Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Não sei o que dizer. Estou insegura.
— Não fique, Nina. Pense com calma.
Deixe de lado seu orgulho, sua mágoa.
Pense que naquele tempo ele não conseguiu agir diferente.
Fez o que achou melhor. Mas agora amadureceu, reconhece que errou.
André é um belo homem, Nina, por dentro e por fora.
— Não sabia que o senhor o tinha em tão bom conceito.
— Como eu disse, temos conversado.
Eu o aprecio pelas suas qualidades assim como aprecio você.
Desejo muito que sejam felizes.
Nina aproximou-se dele e beijou-o na face com carinho:
— Obrigada. Sou muito feliz por ter um amigo como o senhor.
— Converse com Marcos, diga a verdade.
Seu filho é um menino inteligente, vai compreender.
— Vou pensar, doutor.
Depois que deixou a sala do Dr. Dantas, Nina teve dificuldade para trabalhar.
As palavras dele reapareciam em sua mente fazendo-a reflectir.
A lembrança do tempo em que viveram juntos, os momentos de amor, de felicidade, de entendimento voltavam fazendo-a experimentar novamente as emoções daqueles tempos.
Reconheceu que nunca mais fora feliz depois da separação.
Sua vida tornara-se árida, difícil, alimentada pelo orgulho.
Mesmo o amor que sentia por Marcos era um misto de dor e tristeza devido às circunstâncias e suas conquistas tão significativas não lhe deram a realização interior que desejava.
Sem disposição para trabalhar, na hora do almoço Nina foi para casa.
Marcos estava saindo para a escola e ela beijou-o com carinho.
Depois que ele saiu, Nina não quis almoçar e foi para o quarto.
Precisava pensar, decidir o que fazer de sua vida.
André chegou à casa dos pais e Andreia o abraçou dizendo:
— Finalmente você se lembra de nós.
— Como vai, mãe?
— Preocupada com você.
Ele fingiu não ouvir e abraçou o pai e perguntou por Milena.
— Essa é outra que anda estranha.
Deu para sair todos os dias sem dizer aonde vai — reclamou Andreia.
— Milena está muito bem — respondeu Romeu satisfeito.
Graças a você e aos seus amigos.
— Folgo em saber, Vim almoçar com vocês.
— Antes temos que conversar — disse Andreia.
— Nada disso — interveio Romeu.
Estou com fome. Vamos comer primeiro.
Depois conversaremos.
— Não fique, Nina. Pense com calma.
Deixe de lado seu orgulho, sua mágoa.
Pense que naquele tempo ele não conseguiu agir diferente.
Fez o que achou melhor. Mas agora amadureceu, reconhece que errou.
André é um belo homem, Nina, por dentro e por fora.
— Não sabia que o senhor o tinha em tão bom conceito.
— Como eu disse, temos conversado.
Eu o aprecio pelas suas qualidades assim como aprecio você.
Desejo muito que sejam felizes.
Nina aproximou-se dele e beijou-o na face com carinho:
— Obrigada. Sou muito feliz por ter um amigo como o senhor.
— Converse com Marcos, diga a verdade.
Seu filho é um menino inteligente, vai compreender.
— Vou pensar, doutor.
Depois que deixou a sala do Dr. Dantas, Nina teve dificuldade para trabalhar.
As palavras dele reapareciam em sua mente fazendo-a reflectir.
A lembrança do tempo em que viveram juntos, os momentos de amor, de felicidade, de entendimento voltavam fazendo-a experimentar novamente as emoções daqueles tempos.
Reconheceu que nunca mais fora feliz depois da separação.
Sua vida tornara-se árida, difícil, alimentada pelo orgulho.
Mesmo o amor que sentia por Marcos era um misto de dor e tristeza devido às circunstâncias e suas conquistas tão significativas não lhe deram a realização interior que desejava.
Sem disposição para trabalhar, na hora do almoço Nina foi para casa.
Marcos estava saindo para a escola e ela beijou-o com carinho.
Depois que ele saiu, Nina não quis almoçar e foi para o quarto.
Precisava pensar, decidir o que fazer de sua vida.
André chegou à casa dos pais e Andreia o abraçou dizendo:
— Finalmente você se lembra de nós.
— Como vai, mãe?
— Preocupada com você.
Ele fingiu não ouvir e abraçou o pai e perguntou por Milena.
— Essa é outra que anda estranha.
Deu para sair todos os dias sem dizer aonde vai — reclamou Andreia.
— Milena está muito bem — respondeu Romeu satisfeito.
Graças a você e aos seus amigos.
— Folgo em saber, Vim almoçar com vocês.
— Antes temos que conversar — disse Andreia.
— Nada disso — interveio Romeu.
Estou com fome. Vamos comer primeiro.
Depois conversaremos.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Andreia dissimulou a contrariedade e foram almoçar.
Quando terminaram, André pediu:
— Vamos ao escritório.
Os olhos de Andreia brilharam, era isso mesmo que ela queria.
Uma vez acomodados, André disse:
— Vim aqui para uma conversa franca com vocês.
— Quero saber que ideia foi essa de se separar de Janete.
— Esse é um assunto que diz respeito somente a mim e a ela.
Mas em consideração a vocês, e ao que espero de ambos, vou falar sobre isso.
Nosso casamento foi um erro.
Nós somos muito diferentes, não temos a menor chance de sermos felizes juntos.
Andreia ia interromper mas Romeu fez um gesto brusco dizendo:
— Deixe-o falar, Andreia.
Ela calou-se amuada.
Nos últimos tempos Romeu andava tomando algumas atitudes indelicadas com ela, não atendendo mais ao que ela queria.
André continuou:
— Quando eu era estudante, me apaixonei por uma moça que não pertencia a nosso nível social.
Era linda, inteligente, doce, e eu a amei com todas as forças do meu coração.
Aluguei uma pequena casa e fomos viver juntos.
Eu prometi a ela que nos casaríamos assim que eu me formasse.
— Eu sabia e fiz tudo para que a deixasse! — disse Andreia sem poder conter-se.
— Fez. Me envolveu todo o tempo em eventos e festas onde jogava Janete em meus braços.
Mas não a culpo por isso.
Quero acreditar que imaginava estar me fazendo um bem.
— Ainda bem que reconhece isso — concordou ela.
— A culpa do que aconteceu foi exclusivamente minha.
Eu deveria ter sido responsável o bastante para fazer o que meu coração queria.
Mas não foi assim. Infelizmente.
Eu era muito jovem e sentia prazer em desfilar com Janete nos lugares da moda, fazer inveja aos amigos quando ela aparecia na porta da faculdade em um carro de luxo para me buscar.
Deixei-me levar pela vaidade e hoje me arrependo disso profundamente.
— Mas Janete é uma boa moça, linda, rica, tem tudo para fazer um homem feliz — disse Andreia com convicção.
— Mas eu não a amava. Eu amava Nina.
Quando soube que ela estava esperando um filho meu, fiquei apavorado.
Como iria explicar isso para Janete, para vocês, deixar de lado um casamento tão vantajoso? Eu sucumbi.
— Você fez o melhor que podia fazer. Escolheu certo.
— Engana-se, minha mãe.
Escolhi errado e estou sofrendo hoje em consequência dessa atitude.
Quando terminaram, André pediu:
— Vamos ao escritório.
Os olhos de Andreia brilharam, era isso mesmo que ela queria.
Uma vez acomodados, André disse:
— Vim aqui para uma conversa franca com vocês.
— Quero saber que ideia foi essa de se separar de Janete.
— Esse é um assunto que diz respeito somente a mim e a ela.
Mas em consideração a vocês, e ao que espero de ambos, vou falar sobre isso.
Nosso casamento foi um erro.
Nós somos muito diferentes, não temos a menor chance de sermos felizes juntos.
Andreia ia interromper mas Romeu fez um gesto brusco dizendo:
— Deixe-o falar, Andreia.
Ela calou-se amuada.
Nos últimos tempos Romeu andava tomando algumas atitudes indelicadas com ela, não atendendo mais ao que ela queria.
André continuou:
— Quando eu era estudante, me apaixonei por uma moça que não pertencia a nosso nível social.
Era linda, inteligente, doce, e eu a amei com todas as forças do meu coração.
Aluguei uma pequena casa e fomos viver juntos.
Eu prometi a ela que nos casaríamos assim que eu me formasse.
— Eu sabia e fiz tudo para que a deixasse! — disse Andreia sem poder conter-se.
— Fez. Me envolveu todo o tempo em eventos e festas onde jogava Janete em meus braços.
Mas não a culpo por isso.
Quero acreditar que imaginava estar me fazendo um bem.
— Ainda bem que reconhece isso — concordou ela.
— A culpa do que aconteceu foi exclusivamente minha.
Eu deveria ter sido responsável o bastante para fazer o que meu coração queria.
Mas não foi assim. Infelizmente.
Eu era muito jovem e sentia prazer em desfilar com Janete nos lugares da moda, fazer inveja aos amigos quando ela aparecia na porta da faculdade em um carro de luxo para me buscar.
Deixei-me levar pela vaidade e hoje me arrependo disso profundamente.
— Mas Janete é uma boa moça, linda, rica, tem tudo para fazer um homem feliz — disse Andreia com convicção.
— Mas eu não a amava. Eu amava Nina.
Quando soube que ela estava esperando um filho meu, fiquei apavorado.
Como iria explicar isso para Janete, para vocês, deixar de lado um casamento tão vantajoso? Eu sucumbi.
— Você fez o melhor que podia fazer. Escolheu certo.
— Engana-se, minha mãe.
Escolhi errado e estou sofrendo hoje em consequência dessa atitude.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Continue, meu filho — interveio Romeu com interesse.
— Eu fui canalha.
Casei com Janete achando que continuaria com Nina depois de casado.
Queria ficar com as duas.
— Que horror — disse Andreia assustada.
— Eu queria. E subestimei o carácter de Nina.
Ela não quis. Deixou nossa casa no dia seguinte e desapareceu.
Desesperado, procurei-a como louco durante alguns anos sem saber o que havia sido feito dela.
Uma vez a vi na rua, linda, bem arrumada, tentei conversar mas ela não me deu chance.
Entrou em um táxi e desapareceu.
André falava mergulhado em suas lembranças, contou como a encontrara mudada, transformada em uma advogada de sucesso, a descoberta do filho, seu esforço para conseguir aproximar-se dele.
Andreia ouvia admirada, sem encontrar palavras para intervir.
Depois que terminou de contar tudo, Andreia comentou:
— Foi por causa dela que você deixou Janete.
— Não foi. Nina nunca me perdoou.
O motivo foi outro. A vida tem seus próprios caminhos.
Tentando ajudar Milena, eu recebi mais ajuda do que ela.
Descobri os valores espirituais que nos levam à conquista da felicidade.
Cheguei à conclusão de que minha infelicidade de hoje é o resultado de haver tomado decisões erradas, incompatíveis com meus verdadeiros sentimentos.
Hoje, o que eu mais quero é encontrar a paz interior, a alegria de viver que perdi, conquistar o amor de meu filho e o perdão de Nina.
Havia um brilho especial nos olhos de André que fez Romeu levantar-se e abraçar o filho dizendo emocionado:
— Estou orgulhoso de você.
Espero que consiga o que deseja.
Andreia, cabeça baixa, não dizia nada.
O tom de André denotava sua sinceridade e ela de repente sentiu-se pequena, mesquinha, com seus valores de aparência.
Romeu aproximou-se dela, abraçando-a:
— Aceitar que também erramos nos humaniza e amadurece.
Andreia suspirou, levantou os olhos e perguntou:
— Você vai reconhecer esse filho?
— Vou. Só estou esperando Nina contar a ele que estou vivo.
Hoje foi aprovada a lei do divórcio.
Vou falar com Janete para fazermos a separação judicial.
Em dois anos estaremos divorciados.
— Ela vai sofrer muito — disse Andreia.
— Talvez. Mas tenho certeza de que logo se conformará.
Depois do divórcio poderá refazer sua vida, encontrar alguém que a ame e possa fazê-la mais feliz do que eu.
Sei que ela também se sentia infeliz.
A separação vai beneficiar a ambos.
— Eu fui canalha.
Casei com Janete achando que continuaria com Nina depois de casado.
Queria ficar com as duas.
— Que horror — disse Andreia assustada.
— Eu queria. E subestimei o carácter de Nina.
Ela não quis. Deixou nossa casa no dia seguinte e desapareceu.
Desesperado, procurei-a como louco durante alguns anos sem saber o que havia sido feito dela.
Uma vez a vi na rua, linda, bem arrumada, tentei conversar mas ela não me deu chance.
Entrou em um táxi e desapareceu.
André falava mergulhado em suas lembranças, contou como a encontrara mudada, transformada em uma advogada de sucesso, a descoberta do filho, seu esforço para conseguir aproximar-se dele.
Andreia ouvia admirada, sem encontrar palavras para intervir.
Depois que terminou de contar tudo, Andreia comentou:
— Foi por causa dela que você deixou Janete.
— Não foi. Nina nunca me perdoou.
O motivo foi outro. A vida tem seus próprios caminhos.
Tentando ajudar Milena, eu recebi mais ajuda do que ela.
Descobri os valores espirituais que nos levam à conquista da felicidade.
Cheguei à conclusão de que minha infelicidade de hoje é o resultado de haver tomado decisões erradas, incompatíveis com meus verdadeiros sentimentos.
Hoje, o que eu mais quero é encontrar a paz interior, a alegria de viver que perdi, conquistar o amor de meu filho e o perdão de Nina.
Havia um brilho especial nos olhos de André que fez Romeu levantar-se e abraçar o filho dizendo emocionado:
— Estou orgulhoso de você.
Espero que consiga o que deseja.
Andreia, cabeça baixa, não dizia nada.
O tom de André denotava sua sinceridade e ela de repente sentiu-se pequena, mesquinha, com seus valores de aparência.
Romeu aproximou-se dela, abraçando-a:
— Aceitar que também erramos nos humaniza e amadurece.
Andreia suspirou, levantou os olhos e perguntou:
— Você vai reconhecer esse filho?
— Vou. Só estou esperando Nina contar a ele que estou vivo.
Hoje foi aprovada a lei do divórcio.
Vou falar com Janete para fazermos a separação judicial.
Em dois anos estaremos divorciados.
— Ela vai sofrer muito — disse Andreia.
— Talvez. Mas tenho certeza de que logo se conformará.
Depois do divórcio poderá refazer sua vida, encontrar alguém que a ame e possa fazê-la mais feliz do que eu.
Sei que ela também se sentia infeliz.
A separação vai beneficiar a ambos.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Quando André deixou a casa dos pais, estava satisfeito, sentindo que nunca havia se entendido com eles tão profundamente.
Deixara falar seu coração, colocara seus sentimentos e havia sido compreendido.
Decidiu ir conversar com Janete.
Havia adiado esse momento, mas sentia que estava pronto para enfrentá-lo.
Foi procurá-la. Ela estava no quarto se preparando para sair, quando a criada a avisou da presença dele.
Imediatamente foi ao espelho, arrumar-se.
Sentia as pernas bambas ao descer as escadas.
Vendo-a entrar na sala, André levantou-se:
- Como vai, Janete?
— Bem — respondeu ela tentando controlar a voz.
— Vim para conversar sobre nossas vidas.
O tom formal dele deixava perceber que o assunto era sério.
— Sente-se, por favor.
— Eu desejo formalizar nossa separação.
Ela empalideceu mas esforçou-se para manter o controle.
— Eu sei que você está se encontrando com sua antiga namorada dos tempos de estudante.
Quer me deixar por causa dela.
— Não. Quero me separar de você porque entendi que não temos nada em comum.
Que nunca seremos felizes juntos.
— Quer que eu acredite?
Você mudou muito depois que tornou a encontrar-se com ela.
— Para ser sincero, apesar de haver casado com você, nunca a esqueci.
Nina foi o amor de minha vida.
Digo isto para deixar claro que nosso casamento foi um erro.
Nossa convivência tem sido de aparência e tanto eu quanto você não estávamos felizes.
Meus encontros com Nina têm sido por outro motivo.
Nunca reatamos nosso caso.
Ela não me perdoa o facto de havê-la trocado por você.
— Não tente me enganar.
Que outros motivos teria para justificar esses encontros?
— Ela estava grávida quando a deixei.
Só agora descobri que temos um filho.
Ele está com quase dez anos e eu pretendo assumir sua paternidade.
Janete abriu a boca, fechou-a de novo, sem saber o que dizer.
Um filho! Era demais!
Que vergonha quando suas amigas descobrissem!
Além de abandonada, a prova de sua traição ia ser documentada.
Quando conseguiu recuperar-se um pouco, disse:
— Você não fará isso comigo! É demais!
— Apressei nossa separação para preservá-la desse facto.
Deixara falar seu coração, colocara seus sentimentos e havia sido compreendido.
Decidiu ir conversar com Janete.
Havia adiado esse momento, mas sentia que estava pronto para enfrentá-lo.
Foi procurá-la. Ela estava no quarto se preparando para sair, quando a criada a avisou da presença dele.
Imediatamente foi ao espelho, arrumar-se.
Sentia as pernas bambas ao descer as escadas.
Vendo-a entrar na sala, André levantou-se:
- Como vai, Janete?
— Bem — respondeu ela tentando controlar a voz.
— Vim para conversar sobre nossas vidas.
O tom formal dele deixava perceber que o assunto era sério.
— Sente-se, por favor.
— Eu desejo formalizar nossa separação.
Ela empalideceu mas esforçou-se para manter o controle.
— Eu sei que você está se encontrando com sua antiga namorada dos tempos de estudante.
Quer me deixar por causa dela.
— Não. Quero me separar de você porque entendi que não temos nada em comum.
Que nunca seremos felizes juntos.
— Quer que eu acredite?
Você mudou muito depois que tornou a encontrar-se com ela.
— Para ser sincero, apesar de haver casado com você, nunca a esqueci.
Nina foi o amor de minha vida.
Digo isto para deixar claro que nosso casamento foi um erro.
Nossa convivência tem sido de aparência e tanto eu quanto você não estávamos felizes.
Meus encontros com Nina têm sido por outro motivo.
Nunca reatamos nosso caso.
Ela não me perdoa o facto de havê-la trocado por você.
— Não tente me enganar.
Que outros motivos teria para justificar esses encontros?
— Ela estava grávida quando a deixei.
Só agora descobri que temos um filho.
Ele está com quase dez anos e eu pretendo assumir sua paternidade.
Janete abriu a boca, fechou-a de novo, sem saber o que dizer.
Um filho! Era demais!
Que vergonha quando suas amigas descobrissem!
Além de abandonada, a prova de sua traição ia ser documentada.
Quando conseguiu recuperar-se um pouco, disse:
— Você não fará isso comigo! É demais!
— Apressei nossa separação para preservá-la desse facto.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Acredita que com isso os comentários maldosos não vão me envolver?
Eu, traída, abandonada, como um objecto que não serve mais?
— Lamento que esteja se sentindo assim.
Mas eu também não sabia que ele existia.
Nina nunca me procurou e não quer que eu assuma o menino.
Janete perdeu o controle, rompeu em um pranto nervoso e André esperou um pouco até que ela se acalmasse.
Depois, sentou-se ao lado dela no sofá, segurou sua mão dizendo:
— Sinto muito. Apesar das nossas diferenças, eu gosto de você e a respeito.
Você sabia que eu vivia com Nina e apesar disso fez tudo para ficar comigo.
Você errou e está sofrendo as consequências.
Mas mesmo sabendo disso, sei que sou mais culpado do que você, que me iludi, deixei meu amor de lado, preferi um casamento de conveniência.
É duro descobrir isso. Nós dois erramos.
Nosso casamento começou errado e nunca poderia dar certo.
Ele fez uma pausa, enquanto Janete chorava baixinho.
Depois continuou:
— Amanhã pretendo entrar com um pedido de separação judicial.
É o primeiro passo para o divórcio.
Felizmente, nossa legislação já permite.
Vamos legalizar nossa situação e cada um de nós poderá refazer sua vida, como desejar.
— Nunca mais confiarei em ninguém.
— Estamos vivendo um momento difícil, mas estou certo de que vamos superar.
— Estou arrasada. O que os outros vão dizer?
— O que os outros pensam não me interessa.
Eles não têm nada a ver com minha vida.
Você deve fazer o mesmo.
Assuma que nosso casamento foi um erro, diga isso a quem quiser ouvir, fale mal de mim, se estiver com raiva.
Mas seja verdadeira. Diga o que está sentindo.
Assumindo uma atitude honesta, tenho certeza de que calará a boca dos maldizentes.
— O que será de minha vida depois de tudo isso?
— Faça uma viagem, procure novos amigos, trate de se fazer feliz.
É o que eu pretendo fazer.
Ela suspirou sem saber o que dizer.
Apesar dos factos, André estava sendo mais amigo do que antes e essa atitude deixou-a mais calma.
André levantou-se:
— Pense no que conversamos e não me guarde rancor.
Vamos viver nossas vidas em paz.
Quando receber a citação judicial, me avise.
Estou pronto para esclarecer qualquer dúvida.
Quanto aos nossos bens, tudo será como você quiser.
Eu, traída, abandonada, como um objecto que não serve mais?
— Lamento que esteja se sentindo assim.
Mas eu também não sabia que ele existia.
Nina nunca me procurou e não quer que eu assuma o menino.
Janete perdeu o controle, rompeu em um pranto nervoso e André esperou um pouco até que ela se acalmasse.
Depois, sentou-se ao lado dela no sofá, segurou sua mão dizendo:
— Sinto muito. Apesar das nossas diferenças, eu gosto de você e a respeito.
Você sabia que eu vivia com Nina e apesar disso fez tudo para ficar comigo.
Você errou e está sofrendo as consequências.
Mas mesmo sabendo disso, sei que sou mais culpado do que você, que me iludi, deixei meu amor de lado, preferi um casamento de conveniência.
É duro descobrir isso. Nós dois erramos.
Nosso casamento começou errado e nunca poderia dar certo.
Ele fez uma pausa, enquanto Janete chorava baixinho.
Depois continuou:
— Amanhã pretendo entrar com um pedido de separação judicial.
É o primeiro passo para o divórcio.
Felizmente, nossa legislação já permite.
Vamos legalizar nossa situação e cada um de nós poderá refazer sua vida, como desejar.
— Nunca mais confiarei em ninguém.
— Estamos vivendo um momento difícil, mas estou certo de que vamos superar.
— Estou arrasada. O que os outros vão dizer?
— O que os outros pensam não me interessa.
Eles não têm nada a ver com minha vida.
Você deve fazer o mesmo.
Assuma que nosso casamento foi um erro, diga isso a quem quiser ouvir, fale mal de mim, se estiver com raiva.
Mas seja verdadeira. Diga o que está sentindo.
Assumindo uma atitude honesta, tenho certeza de que calará a boca dos maldizentes.
— O que será de minha vida depois de tudo isso?
— Faça uma viagem, procure novos amigos, trate de se fazer feliz.
É o que eu pretendo fazer.
Ela suspirou sem saber o que dizer.
Apesar dos factos, André estava sendo mais amigo do que antes e essa atitude deixou-a mais calma.
André levantou-se:
— Pense no que conversamos e não me guarde rancor.
Vamos viver nossas vidas em paz.
Quando receber a citação judicial, me avise.
Estou pronto para esclarecer qualquer dúvida.
Quanto aos nossos bens, tudo será como você quiser.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Ele estendeu a mão, que ela apertou:
— Pelo que disse, devo deduzir que não há nenhuma possibilidade de voltar atrás.
— Não. Tudo quanto eu lhe disse reflecte meus mais profundos sentimentos.
Pensei muito antes de tomar essa decisão.
— Está certo.
Ele saiu e Janete foi para o quarto, pensando em tudo quanto André lhe dissera.
Apesar do medo que sentia por ter que enfrentar uma situação desagradável, estava conformada.
O tom de André, a maneira como ele se colocara, dava-lhe a certeza de que não havia mais nada a fazer.
Estava tudo acabado.
Falaria com seu pai, iria viver na Europa até que todos esquecessem.
Uma semana depois, Olívia estava sentada na sala lendo quando Artur chegou.
Ela admirou-se:
— Você em casa a esta hora?
Aconteceu alguma coisa?
Sim. Hoje tive uma surpresa desagradável e espero que você tenha uma boa explicação.
— Do que se trata?
— Fui ao banco e vi que havia uma retirada de cinquenta mil em nossa conta.
Pensei que estivesse errado, reclamei mas o gerente mostrou-me o cheque.
Pode me dizer o que fez com o dinheiro?
Ela empalideceu.
Isso não podia ter acontecido, Artur não tinha o hábito de checar o extracto bancário.
Era ela quem controlava tudo.
Tentou dissimular o nervosismo:
— Deve ter sido engano.
Irei imediatamente ao banco cuidar disso.
— Que dizer que não retirou esse dinheiro?
— Bem, eu fiz uma retirada para alguns pagamentos.
Precisei renovar nossa roupa de cama, baixela.
Fiz algumas compras mas não gastei tudo isso.
Vai ver que o funcionário lançou errado, Eles estão sempre se enganando.
— Nesse caso, vou falar com o gerente.
Isso não pode acontecer.
— Deixe comigo. Garanto que vou resolver o quanto antes.
Você não costuma ir ao banco, o que foi fazer lá?
— O Dr. Adalberto me ofereceu aquela casa linda que ele tem em Campos do Jordão.
Pensei em comprá-la.
— Eu não gosto de lá.
É frio demais, é longe.
— Pois eu adoro e já estou negociando a compra.
— Pelo que disse, devo deduzir que não há nenhuma possibilidade de voltar atrás.
— Não. Tudo quanto eu lhe disse reflecte meus mais profundos sentimentos.
Pensei muito antes de tomar essa decisão.
— Está certo.
Ele saiu e Janete foi para o quarto, pensando em tudo quanto André lhe dissera.
Apesar do medo que sentia por ter que enfrentar uma situação desagradável, estava conformada.
O tom de André, a maneira como ele se colocara, dava-lhe a certeza de que não havia mais nada a fazer.
Estava tudo acabado.
Falaria com seu pai, iria viver na Europa até que todos esquecessem.
Uma semana depois, Olívia estava sentada na sala lendo quando Artur chegou.
Ela admirou-se:
— Você em casa a esta hora?
Aconteceu alguma coisa?
Sim. Hoje tive uma surpresa desagradável e espero que você tenha uma boa explicação.
— Do que se trata?
— Fui ao banco e vi que havia uma retirada de cinquenta mil em nossa conta.
Pensei que estivesse errado, reclamei mas o gerente mostrou-me o cheque.
Pode me dizer o que fez com o dinheiro?
Ela empalideceu.
Isso não podia ter acontecido, Artur não tinha o hábito de checar o extracto bancário.
Era ela quem controlava tudo.
Tentou dissimular o nervosismo:
— Deve ter sido engano.
Irei imediatamente ao banco cuidar disso.
— Que dizer que não retirou esse dinheiro?
— Bem, eu fiz uma retirada para alguns pagamentos.
Precisei renovar nossa roupa de cama, baixela.
Fiz algumas compras mas não gastei tudo isso.
Vai ver que o funcionário lançou errado, Eles estão sempre se enganando.
— Nesse caso, vou falar com o gerente.
Isso não pode acontecer.
— Deixe comigo. Garanto que vou resolver o quanto antes.
Você não costuma ir ao banco, o que foi fazer lá?
— O Dr. Adalberto me ofereceu aquela casa linda que ele tem em Campos do Jordão.
Pensei em comprá-la.
— Eu não gosto de lá.
É frio demais, é longe.
— Pois eu adoro e já estou negociando a compra.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Olívia não respondeu logo.
Precisava encontrar um jeito de resolver esse caso.
Se ele pedisse para ver suas compras, ela não teria nada para mostrar e sua mentira seria descoberta.
Tentou contornar:
— Se você gosta, compre.
Foi bom você ter ido ao banco mas não precisava deixar o consultório por causa disso. Deixe comigo.
Olhou o relógio no pulso e continuou:
— A esta hora o banco já fechou.
Mas amanhã logo cedo irei até lá corrigir o erro.
Eles terão que repor o dinheiro.
— Eles me apresentaram provas do saque.
Como pode ser isso?
— Você conferiu os dados da pessoa?
Eles podem ter confundido os nomes.
— De facto, eu não vi.
Fiquei tão surpreso que vim directo para cá.
— Não se preocupe.
Logo tudo estará em ordem. Deixe comigo.
— Nesse caso, vou voltar ao hospital.
Preciso ver alguns pacientes.
Depois que ele saiu, Olívia pensou e decidiu.
Foi ao quarto, abriu o cofre onde guardava suas jóias, apanhou algumas, colocou-as em uma bolsa e saiu.
Pediu a seu motorista que a deixasse na loja onde habitualmente comprava suas roupas, despediu-o mandando que voltasse duas horas depois.
Assim que se certificou de que ele não estava mais, saiu, tomou um táxi e foi até a seção de penhores da Caixa Económica.
Conseguiu apenas metade da quantia que havia dado a Toninho.
Decidiu procurá-lo e reclamar parte do dinheiro.
Era justo, afinal ele não cumprira o combinado.
Uma vez lá, entrou e foi conduzida ao "escritório" de Toninho.
Assim que a viu ele disse:
— Eu sabia que você viria.
— Desta vez você fracassou.
Não cumpriu o que prometeu.
— Não tive culpa. Tudo foi bem planeado.
Os malandros me enganaram. Não cumpriram nosso ajuste.
— Eu quero meu dinheiro de volta.
O menino está em casa.
Toninho levantou-se irritado:
— Isso não é possível.
Eu paguei eles. Fiquei sem nada.
Precisava encontrar um jeito de resolver esse caso.
Se ele pedisse para ver suas compras, ela não teria nada para mostrar e sua mentira seria descoberta.
Tentou contornar:
— Se você gosta, compre.
Foi bom você ter ido ao banco mas não precisava deixar o consultório por causa disso. Deixe comigo.
Olhou o relógio no pulso e continuou:
— A esta hora o banco já fechou.
Mas amanhã logo cedo irei até lá corrigir o erro.
Eles terão que repor o dinheiro.
— Eles me apresentaram provas do saque.
Como pode ser isso?
— Você conferiu os dados da pessoa?
Eles podem ter confundido os nomes.
— De facto, eu não vi.
Fiquei tão surpreso que vim directo para cá.
— Não se preocupe.
Logo tudo estará em ordem. Deixe comigo.
— Nesse caso, vou voltar ao hospital.
Preciso ver alguns pacientes.
Depois que ele saiu, Olívia pensou e decidiu.
Foi ao quarto, abriu o cofre onde guardava suas jóias, apanhou algumas, colocou-as em uma bolsa e saiu.
Pediu a seu motorista que a deixasse na loja onde habitualmente comprava suas roupas, despediu-o mandando que voltasse duas horas depois.
Assim que se certificou de que ele não estava mais, saiu, tomou um táxi e foi até a seção de penhores da Caixa Económica.
Conseguiu apenas metade da quantia que havia dado a Toninho.
Decidiu procurá-lo e reclamar parte do dinheiro.
Era justo, afinal ele não cumprira o combinado.
Uma vez lá, entrou e foi conduzida ao "escritório" de Toninho.
Assim que a viu ele disse:
— Eu sabia que você viria.
— Desta vez você fracassou.
Não cumpriu o que prometeu.
— Não tive culpa. Tudo foi bem planeado.
Os malandros me enganaram. Não cumpriram nosso ajuste.
— Eu quero meu dinheiro de volta.
O menino está em casa.
Toninho levantou-se irritado:
— Isso não é possível.
Eu paguei eles. Fiquei sem nada.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Não acredito que você tenha dado tudo a eles.
Não tente me enganar.
— Estou falando a verdade.
E tem mais, quero o restante que me prometeu.
— Isso não é possível.
Meu marido está desconfiado.
Ficou sabendo que retirei o dinheiro do banco e quer saber para quê.
— Se não me pagar o resto que me deve, eu vou fazer ele saber que foi você quem planeou tudo — ameaçou ele.
Olívia empalideceu, levantou-se nervosa:
— Se fizer isso você será preso.
Vou dizer que você roubou o menino para me chantagear.
Você irá para a cadeia!
— Não interessa a nenhum de nós que a polícia entre no negócio.
Trate de me mandar o resto que me deve e esqueceremos isso.
— Isso é que não. Não é justo.
Agora mesmo fui penhorar as minhas jóias para tentar repor o dinheiro no banco.
Está faltando a metade. Não posso arranjar mais.
Meu marido está desconfiado.
— Eu sabia que essa história era perigosa.
Eu quero o resto do dinheiro.
Mas em nome da nossa amizade de tantos anos posso esperar até que possa me pagar.
É o que posso fazer.
Ele a olhava de um modo diferente e de repente Olívia teve medo.
Decidiu ir embora.
— Está bem. Vou ver o que posso fazer.
Despediu-se e saiu.
Assim que ela se foi, Toninho chamou Jofre:
— Estamos correndo perigo.
O marido dela anda desconfiado.
Ela está falando demais.
— O que manda, chefe?
— Vá atrás, quando estiver longe daqui, faça o serviço.
Pegue a bolsa dela, está com dinheiro.
Ele saiu rápido e viu Olívia passar dentro do táxi.
Imediatamente, pegou a camionete e foi atrás.
Quando o táxi parou, enquanto ela pagava, ele estacionou e desceu.
Quando ela ia entrando na loja, ele a abordou:
— Não diga nada, senão morre.
Olívia o reconheceu, sentiu a ponta de uma arma encostada em seu corpo e obedeceu:
— O que quer de mim?
— Precisamos conversar.
Venha, entre no carro.
Não tente me enganar.
— Estou falando a verdade.
E tem mais, quero o restante que me prometeu.
— Isso não é possível.
Meu marido está desconfiado.
Ficou sabendo que retirei o dinheiro do banco e quer saber para quê.
— Se não me pagar o resto que me deve, eu vou fazer ele saber que foi você quem planeou tudo — ameaçou ele.
Olívia empalideceu, levantou-se nervosa:
— Se fizer isso você será preso.
Vou dizer que você roubou o menino para me chantagear.
Você irá para a cadeia!
— Não interessa a nenhum de nós que a polícia entre no negócio.
Trate de me mandar o resto que me deve e esqueceremos isso.
— Isso é que não. Não é justo.
Agora mesmo fui penhorar as minhas jóias para tentar repor o dinheiro no banco.
Está faltando a metade. Não posso arranjar mais.
Meu marido está desconfiado.
— Eu sabia que essa história era perigosa.
Eu quero o resto do dinheiro.
Mas em nome da nossa amizade de tantos anos posso esperar até que possa me pagar.
É o que posso fazer.
Ele a olhava de um modo diferente e de repente Olívia teve medo.
Decidiu ir embora.
— Está bem. Vou ver o que posso fazer.
Despediu-se e saiu.
Assim que ela se foi, Toninho chamou Jofre:
— Estamos correndo perigo.
O marido dela anda desconfiado.
Ela está falando demais.
— O que manda, chefe?
— Vá atrás, quando estiver longe daqui, faça o serviço.
Pegue a bolsa dela, está com dinheiro.
Ele saiu rápido e viu Olívia passar dentro do táxi.
Imediatamente, pegou a camionete e foi atrás.
Quando o táxi parou, enquanto ela pagava, ele estacionou e desceu.
Quando ela ia entrando na loja, ele a abordou:
— Não diga nada, senão morre.
Olívia o reconheceu, sentiu a ponta de uma arma encostada em seu corpo e obedeceu:
— O que quer de mim?
— Precisamos conversar.
Venha, entre no carro.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Trémula, ela obedeceu.
Ele mostrou o revólver dizendo:
— Se gritar, eu acabo com você.
Depois, pegou uma corda no porta-luvas, tirou a bolsa que ela segurava assustada, amarrou suas mãos.
— O que você quer?
Eu disse para o Toninho que ia arranjar o resto do dinheiro.
Ele me deu prazo.
— Ele quer conversar com você de novo.
Olívia pensou que Toninho desejava assustá-la.
Ele era seu amigo de infância. Não iria fazer-lhe mal.
Acalmou-se um pouco. Ele ligou o carro e dirigiu em silêncio.
Vendo que estava escurecendo e eles estavam deixando a cidade, ela disse nervosa:
— Você não está indo à casa do Toninho.
Para onde está me levando?
— Fique calada senão amarro um lenço em sua boca.
— O que vai fazer comigo?
— Eu disse para ficar calada.
É bom não me deixar nervoso.
O coração dela batia descompassado.
Ele continuava dirigindo e a noite caíra de todo.
Ela não sabia onde estava.
Sabia apenas que era um lugar escuro, onde não havia ninguém para socorrê-la.
Artur chegou em casa depois das oito e procurou por Olívia.
A criada informou-o de que ela havia saído e ainda não voltara.
O motorista o procurou na sala:
— Dr. Artur, estou preocupado com D. Olívia. Ela desapareceu.
Artur assustou-se:
— Desapareceu, como?
Ele contou que à tarde a levara na loja de roupas e, quando fora buscá-la conforme o combinado, ela não estava.
As moças da loja informaram que ela nem sequer havia estado lá.
— Como não esteve lá?
Você não a deixou na loja?
— Deixei, vi quando ela entrou.
— Esta história está mal contada.
— Eu também estranhei.
Artur pensou um pouco e depois disse:
— Vamos esperar.
Pode ser que ela tenha encontrado alguma amiga e tenha se esquecido de avisar.
— Acho difícil. Ela nunca fez isso.
Não estou gostando, patrão.
Acho bom o senhor avisar a polícia.
Pode ter lhe acontecido alguma coisa.
Ele mostrou o revólver dizendo:
— Se gritar, eu acabo com você.
Depois, pegou uma corda no porta-luvas, tirou a bolsa que ela segurava assustada, amarrou suas mãos.
— O que você quer?
Eu disse para o Toninho que ia arranjar o resto do dinheiro.
Ele me deu prazo.
— Ele quer conversar com você de novo.
Olívia pensou que Toninho desejava assustá-la.
Ele era seu amigo de infância. Não iria fazer-lhe mal.
Acalmou-se um pouco. Ele ligou o carro e dirigiu em silêncio.
Vendo que estava escurecendo e eles estavam deixando a cidade, ela disse nervosa:
— Você não está indo à casa do Toninho.
Para onde está me levando?
— Fique calada senão amarro um lenço em sua boca.
— O que vai fazer comigo?
— Eu disse para ficar calada.
É bom não me deixar nervoso.
O coração dela batia descompassado.
Ele continuava dirigindo e a noite caíra de todo.
Ela não sabia onde estava.
Sabia apenas que era um lugar escuro, onde não havia ninguém para socorrê-la.
Artur chegou em casa depois das oito e procurou por Olívia.
A criada informou-o de que ela havia saído e ainda não voltara.
O motorista o procurou na sala:
— Dr. Artur, estou preocupado com D. Olívia. Ela desapareceu.
Artur assustou-se:
— Desapareceu, como?
Ele contou que à tarde a levara na loja de roupas e, quando fora buscá-la conforme o combinado, ela não estava.
As moças da loja informaram que ela nem sequer havia estado lá.
— Como não esteve lá?
Você não a deixou na loja?
— Deixei, vi quando ela entrou.
— Esta história está mal contada.
— Eu também estranhei.
Artur pensou um pouco e depois disse:
— Vamos esperar.
Pode ser que ela tenha encontrado alguma amiga e tenha se esquecido de avisar.
— Acho difícil. Ela nunca fez isso.
Não estou gostando, patrão.
Acho bom o senhor avisar a polícia.
Pode ter lhe acontecido alguma coisa.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Vamos esperar mais um pouco.
Se ela não chegar, tomarei providências.
Ele saiu e Artur lembrou-se do saque na conta do banco.
Isso teria alguma coisa a ver com a demora de Olívia?
E se ela houvesse mentido e retirado mesmo aquele dinheiro?
Estaria sendo vítima de alguma chantagem?
Inquieto, ele ligou para Antero e colocou-o a par de tudo.
— Os sequestradores podem tê-la levado.
Vou falar com Marcelo e iremos imediatamente para sua casa.
Artur ficou angustiado.
Essa história não teria acabado?
Assim que eles chegaram, disse nervoso:
— Ela ainda não apareceu nem telefonou.
Marcelo olhou-os sério e tornou:
— Eu já tomei providências.
Eu ia ligar para Antero, quando ele me ligou.
— Você sabe o que está acontecendo? — indagou Artur aflito.
— Bem, o que tenho a dizer não é nada bom.
— Fale logo, Marcelo. O que sabe? — disse Antero assustado.
— Eu coloquei meus homens seguindo D. Olívia.
— Para protegê-la?
Ela estava correndo perigo? — perguntou Artur.
— Para averiguar os factos.
Dentre todas as pessoas com quem conversei, ela era a única que não gostava de Eriberto.
— Não está pensando que ela... começou Artur nervoso.
— Não estou afirmando nada.
Hoje quando ela saiu, foi seguida.
Foi a uma loja, despediu o motorista, fingiu que entrou.
Depois que ele foi embora, ela saiu, tomou um táxi e foi à Caixa Económica Federal, onde empenhou várias jóias.
— Então ela sacou mesmo o dinheiro do banco.
Estaria sendo vítima de chantagem?
— Não sei. Ela saiu de lá, tomou outro táxi e foi a uma casa modesta na periferia, um lugar muito perigoso.
Pelo que meu auxiliar observou, ela deve ser conhecida nessa casa.
Entrou, ficou alguns minutos e saiu.
O táxi continuava esperando e ela entrou.
Meu auxiliar ia seguir o táxi quando notou que um homem saiu da casa, pegou uma camionete e foi atrás deles.
Seguiu-os discretamente, O táxi parou em frente à loja de roupas, a camionete parou atrás.
Se ela não chegar, tomarei providências.
Ele saiu e Artur lembrou-se do saque na conta do banco.
Isso teria alguma coisa a ver com a demora de Olívia?
E se ela houvesse mentido e retirado mesmo aquele dinheiro?
Estaria sendo vítima de alguma chantagem?
Inquieto, ele ligou para Antero e colocou-o a par de tudo.
— Os sequestradores podem tê-la levado.
Vou falar com Marcelo e iremos imediatamente para sua casa.
Artur ficou angustiado.
Essa história não teria acabado?
Assim que eles chegaram, disse nervoso:
— Ela ainda não apareceu nem telefonou.
Marcelo olhou-os sério e tornou:
— Eu já tomei providências.
Eu ia ligar para Antero, quando ele me ligou.
— Você sabe o que está acontecendo? — indagou Artur aflito.
— Bem, o que tenho a dizer não é nada bom.
— Fale logo, Marcelo. O que sabe? — disse Antero assustado.
— Eu coloquei meus homens seguindo D. Olívia.
— Para protegê-la?
Ela estava correndo perigo? — perguntou Artur.
— Para averiguar os factos.
Dentre todas as pessoas com quem conversei, ela era a única que não gostava de Eriberto.
— Não está pensando que ela... começou Artur nervoso.
— Não estou afirmando nada.
Hoje quando ela saiu, foi seguida.
Foi a uma loja, despediu o motorista, fingiu que entrou.
Depois que ele foi embora, ela saiu, tomou um táxi e foi à Caixa Económica Federal, onde empenhou várias jóias.
— Então ela sacou mesmo o dinheiro do banco.
Estaria sendo vítima de chantagem?
— Não sei. Ela saiu de lá, tomou outro táxi e foi a uma casa modesta na periferia, um lugar muito perigoso.
Pelo que meu auxiliar observou, ela deve ser conhecida nessa casa.
Entrou, ficou alguns minutos e saiu.
O táxi continuava esperando e ela entrou.
Meu auxiliar ia seguir o táxi quando notou que um homem saiu da casa, pegou uma camionete e foi atrás deles.
Seguiu-os discretamente, O táxi parou em frente à loja de roupas, a camionete parou atrás.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Ela desceu, pagou o motorista e, quando ela ia entrar na loja, o homem da camionete a abordou e obrigou-a a entrar na camionete.
Ele estava armado.
Meu auxiliar informou pelo rádio, mandei que não os perdesse de vista.
Avisei a polícia, que imediatamente tomou providências.
— Meu Deus, ela foi sequestrada mesmo! — disse Artur aflito.
— A esta hora a polícia já deve estar na casa da periferia.
Vou até o carro saber notícias.
Pouco depois ele voltou dizendo:
— Os carros da polícia estão seguindo a camionete, esperando o momento propício para a abordagem.
É preciso cuidado. Não podem pôr em risco a vida dela.
Artur deixou-se cair na poltrona passando a mão nos cabelos aflito.
— Meu Deus!
Porque ela não me contou que estava sendo chantageada?
Não percebeu o perigo que estava correndo?
Marcelo olhou e não disse nada.
Ele estava desconfiado de que a verdade era muito diferente.
Resolveu esperar que os factos fossem esclarecidos.
Começou então para eles a angústia da espera.
Antero ligou para Marta pedindo orações.
Sentia-se angustiado, mas confiava na protecção espiritual.
De vez em quando Marcelo ia até o carro para saber notícias.
Ficou sabendo que eles estavam parados em uma estrada, haviam sido cercados pela polícia.
Jofre colocara o revólver na cabeça de Olívia e ameaçava matá-la caso eles se aproximassem.
— Vou até lá — disse Marcelo.
— Vou com você,
— Se quer ir é bom saber que terá que ficar calado e não interferir.
— Eu também vou — interveio Artur.
— Não, pai. Eu preferia que fosse até minha casa, fazer companhia a Glória e Eriberto.
Vamos confiar em Deus, que nunca nos desamparou.
— Não vou aguentar ficar esperando sem poder fazer nada nem saber o que está acontecendo. Eu vou com vocês.
— Vou levá-los comigo, mas terão que se conformar em observar de longe.
Eles saíram no carro de Marcelo.
Meia hora depois chegaram ao local.
Os carros da polícia haviam acendido os faróis e colocado um holofote sobre a camionete.
Via-se perfeitamente Jofre com a arma encostada na cabeça de Olívia.
Artur sentiu uma tontura e Antero o amparou:
— Eu disse que era melhor você não vir.
— Vou me controlar. Pode deixar.
Ele estava armado.
Meu auxiliar informou pelo rádio, mandei que não os perdesse de vista.
Avisei a polícia, que imediatamente tomou providências.
— Meu Deus, ela foi sequestrada mesmo! — disse Artur aflito.
— A esta hora a polícia já deve estar na casa da periferia.
Vou até o carro saber notícias.
Pouco depois ele voltou dizendo:
— Os carros da polícia estão seguindo a camionete, esperando o momento propício para a abordagem.
É preciso cuidado. Não podem pôr em risco a vida dela.
Artur deixou-se cair na poltrona passando a mão nos cabelos aflito.
— Meu Deus!
Porque ela não me contou que estava sendo chantageada?
Não percebeu o perigo que estava correndo?
Marcelo olhou e não disse nada.
Ele estava desconfiado de que a verdade era muito diferente.
Resolveu esperar que os factos fossem esclarecidos.
Começou então para eles a angústia da espera.
Antero ligou para Marta pedindo orações.
Sentia-se angustiado, mas confiava na protecção espiritual.
De vez em quando Marcelo ia até o carro para saber notícias.
Ficou sabendo que eles estavam parados em uma estrada, haviam sido cercados pela polícia.
Jofre colocara o revólver na cabeça de Olívia e ameaçava matá-la caso eles se aproximassem.
— Vou até lá — disse Marcelo.
— Vou com você,
— Se quer ir é bom saber que terá que ficar calado e não interferir.
— Eu também vou — interveio Artur.
— Não, pai. Eu preferia que fosse até minha casa, fazer companhia a Glória e Eriberto.
Vamos confiar em Deus, que nunca nos desamparou.
— Não vou aguentar ficar esperando sem poder fazer nada nem saber o que está acontecendo. Eu vou com vocês.
— Vou levá-los comigo, mas terão que se conformar em observar de longe.
Eles saíram no carro de Marcelo.
Meia hora depois chegaram ao local.
Os carros da polícia haviam acendido os faróis e colocado um holofote sobre a camionete.
Via-se perfeitamente Jofre com a arma encostada na cabeça de Olívia.
Artur sentiu uma tontura e Antero o amparou:
— Eu disse que era melhor você não vir.
— Vou me controlar. Pode deixar.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Um policial com um megafone tentava convencer Jofre a se entregar.
— Seu chefe está preso. É melhor se entregar.
Deixe a senhora ir. Prometo que não vamos atirar.
— Vão embora. Deixem-me passar, senão ela morre.
— Se fizer isso você também vai morrer.
É isso o que quer? Vamos, desista.
Acabou. Baixe a arma e entregue-se.
É o melhor. Prometo que não vamos atirar.
O tempo foi se arrastando mas, absortos em convencê-lo a entregar-se, eles nem se davam conta.
O dia estava amanhecendo quando demonstrando cansaço Jofre começou a ceder negociando sua rendição.
Depois de prometer que não iam atirar, finalmente ele entregou a arma.
Olívia, pálida, não conseguia sair do lugar.
Artur e Antero queriam ir socorrê-la mas o policial não permitiu.
— Eles vão para a delegacia.
— Minha esposa está mal, quero levá-la para casa.
— Não pode. Antes ela terá que depor na delegacia. Vamos embora.
Os dois foram até Marcelo:
— Faça alguma coisa — pediu Artur.
Ela precisa ser socorrida.
Depois do que passou, é uma falta de humanidade.
— Não estou entendendo, Marcelo.
Ela é a vítima — disse Antero nervoso.
— Ternos que cumprir todas as formalidades. Vamos embora.
Os dois viram que Olívia foi colocada numa viatura e estavam indignados.
Na delegacia, Antero ficou sabendo que sua mãe estava detida para averiguações e não permitiam que eles falassem com ela.
Vendo a aflição deles, Marcelo sugeriu:
— É melhor chamar seu advogado.
Ele vai poder entrar e saber o que está havendo.
Antero pensou em André.
Imediatamente ligou para ele pedindo ajuda e ele prometeu ir imediatamente.
Quando André chegou à delegacia, Antero o esperava na porta:
— Desculpe acordá-lo a esta hora.
Mas seu nome não me saía do pensamento.
Precisamos de sua ajuda.
— O que aconteceu?
Em poucas palavras Antero contou o que houve.
E finalizou:
— Não estamos entendendo.
Ninguém nos dá explicações e ela está detida.
— Seu chefe está preso. É melhor se entregar.
Deixe a senhora ir. Prometo que não vamos atirar.
— Vão embora. Deixem-me passar, senão ela morre.
— Se fizer isso você também vai morrer.
É isso o que quer? Vamos, desista.
Acabou. Baixe a arma e entregue-se.
É o melhor. Prometo que não vamos atirar.
O tempo foi se arrastando mas, absortos em convencê-lo a entregar-se, eles nem se davam conta.
O dia estava amanhecendo quando demonstrando cansaço Jofre começou a ceder negociando sua rendição.
Depois de prometer que não iam atirar, finalmente ele entregou a arma.
Olívia, pálida, não conseguia sair do lugar.
Artur e Antero queriam ir socorrê-la mas o policial não permitiu.
— Eles vão para a delegacia.
— Minha esposa está mal, quero levá-la para casa.
— Não pode. Antes ela terá que depor na delegacia. Vamos embora.
Os dois foram até Marcelo:
— Faça alguma coisa — pediu Artur.
Ela precisa ser socorrida.
Depois do que passou, é uma falta de humanidade.
— Não estou entendendo, Marcelo.
Ela é a vítima — disse Antero nervoso.
— Ternos que cumprir todas as formalidades. Vamos embora.
Os dois viram que Olívia foi colocada numa viatura e estavam indignados.
Na delegacia, Antero ficou sabendo que sua mãe estava detida para averiguações e não permitiam que eles falassem com ela.
Vendo a aflição deles, Marcelo sugeriu:
— É melhor chamar seu advogado.
Ele vai poder entrar e saber o que está havendo.
Antero pensou em André.
Imediatamente ligou para ele pedindo ajuda e ele prometeu ir imediatamente.
Quando André chegou à delegacia, Antero o esperava na porta:
— Desculpe acordá-lo a esta hora.
Mas seu nome não me saía do pensamento.
Precisamos de sua ajuda.
— O que aconteceu?
Em poucas palavras Antero contou o que houve.
E finalizou:
— Não estamos entendendo.
Ninguém nos dá explicações e ela está detida.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
André pediu uma folha de papel e escreveu uma procuração para cuidar do caso.
Artur assinou e ele foi falar com o delegado.
Ficou lá durante quase meia hora e quando saiu estava muito preocupado.
Os dois o rodearam ansiosos.
— E então, o que está havendo? — indagou Artur.
— Infelizmente as notícias não são as melhores.
Eles prenderam os dois sequestradores de Eriberto mas eles disseram que D. Olívia foi a mandante.
— Não pode ser! — disse Artur.
— Ele deve estar mentindo! — comentou Antero.
— Infelizmente todos os detalhes a estão comprometendo.
Toninho, o sequestrador, disse que conhecia D. Olívia havia muito tempo.
Ela, inconformada em dividir a herança da família com Eriberto, contratou-o.
Deu-lhe dinheiro para levar o menino para bem longe, inclusive falsificaram documentos de identidade para que ele nunca mais fosse encontrado.
Lágrimas corriam pelas faces de Artur, que não encontrava palavras para responder.
Antero, pálido, ouvia arrasado.
Vendo-os em silêncio, André continuou:
— Hoje à tarde o senhor descobriu o saque do dinheiro e ela foi empenhar jóias para repor o dinheiro.
Como não era suficiente, ela foi até o sequestrador reclamar que eles não haviam cumprido a promessa e deveriam devolver parte do dinheiro.
Acho que ela os ameaçou dizendo que o senhor havia desconfiado, então, quando ela saiu, Toninho mandou seu cúmplice segui-la e acabar com ela.
Eles continuavam ouvindo em silêncio e André depois de ligeira pausa finalizou:
— O resto vocês sabem, quem salvou a vida dela foi Marcelo, que em boa hora vocês contrataram.
Ele estava desconfiado da participação dela.
— Estou chocado.
Ela não gostava do menino, mas nunca pensei que fosse capaz de fazer o que fez.
Será que o sequestrador não está mentindo?
— É o que a polícia quer averiguar.
Mas a mulher que mora na casa do sequestrador disse que não é o primeiro serviço que ele presta a D. Olívia.
Um investigador, conversando com alguns vizinhos, soube que ela ia lá de vez em quando e Toninho se vangloriava de ser amigo dela.
Bem, o caso é sério. Eu estou à disposição, porém não sou criminalista.
Seria bom que contratassem um advogado da área.
— Eu preciso conversar com ela, ver como está, saber a verdade — disse Artur.
Não irei embora antes disso.
— Vou conversar com o delegado, ver o que posso fazer.
Enquanto André foi tentar conseguir que eles pudessem vê-la, Antero disse triste:
— Pai, isso não pode ser verdade.
— Espero que eles estejam mentindo mas por outro lado havia momentos em que ela de facto parecia odiar Eriberto.
Isso me magoava muito e eu procurava esquecer, mas muitas vezes ela ficou indignada por eu o ter registado e o tornado nosso herdeiro.
Ela dizia que eu estava lesando você.
— Ela também comentava isso comigo.
— Agora estou com medo.
Eles podem estar dizendo a verdade.
Artur assinou e ele foi falar com o delegado.
Ficou lá durante quase meia hora e quando saiu estava muito preocupado.
Os dois o rodearam ansiosos.
— E então, o que está havendo? — indagou Artur.
— Infelizmente as notícias não são as melhores.
Eles prenderam os dois sequestradores de Eriberto mas eles disseram que D. Olívia foi a mandante.
— Não pode ser! — disse Artur.
— Ele deve estar mentindo! — comentou Antero.
— Infelizmente todos os detalhes a estão comprometendo.
Toninho, o sequestrador, disse que conhecia D. Olívia havia muito tempo.
Ela, inconformada em dividir a herança da família com Eriberto, contratou-o.
Deu-lhe dinheiro para levar o menino para bem longe, inclusive falsificaram documentos de identidade para que ele nunca mais fosse encontrado.
Lágrimas corriam pelas faces de Artur, que não encontrava palavras para responder.
Antero, pálido, ouvia arrasado.
Vendo-os em silêncio, André continuou:
— Hoje à tarde o senhor descobriu o saque do dinheiro e ela foi empenhar jóias para repor o dinheiro.
Como não era suficiente, ela foi até o sequestrador reclamar que eles não haviam cumprido a promessa e deveriam devolver parte do dinheiro.
Acho que ela os ameaçou dizendo que o senhor havia desconfiado, então, quando ela saiu, Toninho mandou seu cúmplice segui-la e acabar com ela.
Eles continuavam ouvindo em silêncio e André depois de ligeira pausa finalizou:
— O resto vocês sabem, quem salvou a vida dela foi Marcelo, que em boa hora vocês contrataram.
Ele estava desconfiado da participação dela.
— Estou chocado.
Ela não gostava do menino, mas nunca pensei que fosse capaz de fazer o que fez.
Será que o sequestrador não está mentindo?
— É o que a polícia quer averiguar.
Mas a mulher que mora na casa do sequestrador disse que não é o primeiro serviço que ele presta a D. Olívia.
Um investigador, conversando com alguns vizinhos, soube que ela ia lá de vez em quando e Toninho se vangloriava de ser amigo dela.
Bem, o caso é sério. Eu estou à disposição, porém não sou criminalista.
Seria bom que contratassem um advogado da área.
— Eu preciso conversar com ela, ver como está, saber a verdade — disse Artur.
Não irei embora antes disso.
— Vou conversar com o delegado, ver o que posso fazer.
Enquanto André foi tentar conseguir que eles pudessem vê-la, Antero disse triste:
— Pai, isso não pode ser verdade.
— Espero que eles estejam mentindo mas por outro lado havia momentos em que ela de facto parecia odiar Eriberto.
Isso me magoava muito e eu procurava esquecer, mas muitas vezes ela ficou indignada por eu o ter registado e o tornado nosso herdeiro.
Ela dizia que eu estava lesando você.
— Ela também comentava isso comigo.
— Agora estou com medo.
Eles podem estar dizendo a verdade.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
André voltou dizendo:
— O delegado está tomando as declarações dela e disse que quando ele acabar permitirá que falem com ela.
— Obrigado. Vou esperar — tornou Artur.
Enquanto esperavam, Antero telefonou para Glória dizendo que tudo estava resolvido, mas não teve coragem de falar sobre a suspeita que pesava sobre Olívia.
Duas horas depois, finalmente eles puderam entrar para falar com Olívia.
No corredor, Artur viu Toninho, que estava sendo levado, e disse nervoso:
— Eu conheço você!
Trabalhou na minha casa há muitos anos.
Ele olhou-o colérico e disse entre dentes:
— Sua mulher desgraçou minha vida, mas eu não vou pagar sozinho pelas ideias dela.
Artur ia responder mas os policiais o levaram rapidamente.
André os acompanhou até a sala onde Olívia estava, pálida, olhos arregalados, trémula, nervosa.
Vendo-os entrar, atirou-se nos braços do marido dizendo:
— Por favor, me salvem.
Me tirem daqui. Não aguento mais.
— Acalme-se, Olívia.
Estamos fazendo o possível, mas parece que está encrencada.
Ainda há pouco encontrei Toninho no corredor.
Ele era seu protegido, você o conhecia desde a infância.
— Aquele desgraçado: Está me acusando.
Eu fui boa para ele.
Artur olhou-a sério e disse com voz fria:
— Que outros serviços ele fez para você?
— Ele contou também isso?
— Contou tudo — mentiu Artur.
— Eu devia saber que ele não prestava.
Aquele desgraçado. Se ele pensa que vai me vencer, está enganado.
Vou acabar com ele.
Sei de muita coisa que ele fez e vou contar tudo.
Ele quer medir forças e vai se dar mal.
Olhos arregalados, ela estava furiosa.
Antero parecia a estar vendo pela primeira vez.
— Ele mostrou as provas e contou todos os seus segredos — disse Artur.
Ela olhou-o assustada, com raiva, e não conseguiu se controlar:
— Eu vou acabar com aquele desgraçado!
Você é o culpado de tudo!
Levou aquele bastardo para nossa casa, ele roubou sua atenção, seu amor.
Você gostava mais dele do que de mim.
Além do nosso nome, ia levar metade da fortuna de Antero.
Eu deveria ter mandado acabar com ele, assim nunca teria voltado.
Você é o maior culpado. Você vai me pagar.
— O delegado está tomando as declarações dela e disse que quando ele acabar permitirá que falem com ela.
— Obrigado. Vou esperar — tornou Artur.
Enquanto esperavam, Antero telefonou para Glória dizendo que tudo estava resolvido, mas não teve coragem de falar sobre a suspeita que pesava sobre Olívia.
Duas horas depois, finalmente eles puderam entrar para falar com Olívia.
No corredor, Artur viu Toninho, que estava sendo levado, e disse nervoso:
— Eu conheço você!
Trabalhou na minha casa há muitos anos.
Ele olhou-o colérico e disse entre dentes:
— Sua mulher desgraçou minha vida, mas eu não vou pagar sozinho pelas ideias dela.
Artur ia responder mas os policiais o levaram rapidamente.
André os acompanhou até a sala onde Olívia estava, pálida, olhos arregalados, trémula, nervosa.
Vendo-os entrar, atirou-se nos braços do marido dizendo:
— Por favor, me salvem.
Me tirem daqui. Não aguento mais.
— Acalme-se, Olívia.
Estamos fazendo o possível, mas parece que está encrencada.
Ainda há pouco encontrei Toninho no corredor.
Ele era seu protegido, você o conhecia desde a infância.
— Aquele desgraçado: Está me acusando.
Eu fui boa para ele.
Artur olhou-a sério e disse com voz fria:
— Que outros serviços ele fez para você?
— Ele contou também isso?
— Contou tudo — mentiu Artur.
— Eu devia saber que ele não prestava.
Aquele desgraçado. Se ele pensa que vai me vencer, está enganado.
Vou acabar com ele.
Sei de muita coisa que ele fez e vou contar tudo.
Ele quer medir forças e vai se dar mal.
Olhos arregalados, ela estava furiosa.
Antero parecia a estar vendo pela primeira vez.
— Ele mostrou as provas e contou todos os seus segredos — disse Artur.
Ela olhou-o assustada, com raiva, e não conseguiu se controlar:
— Eu vou acabar com aquele desgraçado!
Você é o culpado de tudo!
Levou aquele bastardo para nossa casa, ele roubou sua atenção, seu amor.
Você gostava mais dele do que de mim.
Além do nosso nome, ia levar metade da fortuna de Antero.
Eu deveria ter mandado acabar com ele, assim nunca teria voltado.
Você é o maior culpado. Você vai me pagar.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Fora de si, ela atirou-se sobre Artur, arranhando seu rosto, gritando seu ódio.
André e Antero tentaram segurá-la mas não conseguiram.
Alguns policiais entraram e a custo conseguiram imobilizá-la.
Artur e Antero, mudos de espanto e de horror, observavam.
André tentou ampará-los:
— Vamos sair daqui.
Vocês precisam de ar.
Os dois deixaram-se conduzir em silêncio até o pátio.
Quando conseguiu falar, Antero disse:
— Mamãe enlouqueceu.
— Não, meu filho, Ela sempre foi louca.
Eu é que não quis ver e estou pagando caro por isso.
André fez o que pôde para auxiliar.
Artur, embora convencido da culpa de Olívia, pediu a seu amigo psiquiatra que a fosse atender na delegacia.
André pediu e obteve permissão para que ela fosse internada.
Só no fim da tarde eles conseguiram interná-la após haver assinado um termo de responsabilidade.
O delegado disse que, apesar do estado dela, iria indiciá-la como mandante do sequestro de Eriberto.
Era quase noite quando os três chegaram à casa de Antero.
Estavam arrasados, cansados, deprimidos.
André interiormente pedia ajuda aos amigos espirituais para auxiliá-los a suportar os acontecimentos.
Quando entraram, Marcos estava na sala brincando com Eriberto, que vendo-os correu para o avô dizendo alegre:
— Veja o carrinho que o Marcos me deu! Ele tem buzina.
Acariciando o menino, ele respondeu:
— É lindo!
— Veja, pai. Eu controlo e ele anda!
Antero ergueu o menino beijando-o com carinho.
Intimamente deu graças a Deus por ele haver sido salvo.
André aproximou-se de Marcos dizendo alegre:
— É bom ver você. Estava com saudades.
— Eu também. mamãe está lá dentro, na cozinha.
Glória entrou na sala, cumprimentou a todos.
Notou logo que alguma coisa de muito ruim havia acontecido, mas não perguntou nada.
Enquanto eles conversavam contando os acontecimentos, Marcos segurou a mão de André e o levou até a cozinha.
Vendo-os entrar de mãos dadas, Nina se surpreendeu.
— André!
Marcos, com um olhar de cumplicidade, deixou-os sozinhos e foi ouvir as novidades na sala.
André e Antero tentaram segurá-la mas não conseguiram.
Alguns policiais entraram e a custo conseguiram imobilizá-la.
Artur e Antero, mudos de espanto e de horror, observavam.
André tentou ampará-los:
— Vamos sair daqui.
Vocês precisam de ar.
Os dois deixaram-se conduzir em silêncio até o pátio.
Quando conseguiu falar, Antero disse:
— Mamãe enlouqueceu.
— Não, meu filho, Ela sempre foi louca.
Eu é que não quis ver e estou pagando caro por isso.
André fez o que pôde para auxiliar.
Artur, embora convencido da culpa de Olívia, pediu a seu amigo psiquiatra que a fosse atender na delegacia.
André pediu e obteve permissão para que ela fosse internada.
Só no fim da tarde eles conseguiram interná-la após haver assinado um termo de responsabilidade.
O delegado disse que, apesar do estado dela, iria indiciá-la como mandante do sequestro de Eriberto.
Era quase noite quando os três chegaram à casa de Antero.
Estavam arrasados, cansados, deprimidos.
André interiormente pedia ajuda aos amigos espirituais para auxiliá-los a suportar os acontecimentos.
Quando entraram, Marcos estava na sala brincando com Eriberto, que vendo-os correu para o avô dizendo alegre:
— Veja o carrinho que o Marcos me deu! Ele tem buzina.
Acariciando o menino, ele respondeu:
— É lindo!
— Veja, pai. Eu controlo e ele anda!
Antero ergueu o menino beijando-o com carinho.
Intimamente deu graças a Deus por ele haver sido salvo.
André aproximou-se de Marcos dizendo alegre:
— É bom ver você. Estava com saudades.
— Eu também. mamãe está lá dentro, na cozinha.
Glória entrou na sala, cumprimentou a todos.
Notou logo que alguma coisa de muito ruim havia acontecido, mas não perguntou nada.
Enquanto eles conversavam contando os acontecimentos, Marcos segurou a mão de André e o levou até a cozinha.
Vendo-os entrar de mãos dadas, Nina se surpreendeu.
— André!
Marcos, com um olhar de cumplicidade, deixou-os sozinhos e foi ouvir as novidades na sala.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Depois do que passamos hoje, ver Marcos e você é um prémio.
— Não sabia que você estava com eles.
Marta pediu oração a todos os amigos e, a mim, disse para vir aqui, porque Glória iria precisar de apoio.
Estamos aqui desde ontem à noite.
Ele chegou bem perto dela dizendo:
— Vendo você, de avental, na cozinha, me lembrei dos tempos em que estávamos juntos em nossa pequena casa.
Ela fez um gesto de contrariedade e ia responder mas André não lhe deu tempo.
Apertou-a nos braços, procurou seus lábios, beijando-a demoradamente.
Ela tentou resistir, mas não conseguiu.
Seu coração disparou, suas pernas tremeram, correspondeu àquele beijo sem pensar em mais nada.
Durante alguns minutos eles continuaram se beijando.
Por fim, ele disse:
— Que saudade, Nina!
Eu a amo como no primeiro dia!
Sinto que você ainda me ama.
Nosso amor é mais forte do que tudo.
Ela respirou fundo tentando desenvencilhar-se:
— Mas você ainda é casado.
— Não sou mais.
Ontem Janete assinou a separação judicial e viajou para a Europa.
Sou um homem livre.
Ele a apertou de encontro ao peito, beijando-a com amor.
— Nina, diga que me perdoa.
— Há muito que o perdoei.
Reconheço que meu orgulho impediu que eu lutasse pelo nosso amor.
— Nos casaremos assim que o divórcio sair.
Já perdemos muito tempo. Não vamos esperar mais.
Os olhos de André brilharam e ele a abraçou dizendo ao seu ouvido:
— Agora só falta contar a verdade a Marcos.
— Espero que ele me perdoe.
— O que você vai me contar que ainda não sei?
Vendo Marcos parado em sua frente olhando curioso, Nina perdeu o jeito.
Foi André quem respondeu:
— Sua mãe vai lhe contar uma história de amor que teve um final feliz.
— Eu sei. Vocês vão se casar.
Eu sabia que um dia isso ia acontecer.
— É isso mesmo, meu filho.
Glória entrou na cozinha dizendo:
— Dr. André, eu ainda estou chocada.
Obrigada pelo que fez por nós.
Estou com pena do Dr. Artur.
Ele está arrasado.
— Não sabia que você estava com eles.
Marta pediu oração a todos os amigos e, a mim, disse para vir aqui, porque Glória iria precisar de apoio.
Estamos aqui desde ontem à noite.
Ele chegou bem perto dela dizendo:
— Vendo você, de avental, na cozinha, me lembrei dos tempos em que estávamos juntos em nossa pequena casa.
Ela fez um gesto de contrariedade e ia responder mas André não lhe deu tempo.
Apertou-a nos braços, procurou seus lábios, beijando-a demoradamente.
Ela tentou resistir, mas não conseguiu.
Seu coração disparou, suas pernas tremeram, correspondeu àquele beijo sem pensar em mais nada.
Durante alguns minutos eles continuaram se beijando.
Por fim, ele disse:
— Que saudade, Nina!
Eu a amo como no primeiro dia!
Sinto que você ainda me ama.
Nosso amor é mais forte do que tudo.
Ela respirou fundo tentando desenvencilhar-se:
— Mas você ainda é casado.
— Não sou mais.
Ontem Janete assinou a separação judicial e viajou para a Europa.
Sou um homem livre.
Ele a apertou de encontro ao peito, beijando-a com amor.
— Nina, diga que me perdoa.
— Há muito que o perdoei.
Reconheço que meu orgulho impediu que eu lutasse pelo nosso amor.
— Nos casaremos assim que o divórcio sair.
Já perdemos muito tempo. Não vamos esperar mais.
Os olhos de André brilharam e ele a abraçou dizendo ao seu ouvido:
— Agora só falta contar a verdade a Marcos.
— Espero que ele me perdoe.
— O que você vai me contar que ainda não sei?
Vendo Marcos parado em sua frente olhando curioso, Nina perdeu o jeito.
Foi André quem respondeu:
— Sua mãe vai lhe contar uma história de amor que teve um final feliz.
— Eu sei. Vocês vão se casar.
Eu sabia que um dia isso ia acontecer.
— É isso mesmo, meu filho.
Glória entrou na cozinha dizendo:
— Dr. André, eu ainda estou chocada.
Obrigada pelo que fez por nós.
Estou com pena do Dr. Artur.
Ele está arrasado.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Nina não sabia de nada e André contou tudo em poucas palavras.
— O que vai acontecer com ela agora? — perguntou Glória.
— Não sei. Aconselhei-os a contratar um criminalista.
Ele vai analisar os factos, talvez alegar perturbação mental, mas, seja como for, ficou claro que ela é culpada e terá que responder por esse crime.
De que forma, vai depender do desdobramento do caso.
Nina abraçou Glória dizendo:
— Nós vamos embora.
Vocês precisam descansar.
— Estou preocupada com o Dr. Artur.
Quero ver se o convenço a ficar aqui esta noite.
— Seria bom.
O carinho de vocês, e principalmente a presença de Eriberto, vai ajudá-lo a reagir — tomou André.
— Esse filho foi a melhor coisa que nos aconteceu.
Ele me aceitou de coração, me chama de mãe, o que me comove muito.
Foi coisa dele. Eu não sugeri nada.
Acho que ele me aceitou.
— Deus o colocou em seus braços e ele está feliz.
Agora nós temos que ir. Eu terminei o jantar.
Eles precisam se alimentar — disse Nina sorrindo.
— Vocês vão jantar connosco.
— Fica para outro dia. Precisamos ir.
Glória abraçou-a com carinho:
— Obrigada, Nina.
Deus a abençoe por ter ficado comigo nesses momentos tão difíceis.
— Eu vou com vocês — disse André.
Eles saíram e André ofereceu-se para levá-los, mas, como Nina estava de carro, ele tornou:
— Vou acompanhá-los até lá.
Quando chegaram, ele desceu do carro e esperou.
Ela entrou, abriu a porta e Marcos o convidou a entrar.
— André deve estar cansado — disse Nina sorrindo.
— Ele vai entrar pelo menos um pouco — tornou Marcos.
André entrou, sentaram-se na sala e Nina pediu:
— Marcos, vá pedir a Ofélia para fazer um café.
Ele saiu e Nina continuou baixando a voz:
— É melhor ir embora.
Eu vou contar tudo a ele, mas prefiro que não esteja presente.
— Promete que falará hoje mesmo?
— Prometo.
— O que vai acontecer com ela agora? — perguntou Glória.
— Não sei. Aconselhei-os a contratar um criminalista.
Ele vai analisar os factos, talvez alegar perturbação mental, mas, seja como for, ficou claro que ela é culpada e terá que responder por esse crime.
De que forma, vai depender do desdobramento do caso.
Nina abraçou Glória dizendo:
— Nós vamos embora.
Vocês precisam descansar.
— Estou preocupada com o Dr. Artur.
Quero ver se o convenço a ficar aqui esta noite.
— Seria bom.
O carinho de vocês, e principalmente a presença de Eriberto, vai ajudá-lo a reagir — tomou André.
— Esse filho foi a melhor coisa que nos aconteceu.
Ele me aceitou de coração, me chama de mãe, o que me comove muito.
Foi coisa dele. Eu não sugeri nada.
Acho que ele me aceitou.
— Deus o colocou em seus braços e ele está feliz.
Agora nós temos que ir. Eu terminei o jantar.
Eles precisam se alimentar — disse Nina sorrindo.
— Vocês vão jantar connosco.
— Fica para outro dia. Precisamos ir.
Glória abraçou-a com carinho:
— Obrigada, Nina.
Deus a abençoe por ter ficado comigo nesses momentos tão difíceis.
— Eu vou com vocês — disse André.
Eles saíram e André ofereceu-se para levá-los, mas, como Nina estava de carro, ele tornou:
— Vou acompanhá-los até lá.
Quando chegaram, ele desceu do carro e esperou.
Ela entrou, abriu a porta e Marcos o convidou a entrar.
— André deve estar cansado — disse Nina sorrindo.
— Ele vai entrar pelo menos um pouco — tornou Marcos.
André entrou, sentaram-se na sala e Nina pediu:
— Marcos, vá pedir a Ofélia para fazer um café.
Ele saiu e Nina continuou baixando a voz:
— É melhor ir embora.
Eu vou contar tudo a ele, mas prefiro que não esteja presente.
— Promete que falará hoje mesmo?
— Prometo.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
André tomou o café e despediu-se.
Nina foi para o quarto, chamou Marcos e sentou-se na cama ao lado dele.
— Marcos, você gosta do André?
— Gosto. Você vai se casar com ele?
— Eu gosto dele, mas não é de agora.
Eu o conheci antes de você nascer.
Ele foi o grande e único amor de minha vida.
— Por isso você nunca aceitou nenhum pretendente?
— Foi, Apesar da mágoa que eu guardava dele, nunca pude amar outro homem.
Marcos sentiu que alguma coisa importante ia acontecer, segurou a mão dela e, olhos brilhantes, esperou.
Nina começou a falar do seu relacionamento com André, da felicidade que sentiam, dos planos para o futuro que haviam feito.
Depois a gravidez, a atitude indiferente dele, o abandono.
Marcos abraçou-a ansioso e perguntou:
— Mãe, esse filho que você estava esperando, sou eu?
— Sim. É você.
— Quer dizer que ele e...
— André é seu pai!
Marcos apertou-a de encontro ao peito e emocionado não conteve o pranto.
Nina beijou-o várias vezes na face com amor dizendo:
— Me perdoe. Eu menti. Ele não morreu.
Quando ele parou de soluçar, olhos molhados, olhou-a sério.
Ela continuou:
— Eu achei melhor dizer que ele estava morto.
Eu não queria que soubesse que ele nos havia abandonado.
Achei que você sofreria menos pensando isso.
— O que aconteceu depois?
Nina falou de seus sentimentos, de sua raiva, da mágoa que guardava no coração, da vontade de vencer na vida para vingar-se do desprezo dele.
Não omitiu nenhum detalhe.
Seu reencontro, a constatação de que a vingança não lhe trouxe a alegria esperada, e depois a parte espiritual, o arrependimento dele, o empenho em enfrentar tudo para assumir a paternidade.
A consciência de que seu casamento foi um erro, a separação para poder assumir livremente o amor do filho.
Do orgulho que a impedira de lutar pelo amor deles.
E, por fim, a descoberta de que o amor deles era mais forte do que tudo.
— Estou abrindo meu coração a você, meu filho.
Quero que me perdoe por ter omitido a verdade.
Mas agora sei que André ama você, seu maior desejo é viver do nosso lado.
Ele fala em casamento, mas o divórcio só vai sair daqui a dois anos.
Quero ouvir sua opinião.
Nina foi para o quarto, chamou Marcos e sentou-se na cama ao lado dele.
— Marcos, você gosta do André?
— Gosto. Você vai se casar com ele?
— Eu gosto dele, mas não é de agora.
Eu o conheci antes de você nascer.
Ele foi o grande e único amor de minha vida.
— Por isso você nunca aceitou nenhum pretendente?
— Foi, Apesar da mágoa que eu guardava dele, nunca pude amar outro homem.
Marcos sentiu que alguma coisa importante ia acontecer, segurou a mão dela e, olhos brilhantes, esperou.
Nina começou a falar do seu relacionamento com André, da felicidade que sentiam, dos planos para o futuro que haviam feito.
Depois a gravidez, a atitude indiferente dele, o abandono.
Marcos abraçou-a ansioso e perguntou:
— Mãe, esse filho que você estava esperando, sou eu?
— Sim. É você.
— Quer dizer que ele e...
— André é seu pai!
Marcos apertou-a de encontro ao peito e emocionado não conteve o pranto.
Nina beijou-o várias vezes na face com amor dizendo:
— Me perdoe. Eu menti. Ele não morreu.
Quando ele parou de soluçar, olhos molhados, olhou-a sério.
Ela continuou:
— Eu achei melhor dizer que ele estava morto.
Eu não queria que soubesse que ele nos havia abandonado.
Achei que você sofreria menos pensando isso.
— O que aconteceu depois?
Nina falou de seus sentimentos, de sua raiva, da mágoa que guardava no coração, da vontade de vencer na vida para vingar-se do desprezo dele.
Não omitiu nenhum detalhe.
Seu reencontro, a constatação de que a vingança não lhe trouxe a alegria esperada, e depois a parte espiritual, o arrependimento dele, o empenho em enfrentar tudo para assumir a paternidade.
A consciência de que seu casamento foi um erro, a separação para poder assumir livremente o amor do filho.
Do orgulho que a impedira de lutar pelo amor deles.
E, por fim, a descoberta de que o amor deles era mais forte do que tudo.
— Estou abrindo meu coração a você, meu filho.
Quero que me perdoe por ter omitido a verdade.
Mas agora sei que André ama você, seu maior desejo é viver do nosso lado.
Ele fala em casamento, mas o divórcio só vai sair daqui a dois anos.
Quero ouvir sua opinião.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
— Mãe, eu gosto dele desde que o conheci.
Bem que me pareceu familiar. O lugar dele é aqui.
Nós somos a família dele de coração.
Milena disse que ele está morando em um hotel.
Ele precisa vir morar aqui, com sua família.
Vamos buscá-lo agora mesmo.
Nina abraçou o filho com carinho, ele continuou:
— Bem que eu estava desconfiado.
Do jeito que vocês se olhavam!
— Eu sei me controlar muito bem.
— Mas o brilho dos olhos!
Mãe, porque demorou tanto para me contar?
Quer dizer que Milena é minha tia?
— Esse é o lado bom.
Quanto a seus avós eu não sei.
— Deixe comigo. Pelo que sei, sou o único neto.
Vai ser fácil.
Nina sorriu feliz.
— Então, vamos buscar o meu pai?
— Ainda não.
Temos que ver se ele quer se mudar para cá.
— Ele virá correndo.
Vou telefonar para ele.
— O que vai dizer?
— Que você precisa falar com ele.
Eu tenho o número do telefone.
Ele ligou, a telefonista atendeu e disse que André havia saído, perguntou se ele queria deixar um recado.
— Anote aí. Pai, estamos esperando você em casa. Marcos.
Ela disse que anotou e ele desligou.
— Ele vai se emocionar.
— É bom, assim virá correndo.
— Então, é melhor nós dois nos arrumarmos para esperá-lo.
Marcos saiu e Nina, emocionada, tomou um banho, arrumou-se, depois foi à cozinha verificar o que havia para o jantar.
Ofélia olhou-a com satisfação e comentou:
— A senhora está linda!
Finalmente as coisas estão onde deveriam estar.
Bem que me pareceu familiar. O lugar dele é aqui.
Nós somos a família dele de coração.
Milena disse que ele está morando em um hotel.
Ele precisa vir morar aqui, com sua família.
Vamos buscá-lo agora mesmo.
Nina abraçou o filho com carinho, ele continuou:
— Bem que eu estava desconfiado.
Do jeito que vocês se olhavam!
— Eu sei me controlar muito bem.
— Mas o brilho dos olhos!
Mãe, porque demorou tanto para me contar?
Quer dizer que Milena é minha tia?
— Esse é o lado bom.
Quanto a seus avós eu não sei.
— Deixe comigo. Pelo que sei, sou o único neto.
Vai ser fácil.
Nina sorriu feliz.
— Então, vamos buscar o meu pai?
— Ainda não.
Temos que ver se ele quer se mudar para cá.
— Ele virá correndo.
Vou telefonar para ele.
— O que vai dizer?
— Que você precisa falar com ele.
Eu tenho o número do telefone.
Ele ligou, a telefonista atendeu e disse que André havia saído, perguntou se ele queria deixar um recado.
— Anote aí. Pai, estamos esperando você em casa. Marcos.
Ela disse que anotou e ele desligou.
— Ele vai se emocionar.
— É bom, assim virá correndo.
— Então, é melhor nós dois nos arrumarmos para esperá-lo.
Marcos saiu e Nina, emocionada, tomou um banho, arrumou-se, depois foi à cozinha verificar o que havia para o jantar.
Ofélia olhou-a com satisfação e comentou:
— A senhora está linda!
Finalmente as coisas estão onde deveriam estar.
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Re: Série Lúcius - ´Um amor de Verdade / ZÍBIA GASPARETTO
Nina sorriu e não respondeu. Estava emocionada, nervosa.
E se André não viesse. E se não recebesse o recado.
Marcos arrumou-se e foi sentar-se ao lado dela na sala.
Seus olhos ansiosos de vez em quando olhavam pela janela.
Passava das nove quando finalmente a campainha tocou.
Marcos correu a abrir.
André, vendo-o, abraçou-o emocionado dizendo:
— Meu filho!
Finalmente tenho você em meus braços.
Os dois ficaram alguns instantes abraçados e Nina, em pé ao lado, não se atrevia a Interromper.
Depois, os dois a olharam e estenderam os braços para ela, que se atirou neles emocionada.
Ofélia, na porta da sala, os observava, olhos brilhantes de alegria.
Sem dizer nada, enquanto eles permaneciam abraçados, ela passou por eles e fechou a porta.
Os três ficaram assim, unidos, sentindo a magia daquele momento em que suas almas se encontraram, selando um amor que vencera todas as barreiras e se mostrara mais forte do que tudo.
Eles não viram que uma luz muito branca os envolvia enquanto alguns espíritos oravam pela felicidade deles.
Entre eles estavam Bernardete e Antónia.
— Eles venceram algumas etapas e a vida lhes dará uma merecida trégua disse Bernardete.
— Nina merece. Sempre lhe serei grata por tudo que fez por nós – respondeu Antónia.
— Eu também. Precisamos ir.
Agora que você está em paz, precisa cuidar do seu futuro, estudar, trabalhar muito para refazer sua vida.
Sua hora de ser feliz um dia virá.
Mas antes terá que aprender algumas coisas e saber esperar.
Enquanto André, Nina e Marcos, abraçados no sofá, faziam planos para o futuro, as duas, abraçadas, acompanhadas pelos espíritos de luz, se elevaram e desapareceram no céu estrelado.
Na casa de Nina, tudo estava em paz.
Fim
§.§.§- O-canto-da-ave
Caro amigo:
Se você gostou do livro e tem condições de comprá-lo, faça-o, pois assim estarás ajudando diversas instituições de caridade; que é para onde os direitos autorais desta obra são destinados.
Muita Paz
Que Jesus o abençoe
E se André não viesse. E se não recebesse o recado.
Marcos arrumou-se e foi sentar-se ao lado dela na sala.
Seus olhos ansiosos de vez em quando olhavam pela janela.
Passava das nove quando finalmente a campainha tocou.
Marcos correu a abrir.
André, vendo-o, abraçou-o emocionado dizendo:
— Meu filho!
Finalmente tenho você em meus braços.
Os dois ficaram alguns instantes abraçados e Nina, em pé ao lado, não se atrevia a Interromper.
Depois, os dois a olharam e estenderam os braços para ela, que se atirou neles emocionada.
Ofélia, na porta da sala, os observava, olhos brilhantes de alegria.
Sem dizer nada, enquanto eles permaneciam abraçados, ela passou por eles e fechou a porta.
Os três ficaram assim, unidos, sentindo a magia daquele momento em que suas almas se encontraram, selando um amor que vencera todas as barreiras e se mostrara mais forte do que tudo.
Eles não viram que uma luz muito branca os envolvia enquanto alguns espíritos oravam pela felicidade deles.
Entre eles estavam Bernardete e Antónia.
— Eles venceram algumas etapas e a vida lhes dará uma merecida trégua disse Bernardete.
— Nina merece. Sempre lhe serei grata por tudo que fez por nós – respondeu Antónia.
— Eu também. Precisamos ir.
Agora que você está em paz, precisa cuidar do seu futuro, estudar, trabalhar muito para refazer sua vida.
Sua hora de ser feliz um dia virá.
Mas antes terá que aprender algumas coisas e saber esperar.
Enquanto André, Nina e Marcos, abraçados no sofá, faziam planos para o futuro, as duas, abraçadas, acompanhadas pelos espíritos de luz, se elevaram e desapareceram no céu estrelado.
Na casa de Nina, tudo estava em paz.
Fim
§.§.§- O-canto-da-ave
Caro amigo:
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Muita Paz
Que Jesus o abençoe
Ave sem Ninho- Mensagens : 126043
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