LUZ ESPÍRITA
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OBSESSÃO – O PASSE – A DOUTRINAÇÃO / José Herculano Pires

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:23 pm

OBSESSÃO – O PASSE – A DOUTRINAÇÃO
José Herculano Pires

Informações Preliminares.

A obsessão se caracteriza pela acção de entidades espirituais inferiores sobre o psiquismo humano.
Kardec distinguiu, em suas pesquisas, três graus do processo obsessivo:
obsessão simples, subjugação e fascinação.

No primeiro grau a infestação espiritual atinge a mente causando perturbações mentais;
no segundo grau amplia-se aos centros da afectividade e da vontade, afectando os sentimentos e o sistema psicomotor, levando o obsedado a atitudes e gestos estranhos e tiques nervosos;
no terceiro grau afecta a própria consciência da vítima, desencadeando processos alucinatórios.

As causas da obsessão decorrem de vários factores, dos quais os mais frequentes são:
problemas reencarnatórios, tendências viciosas, egoísmo excessivo, ambições desmedidas, aversão a certas pessoas, ódio, sentimentos de vingança, futilidade, vaidade exagerada, apego ao dinheiro e assim por diante.

Essas disposições da criatura atraem espíritos afins que a envolvem e são aceitos por ela como companheiros invisíveis.

Os espíritos obsessores não são os únicos culpados da obsessão.
Geralmente o maior culpado é a vítima.

Na Antiguidade a obsessão era tratada com violência.
As práticas do exorcismo, até hoje vigentes no Judaísmo e no Catolicismo, destinam-se a afastar o demónio de maneira agressiva e violenta.

No Espiritismo o método empregado é o da persuasão progressiva do obsessor e do obsedado.
É o que se chama de doutrinação, ou seja, esclarecimento de ambos à luz da Doutrina Espírita.

Não se usa nenhum ingrediente especial.
Emprega-se apenas a prece e a conversação persuasiva.

Esclarecido o obsediado, atinge-se o obsessor, que ficam, por assim dizer, vacinados contra novas ocorrências obsessivas.

O que é a Obsessão?
Orientação para o tratamento dos casos de obsessão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:23 pm

I - O sentido da vida.

Porquê e para que vivemos?

A resposta a esta pergunta é de importância para compreendermos o problema da obsessão.

Segundo o Espiritismo, vivemos para desenvolver as potencialidades psíquicas de que todos somos dotados.
Nossa existência terrena tem por fim a transcendência, ou seja, a superação constante da nossa condição humana.

Desde o nascimento até o nosso último dia passamos pelas experiências que desenvolvem as nossas aptidões inatas, em todos os sentidos.

A criança recém-nascida cresce dia a dia, desenvolve o seu organismo, aprende a comunicar-se com os outros, a falar e a raciocinar, a querer e a agir para conseguir o que quer.

Transcende a condição em que nasceu e passa para as fases superiores da infância, entrando depois na adolescência e depois na mocidade, na madureza e na velhice.

Ao fazer todo esse trajecto ela desenvolveu suas forças orgânicas e psíquicas, sua afectividade, sua capacidade de compreender o que se passa ao seu redor e seu poder de dominar as circunstâncias.

Isso é transcender, elevar-se acima da condição em que nasceu.

É para isso que vivemos.
E isso nos mostra que o sentido da vida é transcendência.

Hoje, a Filosofia Existencial sustenta esse mesmo princípio no campo filosófico.
Os existencialistas consideram o homem como um projecto, ou seja, um ser projectado na existência como uma flecha em direcção a um alvo, que é a transcendência.

Mas no Espiritismo as existências são muitas e sucessivas, de maneira que em cada existência terrena atingimos um novo grau de transcendência.

As pesquisas parapsicológicas actuais sobre a reencarnação confirmam esse princípio.
O facto de vivermos muitas vidas na Terra, e não apenas uma, mostra que temos no inconsciente uma armazenagem de lembranças e conhecimentos, aspirações, frustrações e traumas muito maior que a descoberta por Freud.

É bom anotar na memória este dado importante:
quando Kardec descobriu as manifestações do inconsciente, através de suas pesquisas sobre os fenómenos anímicos, Freud tinha apenas um ano de idade.

Isso não desmerece Freud, que não conhecia as pesquisas de Kardec, mas nos prova a segurança das pesquisas espíritas do psiquismo humano.

A concepção espírita da vida humana na Terra não é imaginária, mas real, baseada em pesquisas científicas.

Os que consideram o Espiritismo como uma doutrina supersticiosa, gerada pela ignorância, revelam ser mais ignorantes do que poderiam pensar de si mesmos.

A Doutrina Espírita está hoje comprovada cientificamente pelos cientistas mais avançados.
Dizemos isto para mostrar aos leitores que o sentido da vida, a que nos referimos, não é uma hipótese, mas uma realidade.

Se não compreendermos que a vida é transcendência, crescimento, elevação e desenvolvimento constante e comprovado do ser espiritual que somos, não poderemos encarar com naturalidade o problema da obsessão e lutar para resolvê-lo.
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II - As dimensões da vida.

O avanço actual da pesquisa científica no mundo, com a descoberta da antimatéria, do corpo-bioplásmico dos seres vivos (perispírito, segundo o Espiritismo), dos fenómenos paranormais e da sobrevivência humana após a morte física, bem como das comunicações mentais entre vivos e mortos (fenómenos théta da Parapsicologia) confirmou a descoberta espírita das várias dimensões da vida.

Essas dimensões correspondem a diversas densidades da matéria, que permitem a existência dos mundos interpenetrados da teoria espírita.

A descoberta de que o pensamento e a mente não são físicos, mas extra físicos (segundo a definição do Prof. Rhine) e semi-materiais, segundo o Espiritismo, demonstrou a realidade dos diferentes planos de vida, habitados por seres humanos em diferentes graus de evolução.

A reencarnação e as comunicações mediúnicas tornaram-se necessárias nesse contexto dinâmico em que não há lugar para o nada.

A transcendência humana se realiza nos planos sucessivos, que vão desde o plano da matéria densa da Terra até os planos de matéria rarefeita que escapam aos nossos sentidos materiais.

Não há mais lugar para a concepção materialista absoluta na cultura científica e filosófica do nosso tempo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:24 pm

III - Freud e Kardec.

Muitos psicólogos e psiquiatras acusam o Espiritismo de invadir os seus domínios científicos nos casos de perturbações mentais e psíquicas.

Desconhecendo a Doutrina Espírita e sua história, não sabem que se deu exactamente o contrário.

Afirmam que a Obsessão é uma perturbação decorrente de desequilíbrios endógenos, ou seja, das próprias estruturas psico-mentais do paciente em relação com os factores ambientais.

Atribuem quase tudo à constituição do paciente, a disfunções orgânicas e particularmente cerebrais ou afectivas.

O inconsciente é geralmente a sede de todos os distúrbios psíquicos.
Entendem que os espíritas confundem os fantasmas imaginários gerados por manifestações patológicas do paciente com fantasmas reais das mais antigas superstições mágicas e religiosas da Humanidade.

Acham que o Espiritismo representa um processo de volta ao mundo da superstição.

Freud tinha apenas um ano de idade quando Kardec levantou o problema do inconsciente em termos científicos, nas suas pesquisas dos fenómenos espíritas, hoje chamados cientificamente de paranormais.

Kardec foi mais fundo do que Freud no assunto, atingindo o problema dos arquétipos individuais e colectivos, que somente Adler e Jung iriam pesquisar mais tarde.

Na pesquisa do problema do animismo nas manifestações mediúnicas e das infiltrações anímicas em manifestações reais, Kardec acentuou devidamente a importância das manifestações do inconsciente no comportamento individual e colectivo.

Freud encarou a questão dos sonhos nos limites da sua doutrina.
Kardec, durante nada menos de doze anos, já havia realizado intensivas pesquisas de psicologia experimental (pioneirismo absoluto nesse campo) na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Hoje, as pesquisas parapsicológicas, realizadas nos maiores centros universitários de todo o mundo, comprovam inteiramente o acerto de Kardec.

Damos essas informações históricas unicamente para que as vítimas de obsessões e os familiares por elas responsáveis não se deixem levar por enganos fatais em caso difíceis de obsessão.

A Ciência Espírita não se opõe às Ciências Materiais em nenhum campo, tentando apenas ajudá-las com a necessária complementação das suas pesquisas e conquistas próprias.

É fácil verificar a verdade destas informações na simples consulta às obras de Kardec, incluindo-se os relatos sobre obsessões e desobsessões em seus trabalhos publicados na colecção da Revista Espírita, hoje inteiramente traduzida e publicada em nossa língua.
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IV - Inconsciente e memória subliminar.

Dos trabalhos de Kardec resultaram as pesquisas psíquicas do século XIX, a Ciência Psíquica Inglesa, a Metapsíquica Francesa de Richet, as pesquisas do automatismo psicológico de Pierre Janet, Psicobiofísica de Schrenk-Notzing, a Física Transcendental de Friedrich Zollner, na Alemanha e a Parapsicologia actual.

Resultou também o famoso livro de Frederic Myers A Personalidade Humana e sua Sobrevivência, com a colaboração científica de Henri Sidgwrich e Edmund Hurney.

Esse livro coloca o problema das duas consciências a supra liminar, voltada para os problemas existenciais, e a subliminar voltada para a transcendência e a vida de após morte.

A percepção paranormal pertence à consciência subliminar, que equivale na Psicanálise ao Inconsciente.

Explica-se o Génio pelo afloramento de conteúdos subliminares na consciência supra liminar, provocado por percepções extra-sensoriais.

Esses afloramentos podem ser também de ideias negativas, perturbando o comportamento actual.

No Espiritismo isso se liga à teoria platónica da reminiscência, são resíduos de experiências vividas em outras vidas.

As pesquisas de Albert De Rochas sobre a reencarnação, no século passado, e as pesquisas parapsicológicas actuais confirmam a tese espírita.

É bastante clara a diferença entre esses afloramentos anímicos (da própria alma do médium) e os casos típicos de manifestação de espíritos.
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V - Infecção e infestação.

Não só no plano psicológico verificam-se as obsessões, mas também na patologia geral.

Sintomas de doenças infecciosas são transmitidos por entidades espirituais enfermiças a pessoas sãs.

Para fazer a distinção, adoptou-se no Espiritismo o termo infestação para designar essas doenças fantasmas, que tanto podem ser de origem anímica como espirítica.

Fortes impressões e temores podem ocasionar a sintomatologia-fantasma.

Nos casos de infestação verifica-se o processo indutivo dos vasos comunicantes: o espírito transfere à vítima, geralmente sem o saber, os sintomas da doença que o levou à morte e que persistem no seu perispírito ou corpo espiritual.

A prova científica, objectiva, da existência desse corpo espiritual foi feita na França por Raul de Motyndon, na primeira metade do século e actualmente por físicos, biofísicos e biólogos soviéticos, na universidade de Kirov, na URSS, que deram ao referido corpo a designação do corpo-bioplásmico.

Kardec pesquisou o problema, no seu tempo, confirmando a hipótese da infestação por meio do tratamento e cura dos pseudos doentes com o simples afastamento das entidades enfermiças infestadoras.

O Dr. Karl Wikland, nos Estados Unidos, comprovou também o fenómeno pelo espaço de três décadas, expondo os resultados, minuciosamente, no livro Trinta Anos Entre Os Mortos.

Em sua famosa clínica de Chicago, o Dr. Wikland conseguiu êxitos surpreendentes.
A pseudo-doença de centenas de pacientes, cansados de percorrer consultórios e clínicas, estagiando inutilmente em hospitais especializados, encontravam a solução para os seus casos.

E ele não era, propriamente, um médico espírita.
Era apenas um médico estudioso e pesquisador, que tivera a ventura de casar-se com uma jovem dotada de grande sensibilidade mediúnica.

Os casos relatados em seu livro revelam a riqueza dos fenómenos com que ele se defrontou no seu trabalho médico.

Seu caso não é único, foi apenas um entre milhares que ocorreram e ocorrem no mundo.

Mencionámo-lo aqui porque foi um dos mais positivos e importantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:24 pm

VI - O tratamento mediúnico.

O tratamento mediúnico não segue uma regra única.

Varia de acordo com a natureza dos casos e as condições psicológicas específicas dos pacientes.

Deve sempre ser feito sob orientação médica, mas de médico que tenha suficiente conhecimento da doutrina.

Sem esse conhecimento, muitos médicos-médiuns extraviaram-se em práticas que a pesquisa espírita já demonstrou serem inúteis e portanto desnecessárias, servindo apenas para dar ao tratamento racional aspectos supersticiosos.

Todo tratamento mediúnico deve ser gratuito, segundo a prescrição de Kardec, pois depende estritamente do auxílio espiritual.

Os espíritos não cobram os seus serviços e não gostam que cobrem por eles.

Por isso, deve ser realizado em instituições doutrinárias, em que médicos servem, como espíritas que possuem conhecimentos médicos, excluindo-se o profissionalismo.

O serviço espírita é de abnegação, é o pagamento que médiuns e médicos fazem a Deus, através do sofrimento humano por eles aliviado, do muito que diariamente recebem do amparo divino.

Os que não compreendem isso, deixando-se levar pela ganância, acabam fatalmente subjugados pelos espíritos inferiores.

A pureza de intenções de médiuns e médicos é a única possível garantia da eficácia do tratamento mediúnico.

Como assinalava Kardec, o desprendimento dos interesses terrenos é a primeira condição do interesse dos Espíritos Superiores pelo nosso esforço em favor do próximo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:25 pm

VII - A cura da obsessão.

Você é um ser humano adulto e consciente, responsável pelo seu comportamento.

Controle as suas ideias, rejeite os pensamentos inferiores e perturbadores, estimule as suas tendências boas e repila as más.

Tome conta de si mesmo.
Deus concedeu a jurisdição de si mesmo, é você quem manda em você nos caminhos da vida.

Não se faça de criança mimada.
Aprenda a se controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias.
Experimente o seu poder e verá que ele é maior do que você pensa.

A cura da obsessão é uma auto-cura.
Ninguém pode livrar você da obsessão se você não quiser livrar-se dela.

Comece a livrar-se agora, dizendo a você mesmo: sou uma criatura normal, dotada do poder e do dever de dirigir a mim mesmo.

Conheço os meus deveres e posso cumpri-los. Deus me ampara.
Repita isso sempre que se sentir perturbado.
Repita e faça o que disse.

Tome a decisão de se portar como uma criatura normal que realmente é, confiante em Deus e no poder das forças naturais que estão no seu corpo e no seu espírito, à espera do seu comando.

Dirija o seu barco. Reformule o seu conceito de si mesmo.
Você não é um pobrezinho abandonado no mundo.

Os próprios vermes são protegidos pelas leis naturais.
Por que motivo só você não teria protecção?

Tire da mente a ideia de pecado e castigo.
O que chamam de pecado é o erro, e o erro pode e deve ser corrigido.

Corrija-se. Estabeleça pouco a pouco o controle de si mesmo, com paciência e confiança em si mesmo.
Você não depende dos outros, depende da sua mente.

Mantenha a mente arejada, abra suas janelas ao mundo, respire com segurança e ande com firmeza.
Lembre-se dos cegos, dos mudos e dos surdos, dos aleijados e deficientes que se recuperam confiando em si mesmos.

Desenvolva a sua fé. Fé é confiança.
Existe a Fé Divina, que é a confiança em Deus e no Seu Poder que controla o Universo.

Você, racionalmente, pode duvidar disso?
Existe a Fé Humana, que é a confiança da criatura em si mesma.

Você não confia na sua inteligência, no seu bom senso, na sua capacidade de acção?
Você se julga um incapaz e se entrega às circunstâncias deixando-se levar por ideias degradantes a seu respeito?

Mude esse modo de pensar, que é falso.
Quando vier às reuniões de desobsessão, venha confiante.
Os que o esperam estão dispostos a auxiliá-lo.

Seja grato a essas criaturas que se interessam por você e ajude-as com sua boa vontade.
Se você fizer isso, a sua obsessão já começou a ser vencida.

Não se acovarde, seja corajoso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:25 pm

VIII - Roteiro da desobsessão.

1 -
Ao acordar, diga a si mesmo:
Deus me concede mais um dia de experiências e aprendizado.

É fazendo que se aprende.
Vou aproveitá-lo. Deus me ajuda.
(Repita isso várias vezes, procurando manter essas palavras na memória. Repita-as durante o dia).

2 - Compreenda que a obsessão é um estado de sintonia da sua mente com mentes desequilibradas.
Corte essa sintonia ligando-se a pensamentos bons e alegres.

Repila as ideias más.
Compreenda que você nasceu para ser bom e normal.
As más ideias e os maus pendores existem para você vencê-los, nunca para se entregar.

3 - Mude sua maneira de encarar os semelhantes.
Na essência, somos todos iguais.

Se ele está irritado, não entre na irritação dele.
Ajude-o a se reequilibrar, tratando-o com bondade.
A irritação é sintonia de obsessão.
Não se deixe envolver pela obsessão do outro.

Não o considere agressivo.
Certamente ele está sendo agredido e reage erradamente contra os outros.
Ajude-o que será também ajudado.

4 - Vigie os seus sentimentos, pensamentos e palavras nas relações com os outros.
O que damos, recebemos de volta.

5 - Não se considere vítima.
Você pode estar sendo algoz sem perceber.
Pense nisso constantemente, para melhorar as relações com os outros.
Viver é permutar. Examine o que você troca com os outros.

6 - Ao sentir-se abatido, não entre na fossa.
É difícil sair dela.
Lembre-se de que você está vivo, forte, com saúde e dê graças a Deus por isso.

Seus males são passageiros, mas se você os alimentar eles durarão.
É você que sustenta os seus males. Cuidado com isso.

7 - Frequente a instituição espírita com que se sintonize.
Não fique pulando de uma para outra.
Quem não tem constância nada consegue.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 12, 2014 9:25 pm

8 - Se você ouve vozes, não lhes dê atenção.
Responda simplesmente:
Não tenho tempo a perder.

Tratem de se melhorar enquanto é tempo.
Vocês estão a caminho do abismo. Cuidem-se.
E peça aos Espíritos Bons, em pensamento, por esses obsessores.

9 - Se você sente toques de dedos ou descargas eléctricas, repila esses espíritos brincalhões da mesma maneira e ore mentalmente por eles.
Não lhes dê atenção nem se assuste com esses efeitos físicos.

Leia diariamente, de manhã ou à noite, ao deitar-se, um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo e medite sobre o que leu.
Abra o livro ao acaso e não pense que a lição é só para você.

Geralmente é só para os obsessores, mas você também deve aproveitá-la.
No caso de visões a técnica é a mesma.

Nunca se amedronte.
É isso que eles querem, pois com isso se divertem.

Esses pobres espíritos nada podem fazer, além disso, a menos que você queira brincar com eles, o que lhe custará seu aumento da obsessão.

Corte as ligações que eles querem estabelecer com você, usando o poder da sua vontade.
Se fingirem ser um seu parente ou amigo falecido, não se deixe levar por isso.
Os amigos e parentes se comunicam em sessões regulares, não querem perturbar.

10 - Leia o livro de Allan Kardec INICIAÇÃO ESPÍRITA, mas de Kardec não outros de autores diversos, que fazem confusões.
Trate de estudar a Doutrina nas demais obras de Kardec.

11 - Não se deixe atrair por macumbas e as diversas formas de mistura de religiões africanas com as nossas crendices nacionais.
Não pense que alguém lhe pode tirar a obsessão com as mãos.

Os passes têm por finalidade a transmissão de fluidos, de energias vitais e espirituais para fortificar a sua resistência.
Não confie em passes de gesticulação excessiva e outras fantasias.

O passe é simplesmente a imposição das mãos, ensinada por Jesus e praticada por Ele.
É uma doação humilde e não uma encenação, dança ou ginástica.

Não carregue amuletos nem patuás ou colares milagrosos.
Tudo isso não passa de superstições provindas de religiões das selvas.
Você não é selvagem, é uma criatura civilizada capaz de raciocinar e só admitir a fé racional.

Estude o Espiritismo e não se deixe levar por tolices.
Dedique-se ao estudo, mas não queira saltar de aprendiz a mestre, pois o mestrado em espiritismo só se realiza no plano espiritual.

Na Terra somos todos aprendizes, com maior ou menor grau de conhecimento e experiência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:39 pm

IX - Psiquiatria e Espiritismo.

O conflito entre Psiquiatria e Espiritismo tomou vulto entre nós, em virtude do crescimento do movimento espírita.

O preconceito religioso influi muito na questão, estimulando o preconceito científico.

Mas as últimas conquistas das Ciências abriram uma perspectiva de trégua.
Na proporção em que o conceito de matéria se pulverizou nas mãos dos físicos e atingiu o plano da antimatéria, verificou-se uma nova revolução copérnica no tocante à concepção do homem.

Coube a um famoso psiquiatra norte-americano, Ian Stevenson, dar novo impulso às pesquisas sobre a reencarnação.

Na URSS o psiquiatra Wladimir Raikov, da Universidade de Moscovo, reconheceu o fenómeno de lembranças de vidas anteriores e iniciou pesquisas a respeito, partindo do pressuposto de sugestões telepáticas.

Hoje há grande número de psiquiatras espíritas, o que estabelece o diálogo entre os campos opostos.
As pesquisas parapsicológicas com débeis mentais deram razão à tese espírita da distinção entre cérebro e mente.

Os débeis mentais agem no plano de psi (fenómenos paranormais) em igualdade de condições com as pessoas normais.

Isso parecia mostrar que a debilidade era apenas cerebral e não mental.
Quando Rhine sustentou a natureza extra física da mente, que Vassiliev tentou refutar sem consegui-lo, o problema se tornou mais claro.

Muitos enigmas da Psiquiatria se tornaram mais facilmente equacionáveis para uma solução.

Entre eles, talvez o mais complexo, que é o da Esquizofrenia.
Certos casos de amnésia, em que os pacientes substituem a memória actual por outra referente a uma possível vida anterior, lançaram nova luz sobre o intrincado problema.

A divisão da mente, a diluição da memória, o afastamento da realidade parecem denunciar uma espécie de nostalgia psíquica que determina a inadaptação do espírito à realidade actual.

Teríamos dessa forma um caso típico de auto-obsessão nas modalidades variáveis da Esquizofrenia.

Os casos se agravam com a participação de entidades obsessoras geralmente atraídas pelo estado dos pacientes.

Eles se encontravam em estado de ambivalência e são forçados a optar pelo passado ante a pressão obsessiva.

Este é mais um fato favorável à prática da desobsessão.
Psiquiatria e Espiritismo podem ajudar-se mutuamente, ao que parece em futuro bem próximo.

Não há razão para condenações psiquiátricas actuais dos processos espíritas de cura dos casos de obsessão.


Última edição por O_Canto_da_Ave em Seg Jan 13, 2014 9:40 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:39 pm

X - Tratamento médico.

Deve também haver uma orientação médica, tendo ou não o profissional conhecimento da Doutrina.

(De qualquer modo ele não poderá utilizar profissionalmente as armas que o Espiritismo pode lhe colocar nas mãos, pois o Código de Ética Médica o impede, com justa razão, no actual estado dos conhecimentos e dos determinantes culturais actuantes na maioria dos países.

Os médicos que sejam espíritas não podem instituir um "tratamento espírita", mas obviamente podem, quando solicitados, calcados em suas convicções filosóficas, opinarem sobre a situação vivencial de amigos e pacientes).

Os que se propõe a orientar os obsediados no processo de sua libertação devem ter conhecimento da Doutrina solidamente estabelecido, em vivência e em conhecimento teórico, a fim de que os processo doutrinários não se percam em práticas que a pesquisa espírita demonstrou serem inúteis e, portanto desnecessárias, servindo apenas para dar ao tratamento racional, aspectos supersticiosos.

Todo tratamento mediúnico deve ser gratuito, segundo a recomendação de Kardec, pois depende estritamente do auxílio espiritual.

Os espíritos não cobram seus serviços e não gostam que cobrem por eles.
Por isso deve ser realizado em instituições doutrinárias, a nosso ver com duas características: orientação externa:
os que necessitam vêm periodicamente à instituição, recebem a orientação preconizada e participam das práticas que a Doutrina estabelece, até o seu reequilíbrio.

(E obviamente a instruções complementares) orientação interna:
em instituições psiquiátricas mantidas por ou com participação de espíritas.

Nestas, o tratamento médico cabível seria instituído como em qualquer hospital, e a orientação e as práticas que a Doutrina estabelece seriam iniciadas com o consentimento das famílias ou dos pacientes como uma praxe filosófico-religiosa independente da orientação médica (Note-se nem associada, nem paralela, INDEPENDENTE, para não ferir o Código de Ética Médica, como foi exposto acima), o que não pode ser criticado, desde que assim seja feito, pois é questão de foro íntimo, onde ninguém deve interferir.

A pureza das intenções dos médiuns e coordenadores das reuniões desobsessivas é a única possível garantia da eficácia da orientação mediúnica.

Como assinalava Kardec, o desprendimento dos interesses terrenos é a primeira condição do interesse dos Espíritos Superiores, pelo nosso esforço em favor do próximo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:40 pm

O Passe.

I -
Suas origens, aplicações e efeitos.[/i][/b]

O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos.

Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo.

Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.
Mas há um passado histórico que não podemos esquecer.

Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura de saliva e terra para aplicação no doente.

No próprio Evangelho vamos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura.
Mas Jesus agiu sempre, em seus actos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época.

Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo.
Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas.

Caso, contrário, Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.

O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista.

Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo.

Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado.

Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece e a imposição das mãos.
Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.

As encenações preparatórias:
mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente.

A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa condenadas por Kardec nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.

Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de actividades materiais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:40 pm

Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer.
Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes eléctricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós.

O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais - e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa limita-se à função mediúnica de intermediário.

Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles?

Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes.
Ou confiamos na acção dos Espíritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.

O passe espírita é prece, concentração e doação.
Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos.

São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:40 pm

II - Magia e religião.

O passe nasceu nas civilizações da selva como um elemento de magia selvagem, um rito das crenças primitivas.

A agilidade das mãos em fazer e desfazer as coisas, sugeria a existência, nelas, de poderes misteriosos, praticamente comprovados pelas acções quotidianas da fricção que acalmava a dor, da pressão dos dedos estancando o sangue ou expulsando um espinho ou o ferrão de uma vespa ou o veneno de uma cobra.

Os poderes mágicos das mãos se confirmavam também nas imprecações aos deuses, que eram simplesmente os espíritos.

As bênçãos e as maldições foram as primeiras manifestações típicas dos passes.
O selvagem primitivo não teorizava, mas experimentava instintivamente e aprendia a fazer e desfazer com o poder das mãos.

Os deuses o auxiliavam, socorriam, instruíam em suas manifestações mediúnicas naturais.
A sensibilidade mediúnica aprimorava-se nas criaturas mais sensíveis e assim surgiram os pajés, os feiticeiros, os xamãs, os mágicos terapeutas, curadores.

A descoberta do passe acompanhava e auxiliava o desenvolvimento do rito, da linguagem e da descoberta de instrumentos que aumentavam o poder das mãos.

Podemos imaginar, como o fez André Lang, um homem primitivo olhando intrigado o emaranhado de riscos da palma de sua mão, sem a mínima ideia do que aquilo poderia significar.

Seus descendentes iriam admitir, mais tarde, que ali estavam traçados os destinos de cada criatura.

O mistério da mão humana foi um elemento essencial do desenvolvimento da inteligência e especialmente da descoberta lenta e progressiva, pelo homem, do seus poderes internos.

Dos tempos primitivos até aos nossos dias, a mão é o símbolo do fazer que nos leva ao saber.

Enquanto a Lua, o Sol, as Estrelas atraíam os homens para o mistério do cosmos a mão os levava a mergulhar nas profundezas da natureza humana.

Dessa dialéctica do interior e do exterior nasceram a Magia e a Religião.

A Magia é prática, nasceu das mãos e funcionava através delas.
A Religião é teórica, nasceu dos olhos, da visão abstracta do mundo e funciona no plano das ideias.

Na Magia, os homens submetem os deuses ao poder humano, obrigam a Divindade a obedecê-los, a fazer por eles.
Na Religião, os homens se submetem aos deuses, suplicam a protecção da Divindade.

Mas, apesar dessa distinção, as religiões não se livraram dos resíduos primitivos das fórmulas mágicas.
Todas as Igrejas da actualidade, mesmo após as reformas recentes, apegam-se ao fazer dos mágicos, através de seus sacramentos.

O exemplo mais claro disso é o sacramento da Eucaristia, na Igreja Católica, pelo qual o sacerdote obriga Deus a materializar-se nas espécies sagradas da hóstia, para que o crente possa absorvê-lo e purificar-se com a sua ingestão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:41 pm

No Espiritismo os resíduos mágicos não podiam existir, pois trata-se de uma doutrina racionalista, mas o grande número de adeptos provindos dos meios religiosos, sem a formação filosófica e científica da Doutrina, carreiam esses resíduos para o nosso meio, numa tentativa de padronização de práticas espíritas e de transformação dos passes num fazer dos médiuns e não dos espíritos.

É tipicamente mágica a atitude do médium que pretende, com sua ginástica, limpar a aura de uma pessoa ou limpar uma casa.

As tentativas de cura através desses bailados mediúnicos revela confiança mágica do médium no rito que pratica.

Por isso Jesus ensinou simplesmente a imposição das mãos acompanhada da oração silenciosa.

As orações em voz alta e em conjunto é também um resíduo mágico, pelo qual se tenta obrigar a Deus ou aos Espíritos a atenderem os clamores humanos.

A religião racional e portanto consciente baseia-se na fé esclarecida pela razão, que não comporta de maneira alguma, essas e outras práticas formais e carregadas de misticismo igrejeiro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:41 pm

III - A técnica do passe.

Os elaboradores e divulgadores de técnicas do passe não sabem o que fazem.

A técnica do passe não pertence a nós, mas exclusivamente aos Espíritos Superiores.

Só eles conhecem a situação real do paciente, as possibilidades de ajudá-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluidos de que o paciente necessita e assim por diante.

Os médiuns vivem a vida terrena e estão condicionados na encarnação que merecem e de que necessitam.

Nada sabem da natureza dos fluidos, da maneira apropriada e eficaz de aplicá-los, dos efeitos diversos que eles podem causar.

Na verdade o médium só tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica dos fluidos.

É simples atrevimento - e, portanto charlatanismo - querer manipulá-los e distribuí-los a seu modo e a seu critério.

As pessoas que acham que os passes ginásticos ou dados em grupos mediúnicos formados ao redor do paciente são passes fortes, assemelham-se às que acreditam mais na força da macumba, com seus apetrechos selvagens, do que no poder espiritual.

As experiências espíritas sensatas e lógicas, em todo o mundo, desde os dias de Kardec até hoje mostraram que mais vale uma prece silenciosa, às vezes na ausência e sem o conhecimento do paciente, do que todas as encenações e alardes de força dos ingénuos ou farofeiros que ignoram os princípios doutrinários.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:41 pm

IV - Passe à distância.

Não há distância para a acção dos passes.

Os Espíritos Superiores não conhecem as dificuldades das distâncias terrenas.
Podem agir e curar através das maiores lonjuras.

Esse facto, constatado e demonstrado pelo espiritismo e ridicularizado pelos cientistas materialistas, está hoje cientificamente comprovado pelas pesquisas em todo o mundo, através de pesquisas e experiências dos principais centros universitários da actualidade.

A telepatia, transmissão do pensamento, intenções e desejos, e psicapa, acção da mente sobre a matéria, só podem ser negadas hoje por pessoas (cientistas ou não) que estiverem cientificamente desactualizadas, e, portanto sem autoridade para opinar a respeito.

Não obstante, não se deve desprezar a importância do efeito psicológico da presença do paciente no ambiente mediúnico ou da presença do passista junto a ele.

Temos, nesse caso, dois elementos importantes de eficácia no tratamento por passes.

O efeito psicológico resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas a ajudá-lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo.

Trata-se de uma reacção anímica (da própria alma do paciente) por isso mesmo psicológica, conhecida na Psicologia como estímulo de conjunto, em que se quebra o desânimo da solidão.

Por outro lado, a visita do passista ao paciente isolado em casa dá-lhe a sensação de valor social, reanimando-lhe a esperança de volta a vida normal.

Além disso, a presença do paciente numa reunião lhe permite receber a ajuda do calor humano dos outros e da doação fluídica directa, seja do médium ou também de pessoas que o acompanham.

Assim, o passe à distância só deve ser empregado quando for de todo impossível o passe de contacto pessoal.

São esses também os motivos que justificam a prática dos passes individuais nos Centros, onde todos sabem que ninguém deixa de ser assistido e receber a fluidificação necessária.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:41 pm

V - Passe de auxílio mediúnico.

Nas sessões de manifestações de Espíritos para doutrinação o passe é empregado como auxiliar dos médiuns ainda em desenvolvimento, incapazes de controlar as manifestações de entidades rebeldes.

A técnica espírita não é de violência, como nas práticas superadas do exorcismo, mas de esclarecimento e persuasão.

A ajuda fluídica ao médium envolvido se faz apenas através da imposição das mãos, sem tocar o médium.

Certas pessoas aflitas ou mal iniciadas no assunto procuram segurar o médium, agarrá-lo com força e sujeitá-lo.

Isso serve apenas para provocar a reacção da entidade, provocando tumulto na reunião.
O médium se descontrola ainda mais e a entidade se aproveita disso para tumultuar a sessão.

Chama-se o médium pelo nome, pede-se a ele que reaja e adverte-se a entidade para acalmar-se, sem o que se prejudicará, a si mesma.

Não se deve esquecer que a força do passe é espiritual e não a força física.
Os Espíritos auxiliares estão ao redor e retiram a entidade rebelde.

O médium novato e o que dá o passe de auxílio, precisam estar instruídos sobre a possibilidade dessas ocorrências e sobre o comportamento certo a adoptar.

Essas observações devem ser sempre repetidas nas sessões dessa natureza para que o passe de auxílio não se converta em motivo de tumulto.

Esse é um aspecto do problema do passe que muitos têm dificuldade de compreender, por falta de uma compreensão exacta da natureza puramente espiritual do passe.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 13, 2014 9:42 pm

VI - Preparação para o passe.

É muito comum chegarem pessoas ao Centro, ou mesmo dirigindo-se à casa de um médium, pedindo passe com urgência.

O passe não pode ser dado a qualquer momento e de qualquer maneira.
Deve ser sempre precedido de preparação do passista e do ambiente bem como do paciente.

O médium precisa de preparação para bem se dispor ao acto mediúnico do passe.
Atender a esses casos imediatamente é dar prova de ignorância das leis do passe.

Tudo depende de sintonias que precisam ser estabelecidas.
Sintonia do médium com o seu estado íntimo; sintonia do passista com o Espírito que vai atendê-lo; sintonia das pessoas presentes com o ambiente que se deve formar no recinto.

Tudo isso se consegue através da prece do interesse de todos pela ajuda ao necessitado.
Dar um passe sem essas medidas preparatórias é uma imprudência e um desrespeito aos Espíritos que podem estar empenhados em outros afazeres naquele momento.

A falsa ideias de que basta estendermos as mãos sobre uma pessoa para socorrê-la é uma pretensão que tem suas raízes nas práticas mágicas.

O passe não é um ato de magia, mas uma acção consciente de súplica às entidades espirituais superiores que nos amparam.

A existência e a acção dessas entidades não são uma suposição, mas uma realidade provada cientificamente e hoje necessariamente integrada nas leis naturais, pois não decorre de visões místicas, mas de factos, de fenómenos objectivos cujas leis já foram descobertas.

Os fenómenos paranormais não são de natureza mágica nem pertencem ao mito, mas ao real verificável por métodos adequados de pesquisa e até mesmo por meios tecnológicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 14, 2014 9:46 pm

VII - Transfusão fluídica.

O passe é uma transfusão de plasma extra físico (para usarmos essa expressão de Rhine) certamente composto de partículas livres de antimatéria.

Nas famosas pesquisas da Universidade de Kirov, na URSS, em que os cientistas soviéticos (materialistas) descobriram o corpo-bioplásmico do homem, verificou-se por meios tecnológicos recentes que a força-psíquica de Willian Crookes é uma realidade vital na nossa própria estrutura psicofísica.

O ectoplasma de Charles Richet, agindo nessas experiências como um plasma radiante, confirmou a teoria espírita (de Kardec) da acção de fluidos semi-materiais nos fenómenos de telecinésia (movimento e levitação de objectos à distância).

A suposta incompatibilidade de matéria e antimatéria já havia sido afastada pela produção em laboratório de um anti-átomo de Hélio, comprovando-se à realidade dos espaços interpenetrados.

De todas essas conquistas resultou necessariamente a comprovação da existência dos fluidos vitais invisíveis do organismo humano e de todos os organismos vivos, fotografados pelas Câmaras Kirlian.

O oficialismo ideológico soviético fez calar os cientistas, em defesa do materialismo de Estado, mas a descoberta foi registada e divulgada por pesquisadoras da Universidade de Prentice Hall, nos Estados Unidos.

Essa epopeia científica e tecnológica da Universidade de Kirov, combatida também pelo espiritualismo igrejeiro, deu-nos a chave do mistério das mãos humanas e do passe.

Raul de Montandon já havia obtido na França, por meios mais modestos, fotos de corpos bio-plásmicos de animais inferiores, e Gustavo Geley comprovara, em Paris, o fluxo de ectoplasma em torno das sessões mediúnicas.

As mãos humanas funcionam, no passe espírita como antenas que captam e transmitem as energias do plasma vital de antimatéria.

Hoje conhecemos, portanto, toda a dinâmica do passe espírita como transmissão de fluidos no processo aparentemente simplíssimo e eficaz do passe.

Não há milagre nem sobrenatural na eficácia do passe, modestamente aplicado e divulgado por Jesus há dois mil anos.

Essas as razões que nos levam a exigir, na actualidade, o respeito que o passe merece.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 14, 2014 9:46 pm

VIII - A ciência do passe.

Embora com boas intenções, as pessoas que se apressaram a oferecer ao público os lineamentos de uma Ciência do Passe, baseando-se em experiências comuns do passe utilizado nos Centros Espíritas, cometeram uma leviandade.

Kardec colocou o problema do passe em termos científicos, no campo da Fluídica, ou seja, da Ciência dos Fluidos.

Com seu rigor metodológico, ligou o passe à estrutura dinâmica do perispírito (corpo espiritual), hoje reconhecido como a fonte de todas as percepções a actividades paranormais.

A Fluídica é hoje uma Ciência Tecnológica, voltada apenas para o estudo dos fluidos materiais de propulsão.

As descobertas actuais da Parapsicologia, e particularmente as da Universidade de Kirov, confirmaram a validade da posição secularmente precursora de Kardec.

A Fluídica se abre, ante o avanço da Física Nuclear, para a pesquisa da dinâmica dos fluidos em todo o Cosmos.
Só agora começamos a dispor de elementos para um conhecimento exacto, o que vale dizer científico, da problemática bimilenar do passe.

Nas experiências de Kirov as manifestações dos fluidos foram vistas e fotografadas pelos cientistas soviéticos, que arriscaram a cabeça para proclamar a importância dos fluidos mediúnicos na terapêutica do futuro.

Essa foi mais uma vitória da Ciência Espírita através das pesquisas de cientistas materialistas.

Isso prova que a Ciência, no fundo, não é mais do que o método geral da pesquisa e comprovação objectiva da realidade, que ao contrário das restrições kantianas e das múltiplas classificações metodológicas em vigor, é essencialmente uma só, como sustentava entre nós Carlos Imbassahy.

Por qualquer lado que invadirmos o campo do real, através de pesquisas científicas, chegamos sempre a conclusões coincidentes.

No tocante ao passe, as teorias psicológicas da sugestão, dos estímulos provocados no organismo humano estão hoje superadas pelas descobertas objectivas da Fluídica aplicada ao Psiquismo.

A Medicina Psicossomática é uma prova disso.

Quando, porém, passamos os limites da sugestão natural para os excessos da gesticulação e da fabulação - como se faz nos pedidos ao paciente para que imagine entrar numa sala doirada etc., - perturbamos através de desvios imaginários a acção, naturalmente controlada pelos dispositivos do inconsciente (consciência subliminar de Myers) o processo natural de reajuste e cura.

Quando Kardec propôs a tese da natureza semi-material do perispírito (corpo bioplásmico) a expressão pareceu estranha e rebarbativa nos meios científicos.

As pesquisas de Crookes, Notzzing, Crawford, Geley, Imoda e Richet, além de outros, provaram posteriormente o acerto de Kardec.

Actualmente as Ciências reconheceram que a explicação dos campos de forças não dispensa o reconhecimento de uma conjugação constante de energia e matéria em todas as estruturas dinâmicas da Terra, do Homem e do Espaço sideral.

Tudo isso nos mostra que o estudo científico do passe não pode ser feito por pessoas desprovidas de conhecimentos científicos actualizados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 14, 2014 9:46 pm

O Kardec superado, dos espíritas pretensiosos dos nossos dias está sempre na dianteira das conquistas actuais.
O Espiritismo é a Ciência e acima de tudo a Ciência que antecipou e deu nascimento a todas as Ciências do Paranormal, desde as mais esquecidas tentativas científicas do passado até a Metapsíquica de Richet e a Parapsicologia actual de Rhine e McDougal.

Qualquer descoberta nova e válida dessas Ciências tem as suas raízes no Livro dos Espíritos.
Todos os acessórios ligados à prática tradicional do passe devem ser banidos dos Centros Espíritas sérios.

O que nos cabe fazer nessa hora de transição da Civilização Terrena não é inventar novidades doutrinárias, mas penetrar no conhecimento real da doutrina, com o devido respeito ao homem de ciências e cientista eminente que a elaborou, na mais perfeita sintonia com o pensamento dos Espíritos Superiores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 14, 2014 9:47 pm

I - A Doutrinação.

A Doutrinação é a moderna técnica espírita de afastar os espíritos obsessores através do esclarecimento doutrinário.

Essa técnica é moderna e foi criada e desenvolvida por Allan Kardec para substituir as práticas bárbaras do Exorcismo, largamente usada na Antiguidade, tanto na medicina como nas religiões.

O conceito do doente mental como possessão demoníaca, gerou a ideia de espancar o doente para retirar o Demónio do seu corpo.

Nos hospitais a cura se processava através de espancamentos diários.

Nas Religiões recorria-se a métodos de expulsão por meio de preces, objectos sagrados como crucifixos, relíquias, rosários e terços, medalhas, aspersão de água benta, ameaças e xingos, queima de incensos e outros ingredientes, pancadas e torturas.

As formas de exorcismo mais conhecidas entre nós são a judaica e a católica, sendo a judaica mais racional, pois nela se empregavam também o apelo à razão do Dibuk, considerado como espírito demoníaco ou alma penada.

A tradução da palavra hebraica Dibuk, que nos parece mais acertada é a de alma penada, pois os judeus reconheciam e identificavam o espírito obsessor como espírito humano de pessoa morta que se vingava do obsedado ou cobrava débitos dele e da família.

No exorcismo católico prevaleceu até hoje a ideia de possessão demoníaca.
As pesquisas espíritas, do século passado, levaram Kardec a instituir e praticar intensivamente a doutrinação como forma persuasiva de esclarecimento do obsessor e do obsedado, através de sessões de desobsessão.

Ambos necessitam de esclarecimento evangélico para superarem os conflitos do passado.

Afastada a ideia terrorista do Diabo, o obsessor e obsedado são tratados com amor e compreensão, como criaturas humanas e não como algoz satânico e vítima inocente.

A doutrinação espírita humanizou e cristianizou o tratamento das doenças mentais e psíquicas, influindo nos novos rumos que a Medicina tomava nesse sentido.

Alguns espíritas actuais pretendem suprimir a doutrinação, alegando que esta é realizada com mais eficiência pelos Espíritos bons no plano espiritual.

Essa é uma prova de ignorância generalizada da Doutrina no próprio meio espírita, pois nela tudo se define em termos de relação e evolução.

Os espíritos sofredores, que são os obsessores, permanecem mais ligados à Terra e portanto à matéria.

Dessa maneira, os Espíritos Benevolentes muitas vezes se manifestam nas sessões de desobsessão e servem-se dos médiuns para poderem comunicar-se com os obsessores.

Apegados à matéria e à vida terrena, os obsessores necessitam de sentir-se seguros no meio mediúnico, envolvidos nos fluidos e emanações ectoplásmicas da sessão, para poderem conversar de maneira proveitosa com os Espíritos esclarecedores.

Basta esse facto, comum nas sessões bem orientadas, para mostrar que a doutri8nação humana dos espíritos desencarnados é uma necessidade.

Pensemos um pouco no que ficou dito sobre relação e evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 14, 2014 9:47 pm

Os planos espirituais são superpostos.

A partir da Terra, constituem as chamadas esferas da tradição espiritualista europeia, segundo o esquema da Escala Espírita (Livro dos Espíritos) como regiões destinadas aos vários graus ou ordens dos espíritos.

Essas esferas ou planos espirituais são mundos que se elevam ao infinito.
Quanto mais elevado o mundo, mais distanciado está do nosso mundo carnal.

A doutrinação existe em todos os planos, mas o trabalho mais rude e pesado é o que se processa em nosso mundo, onde os espíritos dos mundos imediatamente superiores vêm colaborar connosco, ajudar-nos e orientar-nos no trabalho doutrinário.

Orgulhoso e inútil, e até mesmo prejudicial, será o doutrinador que se julgar capaz de doutrinar por si mesmo.
Sua eficiência depende sempre de sua humildade, que lhe permite compreender a necessidade de ser auxiliado pelos espíritos bons.

O doutrinador que não compreende esse princípio precisa de doutrinação e esclarecimento, para alijar de seu espírito a vaidade e a pretensão.

Só pode realmente doutrinar espíritos quem tiver amor e humildade.
Mas é importante não confundirmos humildade com atitudes piegas, com melosidade.
Muitas vezes a doutrinação exige atitudes enérgicas, não ofensivas ou agressivas, mas firmes e imperiosas.

É o momento em que o doutrinador, firmado em sua humildade natural - decorrente de consciência que tem das suas limitações humanas - trata o obsessor com autoridade moral, a única autoridade que podemos ter sobre os espíritos inferiores.

Esses espíritos sentem a nossa autoridade e se submetem a ela, em virtude da força moral de que dispusemos.

Essa autoridade só a conseguimos através de uma vivência digna no mundo, sendo sempre correctos em nossas intenções e em nossos actos, em todos os sentidos.

As nossas falhas morais não combatidas, não controladas, diminuem a nossa autoridade sobre os obsessores.
Isso nos mostra o que é a moral:
poder espiritual que nasce da rectidão do espírito.

Não se trata da moral convencional, das regras da moral social, mas da moral individual, íntima e profunda, que realiza a integração espiritual do ser voltado para o bem e a verdade.

Mas essa integração não se consegue com sistemas ou processos artificiais, com reformas íntimas impostas de fora para dentro como geralmente se pensa.

Existe a moral exógena, que nos é imposta de fora pelas conveniências da convivência humana.
Essa moral exógena, pelo simples facto de se fundar em interesses imediatos do homem e não do ser é a casa construída na areia segundo a parábola evangélica.

A moral de que necessitamos é endógena, vem de dentro para fora, brota da compreensão real e profunda no sentimento da vida.
É a moral espontânea, determinada por uma consciência esclarecida que não se rende aos interesses imediatistas da vida social.

Este é um problema em que precisamos pensar, meditar a sério e a fundo para podermos adquirir a condição de doutrinar com eficiência, dando amor, compreensão e estímulo moral aos espíritos inferiores.

O Espiritismo, como acentuou Kardec, é uma questão de fundo e não de forma.
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