LUZ ESPÍRITA
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INSTRUÇÕES PSICOFÓNICAS - Diversos Espíritos/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:45 pm

INSTRUÇÕES PSICOFÓNICAS - Diversos Espíritos/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER Instrucoespsicofonicas
INSTRUÇÕES PSICOFÓNICAS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO POR DIVERSOS ESPÍRITOS

Em memória de ALLAN KARDEC
Homenagem do “Grupo Meimei”


ÍNDICE

Explicação necessária


CAPÍTULO 1 = RENÚNCIA
CAPÍTULO 2 = EM BUSCA DO MESTRE
CAPÍTULO 3 = TEMA EVANGÉLICO
CAPÍTULO 4 = NO INTERCÂMBIO
CAPÍTULO 5 = ABENÇOEMOS A LUTA
CAPÍTULO 6 = A LIÇÃO DA CRUZ
CAPÍTULO 7 = TRABALHEMOS AMANDO
CAPÍTULO 8 = PALAVRAS DE UM BATALHADOR
CAPÍTULO 9 = NA ESFERA DA PALAVRA
CAPÍTULO 10 = DEPOIMENTO
CAPÍTULO 11 = REFLEXÕES
CAPÍTULO 12 = ANTE A REENCARNAÇÃO
CAPÍTULO 13 = ELEVAÇÃO
CAPÍTULO 14 = A MELODIA DO SILÊNCIO
CAPÍTULO 15 = ADVERTÊNCIA
CAPÍTULO 16 = AMARGA EXPERIÊNCIA
CAPÍTULO 17 = NA VIAGEM DO MUNDO
CAPÍTULO 18 = DRAMA NA SOMBRA
CAPÍTULO 19 = ALERGIA E OBSESSÃO
CAPÍTULO 20 = EM MARCHA
CAPÍTULO 21 = ORAÇÃO
CAPÍTULO 22 = UM AMIGO QUE VOLTA
CAPÍTULO 23 = COMPANHEIRO EM LUTA
CAPÍTULO 24 = PÁGINA DE FÉ
CAPÍTULO 25 = ROGATIVA

Continua...


Última edição por Ave sem Ninho em Qui Jul 20, 2017 7:57 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:45 pm

Continua...

CAPÍTULO 26 = UMA LIÇÃO
CAPÍTULO 27 = BOM AVISO
CAPÍTULO 28 = PALAVRAS DE AMIGO
CAPÍTULO 29 = CONSCIÊNCIA FERIDA
CAPÍTULO 30 = CORAÇÃO E CÉREBRO
CAPÍTULO 31 = UM IRMÃO DE REGRESSO
CAPÍTULO 32 = PALAVRAS DE LUZ
CAPÍTULO 33 = UM ANTIGO LIDADOR
CAPÍTULO 34 = PARASITOSE MENTAL
CAPÍTULO 35 = CARIDADE
CAPÍTULO 36 = A ORAÇÃO CURATIVA
CAPÍTULO 37 = MENSAGEM DE UM SACERDOTE
CAPÍTULO 38 = PENSAMENTO
CAPÍTULO 39 = PROVAÇÃO
CAPÍTULO 40 = VERSOS DO NATAL
CAPÍTULO 41 = SENTIMENTO
CAPÍTULO 42 = DIVINO AMIGO, VEM!
CAPÍTULO 43 = HOJE
CAPÍTULO 44 = ARQUITECTOS ESPIRITUAIS
CAPÍTULO 45 = BOA-VONTADE
CAPÍTULO 46 = SESSÕES MEDIÚNICAS
CAPÍTULO 47 = SANTA ÁGUA
CAPÍTULO 48 = NO CAMPO ESPÍRITA
CAPÍTULO 49 = ALÉM DO SONO
CAPÍTULO 50 = OBSERVAÇÃO OPORTUNA
CAPÍTULO 51 = DOMÍNIO MAGNÉTICO
CAPÍTULO 52 = UMA DESPEDIDA
CAPÍTULO 53 = A ORAÇÃO
CAPÍTULO 54 = CONCENTRAÇÃO MENTAL
CAPÍTULO 55 = LEMBRANDO ALLAN KARDEC
CAPÍTULO 56 = UM CORAÇÃO RENOVADO
CAPÍTULO 57 = CONFORTADORA VISITA
CAPÍTULO 58 = HOMENAGEM AO TIRA-DENTES
CAPÍTULO 59 = TRIO ESSENCIAL
CAPÍTULO 60 = FIXAÇÃO MENTAL
CAPÍTULO 61 = JUSTIÇA
CAPÍTULO 62 = A TERAPÊUTICA DA PRECE
CAPÍTULO 63 = ORANDO E VIGIANDO
CAPÍTULO 64 = O CRISTO ESTÁ NO LEME
CAPÍTULO 65 = ORAÇÃO

Adenda
Nótulas do organizador


§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:45 pm

Explicação necessária

Segundo a praxe, um livro diferente no mundo das letras pede a apresentação de alguém que lhe abrace o conteúdo.

Mesmo nas letras espíritas, isso é norma corrente, com a movimentação dos literatos de renome ou dos instrutores desencarnados.

Neste livro, porém, o caso foge à regra.
Não dispomos de qualquer galardão para adquirir o favor da publicidade.

Nossos Amigos Espirituais, contudo, são de parecer que notícias e ideias, para que se definam, reclamam o selo do testemunho pessoal de quem lhes opera o lançamento e, por isso, não porque a nossa manifestação deva reportar-se ao esforço do beletrista, mas sim à responsabilidade moral do servidor, aqui estamos, por fidelidade à própria consciência, esposando nosso dever com alegria.

Passemos, pois, aos assuntos e aos factos.

Corria o ano de 1951 e frequentes se faziam nossas excursões de Belo Horizonte, onde residimos, a Pedro Leopoldo, hoje região suburbana da Capital mineira.

Em conversações fraternas e amigas com o nosso companheiro de ideal Francisco Cândido Xavier, muitas vezes observávamos o volume crescente dos casos de obsessão que procuravam incessantemente as reuniões públicas do “Centro Espírita Luiz Gonzaga”, nas noites de segundas e sextas-feiras.

Impressionava-nos a multiplicidade dos problemas tristes.
As moléstias mentais, como ainda hoje acontece, compareciam, uma trás outra.
Possessão, fascinação, histeria, desequilíbrio, loucura...

E o Chico, por várias vezes, falou-nos do desejo expresso pelos mentores espirituais, no sentido de se criar um grupo de irmãos conscientes e responsáveis para a assistência especializada aos problemas difíceis.

Inegavelmente, o «Luiz Gonzaga», hoje como há quase trinta anos, vem prestando aos enfermos que lhe batem às portas todo o auxílio de que dispõe, através da oração, do socorro magnético e da genuína elucidação evangélica.

Ainda assim, acumulavam-se os obsessos marginais, numerosos e complexos.

E de quando em quando nos perguntava o Chico se não nos decidiríamos a aceitar a direcção de um núcleo doutrinário independente, para atender às tarefas da desobsessão.

Antigamente, em conexão com o “Luiz Gonzaga”, funcionara em Pedro Leopoldo um círculo dessa natureza.

Mas, em fevereiro de 1939, desencarnava o confrade José Xavier, que o dirigia, e a partida do companheiro encerrara-lhe a existência.

Não seria justo reatar o serviço especializado de assistência aos alienados mentais, então interrompido?

Ante as perguntas do médium, começamos a meditar.
Não foi possível considerar-lhe, de pronto, os apelos.
Relutamos, conhecendo nossas próprias deficiências.

Além disso, obrigações múltiplas nos tomavam o tempo e a providência exigiria estudo e reflexão na esfera teórica de nossa Doutrina, para que não nos falhasse a segurança na prática.

Hesitávamos, temendo acolher responsabilidades em que não pudéssemos persistir.

Os dias, porém, sucediam-se uns aos outros e, com a romaria constante dos enfermos mentais, repetiam-se as indagações do amigo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:46 pm

Por que motivo não organizar um posto de socorro mediúnico para a prestação de serviço aos necessitados?

Em meados de 1952, aderimos finalmente.

Convidamos alguns irmãos conscientes da gravidade que o assunto envolve em si e, na noite de 31 de julho do ano mencionado, realizamos nossa primeira reunião.

Grupo reduzido.
Vinte companheiros que perseveram unidos até agora, dos quais dez médiuns com faculdades psicofónicas apreciáveis.

O programa traçado pelos Instrutores Espirituais prossegue dentro de normas rígidas.

Reuniões semanais, nas noites de quintas-feiras.
Actividades mediúnicas em atmosfera de intimidade.
Ausência total de público.

Além do quadro habitual da equipe, somente a presença dos enfermos, assim mesmo quando absolutamente necessária.
Assiduidade. Horário rigoroso.

E, por imposição dos amigos que connosco trabalham, a agremiação recebeu o nome de «Grupo Meimei», em recordação da irmã e companheira dedicada que, de imediato, recebeu do Mundo Espiritual a incumbência de assistir-nos as tarefas e amparar-nos os serviços.

Esse o nosso início, recomeçando a obra especializada de desobsessão em Pedro Leopoldo, interrompida por treze anos consecutivos.

A princípio, reuníamo-nos na antiga dependência que o «Centro Espírita Luiz Gonzaga» ocupou, de 1927 a 1950, mas, em 1954, no segundo aniversário de nossa instituição, por mercê de Deus e com a colaboração espontânea e desinteressada dos nossos companheiros, transferimo-nos para a nossa sede própria e definitiva que, embora singela, se levanta acolhedora à rua Benedito Valadares, nesta Cidade.

Falemos agora de nossas sessões propriamente ditas.
Iniciamos nossas actividades impreterivelmente às vinte horas, nas noites de quintas-feiras.

Sempre o mesmo quadro inalterado de irmãos em lide.

Destinamos os primeiros quinze minutos à leitura de trechos doutrinários, à prece de abertura e à palavra rápida do amigo espiritual que nos fornece instruções.
Às vinte horas e quinze minutos, aproximadamente, encetamos o socorro aos desencarnados, constando de esclarecimento e consolo, enfermagem moral e edificação evangélica, a benefício das entidades conturbadas e sofredoras, no que despendemos noventa minutos, valendo-nos da cooperação de todos os médiuns presentes.

Às vinte e uma horas e quarenta e cinco minutos, o ambiente é modificado.
É a parte final que dedicamos à prece, em favor de enfermos distantes.

E, nesses quinze minutos que precedem o encerramento, sempre recebemos, pela psicofonia sonambúlica de Francisco Cândido Xavier, a palavra directa de nossos instrutores e benfeitores desencarnados.

Explicada a existência de nosso grupo e aclarado o nosso programa de serviço, reportemo-nos agora à formação deste livro.
Desde 1952, lamentávamos a perda dos ensinamentos recolhidos na fase terminal de nossas reuniões.

Eram lições primorosas dos orientadores, palestras edificantes de amigos, relatos comoventes de irmãos recuperados e prelecções de carácter científico, filosófico e religioso, proferidas por devotados e cultos mentores, de passagem por nosso recinto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:46 pm

Para reter-lhes a palavra construtiva e consoladora, muita vez suspiramos pela colaboração de um taquígrafo.

Nos primeiros dias de 1954, numa das sessões públicas do «Centro Espírita Luiz Gonzaga», comentávamos o problema com o nosso distinto confrade Professor Carlos Torres Pastorino, do Rio de Janeiro, e esse nosso amigo, com cativante gentileza, ofereceu-nos a gravadora de sua propriedade.

Poderíamos utilizá-la em Pedro Leopoldo e, encantados, guardamo-la por valioso empréstimo.

Foi assim que, desde a noite de 11 de março de 1954, graças à bondade de Deus e à generosidade de um amigo, nos foi possível fixar as alocuções dos instrutores e irmãos desencarnados que nos visitam.

É preciso dizer que o médium Chico Xavier sempre as recebeu psicofónicamente, no último quarto de hora das nossas sessões, muita vez depois de exaustivo labor na recepção de entidades perturbadas, em socorro de obsessos e doentes, serviço esse no qual coopera, igualmente, junto com os demais médiuns de nossa agremiação.

Alguém sugeriu a conveniência de organizarmos um livro com as presentes comunicações faladas, o primeiro obtido através das faculdades psicofónicas do médium Xavier, e aqui o temos, apresentado, não pela competência literária de que não dispomos, mas pelo nosso amor às responsabilidades assumidas.

Devemos informar que infelizmente não podemos, por impossível, registar no papel a beleza das recepções, as variações do tom de voz, as paradas mais ou menos largas, o entrecortamento de palavras ou de frases por lágrimas de comoções ou gestos de alegria, a mudança, mesmo, do tipo de voz, além de outros característicos que valorizariam sobremaneira, ao nosso humilde pensar, as páginas de que os leitores tomarão conhecimento a seguir.

Fizemos preceder cada mensagem por anotações informativas que julgamos indispensáveis à apreciação do leitor e, à guisa de posfácio, colocamos no presente volume os apontamentos estatísticos de dois anos sucessivos de acção espiritual do «Grupo Meimei», para estudo dos nossos irmãos de ideal interessados no assunto.

Finalizando, consignamos aqui o nosso profundo reconhecimento à bondade de Nosso Senhor Jesus-Cristo, suplicando a Ele abençoe os orientadores e amigos espirituais que amorosamente nos assistem. E, agradecendo a todos os nossos companheiros de tarefa pelo concurso decisivo e fraternal de sempre, rogamos a Deus, Nosso Pai Celestial, nos ampare e fortaleça, em nossos desejos de progresso e renovação.

Arnaldo Rocha

Pedro Leopoldo, 10 de junho de 1955.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:47 pm

Em saudação

“E indo as mulheres anunciá-lo aos seus discípulos, eis que Jesus lhes surge ao encontro, dizendo:
“Eu vos saúdo!”

— Mateus, capítulo 28º, versículo 9.

Esbatera-se no horizonte a treva nocturna.
Ao clarão do amanhecer, as mulheres de Jerusalém dirigem-se ao sepulcro do Eterno Amigo para a exaltação da saudade.

Inquietas, porém, encontram-no vazio.
Guardas atónitos comunicam-lhes que a vida triunfara da morte...

E quando as irmãs fiéis se voltam, em regozijo, para anunciar aos companheiros a grande nova, eis que Jesus lhes surge, redivivo, ao encontro, exclamando, feliz: — “Eu vos saúdo!”

Não é um fantasma que regressa.
Não é um morto entre panos do túmulo.
Não traz qualquer sinal de tristeza.

Não espalha terror e luto.
O Mestre irradia jubiloso amor e clama: —“Salve!”

No limiar deste livro, formado com a palavra viva dos amigos desencarnados, recordamos o Benfeitor Celeste, em sua gloriosa ressurreição, e desejamos sejam essas páginas uma saudação dos vivos da Espiritualidade que bradam para os vivos da Escola Humana:
— Irmãos, aproveitai o tempo que vos é concedido na Terra para a construção da verdadeira felicidade!

A morte é renovação, investindo a alma na posse do bem ou do mal que cultivou em si mesma durante a existência.

Vinde à esperança, vós que chorais na sombra da provação!
Suportai a dor como bênção do Céu e avançai para a luz sem desfalecer!...

Além da cinza que o túmulo espalha sobre os sonhos da carne, a alma que amou e elevou-se renasce plena de alegria na vida eterna, qual esplendoroso sol, fulgurando além da noite.

Depois de curto estágio na Terra, estareis connosco na triunfante imortalidade!

Ajudai-vos uns aos outros.
Educai-vos, aprendendo e servindo!...

E, buscando a inspiração de Jesus para a nossa luta de cada dia, roguemos a Deus nos abençoe.

Emmanuel

Pedro Leopoldo, 10 de junho de 1955.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:47 pm

1 - RENÚNCIA

Reunião de 11 de março de 1954.


De posse da gravadora, o “Grupo Meimei” iniciou o registo de instruções dos Amigos Espirituais, por intermédio da mediunidade psicofónica de Francisco Cândido Xavier, começando semelhante tarefa na noite de 11 de março de 1954.

Terminado o serviço de esclarecimento e socorro aos irmãos transviados no sofrimento e na sombra, que compareceram em grande número através de vários médiuns da casa, o venerável benfeitor Adolfo Bezerra de Menezes incorporou-se, pronunciando a alocução que se segue, alusiva à renúncia, como base de felicidade e paz, dirigindo-se não apenas aos companheiros encarnados, mas, de modo particular, à compacta assembleia de Espíritos conturbados que se comprimiam em expectação no recinto.

Meus amigos:

Rendamos graças ao Nosso Pai Celestial, guardando boa-vontade para com os homens, nossos irmãos.

Como de outras vezes, achamo-nos juntos no santuário da prece...

Nossa visita, contudo, não tem outro objectivo senão colaborar na renovação íntima que nos é indispensável, a fim de que não estejamos malbaratando os recursos da fé e os favores do tempo.

Volvendo a vós outros, endereçamos igualmente a nossa mensagem a todos os companheiros que nos escutam fora da carne, órfãos de luz, ao encalço da própria transformação com o Divino Mestre, porque somente em Cristo é possível traçar o verdadeiro caminho da redenção.

Aprendamos a ceder, recolhendo com Jesus a lição da renúncia, como ciência divina da paz.

Constantemente nossa palavra se reporta à caridade e admitimos que caridade seja apenas alijar o supérfluo de valores materiais da nossa vida.

Entretanto, a caridade maior será sempre a da própria renunciação, que saiba ceder de si mesma para que a liberdade, a alegria, a confiança, o optimismo e a fé no próximo não sofram prejuízo de qualquer procedência.

Como exercício incessante de autoburilamento, é imperioso ceder diariamente de nossas opiniões, de nossos pontos de vista, de nossos preconceitos e de nossos hábitos, se pretendemos realmente assimilar com Jesus a nossa reforma no Evangelho.

Toda a Natureza é escola nesse sentido.
Cedendo de si própria, converte-se a madeira bruta em móvel de alto preço.

Abdicando os prazeres da mocidade, o homem e a mulher alcançam do Senhor a graça do lar, em favor dos filhinhos que lhes conduzirão a mensagem de amor e confiança ao futuro.

Consumindo as próprias forças, o Sol mantém a Terra e nos sustenta a vida com seus raios.
Meditai a realidade (1), principalmente vós outros que já vos desenfaixastes do envoltório físico!

Cultivemos a renúncia aos haveres e afectos da retaguarda humana, para que a morte se nos revele por vida imperecível, descortinando-nos nova luz!...

Todos os dias, volta o esplendor solar à experiência do homem, concitando-o a aperfeiçoar-se, por dentro, pelo olvido de velhos fardos das impressões negativas, que tantas vezes se nos cristalizam na mente, escravizando-nos à ilusão...

E porque vivemos desprevenidos, gastando a esmo as oportunidades de serviço, obtidas no mundo, com o corpo denso, somos colhidos pela transição do túmulo, como pássaros engaiolados na grade do próprio pensamento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:48 pm

É necessário esquecer para reviver.

É imprescindível o desapego de todas as posses precárias da estação carnal de luta, para que o incêndio das paixões não nos arraste às calamidades do espírito, pelas quais se nos paralisa o anseio de progresso, em seculares reparações!...

Não há liberação da consciência, quando a consciência não se liberta.
Não há cura para as nossas doenças da alma, quando nossa alma não se rende ao impositivo de recuperar a si mesma!...

Saibamos, assim, exercer a doce caridade de compreender as criaturas que nos cercam.

Não somente entendê-las, mas também ampará-las pelo desprendimento de nossos desejos, percebendo que o bem do próximo, antes de tudo, é o nosso próprio bem.

Recordemos que as Leis do Senhor se manifestam, em voz gritante, nas trombetas do tempo, conferindo a cada coisa a sua função e a cada espírito o lugar que lhe é próprio.

Desse modo, não nos adiantemos aos Celestes Desígnios, mas aprendamos a ceder, na convicção de que a justiça é sempre a harmonia perfeita.

Atentos ao culto do sacrifício pessoal sob as normas do Cristo, peçamos a Ele coragem de usar o silêncio e a bondade, a paciência e o perdão incondicional, no trabalho regenerador de nós mesmos, de vez que não podemos dispensar a energia e a firmeza para nos afeiçoarmos a semelhantes virtudes que, em tantas ocasiões, repontam entusiásticas de nossa boca, quando o nosso coração se encontra longe delas.

Irradiemos os recursos do amor, através de quantos nos cruzem a senda, para que a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com os outros consolação e esperança, serenidade e fé.

Imitemos a semente humilde a desfazer-se no solo, aparentemente desamparada, aprendendo com ela a desintegrar as teias pesadas e escuras que nos constringem a individualidade eterna, a fim de que o nosso espírito desabroche no chão sagrado da vida, em novas expressões de entendimento e trabalho.

Para isso, não desdenhemos ceder.

E supliquemos ao Eterno Benfeitor nos ajude a plasmar-lhe a Doutrina de Luz em nossas próprias vidas, para que a nossa presença, onde quer que estejamos, seja sempre uma fonte de reconforto e esperança, serviço e benevolência, exaltando para aqueles que nos rodeiam o abençoado nome de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

Bezerra de Menezes

(1) Neste tópico da mensagem, o Doutor Bezerra de Menezes dirigia-se, de modo particular, aos desencarnados presentes.
— Nota do organizador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:48 pm

2 - EM BUSCA DO MESTRE

Na noite de 18 de março de 1954, os apontamentos educativos, na fase terminal da reunião, foram trazidos por Meimei, a irmã responsável pelas tarefas do Grupo, que enfeixou em sua mensagem falada, aqui transcrita, todo um poema evangélico, incentivando-nos ao trabalho de comunhão com o Senhor.


Aos ouvidos da Alma atormentada, que lhe pedia a comunhão com Jesus, respondeu, generoso, o mensageiro celestial:
— Sim, em verdade reconheces no Cristo o Senhor, mas não te dispões a servi-lo...

Clamas por Ele, como sendo a Suma Compaixão, todavia, ainda te acomodas com a maldade...
Não te cansas de anunciá-lo por Luz dos Séculos, entretanto, não te afastas da sombra...

Dizes que Ele é o Amor Infinito, mas ainda te comprazes na agressividade e no ódio...
Afirmas aceitá-lo por Príncipe da Paz e não vacilas em favorecer a discórdia...

— Contudo — suplicou a Alma em pranto —, tenho fome de consolo, no aflitivo caminho em que se me alongam as provações...
Que fazer para encontrar-lhe a presença redentora? ....

— Volta ao combate pela vitória do bem e não desfaleças! — acrescentou o emissário celeste.

— Ele é teu Mestre, a Terra é tua escola, o corpo de carne a tua ferramenta e a luta a nossa sublime oportunidade de aprender.

Se já lhe recolheste a lição, sê um traço dEle, cada dia...

Ama sempre, ainda que a fogueira da perseguição te elimine a esperança, estende os braços ao próximo, sem esmorecer, ainda que o fel das circunstâncias adversas te envenene a taça de solidariedade e carinho!...

Sê um raio de luz nas trevas e a mão abnegada que insiste no socorro fraternal, ainda mesmo nos lugares e nas situações em que os outros hajam desistido de auxiliar...

Vai! Esquece-te e ajuda no silêncio, assim como no silêncio recolhes dEle o alento de cada instante!

Não pretendas improvisar a santidade e nem esperes partilhar-lhe, de imediato, a glória sublime!
Ouve! Basta que sejas um traço do Senhor, onde estiveres!...

Aos olhos da Alma supliciada desapareceu a figura do excelso dispensador dos Talentos Eternos.
Viu-se, de novo, religada ao corpo, sob desalento inexprimível...

Contudo, ergueu-se, enxugou os olhos doridos e, calando-se, procurou ser um traço do Mestre cada dia.

Correu, célere, o tempo.
Amou, tolerou, sofreu e engrandeceu-se...

O mundo feriu-a de mil modos, os invernos da experiência enrugaram-lhe a face e pratearam-lhe os cabelos, mas um momento surgiu em que os traços do Mestre como que se lhe gravaram no íntimo...

Viu Jesus, com todo o esplendor de sua beleza, no espelho da própria mente, no entanto, não dispunha de palavras para transmitir aos outros qualquer notícia do divino milagre...

Sabia tão-somente que transportava no coração as estrelas da alegria e os tesouros do amor.

Meimei
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:48 pm

3 - TEMA EVANGÉLICO

Nas actividades da noite de 25 de março de 1954, tivemos a visita de vários irmãos desencarnados, procedentes das Igrejas Reformadas.

No encerramento, dirigindo-se a eles e a nós, manifestou-se o Irmão Álvaro Reis, que foi eminente pastor no Brasil, cuja palavra focalizou elevado tema evangélico, destacando a responsabilidade dos espíritas, como detentores das interpretações mais avançadas do ensinamento de Jesus.


Amigos, que Jesus nos mantenha em seu amor.

Não sabemos de outra felicidade maior que a vossa, porque ainda na carne sois preparados para a senda do Espírito, de maneira a que não vos desvieis do roteiro de luz.

O Espiritismo funciona em vossas experiências como intérprete das lições divinas, oferecendo soluções simples aos problemas complicados, satisfazendo indagações e decifrando enigmas, ao clarão da fé sem artifícios, capaz de guindar-vos às eminências do trabalho com o Senhor, sem a contenção muita vez abusiva de autoridades humanas, estranhas à vocação do Evangelho, e que, ao invés de vos garantirem a escalada, talvez até vos tolhessem o direito de aprender, servir e experimentar.

Entretanto, crede que muito maior é a responsabilidade que vos pesa nos ombros, porquanto o nosso irmão católico romano, em transpondo o limiar do túmulo, poderá referir-se às pelas mentais a que foi escravizado no culto externo, e o companheiro da Igreja Reformada alegará com justiça o insulamento a que foi constrangido na clausura da letra.

Vós, porém, avançais a céu escampo, guardando conhecimentos evangélicos mais susceptíveis de plena identificação com a Verdade, nutrindo-vos, desde agora, com os frutos sazonados da vida eterna.

A concepção real da justiça vos favorece mais clara visão do Universo e sabeis como ninguém que o Paraíso deve ser edificado gradativamente em nós mesmos, todos os dias.

Egressos da Igreja Reformada, lastimamos a impossibilidade de retroacção no tempo, para reestruturar a conceituação do Testamento Divino e buscar, como acontece convosco, o supremo consolo da fé ajustada aos fundamentos simples da vida, sem o férreo arcabouço das convenções humanas.

Desejávamos para nós mesmos o trato espontâneo e puro com a fonte viva da Boa-Nova, a fim de nos habilitarmos às revelações maiores, pela regeneração de nossos próprios preceitos.

Ainda assim, não obstante os prejuízos do passado, rejubilamo-nos com a formação da vanguarda espírita-cristã, valoroso e pacífico exército de almas fervorosas que, pelos méritos da oração e do arrependimento, da boa-vontade e do serviço aos semelhantes, vem construindo no mundo precioso trilho de acesso a comunhão com Jesus.

Regozijamo-nos, como quem sabe que a fortuna do vizinho é também a nossa fortuna, e, se é possível deixar-vos uma lembrança amiga, em sinal de contentamento pelo primeiro contacto convosco, ofertamos aos vossos corações a palavra do Mestre Divino, nas anotações do Apóstolo Mateus, no capítulo 6, versículo 33, quando o Celeste Amigo nos adverte:
— «Buscai, acima de tudo, o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas ser-vos-ão acrescentadas.»

Recuando ao tempo de sua palavra directa, recordemos que a multidão perguntava sobre o comer, o beber, e o agasalhar-se...

Essas coisas, porém, cresceram com a civilização.
Não apenas pão do corpo, mas pão do espírito em forma de educação e paz.

Não apenas beber água, na ordem material, mas sorver o idealismo santificante de que o Mestre mesmo foi o excelso portador.

Não apenas o agasalhar-se com as vestes corruptíveis que cobrem o corpo denso, mas o abrigar-se cada um de nós na alegria da consciência recta, para que o coração unido ao Cristo respire na inexpugnável cidadela do dever respeitado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Mar 23, 2011 10:49 pm

A significação dessa trilogia de verbos tão rotineiros no mundo é, hoje, como vemos, mais complexa.
Precisamos dessas coisas...

Essas coisas, que podemos também simbolizar como harmonia interior, tranquilidade doméstica, equilíbrio na vida pública e privada, compreensão para com os amigos, tolerância para com os adversários, dignidade nas provações e força para ultrapassar as nossas próprias fraquezas, são necessidades prementes que não podemos olvidar.

Mas para que essas coisas sejam acrescentadas à nossa vida, é indispensável procuremos o Reino de Deus e sua justiça, que expressam felicidade com merecimento.

Façamos o melhor, sentindo, pensando e falando o melhor que pudermos.

Honrando o Reino de Deus e sua justiça, o nosso Divino Mestre passou na Terra em permanente doação de Si mesmo...

Eis o padrão que nos deve inspirar as actividades, porque não nos bastará crer acertadamente e ensinar com brilho, mas, acima de tudo, viver as lições.

O Reino de Deus inclui todos os bens materiais e morais, capazes de serem incorporados ao nosso espírito, seja onde for, no entanto, importa merecê-lo por justiça e não apenas desejá-lo pela fé.

Amigos, temos agora connosco o programa certo.
Atendamo-lo.

E que o Senhor nos reúna em valioso entendimento, para a obra de cooperação no Evangelho que nos cabe executar, é tudo o a que aspiramos de melhor para que o serviço do bem nos conduza ao Grande Bem com que nos acena o futuro.

Álvaro Reis
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:28 pm

4 - NO INTERCÂMBIO

Na noite de 19 de abril de 1954, ao término de nossa reunião, José Xavier, que foi companheiro militante do Espiritismo, em Pedro Leopoldo, já desencarnado, desde 1939, e que ainda hoje é um cooperador leal e amigo em nosso Grupo, tomou o instrumento mediúnico e conversou connosco, sobre o intercâmbio com as entidades sofredoras, deixando-nos as expressões aqui transcritas.


No trato com os nossos irmãos desequilibrados, é preciso afinar a nossa boa-vontade à condição em que se encontram, para falar-lhes com o proveito devido.

Vocês não desconhecem que cada criatura humana vive com as ideias a que se afeiçoa.

Quantos no mundo se julgam triunfantes na viciação ou no crime, quando não passam de viajores em declive para a queda espectacular!

E quantos companheiros, aparentemente vencidos, são candidatos à verdadeira vitória!...

Mesmo entre vocês, não é difícil observar mendigos esfarrapados que, por dentro, se acreditam fidalgos, e pessoas bem-nascidas, conservando a humildade real no coração, entre o amor ao próximo e a submissão a Deus!...

Aqui, na esfera em que a experiência terrestre continua a si mesma, os problemas dessa ordem apenas se alongam.

Temos milhares de irmãos escravizados à recordação do que foram no passado, mas, ignorando a transição da morte, vivem por muito tempo estagnados em tremenda ilusão!...

Sentem-se donos de recursos que perderam de há muito e tiranos de afeições que já se distanciaram irremediavelmente do trecho de caminho em que paralisaram a própria visão.

Nos campos e cidades terrestres, a cada passo topamos antigos dominadores do solo, os quais a morte não conseguiu afastar de suas fazendas;
magnatas de indústria que o túmulo não separou dos negócios materiais, e homens e mulheres em massa que, sem a veste do corpo, continuam agrilhoados aos prazeres e aos hábitos em que fisgaram a própria alma...

Convidados à revisão do estado consciencial em que se alojam, irritam-se e defendem-se, como ouriços contentes no espinheiro em que moram, quando não se ocultam, matreiros, no egoísmo em que se deleitam, ao modo de velhas tartarugas a se esconderem na carapaça, ao primeiro toque estranho às sensações com que se acomodam.

Se insistimos no socorro espiritual de que necessitam, vomitam impropérios e cospem blasfémias...
Mas, com isso, não deixam de ser doentes e loucos, agindo contra si mesmos e solicitando-nos amparo.
Sentem-se vivos, tão vivos, como na época em que se embebedaram de mentira, fascinação e poder.

O tempo e a vida correm para diante, por fora deles, por dentro, imobilizaram a própria alma na fixação mental de imagens e interesses, que não mais existem senão no mundo estreito desses infelizes irmãos.

Querem apreço, consideração, apoio, carinho...

Não pedimos a vocês estimular-lhes a fantasia, contudo, lembramos a necessidade de nossa tolerância, para que lhes possamos contornar, com êxito, as complicações e labirintos, doando-lhes, ao mesmo tempo, ideias novas com que empreendam a própria recuperação.

Figuremo-los como prisioneiros, cuja miséria não nos deve sugerir escárnio ou indiferença, mas sim auxílio deliberado e constante para que se ajudem.

Cultivemos, assim, a conversação com os desencarnados sofredores, sem curiosidade maligna, ouvindo-os com serenidade e paciência.

Não nos esqueçamos de que somente a simpatia fraternal pode garantir a obra divina do amor.

José Xavier
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:28 pm

5 - ABENÇOEMOS A LUTA

Na noite de 8 de abril de 1954. após laborioso esforço assistencial, junto a numerosas entidades sofredoras em benefício de irmãos obsessos, nosso respeitável orientador Emmanuel ocupou o aparelho mediúnico, transmitindo-nos valiosa lição sobre a luta, como escola de purificação e aperfeiçoamento espiritual.


Meus amigos, abençoemos a luta.
O facão da poda aumenta a produção das árvores.
O bisturi determina a extinção da enfermidade.

A ostra importunada reage, fabricando a pérola.
Aos estorcegões da dificuldade, encontra o espírito valiosa transformação.

O trabalho é grão no celeiro.
O repouso é ferrugem na enxada.
A pedra recolhida serve à construção.

O espinho desinfectado cura tumores.
O suor é pão que alimenta.
A ociosidade é estagnação que corrompe.

A inércia é paz dos cadáveres.
A ferida em bom combate chama-se mérito.
A exigência é débito de amanhã.

A humildade é crédito de hoje.
Privilégio é responsabilidade.
Dever comum é acesso à própria emancipação.

Lágrima é limpeza interior.
Fel é medicamento que remedeia.
Todo progresso é expansão.

Toda expansão é crescimento.
Todo crescimento é esforço.
Todo esforço é sacrifício.

Todo sacrifício é dor.
Toda dor é renovação.

Meus amigos, os olhos foram situados pela Sabedoria Divina na elevada dianteira do corpo.

Saibamos contemplar o horizonte à frente.
Olvidemos as sombras de ontem.

Somos diariamente procurados pelas criaturas, situações e coisas que procuramos.
Busquemos, desse modo, a lição divina, a fim de que sejamos beneficiados pela Divina Lição.

Que o Senhor nos abençoe.

Emmanuel
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:29 pm

6 - A LIÇÃO DA CRUZ

A noite de 15 de abril de 1954 foi dedicada às comemorações de Endoenças pela comunidade cristã.


Recordando a véspera da crucificação de Jesus, nosso Grupo estava superlotado de entidades desencarnadas de várias procedências e de diversos graus evolutivos a nos partilharem tarefas e orações.

Coroando-nos os estudos, o Irmão Osias Gonçalves, que foi abnegado pastor evangélico no Brasil, ocupou a faculdade psicofónica e falou, comovedoramente, com respeito à lição da Cruz.

Meus irmãos:

Peçamos em nosso favor a bênção de Nosso Senhor Jesus-Cristo.
Nas recordações da noite de hoje, busquemos no Livro Sagrado a mensagem de luz que nos comande as directrizes.

Leiamos no Evangelho do Apóstolo João, no capítulo 12, versículo 32, a palavra do Divino Mestre, quando anuncia aos seguidores:
— «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.»

Semelhante afirmativa foi pronunciada por ele, depois da entrada jubilosa em Jerusalém.

Flores, alegria, triunfo.

Cabe-nos ponderar ainda que, nessa ocasião, o Embaixador Celestial havia sido o Divino Médico dos corpos e das almas.
Havia restaurado paralíticos, cegos e leprosos, reconstituindo a esperança e a oportunidade de muitos...

Estendera a Boa-Nova e passara pela transfiguração do Tabor...
Entretanto, Jesus ainda se considera como Missionário não erguido da Terra.

Indubitavelmente, aludia ao género de testemunho com que o dilacerariam, mas também ao sofrimento superado como acesso à vitória.

Reportava-se ao sacrifício como auréola da vida e destacava a cruz por símbolo de espiritualidade e ressurreição.

Induzia-nos o Senhor a aceitar as aflições do mundo, como recursos de soerguimento, e a receber nos pontos nevrálgicos do destino o ensejo de nossa própria recuperação.

Ninguém passará incólume entre as vicissitudes da Terra.
Todos aí pagamos o tributo da experiência, do crescimento, do resgate, da ascensão...

E arrojados ao pó do amolecimento moral, não atrairemos senão a piedade dos transeuntes e o enxurro do caminho, sem encorajar o trabalho e o bom ânimo dos outros, porque, de nós mesmos, teremos recusado a bênção da luta.

O Mestre, amoroso e decidido, ensinou-nos a usar o fracasso como chave de elevação.
Traído pelos homens, utilizou-se de semelhante decepção para demonstrar lealdade a Deus.
Atormentado, aproveitou a aflição para leccionar paciência e governo próprio.

Escarnecido, valeu-se da amargura íntima para exercer o perdão.
E, crucificado, fez da morte a revelação da vida eterna.
É imprescindível renunciar ao reconforto particular, para que a renovação nos acolha.

Todos nos sentimos tranquilos e sorridentes, diante do céu sem nuvens, mas se a tempestade reponta, ameaçadora, eis que se nos desfazem as energias, qual se nossa fé não passasse de movimento sem substância.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:29 pm

Continua...

Acomodamo-nos com a satisfação e abominamos o obstáculo.

No entanto, não seremos levantados do mundo, ainda mesmo quando estejamos no mundo fora do corpo físico, sem o triunfo sobre a nossa cruz, que, em nosso caso, foi talhada por nossos próprios erros, perante a Lei.

É por isso que nesta noite, em que a serenidade de Jesus como que envolve a Natureza toda, nesta hora em que o pensamento da colectividade cristã volve, comovido, para a recuada Jerusalém, é natural estabeleçamos no próprio coração o indispensável silêncio para ouvir a Mensagem do Evangelho que se agiganta nos séculos...

— «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.»

Enquanto o Senhor evidenciava apenas o poder sublime de que se fazia emissário, curando e consolando, poderia parecer um simples agente do Pai Celestial, em socorro das criaturas;

mas atendendo aos desígnios do Altíssimo, na cruz da flagelação suprema, e confiando-se à renúncia total dos próprios desejos, não obstante vilipendiado e aparentemente vencido, afirmou o valor soberano de sua individualidade divina pela fidelidade ao seu ministério de amor universal e, desde então, alçado ao madeiro, continua atraindo a si as almas e as nações.

Içado à ignomínia por imposição de todos nós que lhe constituímos a família planetária, não denotou rebeldia, tristeza ou desânimo, encontrando, aliás, em nossa debilidade, mais forte motivo para estender-nos o tesouro da caridade e do perdão, passando, desde a cruz, não mais apenas a revigorar o corpo e a alma das criaturas, mas principalmente a atraí-las para o Reino Divino, cuja construção foi encetada e cujo acabamento está muito longe de terminar.

Assim sendo, quando erguidos pelo menos alguns milímetros da terra, através das pequeninas cruzes de nossos deveres, junto aos nossos irmãos de Humanidade, saibamos abençoar, ajudar, compreender, servir, aprender e progredir sempre.

Intranquilidade, provação, sofrimento, são bases para que nos levantemos ao encontro do Senhor.

Roguemos, desse modo, a ele nos acrescente a coragem de apagar o incêndio da rebelião que nos retém prostrados no chão de nossas velhas fraquezas, retirando-nos, enfim, do cativeiro à inferioridade para trazer ao nosso novo modo de ser todos aqueles que convivem connosco, há milénios, aguardando de nossa alma o apelo vivo do entendimento e do amor.

E, reunindo nossas súplicas numa só vibração de fé, esperemos que e. Bondade Divina nos agasalhe e abençoe.

Osias Gonçalves
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:29 pm

7 - TRABALHEMOS AMANDO

Na noite de 22 de abril de 1954, o nosso Instrutor Emmanuel voltou a utilizar-se do equipamento mediúnico e, talvez porque os componentes do Grupo houvessem palestrado, antes da reunião, sobre as diversas categorias das entidades espirituais que se comunicam connosco, o venerável orientador tomou o assunto por tema de sua mensagem que passamos a transcrever.


Meus amigos, trabalhemos amando.
A fim de que a glória do espírito se exprima, através do cérebro, na cintilação do pensamento, é preciso que a cabeça se ajuste aos variados departamentos do veículo carnal.

Para isso, é indispensável que cada elemento do corpo seja respeitado em sua função específica.

Os olhos são funcionários da visão.
Os ouvidos são sentinelas do conhecimento.
As narinas são guardiãs do olfacto.
A língua é a escultora da palavra.
O coração é o ministro do equilíbrio.
As mãos são artistas do trabalho.
Os pés são escravos da sustentação.

Temos, contudo, outros cooperadores em actividades mais humildes.
A epiderme é um manto protector.
Os pulmões são câmaras-de-ar respiratórias para a garantia da existência.
O estômago é o alambique da digestão.
O fígado é um condensador de energia vital.
O baço é um gerador de sangue.
O pâncreas é o excretor de enzimas.
Os intestinos são vasos de selecção técnica.
Os rins são filtros seguros e diligentes.
Os gases são recursos destinados à expulsão de venenos letais.

Tudo na colmeia celular do campo físico é solidariedade perfeita, com especiais objectivos de progresso e aprimoramento.

Uma reunião de trabalhos mediúnicos é igualmente um corpo simbólico, exigindo que a direcção considere, em seu devido valor, todas as peças de sua composição espiritual.

Espíritos angélicos são mensageiros de amor.
Espíritos instrutores são emissários de sabedoria.
Espíritos amigos são frascos de remédio curativo ou de perfume amenizante.

Espíritos familiares são bênçãos de reconforto.
Espíritos sofredores são avisos à imprevidência.
Espíritos ignorantes são desafios à boa-vontade.
Espíritos em desequilíbrio são exercícios de paciência.

Espíritos cristalizados no mal são apelos ao bem.
Espíritos obsessores são oportunidades de concurso fraterno.
Espíritos necrosados na delinquência ou no vício são convites à oração.

Meus amigos, para a caridade tudo é grande!
Na sementeira de luz, não há serviço insignificante.
Na obra de redenção, não há tarefas desprezíveis.

Para as Leis Eternas, a mão do legislador que lavra um decreto é tão venerável quanto a do enfermeiro que alivia uma chaga.

Trabalhemos, pois, amando, e que o Senhor nos abençoe.

Emmanuel
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:30 pm

8 - PALAVRAS DE UM BATALHADOR

No encerramento de nossas tarefas, na reunião da noite de 29 de abril de 1954, fomos agradavelmente surpreendidos com a visita do Professor Cícero Pereira, que foi valoroso batalhador do Espiritismo, em Minas Gerais, onde é vastamente conhecido e carinhosamente lembrado por sua grande bagagem de serviço, como
Presidente da União Espírita Mineira, sediada em Belo Horizonte, e como devotado irmão de todos os companheiros de nossa Causa.


Aqui consignamos a valiosa mensagem psicofónica que nos deixou.

Meus amigos, peçamos, antes de tudo, a Nosso Senhor Jesus-Cristo nos ampare o trabalho.
Não pude furtar-me à alegria de visitá-los, ainda mesmo de escantilhão.

Grande é a nossa esperança, observando a plantação de luz a que se devotam.
Além disso, não posso esquecer que tenho aqui bons amigos, a começar pelo nosso Rocha. (1)

Meus caros, a surpresa dos espíritas, depois do túmulo, chega a ser incomensurável, porque frequentemente mobilizamos os valores de nossa fé com a pretensão de quem se julga escolhido à frente do Senhor.

Aguardamos, para além da morte, uma felicidade que nem de longe, no mundo, cogitamos de construir.

Somos aprendizes novos do Evangelho.
Isso é verdade.

Mas estamos sempre interessados em conduzir ao Cristo os nossos problemas, completamente despreocupados quanto aos problemas do Cristo, a nosso respeito.
Buscamos nossa própria imagem no espelho da Graça Divina.

Somos velhos Narcisos encarcerados na própria ilusão.
E admitimos que não há dores maiores que as nossas e que as nossas necessidades superam as necessidades dos outros.

Por esse motivo, o tempo estreito de permanência no corpo carnal apenas nos favorece, na maioria das vezes, mais densa petrificação de egoísmo, na concha de nossa antiga vaidade.

Somos leitores de livros admiráveis.

Comovemo-nos e choramos, ante os valores iluminativos com que somos agraciados, entretanto, depois do contacto com o pensamento sublime de nossos orientadores, eis-nos arrojados ao esquecimento de todos os dias, como se padecêssemos irremediável amnésia, diante de tudo o que se refira às nossas obrigações para com Jesus.

Em nossas casas doutrinárias, intensificamos disputas em torno da direcção humana, magnetizados pelos aspectos menos dignos da luta que fomos chamados a desenvolver e, muitas vezes, no intercâmbio com os nossos irmãos tresmalhados na sombra, martelamos preciosas lições de caridade e fé viva, compreensão e tolerância, olvidando que os chamados espíritos sofredores», em muitas ocasiões, são trazidos até nós por vanguardeiros da Luz Divina, interessados em nossa renovação, enquanto há “melhor tempo”.

Ai de nós, porém!...

Dos conflitos inadequados em nossos templos de fé, somente recolhemos frutos amargos, e das mensagens pontilhadas de aflição, que guardam o objectivo de reabilitar-nos para o Senhor, apenas retiramos impressões negativas, de vez que nos movimentamos no círculo de nossas responsabilidades, crendo-nos na condição de cooperadores vitoriosos, quando, no fundo, perante os Benfeitores da Espiritualidade Superior, somos simplesmente companheiros em perigo, com imensas dificuldades para satisfazer ao próprio reajuste.

Estejam vocês convencidos de que para nós, os espíritas desencarnados, há uma tarefa espantosa, com a qual não contávamos.

Por mais estranho nos pareça, somos geralmente situados em serviços de orientação, junto aos companheiros que ficaram.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:30 pm

Continua...

Espíritas com espíritas, como irmãos enlaçados no mesmo dever a cumprir.

Alijados do corpo, contudo, é que vemos quão difícil se faz o concurso eficiente aos corações cerrados à luz e quão sacrificial se nos revela o socorro a doentes que não se interessam pela própria cura!

Identificamos, então, o princípio de correspondência.

Colocados na posição daqueles que anteriormente nos dirigiam, reconhecemos quanta impermeabilidade oferecíamos, no mundo, aos que nos acompanhavam abnegadamente de perto.

Tão logo descerrei os olhos, ante o esplendor da verdade, encontrei nosso velho amigo Senra (2), notificando-me, bem-humorado:
— Cícero, agora é o seu tempo de experimentar o novo trabalho que vive em nossas mãos...

E, desde essa hora, eu que retinha a veleidade de condutor, embora a insipiência do aprendiz de Evangelho que ainda sou, comecei a entender alguma coisa do serviço gigantesco que nos compete impulsionar para a frente.

Afeiçoados à nova máquina de acção, sofremos o cuidado de não trair a harmonia.

Porque é preciso equilibrar nossos passos, a fim de orientar com segurança os passos alheios, disciplinar-nos dentro das responsabilidades que abraçamos para não ameaçar o trabalho daqueles que nos cercam.

Ouvir mais.
Fazer mais.
E falar menos.

Difícil é suportar na cabeça o título de servidor da Boa-Nova, que, entre os homens, pode ser uma palma florida, mas que se converte aqui em coroa de fogo, tal a preocupação com que nos cabe aprender a auxiliar e a renunciar para que o carro de nossos princípios avance sobre os trilhos da ordem.

Registando-nos a experiência, esperamos que vocês venham mais tarde para cá movimentando melhores recursos.

Reconheço que há muito ainda a dizer.
Entretanto, o horário está a esgotar-se.
Connosco, temos outros irmãos que lhes deixam afectuosa visita.

Nossos amigos Hanriot, Mata Simplício e ainda o nosso Efigénio (3) partilham-nos a oração.

Todos agora padecemos o mesmo mal — o inquietante privilégio de colaborar numa realização, cuja magnitude efectivamente nos esmaga.

Façamos o melhor de nossa parte, na convicção de que o Senhor não nos desampara.
E, agradecendo a satisfação desta hora, deixo aos queridos companheiros o meu coração reconhecido.

Cícero Pereira

(1) Reporta-se o visitante espiritual ao nosso companheiro Geraldo Benício Rocha, de quem foi amigo íntimo.
— Nota do organizador.

(2) Refere-se o comunicante ao Doutor Ernesto Senra, antigo lidador do Espiritismo, em Minas Gerais, desde muito desencarnado.
— Neta do organizador.

(3) Reporta-se o visitante a companheiros espíritas de Belo Horizonte, já desencarnados.
— Nota do organizador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:31 pm

9 - NA ESFERA DA PALAVRA

Nas tarefas da reunião de 6 de maio de 1954, depois do serviço habitual de socorro a desencarnados em sofrimento, nosso amigo André Luiz fez-se ouvido por nós, de maneira clara e incisiva, acordando-nos para a necessidade do verbo bem conduzido, com os seguintes ensinamentos.


Certa palavra delituosa foi projectada ao mundo por uma boca leviana e, em breves dias, desse quase imperceptível fermento de incompreensão, nasceu vasta epidemia de maledicência.

Da maledicência surgiram apontamentos ingratos, estabelecendo grande infestação de calúnia.

Da calúnia apareceram observações impróprias, gerando discórdia, perturbação, desânimo e enfermidade.

De semelhantes desequilíbrios, emergiram conflitos e desvarios, criando aflição e ruína, guerra e morte.

Meus irmãos, para o médico desencarnado o verbo mal conduzido é sempre a raiz escura de grande parte dos processos patogénicos que flagelam a Humanidade.

A palavra deprimente é sarna invisível, complicando os problemas, enegrecendo o destino, retardando o progresso, desfazendo a paz, golpeando a fé e anulando a alegria.

Se buscamos no mundo seleccionar alimentos sadios, na segurança e aprumo do corpo, é indispensável escolher conversações edificantes, capazes de preservar a beleza e a harmonia de nossas almas.

Bocas reunidas na exaltação do mal assemelham-se a caixotes de lixo, vazando bacilos de delinquência e desagregação espiritual.

Atendamos ao silêncio, onde não seja possível o concurso fraterno.
Disse o profeta que «a palavra dita a seu tempo é como maçã de ouro em cesto de prata».

No entanto, só o amor e a humildade conseguem produzir esse milagre de luz.
Para cooperar com o Cristo, é imprescindível sintonizar a estação da nossa vida com o seu Evangelho Redentor.

Busquemos sentir com Jesus.
Não nos esqueçamos de que a língua fala com os homens e de que o coração fala com Deus.

André Luiz
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:31 pm

10 - DEPOIMENTO

A mensagem de J. P., que designamos apenas por suas Iniciais, em virtude da comovente lição que nos traz, foi recebida na noite de 13 de maio de 1954, no encerramento de nossas tarefas.


Para elucidar certas passagens desta comunicação psicofónica, é forçoso esclarecer que ele nos visitara anteriormente, sendo socorrido pela doutrinação evangélica.

É curioso notar que uma de nossas irmãs, elemento efectivo de nosso Grupo e esposa de um dos nossos companheiros, meses antes da mensagem que aqui transcrevemos, revelava todos os sintomas de uma gravidez aparente e dolorosa, tendo sido tratada espontaneamente, em várias reuniões sucessivas, por um de nossos Benfeitores Espirituais que, carinhosamente, a libertou, através de passes magnéticos, das estranhas impressões de que se via possuída.

Com grande surpresa para nós, viemos então a saber que o Espírito J. P. era o candidato ao renascimento que não chegou a positivar-se.

Cremos sejam necessárias as presentes anotações, não só para que a mensagem seja devidamente aclarada, como também para estudarmos importantes Incidentes que podem ocorrer, entre dois mundos, em nossa vida comum.

Com a inflexão de quem chorava intimamente, o visitante assim se expressou, sensibilizando-nos a todos:
13 de maio de 1954!...

Há precisamente sessenta e seis anos eram declarados livres todos os escravos no território brasileiro.

E talvez comemorando o acontecimento, determinam os instrutores desta casa vos fale algo de minha história, de minha escura história, porquanto, em seus últimos lances, ela se encontra de certo modo associada à obra espiritual de vosso Grupo.

J. P. foi o meu nome em Vassouras, a fidalga Vassouras do Segundo Império.

Resumirei meu caso, tanto quanto possível, porque, como é fácil perceberdes, não passo ainda de pobre viajante da sombra, em árduo serviço na própria regeneração.

Em março de 1888 fui convidado a participar de expressiva reunião da Câmara Vassourense por meu velho amigo Doutor Correia e Castro. (1)

Cogitava-se da adopção de medidas compatíveis com a campanha abolicionista, então na culminância.

Alguns conselheiros propuseram que todos os fazendeiros do Município instituíssem a liberdade espontânea, a favor do elemento cativo, com a obrigação de os escravos alforriados prosseguirem trabalhando, por mais cinco anos consecutivos, numa tentativa de preservação da economia regional.

Discussões surgiram acaloradas.
Diversos agricultores inclinavam-se à ponderação e à benevolência.

Entretanto, eu era daqueles que pugnavam pela escravatura irrestrita.

Encolerizado, ergui minha voz.
Admitia que o negro havia nascido para o eito.
Nada de concessões nem transacções.

O senhor era senhor com direito absoluto; o escravo era escravo com irremediável dependência.

Aderi ao movimento contrário à proposta havida, e nós, os da violência e da crueldade, ganhamos a causa da intolerância porque, então, Vassouras prosseguiu esperando as surpresas governamentais, sem qualquer alteração.

De volta ao lar, porém, vim a saber que a inspiração da providência sugerida partira inicialmente de um homem simples, de um homem escravizado...

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:31 pm

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Esse homem era Ricardo, servo de minha casa, a quem presumia dedicar minha melhor afeição.

Era meu companheiro, meu confidente, meu amigo...
Inteligência invulgar, traduzia o francês com facilidade.
Comentávamos juntos as notícias da Europa e as intrigas da Corte...

Muitas vezes, era ele o escrivão predilecto em meus documentários, orientador nos problemas graves e irmão nas horas difíceis...

Minha amizade, contudo, não passava de egoísmo implacável.

Admirava-lhe as qualidades inatas e aproveitava-lhe o concurso, como quem se reconhece dono de um animal raro e queria-o como se não passasse de mera propriedade minha.

Enraivecido, propus-me castigá-lo.

E, para escarmento das senzalas, na sombra da noite, determinei a imediata prisão de quem havia sido para mim todo um refúgio de respeito e carinho, qual se me fora filho ou pai.

Ricardo não se irritou ante o desmando a que me entregava.
Respondeu-me às perguntas com resignação e dignidade.

Calmo, não se abateu diante de minhas exigências.
Explicou-se, imperturbável e sereno, sem trair a humildade que lhe brilhava no espírito.

Aquela superioridade moral atiçou-me a ira.
Golpeado em meu orgulho, ordenei que a prisão no tronco fosse transformada em suplício.

Gritei, desesperado.
Assemelhava-me a fera a cair sobre a presa.

Reuni minha gente e as pancadas — triste é recordá-las! — dilaceraram-lhe o dorso nu, sob meus olhos impassíveis.

O sangue do companheiro jorrou, abundante.
A vítima, contudo, longe de exasperar-se, entrara em lacrimoso silêncio.
E, humilhado por minha vez, à face daquela resistência tranquila, induzi o capataz a massacrar-lhe as mãos e os pés.

A recomendação foi cumprida.
Logo após, porque o sangue borbotasse sem peias, meu carrasco desatou-lhe os grilhões...
Ricardo, na agonia, estava livre...

Mas aquele homem, que parecia guardar no peito um coração diferente, ainda teve forças para arrastar-se, nas vascas da morte, e, endereçando-me inesquecível olhar, inclinou-se à maneira de um cão agonizante e beijou-me os pés...

Não acredito estejais em condições de compreender o martírio de um Espírito que abandona a Terra, na posição em que a deixei...

Um pelourinho de brasas que me retivesse por mil anos sucessivos talvez me fizesse sofrer menos, pois desde aquele instante a existência se me tornou insuportável e odiosa.

A Lei Áurea não me ocupou o pensamento.

E quando a morte me requisitou à verdade, não encontrei no imo do meu ser senão austero tribunal, como que instalado dentro de mim mesmo, funcionando em activo julgamento que me parecia nunca terminar...

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:32 pm

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Lutei infinitamente.
Um homem perdido por séculos, em noite tenebrosa, creio eu padece menos que a alma culpada, assinalando a voz gritante da própria consciência.

Perdi a noção do tempo, porque o tempo para quem sofre sem esperança se transforma numa eternidade de aflição.

Sei apenas que, em dado instante, na treva em que me debatia, a voz de Ricardo se fez ouvir aos meus pés:
— Meu filho!... meu filho!...
Num prodígio de memória, em vago relâmpago que luziu na escuridão de minhalma, recordei cenas que haviam ficado a distância (2), quadros que a carne da Terra havia conseguido transitoriamente apagar...

Com emoção indizível, vi-me de novo nos braços de Ricardo, nele identificando meu próprio pai... meu próprio pai que eu algemara cruelmente ao poste de martírio e a cuja flagelação eu assistira, insensível, até ao fim...

Não posso entender os sentimentos contraditórios que então me dominaram...
Envergonhado, em vão tentei fugir de mim mesmo.

Em desabafada carreira, desprendi-me dos braços carinhosos que me enlaçavam e busquei a sombra, qual o morcego que se compraz tão-somente com a noite, a fim de chorar o remorso que meu pai, meu amigo, meu escravo e minha vítima não poderia compreender...

No entanto, como se a Justiça, naquele momento, houvesse acabado de lavrar contra mim a merecida sentença condenatória, após tantos anos de inquietação, reconheci, assombrado, que meus pés e minhas mãos estavam retorcidos...

Procurei levantar-me e não consegui.
A Justiça vencera.
Achava-me reduzido à condição de um lobo mutilado e urrei de dor...

Mas, nessa dor, não encontrei senão aquelas mesmas criaturas que eu havia maltratado, velhos cativos que me haviam conhecido a truculência...

E, por muitos deles, fui também submetido a processos pavorosos de dilaceração. (3)

Passei, porém, a rejubilar-me com isso.
Guardava, no fundo, a consolação do criminoso que se sente, de alguma sorte, reabilitado com a punição que lhe é imposta.

A expiação era serviço que eu devia à minha própria alma.
Se algum dia pudesse rever Ricardo — reflectia —, que eu comparecesse diante dele como alguém que lhe havia experimentado as provações.

Lutei muito, repito-vos!...
Sofri terrivelmente, até que, certa noite, fui conduzido por invisíveis mãos ao lar de um companheiro em cuja simpatia recolhi algum descanso...

Aí, de semana a semana, comecei a ouvir palavras diferentes, ensinamentos diversos, explanações renovadoras. (4)

Modificaram-se-me os pensamentos.
Doce bálsamo alcançou-me o espírito dolorido.
E, desse santuário de transformação, vim, certa feita, ao vosso Grupo. (5)

Há quase dois anos, tive o conforto de desabafar-me convosco, de falar-vos de meus padecimentos e de receber-vos o óbulo de fraternidade e oração.

Mas porque desejasse associar-me mais intimamente ao lar em que me reformava, atirei-me apaixonadamente aos braços dos amigos que me acolhiam, intentando consolidar mais amplamente a nossa afeição.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:32 pm

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Queria renascer, projectando-me em vosso ambiente...
Para isso, busquei-vos como o sedento anseia pela fonte...

E tudo fiz para exteriorizar-me; entretanto, eu não possuía forças para mentalizar as mãos e os pés!...
Se eu retomasse a carne, seria um monstro e se concretizasse meu sonho louco teria cometido tremendo abuso...

Além disso, estaria na posição de um aleijado, simplesmente regressando do inferno que havia gerado para si mesmo.

Nesse ínterim, contudo, os instrutores de vossa casa me socorreram...
Auxiliaram-me, sem alarde, noite a noite, e, graças ao Senhor, meu propósito foi frustrado.

Mas, se é verdade que não pude retratar-me de novo, no campo da densa matéria, para tentar o caminho de reencontro com Ricardo, recebi convosco, ao contacto da prece, o reajuste de minhas mãos e de meus pés.

Orando em vossa companhia e mentalizando a minha renovação em Cristo, minha vida ressurge transformada.

Agora, esperarei o dia de minha volta ao campo normal da experiência humana, a fim de, em me banhando na corrente da vida física, apagar o passado e limpar minhas culpas, através do trabalho, com a minha justa escravização ao dever, para, então, mais tarde, cogitar da suspirada ascensão.

Mas, porque recompus minha forma, aqui estou convosco e vos digo:
— Aleluia!...
— Viva a liberdade!...

Louvo a liberdade que me permite agora pensar em receber o bem-aventurado cativeiro da prova, favorecendo-me por fim o galardão da cura!...

Amigos, eis que nos achamos em 13 de maio de 1954!...
Para minhalma, depois de 66 anos, raia um novo dia...
Para mim, a luz não tarda!... a luz de renascer!

E assim me expresso, porque somente na esfera de luta em que vos encontrais como privilegiados tarefeiros, por bondade de Nosso Senhor Jesus-Cristo, é que poderei encontrar o sol da redenção.

Agradeço-vos a todos, recomendando-me feliz às preces de todos os companheiros, preces que constituem vibrações de amor que ainda me empenho em recolher, como sementes de renovação para o dia de amanhã que espero, em Jesus, seja enfim abençoado...

Que o Senhor nos ampare.

J. P.

(1) O comunicante refere-se a pessoa de suas relações íntimas, em 1888. — Nota do organizador.
(2) Ao contacto do benfeitor espiritual, a entidade sofredora entrou a lembrar-se de existência anterior, em que a vítima lhe fora pai na experiência terrestre. — Nota do organizador.
(3) Refere-se o comunicante a sofrimentos que experimentou nas regiões inferiores da vida espiritual, sob a vingança de muitas das suas antigas vítimas revoltadas. — Nota do organizador.
(4) Refere-se o comunicante ao culto doméstico do Evangelho, existente no lar do nosso companheiro de quem se havia aproximado. — Nota do organizador.
(5) A entidade reporta-se à primeira visita que fez ao nosso Grupo, quando foi atendida por nossa casa, através da incorporação mediúnica, em 1952. — Nota do organizador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:33 pm

11 - REFLEXÕES

À hora habitual das instruções, na reunião da noite de 20 de maio de 1954, fomos honrados com a visita do grande instrutor que conhecemos por Frei Pedro de Alcântara, animador de nossos estudos e tarefas, desde a primeira hora de nossa agremiação, e que, apesar de sua elevada hierarquia na Vida Superior, não desdenha o socorro aos irmãos em sofrimento, inclusive a nós mesmos, insignificantes aprendizes da verdade.
(1)

Com a sabedoria que lhe é peculiar, em sua mensagem psicofónica inclina-nos à responsabilidade e à meditação, para que saibamos valorizar o tempo e o serviço como empréstimos do Senhor.

Filhos, clareando consciências alheias, defendamo-nos contra a dominação das trevas.
— «Vem e segue-me!» — diz o Senhor ao Apóstolo.
— «Levanta-te e anda!» — recomenda Jesus ao paralítico.

Para justos e injustos, ignorantes e sábios, o chamamento do Cristo é pessoal e intransferível.
O Evangelho é serviço redentor, mas não haverá salvação para a Humanidade sem a salvação do Homem.

No mundo, é imperioso reflectir algumas vezes na morte para que a existência não nos seja um ponto obscuro dentro da vida, porque o Espírito desce à escola terrena para educar-se, educando.

Dia a dia, milhares de criaturas tornam à Pátria Espiritual.
Esse caiu sob o fio da espada, aquele tombou ao toque de balas mortíferas.
Alguns expiram no conforto doméstico, muitos partem do leito rijo dos hospitais.

Todos imploram luz, mas, se não fizeram claridade em si mesmos, prosseguem à feição de caravaneiros ocultos na sombra.

Não valem títulos do passado, nem exterioridades do presente.
Esse deixou o ouro amontoado com sacrifício.
Aquele renunciou ao consolo de afeições preciosas.

Outro abandonou o poder que lhe não pertencia.
Aquele outro, ainda, foi arrancado à ilusão.

Quantas vezes examinais connosco essas pobres consciências em desequilíbrio que a ventania da renovação vergasta no seio da tempestade moral!...

É por isso que, sob a invocação do carinho e da confiança, rogamos considereis a estrada percorrida.

Convosco brilha abençoada oportunidade.
O Espiritismo é Jesus que volta ao convívio da dor humana.

Não sufoqueis a esperança na corrente das palavras.
Emergi do grande mar da perturbação para o reajuste indispensável!

Não julgueis para não serdes julgados, porque seremos medidos pelo padrão que aplicarmos à alheia conduta.

Ninguém sabe que forças tenebrosas se congregaram sobre as mãos do assassino.
Ninguém conhece o conteúdo de fel da taça que envenenou o coração arremessado ao grande infortúnio.

O malfeitor de hoje pode ser o nosso benfeitor de amanhã.
Desterrai de vossos lábios toda palavra de condenação ou de crítica!...

Desalojai do raciocínio e do sentimento toda névoa que possa empanar a luminosa visão do caminho!...

Somos chamados ao serviço de todos e a nossa inspiração procede do Senhor, que se converteu no escravo da Humanidade inteira.

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 25, 2011 10:34 pm

Continua...

Filhos, urge o tempo.
Sem o roteiro da humildade, sem a lanterna da paciência e sem a bênção do trabalho, não alcançaremos a meta que nos propomos atingir...

Quão fácil mandar, quão difícil obedecer!
Quanta simplicidade na emissão do ensinamento e quanto embaraço na disciplina aos próprios impulsos!...

Jesus ajudou...
Duas grandes e inesquecíveis palavras bastam para cessar a revolta e congelar-nos qualquer ansiedade menos construtiva.

Se Jesus ajudou, por que haveremos de perturbar?
Se Jesus serviu, com que privilégio exigiremos o serviço dos outros?

Reunimo-nos hoje em velhos compromissos.
Digne-se o Senhor alertar-nos na reconstituição de nossos destinos.

Não vos pedimos senão a dádiva do entendimento fraterno, com aplicação aos princípios que esposamos, reconhecendo a insignificância de nossas próprias almas.
Somos simplesmente um amigo.

Não dispomos de credenciais que nos assegurem o direito de exigir, mas rogamos observeis os minutos que voam.

Desdobrar-se-ão os dias e a perda de nossa oportunidade diante do Cristo pode ser também para nós mais distância, mais saudade, mais aflição...

Não aspiramos para nós outros senão à felicidade de amar-vos, desejando-vos a beleza e a santidade da vida.

Aceitamos nosso trabalho e nossa lição.
Quem foge ao manancial do suor, costuma encontrar o rio das lágrimas.

Aqueles que não aprendem a dar de si mesmos não recolhem a celeste herança que nos é reservada pelo Senhor.

Filhos de nossa fé, urge o tempo!
Isso equivale dizer que a cessação do ensejo talvez não tarde.

Façamos luz na senda que nos cabe percorrer.
Retiremo-nos do nevoeiro.
Olvidemos o passado e convertamos o presente em glorioso dia de preparação do futuro!...

E que Jesus, em sua infinita bondade, nos aceite as súplicas, revigorando-nos o espírito no desempenho dos deveres com que fomos honrados, à frente de seu incomensurável amor.

Pedro de Alcântara

(1) Frei Pedro de Alcântara foi contemporâneo da grande mística espanhola Teresa d’Ávila e, tanto quanto ela, é venerado na Igreja Católica.
— Nota do organizador.
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