doentes nos hospitais e leprosários, quando, rumando à periferia, levava o consolo de sua presença a dezenas de famílias sofredoras...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Mar 09, 2014 9:54 pm

Agora, o que muitos não entendem é que a prática da mediunidade passa, necessariamente, pela mediunidade praticada, ou seja, vivenciada!
Vivenciar a mediunidade não se restringe à convivência com os espíritos desencarnados.

- Creio, Odilon – voltou a falar o Dr. Inácio -, que este seja o ponto...
- Eu também! – Endossou D. Maria Modesto Cravo.
Posso aqui dar um depoimento rápido?

- É claro! – concordou o Mentor.
- Para ser mais médium, eu sentia necessidade de contacto com as pessoas.
As nossa sessões mediúnicas no Sanatório eram voltadas para o bem-estar psíquico dos pacientes que lá estavam internados.

De certa maneira, estávamos, pois, no exercício e na vivência da mediunidade.
A reunião de desobsessão, em essência, é prática de caridade.
Os médiuns que se entregam ao serviço da enfermagem espiritual nas referidas reuniões, estão “praticando” mediunidade...

Isto é inegável.
Mas, no que tange a mim para que eu funcionasse como intérprete mais fiel dos espíritos que os atormentavam, o contacto com os internos era quase indispensável.
Muitas vezes, antes que a nossa reunião começasse (o Inácio sabe disto) eu costumava caminhar pelos corredores do Sanatório...

- A senhora estava psicometrando – elucidou o Mentor -, porque a faculdade de psicometrar é coadjuvante no estado de transe.
A senhora andava pelos corredores?...

- Sentindo os pacientes!
- Concomitantemente, exercitava e exercia a mediunidade – exercitava e, em seguida, exercia.
Isto é bastante comum nos médiuns psicofónicos e psicógrafos.
Toda percepção mediúnica é abrangente e extrapola.

- Quando, vez ou outra, não me era possível, pelo menos, uma visita semanal ao Sanatório...
- Coisa rara! – observou o Dr. Inácio.
- ... eu experimentava maior dificuldade na hora do transe!

- Dr. Odilon – solicitou um dos estagiários do Instituto -, o senhor disse que psicometrar é factor coadjuvante... Como?

- O médium não percebe que também é médium pelos poros!
Por exemplo:
a faculdade mediúnica da psicografia não está afecta somente ao braço e ao cérebro...

O simples contacto com o espírito comunicante transfere certas informações para o seu subconsciente, em qualquer comunicado, tem o que o espírito pensa e expressa, como tem o que ele sente e não expressa...

Aliás, em boa sinonímia, o homem é uma “rede de neurónios”!
Alguém já disse que o homem é uma ilha cercada de “sensores” por todos os lados...

- Chico, então – perguntei -, psicometrava?...
- Sim. Domingas, você se lembra de que, para auxiliá-lo na sintonia, ele costumava solicitar uma fotografia do desencarnado?

- É verdade – concordei.
Ele ficava segurando a foto na mão...
- Estava psicometrando!
Até quando ele apertava a mão dos familiares que lhe recorriam aos préstimos para obtenção de notícias dos entres queridos desencarnados, ele psicometrava...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:39 pm

- Com consciência do que estava fazendo?
- Sim, ele tinha o domínio de suas faculdades, o que, convenhamos, não acontece com a grande maioria...

O Mentor provocou ligeira pausa em suas reflexões e voltou a falar com sabedoria:
- Vejamos, pois, que exercer a faculdade, vivenciá-la, é de importância fundamental para que ela se complete!
Em contacto com o mundo, o médium é mais médium.

Insisto: o sensitivo que se isole, que não participe, que não se exponha, que não seja médium de “corpo inteiro”, enfim, que não sinta o meio em que vive, limita o campo de suas possibilidades, limitando a actuação dos espíritos por seu intermédio.

O médium, pelo próprio significado do termo, carece do conteúdo psíquico dos que se encontram nas duas pontas da linha – “somatizar” o conteúdo vibracional das duas realidades...

Cabe a ele promover o encontro das extremidades aparentemente antagónicas:
o ponderável e o imponderável!
Em qualquer comunicado mediúnico, existe algo do inconsciente do médium e do inconsciente do espírito.

Isto é mediunidade!
Infelizmente, os médiuns pouco valorizam a sua faculdade sensitiva – eles têm sido excessivamente racionais, predispondo-se a captar apenas ideias, não emoções.

- Doutor – voltou a inquirir o Dr. Adroaldo -, eu gostaria de que nos dissesse mais alguma coisa sobre a relação entre o exercer a mediunidade e a psicometria...
A sua argumentação é muito interessante.
Aos médiuns em geral, é o que estaria faltando, para o seu aprimoramento?

- Dentre outras coisas, não é, Adroaldo? – respondeu o Instrutor.
Para um melhor desempenho de nossas faculdades medianímicas, falta-nos ainda muita coisa!
Mas, respondendo à sua pergunta, a prática solitária da mediunidade priva o médium de um excelente recurso de percepção – que é a faculdade de psicometrar, ainda que de maneira inconsciente.

O que vem a ser sintonia?
Identificação...
Segundo o dicionário, “condição de um circuito cuja frequência de oscilação é igual a de um outro circuito ou à de um campo oscilante externo”; “acordo mútuo”; “harmonia”; “reciprocidade”...

Chegamos à palavra: sintonia é reciprocidade!
Ora, como haver reciprocidade sem máxima aproximação?
Então, chegamos à conclusão de que exercer a mediunidade é indispensável para a sua qualificação.
- O senhor não está se referindo à vivência mediúnica apenas por uma questão de ética? – inquiri.

- Não, Domingas, não! Também, mas não somente.
Exercitar a mediunidade sem exercê-la é exercitá-la imperfeitamente.
Os grandes sensitivos da História sabiam disto.

Digo-lhe mais: não raro, o médium psicometra em si mesmo!
Em mediunidade, as reminiscências do médium são importantes: reminiscências de vidas anteriores e do que ele leva consigo para a Terra, do Mundo Espiritual!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:39 pm

- Quanta abrangência, meu Deus! – exclamei.
E a gente, quando por lá, mecanizava tudo...

- Kardec percebeu semelhante abrangência, quando, em “O Livro dos Médiuns”, se referiu, no capítulo XXI, à “influência do meio” nos comunicados de natureza mediúnica, e Emmanuel, através de Chico Xavier, desdobrando o pensamento do Codificador, gravou com lucidez:

“Toda produção medianímica é a soma do mensageiro espiritual com o médium e as influências do meio”.
- “Influências do meio”, no plural!

- Exactamente.
A influência não é só de ordem moral ou intelectual – é sensória também!
O melhor instrumento mediúnico, portanto, é aquele que mais bem consegue psicometrar.

- Desculpem-nos – interveio o Dr. Adroaldo -, o estudo é fascinante, e o nosso caro Dr. Odilon haverá de estar connosco mais vezes para continuá-lo, mas, como vocês já se encontram inteirados, precisamos agora tratar de outro assunto.

Os nossos companheiros de Ideal que se encontram encarnados estão organizando o I Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, a realizar-se em Uberaba nos dias 19 e 20 de abril próximo.

Precisamos apoiá-los!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:39 pm

28 - ENCONTRO DOS AMIGOS DE CHICO

- Gostaríamos – prosseguiu o Dr. Adroaldo – de passar a palavra ao nosso caro Dr. Inácio Ferreira, que está integrando o grupo encarregado de dar ao referido Encontro o necessário suporte espiritual.

Levantando-se, o Director do Hospital dos Médiuns discorreu de maneira informal:
- Os nossos irmãos de Ideal que ainda mourejam no corpo físico estão nos evocando a presença, contam connosco a fim de que o evento doutrinário que estão organizando alcance o êxito esperado.

Amigos domiciliados em Planos Superiores nos solicitam todo o esforço, tendo mesmo nos remetido o seguinte comunicado que peço permissão para ler.

Retirando do bolso do jaleco uma folha de papel dourada, desdobrou-a com cuidado e efectuou a sua leitura para o auditório atento:
- Irmãos, que a paz de Jesus seja connosco!
Da parte dos espíritos que se empenham na divulgação da Mensagem Espírita na Terra, notadamente no Brasil, rogamos que se mobilizem com a presteza necessária, no sentido de cooperarmos com a realização do I Encontro dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra.

Para que a luz do Cristianismo Redivivo continue a se reflectir em benefício de todos, precisamos estar atentos às arremetidas dos adversários da Causa do Evangelho, que, de todas as maneiras, intentam comprometer o trabalho iniciado e continuado por Allan Kardec, sob a égide do Espírito de Verdade.

Não poupem esforços que, de nossa parte, igualmente nos comprometemos em auxiliá-los para o bom andamento das actividades programadas.

Diversos companheiros de nosso Plano de Acção estarão presentes ao Evento que, em essência, pretende destacar a importância das Obras da lavra mediúnica do grande mensageiro do Cristo, bem como seus exemplos de vivência genuinamente cristã junto à comunidade espírita no mundo.

Contando com a sua indispensável colaboração, sou a servidora humílima que exorta as bênçãos do Alto a benefício de todos – Veneranda.
Enquanto Dr. Inácio, emocionado, enxugava tímidas lágrimas que lhe afloraram aos olhos e guardava a preciosa mensagem no bolso de seu jaleco, a assembleia se entregou a silêncio mais profundo e significativo.

Depois de recompor-se, voltou a nos falar:
- Vocês puderam sentir o tamanho da responsabilidade que o Mundo Espiritual Superior está nos confiando.
Precisamos nos organizar sem demora.

Peço ao Adroaldo e ao nosso Odilon que organizem diversas equipas de apoio aos nossos irmãos que, em boa hora, estão levando avante a ideia desse Encontro tão necessário para a revitalização da própria Doutrina.

Não se trata, é óbvio, de qualquer manifestação de idolatria ao Médium, sempre avesso a homenagens de toda a natureza.
Embora alguns possam equivocadamente interpretar assim, o objectivo é outro.

Trata-se de reagir à acção de forças subtis das Trevas, que intentam fazer com que as suas Obras, de fundamental importância para o desdobramento da Codificação, caiam no esquecimento – o que, parcialmente, vem ocorrendo, principalmente pela invigilância de companheiros que se encontram na suposta liderança do Movimento.

É claro que não podemos generalizar, todavia há, sim, quem, agindo em nome de interesses escusos, próprios e do Mundo Espiritual inferior, vêm procurando reduzir Chico Xavier à condição de simples médium...

Entendam por “Chico Xavier” a bandeira que ele passou a representar para o Espiritismo na Terra e nas dimensões espirituais adjacentes!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:39 pm

Ele, qual a figura do Codificador, se fez tão identificado com a Doutrina, que menosprezar a tarefa que, durante 75 anos, desempenhou entre os homens, é tentar solapar os nossos Princípios pela base.

Sob nenhum pretexto, podemos consentir que isto aconteça.
O momento é grave e não podemos nos omitir, qual, infelizmente, muitos vêm fazendo.
Precisamos proclamar a unidade doutrinária entre as duas Obras: a de Kardec e Chico Xavier, que, em essência, são a mesma!

Se algum dos presentes deseja se manifestar, Odilon, Adroaldo e eu estamos aqui, para os esclarecimentos que se façam necessários.

- Dr. Inácio – perguntei -, como, em definitivo, a obra mediúnica de Chico Xavier deve ser considerada?
Como obra subsidiária?

- Não como obra subsidiária, mas como Obra que, naturalmente, se incorpora à Codificação.
Entre uma e outra, não há qualquer interrupção.
É o mesmo Pensamento que as identifica e entrelaça.

Para mim e outros muitos companheiros deste Outro Lado, o chamado Pentateuco não mais se encerra apenas nos cinco livros considerados básicos – a Obra Mediúnica de Chico Xavier é também obra básica!
Não se pode conhecer plenamente Kardec sem que se conheça Chico Xavier, e vice-versa.

Espero, como você pediu, estar sendo definitivamente claro.
Nós, os espíritos-espíritas, consideramos a Obra Mediúnica de Chico Xavier a própria Codificação a se ampliar no tempo, como se fazia necessário, em face do vertiginoso avanço da Ciência contemporânea.

Estivesse ainda na velha carcaça que deixei por força das circunstâncias, atendendo ao meu particular capricho de mandar encadernar as obras de minha preferência, faria com que, principalmente as da lavra de Emmanuel e André Luiz – todas elas – integrassem a mesma Colecção!

Pausando por instantes, o Dr. Inácio voltou a dizer:
- Gostaria que, a esse respeito, Odilon e Adroaldo igualmente se manifestassem.
- Não resta a menor dúvida, Doutor – comentou o Dr. Adroaldo, de hábito tão reservado -:
a Obra Mediúnica de Chico Xavier, em face da Codificação, é mais do que obra complementar...

Ela é alma do próprio Pentateuco!
Assim como Kardec voltou ao corpo, nas obras da lavra mediúnica de Chico Xavier temos o Espírito de Verdade de volta!
Inclusive, como o senhor bem sabe, possuímos informações precisas de que os espíritos que escreveram os livros de cunho, digamos, mais acentuadamente doutrinários, através de Chico se fizeram médiuns de Espíritos da Esfera Crística!

Emmanuel e André Luiz não escreveram por si mesmos!...
O Espírito de Verdade prosseguiu junto a Kardec, na roupagem carnal de Chico Xavier!

Estou, pois, de pleno acordo:
devemos proclamar as obras da autoria mediúnica de Chico Xavier como integrantes da Codificação!...

- Endosso – falou o Dr. Odilon – as palavras de nosso caro Dr. Inácio e do Dr. Adroaldo.
Inclusive, a comunidade espírita necessita levar em conta o pseudónimo adoptado pelo eminente Padre Manoel da Nóbrega, ao identificar-se junto ao médium, como representando extensa Falange Espiritual:

“Emmanuel”, que significa:
“Deus connosco” ou “o Senhor é connosco”!
Não nos esqueçamos de que Emmanuel, aqui já com dois meses, era um dos integrantes da Falange do Espírito de Verdade...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:40 pm

Emmanuel era médium do Senhor!
As obras de sua responsabilidade autoral não eram propriamente de sua autoria – nem mesmo quando chega a se auto biografar através delas, ele as escreveu sozinho!

Sabemos, por exemplo, que, para escrever “Paulo e Estêvão”, além de pesquisar nos arquivos da Espiritualidade Maior e recorrer às suas próprias reminiscências, ele esteve com as personalidades iluminadas de Paulo e de Estêvão.

Os seus preciosos comentários sobre os textos evangélicos – o que já lhe valeu o epíteto de “o 5º Evangelista” – lhe foram directamente inspirados pelo próprio Senhor.

Mais que um espírito comprometido com a evangelização das criaturas, Emmanuel é uma “Legenda” ou, como já teve oportunidade de colocar o Dr. Inácio, uma “Fundação”, em que da personalidade do Senador Publico Lentulus Cornélius à do Padre Amaro, que foi a sua derradeira aparição como espírito encarnado no Brasil, vem se apagando para que a Mensagem do Evangelho resplandeça!

- Dr. Odilon – foi a vez de Herondes, que, até então, se mantinha calado, perguntar -, o senhor também defende a tese de que Emmanuel era médium no que transmitiu através de Chico Xavier?

- Herondes, não se trata de simples tese pessoal defendida por mim...
A revelação nos foi feita pelo venerável Dr. Bezerra de Menezes, um dos vultos mais eminentes do Cristianismo.
- Quando ele reencarnou no Brasil – considerei -, em agosto de 1831, a tarefa da Codificação ainda não havia sido iniciada – Kardec, então Professor Rivail, que aniversariava em outubro, contava 26 de idade!

- Domingas, ele era um dos discípulos de Ismael, que, por sua vez, era um dos integrantes da Falange do Espírito de Verdade, personificado em João Batista, o Precursor.
Assim que desencarnou, em 11 de abril de 1900, após ter cumprido relevante missão na implantação do Espiritismo na Pátria do Cruzeiro, o Dr. Bezerra passou a coordenar as tarefas que caberiam ser desenvolvidas por Chico Xavier, a partir de 8 de julho de 1927.

Alguns participaram no Espaço, outros participaram em Terra da Codificação!
Mas – ponderou o Instrutor -, não nos convém ater-nos agora a tais detalhes históricos.

O Encontro dos Amigos de Chico se avizinha e precisamos nos movimentar para que tudo saia a contento.
É possível que, já informados a respeito, os espíritos opositores da Causa estejam a tramar contra o sucesso do Evento.
Uma das estagiárias do Instituto, erguendo a mão, pediu permissão para interpelar:

- Dr. Odilon, os espíritos inimigos da Doutrina já estariam, então, informados?!
Não estaríamos super valorizando a acção das trevas?...

- Filha – respondeu -, se, de facto, não devemos super valorizar semelhante acção, não podemos subestimá-la, concorda?
Os que se opõem à expansão do Evangelho entre os homens possuem instrumentos em toda parte.
Não nos esqueçamos da advertência do Senhor de que o joio haveria de crescer em meio ao trigo...

Veja: não estamos nos classificando como trigo, rotulando os outros de joio!
Neste sentido, sabemos quanto carecemos de vigiar a nós mesmos, a fim de que não sejamos traídos pelas próprias mazelas.

Se não nos acautelarmos o bastante, poderemos, nós mesmos, nos transformar em pedra de tropeço para o Ideal que abraçamos!
Infelizmente, quase todos aqui estamos ainda às voltas com o personalismo a vaidade, que, semelhantes a ervas daninhas, grassam na gleba de nossos sentimentos.

- O Odilon, como sempre, está com a razão – falou o Dr. Inácio.
O perigo não vem de fora, vem de dentro de nós e... do Movimento!
- Mas esta denominação, “Encontro dos Amigos do Chico”, não será excludente? – insistiu a companheira.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:40 pm

- Não; muito pelo contrário, é abrangente...
Os nossos irmãos pretendem, e nós também, um encontro espírita com características ecuménicas, não sectárias e elitistas, aberto a todos os que se identificam com a Obra e a Vida de Chico Xavier!

Não podemos nos esquecer de que Chico é um caso à parte, porque quase logrou um prodígio:
se unanimidade de opiniões, entre espíritas e não-espíritas!
Ele extrapolou o âmbito da própria Doutrina, estendendo a sua influência à cultura brasileira.
- Eu não havia pensado sob este ângulo...

- E depois, filha, em essência – acrescentou o Dr. Inácio -, ser amigo de Chico Xavier é ser amigo da Doutrina!
A Obra do grande medianeiro não se restringe ao campo literário – Chico foi um dos maiores humanistas de todos os tempos!

Ele não é património exclusivo do Espiritismo, pertence ao povo, que sempre o amou e sempre foi amado por ele!
Agora, “puxando a brasa para a nossa sardinha”, queiram ou não queiram os opositores, Chico é o nosso melhor marketing!

Ele, por si só, já é a Mensagem!...
Falar de Chico Xavier é falar do que a Doutrina possui de mais puro e de mais autêntico!
É a nossa melhor estratégia, para falar de Espiritismo a quem não seja espírita...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:40 pm

29 - RETAGUARDA ESPIRITUAL

Atendendo a solicitação do Plano Superior, o Instituto, o Hospital e o Liceu se envolveriam directamente na organização do Evento, oferecendo aos nossos irmãos encarnados a retaguarda espiritual necessária.

Quando os demais estagiários se dispersaram, o grupo constituído pelo Dr. Inácio, Dr. Odilon, Dr. Adroaldo, Herondes e por mim entrou em conversação mais íntima, traçando planos para o Encontro o qual, dentro dos próximos meses, se realizaria.

- Precisamos – considerou o Dr. Inácio – entrar em contacto com o pessoal de Pedro Leopoldo, Belo Horizonte e São Paulo, tenho absoluta certeza de que todos colaborarão de bom grado...
Sugiro que, de imediato, sejam contactados o Dr. Rômulo Joviano e o nosso Zeca Machado, sem que nos esqueçamos do Peralva e de Dona Neném Alluoto, além de outros próceres espíritas igualmente desencarnados.

- Também o Clóvis Tavares e o Rolando Ramacciotti, Doutor! – observou o Dr. Odilon.

- Sem dúvida! Sem dúvida!
Precisamos nos esforçar para não deixar ninguém de fora.
Você poderia cuidar destes contactos, Odilon.
- Com a maior alegria.
Temos ainda o Gonçalves, o Joaquim Alves, o Jarbas Varanda, a Neusa Arantes, a Maria Eunice... É muita gente!

- Seria possível agendarmos uma reunião para os próximos dias?
Não podemos perder tempo.
- O Herondes e outros companheiros do Instituto estão à disposição – disse Adroaldo.

- Eu também me ofereço – redargui.
Posso entrar em contacto com o pessoal de Sacramento, Araguari, Ituiutaba, Araxá, Uberlândia, Conquista, Frutal, Campina Verde, Conceição das Alagoas, Campo Florido, Rufinópolis, enfim, com o pessoal do Triângulo Mineiro:
A Ondina, a Áuria Fratari, o Jerónimo Mendonça, a Corina Novelino, o Zenon...

Conheço quase todos eles do Movimento da Commetrim, a nossa Confraternização de Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro!

- O Paulino igualmente nos auxiliará de boa vontade – observou o Mentor.

- Quanto a nós, do Hospital – explicou o Dr. Inácio -, solicitarei à Modesta e ao Manoel Roberto que enviem correspondência a todos que nos seja possível localizar, aqueles que, mediunicamente, escreveram por Chico Xavier – não estou me referindo a Emmanuel, que já se encontra reencarnado; mas a André Luiz , irmão X, Meimei, Maria Dolores e os demais, incluindo os jovens – Augusto Cezar, Jair Presente...

- Será uma multidão! – exclamei.
O recinto será pequeno...

- Os nossos irmãos de Uberaba e Pedro Leopoldo estão calculando entre 2.000 e 2.500 pessoas presentes!
Precisamos ir, pelo menos, com o dobro...

- Teremos – perguntei – espaço para tanto, Doutor?
- Se não couber no térreo, caberá no porão – gracejou o ex-Director do Sanatório, animadíssimo.

- Temos pouco mais de 40 dias para as providências necessárias – considerou o Dr. Adroaldo, que, voltando-se para mim e Herondes, ainda falou:
- Não nos esqueçamos de que, na próxima semana, deveremos cuidar dos casos de Magali e de Gilmar, que deverão reencarnar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:41 pm

- De facto – redarguiu o Dr. Inácio -, para você, Domingas, acompanhar estes casos é de suma importância – principalmente para os registos que vem fazendo, com o intuito de repassá-los a nossos irmãos de Ideal que se encontram encarnados.

- Eu não me esqueci! – retruquei.
Tenho conversado com Herondes a respeito.
Estes dois casos me interessam sobremodo.
Magali será ligada ao embrião no 21º dia de gestação...

- E o Gilmar a um embrião congelado há pouco mais de ano e meio!...
- Exactamente – respondi ao Dr. Adroaldo.
- Vejamos como os nossos confrades hão de receber semelhantes informações – comentou o Dr. Odilon, com certa preocupação.

- Não importa a reacção momentânea deles – ponderou o Dr. Inácio - haverão de reagir como, talvez, nós próprios reagiríamos, se, porventura, ainda estivéssemos na carne...
O que interessa é o material de reflexão que teremos oportunidade de lhes oferecer, para que, tanto quanto possível, flexibilizem o pensamento, no que tange à técnica reencarnatória.
O tempo se encarregará de fazer com que, aos poucos, percebam que não estamos tratando de nenhum absurdo.

- Depois de amanhã, será a vez de Magali, não, Herondes? – lembrou o Director do Instituto, apoiando a destra no ombro do companheiro.
- Sim e, logo em seguida, a de Gilmar...

- Uma pena – lamentei – que me faltem os necessários recursos culturais para uma abordagem científica dos dois casos.
Eu me limitei a informar apenas...
- Ora, isto já é muito, Domingas! – confortou-me o Dr. Adroaldo.
Mais tarde, outros haverão de se aprofundar no assunto...

- Você está abrindo uma picada na mata – comparou o Dr. Inácio com inteligência.
O asfalto vai demorar um pouco.
Vai demorar, mas vem!

- E como ambos se encontram? – indagou o Dr. Odilon.
- Animados – respondi.

Consegui até que Gilmar sorrisse...
- Eu já não falei, Domingas, que você vai acabar o meu lugar! – brincou Dr. Inácio.

Estávamos neste clima de conversa que antecede o trabalho, alegres com as perspectivas em vista, quando o leal cooperador Manoel Roberto vindo ao nosso encontro, anunciou:
- Dr. Inácio e Dr. Odilon, desculpem-me interromper, mas ambos têm visita...

Conforme estava agendado, o nosso companheiro do Rio de Janeiro chegou.

- Quem? – perguntei, não controlando a espontânea curiosidade.
- Você já ouviu falar do Altivo? – respondeu o Instrutor.
Enquanto tentava puxar pela memória, o Dr. Odilon esclareceu:
- Altivo Carissimi Pamphiro, do Centro Espírita “Léon Denis”, médium de excelentes recursos e um dos mais devotados divulgadores da Doutrina no Brasil.

- Ah, sim!, de nome!
Ouvi falar muito dele...
Não sabia, porém, que havia desencarnado.
- Ele veio sozinho? – perguntou o Dr. Inácio.
- Não – respondeu Manoel - se faz acompanhar por um confrade de compleição franzina...
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A LEI DA REENCARNAÇÃO - Domingas / Carlos A. Baccelli  - Página 5 Empty Re: A LEI DA REENCARNAÇÃO - Domingas / Carlos A. Baccelli

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Mar 10, 2014 10:41 pm

- José Jorge! – exclamou o médico e benfeitor.
Precisamos ir, Adroaldo.
- Estejam à vontade.
- Seria interessante que a Domingas viesse connosco...

- Desde que, amanhã, ela esteja de volta, não há problema.
Despedimo-nos e rumamos para o Hospital, onde D. Maria Modesto Cravo, recepcionando os amigos, com eles conversava animadamente.
Ao avistar o Dr. Inácio, foi logo dizendo o Altivo, pondo-se de pé:
- O senhor deve ser o Dr. Inácio...

- Por quê?
Porque tenho cara de velho? – respondeu com uma piscadela para José Jorge, ao mesmo tempo que os abraçava.
- Pela sua resposta, Doutor! – retrucou Altivo, bem-humorado.
E você é o Dr. Odilon Fernandes? – emendou, dirigindo-se ao Director do Liceu.

- Engraçado! Não sei por que todos me tratam de “senhor” e ao Odilon de “você”...
Não é possível que nem a desencarnação tenha desfeito essa diferença entre nós!
- O senhor é mesmo o Dr. Inácio Ferreira!
Nenhum espírito o mistificaria – tornou Altivo, provocando sorrisos.

- José Jorge – falou o médico, examinando o companheiro de pequena estatura -, tenho que me consolar com você, que a desencarnação não fez crescer um único centímetro, aliás, parece ter encolhido...
- Calma! Estou de pouco por aqui, Doutor...
Ainda tenho esperanças!

- Acreditem que eu e o Odilon estamos muito felizes com a visita de vocês dois!
- Desta vez, e rápido – explicou o Altivo -, mas pretendemos voltar com mais vagar.
- Muito trabalho, não? – indagou o Dr. Odilon.

- Nem me fale!
Mal saí do corpo, ainda naquela fase de convalescença, o Dr. Hermann insistiu comigo:
- Como é? Você vai se levantar ou não vai?
O centro está esperando...

- Que centro? – perguntei.
- O que você fundou neste Outro Lado...
Tem uma multidão à sua espera!

- Eu não fundei nada neste Outro Lado, não...
- Não fundou? – indagou-me.
Ponha-se logo de pé, porque, eu preciso voltar...

- Foi a mesma coisa comigo... – falou o Dr. Inácio.
Deram-me um hospital maior para tomar conta!
O pessoal costuma brincar que fada hospital tem o tamanho da doença do médico...

- Se isto valer para centro espírita...
Estou perdido! – brincou Altivo, passando, em seguida, a falar mais seriamente.
Doutor, mas vamos ao motivo básico de nossa visita hoje.
Eu e o José Jorge aqui estamos para hipotecar-lhe solidariedade...
- É bondade de vocês dois.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 11, 2014 9:54 pm

- Não, estamos sendo sinceros.
Antes de desencarnar, tive oportunidade de acompanhar algumas críticas aos primeiros livros mediúnicos de sua lavra...
Doutor, não desanime e não deixe o nosso irmão médium desanimar. Escrevi a ele...
- Eu sei e, em nome dele, agradeço as suas palavras de compreensão e encorajamento.

- Só médium para saber o que outro médium passa!
Às vezes, sabe, Doutor?, eu ficava pensando naqueles que, é inegável, com tanta boa vontade, se dispõem a escrever sobre mediunidade...
- ... sem que tenham vivenciado a menor experiência, não é? – Adiantou-se Dr. Inácio.

- É fácil ser pedra; difícil é ser vidraça... – observou José Jorge.
- Dr. Odilon – acrescentou Altivo -, eu fui médium durante uns 50 anos – estudava e vivenciava Mediunidade todos os dias e deixei o corpo sem saber nada de Mediunidade!
O intercâmbio está repleto de surpresas e – diria – peculiaridades.

- Somente quem pensa assim, como você, sabe um pouquinho mais do que imagina – respondeu o Dr. Odilon.
- As obras do senhor – algumas poucas que pude ler – me auxiliaram muito...
- Os meus conhecimentos ainda são demasiadamente primários! – redarguiu o Instrutor, com simplicidade.

- Eu e o José Jorge, oportunamente, gostaríamos de visitar o Liceu – se o senhor nos permitir, é claro...
- As portas estão abertas para vocês – a casa é nossa!
Venham para palestrarem... Será uma alegria! Companheiros éticos como vocês dois.

- Deixe-me completar, Odilon: é coisa escassa!...
E, sem vocês lá embaixo, ficou mais escassa ainda!
Também, não tinha nada que desencarnar tão cedo!

É difícil envelhecer no corpo, mantendo a mente arejada!
À medida que o tempo avança, com medo da morte, muitos param no tempo...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 11, 2014 9:55 pm

30 - A VISITA DE ALTIVO

- Como foi – perguntou o Dr. Inácio em seguida, dirigindo-se ao Altivo – que você fundou o “Léon Denis”?
- Ah!, Foi obra do Mundo Espiritual...
O Centro foi fundado em agosto de 1961 – uma data simbólica, sendo escolhido tal mês para homenagear o Dr. Bezerra de Menezes.
Foi logo após uma visita ao Chico Xavier, em Uberaba.

Eu costumava dizer que o centro não foi criado – ele nasceu!
Compramos um terreno, no Bairro de Bento Ribeiro, a prestações; juntávamos uns trocadinhos para pagarmos as mensalidades...
E a coisa cresceu, Doutor, mais do que a gente supunha ou pudesse imaginar! Tenho a impressão de que acrescentaram fermento...

- O José Jorge não estava lá nessa época?
- Infelizmente, não – respondeu o simpático confrade -; caso contrário, eu teria crescido um pouquinho mais...
Cheguei depois, mas, graças a Deus, aproveitei bem.
O Altivo me apoiou muito e, além das palestras, pude colaborar com o Departamento Editorial do CELD!

- Aliás, “CELD” quase lembra celta, não?
- Não é curioso, Doutor! – exclamou Altivo.
Eu sempre ficava pensando nisto...
Léon Denis, como Kardec, foi sacerdote druida!

Mas, para não faltar à verdade, devo dizer que muitos amigos cooperaram connosco, já que, a época, eu estava com apenas 21 anos.
A Cidinha, a Elvira, a Neuza Trindade, o Gildo...
Não houve eleição, fui nomeado Presidente e... Não saí mais!

- Ditadura, não, Altivo?
Mais ou menos, como a nossa lá no Sanatório...
Certa vez, procurei o Chico.
Estava me sentindo envergonhado e queria deixar a direcção do hospital.
Levei uma reprimenda daquelas!...
- O que o Chico disse ao senhor?

- Disse-me que, por direito de antiguidade, ele é que deveria se aposentar e não estava pensando nisto...
Falou-me que, a gente não está querendo trabalhar, o inconsciente arranja mil desculpas.
Deu-me uma lição de Psicanálise!
Não fui bem sucedido, e o jeito foi ficar...

- O homem não alisava, não.
Quando tinha algo a dizer, não mandava recado...
Em 1961, quando estive lá – eu estava com 37 de idade -, ele conversava com uma pessoa olhando, o tempo todo, para mim...

- Então era com você que ele estava falando...
Ele usava esta táctica: escolhia alguém, normalmente um dos colaboradores ali, da mesa, para dizer a outro o que era preciso.

- Discorreu sobre mediunidade e responsabilidade.
Explicou que, de maneira geral, os espíritas ainda não haviam entendido que o Espiritismo é uma doutrina de muito trabalho e que ser médium é assumir o compromisso de trabalhar dobrado – sem reclamar!

Recordo-me de um trecho de sua fala, textualmente:
- “Sinceramente, não sei onde que os espíritas conseguem tanto tempo para polemizarem entre si...
Só não tendo o que fazer!
Eu não tenho tempo nem para aparar as unhas!...”
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 11, 2014 9:55 pm

- E não tinha mesmo!
Ele se desculpava, dizendo que necessitava mais compridas porque lidava com folhas de papel...
Mas era falta de tempo mesmo!

A um amigo, certa vez, ele mostrou a situação de suas unhas dos pés:
elas estavam tão grandes, que feriam os seus dedos...
E, depois, principalmente nos últimos anos, não conseguia mais se abaixar para apará-las!

- E tem espírita que faz até a sobrancelhas – ironizou José Jorge, com o propósito de cutucar o excesso de vaidade em muitos de nós.
- Faz as sobrancelhas, tinge os cabelos, usa cremes importados para esconder as rugas...

- Nossa, Doutor! – exclamei -, chega a tanto?
- A tanto e muito mais...
- Altivo, - mediou o Dr. Odilon, sempre atento aos nossos excessos verbais -, então você começou na mediunidade com 21 de idade?

- Oficialmente, sim; todavia, desde jovem, eu sentia umas coisas estranhas:
tinha visões, escutava vozes, me via saindo do corpo...
- Como, porém, tiveram a ideia de fundar o centro? – voltou a perguntar o Dr. Inácio.

- Visitávamos um doente que se encontrava acamado...
Aos sábados, íamos transmitir o passe a ele.
Começou assim: através do passe e da oração – de um pequeno Culto do Evangelho no Lar!

Depois, fomos para a favela da Mallet...
Sempre com aquela pauta de trabalho espiritual:
Evangelho, comida, oração e passe!

- Que maravilha! – exclamei. – Isto é Espiritismo...
- Cristianismo Redivivo! – observou o Mentor.

- Eu brinquei com o pessoal , dizendo:
“Aqui não é lugar para frouxo!”
- Gostei! – endossou o Dr. Inácio.

-- Tal slogan surgiu porque, um dia, eu estava cansado de tantas reclamações; o pessoal chegava para a tarefa com uma infinidade de problemas...
- E queriam ouvir os espíritos, não?
- Tomando o tempo dos nossos irmãos assistidos...

- Eu também sei o que é isto.
Lá, no Sanatório, o pessoal, em visita aos pacientes internados, estacionava os carrões no pátio...
Desciam e vinham falar comigo.

E começavam:
- “Ah, Doutor, a minha vida está um problema...
Estou sofrendo muito!
Não tenho ânimo para nada...”

A coisa ia por aí.
O pai, a mãe, o filho ou o irmão internado, sob a acção de fortes sedativos, com problema de alcoolismo, do droguismo, de esquizofrenia ou de obsessão, e eles se queixando da sorte.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 11, 2014 9:55 pm

Aquilo me indignava...
Esse era um dos motivos meus para fumar: encher a boca de fumaça e não falar o que tinha vontade!

- Boa esta, Doutor! – gracejou José Jorge.
Agora, o senhor se superou...

- Está vendo, Altivo?
Mão nos conhecemos, e ele já vem com gozação...
Você não sabe que Espírito Protector não pode sorrir?
Os espíritas da Terra não lhes dão este direito...

Você, o grande José Jorge, tradutor de tantas obras importantes, estudioso de questões complicadas – publicou uma antologia sobre o Perispírito! -, orador aclamado, fazendo piadinhas comigo?!
Um dos dois será crucificado: você ou a Domingas...

- Então, será a Domingas, porque vai difícil encontrar uma cruz do meu tamanho...
Ela tem que ser feita de caixa de fósforos!
- Não se iluda, que eles fazem!
E usarão alfinetes de cabeça como cravos...

José Jorge e Altivo sorriram.

- Altivo – perguntou o Dr. Odilon -, quando foi que você deixou o corpo?
- Em 2006, através de um câncer linfático, eu estava com 68 anos...
Lamentei apenas o não-melhor aproveitamento do tempo na reencarnação – eu poderia ter ficado por lá mais uns 10 anos!

Compreendam que não se trata de apego.
Eu já andava saudoso de muita gente, especialmente de minha mãe, mas...
O tempo na encarnação é precioso demais, para que possamos abrir mão de um único minuto!

- Eu sei disto – falou o Dr. Inácio, sério - o pior é que a gente só valoriza quando vê que a caminhada não se interrompe...
É o que eu vivo repetindo: desencarnar não adianta...

- Nem reencarnar adianta, Doutor – emendou José Jorge -, se a gente não se esforça para viver com lucidez...

Sinceramente, estou impressionado.
Tem espírito fora do corpo que parece um “balão”, desses pequenos que se enchem de gás e escapam da mão da criança, que o retinha preso por um barbante:
fica a flutuar, até que se sinta atraído a nova existência no corpo...

- Altivo, você considera que cumpriu com o dever? – perguntou o Dr. Inácio.

Depois de breve silêncio, o interpelado respondeu:
- Doutor, é uma coisa interessante: examinando-me como sou, creio que até fui longe demais – a Misericórdia Divina me aquinhoou com imerecidas bênçãos!
Quem era ou quem sou eu?
Nada, absolutamente nada – um zero à esquerda de outro zero!

- Não querendo interrompê-lo, você está me fazendo lembrar Chico Xavier numa resposta, quando interrogado por um repórter:
- “No início de sua missão mediúnica, o senhor foi muitas vezes incompreendido e até caluniado.
Como faria uma análise disso, já que hoje sua imagem tem outra aceitação?”
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 11, 2014 9:55 pm

Ele, com a sabedoria de sempre, respondeu:
- “Minha atitude perante a opinião pública foi sempre a mesma, de muito respeito ao pensamento dos outros.
Porque nós não podemos esperar que os outros estejam ideando situações e problemas de acordo com as nossas convicções mais íntimas.

De modo que não posso dizer que sofri esta ou aquela agressão, porque isso nunca aconteceu em minha vida.
Sempre encontrei muita gente boa.

Vamos procurar um símbolo:
dizem que os índios gostam muito de simbologia, por falta de termos adequados para se expressar.
Como me sinto uma pessoa bastante inculta, eu gosto muito de recorrer a estas imagens.

Vamos pensar que eu seja uma pedra que foi aproveitada no calçamento de uma avenida.
Colocada a pedra no piso da avenida, naturalmente que essa pedra vai se sentir muito honrada de estar ali a serviço dos transeuntes e, naturalmente, que essa pedra não pode se queixar dos martelos que lhe tenham quebrado as arestas.
Todos eles foram benfeitores”.

José Jorge sorriu, comentando:
- Como era danado esse Chico! Comparou-se a um índio!...
- E a uma pedra de calçamento! – exclamei.

- Lição em cima de lição – observou Altivo -, e não aprendemos...
Tem médico que sobe na tribuna e vira artista!
Eu mesmo, quando via aquele salão cheio de gente...
Que luta, meu Deus!, travei contra mim, a vida inteira!

- Todos nós, meu irmão – redarguiu o Dr. Odilon, que, em seguida, solicitou:
- Mas, por favor, complete a sua resposta à pergunta do Dr. Inácio.

- Ah, sim! Se, examinando-me como sou, fui longe demais, por outro lado, devo reconhecer que – desculpem-me a expressão – com o “aparelhamento” da Doutrina, eu poderia, no mínimo, ter feito o dobro!
O Espiritismo nos prepara para mais...
Curioso, não? Fui longe e, ao mesmo tempo, não fui!
Sinto que poderia ter feito bem mais e melhor!

- A sua análise é profunda, Altivo, pois é exactamente como eu me sinto – concordou o Instrutor.
- Eu também! – disse o Dr. Inácio.

- E eu! – falei por minha vez.
- Idem! – exclamou D. Modesta, que, o tempo todo, se mantivera em silêncio.
- Eu tenho a desculpa do tamanho – brincou José Jorge, filosofando -; eu não tinha altura para fazer mais...

- Arranjasse um banquinho! – não lhe perdoou o Dr. Inácio, provocando-nos sorrisos.
- Bem – disse Altivo, levantando-se -, não queremos tomar mais o precioso tempo de vocês...
Gostaríamos que, quando oportuno, nos visitassem no CELD daqui, do Além!

- Que enrascada você foi arrumar, hein, Altivo?!
Aquela multidão lá embaixo...

- Ele pensou que fosse se livrar do povo e de mim! – caçoou José Jorge com vivacidade.
- Obsessor é para sempre! – arrematou o Dr. Inácio, abraçando-se afectuosamente ao notável companheiro de Altivo.

Despediram-se e se foram, deixando-nos sensibilizados e agradecidos.
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