LUZ ESPÍRITA
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Vampirismo / J. Herculano Pires

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:48 pm

Vampirismo
J. Herculano Pires

Conteúdo resumido

Conforme as palavras de Herculano Pires, as relações, no campo afectivo e mental, entre homens e espíritos permitem as ligações de espíritos viciados com homens de tendências viciosas.

Essa relação mórbida e prejudicial é estudada nesta obra por Herculano, que discorre sobre as causas do vampirismo, os métodos de tratamento erróneos utilizados pela Psiquiatria tradicional e as técnicas adequadas para um tratamento eficaz, baseado no esclarecimento dos envolvidos no processo, levando-os a se curarem através da renovação de hábitos e costumes e do fortalecimento do seu livre-arbítrio e do seu carácter.

Herculano nos apresenta, ainda, o vampirismo com uma visão muito mais ampla, qual seja:
* dos seres parasitas, que se sustentam com as energias de outros seres;
* dos seres espirituais, que extraem as energias dos humanos para suas manifestações físicas;
* dos homens gananciosos, que sustentam suas riquezas com o sacrifício dos mais humildes;
* dos humanos que sugam as energias da natureza para saciar sua fome de conforto e prazer;
* das várias trocas naturais de energia material e espiritual entre todos os seres do Universo.


Sumário

" Teorias proteladoras
" Parasitas e vampiros
" O homem pela metade
" Comportamento humano
" Os vampiros sagrados
" Apport e endopport
" Casos actuais de endopport
" O auto vampirismo
" Aves de rapina
" Vampirismo telúrico
" Dinâmica da consciência
" Vampirismo cósmico
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:48 pm

Vampirismo e Comportamento

Teorias proteladoras


Todo o campo da Psicoterapêutica actual está inçado de obstáculos que impedem o avanço dos pesquisadores nas tentativas necessárias de esclarecimento positivo de seus problemas.

Jovens que entraram esperançosos em cursos universitários, em busca de conhecimentos positivos com que pudessem enfrentar e solucionar os problemas psíquicos angustiantes da actualidade, acabam na frustração e no desespero.

Muitos deles acabam aderindo às correntes de aventureiros e exploradores do campo minado.

Fracassam em seus próprios casos e aumentam as legiões dos desesperados, recorrendo a expedientes escusos para se manterem num equilíbrio aparente.

Descobrem apavorados a inscrição dantesca nos portais do Inferno:
"Deixai toda esperança, ó vós que entrais".

Os veteranos do profissionalismo frustrado acomodam-se em algumas escolas teóricas e tentam subverter a escala de valores da Civilização da Angústia, normalizando tragicamente a anormalidade.

Capitulam estrategicamente na batalha inglória, à espera de futuras descobertas salvadoras.

Entregam o pescoço à Esfinge de Édipo.
Essa situação dolorosa das ciências do psiquismo, em meio ao esplendor do avanço geral das Ciências em outros campos, reafirma a falsa ideia gerada no criticismo kantiano, de uma dualidade trágica e irremediável do homem condenado: a da existência de um mundo inacessível às Ciências.

As teorias proteladoras seguem o caminho inevitável dos processos naturais a que tudo e todos nós estamos sujeitos: crescem, desenvolvem-se, envelhecem e morrem.

Mas deixam, na vida dos organismos conceptuais, as gerações espúrias das descendências de uma espantosa filogénese do sistemático.

Dessa maneira, a roda das frustrações continua a girar, como os moinhos de vento de Dom Quixote nas desoladas planícies da Mancha.

Os moinhos fantasmais, que nada moem, continuam pelo menos desafiando a teimosia delirante dos quixotes.

Enquanto isso, as teorias que atravancam o caminho das Ciências, como observou Richet, continuam a torturar as legiões de infelizes, submetidos a choques eléctricos e químicos nos hospitais e nas clínicas do sem fim.

Nem mesmo as descobertas actuais de uma ciência universitária, a Parapsicologia, em acentuado desenvolvimento nos maiores centros universitários do mundo, conseguiram abalar o comodismo dos que se apoiam nas teorias proteladoras.

Protela-se a angústia, o desespero, a tortura de milhões de criaturas, em defesa de métodos, princípios e esquemas já rompidos no próprio campo da Física, por medo de palavras e preconceitos do mundo científico, gerados em fase de transição já há muito superadas.

A era dos vampiros fantasiosos já passou há muito, mas a do Vampirismo, nascida nos fins do século passado, com as descobertas científicas de Crookes, Richet, Schrenk-Notzing, Kardec, Zöllner e tantos outros - todos homens de Ciência, professores - catedráticos de grandes Universidades, apenas se esboça em nossos dias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:48 pm

Mas a leviandade humana, mesmo a dos homens mais sérios e dedicados ao labor científico, sustenta ainda as prevenções do passado, sem coragem de avançar no campo minado das superstições, como se a função primária das Ciências não fosse precisamente a de romper com elas.

O Vampirismo actual não se nutre de lendas assustadoras, mas de realidades positivas do campo do Psiquismo, que exigem esclarecimentos.

As Ciências do Paranormal nasceram da pesquisa científica dos fenómenos psicofísicos.
Onde há fenómenos tangíveis, susceptíveis de repetições e, portanto de pesquisas sob controlo estatístico, a Ciência tem obrigação de penetrar com os seus instrumentos de comprovação.

Os homens de formação científica, mormente os que se dedicam às profissões terapêuticas, não podem furtar-se a esse dever sem cair na violação da ética profissional e da traição aos princípios humanistas.

Essa dupla prevaricação põe hoje o sinal de Caim na fronte de todos os que vivem nas teorias atravancadoras.

As multidões de suas vítimas, que se contam por gerações inteiras, clamam contra essa perfídia no presente e fazem ecoar o seu clamor desesperado nas distâncias do futuro.

Os psicoterapeutas actuais, na sua quase unanimidade, passarão à História como torturadores e exploradores das gerações sacrificadas.

Não fazemos uma acusação, registamos um facto.
A prova científica da existência da telepatia, da clarividência, da precognição, da sobrevivência da mente após a morte corporal (Rhine, Carington, Soal, Price, nas Universidades de Duke, Cambridge, Oxford, Londres, Berlim, Kirov e outras) não deixa dúvidas quanto à realidade da acção de entidades psicofísicas sobre as criaturas humanas.

Rhine provou que a mente não é física, mas de constituição extra física.
Carington reforçou essa prova e formulou a teoria das entidades psicónicas, formadas de psícons (átomos mentais).

Soal designou com a sigla SHI a personalidade humana sobrevivente.
Vasiliev, na URSS, entregou-se a experiências para demonstrar que o pensamento e a mente são materiais, mas acabou confessando a sua derrota.

Louise Rhine aplicou-se a pesquisas de campo (fora dos métodos de laboratório) e comprovou o que o marido provara em laboratório.

John Herenwald pesquisou e publicou seus trabalhos sobre as influências telepáticas nas relações interpessoais.

O caminho foi desbastado por esses e outros cientistas actuais, que derrubaram as estacas atravancadoras, mas os negadores continuaram a negar, à margem das exigências científicas.

Remy Chauvin, do Instituto de Altos Estudos, de Paris, chamou os renitentes de "alérgicos ao futuro", mas os psicoterapeutas não se arredaram de suas teorias e seus métodos de tortura.

No entanto, o psychic-boom, a explosão psíquica no mundo prosseguiu no seu desenvolvimento.

E graças ao alheamento dos psicoterapeutas de formação universitária, que se alimentaram em seus cursos com o leite das Ciências, surgiram por toda parte os charlatães exploradores da credulidade pública e do desespero do século, com suas clínicas pseudo-parapsicológicas, devastando a economia dos ingénuos.

Esse panorama desolador exige de todos nós, que não participamos desse comércio escuso e aviltante, o esclarecimento do problema, com base nos estudos e nas pesquisas desinteressadas de anos a fio, na comprovação diuturna da verdade através dos factos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:49 pm

Os fenómenos paranormais revelam a natureza extra física do homem, o que vale dizer a sua essência espiritual.
Os pesquisadores da Universidade de Kirov deslumbraram-se com a visão do que chamaram de corpo-bioplásmico do homem, luminoso e cintilante.

Constituído por um plasma físico, sua matéria é rutilante.
Verificaram, na observação pelas câmaras kirlian de fotografias paranormais, que o corpo do moribundo só se cadaverizava quando todos os elementos do corpo-bioplásmico se retiravam.

Nas pessoas vivas constataram que esse corpo de plasma dirige todas as funções do corpo carnal e age nas manifestações paranormais através de projeções de pseudopodes que podem movimentar objectos à distância.

Verificaram ainda a possibilidade de prevenção de doenças no corpo carnal.
Tudo isso demonstra que o chamado corpo-bioplásmico do homem não é mais do que o corpo espiritual da tradição cristã, que o apóstolo Paulo chamou, na I Epístola aos Coríntios, de corpo da ressurreição.

Essas descrições coincidem com o que Kardec chamou de perispírito, envoltório do espírito que liga o corpo carnal ao espírito, ou alma.

A teoria kardeciana do homem tríplice - Espírito, Perispírito e Corpo Carnal - foi confirmada pelos cientistas materialistas de Kirov, que não a conheciam e não tinham nenhum interesse por uma conclusão favorável à sobrevivência do homem, que, segundo o Marxismo, deve desaparecer no túmulo para sempre.

Percebendo o risco a que se expunham os cientistas apegam-se ao que de matéria lhes restava: o plasma físico.
Mas no próprio plasma, considerado o quarto estado da matéria e formado de partículas atómicas, encontraram partículas de natureza indefinida.

Com a teoria espírita, que considera o perispírito como um organismo semi-material, constituído de energias físicas e extra-físicas, Kardec antecipara de mais de um século a sensacional descoberta dos cientistas de Kirov.

Ressalta de tudo isso a concepção necessária do homem como espírito.
A descoberta da antimatéria e da interpenetração dos mundos físicos e não-físicos explicou também, necessariamente, a convivência de espíritos e homens corpóreos num mesmo espaço, mas em diferentes dimensões da realidade.

As pesquisas sobre a reencarnação, implantadas na Universidade de Moscovo pelo Prof. Wladimir Raikov, propagaram-se nas demais universidades soviéticas.

Sendo os espíritos nada mais que os homens desencarnados, é fácil compreender-se que as relações possíveis entre homens e espíritos, no campo afectivo e mental, permitem as ligações de espíritos viciados com homens de tendências viciosas.

Esse o novo tipo de vampirismo que surgiu das pesquisas espíritas em meados do século XIX.

Os problemas da perversão sexual, do alcoolismo, dos tóxicos e das tendências criminosas entram assim numa nova perspectiva, escapando ao círculo fechado da hereditariedade biológica, dos processos endógenos para a abertura dos processos exógenos.

As pesquisas de Kardec nesse sentido foram decisivas.
O tratamento desses casos tornou-se mais seguro, confirmando-se a teoria pelos factos de cura, particularmente dos casos considerados incuráveis.

Posteriormente, os resultados obtidos nos Centros Espíritas, e em muitos hospitais espíritas, deram de sobejo a plena confirmação dessa descoberta ao mesmo tempo assustadora e consoladora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:49 pm

Vencidas as barreiras das superstições populares e da dogmática igrejeira, das imposições clericais da fé cega, da suposta infalibilidade das Escrituras Sagradas, a verdade surgia nua e pura do fundo sombrio do poço para a claridade meridiana da certeza científica.

Não há mais dúvidas possíveis no tocante à existência de relações constantes e naturais, de ordem telepática, entre os dois planos interpenetrados da vida humana: o dos homens e o dos espíritos.

As teorias proteladoras - carregadas de preconceitos e precipitações, as duras barreiras do conhecimento indicadas por Descartes ao mundo científico - só conseguem hoje agrupar em seu favor os cientistas hipnotizados pela obsessão materialista ou pelo fanatismo religioso.

O racionalismo frio das Ciências Materiais fundiu-se ao calor humano das Ciências do Espírito.

A metodologia mecanicista cedeu lugar a novas formas metodológicas de pesquisa, baseadas na adequação do método ao objecto, ante a evidência do rompimento dos conceitos tridimensionais da realidade objectiva.

Novas dimensões do real surgiram do reconhecimento da multidimensionalidade das constituições atómicas e sub-atómicas da realidade intangível dos elementos e da natureza humana em sua essência invisível.

Remontando do efeito à causa, as Ciências fragmentárias se unificaram nos fundamentos conjugados da causa única de todos os efeitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:49 pm

Parasitas e vampiros

A economia da Natureza nos revela a unidade funcional de todos os processos vitais.
A Natureza, em sua infinita variedade de coisas e seres, não esbanja energias e formas, conteúdos e continentes, em suas estruturações.

Do reino vegetal ao reino animal o processo criador é uno, obrigando-nos a uma concepção monista do Universo.
A Fisiologia da Natureza, segundo a lei da diferenciação na unidade, mostra-se estruturada e funcionalizada, pelos mesmos sistemas adaptados a cada reino.

Da seiva do vegetal ao sangue dos animais e do homem, das estruturas ópticas inferiores às superiores, a organização é a mesma.
Dos sistemas de motilidade e percepção e de alimentação e assimilação das plantas ao homem o sistema de funcionalidade só varia no tocante às adaptações específicas.

Da mesma maneira e pela mesma razão, o parasitismo vegetal se desenvolve na direcção do parasitismo animal e do vampirismo hominal-espiritual.
E assim como o parasitismo influi no desenvolvimento das plantas e no comportamento dos animais, o vampirismo influi no comportamento humano individual e social.

Entre os vários elementos, coisas e seres que agem sobre o comportamento humano, o mais perturbador e o que mais profundamente ameaça as estruturas físicas e espirituais do ser humano é o vampirismo, porque é a actuação consciente de um ser sobre o outro, para deformar-lhe os sentimentos e as ideias, conturbar-lhe a mente e levá-lo a práticas e atitudes contrárias ao seu equilíbrio orgânico e psíquico.

No parasitismo, mesmo no espiritual, há uma tendência de acomodação do parasita na vítima.

A lei é a mesma do parasitismo vegetal e animal.
A entidade espiritual parasitária procura ajustar-se ao parasitado, na posição de uma sub-personalidade afim.
Ambos vivem em sintonia, mas o parasita às custas das energias do parasitado, cujo desgaste naturalmente aumenta de maneira progressiva.

Ambos ganham e perdem nessa conjugação nefasta.
O parasitado sofre duplo desgaste de suas energias mentais e vitais e o parasita cai na sua dependência, perdendo a sua capacidade individual de sobrevivência e conservação.

A morte do parasitado afecta o parasita, que morre sugestivamente com ele, pois perdeu a capacidade de viver, sentir e pensar por si mesmo.

Os casos de pessoas dependentes, excessivamente tímidas, desanimadas, inaptas para a vida normal, essas de que se diz "passaram pela vida, mas não viveram", são tipicamente casos de parasitismo.

As próprias condições orgânicas dessas pessoas, que não reagem devidamente aos socorros medicamentosos, à alimentação e aos estímulos do meio, de práticas espirituais ou físicas, decorrem de deficiências orgânicas, mas também da sobrecarga invisível do parasitismo espiritual.

As medicações estimulantes e os tratamentos psicológicos raramente produzem os efeitos desejados.

Mas a conjugação desses recursos habituais com o tratamento espiritual para a expulsão do parasita, que representa no organismo da vítima uma forma de sub-vida consumidora, geralmente produz efeitos surpreendentes.

As causas dessa situação mórbida decorrem de processos kármicos originados por associações criminosas em vidas anteriores dos comparsas.

Os recursos espirituais são os passes espíritas, a frequência regular a reuniões mediúnicas, o estudo e a leitura dos livros espíritas básicos, a prática da prece individual diária pelo parasitado em favor do parasita ou parasitas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:49 pm

Todas essas providências devem ser orientadas por pessoas conhecedoras do Espiritismo, despretensiosas e dotadas de bom-senso, o que permitirá o controle do processo de cura.

Todas as práticas exorcistas, queima de ingredientes, queima de defumadores, aplicação ginástica de passes formalizados, uso de plantas supostamente milagrosas ou objectos de magia só poderá agravar a situação.

O espírito parasitário é uma criatura humana com os direitos comuns da espécie humana e deve ser sempre encarado como parceiro dos sofrimentos do parasitado.

Nesses tratamentos não se deve desprezar o concurso médico, pois os efeitos negativos do parasitismo espiritual, depauperando o organismo da vítima, propiciam também a infiltração dos parasitas do meio físico, que devem ser combatidos com os medicamentos específicos.

Embora a acção espiritual das entidades protectoras possa também ajudar o reequilíbrio orgânico, a presença de um médico, se possível espírita, se faz necessária.

Enganam-se os que se voltam contra a Medicina nessas ocasiões, pois as leis e os recursos do meio físico são mais apropriados nesses casos.

Cada plano da Natureza tem suas exigências específicas, que precisamos respeitar.

Existem também os espíritos da Natureza, que trabalham no plano físico.
Essas entidades semi-materiais, de corpos perispiríticos, estão em ascensão evolutiva para o plano hominal.
São os chamados elementares da concepção teosófica, derivada das doutrinas espiritualistas da Índia.

As funções dessas entidades na Natureza são de grande responsabilidade.
O Espiritismo põe sua ênfase no estudo e na investigação dos espíritos humanos, que são os do nosso plano evolutivo, dotado de consciência e inteligência racional mais desenvolvida.

Os parasitas já pertencem ao plano humano.
São considerados na Teosofia e em outras correntes espiritualistas como larvas astrais.
Na verdade não são larvas nem elementares, são entidades que necessitam da ajuda da doutrinação.

Os teosofistas atribuem também as comunicações espíritas aos chamados cascões astrais, que são para eles invólucros espirituais, perispíritos abandonados pelos mortos e de que se servem os elementares ou espíritos brincalhões para se manifestarem nas sessões mediúnicas como sendo os espíritos desses mortos.

A teoria dos cascões foi criada por Mme. Blavatski, após uma sessão mediúnica que assistiu em New York.

O Sr. Sinet declara em seu livro Incidentes da Vida da Sra. Blavatski que ela cometeu então um engano de observação, ao qual nunca mais se referiu.

Sinet, teósofo de projecção e companheiro de Blavatski, discorda dos teosofistas que continuam a aceitar essa falsa teoria.

André Luíz refere-se a ovóides, espíritos que perderam o seu corpo espiritual e se vêem fechados em si mesmos, envoltos numa espécie de membrana.

Isso lembra a teoria de Sartre sobre o em si, forma anterior do ser espiritual, que a rompe ao se projectar na existência por necessidade de comunicação.

A acção vampiresca desses ovóides é aceita por muitos espíritas amantes de novidades.
Mas essa novidade não tem condições científicas nem respaldo metodológico para ser integrada na doutrina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:50 pm

Não passa de uma informação isolada de um espírito.
Nenhuma pesquisa séria, por pesquisadores competentes, provou a realidade dessa teoria.

Não basta o conceito do médium para validá-la.
As exigências doutrinárias são muito mais rigorosas no tocante à aceitação de novidades.
O Espiritismo estaria sujeito à mais completa deformação, se os espíritas se entregassem ao delírio dos caçadores de novidades.

André Luíz manifesta-se como um neófito empolgado pela doutrina, empregando às vezes termos que destoam da terminologia doutrinária e conceitos que nem sempre se ajustam aos princípios espíritas.

A ampla liberdade que o Espiritismo faculta aos adeptos tem os seus limites rigorosamente fixados na metodologia kardeciana.

No caso do parasitismo e do vampirismo, todo rigor é pouco, pois os erros e os enganos de interpretação podem levar os trabalhos de cura a descaminhos perigosos.

Se não encararmos o parasitismo e o vampirismo em termos rigorosamente doutrinários, no devido respeito ao método kardeciano, estaremos sujeitos a ser enganados por espíritos mistificadores que passarão a nos vampirizar.

Porque o vampirismo é um fenómeno típico das relações interpessoais.
Na vida material como na vida espiritual o vampirismo é um processo comum e universal do relacionamento afectivo e mental das criaturas.

É vampiro o sacerdote que fanatiza um crente e o submete às suas exigências para explorá-lo com a promessa do Céu, como é vampiro o demagogo político que fascina os adeptos de suas ideias e os leva ao sacrifício inútil e brutal da revolta e do terrorismo.

É vampiro o espírita ou o médium que fascina os ingénuos com a falsificação de poderes que não possui, revelando-lhes supostas reencarnações deslumbrantes e conduzindo-os ao delírio das suas ambições de grandeza.

É vampiro o negocista esperto que suga as economias de seus clientes com falsas promessas para um futuro improvável.
É vampiro o galanteador don juanesco que se apossa da afeição das mulheres inseguras para explorá-las.

É vampiro o alcoólatra ou o toxicómano que semeia desgraça em seu redor.
É vampiro o espírito sagaz ou vingativo que suga as energias das criaturas humanas e subjuga outros espíritos para agir na conquista e dominação de outras, e assim por diante, na imensa e variada pauta do vampirismo material e espiritual.

Por tudo isso, a cura do vampirismo não é mais do que um processo de separação dos implicados, de afastamento do vampiro da órbita de sua vítima.

Mas não basta esse primeiro passo.
É necessária a persuasão dos implicados pela doutrinação espírita.
A doutrinação é a transmissão do conhecimento doutrinário às duas partes.

Sem essa transmissão o processo não se completa e a cura será apenas uma suspensão do vampirismo por algum tempo.
Como ensinou Jesus (e vemos nos Evangelhos) podemos afastar os valentões que se apossaram da casa, limpá-la e arrumá-la.

Mas se ela ficar vazia os valentões convidarão outros parceiros e a retomarão.

Nesse caso, o estado da habitação será pior do que antes.
Conforme o grau de compromissos e responsabilidades mútuas entre os vampiros e suas vítimas, o tratamento será mais ou menos prolongado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:50 pm

Os vampiros são teimosos, insistentes, pois o vampirismo é para eles o meio de se manterem na rotina de seus vícios.

A vítima, por sua vez, está sovada no vampirismo e acostumada na entrega de si mesma sem relutância.
A frequência regular da vítima aos passes e às sessões mediúnicas é o único meio possível de fortalecê-la para a resistência necessária.

Não nos iludamos com as melhoras instantâneas.
Os vampiros não largam facilmente as suas vítimas.
Afastam-se estrategicamente e voltam com mais fúria na primeira oportunidade favorável.

É necessário que as vítimas curadas estejam convencidas disso e preparadas para repeli-los em suas investidas manhosas.

Apesar dessas dificuldades, em trabalhos bem dirigidos conseguem-se não raros resultados relativamente rápidos, que permitem maiores possibilidades na consolidação da cura.

A falência da Psiquiatria, com todos os seus métodos modernos, decorre da falta de consideração desses factores espirituais nos diversos tipos de perturbações mentais e desequilíbrios emocionais.

Impotentes ante os casos mais graves, como os de inversões e desvios sexuais, os psiquiatras mais actualizados adoptaram uma táctica de persuasão protelatória, considerando normais essas anormalidades.

Consideram perigosa a resistência aos impulsos inferiores da libido, alegando que a repressão resulta em complexos irreversíveis.

Os psiquiatras espíritas, que hoje felizmente já são numerosos, não podem aceitar essa táctica de capitulação, que os transformaria em cúmplices das entidades vampirescas.

Eles estão no dever indeclinável, profissional e consciencial, de se organizarem em associações de pesquisas, fundamentadas na Ciência Espírita e na Psiquiatria, para o enfrentamento necessário desses meios de abastardamento da espécie.

A sexualidade é o fundamento da vida e o sexo é a sua forma de manifestação.
Os psiquiatras ingénuos ou ignorantes brincam hoje com fogo em seus consultórios e suas clínicas e estão incendiando o mundo.

Partem para o sofisma em defesa própria, alegando a impossibilidade de se caracterizar o que é normal e o que é anormal.

Com isso pretendem declarar normais as anormalidades mais aviltantes.
Mas a normalidade se define por si mesma no meio social.
O sexo masculino define a personalidade normal do homem nas suas funções criadoras.

O sexo feminino define a personalidade normal da mulher.
Confundir alhos com bugalhos é táctica de negociantes fraudulentos e inescrupulosos.

Dizer a um adolescente que se sente dominado por impulsos negativos e procura livrar-se deles:
"Isso é normal, arranje um parceiro", é atirar o infeliz na roda-viva de um futuro vergonhoso.

Não é essa a função do médico ante o doente que o procura.
Já existem consultórios e clínicas dotadas de leitos ocultos, para os quais são convidadas consulentes desesperadas para uma terapêutica libertina.

O médico, no caso, receita-se a si mesmo como medicamento salvador.
A chamada terapia de grupo se transforma em gigolismo científico, em que mulheres desnorteadas são apresentadas pelos médicos a homens insatisfeitos que podem adornar a fronte dos maridos com base no receituário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 04, 2014 9:50 pm

Contou-nos um médico espiritualista uma anedota que afirmou não ser anedota:
"O Sr. B., importante figura social, tinha o hábito de pegar pontas de cigarro nas ruas e encher com elas os bolsos.
O psiquiatra que consultou submeteu-o a tratamento moderníssimo.

Encontrando-o mais tarde, o médico espiritualista perguntou se havia se curado.
Sim, respondeu o figurão empavonado.
Continuo a pegar as pontas de cigarro, mas agora não tenho nenhum constrangimento.

Faço-o com naturalidade".
As técnicas psiquiátricas mais modernas, como se vê, procedem da remota fase grega dos sofistas, dos quais Sócrates se desligou para poder encontra a Verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:40 pm

O homem pela metade

A percepção espiritual que o homem tem de si mesmo, inata e natural, desenvolveu-se nas civilizações da Antiguidade, a partir do ciclo das civilizações agrárias e pastoris, num sentido global.

O homem sentia e intuía a totalidade de sua natureza.
Por isso, não houve em parte alguma nenhum tipo de filosofia materialista.

A concepção materialista do homem apareceu tardiamente, como decorrência do seu desenvolvimento mental e do aguçamento da sua curiosidade.

As filosofias antigas actualmente designadas como materialistas ou precursoras do materialismo - mesmo nos tempos mais recentes do pensamento grego - fundavam-se em princípios espirituais e tendiam para explicações teológicas.

A presença de Deus é constante em toda a Antiguidade, desde as selvas até às civilizações teocráticas.
Na Idade Média tivemos o encerramento do último ciclo da evolução das civilizações antigas.

Nela se resolveu o processo dialéctico da evolução mundial, na confluência das conquistas ocidentais e orientais, para a síntese do Caldeirão de Dilthey, em que, segundo a conhecida tese desse filósofo, as concepções filosóficas e a mundividência de gregos, judeus e romanos se fundiam - na lenta elaboração do Milénio - para que pudesse surgir o mundo moderno, através do Renascimento europeu.

Renasciam na Europa as principais conquistas espirituais das antigas civilizações.

O Racionalismo grego dirigia as correntes em fusão à busca do real.
A nova civilização opunha-se ao Espiritualismo fantasioso da Antiguidade e às idealizações do platonismo, interessando-se pelo objectivismo aristotélico e suas tentativas de conhecimento material do mundo, das coisas e dos seres.

Só então se criava o ambiente propício ao desenvolvimento das formas de interpretação materialista.
Essa guinada, necessária e produtiva, da mente para os problemas terrenos libertava e aguçava a curiosidade humana pelos mistérios da Natureza, até então envoltos nas especulações mentais e nas fabulações da afectividade anímica.

Durante o milénio medieval a razão se desenvolvera e aprimorara, despontando em René Descartes e Francis Bacon para os avanços metodológicos da pesquisa científica.

O teólogo dissidente Abelardo aparece nesse contexto como o precursor de Descartes.
Sua revolta lhe custou caro, mas seu livro Sic et Non e seu famoso caso com Heloísa abalaram para sempre os fundamentos do mundo antigo.

Em vão a Igreja lutaria para manter o seu domínio absoluto.
A síntese que abriria os novos tempos estava impulsionada pelas forças da evolução e do processo histórico.

Nada poderia deter o seu desenvolvimento.
Como em todos os momentos de transição, o mundo se transformou num pandemónio e os espíritos mais vigorosos, portanto mais rebeldes, voltaram-se contra a dogmática eclesiástica, proclamaram o advento da Razão e negaram o conceito espiritual do homem, cortando-o pela metade.

Palavras como espírito e alma foram consideradas como resíduos de um passado de fábulas e ignorância.

Nos embates que se sucederam, com o desenvolvimento científico e a revelação progressiva dos antigos arcanos da Natureza, as Ciências herdaram para o seu estudo e a sua pesquisa apenas a metade do homem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:40 pm

A outra metade foi posta de lado como artigo de museu, válida apenas para o vulgo inculto.
Foi com verdadeira euforia que os homens se viram livres das responsabilidades de uma vida que não se extingue no túmulo.

E os cientistas em geral se ufanaram de haver descoberto que não passam de cinza e pó.
Os métodos de pesquisa científica se desenvolveram no plano sensorial, pois só o que era visível e palpável podia ser considerado como real.

Fundou-se assim a Civilização Mundial do tacto, apoiada na tecnologia das máquinas que até então não captavam fantasias ou fantasmas.

Relegado ao cesto de papéis velhos, o homem espiritual (nada menos de metade do homem real) não merecia atenção dos sábios.

Augusto Comte rejeitou a Psicologia, Pavlov e Watson descobriram a psicologia sem alma (uma ciência sem objecto), Marx e Engels fundaram o Materialismo Científico.

E Sartre, até hoje, acompanhado pela decadente figura de René Sudre, proclama a glória da nadificação do homem.
Os cientistas como Crookes, Richet, Zöllner, Gibier, Osty, Geley, que se atreveram a provar a realidade do espírito, foram considerados ingénuos ou amalucados.

Morselli, para salvar esses colegas, criou a atordoante novidade do Espiritismo sem espíritos.
Só faltou criar-se a Humanidade sem homens, o que ficou reservado para os nossos dias, com a descoberta maravilhosa da bomba de neutrões.

No plano religioso aconteceu o mais surpreendente dos fenómenos.
Os teólogos cristãos proclamaram a morte de Deus, baseados no testemunho do Louco de Nietzsche, e fundaram o Cristianismo ateu.

Diante desse panorama de loucuras científicas era natural que a Psicologia sem alma gerasse uma filha também desalmada:
a Psiquiatria da Libertinagem, que deu a mão à Toxicomania e saiu com ela para incentivar os homens no gozo da vida sem compromissos nem responsabilidades.

No mito grego os andróginos eram duplos, fortes e velozes.
Tentaram escalar o Olímpio para se fazerem deuses, mas Zeus os cortou pelo meio e devolveu-os mutilados ao rés-do-chão.

Esse homem mutilado povoou a Terra e foi ele que os cientistas mutilaram de novo, reduzindo-o a apenas um quarto do homem original.

Não é de admirar que esse homúnculo actual - recalcado, vaidoso e insolente como aquele pedacinho de fermento do Lobo do Mar de Jack London - esteja agora explodindo na angústia e nos delírios da sua impotência.

Perdendo a sua metade espiritual, entraram na crise de histerismo colectivo, fascinados unicamente pelas forças magnéticas do sexo e arrastados a todos os desvarios de uma esquizofrenia catatónica.

A cegueira materialista completa esse mórbido.
E vampiros e parasitas nada mais fazem do que atender aos chamados da carne sem alma que estertora na angústia existencial.

Só há um remédio para o doente sem esperanças: a volta ao espírito.

Enquanto, como ensina Hubert, o homem não compreender que é espírito e tem de viver como espírito e não como os animais-máquinas de Descartes, não haverá mais tranquilidade e esperança na Terra, que deixou de ser a Terra dos Homens de Saint-Exupéry para se transformar no domínio alucinado dos vampiros.

O ciclo infernal se define assim: os homens vampirizados morrem, se transformam em vampiros para vampirizar os que nascem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:41 pm

A concepção materialista do homem reduz a Humanidade a uma espécie animal sem perspectivas.
A vida, os sonhos, os anseios humanos se transformam em miragens e alucinações sem sentido.

Se houvesse apenas uma justificativa lógica para essa concepção ainda se poderia aceitar o curso intensivo dessa moeda falsa no mercado mundial das ilusões.

As miragens do deserto ainda podem ser explicadas pelos fenómenos de refracção da luz, mas essa miragem conceptual não se justifica por refracção óptica ou mental, nem por refracção histórica, nem por pesquisas antropológicas ou psicológicas.

Toda a História humana se assenta, em toda parte, na intuição universal da natureza espiritual do homem.

A novidade materialista do Século XIII brotou de vários equívocos na luta contra os absurdos e os desmandos da Igreja, baseados na ideia de poderes divinos supostamente concedidos aos clérigos através de rituais de origem selvagem.

A raiz do materialismo é o tacape do cacique, seco e morto, do qual só poderia brotar as cobras do bordão de Moisés na sala do faraó.

Historicamente o materialismo nasceu do sofisma, que é uma negaça com a verdade, de que se serviram os sofistas gregos para negar a possibilidade do conhecimento real.

O Materialismo Científico vale historicamente pela sua reivindicação social, mas o erro fatal da inversão da Dialéctica de Hegel o coloca hoje em posição filosófica retrógrada.

Falta-lhe a luz do espírito e quando esta aparece, acesa por mãos piedosas, ele a apaga às pressas.
Não pode suportá-la, como aconteceu recentemente na Universidade de Kirov, com a incómoda descoberta do corpo espiritual do homem pelos cientistas soviéticos.

É curioso como estamos ainda, apesar do acelerado desenvolvimento científico do nosso tempo, apegados ao método dedutivo-empirista do longo passado humano.

Os métodos da investigação tecnológica servem-nos para descobertas surpreendentes nas pesquisas fragmentárias da realidade exterior, mas no tocante aos problemas da essência e da natureza humana não avançamos um passo além da imaginação.

Nosso barco mental encalhou nas águas turvas das ideias feitas e das deduções precipitadas do processo teológico.
O misticismo dos crentes religiosos transformou-se, na Era Científica, numa forma espúria da mitologia de Bacon, fundada na idolatria suposta das soluções mentais.

Continuamos apegados aos ídolos do pensamento baconiano.
Imantados a preconceitos de milénios, precipitamo-nos em conclusões envelhecidas, sem o menor respeito pelo método cartesiano.

Modelamos a nossa imagem na rocha, com o cinzel de Miguel Ângelo e, como ele, queremos forçar essa imagem a falar.
Não acreditamos na evidência da Física, com medo de nos volatilizarmos na realidade atómica que nos revela a inconsistência da carne, de suas formas desgastantes e mortais.

Consideramos a Física válida para as coisas mais duras do que nós, mas mantemos intacta a imagem do homem carnal. Tememos a nossa própria dispersão no espaço e queremos nos esconder nas furnas de Bacon.

Descartes, o espadachim atrevido, nos apavora mais do que as explosões atómicas.

Voamos para a Lua envoltos em escafandros de segurança e voltamos das viagens espaciais assustados e agarrados às ideias esquemáticas dos teólogos medievais, como aconteceu com os astronautas americanos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:41 pm

O instinto de conservação animal predomina sobre a razão científica e nos tornamos místicos como os frades auto flageladores.

As usinas americanas de produção de seitas religiosas em série funcionam no ritmo acelerado do medo, aumentando assustadoramente a capacidade de exportação de pastores americanos para todo o mundo.

Os astronautas soviéticos, materialistas, voltam do espaço sideral alardeando que Deus não existe porque eles não o encontraram nos subúrbios orbitais do planeta.

Repetiram, em escala cósmica, as bravatas infantis dos cirurgiões do século XVIII que se vangloriavam de jamais haverem encontrado a alma na ponta de seus bisturis.

Os séculos passam, o conhecimento avança, mas as orelhas de Midas continuam plantadas na Terra.
Até mesmo um filósofo como Bertrand Russel, inegavelmente lúcido, escorrega na lógica declarando que, apesar dos estragos feitos no conceito de matéria, a verdade é que as leis físicas continuam a vigorar.

A hipnose materialista entorpece os cérebros.
Por outro lado, o apego do homem ao corpo material perecível - alimento dos vermes - não deixa os mais ilustrados materialistas, inimigos ferrenhos de Deus, perceberem que, com esse apego, prestam homenagem ao suposto inimigo nessa teimosa idolatria da carne.

Combatem o Criador, mas não querem sair do aprisco de suas criações efémeras.
Em seu livro Os Estranhos Fenómenos da Psique Humana Vasiliev nos oferece uma nova imagem de Prometeu acorrentado às rochas do Cáucaso, tendo seu fígado devorado pelos abutres.

É a imagem trágica de um Prometeu às avessas, que não roubou o fogo do céu, em que não acredita, mas luta desesperadamente para manter aceso o fogo terreno de Vesta, depois que as próprias vestais do materialismo o apagaram.

O notável cientista soviético faz-se campeão do ilogismo para virar no avesso as mais recentes e indisfarçáveis conquistas espiritualistas das Ciências.

Vigiado pelo Leviatã do Estado, gasta a sua inteligência e o seu saber transitório debatendo-se inutilmente na luta contra a verdade eterna da natureza espiritual do homem.

Como Bertrand Russel, não percebe que as leis físicas descobertas pelas pesquisas científicas não são mais do que os fundamentos da realidade material gerada e sustentada pelo poder do criador do espírito.

Essas leis não fazem parte da concepção materialista, mas da estrutura da Realidade Total em que a matéria se insere no plano sensorial ilusório.

Bertrand, Vasiliev e René Sudre - essa comadre fofoqueira e centenária da batalha contra o espírito - não perceberam ainda que suas unhas, seus cabelos e seus olhos não são o que eles vêem e sentem, mas plasmas atómicos, nevoeiros plásmicos condensados pelo condicionamento dos nossos sentidos, nas formas de percepção ilusória da realidade-real, que só agora estamos descobrindo.

O homem pela metade, essa visão parcial do homem que hoje possuímos, é simplesmente um animal dotado de instintos, entre os quais avulta o de reprodução da espécie.

O psiquismo humano não existe, é fisiológico e não psíquico.
Daí a falência da Psicologia Terapêutica e especialmente da Psiquiatria Libertina.

Por isso, os psiquiatras honestos apegam-se hoje aos recursos do Espiritismo - a Ciência do Espírito, fundada por Kardec -, a única ciência real, baseada na pesquisa dos fenómenos, capaz de completar a nossa visão do homem de maneira positiva.

Só um psiquiatra dotado de recursos espíritas pode enfrentar com eficácia os estranhos fenómenos da psique humana que aturdem os especialistas mais experientes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:41 pm

Comportamento humano

O comportamento humano depende de muitos factores que tentaremos alinhar no quadro abaixo:
1 - o grau de evolução do ser em sentido geral;

2 - as diferenciações de graus evolutivos, em cada ser, nas diferentes áreas das faculdades humanas; exemplo: inteligência, moralidade, afectividade, acuidade, responsabilidade, sensibilidade, idealidade, praticidade, integralidade (no sentido de integração na realidade), materialidade e espiritualidade;

3 - hereditariedade genética;
4 - heranças de encarnações anteriores;

5 - condições da encarnação actual (meio em que nasceu e cresceu, educação, profissão, etc.);
6 - enfermidades actuais, situações financeiras difíceis ou boas, vícios adquiridos e assim por diante.

Nesse quadro, apenas esboçado, podemos ver como é variado o quadro determinante do comportamento humano, tornando-se difícil à elaboração de um esquema, universalmente aplicável.
Desse facto se valem os corifeus da Psicologia e da Psiquiatria Libertinas para contestarem os padrões de normalidade do comportamento humano e incluírem nas faixas de normalidade os processos anormais verificados na História das Civilizações e considerados, em épocas pregressas, como normais.
Alegando a impossibilidade de uma classificação precisa do normal e do anormal, conseguem impressionar as criaturas ingénuas ou desprevenidas, que acabam se conformando com as suas anormalidades, entregando-se às garras insaciáveis do parasitismo ou do vampirismo.
Vidas que poderiam ser nobres, dignas, proveitosas, tornam-se vergonhosas e inúteis, e o que é pior, servindo apenas de exemplos negativos, estimulantes de capitulações desastrosas.

Famílias inteiras são às vezes afectadas por esses desastres morais de profunda repercussão.

O homossexualismo, nos dois sexos, por sua intensidade nas civilizações antigas e sua revivescência brutal em nosso tempo, é a mais grave dessas anormalidades que hoje se pretende declarar normais.

E é precisamente nesse campo, o mais visado pelo vampirismo - desde os íncubus e súcubus da Idade Média até os nossos dias -, que incidem hoje os destemperos criminosos dos libertinos diplomados.

A própria palavra normal, tendo vários sentidos, oferece margem a interpretações ambíguas.
Mas no plano cultural não se justifica a extensão da ambiguidade comum do linguajar popular aos conceitos filosóficos e científicos claramente definidos.

Examinando o termo em seus vários significados, a partir das origens latinas, os filósofos definiram a palavra normal como designativa de ocorrências naturais e habituais numa determinada espécie ao longo das civilizações.

Vindo de norma, o adjectivo normal significa regra, modelo, e é assim aplicado em todas as línguas.
Durkheim lhe deu maior precisão ao lembrar que só se torna normal o que é bom e justo.

Há dois critérios seguros para se definir a normalidade dos factos:
o quantitativo, que se funda estatisticamente na maioria, e o qualitativo, que se baseia na qualidade ou valor dos fatos dentro de um contexto determinado.

Através desse conceito chegamos à equivalência do normal com o natural, ao que corresponde às exigências naturais e, portanto necessárias das coisas e dos factos no tocante a uma espécie ou ao conjunto das várias espécies em determinado plano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:41 pm

Em todas as espécies: minerais, vegetais, animais, com plena consciência, na espécie humana o critério teleológico, referente à finalidade, o normal é o que se enquadra na definição de Durkheim, ou seja, o que é bom e justo.

O bom e o justo correspondem a finalidades claras e evidentes.
A finalidade genética do sexo define de maneira irrevogável a sua normalidade.

Toda prática sexual que não corresponda à sua finalidade ao mesmo tempo equilibradora, produtora e reprodutora do organismo humano é anormal, acusando disfunções e desvios mórbidos no indivíduo e no grupo social.

Qualquer justificativa dessas anormalidades não passa de sofisma atentatório da própria existência da espécie.

O crime cometido pelos que se utilizam desses sofismas para disfarçar a sua incapacidade profissional é o de traição à verdade, à ética profissional e individual, à moral social, à dignidade humana, às exigências da consciência, culminando, por sua extensão à humanidade, no crime de genocídio.

Não estamos exagerando, os desvarios recentes de um psiquiatra levou-o a considerar a prática homossexual como possível meio de controlo da natalidade.

A nação que aceitasse essa tese estaria cometendo o crime de aviltamento de si mesma, de condenação sumária de seus cidadãos à desvirilização e à indignidade mais abjecta.

Todos os valores humanos seriam reduzidos à lama dos chiqueiros, ante os homens transformados em porcos pela Circe moderna da Psiquiatria dementada.

A varinha mágica da Circe de Ulisses, no poema homérico, seria transformada na bomba de neutrões do genocídio covarde dos físicos inconscientes desta hora amarga do mundo.

O comportamento humano foi profundamente abalado e em grande parte subvertido pelas rápidas transformações deste século em todos os sectores vitais, mas os fundamentos conscienciais desse comportamento não se abalaram nem se subverteram.

A consciência humana define o humano, é ela que caracteriza o homem como poder e como ser.
Ela, portanto, e só ela, sustenta e garante a uniformidade do comportamento humano básico em todo o planeta.

As variações decorrentes de condições raciais, de tradições, de estruturas políticas, sociais e económicas são apenas de super estruturas, praticamente superficiais.

O gangster, a prostituta, o ladrão, o assassino profissional, o homem de bem e o santo possuem todos o mesmo tipo de consciência e por isso são sempre reconhecidos, em toda parte, como seres humanos.

Um homem cruel e um homem santo são ambos homens, com os mesmos direitos e os mesmos deveres.

O comportamento de ambos é profundamente diverso, mas a sua essência é a mesma.
No santo existe a tendência ao bem e no cruel a tendência ao mal.
E ambos estão sujeitos a se transformarem no contrário, às vezes por motivos insignificantes, que não justificam a mudança.

Mal e bem são potências do espírito que podem passar a ato, desenvolver-se, actualizar-se.

O segredo da conversão e da reversão dorme nos recessos do inconsciente, nesse arquivo submerso das experiências anteriores em que as emoções mais intensas e os impulsos mais vigorosos esperam apenas um toque, um pequeno motivo para subirem em tumulto à tona da consciência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:42 pm

Essa permeabilidade assustadora, entretanto, é a garantia da liberdade, o livre-arbítrio é o tribunal da consciência, que como todos os tribunais dispõe de recursos para conter as invasões perigosas e repeli-las, mas também de fraqueza suficiente para capitular no primeiro assalto das forças deletérias.

A Corte Suprema é a consciência em si, inflexível nas suas exigências e sempre pronta a castigar rigidamente os trânsfugas e os covardes.

O homem honesto comete uma infracção e sente imediatamente a reprovação da consciência.
Se a acata e procura reequilibrar-se, recebe a ajuda dos poderes conscienciais e se firma na linha recta do comportamento bom e justo.

Se logo se entrega e goza no gozo ilusório do mal, cai na lama dos instintos e sofrerá muito antes de recuperar-se.
Pode perder-se por séculos e milénios, mas nunca se perderá em definitivo.

Por isso Papini em O Diabo sustentou, para escândalo do meio católico e do Vaticano, a possibilidade da conversão do Diabo, e Teilhard de Chardin, o teólogo, afirmou que o condenado não é jamais expulso do Pleroma (O corpo místico de Deus), mas será expulso apenas para a fímbria do Pleroma, de onde um dia poderá voltar para o seu lugar vazio.

A consciência não desfalece nem morre, permanece sempre vigilante e actuante.
Por isso a vida do condenado se transforma em inferno, tangendo-o sem cessar para os caminhos do retorno.

Os que acreditam em condenações eternas não conhecem essa mecânica divina que Pitágoras adoptou na simbologia da Metempsicose.

E foi também por isso que o Cristo declarou que nenhuma das suas ovelhas se perderia, nem Judas pela traição, nem Pedro pela fraqueza da negação, nem Madalena pela entrega aos delírios sensoriais.

Mas se não existe a perdição eterna, existem as formas variáveis da perdição temporal, sempre carregada de sofrimento, desespero e angústia.

Os que se perdem nos caminhos da evolução, tomados de revolta insensata e angústias profundas, desajustados na sua irredutível condição humana, tentam sempre construir o seu próprio império e levar para ele os seus afectos e desafectos.

A figura simbólica do Diabo, existente em todas as religiões simbologistas, representa o vampiro insaciável, sempre insatisfeito, caçando as almas de Deus para os redutos das trevas.

Mas, na verdade, o vampirismo é apenas um fenómeno de simbiose, que tanto ocorre entre os encarnados, quanto entre os desencarnados.

Ante os protestos ameaçadores e escandalizantes da Igreja, que considerava a comunicação mediúnica como uma profanação dos mistérios da morte, Kardec respondia explicando que os homens são espíritos aprisionados num corpo carnal e os espíritos comunicantes são espíritos livres.

Da mesma maneira - acrescentava - como um homem em liberdade pode conversar com um prisioneiro através das grades, os espíritos livres podem conversar com os espíritos detidos num corpo carnal através das grades dos sentidos.

A mediunidade não é mais do que isso.
Os espíritos se comunicam, de maneira natural e até mesmo habitual, servindo-se das faculdades da mente e das possibilidades de extravasamento do sensório humano.

Desde que o mundo é mundo isso acontece e não há quem não conheça esse fenómeno natural.
Nessas relações interespirituais estabelecem-se relações naturais entre criaturas encarnadas e criaturas desencarnadas.

A simbiose assim estabelecida se prolonga e se desenvolve no plano das afinidades.
O vampirismo propriamente dito é uma relação negativa, baseada em interesses inferiores de parte a parte.
Ao morrer, o homem sai da prisão corpórea, mas não se livra de seus maus hábitos, de suas viciações, de sua maldade e assim por diante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:42 pm

Esses espíritos inferiores (como os homens inferiores entre nós) gostam de companhias que se afinem com as suas tendências.
Um espírito de alcoólatra relaciona-se com uma pessoa do mesmo vício ou com tendências para o vício.

Os espíritos de criaturas sensuais ligam-se a criaturas do mesmo tipo.
O vampirismo se processa em termos de reciprocidade.
O homem bebe e o espírito suga as suas emanações etílicas.

Essa perigosa sociedade se prolonga às vezes por toda uma vida, pois nenhum dos dois quer perder o parceiro.

Daí a necessidade da intervenção das práticas espíritas, para a separação da dupla, livrando-se a criatura humana do assédio negativo do espírito viciado.

O comportamento humano é assim afectado e modificado pelas influências vampirescas geralmente imperceptíveis para a vítima.

Os processos vampirescos abrangem as mais variadas modalidades, de acordo com as tendências humanas.
O vampirismo mais perigoso é o que se passa no plano das ideias.

A ligação mental se estabelece de maneira imperceptível.
Pessoas demasiado sensíveis, predispostas ao fanatismo em qualquer campo, tornam-se presas fáceis de entidades do mesmo tipo, que acabam por levá-las à loucura.

Manias, tiques, ojerizas, escrúpulos exagerados e ridículos, às vezes apenas levemente perceptíveis em criaturas humanas, são lentamente levadas ao máximo pela acção vampiresca.

Psicólogos e psiquiatras conhecem bem o desenvolvimento desses processos, em que manias praticamente insignificantes, que não chegam a prejudicar as pessoas, transformam-se em manifestações exageradas e muitas vezes perigosas.

Desconhecendo a causa, ou confinando-a numa hipótese da sistemática científico-materialista, os psicoterapeutas submetem os doentes a processos violentos de cura, sem resultados ou com os tristes resultados das deformações do comportamento do doente, que perde geralmente a sua espontaneidade e caem em estados não menos perigosos de apatia.

O Dr. Karl Wickland relata em seu livro 30 Anos Entre os Mortos os resultados de seus trabalhos em sua clínica psiquiátrica de Chicago, servindo-se da mediunidade de sua esposa.

Os relatos são minuciosos e bastante esclarecedores.
Na colecção da Revista Espírita, de Kardec, hoje traduzida em seus doze volumes e lançada no Brasil pela Editora Edicel, de São Paulo, Kardec antecipou essa façanha de Wickland, descrevendo vários casos.

O Dr. Inácio Ferreira, director do Hospital Espírita de Uberaba (Minas Gerais) relatou também em seu livro Novos Rumos à Medicina os casos tratados e fichados naquele hospital.

O Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, do Rio, publicou valiosos trabalhos a respeito.
Em qualquer dos 32 hospitais espíritas do Estado de São Paulo os interessados podem obter comprovações científicas a respeito desses casos.

As pesquisas actuais da Parapsicologia, nos principais centros hospitalares e universitários do mundo, acabaram por vencer a resistência teimosa e preconceituosa dos meios científicos.

O Dr. John Herenwald, em seu livro Telepatia ou Relações Interpessoais, relata fatos altamente significativos de tratamentos em sua clínica londrina. Herenwald se refere especialmente aos casos de influenciações entre pessoas vivas, nos quais se torna mais natural e mais objectivo (ao gosto do século) o processo psicodinâmico dessas influenciações mentais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:42 pm

O desenvolvimento das pesquisas parapsicológicas na URSS levou o Dr. Wladimir Raikov, da Universidade de Moscovo, a instalar nessa instituição as pesquisas parapsicológicas sobre a reencarnação, sob a legenda preventiva de "reencarnações sugestivas", que serviu de título, mais tarde, ao famoso livro do Dr. Ian Stevenson, do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Califórnia.

Na Roménia, para esquivar-se aos atritos com o Estado e franquear a barreira dos preconceitos materialistas, os cientistas interessados no assunto mudaram o nome da Parapsicologia para Psicotrónica.

Define-se, assim, o psychic-boom actual, a explosão psíquica no mundo, como definiu o fenómeno a Enciclopédia Britânica em seu suplemento de Ciências, como uma realidade evidente do nosso século.

Os psicólogos e psiquiatras que dão de ombros a esse fato inegavelmente científico no campo de suas especialidades cometem simplesmente uma omissão perigosa, tanto para si mesmos quanto e principalmente para os seus clientes.

Kardec provou em suas pesquisas, com inegável critério científico, numa linha de lógica impecável, que o comportamento humano depende não só do nosso equilíbrio, mas também das influências diversas que nos afectam, e particularmente da acção, sobre nós, das entidades invisíveis, mas perfeitamente detectáveis com as quais convivemos.

Os cientistas da época, mobilizados para combatê-lo e fazê-lo calar-se - como no caso histórico da Sociedade Dialéctica de Londres e no caso pessoal de William Crookes, expoentes da Ciência no século XIX -, só conseguiram confirmar as suas descobertas.

A Igreja mobilizou os seus recursos poderosos para ridicularizar o investigador honesto, marginalizar a Ciência Espírita, torná-la odiada e repudiada no meio cultural, mas Kardec não recuou.

Diante da sua firmeza e das provas crescentes que se acumulavam através de incessantes pesquisas, outros e numerosos cientistas o socorreram na sustentação da verdade espírita.

Crivaram-no de calúnias vis, até hoje ainda usadas contra a sua memória impoluta, e a todos ele respondeu com a clareza lógica de um sábio.

Ele mesmo denunciou corajosamente que a Inquisição ainda acendia suas fogueiras.

Foi queimado em efígie na fogueira de suas obras em Barcelona e escreveu:
"A Inquisição não passou, arrasta ainda sua cauda na Espanha".

De toda a tremenda mobilização contra ele nada mais sobrou do que argumentações vazias, mentiras, calúnias - sem uma única contraprova arrancada, por um único cientista que fosse, de pesquisas sérias e honestas.
As Ciências posteriores, como assistimos agora em nossos dias, confirmaram de maneira plena o acerto e a verdade do trabalho doloroso e irredutível do mestre, abrindo novas perspectivas a respeito e - o que mais o honra - seguindo rigorosamente, sem intenção nem conhecimento, o esquema e os métodos por ele estabelecidos.

Nenhum dos princípios da Ciência Espírita - por ele fundada e desenvolvida - nem um só desses princípios e dessas leis foi sequer abalado pelo espantoso avanço das Ciências neste século de profundas renovações.

Qual o génio da Ciência que poderíamos comparar com ele nesse sentido?
Qual a razão objectiva, cientificamente provada, em que se esteiam ainda hoje os seus adversários, no geral completamente ignorantes a respeito da Ciência Espírita?

Qual a razão racional, fundada em factos, em provas irrefutáveis, em que se apoiam hoje os contraditores gratuitos e fúteis de Kardec para o rejeitarem no meio cultural e científico?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 05, 2014 9:42 pm

E como, diante disso, podem os psicólogos e psiquiatras, os terapeutas psíquicos de hoje, rejeitar levianamente a verdade provada para submeter seus clientes a experiências torturantes, perigosas e sem resultados?

O vampirismo aí está, aviltante, dizimando gerações no fogo de Moloc, e sacerdotes cristãos, mal formados em Teologia, essa pretensiosa Ciência de Deus, cuja falência humana chegou ao seu fim inevitável, substituem nos serviços ao deus faminto, em substituição voluntária, os seus sacerdotes que o tempo e a História fizeram desaparecer.

Como podem falar em comportamento humano os que assim se comportam nesta hora decisiva do mundo?

Em 1935 morria Richet, entregando aos seus discípulos da Escola de Medicina de Paris o seu testamento científico:
o Tratado de Metapsíquica, em cujas páginas iniciais presta reverente homenagem a Kardec.

A imprensa trombeteou em todo o mundo que a última pá de terra sobre o corpo inerte do grande fisiologista enterrava também, para sempre, as falácias metapsíquicas e espíritas.

Foi um desafogo mundial.
Dali por diante, ninguém mais falaria em espíritos e fantasmas.
O assunto estava morto e enterrado.

Não sabiam, porém, esses festejadores da morte, que cinco anos antes, precisamente em 1930, na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, Rhine e McDougall já haviam fundado a Parapsicologia, baseada no mesmo esquema e seguindo a mesma linha metodológica de Kardec, com os seus mesmos objectivos.

Os fantasmas haviam voltado ao meio científico antes do enterro de Richet, e agora servindo-se dos recursos novos da Tecnologia.
Em 1940 os maníacos de Duke proclamavam os primeiros resultados positivos de suas novas pesquisas na linha kardeciana.

Hoje a Ciência Espírita desafia os cientistas na própria URSS, nas entranhas ideológicas da maior e mais poderosa fortaleza do Materialismo agonizante, que morreu asfixiado nas mãos dos físicos, como acentuou Einstein.

Tudo isso não pesa em nossa cultura sensorial e sem senso?
Nada significa?
Os terapeutas do psiquismo não percebem que a vergonha do caso Pasteur ameaça esmagá-los nas prensas da História, no alvorecer da Era Cósmica?

Depois das pesquisas de Bethrev e Pavlov na Rússia, puramente fisiológicas, seguidas das pesquisas com o rato no labirinto, de Watson, nos Estados Unidos, tivemos o aparecimento da Psicologia Sem-Alma, que resultou na Psicologia-Ecologia-Sociológica dos nossos dias, denunciada e criticada por Rhine.

O Behaviorismo ou Comportamentismo (Psicologia do Comportamento), desviava-se da alma e negava o pensamento.

Foi um deus-nos-acuda e Watson, pelo menos, conseguiu enriquecer-se com as exibições das espertezas do rato.
O homem se integrava na concepção cartesiana do animal-máquina a que Descartes se apegava em suas lutas contra os teólogos.

A felicidade ingénua, infantil, que essa psicologia proporcionava ao homem moderno, liberto dos temores do após-morte, provocou uma euforia mundial.

Os fantasmas eram pura fantasia, a Física Transcendental de Friedrich Zöllner uma brincadeira de ilusionista na imanência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 06, 2014 9:52 pm

A Terra era o melhor dos mundos, na concepção consoladora de Pangloss.
Vivia-se neste mundinho passageiro como Adão e Eva no Éden.
Comia-se, bebia-se, divertia-se e morria-se para uma eternidade prazerosamente vazia.

A morte era a nadificação total, absoluta, que Sartre iria proclamar.
Nada de preocupações transcendentais.
Viveríamos como libélulas de asas translúcidas e o corpinho leve de insecto.

Viver, eis tudo o que se tinha a fazer.
O comportamento humano não tinha segredos nem opções.

Mas, para quebrar essa euforia de camundongos (sempre aparecem os desmancha-prazeres), surgiu em Viena um judeu nebuloso que fabricava uma alma artificial para o homem, com três peças distintas numa só alma verdadeira; o consciente, o subconsciente e o inconsciente.

Sigmund Freud trazia ainda na sua ratoeira um bando de fantasmas complexos, com nomes gregos.

Esse judeu acabou com a alegria infantil dos comportamentistas.
Frio e analítico, atribuía todas as perturbações humanas à libido e fazia concorrência deslavada aos padres confessores, tirando a clientela dos confessionários para as poltronas e os sofás das clínicas psicanalíticas.

Os ratos começaram a sumir do mercado e foram substituídos por introjeções e recalques.
Descobriu-se que o homem nada mais era do que um judeu recalcado pelo moralismo desesperante dos rabinos do Templo de Jerusalém.

Não se podia mais negar a alma, mas provava-se que a sua tranquilidade, bom-senso e bom comportamento dependiam exclusivamente da liberdade sexual.

Estavam abertas para a Humanidade as comportas salvadoras da liberdade sexual e a população mundial começou a crescer com tal rapidez que o próprio Freud ficou assustado.

A salvação agora estava nos anticoncepcionais.
A talidamida começou a gerar monstros, a libertinagem dominou as nações e o Dr. Freud passou de herói a vilão, sendo acusado de subversivo e destruidor da paz mundial.

Para reajustar o mundo conturbado Hitler descobriu que havia raças inferiores e superiores na Terra, que cão pode cruzar com rato, por isso o melhor era exterminar pela guerra total as raças inferiores, entre as quais, só de raiva, incluiu a judaica.

O que aconteceu depois todo mundo sabe.
Tudo isso deu muitos sáris vampiros, que haviam ficado esquecidos e podiam agir sem freios e sem serem percebidos sobre toda a massa humana.

Não se pode querer maior demonstração das incongruências do comportamento humano do que numa visão panorâmica da História Contemporânea.

Pensa-se agora em construir cidades em funis de duralumínio no espaço sideral, enquanto a Astronáutica descobre caminhos para uma fuga em massa da Humanidade para Marte ou outro planeta disponível.

Qual será o nosso futuro comportamental?
Há muitas hipóteses a respeito, mas ninguém pensa na possibilidade de nos comportarmos como espíritos, aqui mesmo na Terra, ajudando os vampiros a reconhecerem que também são espíritos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 06, 2014 9:52 pm

Os vampiros sagrados

Quem fala em vampiro lembra-se logo de sangue.
E com razão, pois é a ligação entre vampiro-morcego, sangue-sexo e morte, estruturada numa cadeia ídeo-afectiva de associação de mitos da mais remota antiguidade.

As relações, tão conhecidas, estudadas e pesquisadas entre misticismo e sexo revelaram claramente a dinâmica genésica desse processo alucinante.

É fácil imaginarmos o aturdimento dos homens primitivos, em suas lutas na selva, ante os mistérios e as ameaças da Natureza e a explosão de seus instintos em seu próprio corpo, desencadeando na sua mente e no seu psiquismo temporais de imagens contraditórias, fascinações, desejos e repulsas.

Nesse caos genésico ele percebia, como elementos pregnantes, o fluxo do sangue em seus ferimentos e nos ferimentos da caça, os animais sugadores de sangue, o esvair da mulher em sangue para o nascimento dos filhos e a morte produzida nos animais e nos homens pelo borbulhar do sangue ao impacto das flechas, dos tacapes ou das lanças na carne animal e humana.

Na variedade caótica das coisas e seres que o envolviam ele se fechava na toca psicológica das sensações e dos dados mais próximos, que o tocavam na pele, para formar instintivamente a sua visão do mundo.

A intuição da ordem natural, conjugada com o desenvolvimento do animismo antropomórfico que o projectava na realidade confusa, permitindo-lhe estruturar o caos segundo a sua própria estrutura humana, despertava em sua mente a ideia de poderes superiores e ordenadores do mundo.

As civilizações fálicas da mais remota Antiguidade, como a da Suméria, atestam a validade desses processos genésicos da espécie humana.

O sexo representava o poder criador, o sangue consubstanciava o poder vital, os animais vorazes mostravam que dependiam do sangue e da carne para sobreviver, a morte do animal e do homem extinguia o sangue e o reduzia a coágulos inertes.

Desse conjunto de impressões poderosas nasceram as primeiras formas das civilizações mágicas, foi sempre o vampiro afugentado por fogo e fumaça ou evocado e louvado por fumaça e fogo.

Por isso, o raio que incendiava as florestas confirmava a existência de um Ser Supremo, agindo ostensivamente sobre a vida de todos os seres e de todas as coisas.

Esse Mago complexo e assustador é o Arquétipo determinante de todo o comportamento humano, em todas as civilizações, até aos nossos dias.

Dele emanam as forças que nos movimentam no palco do mundo, da dialéctica da vida e da morte.

Tentemos ver como ela se processa.
A vida flui do sangue e a alma está no sangue, segundo a Bíblia e as mais antigas concepções do homem.

O sangue é o poder que nos conserva vivos e ligados a toda a realidade vital.
Vivos, pertencemos à Terra, participamos dela e nela sofremos e gozamos de todos os seus bens.

Todos os males desaparecem enquanto a vida predomina em nós.
Mas basta uma breve perturbação, um desequilíbrio orgânico, uma grande contrariedade, para que bens terrenos percam o valor habitual que lhes damos.

Nesses momentos a criatura mais feliz, mais apegada à Terra, sente o anseio de uma vida superior e não raro percebe que vivemos como hóspedes de um mundo estranho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 06, 2014 9:52 pm

Bastaria isso para nos mostrar que precisamos de um condicionamento especial para a vida terrena.
A hipnose dos prazeres e das satisfações efémeras se enfraquece e voltamos os olhos para o Alto.
Os freios duros da vida nos revelam a sua dureza e ansiamos pela transcendência, substituindo o apego à vida pela busca existencial.

É na sucessão desses momentos que nos preparamos para a libertação das ilusões condicionantes.
Se não ouvirmos o chamado das hipóstases superiores, em que voam as almas viajoras de Plotino, aceitaremos facilmente a proposição desoladora de Sartre:
"O homem é uma frustração".

Um pouco de reflexão bastaria então para vermos, de maneira clara e insofismável, o sentido dialéctico da vida terrena, em que o mal nos acossa para nos levar ao bem, para nos libertar das garras da angústia, impropriamente chamada existencial.

Mas estamos viciados na futilidade, na satisfação dos prazeres fáceis, sentimos a saudade aguda dos chamados momentos felizes, da euforia dos sentidos enganadores, e, atraídos pelo passado recente, tentamos voltar às condições perdidas, ao falso Éden de onde fomos expulsos pela ignorância de que a serpente se vale para impedir-nos de chegar, depois, à Árvore da Sabedoria.

Os vampiros caem então sobre nós e nos colhem de novo em suas garras e bocas vorazes.
Não obstante, não foram eles que nos conquistaram, fomos nós mesmos que nos entregamos, e a força e o poder com que eles nos dominam não são deles, mas nossos.

Vivendo no plano extra físico, os vampiros agem sobre nós por indução mental e afectiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e que não podem fazer por si mesmos.

Podemos resistir a essas induções e fazê-los afastar-se de nosso ambiente, com a simples recusa de atendê-los.

Mas se aceitamos viciosamente suas ordens, acabam por nos dominar.
Assim nos tornamos seus servidores e seus comparsas, estabelecemos com eles fortes vínculos afectivos e sensoriais ou mentais.

Quanto mais os obedecemos, mais submissos nos tornamos.
Os vampirizados que se queixam de falta de força para resisti-los mentem a si mesmos.

A resistência ao vampiro é um momento decisivo da nossa vida.
Nesse momento é que se revela na prática o nosso livre-arbítrio, a nossa liberdade individual, a nossa capacidade de querer e fazer.

Os psiquiatras que "resolvem" um caso de homossexualidade convencendo a vítima de que esse é o seu destino tornam-se cúmplices das consequências desse acto de ignorância e arrogância.

Os que sobrecarregam as vítimas de pesadas dosagens de psicotrópicos violentos, neutralizando-lhes a capacidade de reacção, são auxiliares inconscientes do vampirismo.

Desarmam o doente diante do algoz, quebram-lhe as últimas barreiras da vontade e com isso, as suas últimas esperanças de libertação. Nossa vontade é sempre mais forte do que a supomos, mas nunca saberemos quanto pode e vale, se não a pusermos em acção.

Além dos psicoterapeutas, os vampirizados contam ainda com uma nova ordem de ajudantes dos vampiros:
falsos parapsicólogos e sacerdotes psicologisantes, que em suas clínicas bastardas de papa-notas esgotam as energias, as esperanças e as economias dos consulentes e suas famílias.

É curiosa a preferência dos clérigos por essa forma específica de clínica da histeria, distúrbios da afectividade e todo o cortejo de perturbações provenientes das abstenções forçadas pelos mesmos impostas, há pelo menos dois milénios, às gerações mumificadas na moral dos burgos medievais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 06, 2014 9:53 pm

Aldous Huxley, em Os Demónios de Laudan e em O Génio e a Deusa, estuda respectivamente o famoso caso de Madre Joana dos Anjos na França, com o vampirismo a solta no convento, e Vitória na Inglaterra, pondo a nu a hipocrisia das virtudes enjauladas e do moralismo formal gerador de conflitos insanáveis.

Não há melhor prato para os vampiros do que os preparados pelos cozinheiros de luvas de Suas Majestades e das cozinheiras recatadas de Suas Santidades.

Talvez por causa dessas preferências, ambas palacianas, encontramos com frequência na história do vampirismo a curiosa classe dos vampiros sagrados.

Na descendência sacerdotal dos cultos mitológicos da Antiguidade, o caso mais evidente é o de Iavé, Deus dos judeus, que deu ao seu povo o direito de abater e devorar animais, mas com a condição divina de não lhes beber o sangue, que o Deus reservara exclusivamente para os seus banquetes particulares, e a condição humana de povoar toda a Terra em proliferação incessante, abarrotando-a de carne e sangue.

As condições foram cumpridas.
Os judeus até hoje só comem a carne provinda de matadores rituais, em que o sangue das vítimas é reservado para o vampiro sagrado.

A proliferação foi incessante e hoje temos a Terra superpovoada, com mais de cinco biliões de criaturas ingénuas à espera do corte, que é tão incessante como o das reses e similares, em todas as nações.

Por maior que seja a voracidade de Iavé, ele não conseguiu consumir, como desejava, todo o sangue derramado na Terra.

Os vampiros sagrados esmeraram-se em práticas de sugar o sangue humano e dos animais.
Na Idade Média os próprios sacerdotes inventaram técnicas especiais para dar consumo aos rios de sangue, que então substituíram os rios líricos de leite e mel de Canã.

O sangue excedente das virgens foi muito útil nas práticas da Goécia ou Magia Negra, com que os clérigos, nos tabuleiros de xadrez da política eclesiástica, bebiam das virgens sacrificadas, e devoravam sem piedade rainhas e reis, príncipes e bispos nos entreveros com peões das cavalarias reinós.

Em sua investigação, nos próprios arquivos do Vaticano, revendo antigos processos de bruxaria, Albert de Rochas constatou a extensão e a profundidade dessas práticas nas lutas dos clérigos contra reis e príncipes.

Essa obra, em que De Rochas, director do Instituto Politécnico de Paris, relembra fatos assombrosos, está publicada entre nós com o título de A Feitiçaria,1 em boa tradução de Júlio Abreu Filho.

No mundo mitológico o vampirismo, como desenvolvimento dos tempos primitivos, sempre apoiado nos mitos de sangue, apresenta no Egipto, na Mesopotâmia, em todo o Fértil Crescente Oriental, até as civilizações pré-racionais de gregos e romanos, um vasto painel de vampiros sagrados, sugadores de sangue e energias vitais.

No culto de Vesta, em Roma em que se adorava o Fogo Sagrado, as vestais se iniciavam nos ritos da virgindade, ao que parece vindo da Pérsia zoroastriana.
As vestais permaneciam virgens até os 30 anos, segundo Benét Sanglé.

Depois dessa idade elas podiam retirar-se do serviço divino e casar-se.
Se fossem violadas antes dessa idade, seriam enterradas vivas, para o desagravo da deusa a que se haviam dedicado.

Todos os ritos do sangue implicavam sanções cruéis para os transgressores, logicamente determinadas pela natureza sagrada do sangue e pelo sentido trágico de sua longuíssima tradição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 06, 2014 9:53 pm

Em Canã, antes da bárbara conquista judaica, só comparável em atrocidades à loucura nazista na Europa, os vampiros sagrados, geralmente sacerdotes, haviam amenizado essa brutalidade com o uso simbólico do vinho e do pão, em lugar do sangue e da carne

Essa é a simbologia agrária e pastoril usada nas celebrações das ceifas e das colheitas.

Canã, em sua estrutura pré-feudal, dominada pelas lides do campo, atingiria um grau de civilização piedosa, quando a conquista judaica a mergulhou violentamente no sangue de seus filhos.

A ceia cananita reflecte-se nos relatos evangélicos, com a ceia judaica em que Jesus transforma a sua própria carne em pão e o sangue em vinho.

A ceia memorial dos cristãos ainda hoje lembra essa transição feliz do sangue para o vinho que regou as Bodas de Canã.

Mas, no Cristianismo Medieval o que imperou foi o rito do sangue, apavorando os crentes com o mistério da transubstanciação do corpo sacrificado e o sangue do Cristo nas espécies sagradas.

O episódio evangélico da matança dos inocentes em Belém de Judá, por ordem de Herodes, O Grande, marca simbolicamente a Era Cristã no seu início histórico (melhor diremos:
pré-histórico) com as mãos sangrentas do vampirismo sagrado de judeus e cristãos.

Depois da fixação desse mito sangrento e brutal nos Evangelhos, desenrola-se toda a tragédia cristã em ritmo de vampirismo grego, mitológico e histórico, no qual Atenas e Esparta se conjugam sugando o sangue dos povos vizinhos para se engrandecer, levando a Roma dos Césares a sangria sistemática dos povos dominados para o seu enriquecimento e o aumento constante do seu poder.

São vampiros sagrados os imperadores ungidos, e a sua herança vampírica contagiará o Império Cristão dos papas, que fará do sangue das seitas cristãs sacrificadas o alimento de suas pompas e grandezas futuras.

"Tudo se encadeia no Universo", postulou Kardec, e o encadeamento do vampirismo ficou marcado na face do planeta em sangue e fogo.

Tagore observou, em A Religião do Homem, o sentido antropofágico do mundo moderno, lembrando que vivemos de processos vampirescos de sucção do sangue e das energias vitais dos outros.

A exploração do homem pelo homem é um processo vampiresco e é esse processo que traça em gravações de fogo e sangue o perfil do nosso tempo para as civilizações futuras.

Todas as nossas justificativas dessa situação mundial vampiresca servirão apenas para acentuar, perante o futuro, os traços ferozes da face reflectida no século da violência, da sagacidade cúpida, do egoísmo e do sociocentrismo virulento.

O próprio amor, esse toque de Deus no coração do homem, não aparecerá nesse contexto horrendo como na forma clássica dos amores alados, do ingénuo Cupido flechando corações com setas invisíveis, mas como a figura trágica das Górgones, e mais particularmente de Medusa com sua cabeleira de serpentes.

É essa a figura real do nosso século, que cada conquista na senda do progresso faz um retrocesso aos infernos.
Pode um psicólogo, um psiquiatra, um psicoterapeuta de qualquer escola ignorar tudo isso, dando as costas às monstruosas origens dos males que procura enfrentar nos seus consultórios e nas suas clínicas?

As raízes do homem, como percebeu Jung, estão nas raízes do mundo, nas entranhas do planeta.
Os vampiros lendários dos filmes de terror são apenas caricaturas dos vampiros reais que enxameiam em nosso tempo à semelhança das abelhas africanas, que produzem mais do que as outras, mas semeiam o terror e a morte ao seu redor.
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