LUZ ESPÍRITA
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A Mediunidade ao Seu Alcance - Celso Martins

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:36 pm

A Mediunidade ao Seu Alcance
Celso Martins

ÍNDICE
Prefácio
Capítulo Primeiro:
A Existência da Alma..
Homem = Corpo + Alma
Lesões cerebrais não impedem a acção da inteligência
Sonambulismo
Sonhos inteligentes
Conclusão do Capítulo Primeiro

Capítulo Segundo: A Sobrevivência do Espírito
Retrospectiva histórica
A atitude ambivalente do povo
Diferentes categorias de espíritos
Nem sempre a morte é libertação
O perispírito
Conclusão do Capítulo Segundo

Capítulo Terceiro: Da Bíblia à Transcomunicação
Factos mediúnicos na Bíblia
De Hydesville às mesas girantes
A Codificação de Allan Kardec
Os trabalhos de William Crookes
Richet e a Metapsíquica
Criptestesia
Telecinesia
Ectoplasmia
Rhine e a Parapsicologia
Transcomunicação ou Comunicação Instrumental.
Animismo e Mediunismo
Conclusão do Capítulo Terceiro

Capítulo Quarto: A Comunicação Mediúnica
Teorias sobre a mediunidade
Tipos de médiuns
Modalidades de mediunidade
Materialização ou Ectoplasmia
Finalidades das comunicações mediúnicas
Mensagens mediúnicas
O passe
Estudo prévio antes do passe
A reunião de estudos e de prática da mediunidade
Alguns problemas da prática da mediunidade
A obsessão
Contradições nas mensagens
Mistificação
Fraudes
Comunicações de pessoas vivas
Animismo
Factos mediúnicos interessantes
Conclusão do Capítulo Quarto
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:37 pm

Prefácio
As comunicações mediúnicas, quer dizer, o intercâmbio entre os vivos e os mortos, sempre aconteceram ao longo da História da Humanidade. Não é assunto apenas do Espiritismo, uma invenção de Allan Kardec. A Doutrina Espírita data da segunda metade do século XIX, aparecida em Paris, quando do lançamento da Ia edição de “O Livro dos Espíritos”, em 18 de abril de 1857. Já as comunicações são encontradas desde a mais remota Antiguidade, inclusive em ambientes onde não se cogitava de religião.
Tampouco podemos dizer ser coisa do povo ingénuo, de pessoas crédulas, de vez que a mediunidade também já foi exaustivamente estudada por sábios de fama internacional, todos eles admitindo a sua veracidade.
Diversos médiuns foram considerados santos porque faziam milagres. Outros sofreram duras perseguições, chegando até a merecer a fogueira, em virtude da intransigência religiosa vigente quando os fenómenos mediúnicos não se davam dentro do seio da religião oficial. Podemos de passagem citar Santo António de Pádua (ou de Lisboa) e Joanna d’Arc, na exemplificação mais conhecida dessa dupla maneira de serem tratados os intermediários entre os dois mundos, o visível e o espiritual.
Hoje, quando estas comunicações podem inclusive ser feitas com o emprego de instrumentos electrónicos, ainda assim muitas dúvidas, crendices, superstições e preconceitos persistem em torno do assunto. Lamentável permaneça em alguns sectores semelhante situação, porque o relacionamento dos homens com os espíritos comporta perfeitamente um estudo experimental, muito longe do clima de misticismo do sobrenatural, do maravilhoso, do fantástico ou do alucinatório, havendo sem dúvida nenhuma leis que explicam esta comunicação de maneira clara e objectiva, dentro do contexto das leis da natureza humana.
Mais que isto até—o diálogo dos homens com os fantasmas pode e deve trazer consolo e orientação para tantos quantos aí vivem desorientados e aflitos, diante dos embates da vida moderna.
Este livro tem por finalidade apresentar, ainda que em rápidas pinceladas, com fartura de exemplos, subsídios para que o leitor tenha uma visão real do fato mediúnico, procurando direccioná-lo para o Bem tanto dos encarnados como dos desencarnados. Não tencionou o seu autor esgotar o assunto, mas fornecer bases para estudos posteriores por parte de quem se interesse, tanto que são citados livros complementares. Anima-o, na verdade, o mais sincero desejo de dissipar as dúvidas das mentes mal informadas e vencer as interpretações tendenciosas dos que agem de má fé, não passando a informação correta ao povo. E dar-se-ia por bem satisfeito se este objectivo for alcançado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:38 pm

Capítulo Primeiro — A EXISTÊNCIA DA ALMA

Homem = Corpo + Alma

O homem não é apenas este corpo material, formado de cabeça, tronco e membros, constituído de água, proteínas, gorduras, açúcares, fermentos ou enzimas, ácidos nucleicos, na estrutura celular dos órgãos e dos sistemas, exibindo, assim, ossos e vísceras, nervos e sangue; não!
Nele existe também um componente não-material onde reside a inteligência, ou seja, este componente imaterial é que é a fonte dos sentimentos, a sede da vontade, do raciocínio, da imaginação, do senso estético, da responsabilidade moral acima de tudo.
O homem não é tão-só o corpo físico, não! As faculdades superiores da razão e da memória, o anseio natural que todos temos de ser feliz, os impulsos do querer, toda a vasta gama de sentimentos, desde o ódio até o amor, da indiferença à saudade, o próprio pensamento na constante associação de ideias, não reside tudo isto no organismo — muito embora para que se exteriorizem tais atributos exista uma necessidade na vida comum da morfo- fisiologia do sistema nervoso central, periférico e neurovegetativo, bem como das chamadas glândulas de secreção interna e mista.
O estudo criterioso e desapaixonado de diversos fenómenos fisiológicos, psíquicos e parapsicológicos (anteriormente chamados metapsíquicos) prova existir no homem aquilo a que as religiões tradicionalmente deram o nome de alma.
Teorizar em cima do vazio esta verdade que se insere no quadro natural das coisas talvez não mais desperte interesse no homem do povo. Sobretudo nos agitados dias que vivemos. De um lado as aperturas económicas; doutra parte as diversões, os passatempos conferidos pelos desportos, pelos romances, pelas revistas multicoloridas, pela televisão, pelo teatro e cinema, pelos diferentes tipos de lazer, as facilidades do sexo liberado, tudo isto absorve inteiramente a atenção da esmagadora maioria das pessoas.
Tendo isto em conta, optamos por enumerar ocorrências, fornecer dados, fatos concretos, de vez que a comprovação desta verdade, qual seja, a existência da alma e sua comunicação com os homens depois da morte, aliada a um certo grau de amadurecimento espiritual, tem fundamental importância na definição de nossa filosofia de vida, ou seja, do nosso estilo ou modo de viver.
Por outras palavras, a aceitação ou a negação de um componente não-material na personalidade humana e sua sobrevivência ao fenómeno inevitável da morte influi de maneira decisiva sobre o nosso proceder no contexto social.
O dinheiro no casaco sujo
Foi encontrado um homem morto longe de seu domicílio. Porque estivesse com as vestes cobertas de lama, substituíram- nas por outras limpas. Quando a desagradável notícia chegou ao conhecimento da família, uma de suas filhas desmaiou. Mas, ao voltar a si, declara que acabava de ver o pai e deu duas informações: não reconhecia a roupa com que o cadáver estava; eram vestes diferentes das que ele possuía. Descreveu o local onde jazia o corpo. Mais ainda: o pai lhe dissera que no casaco atirado com as demais peças da roupa suja a um pátio, havia uma certa quantia cosida no bolso.
Quer dizer, a filha dava detalhes que eram desconhecidos por ela (as novas roupas que puseram no cadáver) e que eram também desconhecidos tanto por ela como pelas demais pessoas (o dinheiro no casaco sujo). Feita uma vistoria, constatou-se ser tudo verdadeiro. (Conforme Frederick Myers na obra Human Personality. Evidencia-se então a existência da alma, sua sobrevivência à morte e sua comunicação com os vivos).
Como sabe você que ela esteve aqui?
A uma jovem de 24 anos de idade foi administrado um anestésico por ocasião de uma intervenção cirúrgica. Conta ela, então:
Pareceu-me estar livre no aposento e me sentia eu mesma, embora sem o corpo. Via-me transportada em espírito, e acreditava ter alcançado a paz, depois de tantas dores. Contemplava o meu corpo estendido, inerte, na cama. No quarto achavam-se duas irmãs de minha sogra, uma das quais, sentada no leito, aquecia-me as mãos, enquanto a outra ficava de pé, ao lado. Não desejava de forma nenhuma voltar ao corpo, ao qual, por fim, me senti arrebatada, muito a contragosto. O que há de mais curioso é que, logo que acordei, perguntei:
Onde está a Sra. K?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:38 pm

Ao que minha sogra observou:
— Como sabe você que ela esteve aqui?
De facto, aquela senhora não estava no quarto quando adormeci e só entrou quando estive com os olhos bem fechados.
Respondi:
— Eu a vi naquele lugar.
E não comentei mais nada, com receio de cair no ridículo. (Conforme J. Hyslop em Proceedings, ou seja, actas, relatórios da Sociedade de Pesquisas Psíquicas, ano de 1908, página 515).
Por que você não me cumprimentou?
O Sr. John Law, católico, narra que acabara de deitar-se. Como num sonho, em espírito, elevou-se fora do corpo, deixou o quarto, só regressando ao organismo após rápida inconsciência. Mais tarde, uma senhora inglesa indaga dele o motivo pelo qual passara por ela na estrada sem lhe dirigir uma palavra sequer. (Conforme Psychia, de dezembro de 1937, página 201).
A outra Elizabeth Taylor
Esta artista do cinema, de fama internacional, quando filmava a película Cleópatra, sofreu grave crise de estreitamento da traqueia. Tendo sido internada de emergência num hospital, ali muito padeceu, a ponto de vários amigos suporem que ela não resistiria. Era caso perdido. Uma vez, porém, recuperada, a actriz relatou a estranha experiência que vivenciou, declarando:
Eu não estava na cama, nem tampouco presa ao meu corpo. Eu me olhava a mim mesma como se aquela criatura pálida e de cabelos escuros fosse apenas alguém extremamente parecida comigo. Senti que estava em outro lugar, flutuando e observando todos os acontecimentos. Havia dois eus: a pessoa na cama, que estava morrendo, e a outra, que se sentia um pouco estranha, porém muito bem. Esta segunda pessoa era muito mais eu mesma! Jamais esquecerei esta experiência. Será que, por um momento, eu morri? Será que é assim, quando morremos? Um dia saberei com certeza. (Conforme Sylvian J. Muldoon e Hereward Carrington, em Projecção do Corpo Astral).
Os dons do Reverendo Sharp
O Reverendo Sharp tinha por hábito dar, semanalmente, uma demonstração de seus dons mediúnicos num salão público, invariavelmente repleto de gente ansiosa de saber coisas sobre elas próprias, na maioria dos casos assuntos da vida material.
Certa ocasião surgiu a leitura de uma carta que lhe pedia por favor dizer que fim levou o irmão de uma senhora, a missivista, ali presente. Respondeu o sensitivo:
— Óscar era seu irmão e vivia em Montreal, no Canadá. A última carta que a senhora recebeu dele foi no dia 24 de junho próximo passado. Nesta carta declarava estar se mudando para Toronto, e desde então a senhora não mais soube dele.
A referida senhora confirmou tudo: era verdade!
—Bem—continuou Sharp—seu irmão morreu no caminho, no trem. Se a senhora escrever para o Public Delivery, em Toronto, terá a morte dele confirmada e lhe dirão onde o enterraram.
Feita a investigação, tudo quanto dissera correspondia à realidade (Conforme Horace Leaf em A Morte Não É o Fim, páginas 48 e 49).
Quis avisar que não estava morta
Relata a Sra. Enid S. Smith o seguinte:
Geralmente, quando saio do corpo, estando deitada, eu o faço em estado semiconsciente, entre o sono e o despertar. Parece que vivo em dois mundos; ouço até vozes dos dois lados.
Certa ocasião, em 1943, no Hospital Bott Memorial, de Nova Iorque, estive anestesiada e o meu corpo astral libertou-se do corpo físico. À minha cabeceira esteve um belo e luminoso espírito, e outro ficou a meus pés. Não sentia a menor dor. O meu pulso e o coração já haviam parado. Quis então avisar que não estava morta; apenas fora do corpo. Invadia-me a tristeza porque os médicos e seus auxiliares não conheciam os fenómenos espirituais. Tentei dizer-lhes que não tinha de regressar definitivamente para o Além e que já tivera muitas experiências semelhantes. Meus orientadores espirituais me levaram a um lugar cheio de luz, onde me senti rodeada de carinho e de sabedoria; vi cores mais brilhantes do que as do céu tropical.
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Era a mesma radiação e beleza que conheci quando estive a morrer, num sanatório da Califórnia. (Conforme Estudos Psíquicos, Lisboa, janeiro de 1961).
Ontem eu o vi aqui
Leo Primaresi estava lendo em seu aposento quando teve a nítida impressão de que se achava na casa de um de seus amigos. Ali havia uma luz forte; deveria ser por volta de 23h47min. No dia seguinte, Leo foi visitar o referido amigo. Disse-lhe a dona da casa:
— Ontem eu o vi aqui. Foi assim: antes de dormir estava acabando de fazer uma pequena tarefa, quando o percebi num canto do quarto, vestido de preto. Por fim, desapareceu como uma nuvem que se evaporasse. Era meia-noite menos um quarto.
Explica Leo então:
A lâmpada forte estava na posição em que eu a havia visto. E, de fato, eu estava na ocasião vestido de preto. (Conforme Annales des Sciences Psychiques, 1907, página 135).
Por que mamãe não me abraça?
Conta a Sra. Bardelia que vivia no Auvergne quando teve de submeter-se a uma operação. O marido escrevia-lhe dando sempre notícias dos filhos. Ora, certa ocasião, não tendo recebido a costumeira correspondência, à noite sonhou que se encontrava ao pé da cama do filho mais velho, chamado João. Ansiosa, ela olhava (em sonho) para o marido que, munido de um pincel, fazia embrocações na garganta do menino. Aflita, ao acordar, relatou o sonho à mãe que, a fim de tranquilizá-la, atribuiu-o à febre que a consumia.
No dia seguinte, eis que o marido lhe escreve dizendo que a criança tivera difteria (crupe). E a carta terminava assim:
O pobre pequeno, em meio aos sofrimentos, não se esquece da mãe. Quando me levantei a noite passada, a fim de pincelar- lhe a garganta, ele em prantos declarou: — Por que mamãe está ao pé da cama e não me abraça? (Conforme Père Henry na obra Nos Devenirs, quer dizer Nossos Futuros).
Voltou da morte para a vida
‘Tive a impressão de que uma das minhas doentes estava morta, isso durante várias horas”. Esse é o relato do Dr. Thomas Melligan, que prossegue informando que a defunta (sic!) voltou a si, narrando a viagem que acabara de realizar:
— No começo, era tudo obscuro. Em seguida, pareceu-me que deslizasse pelo espaço a intermináveis distancias. Depois de certo tempo, vi diante de mim uma região iluminada por uma estranha luz, mais radiosa do que a do Sol! Era como uma chama deslumbrante, que penetrasse todas as coisas e não proviesse de nenhum ponto do espaço. Por fim eu me achava em meio a uma grande multidão, que me sorria e se aproximava de mim. De repente, olho e vejo minha mãe. Perto dela, um parente afastado, que já havia morrido faz muito tempo. Enquanto, absorta, eu me entretinha com eles, a luz se foi apagando... e despertei. (Conforme Revue Spirite, 1925, página 275).
Nada mais adianta. Está morto!
George, médico agora de grande nomeada em Richmond (na Virgínia), desde criança manifestou desejo de seguir a carreira. Eis que estoura a II Guerra Mundial e ele, servindo no exército, é transferido para um lugar onde poderia completar seus estudos na faculdade de Virgínia. Ocorre que, neste meio tempo, é atacado de pneumonia, e tem de ser então recolhido a um hospital militar. O caso se agrava, a despeito de toda a assistência. Correm os médicos. Desdobram-se os enfermeiros. Exames e mais exames. A temperatura sobe assustadoramente. Ele só se lembra de ter uns zumbidos nos ouvidos para, em seguida, cair como um fardo, inconsciente.
Permanece assim dois dias em estado desesperador; os médicos tudo continuam fazendo para salvá-lo. É-lhe aplicada uma injecção de adrenalina, findo o que o médico exclama, desesperançoso:
— Nada mais adianta. Está morto!
O enfermo, no entanto, se recorda de que sentiu necessidade de sair dali. Imbuído deste propósito, ergueu-se do leito, olhou para a cama e, espantado, viu ali alguém extremamente parecido com ele, estendido como se fosse uma pessoa morta. No entanto, ele sabia que era ele! Reconheceu o seu anel, que ficara em seu dedo. Dirigiu-se para a porta. Uma atendente vinha chegando e George pensou que iria esbarrar nela. Tentou desviar-se, mas tal atendente não parecia tê-lo percebido e caminhou através de seu corpo sem deter-se!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:38 pm

Não entendendo o que estava ocorrendo, (ninguém parecia vê-lo nem ele se sentia capaz de dirigir-se a qualquer pessoa viva), cheio de angústia olhou para as próprias mãos e elas não conseguiam tocar nas coisas. Experimentou encostar-se a um fio do poste telefónico: sua mão simplesmente atravessou o fio! Resolveu então regressar ao corpo e com ele de qualquer maneira relacionar-se. Atravessou de volta ao longo corredor do hospital. Não encontrou mais o corpo onde havia deixado. Procurou pelos corredores e só foi encontrá-lo na enfermaria de isolamento. O anel ainda estava no dedo. Acordou. Acordou para espanto geral: todos já o consideravam morto! (Conforme Catherine Marshall em To Live Again, Viver de Novo).
O que vi durante o desmaio
Charles Quartier, jornalista que se proclama céptico, relatou o que ele mesmo vivenciou certa ocasião.
Enfraquecido por longa enfermidade, desmaiara. Uma vez fora do corpo, viu-se no canapé, de cabeça para baixo, os pés para o alto. Contrastando com sua palidez, a postura e a situação cadavérica, sentiu-se eufórico, mesmo feliz.
No entanto, procurou chamar a atenção de sua progenitora que, repentinamente, como se recebesse algum aviso, sem saber de onde vinha, declarou aos presentes que iria ver o filho. Tendo-o encontrado desacordado no canapé, de imediato procurou socorrê-lo. E ele, então, acordou. (Conforme Revue Metapsychique, de 1930, página 191).
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:39 pm

Lesões Cerebrais Não Impedem a Acção da Inteligência
É do domínio de todos a assertiva de que é o cérebro a sede da inteligência, da memória, da razão, da consciência. Todavia, na literatura especializada existem relatos comprovados de que severas lesões cerebrais às vezes não comprometem a acção da inteligência, de modo que não faltou razão ao parapsicólogo Nils Jacobson que, na obra Vida sem Morte? declara, dentre outras frases, as seguintes:
“Alguns acham que o cérebro produz as condições necessárias à actividade consciente, mas acrescentam que isto, por si só, não causa a consciência. Fazem esta comparação: o aparelho de tevê é essencial para que as pessoas vejam um dado programa, mas ele não produz o programa, que permanece no ar mesmo quando se desliga o aparelho.”
G conclui seu raciocínio este pesquisador sueco, com estas palavras:
“O cérebro funciona como um transmissor-receptor, fazendo a comunicação entre o corpo e o campo mental, sendo que este último poderia funcionar independentemente—até mesmo depois da morte do cérebro material.”
Vejamos, a seguir, exemplos de manifestação inteligente, apesar de lesões cerebrais.
Iº) Segundo o Dr. Iturricha, determinada jovem faleceu no pleno gozo de suas faculdades mentais, apesar de a massa encefálica estar totalmente separada do bulbo, como a de uma pessoa que tivesse sido decapitada! (Conforme Estudos Psíquicos, julho de 1949).
2º) Telegrama da Checoslováquia refere-se ao caso de um operário que, ferido na cabeça, apresentava uma abertura de 12 centímetros de comprimento, por onde escoava parte da matéria cerebral. Sem esperança de salvá-lo, os médicos limitaram-se a limpar a ferida, tirando alguns fragmentos, e deixaram o ferimento como estava. Para espanto de todos, poucas horas depois o paciente pedia comida e entretinha-se com os que estavam a seu redor. (Conforme Dr. Henri Bouquet em Le Paradoxe du Cerveau, [O Paradoxo do Cérebro], publicado em Le Temps, 15 de novembro de 1935).
3º) Notícias procedentes de Viena dão conta de que ali foi feita uma curiosa operação, na qual se retirou metade do cérebro de um indivíduo, órgão que havia sido rachado com uma certeira machadada! O operado pôde retomar pouco depois às suas ocupações habituais, com integridade de suas faculdades psíquicas! (Conforme Corriere delia Sera [Correio da Tarde], 30 de setembro de 1931).
4º) Relatou o Dr. Hallopeau, à Sociedade de Cirurgia de Paris, que uma jovem, em estado psíquico perfeitamente normal, foi operada e se lhe acharam grande parte da massa cerebral reduzida a matéria líquida. (Conforme Annales des Sciences Psychiques, 1914).
5º) O psiquiatra e neurofisiologista Enrico Morselli relata que um suboficial da guarnição de Antuérpia havia dois anos que se queixava de persistente dor de cabeça, o que, não obstante, não o impedia de cumprir com os deveres de seu posto. Tendo falecido subitamente, procedeu-se ao exame de seu cérebro e ali foi descoberto um abscesso de lenta e insidiosa evolução, que reduzira todo o órgão a uma verdadeira papa de pus! (Conforme Ernesto Bozzano, no livro Animismo ou Espiritismo?).
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Sonambulismo
O sonâmbulo é aquele que, estando dormindo, levanta-se, anda, fala, age como se estivesse acordado e, no dia seguinte, uma vez desperto, não se recorda de suas actividades sonambúlicas. Poderemos enumerar alguns casos interessantes desta faculdade de certas pessoas:
Iº) Fazia Frederick G. Banting, cientista canadense, Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1923, pesquisas para isolar o hormônio pancreático; todavia, tudo era infrutífero. As experiências não chegavam a nenhum resultado feliz. Certa noite ergueu-se do leito e escreveu este roteiro: “Ligar o conduto deferente do pâncreas de um cão de laboratório, esperar por algumas semanas até que a glândula se atrofie, cortar, lavar e filtrar a secreção.” No dia imediato ele assim agiu e isolou a insulina: conquistou, em virtude disto, o referido Prémio Nobel, conferido pela Academia da Suécia. (Conforme Mário Tamassía, em Os Mortos Acordam os Vivos).
2º) Um jovem padre se levantava todas as noites, ia até a escrivaninha, compunha seus sermões e voltava a deitar-se. Alguns de seus amigos, no desejo de saber se ele, de fato, estava nestas circunstâncias dormindo, puseram-se a espiá-lo e, no instante em que ele escrevia, como de hábito, interpuseram um grosso papelão entre os seus olhos e o papel. Ele não se deu por incomodado; nem de leve interrompeu sua tarefa. Continuou a elaboração e, uma vez terminada a peça oratória, voltou para o leito, como sempre fazia. Aliás, assim que terminava sua escrita, ele lia o texto em voz alta como que a corrigir algum cochilo, se é que possa alguém ler sem o concurso dos olhos, já que o padre efectivamente estava dormindo. (Conforme Gabriel Delanne, na obra O Espiritismo Perante a Ciência).
3º) Relata também o Dr. Esquirol que um farmacêutico se levantava todas as noites e preparava remédios, cujas prescrições estavam sobre sua mesa. Para verificar se havia discernimento por parte do sonâmbulo, e não seria aquilo tudo apenas movimentos automáticos inconscientes, certa ocasião um médico pôs na mesa a seguinte prescrição:
Sublimado corrosivo - 2 oitavas;
Água destilada - 4 oitavas;
Tomar de uma só vez.
O farmacêutico ergueu-se do leito e, como sempre, seguiu para o laboratório. Pegou a receita, leu-a diversas vezes, pareceu muito espantado e resmungou (estando o pesquisador oculto no laboratório acompanhando tudo):
— É impossível que o doutor tenha prescrito esta fórmula. Dois grãos já seria o bastante. Mas aqui está escrito duas oitavas, que correspondem a mais de cento e cinquenta grãos. Isso é mais do que o suficiente para envenenar vinte pessoas. Não. Ele se enganou. Eu não preparo esta poção, não!
Em seguida, o sonâmbulo pegou outras prescrições, aviou- as, rotulou as poções e colocou-as em ordem para serem entregues a seus clientes, no dia seguinte. E retornou ao leito. (Também conforme Gabriel Delanne, no livro O Espiritismo Perante a Ciência).
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:39 pm

Sonhos Inteligentes
Há quem considere o sonho uma fantasia, uma ilusão. Nada haveria digno de atenção naquele conjunto de imagens que se apresentam à criatura, às vezes desconexo, durante o sono. Acontece no entanto que existem sonhos inteligentes, dos quais passaremos a dar alguns exemplos.
Iº) Confessou o astrónomo Camille Flammarion, do Observatório de Paris, que, quando estava aprendendo inglês, e esforçava-se por conhecer o sentido dos verbos regidos por certas preposições, teve este sonho: Ele estava a falar aquele idioma e, querendo dizer a determinada pessoa que no dia anterior a visitara, assim se exprimiu:
—called for you yesterday.
Ao que a referida pessoa imediatamente corrigiu:
Tu te expressas errado. Deves dizer assim: l called on you yesterday. (Quer dizer, a preposição certa não era for, porém on). Flammarion desperta com a nítida lembrança do sonho. Socorre- se de uma gramática e verifica que a pessoa do sonho estava com toda a razão. (Conforme a obra O Desconhecido e os Fenómenos Psíquicos, de Camille Flammarion).
2º) Um magistrado de Hause, M. Reed, morreu em consequência de acidente em que viajava. Seu filho, de 10 anos de idade, tinha tido, por duas vezes seguidas, a visão desta catástrofe em todos os seus pormenores. Apesar dos avisos e das súplicas de sua mulher, M. Reed não renunciou ao projecto da viagem e veio a sucumbir em circunstâncias idênticas às que foram percebidas pela criança no sonho. (Conforme Progressive Thinker, Chicago, Io novembro de 1913).
3º) A 28 de dezembro de 1908 um terrível tremor de terra destruiu as cidades de Messina e de Réggia, ocasionando a morte de mais de 80 mil pessoas. Um jovem marinheiro do encouraçado Regina Elena era noivo de uma jovem que estava entre os escombros da primeira cidade assolada. Ruíra-lhe em cima a sua própria casa, e o noivo, sabendo disto, conseguiu do comandante do barco a permissão para ausentar-se do navio, a fim de tentar localizar e socorrer sua noiva querida. Durante quatro dias, ajudado por companheiros de farda, o rapaz desesperadamente procurou achá-la, salvá-la; mas tudo foi em vão... Esgotado, adormeceu. Adormeceu e sonhou. Sonhou com a noiva a dizer-lhe:
— Estou viva... Acode-me... Salva-me...
Despertado de repente chamou os colegas, e tomando a fazer suas procuras daqui e dali, acabou por encontrá-la mesmo. Entre os escombros lá estava a jovem, em estado de coma. Salva das ruínas voltou a si e, embora muito ferida, em prantos atirou-se aos braços do noivo, declarando:
— Logo que a casa caiu, eu enterrada viva acabei dormindo um sono muito profundo e, pouco antes de vocês me acharem, eu sonhei! Eu sonhei com você, querido (e apontava para o noivo), pedindo que me salvasse. (Conforme o jornal Le Matin, 7 de janeiro de 1909).
4º) O famoso naturalista Agassiz descobriu em sonho como arrumar o esqueleto de uns ossos que encontrara em suas pesquisas, peças estas que ele, antes do tal sonho, não conseguira montar, por mais que repetisse fazer estar reconstituição. (Conforme Frederick Myers em La Personalité Humaine).
5º) O astrónomo Tweendale, em sonho, presenciou um cometa passando ao Leste. Acordou e, tendo assestado sua luneta naquela direcção, descobriu-o. (Conforme Mário Tamassía, no livro Os Mortos Acordam os Vivos).
6º) Jetty Brand estava com apenas sete anos de idade quando sonhou com o pai, Hirsch, que lhe pedia cerveja, a fim de aplacar a sede. O fato ocorreu em 1917, quando o pai de Jetty estava na guerra. No sonho, Jetty saiu para comprar a bebida e ficou bastante alegre, ao ver a satisfação com que o genitor saboreava a bebida.
Tendo acordado, relatou o fato à mãe. Dias depois, veio uma carta na qual o pai contava que sofrera atrozmente de sede, por causa de um problema no abastecimento de água. Mas a sede lhe foi inexplicavelmente aplacada por um sonho, durante o qual parecera a ele ter voltado até em casa e ali tomado um copo de cerveja que Jetty lhe fora comprar. (Conforme Leo Talamont, no livro Universo Proibido).
7º) Os biógrafos de Abraão Lincoln sempre se referem a um sonho que o famoso presidente norte-americano teve, durante o qual, penetrando na Casa Branca, ali encontra soldados e pessoas lamentando a morte de alguém.
— Quem está morto? — indagou — obtendo esta resposta:
— O Presidente. Foi morto por um assassino.
Acordou sobressaltado e se manteve durante algum tempo debaixo de sua forte impressão. E o sonho, mais tarde, tornou-se dolorosa realidade.
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A Mediunidade ao Seu Alcance - Celso Martins Empty Re: A Mediunidade ao Seu Alcance - Celso Martins

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:40 pm

8º) Encontrava-se certa ocasião o filósofo Schopenhauer a escrever uma carta em inglês, na qual expunha seu pensamento com riqueza de detalhes. No final da escrita, eis que aconteceu de entornar a tinta do tinteiro sobre a folha, inutilizando-a. Irritado com o acidente, chamou nervosamente a criada. A serviçal veio e se pôs a limpar a mesa e o chão. Dirigindo-se ao pensador, disse:
— A noite passada eu sonhava que estava tirando manchas de tinta deste assoalho.
Chateado com o ocorrido, o patrão rebate com rispidez:
— Isto não é verdade.
— É verdade, sim, senhor. Depois que acordei cheguei até a relatar o meu sonho à outra empregada, que compartilha o quarto comigo.
Sem ser chamada, esta outra serviçal aparece e Schopenhauer interpela à queima-roupa:
— O que foi que esta aí andou sonhando a noite passada?
E a recém chegada responde com toda a simplicidade:
— Oh! Sim... Ela sonhou que estaria limpando manchas de tinta neste assoalho. (Conforme Aloysio Alfredo Silva em Génios ou Ingénuos?)

Conclusão do Capítulo Primeiro
O homem não é apenas o corpo material. Sem dúvida, esta organização somática é de fundamental importância para a vida que se leva na Terra... Contudo, para que esta mesma vida seja vivida, o homem é também dotado de um componente não- material; nele existe uma parte espiritual a que tradicionalmente se deu o nome de alma. É o princípio intelectual e individual do ser.
Além da alma (ou espírito), no homem existe ainda um corpo energético, chamado de perispírito, que é como que um princípio fisiológico e organizador, uma espécie de corpo etéreo ou envoltório do espírito. Via de regra só levamos em conta o corpo material, de que se vale o espírito durante sua vida terrena, para pôr-se em contacto com o mundo exterior.
Em razão disto, a actividade da alma existente no ser humano se manifesta sob duas modalidades distintas: uma consciente e outra inconsciente. Vejamo-las, ainda que muito por alto.
Actividade consciente
A actividade consciente é a normal, a habitual, psicológica, intelectual, afectiva e motora, que se exerce nos limites do corpo material. Deste equipamento a alma que o anima se vale para suas actividades diuturnas na sua convivência social.
Actividade inconsciente
A actividade inconsciente é a paranormal ou metapsíquica, que se exerce através das faculdades chamadas paranormais, quer dizer, além dos limites do corpo físico, às vezes também a consideráveis distâncias.
Aliás, e é bom que isto fique claro desde já, as actividades da vida habitual estão sob o controle duma espécie de consciência exterior, ao passo que as funções paranormais se subordinam a uma consciência interna, que às vezes não é recobrada pelo indivíduo, quando ele volta ao seu estado de vida diária e comum. O que pode acontecer é que este indivíduo nem sempre se recorda do que presenciou ou realizou enquanto temporariamente a alma esteve afastada do corpo físico.
A alma, pois, não está encerrada no corpo, à maneira de um passarinho na gaiola. Pode dele ausentar-se de modo parcial e, por breve tempo, actuar à distância, disso recordando-se ou não!
Evidentemente a alma necessita do organismo de carne e osso para manifestar-se no mundo físico. Todavia, esta dependência não é de todo absoluta! Páginas atrás foram citados casos em que pessoas portadoras de sérias lesões cerebrais nem por isso deixaram de apresentar em perfeita ordem suas faculdades mentais, afectivas e motoras.
O sonho é um período em que, enquanto o corpo repousa e se refaz de suas canseiras da vida quotidiana, a alma goza de relativa liberdade. O sonho é a recordação mais ou menos nítida, clara ou simbólica do que se andou fazendo neste lapso de tempo de emancipação espiritual.
O sonambulismo, é uma ocorrência demonstrativa da existência da alma no ser humano, mostrando como pode libertar- se parcialmente de seu corpo e nele actuar inteligentemente, muito embora este mesmo corpo esteja mergulhado no sono.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Out 21, 2022 7:40 pm

E mais ainda: casos de pessoas clinicamente mortas e que depois voltaram à vida comum, relatando o que viram e o que sentiram durante este período de morte aparente — de igual modo evidenciam a existência da alma na personalidade do ser humano.
Apesar disso, num dos casos citados páginas atrás, em que o pai morto conversa com a filha, chamando atenção para o dinheiro guardado num casaco seu, e que foi tirado do cadáver e atirado a um pátio, fato que era de todos desconhecido, e que foi verificado verdadeiro, uma pergunta talvez há de surgir na mente do leitor: — E este princípio espiritual sobrevive ao fenómeno da morte, podendo entrar em contacto com os vivos?
É o que estudaremos nos capítulos que se seguem.

Leituras complementares
1 — A Morte e Seu Mistério, Camille Flammarion, 3 volumes.
2 — A Morte Não Existe, Walter Wynn.
3 — Os Mortos Vivem, Henrich Ohlhaver.
4 — O Desconhecido e os Problemas Psíquicos, Camille Flammarion.
5 — Afinal, Quem Somos?, Pedro Granja.
6 — Eles Conheceram o Desconhecido, Martin Ebon.
7— 0 Regresso, Ariovaldo Cavarzan e Geziel Andrade.
8 — A Crise da Morte, Ernesto Bozzano.
9 — Educação Para a Morte, José Herculano Pires
10 — O ^ a Morte, Carlos Imbassahy.
11 — Metapsíquica Humana, Ernesto Bozzano.
12 — Extraordinários Fenómenos Espíritas, Aureliano Alves Netto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:31 am

Capítulo Segundo — A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO

Retrospectiva Histórica

Conforme I. Taylor em Primitive Culture, vol. I, pág. 387, citado por Carlos Imbassahy em O Que É a Morte, os selvagens, percebendo formas nas visões, já admitiam que a alma-fantasma era o que animava o corpo de seus mortos; a ausência deste é que fazia o corpo privar-se da vida.
Em abono do que expusemos neste começo de capítulo, vamos encontrar este depoimento de Darcy Ribeiro no livro Kadiweu, discorrendo sobre os remanescentes no Brasil dos índios de língua guaicuru:
Assim que sai o féretro, se o falecido era adulto, as casas da aldeia eram queimadas, bem assim todos os pertences do defunto que não tinham sido levados por ele, e quebrados os potes e tudo o mais que pudesse recordá-lo. Em seguida, todo o grupo mudava para outro sítio, a fim de afastar-se da alma que continuaria, embora invisível, rondando as imediações da morada. (...) Já comentamos neste trabalho — ainda depõe o antropólogo Darcy Ribeiro, na obra citada—a lenda que relata as experiências sobrenaturais de um kadiweu que visitou os mortos, conviveu longamente com eles e voltou para contar qual a vida que se deve esperar depois da morte. (...) os mortos “vivem” no mesmo campo que os kadiweu, cavalgando, caçando, pescando (...).
Émile Durkheim, na obra Les Formes Elementaires de la Vie Religieuse: Le Sisteme Totemique en Australie, cita Spencer e GiUen, segundo os quais também os componentes das tribos australianas admitem que as almas que animam o corpo dos recém- nascidos não são criações especiais, tampouco originais, mas existem antes do nascimento. Quer dizer, segundo estas concepções, quando o indivíduo morre, sua alma abandona o corpo e volta ao mundo espiritual. Ao fim de determinado tempo, porém, a alma torna a nascer. Então, estas ideias não são coisa do Espiritismo nem invenção de Kardec. São ideias encontradas em todos os tempos, nas mais diferentes partes do mundo. E como prova disto, vejamos ainda mais exemplos.
César Lombroso, famoso criminologista italiano, no seu livro Hipnotismo e Espiritismo, relata que durante quarenta anos uma adivinha cafre (quer dizer, uma negra não-islamizada da costa oriental da África), de nome Paula, actuou como pitonisa muito procurada pela exactidão de suas informações. Então, a crença nos espíritos e a sua comunicação com os homens se encontra tanto nos selvagens do Brasil, da Austrália ou da África. Ocorrem as comunicações mediúnicas também entre os egípcios, entre os gregos, entre os romanos, como teremos oportunidade de mostrar em seguida.
I°) Quando o homem morria, a sua parte imortal partia para o mundo invisível, numa viagem inçada de perigos e de obstáculos, sendo necessário que se orientasse o morto para que ele pudesse vencer estas dificuldades. Eis por que havia o chamado Livro dos Mortos, cuja versão moderna apareceu em 1842 graças aos esforços do egiptólogo Ricardo Lepsius. Na verdade, esta obra havia sido descoberta num museu em Turin, entre papiros antigos, pelo famoso Jean-François Champollion.
2°) O poeta Homero, em seus poemas Ilíada e Odisseia, faz referências às comunicações dos mortos com os vivos. Neste último poema, por exemplo, aparece a narrativa de um espírito (Anticleia), reconhecendo seu filho Ulisses, que enfrentou viagem atribulada. Mais ainda: o espírito daquela que fora sua mãe demonstra estar bem informado sobre a vida de seus familiares que ainda estavam na face da Terra, falando de sua nora Penélope e do marido, o pai de Ulisses (Laertes), que envelheceu mais depressa esperando a volta do filho querido. Tocado pelas palavras afectuosas da mãe morta, Ulisses quer abraçá-la. Mas o espírito se lhe escapa como uma sombra! Em seguida, outros dão comunicações, dentre eles Agamemnon, com as mesmas características da antiga vida no mundo terreno.
3°) Referindo-se aos ensinos ministrados pelos seguidores do filósofo e matemático grego Pitágoras, Edouard Schuré, em Os Grandes Iniciados, escreveu estas frases: Quando as almas voltam ao espaço, trazem, como hediondas manchas, todas as faltas da vida material estampadas no corpo etéreo. E, para apagá-las, cumpre que expiem e voltem à Terra. Só os puros e os fortes vão para o sol de Dionísio.
4°) Em sua Apologia, por sua vez, o pensador Platão, referindo-se a seu mestre, declara: Sócrates, desde a infância, ouvia uma voz tutelar (daimon ou demónio, génio familiar) que se manifestava nos momentos difíceis; dizia ele:
— Essa voz não intervém senão para me afastar do erro; ela nunca me leva a fazer o mal. Hoje, que me sobrevêm todas essas coisas (refere-se à sua condenação a beber cicuta), que podem ser consideradas piores, por que se cala essa voz? É porque tudo isso que me sucede é um grande benefício. Nós nos iludimos quando pensamos que a morte seja um mal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:31 am

5°) Suetónio, na obra Vida dos Doze Césares (Caio Calígula, capítulo 59) declara que tanto no jardim onde fora enterrado aquele imperador, bem como em sua casa, manifestações espirituais como ruídos e aparições horrendas atemorizavam quem por ali transitasse.
6°) No livro II de Eneida, de Virgílio, encontramos Eneias, o herói desta famosa epopeia romana, regressando de viagem à Tróia e encontrando a cidade destroçada. Em meio aos escombros ouve gemidos e de repente, desesperado em busca da esposa, eis que a vê em espírito. E Creusa, a defunta, vítima da destruição da cidade, com ele conversa longamente.
7°) Plutarco, tanto em Cimon como na Vida dos Homens Ilustres, deixa claro que aqueles que têm vivido várias existências virtuosas estão em condições de se elevarem ao estado de espíritos puros e vêem-se visitados por outros que os sustentam nas provações, porque eles são em geral perseguidos pelos homens. 8o) A. Dastre, em La Vie et La Mort, expõe isto:
Cada ser, no Egipto antigo, tinha o seu duplo. Ao nascer, o egípcio era representado por duas figuras. Durante a vigília as duas individualidades se confundem numa só; mas durante o sono, enquanto uma descansa e restaura os órgãos, a outra lança-se ao país dos sonhos. Não é, entretanto, uma separação definitiva. Só o será pela morte, ou antes, a separação completa é que é a morte. Mais tarde, este duplo poderá reencarnar num outro corpo e ter, assim, uma nova existência.
Bem, já que voltamos ao Egipto, vejamos também alguns exemplos na índia, onde aparecem dois poemas muito conhecidos: Bhagavad Gita e Mahabarata. Vejamos alguns trechos destes textos famosos.
No primeiro encontramos este ensino:
O destino da alma depois da morte constitui o mistério dos renascimentos. Assim como as profundezas do céu se abrem aos raios dos astros, assim também os recônditos da vida se esclarecem à luz dessa verdade. Quando o corpo entra em dissolução, se a pureza é o que predomina, a alma voa para as regiões desses seres puros que têm o conhecimento do Altíssimo. Mas se é dominada pela paixão, a alma vem de novo habitar entre aqueles que estão ainda presos às coisas da Terra.
E no outro poema topamos com frases como as seguintes:
Nada do que existe pode perecer porque tudo está contido em Deus. Assim, não é sábio alvitre chorar os vivos ou os mortos, pois nunca cessaremos de subsistir além da vida presente. Muito antes de se despojarem de seu envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem e estudaram a lei adquirem a faculdade de conversar com as que as precederam na vida espiritual.
É muito mais difundida do que se pode supor à primeira vista, a aceitação destas realidades em todos os povos do mundo. Inclusive por eminentes autoridades da Igreja Católica. Santo Tomás de Aquino, na Summa Teológica, já dizia que o espírito pode aparecer aos vivos. Santo Agostinho, em Da Cura Pro Mortuis, declarava: Por que não atribuir esses fatos aos espíritos dos finados, e deixar de acreditar que a Divina Providência faz de tudo um uso acertado para instruir os homens, consolá-los e induzi- los para o Bem? O Cardeal de Bona, discorrendo sobre a distinção dos espíritos, proclamava: É motivo de estranheza que se possam encontrar entre os homens de bom senso quem tenha ousado negar, em absoluto, as aparições e as comunicações das almas com os vivos, ou atribuí-las a uma fantasia da imaginação, ou às artes dos demónios.
Vale recordar que a mesma Igreja Católica que canonizou Santo António porque, como médium, operava os chamados “milagres”, levou Joanna d’Arc à fogueira porque a donzela de Domremy dizia ouvir e ver os espíritos!...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:32 am

A Atitude Ambivalente do povo
De um modo geral, salvo honrosas mas raras excepções, o povo tem uma ideia muito falsa sobre os espíritos. Quando se fala neles, muita gente fica logo arrepiada, atemorizada! Pensa-se de imediato em histórias lendárias, em relatos fantásticos de assombrações, de almas do outro mundo, que saem durante altas horas da noite escura para atacar as pessoas indefesas. De outra parte, há aqueles que esboçam de imediato um sorriso de descrença, julgando o assunto domínio do ridículo, do supersticioso, do maravilhoso, do sobrenatural, próprio da mente ingénua do matuto sertanejo, existindo ainda os que se persignam, fazendo depressa o sinal-da-cruz, batendo na madeira com os dedos da mão fechada em figa (o polegar entre o indicador e o médio).
Nada obstante, muitos também vão procurar certos ambientes religiosos, erroneamente considerados espíritas pelo vulgo, para solicitar a protecção dos mentores espirituais na solução de seus problemas, como por exemplo arrumar um emprego, curar uma doença longa e difícil, providenciar um bom casamento para a filha solteirona, comprar a casa própria, livrar-se de algum inimigo e coisas do género.
Tudo isto decorre da ideia errada que ainda se faz dos espíritos.
Na verdade, eles nada mais são do que as almas dos homens que já morreram. Antes da morte, aqueles a quem hoje chamamos espíritos (ou almas do outro mundo) viveram aqui connosco, foram mulheres, homens, velhos, jovens ou crianças. Agora, separados do corpo material pelo fenómeno natural e inevitável da morte (eis que são espíritos), pertencem ao mundo espiritual, de onde também um dia todos nós procedemos (através da encarnação) e ao qual retomaremos só Deus sabe quando, como e onde (através da desencarnação), tão logo termine o período de nossa permanência actual no planeta Terra. De sorte que, hoje, somos espíritos encarnados; amanhã seremos espíritos desencarnados, nada havendo então de maravilhoso ou de sobrenatural nisto tudo.
Sendo assim, os espíritos não constituem de modo nenhum seres à parte da Natureza! São criaturas como nós outros; apenas não se servem mais do corpo orgânico de carne e osso. Todavia, mesmo assim conservam os seus defeitos e as suas virtudes, tal como ocorre com cada um de nós. Na vestimenta carnal sentimos às vezes alegrias, e às vezes tristezas. Somos assaltados pelo ódio, pelo desejo de vingança, somos movidos pelo orgulho ou inspirados pelo egoísmo, visitados pela saudade, sufocados pelo desânimo, prostrados sob o duro golpe de alguma dor moral diante da ingratidão, da decepção ou da angústia. Tanto como somos também na vida comum guindados a actos de heroísmo e de renúncia, de abnegação e de amor a um nobre ideal, tratando com carinho os familiares, os amigos, os conhecidos, os vizinhos, os colegas de trabalho.
O mesmo se dá com relação aos espíritos. Podem estar cheios de bons sentimentos ou de sentimentos mesquinhos. Têm as suas aspirações, os seus anseios, as suas limitações, os mesmos caracteres humanos, os conhecimentos, os propósitos que encontramos de igual maneira nas pessoas que eles foram no passado. Por isso, tanto podem exibir ideias de vaidade e de orgulho, de preconceitos e de egoísmo, como demonstrar franca disposição para a fraternidade, para o serviço no Bem, para o estudo edificante, para o trabalho honesto, para a elevação moral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:32 am

Diferentes Categorias de espíritos
Conforme a Doutrina Espírita, existem três ordens de espíritos, a saber:
Iª) Espíritos Puros
Aqueles que já chegaram à perfeição.
2ª) Espíritos Bons
Aqueles que chegaram ao meio da escala, de modo que o desejo do Bem é a sua preocupação.
3ª) Espíritos Imperfeitos
Aqueles que estão ainda na base da escala, caracterizando- se pela ignorância, pelo desejo do Mal e de todas as paixões más que lhes retardam o desenvolvimento e a felicidade.
Portanto, os espíritos não são todos iguais, nem em moralidade nem em sabedoria. Os da primeira ordem são os mais evoluídos, os mais adiantados, que se destacam pela perfeição, pelos conhecimentos e pela proximidade de Deus, por sua pureza de sentimentos e por seu amor ao Bem. As demais categorias se distanciam mais ou menos da referida perfeição. Os das classes inferiores são inclinados às más paixões como o ódio, o ciúme, a inveja, o orgulho, comprazendo-se no Mal.
Cumpre porém declarar que, ainda conforme a Doutrina Espírita, através de um estudo das comunicações mediúnicas, sabe-se que todos os espíritos tendem a progredir, a evoluir. Não se situam eternamente numa mesma categoria, não! Muito ao contrário, todos hão de melhorar, aumentando os seus conhecimentos, depurando os seus sentimentos, obedecendo à Lei do Progresso, da qual ninguém se furta, alcançando, assim, a pouco e pouco, os diferentes graus evolutivos.
Desta maneira, Deus não criou anjos já perfeitos, sem mácula nenhuma. Nem destinou nenhum espírito a perpetuamente permanecer no Mal, na condição de diabo, de demónio ou de satanás. Todos os espíritos, repetimos, segundo o Espiritismo, tendem à perfeição. Todos! A todos os seus filhos o Pai Celestial proporciona os meios desta elevação.
Tal melhoria se verifica sobretudo pela encarnação. É quando os espíritos se revestem de um corpo material e vivem na face de um mundo orgânico, como é, por exemplo, a nossa Terra. Semelhante estágio para uns é imposto como meio de expiação de seus erros passados. A outros é dado como missão auxiliar o avanço de seus semelhantes. Assim, a vida corpórea nos mundos materiais é uma espécie de prova a que devem os espíritos submeter-se repetidas vezes, até a perfeição.
Como estamos a ver, constitui a vida corporal uma espécie de peneira, da qual os espíritos em vias de evolução saem mais ou menos depurados. Vai daí que as diferentes vidas corporais de um espírito são sempre progressivas, jamais retrógradas, de vez que não há nunca retrocessos! Por fim, queremos deixar também claro que a rapidez deste progresso depende dos esforços que eles mesmos empregam, para alcançar a meta da sua perfeição.
Os outros mundos habitados
Este processo evolutivo dos espíritos verifica-se tanto no plano espiritual, no intervalo entre duas encarnações sucessivas (período a que se dá o nome de erraticidade), como durante as encarnações, que ocorrem não apenas aqui na Terra, mas também em outros astros dentre os milhões e milhões que se espalham pelo Universo!
Sendo assim, não é a Terra o único ponto habitado do Cosmo.
Um tão minúsculo orbe de modesto sistema planetário não poderia, de modo nenhum, ter o privilégio de ser o único habitado! Muitos outros ambientes apresentam vida, ainda que não seja obrigatoriamente organizada segundo os padrões da nossa Terra!
Os diversos mundos da amplidão sideral possuem diferentes condições, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade de seus habitantes. Há os que são inferiores à Terra, tanto do ponto de vista físico como moral. Outros estão no mesmo grau. E outros que lhe são superiores em todos os sentidos.
Existem, pois:
a) Mundos primitivos
b) Mundos de provas e de expiações
c) Mundos regeneradores
d) Mundo felizes e
e) Mundos celestes ou divinos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:32 am

Nos mundos primitivos se verificam as primeiras encarnações da alma humana. Nos mundos de provas e de expiações (como é o caso da nossa Terra) o Mal ainda predomina. Há os mundos regeneradores, nos quais a alma que ainda tem o que expiar adquire novas forças, repousando das canseiras evolutivas. Há os mundos felizes, nos quais o Bem já supera o Mal; e por fim os mundos celestes ou divinos, a morada dos espíritos purificados, onde reina o Bem, sem qualquer mistura com o Mal.
Os espíritos encarnados num dado mundo não estão ligados a ele indefinidamente. Não precisam obrigatoriamente viver sempre e somente ali para atravessar todas as fases por que devam passar, em busca da perfeição. Não é bem assim. Atingido um determinado adiantamento necessário, podem os espíritos passar a outro mundo mais evoluído; e assim sucessivamente, até alcançarem a condição de espíritos puros.
Em tudo se faz presente a Lei do Progresso. O nosso próprio planeta Terra também está submetido a esta lei. Já esteve, tanto moral como fisicamente, em estágio inferior ao actual. Tanto como a Humanidade, sob este duplo aspecto irá alcançando, pouco a pouco, degraus superiores. Assim, nosso mundo Terra está passando da condição de provas e de expiações para a categoria de regeneração, na qual os homens viverão mais felizes porque estarão observando as Leis de Deus, do amor, da caridade e da justiça!

A lenda do paraíso perdido
Quando um dado mundo deve ser promovido a um estágio melhor, a Bondade de Deus permite que ali reencarne elevado contingente de espíritos com a missão de acelerar a evolução daquele globo. E aqueles outros espíritos encarnados ou desencarnados que ali estão dificultando esta melhoria são afastados pela Justiça Celestial, indo reencarnar em mundos inferiores, mais condizentes com o padrão moral destes espíritos ainda malfazejos.
Não se veja neste remanejamento selectivo qualquer retrocesso, porque os espíritos afastados não perdem as suas aquisições anteriores; levam com eles a inteligência e a intuição dos conhecimentos já adquiridos. Simplesmente afastados e transferidos para locais onde expiarão as suas maldades, terão ali oportunidade redentora de promover a melhoria dos habitantes primitivos de lá.
Eis aí a explicação racional que se nos oferece, para entender a lendária crença do Paraíso Perdido!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:33 am

NEM SEMPRE a Morte é Libertação
É preciso deixar bem claro que a morte não é de modo nenhum passaporte para a sabedoria plena nem para a santidade absoluta! Com efeito, deixando o corpo material, muitos espíritos passam a ter uma compreensão mais nítida e mais ampla das leis de Deus e, assim, relativamente, se desfazem das ilusões terrenas, descartam-se de seus vícios, abrem mão de suas ideias erróneas, libertam-se das imperfeições decorrentes de seu excessivo apego às coisas materiais. Preocupam-se, está-se vendo, em acelerar o seu progresso moral.
No entanto, muitos deles por longo tempo teimam ainda em continuar no esquema antigo. Quer dizer, prosseguem vingativos, odientos, sectaristas, apegados aos bens terrenos, a seus pertences anteriores, a seus familiares queridos num amor doentio, possessivo, por vezes também perseguindo seus antigos desafectos! E com este procedimento (desnecessário dizer) se sentem sofrendo e sofrendo muito, causando sofrimento em terceiros, consciente ou mesmo inconscientemente!

O Perispírito
Na conclusão do capítulo primeiro foi dito ter o homem um corpo etéreo, o envoltório fluídico do espírito. Aprofundemos nossos conhecimentos a esse respeito, pois.
Trata-se de um corpo semi-material que acompanha o espírito após a morte física, nele ficando registradas todas as aquisições do referido espírito ao longo do tempo. Graças ao perispírito, durante a vida terrena pode o espírito pôr-se em contacto com o corpo físico, e vice-versa; quer dizer, as impressões corporais só alcançam o espírito (a sede da consciência e da inteligência) depois de atravessar o perispírito. De igual maneira, o comando do espírito só atinge o organismo material depois de passar pelo corpo perispirítico. Numa palavra, ele serve de traço-de-união entre o corpo e o espírito imortal.
Com a morte, o espírito se separa do corpo de came e osso porque este último já não mais oferece condições de permanência da alma. Então, o corpo somático é devolvido à Natureza, onde se decompõe. Por seu turno, o espírito regressa à pátria de origem, de onde se ausentou para viver a existência terrestre. Volta ao Além envolto em seu perispírito, onde estão como que guardados, para efeitos de identificação, os contornos fisionómicos da sua derradeira passagem à face da Terra.
Mediante esta conformação, semelhante à última vida terrena, é que o espírito pode colocar-se em contacto com os médiuns, nas sessões mediúnicas, bem como apresentar-se em sonhos a seus amigos, parentes e conhecidos, reproduzindo, se necessário, sinais característicos, aleijões, defeitos, etc., na confirmação insofismável da sobrevivência do espírito.
Para que fixe as aquisições do espírito como património individual intransferível, o perispírito serve de modelo, de molde para a estruturação de um novo corpo material, quando o espírito volta ao mundo, em uma nova encarnação. Assim sendo, o novo organismo exibirá os efeitos benéficos ou maléficos de suas aquisições, na medida que isto possa contribuir para o progresso do espírito que ali está habitando. Vale lembrar que este perispírito já vem sendo estudado pela ciência experimental, de vez que utilizando-se a máquina de Kirlian os russos descobriram o halo energético humano, dando-lhe o nome de corpo bioplásmico.

Conclusão do Capítulo Segundo
O princípio espiritual que existe no homem sobrevive ao fenómeno da morte, podendo comunicar-se com as pessoas, graças à participação intermediária dos médiuns.
Revestindo o espírito, há um envoltório fluídico a que se dá o nome de perispírito, onde se fixa todo o património do espírito, por isso mesmo capaz de modelar o corpo de uma nova encarnação no futuro. Aliás, a evolução espiritual não se dá em uma única existência terrestre, não! Ela se desenvolve no decorrer de existências sucessivas, tanto aqui na Terra como em outros mundos, dentre tantos que gravitam pela imensidão do Universo.
Este perispírito também é de fundamental importância no relacionamento mediúnico, assunto que foi estudado por Allan Kardec, no Espiritismo experimental; por diversos sábios europeus sob a denominação geral de Metapsíquica, no século XIX; e por pesquisadores também dos Estados Unidos no século XX, com o nome de Parapsicologia, conforme veremos nos capítulos que seguem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 10:33 am

Leituras Complementares
1 — Espiritismo Básico, Pedro Franco Barbosa.
2 — 0 Espírito e o Tempo, José Herculano Pires.
3 — Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos, Hermínio Corrêa de Miranda.
4 — No Invisível, Léon Denis.
5 — O Além e o Aquém, Cristóvam Marques Pessoa.
6 — 0 Que É o Fenómeno Mediúnico, Hermínio Corrêa de Miranda.
7 — Você e os Espíritos, Wilson Garcia.
8 — O Além e a Sobrevivência do Ser, Léon Denis.
9 — A Evolução Anímica, Gabriel Delanne.
10 — Evolução para o Terceiro Milénio, Carlos de Toledo Rizzini.
11 — Casos Surpreendentes de Mediunidade, Francisco Pessolano Júnior.
12 — Técnicas da Mediunidade, Carlos Juliano Torres Pastorino.
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Capítulo Terceiro — Da Bíblia À transcomunicação

FACTOS MEDIÚNICOS na Bíblia

No capítulo anterior, numa retrospectiva histórica, vimos ligeiramente fatos mediúnicos entre diferentes povos nas épocas mais antigas. Dando continuação ao que ali foi apresentado, vejamos a ocorrência de tais fenómenos na Bíblia. Como se sabe, a obra máxima da tradição religiosa judaico-cristã hão é um livro só. Pelo contrário, a Bíblia se forma pelo conjunto de diversos livros, de diferentes autores, escritos ao longo de inúmeras gerações, basicamente relatando a história do povo hebreu, por isso mesmo enfeixando textos literários variados, sumariando a passagem de Jesus sobre a face da Terra, difundindo os seus ensinamentos, os seus exemplos e a pregação apostólica de seus seguidores mais imediatos. Sendo assim, muita coisa do texto bíblico simplesmente diz respeito aos costumes de um povo em dada fase de sua evolução histórica, ao lado dos actos e das palavras de Cristo.
Pois bem, tanto no chamado Velho como no Novo Testamento, vamos encontrar uma farta quantidade de exemplos expressivos das mais diferentes modalidades de comunicação mediúnica. Tentemos sumariá-los a seguir.
Io) São Paulo apresenta uma classificação dos dons mediúnicos na sua primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 12, versículos 1 a 11, onde lemos que a manifestação do espírito é concedida a cada um, visando um fim proveitoso, porque a um é dada, mediante o espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo espírito, fé; e a outro, no mesmo espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade de interpretá-las. Mas um só e mesmo espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um individualmente.
2o) Aparecem espíritos materializados, como por exemplo: Jacob luta contra um fantasma (Génesis, cap. 32 vers. 24); o rei da Babilónia vê a mão de um espírito escrevendo numa parede (DanieL cap. 5 vers. 5); Manué e sua esposa viram uma entidade materializada (Juízes, cap. 13 vers. 19 e 20). O próprio Jesus, após a crucificação, por diversas vezes se fez visível a seus seguidores (Lucas, capítulo 24).
3°) Espíritos dão comunicações por incorporação ou psicofonia, como lemos em Génesis, cap. 15 vers. 12, relatando o transe de Abraão; em Daniel, cap. 8 vers. 18; em Atos, cap. 9 vers. 3, e também na segunda Epístola aos Coríntios, cap. 12 vers. 2.
4°) Espíritos dão comunicações por escrita automática. O rei João recebe uma comunicação do espírito do profeta Elias, conforme o segundo livro de Crónicas, cap. 21 vers. 12.
5°) Ocorreram efeitos luminosos e de transfiguração. Basta que remontemos a Moisés com o rosto resplandecente (Êxodo, cap. 34, vers. 29 e 30) e mesmo a Jesus, na transfiguração ocorrida no monte Tabor, testemunhada por três discípulos, registrada em Mateus (cap. 17), em Marcos (cap. 9) e em Lucas (cap. 9).
6°) IV Reis, cap. 3, como Reis ou 1 Samuel, cap. 16 estampam exemplos da mediunidade musical.
7°) Moisés ouviu uma voz a quem deu o nome de Deus e Senhor (Génesis, cap. 19). Saulo também ouve a voz de Jesus, na estrada para Damasco (Atos, cap. 9). Uma voz do mundo espiritual se faz ouvir, quando do baptismo de Jesus (Lucas, cap. 3, vers. 22).
8°) O profeta Ezequiel é transportado em levitação de um lugar para outro (Ezequiel, cap. 3, vers. 10 a 15). Felipe é arrebatado e levado à distância (Atos, cap. 8, vers. 39). O profeta Elias recebe alimentos, colocados ao seu lado no deserto por um espírito (III Reis, cap. 19 ou então Reis).
9°) A Bíblia apresenta exemplos de comunicação espiritual por meio de sonhos inteligentes. Senão, consultemos Joel, cap. 2, vers. 28. Vejamos Mateus, cap. 1, vers. 20 e também Mateus, cap. 2, vers. 12 e 13. Leiamos Atos, cap. 2, vers. 17.
10°) Jesus curou a muitos pela sobreposição das mãos ou à distância, inclusive os endemoniados ou obsidiados, conforme Mateus, Marcos e Lucas em diferentes capítulos.
11°) Os discípulos de Jesus também, seguindo sua orientação do Ide e Pregai, curaram muitos enfermos, como lemos em Atos (capítulos 3, 14 e 19).
Como se vê, a Bíblia, desde Moisés até o Cristo, nos oferece enorme quantidade de exemplos de factos mediúnicos, a partir da vida de Jesus colocados estes fenómenos para beneficiar tanto os encarnados como os desencarnados.
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De Hydesville Às Mesas Girantes
Visto o texto bíblico, voltemos nossa atenção para o século XIX, durante o qual a Humanidade sem dúvida nenhuma sofreu um pronunciado desenvolvimento cultural, um avanço muito grande nas ciências, na tecnologia, com amplas repercussões na política, nas artes, na literatura, na filosofia, etc. Basta dizer que o século XIX conheceu Pasteur e Napoleão, Mendel e Marx, Darwin e Lincoln, o telégrafo de Morse e o telefone de Bell, os romances de Victor Hugo e as telas de Toulouse-Lautrec. O Brasil se fez independente, vivenciou o Império e viu instalar-se a República. Neste contexto histórico, eclodiu a mediunidade. Vejamos.
Hydesville era, entre 1843 e 1844, um vilarejo do Estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Numa casa das redondezas morava o casal Bell. Certa ocasião por ali apareceu um mascate chamado Carlos Rosma, que pediu pousada. Entrou para dormir e... desapareceu para sempre!
Em 1844 o casal Bell tomou rumo ignorado e aquela casa passou a ser ocupada pela família Weeckmann. Porém, os novos inquilinos tiveram de abandoná-la, já que não tinham mais sossego, tantas eram as pancadas nocturnas, nas paredes e mesmo no solo. Neste mesmo ano, a casa foi alugada à família metodista dos Fox, da qual, além dos pais, faziam parte filhos menores como Margareth, de 15 anos, e Katherine, de 11.
Os estranhos barulhos continuaram, aumentando de intensidade em meados de março de 1848. Às vezes, eram simples batidas; em outras ocasiões, eram como que móveis se arrastando pelo assoalho. As meninas passaram a ter naturalmente medo, não querendo mais dormir sozinhas, buscando o quarto dos pais; tão fortes eram as pancadas que as camas chegavam a tremer, e se moviam.
Kate resolveu desafiar a força estranha exactamente na noite de 31 de março de 1848, uma sexta-feira, dizendo:
— Sr. Pé-Rachado, faça o que eu faço.
E deu um certo número de palmadas.
Ouviu-se de imediato a resposta da força desconhecida, repetindo o mesmo número de palmadas. O diálogo com o Além prosseguiu, agora com a Sra. Fox, pedindo à força que, mediante pancadas, dissesse a idade de todos os seus filhos. Imediatamente foram dadas as idades exactas de todos, deixando uma pausa entre a informação de um filho e a informação do outro filho. A Sra. Fox recebeu resposta exacta até ao sétimo e, após uma pausa maior, ouviram-se três pancadas mais fortes, correspondendo à idade do filho menor, já morto.
Diante disto, a Sra. Fox indaga àquela força estranha:
— É um ser humano que me responde correctamente?
Nenhuma resposta.
— É um espírito? Se for, dê duas pancadas.
De pronto duas batidas se fizeram ouvir. E assim, de detalhe em detalhe, o espírito deu informações de que fora Carlos Rosma, vendedor ambulante, ali assassinado por latrocínio, indicando ainda onde estavam o seu corpo e o seu baú enterrados.
Várias comissões foram formadas para investigar o assunto, que ganhou notoriedade; e testemunhas insuspeitas reconheceram a veracidade dos fatos, como anunciou a imprensa da época no noticiário local, como o New York Herald. E o mais curioso é que, em 1904, quer dizer, cinquenta e seis anos mais tarde, em virtude de um temporal, ruiu uma parede falsa no cómodo do porão indicado pelas pancadas. Ninguém sabia da existência desta parede, erguida paralela à outra. E lá estava o esqueleto de Carlos Rosma com o seu baú de lata, com a alça para carregá-lo às costas.
Dois livros servirão de leitura complementar ao leitor interessado em maiores detalhes:
1 — História do Espiritismo, do romancista britânico Arthur Conan Doyle, criador do famoso detective Mister Sherlock Holmes; e 2 - Hystory of Modem Spiritualism, de Emma Harding.
Posteriormente aos fenómenos de Hydesville, deu-se a estranha fenomenologia das mesas girantes. Quer dizer, mesas que, sob a acção inconsciente de médiuns de efeitos físicos presentes no salão elegante onde o fato acontecia, se punham a dar pancadas no solo. Através de um código previamente estabelecido com as pessoas, as mesas saltantes davam respostas corretas às mais diferentes perguntas que lhes eram formuladas.
Ora, tal fenómeno se espalhou pelo mundo, tanto na Europa como nos Estados Unidos, inclusive Rio de Janeiro e Recife, no Brasil. Desta maneira deveras curiosa, gente da sociedade galante se punha a conversar com os mortos através não apenas de mesas mas de funis, de pranchetas, de cestas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 8:08 pm

Os próprios espíritos sugeriam ser fixado um lápis a tais cestas ou pranchetas de sorte que as respostas passaram a ser escritas sobre o papel, e sempre eram respostas corretas, coerentes, demonstrando serem procedentes de uma inteligência invisível. Todavia, como as pessoas ávidas de presenciar os fenómenos faziam indagações pueris, as mesas girantes eram apenas passatempo!
O professor Rivail
O Prof. Léon Hippolyte Denizard Rivail é, em janeiro de 1855, convidado a assistir a uma sessão destas mesas pelo Sr. Carlotti. Por causa do excessivo entusiasmo do amigo, o Prof. Rivail não acredita no que lhe contava o companheiro. Semanas depois recebe novo convite, da parte do Sr. Fortier, e nova recusa. Somente em maio deste mesmo ano de 1855, diante da honradez do magnetizador Sr. Fortier, em casa da Sra. Roger, onde encontra o Sr. Pâtier, é que o Prof. Rivail se interessa pelo assunto e o examina a fundo. Para tanto, com o prestimoso concurso de diversos médiuns, como por exemplo Sra. Plainemaison, Sr. Japhet, Sr. Roustan, Sr. e Sra. Canu, Sra. Ruth, Sra. Roger, Senhoritas Aline Carlotti, Caroline, Julie e Ermance (esta última com apenas 14 anos de idade), Sra. Leclerc, frequentando diversas famílias como a Baudin — o citado Professor Rivail interroga os espíritos sobre vários temas. Obtém as respostas. Compara-as entre si, empregando o método da concordância entre elas e consegue então, a 18 de abril de 1857, lançar a Ia edição de O Livro dos Espíritos.
Numa destas reuniões, o espírito Zéfiro diz ao Prof. Rivail que ele, Prof. Rivail, havia sido sacerdote druida com o nome de Allan Kardec. E é exactamente com este nome druida que o Prof. Rivail então se dedica à tarefa de corporificar em doutrina as informações que os espíritos lhe davam, às questões formuladas sobre os mais transcendentes assuntos da vida e da morte, sobre a dor e o destino dos homens na face da Terra.

A Codificação de Allan Kardec
Como vimos Allan Kardec foi o pseudónimo adoptado pelo Professor Léon Hippolyte Denizard Rivail (1804-1869), quando da codificação do Espiritismo. Não é correto dizer ser ele o inventor, o descobridor, o criador do Espiritismo.
Muito melhor será considerá-lo como codificador da Doutrina dos Espíritos porque, convidado a examinar o fenómeno das mesas girantes, interessou-se pelo  fato mediúnico ali patente; e este seu interesse sério, a sua atitude de pesquisador isento de preconceitos, a sua postura de investigador imparcial e arguto foram de tal ordem que, com o concurso dos médiuns citados, todos eles idóneos e estranhos entre si, alguns residentes em cidades diferentes da França e de outros países da Europa, Kardec obteve informações dos espíritos superiores capazes de compor uma doutrina espiritualista tão profunda e tão consoladora que iria marcar uma nova etapa da evolução da Humanidade.  
Allan Kardec não se deixou levar pela informação de um espírito só, não. Agiu com critério científico, investigando com total isenção de ânimo centenas de mensagens de diversos espíritos, entre eles Santo Agostinho, S. Luís, Fénelon, Franklin, Swendenberg, São João Evangelista, São Vicente de Paulo, Sócrates, Platão, o Espírito de Verdade, Zéfiro e muitos outros, sempre fazendo-as passar pelo mais rigoroso crivo da razão, da lógica, de bom senso, firmando-se na concordância dos ensinamentos assim obtidos.
Graças a seu trabalho abnegado e incessante, com o apoio da esposa Amélie Boudet, Allan Kardec legou a todos nós livros monumentais, cuja leitura atenciosa e estudo sistematizado são de fundamental importância, quando se deseja conhecer a mediunidade e aplicá-la para o Bem. Ei-los:
1. O Livro dos Espíritos (lançado a 18 de abril de 1857)
2. O Livro dos Médiuns
3. O Evangelho Segundo o Espiritismo
4. O Céu e o Inferno e
5. A Génese.
Kardec fundou ainda, em 1858, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e a Revista Espírita, que esteve sob sua direcção até a sua morte, ocorrida em março de 1869.
Tentemos dar ao leitor um sumário dos principais ensinamentos da Doutrina Espírita:
I°) Deus
Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas (O Livro dos Espíritos, n° 1). Eterno, imutável, único, omnipotente, soberanamente justo e bom (LE, n° 13).
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Out 22, 2022 8:11 pm

2°) Jesus
Guia e modelo mais perfeito para o homem (LE, n° 625).
3°) Espírito
Ser inteligente da criação (LE, n° 76). Criado simples e ignorante (LE, n° 115).
4°) Imortalidade da alma
A existência dos espíritos não tem fim (LE, n° 83).
5°) Perispírito
Substância semi-material que serve de primeiro envoltório do espírito e o liga ao corpo (LE, n° 135). Assume a forma que o espírito queira (LE, n° 95).
6°) Reencarnação
Consiste em admitir, para o espírito, muitas existências sucessivas (LE, n° 171), para expiação e melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde há justiça? (LE, n° 167).
7°) Evolução
São os próprios espíritos que se melhoram e, melhorando- se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada (LE, n° 114).
8°) Livre-arbítrio
O homem tem a liberdade de pensar e de agir. Sem o livre- arbítrio, ele seria máquina (LE, n° 843).
9°) Causa e Efeito
Deus tem suas leis a regerem todas as vossas acções. Se as violais, vossa é a culpa. A punição é o resultado da infracção da lei (LE, n° 964).
10°) Vida Futura
0 sentimento de uma existência melhor reside no foro íntimo de todos os homens. A vida futura implica a conservação da individualidade do espírito depois da morte (LE, n° 959).
11°) Mundo Espiritual
Os espíritos estão em todas as partes (LE, n° 87). No instante da morte, a alma volta a ser espírito, isto é, volve ao mundo dos espíritos, de onde se apartara momentaneamente (LE, n° 149).
12°) Pluralidade dos Mundos Habitados
São habitados todos os globos que se movem no espaço e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição (LE, n° 55).
13°) Acção dos espíritos na Natureza
Deus não exerce acção directa sobre a matéria (LE, n° 536). Os espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais (LE, n° 87).
14°) Influência dos espíritos em nossas vidas
Influem muito mais do que imaginamos. A tal ponto que de ordinário são eles que nos dirigem (LE, n° 459). Temos muitos deles de contínuo ao nosso lado, observando-nos e sobre nós actuando, sem que percebamos (LE, n° 87).
15°) Mediunidade
Faculdade inerente ao homem. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos, é médium (O Livro dos Médiuns, n° 159). A mediunidade é coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente. (...) O médium curador transmite o fluido salutar dos bons espíritos, e não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, embora pobres, não cobravam as curas que operavam. Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 26, n° 10).
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Os Trabalhos de William Crookes
Kardec teve inúmeros seguidores, dentre eles se destacando Léon Denis, autor de obras monumentais como O Porquê da Vida; Depois da Morte; Cristianismo e Espiritismo; O Problema do Ser, do Destino e da Dor; O Grande Enigma; O Além e a Sobrevivência do Ser; No Invisível. Ganhou notoriedade também Gabriel Delanne, que escreveu A Alma é Imortal, A Evolução Anímica, O Espiritismo Perante a Ciência, A Reencarnação, 0 Fenómeno Espírita. Sobressaiu-se ainda Ernesto Bozzano, cujas obras mais citadas são Animismo ou Espiritismo?, Os Enigmas da Psicometria, Fenómenos Psíquicos no Momento da Morte, Metapsíquica Humana, A Crise da Morte, Pensamento e Vontade, Fenómenos de Transporte, O Espiritismo e as Manifestações Psíquicas, Fenómenos de Bi locação', e por fim Camille Flammarion, autor de Deus na Natureza, A Morte e Seu Mistério, etc.
Todos estes livros mencionados são recomendáveis a quem quiser ter um melhor conhecimento do que seja a mediunidade.
Na verdade, após a Codificação de Kardec apareceram inúmeros pesquisadores dos factos mediúnicos, estudando as faculdades de médiuns como Eleonora Piper, Eusápia Paladino, Florence Cook, Daniel Dunglas Home, Madame d’Espérance, Madame Salmon, o médium Slade, dentre os mais citados. E diversos foram os pesquisadores da matéria. Citaremos os mais proeminentes: William Crookes, Charles Richet, Oliver Lodge, Conan Doyle, Gustav Geley, Albert de Rochas, James Hyslop, Paul Gibier, Alfred Russel Wallace, Robert Dale Owen, Alexandre Aksakoff, César de Vesme, Karl du Prel, Giuseppe Gerosa, Giovanni Schiaparelli, Ercole Chiaia, César Lombroso, Frederick Myers, Eugène Osty, William James, Ochorowicz, William Stead, etc.
Todos eles, após pesquisas exaustivas durante anos, chegaram à conclusão da existência da alma, da sobrevivência do espírito, da sua comunicação com os vivos.
Vejamos os trabalhos desenvolvidos pelo sábio britânico William Crookes (1832-1919), um dos mais famosos cientistas por seus estudos na Química e na Física. Saiba o leitor que foi ele o descobridor do elemento químico chamado tálio e da energia radiante, com o emprego da célebre ampola de Crookes. Astrónomo, estudou os fenómenos luminosos e de espectroscopia. Pertenceu à Real Sociedade de Londres. Um homem de tantos títulos académicos, ocupou-se da mediunidade e declarou publicamente ser verdadeiro tudo quanto testemunhou ao lado de outros colegas de ciência experimental.
De 1870 a 1873 investigou médiuns como Kate Fox, Daniel Dunglas Home e sobretudo a colegial de apenas 15 anos de idade Florence Cook, a qual fornecia ectoplasma para que se materializasse um espírito que se dizia Katie King. Nas sessões realizadas na casa do referido sábio, pôde ele observar as consideráveis diferenças entre a jovem médium e o fantasma que se materializava na presença de inúmeras testemunhas. A médium usava brincos e o espírito não trazia nada nas orelhas. A médium era muito morena enquanto Katie King era muito clara. Seus dedos eram maiores do que os de miss Cook.
Certa ocasião, o investigador registou no fantasma 75 pulsações por minuto, quando a médium, examinada em seguida, exibia 90 batidas, valor que lhe era habitual. Os pulmões do fantasma se mostravam muito mais sadios do que os da moça que, à época, estava fazendo tratamento médico de uma forte bronquite.
William Crookes conseguiu tomar 44 fotografias do espírito materializado a conversar com as pessoas, passeando pela sala de braços dados, como pesquisador de tão insólito fenómeno. Na última sessão, o fantasma tomou de uma tesoura, cortou pedaços de seus cabelos, de seu vestido, de seu véu e os ofereceu a cada um dos assistentes, depois de apertar-lhes as mãos. E os assistentes viam perfeitamente que, ao mesmo tempo, lá na cabine, a médium permanecia em transe. O espírito, com um vestido branco de mangas curtas e decotado. A médium adormecida, com o rosto coberto por um xale vermelho, para resguardá-lo da luz.
E, para encerrar os eventos, o espírito Katie King se dirige à cabina despertando a médium. Florence sai do transe mediúnico e chora, não quer que a outra vá embora; mas esta diz que findou a sua tarefa. Durante alguns minutos conversam, até que a emoção da médium a impediu de prosseguir palestrando... O espírito desaparece e William Crookes, na cabine, socorre a médium que chora convulsivamente!
Cremos ser impossível uma demonstração mais clara, mais insofismável da comunicação mediúnica, diante de máquinas fotográficas, sob o rigoroso controle de diversos assistentes, durante várias experimentações documentadas. Como leitura complementar sobre estes fenómenos temos dois livros recomendáveis: 1) Factos Espíritas, de William Crookes, e 2) Metapsíquica Humana, de Ernesto Bozzano.
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O testemunho de outro sábio
J. Arthur Findlay foi um inglês que por mais de 12 anos, já no começo do século XX, nas décadas de 10 e 20, estudou e pesquisou a fundo os fenómenos de voz directa, sobre o que, posteriormente, no ano de 1931, publicou um livro onde fez um relato completo das suas experiências e conclusões.
Era ele membro da Glasgow Stock Exchange, director do Dominion and General Trust, autor de obras sobre economia e finanças, autoridade em agricultura. Presidente do Instituto Internacional de Pesquisas Psíquicas, Presidente da London Spiritualist Alliance, esteve à frente de revistas muito conhecidas como Psychic News e Light. Pois muito bem, na introdução de seu livro No Limiar do Etéreo, entre outros parágrafos, lemos os seguintes:
‘Tendo meditado e ponderado muito sobre as experiências extraordinárias a que procedi, durante estes 12 últimos anos, experiências tão extraordinárias, tão estranhas às nossas ideias sobre os fenómenos da Natureza, compreendo facilmente a dificuldade que muitos hão de encontrar para admitir o que aqui exponho, como narrativa fiel e verdadeira do que realmente ocorreu. Posso apenas esperar que aqueles que já realizam experiências semelhantes aceitem o que afirmo, sem hesitação, sem dúvida. Reconheço que, se há 13 anos, eu mesmo fosse convidado a crer nestes fatos singulares, acharia impossível fazê-lo; é que, então, o meu desenvolvimento mental não era suficiente a permitir-me compreender o assunto. Não teria percebido que as manifestações psíquicas, que tive a fortuna de observar, são como as demais manifestações da Natureza, reguladas por lei e devidamente ordenadas. Só quando os nossos conhecimentos avançaram bastante, é que nos apercebemos de que esta nova ciência se harmoniza com todas as de que já nos inteiramos.” “Devemos, primeiramente, compreender bem que o mundo dos espíritos faz parte deste mundo e o circunda; que também é material, embora de uma substância bastante delicada, para poder ser apreciada pelos nossos sentidos; que aqui, agora, somos espíritos revestidos de um corpo físico, não sendo a morte mais do que o fenómeno pelo qual o corpo etéreo ou espírito se separa daquele outro. O corpo etéreo é o real e permanente, reprodução exacta do molde físico. Depois que se tenha apreciado isto, é que mais facilmente se compreenderá como, em certas condições, que ainda não conseguimos perceber bem, pode ele novamente revestir- se de matéria física e proceder, sob a acção directora do espírito, tal qual procedemos.”
“A voz directa é o mais extraordinário fenómeno psíquico até hoje conhecido, o mais convincente e admirável. Todas as outras descobertas feitas pelo homem se tomam insignificantes, quando comparadas a essa, que é a de um método directo de comunicação entre nós e os trespassados, não por meio de ruídos e pancadas, porém, pela mais íntima de todas as formas de comunicação: a voz humana. Algumas modalidades dos fenómenos espiríticos podem ser simuladas por um médium fraudulento; a voz directa, não.”
“Concluindo esta introdução, quero dizer ainda, com todo o vigor de uma convicção profunda, que há continuidade de vida, que nada se perde, sem exceptuar a própria vida.”

RICHET E A METAPSÍQUICA
No século XIX, Charles Richet (1850-1935), membro da Academia de Medicina e também do Instituto de França, Professor da Faculdade de Medicina de Paris e director da Revista Científica, galardoado em 1913 com o Prémio Nobel, criou uma ciência a que deu o nome de Metapsíquica, para estudar os fenómenos, mecânicos ou psicológicos, devidos a forças que parecem ser inteligentes ou a poderes desconhecidos latentes na inteligência humana (conforme Traité de Metapsychique, edição de 1922).
Na opinião de Richet, os fenómenos se classificam em três categorias, a saber: Criptestesia, Telecinesia e Ectoplasmia. Examinemo-los.

Criptestesia
É a faculdade de conhecimento obtido sem o uso das faculdades normais. Por exemplo: o indivíduo poderia ver sem o auxílio dos olhos. Seria capaz de ouvir sem o concurso dos ouvidos. Falaria língua que jamais aprendera. Escreveria sobre temas muito acima de sua capacidade intelectual. Nesta categoria então se enquadrariam também os casos de adivinhação, de previsão, de premonição. Vejamos casos concretos para ilustrar o assunto.
1°) O menino Ronald Cayce, de 7 anos de idade, enxergava perfeitamente bem com o olho plástico que lhe foi colocado na órbita direita, de onde houvera sido extraído o olho orgânico em virtude de um acidente com arame.
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2°) Rosa Kulachova, de 21 anos de idade, portadora de aracnoidite reumatismal, com crises epilépticas desde os 5 anos de idade, ao aprender a leitura pelo método de Braille descobriu a sua visão extra-retiniana, ou seja, visão pelas pontas dos dedos, percebendo até as cores.
3°) A jovem Tânia Bykoskaia possui a faculdade de ver com os olhos tapados, também através dos dedos. Outra conterrânea sua, a russa Rosa Kulesciova, vê sem dificuldade alguma em ambientes de intensa penumbra.
4°) Fernando de Lacerda, português de nascimento, escreveu dezenas de páginas de escritores falecidos como Eça de Queirós, António Vieira, Emile Zola, Victor Hugo, Júlio Dinis, etc.
5°o) Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) escreveu dezenas de livros sobre os mais variados assuntos, tanto em prosa como em versos, além de mensagens consoladoras de mortos dando detalhes que somente os familiares sabiam. Dedicaremos a este médium um espaço mais circunstanciado páginas adiante.
6°) Laura Edmonds, filha do juiz Edmonds, da Suprema Corte de Nova Iorque, nos Estados Unidos, estava a servir chá a seus convidados quando, de repente, se pôs a falar fluentemente em grego moderno com o Sr. Evangelides, exactamente ela que nada sabia naquele idioma. É que, através da moça, se comunicava então um dos amigos do Sr. Evangelides, chamado Botzario, já falecido. Naturalmente este último não quis aceitar semelhante notícia tão triste; no entanto, seu coração de pai pouco depois sofreu o golpe em saber que a comunicação era verdadeira. Tal fato de o médium falar ou de escrever línguas, vivas ou mortas, por ele desconhecidas, e da assistência que o rodeia, recebe o nome de xenoglossia.

Telecinesia
É uma acção mecânica diferente das forças mecânicas comuns, que se produz sem contacto, à distância, em determinadas condições, sobre objectos ou pessoas. Nesta categoria se enquadrariam os casos de levitação, movimentos, pancadas, transportes. Continuaremos dando exemplos ilustrativos.
1°) O israelense Uri Geller, aonde ia, fazia relógios parar de funcionar, voltando a fazê-lo quando o sensitivo dali se ausentava. Entortava garfos sem tocá-los, ou então apenas colocando a ponta dos dedos sobre eles. Conseguiu dirigir, com os olhos tapados, um carro no trânsito movimentado de uma cidade sem provocar qualquer acidente automobilístico. Mais ainda: mediante silenciosas ordens mentais, Uri Geller fez parar e, depois, avançar e recuar um teleférico a 140 metros de altura nas montanhas de uma região da Alemanha. Por ser portador de tão estranhas faculdades, foi objecto de estudos da parte de vários pesquisadores norte-americanos da Califórnia e de Nova Iorque, dentre eles o Dr. Puharich.
2°) Estudando o sensitivo Slade, o francês Paul Gibier certa ocasião viu que, sem o concurso de nenhuma pessoa ou aparelho mecânico escondido, em pleno dia, um baú colocado ao lado do médium pôs-se a movimentar-se.
3°) De igual maneira, numa sessão onde estava presente a médium italiana Eusápia Paladino, o mencionado Charles Richet viu que, à maneira de um verdadeiro paquiderme, um enorme móvel, antes situado à distância de dois metros do pesquisador, pôs-se a mover-se.
4°) Também na Casa Branca, na presença do ilustre Presidente Abraham Lincoln, um piano de cauda permaneceu no ar durante vários minutos.
5°) No ambiente católico há uma abundância de ocorrências desta ordem, dos quais citaremos apenas os seguintes:
a) São Jacinto e seus companheiros andavam sobre as águas do rio Vístula;
b) São Pedro de Alcântara se elevava no templo;
c) Aqui no Brasil, o padre José de Anchieta levitava quando orava à Virgem Maria;
d) Santa Catarina, suposta morta, ergueu-se do caixão, alçando voo até a abóbada da igreja, onde seria realizada a cerimónia de seus funerais.
6°) Tais factos são chamados pelos alemães de poltergeist e servem de exemplificação às casas mal-assombradas, muito comuns na Grã-Bretanha; e não só lá. Aqui no Brasil também, como ocorreu na cidade mineira de Ituiutaba, onde a polícia não sabia mais o que fazer quando em dada residência mãos invisíveis atiravam pedras no telhado, pondo em polvorosa a população local, conforme noticiou o jornal carioca Correio da Manhã em sua edição de 7 de maio de 1960.
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