LUZ ESPÍRITA
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INSTRUÇÕES PSICOFÓNICAS - Diversos Espíritos/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:41 pm

40 - VERSOS DO NATAL

Revestiu-se para nós de grande alegria a parte final da nossa reunião de 9 de dezembro de 1954.


Meimei ocupou as faculdades psicofónicas do médium e anunciou em voz clara:

Meus irmãos, Jesus nos abençoe.
Graças à Bondade Divina, nossas tarefas foram rematadas com a necessária segurança.

As melhoras dos nossos companheiros sofredores, assistidos nesta noite, serão progressivas continuando, assim, no aconchego de nossas organizações espirituais.

Agora, solicitamos dos presentes alguns instantes de pensamentos amigos, tão entrelaçados quanto possível, em torno da memória de Jesus, para favorecermos a visita de nossa irmã Cármen Cinira, que algo nos falará, hoje, acerca do Natal.

Afastou-se Meimei e a transfiguração do médium dá-nos a entender que outra entidade lhe tomava o equipamento.

E, decorridos brevíssimos minutos, com um timbre de voz que nos soava harmoniosamente aos ouvidos, a poetisa Cármen Cinira, em versos encantadores e vibrantes, saúda o Natal que se aproxima, poesia essa que ela própria intitulou por:

VERSOS DO NATAL

Enquanto a glória do Natal se expande
Na alegria que explode e tumultua,
Lembra o Divino Amigo, além, na rua...
E repara a miséria escura e grande.

Aqui, reina o Palácio do Capricho
Que a louvores e júbilos se entrega,
Onde a prece ao Senhor é surda e cega
E onde o pão apodrece sobre o lixo.

Ali, ergue-se a Casa da Ventura,
Que guarda a fé por fúlgido tesouro,
Onde a imagem do Cristo, em prata e ouro,
Dorme trancada em cárceres de usura.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:41 pm

Continua...

Além, é o Ninho da Felicidade
Que recorda Belém, cantando à mesa,
Mas, de portas cerradas à tristeza
Dos que choram de dor e de saudade.

Mais além, clamam sinos com voz pura:
— «Jesus nasceu! » — o Templo dos Felizes
Que não se voltam para as cicatrizes
Dos que gemem nas chagas de amargura...

Adiante, o Presépio erguido em trono
Louva o Rei Pequenino e Solitário,
Olvidando os herdeiros do Calvário
Sobre as cinzas dos catres de abandono.

De quando em quando, o Mestre, em companhia
Daqueles que padecem sede e fome,
Bate ao portal que lhe relembra o nome,
Mas em resposta encontra a noite fria.

E quem contemple a Terra que se ufana,
Ante o doce esplendor do Eterno Amigo,
Divisará, de novo, o quadro antigo:
— Cristo esmolando asilo na alma humana.

Natal!... O mundo é todo um lar festivo!...
Claros guizos no ar vibram em bando...
E Jesus continua procurando
A humilde manjedoura do amor vivo.

Natal! eis a Divina Redenção!...
Regozija-te e canta, renovado,
Mas não negues ao Mestre desprezado
A estalagem do próprio coração.

Cármen Cinira
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:42 pm

41 - SENTIMENTO

O encerramento da nossa reunião de 16 de dezembro de 1954 assinalou grande regozijo para o nosso Grupo.


Através do médium, recebemos a visita de Áulus, abnegado Instrutor Espiritual (1), que nos falou acerca do sentimento como base de nossa vida mental, oferecendo-nos Interessante conceituação educativa sobre o assunto e salientando que na comunhão mais íntima com o Divino Mestre é que poderemos consolidar o equilíbrio de que carecemos para realizar o nosso aprimoramento interior.

Amigos.
Em nossas relações com o Senhor, com os nossos Semelhantes, com a Vida e com a Natureza, é importante lembrar que a nossa própria alma produz os modelos subtis que nos orientam as actividades de cada dia.

Tanto quanto a segurança de um edifício corresponde ao projecto a que se subordina, o êxito ou o fracasso em nossos menores empreendimentos correspondem à nossa atitude espiritual.

Sabemos em fotografia que o cliché é a imagem negativa obtida na câmara escura, do qual podemos extrair inumeráveis provas positivas.

Assim também o pensamento é a matriz que compomos na intimidade do ser, com a qual é possível criar infinitas manifestações de nossa individualidade.

Mas a formação do cliché depende da película sensível que, em nosso caso, é o sentimento antecedendo-nos toda e qualquer elaboração de ordem mental.

É imprescindível, dessa forma, melhorar sempre e cada vez mais as nossas aquisições de fraternidade, entendimento e simpatia.

A estrela é conhecida pela luz que desprende de si mesma.
A presença da flor é denunciada pelo perfume que lhe é característico.

A criatura é identificada pelas irradiações que projecta.
Sorvemos ideias, assimilamos ideias e exteriorizamos ideias todos os dias.

É imperioso, assim, em nosso intercâmbio uns com os outros, observar os nossos estados sentimentais nas bases de nossas reflexões e raciocínios, como origens de nossa vitória ou de nossa derrota no campo de luta vulgar.

Ilustrando-nos a conceituação despretensiosa, evoquemos a natureza para simbolizar alguns de nossos sentimentos e clarear, tanto quanto possível, a lição que a experiência nos oferece.

O ódio é comparável à hiena, espalhando terror e morte.
A inveja é semelhante à serpente que rasteja, emitindo raios de venenoso magnetismo.

O ciúme parece um lobo famulento, estendendo aflição e desconfiança.
A agressividade assemelha-se ao ouriço, arremessando espinhos na direcção daqueles que lhe respiram a presença.

O amor é comparável ao sol que aquece e ilumina.
A compreensão copia a fonte amiga.
A tolerância fraterna é qual árvore que serve e ajuda sempre.

A gentileza é irmã da música construtiva, desdobrando consolações e mitigando o infortúnio.

O sentimento elevado gera o pensamento elevado e o pensamento elevado garante a elevação da existência.

Sintamos bem, para bem reflectir, assegurando o bem na estrada que fomos convidados a percorrer.

Em verdade, o pensamento é a causa da acção, mas o sentimento é o molde vibrátil em que o pensamento e a causa se formam.

Sentindo, modelamos a ideia.
Pensando, criamos o destino.

Atendamos à higiene mental, entretanto não nos esqueçamos de que a casa, por mais brilhante e por mais limpa, não viverá feliz sem alimento.

E a bondade é o pão das almas.

Em razão disso, recomendou-nos o Divino Mestre, em sua lição imperecível:
«Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.»

Áulus

(1) Trata-se do benfeitor espiritual a que se refere André Luiz em seu livro “Nos Domínios da Mediunidade”. — Nota do organizador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:42 pm

42 - DIVINO AMIGO, VEM!

Com a nossa reunião, na noite de 23 de dezembro de 1954, estávamos encerrando as actividades do ano.


Era um ciclo de tempo a fechar-se, diante de outro que prestes se abriria...

Trazendo-nos imenso júbilo, nosso amigo Emmanuel controlou os recursos psicofónicos do médium e orou connosco, em voz alta, sentidamente.

Senhor,
Tu que nos deste no Tempo
O sábio condutor de nossos destinos,
Faz-nos entender a bênção dos minutos,
A fim de não perdermos o tesouro dos séculos...

Porque o Tempo, Senhor,
Guardando-nos a alma
Nos braços das horas incessantes,
Embora nos amadureça o entendimento,
Não nos ergue da Terra
Ao encontro de Ti.

Por ele, temos a hora do berço
E a hora do túmulo,
A hora de semear
E a hora de colher,
A hora de rir
E a hora de chorar...

Com ele, temos a experiência
Da dor e da alegria,
Da ilusão e da realidade,
Do conforto e da angústia,
Que, em nos transformando o raciocínio,
Não nos alteram o coração.
É por isso, Senhor,
Que Te rogamos
Assistência e socorro ...

Ajuda-nos a cooperar com os dias,
Para que os dias colaborem connosco.
Ensina-nos a buscar
A hora de buscar-Te,
No respeito aos Teus desígnios,
No trabalho bem vivido,
No estudo de Tuas leis,
No serviço aos semelhantes,
Na contemplação de Tua grandeza
E na acção constante do bem.

Livra-nos da inércia,
Porque sem Tua bênção
A ronda dos milénios
É só repetição,
Prova e monotonia...
Divino Amigo, vem!...
E ampara-nos a senda
Porque, sem Ti, o Tempo,
Embora sendo luz

E embora sendo vida,
Sem que Te procuremos,
Deixar-nos-á clamando
Nos abismos da sombra,
Da aflição e da morte...

Emmanuel
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:42 pm

43 - HOJE

Na noite de 6 de janeiro de 1955, nosso Grupo reiniciou as actividades e, na parte reservada às instruções, Meimei, com a simplicidade que lhe é peculiar, utilizou o médium e nos falou, generosa:


Meus irmãos, Jesus nos abençoe.
Ano novo, trabalho recomeçado...
É a bênção de Deus que se refaz na bênção das horas.
Valorizemos, por isso, o tempo que se chama hoje.

Hoje é o sol, a vida, a possibilidade, a esperança...
Ontem, é o dia que se foi.
Amanhã, é o dia que virá.
Hoje, contudo, é o tempo que está connosco.

É a nossa oportunidade de erguer o pensamento a mais altos níveis, de conquistar a felicidade das obrigações bem cumpridas, de proclamar a boa-vontade para com todos e estender as mãos aos semelhantes...

Hoje, é o momento de renovar o coração, varrendo a ferrugem da ociosidade, expulsando o vinagre do desencanto, extinguindo o bolor da tristeza e pulverizando o caruncho do desânimo.

Hoje, é o dia de sorrir para a dificuldade e ajudar com alegria.

Levanta-te, luta e vive, porque Hoje é o momento em que o Senhor lança à Terra a escada luminosa do trabalho para que lhe escalemos os degraus, ao encontro dele, em pleno Céu...

Neste ponto da sua dissertação, Meimei fez uma pausa expressiva e continuou logo após:
Com esta saudação, desejamos a todos os companheiros paz e bom ânimo, no campo de fraternidade e serviço que nos foi concedido a lavrar.

E, ainda sobre o Tempo, pedimos alguns instantes de auxílio silencioso, para que possamos ouvir a palavra do nosso amigo Luiz Pistarini, que faz ao nosso grupo, nesta noite, uma visita de gentileza e carinho.

Em breves segundos, a expressão facial do médium modificou-se. O grande poeta fluminense, utilizando-lhe as faculdades, levantou-se e, com voz cheia e comovida, falou-nos:
Amigos, visitando-vos o núcleo de Evangelho, trago-vos esta singela página do coração:

NA ÚLTIMA HORA

O anjo da morte entrara, belo e puro...
E, ostentando nas mãos um facho aceso,
Disse-me ao coração triste e surpreso:
— Pobre amigo! é a ti mesmo que eu procuro!...

A memória rompera estranho muro.
A sós comigo, exânime e indefeso,
Regressei ao passado e vi-me preso
Às ansiedades do caminho escuro.

Amores e ambições... penas e abrolhos...
E o pranto que jorrava de meus olhos
Banhou-me a fria máscara de cera.

Mas na sombra abismal do último dia,
Não chorava a existência que fugia;
Em vão, chorava o tempo que perdera...

Linz Pistarini
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:43 pm

44 - ARQUITECTOS ESPIRITUAIS

Em nossa reunião da noite de 13 de janeiro de 1955, fomos novamente agraciados com a visita do nosso companheiro Efigénio S. Vítor que nos trouxe interessantes apontamentos, com respeito aos Espíritos Arquitectos, na palestra que passamos a transcrever.


Examinando os variados sectores de nossas actividades e encarecendo o valor da contribuição dos diversos amigos que colaboram connosco, é preciso salientar o esforço dos Espíritos Arquitectos em nossa equipe de trabalhos habituais.

Em cada reunião espírita, orientada com segurança, temo-los prestativos e operantes, eficientes e unidos, manipulando a matéria mental necessária à formação de quadros educativos.

Simplifiquemos o assunto, quanto seja possível, para compreendermos a necessidade de nosso auxílio a esses obreiros silenciosos.

Aqui, como em toda parte onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera ambiente um centro mental definido, para o qual convergem todos os pensamentos, não somente nossos, mas também daqueles que nos comungam as tarefas gerais.

Esse centro abrange vasto reservatório de plasma subtilíssimo, de que se servem os trabalhadores a que nos referimos, na extracção dos recursos imprescindíveis à criação de formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas semi-inteligentes, com vistas à transformação dos companheiros dementados que intentamos socorrer.

Uma casa como a nossa será, inevitavelmente, um pouso acolhedor, abrigando, em nossos objectivos de confraternização, os amigos desencarnados, enfermos e sofredores, a se desvairarem na sombra.

Para que se recuperem, é indispensável recebam o concurso de imagens vivas sobre as impressões vagas e descontínuas a que se recolhem.

E para esse género de colaboração especializada são trazidos os arquitectos da Vida Espiritual, que operam com precedência em nosso programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes que devam ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos psicológicos, a fim de que em nosso santuário sejam criados, temporáriamente embora, os painéis movimentados e vivos, capazes de conduzi-los à metamorfose mental, imprescindível à vitória do bem.

É assim que, aqui dentro, em nossos horários de acção, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornando à realidade pregressa, através da qual se põem mais facilmente ao encontro de nossas palavras, sensibilizando-se nas fibras mais íntimas e favorecendo-nos, assim, a interferência que deve ser eficaz e proveitosa.

Delitos, dificuldades, problemas e tragédias que ficaram a distância, requisitam dos nossos companheiros da ilustração espiritual muito trabalho para que sejam devidamente revisionados, objectivando-se o amparo a todos aqueles que nos visitam, em obediência aos planos traçados de mais alto.

É assim que as forças mente-neuro-psíquicas de nosso agrupamento são manipuladas por nossos desenhistas, na organização de fenómenos que possam revitalizar a visão, a memória, a audição e o tato dos Espíritos sofredores, ainda em trevas mentais.

Espelhos ectoplásmicos e recursos diversos são também por eles improvisados, ajudando a mente dos nossos amigos encarnados, que operam na fraseologia assistencial, dentro do Evangelho de Jesus, a fim de que se estabeleça perfeito serviço de sintonia, entre o necessitado e nós outros.

Para isso, porém, para que a nossa acção se caracterize pela eficiência, é necessário oferecer-lhes o melhor material de nossos pensamentos, palavras, atitudes e concepções.

Toda a cautela é recomendável no esforço preparatório da reunião de intercâmbio com os desencarnados menos felizes, porque a elas comparecemos, na condição de enfermeiros e instrutores, ainda mesmo quando não tenhamos, em nosso campo de possibilidades individuais, o remédio ou o esclarecimento indispensáveis.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Mar 29, 2011 9:43 pm

Continua...

Em verdade, contudo, através da oração, convertemo-nos em canais do socorro divino, apesar da precariedade de nossos recursos, e, em vista disso, é preciso haja de nossa parte muita tranquilidade, carinho, compreensão e amor, a fim de que a colaboração dos nossos companheiros arquitectos encontre em nós base segura para a formação dos quadros de que nos utilizamos na obra assistencial.

Nossa palavra é simplesmente a palavra de um aprendiz.

Achamo-nos entre os mais humildes recém-vindos à lide espiritual, mas, aproveitando as nossas experiências do passado, tomamos a liberdade de palestrar, comentando alguns dos aspectos de nossa sementeira e de nossa colheita, que funcionam todos os dias, conforme o ensinamento imortal do Senhor:
— «A cada um por suas obras.»

Efigénio S. Vítor

Afastando-se o nosso amigo Efigénio, o nosso irmão José Xavier controla o médium e avisa-nos, prestimoso:

Solicitamos ainda aos companheiros alguns instantes de silêncio e oração, para que a nossa irmã Auta de Souza, presente em nossa casa, se manifeste, segundo os seus desejos.

Decorridos alguns momentos, o médium apresenta singular modificação.

A conhecida poetisa norte-rio-grandense domina-lhe as faculdades e recita em voz pausada e comovedora:

SEGUE E CONFIA

Alma cansada e triste, alma sincera,
Sorve a angústia do cálix derradeiro!
Guarda a bênção da fé sob o madeiro
Da aflição que te punge e dilacera.

Trabalha, serve e crê, ajuda e espera,
Imitando o Celeste Companheiro...
Um dia, o doloroso cativeiro
Será livre e ridente primavera.

Vencendo ulcerações, trevas e escombros,
Bendiz a dor que te enriquece os ombros
Com as chagas do martírio austero e forte.

A cruz que te aguilhoa, dia a dia,
É o luminoso preço da alegria
Na vida que te aguarda além da morte.

Auta de Souza
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:34 pm

45 - BOA-VONTADE

Finalizando as nossas tarefas da noite de 20 de janeiro de 1955, foi Meimei quem nos trouxe o reconforto de sua palavra.


Expressando-se com o carinho que lhe assinala as manifestações, falou-nos sobre os méritos da boa-vontade.

O Sol é a força que nutre a vida na Terra.

Á boa-vontade é a luz que alimenta a harmonia entre as criaturas.
Acendamo-la no coração para caminhar com segurança e valor.

No lar, é chama atraente e doce.
Em sociedade, é fonte de concórdia e alegria. Onde falha o dinheiro e onde o poder humano é insignificante, realiza milagres.

Ao alcance de todos, não a desprezemos.
Em todos os lugares, há chagas que pedem bálsamo, complicações que rogam silêncio, desventuras que esperam socorro e obstáculos que imploram concurso amigo.

Muitos aguardam lances públicos de notabilidade e inteligência, no cultivo da caridade, acabando vencidos pelo tempo, entre a insatisfação e o desencanto.

Sejamos nós soldados diligentes no exército do bem, anónimos e humildes, atravessando os dias no culto fiel à fraternidade.

O ódio e a ignorância guerreiam com ímpeto, conquistando no mundo o salário da miséria e da morte.

O amor e o serviço lutam sem alarde, construindo o progresso e enaltecendo a vida.

Com a boa-vontade, aprendemos a encontrar o irmão que chora, o companheiro em dificuldade, o doente infeliz, a criança desamparada, o animal ferido, a árvore sem protecção e a terra seca, prestando-lhes cooperação desinteressada, e é por ela que podemos exercitar o dom de servir, através das pequeninas obrigações de cada dia, estendendo mãos fraternas, silenciando a acusação descabida, sofreando a agressividade e calando a palavra imprudente.

Situemo-la no princípio de todas as nossas actividades, a fim de que as nossas iniciativas e anseios, conversações e entendimentos não se desviem da luz.

Lembremo-nos de que a paz e a boa-vontade devem brilhar em nossos triunfos maiores ou menores com o nosso Divino Mestre.

É por isso que o Evangelho no berço de Jesus começa com a exaltação inesquecível das milícias celestiais:
«Glória a Deus nas alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens.»

Meimei
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:34 pm

46 - SESSÕES MEDIÚNICAS

Na noite de 27 de janeiro de 1955, finda a laboriosa tarefa de socorro aos irmãos desencarnados em sofrimento, o nosso amigo espiritual André Luiz compareceu e ofertou-nos os interessantes apontamentos para a condução de sessões mediúnicas, que passamos a transcrever.


Amigos, cooperando, de algum modo, em nossas tarefas, registaremos hoje algumas notas, que supomos de real interesse para as nossas sessões mediúnicas habituais.

1º — Acenda a luz do amor e da oração no próprio espírito se você deseja ser útil aos sofredores desencarnados.

2º — Receba a visita do companheiro extraviado nas sombras, nele abraçando com sinceridade um irmão do caminho.

3º — Não exponha as chagas do comunicante infeliz à curiosidade pública, auxiliando-o em ambiente privado como se você estivesse socorrendo um parente enfermo na intimidade do próprio lar.

4º — Não condene, nem se encolerize.

5º — Não critique, nem fira.

6º — Não fale da morte ao Espírito que a desconhece, clareando-lhe a estrada com paciência, para que ele descubra a realidade por si próprio.

7º — Converse com precisão e carinho, substituindo as preciosas divagações e os longos discursos pelo sentimento de pura fraternidade.

8º — Coopere com o doutrinador e com o médium, endereçando-lhes pensamentos e vibrações de auxílio, compreensão e simpatia, sem reclamar deles soluções milagrosas.

9º — Não olvide, a distância, o equilíbrio, a paz e a alegria, a fim de que o irmão sofredor encontre o equilíbrio, a paz e a alegria em você.

10º — Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito importante, recordando que, no socorro prestado por nós a quem sofre, estamos recebendo da vida o socorro que nos é necessário, a erguer-se em nós por ensinamento valioso, que devemos assimilar, na regeneração ou na elevação de nosso próprio destino.

André Luiz

Retirando-se André Luiz, o nosso companheiro José Xavier controlou as faculdades do médium e anunciou-nos a presença do poeta Cruz e Souza, recomendando-nos alguns instantes de oração e silêncio.

Com efeito, como de outras vezes, alterou-se a expressão mediúnica e, daí a momentos, o novo visitante declamou em voz alta e firme:

AO VIAJANTE DA FÉ

Vara o trilho espinhoso, estreito e duro,
E embora te magoe o peito aflito,
Torturado na sede do Infinito,
Guarda contigo o amor sublime e puro.

Martirizado, exânime e inseguro,
Ninguém perceba a angústia de teu grito.
Sangrem-te os pés nos serros de granito,
Segue, antevendo a glória do futuro.

Lembra o Cristo da Luz, grande e sozinho,
E, entre as sarças e as pedras do caminho,
Sobe, olvidando o báratro medonho...

Somente sobe ao Céu ilimitado
Quem traz consigo, exangue e torturado,
O próprio coração na cruz do sonho.

Cruz e Souza
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:35 pm

47 - SANTA ÁGUA

Rematando as nossas actividades na reunião da noite de 3 de fevereiro de 1955, nosso grupo recebeu a visita do poeta Benedito Rodrigues de Abreu, desencarnado no Estado de São Paulo, que recitou um original poema sobre a água.


SANTA ÁGUA

Recordemos as virtudes de Santa Água!...
Água da chuva que fertiliza o solo,
Água do mar que gera a vida,
Água do rio que sustenta a cidade,
Água da fonte que mitiga a sede,
Água do orvalho que consola a secura,
Água da cachoeira que move a turbina,
Água do poço que alivia o deserto,
Água do banho que garante o equilíbrio,

Água do esgoto que assegura a higiene,
Água do lago que retrata as constelações,
Água que veicula o medicamento,
Água que é carícia, leite, seiva e pão, nutrindo o homem e a natureza,
Água do suor que alimenta o trabalho,
Água das lágrimas que é purificação e glória do espírito...

Santa Água é a filha mais dócil da matéria tangível,
Alongando os braços líquidos para afagar o mundo...
Água que lava,
Água que fecunda,
Água que estende o progresso,
Água que corre, simples, como sangue do Globo!...

Água que recolhe os eflúvios dos anjos
Em benefício das criaturas...
Se a dor vos bate à porta,
Se a aflição vos domina,
Trazei Santa Água ao vaso claro e limpo,
Orando junto dela...

E o rocio do Alto,
Em grânulos subtis,
Descerá das estrelas
A exaltar-lhe, sublime,
A beleza e a humildade...

E, sorvida por nós,
Santa Água connosco
Será saúde e paz,
Alegria e conforto,
Bálsamo milagroso
De bondade e esperança,
A impelir-nos à frente,
Na viagem divina
Da Terra para o Céu...

Rodrigues de Abreu
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:35 pm

48 - NO CAMPO ESPÍRITA

Pascoal Comanducci foi abnegado companheiro da tarefa espírita em Belo Horizonte.


Médium devotado ao bem, trabalhou quanto lhe foi possível em benefício dos semelhantes.

Desencarnado há alguns anos, na capital mineira, foi ele o amigo espiritual que nos visitou no horário reservado às instruções, em nossa reunião da noite de 10 de fevereiro de 1955, encorajando-nos e alertando-nos na mensagem que vamos ler.

Amigos, Jesus nos ampare.
Em verdade, partilhamos no Espiritismo os júbilos de uma festa.

Assemelhamo-nos a convivas privilegiados num banquete de luz.

Tudo claro.
Tudo sublime.
No entanto, ninguém se iluda.

Não somos trazidos à exaltação da gula.
Fomos chamados a trabalhar.
A Terra de agora é a Terra de há milénios.

E somos, por nossa vez, os mesmos protagonistas do drama evolutivo.

Remanescentes da animalidade e da sombra...
Ossuários na retaguarda, campos de luta no presente...

Meta luminosa por atingir no futuro distante.
Somos almas transitando em roupagens diversas.
Cada criatura renasce no Planeta vinculada às teias do pretérito.

Problemas da vida espiritual são filtrados no berço.
E, por isso, na carne, somos cercados por escuros enigmas do destino.

Obsessões renascentes.
Moléstias congeniais.
Dificuldades e inibições.
Ignorância e miséria.

Em todos os escaninhos da estrada, o serviço a desafiar-nos.
Cristo em nós, reclamando-nos o esforço.
A renovação mental rogando a renovação da existência.

O Evangelho insistindo por expressar-se.
Mas, quase sempre, esposamos a fantasia.
Cegos, ante a Revelação Divina, suspiramos por facilidades.

E exigimos consolações e vantagens, doações e favores.
Suplicamos intercessões indébitas.
Requisitamos bênçãos imerecidas.

Nossa Doutrina, porém, é um templo para o coração, uma escola para o cérebro e uma oficina para os braços.

Ninguém se engane.
Não basta predicar.
Não vale fugir aos problemas da elevação.

Muitos possuem demasiada ciência, mas ciência sem bondade.
Outros guardam a bondade consigo, mas bondade sem instrução.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:35 pm

Continua...

No trabalho, porém, que é de todos, todos devemos permutar os valores do concurso fraterno para que o Espiritismo alcance os seus fins.

Precisamos da coragem de subir para aprender.
Necessitamos da coragem de descer dignamente para ensinar.

Caridade de uns para com os outros.
Compreensão incansável e auxílio mútuo.

Em nossos lares de fé, lamentamos as aflitivas questões que surgem...
As rogativas extravagantes, exibindo mazelas morais.

As frustrações domésticas.
Os desequilíbrios da treva.
Os insucessos da luta material.
As calamidades do sentimento.

As escabrosas petições.
E proclamamos com azedia que semelhantes assuntos não constituem temas espíritas.
Realmente, temas espíritas não são.

Mas são casos para a caridade do Espiritismo e de nós outros que lhe recolhemos a luz.
Problemas que nos solicitam a medicina espiritual preventiva contra a epidemia da obsessão.

Mais vale atender ao doente, antes da crise mortal, que socorrê-lo, em nome do bem, quando o ensejo da cura já passou.

Em razão disso, o trabalho para nós é desafio constante.
Trabalho que não devemos transferir a companheiros da Vida Espiritual, algumas vezes mais necessitados de luz que nós mesmos.

O serviço de amparo moral ao próximo é das nossas mais preciosas oportunidades de comunhão com Jesus, Nosso Mestre e Senhor, porque, comumente, uma boa conversação extingue o incêndio da angústia.

Um simples entendimento pode ajudar muitas vidas.
No reino da compreensão e da amizade, uma prece, uma frase, um pensamento, conseguem fazer muito.

Quem ora, auxilia além do corpo físico.
Ao poder da oração, entra o homem na faixa de amor dos anjos.

Mas, se em nome do Espiritismo relegamos ao mundo espiritual qualquer petição que aparece, somos servidores inconscientes, barateando o património sagrado, transformando-nos em instrumentos da sombra, quando somente à luz nos cabe reverenciar e servir.

Também fui médium, embriagado nas surpresas do intercâmbio.
Deslumbrado, nem sempre estive desperto para o justo entendimento.

Por esse motivo, ainda sofro o assédio dos problemas que deixei insolúveis nas mãos dos companheiros que me buscavam, solícitos.

Ajudemos a consciência que nos procura, na procura do Cristo.
Só Jesus é bastante amoroso e bastante sábio para solucionar os nossos enigmas.

Formemos, assim, pequenas equipas de boa-vontade em nossos templos de serviço, amparando-nos uns aos outros e esclarecendo-nos mutuamente.

Assim como nos preocupamos no auxílio às crianças e aos velhos, aos famintos e aos nus, não nos esqueçamos do irmão desorientado que a guerra da treva expia.

Doemos, em nome do Espiritismo, a esmola de coração e do cérebro, no socorro à mente enfermiça, porque se é grande a caridade que satisfaz aos requisitos do corpo, em trânsito ligeiro, divina é a caridade que socorre o Espírito, infatigável romeiro da Vida Eterna.

Pascoal Comanducci
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:36 pm

49 - ALÉM DO SONO

A nossa reunião na noite de 17 de fevereiro de 1955 foi assinalada por verdadeiro regozijo.


É que, através dos recursos psicofónicos do médium, nosso grupo recebeu pela primeira vez a palavra directa do Instrutor Espiritual Calderaro (1), cuja presença nos sensibilizou muitíssimo.

Em sua alocução aborda alguns apontamentos alusivos à nossa conduta espiritual durante o sono físico, estudo esse que consideramos de real valor para a nossa edificação.

De passagem por nosso templo, rogo vénia para ocupar-lhes a atenção com alguns apontamentos ligeiros, em torno de nossas tarefas habituais.

Dia e noite, no tempo, simbolizam existência e morte na vida.
Não há morte libertadora sem existência edificante.
Não há noite proveitosa sem dia correcto.

Vocês não ignoram que a actividade espiritual da alma encarnada estende-se além do sono físico; no entanto, a invigilância e a irresponsabilidade, à frente de nossos compromissos, geram em nosso prejuízo, quando na Terra, as alucinações hipnogógicas, toda vez que nos confiamos ao repouso.

É natural que o dia mal vivido exija a noite mal assimilada.
O espírito menos desperto para o serviço que lhe cabe, certamente encontrará, quando desembaraçado da matéria densa, trabalho imperioso de reparação a executar.

Por esse motivo, grande maioria de companheiros encarnados gasta as horas de sono exclusivamente em esforço compulsório de reajuste.

Mas, se o aprendiz do bem atende à solução dos deveres que a vigília lhe impõe, torna-se, como é justo, além do veículo físico, precioso auxiliar nas realizações da Esfera Superior.

Convidamos, assim, a vocês, tanto quanto a outros amigos a quem nossas palavras possam chegar, à tarefa preparatória do descanso nocturno, através do dia rectamente aproveitado, a fim de que a noite constitua uma província de reencontro das nossas almas, em valiosa conjugação de energias, não somente a benefício de nossa experiência particular, mas também a favor dos nossos irmãos que sofrem.

Muitas actividades podem ser desdobradas com a colaboração activa de quantos ainda se prendem ao instrumento carnal, principalmente na obra de socorro aos enfermos que enxameiam por toda parte.

Vocês não desconhecem que quase todas as moléstias rotineiras são doenças da ideia, centralizadas em coagulações de impulsos mentais, e somente ideias renovadoras representam remédio decisivo.

Por ocasião do sono, é possível a ministração de amparo directo e indirecto às vítimas dos labirintos de culpa e das obsessões deploráveis, por intermédio da transfusão de fluidos e de raios magnéticos, de emanações vitais e de sugestões salvadoras que, na maior parte dos casos, somente os encarnados, com a assistência da Vida Superior, podem doar a outros encarnados.

E benfeitores da Espiritualidade vivem a postos, aguardando os enfermeiros de boa-vontade, samaritanos da caridade espontânea, que, superando inibições e obstáculos, se transformem em cooperadores diligentes na extensão do bem.

Se vocês desejam partilhar semelhante concurso, dediquem alguns momentos à oração, cada noite, antes do mergulho no refazimento corpóreo.

Contudo, não basta a prece formulada só por só.

É indispensável que a oração tenha bases de eficiência no dia bem aproveitado, com abstenção da irritabilidade, esforço em prol da compreensão fraterna, deveres irrepreensivelmente atendidos, bons pensamentos, respeito ao santuário do corpo, solidariedade e entendimento para com todos os irmãos do caminho, e, sobretudo, com a calma que não chegue a ociosidade, com a diligência que não atinja a demasiada preocupação, com a bondade que não se torne exagero afectivo e com a rectidão que não seja aspereza contundente.

Em suma, não prescindimos do equilíbrio que converta a oração da noite numa força de introdução à espiritualidade enobrecida, porque, através da meditação e da prece, o homem começa a criar a consciência nova que o habilita a actuar dignamente fora do corpo adormecido.

Consagrem-se à iniciação a que nos referimos e estaremos mais juntos.

É natural não venham a colher resultados, de imediato, nas faixas mnemónicas da recordação, mas, pouco a pouco, nossos recursos associados crescerão, oferecendo-nos mais alto sentido de integração com a vida verdadeira e possibilitando-nos o avanço progressivo no rumo de mais amplas dimensões nos domínios do Universo.

Aqui deixamos assinalada nossa lembrança que encerra igualmente um apelo ao nosso trabalho mais intensivo na aplicação prática ao ideal que abraçamos, porque a alma que se devota à reflexão e ao serviço, ao discernimento e ao estudo, vence as inibições do sono fisiológico e, desde a Terra, vive por antecipação na sublime imortalidade.

Calderaro

(1) Trata-se do Instrutor Espiritual a que se reporta André Luiz, em seu livro “No Mundo Maior”. — Nota do organizador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:36 pm

50 - OBSERVAÇÃO OPORTUNA

Concluindo as nossas lides da noite de 24 de fevereiro de 1955, no tempo reservado às instruções do Plano Espiritual, fomos brindados com a presença confortadora de nossa irmã Ana Prado, que foi médium de materialização, em Belém do Pará, muito conhecida nos círculos espiritistas do nosso País, através de jornais e livros que lhe estudaram os elevados dotes medianímicos.


Utilizando-se dos recursos do médium, falou-nos com simplicidade e brandura, comovendo-nos fundamente, porquanto, a mensagem de que foi portadora é um grito de alerta para todas as criaturas que se entregam aos fenómenos psíquicos sem qualquer interesse pela iluminação interior com Jesus.

Amigos, saibamos receber a paz de Jesus.
Sou a vossa irmã Ana Prado, humilde servidora de nosso ideal.

Não há muitos anos, cooperei na mediunidade de efeitos físicos, na cidade de Belém do Pará, tentando servir ao Espiritismo, não obstante minhas deficiências e provações.

Adapto-me, porém, agora, à mediunidade de efeitos espirituais, nela encontrando seguro caminho para a renovação com o Cristo.

Colaborei na materialização de companheiros desencarnados, na transmissão de vozes do Além, na escrita directa e na produção de outros fenómenos, destinados a formar robustas convicções, em torno da sobrevivência do ser, além da morte, no entanto, ao redor da fonte de bênçãos que fluía, incessante, junto de nossos corações deslumbrados, não cheguei a ver o despertar do sentimento para o Cristo, único processo capaz de assegurar à nossa redentora Doutrina o triunfo que ela merece na regeneração de nós mesmos.

No quadro dos valores psíquicos, a mediunidade de efeitos físicos é aquela que oferece maior perigo pela facilidade com que favorece a ilusão a nosso próprio respeito.

Recolhemos os favores do Céu como dádivas merecidas, quando não passam de simples caridade dos Benfeitores da Vida Espiritual, condoídos de nossa enfermidade e cegueira. E, super estimando méritos imaginários, caímos, sem perceber, no domínio de entidades inferiores, que nos exploram a displicência.

A vaidade na excursão difícil, a que nos afeiçoamos com as nossas tarefas, é o rochedo oculto, junto ao qual a embarcação de nossa fé mal conduzida esbarra com os piratas da sombra, que nos assaltam o empreendimento, buscando estender o nevoeiro do descrédito ao ideal que esposamos, valendo-se, para isso, de nosso próprio desmazelo.

Minhas palavras, porém, não encerram qualquer censura aos gabinetes de experimentação científica.

Seria ingratidão de nossa parte olvidar quanto devemos aos estudiosos e cientistas que, desde o século passado, trazem a lume as mais elevadas ilações a benefício do mundo, mobilizando médiuns e companheiros de boa-vontade.

Minha singela observação reporta-se apenas à profunda significação do serviço evangelizador, em nosso intercâmbio, porque o sofrimento, a ignorância, a irresponsabilidade, os problemas de toda espécie e os enigmas de todas as procedências constituem o ambiente comum da Terra, perante o qual a mediunidade de efeitos espirituais deve agir, renovando o sentimento e abordando o coração, para que o raciocínio não persegue ocioso e inútil, à mercê dos aventureiros das trevas que tantas vezes inventam dificuldades para os veneráveis supervisores de nossas realizações.

Favoreçamos, sim, o desenvolvimento da mediúnidade de efeitos físicos, onde surja espontânea, nos variados sectores de nosso movimento, contudo, amparando-a com absoluto respeito e cercando-a de consciências sinceras para consigo próprias, a fim de que experimentadores e instrumentos medianímicos não sucumbam aos choques da sombra.

Quanto a nós, prossigamos em nosso esforço persistente ao lado do pauperismo e da aflição, da dor e da luta expiatória que exigem da mediunidade de efeitos espirituais os melhores testemunhos de amor fraterno.

Recordemo-nos de Jesus, o intérprete de nosso Pai Celestial, que em seu apostolado divino reduziu, quanto possível, os fenómenos físicos ante a miopia crónica das criaturas, e aumentou, sempre mais, as demonstrações de socorro à alma humana, necessitada de luz.

Lembremos o Grande Mestre do «Vinde a mim, vós os que sofreis!...» e, colocando-nos a serviço do próximo, esperemos que a curiosidade terrestre acumule méritos adequados para atrair a assistência construtiva de Mais Alto, porque somente pela pesquisa com trabalho digno e pela ciência enriquecida de boa consciência é que a mediunidade de efeitos físicos se coroará, na Terra, com o brilho que todos lhe desejamos.

Ana Prado
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:36 pm

51 - DOMÍNIO MAGNÉTICO

Na noite de 3 de março de 1955, fomos reconfortados com a satisfação de ouvir novamente o Instrutor Espiritual Dias da Cruz, que prosseguiu em seus notáveis estudos, acerca da obsessão, transmitindo-nos valioso comentário, em torno da dominação magnética.


Prosseguindo em nosso breve estudo acerca dos fenómenos de obsessão, convém acrescentar algumas notas alusivas à dominação magnética, para compreendermos, com mais segurança, as técnicas de influência e possessão dos desencarnados que ainda padecem o fascínio pela matéria densa, junto dos companheiros que usufruem o equipamento fisiológico na experiência terrestre.

Quem assiste aos espectáculos de hipnotismo, nas exibições vulgares, percebe perfeitamente os efeitos do fluido magnético a derramar-se do responsável pela hipnose provocada sobre o campo mental do paciente voluntário que lhe obedece ao comando.

Neutralizada a vontade, o «sujet» assinala, na intimidade do cosmo intracraniano, a invasão da força que lhe subjuga as células nervosas, reduzindo-o à condição de escravo temporário do hipnotizador com quem se afina, a executar-lhe as ordenações, por mais abstrusas e infantis.

Aí vemos, em tese, o processo de que se utilizam os desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente, na cultura do vampirismo.

Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e, sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias, inclusive os centros cerebrais, em que o espírito conserva as suas conquistas de linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano, criando, assim, no instrumento corpóreo dos obsessos as doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se alongando no tempo, operam a degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo o império de moléstias reais, que persistem até à morte.

Nesse quadro de enfermidades imaginárias, com possibilidades virtuais de concretização e manifestação, encontramos todos os sintomas catalogados na patogenia comum, da simples neurastenia à loucura complexa e do distúrbio gástrico habitual à raríssima afemia estudada por Broca.

Eis por que, respeitando o concurso médico, através da clínica e da cirurgia, em todas as circunstâncias, é imprescindível nos detenhamos no valor da prece e da conversação evangélica, como recursos psicoterápicos de primeira ordem, no trabalho de desobsessão, em nossas actividades espíritas.

O círculo de oração projecta o impacto de energias balsâmicas e construtivas, sobre perseguidores e perseguidos que se conjugam na provação expiatória, e a incorporação medianímica efectua a transferência das entidades depravadas ou sofredoras, desalojando-as do ambiente ou do corpo de suas vítimas e fixando-as, a prazo curto, na organização fisiopsíquica dos médiuns de boa-vontade para entendimento e acerto de pontos de vista, em favor da recuperação dos enfermos, com a cessação da discórdia, do desequilíbrio e do sofrimento.

Assim sendo, enquanto a medicina terrestre aperfeiçoa os seus métodos de assistência à saúde mento-física da Humanidade, aprimoremos, por nossa vez, os elementos socorristas ao nosso alcance pela oração e pela palavra esclarecedora, pela fé e pelo amor, pela educação e pela caridade infatigável.

Lembremo-nos de que o Evangelho, por intermédio do Apóstolo Paulo, no versículo 12, do capítulo 6, de sua carta aos Efésios, nos informa com justeza:
«Não somos constrangidos a guerrear contra a carne ou contra o sangue, mas, sim, contra os poderes das trevas e contra as hostes espirituais da maldade e da ignorância nas regiões celestes.»

Não nos esqueçamos de que a Terra se movimenta em pleno Céu.

E todos nós, em nossa carreira evolutiva, nas esferas que lhe constituem a vida, estamos subordinados a indefectíveis leis morais.

Francisco de Menezes Dias da Cruz
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:37 pm

52 - UMA DESPEDIDA

Em nossa reunião da noite de 10 de março de 1955, por permissão de nossos Benfeitores Espirituais, no horário dedicado às palestras dos Instrutores, o amigo desencarnado que conhecemos por José Gomes ocupou a organização psicofónica, falando-nos de sua penosa experiência no Além.


Nosso visitante, há seguramente dois anos, passou pelos serviços assistenciais de nossa agremiação, desorientado e aflito, voltando até nós, agora calmo e consciente, para relatar-nos sua história, por intermédio da qual nos faz sentir toda a gama de sofrimentos em que se enleou, depois do homicídio em que se comprometeu na Terra.

“Uma Despedida” oferece-nos amplo material para meditação e para estudo.

Trazido até aqui por devotados benfeitores, venho agradecer-vos e despedir-me.

Há quase dois anos, fui socorrido nesta casa, fazendo-se luz nas trevas de minhalma...

Eu era, então, um assassino que por cinquenta anos padecia no ergástulo do remorso.

Crendo preservar a minha felicidade, apunhalei um amigo, instigado pela mulher que eu amava e, apoiando-me na desculpa de legítima defesa, consegui absolvição na justiça terrestre.

Contudo, que irrisão! O homem que eu supunha haver aniquilado, mais vivo que nunca prendeu-se-me ao corpo e, em poucos meses, sucumbi devorado por estranha moléstia que escarneceu de todos os recursos da medicina.

Ai de mim! Nas raias da morte, apesar do conforto que me era oferecido pela fé, através de um sacerdote, não encontrei para mentalizar senão o quadro do homicídio que perpetrara.

E à maneira do homem vitimado por tormentoso pesadelo, sem sair do leito em que se acolhe à prostração, vi-me encarcerado em meus próprios pensamentos, vivendo a tortura e o pavor que alimentava no campo da minha alma...

Sempre o terrificante painel a vibrar na memória!...

Um companheiro infeliz, suplicando indefeso:
«Não me mate! Não me mate!... »
A presença da mulher querida...

Os génios do crime a gargalharem junto de mim e a calma impassível da noite, com a minha cólera insociável a dessedentar-se num peito exangue e aberto...

Em me cansando de enterrar a lâmina na carne sem resistência, arrojava-me ao piso da câmara iluminada, mas, a onda esmagadora de sangue levantava-se do chão, tingindo paredes, afogando móveis, empapando-me a vestimenta e, quando me sentia semi-sufocado, eis que me erguia de novo para continuar no duelo indefinível.

Se tinha fome, mãos invisíveis ofereciam-me sangue coagulado; se tinha sede, davam-me sangue para beber...

Era dia? Era noite? Ignorava.

Somente mais tarde, quando amparado pelas palavras de esclarecimento e de amor dos nossos benfeitores, por vosso intermédio, vim a saber que o inimigo se contentara com o meu cadáver e que eu não vivia senão minha própria obsessão, magnetizado por minhas ideias fixas, jungido ao pó do sepulcro, durante meio século, recapitulando quase que interminavelmente o meu ato impensado.

Circunscrito à alcova fatídica, que jazia em minhas reminiscências, passei da extrema cegueira à desmedida aflição.

Existiria, realmente, um Deus de paz e bondade?
Bastou essa pergunta para que réstias de luz se fizessem sentir em meu espírito entenebrecido, como relâmpago em noite de espessa treva...

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:37 pm

Continua...

No entanto, para chegar à certeza de Deus, precisava de um caminho.

Esse caminho era ela, a mulher amada.
Queria vê-la, ouvi-la, tocá-la...

E tanto clamei por isso que, em certa ocasião, senti como que uma rajada de vento forte, arrebatando-me para o seio da noite...

Carregava comigo aquele fatal aposento, contudo, podia agora respirar a brisa refrescante, entre as sombras nocturnas que filtravam, de leve, as irradiações da lua nova.

Mais ágil, andei apressadamente...
Onde estaria ela, a mulher que estava em mim?

Favorecia-me o sopro do vento e, a minutos breves, alcancei pequeno jardim, vendo-a sentada com uma criança ao colo...

Ah! somente aqueles que sentiram na vida uma profunda e irremediável saudade poderão compreender o alarme de meu espírito naquela hora de reencontro!...

Mas, assim que me percebeu, aconchegou a criança ao coração e fugiu, espavorida...

Eu devia ser aos seus olhos um fantasma repelente a regressar do túmulo!
Persegui-a, porém, até que a vi penetrando um quarto humilde...
Observei-a, ajustando-se ao corpo de carne, tal qual a mão em se colando à luva...

Entendi, sem palavras, a nova situação.

Enlaçada a um homem que lhe partilhava o leito, reconheci, sem explicações verbais, que o filhinho nascituro era meu velho rival e que o homem desconhecido era-lhe agora o esposo, outro adversário que me cabia vencer.

O ódio passou a estourar-me o crânio.
O cheiro acre e fedentinoso de sangue novamente me ensandeceu.

Beijei-a, delirando em transportes de amor não correspondido, e consegui instilar-lhe aversão pelo marido e pelo filho recém-nato.

Queria matá-la... desejava que ela vivesse novamente para mim... pretendia sugar-lhe os eflúvios do coração...
E, durante muitos dias, permaneci naquela casa, desvairado e irresponsável, envenenando a própria medicação que lhe era administrada...

Consegui dominá-la até o dia em que foi conduzida a um círculo de orações...
E, nesse círculo, vossos amigos me encontraram... Encontraram-me e trouxeram-me a esta casa...

Com os ensinamentos que me dirigiram, a câmara do crime desapareceu de minha imaginação...

Todas as ideias estagnadas que me limitavam o pensamento, qual se eu fora o próprio remorso num casulo infernal, desfizeram-se, de pronto, como escamas de lodo que, em se desintegrando, me libertaram o espírito...

Desde então, fui admitido em uma escola...
Transcorridos seis meses, tornei ao lar que eu me propunha destruir, transformado pelas lições dos instrutores que vos orientam o santuário.

Novos sentimentos me vibravam no coração.
Compadeci-me daquela que sofria tanto e que tanto se esforçava por reabilitar-se perante a Lei!
Contemplei-lhe o filhinho e o esposo, tomado de viva compaixão...

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 30, 2011 10:38 pm

Continua...

Achava-me renovado...
Compreendi então convosco que o coração humano — concha divina — pode guardar consigo todos os amores...

Observei a extensão de minhas faltas e voltarei à carne em dias breves!
Aquela por quem me perdi ser-me-á devotada mãe...

Terei um pai humilde, generoso e trabalhador, abençoando-me o restabelecimento moral, e, em meu irmão, já renascido, encontrarei não mais o antagonista, mas o companheiro de provação com quem restaurarei o destino...

Ante o coração que me estimula a esperança, não mais direi:
— «mulher que eu desejo»! e sim «mãezinha querida!..

Nossos sentimentos pairarão em esfera mais alta e de seus lábios aprenderei, de novo, as sublimes palavras:
«Pai Nosso, que estás no Céu...»

Fitar-lhe-ei nos olhos o celeste horizonte e, trabalhando, enxergarei feliz a senda libertadora...
Ah!... entendereis comigo semelhante ventura?
Creio que sim.

Partirei, desse modo, não para a companhia dos anjos, mas para o convívio dos homens, refazendo meu próprio caminho e regenerando a própria consciência.

E, abraçando-vos com afectuosa gratidão, saúdo em Nosso Senhor Jesus-Cristo a fé que nos reúne!...

Terra — abençoado mar de lutas...
Carne — navio da salvação!
Lar — templo de luz e trabalho...
Mãe — santuário de amor!...

Meus amigos, até amanhã!
Bendito seja Deus.

José Gomes
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 31, 2011 9:48 pm

53 - A ORAÇÃO

A nossa reunião da noite de 17 de março de 1955 caracterizou-se pelo esforço assistencial intensivo.
Entidades desencarnadas, em lamentável desequilíbrio, reclamaram-nos grande atenção...


E, muitas vezes, fomos constrangidos à prece para melhor assimilarmos o auxílio dos nossos Benfeitores do Alto.
Finalizando as nossas tarefas, Meimei compareceu, através do médium, reconfortando-nos com bondade.

— “Meus irmãos — disse a nossa companheira —, todos partilhamos o contentamento da nossa noite de serviço e, quanto nos é possível, estamos colaborando para que fluidos restauradores nos controlem o ambiente, restituindo-lhe o equilíbrio físico, indispensável à luta redentora em que nos situamos.

Pedimos mais alguns instantes de silêncio e harmonia mental, pois estamos com a visita do nosso amigo Amaral Ornellas, que algo nos dirá, relativamente à oração.”

Retirou-se Meimei e o nosso irmão mencionado, operando imediata transfiguração do médium, ocupou-lhe os recursos psicofónicos e, de pé, depois de ligeira saudação, pronunciou o significativo soneto que transcrevemos.

A ORAÇÃO

A princípio, é um rumor do coração que clama,
Asa leve a ruflar da alma que anseia e chora...
Depois, é como um círio hesitante da aurora,
Convertendo-se, após, em resplendente chama...

Então, ei-la a vibrar como estrela sonora!
É a prece a refulgir por milagrosa flama,
Glória de quem confia e poder de quem ama,
Por mensagem solar, cindindo os céus a fora...

Depois, outro clarão do Além desce e fulgura.
É a resposta divina aos rogos da criatura,
Trazendo paz e amor em fúlgidos rastilhos!...

Irmãos, guardai na prece o altar do templo vosso!
Através da oração, nós bradamos: — “Pai Nosso!”
E através dessa luz, Deus responde: — “Meus filhos!”

Amaral Ornellas
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 31, 2011 9:49 pm

54 - CONCENTRAÇÃO MENTAL

Na noite de 24 de março de 1955, recolhemos, de novo, a palavra do nosso amigo espiritual André Luiz, que nos falou com respeito à concentração mental.


Amigos, muito se fala em concentração mental.
Círculos de fé concentram-se em apelos intempestivos ao Cristo.

Concentram-se companheiros de ideal com impecável silêncio exterior, sustentando inadequado alarido interno.

No entanto, é forçoso indagar de nós mesmos que recursos estaremos reunindo.

Simplesmente palavras ou simplesmente súplicas?
Sabemos que o justo requerimento deve apoiar-se no direito justo.

Situando a cabeça entre as mãos, é imprescindível não esquecer que nos cabe centralizar em semelhante atitude os resultados de nossa vida quotidiana, os pequeninos prémios adquiridos na regeneração de nós mesmos e as vibrações que estamos espalhando ao longo de nosso caminho.

É por isso que oferecemos, despretensiosamente, aos companheiros, alguns lembretes, que consideramos de importância na garantia de nossa concentração espiritual.

1º — Não olvide, fora do santuário de sua fé, o concurso respeitável que compete a você dentro dele.

2º — Preserve seus ouvidos contra as tubas de calúnia ou da maledicência, sabendo que você deve escutar para a construção do bem.

3º — Não empreste seu verbo a palavras indignas, a fim de que as sugestões da Esfera Superior lhe encontrem a boca limpa.

4º — Não ceda seus olhos à fixação das faltas alheias, entendendo que você foi chamado a ver para auxiliar.

5º — Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradável ou constrangedor lhe pareça, reconhecendo que a educação não surge sem disciplina.

6º — Aprenda a encontrar tempo para conviver com os bons livros, melhorando os próprios conhecimentos.

7º — Não se entregue à cólera ou ao desânimo, à leviandade ou aos desejos infelizes, para que a sua alma não se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da oração.

8º — Caminhe no clima do optimismo e da boa-vontade para com todos.

9º — Não dependure sua imaginação no cinzento cabide da queixa e nem mentalize o mal de ninguém.

10º — Cultive o auxílio constante e desinteressado aos outros, porque, no esquecimento do próprio “eu”, você poderá então concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que, desse modo, o seu pensamento erguer-se-á, vitorioso, para servir em nome de Deus.

André Luiz
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 31, 2011 9:50 pm

[b]55 - LEMBRANDO ALLAN KARDEC[i]

Na noite de 31 de março de 1955, na parte final de nossas tarefas, a instrumentação mediúnica foi ocupada pelo Espírito Leopoldo Cirne, o grande paladino do Espiritismo no Brasil, que, com fervoroso entusiasmo, exaltou a imorredoura figura do Codificador de nossa Doutrina.


Relembrando Allan Kardec, Cirne convida-nos, a todos nós que Integramos a comunidade espírita, ao estudo metódico das obras kardequianas, que sintetizam o roteiro das verdades eternas.

Meus amigos, seja connosco a paz do Senhor Jesus.

Celebrando hoje a colectividade espírita o octogésimo sexto aniversário da desencarnação de Allan Kardec, será justo erguer um pensamento de carinho e gratidão, em homenagem ao Codificador de nossa Doutrina, cujo apostolado nos religou ao Cristianismo simples e puro, descortinando amplos rumos ao progresso da Humanidade.

Recordando-lhe a memória, não reflectimos apenas no alvião renovador que a sua obra representa na desintegração dos quistos dogmáticos que se haviam formado no mundo pelos absurdos afirmativos da religião e pelos absurdos negativos da ciência, mas, também, na luz de esperança que o seu ministério vem constituindo, há quase um século, para milhões de almas que vagueavam perdidas nas trevas do materialismo, entre o desânimo e a desesperação.

O Espiritismo marcha vitoriosamente na Terra, traçando normas evolutivas e colaborando, por isso, na edificação do mundo novo;
entretanto, nas elevadas realizações com que se exornam, particularmente em nosso vasto sector de acção no Brasil, é imperioso não esquecer o apóstolo que, muitas vezes, entre a hostilidade e a incompreensão, batalhou e sacrificou-se para ser fiel ao seu augusto destino.

Saudando-lhe a missão venerável, pedimos vénia para sugerir, por vosso intermédio, a todos os cultivadores de nosso ideal, localizados em nossas múltiplas arregimentações doutrinárias, a criação de núcleos de estudo das lições basilares da Codificação, com o aproveitamento dos companheiros mais entusiastas, sinceros e responsáveis, em nosso movimento libertador, a fim de que as actividades tumultuárias, seja na composição do proselitismo ou no socorro às necessidades populares, não abafem a voz clara e orientadora do princípio.

Na distância de oitenta e seis quilómetros, além do nascedouro, a fonte estará inevitavelmente contaminada pelos elementos estranhos que se lhe agregam ao corpo móvel.

Não nos descuidemos, assim, da corrente cristalina do manancial de nossas directrizes, instituindo cursos de análise e meditação dos livros kardequianos para todos os aprendizes de boa-vontade.

Estudemos e trabalhemos, amemo-nos e instruamo-nos, para melhorar a nós mesmos e para soerguer a vida que estua, soberana, junto de nós.

A obra gloriosa do Codificador trouxe, como sagrado objectivo, a recuperação do amor e da sabedoria, da fraternidade e da justiça, da ordem e do trabalho, entre os homens, para a redenção do mundo.

Não lhe olvidemos, pois, a salvadora luz e, acendendo-a em nosso próprio espírito, repitamos reconhecidamente:
— Salve Allan Kardec!

Leopoldo Cirne
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 31, 2011 9:50 pm

56 - UM CORAÇÃO RENOVADO

A noite de 7 de abril de 1955 integrou a semana com que a Cristandade rememorou a flagelação de Jesus.


Em nosso Grupo foi mais Intensa a movimentação socorrista em favor dos sofredores desencarnados, dentre Os quais sobressaíram diversos irmãos hansenianos que, mesmo além da morte, revelavam dolorosas fixações mentais de revolta e amargura.

Vários dos médiuns presentes foram veículos deles, convocando-nos ao argumento evangélico e à oração para o alívio que reclamavam.

Concluindo as nossas tarefas, no horário dedicado aos Instrutores Espirituais, os recursos psicofónicos do médium Xavier foram ocupados pelo poeta Jesus Gonçalves, desencarnado em Pirapitinguí, que também passou pela provação da lepra, cuja palavra nos trouxe amoroso esclarecimento.

Amigos.

Sou o vosso irmão Jesus Gonçalves, o leproso de Pirapitinguí, a quem o Espiritismo ofereceu nova visão da vida.

Agradeço-vos o concurso fraterno, em socorro dos irmãos hansenianos desencarnados.
Vieram connosco, entre a lamentação e a revolta, perturbados e oprimidos...

No mundo, receberam a chaga física por maldição, quando poderiam utilizá-la como porta salvadora, e, no mundo espiritual, experimentam os efeitos da rebeldia.

Trazem, ainda, na organização perispirítica, os remanescentes da enfermidade que os acabrunhava e, no íntimo, sofrem a indisciplina e a inconformação.

Graças a Jesus, porém, recolheram o benefício da calma, pelas sementes de renovação evangélica espalhadas em vossos estudos de hoje e esperamos possam imprimir, desde agora, novos rumos à própria transformação.

E, agora, peço permissão para orar convosco.

Nesta noite, em que toda a Cristandade se volta, reconhecida, para a memória do Mestre, sentimo-lo igualmente em seu derradeiro sacrifício e, mentalizando-o no madeiro, de alma genuflexa, trazemos a Ele, nosso Eterno Amigo e Divino Benfeitor, a nossa prece de leproso diante da cruz.

Em seguida a leve pausa, o Espírito Jesus Gonçalves modificou a inflexão de voz e, erguendo-se para o Alto, orou, em lágrimas, comovedoramente:

Senhor, eu que vivia em vãos clamores,
Vinha de longe em ânsias aguerridas,
Sob a trama infernal de horrendas lidas,
Entre largos caminhos tentadores.

Tronos, glórias, tiaras, esplendores
E cidades famélicas vencidas...
Tudo isso alcancei, de mãos erguidas
Aos génios tenebrosos e opressores.

Mas, fatigado, enfim, de ser verdugo,
Roguei, chorando, a graça de teu jugo
E enviaste-me a lepra e a solidão.

E, confinado às dores que me deste,
Abriu-se-me a visão à luz celeste,
E achei-te, excelso, no meu coração.

Hoje, Mestre, ante a cruz em que te apagas,
Na compaixão que ajuda e renuncia,
Não te peço o banquete da alegria,
Embora o doce olhar com que me afagas.

Venho rogar-te a túnica das chagas
Para que eu volte à estrada escura e fria,
Em que os filhos da noite e da agonia
Sofrem ulcerações, bramindo pragas...

Dá-me, de novo, a lepra que redime,
Conservando-me a fé por dom sublime,
Agora que, contente, me prosterno!...

E que eu possa exaltar, por muitas vidas,
Sobre o lenho de angústias e feridas,
O teu reino de amor divino e eterno.

Jesus Gonçalves
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Mar 31, 2011 9:50 pm

57 - CONFORTADORA VISITA

Na reunião da noite de 14 de abril de 1955, os Benfeitores Espirituais reservaram grata surpresa ao nosso Grupo.


Trazido por eles, veio até nós o Espírito de nosso velho amigo e confrade Doutor Camilo Rodrigues Chaves, desencarnado em Belo Horizonte em 3 de fevereiro deste ano.

Foi a primeira vez que tivemos o ensejo de observar um companheiro recém-desencarnado comunicar-se no plano material com tanto equilíbrio e segurança.

Doutor Camilo, valoroso lidador do Espiritismo, passou para a Espiritualidade como Presidente da União Espírita Mineira, casa-máter de nossa Doutrina, em nosso Estado, e, controlando o médium, caracterizou-se plenamente, diante de nós, não só pela mímica com que se fazia sentir, como também pela voz que lhe era peculiar.

A visita do querido companheiro foi realmente confortadora e a sua palestra é de notável conteúdo para a nossa meditação.

Irmãos, o condiscípulo temporariamente afastado da escola vem visitar-vos e agradecer as vibrações encorajadoras e amigas.

A morte foi para mim benigna e rápida, no entanto, a desencarnação mental, propriamente considerada, continua para meu espírito, porque o homem não se desenvencilha, de chofre, dos hábitos consuetudinários que lhe marcam a vida.

Os deveres, as afeições, os projectos formados para o futuro, constituem laços ao pensamento.
Ainda assim, tenho comigo a bênção da fé, presidindo-me a gradativa liberação.

Sinto-me, por enquanto, na posição do convalescente inseguro, esperando recuperar-se;
contudo, já sei o bastante para afirmar-vos que, neste «outro lado» da vida, a sobrevivência é tal qual pressentimos na Terra, mas nem todas as situações se desdobram aqui, segundo imaginamos.

A experiência continua sem saltos, o homem se prolonga sem alterar-se de improviso, a matéria rarefaz-se e, de algum modo, se modifica, sustentando, porém, as características que lhe são próprias, e o túmulo é apenas transposição de plano em que a nossa consciência encontra a si mesma, sem qualquer fantasia.

Compreendo, assim, agora, com mais clareza, a função do Espiritismo como instituto mundial de educação renovadora das almas, junto ao qual precisamos empenhar interesse e energia.

Não vale tomar a Doutrina a serviço nosso, quando é nossa obrigação viver a serviço dela.

Escravizá-la às vantagens particulares, nos caprichos e paixões da luta terrestre, é acrescer compromissos e débitos, adiando a nossa própria emancipação.
Sem a cápsula física, nossa penetração na verdade é mais íntima e, a rigor, mais verdadeira.

Daí o motivo de nos doerem, fundo, as faltas de omissão, porque todos trazemos para cá a preocupação de não haver feito pelo bem tudo aquilo que poderíamos ter realizado, no transcurso de nossa permanência no corpo.

Não nos iludamos.
Exercer a caridade vulgar, alimentando os famintos e agasalhando os nus, é simples dever nosso, em nossas novas noções de solidariedade e justiça.

E não nos esqueçamos de que a caridade real será sempre iluminar o espírito humano para que o espírito humano se conheça e ajude a si próprio.

Oxalá possais ver mais longe que nós, os companheiros que vos precederam na grande viagem, atendendo ao serviço primordial que nos desafia!

Sem a assimilação dos nossos postulados, de maneira intensiva, utilizando consciência e coração, raciocínio e sentimento, falecer-nos-á o discernimento, sem discernimento fugiremos à responsabilidade, sem responsabilidade não teremos elevação moral e, sem elevação moral, o fenómeno espírita, não obstante a sua legitimidade, será estagnação no primitivismo.

Procuremos Jesus, afeiçoando-nos a ele, para que os nossos irmãos de senda evolutiva e de actividade regeneradora o encontrem connosco.

Esta, meus amigos, por agora, é a nossa tarefa maior.

Camilo Rodrigues Chaves
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58 - HOMENAGEM AO TIRA-DENTES

Na reunião da noite de 21 de abril de 1955, no horário consagrado às instruções, comunicou-se nosso amigo espiritual José Xavier, recomendando-nos:

— “Rogamos aos companheiros mais dois ou três minutos de silêncio, em oração, a fim de que o poeta Olavo Bilac, hoje presente às nossas tarefas, algo nos diga, como é de seu desejo, sobre a memória do Tira-dentes.”

Minutos após, com a transfiguração habitual do médium, assinalamos a presença do grande poeta brasileiro, cuja palavra eloquente se fez ouvida em nosso recinto, no soneto que passamos a transcrever:

TIRA-DENTES

Freme, na Lampadosa, a turba em longas filas.
Estandartes... Clarins... A praça tumultua...
Tira-dentes, o herói, ante os gritos da rua.
Entra guardando a cruz nas magras mãos tranquilas.

— “Morra a conjuração da sombra em que te asilas!”
— “Morte ao traidor do reino!...“ — É a gentalha que estua.
E ele sobe, sereno, à forca estranha e nua,
Trazendo o sol da fé a inflamar-lhe as pupilas.

Logo após, é o baraço, o extremo desengano...
O mártir pensa em Cristo e envia ao povo insano
Um gesto de piedade e um olhar de amor puro.

Age o carrasco, enfim... O apóstolo balança...
E Tira-dentes morre, entre o sonho e a esperança,
Contemplando, enlevado, o Brasil do futuro.

Olavo Bilac
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59 - TRIO ESSENCIAL

Na reunião da noite de 28 de abril de 1955, foi Emmanuel quem senhoreou as faculdades psicofónicas do médium, transmitindo-nos instruções acerca da constituição de elementos para o êxito nas tarefas de intercâmbio com o mundo espiritual.


Meus amigos.

O êxito da reunião mediúnica, como corpo de serviço no plano terrestre, exige três elementos essenciais:
O orientador.
O médium.
O assistente.

Nesse conjunto de recursos tríplices, dispomos de comando, obediência e cooperação.
O primeiro é o cérebro que dirige.
O segundo é o coração que sente.
O terceiro é o braço que ajuda.

Sem a segurança e a ponderação do cérebro, seremos arremessados, irremediavelmente, ao desequilíbrio.
Sem o carinho e a receptividade do coração, sofreremos o império do desespero.
Sem o devotamento e a decisão do braço, padeceremos a inércia.

Contudo, para que o trio funcione com eficiência, são necessários três requisitos na máquina de acção em que se expressam:
Confiança.
Boa-vontade.
Harmonia.

Harmonia que traduza disciplina, ordem e respeito.
Confiança que signifique fé, optimismo e sinceridade.
Boa-vontade que exprima estudo, compreensão e serviço espontâneo ao próximo.

Não podemos esquecer, ainda, que essa máquina deve assentar-se em três alicerces distintos:
Aperfeiçoamento interior.
Oração com vigilância.
Dever bem cumprido.

Obtida a sintonia nesse triângulo de forças, poderá, então, a Espiritualidade Superior, através de factores humanos, empreender entre os homens encarnados a realização dos seus três grandes objectivos:
A elevação moral da ciência.
O esclarecimento da filosofia.
A liberdade da religião.

Com a ciência dignificada, não trairemos no mundo o ritmo do progresso.
Com a filosofia enobrecida, clarearemos os horizontes da alma.
Com a religião liberta dos grilhões que lhe encadeiam o espírito glorioso às trevas da discórdia e do fanatismo, poderemos distender o socorro e a beneficência, a fraternidade e a educação.

Reunamo-nos nas bases a que nos referimos, sob a inspiração do Cristo, Nosso Mestre e Senhor, e as nossas reuniões mediúnicas serão sempre um santuário de caridade e um celeiro de luz.

Emmanuel
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