LUZ ESPÍRITA
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro - Página 2 Empty Re: DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:51 pm

As médiuns gestantes podem "receber" Espíritos?
“Há casos em que é prudente e mesmo necessário abster-se ou, pelo menos, moderar o uso da mediunidade.
Isso depende do estado físico e moral do médium, que geralmente o percebe.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 221, § 3)
O Espírito enfermo ou obsessor, quando em contacto com o médium, transfere-lhe fluidos densos que são absorvidos e eliminados por este, que funciona como um fio terra, amenizando a situação aflitiva do comunicante.
Casos há em que o médium, ao traduzir a palavra de suicidas, cancerosos, tuberculosos em estado grave ou mesmo irmãos que atuam na quimbanda em rituais macabros, é tomado de grande sufocação e pesar, experimentando no corpo as sensações que os enfermos e vampiros imprimem, chegando mesmo a ser desdobrado após a comunicação, para que seja atendido em locais saturados de fluidos vitais, ocasião em que lhe é devolvida a cota fluídica subtraída pelo contacto enfermiço.
As sensações que o médium sofre nessas comunicações são as mesmas que os enfermos padecem.
Quando a ligação fluídica é efectuada um ou dois dias antes da reunião, o medianeiro começa a mostrar os sintomas de sua companhia, quando é acometido de vómitos, dores intensas, falta de ar, arritmia, calafrios, formando um quadro clínico que só é desfeito após a comunicação, quando a ligação já não existe.
Muitas vezes tenho assistido a queixas e exames clínicos de médiuns que, somente pelas comunicações que traduzem, são esclarecidos e curados através do afastamento da causa que deu origem aos distúrbios.
Por tais motivos, desaconselha-se à médium psicofónica a permanência na reunião desobsessiva, quando é evidente o seu estado gestatório, visto que a agressividade fluídica a que se expõe pode atingir o feto em formação, caso não haja protecção ostensiva por parte da equipe espiritual.
É sabido que, em seguida ao ato sexual, o perispírito do reencarnante em estado reduzido é ligado ao zigoto, processo que é orientado e assistido pelos Espíritos interessados naquele reencarne.
A mãe, mentalizando e enviando ao filho propostas de paz e de aconchego, completa a protecção a que a criança tem direito.
Caso a gestante insista em actuar ostensivamente na área psicofónica, os mentores deverão realizar uma selecção entre os comunicantes para que somente os menos enfermos possam por ela transmitir suas aflições, o que deveria prolongar-se pelos três primeiros meses de gestação.
Mesmo assim, é vital que a sua organização uterina em nada sofra perturbações, o que significa dizer que deve afastar-se dos trabalhos mediúnicos, podendo participar de palestras e demais actividades doutrinárias e sociais da casa espírita.
Passada a gravidez, o retorno ao trabalho é sempre um tónico salutar para a paz íntima de quem se fez servo do Senhor, através do auxílio aos irmãos de infortúnio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:52 pm

No período menstrual, a médium pode ir às reuniões mediúnicas?
“Há infelizmente muita gente que toma a sua própria opinião por medida exclusiva do bem e do mal, do verdadeiro e do falso.
Tudo o que contradiz a sua maneira de ver, as suas ideias, o sistema que inventaram ou adoptaram é mau aos seus olhos.
Falta a essas criaturas, evidentemente, a primeira condição para uma recta apreciação: a rectidão do juízo.
Mas elas nem o percebem.
Esse o defeito que mais enganos produz.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIV, questão 267, § 26)
Nem mediunidade nem menstruação são doenças do corpo.
A primeira é uma faculdade humana que independe das condições morais e fisiológicas.
A segunda faz parte da constituição física feminina, onde o organismo é adequado à função reprodutiva. O ciclo menstrual é, portanto, intrínseco ao aparelho reprodutor da mulher, o qual é programado para que, mensalmente, receba as condições de gerar um outro ser vivo pela fecundação, ocasião em que o espermatozóide se une ao óvulo para repetir o milagre da vida.
Se não ocorre a fecundação, o óvulo degenera e é expelido com seus acompanhantes.
A isso chamamos de menstruação.
Ocorre que, em algumas mulheres, esse período menstrual se faz acompanhar de cólicas que geram mal-estar, impossibilitando-as ao exercício da mediunidade, não somente pela problemática menstrual, mas devido à influência física reflectida sobre a mente, dificultando uma concentração adequada ao transe mediúnico.
Nestas, aconselha-se a abstenção da tarefa até que seus organismos sejam apaziguados, o que não é duradouro.
Noutras, onde este período não lhes acarreta o incómodo dos espasmos, não existe nenhuma inconveniência em permanecer na labuta, visto ser dever moral de quem assume uma tarefa concluí-la e repeti-la, se for o caso.
Aquelas que se ausentam da mesa dos trabalhos nessa condição, exceptuando-se os casos patológicos onde o fluxo menstrual é intenso, incluem-se entre as faltosas sem motivo justo, uma vez que, em não sendo a menstruação uma doença, está caracterizado o quadro de saúde, situação incompatível com a falta ao dever.
Interpretar de outra maneira é mostrar ignorância ou cair no desculpismo vulgar, tão explorado por frequentadores ainda não cientes da responsabilidade e da gravidade de uma reunião mediúnica, onde a ausência de um intermediário deixa sem atendimento os enfermos a ele ligados.
É preciso encarar este assunto com naturalidade, com a consciência de que a menstruação em nada influi no carácter das comunicações.
Ausentar-se dos trabalhos, sem as restrições inicialmente descritas, que se constituem em justo motivo de paralisação, é negligenciar, descredenciar-se ante a função de enfermeira, cujo compromisso é assumido mesmo antes do reencarne, gerando para o futuro, se não demissão, ao menos repreensões por parte da consciência, pelo descaso no trato das questões divinas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:52 pm

Durante o transe mediúnico, o médium muda a voz? A caligrafia?
“Fenómeno muito comum entre os médiuns escreventes é o da mudança de caligrafia, segundo os Espíritos que se comunicam.
E o mais notável é que a mesma caligrafia se repete sempre com o mesmo Espírito e, às vezes, é idêntica à que ele tinha em vida.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 219)
Isto é bastante comum nas reuniões mediúnicas e decorre de uma aptidão especial do médium.
Na psicografia, a evidência é maior que na psicofonia e é própria dos médiuns mecânicos, cujos movimentos dos braços são inteiramente coordenados pelo manifestante, que imprime na caligrafia seus traços ortográficos, seu estilo, sua personalidade.
É a sua presença, sua individualidade inconteste que ali se manifesta.
Todavia, médiuns semi-mecânicos podem apresentar um misto ortográfico composto de caligrafia sua e do comunicante, por haver, nessas circunstâncias, a actuação e a influência conjugada de ambos.
Na psicofonia, o acontecimento é de maior raridade, visto essa aptidão especial, de fácil manobra nos músculos do braço, nos quais o Espírito não encontra barreiras anatómicas ou fisiológicas, não se repetir nas cordas vocais, instrumento mais sensível e afinado ao ritmo respiratório e nervoso do médium.
Uma pessoa possui o timbre de voz particular, mas não se caracteriza por movimentos sincronizados do braço, o que seria um tique nervoso.
O que quero dizer é que a manifestação vocal de uma pessoa é quase sempre uniforme, característica esta ditada pela conformação das cordas vocais.
Para arrancá-la desse diapasão seria necessária outra afinação, requisitando um efeito quase material ou fortemente mecânico, para fazer-se notar.
Isso já não ocorre com os músculos do braço, afeitos a toda sorte de movimentos, cuja flexibilidade nenhuma resistência oferece aos impulsos que os dirigem.
Como na comunicação psicofónica o médium geralmente transmite as ideias que recebe já censuradas pelo seu espírito, o normal é que o timbre vocal seja o seu, alterado conforme as condições emocionais do comunicante.
Pode ocorrer no entanto que, em condições onde o desencarnado se aproxime demasiado do corpo do médium, a tal ponto de quase se apossar dele, sendo este manifestante de ordem inferior, brutalizado pela cólera, (vampiro, Espírito trevoso que faz sacrifícios de animais em trabalhos contra o próximo), devido à materialidade e à densidade do seu perispírito, produz a ele um efeito quase material nas cordas vocais que utiliza, alterando o tom vibratório do aparelho fonador com consequente mudança de voz do médium.
Esse mesmo medianeiro, em comunicações amenas, onde a afinidade fluídica com o manifestante lhe permita harmonia fisiológico-emocional, transmitirá a mensagem pela voz que o particulariza.
A não ser que por necessidade científica, comprovação de pesquisas nessa área ou outro motivo qualquer relevante, os Espíritos lhe promovam nas cordas vocais a característica vibratória que traduza semelhança no timbre vocal do comunicante; mas esse facto constituiria excepção.
Tratamos aqui da mudança de timbre da voz, o que não deve ser confundido com a mudança de estilo da voz.
O médium, ao transmitir a mensagem de uma criança, apenas lhe imita a voz, sem descaracterizar o seu timbre vocal.
Mudar a voz é mudar a qualidade sonora, a qual depende da interacção existente entre os sons, cuja união origina um som fundamental em frequência fundamental.
Mas isso não é tudo.
Há de se examinar, para efeito de comprovação de autenticidade da voz e da caligrafia, as condições físicas e morais do médium, factores decisivos em qualquer tipo de manifestação mediúnica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:52 pm

Se ele for intelectualmente frágil, e o comunicante o seu oposto, este terá que vencer a dificuldade decorrente do fato, que poderá ser menor na psicografia e infinitamente maior na psicofonia.
Se o médium for um farsante, poderá imitar voz ou caligrafia,
bem como o estilo do desencarnado.
Se possuir debilidade física poderá, mesmo diante da veracidade dos fatos, não convencer, pois algumas letras podem fugir ao padrão normal do desencarnado, ou a voz conter certo tremeleado em algumas frases.
Mudar a voz ou a caligrafia pouco importa no desempenho mediúnico.
Louvável é mudar o curso da vida para o farol evangélico, e orientá-la pela bússola do trabalho e pelo mapa do estudo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jan 21, 2018 12:52 pm

O meio exerce influência sobre o médium?
“— Todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam para o bem ou para o mal.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXI, questão 236, § 1)
Desde que somos sempre acompanhados de encarnados e desencarnados que simpatizam com as nossas ideias, há de se pensar que influenciamos e somos influenciados, tanto pelo meio ambiente em que vivemos, quanto pelo relacionamento social que praticamos.
O meio sempre influi na formação moral e intelectual do homem.
Ali, onde ele convive, sofre as pressões ambientais, geográficas, históricas, sociais, económicas, e as pressões de ordem moral, a reflectirem-se na violência, na marginalidade, nos preconceitos e nos seus opostos, ou seja, no sentimento de religiosidade, na busca pela justiça, na bravura de alguns que procuram firmar-se espiritualmente.
Às vezes, o Espírito reencarna com o objectivo de vencer as suas tendências guerreiras, ou o desvio de personalidade que o caracteriza como viciado, oportunista, salteador, e nasce justamente naquele meio onde são comuns as ocorrências desse género, tendo o ensejo de aceitar ou repelir os actos que podem comprometê-lo.
Ao lado da prova Deus coloca invariavelmente o ensinamento, para que haja reprovação somente pela fragilidade ou negligência do aluno.
É assim que o evangelho de Jesus é citado e exemplificado, guardando-se as proporções, em todos os quadrantes da Terra, nos palácios e nas choupanas.
Ninguém existe que não haja com ele contactado através de algum exemplo nobre a que assistiu, ou por intuição recebida por parte dos amigos espirituais, ou ainda pelas lições a que tem acesso durante o sono.
Todo esse conjunto informativo sobre o evangelho o Espírito tem, malgrado a influência perniciosa do meio onde virá a reflectir-se como o reverso da medalha.
Daí porque ele, e somente ele, decide por servir a Deus ou a mamon, apesar das pressões sociais, psicológicas e materiais.
Se o médium é um proletário, um favelado ou um afortunado, sofrerá certo tipo de influência do meio, que, adicionada à sua vontade de crescer ou à sua estagnação mental, o fará distinguir-se no trabalho em sentido positivo ou negativo.
Contudo, isso não é regra geral.
Sendo o Espírito o governador de sua vontade, ele a pode dinamizar ou paralisá-la, ou ainda canalizá-la para outros objectivos e prioridades que não as espirituais.
Daí haver médiuns debilitados fisicamente que exercitam suas forças no trabalho renovador, tornando-se vigorosos batalhadores do Cristo.
Da mesma forma, o afortunado que ostenta porte atlético pode tornar-se debilitado pelo mau uso do livre-arbítrio, quando se desgasta em objectivos mundanos.
O médium não bafejado pela fortuna pode, por esforço de aprendizagem, nas palestras, conversações, estudos, leituras de obras mesmo emprestadas, suplantar quem possui vasta biblioteca sem dela fazer uso.
Em todas as situações da vida, a influência que o meio exerce pode ser subjugada pela vontade disciplinada.
Se aqueles que se dizem nossos amigos, constantemente procuram desviar-nos dos ideais altruístas, resistamos, porque eles se afastarão à vista da falta de afinidade.
Se a resistência a ser vencida é a fome, os amigos espirituais e os encarnados hão de mostrar solidariedade diante do exemplo de fidelidade e dedicação a Jesus.
Se é a chuva, o sol, o preconceito, a dor, a morte, nada disso é verdadeiramente obstáculo à vontade firme, nem mesmo a morte, pois esta não distancia o trabalhador do seu posto de trabalho; antes, dele mais o aproxima.
Todos nós sofremos influências, mas somos dotados de uma consciência que nos faculta um julgamento ou uma censura sobre elas.
A lucidez deve prevalecer nesse julgamento, permitindo-nos absorver ou repelir o que nos é sugerido.
Sejam quais forem as influências, partam de onde partirem, mesmo que tenham sua génese em nosso próprio inconsciente, devem ser criteriosamente analisadas, do que deve resultar o aprove-se ou reprove-se da consciência, imparcial juiz a serviço da evolução.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:38 am

O médium pode fazer sexo no dia da reunião?
“Se o médium é de baixa moral, os Espíritos inferiores se agrupam em torno dele e estão sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos a que ele apelou.
As qualidades que atraem de preferência os Espíritos bons são:
a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais.
Os defeitos que os afastam são:
o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se apega à matéria.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 227)
O problema sexual sempre foi assunto de várias controvérsias devido ao falso puritanismo com que foi e é tratado.
O tema era debatido quase sempre a portas fechadas, tido como coisa impura, vergonhosa, pecaminosa, mas praticado por estes que assim o interpretavam, firmando assim o falso moralismo e a hipocrisia em suas personalidades e, ao exercício sexual, o pesado ónus de pecado.
A religião, que deveria resgatar essa imagem, elevando o exercício sexual sadio à condição de factor de harmonia conjugal, de troca de afecto e de energias psicofísicas, mais contribuiu para que o uso do sexo tivesse carácter de culpa, de remorso, de obsessão e até de loucura, pelo desejo incontido de praticá-lo, quando desaprovado pela censura da mente que o entendia uma falta grave.
Ainda hoje, o sexo é tido por alguns como fornicação, devendo-se praticar, para acalmá-la, extensos jejuns e orações, formando-se assim neuróticos e fanáticos que chegam ao ponto da autoflagelação para se sentirem livres desse demónio.
Esquecem que, sendo a necessidade do ato sexual exigência psíquica nos Espíritos que ainda não sublimaram esta função, embora levem o corpo ao desencarne por tanto jejum ou flagelação, o desejo sexual permanece, tal como a fome, a sede e o respirar.
A religião que interpreta o sexo como factor degradante, quando deveria desaconselhar apenas o mau uso, o abuso, o desregramento, peca pela ignorância de atribuir a Deus um sadismo que ele não possui; por fornecer às criaturas órgãos e desejos sexuais, a serem usados, porém, somente em condições específicas, sob pena de tornarem-se impuras fora dessas condições.
Sendo assim, têm de refrear seus instintos, neurotizando-se para isso.
Essa falsa interpretação nas questões sexuais vem de longe: da estória de Adão e Eva, expulsos do Paraíso por terem caído em tentação; das questões ligadas à virgindade de Maria; do pensamento de que, para ser santo, é necessário abster-se de sexo; da exigência do voto de castidade para envergar trajes sacerdotais.
Tanto se reprimiu que a panela de pressão teve que explodir.
Vivemos hoje o que se chama de revolução sexual, o que nada mais é que a liberação sexual, a gerar abortos, doenças venéreas, homossexualismo, divórcio e depravação.
Será que não estamos vivendo um excesso por conta da longa repressão?
Moisés ordenava o apedrejamento das adúlteras.
E os adúlteros?
O que era feito deles?
A existência daquelas não tinha causa, muitas vezes, na acção destes?
Introduziu-se o conceito de honra ligado à virgindade da mulher e dizia-se desonrada aquela que tivesse tido relacionamento sexual antes do matrimónio.
Mas os hipócritas que fizeram tal correlação sabiam que a mulher não perde a honra por perder a virgindade.
Honra quer dizer virtude, dignidade, graça, veneração, atributos que podem ser conservados com a mulher em pleno exercício sexual, ligada ao homem por casamento ou não.
O exercício sexual do médium, desde que sadio e regrado, em nada interfere em seu mediunato, mesmo que use dessa actividade no dia da reunião mediúnica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:38 am

E se existe algum Espírito ligado a esse médium para comunicar-se no instante da reunião?
A ligação fluídica não quer dizer ligação de corpos.
Significa que existe um traço identificador, uma sintonia preparada para a ocasião, através da qual podem ser transferidas sensações e emoções do enfermo para o médium e vice-versa.
A sensação de prazer produzida pelo orgasmo em um encarnado não é a mesma para um desencarnado.
A prova disso é que Espíritos apegados ao sexo buscam os encarnados incautos para vampirizá-los, pela exigência que sentem de um prazer mais material.
Se o ato sexual é produzido em clima de ternura e amor entre os parceiros, a sensação que podem passar para algum Espírito que a eles esteja ligado é filtrada em seus fluidos, por assim dizer, físicos, e são repassadas, quando existe necessidade (pois pode haver o bloqueio desse intercâmbio), apenas as sensações de bem-estar, de segurança e de carinho derivadas do ato em si e canalizadas para alívio do enfermo.
Isso ocorre porque tal ligação fluídica é diferente da existente entre um vampiro que se imanta a um desregrado sexual, para sentir-lhe as emoções.
Neste caso há imantação, consciência, vontade, factores relevantes no intercâmbio das impressões, o que não sucede na ligação fluídica médium-enfermo, cuja génese de sintonia ou factor de simpatia que os une na ocasião pode não ser a angulação sexual, possibilitando que essas sensações passem despercebidas do Espírito, que não as identifica como ligadas ao sexo ou que simplesmente as ignora, visto ser o acto sexual um momento privado e respeitado nos lares virtuosos, não havendo oportunidade da participação de terceiros.
Essa ligação fluídica a que nos referimos, médium-enfermo, sendo circunstancial, passageira e específica na angulação fraterna, provoca uma espécie de cortina para a transmissão das impressões sexuais.
No caso do vampiro, a ligação fluídica pode ser longa, a afinidade é mais específica na área sexual, a imantação é perfeita e as vontades se casam naquele objectivo.
Daí haver a ostensividade.
Todavia, casos há em que a abstenção do uso sexual é aconselhável para certas situações.
Quando o médium, ainda não completamente educado em questões sexuais, vai visitar, através de desdobramento, locais onde o sexo é explorado, e quando na reunião vai atender a vampiros sexuais, é conveniente que faça um esforço mental, concentrando suas energias na prece e no objectivo a que deve atender, a fim de evitar sintonias indesejáveis.
Este assunto, entretanto, é tão polémico que julgo necessário explicar que traduzo o que penso baseado no que aprendi e ouvi dos Espíritos.
Não estou transcrevendo a palavra de nenhum Espírito mas a minha opinião pessoal, que pode ser contestada.
Não me consta que o médium deva ser casto para melhor desempenho mediúnico.
O luminoso Bezerra casou mais de uma vez e teve muitos filhos.
Será que o seu exercício sexual o fazia menos caridoso?
Parece-me que o prejuízo está no abuso e no desregramento sexual e não no exercício dele.
Que o orgulho, o egoísmo, a maledicência, o ódio, o ciúme sejam assuntos prioritários no esforço de abstenção, mais do que o sexo em seu exercício sadio, seja em dia de reunião ou não.
Pensemos no assunto e estudemos mais.
Sem ideias preconcebidas e com o Espírito desarmado, por certo chegaremos à conclusão de que a prática sexual não é ilegal, não é imoral, não é pecaminosa, não é suja, não é impura, não é vergonhosa, quando complementa o amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:39 am

Existem passes mais eficientes que outros?
“Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e os homens, mas o magnetizador, tirando sua força de si mesmo, não parece servir de intermediário a nenhuma potência estranha.
— É uma suposição errónea.
A força magnética pertence ao homem, mas é aumentada pela ajuda dos Espíritos a que ele apela.
Se magnetizas para curar, por exemplo, e evocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige os teus fluidos e lhes dá as qualidades necessárias.”

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(Cap. XIV, questão 176, § 2)
Sim! Mas isso corre por conta de múltiplas variáveis que vale a pena examinar.
Essas variáveis podem actuar em conjunto ou isoladamente, sendo, às vezes, neutralizadas pela acção espiritual que visa à eficiência na transmissão fluídica ou sendo mantidas, para que a ineficiência se caracterize, sem nenhum proveito fluídico para o paciente.
Alguém pode questionar afirmando que, sendo a função dos bons Espíritos promover o bem, não podem ignorar a solicitação de ajuda a um enfermo.
A argumentação lógica para a questão é que, atrás de cada enfermidade, existe uma história cujos atenuantes e agravantes decidem pela ajuda a ser prestada.
Às vezes o doente anseia pela medicação mas, recuperada a saúde, compromete-se ainda mais, contraindo cânceres maiores.
De outra feita ele almeja acção medicamentosa, mas, pela lei que confirma a distribuição dos bens conforme as obras, é excluído do antídoto salvador.
Pode ocorrer ainda que o melhor remédio para determinado mal do Espírito seja a dor, através da permanência e evolução das úlceras no corpo.
O que não pode ocorrer é que alguém acuse Deus de injusto, pelas chagas que carrega, e os bons Espíritos de ineficientes ou descaridosos, pela omissão na enfermagem justamente para com ele, que tanto sofre.
O problema da doença é sempre mais grave, quando o enfermo é o grave problema.
Ser doente pressupõe cura mais difícil que estar doente.
Passemos às variáveis:
— O carma do paciente.
— O preparo físico e moral do passista.
— O preparo físico e moral do paciente.
— A força magnética do passista.
— O desejo de servir do passista.
— A assistência espiritual prestada ao passista e ao paciente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:40 am

O carma do paciente.
Todos sabemos que cada indivíduo possui registrada no perispírito a sua participação nos episódios vividos.
A depender do grau de responsabilidade em eventos nos quais prejudicou alguém, ele matricula-se na escola da dor, para resgates pessoais, ou na escola do sacrifício, da abnegação ou mesmo do amor, cursos que também o capacitam a saldar suas promissórias.

O preparo físico e moral do passista.
A depender do preparo físico e moral de cada pessoa, pode-se avaliar o tipo de fluidos agregados ao perispírito.
Como cada indivíduo só pode doar o que tem, dificilmente um passista sem preparo físico e moral será eficiente.
Se houver merecimento por parte do paciente, os técnicos espirituais subtrairão daquele apenas o fluido vital que, pela assepsia, pode tornar-se aproveitável.
O mais fácil é neutralizar os fluidos desse passista e os próprios técnicos espirituais promoverem a doação fluídica.

O preparo físico e moral do paciente.
Embora haja toda uma assistência espiritual e os meios favoráveis à eficiência do passe, se o paciente não está preparado, torna-se refractário à penetração dos fluidos.
Aqui é o caso do doente que deseja erguer-se sem empreender o esforço de subida.
Os próprios Espíritos o abandonam por um tempo, por entenderem inútil o seu concurso.
Esse papa-passes é uma figura comum nos centros espíritas.
Lá, julgam-se de cadeira cativa, têm preferências por passistas e retractam com fidelidade a inapetência pelo esforço renovador, génese da saúde.

A força magnética do passista.
Existem médiuns curadores, bons magnetizadores, pessoas dotadas de grande força fluídica, que, teleguiadas pelos técnicos espirituais, promovem curas de muitas doenças.
É lógico que esse passista, a depender das condições favoráveis envolvidas no processo, será de grande eficiência no trato das questões relativas ao passe.

O desejo de servir do passista
Para que a transmissão fluídica se opere satisfatoriamente, é necessário que o passista queira doar e o paciente queira receber, sempre dentro do mesmo comprimento de onda.
Um funcionará como uma bomba aspirante; o outro, como uma bomba injectora.
juntar a fome com a vontade de comer, como diria nosso homem do campo.
O resultado dessa "sintonia" pode ser ampliado pela acção da prece, e o seu grau de eficiência, transitório ou prolongado, dependerá das outras variáveis.

A assistência espiritual prestada ao passista e ao paciente.
A acção dos técnicos espirituais no passe aumenta o teor da força fluídica, bem como imprime nos fluidos qualidades e direcções propícias à especificidade exigida pela doença.
Usam ainda da intuição para que o passista concentre ou disperse fluidos, detectam órgãos afectados e influenciam na duração do passe, enquanto promovem harmonização orgânica nos sistemas deficitários, quando a necessidade e o merecimento exigem.
Desse conjunto de variáveis resulta a eficiência ou não do passe que, em última análise, tem como melhor garantia de sucesso o preparo físico e moral do paciente, uma vez que, a todo aquele que pede com sinceridade, lhe será dado, e a quem bate com desejo de reforma, serão abertas as portas para a medicação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:40 am

É preciso que o passista tome passe para suprir o seu desgaste físico?
“Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo.
Todas as verdades se encontram no Cristianismo.
Os erros que nele se enraizaram são de origem humana.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXXI, questão IX)
Aquele que doa sangue em transfusão necessita tomá-lo logo em seguida à transfusão?
Não é certo que o organismo repõe o ritmo anterior pela fabricação de novas células, cuja produção se sente assim estimulada?
Cremos que tal procedimento — tomar passe após exercitá-lo em outros irmãos — decorre da ignorância quanto à mecânica do passe em si e quanto ao que ocorre fora da vista do passista, enquanto ele se exercita.
Durante o passe, pode suceder que o passista doe do seu fluido ou não.
O fluido vital pode ser doado de um indivíduo para outro tal qual o sangue.
Quando o passista doa dos seus próprios recursos, devido ao paciente exigir certa cota de vitalidade, seu organismo recupera-se por suas próprias funções, podendo também ser auxiliado nessa reposição pelos técnicos espirituais, sem a exigência de receber passe de encarnado.
A pensar que o passista necessita de passe, há de se admitir que aquele que atende ao passista fica carente de fluidos, para o que requisita um outro, que igualmente solicitará outro para atendê-lo.
Como encarar tal ciranda no centro espírita?
O último, após ter atendido ao penúltimo, ficaria prejudicado?
É estudando as lições doutrinárias que o espírita há de afugentar de suas searas os procedimentos inócuos.
Outro tipo de passe é aquele em que o passista não doa de seus recursos, mas, absorvendo-os do plano espiritual, se faz de fio condutor para o paciente, processo em que muito se beneficia.
A corrente benéfica, ao penetrar-lhe o perispírito, revigora-lhe as entranhas, promovendo a harmonização energética em suas funções vitais.
Esse tipo de passe que favorece também o passista exigirá ainda, em momento posterior, alguma reposição de forças?
Seria inadequado aplicar um passe em alguém cuja vitalidade se lhe estampa no rosto, e é detectada pelo bem-estar que demonstra após o exercício de sua função.
Existe outro processo magnético em que o magnetizador se beneficia.
Sabendo da existência de poderosas correntes magnéticas que emanam da terra e tendo sensibilidade e prática em atraí-las, ao impor as mãos sobre o enfermo forma um circuito energético que atravessa a si e ao paciente, revigorando-se ambos.
Mas esse tipo de passe é para magnetizadores mais aprofundados no assunto.
O certo é que, em qualquer tipo de passe, o passista não necessita de revigoramento imediato, mesmo que haja perdido fluidos vitais, pois estes podem ser recompostos pela alimentação habitual, pelo ar, pela água, pelos bons pensamentos, pelos mentores espirituais.
Admitir o contrário é não confiar nos Espíritos e em suas informações, optando pelo personalismo, o que, não raro, deturpa a doutrina aos olhos dos neófitos.
Toma passe o enfermo.
Se o passista se admite enfermo, não deveria ministrar passes.
Se ele julga que, a cada passe que dá, o seu fluido vai se exaurindo a ponto de mortificá-lo, atribuindo à sua prática os cansaços e tonteiras que tem, é digno de assistência intelectual e farmacêutica.
O exercício do passe requer preparo físico e mental adequados, ficando bastante claro que o excesso pode realmente debilitar o passista.
Mas o excesso, seja de conforto, de fartura ou até mesmo de fluidos vitais, é sempre uma situação fora de equilíbrio.
Evite-se o abuso, o exagero, o excesso, e tranquilize-se o passista, que a inversão de situações tais como a de enfermeiro/enfermo, passista/paciente não se estabelece quando, atendendo ao chamamento da caridade, impomos as mãos sobre as chagas dos pedintes.
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro - Página 2 Empty Re: DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:40 am

Qualquer médium pode falar ou escrever em outras línguas?
“— Certamente isso pode acontecer, mas não é uma regra.
O Espírito pode, com algum esforço, superar momentaneamente a resistência material.
É o que se verifica quando o médium escreve, na sua própria língua, palavras que não conhece.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XIX, questão 223, § 17)
Isso depende da paciência e dos conhecimentos do Espírito comunicante.
O Espírito que deseja fazer uma comunicação procura sempre utilizar-se de um médium cujos conhecimentos lhe facilitem a transmissão da mensagem.
Uma explicação matemática é melhor desenvolvida por alguém que conheça a Matemática.
Se a mensagem é científica ou filosófica, requer um intérprete com conhecimentos específicos, para que seja bem transmitida.
Se o médium é intelectualmente medíocre, o trabalho do comunicante é árduo e demorado, resultando em uma comunicação truncada, fastidiosa e cheia de dubiedade.
O manifestante impacienta-se ante o esforço de balbuciar os seus conceitos e de vê-los desnudos da profundidade e das subtilezas originais.
Diante de tal embaraço, ele recua ou busca um médium cujos arquivos mentais contenham subsídios que possa usar na revelação de sua ideia.
Por esse raciocínio, é compreensível que os Espíritos prefiram os médiuns mais preparados para suas transmissões, tanto pela eficiência operacional que proporcionam, quanto pela fidelidade na interpretação e tradução da mensagem que transmitem, pré-requisito para o êxito da tarefa a que se propõem.
Contudo, a mediunidade, como faculdade humana, independe das condições morais e intelectuais do médium e do comunicante.
Sendo o Espírito um intelectual e o médium não, na urgência da mensagem aquele terá que desincumbir-se da tarefa.
Se o comunicante, por hipótese, já que as comunicações espíritas se dão através do pensamento, soubesse expressar-se apenas em inglês, mesmo que o médium jamais haja aprendido tal idioma, nesta ou em outra encarnação, a transmissão se faria.
Psicofónicos e psicógrafos despreparados intelectualmente sempre oferecem resistência ao comunicante, mesmo tratando-se da linguagem em que o encarnado se exprime.
Lógico admitir-se que a dificuldade se acentua em se tratando de outro idioma.
Concluímos o assunto afirmando a possibilidade real de qualquer médium psicofónico ou psicógrafo poder falar ou escrever em outros idiomas, assimilados ou não por eles em outras encarnações.
Este facto geralmente não acontece devido à grande resistência mecânica que oferecem aos comunicantes, que, considerando a linguagem e a escrita veículos lentos, visto comunicarem-se pelo pensamento, por maior razão evitam o trabalho exaustivo de soletrar uma carta ou gaguejar uma mensagem, trabalho improfícuo e até ridículo.
Boas comunicações são obtidas por bons médiuns.
Não consta, nos anais do Espiritismo, que os livros sejam escassos e os conselhos acerca do amai-vos e instruí-vos inexistentes.
Na realidade, salvo poucas excepções, no movimento espírita e notadamente na área mediúnica, são ainda limitados os amantes do estudo da doutrina, bem como da sua aplicação
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:40 am

Jesus era médium?
“Qual a causa primeira da inspiração?
— A comunicação mental do Espírito.”

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(Cap. XV, questão 183)
Muitos têm Jesus como um grande mago que, através da sua magia, fascinava as multidões, satisfazendo-lhes os pueris desejos.
Outros o consideram um santo a realizar milagres a quantos o buscaram, desconsiderando a aplicação das leis cármicas, físicas e biológicas do planeta.
Ainda alguns atribuem a sua personalidade à personificação do próprio Deus, encarnado por ato de extremo amor aos sofredores.
E há, por mais estranho que possa parecer, outros que o retractam como um ser fluídico, a representar, no palco do mundo, uma tragédia na qual não sucumbiu por não ser carnal, deixando a seus adeptos a panaceia melíflua de erradicar as gangrenas da vida sem a sudorese do esforço.
Jesus foi o Espírito mais evoluído que já habitou entre nós, aquele a ser tomado como modelo de comportamento para as nossas acções.
Ditou o código moral mais perfeito para o burilamento dos seres humanos, seus irmãos menores, que um dia atingirão igualmente a plenitude do amor.
Não é um deus, porque Deus é único e criador da essência da vida e dos vivos, que são os princípios inteligentes a evoluírem para a fase hominal, de onde adentrarão para a excelsitude.
Não fez milagres, porque estes não existem no sentido restrito do termo, qual seja, o de anular a existência e a acção das leis naturais.
No seu sentido mais amplo, tudo é milagre, porque cada cena da vida traz a marca inconfundível da justiça e sabedoria divinas.
Os actos da vida de Jesus são explicados por leis que muitos desconhecem, mas que são naturais.
A visão a distância, o desdobramento, a cura, o domínio na manipulação dos fluidos, a premonição, o forte magnetismo pessoal e a sua superioridade moral o tornaram capaz de modificar situações de aparente estabilidade.
Era, pois, dotado de mediunidade natural, em grau compatível com a sua evolução, mediunidade esta que não se caracterizava em sua manifestação por estados particulares de excitação, mas, sendo natural e de domínio pleno, podia ser accionada em qualquer angulação, pela vontade educada que o caracterizava a qualquer instante.
Todavia, Jesus não veio destruir a lei, o que nos autoriza dizer que seus actos estavam submetidos ao crivo dessa mesma lei, que não se desvirtuava para estabelecer privilégio a quem quer que fosse.
Jesus era médium com excepcionais faculdades, que lhe permitiam transmitir das esferas divinas de onde veio o pensamento e o amor que os superiores nos dedicam.
Se você é médium, inútil buscar outro guia.
Apenas Jesus é o caminho, a verdade e a vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:40 am

Satanás comunica-se nas reuniões espíritas?
“Por que Deus permite que os Espíritos maus se comuniquem e digam coisas más?
— Mesmo o que há de pior traz um ensinamento.
Cabe a vós saber tirá-lo.
É necessário que haja comunicações de toda espécie para vos ensinar a distinguir os Espíritos bons dos maus e para que vos sirvam de espelho.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIV, questão 268, § 16)
Segundo os tolos, os ingénuos, os ignorantes e aqueles que procuram dominar pelo medo e depreciar o Espiritismo, sim.
Segundo a lógica, o bom senso e a verdade, não.
Hoje, em pleno século das luzes, admira-nos que alguém possa crer no Demónio, uma entidade maléfica, com poderes de reter por toda a eternidade em seus domínios aqueles que, por vários motivos, se fizeram de ovelhas desgarradas do rebanho do Cristo.
A criação de um céu e um inferno, como regiões geográficas e específicas a certos tipos de habitantes, vai de encontro aos anseios de justiça e às aspirações de felicidade do homem.
Vai mais além, pois nega uma lei básica da vida que é a evolução, ao condenar à contemplação eterna os eleitos na companhia de Deus, e os perdidos à convivência com Satanás.
Falamos de justiça, relacionando essa virtude à eternidade da pena.
Se há condenação eterna, não há condições de remir os pecados, nem indulgência, sendo inútil o arrependimento do condenado.
Mas que justiça é essa?
Faríamos isso a nossos filhos?
A justiça terrena eivada de falhas ainda é preferível, pois permite aos maiores criminosos visitas de familiares, indultos, estudos, ofícios e liberdade condicional, a depender de bom comportamento.
Não é uma afirmação de Jesus a de que, apesar de sermos maus, fazíamos boas coisas a nossos filhos e Deus nos faria maiores?
Não quis com isso dizer que a nossa bondade era relativa à nossa imperfeição e que a bondade de Deus era infinita?
Esse sistema das penas eternas nega, portanto, a bondade e a justiça divina de imediato, pois ao condenar alguém ao inferno, condena igualmente a um outro que o ama, e que está no céu, ao sofrimento eterno, pois ninguém é feliz vendo o ser amado no sofrimento Se nega a justiça e a bondade de Deus, retira-lhe a sabedoria, atribuindo a seu plano de punições e recompensas um céu de imobilidade, de contemplação, de massacrante rotina, qual seja a de admirar anjos e santos no seu bater de asas ou arpejos sinfónicos, subtraindo ao Espírito a velha aspiração de evoluir, crescer, aprender mais e sempre.
O céu apresentaria assim um carácter finito para o espírito, de vez que seus ocupantes atingindo os últimos estágios de evolução não mais se animariam ao crescimento espiritual.
Ocorre que, para os que gostam do trabalho, os que se acostumaram ao estudo e os que acreditam que servir a Deus é servir ao próximo, aliviando-lhe a carga, qual exemplificou Jesus, esse céu seria um inferno.
Imaginem! Um céu onde nem varrer as nuvens é possível, pois elas estão sempre limpas.
É o supra-sumo do suplício para o trabalhador.
Mas Jesus afirmou:
"Eu trabalho e meu pai trabalha sem cessar."
Mostrou-nos assim a dinâmica da vida.
Que existem regiões de sofrimento atroz nos planos inferiores, não há como ou por que negar.
Mas esse sofrimento e essas regiões estão submetidas ao progresso do Espírito que lá se encontra, possuindo, portanto, carácter temporário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:41 am

São zonas de reeducação espiritual, onde a esperança e o esforço de reabilitação podem viger e o arrependimento não é inócuo, mas prenunciador de ascensão e crescimento.
Se estes são demónios, dos quais fogem muitos religiosos, abandonando-os à própria sorte, nós os recebemos nas reuniões e lhes falamos de Jesus e de sua doutrina, enquanto lhes aplicamos a medicina espiritual.
Mas não são somente estes que nos honram com as suas presenças na mesa mediúnica.
São trazidos a atendimento seguidores das várias religiões, que, ao desencarnarem, não encontram o que esperavam:
o católico, o tão almejado Céu, prometido em vida; o pecador, aliviado por não encontrar o terrível Demónio; o protestante, atordoado de tanto esperar a volta física de Jesus; o testemunha de Jeová, admirado, porque cegamente aprendeu a nos acusar de práticas diabólicas; o materialista, ao rever seus despojos carnais, rendido à sobrevivência do Espírito; e um sem-número de enfermos do corpo e da alma.
Todos têm livre acesso às reuniões mediúnicas, desde que se façam merecedores de nela adentrarem.
Só nunca conversei, em todos esses anos de prática mediúnica, foi com Satanás.
A simples razão de crer na sabedoria de Deus, que não se enganaria ao criar um anjo perfeito que depois o trairia (lenda de Lúcifer) passando a competir com Ele pela posse das criaturas, me autoriza a desacreditar em tão ilógica personagem.
Pensar o oposto, que o Diabo existe e que, na eterna luta contra o bem, ainda não foi detido por Deus, colocaria o Criador em uma posição de fragilidade, de impotência e até mesmo de desumanidade, visto não se importar muito com os destinos humanos, daqueles condenados ao espeto do capeta.
Seria rebaixar o Criador para aquém da própria criatura, que, via de regra, defende com unhas e dentes as suas crias.
Para aqueles que curtem a problemática da existência do Demónio, tremendo ao ouvirem tal palavra, segurando crucifixos, santinhos, dentes de alho, figas e outros balangandãs, e que emitem gritinhos nervosos, mostram tremores nas mãos, arrepios nos pêlos, quando alguém lhes fala do Tinhoso, transcrevemos alguns questionamentos sobre a sua existência.
Admitindo-se a existência de um inferno com penas eternas e de um demónio que lhe administre as funções, como explicar as situações a seguir, sem incorrer em prejuízos nos conceitos de justiça, bondade, poder e sabedoria divinas?
a) A separação definitiva dos seres amados, quando um vai para os céus e outro baixa aos infernos.
b) As justificativas de Jesus, ao dizer que nenhuma ovelha do seu rebanho se perderia e que jamais nos deixaria órfãos.
Seria ele um mentiroso?
Não nos ensinou pelo pai-nosso a pedir perdão a Deus pelas nossas falhas, condicionando-o ao perdão aos nossos semelhantes?
Se Deus é incapaz de perdoar, por que pedir-lhe indulgência?
c) A condenação eterna, sem uma chance para o culpado, quando isto é tido como um princípio falho pelos códigos penais modernos, em que atenuantes e agravantes são considerados e através dos quais o culpado pode recorrer e receber indulto por bom comportamento, em virtude de entender-se que o mal é transitório e passageiro e que a regeneração é possível com a reeducação.
Seria a justiça divina inferior à nossa?
d) Sendo a evolução espiritual uma realidade inquestionável, como explicar o estacionamento definitivo na dor?
Definitivamente, nas reuniões espíritas, não entramos em comunicação com Satanás, pois ele só habita as cabeças infantis de alguns religiosos dogmáticos.
Dialogamos, algumas vezes, com Espíritos endurecidos e maldosos, que se afiguram, pelas suas torpezas, ao símbolo do mal ou Demónio.
Contudo, sabemos dos seus sofrimentos e da transitoriedade do estado evolutivo em que se detêm.
Para nós, a existência do Diabo é apenas uma fábula ao melhor estilo, ou seja, o de retractar em um símbolo aquilo que de pior existe ou existiu em nós:
a escassez temporária do bem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jan 22, 2018 10:41 am

Os Espíritos nos perseguem?
“Mas é necessário evitar de atribuir à acção directa dos Espíritos todas as nossas contrariedades, que, em geral, são consequência da nossa própria incúria ou imprevidência.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXIII, questão 253)
Quem não sofre perseguições no mundo de hoje?
Da poluição generalizada ao mau humor do vizinho, dos apelos aos prazeres materiais à preguiça pelo trabalho espiritual, somos convidados a uma reacção que varia em sua ostensividade, conforme os padrões éticos a que nos filiamos.
No entanto, as maiores perseguições são as que sofremos de nós próprios, sob a forma de orgulho, vaidade, egoísmo, lascívia, violência, ciúme.
Esse tipo de perseguição às vezes surge mascarado como necessidade para o corpo, alívio para a alma, merecida distracção ou lazer, honra ultrajada, previdência e mil e uma artimanhas que os sofistas tão bem utilizam como forma de pôr anteparos à consciência, quando esta lhes desaprova os cometimentos.
Dizem os tolos que, estando na carne, é preciso atender aos chamados desta, esquecidos de que "estar" é situação passageira e "ser" é condição permanente.
Negam sua condição de ser espiritual e rebaixam-se ao puro materialismo, quando a lógica prescreve que cuidar do corpo não significa entregá-lo a prazeres fúteis, e sim, preservá-lo dos excessos e desregramentos.
São os perseguidos pela ignorância.
São os gozadores, vezeiros em fugir do trabalho, que apontam a inutilidade desse burilador, dizendo-se não recompensados do esforço empreendido, mostrando o jegue como exemplo de que o trabalho não gera riquezas, por não trazer os cascos de ouro.
São os perseguidos pela preguiça.
São os que escondem riquezas improdutivas, submetendo o corpo e a mente a paranóico regime de sempre acumular.
São as aves de mau agouro que, sempre esperando desastres e tempos ruins, justificam seu pessimismo e ganância sob a máscara da previdência.
São os perseguidos pelo egoísmo.
São os brutalizados pela cólera que, diante do mínimo gesto por eles interpretado como ofensa, invocam a lei do "olho por olho, dente por dente", única passagem da Bíblia a que se afeiçoaram, quando lá também existe o "perdoar setenta vezes sete vezes", e partem contra o próximo com ânsias de esganá-lo.
São os perseguidos pela violência.
São todos perseguidores/perseguidos, cuja paz distanciada os convida à doce intimidade por mil maneiras que não conseguem ver, já que o convite contraria-lhes as seduções.
Perseguidores e perseguidos são geralmente papéis assumidos pelo mesmo Espírito no cenário do mundo.
O perseguidor não existe isoladamente, pelo simples facto de todo perseguidor ser um perseguido em sua intimidade.
Mas nem tudo é perseguição na vida.
Há excesso de fantasia na actuação dos Espíritos contra nós.
Se alguém tropeça na rua, perde dinheiro no jogo, sofre de azia ou encontra uma mosca na sopa, é justo admitir que os Espíritos em nada influíram para a ocorrência dessas trivialidades.
Qualquer Espírito só consegue alguma ascendência sobre nós devido às nossas imperfeições morais.
Podendo apenas agir pelo pensamento, difícil será para ele colocar baratas em nossa cama ou pular de repente à nossa frente a gritar:
— Peguei! No entanto, podem sondar nossa personalidade e, detectando nossos pontos vulneráveis, agir através deles, sem que desconfiemos, o que é mais perigoso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:33 am

Mas se nos perseguem é porque os convidamos pela nossa invigilância e desregramento.
Aliás, muitos encarnados se comprazem nessas perseguições, e até invertem os papéis, passando a perseguir os desencarnados com chamamentos contínuos.
Se nossos pensamentos elegem nossas amizades, é de responsabilidade nossa a confraria a que nos filiamos.
Se as moscas nos perseguem devido à sujeira que ostentamos, é racional que nos livremos delas por métodos de higienização.
Aprendamos de uma vez que a mesma condição espiritual que nos permite perseguidores nos faculta defensores, quando existe a lucidez na escolha dos caminhos.
Se agimos visando ao bem, ao aperfeiçoamento, os perseguidores podem até sofrer mutações, voltando-se ao equilíbrio.
No mais, ninguém está só entregue às feras no mundo.
O Espírito caminha na linha traçada por ele, sem que a assistência maior o perca de vista, aguardando o momento próprio para manifestar-se.
Estejamos cientes das perseguições possíveis, e conscientes de que, atraí-las ou repudiá-las, são determinações nossas.
E confiemos em que, pelo esforço renovador, aquele que perseverar até o fim será salvo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:33 am

Parte II

Introdução

É com renovada alegria que organizamos a segunda parte deste volume, Mediunidade - Tire Suas Dúvidas, assunto palpitante e necessário aos trabalhadores das casas espíritas.
Muitas vezes nos deparamos, em nossas conversas e encontros com os amigos espirituais, dialogando sobre temas complexos, ocasião em que o aprofundamento não ocorre, devido ao desconhecimento da área abordada.
O médium, ao sair da cultura de superfície para a cultura de profundidade, favorece que os comunicantes lhe elucidem, com desembaraço e segurança, as causas patológicas e psíquicas vinculadas às obsessões, os temas filosóficos e doutrinários, segundo angulações científicas não apreciadas pelo grupo, os preceitos morais renovadores apoiados na autoconfiança (sem o orgulho do saber mas com a humildade de quem sabe).
Essa conquista traz sempre a marca do esforço e da perseverança nos estudos.
É preciso aprender a amar mas é igualmente urgente amar a aprender, obedecendo aquela linha do amai-vos e instruí-vos preconizada pelo Espírito de Verdade, que é o próprio espírito do Espiritismo.
Nesta parte, apreciamos alguns conceitos e interpretações no campo mediúnico tidos como verdadeiros por leigos, mas sem respaldo na Codificação Kardequiana.
São questões do quotidiano que, devido à falta de estudo sistemático, virose que ataca largo número de adeptos desta doutrina de luz e de esperança, acabam por contaminar-lhe a divulgação correta.
Mediunidade exige suor e perseverança, estudo e disciplina, atributos conquistáveis com amor à causa, sob o patrocínio de Jesus.
Para mim será uma alegria saber que de alguma forma, em algum lugar, alguém, motivado por seus anseios de crescimento, tomou este livro nas mãos e aprendeu algo que pôde usar no exercício do bem comum.
Simples servente dos mestres-de-obras que dirigem nossas construções, sou grato pelas oportunidades de serviço que me fornece Jesus, o excelso engenheiro, sob a orientação de Deus, o grande arquitecto.
Se o estudo é o amor em crescimento, o trabalho é o amor em movimento.
Relembrando velho provérbio da minha terra, eu diria aos trabalhadores espíritas: "Parou, morreu!".
Vivamos com Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:34 am

O centro espírita faz evocações dos mortos?
Os Espíritos necessitam da evocação para se manifestarem?

— Não. Manifestam-se muito frequentemente sem ser chamados, o que prova que o fazem de boa vontade.
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXV, questão 282, § 22)
Ainda existem críticas às práticas espíritas de intercâmbio com os desencarnados, que a casa espírita promove.
Alguns citam, com ares de sabedoria, ocasião em que estufam o peito para arrotar asneiras, que Moisés proibiu a comunicação com os mortos, por ser coisa do Demónio.
Outros, mais ignorantes ainda, dizem que Deus fez essa proibição, entendendo como atitude de desrespeito a um morto a evocação de sua pessoa.
E outros ainda, cuja ingenuidade assusta pela intelectualidade que procuram aparentar, apregoam que tal possibilidade, a de um morto vir a ter com os vivos, é inexistente.
Como conciliar a proibição de Moisés com a inexistência do fato?
Pode-se proibir algo cuja probabilidade de ocorrência seja nula?
Como entender a proibição de Moisés, sob a condição de letargia dos Espíritos após a morte, segundo a interpretação de alguns, em demorado sono, à espera da volta de Jesus?
Se estão em sono letárgico e não podem atender ao chamamento, como se comunicavam no tempo de Moisés?
Haverá quem diga ser o Demónio que se manifesta em resposta a quem faz evocações.
Mas os Espíritos sempre se manifestaram ao longo da história.
Ninguém, em tempo algum, jamais lhes calou a voz, uma vez que são livres e bem acordados para soprarem onde quiserem.
Como os fenómenos mediúnicos, que não são de invenção, descobrimento ou propriedade do Espiritismo, começaram a eclodir no seio de outras religiões, a teoria de que é o Demónio que se comunica prevaleceu apenas para os centros espíritas, sendo o Espírito Santo quem visita os demais templos, a comunicar as bem-aventuranças aos escolhidos ou eleitos pelos céus.
Se querem saber se o Espiritismo evoca os mortos, diremos que não, pois os Espíritos são bem vivos e não esquecem àqueles a quem amam ou odeiam, interferindo constantemente nos mais corriqueiros actos do cotidiano dos encarnados.
Se desejam saber se evocamos a presença de Espíritos, diremos que sim, pois sem eles não haveria o fenómeno mediúnico.
Evocamos a figura de Jesus em nossas preces.
Não é ele um Espírito puro?
Solicitamos a presença em nossos trabalhos dos bons Espíritos, como o Dr. Bezerra de Menezes, do nosso anjo guardião, dos mentores da casa, dos nossos instrutores, que sempre comparecem de boa vontade para o sublime apostolado a que se propõem. Jamais os encontramos em repouso, lazer ou sono letárgico.
E digo mais.
A presença desses irmãos não depende das nossas evocações, pois comunicam-se independente delas, bastando para isso que exista a necessidade de auxílio fraterno a enfermos ou de esclarecimentos às mentes voltadas ao trabalho da caridade.
Não entendemos nem admitimos que um Espírito deixe de amar a quem amava, por ter mudado de plano, e que se recuse a comunicar-se havendo um meio de fazê-lo: a mediunidade.
Todavia, no sentido vulgar das evocações, no sentido amplo que atrele cada comunicação a uma evocação, não estamos incluídos.
O roteiro de visitas de uma reunião é delimitado pelos dirigentes espirituais, de acordo com as necessidades e a urgência nos atendimentos.
Sendo o centro espírita um hospital-oficina, visitam-lhes as dependências enfermos e médicos, pela parte hospitalar, e técnicos e estudiosos, pela área trabalhista, sem que passem por nosso evocatório.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:34 am

É preciso lembrar que a evocação tem aplicação não somente na esfera do Espiritismo.
É um fenómeno mental comum a todos os viventes.
Quando recordamos o passado, evocamos lembranças distantes que tomam vida em nosso presente.
O pensamento voltado para um familiar que partiu para a pátria espiritual é uma evocação, no sentido literal da palavra.
Quando pensamos, evocamos companhias espirituais para a nossa convivência, pelo que muito nos festejam.
Pensar é evocar.
Kardec, por ocasião da coordenação da ideia espírita, utilizou-se da evocação por incontáveis ocasiões.
Leia-se o livro O Céu e o Inferno, cujos ensinamentos foram estruturados através das evocações espíritas.
Não é difícil evocar os Espíritos, embora isso seja dispensável.
Difícil ou mesmo impossível é negar que os Espíritos possam comunicar-se com alguém, evocados ou não.
Que sosseguem os que professam outras religiões.
Nós, espíritas, não os perturbaremos quando desencarnarem.
Tampouco os repeliremos quando, acanhados, buscarem esclarecimentos através da comunicação mediúnica.
Não os molestaremos em suas crenças.
Não faremos barulho para acordá-los no glorioso sono após a morte.
Em suma: não os evocaremos, apesar de admitirmos a realidade das manifestações.
O espírita consciente evoca o seu passado, com vistas ao aperfeiçoamento presente e futuro.
No mais, evoquemos a Jesus, para que, em nos invocando para o seu serviço, possamos despir-nos dos preconceitos e vestir-nos de caridade.
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DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro - Página 2 Empty Re: DÚVIDAS SOBRE A MEDIUNIDADE / Luiz Gonzaga Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:34 am

Os médiuns devem usar vestimentas ou símbolos especiais?
“Aqui nos limitaremos a dizer que, além da linguagem, podemos considerar como provas infalíveis da inferioridade dos Espíritos: todos os sinais, figuras, emblemas inúteis ou pueris [...]”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 211)
A resposta afirmativa a tal pergunta equivale a uma ficha de identidade de quem a respondeu, no registo dos ignorantes nas questões espíritas.
Em que alteram as condições físicas, morais, intelectuais ou perispirituais do médium, que lhe constituem credenciais para uma comunicação aperfeiçoada, o uso de uma roupa branca ou vermelha?
Sentir-se-á humilhado o Espírito comunicante, em transmitir sua mensagem por um médium modesto no vestir?
Havendo sido general, recusaria falar por um soldado?
A considerar tais angulações como empecilhos para a mediunidade, chegaríamos ao absurdo de pensar que um Espírito cuja forma perispiritual seja masculina não se utilizaria de um médium feminino, para não ferir a sua masculinidade.
Os que se prendem a símbolos ou vestimentas especiais, julgando com isso aumentar a eficiência nos trabalhos mediúnicos, ainda se encontram na periferia do fenómeno, da mesma forma que a roupa está na periferia do corpo.
Prendem-se ao aspecto material daquilo que é "imaterial", valorizando a forma e menosprezando o conteúdo, cuja abstracção não compreendem bem.
São superficiais e, embora assim procedam, mostrando desconhecimento ao lado da boa vontade, não representam a doutrina dos Espíritos, que dispensa as inutilidades do guarda-roupa e da ornamentação exterior.
Interessa aos bons Espíritos a simplicidade e a limpeza.
Nenhum símbolo material:
talismãs, esculturas, cores especiais, nada disso tem o poder de obrigar um Espírito ao comparecimento a uma reunião.
O convite é feito pela boa intenção, a prece sincera, a vontade de servir.
A botinha branca com o pensamento escuro não sensibiliza os Espíritos bons, no sentido de que eles venham a compactuar com a moda pela assiduidade nesse ambiente.
Eles podem até comparecer para aconselhamento, mas, se não são ouvidos, retiram-se.
A bola de cristal não atrai o Espírito esclarecido.
Pode exercer atracção em algum desencarnado curioso, brincalhão, leviano.
O colar no pescoço não significa passaporte para os Espíritos sérios; talvez para os primitivos, os interessados em patuás, penduricalhos, chocalhos, balangandãs.
Os pontos riscados, velas, incensos, bonecos, nada significam para os trabalhadores do bem.
Não possuem nenhuma força de atracção sobre eles, nenhum poder.
Estes não comparecem a tais salões de beleza ou lojas de quinquilharias, quando o desejo sincero de ajudar o sofredor está ausente.
Os que primam em demasia pela vestimenta querem tornar-se menos feios, o que não seria censurável, se não houvesse o defeito da vaidade, se fosse apenas para embelezar mais o mundo, chocando-o menos com suas mazelas físicas e morais, obrigação nossa.
No entanto, a vestimenta, a túnica nupcial a que referiu-se Jesus, a que devemos dar prioridade, embelezando-a, é o perispírito.
Isso não quer dizer desleixo para com o corpo ou para com o guarda-roupa.
Cuidar do corpo e do Espírito é dever nosso que temos de praticar sem o indiferentismo pela evolução espiritual ou o exagero pela etiqueta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:34 am

Quando Einstein era repreendido pela mulher, por seus trajes inadequados, perguntava:
— É o traje que melhora o ser humano?
Então costumava citar Spinoza, no trecho que decorara para essas ocasiões:
— Mau seria se o saco fosse melhor do que o cereal que nele vai.
— É a vestimenta que torna o médium mais eficiente?
Mau seria se a bata fosse mais importante que o corpo que nela está.
Pior ainda se este fosse mais valorizado que o Espírito que nele vai.
O médium e a sala mediúnica não necessitam de ornamentos especiais.
Exigem, sim, limpeza, sobriedade, simplicidade, envolvimento emocional com o trabalho que ali se efectua, para que seja sempre mais produtivo e harmónico.
O resto é dispensável.
É questão de estudo e de aplicação desse estudo às condições de trabalho.
Quem estuda o Espiritismo sabe que a mente é que comanda, soberana, as relações com o além-túmulo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:34 am

O médium deve revelar suas intuições durante a reunião?
“Os Espíritos bons permitem que os melhores médiuns sejam, às vezes, enganados, para que exercitem o seu julgamento e aprendam a discernir o verdadeiro do falso.
Além disso, por melhor que seja o médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado fraco, pelo qual possa ser atacado.
Isso deve servir-lhe de lição.
As comunicações falsas que recebe de quando em quando são advertências para evitar que se julgue infalível e se torne orgulhoso.
Porque o médium que recebe as mais notáveis comunicações não pode se vangloriar mais do que o tocador de realejo, que basta virar a manivela do seu instrumento para obter belas árias.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XX, questão 226, § 10)
Constitui-se um dos factores mais comuns em desfavor da harmonia vibratória da reunião a descrição daquilo que se passa pelo ângulo espiritual, cenas observadas, mensagens telepáticas recebidas ou qualquer tipo de informação que poderia, sem prejuízo da rentabilidade dos trabalhos, merecer comentário posterior, a título de aprendizagem, quando de carácter genérico e de conteúdo doutrinário informativo.
Qualquer intuição que seja captada pelo médium deve ser criteriosamente analisada, no sentido de saber a sua origem, a sua veiculação e o seu objectivo.
Lançar simplesmente a mensagem no ar, sem essa análise severa, é imprevidência que pode custar sérios danos à reunião.
É muito comum os irmãos obsessores modificarem seus perispíritos, tornando-se, momentaneamente, semelhantes, nos traços fisionómicos, ao dirigente espiritual, ocasião que aproveitam para aconselhar mudanças que em seu bojo trazem o revés camuflado.
De outras vezes, a imitação se faz no linguajar característico de certo Espírito amigo, que, conhecido e treinado pelo obsessor, traz a peçonha entre conselhos aparentemente afectuosos.
Neste caso, o obsessor não se mostra; apenas emite o pensamento que é captado pelo médium que, se for vigilante, depois passará a intuição ao dirigente, ou, se não for, a guardará para si, sendo induzido a se lembrar muitas vezes do aconselhamento, numa espécie de hipnotização lenta que o obrigará a agir conforme a vontade dominante.
O médium que assim procede é deseducado e precisa aprender a identificar, juntamente com a mensagem, o tipo de fluido da fonte emissora.
Os Espíritos amigos podem ser identificados fluidicamente pelo bem-estar específico que provocam no médium.
Revelar intuições durante a reunião somente quando a necessidade é imperiosa.
No mais, é mostrar imaturidade, visto que, em ambiente de pensamentos voltados à concentração edificante, qualquer ruído é factor de desestabilização. Há de se notar, em alguns casos de médiuns demasiadamente intuitivos, um pouco de orgulho pela vidência ou audiência que possuem, como a querer mostrar que são eficientes, que os mentores confiam em suas faculdades e que se destacam dos demais, julgando que estão sempre sintonizados com os objectivos maiores.
Incoerentes é o que são.
Se existe um doutrinador na reunião, os mentores levarão suas intuições a ele, que deve ter afinidade e sintonia com o objectivo a que se propõe.
Lembremos as lições de humildade ministradas por Jesus.
O maior é sempre o melhor servidor.
E não se chega a bom servidor quando o ruído do serviço é mais intenso que o benefício que traz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:35 am

Em reuniões desobsessivas, qual a prioridade:
disciplina ou caridade?

“A Sociedade só admite pessoas que simpatizem com os seus princípios e o objectivo dos seus trabalhos, aquelas que já estiverem iniciadas nos princípios fundamentais da Ciência Espírita ou estiverem seriamente animadas do desejo de nela se instruírem.
Em consequência, ela exclui todos os que possam trazer motivos de perturbação às suas reuniões, seja por uma atitude de hostilidade e oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, fazendo-a, assim, perder tempo em discussões inúteis.
Todos os membros se obrigam reciprocamente à benevolência e ao bom tratamento, devendo, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e do amor-próprio.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XXX, artigo 3)
Disciplina e caridade são duas conquistas básicas para o espírita.
Alguém que as haja conseguido será sempre um bom trabalhador, independente da área de actividade em que atua.
A caridade, eleita como lema do Espiritismo, em suas múltiplas faces, faculta ao aprendiz a vivência evangélica que lhe credencia os mais nobres intercâmbios com o mais alto.
A disciplina, filha do equilíbrio, não permite que os arroubos emocionais descaracterizem a verdadeira intenção de auxiliar.
Se a caridade manda doar, a disciplina diz a quem.
Se a disciplina faz restrições, a caridade aponta a quem.
Nenhuma reunião mediúnica deve reger-se por uma dessas virtudes isoladamente.
Ambas se completam, apesar de, em determinadas ocasiões, haver maior ênfase para uma delas.
A disciplina não permite que a caridade seja inadequadamente aplicada; nem a caridade consente a descaracterização da disciplina.
É sempre oportuno que o dirigente encarnado comente este assunto com os seus liderados e que saiba usar esse binómio com o devido equilíbrio.
Se um médium constantemente se afasta das reuniões, sem comunicar, e durante esse período curte o seu lazer, que lhe parece prioritário em relação à tarefa mediúnica, como deve agir o dirigente?
A disciplina lhe dirá que procure um médium mais responsável.
A caridade pede moderação e conversa.
No meio das duas, está o equilíbrio.
Que se converse:
é a parte da caridade.
Mas conversa séria: é o enfoque disciplinar.
Caso não haja mudança de comportamento por parte do medianeiro, que, apesar do entendimento a que foi chamado, não mostrou boa vontade em definir-se, a disciplina toma as rédeas e, em última conversa a pedido da caridade, deixa claro que o lazer para o espírita são os gozos do Espírito e não da matéria, declarando vago o assento do companheiro invigilante.
Caridade não é pieguismo nem satisfação de vontades incongruentes. Disciplina não é agressividade nem cara fechada.
A disciplina pode ser coercitiva, mas também mansa e até mesmo terna.
A caridade pode parecer áspera, mas também útil e até mesmo criativa.
O que se deve objectivar na aplicação dessas duas virtudes é o progresso geral dos médiuns e do trabalho em si.
Jesus usava de disciplina mas era conhecido como o meigo e doce Rabi da Galileia.
Ninguém existe que haja praticado mais pura caridade que ele.
Não há incompatibilidade entre essas duas virtudes.
Elas se irmanam e se complementam e, quando usadas com sabedoria em uma reunião mediúnica, podem torná-la enfermaria para os bons Espíritos.
Se fora da caridade não há salvação, fora da disciplina não há ordem nem progresso, factores imprescindíveis para que um abrigo onde se pratique a mediunidade tenha o título de centro espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:35 am

Qual o número máximo de componentes em uma reunião mediúnica?
“Entre os Espíritos atraídos por essa conjugação de vontades, há os que encontram em meio aos assistentes o instrumento que lhes convém.
Se não for um, será outro e eles o aproveitam.
Esse meio deve sobretudo ser empregado pelos grupos espíritas que não dispõem de médiuns, ou que não os têm em número suficiente.”

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVII, questão 207)
O número mínimo de participantes não deve preocupar o centro espírita, desde que a qualidade se sobreponha à quantidade, como factor primordial para uma boa produtividade.
É frequente observarmos que as reuniões com apenas oito ou dez trabalhadores do campo mediúnico são harmónicas e produzem mais que outras com quinze ou mais frequentadores.
O trabalhador difere do frequentador pelo aspecto de responsabilidade com que se reveste o primeiro, tomando a si, como normas de prioridade máxima, o estudo, a disciplina, a perseverança e o amor ao trabalho.
Daí, todo grupo mediúnico passar por uma selecção natural, antes de solidificar-se, pois aqueles que não se afinam com o estilo da maioria desistem.
Sem querer aconselhar que um grupo mediúnico opte pelo número mínimo de trabalhadores, posso revelar, por força de experiência pessoal, que sempre senti mais facilidade e sempre consegui maior rendimento com grupos menores, em torno de dez trabalhadores.
As razões são múltiplas.
Nesses grupos, todos se sentem necessários e percebem que, se faltarem, causarão prejuízo ao conjunto, o que às vezes não ocorre em grupos maiores.
O grau de intimidade fraterna e de conhecimento acerca dos outros permite maior coesão ao conjunto.
A diversidade de opiniões e comportamentos é menor, pela razão simples de menor ser o número de participantes.
No entanto, tudo isso é relativo e depende do tipo de operário que o centro espírita possui.
Em julho de 1980, o Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira chegou à seguinte conclusão, resultante do IV Ciclo de Zonais, que teve como objectivo oferecer sugestões e subsídios aos centros espíritas do país, visando a um melhor desempenho de suas funções:
Reunião de Estudo e Educação da Mediunidade.
* Composição da mesa directora dos trabalhos:
a) Dirigente da reunião.
b) Um ou dois auxiliares do dirigente.
c) Candidatos ao estudo e à educação da mediunidade.
* Tempo de duração da reunião: uma hora e trinta minutos.
* Número de participantes: não mais que 25 pessoas.

Reunião de Desobsessão.
* Composição da mesa directora dos trabalhos:
a) De 2 a 4 médiuns esclarecedores.
b) De 2 a 4 médiuns passistas.
c) De 4 a 6 médiuns psicofónicos.
* Tempo de duração da reunião: 2 horas no máximo.
* Número de participantes: 14, no máximo.
Como cita o documento, são apenas sugestões que devem ser adaptadas à realidade de cada seara espírita, funcionando, como norma genérica, o bom senso dos dirigentes, razão pela qual devem conhecer e praticar os postulados espíritas, primando pela pureza doutrinária.
Se o dirigente permite o ingresso nas reuniões mediúnicas de pessoas sem o devido preparo para a função porque são amigas, ou porque lhe fizeram favores, ou porque sentem dificuldade em dizer não, extrapolando esse bom senso no tocante à qualidade e à quantidade, não mais podemos considerá-lo dirigente, nem a reunião, mediúnica.
Temos apenas um insensato tratando com outros insensatos, o que, confirmamos com pesar, ainda existe no movimento espírita de algumas regiões brasileiras.
Vibremos! Isso haverá de mudar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jan 23, 2018 10:35 am

Quantas comunicações o médium deve permitir por reunião?
“O exercício da faculdade mediúnica pode causar fadiga?

— O exercício muito prolongado de qualquer faculdade produz fadiga.”
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
(Cap. XVIII, questão 221, § 2)
Isso depende de muitas variáveis.
Mas, a rigor, se a reunião possui médiuns suficientes e preparados para o trabalho, duas comunicações são suficientes.
Caso contrário, a equipe espiritual ultrapassa esse limite, observando as condições de cada trabalhador em particular.
São factores que influem no número de comunicações para cada médium, os seguintes:
a) O número de médiuns no grupo.
b) As condições físicas, morais e intelectuais dos médiuns.
c) A flexibilidade mediúnica de alguns médiuns.
d) A especificidade do trabalho mediúnico.
O número de médiuns no grupo.
Cada grupo mediúnico se reveste de condições especiais.
Por esse motivo, as normas de carácter funcional geralmente tendem a se adaptar à realidade vivida em cada centro espírita, o que é válido, desde que a doutrina não se descaracterize com a adaptação feita.
Isso ocorre com os grupos mediúnicos que funcionam com diferentes números de médiuns.
Se não existem no grupo seis médiuns, trabalhe-se com cinco, quatro, três ou dois.
O importante é trabalhar primando pela qualidade.
Se o grupo opera apenas com dois médiuns psicofónicos, estes, certamente, ultrapassarão as duas comunicações, mas com certo limite observado pela cúpula espiritual da casa, que não os submete a excessos.
As condições físicas, morais e intelectuais dos médiuns. Se o medianeiro não se sente bem de saúde, geralmente não transmite nenhuma mensagem, sendo aconselhável que não ocupe a mesa em corrente principal, para que os enfermeiros espirituais o examinem e o mediquem.
A baixa desse operador pode significar aumento no número de comunicações dos demais, se a improvisação levada a efeito para transferir-lhe os enfermos para outros
medianeiros obtiver sucesso.
Quanto às condições morais, sua influência se faz sentir directamente no tipo de assistência que esse grupo tem, actuando o médium desregrado como factor de atracção para Espíritos levianos e mistificadores.
O factor moral influencia na qualidade das comunicações e não na quantidade, uma vez que os Espíritos inferiores buscam avidamente tais grupos para dominá-los e fazê-los joguetes dos seus interesses.
Já as condições intelectuais, como contribuição ao conhecimento doutrinário e geral, possibilitam comunicações elevadas, conferindo ao grupo melhores oportunidades de actuação tanto doutrinária, quanto na área da enfermagem comum, a depender dos factores físicos e morais que devem acompanhá-las.
As condições físicas, morais e intelectuais do grupo, diferentes de pessoa para pessoa, são, na realidade, os pontos mais relevantes para a sua eficiência e sucesso.
A análise individual de cada componente nesses três aspectos decide pelo tipo e número de manifestantes que podem ou que devem ser usados em cada transmissão.
Intelectuais preferem intelectuais, moralizados optam por moralizados, enfermos necessitam de sadios.
Esse tipo de relação influi de maneira enérgica na distribuição das tarefas em uma reunião mediúnica.
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