LUZ ESPÍRITA
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Em Busca do Homem Novo - Celso Martins

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:43 am

Em Busca do Homem Novo
Celso Martins

Súmula
Palavras iniciais

1 - O episódio da tentação (Mateus, 4:1 a 11)
2 - Para você que vai receber o passe
3 - Mediunidade: corpo e alma
4 - Questão do divórcio
5 - Organizar com amor
6 - Médiuns espiritas
7 - O convidado mais importante (João, 2:1-10)
8 - Mensagem para quem sofre
9 - Crime e castigo
10 - Para promover a justiça social
11 - Apelo ao jovem viciado
12 - Uma nova época
13 - Uma pedra no caminho do reino (Mateus, 19: 16-24).
14 - Em louvor do livro espírita
15 - Espiritismo para encarnados
16 - Ovelhas desgarradas (Lucas 15: 1-7)
17 - Carta de filho
18 - Crítica
19 - Por amor (João, 9: 1 a 3)
20 - Como ficaria o mundo, sem o amor das mães ?
21 - Não posso morrer
22 - O homem novo
23 - Queremos ver deus
24 - Busca
25 - De que espírito somos? (Lucas 9: 51 a 56)
26 - Como acabar com o medo de morrer?27 Espiritismo e seu tríplice aspecto
28 - A condição essencial (Mateus, 20:20-28)
29 - Até as crianças sabem
30 - Alívio e dores
31 - Encontro marcado (Lucas, 19: 1 a 10)
32 - O riso da incompreensão
33 - Dar - de - dedo
34 - O problema do carpinteiro (Lucas, 2: 1 a 7)
35 - Mas, de novo, a eutanásia ?
36 - Desenvolvimento mediúnico
37 - Liberdade
38 - Livre arbítrio
39 - Deveres fundamentais
40 - Onde esteve jesus? (Lucas, 2: 41 a 52)
41 - A ressurreição de jesus
42 - A visita
43 - Julgamentos
44 - Teremos o que doamos
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:43 am

Palavras iniciais
Celso Martins

Que vos despojeis do velho homem (...) e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e rectidão procedentes da verdade.
PAULO DE TARSO (4 Ef. vs. 22/23).

Os três autores deste livro, dispensam de minha parte qualquer apresentação. Eles são por demais conhecidos em todo o Brasil e mesmo fora das fronteiras nacionais. Isto porque ao longo dos anos sem cansaço nem desânimo vêm lutando no sentido de difundir urbi et orbe as verdades espirituais à luz do Espiritismo através da tribuna, do jornal, da revista, do livro — sobretudo — através do exemplo. Abençoada luta esta porque é mais trabalho abnegado do que mesmo simples difusão de um ideal, ainda que nobre, superior, como o é o ideal espírita. Trabalho abnegado que leva infatigavelmente luz e paz a tantos quantos necessitam de orientação e consolo sob a óptica da compreensão espírita.
Se os autores não precisam de apresentação — nem de recomendação — outro tanto podemos dizer sem receio de errar, relativamente ao livro em si mesmo. Ele se impõe por si próprio, ou por outra, por seu conteúdo. Cá estão páginas que sem favor algum merecem lidas, meditadas, mais que isto, vivenciadas a fim de que, como diz o título, a recordar as palavras muito conhecidas do Convertido de Damasco, o Apóstolo das Gentes, surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, numa palavra — coberto de ignorância e inobservância com relação às Leis Morais, possa surgir — para gáudio e ventura de todos nós — o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos exemplos de Jesus-Cristo, o grande esquecido por todos nós que nos agitamos na presente sociedade tecnológica, na actual civilização dita e havida como cristã.
Que este homem novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras... Um lavrador do Bem neste planeta de indiferença e insensibilidade... Um paladino da Justiça neste orbe de injustiças sociais e de tiranias económicas, políticas e/ou militares... Um defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo irracional.
Que este homem novo, anseio do Simonetti em artigo constante deste livro, anseio da Therezinha, em Campinas, e do Sérgio Lourenço, em Presidente Prudente, que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da Caridade (como entendia Jesus e aí a gente se lembra da resposta à questão n.º 886 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias). Um operário da Caridade, repito, que defenda ainda a Verdade, a Justiça, o Bem, a Paz!...
Que bom seria se das antigas cinzas das nossas iniquidades presentes e/ou passadas surgisse a Fénix deste homem novo, nascido dos sublimes ensinamentos de Cristo! Que bom seria se nós nos despojássemos, sem intenções salvacionistas, nem pruridos de santarronice extemporânea, de nossas mazelas morais e de nossas tão entranhadas imperfeições íntimas!...
Seria óptimo, antes de tudo, para nós mesmos. Nos libertaríamos a breve tempo do ciclo das reencarnações dolorosas de natureza cármica.
Seria óptimo, depois, para a Humanidade como um grande todo. O mundo haveria de tornar-se bem mais feliz.
Este livro (e o amigo leitor verá isso desde seu começo) é uma despretensiosa porém sincera contribuição para o desabrochar espontâneo do homem verdadeiramente cristão em cada um de nós, a partir do homem decrépito, que se dispa para sempre destas tantas capas e mantas esfarrapadas de sombras e trevas que tanto nos distanciam da Grande Luz.

Rio de Janeiro, Julho de 1986.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:44 am

1 - O episódio da tentação
(Mateus, 4: 1 a 11)
Richard Simonetti

Era costume entre os judeus que os homens santos buscassem os lugares ermos para meditar. Esses períodos de solidão marcados pelo contacto mais íntimo com a Natureza e por frugal alimentação, quase um jejum permanente, ensejavam um despertamento de forças espirituais que faziam deles verdadeiros taumaturgos, dotados de grande força moral e notáveis poderes psíquicos.
Observando a tradição, logo após seu encontro com João, o Batista, às margens do rio Jordão, Jesus internou-se no deserto, onde permaneceu quarenta dias. Enfraquecido e faminto foi visitado pelo demónio, que lhe disse:
“Se és filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem em pães.”
Jesus lhe respondeu: “Está escrito: “Não só de pão vive o Homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus."
O diabo o transportou a Jerusalém e colocando-o no pináculo do templo, disse-lhe:
“Se és filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito que ele ordenou a seus anjos tenham cuidado contigo e te sustentem nas mãos para não tropeçares em alguma pedra.”
Jesus replicou: “Também está escrito: “Não tentarás o Senhor, teu Deus.”
O diabo o transportou ainda a um monte muito alto, donde lhe mostrou todos os reinos do Mundo com sua glória e lhe disse:
“Dar-te-ei tudo isso se, prosternando-te, me adorares.”
Ordenou-lhe Jesus: “Afasta-te, Satanás, pois está escrito: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele serviras.
A narrativa evangélica termina com a informação de que o demónio retirou-se e vieram os Anjos para servir a Jesus.
Não obstante a singularidade do diálogo, com inteligentes citações do Velho Testamento encaixadas nas respostas de Jesus, devemos tomá-lo quando muito à conta de uma alegoria, porquanto a figura do demónio, como a personificação do Mal, a força imutável que se contrapõe aos interesses de Deus, é mera ficção religiosa.
Segundo os teólogos medievais, os demónios foram anjos que pecaram antes da criação de Adão e tiveram por castigo o inferno. Ali, ao que parece, instalaram-se como soberanos do Mal, divertindo-se em torturar as criaturas humanas que se deixaram seduzir, na Terra, por suas sugestões malignas.
Embora as afirmativas frequentes de figuras representativas da ortodoxia religiosa quanto à sua existência, o diabo é hoje encarado pela vasta maioria dos fiéis como mera figuração mitológica. Para os teólogos isto seria uma trama do próprio demónio — convencer os homens de sua inexistência a fim de mais facilmente envolvê-los.
Todavia, deve-se essa descrença muito mais às fantasias com que cercaram a figura do diabo ao longo dos séculos, chegando-se, inclusive, à elaboração de desenhos grotescos sobre sua aparência. Para a mentalidade racional do presente, tais ideias afiguram-se ridículas e infantis.
Revela a Doutrina Espírita a existência de Espíritos profundamente comprometidos com o vício e o crime, seres enfermos que, por estranho desvio, inspirado na rebeldia sistemática, se comprazem em perseguir e prejudicar os Homens. Longe estão, entretanto, de representarem um poder constituído, imutável em suas intenções, capaz de ameaçar a ordem universal, porquanto eles próprios estão regidos por Leis Divinas que trabalham incessantemente suas consciências, impelindo-os inexoravelmente à renovação.
O demónio, por isso, será todo filho de Deus trasviado do Bem; mas, sua destinação final, irresistível, contrariando até mesmo a mais forte disposição em contrário, é a angelitude. Longo e penoso caminho espera aqueles que tentam negar sua condição de filhos de Deus, marcado por milenárias lutas e sofrimentos, em expiações redentoras, e mais cedo ou mais tarde terão de trilhá-lo, porque esta é a vontade soberana do Criador, que jamais falha em seus propósitos.
Tão fantasiosa quanto a existência do diabo é a ideia de que teria tentado Jesus. Inteligente como o descrevem, saberia que ninguém pode ser impelido ao Mal senão pelo mal que guarda em seu próprio coração. Se é a oportunidade que faz o ladrão, como proclama o velho ditado, devemos considerar que somente o ladrão a enxerga, inspirado por velhas tendências ao roubo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:44 am

Se deixarmos um pacote de notas sobre uma mesa, em lugar público, muitas pessoas passarão por ali indiferentes ao dinheiro. Mas aquele que estime apropriar-se de bens alheios, logo pensará numa forma de aproximar-se sorrateiramente e levar as notas.
Partindo desse princípio, conclui-se que Jesus jamais poderia ser tentado por perspectivas de poder e riqueza. Espírito puro e perfeito Ele situava-se acima dos interesses e das paixões que empolgam a Humanidade.
Podemos, pois, considerar esta passagem evangélica como apócrifa, uma interpolação, algo que não aconteceu. Quando muito se trata de uma alegoria apresentada por Jesus e interpretada pelos evangelistas como episódio autêntico.
De qualquer forma, observada a mesma lei de afinidade que estabelece a ligação do homem mau com a oportunidade de praticá-lo, é sempre bom saber que se pretendemos a condição de discípulos de Jesus é preciso que cultivemos pureza e virtude. Caso contrário, nossa comunhão com Ele será tão impossível quanto o episódio da tentação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:45 am

2 - Para você que vai receber o passe
Therezinha Oliveira

O Centro Espírita lhe dá boas vindas, em nome do Amor do Cristo.
Para que você encontre no passe a bênção que verdadeiramente procura, permita que antes conversemos um pouco a respeito.

VOCÊ SABE O QUE É O PASSE?
O passe é uma transfusão de energias físicas e espirituais.
Foi Jesus quem nos ensinou a impor as mãos sobre os enfermos e necessitados e a orar por eles, para serem beneficiados.
É o que vamos fazer por você, agora!
E os amigos espirituais, cooperadores de Jesus, auxiliarão a você.

PREPARE-SE PARA RECEBER O PASSE
Coloque-se bem à vontade na cadeira.
Não cruze braços nem pernas. Apoie as mãos nos joelhos. Assim, o corpo fica melhor acomodado e a circulação sanguínea é livre e perfeita.
Respire duas ou três vezes, profunda e calmamente.

A FÉ É NECESSÁRIA
Para atrair e reter as forças espirituais que vão ser derramadas sobre nós, cada um precisa estar interessado, de boa vontade, confiante.
Quem não se colocar nesse estado de ânimo favorável, dificilmente conseguirá a bênção que procura, porque a incredulidade é uma barreira à actuação dos Espíritos em nosso favor.
Jesus sempre dizia, quando alguém, através dele, conseguia uma bênção:
“Vai, a tua fé te salvou”.
E, de facto, a misericórdia divina está sempre pronta a nos ajudar, dependendo da nossa fé.

O MERECIMENTO TAMBÉM
Dependendo da nossa fé e do nosso merecimento, porque o resultado será também de acordo com o merecimento, ou a necessidade de cada um.
Se o nosso carma permitir, receberemos a bênção total, a cura, a solução do problema.
Se isso não for do nosso merecimento, ainda assim, através do passe, recebemos alívio, melhoras e forças para suportar nossas provações.

ATITUDE PARA COM O PASSISTA
Não converse com o passista durante o passe. O silêncio é importante para a concentração.
Todos os passistas estão bem assistidos espiritualmente. Por isso, tanto faz tomar passe com este ou aquele. E basta tomar passe com um passista.

O QUE VOCÊ PODE SENTIR DURANTE O PASSE
Durante o passe, geralmente você sentirá bem estar, alívio, e sensação de refrigério e de vigor.
Mas há quem sinta calor, frio, formigamento, transpiração excessiva, palpitação, tonteira... Neste caso, não se aflija. É que os fluidos estão sendo activados e renovados e você sente os reflexos dessa modificação. São sensações passageiras. Fique calmo que ao final do passe, tudo voltará à normalidade. Também não é hora de você receber espíritos, não é o momento para comunicações. Se você é médium, procure controlar sua mediunidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:45 am

AO FINAL DO PASSE
Agradeça a Deus pelos benefícios recebidos.
O passe é uma doação de energias. Alguém teve de ceder alguma coisa de si mesmo para que você recebesse. Esse recurso divino não pode ser usado sem necessidade. Portanto, volte para o passe quando lhe for indicado, sempre que precisar, mas lembre- se de que o remédio deve ser tomado na dose certa e enquanto precisamos dele. Quando estivermos recuperados, não há mais necessidade do passe.
Se você está em tratamento médico, não deixe de tomar os remédios que o médico lhe receitou, porque o melhor é unir ambos, o tratamento terreno e a assistência espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:45 am

3 - Mediunidade: corpo e alma
Sérgio Lourenço

Em seu livro TRATAMENTO DA OBSESSÃO — Edição Culturesp
—, o escritor Roque Jacintho nos apresenta quatro causas fundamentais nas disfunções da alma humana:
a) Causas Neurológicas;
b) Perturbações Transitórias;
c) Auto perturbações;
d) Obsessão.
Como se vê, dos elementos citados, apenas o primeiro é de origem física, ou seja, o desarranjo das funções orgânicas é que oferece causa ao desequilíbrio espiritual. Os demais agem inversamente. A participação desajustada do Espírito é que leva, quase sempre, a sequelas de ordem física.
No entanto, fica patente que, quando o indivíduo se desajusta, tanto física quanto espiritualmente, ele precisa de tratamento conjugado. Age a ciência e obra o Espiritismo, voltado para o espírito encarnado ou desencarnado, doente.
No verdadeiro conceito, a saúde é uma visão completa desses dois elementos: o corpo e a alma. Embora fisicamente forte, mas com problemas na alma, ou vice-versa, o homem não pode dizer-se saudável.
O despreparo de muitos companheiros que labutam no movimento espírita, particularmente no campo da mediunidade, tem levado muitas vezes ao perigo maior de agravar o mal do paciente, antes de encaminhá-lo para a cura. É comum ouvir-se em alguns núcleos diante de qualquer anomalia apresentada por quem o procura, que o problema é mediunidade e que aquele paciente precisa desenvolvê-la. Geralmente a pessoa em desespero pelo mal de que é portadora, de pronto se propõe a desenvolver[*] e, após algum tempo, sem estudo e sem preparo, começa a receber espíritos, dando comunicações seguidas. Parece, de imediato, que o problema terminou. Tudo engano. Uma parte está encaminhada, mas, a outra fica pendente e pronta a aflorar a qualquer instante. E quando ressurgir o problema anterior, que demandaria mais facilidade para ser detectado, tornar-se-á, difícil e, quase sempre, desesperador..
Para melhor situar estas observações, temos a doença catalogada como EPILEPSIA. É um mal físico e de origem neurológica. Traz ela traços típicos e próximos do transe mediúnico. A diferença maior está na convulsão do epilético que está ausente no médium. Assim, podemos dizer e com grande margem de acerto que todo epilético é médium, mas nem todo médium é epilético. O electroencefalograma feito em um médium no momento do transe, traz, quase ou sempre, os mesmos sinais de um feito em pessoa portadora de epilepsia.
Portanto, não basta desenvolver a mediunidade. É preciso um tratamento clínico adequado e, paralelamente, uma conscientização do doente para a fácil abertura que tem para a influenciação de espíritos e que, se essa parte for seriamente disciplinada pelo Evangelho e o conhecimento, melhores serão seus dias. Nunca garantir que o Centro Espírita cura, pois, isso não nos compete e nem cabe ao espírita essa afirmação. Mesmo porque, quem fornece atestado de óbito é o médico...
Para isso ser obtido — a cura do paciente —, entram outros componentes que muito longe estamos de dominar. A fé, o merecimento, a reforma íntima do paciente, são alguns dados desses componentes. E, só isso é o suficiente para deslocar o problema do controle do Centro Espírita, porque é um conjunto de valores eminentemente pessoal e íntimo que só a pessoa interessada pode controlar e dominar.
Desenvolver a mediunidade é coisa séria. Bem mais séria do que se pensa e se tem tratado. Primeiro porque a mediunidade é uma faculdade latente em todos os homens e não é passível de desenvolvimento. O que realmente é desenvolvido, e com grande dificuldade, diga-se, é o médium. No caso, o paciente.
Tudo isso sem chegarmos aos males, físicos ou espirituais, de origem cármica. Esses, de origem redentora para o portador, após serem detectados, precisam ser esclarecidos suficientemente ao portador para que este possa conviver com o mal sem que se iluda de que, o trabalho no campo mediúnico, virá curá-lo em definitivo.
Pode parecer aos leitores que o assunto aqui tratado é patético e desanimador. Não é isso que pretendemos. O objectivo é trazer nossas observações de alerta aos que, ainda, não sentiram e nem trataram do problema mediunidade-doença, por este ângulo. Assim, desde que o assunto seja encarado seriamente e com respeito, é possível a convivência da ciência médica e a mediunidade, em benefício do paciente. Este sim, por ambas as partes deve e precisa ser o primeiro objectivo. Este sim, deve ser situado longe de preconceitos.

[*] N.R. Hoje é adoptado a nomenclatura "Educação da mediunidade".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:45 am

4 - Questão do divórcio
Richard Simonetti

“Dele se acercaram os fariseus e, para o tentarem, lhe perguntaram: — É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
Respondeu Jesus: — Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher, e disse: “Por esta razão o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne?” Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
Replicaram-lhe: — Por que, então, mandou Moisés dar carta de divórcio e repudiar a mulher? Respondeu Jesus: — “Por causa da dureza de vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas não foi assim desde o princípio. Eu vos digo que aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de infidelidade, e casar com outra, comete adultério. Aquele que repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira; e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.”
(Mateus 19:3 a 9)
Ao tempo de Jesus vigorava na Palestina a poligamia. O homem, desde que suficientemente rico para pagar o dote, podia casar-se quantas vezes o desejasse. Respeitáveis patriarcas apontados como modelos de virtude, dentre eles Salomão e David, tiveram elevado número de esposas.
Eram tempos difíceis para a mulher, que não passava de escrava do marido, objecto de seus caprichos. Ele podia livrar-se dela quando bem o desejasse. Bastava que a infeliz desagradasse a ele. Até um prato de comida menos saboroso podia ser motivo para a dissolução do casamento, formalizada mediante carta de divórcio, que o marido entregava à esposa. Um patrão não demitiria a empregada com maior facilidade.
Jesus combate esse barbarismo elevando o casamento à condição de compromisso sagrado perante Deus, não podendo, por isso estar sujeito aos caprichos masculinos. Impunha, assim, o respeito à dignidade feminina, estabelecendo as bases da monogamia cristã.
Entretanto — completa Jesus — no princípio não era assim. A respeito desta observação, Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, diz que na origem da Humanidade, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo a Lei de Deus, as uniões, derivando da simpatia e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio.
Jesus admite a separação apenas por adultério, quando o respeito e a confiança, indispensáveis à estabilidade conjugal, são irremediavelmente comprometidos. Lares em tal situação não se desfazem somente quando um dos cônjuges — o traído — consegue munir-se de elevado espírito de tolerância e compreensão, já que o casamento está morto, destruído pela irresponsabilidade do outro.
A Doutrina Espírita também se manifesta contrária à dissolução do casamento, mostrando-nos os ascendentes espirituais que presidem a formação do lar — cadinho purificador onde se reúnem afeiçoados e desafectos de vidas anteriores, a fim de consolidarem afeições e desfazerem aversões, ensaiando fraternidade. Amigos e inimigos, vítimas e verdugos, comparsas e rivais ressurgem na condição de filhos, cônjuges, pais, irmãos — personalidades velhas encarnando novas personagens, em reencontros marcados pelo Destino, que nada mais é senão a projecção, no presente, do que fizemos no pretérito.
Sofrimentos e alegrias, lágrimas e sorrisos, esperanças e frustrações misturam-se nas experiências domésticas, oferecendo-nos a oportunidade de melhorarmos a própria vida, refazendo-a com o resgate do passado e a edificação do futuro. Se fracassarmos, repetiremos as experiências em comum, como alunos indisciplinados que tornam à escola para rever lições não assimiladas.
Justamente porque a indissolubilidade do casamento é uma questão moral que pede orientação da inteligência, em processo de conscientização, será ocioso pretender-se mantê-lo indissolúvel com a força de dispositivos legais. Quando um casal chega a extremos de desentendimento, a ponto de tornar impossível a vida em comum, nenhuma lei logrará o prodígio de mantê-los juntos. O que ela pode e deve fazer é regulamentar a separação, ratificando-a perante a sociedade e assegurando a protecção aos filhos com a definição das responsabilidades dos pais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:46 am

Seguindo esta mesma linha de raciocínio podemos dizer que o divórcio nada tem a ver com a estabilidade do lar, pois apenas oferece àqueles que se separam a possibilidade de refazerem suas vidas em experiências afectivas legais sob o ponto de vista social. Negar este direito é desconhecer as necessidades básicas do ser humano.
A afirmativa de que o divórcio age contra a Família não encontra apoio na realidade. Casamento e descasamento, união e separação nada têm a ver com leis civis. O homem e a mulher unem-se porque se amam; separam-se porque deixaram de se amar. Nenhuma estatística demonstrou jamais que em países onde não há o divórcio os casais pensem melhor antes de assumirem o compromisso matrimonial. Nem se provou que haja maior número de separações em países divorcistas.
Há quem situe o desquite, proclamando-o mal menor. Dir-se-ia mais exactamente o contrário. O desquite favorece o amor livre. Em tal regime as novas uniões, após a dissolução do casamento, fazem-se sem nenhum sentido de responsabilidade, sem nenhum compromisso legal. Um casal vai morar junto pelo tempo que julgar conveniente, sem cogitar de estabilidade ou dever. São uniões geralmente efémeras que se sucedem com a inevitável colheita de frustrações e angústias.
É preciso que façamos tudo por garantir a integridade do Lar. A Família é o convite perene da Vida em favor das realizações mais nobres. Unam-se nesse propósito as religiões! Ergam-se os baluartes das Virtudes! Falem bem alto os exemplos de paciência e devoção, compreensão e tolerância, preservando a dadivosa árvore do amor conjugal.
Inútil, porém, intentar prender os casais com a força de dispositivos legais. Fechar a porta do casamento pelo lado de fora é tentar tapar o sol com a peneira. Ficaria bem na Idade Média, época de coacções e servidão, mas não tem razão de ser na actualidade, quando o Homem, ensaiando discernimento, é chamado ao exercício do direito de decidir sobre sua própria vida, sem outros aguilhões que não sejam os impostos pela consciência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:46 am

5 - Organizar com amor
Therezinha Oliveira

Centro Espírita é um agrupamento de pessoas animadas pelo ideal espírita, que se reúnem para:
— cultuar a Deus e comungar com o plano espiritual:
— estudar e difundir o Espiritismo;
— assistir espiritual e materialmente as criaturas.
O início desse agrupamento se dá espontâneo, singelo, quando alguns amigos se unem para o trato das coisas eternas, à luz do Espiritismo. Então, as relações entre os membros do grupo são bastante afectivas e cada pessoa se sente parte actuante do conjunto. As reuniões se realizam uma ou duas vezes por semana, com o comparecimento de todos os seus integrantes. Os valores de cada um são conhecidos de todos e aproveitados nas actividades em comum. Tudo simples e fácil.
Com a adesão de novos interessados e pelo rol crescente das criaturas que lhe buscam a assistência, o Centro Espírita vai ampliando suas actividades. Agora, já são vários os dias e diversos os horários em que há reuniões e trabalhos assistenciais e não é mais possível em todos eles a presença de todos os membros do grupo. Já não se consegue contacto pessoal mais prolongado com todos os que estão aportando à casa, numerosos. E os diversos grupos de trabalho tendem a crescer como departamentos estanques, sem união entre si, o que poderá ensejar, no futuro, desnecessário desmembramento. Que fazer, quando o Centro Espírita cresce assim?
Como atender bem a todos e evitar o fraccionamento do grupo? A solução está, é claro, em organizar as actividades de tal modo que:
— haja reuniões e departamentos para atender a cada uma das finalidades do Centro Espírita;
— as diversas equipes de trabalho se entrosem;
— os elementos novos sejam treinados e entrosados nas actividades em comum;— os assistidos, sempre que necessário, recebam um atendimento pessoal por elementos capacitados.
Não esqueçamos, também, que seguindo o “Dai a César o que é de César”, o Centro Espírita deverá estar de acordo com as determinações legais do país, quer quanto à sua constituição como sociedade, quer na parte de escrituração contábil ou situação perante o imposto sobre a renda.
A organização é indispensável e desejável para todo o Centro Espírita, porque facilita o serviço e assegura a ordem das tarefas.
Que ela, porém, não venha a ser motivo de intransigência, de rigorismo exagerado. Senão, acabará destruindo o ambiente cristão, cheio de calor humano, que o Centro Espírita deve ter e manter.
Lembremos o ensinamento de Jesus: “O sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do sábado." (Marcos 2 v. 27).
Valorizemos a organização, pugnemos por ela em nossas casas espíritas. Mas não esqueçamos que a organização no Centro Espírita só é útil enquanto serve ao melhor andamento do trabalho cristão, enquanto ajuda ao cumprimento das finalidades espirituais.
Organizar com amor é o meio de assegurarmos às casas espíritas o desenvolvimento ordenado sem a perda de seu clima e valores espirituais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:03 pm

6 - Médiuns espíritas
Sérgio Lourenço

“Que é preciso cristianizar a Humanidade é afirmação que não padece
dúvida, entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação”.
Emmanuel

No curso do tempo, vem o Espiritismo, pelos feitos de uns poucos abnegados que o divulgam com vigor, coragem e exemplo, ampliando, e em muito, sua penetração na Sociedade, merecendo, desta, actualmente, o respeito e acatamento devidos. Não que ainda, por preconceito ou má-fé, não seja combatido e ridicularizado. É, e muito, ainda. Principalmente quando o confundem, premeditadamente ou por ignorância, com outras áreas de prática eminentemente mediúnica.
No entanto, por despreparo ou por ignorância, pouca atenção estão, aqueles que se socorrem ou dirigem Organizações Espíritas, dando à Doutrina, gerando, com essa atitude, um constrangimento sério e com resultado desagradável. O que se tem, em grande quantidade, e isso é fácil de ser constatado, são os espíritas de Centros Espíritas. São pessoas que, não encontrando solução para suas dúvidas, problemas e carências em outros sítios religiosos, chegam ao Espiritismo e, através dele, sentem o alívio e as respostas necessárias.
No entanto, chegam, dizem-se convertidas, mas só... Nada fazem que possa, realmente, auxiliar no desenvolvimento próprio e no da Doutrina. Ficam na condição de meros assistentes, quando não se tornam críticos vigorosos daqueles que tentam caminhar com segurança.
São pessoas que merecem todo o respeito, às vezes, e certamente, mal informadas ou mal orientadas, mas incapazes de deixar seus momentos de lazer em favor dos carentes e necessitados. Quando chamadas para o trabalho, assumem os cargos, mas não os encargos das Obras Espíritas. Isso, quando chegam a aceitar os cargos. Às vezes, nem isso querem, pois o tempo — sempre o tempo — ou as alegações de incapacidade para exercitar tão grande responsabilidade, os impedem...
No que tange ao médium, então, após muita insistência própria e dos dirigentes, passa a receber Espíritos e acomoda-se, desastradamente, nessa tarefa tão sublime, comparecendo às reuniões apenas para “descarregar”...
Não são médiuns espíritas. São médiuns apenas, como muitos que campeiam em outras áreas religiosas. O que realmente está faltando a muitos espíritas é trabalho. Todos chegam com as mãos vazias e desocupadas e, assim, continuam, com sérios e graves riscos para si mesmos e para o Movimento.
Convém que os Centros Espíritas, através de seus dirigentes, ofereçam, além do estudo da Doutrina, mais e mais trabalho em Obras Assistenciais Espíritas aos frequentadores de suas Casas, sejam eles médiuns ou não. A vivência junto aos mais carentes é sempre uma boa lição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:03 pm

7 - O convidado mais importante
(João, 2:1-10)
Richard Simonetti

Houve um casamento em Caná da Galileia ao qual compareceram Jesus e sua mãe. Por circunstâncias imprevistas e para vexame dos donos da casa, esgotou-se rapidamente o vinho.
Jesus, a quem não passavam despercebidos os murmúrios de geral descontentamento e atendendo observação de Maria, pediu aos criados que enchessem d’água seis grandes talhas de pedra. Feito isso, recomendou que a levassem ao “mestre de mesa”, organizador da festa matrimonial. Este, após prová-la, admirou-se e, chamando o noivo, disse-lhe:
“Todos servem primeiro o vinho melhor e, quando os convidados beberam fartamente., servem o inferior. Tu, pelo contrário, guardaste o vinho bom até este momento!”
O noivo, naturalmente terá ficado atónito, sem compreender o que se passava, mas graças à extraordinária transubstanciação operada por Jesus a festa não fora comprometida.
O episódio relatado pelo evangelista João é uma amostragem dos extraordinários poderes de Jesus. Mais importante é o conteúdo simbólico, de suma importância em relação ao instituto do casamento.
Nenhuma alegria é maior que a de alguém que transforma um sonho em realidade. Nenhum sonho é mais belo nem mais caro às criaturas humanas do que o matrimónio, instituição sagrada que ratifica perante Deus e os homens os elos sublimes do Amor, a unir duas partes que se completam: o Homem e a Mulher, o cérebro e o coração, a razão e o sentimento, a força e a sensibilidade, num amálgama abençoado que opera um dos mais notáveis prodígios da existência: transforma as paredes frias de uma casa no Lar, sinónimo de conforto, aconchego, paz, carinho...
Por isso é natural que nos olhos dos que se consorciam brilhe uma chama inconfundível: a esperança de que as alegrias desse dia sejam apenas as primícias de uma felicidade completa que se estenda, imperecível, por toda a existência.
— Quimeras! — dirá alguém...
— Utopia! — acrescentarão outros...
E os profetas do pessimismo proclamarão, certamente, que após a embriaguez dos primeiros tempos, restará na taça matrimonial apenas o amargo sabor da insatisfação e da desarmonia.
É verdade! O vinho capitoso das primeiras alegrias matrimoniais é escasso, tanto quanto são numerosos os casais que perguntam, amargurados:
“O que está acontecendo connosco? Onde se escondeu a felicidade inicial? Que é feito da paz doméstica?
Por que tantos espinhos sucederam às flores?...”
É que faltou alguém... Esqueceram-se de convidar o Cristo!
Somente Jesus é capaz de transubstanciar indefinidamente a água em vinho, a rotina em interesse, a incompreensão em entendimento, a intranquilidade em paz, os espinhos em flores, as lágrimas em sorrisos, as dores em alegrias...
Em Seu ensinamento está o espírito renovador de nossas mais caras emoções. É ele o divino elixir que estreita os laços da afectividade, preservando a paz doméstica, o tónico infalível para todas as fraquezas, o remédio certo para todas as dores, o recurso supremo para todos os males.
O Evangelho, muito mais que repositório de consolos e bênçãos, é uma síntese perfeita das leis divinas que regem a evolução moral da Humanidade, recurso indispensável para uma convivência pacífica e feliz em qualquer agrupamento humano, principalmente no lar, onde se rompe com facilidade o verniz social, revelando tendências e imperfeições não compatíveis com nossa condição de filhos de Deus.
Indispensável em qualquer matrimónio, a presença de Jesus não se subordina a mero cerimonial regido por oficiante. Este, não obstante sua boa vontade jamais poderá substituir o esforço intransferível dos nubentes, acolhendo o Cristo na intimidade do próprio coração com a disposição de observar Seus exemplos e seguir Suas lições.
Então, sim, o convidado mais importante será presença marcante em suas vidas, sustentando imorredoura ventura.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:04 pm

8 - Mensagem para quem sofre
Therezinha Oliveira

Você sofre!...
Em seu Evangelho Jesus convida:
“Vinde a mim, todos vós que vos encontrais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.”
Como alcançar esse alívio?
Jesus esclarece:
"Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. E achareis repouso para as vossas almas, pois suave é o meu jugo e leve o meu fardo.”
O jugo é a lei divina.
Cumprida devidamente, torna leve o fardo da vida.
E a lei de Deus, ensinada por Jesus e reafirmada pelos Bons Espíritos, resume-se em:
“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Procure agir assim, de acordo com a lei de Deus, e tudo irá melhorar.
“Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo da misericórdia divina.” O Centro Espírita poderá ofertar todo o amparo possível de que você necessite, como orientação espiritual, preces, passes, trabalhos mediúnicos, etc.
Os Bons Espíritos também o assistirão com todo amor.
Mas você tem que se esforçar no sentido do bem. Faça a sua parte e Deus fará o resto.
“Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei e se abrirá.”
Tome cuidado com seus pensamentos, sentimentos, palavras e actos.
“Orai e vigiai para não caírdes em tentação.”
Se você está sofrendo exactamente porque errou no modo de agir, tenha coragem, pois nova oportunidade de começar lhe é dada.
"Eu também não te condeno. Vai e não peques mais, para que não te suceda algo pior.”
Limpe seu coração de ressentimentos.
“Perdoai para serdes perdoados.”
E semeie o bem no seu caminho.
“Tudo quanto quiserdes que as pessoas vos façam, fazei-o vós a elas.”
Porque, pela lei de causa e efeito, dando é que recebemos.
"A cada um será dado segundo suas obras.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:04 pm

9 - Crime e castigo
Sérgio Lourenço

"Sofrimento é processo purificador contra o qual será inútil a reacção pela revolta ou através do desespero, tal atitude mais agrava o problema, qual ocorreria a alguém que, pensando ou desejando diminuir a intensidade da dor de uma ferida aberta em chaga viva, lhe colocasse ácido ou espicaçasse com estilete as carnes em torpe decomposição e alta sensibilidade”.
Joanna de Ângelis

É o homem um ser eminentemente social, não se concebendo sua vida isolada em razão da dependência com o seu semelhante. Já foi dito, inclusive, que o homem mais convive do que propriamente vive.
A preocupação da harmonia social, característica do progresso humano, está na coerção que seus próprios membros exercem contra aqueles que, transviados, procuram meios de perturbar a paz do conjunto. Assim, temos a figura do crime e do criminoso, que são aqueles homens que violam as normas de comportamento estabelecidas pela sociedade. Portanto, toda a criatura que foge do comportamento tido como aceitável pela maioria é passível de uma sanção que vai até o máximo de sua segregação do meio, medida essa de carácter profiláctico.
Para os espíritas, o castigo social imposto a essas criaturas, é sabido que não basta, em virtude da origem do mal transcender ao comportamento presente. Isso ensina a Doutrina Espírita. Vale dizer que só pratica o mal aquele que ainda não conseguiu assimilar o bem. E não assimilou porque ainda não o sentiu em sua pureza. Daí ser de todo louvável o trabalho que muitas comunidades espíritas executam junto àqueles que se encontram segregados em cadeias, penitenciárias, etc. Antes de mais nada devemos e precisamos encará-los como seres doentes que precisam da medicação própria para o espírito, que é o esclarecimento.
No entanto, convém não perder de vista os encarregados de vigiá-los.
Estes, exercendo tarefa tão espinhosa e incompreendida, representam aquela tranquilidade que a sociedade procura e deseja. Tanto quanto possível, á estes também devemos prestar a assistência do esclarecimento, pois, por mais e maior convivência, melhor atenderão os naturais conflitos.
Com a boa vontade, disposição, despreendimento e coragem desses abnegados irmãos que se propõem a esse trabalho junto aos desviados da sociedade, chegaremos, bem mais cedo do que se imagina, ao convívio ideal, pois cada um que consiga entender sua própria situação de marginalizado, já nos coloca muito próximo do objectivo da redenção. O Divino Pastor assim o quer para formar, o mais breve possível, o seu rebanho único.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:04 pm

10 - Para promover a justiça social
Richard Simonetti

Porque a ira do Homem não produz a justiça de Deus.
[Tiago, 1:20]
O anseio de justiça social, como oportunidade de viver com dignidade e trabalhar por um futuro melhor, é inerente à criatura humana. Todos esperamos que Deus estabeleça Sua justiça no Mundo para que vivamos em paz.
Infelizmente, desde sempre, homens inconformados com iniquidades e privilégios da ordem vigente, arremetem contra ela com impetuosidade irracional e, longe de se situarem por instrumentos de renovação, promovem novas injustiças, semeando a perturbação e o sofrimento.
O Mundo vive convulsionado por lutas fratricidas, levadas a extremos de violência e destruição. Está em moda hoje a guerrilha urbana, quando grupos de fanáticos, sem nenhum respeito pela vida humana, promovem o morticínio de populações indefesas, em atentados espectaculares que objectivam desestabilizar a sociedade, favorecendo seu acesso ao poder. A seguir-se por tais caminhos não tardaremos em ver esses sinistros adeptos da violência assenhoreando-se de artefactos atómicos, aumentando dramaticamente sua capacidade de inspirar terror, em lamentáveis semeaduras de sofrimento e morte. Transformados em feras humanas, em face da própria rebeldia, agindo sem o mínimo respeito pela vida humana, cometem um erro fundamental: pretendem construir uma sociedade justa sem agir segundo os princípios da Justiça Divina, que pede bases de fraternidade para que possa manifestar-se plenamente, partindo do princípio de que somos todos irmãos, habitantes da mesma casa — o Mundo; filhos do mesmo pai — Deus.
Onde a preocupação predominante é o próprio bem-estar, sob inspiração do egoísmo, sem cogitar-se das necessidades do semelhante, não há lugar senão para os desníveis sociais, para as misérias extremas e as aberrações do comportamento, que geram intermináveis violências, camufladas de indignação contra injustiças.
Enganam-se também os que acreditam que unicamente aos governos compete operar as transformações sociais, promovendo o bem-estar da população. Os governos apenas representam as tendências das colectividades que dirigem. Por isso já se falou que cada povo tem os dirigentes que merece.
E nenhum governo jamais resolveu o problema da miséria. Ela está presente em todos os países, não apenas no sentido material, mas principalmente a miséria moral, que faz a infelicidade crónica, a angústia de viver de milhões de homens fechados em si mesmos, ignorantes de que a causa fundamental de seus males reside no comportamento egoístico que contraria sua condição de filhos de Deus.
Todas as situações das colectividades terrestres estão inexoravelmente ligadas a problemas de comportamento. A vida é um processo ininterrupto de semeadura e colheita. Causa e efeito. Povos egoístas geram, invariavelmente, ordens sociais de privilégios e opressões. É preciso romper a milenar tendência humana de cada um cuidar de si e o resto que se dane.
Fundamental, por isso, que se multipliquem guerrilheiros diferentes, inspirados não no ódio, mas no Amor, dispostos a combater incansavelmente a miséria e o infortúnio, com as armas poderosas da solidariedade, organizando “atentados” ao Mal, que edifiquem ao invés de destruir, que inspirem não o medo, mas a confiança, que demonstrem, com as excelências do exemplo, que somente o exercício do Bem construirá uma sociedade boa, onde possamos viver em paz, sem iras e sem injustiças.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:04 pm

11 - Apelo ao jovem viciado
“Jovem, a ti te digo: Levanta-te.”
(Lucas, 7 vs. 11 a 15).
Therezinha Oliveira

Quando Jesus ia entrando na cidade de Naim, ele e seus acompanhantes se defrontaram com um cortejo fúnebre. O filho único de uma viúva era levado ao túmulo. A triste mãe chorava, desolada.
Contemplando-lhe a dor, Jesus moveu-se de íntima compaixão pela sofredora mulher e lhe disse: “Não chores”. Aproximou-se do esquife. O féretro parou. “Jovem, a ti te digo: Levanta-te!” Ao influxo das energias sublimes e do chamado de autoridade moral do Cristo, aquele que todos julgavam morto saiu do estado letárgico, sentou-se e começou a falar, para admiração de muitos e louvores de todos a Deus, enquanto Jesus entregava o jovem à mãe, atónita e indizivelmente feliz.
Leio a narrativa evangélica e penso em você, jovem. Em você que está morrendo aos poucos, na alma e no corpo, pela corrupção moral, pelo vício.
Você que, dia a dia, complica cada vez mais o próprio destino e se entristece, e definha...
Muitos nem acreditam mais em sua recuperação. Dão-no por morto. Nos olhares que lançam a você, nas conversas a seu respeito, no pensamento negativo e descrente, é como se carregassem você ao sepulcro, ao término da existência terrena. Você se deixa levar. Sente-se morto mesmo, como morto o julgam. Sua mãe sofre. E chora...Jesus, porém, chegou. Aí está, vê? A dor e desolação de sua mãe, ó jovem, tocam profundamente o coração do Amigo. Ele pede a ela que não chore. Mas sabe que seu pranto corre por causa de você. Você, tão jovem!
Você, futuro ainda não alcançado! Você, seu amor maior de mulher-mãe!
E a você Ele vem, com uma ordem-convite para que você se erga moralmente, recuperando a vida.
Atenda ao chamado, jovem! Ouça o Médico de nossas almas, o Mestre de nossa inteligência, o Guia de nossos sentimentos!
Receba-lhe o caudal de energias sublimadas. Levante-se do lodaçal das sensações inferiores. Deixe a horizontalidade da inércia.
Eleve a mente, ela impulsionará seu corpo e o levará à acção positiva.
E fale, jovem! Dialogue! Conte seus anseios, seus medos e pesares.
Diga, também, suas esperanças de recuperação e pedidos de amparo. Reviva, meu jovem! Atenda ao amoroso apelo de Jesus e levante-se do vício. Para que sua mãe não sofra nem chore. Para que muitos se edifiquem e nos alegremos todos na alma, vendo você ressurgir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:04 pm

12 - Uma nova época
Sérgio Lourenço

“O verdadeiro espírita deve ser o símbolo da Fé e da Caridade, deve aliar todas as virtudes para com elas testemunhar a Verdade da Doutrina que propaga, mas o seu principal objectivo deve ser a propaganda do Espiritismo.”
Cairbar Schutel

Após um período relativamente longo de dificuldades surge, para o povo brasileiro, nova época e uma nova esperança de vida, mais condizente com as necessidades do ser humano.
É evidente que a felicidade que todos almejamos não está, em nada, vinculada ao aceno de novos rumos e novas oportunidades. Almejamos, e para isso aqui estamos encarnados, é a felicidade perene, a felicidade dentro do contexto da Vida Eterna. Aqui, tudo fica. Levamos os nossos acertos e desacertos. Nada mais.
Com as mudanças políticas operadas, que tanto reclamávamos, surgiu, para a Sociologia, uma nova luz de esperança e oportunidades. No entanto, entendemos que esse problema é do homem e não da estrutura religiosa cristã. Nesses novos rumos, a religião não pode, e não tem autoridade para envolver-se, sob pena de ser desvirtuada sua destinação.
Em particular, no que concerne ao Espiritismo, temos um factor que esclarece todo esse sofrimento: a reencarnação. Não que deva ficar, o espírita, acomodado, vendo seus irmãos em aflição. Não. O espírita não é um alienado da vida cívica de sua Pátria. O importante, porém, é que ao espírita compete a sublime tarefa de minimizar, ao máximo, a dor de seus semelhantes. Para isso o Espiritismo o preparou.
E como o Movimento Espírita é um contingente de espíritas, qualquer participação grupal poderá arrastar certamente o Espiritismo para esse fim. Aí está o perigo. Aí está o engano.
O Espiritismo traz em seu conceito a reforma interior do homem. A partir do homem mudado, este começa a sentir a necessidade de servir seus irmãos que carecem. Esta concepção é íntima, levando o homem a despojar-se do supérfluo, do desnecessário e, com isso, servir o semelhante. No entanto, quando o homem passa a exigir dos outros e do Estado esse comportamento, não assimilou, ainda, o básico princípio do Espiritismo. Para que o homem espírita tenha a triste pretensão de modificar os outros, antes precisa analisar-se intimamente e ver até onde já chegou. O Espiritismo tem mensagem muito mais profunda para a humanidade. Ele é a consolação. Ele é o caminho para a redenção.
Que o espírita esteja envolvido nos problemas políticos e sociais, ninguém tem nada com isso, muito pelo contrário, pois, caso lhe agrade, deve ter essa participação, inclusive ostensiva. No entanto, fique bem claro que estamos dizendo o espírita e não o Espiritismo. Mesmo porque, felizmente, o Espiritismo não tem representantes autorizados. Quem fala, fala por si ou, quando muito, e devidamente autorizado, pela Instituição que eventualmente está representando. O Movimento Espírita, quando os líderes são conscientes, deve e precisa servir somente a Doutrina Espírita, cuidando de encontrar meios e formas de implantar o Espiritismo e seus conceitos nos homens.
Quando o Movimento Espírita passa a cuidar de assuntos pertinentes ao Estado, sem credenciais e nem representação para isso, torna-se um grupo de espíritas, não o Movimento Espírita.
Sempre espíritas estiveram envolvidos nesse campo político. No entanto, foram e são eles que falam, que trabalham, que se opõem, que lutam.
Jamais envolveram o Espiritismo nessa área. Se o fizeram, faliram na tarefa.
Fica a lição de Jesus. Era Ele esperado como aquele que iria tirar o oprimido povo Judeu do Jugo Romano. No entanto, trouxe a Boa Nova e pregou a paz entre os homens. Não fez nenhuma reivindicação aos detentores do poder. Não transigiu com os seus ensinamentos que eram divinos. Não se deve confundir as coisas. Se alguém deseja participar dos problemas sociais e entender que deva, que o faça em seu nome, individualmente, filiando-se às correntes políticas do Estado. Problemas do Estado pertencem ao Estado, através dos mecanismos políticos e sociais legalmente instituídos. Ao Espiritismo pertence a consolação das almas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:05 pm

Ao que diz que tudo está errado, desconhecendo ou procurando desconhecer os princípios das vidas sucessivas, ficam sempre algumas perguntas:
a) O que fez e faz de real para diminuir a carência dos aflitos?
b) Qual a participação que tem nas obras assistenciais que lutam por minorar a dor dos semelhantes?
c) Qual a contribuição financeira que oferece para que o sustento das obras assistenciais seja mais efectivo?
A resposta a essas questões é de fundamental importância, pois, revela a autoridade do procedimento.
Não se deve fazer como aquele religioso que chegou para uma reunião com os miseráveis patrícios denominados “sem terra”, para pregar o absurdo dos latifúndios e a abastança dos ricos proprietários, dirigindo um automóvel de luxo, último modelo, e de sua propriedade particular. Triste exemplo deu esse religioso, embora o seu discurso tenha sido inflamado.
Que não levem, nunca, por personalismo, a Doutrina Espírita para a vala comum dos que nada mais têm para oferecer. O Espiritismo tem muito para dar. É só trabalhar. É só operar em nome Dele, esquecendo-se de si próprio.

[Nota da Editora: O autor escreveu este artigo em começo de 1985, quando se iniciou, no Brasil, a Nova República, após 21 anos de governos militares.]
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:05 pm

13 - Uma pedra no caminho do reino
(Mateus, 19:16-24).
Richard Simonetti

Jesus terminara uma de suas costumeiras pregações, maravilhando a multidão com notícias da bondade de Deus e promessas de uma Felicidade sem limites, na Eternidade, para os que observassem seus ensinamentos, quando se aproximou simpático jovem, senhor de imensa fortuna. Ele impressionara-se com o que lhe fora dado ouvir e mostrava-se emocionado, empolgado mesmo, a ponto de dirigir-se a Jesus, dizendo-lhe:
— Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a Vida Eterna?
Jesus o contemplou com simpatia e respondeu:
— Por que me chamas Bom? Ninguém é bom senão Deus. Se queres entrar na Vida, guarda os mandamentos.
— Que mandamentos, Senhor?
— Não matarás, não cometerás adultério, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe e ama o teu próximo como a ti mesmo.
— Ah! Senhor. Tudo isso tenho feito desde a minha infância...
— Então — diz Jesus — só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-me.
Ao ouvir estas recomendações o jovem entristeceu-se e, visivelmente abatido, retirou-se. Isso ele não podia fazer, pois era muito rico...Proclama Jesus:
— Digo-vos que dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus; ainda vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.
Para que possamos compreender o pensamento de Jesus, sem julgarmos que ele alimentasse preconceitos contra a riqueza, é preciso definir onde está o Reino de Deus.
Segundo o próprio Evangelho, não se trata de um local geográfico. Seria impossível estabelecer que aqui, ali, acolá, esteja o Reino, já que tudo no Universo é propriedade de Deus. O Reino, como bem explica o Mestre, é uma realização interior, marcada pelo equilíbrio, a serenidade, a alegria, o bom ânimo, fruto de uma superação das ambições e fraquezas humanas e do empenho por compreender o que a Vida espera de nós.
Como atingir tal meta? Qual o caminho que nos permitirá encontrar o Reino no continente íntimo? Vários caminhos têm sido trilhados pelo Homem:
Para o faquir indiano essa conquista interior seria decorrente de uma mortificação do corpo; para os cristãos medievais seria a solidão contemplativa; para os antigos egípcios estaria no culto aos mortos e à própria Morte; para os sábios gregos seria decorrente de uma definição dos problemas humanos; para o católico de ontem estava na participação do culto e na comunhão com os santos; o protestante o procura na fé em Jesus; o espírita procura o caminho na prática da Caridade.
Há esses e muitos outros caminhos propostos, alguns ingénuos, outros confusos e até tortuosos, mas respeitáveis todos eles como experiências na procura do Reino. De qualquer forma, todos aqueles que estão procurando se situam adiante dos que ainda não se decidiram a caminhar, entregues à indolência e ao comodismo.
Todavia, se vários são os caminhos para o Reino, há um obstáculo comum, que raros conseguem superar: a riqueza. Isto por uma razão muito simples: para ser conquistada, acumulada, preservada, ela exige um violento envolvimento com os interesses do Mundo, na selva sombria das disputas, dos jogos de interesses, onde, geralmente, o homem rico acaba por comprometer-se moralmente. E ainda que se mantenha íntegro, sem desonestidades, sem opressões, estará submetido a tantas tensões e tantos problemas, a exigirem sua acção pronta, enérgica, em constante desgaste emocional e mental, que jamais terá condições íntimas para cogitar do Reino.
Evidentemente não se pode condenar a riqueza, porquanto seria absurdo, como comenta Allan Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", pretender que Deus a colocasse no Mundo como instrumento fatal de perdição. Pelo contrário — ela pode ser usada com muito proveito, promovendo o progresso e o bem-estar da Humanidade. Muitos ricos generosos habilitam-se a uma acolhida festiva no plano espiritual pelo bom uso que fizeram do dinheiro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Out 27, 2022 8:05 pm

Raros deles, entretanto, lá chegarão de consciência tranquila, com o Reino edificado em seus corações, em virtude dos problemas relacionados com os bens materiais.
Não é por outra razão que os grandes benfeitores da Humanidade sempre escolheram vida simples, sem se atrelarem aos interesses económicos, de forma a não comprometerem a própria tarefa.
Podemos concluir, pois, que a riqueza é uma experiência muito difícil — verdadeira provação. O pobre, pelas próprias limitações a que está submetido, pelas privações que experimenta, situa-se automaticamente em processo de renovação. Já o rico vai depender muito, não do que a Vida lhe ofereça, mas do que ele vai oferecer à Vida. O problema é que ele dificilmente terá tempo e disposição para dar à Vida o que ela espera dele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 28, 2022 10:23 am

14 - Em louvor do livro espírita
Therezinha Oliveira

Com estalos ruidosos, responderam os Espíritos às indagações da Família Fox, em Hydesville, e atraíram a espantada atenção do povo americano.
Generalizando o intercâmbio, movimentaram mesas, falando por elas na tiptologia, e divertiram a curiosidade da Europa inteira.
Mas quando Kardec lhe enfeixou em livros os ensinos sublimes, a Humanidade terrena se apossou de uma Doutrina que lhe recristianizou ideias e crenças.
Desde então, a revelação admirável vem se propagando entre as massas, de criatura a criatura. Nessa passagem, é fatal haver quem...
... não a assimile completamente e lhe turve o sentido,
... tente adaptá-la a interesses particulares,
... lembre apenas parte do todo revelado,
... a deseje sufocar no silêncio.
O livro espírita, contudo, reedita, a qualquer tempo, pura e acessível, a Doutrina dos Espíritos, preservando-a para a Humanidade.
Alguém nos iniciou na fenomenologia espírita. Outro nos instruiu na verdade que desconhecíamos. Terceiro nos confortou no momento da dor, com palavras ou auxílio fraternos.
Todos, porém, seguem um destino próprio, sem se prenderem à nossa vida, enquanto o livro espírita permanece ao nosso alcance, explicando o fenómeno, comentando os ensinos revelados, prodigalizando as mensagens consoladoras do amor e da esperança.
Beneficiado pela Doutrina, você deseja colocá-la ao alcance dos que a necessitam sem o saber ou recalcitram ante a verdade.
E o livro espírita...
... chega aonde você não pode ir,
... não constrange como a sua presença física,
... aguarda sem pressa o momento propício,
... argumenta sem se exaltar, esclarece sem ferir, repete sem cansar.
Em toda a obra da codificação kardequiana e até os dias de hoje, o livro espírita tem sido o portador fiel e o difusor incansável das ideias renovadoras.
Exaltando-o a função, comemoremos o “Dia do Livro Espírita”.
E, em o fazendo a 18 de abril, data em que Kardec publicou em Paris, no ano de 1857, "O Livro dos Espíritos", lhe ressaltamos a presença desde o marco inicial da Doutrina Espírita em nosso mundo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 28, 2022 10:23 am

15 - Espiritismo para encarnados
Sérgio Lourenço

“Não fosse o Espiritismo e centenas de milhares de homens continuariam aflitos e desesperados diante do sepulcro, indagando e perquirindo, como os antepassados de remotas Eras...”[*]
Vianna de Carvalho

Temos observado, e confessamos que com muita tristeza, um comportamento que vem se alastrando no meio espírita, comportamento esse não condizente com os princípios que geraram o Espiritismo.
A Doutrina dos Espíritos veio no tempo devido para trazer aos homens a consolação que o Cordeiro de Deus houvera prometido. Ditada e orientada por Espíritos de escol, mostra, mais uma vez, a preocupação do Pai com seus filhos encarnados à frente de tantas misérias e tentações. Trouxe, também, a certeza da comunicabilidade entre os mundos dos “vivos” e o mundo dos “mortos”, não havendo, em razão de tantas provas, mais dúvida alguma sobre esse facto.
No entanto, aproveitando a Espiritualidade Superior essa possibilidade de comunicação dos “mortos”, nos oferece, através de Espíritos desencarnados, o verdadeiro retrato de vidas em débito por excessos cometidos, ou ociosidade vivida. Vendo o sofrimento desses irmãos que partiram com tanta carência de valores, muitos irmãos encarnados ainda não entenderam que o mal desses Espíritos tem seus remédios na própria dor. O que importa é o espírita conscientizar-se do erro alheio e não obrar, também, no mesmo engano. Tal facto, porém, muitas vezes não surte efeito, pois, o espírita se condói todo daquele Espírito e não percebe o seu comportamento que o levará as mesmas condições amanhã.
Orar e pedir em favor desses espíritos é obrigação de todo crente sincero, mas, não podemos esquecer de guardar a lição, mudando, em consequência, nosso rumo de comportamento, pois, caso contrário, de nada valeu o esforço da Espiritualidade Superior em mostrar o estado daquela alma desencarnada.
Portanto, já é tempo de se fazer, em nossos núcleos, mais Espiritismo para os encarnados e menos para os desencarnados. A mudança de comportamento é fundamental. Para isso a Doutrina Espírita foi revelada à humanidade.

[*] N.R. Livro CRESTOMATIA DA IMORTALIDADE, cap. 43 - O Espiritismo
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 28, 2022 10:23 am

16 - Ovelhas desgarradas
(Lucas 15:1-7)
Richard Simonetti

Publicanos, os odiados cobradores de impostos, e pecadores, gente chamada de má vida, compareciam frequentemente às reuniões onde Jesus transmitia Suas lições. O Mestre a todos recebia com bondade, sem distinções ou admoestações. Estava interessado em somar, não em dividir; em recuperar, não em condenar. Porém, escribas e fariseus, os orgulhosos intérpretes do Judaísmo, criticavam acremente seu liberalismo, situando-o por incompatível com os rigores da lei mosaica.
Jesus respondia, sabiamente:
"Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se desgarrara, até encontrá-la? Quando a tiver achado, põe-na cheio de júbilo sobre os ombros e, chegando em casa, reúne seus amigos e vizinhos e lhes diz: "Congratulai-vos comigo, porque encontrei minha ovelha que se havia perdido!" Digo-vos assim, que haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento".
O ensinamento é claro e objectivo. A imagem do pastor que procura a ovelha desgarrada e regozija-se por encontrá-la nos diz bem que no Céu não há discriminações.
A Misericórdia Divina não teria sentido se dirigida apenas aos bons. E diante do Mal que ela tem oportunidade de manifestar-se plenamente. Ninguém mais necessitado de ajuda do que o indivíduo comprometido com o erro, o vício, o crime...
Inadmissível, portanto, simplesmente marginalizar o transgressor das Leis Divinas. Ninguém é tão criminoso que perca a condição de filho de Deus. Nem tão mal que deixe de ser amado pelo Criador.
Naturalmente a lição de Jesus não é um exercício de passividade. Ele não pretende que pactuemos com o erro e, sim, que não discriminemos o que erra, oferecendo-lhe a oportunidade de trabalhar pela própria reabilitação, sempre que se disponha a esse esforço.
O ensinamento evangélico vai sendo assimilado pela própria justiça humana. Criminosos variados, em países de legislação mais avançada, começam a ser encarados como doentes que precisam muito mais de tratamento do que de castigo. As prisões do futuro serão transformadas em hospitais, onde a labor terapia, a orientação profissional, psicológica e moral serão aplicadas cuidadosamente, ajudando as “ovelhas tresmalhadas” a superarem seus conflitos íntimos e tendências inferiores, herdados, não raro, do próprio ambiente social onde se situam.
É particularmente no lar que somos chamados à vivência dessa preciosa orientação, a fim de que tenhamos condições para ajudar familiares em desajuste.
Um amigo nosso, homem equilibrado e sensível, tem um problema terrível com o filho, alcoólatra inveterado que, com a própria consciência “afogada” no vício e minada por obsessores espirituais que o assediam, leva existência de indolência e irresponsabilidade. Muitos lhe dizem:
— Mande embora o rapaz! Você já o tolerou demais. Ele só lhe dá
desgostos!
Mas o pai responde: — Ele é meu filho. Não é mau. Está apenas doente, espiritualmente. Se eu o expulsar ele estará perdido. Precisa de minha ajuda.
Sou seu único apoio...
Temos aqui a imagem perfeita do pastor cuidando da ovelha, tentando retirá-la do abismo.— Perde seu tempo! O filho é irrecuperável ! — dirá alguém.
Engano. Ninguém é irrecuperável. Talvez durante a existência inteira, o filho não chegue a modificar o comportamento, superando o vício. Um dia, porém, na Terra ou no Além, acabará por entediar-se da própria condição. Chegará ao “fundo do poço”. Desejará ardentemente safar-se.
Então o pai constatará que não se perdeu o devotamento ao filho, porquanto o carinho, a ajuda, a compreensão, a tolerância exercitados em seu benefício representarão para ele, ao mesmo tempo, valores de despertamento e a base de sua própria renovação. É impossível conviver com a bondade sem ser decisivamente influenciado por ela.
Raros estão realmente integrados no Rebanho Divino. A função dos cristãos verdadeiros, à semelhança do Mestre, é viverem tão intensamente Seus ensinamentos, exercitando fraternidade e bondade, que tornem irresistível o apelo do Bem, ajudando filhos transviados de Deus a safarem-se de desvios abismais.
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17 - Carta de filho
Therezinha Oliveira

Papai, estive fazendo contas e verifiquei que você se criou há pouco mais de vinte anos antes de mim.
Mas o mundo, dizem, se transformou tanto nesses poucos anos que entre você e mim um abismo se fez...
Bem, talvez essa afirmativa corresponda à verdade, se forem comparados o tipo mais vanguardeiro da minha geração e o mais retrógrado que a sua apresenta.
Na média geral, porém, pais e filhos têm muitos e fortes pontos de contacto e comunicação, assim como você e eu, não acha?
Vimos tanta coisa juntos! Muito do que emprego na minha vida diária aprendi com você. Unidos já gozamos alegrias, solucionamos problemas. E, quando penso no meu futuro, você sempre está nele também. Temos recordações, actualidades e esperanças a partilhar, não é mesmo?
Sabe, acho que sei porque continuamos assim unidos enquanto outros se deixaram apartar. É porque nos amamos e por amor procuramos, então: você, não parar demais dentro da vida e eu, não me extremar.
Mesmo assim, haverá momentos, papai, em que terei de seguir além para alcançar e cumprir o programa de minha existência. Mas nunca irei tão longe que me alheie de você, nem deixarei de voltar a buscá-lo para um abraço amigo e a troca de nossas experiências.
Numa corrida de revezamento, o último homem é que alcança a meta visada. Ao romper triunfante a fita de chegada poderá ele atribuir a si mesmo todos os louros, ignorando a metragem antes percorrida pelos companheiros de equipa?
No revezamento da vida, recebi de você, pai, o bastão do progresso já iniciado. Estou começando a correr minha parte agora. E você, metas praticamente alcançadas, principia a diminuir sua marcha...
Nenhum de nós dois será, ainda, o vencedor final. A vitória do progresso que buscamos exigirá muitos e muitos retornos à Terra para que a alcancemos. E quando chegarmos à perfeição espiritual, meta de nossa corrida evolutiva, seremos todos vencedores de um mesmo triunfo comum.
Hoje, neste seu dia, meu pai, tudo isto pensou e quis lhe dizer para que você soubesse, o Seu Filho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 28, 2022 10:24 am

18 - Crítica
Sérgio Lourenço

“Não desanime em razão da crítica. Se a censura é serviço cabível a qualquer um, a realização elevada é obra de poucos.”
André Luiz

Aceitando o valor religioso do Espiritismo, necessário se faz o aprendiz parta sem titubear para o auxílio ao próximo, pois, só assim poderá valer, em si, o princípio de que “fora da caridade não há salvação”. Este auxílio é a concepção global do lema recomendado pelo Mestre Allan Kardec, abrangendo o seu sentido material e espiritual. É importante que o homem viva na prática o que prega. Esse o exemplo.
Todo aquele que fica enclaustrado dentro dos conhecimentos adquiridos da Doutrina Espírita e não faz a sua demonstração na prática, em nada aproveitou o verdadeiro caminho que lhe foi indicado. Mas, felizmente, são poucos os que assim agem, pois, a maioria dos espíritas parte para as obras sociais e assistenciais com todo o ardor de um verdadeiro convicto, e não raro, até com sacrifícios pessoais sérios, para ver, a assistência aos semelhantes menos felizes, totalmente coroada de êxito.
Mesmo assim, com todo o desinteresse pessoal que labutam, ainda são, quase sempre, vítimas de uns poucos acomodados que ficam, como fiscais e procuradores da Justiça Divina, a analisar e cuidar das coisas feitas pelos abnegados trabalhadores.
Lamentavelmente é de se convir que num mundo tão grosseiro como o nosso, todo aquele que se propõe a fazer alguma coisa pelo seu semelhante, ainda é visto com reservas. Isso aconteceu com Jesus.
A crítica deve e precisa existir, inclusive no meio espírita, porque somente através dela é que muitos impulsos podem ser contidos.
No entanto nunca se deve esquecer a advertência de Abraham Lincoln de que, “só os que ajudam têm o direito de criticar”.
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