LUZ ESPÍRITA
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:52 am

Vai precisar de recursos fisioterápicos.
Ele concordou.
Dali os técnicos o levaram a um hospital na espiritualidade, crente de que estava curado, faltando-lhe apenas exercícios para os músculos.
Riquíssima é a experiência mediúnica.
Ao entrar em contacto com Espíritos saídos de masmorras, deformados perispirituais, vampiros, famintos e sedentos, suicidas, acidentados, obsessores, mentores, trabalhadores comuns, o médium retracta-lhes as emoções em cores fortes e gestos patéticos.
Nessas situações, ele pode levantar-se, (e até ser atendido), desfalecer, imobilizar-se por indução hipnótica dos mentores sobre o obsessor, sentir-se baleado, esfaqueado, roído por vermes, sufocado, aliviado, feliz...
É a dinâmica da desobsessão, de cuja reunião são excluídas a monotonia e a rotina, pela infinita diversidade de eventos e emoções de que se reveste.
Ali jamais alguém poderá dizer-se formado ou mestre, pois a aprendizagem é contínua e por demais complexa para uma simples existência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:53 am

Em uma reunião mediúnica, um Espírito pode falar um idioma e ninguém entendê-lo?
“Como já dissemos, os Espíritos não têm necessidade de vestir os seus pensamentos com palavras.
Eles os percebem e os transmitem naturalmente entre si.
Os seres encarnados, pelo contrário, só podem comunicar-se pelo pensamento traduzido em palavras.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIX, questão 225)
Diz Allan Kardec, com muita propriedade, que ninguém, e ainda menos um Espírito desencarnado de ordem elevada, pensa neste ou naquele idioma.
Simplesmente pensa. E aquele que possuir percepções capazes de compreender seu pensamento entendê-lo-á naturalmente.
Em outra ocasião, o mestre francês, reportando-se ao estudo dos fluidos, escreve:
"[...] criando imagens fluídicas, o pensamento se reflecte no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa.
[...] Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo."
(A Génese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 33.a ed., F.E.B., 1990. Trad. de Guillon Ribeiro.
Cap. XIV, questão 15, p. 283)
Como é então que, sendo a maneira natural de comunicação no mundo espiritual a transmissão de pensamento e sendo o ato de pensar criativo em si, formando imagens que podem ser percebidas por outros Espíritos, um desencarnado não consiga fazer-se entender para um médium com possibilidades de captação de mensagens desse teor?
É preciso que sejam atendidas as condições essenciais das comunicações mediúnicas:
a afinidade fluídica e a sintonia vibratória.
Mas, se tais condições existirem e o desencarnado não conseguir a transmissão, o que ocorre?
Nesse caso, é necessário analisar os pormenores da situação.
1 - Em reuniões mediúnicas sérias, isso geralmente não ocorre devido à sua prévia programação pelos dirigentes espirituais.
Tal comunicação seria perda de tempo, a não ser que o comunicante tivesse que passar por um choque anímico.
Afora essa necessidade, não haveria motivo para que tal comunicação viesse a ocorrer, pois aqueles que coordenam os trabalhos saberiam das condições dos comunicantes da noite.
Seria também faltar com a caridade para com os mais necessitados, que se veriam privados de atendimento.
Nesse caso, os dirigentes primeiro fariam um treinamento com o Espírito.
2. O pensamento cria imagens fluídicas, constrói cenários, objectos etc., mas, para isso, precisa de vontade e poder.
Quanto mais evoluído o Espírito, mais seu pensamento é poderoso em suas construções.
Todavia, tais construções dependem da vontade firme e da persistência ou afirmação daquele pensamento construtor.
Quando a entidade é inferior, incapaz de accionar as forças do pensamento, desconhecedora até da realidade criadora que lhe é peculiar, sente e age como um encarnado.
Aqui, caminha pesadamente.
Ali, comunica-se com a linguagem a que se habituou na última romagem terrena.
Além do mais, nem sempre pensamos firme naquilo que falamos.
Um homem pode chegar ao mercado e pedir um quilo de feijão sem estar formando a imagem mental do pacote pedido, por aquilo ter-se constituído em ato mecânico, sem esforço mental.
No entanto, se este mesmo homem perde a caneta e passa a procurá-la, o objecto tornou-se o centro de sua preocupação, sendo lógico que a sua imagem mental se destaque.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:53 am

Somente um Espírito inferiorizado poderá defrontar-se com uma situação em que não consiga fazer-se entender, o que é motivado pela sua ignorância.
Nesse caso, os Espíritos conseguiriam um intérprete para ele ou teriam de, captando suas ondas mentais, decifrá-las, transformando-as em mensagens.
3. Os médiuns treinados realmente recebem mensagens de Espíritos de diferentes nacionalidades, através das vibrações do pensamento, aprendendo a distingui-las umas das outras com precisão.
Yvonne Pereira cita que possuía amigos franceses, espanhóis, poloneses, russos, hindus, egípcios, e que todos falavam e escreviam pela sua mão, sendo distinguidos perfeitamente pelo seu tom vocal (vibração do pensamento), mesmo que aquele que falasse estivesse entre cem outros.
Os médiuns entendem perfeitamente e transcrevem o que dizem os Espíritos, mas não sabem em que idioma falam.
Sabem que o que recebem é aquilo que o Espírito pensa, ou seja, que ele está falando a linguagem do pensamento, que, aliás, lhes é o meio de comunicação usual.
Acreditamos que, quando algum Espírito não consegue comunicar-se com um médium em carácter inteligível, a razão se deve à sua alienação mental (estado patológico gerado por psicoses, hipnotismo, desregramentos etc., muito comum em reuniões de desobsessão) ou em virtude de sua inferioridade mental ou moral, sendo tal facto uma excepção à regra.
Aqui, como em tudo, a lei do progresso se encarregará de efectivar a comunicação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:53 am

Constitui para o médium algum perigo visitar alienados mentais?
“Como já disse, isso depende do estado físico e moral do médium.
Há pessoas que devem evitar qualquer causa de super-excitação.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 221, § 4)
Quando não se tem controle, há perigo em tudo.
No trânsito, na bebida, na comida, não havendo motivo para que seja diferente com a mediunidade, que pode oferecer algum perigo se aquele que a possui não a educa, única maneira de controlá-la.
Se o médium se descuida dos aspectos éticos e morais da vida, as suas companhias espirituais passam a influenciar-lhe a conduta, dirigindo-o e lançando-o em viciações, onde se comprazem e se locupletam.
Se um carro é uma arma fatal nas mãos do irresponsável, o médium também o é nas garras dos Espíritos infelizes.
Utilizando-o como factor de desarmonia, eles introduzem a discórdia no trabalho, a agressão na família e a antipatia em todo aquele que apresenta dissonância para com seus actos.
A mediunidade em si não é responsável por nenhum contratempo no caminho evolutivo do Espírito.
A sua neutralidade deve ser dirigida pelo senso moral de quem a possui, direccionando-se aos píncaros da glória ou aos pântanos da degradação.
Por esta razão, todo e qualquer perigo que o médium venha a sofrer pela sua condição de sensitivo, terá, na ajuda espiritual de que se fizer credor, o amparo relativo ao bom ou mau uso da sua faculdade.
Baseado em tais conceitos, podemos afirmar que o perigo na permanência de um médium em uma casa de alienados mentais está na razão directa do seu despreparo físico, psíquico e moral.
Se ele é frágil, impressionável, instável em seu humor, deve abster-se de tais visitas, visto que emocionalmente se desestabiliza e, nessas condições, pode encontrar sintonias que mais o perturbem, pela sua condição de antena viva.
Mas como pode uma simples visita a um enfermo mental desequilibrar um médium impressionável?
Pela ambiência psíquica de qualquer hospital e, em particular, dos manicómios.
O médium, podendo ver e ouvir o que se passa na ambiência espiritual, defrontar-se-á com figuras animalescas, com verdugos frios e agressivos, com cenas de violência e humilhação, com o sadismo, com a vampirização, além do cenário comum aos não dotados dessa faculdade.
Se as sentinelas desencarnadas daquele obsidiado a que visita lhe notam a fragilidade, tanto pior para ele, caso não consiga um clima de prece que lhe favoreça, pelo menos, o afastamento do local sem maiores danos.
Um médium equilibrado não se perturba com tais cenas.
É consciente de que os que ali se encontram estão submetidos à lei do carma e que nunca ficarão desassistidos pelos bons Espíritos, que aguardam condições propícias para sua intervenção.
Sabe manter um clima de calma através da prece e, sobretudo, não teme as agressões, o que desestimula uma sintonia pelo medo.
Reconhece a sua condição de obreiro da caridade, onde a discrição não lhe permite vulgarizar a dor alheia, silenciando ante a degradação observada.
Por que citar o que vê?
Não é isso justamente um factor de agravamento para a situação, se feito inadvertidamente, quando os verdugos, sentindo-se descobertos e observados, mais abusam de suas vítimas, para que se lhes admirem as façanhas e respeitados sejam o seu poder e o seu domínio diante daquele que capitulou?
E se o enfermo escuta?
Não sentirá acanhamento?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Jan 26, 2018 9:53 am

O médium educado pode visitar qualquer antro de dor ou degradação humanas, sem envolver-se emocionalmente, no sentido de passar a viver o drama do enfermo, igualando-se a ele na necessidade de auxílio.
O seu envolvimento deve ser através da caridade e da racionalidade na ajuda prestada, o que não deve ser entendido como frieza ou desinteresse pela dor alheia.
A postura diante da dor é a de auxílio e não de pessimismo ou de afobação.
Solidariedade diante do que sofre não significa sofrer com ele ou por ele mas buscar soluções para atenuar-lhe o sofrimento, dentro da nossa caridade racional, o que não nos isenta de também sofrermos por ele.
Mas, em assim agindo, esse sofrimento terá sido pelo esforço de construção e não pelo desgosto da aflição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 28, 2018 11:51 am

Um médium pode desencarnar por efeito de uma comunicação?
“No momento em que exerce a sua faculdade, o médium se acha em estado perfeitamente normal?
Às vezes se acha num estado de crise mais ou menos definido.
É isso que o fatiga e é por isso que necessita de repouso.
Mas, na maioria das vezes, seu estado não difere muito do normal.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIX, questão 223, § 1)
Em se tratando de reunião mediúnica séria, o máximo que presenciei foi o médium tomar-se de sudorese, alta taquicardia e vomitar violentamente.
Ocorre que um suicida que há três dias houvera ingerido forte dosagem de veneno o acompanhara ao centro espírita, tornando-se imperiosa emergência atendê-lo.
Os Espíritos que mais sofrimentos trazem aos médiuns, antes, durante e até após a comunicação são os suicidas.
Quando os mensageiros espirituais, mesmo em se materializando o mais possível, não se fazem notados ou compreendidos por tais enfermos, tornando-se ineficaz a medicação que ministram devido aos pacientes permanecerem atordoados, semiconscientes e incapacitados para quaisquer aquisições de progresso pela inércia mental que demonstram, torna-se urgente despertá-los, através da revivescência pelas vibrações animalizadas a que se habituaram, para que entendam, através de acções e palavras humanas, o seu próprio estado.
Pesquisados e escolhidos os médiuns que os atenderão, o que aceitam por livre vontade, são minuciosamente examinados física e perispiritualmente, supridos em fluidos vitais de pura qualidade e corrigidos em suas deficiências e excessos, com vista a suportarem e dominarem as emanações agressivas dos seus futuros manifestantes, beneficiando-os com seus próprios fluidos vitais.
Pode-se afirmar que a ligação fluídica entre médium e desencarnado se estabelece nesse instante, quando os técnicos harmonizam as correntes magnéticas em estreita afinidade entre enfermeiro e enfermo, determinando a combinação dos fluidos, tomando como base a atracção simpática facultada pela vontade de servir e a necessidade de ser servido.
A partir daí, o médium pode sofrer, em grau menor que o desencarnado, alguns dos seus sintomas, tais como forte depressão, acentuada amargura, náuseas, insónia, perda de apetite e dores localizadas, a depender do género do suicídio.
Mas é no momento da comunicação que todo o peso do sofrimento do suicida se transfere para o intermediário.
Sentindo-se o infeliz novamente vivificado, chora, desespera-se, assiste novamente ao gesto ofensivo praticado contra si mesmo, sofrendo em toda a plenitude as dores dele advindas, levando as mãos aos órgãos lacerados como a querer repará-los.
Grita e soluça como a querer voltar no tempo, demonstrando, através da máscara do desespero, o arrependimento tardio que mais o martiriza.
Suas vibrações mentais enfermiças e descontroladas se insurgem contra as vibrações do médium e dos assistentes, canalizadas para esse mister, a fim de neutralizar e sobrepor-se às ondas nocivas emitidas pelo enfermo.
Assemelha-se o evento a fortes ondas marítimas que se anulam pelo entrechoque, resultando, após o turbilhão, suave nivelamento a tomar o sentido das ondas mais fortes.
É quando o enfermo, após passar para o médium as suas cargas viciadas, começa a assimilar os fluidos vitais do médium e dos mentores, que se traduzem em anestesiantes e tonificantes, qual transfusão sanguínea que fosse ministrada a moribundo prestes a desfalecer.
Não há como esconder que o médium absorve, qual filtro humano, as energias danosas do suicida, dela liberando-se em seguida, após o que oferece vigorosa doação de fluidos vitais de sua parte para o enfermo, sendo tomado de certo esgotamento momentâneo.
Esse choque anímico é natural.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 28, 2018 11:51 am

Mas devemos lembrar que, antes da comunicação, o médium se satura de fluidos vitais e que os técnicos suprem toda deficiência que, porventura, venha a apresentar-se em seu complexo físico ou perispirítico.
Por esta razão, o desencarne em uma mesa mediúnica é uma probabilidade nula, não se tendo notícia de tal ocorrência na história do Espiritismo no Brasil, garantia confirmada pelo perfeito acompanhamento técnico e espiritual em qualquer comunicação séria.
Fora da mesa mediúnica, nos casos de obsessão grave, os suicidas podem oferecer perigo tanto para encarnados quanto para desencarnados não precavidos através de suporte mental disciplinado no bem.
Ao permanecer o suicida junto de alguém que possua tendências à depressão ou ao suicídio, a contaminação é inevitável e o suicídio provável, sendo este efectuado até mesmo de maneira inconsciente, pelo estado de loucura a que a vítima é levada pela proximidade ao enfermo.
A uma criança que não tiver assistência espiritual adequada ele pode causar um mal súbito.
Mas sosseguemos.
Os suicidas são recolhidos ou encaminhados por suas próprias vibrações a locais específicos junto aos seus iguais.
Constitui excepção um que seja utilizado por obsessores para induzir terceiros ao suicídio.
Se algum médium recusa o trabalho, com receio de sofrer por amor a Jesus, por certo está longe dos primeiros cristãos, que se entregavam em sacrifício por esse mesmo amor.
Se hoje, fora da exigência de tamanho suplício, o cristão negligencia, é justo pensar que a sua coragem diminuiu, seu amor arrefeceu e a sua caridade ficou no passado.
Se não existe maior amor do que o daquele que dá a vida pelos seus irmãos, ao repelirmos qualquer incómodo pela negação ao serviço mediúnico, estaremos negando esse amor, fundamento do Espiritismo, que tem em Jesus seu mestre maior, encarnação do amor, o qual viveu, padeceu e deu a vida por todos nós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 28, 2018 11:51 am

Na Bíblia, há casos de mediunidade?
“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou atender ao nosso apelo, isto é, ser evocados.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 269)
Cantando o velho e ultrapassado refrão que cita as proibições de Moisés contidas no Êxodo, no Levítico e no Deuteronómio, vários teólogos e numerosos detractores do Espiritismo tentam fazer crer a todos que a comunicação com os mortos foi proibida por ser malévola, já que negá-las ali é impossível.
Dizem até que Satanás se disfarça e engana os médiuns nas sessões espíritas.
Ora, se Satanás é tão bom actor assim, não poderia igualmente disfarçar-se em vigário ou em pastor e contaminar todo um rebanho não espírita?
Por que será que, nas cabeças desses religiosos dogmáticos, Satanás só gosta de Espiritismo?
Todavia, Moisés condenou o comércio das coisas santas e a actuação de magos, feiticeiros e adivinhos, prática inexistente no Espiritismo.
Os judeus buscavam tais personagens por motivos pueris e, em assim fazendo, renegavam a fé em Deus, onde tudo deve ser buscado aliado ao esforço próprio de cada um.
Os que se deixavam fascinar pelos sortilégios excluíam-se da directriz do Deus único, passando a imitar os povos acostumados à idolatria, e isso Moisés não admitia.
Mas, ele próprio grande médium, não recebeu os dez mandamentos, através de escrita directa ou, quiçá, de psicografia? Séculos após a sua morte, no episódio descrito pelos evangelistas como transfiguração, ele e o também desencarnado Elias não conversavam com Jesus?
Por acaso isso não seria comunicação com os mortos?
Como essa comunicação envolveu os dois maiores expoentes da religião judaico-cristã, Jesus e Moisés, não poderia estar incluída na esfera das proibições, por ser um fenómeno natural, benéfico e necessário aos dois mundos.
Isso reforça o nosso raciocínio da proibição de Moisés estar restrita aos abusos das negociatas com os Espíritos que não eram da parte de Deus, pois também consta na Bíblia o conselho para não se acreditar em todos os Espíritos, devendo-se antes certificar-se se procedem de Deus. (I João, IV: 1)
Claro, lógico e evidente que João não proibiu as comunicações, mas, sabiamente, aconselhou prudência na escolha dos comunicantes.
E assim procedeu Jesus, escolhendo Moisés e Elias.
Episódio de clareza ofuscante nesse sentido (de que a consulta a oráculos, videntes e pitonisas era rotina na Antiguidade) lê-se em I Samuel (IX: 9):
Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia:
“Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente.
Mais à frente, lê-se em I Samuel (XXVIII: 8-12):
Saul [...] foi à pitonisa de Endor, disfarçado, e lhe disse:
Rogo-te que me adivinhes por meio do Espírito e me evoque quem eu te disser.
A mulher lhe respondeu:
Tu sabes o que fez Saul, que exterminou do país os nigromantes e os adivinhos; por que, pois, armas uma cilada à minha vida, para levar-me à morte?
Mas Saul lhe jurou pelo Senhor, dizendo:
Tão certo como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso.
Então lhe disse a mulher:
Quem te devo evocar?
Respondeu Saul:
Evoca-me Samuel.
Mal a mulher viu Samuel, lançou espantoso grito e disse a Saul:
Por que me enganaste? Tu és Saul.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 28, 2018 11:52 am

O episódio é bem conhecido e mostra que, naquele instante, o rei Saul não teve dúvidas em solicitar de Samuel um conselho para a batalha que logo mais enfrentaria.
Os opositores do Espiritismo, férteis em desculpas infantis, dizem que, por causa dessa consulta, Saul foi castigado e perdeu a guerra.
Reforçamos aqui que quem persegue a verdade sempre encontra um meio de encontrá-la, e quem tem medo desse luminoso confronto sempre arranja uma desculpa para evitá-lo.
Aos que hoje chamamos médiuns, chamavam profetas antigamente.
Ao que se baptizava de milagres, diz-se hoje efeitos de causas naturais, explicados pela actuação perispirítica e pelo estudo dos fluidos.
Se, em uma das paredes do palácio do rei Baltazar, uma mão materializada fez uma inscrição na parede (Daniel, V: 24-28), com o médium Henry Slade isso se tornou banal.
Se o maná alimentou os israelitas no deserto, transportado, segundo supomos, pela mediunidade de Moisés e de outros anciãos, esse fenómeno de transporte vulgarizou-se com as experiências de Zöllner com Madame D'Espérance.
Os fenómenos luminosos, as aparições, as vidências comuns na Bíblia foram por demais pesquisadas e comprovadas por sábios do mundo inteiro.
William Crookes, por quatro anos, aprofundou-se cientificamente nas materializações, movimentos de corpos pesados sem esforço mecânico, fenómenos de percussão sem contacto, aparições luminosas e outros do mesmo género, chegando à conclusão de que todos esses fatos eram reais e explicáveis com a actuação de inteligências desencarnadas.
Os sonhos, os pressentimentos, os avisos, as aparições de anjos, eventos comuns na Bíblia, fazem parte do cotidiano do cidadão moderno chamado de vidente ou clarividente, faculdade comprovada cientificamente pela parapsicologia de Rhine.
Chamam-se aos anjos, na actualidade, Espíritos, Bons Espíritos, que, em todas as épocas, se preocuparam com os seus protegidos e com o bem geral do planeta.
Como foram humanas as personagens que escreveram e vivenciaram os fatos bíblicos, a mediunidade não poderia estar ausente na grande maioria deles, visto ser ela uma faculdade humana.
Não é justamente a mediunidade a porta de acesso ao mundo espiritual?
E não é este que sobrevive, direcciona, acompanha e inspira os pobres mortais chumbados ao solo?
Se somos Espíritos, embora temporariamente encarnados, por que deveríamos ficar ilhados na matéria, marginalizados, sem acesso à cultura espiritual, exilados, sem comunicação com as nossas origens?
A Bíblia confirma os factos mediúnicos, embora alguns teólogos retrógrados neguem essa realidade.
A mediunidade em Jesus era sumamente refinada.
Desde os efeitos físicos (transformação de água em vinho); a levitação (caminhando sobre a água); a clarividência (pesca milagrosa); até suas numerosas curas evidenciam a superioridade do seu Espírito como intermediário entre Deus e os homens.
Jesus considerou que aquele que tivesse fé faria maravilhas como ele, uma vez que a fé, como instrumento da vontade firme, é um poderoso auxiliar no intercâmbio entre os planos humano e divino.
Mediunidade é o meio que Deus nos concedeu para estarmos mais próximos dele, através de seus auxiliares.
Que nos confirmem os primeiros cristãos essa afirmativa, quando recorriam ao Espírito santo, ou melhor, aos Espíritos santos.
A comunicação com o mundo espiritual não é profanação, uma vez que os Espíritos comparecem espontaneamente e de bom grado às reuniões; alguns, para ajudar; outros, para serem ajudados; todos conscientes de que, em tais reuniões, impera o respeito, a caridade e a disciplina, que se deixam supervisionar pelo amor fraternal.
Quem quiser comprovar tal assertiva, que se torne digno da doutrina e nela adentre, sem preconceitos que tolham as experiências.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 28, 2018 11:52 am

Com que idade o médium deve deixar de trabalhar em reuniões mediúnicas?
“Vê-se, pois, que o problema da idade está subordinado tanto às condições do desenvolvimento físico, quanto às do carácter ou amadurecimento moral.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 222)
Essa pergunta foi formulada ao Chico Xavier, por um médium ansioso por aposentadoria em seu mediunato.
Emmanuel, que a tudo assistia, presto respondeu:
Chico, diga a ele que o mais velho de todos é Deus, e ainda não está aposentado.
Reforçamos aqui uma outra resposta, nesse final de conversa, pois extensa foi a pesquisa, elaborada no sentido de tornar o entendimento da mediunidade mais acessível.
Esta foi endereçada a Kardec quando indagou ao Espírito de Verdade sobre o limite do trabalho.
"É o limite das forças", o que quer dizer que, enquanto o homem tiver condições de mobilidade e raciocínio, deve trabalhar pela sua evolução moral-intelectual.
É lembrete evangélico que Deus não põe fardos pesados em ombros frágeis.
Demonstra a natureza que tudo trabalha até seus últimos alentos.
Uma folha fabrica foto-síntese até que caia amarelada pelo tempo.
Nas últimas gotas de lama dos rios, mesmo poluídos, seres vivos microscópicos tentam sobreviver até a morte.
O homem tem mudado radicalmente a face do planeta pelo trabalho, embora seus frutos não sejam distribuídos com generosidade.
No plano espiritual, onde as limitações materiais estão geralmente ausentes, o trabalho é incentivado e duplicado conforme as aspirações e as condições de quem o executa.
Por que alguém no Centro Espírita, médium ou não, se ausentaria de suas tarefas em pleno vigor físico?
O trabalho mediúnico deve continuar a ser exercido tendo como limite as forças e a lucidez.
O primeiro a beneficiar-se do contacto com a luz é aquele que a faz brilhar.
Não consta nos ensinamentos espíritas que os Espíritos tenham discriminação com os mais velhos.
Esse é o procedimento de encarnados que, motivados pela cobiça, despedem, ou não contratam em suas fábricas pessoas maduras, quando mais poderiam contribuir com ideias e experiências.
Valorizemos a maturidade e a velhice, pelo tanto que já fizeram e pelo muito que ainda podem fazer com seus conselhos e sua força.
Quando alguém exclui os mais velhos ou os discrimina em qualquer campo de actividade, está abrindo imenso fosso entre si e os abrigos que o protegeriam mais tarde, posto que todos envelhecem.
É preferível e mais fácil sermos encontrados com maior presteza pelos amigos espirituais, quando de arado nas mãos.
Por isso não negligenciemos.
A oportunidade de serviço é o caminho mais curto para a nossa redenção espiritual.
Que não impressione negativamente a ninguém os cabelos brancos de outrem; basta que se procure adequar cada função às condições do executante, e o comboio não sairá dos trilhos.
Esse texto é para meu velho amigo Ferreira, o "seu Ferreira".
Quando, ainda adolescente, ingressei nas reuniões de educação da mediunidade, já o encontrei actuante e disciplinado.
Hoje já se passaram trinta anos e ele continua firme em seu ideal de aprender e servir.
Uma vez lhe perguntei em tom de brincadeira se com seus cinquenta anos de mesa mediúnica ele não pensava em aposentar-se.
"Como?! Em Espiritismo não tem aposentadoria."
Foi a sua resposta.
E que Deus nos dê forças e coragem para ter no trabalho a inspiração maior de cada dia.

Despeço-me com a antiga saudação cristã:
"A paz esteja contigo".
Até o próximo livro.

Luiz Gonzaga Pinheiro

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